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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 678 Agosto de 2010 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec O Espiritismo na visão de Nehemias Marien Arnaldo Costeira, presidente da federativa portuguesa, fala sobre o movimento espírita no país Arnaldo Carvalhais da Silveira Costeira (foto) , espírita desde 1976, é o atual presidente da Fe- deração Espírita de Portugal (FEP). Coronel do Exército Português, com Licenciatura em Ciências Mi- litares, tem dois livros publicados, sendo um deles sobre temática es- pírita. Natural de Lamego, o con- frade reside atualmente em Viseu. Além da presidência da Federa- tiva nacional, Costeira preside a As- sociação Social Cultural Espiritua- lista de Viseu e é, também, diretor do Jornal Espírita, editado pela FEP. Em entrevista ao nosso colabo- rador Orson Peter Carrara, de Matão- SP, o confrade fala sobre o movimen- to espírita em Portugal, suas dificul- dades e problemas, bem como sobre sua iniciação no Espiritismo. Quanto às atividades espíritas no continente europeu, ele lembra que os nacionais desses países es- tão ainda muito distantes da Dou- trina, mesmo na França, a Pátria de Kardec. “Verifica-se – diz ele – a pouca divulgação doutrinária na língua desses países, pelo que tudo está bastante atrasado nesse parti- cular.” Pág. 3 Autor do livro Transcendência e Espiritualidade, o pastor Nehemi- as Marien foi uma das grandes es- trelas em todas as edições do En- contro para a Nova Consciência de que participou, evento esse que se caracterizou pelo caráter ecumênico e pela abertura que possibilitou ao necessário diálogo que deve ser mantido pelas diferentes religiões existentes no País. Pastor sensível e carismático, Marien tinha uma mentalidade holística e jamais re- ceou assumir sua mediunidade, seu pensamento sobre a reencarnação, além de ter aberto espaço para pre- gação da Doutrina Espírita em sua igreja. Págs. 8 e 9 Encontro Estadual de Comunicação Social começa dia 14 Nos dias 14 e 15 de agosto rea- liza-se em Curitiba o VII Encon- tro Estadual de Comunicação So- cial Espírita. O evento terá início às 9h da manhã de sábado (dia 14) e encerramento previsto para 12 horas do domingo (dia 15). A co- ordenação será de Merhy Seba, coordenador da Área de Comuni- cação Social Espírita das Comis- sões Regionais do Conselho Fede- rativo Nacional, especialmente convidado para a tarefa. Serão abordados os fundamentos gerais da Comunicação Social Espírita e a construção de uma plataforma para elaboração de projetos regio- nais de comunicação. Pág. 11 Realizada com sucesso a 19ª Semana Espírita em Londrina Promovida pela União das Sociedades Espíritas de Londri- na - USEL, realizou-se no mês passado a 19ª Semana Espírita de Londrina, que trouxe à região fi- guras importantes e nacionalmen- te conhecidas no meio espírita, como os conferencistas e escri- tores Richard Simonetti, Orson Peter Carrara e Emanuel Cristia- no (fotos). Participaram também do Crônicas de Além-Mar ................................. 12 De coração para coração ................................ 4 Divaldo responde .......................................... 15 Editorial .......................................................... 2 Édo Mariani .................................................. 15 Emmanuel ....................................................... 2 Espiritismo para as crianças ......................... 14 Estudando a série André Luiz ........................ 5 Eugênia Pickina ............................................ 12 Grandes vultos do Espiritismo ....................... 7 Histórias que nos ensinam ............................ 13 Jane Martins Vilela ....................................... 13 Joanna de Ângelis ........................................... 2 José Soares Cardoso ..................................... 15 José Viana Gonçalves ................................... 12 Juliana Demarchi .......................................... 10 Marcel Gonçalves ......................................... 15 Palestras, seminários e outros eventos ......... 11 Ricardo Baesso de Oliveira ............................ 7 Wellington Balbo .......................................... 13 Ainda nesta edição A opinião d´ O Imortal A chamada doutrina- ção dos Espíritos surgiu no âmbito do Espiritis- mo algum tempo depois da publicação d´O Livro dos Médiuns e sua ori- gem devemo-la a um dos grandes vultos do movimento espírita francês, contemporâneo de Kardec: o Sr. Dombre, da cidade de Marmande. O objetivo da doutrinação ou do es- clarecimento, como pre- fere André Luiz, é ori- entar a mente do comunicante para que este alcance luz e paz, entregando-se a Jesus. Mas a tarefa não é fácil. Editorial, pág. 2 evento outros renomados pales- trantes como os confrades Jorge Hessen, José Antônio Vieira de Paula, Irvênia Prada, Dilermando Massei, Célia Xavier de Camargo e Osny Galvão. O tema geral do evento foi “Qualidade de Vida e Imortalida- de”, mas a Semana Espírita não se limitou aos seminários e palestras, visto que, no mesmo período e lo- cal, realizaram-se a 10ª Semani- nha Espírita e a 6ª Noite Cultural. O público compareceu em grande número ao Centro Espíri- ta Nosso Lar, em todas as noites, perfazendo um total de 2,8 mil pessoas, além das 223 crianças atraídas pela Semaninha Espíri- ta. Pág. 16 Público presente numa das noites Orson Peter Carrara Arnaldo Costeira

O IMORTAL - oconsolador.com.br · Autor do livro Transcendência e Espiritualidade , o pastor Nehemi- ... Um minuto com Joanna de Ângelis Diante de quem te enganou, traindo a tua

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 678 Agosto de 2010 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

O Espiritismo na visãode Nehemias Marien

Arnaldo Costeira, presidente da federativa portuguesa,fala sobre o movimento espírita no país

Arnaldo Carvalhais da SilveiraCosteira (foto), espírita desde1976, é o atual presidente da Fe-deração Espírita de Portugal (FEP).Coronel do Exército Português,com Licenciatura em Ciências Mi-litares, tem dois livros publicados,sendo um deles sobre temática es-pírita. Natural de Lamego, o con-frade reside atualmente em Viseu.

Além da presidência da Federa-tiva nacional, Costeira preside a As-sociação Social Cultural Espiritua-lista de Viseu e é, também, diretordo Jornal Espírita, editado pela FEP.

Em entrevista ao nosso colabo-rador Orson Peter Carrara, de Matão-SP, o confrade fala sobre o movimen-to espírita em Portugal, suas dificul-dades e problemas, bem como sobresua iniciação no Espiritismo.

Quanto às atividades espíritasno continente europeu, ele lembra

que os nacionais desses países es-tão ainda muito distantes da Dou-trina, mesmo na França, a Pátriade Kardec. “Verifica-se – diz ele –a pouca divulgação doutrinária nalíngua desses países, pelo que tudoestá bastante atrasado nesse parti-cular.” Pág. 3

Autor do livro Transcendênciae Espiritualidade, o pastor Nehemi-as Marien foi uma das grandes es-trelas em todas as edições do En-contro para a Nova Consciência deque participou, evento esse que secaracterizou pelo caráter ecumênicoe pela abertura que possibilitou aonecessário diálogo que deve ser

mantido pelas diferentes religiõesexistentes no País. Pastor sensívele carismático, Marien tinha umamentalidade holística e jamais re-ceou assumir sua mediunidade, seupensamento sobre a reencarnação,além de ter aberto espaço para pre-gação da Doutrina Espírita em suaigreja. Págs. 8 e 9

Encontro Estadual deComunicação Social começa dia 14

Nos dias 14 e 15 de agosto rea-liza-se em Curitiba o VII Encon-tro Estadual de Comunicação So-cial Espírita. O evento terá inícioàs 9h da manhã de sábado (dia 14)e encerramento previsto para 12horas do domingo (dia 15). A co-ordenação será de Merhy Seba,coordenador da Área de Comuni-

cação Social Espírita das Comis-sões Regionais do Conselho Fede-rativo Nacional, especialmenteconvidado para a tarefa. Serãoabordados os fundamentos geraisda Comunicação Social Espírita ea construção de uma plataformapara elaboração de projetos regio-nais de comunicação. Pág. 11

Realizada com sucesso a 19ª SemanaEspírita em Londrina

Promovida pela União dasSociedades Espíritas de Londri-na - USEL, realizou-se no mêspassado a 19ª Semana Espírita deLondrina, que trouxe à região fi-guras importantes e nacionalmen-te conhecidas no meio espírita,como os conferencistas e escri-tores Richard Simonetti, OrsonPeter Carrara e Emanuel Cristia-no (fotos).

Participaram também do

Crônicas de Além-Mar ................................. 12De coração para coração ................................ 4Divaldo responde .......................................... 15Editorial .......................................................... 2Édo Mariani .................................................. 15Emmanuel ....................................................... 2Espiritismo para as crianças ......................... 14Estudando a série André Luiz ........................ 5Eugênia Pickina ............................................ 12Grandes vultos do Espiritismo ....................... 7Histórias que nos ensinam ............................ 13Jane Martins Vilela ....................................... 13Joanna de Ângelis ........................................... 2José Soares Cardoso ..................................... 15José Viana Gonçalves ................................... 12Juliana Demarchi .......................................... 10Marcel Gonçalves ......................................... 15Palestras, seminários e outros eventos ......... 11Ricardo Baesso de Oliveira ............................ 7Wellington Balbo .......................................... 13

Ainda nesta ediçãoA opiniãod´ O Imortal

A chamada doutrina-

ção dos Espíritos surgiu

no âmbito do Espiritis-

mo algum tempo depois

da publicação d´O Livro

dos Médiuns e sua ori-

gem devemo-la a um

dos grandes vultos do

movimento espírita

francês, contemporâneo

de Kardec: o Sr.

Dombre, da cidade de

Marmande. O objetivo

da doutrinação ou do es-

clarecimento, como pre-

fere André Luiz, é ori-

entar a mente do

comunicante para que

este alcance luz e paz,

entregando-se a Jesus.

Mas a tarefa não é fácil.

Editorial, pág. 2

evento outros renomados pales-trantes como os confrades JorgeHessen, José Antônio Vieira dePaula, Irvênia Prada, DilermandoMassei, Célia Xavier de Camargoe Osny Galvão.

O tema geral do evento foi“Qualidade de Vida e Imortalida-de”, mas a Semana Espírita não selimitou aos seminários e palestras,

visto que, no mesmo período e lo-cal, realizaram-se a 10ª Semani-nha Espírita e a 6ª Noite Cultural.

