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O exercício do poder será concentrado nas mãos de um só órgão ou será dividido entre vários órgãos. A concentração, cujo maior exemplo corresponde à monarquia absolutista, foi a primeira forma de exercício do poder. É uma forma inconveniente, porque dá margem ao arbítrio. Assim, a necessidade de prevenir o arbítrio leva à limitação do poder por meio da distribuição do seu exercício. O poder do Estado é uno e indivisível, assim como também é una e indivisível a sua soberania. Entretanto, o exercício desse poder pode ser distribuído entre órgãos do Estado, o que não rompe a unidade do poder. Isso porque o que se divide não é o poder, mas sim o seu exercício. Portanto, divisão de poder quer dizer divisão de exercício do poder, divisão de trabalho (LEROY-BEAULIEI). Existem três técnicas de divisão do poder. A primeira é a divisão territorial, que corresponde ao federalismo. A segunda é a circunscrição do campo de ação e de omissão do Estado, por meio do reconhecimento dos direitos constitucionais do cidadão. E a terceira, é a divisão funcional do poder, que corresponde à clássica teoria da separação dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário. A teoria da divisão funcional do poder distingue três funções estatais: legislativa, executiva e judiciária. Cada uma dessas funções é atribuída a um órgão distinto e independente dos demais. Essa teoria é a base da organização dos Estados ocidentais, como resultado empírico das Revoluções Burguesas dos séculos XVII e XVIII. Filósofos anteriores às Revoluções já identificavam funções estatais distintas entre si (ARISTÓTELES, MARSÍLIO DE PÁDUA, MAQUIAVEL), entretanto somente na época moderna é que a teoria ganhou as feições atuais, com LOCKE e, sobretudo, com MONTESQUIEU, que, além de distinguir funções, também foi pioneiro em atribuí-las, cada uma delas, a órgãos distintos, harmônicos e independentes 14 . A teoria da divisão funcional do poder deu origem à doutrina do sistema de freios e contrapesos. Segundo essa doutrina, os

O Exercício Do Poder

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O exercicio do poder Estatal

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O exerccio do poder ser concentrado nas mos de um s rgo ou ser dividido entre vrios rgos

O exerccio do poder ser concentrado nas mos de um s rgo ou ser dividido entre vrios rgos. A concentrao, cujo maior exemplo corresponde monarquia absolutista, foi a primeira forma de exerccio do poder. uma forma inconveniente, porque d margem ao arbtrio. Assim, a necessidade de prevenir o arbtrio leva limitao do poder por meio da distribuio do seu exerccio.

O poder do Estado uno e indivisvel, assim como tambm una e indivisvel a sua soberania. Entretanto, o exerccio desse poder pode ser distribudo entre rgos do Estado, o que no rompe a unidade do poder. Isso porque o que se divide no o poder, mas sim o seu exerccio. Portanto, diviso de poder quer dizer diviso de exerccio do poder, diviso de trabalho (LEROY-BEAULIEI).

Existem trs tcnicas de diviso do poder. A primeira a diviso territorial, que corresponde ao federalismo. A segunda a circunscrio do campo de ao e de omisso do Estado, por meio do reconhecimento dos direitos constitucionais do cidado. E a terceira, a diviso funcional do poder, que corresponde clssica teoria da separao dos poderes em Legislativo, Executivo e Judicirio.

A teoria da diviso funcional do poder distingue trs funes estatais: legislativa, executiva e judiciria. Cada uma dessas funes atribuda a um rgo distinto e independente dos demais. Essa teoria a base da organizao dos Estados ocidentais, como resultado emprico das Revolues Burguesas dos sculos XVII e XVIII. Filsofos anteriores s Revolues j identificavam funes estatais distintas entre si (ARISTTELES, MARSLIO DE PDUA, MAQUIAVEL), entretanto somente na poca moderna que a teoria ganhou as feies atuais, com LOCKE e, sobretudo, com MONTESQUIEU, que, alm de distinguir funes, tambm foi pioneiro em atribu-las, cada uma delas, a rgos distintos, harmnicos e independentes14.

A teoria da diviso funcional do poder deu origem doutrina do sistema de freios e contrapesos. Segundo essa doutrina, os atos do Estado ou so atos gerais ou so atos especiais. Os atos gerais so praticados por meio da funo legislativa e consistem na emisso de regras gerais e abstratas, sem destinatrio definido. Os atos especiais so praticados por meio da funo executiva e consistem na atuao concreta na vida social dentro dos limites estabelecidos pelos atos gerais. Por fim, cabe funo judiciria fiscalizar o respeito aos limites de cada uma dessas competncias.

