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CYPHERPUNKS Boitempo, 190 págs., R$ 29. Tradução de Cristina Yamagami. AUTOR: Andy Müller-Maguhn, Jacob Appelbaum, Jérémie Zimmermann e Julian Assange, editor-chefe do WikiLeaks, site que nos últimos anos tem revelado documentos secretos de países como os Estados Unidos. TEMA: A liberdade e o futuro da internet em debates com quatro contesta dores da censura online. O termo cypherpunks, equivalente a "criptopunk" em português, refere-se aos indivíduos que promovem batalhas digitais empregando a criptografia (escrita codificada). POR QUE LER: Concordando ou não com os métodos dos cypherpunks, vale analisar as motivações de um grupo que tem recebido apoio de simpatizantes e de um provável número crescente de novos membros. PRESTE ATENÇÃO: Em como os quatro debatedores veem os perigos do uso de telefonia celular e da internet por usuários comuns, que podem estar sob vigilância ou controle do governo. E na crítica feita aos monopólios (pág. 99). TRECHO: "Então tivemos uma grande manifestação pública para protestar contra essa legislação, eo Google, a WikiQedia e várias outras organizações acabaram se unindo aos protestos. (...) AquilO me etetrotirou, porque de repente o Google se viu como um ator político, e não como um mero distribuidor de informações". (pág. 94) o HOMEM COMO INVENÇÃO DE SI MESMO José Olympio, 80 págs., R$ 29,90. AUTOR: O poeta e ensaísta maranhense Ferreira Gullar nasceu em 1930, em São Luís. Publicou A Luta Corporal, Poema Sujo, Barulhos, Cidades Inventadas e Argumentação contra a Morte da Arte, entre outras obras. TEMA: Monólogo teatral em que o personagem Vincenzo desenvolve a tese presente no título da peça, "a teoria que consiste em afirmar que a vida é inventada e que nós mesmos nos inventamos". POR QUE LER: Pela maneira bem-humorada com que se simplificam conceitos e passam-se a limpo ideias consagradas, que vão desde dogmas da Igreja Católica à visão acerca do legado de Shakespeare. PRESTE ATENÇÃO: Nas passagens em que o protagonista aproxima o chamado "homem comum" de qualquer personagem literário. Todos seriam únicos em complexidade e na sua composição original. TRECHO: "A arte não é a vida, o teatro não tem que ser cópia da vida. Toda obra, seja uma composição musical, um quadro, um poema, tem uma ordem própria, que não é a da vida. Tem que ter intensidade, síntese, força expressiva ... A maior parte da vida não tem nada disso. Escorre à toa, frouxa, sem interesse ..." (pág. 43) O ARCO E A LIRA Cosac Naify/Fondo de Cultura Económica, 352 págs., R$ 69. Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht. AUTOR: O poeta e ensaísta mexicano Octavio Paz (1914- 1998) ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 1990. Escreveu, entre outros livros, Os Filhos do Barro, O Labirinto da Solidão e Salamandra. TEMA: Um ensaio sobre a arte poética. Trata-se de uma "reflexão sobre a poesia e sobre os diferentes modos como se manifesta a faculdade poética". Paz procura responder a perguntas que o intrigavam, como por que os homens escrevem poemas e qual o sentido dessa obstinação. POR QUE LER: Pelas questões e respostas profundas a que o poeta se lança. O autor pensa igualmente em um tema caro para sua produção: qual o papel da poesia hispano-americana na tradição do Ocidente. PRESTE ATENÇÃO: No capítulo A Nova Analogia: Poesia e Tecnologia (pág. 319). Paz aponta, nesse texto de 1967, que a técnica muda a poesia, mas sem ferir sua natureza. Pelo contrário, conduz à sua origem. TRECHO: "O mundo dos heróis e dos deuses não é diferente daquele dos homens: é um cosmos, um todo vivo no qual o movimento se chama justiça, ordem, destino. O nascer eo morrer são as duas notas extremas desse concerto ou harmonia viva e entre ambas aparece a figura perigosa do homem". (pág. 206) VENCECAVALO E O OUTRO POVO Alfaguara, 160 págs., R$ 36,90. AUTOR: O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro nasceu em 1941, em Itaparica. Entre seus livros, estão Viva o Povo Brasileiro, Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto e O Rei da Noite. TEMA: Publicados em 1974, cinco contos que parecem contar com um personagem comum e constituem uma sátira política. Em um país fictício e em meio a um clima absurdo, corrupção, desmandos de governantes, brutalidade e alienação povoam as histórias. POR QUE LER: Pelo humor que tão bem caracteriza os textos de João Ubaldo Ribeiro. Pensando no momento histórico de sua primeira publicação e no desta nova edição, a obra reflete uma crise de costumes no Brasil. PRESTE ATENÇÃO: Nas paródias mais explícitas da coletânea: a do descobrimento do Brasil (em Tombatudo Santos Bezerra) e a do mistério acerca de um atentado ao presidente dos Estados Unidos sob investigação (em Abusado Santos Bezerra). TRECHO: "Senhores - disse ele, com a voz combalida - sou obrigado a concluir que, se a nossa pobre nação, por tanto tempo sustentada pelo pecado e pela corrupção, se recusa a ouvir a voz da razão, do bom senso e da elevação espiritual, somos obrigados a forçá-Ia". (pág. 112) 02/2013 www.bravonline.colT

o HOMEM COMO O ARCO EA LIRA - Blog da Boitempo – Aqui … · 2013-02-15 · CYPHERPUNKS Boitempo, 190 págs., R$ 29. Tradução de Cristina Yamagami. AUTOR: Andy Müller-Maguhn,

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CYPHERPUNKSBoitempo, 190 págs., R$ 29.Tradução de Cristina Yamagami.