O público compareceu emgrande número ao Centro Espíri-ta Nosso Lar, em todas as noites,perfazendo um total de 2,8 milpessoas, além das 223 criançasatraídas pela Semaninha Espíri-ta. Pág. 16

Público presente numa das noites

Orson Peter Carrara

Arnaldo Costeira

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O IMORTALPÁGINA 2 AGOSTO/2010

EditorialEMMANUEL

A chamada doutrinação dosEspíritos surgiu no âmbito do Es-piritismo algum tempo depois dapublicação d´O Livro dos Médiunse sua origem devemo-la a um dosgrandes vultos do movimento es-pírita francês, contemporâneo deKardec: o Sr. Dombre, da cidadede Marmande.

O papel do doutrinador –tarefeiro que André Luiz preferechamar de esclarecedor – é, nassessões mediúnicas, orientar amente do comunicante para queeste alcance luz e paz, entregando-se a Jesus. Mas a tarefa não é fácil.É preciso que o amor cresça emperspicácia e sensibilidade paraatingir o fim colimado.

Ao distribuirmos o bem, deve-mos não esperar resultados e repor-tar todos os nossos atos ao Cristo,porque é ele quem converte, é elequem socorre. Somos apenas inter-mediários de sua misericórdia.Nada de pessoal podemos dar a nãoser o nosso amor.

Devemos amparar-nos na Pro-vidência Divina e trabalhar sem-pre para o bem de todos. Diminuir-nos para que Jesus cresça, com acerteza de que seu amparo se fazpresente por intermédio dos pro-tetores espirituais que dirigem atarefa e nos guiam por meio da ins-piração. Sem humildade é impos-sível a sintonia com o mais Alto,de forma que só seremos instru-mentos se houver abnegação de

Os tesouros reais, de alto va-lor, são aqueles de ordem íntima,que ninguém toma, jamais se per-dem e sempre seguem com a pes-soa.

Tua serenidade, tua gema pre-ciosa.

A igreja de Corinto lutava comcertas dificuldades mais fortes,quando Paulo lhe escreveu a ob-servação aqui transcrita.

O conteúdo da carta apreciavadiversos problemas espirituais doscompanheiros do Peloponeso, maspodemos insular o versículo eaplicá-lo a certas situações dos no-vos agrupamentos cristãos, forma-dos no ambiente do Espiritismo, narevivescência do Evangelho.

Quase sempre notamos inten-sa preocupação nos trabalhadores,por novidades em fenomenologiae revelação.

Alguns núcleos costumam pa-ralisar atividades quando não dis-põem de médiuns adestrados.

Por quê?Médium algum solucionará,

em definitivo, o problema funda-mental da iluminação dos compa-nheiros.

Nossa tarefa espiritual seriaabsurda se estivesse circunscrita àfrequência mecânica de muitos, aum centro qualquer, simplesmen-

A desobsessão e seus ingredientesnossa parte em favor do Espíritonecessitado que roga socorro.

Quanto pior for a disposiçãoíntima do irmão em desalinho,mais pesada será a tarefa, mas, emcompensação, maior será o méritose conseguirmos desviá-lo dosmaus propósitos.

O obsessor endurecido é pedrabruta a ser lapidada pelo cinzel doamor. Não esqueçamos que elepode trazer em si valiosas virtudesencobertas no momento pelo ódio.Uma vez descobertas, podem elasbrilhar em uma vida nova com Je-sus, em que a felicidade e a paz sãorealidades atraentes para o irmãoenganado que nos solicita ajuda.

A tarefa da desobsessão se dá noâmbito do amor. Chamar de irmãoao Espírito necessitado, com o sen-timento verdadeiro de amor que selhe associa, tem mais poder de per-suasão que muitos raciocínios pers-picazes. O comunicante sente, quan-do tal ocorre, as vibrações de amordo doutrinador. Isso, mais que aspalavras, é que esclarece, que dou-trina. As palavras servem para remo-ver obstáculos, desmanchar ilusõese esclarecer posições, mas é o amorque ergue, que cura, que levanta.

É importante que o esclareci-mento, quando bem sucedido, nãoseja encarado como uma vitória pes-soal, mas sim uma vitória do amorde Jesus. Que não haja, pois, o sen-timento de satisfação pessoal, anteso contentamento de se ter colabora-

do com a equipe que dirige os traba-lhos em nome de Jesus, lembrandoque os integrantes encarnados daequipe mediúnica são tão-somenteauxiliares de enfermagem – os mé-dicos são os benfeitores espirituais.

A desobsessão sempre foi econtinua sendo uma necessidadeporque, para esses Espíritos a quea tarefa se destina, não seria possí-vel seu esclarecimento direto porparte dos benfeitores espirituais,visto que as entidades desencarna-das em desalinho, por estarem ain-da muito materializadas, necessi-tam do fluido magnético dos en-carnados e são, geralmente, inca-pazes de perceber os protetoresespirituais, que gravitam em faixasvibratórias mais elevadas.

O trabalho de desobsessãoconstitui, no entanto, apenas umpasso no tratamento da desobses-são. Esta requer outras providên-cias e só se torna efetiva com a re-novação dos pensamentos, senti-mentos e atos do obsidiado. Casoisso não ocorra, é possível que seconvertam os obsessores, e oobsidiado continue sob o jugo daobsessão que o escraviza.

Kardec reporta-se ao assuntono cap. 28 d´O Evangelho segun-do o Espiritismo, item 81 e seguin-tes, em que destaca a importânciada chamada doutrinação dos Espí-ritos mas lembra que ela, por si só,é insuficiente para o tratamentoeficaz dos processos obsessivos.

Um minuto com Joanna de ÂngelisDiante de quem te enganou,

traindo a tua confiança, o teu ide-al, ou envolvendo-te em malque-rença, mantém-te sereno.

O enganador é quem deve es-tar inquieto, e não a sua vítima.

Nunca te permitas demonstrar

Mãos à obra

te para assinalarem o esforço de al-guns poucos.

Convençam-se os discípulos deque o trabalho e a realização per-tencem a todos e que éimprescin-dível se movimentecada qual no serviço edificante quelhe compete.

Ninguém alegue ausência denovidades, quando vultosas con-cessões da esfera superior aguar-dam a firme decisão do aprendizde boa-vontade, no sentido de co-nhecer a vida e elevar-se.

Quando vos reunirdes, lembraia doutrina e a revelação, o poderde falar e de interpretar de que jásois detentores e colocai mãos àobra do bem e da luz, no aperfei-çoamento indispensável.

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Episódios Diários, doqual foi extraído o texto acima.

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EMMANUEL, que foi omentor espiritual de FranciscoCândido Xavier e coordenador daobra mediúnica do saudoso mé-dium mineiro, é autor, entre outroslivros, de Pão Nosso, do qual foiextraído o texto acima.

que foste atingido pelo petardo damaldade alheia.

No teu círculo familiar ou so-cial sempre defrontarás com pes-soas perturbadas, confusas e agres-sivas.

Não te desgastes com elas com-petindo nas faixas de desequilíbrioem que se fixam.

Constituem teste à tua paciên-cia e serenidade.

Assim, exercita-te com essassituações para, mais seguro, en-frentares os grandes testemunhose provações do processo evolutivo.

Sempre, porém, com serenidade.

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais,cada um de vós tem doutrina, tem revelação, tem

língua, tem interpretação. Faça-se tudo paraedificação.” — Paulo.

(1ª Epístola aos Coríntios, cap. 14, versículo 26.)

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O IMORTALAGOSTO/2010 PÁGINA 3

Arnaldo Carvalhais da SilveiraCosteira é espírita desde 1976 e presi-de a Federação Espírita de Portugal(FEP). Coronel do Exército Portugu-ês, com Licenciatura em Ciências Mi-litares, tem dois livros publicados, sen-do um deles sobre temática espírita.O confrade nasceu em Lamego e resi-de atualmente em Viseu.

Além de presidir a Federativanacional, é presidente da Associa-ção Social Cultural Espiritualistade Viseu e diretor do Jornal Espí-rita, editado pela FEP. Vincula-seainda à Instituição Espírita e Ins-tituição Particular de Solidarieda-de Social, reconhecida como talpelo Governo Português.

Na presente entrevista, ele falasobre sua iniciação no Espiritismoe nos diz como anda o movimentoespírita português.

– Como foi seu primeiro con-tato com o Espiritismo?

Foi em 1970, durante uma Co-missão de Serviço militar, na GuinéBissau, durante a Guerra Colonial.Minha esposa era espírita e médium,assim como sua mãe, tendo sidoesclarecidas e educadasmediunicamente pelo ComandanteIsidoro Duarte Santos. A propósitoda minha participação na Guerra e oque iria acontecer, revelaram-me aproteção e ajuda de meu paidesencarnado, relatando-me conver-sa pessoal que havia tido com eleoito dias antes do seu desenlace.

– Qual o aspecto doutrináriodo Espiritismo que mais lhe cha-ma a atenção e por quê?

Sem dúvida que me prendeudesde o início o aspectofenomênico, porquanto, tendo sido

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

“Portugal tem possibilidades inegáveis de levar ascaravelas da Luz espírita pela Europa afora”

, quando visitou pela primeira vezPortugal num período em que era oEspiritismo proibido na nossa terra,como mais recentemente através deJosé Raul Teixeira. Mas muitos ou-tros palestrantes do país irmão poraqui vão deixando marcas importan-tes de divulgação doutrinária.

Paralelamente tem sido impor-tante a expansão da Doutrina atra-vés dos livros, especialmentepsicografados por Francisco Cândi-do Xavier e Divaldo Pereira Fran-co, tendo papel importante a FEB(Federação Espírita Brasileira) e oCentro Espírita Caminho da Reden-ção, de Salvador-BA.

– A Federação Espírita Portu-guesa também mantém Editora?

Não. De momento não se dedicaà edição de livros de uma forma siste-matizada. Há cinco anos, e sob auto-rização da FEP, publicamos uma edi-ção das três obras básicas daCodificação. Publicamos recentemen-te, para o VII Congresso Nacional deEspiritismo, o livro “Almas Errantes”,psicografado por Isidoro Duarte San-tos, de autoria espiritual de Maria Gon-çalves Duarte Santos, a conhecida di-rigente espírita portuguesa “Lia”.

Sem dúvida que tentamos, há al-guns anos, publicar livros de André

Luiz, mas compreendemos as difi-culdades levantadas pela FEB, dequem precisávamos de licenciamen-to para a sua efetivação.

– Quais as principais ativida-des espíritas em Lisboa e tambémno país?

