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O feriado de Corpus Christi, na quinta,19, começou com sol, terminou com muita chuva em Mangaratiba. Mas nada que atra- palhasse a beleza da confecção dos tradicionais tapetes de sal. A confecção de tapetes é uma tradição que une famílias em tor- no de um trabalho delicado. O sal colorido colocado pelas mãos de cada um , forma figuras que fazem os olhos correrem de pon- ta a ponta, fitando cada detalhe. Num tapete com predominân- cia das cores verde e amarela, a frase "Brasil rumo ao Cristo". A diversidade de tapetes represen- ta a diversidade de grupos pas- torais e movimentos dentro da Igreja. Nas primeiras horas da manhã, famílias inteiras traba- lhavam em verdadeiras obras de arte no chão da Avenida Coronel Moreira da Silva. Página 4 jornalofoco.com.br JORNAL R$ 0,50 ANO 8 N.º 179 SEXTA-FEIRA, 20 DE JUNHO DE 2014 Tapetes de sal formaram caminho onde deveria passar procissão, mas chuva não deixou. Ficou a beleza. Pessoas de todas as idades participaram do trabalho coletivo ClubMed faz uma das maiores doações dos últimos dez anos e IJM vai às comunidades distri- buir agasalhos, roupas, calçados e outros objetos. Itens também podem ser retirados na sede do Instituto. O comodoro do Iate Clube de Muriqui, Clédson Barboza Dutra, revelou que disputará uma vaga na Alerj nas próximas eleições. Fi- liado ao Psol, ele considera viável a candidatura e diz que precisa de 8 mil votos para se eleger. Weder Gonçalves, 10 anos, es- tá prestes a deixar o hospital. Se- gundo sua mãe ele ainda não fa- la e se alimenta por sonda. We- der estava em coma desde o dia 3 de maio, mas abriu os olhos há uma semana. Família vítima de incêndio aguarda liberação do aluguel social Instituto José Miguel recebe grande doação Clédson anuncia pré-candidatura Menino atropelado ainda internado COPA 2014 Seropédica tem feira, mas precisa de melhorias Página 3 Você sabe o que é MMA? Júlio Muriqui vai te contar... Página 7 Vai começar a Festa de São Pedro Página 2 Página 5 Página 3 [FOTOS THIAGO MELO/O FOCO] Página 7 CORPUS CHRISTI] Tradição dos tapetes de sal colore Centro de Mangaratiba Cores da fé Funcionárias do IJM separam doações que serão levadas às comunidades Balotelli ao lado de crianças de Mangaratiba durante treino na concentração [DIVULGAÇÃO/PMM] [JACK DE CARVALHO/OFOCO] Página 2 Página 2 Itália recebe estudantes

O FOCO ED 179

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Page 1: O FOCO ED 179

O feriado de Corpus Christi, na quinta,19, começou com sol, terminou com muita chuva em Mangaratiba. Mas nada que atra-palhasse a beleza da confecção

dos tradicionais tapetes de sal.A confecção de tapetes é uma

tradição que une famílias em tor-no de um trabalho delicado. O sal colorido colocado pelas mãos

de cada um , forma figuras que fazem os olhos correrem de pon-ta a ponta, fitando cada detalhe.

Num tapete com predominân-cia das cores verde e amarela, a

frase "Brasil rumo ao Cristo". A diversidade de tapetes represen-ta a diversidade de grupos pas-torais e movimentos dentro da Igreja. Nas primeiras horas da

manhã, famílias inteiras traba-lhavam em verdadeiras obras de arte no chão da Avenida Coronel Moreira da Silva.

Página 4

jornalofoco.com.br

JORNAL

R$ 0,50ANO 8 N.º 179 SEXTA-FEIRA, 20 DE JUNHO DE 2014

Tapetes de sal formaram caminho onde deveria passar procissão, mas chuva não deixou. Ficou a beleza. Pessoas de todas as idades participaram do trabalho coletivo

ClubMed faz uma das maiores doações dos últimos dez anos e IJM vai às comunidades distri-buir agasalhos, roupas, calçados

e outros objetos. Itens também podem ser retirados na sede do Instituto.

O comodoro do Iate Clube de Muriqui, Clédson Barboza Dutra, revelou que disputará uma vaga na Alerj nas próximas eleições. Fi-liado ao Psol, ele considera viável a candidatura e diz que precisa de 8 mil votos para se eleger.

