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pedro-simao
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Genética
Nós e os outros
A cada espécie de seres vivos corresponde um conjunto de características
próprias que se distinguem.
Hoje, graças ao desenvolvimento da ciência, Biologia Molecular e da
Genética, temos novas respostas a perguntas antigas.
Em psicologia tem-se vindo a desenvolver uma área específica – Genética do
Comportamento – que investiga as influências hereditárias na forma de ser e de se
comportar dos indivíduos.
Agentes responsáveis pela transmissão hereditária
Muitos aspectos dos seres humanos são transmitidos por hereditariedade.
Muitas das nossas características, quer em termos da nossa constituição física, quer
em termos do nosso comportamento, são herdados, já nascem connosco.
Cada pessoa tem seus próprios cromossomas, ADN e genes, ou seja, a sua
própria cadeia genética e é isso que contribui para a descodificação do genoma
humano.
No começo…
O óvulo e o espermatozóide: cada um de nós resultou da sua junção que
gerou uma célula: o ovo. São precisamente células reprodutoras responsáveis pela
hereditariedade.
O ovo, é assim, a primeira célula que constitui o indivíduo. Esta célula vai
dividir-se em duas, que por sua vez se subdividirão até gerar o organismo – mitose.
Este processo de divisão celular está na base da produção das células novas
que também têm por função substituir as que morrem. É, portanto um processo que
está subjacente ao crescimento e desenvolvimento do indivíduo ao longo da sua
vida.
Cromossomas e herança genética
Os seres humanos, são constituídos por células que apresentam uma
organização completa – núcleo. É no interior deste que se encontra a informação
genética responsável pelas características de cada espécie e de cada indivíduo.
No período de divisão celular, é possível observar longos filamentos
enrolados – cromossomas. Estes são constituídos quimicamente por ADN e por
proteínas. Os cromossomas constituem o suporte dos genes. São as estruturas mais
importantes das células, uma vez que são responsáveis pela transmissão de
informação hereditária.
As células de um organismo da mesma espécie têm o mesmo número de
cromossomas (menos os sexuais). O número e a forma dos cromossomas são
característicos de cada espécie, sendo designado por cariótipo.
Cromossomas sexuais
Geralmente os cromossomas numa célula organizam-se em pares
semelhantes, dois a dois, excepto o par de cromossomas sexuais.
A espécie humana tem 23 pares de cromossomas: 22 são comuns aos dois
sexos. O par 23, o par cromossoma sexual é distinto.
Homem – XY Mulher - XX
Concluindo o pai é que define o sexo da criança.
ADN – componentes e estruturas
Dois cientistas apresentaram um modelo tridimensional para a estrutura do
ADN. Segundo estes cientistas, cada molécula de ADN assemelha-se a duas cadeias
enroladas em hélice – dupla hélice.
Os degraus da escada são constituídos por 4 bases azotadas: adenina (A),
timina (T), guanina (G) e citosina (C).
Estas bases estão ligadas duas a duas; A-T G-C.
A cada conjunto formado por uma desoxirribose, uma molécula de ácido
fosfórico e uma base azotada dá-se o nome de nucleótido. Este constitui a unidade
básica do ADN.
É o número e a sequência dos nucleótidos que definem as características de
cada ser vivo. Um dos maiores desafios da ciência consiste na análise da estrutura
do ADN, com o objectivo de se construir um mapa com a posição dos cromossomas
que constituem os genes humanos – genoma humano.
Genes
Segmentos de ADN com um determinado número de nucleótidos e com uma
ordem própria constituem uma unidade de linguagem química – gene. O gene é um
segmento de um cromossoma a que corresponde um código distinto, uma
informação para produzir uma determinada proteína ou controlar uma
característica.
Um cromossoma contém vários genes que são responsáveis por todas as
características físicas do indivíduo. Os genes não actuam isolados, cooperam entre
si, influenciando-se.
Nos últimos anos têm-se desenvolvido investigações para identificar o
genoma, isto é, o conjunto de genes que constituem o ser humano.
De facto o que distingue os seres humanos de outros seres vivos é a grande
complexidade das associações entre os genes.
Um cromossoma de cada par é transmitido pela mãe e outro pelo pai, dai
que todos os seres humanos dispõem de duas variações de cada gene. Os
cromossomas, com forma e estruturas idênticas, dizem-se cromossomas
homólogos. Em cada par de cromossomas homólogos existem genes com
informação para o mesmo carácter, isto é, situados no mesmo locus – são
designados por genes alelos: o alelo é herdado da mãe e outro do pai.
Quando os alelos têm informação igual os indivíduos são homozigóticos,
quando a informação é contrastante chamam-se heterozigóticos.
Diz-se que um gene é dominante quando produz efeito mesmo presente
num só alelo. E diz-se recessivo quando apenas faz efeito quando presente nos dois
alelos.
A constituição genética de um individuo para um determinado carácter e constitui o
genótipo do individuo, o modo como o genótipo se vai manifestar no indivíduo
corresponde ao fenótipo: o fenótipo resulta da expressão do genótipo em
interacção com o ambiente.
Genes de desenvolvimento
Ora, os genes não constituem estruturas homogéneas, isto é, não são todos
iguais e não têm todos a mesma relevância. Têm diferentes importâncias.
Os genes de desenvolvimento, que codificam a forma do organismo
definindo, por exemplo, a pertença a uma dada espécie. São estes genes que
desenham o padrão do organismo. São por isso, designados também por “genes
arquitectos” dado que a sua expressão permite construir o indivíduo.
Apesar de a natureza não mudar, podem originar novos órgãos como
consequência de mutações.
Estes genes desempenham um papel decisivo nas etapas de construção do
cérebro. Pensa-se que estão envolvidos no prolongamento da construção do
cérebro, isto explica um órgão desenvolver-se até à morte.