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CPI da Câmara de Itaguaí que investiga supostas ir- regularidades em conjun- tos residenciais em Cha- peró toma depoimentos de engenheiros mencionados por Jack Fernandes como responsáveis pelo acom- panhamento das obras. Eles, porém, negam. O FOCO jornalofoco.com.br Ano 6 | Edição 99 27 de maio de 2011 Diretor: Thiago Melo Charlinho processa “G7” mas exclui Abelardinho [GUERRA POLÍTICA] [CPI DAS “CASINHAS”] [VITÓRIA DA MINORIA] FERNANDO VIVAS Barulho demais “G4” abandona sessão O grupo formado pelos vereadores Silas Cabral (PV), Márcio Pinto (DEM), Robertinho (PSDC) e Jorginho do Charlinho (PV) - o “G4” - deixa o plenário e adia votação polêmica. A minoria conseguiu um feito ao se aproveitar da ausência de vereadores do “G7”. Página 8 Página 8 Página 9 THIAGO MELO Robertinho (terno cinza) e Jorginho do Charlinho (de costas) deixam o plenário Especialista em poluição sonora da secretaria de Ambiente do Rio de Janeiro visita Itaguaí a convite de O FOCO e realiza, com ajuda de um de- cibelímetro (foto), medições na cida- de. O resultado é ensurdecedor: prin- cipais pontos da cidade estão muito acima da média aceitável. Secretaria de Meio Ambiente de Itaguaí prome- te providências quanto aos carros de som, principais poluidores. Mas lojas, junkie boxs, e veículos também contri- buem para o incômodo, que, segundo o técnico, pode provocar, além de sur- dez, vários problemas de saúde. Página 3 Página 9 Engenheiros contradizem secretário de Obras [LIXO] Página 3 Inea obriga prefeituras a despejar resíduos na CTR Seropédica [ESPORTE] Página 10 Grêmio vence mais uma no campeonato Carioca JUPY JUNIOR Marcos Túlio negou participação [EDUCAÇÃO] [EMPREGO] Página 6 Página 6 Entrave legal atrasa regularização de escola. Confusão quanto ao nome da unidade serve como mais um ingrediente na bri- ga entre Executivo e Legislativo. Jornal carioca publica matéria com ameaça de fechamento. Vereador e secretária comentam. Vereador Aberladinho (PDT) comenta em plenário que tem recebido denúncias sobre critérios injustos de contra- tação das empresas do município. EXTRA faz alarde com escola em Itaguaí Preconceito profissional O PASTOR POLÍTICO Aramis Brito (foto), autor de um folheto com tiragem de cinco mil exem- plares, não tem receios ao afirmar que suas convicções políticas podem levá-lo a ser uma terceira opção na corrida à sucessão de Charlinho. Ele co- menta no Ponto Convergente sobre a idolatria aos “ditadores democráticos”. “A Expo é a manifestação do ‘pão e circo’: dê ao povo o que ele precisa para que ele esqueça que os roubamos”

O FOCO - Notícia com Nitidez - Ed. 99 - Versão Digital

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Notícias de Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba

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CPI da Câmara de Itaguaí que investiga supostas ir-regularidades em conjun-tos residenciais em Cha-peró toma depoimentos de engenheiros mencionados por Jack Fernandes como responsáveis pelo acom-panhamento das obras. Eles, porém, negam.

O FOCO

j o r n a l o f o c o . c o m . b r

Ano 6 | Edição 9927 de maio de 2011Diretor: Thiago Melo

Charlinho processa “G7” mas exclui Abelardinho

[guerra política]

[cpi das “casinhas”]

[vitória da minoria]

Fernando vivas

Barulho demais

“G4” abandona sessão O grupo formado pelos vereadores Silas Cabral (PV), Márcio Pinto (DEM), Robertinho (PSDC) e Jorginho do Charlinho (PV) - o “G4” - deixa o plenário e adia votação polêmica. A minoria conseguiu um feito ao se aproveitar da ausência de vereadores do “G7”. Página 8

Página 8

Página 9

thiago melo

robertinho (terno cinza) e Jorginho do charlinho (de costas) deixam o plenário

Especialista em poluição sonora da secretaria de Ambiente do Rio de Janeiro visita Itaguaí a convite de O FOCO e realiza, com ajuda de um de-cibelímetro (foto), medições na cida-de. O resultado é ensurdecedor: prin-cipais pontos da cidade estão muito acima da média aceitável. Secretaria de Meio Ambiente de Itaguaí prome-te providências quanto aos carros de som, principais poluidores. Mas lojas, junkie boxs, e veículos também contri-buem para o incômodo, que, segundo o técnico, pode provocar, além de sur-dez, vários problemas de saúde.

Página 3

Página 9

Engenheiros contradizem secretário de Obras

[lixo]

Página 3

Inea obriga prefeituras a despejar resíduos na CTR Seropédica

[esporte]

Página 10

Grêmio vence mais uma no campeonato Carioca

Jupy Junior

marcos túlio negou participação

[educação]

[emprego]

Página 6

Página 6

Entrave legal atrasa regularização de escola. Confusão quanto ao nome da unidade serve como mais um ingrediente na bri-ga entre Executivo e Legislativo. Jornal carioca publica matéria com ameaça de fechamento. Vereador e secretária comentam.

Vereador Aberladinho (PDT) comenta em plenário que tem recebido denúncias sobre critérios injustos de contra-tação das empresas do município.

EXTRA faz alarde com escola em Itaguaí

Preconceito profissional

o pastor políticoAramis Brito (foto), autor de um folheto com tiragem de cinco mil exem-plares, não tem receios ao afirmar que suas convicções políticas podem levá-lo a ser uma terceira opção na corrida à sucessão de Charlinho. Ele co-menta no Ponto Convergente sobre a idolatria aos “ditadores democráticos”.

“A Expo é a manifestação do ‘pão e circo’: dê ao povo o que ele precisa para

que ele esqueça que os roubamos”

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O FOCO Sexta-feira, 27 de maio de 20112

O FOCO EXPEDIENTEDiretor Geral/Editor-Chefe: thiago melo mtB 25806-rJEditor: Jupy Junior mtB 28085-rJ. Diretora Comercial: verônica leal.Colaboradora: ana carolina BrandãoMatérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal O FOCO e elas são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.

Editado e distribuído por T.M. Comunicações Ltda. O jornal O FOCO é impresso pela Editora Esquema Ltda.

(21) 2687-0694(21) 8254-9275(21) 8400-7848

www.jornalofoco.com.br

FALE [email protected]

[email protected]@jornalofoco.com.br

o jornal o Foco é distribuído gratuitamente às sextas-feiras nas principais bancas e ruas de seropédica, itaguaí e mangaratiba. tem alcance estimado de 40 mil leitores na região.

o p i n i ã o

observatório[thiago melo] [email protected]

[editorial]

o Foco É Quase 100!

[Foto destaQue]

Falta apenas uma edição para O FOCO alcançar a marca de 100 edições. um fei-to e tanto, se considerarmos a nem sempre tão ampla longevidade de publicações seme-lhantes. estamos mais fortes do que nunca: o leitor tem participado mais com sugestões de pauta que nós, sabiamente, adotamos como matérias a serem produzidas. daqui para a frente vamos começar a contar mais cem, e aos duzentos esperamos ter fôlego para mais cem. e teremos. se usarmos a edição 99 co-mo critério, dá para sentir que muito é pouco para a nossa equipe.

a edição 99 traz muitas matérias de inte-resse das nossas áreas de abrangência. pa-ra começar, o barulho que temos que supor-tar em itaguaí sempre chamou a nossa aten-ção. por este motivo, convidamos um especia-lista da capital para medir o que já sabíamos: itaguaí tem barulho demais, e isso pode pro-vocar doenças. confira na página 3.

na página 4, o diretor de vigilância em saúde de mangaratiba conta o que tem sido feito para diminuir a incidência de dengue no município. o lixo ainda é motivo de ma-téria em O FOCO. desta vez, ele aparece em duas matérias: na página 4 (rural contra o extra) e na página 3, com as medidas to-madas pelo inea para que os município pas-sem a utilizar a polêmica ctr seropédica.

por falar em polêmica, mais uma vez a csa ocupa a nossa página 5 ao ser alvo de

vários protestos em audiência pública rea-lizada na alerj. pesquisadores e parlamen-tares estão decididos a tomar providências contra a siderúrgica, cujo representante pe-diu paciência para ajustes “de operação”.

na editoria “poder”, muita notícia impor-tante. a guerra entre legislativo e executi-vo continua a todo vapor. desta vez a polê-mica com os nomes de uma escola e duas creches colocaram “mais lenha na foguei-ra”. de novo o jornal extra causando rebu-liço em mangaratiba e itaguaí. as fontes do jornal carioca parecem confusas, daí O FOCO pode esclarecer melhor o leitor.

o vereador abelardinho, que recente-mente concedeu uma ótima entrevista, de-nuncia preconceito contra trabalhadores locais. uma empresa mencionada por ele se defende. leia na página 6.

ainda em “poder”, a curiosa exceção fei-ta pelo prefeito de itaguaí justamente ao vereador abelardinho, em processo movi-do contra seis vereadores, é motivo da ma-téria na página 8. vale acompanhar a si-tuação, que foi omitida nos demais jornais da cidade. É um furo de O FOCO? não, a relação dos vereadores acionados judicial-mente está para quem quiser ler.

são muitos os assuntos, não cabem no editorial... melhor correr logo para as pá-ginas, antes que chegue a edição 100, que está a caminho. até lá!