Weder Gonçalves, 10 anos, es-tá prestes a deixar o hospital. Se-gundo sua mãe ele ainda não fa-la e se alimenta por sonda. We-der estava em coma desde o dia 3 de maio, mas abriu os olhos há uma semana.

Família vítima de incêndio aguarda liberação do aluguel social

Instituto José Miguel recebe grande doação

Clédson anuncia pré-candidatura

Menino atropelado ainda internado

COPA 2014

Seropédica tem feira, mas precisa de melhorias Página 3

Você sabe o que é MMA? Júlio Muriqui vai te contar... Página 7

Vai começar a Festa de São Pedro Página 2

Página 5

Página 3

[FOTOS THIAGO MELO/O FOCO]

Página 7

CORPUS CHRISTI] Tradição dos tapetes de sal colore Centro de Mangaratiba

Cores da fé

Funcionárias do IJM separam doações que serão levadas às comunidades

Balotelli ao lado de crianças de Mangaratiba durante treino na concentração

[DIVULGAÇÃO/PMM]

[JACK DE CARVALHO/OFOCO]

Página 2

Página 2

Itália recebe estudantes

Page 2: O FOCO ED 179

2 O FOCO cotidiano 20 de junho de 2014

Rua Dr. Nilo Peçanha, n.º 233, Sala 3, Centro, Mangaratiba - Cep.: 23860-000

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Diretora Administrativa: Marina MeloReportagens: Jack de Carvalho

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EXPEDIENTE EDITADO E PUBLICADO POR T.M.COMUNICAÇÕES LTDA (07.600.975/0001-08)

À ESPERA] Merendeira e três filhos aguardam benefício depois terem casa destruída em incêndio

Após incêndio, família aguarda aluguel social

[FOTOS JACK DE CARVALHO]

Incêndio destruiu todo o barraco com tudo que tinha dentro Simone mora agora na casa de parentes, com três filhos

JACK DE CARVALHO [email protected]

A família da merendei-ra Simone de Souza Vas-concelos, que perdeu a ca-sa num incêndio no dia 5 de junho está à espera do Aluguel Social, benefício temporário oferecido pe-la Prefeitura de Mangara-tiba à famílias removidas ou desabrigadas por cala-midades . Para receber a ajuda, a família passa por uma avaliação socioeco-nômica da Secretaria de Assistência Social e Direi-tos Humanos , usando co-mo apoio laudos técnicos da Defesa Civil e do Cor-po de Bombeiros.

No incêndio, Simone de Vasconcelos perdeu todos

os eletrodomésticos, mó-veis e roupas, da casa on-de morava no alto do Par-que Bela Vista, em Man-garatiba.

Desde então, ela e os três filhos, duas crian-ças e um adulto deficien-te mental, estão moran-do na casa de parentes. A família morava há dois anos no local. O incêndio foi numa manhã, quando não havia ninguém em casa. Bombeiros recebe-ram a ajuda de vizinhos no combate ao incêndio. Com baldes dágua de ca-sas próximas, eles tenta-ram em vão salvar algu-ma coisa.

SOLIDARIEDADE"Estão vendo aluguel

social, mas não tem nada certo", diz Simone. De-pois do incêndio, ela pode contar com a solidarieda-de de amigos e vizinhos.

Uma delas, Yasmim Sil-va Rocha, 21, acompa-nhou a tentativa de bom-beiros e vizinhos de salvar algo do incêndio. Emo-cionada, ela se dispôs no mesmo dia do incêndio a abrigar a família de Simo-ne na primeira noite de-pois do incêndio.

ALUGUEL SOCIALInstituído pela Lei Mu-

nicipal 765/2011, o Alu-guel Social em Mangarati-ba garante por seis meses o repasse de R$ 400 men-sais para a família bene-ficiada. A ajuda pode ser

prorrogada por no máxi-mo mais seis meses.

Durante a concessão do benefício, a Prefeitura não faz nenhum tipo de con-trato com o dono do imó-vel ou reforma. A famí-lia beneficiada deve pres-tar conta com a Secretaria de Ação Social,por meio de recibos, para receber a parcela do mês seguinte.

A reportagem procurou saber nessa sexta-feira,20, da Secretaria de Assistên-cia Social e Direitos Hu-manos quantas famílias recebem o Aluguel Social e quanto tempo leva des-de o pedido do benefício até o recebimento da pri-meira parcela, mas devido ao ponto facultativo, não obtivemos respostas.