Durante o ano ocorrem diversosseminários, palestras, conferências,Encontros Doutrinários de JuventudesEspíritas, Convívios da Criança Espí-rita, além das atividades das CasasEspíritas, quer no Estudo Sistematiza-do, quer na promoção de Cursos Bá-sicos e outros. Claro que o Atendimen-to Fraterno, a Fluidoterapia e o Traba-lho Mediúnico são atividades prosse-guidas pelas Casas Espíritas.

– Os livros espíritas editadosno Brasil têm sido divulgados tam-bém em Portugal?

Sim, de uma forma generalizada.As instituições espíritas recorrem fre-quentemente à importação de obrasespíritas de diversas editoras do Bra-sil. Junto da Federação Espírita Por-tuguesa funciona a Livraria EspíritaEditora que promove a importação denumerosas obras espíritas do Brasil,procedendo à sua distribuição pelascasas espíritas em Portugal.

– Quais as maiores dificulda-des encontradas pelo movimentoespírita português?

Ainda hoje há imensas dificulda-des na divulgação espírita, quer emrelação à Comunicação Social em ge-ral, quer por dificuldades levantadasao nível da Religião Tradicional ma-joritária no país, a Igreja Católica.Mantemos uma ação judicial contra oEstado Português e a Casa Pia de Lis-boa, a propósito do encerramento daFEP nos anos cinquenta do século pas-sado pelo Governo de Salazar, proces-so cuja conclusão poderá abrir as por-tas à credibilidade pública da FEP edo Movimento Espírita Português.

despertado pelas revelações atrás re-feridas, apenas entrei deliberadamen-te após o desencadear de fenômenomediúnico ocorrido com minha pró-pria filha mais velha que, com ano emeio de idade, manifestava perturba-ção impressionante de realidade en-tão para mim inexplicável, ainda quea transferência mediúnica do agenteme tenha empurrado definitivamentepara o estudo da Doutrina.

– Como é presidir a FederaçãoEspírita Portuguesa?

A Federação Espírita Portuguesaé uma Entidade que passou poratribulações tremendas não só durantea primeira República, entre os anosde 1910 e 1917, como principalmen-te a partir de 1949, desta feita na cha-mada II República ou regimesalazarista. Desta forma a reconstitui-ção após o 25 de Abril foi marcadapor grande agitação e discordânciasentre os seguidores do tempo da clan-destinidade, marcas que permanecemainda hoje dificultando sobremanei-ra a condução das atividades federa-tivas. Todavia os desafios sempre nosmotivaram, pelo que se me afiguraapaixonante a tarefa, extremamentedifícil, de contribuir simultaneamen-te para uma participação intensa e ati-va na difusão pela Europa da Culturatão distante da espiritualidade.

– Quantos centros espíritasexistem no país?

Federados, contamos hoje com64 Centros Espíritas havendo, toda-via, notícia de que cerca de 80 ou-tros estão formados, mas não acede-ram à condição de federados.

– O contato com o Brasil temsido muito positivo para Portugalcom vistas à divulgação espírita?

Certamente que os contatos têmsido muito importantes, especial-mente através de Divaldo PereiraFranco – que ocorrem desde 1967 –

– E as maiores conquistas?Sem dúvida que conseguimos

algumas. Já pudemos realizar seisCongressos que, na sua maioria,tiveram tratamento nos grandesmeios de Comunicação Televisiva,embora apenas localizados no tem-po e conseguidos com inexcedíveltrabalho particular. Mas podemosdizer que conseguir em Portugal onome de Allan Kardec numa Rua,exatamente na cidade de Viseu, econseguir que o Governo da Re-pública aprovasse uma InstituiçãoEspírita como Instituição Particu-lar de Solidariedade Social, tam-bém em Viseu, são duas portasabertas a iniciativas do mesmo teorpor outras instituições espíritas.

– Pelo perfil próprio da Eu-ropa, na integração entre as di-ferentes nações, a cultura espí-rita tem atingido outros países?

Apesar do grande trabalho le-vado a cabo por Divaldo Franco, emais recentemente por José RaulTeixeira, a cultura espírita apenasse espraia, quase totalmente, nossegmentos de população emigran-te quer de Portugal quer do Brasil.Os nacionais desses países estãoainda muito distantes da Doutrina,mesmo em França, a Pátria de Kar-dec. Verifica-se a pouca divulga-ção doutrinária na língua dessespaíses pelo que tudo está bastanteatrasado nesse particular.

– Qual a população da capi-tal e do país? E quantas institui-ções espíritas na capital?

A população de Lisboa e zonaslimítrofes da grande Metrópole de-verá andar hoje entre os 2,5 e os 3milhões, sendo que para esta popu-lação deveremos ter doze Casas Es-píritas. O País tem pouco mais de10 milhões de habitantes. (Conti-nua na pág. 10 desta edição.)

O presidente da Federação Espírita Portuguesa fala da realidade espírita em seupaís e das dificuldades de penetração do Espiritismo nos demais países da Europa

Entrevista: Arnaldo Costeira

Arnaldo Costeira

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O IMORTALPÁGINA 4 AGOSTO/2010

De coração para coração

A promessa feita por Jesus comrelação à vinda de um outroConsolador ao nosso mundo foi re-gistrada no Evangelho de João da se-guinte forma: “Se me amais, guardaimeus mandamentos. E rogarei a meuPai e ele vos dará outro Consolador,a fim de que fique eternamenteconvosco: o Espírito da Verdade queo mundo não pode receber, porquenão o vê e absolutamente não o co-nhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e es-tará em vós” (João, 14:15 a 17).

Um pouco mais adiante, oevangelista João anotou estas ou-tras palavras: “Eu vos tenho ditoestas coisas enquanto permaneçoconvosco. Mas o Paráclito, o SantoEspírito, que meu Pai vos enviaráem meu nome, vos ensinará todasas coisas e vos fará lembrar o quevos disse” (João, 14:25 e 26).

Paráclito ou paracleto signifi-ca mentor, defensor, protetor.

À vista do texto transcrito, ve-rifica-se que o Consolador prome-tido por Jesus, também chamadode Santo Espírito e de Espírito daVerdade, seria enviado à Terra coma missão de consolar, lembrar o queele dissera e ensinar todas as coi-sas. O Consolador teria, portanto,de dar ao homem o conhecimentode sua origem, a explicação da ne-cessidade de sua estada na Terra edo seu destino, espalhando portodo o lado a consolação queadvém da fé e da esperança.

Seu compromisso com a verda-de – o ensino de todas as coisas –eleva-o, automaticamente, à condi-ção de uma nova revelação da lei deDeus aos homens. Se considerarmosa doutrina mosaica como sendo aprimeira revelação dessa lei e o

Evangelho a segunda, o Consoladorprometido por Jesus seria o porta-dor de uma terceira revelação.

A revelação cristã sucedeu àrevelação mosaica; a revelação dosEspíritos veio completá-la. O Es-piritismo seria, pois, conforme dis-seram os próprios Espíritos supe-riores, a terceira revelação da leide Deus ou, em outras palavras, opróprio Consolador referido napromessa do Cristo.

Ora, procedendo de Espíritossábios e bondosos, num verdadei-ro derramamento da mediunidadena carne, o Espiritismo preencheintegralmente as condições menci-onadas, visto que:

1o - procura lembrar-nos o queJesus ensinou;

2o - ensina-nos muitas coisasque o Evangelho não pôde expli-car adequadamente;

O Consolador e seu papel no mundo

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

3o - consola e conforta os quesofrem, ao mostrar-lhes a causa ea finalidade dos sofrimentos huma-nos.

*Uma questão intrigante, quan-

do se fala no Consolador, é esta:Por que Jesus teria feito semelhantepromessa?

Segundo os estudiosos do as-sunto, várias foram as razões quelevaram o Cristo a fazê-la. A pri-meira, e talvez a principal, seria ainoportunidade de uma revelaçãototal e completa por parte do Cris-to numa época em que o homemnão estava ainda amadurecido paracompreendê-la.

Outra razão seria o esqueci-mento dos preceitos contidos noEvangelho e, sobretudo, a falta desua vivência por parte dos homens,sem falarmos aqui das adulteraçõese das distorções que, de forma pre-meditada ou não, foram impostasao longo dos tempos aos textosevangélicos.

A relação entre o Espiritismo eo Consolador prometido está nofato de que a Doutrina Espírita,queiram ou não seus detratores,preenche todas as condições men-cionadas no texto de João.

O Espiritismo vem abrir osolhos e os ouvidos de toda gente,pois fala sem figuras nem alegori-as, e levanta o véu intencionalmen-te lançado sobre certos mistérios,trazendo a consolação suprema aosdeserdados da Terra e a todos osque sofrem.

E, com respeito aos ensinosde Jesus, sem haver inventadouma moral nova, diz-nos que oens ino mora l con t ido nosEvangelhos constitui uma re-gra de proceder que abrangetodas as circunstâncias da vida,o princípio básico de todas asrelações sociais que se fundamna mais rigorosa justiça, e é, fi-nalmente e acima de tudo, o ro-teiro infalível para a felicida-de esperada.

Em que situações devemos usar“por que”, “porque” e “por quê”?

Usa-se “por que” em duas si-tuações:

1ª. Quando se faz uma per-gunta, direta ou indireta:

Por que você não veio?Meu pai quer saber por que

você adiou o noivado.Por que estás tão contente?Diga-me por que essa notícia

o afetou tanto.2ª. Em substituição a “pelo

qual”, “pela qual”, “por qual” e asformas plurais dessas expressões:

A crise por que passamos fe-lizmente chegou ao fim.

Não sei por que motivos elarompeu o noivado.

A razão por que foi emboraninguém soube.

*Usamos “por quê” em final de

frase, como nestes exemplos:Maria está muito abatida.

Você sabe por quê?Você não foi à festa. Expli-

que-me por quê.

Pílulas gramaticais*

A conjunção “porque” é uti-lizada quando se deseja dar umaexplicação ou resposta a uma in-dagação recebida:

Não vim porque estava mui-to gripado.

Não fiz o negócio porque opreço estava acima de minhasposses.

Permitam-me que eu vá, por-que já está tarde.

*Existe ainda o substantivo

“porquê”, que é sinônimo demotivo, causa, razão e aparece,na frase, geralmente precedido deartigo:

Gostaríamos de saber o por-quê de tudo isso.

Há sempre um porquê naqui-lo que fazemos.

Como se trata de um substan-tivo, ele se flexiona normalmen-te:

A filosofia está sempre a pro-curar os porquês relacionados ànossa vida.