[caixa-postal] este espaço é reservado para você, leitor. escreva sua carta ou e-mail com sugestões de matérias, elogios, críticas e comentários. se está faltando água na sua rua ou se seu bairro necessita de atenção do poder público, este é o seu canal. ajude a fazer um jornal com o seu jeito.

envie seu e-mail para

[email protected] cartas devem ser encaminhadas com nome completo, rg, telefone e endereço do remetente. O FOCO reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

Problemas à vistaas obras no sahy (foto) que motivaram uma matéria na edição passada ainda vão dar “pano para a manga”, como se diz popularmente. até o fechamento desta edi-ção os documentos exigidos pela câmara de mangara-tiba não foram entregues pela Brooklin, empresa res-ponsável pelo empreendi-mento milionário. o impac-to no local será grande. es-timativas dão conta de que quatro mil pessoas vão se acomodar ali. tudo indica que o ministério público será acionado em breve.

raphael melo

thiago melo

chocolate meio amargodeu no extra, na coluna da coleguinha Berenice seara: a prefeitura de mangaratiba lançou um pregão para adquirir nada mais nada menos que 10 mil caixas de bombom de 400g. isso mesmo, caro contribuinte: dez mil caixas. a jornalista fez a conta e chegou à conclusão de que com todo esse chocolate é possível distribuir três bombons para cada um dos 35 mil habitantes. a prefei-tura ainda não se pronunciou a respeito.

“Zumbrizola”o vereador silas cabral afirmou que exigirá a certidão de óbito de leonel Brizola, morto em 2004. a exigência é uma clara retaliação ao “g7” – grupo de oposição ao governo charlinho – na questão do nome das creches e escola (leia matéria na página 6). “será que o vereador duvida que o governador tenha realmente morrido?”, disparou seu colega nisan césar (pv).

o gaiatoapós o prefeito charlinho divulgar que acionará o minis-tro da Justiça para intervir na situação política de itaguaí, o vereador nisan césar – sempre ele – em tom para lá de irônico, para não dizer debochado, indagou: “ele já falou em fuzilamento dos vereadores? eu tenho medo é de fuzilamento!”. a declaração foi feita durante sessão e, claro, levou o plenário ao riso.

Vettel das licitaçõeso que a construtora lytorânea e o piloto alemão sebatian vettel têm em comum? a predestinação à vitória. no caso do piloto alemão, é incrível a sua capacidade em vencer corridas – desde o início da temporada o piloto já venceu cinco etapas em seis realizadas. Já a lytorânea é líder no gp das licitações, ganhou a maioria esmagadora delas. uma das últimas que a coluna teve acesso foi para a locação de veículos e máquinas com motorista. o valor é de “apenas” r$ 20,2 milhões e o prazo é de 12 meses, podendo ser prorrogado. a informação foi publi-cada no Jornal oficial de itaguaí, na edição 158.

r$ 60.000.000,00esse é o valor que, segundo o vereador abelardinho (pdt), a prefeitura de itaguaí arrecadou no último mês. com isso a projeção de arrecadação para esse ano já beira a casa de r$ 500 milhões. muito acima da estimativa feita pelo governo no início do ano: cerca de r$ 350 milhões. parece que finalmente o aumento do funcionalismo vai sair. estamos torcendo.

Marcando presençadiversos representantes de mangaratiba marcaram presença na audiência pública da comissão especial da assembleia legislativa do rio (alerj) que discute a instalação da companhia siderúrgica do atlântico (csa), em santa cruz, realizada dia 24 (leia matéria na página 5). destaque para emília colonese, da ong grupo de defesa ambiental e social de itacuruçá e para o ex-vereador Kabeça – único representante político do município.

VIsITA IlusTREotoni rocha, prefeito de itaguaí entre os anos de 1982 e 1988, prestigiou a sessão de quinta-feira (26). otoni, que é pai do presidente da câmara, vicente rocha (pmdB), recebeu tratamento vip e foi citado diversas vezes. ao final da sessão, o vereador toni coelho (prp) fez questão de tirar uma foto para a coluna ao lado do político.

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Sexta-feira, 27 de maio de 2011 O FOCO 3

ton Senna da Silva (na anti-ga reta), no restaurante Bel Comida Caseira: a junkie box (máquina em que o cliente escolhe músicas) acusou 114 decibéis, praticamente o do-bro do aceitável.

Na Cidade do Porto, as ori-gens do barulho são muitas: carros de som passam a todo momento pelas ruas, kombis anunciam seus destinos de forma estridente, lojas com locutores que gritam ofertas nas calçadas, junkie boxes e anúncios tocam nos auto-fa-lantes pendurados nos pos-tes. Haja tímpanos.

MALES DO BARULHOTenório explicou que, além

do incômodo, várias doenças podem acontecer a partir da exposição contínua ao baru-lho: complicações endócrinas (alteração do metabolismo) devido a altas descargas de adrenalina, maior propensão a infecções, hipertensão, irri-tação, ansiedade, insônia etc. Lesões nos tímpanos e perda progressiva da audição tam-bém podem ocorrer. Exposi-ção a sons com mais de 80 de-cibéis por oito horas consecu-tivas podem ocasionar a per-da de 10% da capacidade au-ditiva a cada ano.

PROVIDÊNCIASJailson Barboza, secretá-

rio de Meio Ambiente de Itaguaí, disse que há se-te meses chamou os donos de carros de som que circu-lam na cidade a fim de pe-dir providências para di-minuir o barulho, e que du-rante três meses a situação melhorou. Porém, reconhe-ce que o problema persis-te, e que em julho vai con-vocar nova reunião. Barbo-za também declarou que provavelmente precisará da ajuda do Estado, embo-ra haja uma lei municipal a respeito. “Vou chamar o Inea [Instituto Estadual do Ambiente] e a imprensa pa-ra a reunião” – declarou ele.

[Jupy Junior][email protected]

Em matéria de poluição sonora, o aceitável para o tímpano humano em expo-sição constante é entre 55 e 66 decibéis. Em Itaguaí, no sinal de trânsito em fren-te ao calçadão, o infeliz in-divíduo que ali estiver es-perando para atravessar a rua fará seus ouvidos su-portarem mais de 100 de-cibéis. Este foi um dos nú-meros obtidos em uma sé-rie de medições feita na ci-dade por um especialista da Secretaria de Ambien-te do Rio de Janeiro, a con-vite de O FOCO. A polui-ção sonora em Itaguaí é um problema cotidiano, afeta milhares de pessoas e pode causar uma série de problemas de saúde.

c o t i d i a n o

na última edição de O FOCO foi publicada por engano a foto acima, de um veículo da empresa “cidade de ita-guaí” no lugar de um da viação itaguaí, que não tem lici-tação para circular no município.

a “cidade de itaguaí” possui contrato de concessão des-de a sua fundação, em 2004, e circula regularmente pela cidade do porto. a empresa dispõe de aproximadamente 50 carros que circulam em cinco linhas diferentes.

Fica registrado o equívoco (pedimos desculpas à viação cidade de itaguaí), e, em breve, O FOCO vai publicar matéria que mostra a situação do transporte público em mangaratiba, seropédica e itaguaí. aguardem!

VIAçãO ERRAdA

[poluição sonora]

Haja tímpanosBarulho em itaguaí é excessivo, avalia especialista da secretaria de ambiente do rJ

SINALEIRASLuiz Roberto Tenório é

médico e há 25 anos trabalha com o atual secretário de Am-biente do RJ, Carlos Minc. É professor da UERJ e consul-tor de medicina do trabalho. A convite de O FOCO, esteve em Itaguaí com um decibelí-metro (aparelho para medir decibéis) a fim de verificar qual tem sido o volume dos ruídos que o itaguaiense tem de suportar todos os dias. As medições têm por objetivo planejar futuras ações da Se-cretaria de Ambiente no que diz respeito ao cumprimen-to da Lei da Saúde Auditiva (número 4324/04), de auto-ria do próprio Carlos Minc. Tenório tem feito medições em escolas, empresas e locais públicos na capital. A lei sur-giu a partir da constatação de que as sinaleiras das ga-

ragens (que avisam a entrada ou saída de veículos nos pré-dios) produziam um som es-tridente e contínuo.