ClubMed faz doação ao Instituto José Miguel

PARCERIA. IJM DISTRIBUI DOAÇÕES DO CLUBMED

O Instituto José Miguel Olympio Simões (IJM) es-tá distribuindo objetos re-cebidos em uma das maio-res doações já feitas pelo ClubMed. Entre os objetos estão toalhas, roupas, cal-çados, cobertores. "São os nossos maiores parceiros o ClubMed e o Hotel Men-donça", diz Ana Paula Bar-celos, presidente do Insti-tuto.

Para receber a doação, basta ir à sede do Instituto na Rua Nilo Peçanha, 25, no Centro.

Ao mesmo tempo, a or-ganização reforça o pedido

de doação. "Qualquer pes-soa pode doar, ir no guar-da-roupa, ver o que não vai mais usar e nos ajudar a compartilhar com quem não tem", diz Ana Paula.

Célio Bueno, gerente ho-teleiro do ClubMed, diz que essa foi a maior do-ação do club nos últimos dez anos. Bueno também afirmou que o ClubMed tem agora um programa chamado Green Globe, pe-lo qual o resort trabalha ações voltadas para as co-munidades e instituições próximas da sede.

[JACK DE CARVALHO]

Presidente do IJM, Ana Paula, lembra que todos podem doar

São Pedro:Festa da Colônia Z-16 começa sexta

ITACURUÇÁ

A Colônia de Pescado-res Z-16 realizará nos dias 27,28 e 29 de junho, a 85ª edição da Festa de São Pe-dro, em Itacuruçá. A festa é patrocinada pela Prefeitura de Mangaratiba.

Com shows, brincadei-ras, rifas e outras ativida-des, é esperado para os três dias de festa um públi-co de 5 mil pessoas.

No domingo haverá uma procissão marítima saindo às 10h do Cais da Capitania dos Portos de Itacuruçá, com cerca de 50 embarcações. Os barcos contornarão a Ilha e voltarão para Itacuruçá.

A festa será encerrada com queima de fogos na noi-te de domingo.

A Festa é a segunda mais antiga do distrito, perndendo apenas para a Festa de Santana.

PREVENÇÃO EM ANGRA DOS REIS

INSCRIÇÕES NO CECAP-MURIQUI

A Defesa Civil de Angra continua a cam-panha “Sua vida é seu maior patrimônio”, que busca orientar à popu-lação sobre deslizamen-tos de encostas e áreas com risco de alagamen-to. Mais de mil residên-cias já foram visitadas todo o município.

As inscrições pa-ra os cursos do Cen-tro de Capacitação (Ce-cap) de Muriqui, foram transferidas para 31 de Julho. As modalidades oferecidas são: decou-pagem, biscuit, massa-gem corporal, corte e costura e informática básica.

ANGRA DOS REIS. OBRA ERA ESPERADA PELA POPULAÇÃO HÁ UMA DÉCADA

Prefeitura reforma cais de Japariz A prefeita de Angra,

Conceição Rabha, acompa-nhada de seu secretário de Pesca e Aquicultura, Júlio Magno, entregou na ma-nhã deste sábado, 14, o no-vo cais da praia de Japariz, na Ilha Grande.

Segundo o secretário de Pesca e Aquicultura, Júlio Magno, a reforma, que era necessária para garantir a segurança e bem-estar da população, já vinha sendo aguardada há mais de 10

anos pela população local. "O cais estava compro-

metido não só na questão visual, mas também na questão da segurança. O cais antigo só não caiu por-que a população local jun-tava esforços, comprava o material e utilizava mão de obra própria para fazer a manutenção", explicou Magno.

Além da reforma apa-rente, o cais recebeu uma reforma estrutural com

cravação de sete novas es-tacas, que tirou dele o ris-co de possíveis acidentes. Além disso, foi refeito to-da a estrutura de saia e a substituição 30% do piso, indo de encontro com o es-perado pela comunidade.

A população local, que de-pende do cais para a execu-ção dos trabalhos diários, de-monstrou agradecimento e satisfação pela obra realizada pela prefeitura que foi realiza-da dentro do prazo estimado.

"Consideramos a pon-te de Japariz como por-ta de entrada da nossa ca-sa. Ela é fundamental pa-ra os turistas que chegam, para o nosso trabalho, pa-ra as crianças que vão pa-ra a escola e para toda a co-munidade. A ponte estava em estado péssimo, e não dava mais para as embar-cações encostarem e não tí-nhamos como receber visi-tas", agradeceu o morador Rogério Kora.