Os objetivos iniciais da diviso funcional do poder foram proteger a liberdade do cidado diante do Estado, aumentar a eficincia do Estado e evitar a formao de governos absolutos.

NUNO PIARRA verifica que na doutrina da separao dos poderes expedida por Montesquieu esto j [...] os traos que ho-de converter o princpio homnimo numa das bases imprescindveis realizao de uma certa concepo de Estado e de Direito15. Segundo o autor, o princpio da separao dos poderes tem gerado, ao longo dos seus dois sculos de existncia constitucional, a maior controvrsia doutrinria e dogmtica, que vai da total rejeio apologtica16.

Separao dos poderes e garantia de direitos foram consagradas na Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado de 1789, por meio da seguinte dico: Art.16. Qualquer sociedade na qual a garantia de direitos no assegurada nem a separao dos poderes determinada, no tem Constituio.

Entre ns, a garantia dos direitos humanos fundamentais pelo Poder Judicirio enfrenta um PROBLEMA. Trata-se do problema dos limites da atuao do Poder Judicirio na garantia contra as omisses do Poder Executivo.

Quanto a esses limites, existe a TESE de que A GARANTIA SEJA RESTRITA, porque:

a) o Poder Judicirio no poderia garantir direitos cuja promoo dependesse de polticas pblicas, uma vez que polticas pblicas abrigam-se sob a gide do poder discricionrio;

b) poder discricionrio escaparia da apreciao jurisdicional, uma vez que discricionariedade estaria livre da submisso ao Direito (HOBBES e LOCKE)17;

c) a jurisdio sobre polticas pblicas feriria o clssico princpio da separao dos poderes (concebido por MONTESQUIEU), visto que caso apreciasse discricionariedade o Poder Judicirio invadiria a esfera do Executivo, porque estaria decidindo sobre Poltica e no sobre Direito.

Por todo o exposto, vemos que o argumento que justificaria a restrio garantia de direitos pelo Poder Judicirio reside na dialtica entre separao dos poderes e apreciao jurisdicional. O confronto desses dois princpios gera o problema cientfico que pretendemos estudar. Desse modo, a soluo para o problema compreende a anlise dos dois princpios jurdicos: o princpio da inafastabilidade do controle jurisdicional (expresso no art.5o., XXXV, CF) e o princpio da separao funcional dos poderes (expresso no art. 2o., CF).

A questo principal seria a seguinte: o princpio da separao dos poderes ope limites para a garantia dos direitos humanos fundamentais pelo Poder Judicirio?

O mtodo cientfico para obteno da resposta pretende caminhar sob inspirao do racionalismo de REN DESCARTES18 e do pluralismo metodolgico19 da Cincia Jurdica. As nossas fontes de pesquisa seriam as fontes e os modelos do Direito20, entendido como integrao normativa de fatos segundo valores21. Portanto, propomos a anlise da legislao, da jurisprudncia e da doutrina pertinentes ao tema.

O art. 2o. da Constituio Federal de 1988 estabeleceu: So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio. Por sua vez, o inciso XXXV do art. 5o. estabeleceu: a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito. Portanto, a lei brasileira consagrou tanto o princpio da separao dos poderes quanto a ampla tutela judicial dos direitos.

A Smula 473 do Supremo Tribunal Federal impe que a Administrao Pblica sempre obedea Constituio. Tambm lhe confere auto-tutela para rever seus atos, bem como garante a apreciao judicial das inconstitucionalidades. Eis os termos: A administrao pode anular os seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.

Quanto a essa livre apreciao judicial, a doutrina reconhece que uma interpretao adequada do dispositivo leva concluso de que no somente lei, mas tambm atos, inclusive omissivos, do Poder Legislativo e Executivo no podem ficar sem controle. Disso se constata que a omisso total pode (deve) ser apreciada pelo Poder Judicirio22. A doutrina tambm ensina que o controle da conformidade constitucional [...] abrange tambm atos no regulados por leis e a omisso, governamental e administrativa23.

Nesse sentido, AFONSO RODRIGUES QUEIR24 adverte que no agir tambm agir (no autorizar decidir no autorizar). CELSO ANTNIO BANDEIRA DE MELLO25 acrescenta que o agente administrativo pode decidir abster-se de praticar um ato que deveria expedir para correto atendimento do interesse pblico, [...] objetivando finalidade alheia da regra de competncia que o habilitava.