Tenório tem feito medições constantes, e, em grande par-te delas, constata que os ní-veis de ruído são muito al-tos, e produzem, além de in-cômodo, riscos para a saúde.

EM ITAGUAÍTenório mediu a polui-

ção sonora em Itaguaí. Na rua Dr. Curvelo Cavalcanti, próximo ao número 238, às 13:30h de terça-feira (24), o decibelímetro acusou 88 de-cibéis. Na mesma rua, pró-ximo ao número 268, 91 de-cibéis. Em frente ao calçadão, 84. No sinal em frente ao cal-çadão, o segundo maior nú-mero: 105, quando passou um caminhão. O maior índi-ce ocorreu na Avenida Ayr-

[meio amBiente]

[erramos]raphael melo

raphael melo

no último dia 19, foi aprovado o projeto de lei 2.925/10 que visa auxiliar os usuários de caixas eletrônicos caso ocorra algum imprevisto com a máquina. para isso, a proposta determi-na que telefones sejam colocados dentro dos caixas existentes fora das agências bancárias. estes telefones deverão oferecer um serviço de

atendimento que funcio-ne 24 horas para auxiliar aqueles que apresen-tarem dúvidas quanto ao uso das máquinas. a lei projetada pelo deputado dionísio lins (pp), foi aprovada pela assembléia legislativa do rio de Janeiro, alerj, e terá um prazo de 15 dias úteis para receber sanção ou veto do gover-nador sérgio cabral.

HOLOFOTE

Cadê meu dinheiro? Petrobrás aumenta a produçãoo diretor de abastecimen-

to da petrobrás, paulo roberto costa, anunciou, nesta terça--feira (24), a abertura da lici-tação para construção do na-vio – depósito, que servirá co-mo “porto em alto-mar”, para o transporte do petróleo pro-duzido no pré-sal. situado a cerca de 90 km da costa en-tre rio de Janeiro e são pau-lo, o terminal flutuante terá um grande navio com capacidade de receber, armazenar e trans-

ferir para outras embarcações até dois milhões de barris diá-rios de petróleo. a criação de mais espaços destinados pa-ra operações petroleiras é ne-cessária devido ao desgaste das áreas em angra dos reis e em santos. a primeira fa-se do projeto terá um custo de us$ 350 milhões, mas o in-vestimento é válido. a petro-brás estuda, ainda, a instala-ção de um terminal conven-cional também em itaguaí.

[AFTOSA, SAI PRA Lá] durante todo o mês de maio ocorre a campanha de vacinação contra a febre aftosa. e nesta semana, o município de mangaratiba começa a receber as doses da vacina. técnicos da empresa de assistência técnica e extensão rural, a emater, estarão à disposição dos pecuaristas. o melhor: sem custos.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) notifi-cou as prefeituras de Ita-guaí, Seropédica e Man-garatiba a extinguirem os aterros sanitários mu-nicipais e passarem a uti-lizar a Central de Trata-mento de Resíduos de Se-ropédica. A informação foi publicada no jornal O Globo. As prefeituras de Carmo, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Búzios, Cabo Frio, Itaboraí, Maricá, Tan-guá, Cachoeiras de Ma-cacu, Rio Bonito e Gua-pimirim também deve-rão receber notificações ao longo da semana.

SEROPÉDICA Já ENVIA LIXOA presidente do Inea,

Marilene Ramos, decla-rou em entrevista à pu-blicação que não vai tole-rar lixões enquanto as ins-talações destes locais não oferecerem uma destina-ção adequada ao lixo. Pa-ra ela, não há razão para a CTR Seropédica não rece-ber lixo das proximidades.

Seropédica já começou a enviar o lixo produzido pela cidade para a CTR. Ademar Quintela, secre-tário de meio ambiente da cidade, no entanto criticou

Lixo centralizadoinea notifica municípios a usarem aterro de seropédica

a localização do aterro sa-nitário e o envio do lixo pa-ra o local. Para ele, é preci-so que sejam adotadas no-vas tecnologias como in-cineração para geração de energia e reciclagem.

O secretário de Ambien-te de Itaguaí, Jaílson Bar-boza Coelho, declarou que Itaguaí passará a enviar o lixo para a CTR em junho.

42 LIXÕES IRREGULARESO subsecretário de Esta-

do do Ambiente, Luiz Fir-mino, durante audiência pública conjunta das co-missões de Saneamento Ambiental, de Defesa do Meio Ambiente e de Saúde da Assembleia Legislati-va do Rio (Alerj), declarou nesta sexta-feira (27) que a CTR Seropédica vai solu-cionar boa parte dos pro-blemas de lixo do estado, que tem, atualmente, 42 li-xões irregulares.

O subsecretário infor-mou ainda que, de acor-do com as licenças conce-didas à empresa Ciclus, a companhia deverá in-vestir em obras de sane-amento em Seropédica, contando ainda com re-cursos do Fundo Estadu-al de Conservação Am-biental e Desenvolvimen-to Urbano (Fecam).

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O FOCO Sexta-feira, 27 de maio de 20114

[Juliana torres][email protected]

Há dez anos no mercado automotivo, o grupo Her-mínio acaba de inaugurar mais uma loja em Itaguaí. A Chana Hermínio, distri-buidora da Chana Motors - considerado o maior gru-po de utilitários da China - além de trabalhar com veículos populares e es-portivos, traz a novidade dos carros utilitários. Para quem ainda não ouviu es-ta expressão, os carros uti-litários são aqueles do tipo caminhonete, que servem, geralmente, para transpor-tar cargas ou pessoas.

O MAIS PROCURADOA frota de mais de cem

carros inclui os zero km

China sobre rodas em Itaguaíveículos utilitários da chana chegam à cidade do porto

e os seminovos. A recém--inaugurada loja atrai além da clientela do já conheci-do Hermínio Multimarcas, empresários do ramo do comércio varejista, agricul-tores, distribuidores de be-bidas etc. Segundo um dos quatro sócios, Sandro de Paula, o carro mais procu-

rado é o Chana Cargo Ca-bine Simples (foto). Este possui capacidade para até 800 kg de carga e sua ca-çamba chega a dois metros e trinta de comprimento.

O GRUPO HERMÍNIOO Grupo Hermínio é

uma empresa familiar e

[ana carolina Brandão][email protected]

A CTR (Central de Trata-mento de Resíduos) de Se-ropédica continua alvo de polêmica. Desta vez, a Uni-versidade Federal Rural se insurge não só contra o ater-ro sanitário, mas também contra a imprensa (no ca-so, o jornal Extra). Tudo por causa de uma nota irônica de Berenice Seara, no dia 12 de maio, intitulada “É boni-to isso?!”. A Rural se sentiu prejudicada, porque Seara perguntava sobre a legitimi-dade da instituição em rela-ção ao assunto “lixão”.

A CTR Seropédica en-frenta a oposição de am-bientalistas e militantes desde que foi anunciada como empreendimento que resolveria o despejo de lixo do Rio de Janeiro, como uma alternativa ao Aterro de Gramacho, na Baixada Fluminense. Des-de então, manifestações e até ações na justiça (como a ajuizada recentemen-te pela própria Rural) não deixam o assunto esfriar.

“LIXO CLANDESTINO”Seara escreveu na sua co-

luna: “Sem cerimônia, um caminhão da Universidade Federal Rural despeja seus despeja seus detritos num lixão clandestino, em Sero-pédica. O engraçado é que a Rural é fiel integrante da cruzada contra a instalação de um centro de tratamen-to de resíduos na cidade...” A colunista conseguiu a in-formação, com foto, através de um blog da internet.

RETRATAÇÃOA assessoria de impren-

sa da UFRRJ declarou que a Rural não encaminha seus resíduos sólidos pa-ra um “lixão clandestino”, conforme afirma a nota, e sim para a área que a Pre-feitura dispõe para tal fim. “Entendemos que es-ta não é forma adequada, mas hoje é a única opção

[aterro sanitÁrio]

Outro lixo em pautarural é acusada de mau exemplo pelo jornal extra

que dispomos para des-carte de resíduos sólidos” – alegou a assessoria.