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3O FOCOcotidiano20 de junho de 2014

JACK DE CARVALHO [email protected]

Todo domingo, faça chuva ou faça sol, deze-nas de barracas e tabulei-ros são montados às mar-gens do km 49, da antiga Rio-São Paulo, Centro de Seropédica.

A cena que se repete há pelo menos de três déca-das, é bem conhecida de Fátima Santos, 58 . Há 24 anos ela trabalha na Feira. A comerciante gasta R$ 30 de táxi todo domingo pa-ra trazer a mercadoria. Di-nheiro que nem sempre consegue repor. "Tem dias que não vendo, a estrutu-ra aqui não é das melho-res", diz.

Como outros comer-ciantes, dona Fátima recla-ma que falta ordenamento na Feira. Quiosques abu-

sam do som alto, não há banheiros químicos, nem padronização das barra-cas. Cada um ocupa o que espaço que lhe convém. Fios elétricos estão pelo chão e pendurados entre barracas. "Nós já falamos com prefeito, que ficou de arrumar, mas nada", diz a comerciante.

Apesar de tantos pro-blemas, uma unanimidade entre os feirantes ouvidos é a tranquilidade. Mesmo sem a presença de segu-ranças, não há registro de roubos ou furtos. "Graças a Deus, aqui é muito tran-quilo", diz dona Fátima.

Fregueses também de-sejam mudanças."É preci-so padronizar as barracas. Aqui é uma das melhores feirinhas que tem, mas tem horas que não dá nem pa-ra passar " , diz Edson de

Castro,54 anos, morador de Queimados.

Na Feira tem de tudo: roupa, bijuterias, importa-dos, produtos agrícolas e animais. Mas quem faz su-cesso mesmo são os quios-ques com rodízio de caldo de cana. O cliente paga um valor e bebe até não aguen-tar mais.

Há 4 anos no Rio, o parai-bano Carlos Alberto,38 , o Pará, é destaque no quios-que do Xandi. Extroverdi-do, virou atração. "Tem que ser assim, os clientes gos-tam", diz. Por domingo são vendidos cerca de 500 pas-téis. Com a gorjeta dos clien-tes, cada funcionário ganha até R$ 30 a mais por dia.

O FOCO questionou a Prefeitura de Seropédica so-bre investimentos na Feira, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.

"Tem que ser assim

(extrovertido), os clientes

gostam"

Carlos Albertofeirante

O km 422 da Rio-Santos faz parte de trecho com muitos acidentes

[JACK DE CARVALHO/O FOCO]

ATÉ QUANDO?] Mais recente vítima do km 422 da Rio-Santos, criança passou um mês em coma

Menino segue em tratamento, mas ainda não fala nem anda

JACK DE CARVALHO [email protected]

Um mês e quinze dias depois de ser atropelado enquanto cruzava a ro-dovia Rio-Santos, no tre-cho do quilometro 422, em frente à Cachoeira II, o menino Weder Gonçla-ves, 10 anos, está prestes a deixar o Hospital Dom Pe-dro II, em Santa Cruz, pa-ra onde foi levado após o acidente.

Segundo a mãe de We-

der, a dona de casa Da-nielle do Carmo, a crian-ça não fala e se alimen-ta por sonda. Weder esta-va em coma desde o dia do acidente, ocorrido no dia 3 de maio, mas abriu os olhos há uma sema-na. "Ele está melhorando e deve voltar a se alimen-tar normalmente, só então terá alta", diz Danielle. O menino precisará fazer fi-sioterapia motora para re-cuperar fala e movimento dos membros inferiores.

No acidente o garo-to fraturou as duas per-nas e sofreu traumatis-mo craniano. Segundo a mãe, Weder usará cadei-ras de rodas até recupe-rar os movimentos.

A mudança afetará toda a família, que hoje mora em uma kitnet, na Cacho-eira II. Eles deverão se mu-dar para uma casa sem es-cada e com maior acessibi-lidade para Weder.

A mãe de Weder diz que os médicos consideraram

um milagre que ele tenha sobrevivido. "Eles dizem que ainda é cedo para fa-lar de sequelas", conta.

O local tem histórico de acidentes. Segundo a Po-lícia Rodoviária Federal (PRF), de 2009 até ago-ra, foram 29 nesse trecho. Localizada entre duas curvas fechadas em for-mato de "S", a comunida-de chegou a fechar a ro-dovia em protesto, pedin-do redutores de velocida-de para o local.

