O espaço económicoAlguns conceitos fundamentais

� Do ponto de vista da análise

� Do ponto de vista da formulação de políticas

Num dado território, a ignorância das interacções que ocorrem entre agentes e entre agentes e o próprio território pode resultar na ineficácias das políticas delineadas

A validade de uma análise pode ser posta em causa quando recai sobre uma realidade heterogénea e não se assegura a representatividade

Entre os pioneiros da Economia encontram-se frequentes referências ao espaço no qual se desenvolvem as actividades económicas (ex: Cantillon, 1755 e Von Thünen, 1826)

Progressivo desaparecimento do espaço económico da teoria económica dominante

Necessidade de:•Simplificação•Generalização

O espaço passa a ser objecto de estudo de um grupo mais restrito de investigadores

Economia Regional (Isard,

1956)

Economia Regional ou Economia Regional ou Economia Regional ou Economia Regional ou Desenvolvimento Regional?Desenvolvimento Regional?Desenvolvimento Regional?Desenvolvimento Regional?“O espaço tem uma definição geográfica, tem uma definição histórica, tem uma definição económica, tem uma definição social” (Costa e Nijkamp, p.29)

O espaço:

� Contém e representa realidades multifacetadas

� Inclui o complexo de relações que se estabelecem entre os elementos que o constituem

� É constituído por parcelas que são subsistemas de sistemas mais vastos

� Contém múltiplas forças inter actuantes, nem todas de cariz económico

� Inclui os factores naturais que condicionam as práticas sociais

O aumento da complexidade desta área científica torna difícil uma tipologia de campos de estudo, podendo salientar-se como principais:

�Localização das actividades económicas no espaço;�Crescimento e desenvolvimento regional

DefiniDefiniDefiniDefiniDefiniDefiniDefiniDefiniçççççççção de regiãoão de regiãoão de regiãoão de regiãoão de regiãoão de regiãoão de regiãoão de região1. Contiguidade

2.Homogeneidade interna/diferenciação face ao exterior (Identidade)

3. Funcionalidade ou polarização

4. Coerência perante decisões de política económica

5. Equilíbrio comparativo quanto àdimensão

CRITÉRIOS

1. Contiguidade1. Contiguidade1. Contiguidade1. Contiguidade

Os elementos que compõem a região têm necessariamente que localizar-se de forma contínua

Pode obrigar à inclusão de unidades geográficas que, pela sua dimensão, não podem ser consideradas isoladamente mas cujas características as aproximam mais de agregados exteriores

2. Homogeneidade

•Uniformidade relativa das unidades que compõem o agregado em relação a um conjunto de atributos

•A variabilidade dos elementos que compõem o agregado tem que situar-se dentro de determinados limites

•Diferenças significativas face a agregados exteriores

2. Limitações do critério da Homogeneidade

Subjectividade:

•Escolha dos indicadores

•Escolha dos limites

•Ponderação dos indicadores escolhidos

A definição das regiões varia consoante os atributos escolhidos e com a exigência dos limites definidos

Ex. Os atributos de natureza física, demográfica e económica não variam necessariamente no mesmo sentido

Carta Geológica Carta Pluviométrica Densidade Populacional

3. Polariza3. Polariza3. Polariza3. Polarizaççççãoãoãoão•Homogeneidade no que se refere ànatureza e intensidade das interacções de ordem económica

•São agrupadas unidades geográficas contíguas que revelem um grau de interdependência elevado

“A região polarizada pode ser definida como uma área na qual as relações económicas internas são mais intensas do que as estabelecidas com regiões exteriores a ela” (Costa e Nijkamp, p.39)

3. Planeamento3. Planeamento3. Planeamento3. Planeamento

Articula os dois critérios anteriores para definir regiões que agrupem unidades onde se espera que haja coerência ou unidade perante decisões de política económica

Regiões administrativas em Regiões administrativas em Regiões administrativas em Regiões administrativas em Portugal Portugal Portugal Portugal –––– consideraconsideraconsideraconsideraçççções geraisões geraisões geraisões gerais

A Constituição Portuguesa de 1976, estabelece que Portugal se divide em três regiões: as regiões autónomas dos Açores e da Madeira e Portugal Continental, prevendo contudo a criação de regiões administrativas (RA), constituídas por municípios, os quais, seriam, por sua vez, constituídos por freguesias

Até à data não se deu este processo de regionalização, pelo que as RA não têm existência legal

AÇORES

MADEIRA CONTINENTE

Regiões administrativas em Regiões administrativas em Regiões administrativas em Regiões administrativas em Portugal Portugal Portugal Portugal –––– consideraconsideraconsideraconsideraçççções geraisões geraisões geraisões gerais

Inúmeros foram os projectos de divisões administrativas desde 1823, a maior parte contemplando uma estrutura de dois ou três níveis entre o poder central e os municípios. Os actuais distritos provêm desta época, correspondendo sensivelmente ao projecto de 1835.

A estrutura da divisão administrativa de Portugal é actualmente bastante complexa, coexistindo a divisão em distritos, concelhos e freguesias com a divisão em NUTS - Nomenclatura das unidades territoriais estatísticas , que abrangem todo o território, mas que apenas têm significado estatístico.

NUTS NUTS NUTS NUTS ---- Nomenclatura das Nomenclatura das Nomenclatura das Nomenclatura das unidades territoriais estatunidades territoriais estatunidades territoriais estatunidades territoriais estatíííísticassticassticassticas

Embora sem valor administrativo, as NUTS têm vindo a tornar-se a principal divisão territorial de Portugal, sendo as suas unidades utilizadas para definir as áreas de actuação da maioria dos serviços descentralizados do Estado.

Unidades de Nível I (NUTS I)

Portugal Continental

Região Autónoma dos AçoresRegião Autónoma da Madeira

Unidades de Nível II (NUTS II)

NorteCentroLisboaAlentejoAlgarve

Região Autónoma dos AçoresRegião Autónoma da Madeira

Unidades de Nível III (NUTS III)Ex: Região Centro