A Instituição encami-nhou uma solicitação de direito de resposta à edito-ria do jornal, com o mesmo tamanho e destaque da pri-meira. Porém, dias depois Berenice publicou uma no-ta com muito menos visi-bilidade, em que diz: “ A Universidade Federal Ru-ral diz que tem convênio com a Prefeitura de Sero-pédica: funcionários do município recolhem o lixo da unidade e a universida-de cede o caminhão para transportá-lo. Por isso, diz, não foi a reitoria quem es-colheu o lixão - que reco-nhece não ser o local ideal - para desaguar os detritos”.

Diante disso, a assessoria de comunicação da UFRRJ informou que a Reitoria es-tá tomando providências para saber o que irá ser fei-to a respeito do assunto.

SECRETáRIO COMENTAO Secretário de Meio Am-

biente de Seropédica, Ade-mar Quintela, disse que o município dispõe de um aterro controlado, onde são jogados apenas lixos domi-ciliares da região - inclusive os da Universidade. “O ater-ro controlado está notificado pelo INEA (Instituto Estadu-al do Ambiente) desde se-tembro do ano passado, po-rém eles têm conhecimento do local, que não é clandesti-no” – alegou o secretário.

Com relação ao recolhi-mento do lixo, o secretá-rio não soube responder à justificativa dada pela Ru-ral – “a UFRRJ cedeu o ca-minhão e motorista; já os recolhedores de lixo são servidores da Prefeitura” – pois, segundo ele, o lixo é recolhido pela empresa Locanty. Como resposta a assessoria da Universida-de informou que o cami-nhão da instituição é so-licitado pela prefeitura, e que não tem nada a infor-mar sobre a Locanty.

[Juliana torres][email protected]

Os casos de dengue cos-tumam ser mais expressi-vos durante o verão. De-vido aos altos índices de sol e chuva, é nesta épo-ca do ano que o mosqui-to transmissor está mais suscetível à proliferação. A doença é causada pe-la picada do mosquito

[dengue]

Três perguntas para...diretor de mangaratiba responde sobre dengue. seropédica e itaguaí não enviaram respostas

Aedes Aegypti, e dentre seus sintomas estão: febre alta, vômitos, forte dor de cabeça e manchas verme-lhas pelo corpo.

Mas, apesar da dengue ser considerada uma do-ença típica do verão, não é o que estamos vendo por aí. Já estamos no ou-tono e os números de ca-sos não param de subir. Para saber como o com-

O FOCO – De que maneira o sistema de saúde do município vem enfrentando o problema da dengue?

Fausto Luis - Educação permanente em saúde, atuan-do nas escolas com palestras direcionadas aos alunos e moradores. Agentes de saúde nas residências, fazendo a prevenção e educação, juntos aos moradores e aplicação de larvicidas.

O FOCO – Quais são as providências que vêm sendo tomadas para a prevenção e o tratamento?

Fausto - Colocamos outdoors nos distritos com infor-mativos sobre dengue e distribuímos folders, cartazes e banners. Destes, alguns são afixados em comércios. Tam-pas são colocadas em caixas de águas sem proteção.

Agentes de saúde trabalham nos fins de semana para re-duzir o índice de casas fechadas, principalmente dos ve-ranistas. Monitoramos as residências onde houve casos de suspeita de dengue, fazemos todo o quarteirão do lo-cal. E também há atuação do carro fumacê, maquina cos-tal e motofog.

O FOCO – Como anda a questão do diagnóstico no município?Fausto - O diagnóstico é feito por profissionais compe-

tentes (médicos) e os exames são realizados no laborató-rio do município. O hemograma com plaquetas e a soro-logia são feitos no laboratório de referência, o LACEM. No hospital municipal existe um setor de hidratação pa-ra os pacientes com dengue.

bate ao Aedes Aegypti está sendo realizado pe-los municípios de Itaguaí, Mangaratiba e Seropédi-ca, O FOCO levantou três questões sobre a Dengue. Estas foram enviadas, por e-mail, às autoridades destas localidades com-petentes no assunto.

Até o fechamento desta matéria as Secretarias de Saúde de Seropédica (ci-

dade que, segundo o úl-timo boletim divulgado pela Secretaria de Esta-dual de Saúde, ainda es-tá em epidemia) e Itaguaí não entraram em conta-to, apesar das insisten-tes solicitações. Somente o diretor de vigilância em saúde de Mangaratiba, Fausto Luis de Oliveira, respondeu às nossas per-guntas. Confira abaixo:

tem como idealizadores, além de Sandro, Mauro Soares, Ricardo Soares e Dirço Soares. Há uma dé-cada com vendas de veí-culos multimarcas, o gru-po inovou e trouxe para o centro de Itaguaí a novi-dade dos veículos utilitá-rios da China e os planos ambiciosos não param por aí. De acordo com de Paula, a Chana Hermínio promete trazer até o final do ano mais três modelos de carro Chana, mais es-portivos: o Alsvin, o Mini Benni e o Benni.

A Chana Hermínio fica na Av. Octávio Cabral, 815, Cen-tro, Itaguaí. O horário de fun-cionamento é de segunda a sexta de 8:30h às 19h e sába-do de 8h30 às 15h. Telefone: (21) 2688-4968 e 2688-8604.

reprodução/extra

verônica leal

[automóveis]

HOLOFOTE[MOTEL INFORMATIVO] Foi publicada no diário oficial rJ, no dia 25, a lei nº 5.977/11, que prevê a obrigatoriedade de motéis e hotéis informarem sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. a lei obriga que preservativos sejam distribuídos gratuitamente junto com folhetos explicativos.

nos dias 31 de maio, 2, 7 e 8 de junho a sede da se-cretaria de meio ambiente de itaguaí será o palco

curso para pescadorespara o curso de Benefi-ciamento de pescado. este será direcionado a pes-cadores e agricultores de

mangaratiba e conta com aulas de filetagem, salga dos peixes e degustação. a ação é uma parceira entre as secretarias de meio ambiente, agricultu-ra e pesca de mangaratiba

e itaguaí e visa dar mais qualidade de vida aos que trabalham neste setor. a condução dos pescadores e agricultores será reali-zada pela prefeitura de mangaratiba.

loja recém-inaugurada: utilitários chineses

Blog publica despejo da rural: extra causa desconforto

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Sexta-feira, 27 de maio de 2011 O FOCO 5

[denúncias]

[thiago melo][email protected]

Além de danos ambien-tais, a Companhia Siderúr-gica do Atlântico (CSA) es-tá sendo acusada de com-prometer a pesca, a agri-cultura e o turismo nos ar-redores da Baía de Sepeti-ba. A denúncia foi feita por moradores vizinhos à side-rúrgica durante audiência pública - na terça-feira (24) - da Comissão Especial da Assembleia Legislativa do

Rio (Alerj) que discute a instalação da CSA.

O presidente da Asso-ciação de Pescadores Arte-sanais da Ilha da Madeira (Apaim), Carlos Garcia – conhecido como “Lico To-nelada” – afirmou a O FO-CO que milhares de pesca-dores de Itaguaí não têm mais onde pescar e que a empresa não cumpriu com as contrapartidas prome-tidas à classe. “A CSA tem que pagar pelos danos que provocou” - avaliou.

Companhia sob ataquelicença definitiva para csa só será dada depois de soluções, diz inea em audiência pública na alerj

Produtores rurais da re-gião denunciam que para a instalação do pólo side-rúrgico – cuja área é supe-rior à extensão dos bairros de Ipanema e Copacabana juntos –, o curso do canal São Fernando teve que ser desviado, o que, ainda se-gundo eles, provoca cons-tantes alagamentos e pre-judica a produção de aipim da terra preta, considerado nobre por suas proprieda-des gastronômicas. “O Ca-nal de São Fernando, que nos serve de drenagem, foi desviado pela CSA para desaguar no Rio Guandu. Quando o rio enche muito, há um refluxo no canal e alaga nossa área de produ-ção, colocando em risco to-da a atividade das nossas famílias” - afirmou Otávio Myiata, engenheiro agrô-nomo representante dos agricultores locais.

Engajada na causa, a presidente da comissão, deputada Lucinha (PSDB), disse que irá acompanhar este processo: “A CSA tem que cumprir com as suas obrigações, e é nosso de-ver cobrar o resultado dis-so. Essa audiência vai nor-tear os passos seguintes. Vamos marcar encontros na região da CSA para dar oportunidade à população de Mangaratiba e Itaguaí para que se expressem” - afirmou a deputada, que classificou a reunião como “muito importante”.

Questionado quanto à postura passiva dos ór-gãos ambientais, o repre-sentante do Instituto Esta-

dual do Ambiente (Inea), responsável pelo licencia-mento ambiental da com-panhia, Luiz Firmino, lem-brou que a empresa ainda opera com permissão pro-visória. Ele garantiu que o órgão acompanha e exige os ajustes necessários no processo de produção pa-ra evitar danos ambientais e à saúde da população. “A empresa só vai ter a licença se conseguir resolver todas as questões apontadas ho-je [24]” - declarou Firmino.