Da agricultura ao Made in ChinaTEM DE TUDO. DOMINGO É DIA DE FEIRA EM SEROPÉDICA

[FOTOS JACK DE CARVALHO/O FOCO]

Padronização das barracas é um pedido de feirantes e clientes

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4 O FOCO cotidiano 20 de junho de 2014

CAMINHO DE FÉ] Tradição de confeccionar tapetes de sal reúne famílias inteiras

Sob sol e chuva, a beleza de Corpus Christi

JACK DE CARVALHO [email protected]

O feriado de Corpus Christi, na quinta,19, em Mangaratiba, começou com sol, terminou com muita chuva, mas nada que atra-palhasse a beleza da confec-ção dos tradicionais tapetes de sal.

Nas primeiras horas da manhã, famílias inteiras trabalhavam em verdadei-ras obras de arte no chão da Avenida Coronel Mo-reira da Silva. Da porta da Igreja Matriz de Nossa Se-nhora da Guia, o caminho de tapetes coloridos a per-der de vista levava o olhar em direção ao Museu Mu-nicipal. Em cada um deles, simbolismos da história do catolicismo.

A origem da confecção dos tapetes está no pedido do Papa Urbano para a re-alização de uma festa que celebrasse a presença de Jesus Cristo na eucaristia

(no pão e no vinho), o que na época era contestado.

"Houve então um episó-dio em que um padre er-gue uma óstia que sangra e o vinho coagula", diz o pa-dre Sérgio Luis Júlio dos Santos,33, pároco da Igre-ja Matriz de Mangaratiba.Esse milagre eucarístico é chamado pelo Papa Urba-no de Corpus Christi, co-meçando a tradição dos ta-petes que manifestam a fé.

A diversidade de tapetes representa a diversidade de grupos pastorais e mo-vimentos dentro da Igreja.

Patrícia Fontela, 28, fazia parte de uma turma de se-te pessoas que aproveitou a Copa do Mundo, dando um novo sentido ao slo-gam da seleção brasileira. Num tapete com predomi-nância das cores verde e amarela, a frase "Brasil ru-mo ao Cristo". "É gratifi-cante fazer porque quando a procissão passar por aqui será Jesus passando".

A confecção de tapetes é uma tradição que une fa-mílias em torno de um tra-balho delicado. O sal colo-rido colocado pelas mãos de cada um , forma figu-ras que fazem os olhos cor-rerem de ponta a ponta, fi-tando cada detalhe.

A família de Esmeralda da Silva Pereira,50, partici-pa pelo segundo ano segui-do desse momento. "Meus filhos moram em Itatiaia e vêm aqui ajudar", diz.

Ao lado do marido Mo-acir Cândido Pereira,63, dona Esmeralda era só emoção. Perguntada so-bre o significado daque-le momento para sua fa-mília, ela pausa a conver-sa por alguns segundos até dizer:"Não tem como expli-car, é uma coisa muito for-te.

Mesmo com a chuva, a missa de Corpus Chris-ti lotou a Igreja Matriz. Os tapetes se foram, mas a emoção ficou. As cores lembram a bandeira e a Copa do Mundo, mas a mensagem é de fé.

[JACK DE CARVALHO/OFOCO]

Dona Esmeralda:"Não tem como explicar, é muito forte"

Legenda: Del im quo doluptate suntios doloris volorehenim

Patrícia Fontela: "Brasil rumo a Cristo".

Em volta de cada tapete, amigos viviam seu dia de artesão

[JACK DE CARVALHO/OFOCO]

"Mães de joelhos, filhos de pé"Aos 58 anos, Maria Lúcia e as ami-

gas ilustravam um tapete inspirado em Santa Mônica. Elas fazem parte de um grupo chamado Mães Mônica que se reúne semanalmente para re-zar por seus filhos. "Essa inspiração veio de Santa Mônica, mãe de San-to Agustinho durante 30 anos", con-ta dona Maia.

Santo Agustinho, considerado um dos maiores santos católicos teve, co-mo conta dona Lúcia, uma vida "atri-bulada". "Mas a mãe dele não desis-

tiu dele. Hoje, nossa inspiração", diz. As reuniões do grupo Mães de Mô-

nica são realizadas às terças-feiras, às 19h, na Igreja Matriz. Formado por oito mulheres, com visitantes, o nú-mero chega a 16 por reunião. O dese-nho do tapete foi idealizado por do-na Lúcia. Nele, duas mães ajoelhadas rezam por seus filhos. "Mães de joe-lhos, filhos de pé é o lema", diz dona Lúcia. "É uma demonstração de amor por Jesus. Esse trabalho é uma forma de gratidão".