MANOEL GONALVES FERREIRA FILHO lembra que a omisso [...] pode ser a de providncias administrativas (art. 103, 2o.)26, caso em que o Judicirio exigir essa providncia27. Embora afirme que o pargrafo seja letra morta28, o professor reconhece que significativo que o Judicirio possa fazer determinaes compulsrias [...] sobre providncias administrativas referentes execuo de norma constitucional29.

LUCIANO FERREIRA LEITE cita SIDOU para reconhecer que a omisso ou a simples inrcia administrativa em promover um ato que de manifesto direito de seu titular permitindo que o destempo o invalide, ou mesmo o reduza na sua expresso, uma forma de abuso de poder que legitima a busca de remdio constitucional30.

Segundo LENIO LUIZ STRECK, inrcias do Executivo e falta de atuao do Legislativo passam a poder ser supridas pelo Judicirio, justamente mediante a utilizao dos mecanismos previstos na Constituio que estabeleceu o Estado Democrtico de Direito31.

Por sua vez, FBIO KONDER COMPARATO julga impossvel [...] no reconhecer que, tambm em matria de polticas pblicas, pode haver inconstitucionalidades por omisso32.

A doutrina entende que no plano das polticas pblicas, onde e quando a Constituio Federal estabelece um fazer, ou uma absteno, automaticamente fica assegurada a possibilidade de cobrana dessas condutas comissiva ou omissiva, em face da autoridade e/ou rgo competente33.

Outrossim, a jurisprudncia tem admitido que a separao dos poderes no ser empecilho para garantia de direitos, quando a omisso executiva ameaar ou violar direitos humanos fundamentais que dependam de polticas pblicas. Eis o teor das decises do Supremo Tribunal Federal, cujo relator foi o Ministro CELSO DE MELLO34. Existem decises semelhantes, relatadas pela Ministra ELIANA CALMON do Superior Tribunal de Justia35 e pelo Desembargador LINEU PEINADO do Tribunal de Justia de So Paulo36.

No mesmo sentido, MARIA PAULA DALLARI BUCCI escreve que a categoria das polticas pblicas [...] deve operar com base no princpio da legalidade e no controle do poder pelo poder37. A autora reafirma os princpios da submisso da autoridade lei entendida esta como regra de direito, para a realizao dos fins do direito e [...] da submisso da autoridade ao controle, incluindo-se a o contraste judicial38. Conclui que os controles posteriores sobre a atividade administrativa [...] devem enfatizar o aspecto material dessa atividade, tomando por base o processo de formao do interesse pblico [...] e o compromisso da Administrao Pblica, enquanto sujeito de direito e obrigaes, com esse processo39.

MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO ensina que no Estado de Direito [...] todos os poderes que a Administrao Pblica exerce so limitados pela lei, de forma que impea os abusos e as arbitrariedades40. Define discricionariedade administrativa como faculdade que a lei confere Administrao para apreciar o caso concreto, segundo critrios de oportunidade e convenincia, e escolher uma dentre duas ou mais solues, todas vlidas perante o direito41.

Para CELSO ANTNIO BANDEIRA DE MELLO, a lei s quer aquele especfico ato que venha a calhar fiveleta para o atendimento do interesse pblico. Tanto faz que se trate de vinculao, quanto de discrio. O comando da norma sempre supe isto. Se o comando da norma sempre supe isto e se uma norma uma imposio, o administrador est, ento, nos casos de discricionariedade, perante o dever jurdico de praticar, no qualquer ato dentre os comportados pela regra, mas nica e exclusivamente aquele que atenda com absoluta perfeio finalidade da lei42.

A doutrina conclui que, atuando como padro jurdico fundamental, que se impe ao Estado, aos governantes e aos governados, as normas constitucionais condicionam todo o sistema jurdico, da resultando a exigncia absoluta de que lhes sejam conformes todos os atos que pretendam produzir efeitos jurdicos dentro do sistema43.