Luiz Claudio Castro - di-retor de Sustentabilidade da CSA - foi o representan-te enviado pela siderúrgi-ca para a audiência públi-ca. Durante o evento, ele ficou cabisbaixo e respon-deu de forma evasiva aos questionamentos das auto-ridades e especialistas pre-sentes. Ele afirmou que, como em todo grande em-preendimento tecnológico, somente o funcionamento é capaz de apontar as mu-danças necessárias para que os padrões desejados sejam atingidos. “A em-presa está em fase de ajus-tes de processos e de pro-jetos. Estamos sendo licen-ciados de acordo com os trâmites legais. Nós que-remos atuar em conjunto com a comunidade e ser agentes promotores de de-senvolvimento econômico

O representante da empresa afirmou que somente o

funcionamento é capaz de apontar

as mudanças necessárias para que os padrões desejados sejam

atingidosPesquisadores da Fun-

dação Oswaldo Cruz (Fio-cruz) sugeriram monitora-mento da saúde dos mora-dores expostos à fuligem metálica lançada na at-mosfera pela empresa, em agosto e dezembro do ano passado. O acompanha-mento, segundo os espe-cialistas, deve ser feito por até 20 anos após o fim da exposição ao material. Por causa dessas emissões, a CSA foi multada duas ve-zes pelo Inea. Em agosto a multa aplicada foi de R$ 1,2 milhão e em dezembro R$ 2,4 milhões.

riscos à saúdeO laudo com a conclusão

dos pesquisadores, apre-sentado durante a reunião, aponta que o contato com essas partículas pode gerar diversos prejuízos: aler-gias respiratórias, de pele, problemas cardiológicos e, a longo prazo, câncer.

Alexandre Dias – um dos pesquisadores da institui-ção -, discorda do discurso da CSA. Ele acha que os par-ticulados emitidos formam um misto de metais, e não apenas um composto de car-bono e ferro, como tem afir-mado a empresa. Ele tam-bém destacou que esses pro-

blemas são mais evidentes em grupos de maior vul-nerabilidade como crian-ças, idosos e pessoas que já tenham apresentado problemas respiratórios.

Questões ambientais continuam a ser um pro-blema na região. A briga entre ambientalistas, em-presas e governo ainda ca-rece de ações mais enérgi-cas do poder público e res-ponsabilidade por parte das empresas. Ao que tudo indica, os ambientalistas e opositores não vão descan-sar enquanto a CSA estiver em funcionamento.

e social da região” - disse.Estiveram presentes à

audiência os deputados Paulo Ramos (PDT) e Ja-nira Rocha (PSol) - res-pectivamente vice-presi-dente e relatora da comis-são-, Zaqueu Teixeira (PT), membro da comissão, As-pásia Camargo (PV), Cla-rissa Garotinho (PR), Edi-no Fonseca (PR), Sabi-no (PSC), Gilberto Palma-res (PT), Marcos Abrahão (PTdoB) e Luiz Paulo (PS-DB). A audiência contou ainda com a presença do vereador da capital Paulo Messina (PV).

TURISMO PREJUDICADOO ex-vereador de Man-

garatiba e representan-te da Organização Viva Terra, Gilmar Abrahão da Silva (Kabeça), alertou as autoridades para o com-prometimento da Baía de Sepetiba no que diz res-peito ao potencial turís-tico. Kabeça lembrou ain-da que a Baía é área de

preservação permanen-te, e protegida por diver-sas leis e decretos fede-rais e estaduais. Duran-te seu pronunciamento na audiência, ele fez críti-cas severas à CSA e à atu-ação do Ministério Públi-co. “Eles [CSA] são muito mentirosos. Não cumpri-ram nada do que foi pro-metido” – atacou.

A produção rural dos mo-radores do assentamento Fa-zenda Rubião, na Serra do Piloto (Mangaratiba) deverá ser alavancada nos próximos meses. Representantes da se-cretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Man-

[agricultura]

Grana para a serraprojeto beneficia produtores da Fazenda rubião, na serra do piloto

garatiba; da Empresa de As-sistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e do Instituto de Terras e Cartografia (Iterj), órgão ligado à Secretaria Es-tadual de Habitação, anun-ciaram nesta segunda (30) um projeto que visa melho-

rar a infraestrutura, a logísti-ca e a capacitação dos produ-tores da comunidade.

ESCOAMENTOAlém de Mangaratiba,

o projeto envolverá outros municípios. O Estado vai

dividir R$ 18 milhões em recursos entre as cidades beneficiadas. No Rubião, a prefeitura e a Emater vão fi-car responsáveis pelos pro-jetos de interesse dos pro-dutores da localidade.

“Vamos apresentar os projetos com orçamento em junho: envolver capacitação técnica, equipamentos, den-tre outras melhorias. Todos os pedidos dos moradores são viáveis, principalmen-te a solicitação de um ca-minhão, que é essencial pa-ra eles escoarem a produção

- disse o secretário de Meio Ambiente, Antônio Xavier.

PISCICULTURAO encontro contou com a

presença da Associação dos Trabalhadores Rurais da Ser-ra do Piloto e a população local. Os principais anseios apresentados pelos produto-res foram o acompanhamen-to e assessoria técnica após os cursos; recuperação de estru-turas de estufas, recuperação da sede da associação; ani-mais para “puxar” a produ-ção e uma linha telefônica.

A possibilidade de im-plantação da piscicultura, com a criação do peixe ti-lápia, também foi apre-sentada aos moradores. O principal produto no Ru-bião é a banana. No entan-to, a Emater sugeriu ain-da fortificar o plantio do aipim, caqui e a produção leiteira. No próximo mês, a secretaria, a Emater e o Iterj retornam ao local pa-ra um novo encontro e pa-ra a apresentação dos pro-jetos aos moradores da Fa-zenda Rubião.

castro ouviu protesto de todos os lados

plenário lotado para discussão sobre a csa

Kabeça: representante local

Fotos thiago melo

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O FOCO Sexta-feira, 27 de maio de 20116

p o d e r

[Juliana torres][email protected]

[Jupy Junior][email protected]

Dar nome a uma escola é um processo que envol-ve os poderes Executivo e Legislativo. Quando a re-lação entre esses poderes não é boa, o processo de-sanda. Foi o que aconte-ceu com uma escola e du-as creches nos bairros Jar-dim Mar e Brisamar. São elas que geram polêmi-ca entre Prefeitura e Câ-mara e esquentam a bri-ga que agora se estende a uma publicação da capi-tal. O jornal Extra publicou nesta quinta-feira (26) ma-téria intitulada “A escola não existe, mas já tem alu-nos e professores”, assina-da por Matheus Vieira. Po-rém, a escola existe e não corre risco de ser fechada, como faz crer o texto.

SECRETáRIA QUER REGULARIZAÇÃOO FOCO ouviu a secretá-

ria de Educação de Itaguaí ainda nesta quinta-feira (26). Laudinice Brito afir-mou que a escolha do no-me da escola tem que par-tir da própria comunida-de, e que não se pode ho-menagear pessoas vivas.

[educação púBlica]

Educação sem nomeextra publica matéria alardeando fechamento de escola. motivo: briga entre câmara e prefeitura

Segundo ela, o nome su-gerido – Argentina Cou-tinho – foi sugestão das pessoas do bairro. Acon-tece que para regularizar a escola, a Câmara precisa aprovar um projeto envia-do pelo prefeito, com a do-cumentação que comprove a morte do homenageado.

Como Argentina Couti-nho morreu na década de 1980, e fora do município de Itaguaí, o documento não pode ser anexado à mensa-gem enviada pelo prefeito porque houve dificuldades na localização da família da homenageada, que fornece-ria o atestado de óbito. “A nós não interessa o nome, interessa que a escola seja regularizada junto ao Mi-nistério da Educação (MEC) a fim de, ano que vem, re-ceber recursos do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensi-no Fundamental e de Valo-rização do Magistério)” – explicou Brito.

Ela disse ainda que esse tipo de exigência nunca tinha sido feita pela Câ-mara, e que a escola não corre risco de fechar por causa do problema: “não há impedimento legal pa-ra o funcionamento da es-cola e das creches, é mes-mo uma questão de regu-

larização junto ao MEC” – esclareceu ela.

As escolas e creches, portanto, funcionam nor-malmente e não há ameaça de fechamento, conforme noticiado pelo Extra.