INSPIRAÇÃO. SANTA MÔNICA

Legenda: Del im quo doluptate suntios doloris volorehenim remquos

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5O FOCOpoder20 de junho de 2014

JACK DE CARVALHO [email protected]

O senhor é mais um ex-petista que migrou pa-ra o Psol. Por quê?

Eu sempre fui da esquer-da, do PDT de Brizola, do PT de Lula. Quando Brizo-la morreu, o PDT perdeu a essência. Eu me considero brizolista. O Psol não faz aliança com a direita ou centro. É um partido de-mocrático internamente. Militante ou parlamentar tem o mesmo tempo de fa-la, por exemplo.

O que motivou sua saída do PT?

Fui convidado duas vezes pelo presidente municipal do Psol (José Rodrigues). A segunda vez foi no começo de 2013, depois de ter dis-putado a eleição munici-pal e ficar como suplente de

Cecília Cabral(PT) e Alan Bombeiro(SDD). Eu aceitei porque vi que Cecília domi-naria o PT municipal. Outro motivo foram os escândalos nacionais do partido.

Esse ano o Psol Man-garatiba lança-o deputa-do estadual. Daqui a dois anos, teremos mais candi-datos do partido disputan-do câmara e prefeitura?

Se nós sairmos da elei-ção para deputado, esse ano, com votação expressi-va, teremos força para ten-tar eleger um vereador em 2016. Mas se eu for eleito não pretendo de forma al-guma disputar as eleições municipais em 2016.

Qual a importância de se eleger um deputado da cidade?

O último deputado eleito por Mangaratiba foi José Mi-

guel, nos anos 1970.Pouca gente sabe que a Rio-Santos foi um pedido dele. É uma pessoa querida, inspiradora, íntegro. Está na hora da ci-dade, da Região ter alguém na Assembleia Legislativa. Nossa candidatura é viável.

Como assim viável?Na última eleição, o Psol

elegeu Janira Rocha com pouco mais de 6 mil votos. Acredito que com cerca de 8 mil votos, eu seja eleito. Assim, Mangaratiba sozi-nha, com um terço de seu eleitorado, tem condições de ter um legítimo repre-sentante na Alerj. Temos chances reais.

Na sua opinião, qual é área que precisa mais atenção em Mangaratiba?

A Saúde, sem dúvida. Falta estrutura, profissio-nais estão sobrecarregado.

Como deputado, é preci-so cobrar do governo esta-dual e da prefeitura inves-timento.

A Câmara de Manga-ratiba só tem um vereador de oposição, Alan Bom-beiro (SDD). O Psol é um

partido de oposição. Exis-te alguma aproximação entre Psol e Alan? Já o viu como aliado?

O Alan é importante lá e vem mostrando cora-gem para contrariar o sis-tema. Ele tem bom cora-ção, mas na política só is-

so não adianta. O Alan ain-da tem pureza na políti-ca, ainda acredita no par-tido que abraçou ele. Ho-je o que acontece: o parti-do te faz candidato, te joga na fogueira e te vende. É o que vai acontecer com Alan mais cedo ou mais tarde.

CLÉDSON BARBOZA DUTRA] Se dizendo brizolista, pré-candidato a deputado estadual pelo Psol diz que não vai disputar prefeitura em 2016 e quer ver Mangaratiba na Alerj

"Todo apoio que não venha de negociata é bem vindo"

Pré-candidato do Psol se coloca como oportunidade de Mangaratiba chegar à Alerj

[THIAGO MELO/O FOCO]

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) escolheu seus pré-candidatos para a Eleição 2014 e Mangaratiba terá um

nome na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do RJ: Clédson Barbosa, comodoro do Iate Club Muriqui. Precisando de 8 mil votos, o empresário de 50 anos, ex-PDT, PRB e PT, diz que "todo apoio que não venha de negociata é bem vindo".

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6 7O FOCO O FOCOcultura & variedades 20 de junho de 20146 7O FOCO O FOCO

[FOTOS JACK DE CARVALHO/O FOCO]

Diretor do Museu, Heffner tem na voz o tom da paixão pelo trabalho

JACK DE CARVALHO [email protected]

O Museu Municipal de Mangaratiba guarda parte da história de Mangarati-ba e , por que não dizer,do Brasil. São 700 peças que contam sobre personagens e fatos muitas vezes desco-nhecidos dos visitantes, se-jam nativos sejam turistas.