AUTOR: Andy Müller-Maguhn,Jacob Appelbaum, JérémieZimmermann e Julian Assange,editor-chefe do WikiLeaks,site que nos últimos anos temrevelado documentos secretos depaíses como os Estados Unidos.

TEMA: A liberdade e o futuro dainternet em debates com quatrocontesta dores da censuraonline. O termo cypherpunks,equivalente a "criptopunk"em português, refere-se aosindivíduos que promovembatalhas digitais empregando acriptografia (escrita codificada).

POR QUE LER: Concordandoou não com os métodos doscypherpunks, vale analisar asmotivações de um grupo que temrecebido apoio de simpatizantese de um provável númerocrescente de novos membros.

PRESTE ATENÇÃO: Em como osquatro debatedores veem osperigos do uso de telefoniacelular e da internet porusuários comuns, que podemestar sob vigilância ou controledo governo. E na crítica feita aosmonopólios (pág. 99).

TRECHO: "Então tivemos umagrande manifestação pública paraprotestar contra essa legislação,e o Google, a WikiQedia e váriasoutras organizações acabaramse unindo aos protestos. (...)AquilO me etetrotirou, porquede repente o Google se viucomo um ator político, e nãocomo um mero distribuidor deinformações". (pág. 94)

o HOMEM COMOINVENÇÃO DE SI MESMOJosé Olympio, 80 págs.,R$ 29,90.

AUTOR: O poeta e ensaístamaranhense Ferreira Gullarnasceu em 1930, em São Luís.Publicou A Luta Corporal,Poema Sujo, Barulhos, CidadesInventadas e Argumentaçãocontra a Morte da Arte, entreoutras obras.

TEMA: Monólogo teatral emque o personagem Vincenzodesenvolve a tese presente notítulo da peça, "a teoria queconsiste em afirmar que a vidaé inventada e que nós mesmosnos inventamos".

POR QUE LER: Pela maneirabem-humorada com quese simplificam conceitos epassam-se a limpo ideiasconsagradas, que vão desdedogmas da Igreja Católica àvisão acerca do legado deShakespeare.

PRESTE ATENÇÃO: Nas passagensem que o protagonistaaproxima o chamado "homemcomum" de qualquerpersonagem literário. Todosseriam únicos em complexidadee na sua composição original.

TRECHO: "A arte não é a vida,o teatro não tem que ser cópiada vida. Toda obra, seja umacomposição musical, um quadro,um poema, tem uma ordemprópria, que não é a da vida.Tem que ter intensidade, síntese,força expressiva ... A maiorparte da vida não tem nadadisso. Escorre à toa, frouxa, seminteresse ..." (pág. 43)

O ARCO E A LIRACosac Naify/Fondo de CulturaEconómica, 352 págs., R$ 69.Tradução de Ari Roitman ePaulina Wacht.

AUTOR: O poeta e ensaístamexicano Octavio Paz (1914-1998) ganhou o Prêmio Nobel deLiteratura de 1990. Escreveu, entreoutros livros, Os Filhos do Barro, OLabirinto da Solidão e Salamandra.

TEMA: Um ensaio sobre a artepoética. Trata-se de uma"reflexão sobre a poesia esobre os diferentes modoscomo se manifesta a faculdadepoética". Paz procura respondera perguntas que o intrigavam,como por que os homensescrevem poemas e qual osentido dessa obstinação.

POR QUE LER: Pelas questõese respostas profundas a que opoeta se lança. O autor pensaigualmente em um tema caropara sua produção: qual o papelda poesia hispano-americana natradição do Ocidente.

PRESTE ATENÇÃO: No capítuloA Nova Analogia: Poesia eTecnologia (pág. 319). Pazaponta, nesse texto de 1967, quea técnica muda a poesia, massem ferir sua natureza. Pelocontrário, conduz à sua origem.

TRECHO: "O mundo dos heróis edos deuses não é diferente daqueledos homens: é um cosmos, umtodo vivo no qual o movimentose chama justiça, ordem, destino.O nascer e o morrer são as duasnotas extremas desse concertoou harmonia viva e entre ambasaparece a figura perigosa dohomem". (pág. 206)

VENCECAVALOE O OUTRO POVOAlfaguara, 160 págs., R$ 36,90.

AUTOR: O escritor baiano JoãoUbaldo Ribeiro nasceu em 1941,em Itaparica. Entre seus livros,estão Viva o Povo Brasileiro,Sargento Getúlio, O Sorriso doLagarto e O Rei da Noite.

TEMA: Publicados em 1974,cinco contos que parecemcontar com um personagemcomum e constituem umasátira política. Em um paísfictício e em meio a um climaabsurdo, corrupção, desmandosde governantes, brutalidade ealienação povoam as histórias.

POR QUE LER: Pelo humor quetão bem caracteriza os textos deJoão Ubaldo Ribeiro. Pensandono momento histórico de suaprimeira publicação e no destanova edição, a obra reflete umacrise de costumes no Brasil.

PRESTE ATENÇÃO: Nas paródiasmais explícitas da coletânea:a do descobrimento do Brasil(em Tombatudo SantosBezerra) e a do mistério acercade um atentado ao presidentedos Estados Unidos sobinvestigação (em AbusadoSantos Bezerra).

TRECHO: "Senhores - disseele, com a voz combalida - souobrigado a concluir que, se anossa pobre nação, por tantotempo sustentada pelo pecado epela corrupção, se recusa a ouvira voz da razão, do bom senso eda elevação espiritual, somosobrigados a forçá-Ia". (pág. 112)

02/2013 www.bravonline.colT

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