Um leitor do interior de SãoPaulo focaliza o tema mediunida-de em crianças e nos pergunta quelivro espírita trata do assunto.

A principal obra espírita quetrata do tema mediunidade em cri-anças é “O Livro dos Médiuns”,de Allan Kardec, o Codificador doEspiritismo. Allan Kardec formu-lou aos Espíritos que participaramda obra de codificação da Doutri-na Espírita três questões relativa-mente à mediunidade em crianças,como o leitor pode conferir lendoo item 221, parágrafos 6 a 8, daobra citada.

Em resumo, ensinam os Es-píritos Superiores:

1.o - Não existe uma idadeprecisa para que uma pessoa pas-se a ocupar-se da mediunidade.Isso depende fundamentalmente

vações de Kardec, às quais é bomadicionar uma explicação importan-te. Certas faculdades mediúnicas,como a vidência, são muito comunsdurante a primeira infância.

O próprio Codificador escre-veu que a mediunidade de vidênciaparece ser frequente, e mesmo ge-ral, nas criancinhas. (Veja “Revis-ta Espírita” de 1865, p. 262.)

O fato decorre de que não exis-te ainda, até os 7 anos de idade,uma total integração entre a almae o corpo da criança, o que favo-rece o desprendimento parcial daalma e, por causa disso, a possibi-lidade de certas percepções, comoa visão de pessoas falecidas ouEspíritos. Essa fase, no entanto, épassageira e pode ser que, ao tor-nar-se adulta, jamais a pessoa ex-perimente situações semelhantes.

O Espiritismo respondedo desenvolvimento físico e, maisainda, do desenvolvimento moral.Há crianças de 12 anos que são me-nos afetadas que certos adultos.

2.o - Quando a faculdade medi-única é espontânea na criança, é si-nal de que se acha em sua naturezae que sua constituição a isso se pres-ta. Já o mesmo não se dá quando éprovocada e superexcitada.

3.o - É muito perigoso desen-volver a mediunidade nas crianças,porque sua organização franzina edelicada ficaria abalada e sua ima-ginação superexcitada com a prá-tica mediúnica. Desse modo, ospais prudentes devem afastá-lasdessas ideias ou, pelo menos, sótratar do assunto do ponto de vistade suas consequências morais.

Os autores espíritas, quando tra-tam do assunto, repetem essas obser-

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O IMORTALAGOSTO/2010 PÁGINA 5

entrada. Em frente à casa, ostenta-va-se, garbosa, a palmeira que ele eZélia plantaram no primeiro aniver-sário de casamento. A mudança dosmóveis e a ausência do retrato de fa-mília, tudo o oprimia ansiosamente.Na sala de jantar, a filha mais novajá estava em idade casadoura. Eleviu, então, Zélia saindo de um quar-to, acompanhado de um médico.André gritou sua alegria, mas as pa-lavras não atingiam os ouvidos doscircunstantes. Abraçou-se à compa-nheira, com o carinho de uma sauda-de imensa, mas Zélia parecia insen-sível àquele gesto de amor. Percebeu,então, que ela havia casado outra veze que seu esposo atual, Dr. Ernesto,encontrava-se gravemente enfermo.“Um corisco não me fulminaria comtamanha violência”, registrou AndréLuiz. (Cap. 49, pp. 270 a 272)

92. Difícil testemunho – Andrése assentou decepcionado e acabru-nhado, vendo Zélia entrar no quartoe dele sair várias vezes, acariciandoo enfermo com a ternura que lhe cou-bera noutros tempos, e, depois de al-gumas horas de amarga observaçãoe meditação, voltou, cambaleante, àsala de jantar, onde encontrou as fi-lhas conversando. A mais velha se ca-sara e tinha um filhinho ao colo. Elaviera ter notícias do Dr. Ernesto, masdizia que, naquele dia, tivera singu-lares saudades de seu pai. Não che-gou a terminar. Lágrimas abundan-tes encheram seus olhos. Zélia a re-preendeu bruscamente. A filha maisjovem também interveio: “Desde quea pobre mana começou a se interes-sar pelo maldito Espiritismo, vivecom essas tolices na cachola. Ondejá se viu tal disparate? Essa históriados mortos voltarem é o cúmulo dosabsurdos”. (Cap. 49, pp. 272 e 273)

93. Lágrimas amargas – Andréconfortou a filha chorosa, murmuran-do palavras de coragem e consolo, queela não registrou auditivamente, massubjetivamente, sob a feição de pen-samentos confortadores. Ele compre-endia agora por que seus verdadeiros

Concluímos nesta edição a apre-sentação do texto condensado da obra“Nosso Lar”, de André Luiz, psico-grafada pelo médium Francisco Cân-dido Xavier e publicada pela editorada Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. Que é que André descobriu

ao visitar seu lar terreno?R.: André encontrou, em sua vi-

sita aos familiares, um lar inteiramen-te modificado. Os móveis estavammudados, a filha mais nova já estavaem idade casadoura, e sua esposaZélia havia casado outra vez. O cho-que sofrido por ele foi muito forte, aponto de ele próprio haver escrito:“Um corisco não me fulminaria comtamanha violência”. (Obra citada,cap. 49, págs. 270 a 272.)

B. Qual foi sua conduta ante osofrimento da ex-esposa?

R.: Vencidas as dificuldades inici-ais, André procurou abstrair-se do queouvia em seu lar, colocando acima detudo o amor divino, e foi à luta, paraauxiliar o restabelecimento do Dr.Ernesto, o novo marido de Zélia, en-tão bastante enfermo. Seu auxílio, se-cundado por Narcisa, produziu emErnesto extraordinária reação e Zélia,antes extremamente preocupada, ficouradiante. Vigorosos laços de inferiori-dade se haviam rompido dentro deAndré Luiz, para sempre. (Obra cita-da, cap. 50, págs. 276 a 280.)

Texto para leitura91. A volta ao lar – No mesmo

dia em que Laura partiu parareencarnar, André Luiz teve permis-são para visitar, pela primeira vez,sua casa terrestre. Laura denotavaextrema preocupação. André estavaembriagado de alegria. Clarêncioabraçou-o e disse que ele teria umasemana livre. O coração de Andrébatia descompassado à medida quese aproximava do grande portão de

amigos haviam procrastinado tanto oseu retorno ao lar terreno. As decep-ções e angústias ali sucediam-se detropel. Sua casa pareceu-lhe umpatrimônio que os ladrões e os ver-mes haviam transformado. Nem ha-veres, nem títulos, nem afetos. So-mente uma filha permanecia de sen-tinela ao seu velho e sincero amor.Nem os longos anos de sofrimento,nos primeiros dias de além-túmulo,lhe haviam proporcionado lágrimastão amargas. (Cap. 49, pp. 273 e 274)

94. O lembrete de Clarêncio – Nodia seguinte André estava ainda perple-xo com aquela situação. De tarde,Clarêncio foi visitá-lo e percebeu o aba-timento do pupilo. “Compreendo suasmágoas e rejubilo-me pela ótima opor-tunidade deste testemunho”, disse-lheo Ministro, que, abstendo-se de dar con-selhos, lembrou apenas que a recomen-dação de Jesus para que amemos a Deuse ao próximo opera sempre, quandoseguida, verdadeiros milagres de feli-cidade e compreensão, em nossos ca-minhos. André passou a refletir commais serenidade. Afinal de contas, porque condenar Zélia? Se fosse ele o viú-vo na Terra, teria por acaso suportado asolidão? Dominado por novos senti-mentos, sentia que a linfa do amor co-meçava a brotar das feridas benéficasque a realidade lhe abrira no coração.(Cap. 49, pp. 274 e 275)

95. O amor vence o egoísmo –André lembrou-se dos conselhos deLaura e dos exemplos que sua mãe etantos amigos em “Nosso Lar” lhe pro-porcionaram, como Veneranda,Narcisa e Hilda. Procurou abstrair-sedo que ouvia em seu lar, colocandoacima de tudo o amor divino, e foi àluta, para auxiliar o restabelecimentodo Dr. Ernesto. Zélia e o novo esposose amavam intensamente e ele não ti-nha o direito de interferir, a não ser paraauxiliar. Sentia-se porém sem condi-ções de afastar, sozinho, os Espíritosinfelizes que se mantinham em estrei-ta ligação com o enfermo. Estava mui-to abatido. Pediu então a ajuda deNarcisa: concentrou-se em fervorosa

oração ao Pai e, nas vibrações da pre-ce, dirigiu-se a Narcisa, encarecendosocorro. Passados vinte minutos, maisou menos, alguém o tocou no ombro.Era Narcisa. Antes de tudo, ela apli-cou passes de reconforto no doente,isolando-o das formas escuras, que seafastaram como por encanto. Depoismanipulou certa substância com asemanações do eucalipto e da manguei-ra e, durante toda a noite, aplicaram oremédio ao enfermo, através da respi-ração comum e da absorção pelos po-ros. Ernesto melhorou sensivelmente.O médico que o assistia disse: “Verifi-cou-se esta noite extraordinária reação!Verdadeiro milagre da Natureza!” Zé-lia estava radiante. E André reconhe-ceu que vigorosos laços de inferiori-dade se haviam rompido dentro de si,para sempre. (Cap. 50, pp. 276 a 280)

96. Cidadão de “Nosso Lar” –André voltou a “Nosso Lar” em com-panhia de Narcisa, experimentandopela primeira vez a capacidade devolitação, fato que possibilitava ga-nhar grandes distâncias em poucosminutos. Narcisa esclareceu, então,que em “Nosso Lar” grande parte doscompanheiros poderia dispensar oaeróbus e transportar-se, à vontade,nas áreas de seu domínio vibratório,mas, visto a maioria não ter adquiri-do essa faculdade, eles se abstinhamde exercê-la nas vias públicas da co-lônia. Nos dias seguintes, ele passoua ir de “Nosso Lar” à sua casa na Cros-ta, e vice-versa, sem dificuldade devulto, intensificando o tratamento deErnesto, cujas melhoras se firmaram,francas e rápidas. Clarêncio o visita-va diariamente, mostrando-se satisfei-to com o seu trabalho. A alegria tor-nara aos cônjuges, que André passoua estimar como irmãos. Naqueles setedias, ele aprendera preciosas liçõespráticas no culto vivo da compreen-são e da fraternidade. Uma surpresa,porém, o aguardava. Quando retornoua “Nosso Lar”, findos os sete dias dalicença, mais de duzentos companhei-ros vieram ao seu encontro e todos osaudaram, generosos e acolhedores.