CÂMARA EXIGIU DOCUMENTOSO impedimento para a re-

gularização veio sim da Câ-mara, porém Carlos Kifer (PP) - presidente da Comis-são de Constituição e Justi-ça – explicou que, além do atestado de óbito, faltou a comprovação de que o no-me da escola foi realmen-te uma vontade da comu-nidade. “Faltou também um abaixo-assinado que ex-pressasse a vontade da po-pulação” – declarou. Kifer disse que a Câmara enviou ofício no dia 23 de feverei-ro pedindo os documen-tos e que o prefeito simples-mente ignorou a exigência e pendurou letreiro com o no-me na escola. “A documen-tação estava incompleta” – disse o parlamentar.

Kifer estranhou o fato da secretária Laudinice não enviar ofício para a Câma-ra antes de acionar o Mi-nistério Público por causa do problema.

CONTRADIÇÃOA omissão do prefei-

to em tempos de guerra declarada do “G7” tem consequências. A maté-ria publicada no Extra ge-rou dúvidas sobre a cre-dibilidade da publicação. A Câmara decidiu home-nagear o vice-presiden-te José Alencar ao nomear uma das creches que sus-citou a polêmica. Outros dois nomes serão levados à apreciação do plenário: creche Leonel Brizola e escola Senador Abdias do Nascimento. “Não há dú-vidas de que estas pes-soas são falecidas, então não haverá necessidade de atestado de óbito”.

Fica então a questão da escolha popular, uma vez que foi a Câmara quem de-cidiu os nomes, em detri-mento da votação da co-munidade que provocou a rejeição do processo envia-do pelo prefeito. Se o Po-der Executivo “passou por cima” do Legislativo, ago-ra o Legislativo dá o tro-co. Essa história, pelo jeito, ainda vai longe.

thiago melo

raphael melo

carlos Kifer protesta: “extra errou”

laudinice Brito: “o que importa é a regularização

[Jupy Junior][email protected]

Itaguaí vive novos tem-pos, é o que faz crer a quantidade de investimen-tos na cidade com a che-gada de várias empresas e indústrias. Com frequên-cia se ouve que a mão-de--obra local tem sido utili-zada pelas empresas pa-ra tocar projetos e obras, e que a falta de capacitação é um problema a ser resolvi-do. Iniciativas como os re-cém-inaugurados Cefet e Senai procuram corrigir a defasagem de pessoas es-pecializadas. Mas ainda há o fantasma da balança que pende mais para um lado: o do empregador, que na hora de preencher vagas decide-se por profissionais da capital em detrimento do trabalhador itaguaien-se. Este é o panorama tra-çado pelo vereador Abei-lard Goulart de Souza Fi-lho (“Abelardinho”, PDT).

CONTRAPARTIDAS“Sei que deveria partir

do executivo a iniciativa de defender o interesse do trabalhador, mas me sen-ti na obrigação de defen-der os interesses da classe no que tange a contrapar-tida social” – disse o verea-

[empregaBilidade]

de portas fechadasdor a O FOCO, ao final da última sessão da Câmara, na terça-feira (24). O parla-mentar se refere ao fato de que as empresas anunciam que vão aproveitar traba-lhadores de Itaguaí, mas que na prática tudo acon-tece de maneira diferente.

O vereador sugere que o Executivo estabeleça um percentual para aproveita-mento de mão-de-obra lo-cal, o que soa como “políti-ca de cotas”. Recentemente, o shopping PátioMix, inau-gurado há alguns meses, divulgou que emprega ci-dadãos de Itaguaí. Empre-sas como a LLX e a Thys-senKrupp-CSA (Compa-nhia Siderúrgica do Atlân-tico), idem. Mas para Abe-lardinho, mesmo que es-sas empresas efetivamente empreguem pessoas de Ita-guaí, em outros casos a si-tuação é diferente.

“MENTIRA”“É mentira” – disse o ve-

reador ao ser perguntado sobre a divulgação que as empresas fazem a respeito da contratação de profis-sionais locais. “Tive conta-to com encarregados e che-fes de RH, e eles deixaram claro que existe uma dis-criminação contra traba-lhadores de Itaguaí”. Abe-

lardinho mencionou que os profissionais locais se recusam a trabalhar aos domingos, o que não acon-tecem com os cariocas. Es-te seria um dos motivos pelos quais empresários e as políticas de RH das em-presas tendem a separar aqueles que moram na ci-dade dos outros.

O vereador sugere que uma lei a respeito dará su-porte a organizações de trabalhadores na cidade (como ONGs, sindicatos) para tentar fazer valer seus direitos na justiça.

EMPRESAS“Temos recebido de-

núncias de todas as em-presas, e a mais citada é a Enesa” – diz o parla-mentar sobre a constru-tora que emprega solda-dores, profissão que mui-tos moradores de Itaguaí têm capacitação. Em re-lação ao Cefet e ao Senai, Abelardinho destaca que muitos moradores de Ita-guaí não têm acesso a es-sas instituições. Outro ve-reador, Toni Coelho (PRP) corrobora seu colega e diz que a quantidade de alo-jamentos e pousadas lota-das demonstram a quanti-dade de trabalhadores de fora da cidade.

a enesa rebateu as declarações de abe-lardinho por meio da chefia de relações da thyssenKrupp-csa, empresa para quem a construtora presta serviços. a ene-sa atua nas obras de construção da co-queria, uma das unidades de produção da siderúrgica. a nota diz o seguinte: “segun-do informações de sergio rezende, res-ponsável pelas obras, a empresa empre-ga atualmente 970 funcionários na plan-ta. desse total, mais de 70% (730 funcio-nários) são moradores da região que en-globa santa cruz, itaguaí, mangaratiba,

itacuruçá, campo grande, muriqui e se-ropédica. apenas 240 funcionários não pertencem à região próxima à csa e mo-ram em alojamentos no entorno do com-plexo siderúrgico – são inclusive chama-dos de alojados. portanto, a informação é absolutamente incorreta.” a enesa, ainda de acordo com a nota emitida pela csa, diz que “não há, nunca houve e nun-ca haverá qualquer discriminação contra os trabalhadores que moram na região, tanto por parte da csa quanto de qual-quer um de seus fornecedores.”

abelardinho acusa empresas de preconceito contra trabalhador itaguaiense

[enesa reBate vereador]

abelardinho tem recebido denúncias de que candidatos de itaguaí são preteridos em processos seletivos das empresas instaladas no município

arQuivo o Foco

Page 7: O FOCO - Notícia com Nitidez - Ed. 99 - Versão Digital

Sexta-feira, 27 de maio de 2011 O FOCO 7

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O FOCO Sexta-feira, 27 de maio de 20118

[Jupy Junior][email protected]

Na briga entre a Pre-feitura e a Câmara de Ita-guaí, um novo e importan-te round começou: o pre-feito Carlo Busatto Júnior (“Charlinho”) interpelou, por meio dos seus advo-gados, seis vereadores pa-ra que eles respondam ju-dicialmente às acusações que vêm sendo proferidas na Câmara e na imprensa. O mandado de notificação obtido por O FOCO cita os vereadores Vicente Cicari-no Rocha (“Vicentinho” – PMDB, presidente da Câ-mara), Luis Antonio Viei-ra Coelho (Toni Coelho – PRP), Nisan César Reais dos Santos (PV), Luis Ro-berto de Jesus (“Beto da Reta” – PMDB), Carlos Eduardo Kifer Moreira Ri-beiro (PP) e Lenilson Paes Rangel (PR). O mandado, porém, não menciona o vereador Abeilard Goulart de Souza Filho (“Aberladi-nho” – PDT), um dos inte-grantes do grupo de oposi-ção na Câmara que tem si-do chamado de “G7”.

ACUSAÇÕES E PRÉ-CANDIDATOSO prefeito Charlinho

tem sido denunciado pe-lo “G7” de enriquecimen-to ilícito, improbidade (de-sonestidade) administrati-va, relacionamento suspei-to com empresas do muni-cípio, favorecimento de li-citações fraudulentas, sub-tração de informações e convênios viciados, dentre outras graves acusações. O plenário da Câmara Muni-cipal de Itaguaí tem sido

[legislativo x executivo]

O prefeito contra-atacacharlinho interpela vereadores judicialmente, e “esquece” abelardinho

palco de uma intensa cam-panha contra a adminis-tração atual, e está em an-damento uma CPI sobre o conjunto em Chaperó, pro-jeto da Prefeitura com a Caixa Econômica Federal. A Câmara enviou mais de cem requerimentos de in-formação (conforme maté-ria publicada em O FOCO na edição passada), gran-de parte deles encaminha-

dos ao prefeito. Na sessão da última terça-feira (24), o vereador Kifer, um dos integrantes do “G7”, afir-mou que a maioria das res-postas aos requerimentos é insatisfatória.