Quem sobe as escadas do solar do Barão do Sahy, onde fica o Museu, volta no tempo

ao ver móveis que compuse-ram o gabinete do primeiro prefeito de Mangaratiba, Ma-noel Moreira da Silva , que tomou posse em 1923. Na Sa-la dos Prefeitos, algumas das peças são da época do ex-pre-feito Vitor Breves, descen-dente de nobres e tio de Má-rio Peixoto, patrono no Mu-seu. “Estamos construindo, reconstruindo e contando a história”, afirma Luciano He-ffner, diretor do Museu.

Parte dessa história es-

tá em 60 pastas com docu-mentos, atas desde a épo-ca em que Mangaratiba era apenas uma aldeia indígena. Há também 160 livros escri-tos pelo Monsenhor Pizarro, contratado pela coroa portu-guesa para relatar as impres-sões sobre o Brasil, incluindo relatos sobre a região onde hoje é Mangaratiba. “A ata mais antiga que nós temos é de 1608”, diz Heffner.

Pelas paredes, fotogra-fias em preto e branco. Du-

as delas são os registros mais antigos sobre o muni-cípio. Uma do período rico, às custas da cultura do café, com a cidade sendo ca-nal de exportação . Outra do período pobre, após Procla-mação da República, quan-do Mangaratiba passa por uma decadência econômi-ca. O Museu também guar-da todos os achados arque-ológicos feitos na cidade, objetos da cultura indígena e escravocrata da Região.

HISTÓRIA] Com acervo de 700 peças, Museu conta a história política e cultural de Mangaratiba

O passado com vista pro MarPela janela de uma das salas dedicadas a Mário Peixoto, vê-se o mar onde ele filmou "Limite"

Duas preciosidades do Municipal

O Museu tem ainda um espaço dedicado à da vida de Mário Peixo-to, sobretudo sua maior obra, o filme Limite, ro-dado em Mangaratiba em 1930.

"Limite" tornou-se um clássico do cinema mun-dial, tendo sido remaste-rizado recentemente por Martin Scorsese, cineasta norteamericano.

Bisneto do comenda-dor Breves e sobrinho do ex-prefeito Vitor Bre-ves, Mário Peixoto foi uma figura emblemáti-ca na história de Manga-ratiba.

Intelectual, escritor e cineasta, quando jo-vem viajou para estu-dar na Europa, onde te-ve a ideia do filme. In-ventou estórias em bus-ca de status, mas o des-tino o fez morrer pobre, sob os cuidados do cine-asta Walter Salles, hoje dono da maior parte do acervo de Mário.

Pelas salas, sua histó-ria é contada em livros,

fotografias, cartazes e frames do filme expos-tos numa parede.

OBRAS VINDAS DO MARConchas de todas as

formas, texturas e tam-nhos. Dentro do Museu há uma coleção de con-chas expostas em consig-nação. Pertencente ao co-lecionador Carlos Bernar-do Servolino, o doutor Carlito, as 450 peças que formam o museu malaco-lógico, ou museu das con-chas, mostram a diversi-dade da espécie. Uma de-las pesa 157 quilos e foi trazida da Austrália.

AGENDE-SEPara os interessados

em visitar o espaço, o funcionamento é de ter-ça a sexta-feira, das 9h às 19h. Sábados, domin-gos e feriados o horário é das 14h as 19. O Mu-seu fica na sede da Fun-dação Mario Peixoto na Rua Coronel Moreira da Silva, nº 173, Centro de Mangaratiba.

VENHA SER UM CORRETOR DE VENDAS.O FOCO seleciona candidatos (as) para área comercial.

Interessados devem enviar currículo para o e-mail [email protected] ou para o endereço

Rua Dr. Nilo Peçanha, n.º 233, sala 3, Centro, Mangaratiba.Mais informações no telefone:

(21) 3789-1541

Page 7: O FOCO ED 179

esporte20 de junho de 20146 7O FOCO O FOCO6 7O FOCO O FOCO

COPA 2014

SONHO] Itália cede à pressão e recebe estudantes de Mangaratiba no hotel

Furamos a defesa italiana

Estudantes de Mangaratiba foram privilegiados com acesso à isolada seleção italiana. Equipe não está em bom momento e pode ter que voltar para casa mais cedo caso não vença o Uruguai

Balotelli cercado por crianças

[CRÉDITO]

JACK DE CARVALHO [email protected]

Demorou, mas os por-tões que separavam a sele-ção italiana dos moradores de Mangaratiba, onde está hospedada, finalmente se abriram.