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

Estudando a série André Luiz

Nosso LarAndré Luiz(Parte 14 e final)

Lísias, Lascínia, Narcisa, Silveira,Tobias, Salústio e numerosos compa-nheiros das Câmaras ali estavam. Foientão que Clarêncio, surgido à frentede todos, estendeu-lhe a destra e in-formou: “Até hoje, André, você erameu pupilo na cidade; mas,doravante, em nome da Governado-ria, declaro-o cidadão de `NossoLar’”. André Luiz atirou-se aos bra-ços paternais do venerável amigo e,chorando de gratidão e alegria, abra-çou-o calorosamente. (Cap. 50, pp.280 e 281)

Frases e apontamentosimportantes

CLXXIV. A recomendação deJesus para que amemos a Deus so-bre todas as coisas e ao próximocomo a nós mesmos, opera sempre,quando seguida, verdadeiros mila-gres de felicidade e compreensão,em nossos caminhos. (Clarêncio,cap. 49, pág. 274)

CLXXV. Era preciso lutar con-tra o egoísmo feroz. Jesus conduzi-ra-me a outras fontes. Não podia pro-ceder como homem da Terra. Minhafamília não era, apenas, uma esposae três filhos na Terra. (...) Domina-do de novos pensamentos, senti quea linfa do verdadeiro amor começa-va a brotar das feridas benéficas quea realidade me abrira no coração.(André Luiz, cap. 49, pág. 275)

CLXXVI. Toda criatura, no tes-temunho, deve proceder como a abe-lha, acercando-se das flores da vida,que são as almas nobres, no campodas lembranças, extraindo de cadauma a substância dos bons exemplos,para adquirir o mel da sabedoria.(Laura, cap. 50, pág. 276)

CLXXVII. Nada existe de inútilna Casa de Nosso Pai. Em toda par-te, se há quem necessite aprender, háquem ensine; e onde aparece a difi-culdade, surge a Providência. O úni-co desventurado, na obra divina, é oEspírito imprevidente, que se con-denou às trevas da maldade.(Narcisa, cap. 50, pág. 279)

- Fim -

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O IMORTALPÁGINA 6 AGOSTO/2010

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

Foi no dia 20 de setembro de1999 que a proposta de criação doGrupo de Estudos Espíritas AbelGomes (GEEAG), tendo porpatrono Abel Gomes, foi apresen-tada à Diretoria do Centro Espíri-ta Nosso Lar, de Londrina, e, pou-co tempo depois, aprovada pelaDiretoria e pelo Conselho Delibe-rativo do referido Centro.

A ideia de constituição do gru-po, como já foi relatado neste jor-nal, surgiu a partir de um episó-dio ocorrido em julho de 1998 emMinas Gerais. Naquela oportuni-dade, Abel Gomes (Espírito)transmitiu a um grupo de espíri-tas mineiros um recado importan-te relacionado com as diretrizes domovimento espírita relativamen-te aos primeiros momentos do sé-culo 21, que se iniciaria dentro depouco tempo. Segundo palavrasde Abel Gomes, os dirigentes es-pirituais do movimento espíritapediam que fosse dada ênfase àformação de pequenos grupos deestudos para que as pessoas pudes-sem preparar-se com maior pro-fundidade, com vistas a adquirircondições para atender as pesso-as que, em número crescente, ba-teriam às portas dos Centros Es-píritas nos anos porvindouros embusca de orientação e amparo. O livro de Gênesis, de Moisés,foi o primeiro a ser estudado

pelo GEEAGUma vez formalizada e apro-

vada pelos órgãos que dirigem o“Nosso Lar”, deu-se início àconcretização da proposta, cujoobjetivo final é estudar de formameticulosa e sequencial 100 obrasconsideradas pelos fundadores do

O Evangelho de João é a novaobra em estudo pelo GEEAG

GEEAG fundamentais à formaçãodo trabalhador espírita. A primeirareunião ocorreu em fevereiro de2000 e o livro estudado foi Gênesis,primeiro livro do Antigo Testamen-to, seguido de O que é o Espiritis-mo, de Allan Kardec, obra que opróprio Codificador sugere seja aprimeira leitura dos iniciantes naDoutrina.

De acordo com a proposta apro-vada, o estudo seria dividido em 20séries de cinco obras, constituídacada uma delas de um livro do An-tigo ou do Novo Testamento, umlivro de Allan Kardec, um dos clás-sicos do Espiritismo (Léon Denis,Gabriel Delanne, Ernesto Bozzanoe outros) e obras de André Luiz eManoel Philomeno de Miranda, in-cluindo-se nesse rol, em caráter ex-cepcional, um ou outro livro de re-conhecida importância.

De fevereiro de 2000 a junho de2010 foram objeto de estudo36 obras, todas elas devidamenteapostiladas, a seguir enumeradas:

7 obras do Antigo e Novo Tes-tamento: Gênesis; Êxodo, Levíti-co, Números, Evangelho segundoMateus, Evangelho segundo Mar-cos e Evangelho segundo Lucas.

7 obras de Allan Kardec: Oque é o Espiritismo, Instruções Prá-ticas sobre as Manifestações Espí-ritas, O Livro dos Espíritos, O Li-vro dos Médiuns, O Evangelho se-gundo o Espiritismo, O Céu e o In-ferno e A Gênese.

6 obras de André Luiz: Nosso

Lar, Os Mensageiros, Missioná-rios da Luz, Obreiros da Vida Eter-na, No Mundo Maior e Liberta-ção.

3 obras de Manoel Philome-no de Miranda: Nos Bastidoresda Obsessão, Grilhões Partidos eTramas do Destino.

9 clássicos do Espiritismo: AReencarnação (Gabriel Delanne),A Alma é Imortal (Gabriel Delan-ne), O Fenômeno Espírita (GabrielDelanne), Depois da Morte (LéonDenis), Cristianismo e Espiritis-mo (Léon Denis), O Grande Enig-ma (Léon Denis), O Porquê daVida (Léon Denis), A Crise daMorte (Ernesto Bozzano) e Fenô-menos de Transporte (ErnestoBozzano).

4 outras diversas: Os Mortosnos Falam (François Brune), Vidae Sexo (Emmanuel), A Caminhoda Luz (Emmanuel) e Obsessão/Desobsessão (Suely CaldasSchubert).

Atualmente o GEEAG funci-ona nos seguintes horários: turmanoturna (3a feira – 18h30); turmadiurna (5ª feira – 14h30). Cadareunião tem duração exata de 70minutos. O local dos estudos é ominiauditório do “Nosso Lar” e acoordenação geral é de AstolfoOlegário de Oliveira Filho.

Nos dias 20 e 22 de julho, res-pectivamente terça e quinta-feira,teve início o estudo do Evangelhode João (foto), 4º livro do NovoTestamento, com a participação deMarcelo Cazeta de Oliveira nacoordenação das reuniões.

Nota da Autora: Os que de-sejarem um exemplar das aposti-las ou seu texto integral no for-mato Word, podem escrever paraMaria José Bergamo - [email protected].

ANGÉLICA REIS [email protected]

De Londrina

O Grupo de Estudos Espíritas Abel Gomes, fundado dez anos atrás, reúne-se às terças e quintas no “Nosso Lar” em

Londrina; a nova série começou no dia 20 de julho

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O IMORTALAGOSTO/2010 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Claudino Dias

Claudino Dias nasceu emCoimbra, Portugal, no dia 5 denovembro de 1860, e desencar-nou em Barra do Piraí, Estado doRio de Janeiro, em 31 de dezem-bro de 1935.

No último quartel do século19 era um verdadeiro arrojo aspessoas se declararem espíritas,principalmente nas cidadesinterioranas, onde invariavelmen-te prevalecia intensa intolerânciareligiosa.

Na cidade de Barra do Piraí,um cidadão português de nomeClaudino Dias, filho de João Diase Tereza Quaresma Dias, profes-sava, então, o Protestantismo comgrande dedicação, mas ao ouvirfrequentemente os pastores desua igreja atacarem o Espiritismo,uma ideia nova que havia surgi-do na cidade, ele interessou-sepelo estudo dessa Doutrina, ani-mado do propósito de tambémpassar a combater a religião queseus mentores religiosos aprego-avam ser herética.

Após alguns estudos, notou,no entanto, que os ensinamentosdo Espiritismo preenchiam a ân-sia de conhecimento do seu Es-pírito e satisfaziam velhas inda-gações que pululavam em seuintelecto, por isso, em vez de setornar um detrator do Espiritis-mo, abraçou-o com convicção,aliando-se a Manoel Chaves, umdos poucos espíritas existentes nacidade, estabelecendo assim umsistema de estudo sistemático dasobras que constituíam a base an-gular da Doutrina dos Espíritos.

Em 1886, Claudino Dias já eraum espírita dos mais convictos.

Eles tiveram naquela ocasiãoconhecimento da existência de ummédium de nome Izaias SoaresRodrigues e, coadjuvado por ele,deram início à realização de ses-sões práticas de Espiritismo, a pri-meira delas acontecida na vésperado chamado dia de São João, mo-tivo pelo qual resolveram fundar aprimeira instituição espírita da ci-dade, dando-lhe o nome de GrupoEspírita São João.

Dessa instituição surgiram osprimeiros focos de divulgação doEspiritismo, os quais, graças aodinamismo e à operosidade deClaudino Dias, logo se propagarama outras cidades das vizinhanças.

O nome do Grupo Espírita SãoJoão foi mantido até 27 de julhode 1894, quando foi alterado paraGrupo Espírita Filhos da Verdade.Esse segundo nome prevaleceu até10 de abril de 1904, quando, pordeliberação de nova assembleiageral, foi substituído por GrêmioEspírita de Propaganda.

No dia 17 de junho de 1906, emsua sede, foi fundado o ColégioIsmael, destinado aos filhos dosassociados e às crianças carentes deambos os sexos. Em 7 de setembrode 1908 foi ali inaugurado tambémo Albergue São João Batista, umadas primeiras instituições espíritasdesse gênero no Brasil.

Algum tempo depois, em 3 demaio de 1914, por deliberação denova assembleia, o nome da insti-tuição foi, pela quarta vez, muda-do para Grêmio Espírita de Bene-ficência, nome que conserva até odia de hoje.

Foi inaugurada também umaampla sede própria, que tambémabrigou o Colégio e o Albergue.Por ocasião da gripe espanhola de

1918, que causou tantas vítimas, asinstalações do Grêmio foram ce-didas para o atendimento dos pa-cientes acometidos por aquela in-sidiosa enfermidade.