ALEXANDRE ASSIS volta os olhos para o direito comparado e verifica que nos Estados Unidos, a ingerncia do Judicirio mesmo da Suprema Corte em assuntos do Executivo levou constitucionalistas de peso a defenderem a tese de uma absteno judicial em certos temas, circunstncia denotativa de que, sob o argumento do devido processo legal, o Judicirio americano avanou muito na apreciao de mrito de atos discricionrios44. Segundo o autor, a contramarcha americana neste domnio temtico no se observou, todavia, no resto do Ocidente. A Frana, por meio de seu prestigioso Conselho de Estado, derrubou o dogma da intocabilidade dos atos de cunho poltico [...]. Decidiu o Conselho que, ao contrrio de quanto apregoava a doutrina, mesmo os atos produzidos por poderes soberanos eram fiscalizveis por ele, fugindo da tentao fcil que a doutrina dos atos de governo facultava. Junto com a orientao francesa citada com quase trs dcadas de atraso para exorcizar o anacronismo brasileiro h de se mencionar, ainda, os exemplos da ustria (art. 132 da CF), da Itlia (art. 113 da CF) e da Alemanha (art. 19, IV da Lei Fundamental de Bonn). Em tais pases, sob o argumento da proteo jurdica sem lacunas, criou-se uma tcnica constitucional denominada clusula geral de competncia dos tribunais contenciosos, autorizativa da apreciao judicial sobre todo ato de governo45.

MARTIN REDISH46 escreveu a respeito da absteno judicial nos Estados Unidos. PATRICE ROLLAND47 estudou os limites garantia jurisdicional de direitos na Frana. Em Portugal, CANOTILHO assim se referiu ao Tribunal Constitucional: sob o manto difano da dogmtica e metdica constitucionais, se escreveram pginas de alta poltica constitucional, chegando aqui e ali a reinventar-se politicamente a prpria Constituio. E no podia deixar de ser assim. As questes decididas em algumas sentenas tinham um cuore poltico eram problemas de polticas pblicas , no podendo deixar de transportar dimenses de politicidade tpicas da aplicao de normas constitutivas do estatuto jurdico do poltico48.

No Brasil, DALMO DE ABREU DALLARI ensina que o Supremo Tribunal Federal est [...] obrigado a decidir quando impetrada uma ao em que se alega desrespeito Constituio ou lei [...]. Ele no apenas pode mas deve decidir, sem que isso configure [...] quebra do princpio da separao de Poderes49. O professor ensina tambm que a exigncia de maior dinamismo e de presena constante do Estado na vida social incompatvel com a tradicional separao dos poderes50; bem como defende que se reconhea que o dogma da rgida separao formal est superado, reorganizando-se completamente o Estado, de modo a conciliar a necessidade de eficincia com os princpios democrticos51.

Para NUNO PIARRA, o princpio pressupe uma distino material das funes estaduais, devendo o desempenho de cada uma delas caber a um rgo ou grupo de rgos especfico, independente dos demais52. Segundo o autor, h-de fazer com que cada um constitua perante o outro um freio e simultaneamente um contrapeso, prevenindo-se assim a concentrao e o abuso do poder53. Prope que uma separao orgnica-funcional rgida no vivel na prtica, a independncia entre os vrios rgos no pode ser absoluta, antes devendo existir entre eles mecanismos de coordenao e interdependncia o que, em ltima anlise, reforar a fiscalizao e o controlo recprocos54. Sugere que o sistema de controlos jurdicos constituiria o ncleo essencial do princpio da separao dos poderes no Estado de Direito contemporneo55. E conclui que o princpio da separao dos poderes pretende [...], na actualidade, assegurar uma estrutura orgnica funcionalmente justa, como princpio de organizao ptima das funes de um Estado activo como o contemporneo, cujas prestaes correspondem, por vezes, aos direitos fundamentais (econmicos, sociais e culturais) que progressivamente se vieram somar aos direitos fundamentais de liberdade56.

FBIO KONDER COMPARATO considera que a passagem da nomocracia liberal ao Estado telocrtico contemporneo tornou indispensvel um reexame da classificao tradicional dos Poderes estatais57. Cita RUI BARBOSA, para quem o effeito da interferencia da justia, muitas vezes, no consiste seno em transformar [...] uma questo poltica em questo judicial. [...] , indubitavelmente, um poder, at certa altura, poltico, exercido sob as frmas judiciaes58. E conclui pelo afastamento da clssica objeo de que o Judicirio no tem competncia, pelo princpio da diviso de Poderes, para julgar questes polticas59.

DALMO DE ABREU DALLARI60 cita HAROLD LASKI, para quem o poder do Estado no exercido num vcuo, nem se reduz a um simples jogo de normas existentes por si. Lembra MIGUEL REALE, para dizer que o Estado apresenta uma face social, relativa sua formao e ao seu desenvolvimento em razo de fatores scio-econmicos; uma face jurdica, que a que se relaciona com o Estado enquanto ordem jurdica; e uma face poltica, onde aparece o problema das finalidades do governo em razo dos diversos sistemas de cultura. E conclui que todo Estado implica um entrelaamento de situaes, de relaes, de comportamentos, de justificativas, de objetivos, que compreende aspectos jurdicos, mas que contm, ao mesmo tempo, um indissocivel contedo poltico.