Cerca de 120 estudantes de três escolas foram privi-legiados e aproveitaram a oportunidade de conhe-cer os craques da Azzurra.

Durante o treinamento no hotel Portobello, as crian-ças aguardaram do lado de fora das grades do campo. Depois, foi liberada a en-trada de todas no grama-do. Mário Balotelli ficou ao alcance dos pequenos fãs.

Os selfies com a criança-da correram o mundo, já que o astro italiano tem fa-ma de poucos amigos, mas mostrou-se bem a vontade durante a visita.

O encontro aconteceu dias depois do prefeito de Mangaratiba, Evan-dro Capixaba, criticar o distanciamento da sele-ção italiana da população local e realiza um desejo antigo do secretário mu-nicipal de Esportes, Hu-go Satyro.

Tão logo a seleção italia-na confirmou sua escolha por Mangaratiba, o gover-no municipal planejou ati-

vidades em que população e Azzurra ficariam mais perto uma da outra. Pro-jetos foram apresentados à Embaixada da Itália no Brasil, mas descobriu-se que eles nunca chegaram aos ouvidos da Federação Italiana de Futebol.

O encontro da manhã de terça ficará na memó-ria da garotada e melho-ra a imagem da seleção, que até então estava na

boca do povo mais pe-la ausência que pela pre-sença.

Se fora de campo, a Itá-lia ganhou uns pontinhos, dentro dele não vai nada bem. Perdeu nessa sexta, 20, para Costa Rica por 1 x 0 e terá que disputar com o Uruguai uma vaga nas oi-tavas de final. Segunda se-leção de muito Mangarati-bense, a Itália está sim pre-cisando de mais torcida.

Júlio Muriqui fala sobre as dificuldades e desafios do esporte

MMA. ESPORTE ESTÁ EM ALTA NAS ACADEMIAS

JACK DE CARVALHO [email protected]

O MMA Mixed Martials Arts (ou Artes Marciais Mistas, em português) vi-rou uma febre mundial, sobretudo com a populari-zação da competição UFC – Ultimate Fighting Club, o mais famoso evento da categoria.

Em Muriqui, um atleta apaixonado pelo esporte passa o que aprendeu den-tro e fora do tatame para 35 alunos. Aos 33 anos, Jú-lio Muriqui, divide-se en-tre dar aula e buscar seus sonhos como atleta.

Júlio quer aproveitar o bom momento do espor-te. “O TUF Brasil (reali-

ty da Globo) é um incenti-vo, impulsiona o esporte. A mídia está levantando o MMA e é preciso tirar algo de bom disso”, diz Júlio.

O caminho trilhado até aqui, não foi fácil. Em 2009, Júlio se lançou em

Curitiba, acolhido pelo mestre Cristiano Marcello, da CM System.

Foi lá que estreou no oc-tógono. Mesmo tendo seu nariz quebrado, venceu sua primeira luta como amador. No entanto, havia outras batalhas. “Eu ia nas lanchonetes pedir comida como patrocínio”, lembra Júlio, que reconhece a aju-da dos amigos como fun-damental para ele seguir em busca de seu sonho.

DEDICAÇÃO Ser um grande atle-

ta de MMA exige muita disciplina. “É 50% força, 50% psicológico”, diz Jú-lio. “Não adianta ter um e não ter outro. O vence-

“É 50% força, 50% psicológico. Não adianta ter

um e não ter outro"Julio Muriquiatleta de MMA

[ARQUIVO PESSOAL/JÚLIO MURIQUI]

Para ser lutador, Muriqui enfrentou desafios dentro e fora do tatame

dor tem esse equilíbrio”, acredita o professor. Para ele, o MMA não é violen-to. “É um esporte de con-tato”, defende. O esporte exige muito do atleta, não sendo aconselhado pa-ra pessoas que tem lesões graves.“Não aconselho pa-ra quem um desvio de cla-vícula, uma hérnia de dis-co”, diz Júlio.

São vários os benefícios da prática do MMA. “Além de melhorar a estética, me-lhora o condicionamento físico”, diz o professor.

ESTRUTURANo começo, luta-se por

visibilidade. Mas Júlio aler-ta, é preciso fazer escolhas certas. “Você precisa de uma equipe de luta, ter ao seu lado pessoas sérias e centradas. Não é botar um par de luvas e pronto”, avi-sa. O Club Sandro Telles Jiu Jitsu, onde Júlio Muriqui dá aula, fica na Rua Rio de Janeiro,423, Muriqui.

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8 O FOCO cotidiano 20 de junho de 2014