Fora da sua sede foram inau-gurados, em 1920, o Asilo SantoAgostinho, para a velhice desam-parada, e, em 1927, o Hospital dePronto Socorro, posteriormentecedido para a Prefeitura Municipalda cidade.

Claudino Dias tornou-se, pois,de direito e de fato, um dos maisautênticos desbravadores espíritasda região. Seu nome, aureolado derespeito e admiração tornou-se fon-te de referência para todos que qui-sessem falar sobre os grandesseareiros espíritas.

A sua ação foi incessante, poisele jamais esmoreceu um dia quefosse, levantando bem alto a ban-deira do Espiritismo, fazendo com

que a Doutrina se tornasse admi-rada por todos e que a obra espí-rita se destacasse como expres-são de que pode ser feito ondeexiste o idealismo e a firme dis-posição para o trabalho.

Fonte: LUCENA, Antônio deSouza e GODOY, Paulo Alves.Personagens do Espiritismo.Edições FEESP, 1982. 1ª edi-ção, SP.

Divórcio relâmpago

Casais brasileiros estão se di-vorciando cada vez mais cedo.Esse fato foi verificado pelo Ins-tituto Brasileiro de Geografia eEstatística. Dados mais recentesmostram que, em 2008, não com-pletaram o segundo ano de casa-mento mais de 2.300 pessoas, algojamais visto em anos anteriores.Muitos casais estão se divorcian-do antes de completarem o primei-ro aniversário de núpcias.

Em matéria publicada emmaio deste ano, a revista ISTOÉmostra vários exemplos de pes-soas ilustres que sofreram um di-vórcio relâmpago.

Alexandre Pato e Stephany:duração do casamento de 9 me-ses; Deborah Secco e Roger, dezmeses; Ronaldo e Cicarelli, 3meses; Adriane Galisteu eRoberto Justus, oito meses. Maso fato se repete em pessoas co-muns: O psicólogo Mario Diasteve um casamento de um ano eThais Machado separou-se domarido 3 meses depois do matri-

RICARDO BAESSO DEOLIVEIRA

[email protected] Juiz de Fora, MG

mônio, alegando que ele gostavamais de jogar futebol com os ami-gos que ficar com ela.

Segundo especialistas, isso sedá porque somos cada vez mais in-dividualistas, porque nos recusa-mos cada vez mais abrir mão dealgo pessoal em função do outro.Estamos mais egoístas, garantemos sexólogos, e a dificuldade devínculo duradouro nos relaciona-mentos é imensa.

A Doutrina Espírita admite odivórcio - Kardec considerava queninguém é obrigado a manter-seunido a outrem indefinidamente,podendo reconstruir a vida de re-lação sempre que lhe aprouver. Noentanto, o rompimento de uma re-lação estabelecida em bases co-muns deve ser a última opção e nãoa primeira, como se tem visto emanos recentes.

Emmanuel, examinando o temano livro Encontros Marcados, ca-pítulo 51, mostra-nos que em qua-se todos os casos de separação ascausas se encontram nos própriosparceiros, em acidentes que se ve-rificam pela evidência de falhas di-minutas que, em se repetindo inde-finidamente, estabelecem, por fim,o desastre espetacular.

O Benfeitor relaciona váriassituações que podem concorrerpara a ruptura e que poderiam serevitadas, como:

Casais que se preocupam ex-cessivamente com luxo e dinhei-ro, posse e conquistas materiais,perdendo os vínculos afetivos.

Outros, que sufocam a rela-ção por excesso de sovinice.

Os que arrasam a união con-jugal em festas sociais permanen-tes e os que a destroem por de-masia de solidão.

Os campões da teimosia queacabam com a paz em família,manejando atitudes do contra sis-temático.

Os que a exterminam pelo si-lêncio culposo, à frente do mal.

Os fanáticos pela limpeza e osque primam no vício de enlame-ar a casa, desprezando a higiene.

Deve, portanto, o casal que iden-tifique dificuldades sérias de relaci-onamento no lar e ansiedades na vidade relação, ponderar antes de deci-dir, aguardar um pouco mais antesde partir para o confronto da separa-ção, porque, se o casamento difícilgera angústias, o divórcio também ofaz, e só aqueles que o vivenciaramas conhecem no íntimo.

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O Espiritismo e Kardec na visão do pastor Nehemias Marien

É difícil a um adepto das de-nominações protestantes tor-nar-se espírita, mas existemcasos e não são poucos os queconhecemos. Jorge Hessen,membro do Conselho Editorialda revista O Consolador e ar-ticulista de renome no meioespírita, foi presbiteriano atépouco tempo antes de casar-se.Jonatas Beranger, um dos diri-gentes da Comunhão EspíritaCristã de Londrina e ex-presi-dente de Centro Espírita na ci-dade de Sorocaba, também éoriundo das hostespresbiterianas.

Um dos casos mais intrigan-tes nesse particular foi a con-versão do Dr. Izaías Claro, es-pírita desde 1979 e um dosmaiores trabalhadores da cau-sa espírita no País. Procuradorde justiça, escritor, conferen-cista, fundador e atual presi-dente da Comunidade EspíritaJoanna de Ângelis e autor dolivro Depressão - Causas eConsequências, Izaias foi pas-tor protestante por dez anos,antes de se tornar espírita.

Fizemos esta introdução paralembrar um homem extraordiná-rio, o pastor Nehemias Marien,da Igreja Presbiteriana Bethesda,em Copacabana, Rio de Janeiro,que partiu há pouco tempo parao mundo espiritual.

Autor do livro Transcendên-cia e Espiritualidade, Marienfoi uma das grandes estrelas emtodas as edições do Encontro

para a Nova Consciência de queparticipou, evento esse que se ca-racterizou pelo caráterecumênico e pela abertura quepossibilitou ao necessário diálo-go que deve ser mantido pelas di-ferentes religiões existentes noPaís.

Pastor sensível, que transmi-tia muito carisma, Marien tinhauma mentalidade holística e ja-mais receou assumir sua mediu-nidade, seu pensamento sobre arealidade da reencarnação, alémde ter aberto espaço para prega-ção da Doutrina Espírita em suaigreja. O motivo disso é que, se-gundo ele, “o Espiritismo é omais caudaloso afluente do Cris-tianismo”, a Bíblia o mais anti-go livro de psicografia e mediu-nidade, e Cristo o médium per-feito.

“No estudo da Bíblia, asevidências da Reencarnação

são assim incontestáveis”

Numa de suas participações noEncontro para a Nova Consciên-cia realizado em Campina Gran-de, Paraíba, o pastor foi entrevis-tado pela jornalista Fátima Fari-as.

Eis alguns tópicos da referidaentrevista, que pode ser vista naíntegra em vários sites da internet:

Fátima: Pastor, qual é a suaIgreja e onde fica?

Nehemias: Minha igreja éuma betel, vamos dizer, uma pa-lavra hebraica, todo lugar, ondeo ser humano está presente emDeus, o eterno, na imensuráveltranscendência. Eu tenho atéconstrangimento de dizer em que

igreja, porque minha igreja évocê, estarmos, juntos, a Eclésiano pensamento de Jesus, lá naCesaréia, quando pela primeiravez disse: “Eu vou edificar a Igre-ja”. É isso aí, é a vida, é o traba-lho, é a família, caminhada.Quando as pessoas estão juntas,mesmo que não pensem da mes-ma maneira é uma igreja, é umacomunidade holística. Agora, soude formação Calvinista, sou pas-tor presbiteriano, lá emCopacabana, já há 43 anos, semsair da igreja. Meus pais erammissionários lá em Mato Grosso,onde eu nasci, morei na Inglater-ra, um período na França e estouno Rio de Janeiro há 26 anos,pastoreando a IgrejaPresbiteriana Bethesda.

Fátima: É verdade que o se-nhor acredita em Reencarna-ção?

Nehemias: Olha só, muitograto pela pergunta. Até o ano de546, no Concílio de Calcedônia,a reencarnação fazia parte doscânones da Igreja. Depois, pordiscussões mais administrativase menos teológicas, foi banido docânone oficial e hoje a doutrinaespírita, para a maioria dos pres-supostos evangélicos, porque as-sim, numa confusão chamar deevangélicos só os crentes entreaspas, né? Evangélico é quemanuncia a Boa Nova. Então, eusou professor de Teologia Bíbli-ca e de Ciências Bíblicas. É meulivro de cabeceira. No estudo daBíblia, as evidências da Reencar-nação são assim incontestáveis,e eu acho que o Espiritismo é amais caudalosa vertente do Cris-tianismo, pelas ideias. Você en-

contra, tanto no Antigo como noNovo Testamento, evidênciasclaras da Reencarnação, isto é, doprosseguir da vida. Tanto Pedro,o pressuposto grande apóstoloPedro, fala na sua segundaencíclica, no final da Bíblia, falasobre a existência do espíritoapós a morte e nesta evolução doser humano. E também SãoJudas, o apóstolo de Cristo, nasua epístola final, também falasobre o mesmo tema. Então, souuma pessoa estudiosa, aberta. Eunão tenho muros de espécie al-guma. Eu tenho uma visãoholística e aprendo muito commeus amados irmãos espíritas.Eu tenho um livro “Transcendên-cia e Espiritualidade”, onde abor-do mais diretamente o assunto.Estou crescendo assim, nestaárea e num certo diálogo. Tem al-gumas coisas que eu não enten-do, pelos meus limites bíblicos eculturais, como também não en-tendo o próprio Cristo. Como voucompreender plenamente AllanKardec?

“Tenho O Evangelho segundoo Espiritismo e vários livros

de Allan Kardec”

Fátima: O senhor já mani-festou este ponto de vistareencarnacionista na sua igre-ja?

Nehemias: Ah, sim, sim. A mi-nha comunidade é uma igrejagrande. Somos cerca de 350 con-gregados, tem cinco pastores, éum colegiado pastoral, além dolivro. O livro é público, editadoaí. Eu tenho participado de revis-tas. Por exemplo, no começo do

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THIAGO [email protected]

De Curitiba

ano a Revista Espírita Allan Kar-dec publicou uma síntese do pen-samento meu, a respeito. A igrejaouve-me, aceita. Eu sou o pastortitular. Somos cinco pastores, masestou ali, orientando a igreja, nestesentido. Eu não tenho nada de se-creto na minha vida pastoral.

Fátima: Qual a receptivida-de do público de sua igreja, emrelação ao seu conceito reencar-nacionista?