DIOGO DE FIGUEIREDO MOREIRA NETO compartilha da tese de que a defesa da insindicabilidade acaba se devendo a uma teimosa e distorcida concepo de separao de Poderes que impediria que um Poder do Estado obstasse o livre exerccio da competncia exclusiva de outro61. Segundo o autor, a adoo do sistema da unidade de jurisdio, concentrada quase que monopolisticamente no Poder Judicirio, precisamente porque no existe um contencioso administrativo especial ou, mesmo, especializado, no deve inibir os rgos julgadores: exatamente porque no h outra soluo para a defesa do administrado. Sem a superao do tabu, inmeras formas de violao indireta da legalidade [...] ficariam irremediavelmente excludos do controle jurisdicional, o que seria inadmissvel no prprio sistema vigente (art. 5., XXXV, da Constituio)62.

Para OSWALDO LUIZ PALU, dizer somente com o princpio da separao de poderes para encontrar os referidos limites [ jurisdio] dizer muito pouco. Deve tal postulado ser um princpio apenas, um ponto de partida para se encontrar os limites da jurisdio constitucional, que encontra-se, realmente, na desadequao orgnico-funcional o seu limite ltimo63.

SRGIO FERNANDO MORO adverte que com relao ao desenvolvimento e efetivao de direitos fundamentais a prestaes materiais, [...] o juiz dever ter especial cuidado, uma vez que estes direitos se submetem reserva do possvel64. Segundo o autor, no se trata, contudo, de uma barreira intransponvel65, mas o Judicirio [...] no poder tornar vivel o invivel66.

SRGIO ROXO DA FONSECA ensina que o princpio da tripartio de poderes permeou to profundamente a idia de Estado de Direito que, na prtica, transformou-se num cone para o mundo ocidental67. Ressalva que j se noticiou que o postulado sofreu to grandes e profundas mutaes que importantssimas e respeitadas vozes proclamam se no o seu falecimento, pelo menos a sua prolongada e dolorosa agonia68. E conclui que todos os atos emanados das autoridades do Estado, inclusive os denominados atos polticos quando so suscetveis de atingir interesses juridicamente tutelados, esto sob o controle de legalidade do Poder Judicirio, com base no art. 5., XXXV, e, 37, caput, da Constituio da Repblica69; bem como que no existe margem de livre apreciao administrativa assim compreendendo o exerccio de poder livre do controle de legalidade exercido pelo Poder Judicirio70.

SEBASTIO BOTTO DE BARROS TOJAL defende que preciso [...] haver coragem para enfrentar o colapso de muitas instituies [...]. Assim, por exemplo, a separao de poderes71.

PAULO BONAVIDES afirma que hoje, [a separao dos poderes] se move no mbito dos direitos fundamentais e os abalos ao princpio partem de obstculos levantados concretizao desses direitos72.

Segundo ANDRAS KRELL, cada vez mais necessria reviso do vetusto dogma da separao dos poderes em relao ao controle dos gastos pblicos e da prestao de servios sociais bsicos no Estado Social. Visto que os Poderes Legislativos e Executivo no Brasil se mostram incapazes de garantir um cumprimento racional dos respectivos preceitos constitucionais73. Segundo o autor, onde o processo poltico da definio concretizadora e implementao de uma poltica pblica falha em nvel de Executivo, o Judicirio tem no somente o poder, mas o dever de intervir74.

MAURO CAPPELLETTI sugere que os tribunais devam escolher uma das duas possibilidades seguintes: (a) permanecer fiis [...] concepo tradicional, tipicamente do sculo XIX, dos limites da funo jurisdicional, ou (b) elevar-se ao nvel dos outros poderes, tornar-se enfim o terceiro gigante, capaz de controlar o legislador mastodonte e o leviatanesco administrador75.

AMRICO BED FREIRE JNIOR constata ser um arrematado absurdo apontar o princpio da separao dos poderes como entrave efetivao de direitos fundamentais76, no sendo possvel invocar a separao de funes como limite (impedimento) ao pleno exerccio da misso constitucional do Poder Judicirio77. Defende que j est passando da hora da releitura da separao dos poderes como forma de efetivao da Constituio no Estado Democrtico de Direito78. Segundo o autor, o juiz tem a misso constitucional de impedir aes ou omisses contrrias ao texto, sem que com essa atitude esteja violando a Constituio [...]. Tal postura nsita nova leitura da separao de poderes79. Prope uma postura mais ativa do Poder Judicirio, visando preservar a Constituio de Polticas Pblicas indevidas ou de sua falta80.