Os vereadores Abelar-dinho e Nisan César con-cederam entrevista a O FOCO nas edições 97 e 98. Ambos declararam--se pré-candidatos à su-

cessão de Charlinho, em 2012. Na ocasião, Nisan afirmou que o governo Charlinho é “o mais cor-rupto da história de Ita-guaí” e Abelardinho que “se desencatou com o prefeito a partir de 2009”.

ABELARDINHO POUPADOO vereador Abelardi-

nho, apesar de ser um dos integrantes do grupo de oposição, foi poupado da interpelação judicial mo-vida pelos advogados do prefeito. Fontes da Câmara afirmaram a O FOCO que o vereador é um dos favo-ritos para a sucessão de Charlinho. A omissão não foi explicada por nenhuma fonte da Prefeitura, porém os vereadores sugerem que trata-se de uma estra-tégia política (leia box).

O prazo para que os ve-readores respondam à in-terpelação é de 48 horas. O documento foi distribu-ído no Tribunal do Rio de Janeiro no dia 20 de abril, portanto, antes das entre-vistas dos vereadores pu-

blicadas em O FOCO. Os advogados do pre-

feito justificam a interpe-lação (pedido de explica-ções, a serem dadas a um juiz) com o artigo 144 do Código Penal: “se, de re-ferências, alusões ou fra-ses, se infere calúnia, di-famação ou injúria, quem se julga ofendido pode pe-dir explicações em juízo”. A principal motivação pa-ra o ajuizamento da inter-pelação foi a notícia-cri-me apresentada pela Câ-mara ao Procurador da Re-pública do Estado do Rio de Janeiro, cujo teor reflete o conjunto das acusações que têm sido feitas pelos vereadores, principalmen-te em plenário.

A reportagem telefonou para o gabinete do prefei-to para agendar uma en-trevista. Porém a secretária afirmou que Charlinho pe-diu para avisar a O FOCO que fez uma mini-cirurgia e por este motivo não com-parecerá à prefeitura nesta semana, mas que na próxi-ma ele receberá a equipe.

VICENTE ROCHA (PMDB) –“reagi naturalmente, o prefeito está no seu direito, mas acho que charlinho está fazendo isso porque é um lo-bista, quer mostrar que é honesto. ele está fazendo propaganda, não dá informações quando é cobrado e agora ataca a câmara. Quem não deve, não teme. a câmara está fazendo a sua parte. achei bom, quero mesmo falar em juízo e vou pedir ao meu advogado para falar

por mim mesmo. Quanto ao abelardinho, acho que o prefeito quer desestabilizar o ‘g7’, mas o vereador é companheiro nosso, e isso não vai nos abalar”.

CARLOS KIFER (PP) – “reagi naturalmente, é um direito que o prefeito tem [de se defender]. acho que é uma forma dele prestar uma satisfação à sociedade. ele está correto em fazer isso, é um procedimento normal. sobre o abelardinho, não sei o motivo da omissão”.

TONI COELHO, (PRP) – “eu reagi com bastante tranquilidade, porque temos condições de provar tudo o que foi dito. acho que o prefeito deu um tiro no pé e esqueceu o abelardinho de propósito, para causar um mal-estar dentro do grupo [“g7”], mas somos experientes e não nos abalamos com isso.”

nisan cÉsar (pv) –“o prefeito está dando um tiro no pé. achei ótima a interpelação, porque assim vamos conseguir um canal com a justiça para que o prefeito responda às perguntas que estão sem resposta na câmara. até lá, para mim ele é corrupto. se as respostas vierem e fo-

rem satisfatórias, até posso mais tarde dizer ‘me enganei’. Quanto ao abelardinho, o prefeito o poupou para não criar constrangimentos para

o seu candidato na campanha eleitoral do ano que vem. a interpelação poderia ser uma evidência de que charlinho atacou abelardinho, e isso pode não ser interes-sante para o candidato do prefeito nas próximas eleições.”

ABELARDINHO (PDT) – “não sei porque ele omitiu meu nome”.

[VEREADORES DO “G7” COMENTAM]

A Câmara de Itaguaí tem sido palco de uma intensa

campanha contra a administração atual, e está em andamento uma

CPI sobre o conjunto em Chaperó

shana reis

charlinho deliberadamente poupou abelardinho

[Jupy Junior][email protected]

“G7” X “G4”. O primeiro grupo é de oposição cerrada ao prefeito Charlinho. O se-gundo, minoria na Câmara, tenta impedir a aprovação da série de requerimentos de in-formação que têm sido expe-didos em praticamente todas as sessões do ano até agora. Sempre vencidos, o “G4” le-vou a melhor na sessão do dia 26: aproveitaram-se das ausências de dois vereado-res e conseguiram impedir o prosseguimento da sessão por falta de quorum (número

[o outro grupo]

Batida em retiradanecessário para aprovação).

O “G4” – composto pe-los vereadores Silas Cabral (PV), Marcio Pinto (DEM), Roberto Lucio Guimarães (PSDC) e Jorginho “do Char-linho” (PV) – abandonou o plenário devido a insistên-cia do vereador Carlos Ki-fer (PP) em submeter aos de-mais parlamentares a ques-tão do problema do nome de uma escola em Itaguaí (ler na matéria da página 6).

“CAVALEIROS DO APOCALIPSE”Com frequência Silas, Jor-

ginho, Márcio e Roberto são

chamados ironicamente de “quatro cavaleiros do apoca-lipse”. Alguns membros do “G7” também fazem alusões à ausência constante de Jorgi-nho, e acaba sendo divertido ver os vereadores do “G4” no “senta-e-levanta” que se tor-nou uma rotina. Levantar-se caracteriza voto contrário à aprovação dos requerimen-tos expedidos à Prefeitura. O grupo “G4” não faz outra coisa senão votar sistematica-mente contra os colegas.

MANOBRA POLÍTICASilas cumprimentou em

tom amigável Nisan Cé-

sar (PV), e foi o primeiro a abandonar. Foi seguido pe-los demais integrantes do “G4”. Trata-se de uma nova estratégia política para ten-tar barrar o movimento de “marcação cerrada” ao pre-feito que tem sido executa-do pelo “G7”. A maioria de 7 contra 4 é sempre favorá-vel ao grupo de oposição. Porém, no dia 26 a ausência de dois integrantes permitiu a manobra. Talvez seja difí-cil repetir a estratégia, po-rém, o “G4” promete man-ter a separação na Casa Le-gislativa. É a fidelidade ao prefeito que fala mais alto.

“g4” abandona sessão e câmara fica sem quorum

thiago melo

silas cumprimenta nisan e deixa o plenário: manobra política

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Sexta-feira, 27 de maio de 2011 O FOCO 9

[Jupy Junior][email protected]

Na guerra entre e Câma-ra e a Prefeitura, a “CPI das Casinhas” – como tem sido chamada a Comissão Par-lamentar de Inquérito que investiga os conjuntos Tur-malina, Topázio e Esmeral-da, em Chaperó – ocupa posição de destaque. O ve-readores do “G7” que con-duzem os trabalhos - em especial Nisan César Reis dos Santos (PV), Luis Ro-berto de Jesus (“Beto da Re-ta” – PMDB) e Carlos Edu-ardo Kifer Moreira Ribei-ro (PP) - constatam uma sé-rie de contradições entre os depoimentos dos convoca-dos Jack Fernandes (secre-tário de Obras de Itaguaí), os engenheiros da mesma secretaria (Alexandre No-voa e Marcos Túlio) e a as-sistente social Silvia Keiko.

NEGATIVASOs engenheiros Alexan-

dre Novoa e Marcos Túlio foram convocados após o depoimento do secretário de Obras Jack Fernandes na mesma CPI, algumas semanas atrás. Novoa e

[Jupy Junior][email protected]

“Vereadores, o povo não entende porque vocês não mostram as vísceras desse governo corrupto” – escre-ve o pastor Aramis Brito, autor de “Palavra do Pas-tor”, folheto com tiragem de 5 mil exemplares que circula em vários pontos da cidade. Brito é um su-jeito de opinião. E em na-da lembra a oratória carac-terística dos pastores que se costuma seguir, ouvir ou criticar. Ele atua no Pro-jeto Água da Vida – este é o nome da igreja protes-

Um ser políticoaramis Brito, pastor, tem o dom da palavra

[ponto convergente]

tante, inspirada em Lute-ro, que há 20 anos lhe ser-ve de apoio de atuação – e mora em Itaguaí. Tem 46 anos e, para ele, a Bíblia é uma referência e a política é fruto do ensino teológico ao qual se submeteu. Ara-mis não mede palavras, e seu dom é o da oposição.