Nehemias: Bem, a igreja, elame aceita plenamente, mas eu te-nho a impressão de que não sósobre o meu aspecto filosófico,teológico, doutrinário sobre o Es-piritismo, mas em outros também.Porque eu, pessoalmente, Nehe-mias Marien, sou uma espécie deespinho de peixe na garganta daminha própria igreja, mas aceitame vão atrás. Como diz o Mestre:“O pastor vai à frente do rebanhoe o rebanho o segue, porque co-nhece a voz do seu pastor”. Nãosegue em frente, mas segue amim, mesmo que me engulam, va-mos dizer assim goela abaixo, por

não entenderem bem minhasnuances teológicas e espirituais,eles me aceitam. A gente vive numamor perfeito. Lá na minha igre-ja, pregou Libórni Siqueira, que édesembargador, um grande espí-rita. O Gérson Azevedo, que é ex-presidente da Federação Espíritado Rio de Janeiro. Vários espíri-tas pregando na Igreja. Não vãolá visitar, não. É subindo ao púl-pito. É um púlpito bonito, maisalto. Usam até toga e se não qui-ser fardamento, ficam como estão,elegantemente vestidos e pregamlá. Então é uma igreja aberta.

Fátima: Já que o senhoracredita na Reencarnação, oque o faz continuar professan-do a teoria presbiteriana?

Nehemias: Olha, eu estoupresbiteriano. Eu até não gostomuito desta palavra “presbiteria-no”, porque Calvino, JoãoCalvino, que é o estruturador dopensamento teológico protestan-te, ele bebia muito lá na IdadeMédia. Mandou crucificar pelamaneira de falar, mandou queimar

vivo Serventus, um médico, por-que discordava dele. Criou umadoutrina chamada “Doutrina daPredestinação”. Eu bato de frentecontra isso. Agora eu estou lá,porque acho que estamos num“pool” de idéias e a minha cabe-ça é holística. Assim, vamos di-zer, Nehemias Marien, teológicae pastoralmente, é um caleidoscó-pio. A beleza do caleidoscópio éexatamente ter vidrosquebradinhos, bonitos e funcio-nais, com figuras geométricas degrande dimensão espiritual.

Fátima: O senhor já estudoua Doutrina Espírita?

Nehemias: Eu tenho o livro OEvangelho segundo o Espiritismoe vários livros de Allan Kardec.

“Quando abro o texto sagrado,para os sermões, sinto que

estou fora de mim”

Fátima: E qual a sua opiniãosobre a Doutrina Espírita?

Nehemias: Eu acho que o Es-piritismo é o mais caudaloso aflu-ente do Cristianismo. Consideroa Bíblia como o mais antigo livrode psicografia e mediunidade. Euacho que Jesus era o médium per-feito, e que a mentalidadekardecista todos nós a temos.

Fátima: Sobre a mediunida-de, pastor, o que o senhor diz?

Nehemias: Olha, nós todos so-mos médiuns. Queiramos ou não.É uma questão de reconhecer,constatar e disciplinadamente de-senvolver. Agora, há muitos pre-conceitos. Nossa cabeça é assimmuito cheia de preconceitos, con-ceitos não, mas preconceitos te-mos demais. Então, eu acho o se-

guinte: eu, a respeito da mediuni-dade, até agora, estou sentindo...(emociona-se e chora). Eu achoque o verdadeiro servo de Deus éum médium. Ele não fala de si.Vamos dizer, entre aspas, tradu-zindo sentimentos, é uma incor-poração espiritual. Ele não é donodele, é um veículo, um canal. Oimportante é a mensagem quetransmite.

Fátima: E quanto à comuni-cabilidade com os Espíritos, oque o senhor diz?

Nehemias: É isso que eu esta-va tentando passar. Eu tenho, aténão entendo bem este espíritomeu, mas eu tenho a impressão deque é uma índia, minha Biquara,mãe de minha mãe, minha avóJoana. Eu sinto assim, uma certacolocação, uma certa energia delapara mim. Todas as vezes em queeu abro o texto sagrado, para ashomilias, as pregações, os ser-mões, sinto que estou fora demim. Eu admito esta transcendên-cia da Espiritualidade, esta inva-são do Céu no coração humano,através da mediunidade.

“Chico Xavier é umnome-legenda daespiritualidade,

nacional e mundial”

Fátima: Como o senhor en-cara os sucessivos ataques depastores ao Espiritismo?

Nehemias: Bom, como eu di-ria, nossos amados irmãos são ali-ados. Estamos todos no mesmobarco, mas eles fazem parte da ar-tilharia. O artilheiro é o soldado,que vem lá atrás. A infantaria so-mos nós, a Doutrina Espirita,

aqueles que vão lá para frente. Aartilharia, ao abrir espaço à fren-te, solta as bombas, mas são mui-to ruins de cálculos matemáticos,erram os cálculos e acabam dizi-mando os próprios aliados. É oque acontece, criticando o Espiri-tismo, que está na mesma dimen-são espiritual. Eu os chamo, va-mos dizer assim, de bonsais espi-rituais, aquela plantinha que nãocresce. Lá em Tóquio vi todo umhorto só de bonsais, bonitos, masnão se desenvolveram espiritual-mente. Estes que atacam nossosirmãos espiritas e outras tradições,com as quais não concordam, sãouma espécie de pitbulls. Eu achoque os ventos contrários firmamraízes de árvore e o avião sobemais alto. Acho que é como buri-lando um diamante, que vira bri-lhante.

Fátima: O que o senhor achade Chico Xavier?

Nehemias: Chico Xavier é umnome-legenda da espiritualidade,nacional e mundial. Eu tive o pri-vilégio de estar com ele duas ve-zes. Fui fazer uma série de confe-rências do Rio à Brasília. Viajeide carro e propus ao meu amigolevar-me a Uberaba. Oramos jun-tos. Olha, Chico Xavier e DomHélder Câmara são pessoas queme fizeram muito bem pela precea meu favor. Rogo a Deus que esteícone da Espiritualidade, que oMundo todo respeita, tenha assimmuitos, muitos e muitos privilé-gios desta bênção inaudita detransbordar a Espiritualidadecomo ela vem fazendo pelo santoChico Xavier.

Fátima: Em sua opinião,qual seria o caminho mais efici-

Desencarnado recentemente, o pastor presbiteriano Nehemias Marien foi o maior defensor, em nossa época, da prática do verdadeiro ecumenismo em terras brasileirasente para a Humanidade se-guir em direção aoEcumenismo?

Nehemias: Eu penso comoMimo Melânquico, o grandereformador do século XVI. Eletem uma fórmula e diz assim:“Unidade absoluta, naquilo queé essencial, o amor, por exem-plo. Liberdade absoluta em tudoque é duvidoso e caridade emtodas as coisas”. Acho que esteé o caminho do Ecumenismo.

Notas do Autor:1. A entrevista realizada por

Fátima Farias pode ser lida na ín-tegra nos seguintes sites:

ht tp: / /blogdacidamoret .b l o g s p o t . c o m / 2 0 1 0 / 0 5 /nehemias-marien-o-pastor-que-aceita-o.html

ht tp : / / ta rauacanot ic ias .b l o g s p o t . c o m / 2 0 0 9 / 1 2 /nehemias-marien-o-pastor-que-aceita-o.html

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/ffarias/nehemias-marien.html

2. Veja o vídeo em que o pas-tor Nehemias fala de Kardec eda Doutrina Espírita acessandoeste endereço na internet: http://www.youtube .com/watch?v=Cb-idPenqy4

3. Veja o vídeo em que a es-posa Eglé Marien fala sobre adespedida do pastor Marienacessando este outro endereçoeletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=_Ys9mvjgKzI

Nehemias Marien

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O IMORTALPÁGINA 10 AGOSTO/2010

Dia desses estava em viagempara Minas Gerais na companhia deum casal amigo, e durante o trajetome foi contada mais uma daquelasmemoráveis histórias a respeito doPaizinho Hugo. Tenho a convicçãode que esta ficará impressa de umamaneira especial em mim, devidoao fato de ter me identificado pro-fundamente com a personagem, eassimilado o teor do ensinamento.

Segundo me foi narrado, nostempos em que o Lar Marília Bar-bosa fervilhava de meninas, um vi-zinho reclamou ao Paizinho queelas estavam pegando laranjas deseu pomar sem o pedirem, ao quede imediato se desculpou e prome-teu tratar do problema. O Paizinhoficou sondando até que ele próprioviu uma delas colocando uma es-cada no muro em busca das frutas,que para ela certamente eram mui-to mais doces que as servidas naCasa.

A menina nem percebeu que

O resultado foi que nunca maisas laranjas do vizinho foram ataca-das.

Temos aqui nesta singela histó-ria o exemplo de vários valoresmorais que precisamos assimilar defato em nossos espíritos, sendo oprincipal deles a arte de educar atra-vés do amor, no qual Hugo Gonçal-ves é um mestre por excelência etodos nós que convivemos com ele,de uma maneira ou de outra, somosa menina das laranjas.

Chegamos à Casa levados pe-los mais diversos motivos, sendotodos acolhidos sem distinção algu-ma, e espiritualmente falando, al-guns de nós comportados e outrosmais peraltas, alguns mais sadios eoutros em situações lamentáveis,mas em todos os casos vemos eleensinando mansamente, com humil-dade e sabedoria.

Como um guia bondoso e sem-

19ª Semana Espírita deLondrina reúne quase 3 mil

(Conclusão da reportagem publicada na pág. 16.)

Segundo Orson, Deus estabele-ceu leis sábias que nos possibilitamo retorno em benefício de nós mes-mos de acordo com o que fizermos.Ele explicou que a saúde é uma con-dição de harmonia entre as funçõesda alma, do perispírito e do corpo. Adoença, de acordo com o palestran-te, ocorre quando há a perda dessaharmonia. “Excessos como o álco-ol, drogas, o comer exagerado, osexo desenfreado, atos infelizes pra-ticados deliberadamente ferem ostecidos sutis do perispírito alteran-do a forma física dele, no qual se ma-nifestarão deficiências, que são pu-rificadoras”, reforçou.

Para ele, a finalidade das doen-ças está no ato de nos reeducarmos.“A mágoa é um sentimento inútil eque só serve para tirar a nossa feli-cidade. Ela é uma das causas de tu-mores cancerígenos, além dos acio-nadores do processo de AVC (aci-dente vascular cerebral), infarto etc.A mágoa atinge diretamente nossocoração e é a causa de muitas enfer-midades”, disse.