Para CNDIDO RANGEL DINAMARCO, no lcito invocar regras abstratas e ortodoxas sobre a separao de Poderes, nem pensar na subsistncia radical daquilo que no passado sugerira Montesquieu, para com isso desprezar a realidade presente e com isso renunciar a solues prticas de utilidade geral81.

JOS RENATO NALINI escreve: tranqilizem-se os juzes: no esto a invadir seara alheia. Apenas cumprem o papel que lhes preordenou a prpria ordem constitucional e suprem a omisso do Poder Pblico, incapaz de satisfazer integralmente a todos82.

RODOLFO DE CAMARGO MANCUSO escreve que a evidente interao e complementaridade entre as funes e atividades do Estado contemporneo mostra a sem-razo do argumento que (ainda) pretende erigir a clssica separao dos poderes em obstculo ampla cognio, pelo Judicirio, dos questionamentos sobre as polticas pblicas83. Segundo o autor, todo esse contexto vai evidenciando que no h como sustentar o argumento de que a sindicabilidade judicial sobre as polticas pblicas implicaria ingerncia indevida do judicirio, assim atritando a separao entre os Poderes84. E conclui que no , pois, de se descartar a hiptese de que a propalada contraposio entre poltica pblica e controle judicial talvez mesmo configure, no limite, um falso problema, ou menos uma falsa antinomia, a se ter presente que os princpios constitucionais tm de ser compatibilizados entre si, para conviverem harmoniosamente, sem que um esvazie o contedo ou enfraquea a eficcia do outro; assim, com esse esprito largo e conciliador que se deve ler os princpios da independncia entre os Poderes e o da garantia de acesso Justia85.

PORTANTO, data venia, nossas HIPTESES PRELIMINARES DE SOLUO pretendem que a resposta pergunta inicial seja negativa.

Da mesma maneira que os 5 francos de 1848, as moedas de 24 livres cunhadas em 1793 traziam uma gravao feita por DUPR. Esse outro desenho, por sua vez, era a imagem do gnio alado que escrevia a Constituio numa tbua de leis usando a pena da razo. Ao seu lado estava o galo, smbolo da vigilncia. Tambm havia o barrete frgio, smbolo da Repblica, sobreposto ao feixe de trigo, que simbolizava unio e fora. Acima das imagens havia a inscrio Regne de la loi, anunciando que o rei no era mais Direito, agora o Direito que seria rei.

Pois bem. Frente tese da restrio garantia de direitos, propomos a ANTTESE de que A GARANTIA SEJA AMPLA, porque:

a) o Estado (cujo conceito conjuga Direito e Poltica) deve sempre buscar o mximo de juridicidade86, para que na busca pelo bem comum sempre prevalea o imprio do Direito (Lex est Rex) sobre o imprio do arbtrio (Rex est Lex), a consagrao contempornea da expresso Regne de la loi;

b) dizer que o Poder Judicirio no pode garantir os direitos humanos fundamentais contra a omisso executiva seria o mesmo que negar a juridicidade do Estado;

c) como fruto dessa juridicidade do Estado, a jurisdio sobre polticas pblicas no fere o princpio da separao dos poderes, j que o prprio sistema de freios e contrapesos determina que o Poder Judicirio fiscalize erga omnes a obedincia ao padro de Direito;

d) o conceito clssico de separao dos poderes formalista, pois na prtica freqentemente ocorre a interpenetrao dos poderes; razo pela qual precisa de atualizao;

e) o Direito limita a discricionariedade, uma vez que no Estado Constitucional o governante somente pode agir secundum legem nunca contra legem, nem mesmo praeter legem; razo pela qual, se houver violao aos direitos, tambm haver fiscalizao pelo Poder Judicirio, mesmo que essa violao seja poltica;

f) Poltica e Direito so indissociveis, sob pena de desnaturao do prprio conceito de Estado;

g) se no basta declarar direitos sem assegur-los, tambm no basta assegur-los apenas formalmente, uma vez que garantia sem jurisdio o mesmo que direito sem garantia87.

5. Notas de rodap

[1] DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, p.118.

[2] PAPA JOO XXIII. Encclica Pacem in Terris apud DALLARI, Dalmo de Abreu. Op.cit., p.107.

