O Ensino Técnico e Suas Oportunidades Educacionais

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E N S I N O T C N I C O

O ENSINO TCNICO E SUAS OPORTUNIDADES EDUCACIONAISA nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) separa o ensino tcnico do ensino mdio, at, ento, funcionando de modo nico, integrado. A Lei separa a parte acadmica da parte profissional. O ensino tcnico e o ensino mdio passam a ser duas realidades distintas, pertencentes, contudo, a um mesmo sistema. Uma realidade o ensino mdio tradicional, que prepara para a universidade, e a outra, a educao profissionalizante, que prepara tcnicos de nvel ps-secundrio, objetivando a formao de mo-de-obra especializada, requerida pelo mercado.

O aluno para receber o diploma de tcnico ter de freqentar as duas realidades: o ensino mdio e a educao profissionalizante. Cursa-se regularmente o ensino mdio e, se quiser ser tcnico, complementa-o na rea tcnica. As matrias tcnicas podero ser lecionadas simultaneamente ao curso regular do ensino mdio ou de forma complementar, depois de o aluno t-lo terminado.

O tcnico um ensino paralelo, no interfere no ensino mdio. O programa de habilitao tcnica, segundo orientao, ser dividido em mdulos, cuja definio depender das necessidades do setor produtivo, e ter durao varivel. Ao final de cada mdulo, o aluno receber um certificado, mas no ser tcnico. A formao de tcnico estar condicionada concluso do conjunto de mdulos referentes habilitao escolhida. S poder candidatar-se quem estiver cursando o ensino mdio ou j tiver concludo o curso. Esse programa modularizado poder ser feito ininterruptamente ou ser interrompido e prosseguido depois pode ir e vir. Sero mdulos complementares que no precisaro ser feitos na prpria escola do aluno, desde que a referida escola reconhea oficialmente a situao.

A nova Lei de Diretrizes e Bases prev a flexibilizao na organizao de cursos e carreiras. Por isso, possvel substituir a atual estrutura curricular, baseada em disciplinas e em cargas horrias fixas, por outro modo de organizao, como, por exemplo, o sistema de mdulos.

As escolas tcnicas pblicas, particulares, Senai e Senac tero dois tipos de diplomas: o bsico, que pede qualquer tipo de escolaridade anterior, e o tcnico, para os que cursaram o ensino mdio.

As dificuldades socioeconmicas da atualidade empurram uma faixa etria mais jovem para o trabalho e levantam o problema da profissionalizao. Em 1971, quando foi promulgada a antiga Lei de Diretrizes e Bases da Educao, Lei n. 5.692/71, era possvel discutir o conceito de terminalidade em relao ao exerccio profissional. Por essa lei, o aluno, ao cursar o 2 grau, podia, de forma integrada, receber uma formao acadmica preparando-se para a universidade e receber uma educao profissionalizante, obtendo o diploma de tcnico. Constatou-se, posteriormente, que nessas condies, a preparao para o trabalho era um engano e uma lei posterior, de n. 7.044/82, libertou o 2. grau da obrigatoriedade da profissionalizao, mas no se definiu sobre o 2. grau como um todo.

Cerca de 100 mil dos 5 milhes de alunos do ensino mdio, no Brasil, esto em escolas tcnicas federais. H uma centena delas em todo o Pas. Dois teros esto voltados para a formao de mo-de-obra especializada para a indstria e um tero para a agropecuria. (Pesquisa realizada em 1997).

A parte acadmica no ficar de fora da formao do tcnico. O que se quer um tcnico com formao da rea humana, considerando-se,

para tanto, a parte acadmica como importante na sua formao.

Na reformulao dos currculos dos cursos de graduao das universidades, o Conselho Nacional de Educao (CNE) recomenda uma formao geral slida, para que o futuro profissional possa superar os desafios de renovadas condies de exerccio profissional. Recomenda, ainda, nesse processo de mudana, a criao de currculos menos rgidos, afinados s caractersticas regionais, possibilitando formar um profissional mais adequado ao mercado de trabalho regional. A partir do regional, o profissional acompanhando a evoluo do conhecimento, alargando seu campo de atividade, poder atingir outras regies, dentro e fora do Pas. Essa evoluo do conhecimento far-se- mediante uma aprendizagem contnua. O tcnico, como qualquer outro profissional, tem que estudar permanentemente. O diploma no significa fim de jornada instrucional.

Vejamos o conceito que o jornal de RH da Associao Paulista de Administrao de Recursos Humanos d aprendizagem contnua: Muito se tem falado em aprendizagem contnua, mas nem todos sabem o que isso realmente significa e representa para a empresa e para a carreira de um profissional. Aprendizagem contnua a necessidade que os profissionais tm de estar cada vez mais atualizados e informados, principalmente em um cenrio no qual as empresas multinacionais procuram pessoas altamente preparadas e capacitadas.

O jornal refora a conceituao, atravs de pronunciamentos de competentes profissionais (1999). O diretor de RH para a Amrica Latina da Novartis, Mauro Ribeiro, diz: Em um mundo de tantas mudanas necessrio manter-se atualizado constantemente. Atualmente muito difcil alcanar o nvel ideal de conhecimento e habilidade, por isso extremamente necessrio estar sempre buscando.

A analista de RH da SKF do Brasil, Fabiana Ribeiro, completa: O

profissional, hoje, precisa saber de tudo. Temos que ter experincia de todo o universo da empresa. preciso participar de todas as reas e atividades. Precisamos estar frente e por isso preciso se informar, buscando sempre o que h de novo no mercado.

O diretor comercial da Integral Consultoria & Treinamento, Fernando de Carvalho Cardoso, conclui: O aprender contnuo estar sempre bem informado, prestando ateno mdia, sabendo o que est acontecendo a sua volta, principalmente, na sua rea de atuao... Estudamos a vida inteira para entrarmos no mercado de trabalho, mas, agora preciso aprender de verdade para nos mantermos nesse mercado.

Andrew Grove, o Homem do Ano, da Time (98), recomenda: Fique atento s mudanas, no resista a elas. Procure entend-las. Encare-as, no como problemas, mas como solues.

O mercado vive a supremacia da informao. J se apregoa que a boa formao do futuro tem que estar apoiada em dois vetores: o da formao do consumidor da cultura e o do produtor da cultura. O analfabeto funcional no s aquele que aprendeu a ler e a escrever sofrivelmente, mas aquele que no cultivou o exerccio continuado da leitura e da escrita na sua forma evoluda de pensar, de criar, de raciocinar, de criticar.

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