COLUNISTA EXILADOBrito exercita hoje nos

folhetos a coluna que man-teve durante sete anos em um jornal na Cidade do Porto. Há dois anos sua permanência na publica-ção se tornou impossível. Segundo ele, por razões políticas. Esse exílio nun-ca o acomodou, e amigos distribuem o folheto pro-vocativo em feiras livres, bancas, lojas etc. O gover-no municipal em uma pa-lavra?: “corrupto” – dispa-ra ele, sem hesitação.

Brito explica que seu pa-pel é gerar consciência po-lítica contra um modelo centralizador, contra uma

“monarquia democráti-ca”. Associa o fenômeno da idolatria aos políticos locais ao coronelismo, à compra de votos, à indigência do povo, que, por precisar de tanto, enxerga nos políticos viciados pelo sistema como única solução para suas ne-cessidades mais premen-tes. A velha história dos ri-cos que exploram pobres, a perversidade nítida na his-tória política do país.

TERCEIRA OPÇÃO“Sou um otimista” – es-

clarece Aramis, a despei-to das suas palavras du-ras. Ele também entende a

“idolatria” – pessoas que choram com discursos de vereadores e prefeitos, que se espremem contra os púl-pitos para conseguir uma foto, a celebrização do ho-mem público – como mero interesse financeiro. É ta-xativo ao afirmar que a Ex-po – festa popularíssima na cidade – é a manifestação do “pão e circo”: dê ao po-vo o que ele quer para que ele esqueça que os rouba-

mos. Algo assim. Algo sim-ples e amargo assim.

Sua determinação (marxis-ta?) em expor as dificuldades do povo da sua cidade, por meio do seu panfleto assina-do, é a demonstração de uma coragem sem precendentes. Já recebeu telefonemas anô-nimos com “conselhos” para diminuir o tom. Mas ele, ao contrário, só aumenta.

“Posso ser uma terceira opção” – afirma, ao anali-

sar a sucessão do prefeito. Assim ele se coloca, mais um pré-candidato ao co-mando executivo da cida-de. Longe demais da ad-ministração atual e com restrições ao movimento imediatamente contrário – porém organizado e com nomes específicos na Câ-mara – Aramis se dispõe a ser mais uma peça no in-trincado jogo político. Sem meias palavras. Sempre.

[legislativo x executivo]

Engenharia confusa“cpi das casinhas” investiga acompanhamento das obras da prefeitura e constata contradições

o vereador carlos Kifer (pp) levantou dúvidas so-bre a construção do parque municipal, em área pró-xima ao local onde se realiza a tradicional expo. se-gundo ele - que citou o contrato firmado entre a pre-feitura e a llx (do empresário eike Batista) em junho de 2010 - a obra, no valor de r$ 20 milhões, tem prazo para ficar pronta em 15 meses. “o pagamento é feito diretamente à empreiteira contratada” – citou o vereador, ao ler o contrato. e reiterou que a lytorâ-nea, mais uma vez, venceu a licitação para a cons-trução do parque. “Faltam apenas cinco meses para entregar a obra e acredito que nem metade dela está pronta” – disse Kifer.

Os vereadores insis-tiram em fazer pergun-tas relativas à construto-ra Lytorânea – respon-sável pela execução das obras – e pela participa-ção dos engenheiros no empreendimento. Ni-san César (PV) declarou a O FOCO que os vere-adores ficaram “atôni-tos” com as negativas dos engenheiros e com as declarações de que eles não tiveram conhe-cimento sobre as obras do Parque Municipal (em construção) e sobre a duplicação da RJ-99.

O depoimento de Sil-via Keiko, assistente social, também ressal-

tou contradições ao de-clarar que foi a Caixa Econômica quem sele-cionou as famílias con-templadas com as ca-sas dos conjuntos habi-tacionais, e não a pró-pria prefeitura.

Durante os depoi-mentos, os vereadores comentaram mais uma vez achar “estranho” o fato de nenhuma das obras da prefeitura dis-por de placas informa-tivas sobre custos e en-genheiros responsáveis e também pelo fato da Lytorânea ser pratica-mente a única empresa a vencer quase todas as licitações municipais.

lytorânea, menção constante

Túlio foram ouvidos pelos vereadores na segunda--feira (23). Além das per-guntas sobre as obras dos conjuntos habitacionais, os vereadores interroga-ram os engenheiros sobre outras empreendidas pe-la Prefeitura e alguns dos contratos celebrados com as empresas Thyssen-CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) e LLX Logís-tica.

Jack Fernandes declarou aos vereadores, por oca-sião do seu depoimento, que Alexandre e Marcos – os dois únicos engenhei-ros da secretaria, além do próprio secretário – foram responsáveis pelo acom-panhamento das obras dos conjuntos habitacionais in-vestigados pela CPI. Am-bos negaram. Alexandre disse que foi responsável somente pelo orçamento e Marcos que apenas provi-denciou a documentação necessária para a licitação.

A reportagem procurou o secretário Jack Fernandes diversas vezes para uma en-trevista, deixou recados, po-rém até o fechamento desta edição não obteve retorno.

[o parQue das dúvidas]

thiago melo

O secretário declarou que os dois engenheiros foram responsáveis pelo acompanhamento das obras, porém ambos negaram

Jupy Junior

Jupy Junior

alexandre nega perante cpi que acompanhou obras

parque municipal: r$ 20 milhões e prazo exíguo

aramis, pastor da igreja “Água da vida”: política teológica

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O FOCO Sexta-feira, 27 de maio de 201110

e s p o r t e s

[ana carolina Brandão][email protected]

Desde o começo do cam-peonato carioca O FOCO acompanha o desempenho do representante da Costa Verde, o Grêmio Mangara-tibense, através de informa-ções cedidas pela assesso-ria de comunicação da pre-feitura. Porém, esta sema-na a redação não recebeu o texto sobre o jogo do último domingo (22). Mas segun-do publicações do site “Papo Esportivo” (papoesportivo.com) o Grêmio venceu, por 1 a 0, o Arraial do Cabo. A par-tida foi no estágio Figueira de Mello, em São Cristóvão.

O time jogou fora de casa, mas o bom desempenho dos jogadores mostrava que eles estavam bastante à vontade em campo. A equipe como um todo estava muito bem,

[FuteBol]

A rede balançagrêmio mangaratibense, mais uma vez, vence fora de casa

e com as boas arrancadas de contra-ataque. O meia, Acos-ta, fez o gol que resultou na vitória. De acordo com o si-te, o jogo foi disputado com portões fechados, e não con-tou com o apoio da torcida.

A ARRANCADAAos 11 minutos do pri-

meiro tempo o meia Acos-ta, após cobrança de es-canteio, marca o primeiro e único gol da partida. A equipe do Grêmio ainda criou várias chances de gol, mas o goleiro adver-sário, inspirado, evitou a goleada. Com a vitória, aumentaram as chances do Grêmio se classificar para a terceira fase da sé-rie C do Cariocão. Até o fechamento dessa edição, o jornal não recebeu in-formações sobre o próxi-mo jogo do time.

[Juliana torres][email protected]

Matheus Cesar Cunha da Silva Freitas, 10 anos, já tem um currículo invejá-vel. Desde os três anos pra-tica um esporte difícil, cujo principal adversário é a lu-ta contra tempo, que precisa ser cada vez menor. Mesmo já tendo pensado em desis-tir, o pequeno atleta de Ita-guaí hoje é uma promessa. A última conquista de Ma-theus foi há menos de uma semana, em um torneio de natação realizado no Colé-gio Naval, em Angra dos Reis. A competição, organi-zada pela Federação Aquá-tica do Estado do Rio de Ja-neiro (FARJ), rendeu o pri-meiro lugar na categoria na-do peito e o segundo nas ca-tegorias 100 m livre e 50 m costas e borboleta.

[natação]

Braçadas para o futuroatleta mirim de itaguaí se destaca na natação

A grande inspiração do atle-ta mirim é César Cielo, cam-peão mundial dos 50m livre. Os torneios em que Cielo par-ticipa são “aulas” para meni-no, que vibra a cada vitória de seu ídolo. E para ser como o campeão, Matheus treina bas-tante. Seu professor Luiz Antô-nio tem apostado na melhora do desempenho do garoto. O objetivo é aumentar a coleção de medalhas.

MEDALHASMatheus começou a com-

petir aos oito anos de idade. Apesar da pouca idade, ele acumula três medalhas de ouro, 15 de prata, 10 de bron-ze e 11 de participações. To-das conquistadas em um ano e meio. Matheus é mais um menino-prodígio do espor-te. Sinal de que a relação es-porte-família-sociedade nun-ca fez mal a ninguém.

divulgação

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Sexta-feira, 27 de maio de 2011 O FOCO 11o

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O FOCO Sexta-feira, 27 de maio de 201112