[3] DALLARI, Dalmo de Abreu. Constituio e constituinte, p.21-22.

[4] Ibidem, p.87.

[5] SILVA, Jos Afonso da. Curso de direito constitucional positivo, p.179-180.

[6] EKKEHART STEIN. Derecho poltico, p.126 apud ALEMANHA. Lei fundamental anotada, p.78.

[7] BOBBIO, Norberto. A era dos direitos, p.68-69.

[8] BUCH, Esteban. Msica e Poltica: a Nona de Beethoven, p.129.

[9] A divina comdia, Do Purgatrio, canto XVI, verso 97.

[10] HAURIOU, Maurice. Derecho pblico y constitucional, p.120 apud SILVA, Jos Afonso da. Op.cit. , p.183.

[11] BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia, p.108.

[12] SILVA, Jos Afonso da. Op.cit. , p.392.

[13] BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social, passim.

[14] Do esprito das leis, Livros VI e XI (Captulo VI).

[15] A separao de poderes como doutrina e princpio constitucional, p.101.

[16] Ibidem, p.11.

[17] Para HOBBES, o soberano no precisa dar satisfaes de sua gesto. LOCKE, por sua vez, embora se opusesse ao absolutismo de HOBBES, tambm admitiu um poder discricionrio livre de controle, sem atentar para o risco do arbtrio. Segundo ele, o soberano exerce um poder de fazer o bem pblico sem se subordinar a regras (Segundo Tratado sobre o Governo, XII, XIII e XIV).

[18] Discurso do mtodo, especialmente II parte.

[19] REALE, Miguel. Lies preliminares de Direito, p.84.

[20] Idem. Fontes e modelos do Direito, passim.

[21] Idem. Teoria tridimensional do Direito, p.97 e 119.

[22] FREIRE JNIOR, Amrico Bed. O controle judicial de polticas pblicas, p.71.

[23] PALU, Oswaldo Luiz. Controle dos atos de governo pela jurisdio, p.368.

[24] Apud MELLO, Celso Antnio Bandeira de. Discricionariedade e controle jurisdicional, p.75.

[25] Ibidem, mesma pgina.

[26] Poder Judicirio na Constituio de 1988. Judicializao da poltica e politizao da justia. Revista de Direito Administrativo, n.198, p.13.

[27] Ibidem, mesma pgina.

[28] Ibidem, p.14.

[29] Ibidem, mesma pgina.

[30] Discricionariedade administrativa e controle judicial, p.42.

[31] As constituies sociais e a dignidade da pessoa humana como princpio fundamental, p.323 apud FREIRE JNIOR, Amrico Bed. Op.cit.. p.40.

[32] Ensaio sobre o juzo de constitucionalidade de polticas pblicas. Revista dos Tribunais, vol. 737, p.20-21.

[33] MANCUSO, Rodolfo de Camargo. A ao civil pblica como instrumento de controle judicial das chamadas polticas pblicas. In: Ao civil pblica, p.726.

[34] Embora resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e executar polticas pblicas, revela-se possvel, no entanto, ao Poder Judicirio, determinar, ainda que em bases excepcionais, especialmente nas hipteses de polticas pblicas definidas pela prpria Constituio, sejam estas implementadas pelos rgos estatais inadimplentes, cuja omisso por importar em descumprimento dos encargos poltico-jurdicos que sobre eles incidem em carter mandatrio mostra-se apta a comprometer a eficcia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional (RE 436.996-AgR, j. 22/11/05, DJ 03/02/06). No obstante a formulao e a execuo de polticas pblicas dependam de opes polticas a cargo daqueles que, por delegao popular, receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que no se revela absoluta, nesse domnio, a liberdade de conformao do legislador, nem a de atuao do Poder Executivo. que, se tais Poderes do Estado agirem de modo irrazovel ou procederem com a clara inteno de neutralizar, comprometendo-a, a eficcia dos direitos sociais, econmicos e culturais, afetando, como decorrncia causal de uma injustificvel inrcia estatal ou de um abusivo comportamento governamental, aquele ncleo intangvel consubstanciador de um conjunto irredutvel de condies mnimas necessrias a uma existncia digna e essenciais prpria sobrevivncia do indivduo, a, ento, justificar-se- [...] a possibilidade de interveno do Poder Judicirio, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos bens cuja fruio lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado (ADPF 45, DJ 04/05/04).

[35] Administrativo e processo civil Ao civil pblica Ato administrativo discricionrio: nova viso. 1. Na atualidade, o imprio da lei e o seu controle, a cargo do Judicirio, autoriza que se examinem, inclusive, as razes de convenincia e oportunidade do administrador. 2. Legitimidade do Ministrio Pblico para exigir do Municpio a execuo de poltica especfica, a qual se tornou obrigatria por meio de resoluo do Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente. 3. Tutela especfica para que seja includa verba no prximo oramento, a fim de atender a propostas polticas certas e determinadas. 4. Recurso especial provido (REsp 493.811-SP, DJ 15/03/2004).

[36] Ao civil pblica Legitimidade Interferncia no Poder Executivo Inexistncia Tratando-se de atendimento social previsto na Constituio da Repblica, de se reconhecer a existncia de direito difuso a ser tutelado por ao civil pblica. A determinao para implementao de poltica pblica, j prevista na Constituio da Repblica no caracteriza ingerncia no Poder Executivo. [...] V-se, pois, no se estar violando a disposio constante do artigo 2o., da Constituio da Repblica, mesmo porque cabe exclusivamente ao Poder Judicirio dizer o Direito. E na hiptese concreta outra coisa no se est fazendo seno o dizer o Direito, determinando-se seja cumprida a Constituio da Repblica em sua inteireza (Ap. 61.146-5/0, j. 22/06/1999).

[37] Direito administrativo e polticas pblicas, p.279.

[38] Ibidem, mesma pgina.

[39] Ibidem, p.280.

[40] Discricionariedade administrativa na Constituio de 1988, p.66.

[41] Ibidem, p.67.

[42] Op.cit., p.33.

[43] DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, p.203.

[44] Excesso de poder e discricionariedade: controle judicial. Revista de Direito Pblico, vol. 92, p.148.

[45] Ibidem, mesma pgina.

[46] Abstention, Separation of Powers, and Limits of the Judicial Function. The Yale Law Journal, vol. 94, n.1, p.71-115.

[47] La garantie des droits. Revue Droits fondamentaux, n.3, p.204.

[48] Tribunal constitucional, jurisprudncias e polticas pblicas.

[49] Separao de Poderes e garantia de direitos. Folha de S. Paulo, 04 fev. 2006.

[50] DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, p.222.

[51] Ibidem, mesma pgina.

[52] Op.cit., p.12-13.

[53] Ibidem, p.13.

[54] Ibidem, mesma pgina.

[55] Ibidem, p.259.

[56] Ibidem, p.26.

[57] Op.cit., p.17.

[58] Ibidem, p.20.

[59] Ibidem, p.19.

[60] Op.cit., p.127.

[61] Legitimidade e discricionariedade, p.57.

[62] Ibidem, p.58.

[63] Op.cit., p.377.

[64] Desenvolvimento e efetivao das normas constitucionais, p.98.

[65] Ibidem, mesma pgina.

[66] Ibidem, mesma pgina.

[67] Conceitos jurdicos indeterminados, p.93.

[68] Ibidem, mesma pgina.

[69] Ibidem, p.122.

[70] Ibidem, mesma pgina.

[71] Controle judicial da regulamentao de polticas pblicas. Revista da Academia Brasileira de Direito Constitucional, vol. 3, p.191.

[72] Curso de direito constitucional, p.587.

[73] Controle judicial dos servios pblicos bsicos na base dos direitos fundamentais sociais, p.29 apud FREIRE JNIOR, Amrico Bed. Op.cit., p.40-41.

[74] Ibidem, p.65.

[75] Juzes legisladores? p.47 apud FREIRE JNIOR, Amrico Bed. Op.cit., p.41.

[76] Op.cit., p.38.

[77] Ibidem, p.45.

[78] Ibidem, p.39.

[79] Ibidem, p.44.

[80] Ibidem, p.128.

[81] Smulas vinculantes. Revista Forense, vol.347, p.61 apud MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Op.cit., p.731-732.

[82] O juiz e a proteo dos interesses difusos. Revista dos Tribunais, vol. 680, p.265.

[83] Op.cit., p.731.

[84] Ibidem, p.743.

[85] Ibidem, p.738-739.

[86] DALLARI, Dalmo de Abreu. Op.cit., p.128.

[87] Aquele que no tem pretrio, onde possa queixar-se da violao de seu direito, no tem, na verdade, nenhum direito (WIGNY, Pierre. Droit administratif, p.347 apud

GUALAZZI, Eduardo Lobo Botelho. Justia administrativa, p.44).

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