O palestrante acredita que a me-dida que deve ser tomada para o pro-cesso de transformação íntima estána emergência de nos tornarmos pes-soas facilitadoras diante da vida.“Precisamos usar mais a gentileza,alimentar a alma com coisas que nosfazem bem. Ouvir uma música ouver um filme que comove, ler livrosque nos enobrecem a alma, voltar-mos nossas atenções para as belezasda natureza, enfim, nos envolvermos

Um pai por excelência

em atividades que tenham como focoos ensinamentos de Jesus.” No finalde sua palestra, o orador fez o sorteiode inúmeras obras espíritas para o pú-blico presente com o objetivo não sóde divulgar a Doutrina, mas principal-mente o de estimular o hábito da lei-tura naqueles que ouviram suas abor-dagens.

A máxima de Kardec – Além dapalestra sobre o tema “Uma Receita deVida”, o conhecido escritor RichardSimonetti, de Bauru (SP), ministrou umseminário em que examinou uma dasmáximas do Codificador do Espiritis-mo: “Trabalho, Solidariedade e Tole-rância”. Para o orador, que é colabora-dor assíduo de jornais e revistas espí-ritas, o ser humano confunde felicida-de com “não fazer nada”. “Essa ten-dência está tão arraigada no ser huma-no que algumas religiões ortodoxaschegam a pregar um céu para onde aspessoas iriam após a morte e ali vive-riam em eterna contemplação sem fa-zer nada”, observou o palestrante.

Lembrou em seguida que a maio-ria das pessoas, nos tempos atuais,acreditam que paz de espírito signifi-ca ausência de responsabilidades. Se-gundo ele, o homem está fora do rit-mo da harmonia universal. “Quem éque promoveu a evolução? Se Deusparasse de pensar um só minuto serí-amos um desastre. Desde osprimórdios da Terra, Jesus trabalha,então quem somos nós para ficarmosparados?”, destacou ele.

Simonetti lembrou ainda a ques-tão número 674 de O Livro dosEspíritos que nos ensina que o traba-lho é uma lei da natureza e por issomesmo é uma necessidade. Segundoele, quanto mais o homem vai se civi-

JULIANA [email protected]

De Cambé

FERNANDA BORGES [email protected]

De Londrina

estava sendo observada, e somentedepois de meditar a respeito do as-sunto, o Paizinho a chamou parauma conversa em particular, dizen-do: “Olha, querida, estamos tendoum problema com o pomar do vizi-nho, pois alguém que eu ainda nãosei quem é, está pegando sem pediras frutas dele. Mas como você éuma menina confiável e inteligen-te, gostaria muito que ficasse obser-vando para me ajudar a descobrirquem está fazendo isso, pois preci-so conversar com ela e dizer quenão é correto e nem bonito”.

lizando, mais ele precisa de traba-lho. “Vestimentas, alimentação, mo-radia, tudo está inserido no trabalho.A imposição do trabalho é uma bên-ção porque é por meio dele que de-senvolvemos nossas habilidades”,explicou o palestrante.

Num quadro, o expositor fezquestão de ilustrar a problemática dotempo na vida de uma pessoa co-mum. Segundo ele, em 168 horas deuma semana, distribuindo todas asatividades realizadas ao longo des-se período, aí incluídos os compro-missos profissionais, os serviçosdomésticos, a atenção aos familia-res, o repouso noturno, o tempo gas-to com alimentação e higiene, háainda uma sobra de 40 horas, umtempo que não é geralmente bemutilizado pelas pessoas. “O que é quevamos fazer com essas horas que nossobram? Devemos nos ocupar comatividades ligadas diretamente à uni-versalidade e à eternidade. Trabalhosque mostrem que não estamos sozi-nhos neste mundo e que podem aju-dar nossos irmãos que necessitam dealgum tipo de ajuda.”

Para Simonetti, a máxima deKardec ainda está longe da realida-de de muitas pessoas. “Tem genteque aproveita o tempo de folga e vaipra praia, outros vão pra favela. Nãoestamos aqui criticando aqueles quevão para a praia”, observou o pales-trante. O que é lamentável é ver pes-soas usarem tão mal o seu tempo,destinando-o tão-somente ao lazer.“Lazer que não se aproveita com anossa evolução é perda de tempo.Trabalhar no campo do bem é ser-vir, assim já diziam figuras impor-tantes como Gandhi”, lembrou.

Dia dos Pais

“Portugal tem possibilidadesinegáveis de levar as caravelas daLuz espírita pela Europa afora”

(Conclusão da entrevista publicada na pág. 3.)– Algo mais a acrescentar?Verifica-se que as maiores Ins-

tituições espíritas se localizam naRegião Centro. A maior é, sem dú-vida, a Associação de Viseu, que dis-põe de um salão para 650 pessoas eque normalmente esgota a capacida-de às 2ªs e 6ªs feiras à noite. Depois,segue-se a Associação Espírita deLeiria, que tem salão para cerca de450 pessoas, Braga com capacidadeidêntica, e outra meia dúzia de insti-tuições com capacidade para 200/300 pessoas. Viseu dispõe ainda daTV-Espírita (www.tv-espirita.com -www.ascev-ipss.org) que está emfase de expansão e de desenvolvi-mento de programas. Aliás, essa ins-tituição dispõe ainda de material einstalações para gravação em Áudioe Vídeo, Tipografia, além de umCentro de Acolhimento para Vítimasde Violência no Lar, outro para aco-lhimento de Jovens Grávidas, alémde um Lar para Idosos, os três De-partamentos em fase de construçãoe implementação.

– Suas palavras finais.Gostaria de agradecer a oportu-

nidade que me foi dada de dar a co-nhecer um pouco da realidade doMovimento Espírita Português. Re-conheço como é difícil concitar a

solidariedade das organizações espí-ritas internacionais, em tempo dederrubada de fronteiras, que de todonão deveriam existir quando de Mo-vimento Espírita se trate.

Portugal tem possibilidades ine-gáveis de levar as caravelas da Luzespírita por essa Europa afora, pre-cisa apenas de que aqueles que abra-çam a Doutrina com amor reconhe-çam esse papel, que não pretendesubstituir a importância de ninguémno contexto da Doutrina, mas tão-somente participar na difusão e ex-pansão da Verdade que precisa estardisponível para todos para que se dêa libertação.

Nós estamos na Europa e conhe-cemos a sua realidade. Tivéssemosnós a ajuda declarada e positiva da-queles que o podem fazer melhor queninguém e certamente tudo poderiaser bem diferente, a bem da Mensa-gem do Cristo. Acreditamos que oMundo espiritual está atento e Por-tugal, certamente com a ajuda doBrasil, bem poderá ter um papel maisinterventivo. Saúdo os Irmãos eCompanheiros do Brasil, a quemenvio um abraço muito fraternal emnome do Movimento Espírita Portu-guês. (Orson Peter Carrara, deMatão-SP.)

pre presente, o Paizinho tem cuida-do de um rebanho imenso de almas,ensinando lições valiosíssimas semespancar a nenhuma delas, mostran-do através do exemplo diário queJesus é o caminho. Aos Espíritosque envergam corpos masculinosfica o seu exemplo de pai, em tem-pos difíceis de uma sociedade emque muitos não vivenciam seuscompromissos. Aos que ocupam afunção de educadores, ele expõe avirtude sublime de levar o Espíritoa repensar suas faltas, sem repre-ender, expor ou castigar.

Muitas vezes esquecemos o va-lor de um elogio e damos vazão àscríticas ácidas. Precisamos refletirquanto ainda temos de mudar os nos-sos sentimentos e atitudes, para dei-xarmos de ser a menina das laranjase, através da evolução que nossoEspírito tanto precisa, passarmos aser aqueles que vivenciam o amor.

Entrevista: Arnaldo Costeira

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O IMORTALAGOSTO/2010 PÁGINA 11

Estado do ParanáCambé – Todas as quartas-feiras, às20h30, o Centro Espírita Allan Kar-dec promove em sua sede, na RuaPará, 292, um ciclo de palestras. Emjulho, os palestrantes foram: dia 7,Emanuel Cristiano (Campinas-SP);dia 14, Orson Peter Carrara (Matão-SP); dia 21, Izabel F. Andrian(Sarandi-PR); e dia 28, Jane MartinsVilela (Cambé).– Em agosto, participarão comopalestrantes os seguintesconfrades: dia 4, Marcelo Cazetade Oliveira (Londrina); dia 11,Terezinha dos Santos (Cambé); dia18, Eurípedes Gonçalves (Cambé)e dia 25, José Gonçalves (Cambé).

Curitiba – No dia 4 de julho, às10 horas, Marlon Reikdal falou noTeatro da Federação Espírita doParaná (FEP) sobre o tema “Tris-teza e depressão”, em mais umaatividade promovida pelo CEPE –Centro de Estudos e Pesquisas Es-píritas, órgão vinculado à FEP.– No dia 10 de julho, às 15h, SandraDella Pola ministrou na sede daFederação Espírita do Paraná semi-nário sobre o tema “Dimensões es-pirituais da casa espírita”, e no dia11, pela manhã, proferiu no Teatroda FEP palestra sobre o tema “Ati-tudes renovadas”. – Realiza-se no dia 8 de agosto, apartir das 15h, na Casa Espírita BoaVontade, na Rua Tenente Max WolfFilho, 223 - Água Verde, o seminário“O Estudo da Doutrina Espírita e aJuventude”. O evento é uma promo-ção da equipe do Departamento deInfância e Juventude (DIJ) e nele se-rão abordados aspectos como: a for-ma de estudar as obras básicas na ju-ventude; como tornar as aulas maisenvolventes e transmitir aos jovens aimportância do estudo e sua aplica-bilidade em seu dia-a-dia e como uti-lizar dinâmicas com os jovens.– Realiza-se nos dias 14 e 15 deagosto o VII Encontro Estadual Es-pírita de Comunicação Social Espí-rita, promovido pela FEP. O eventoterá início às 9h da manhã de sába-do (dia 14) e encerramento previstopara 12 horas do domingo (dia 15).

Palestras, seminários e outros eventos

A coordenação será de Merhy Seba,coordenador da Área de ComunicaçãoSocial Espírita das Comissões Regio-nais do Conselho Federativo Nacio-nal, especialmente convidado para atarefa. Serão abordados assuntos comoo retrospecto teórico sobre os funda-mentos gerais da Comunicação Soci-al Espírita e a construção de uma pla-taforma para elaboração de projetosregionais de comunicação.

Londrina – Prossegue na Casa Espí-rita Anita Borela, no Conjunto Parigotde Souza III, o curso de esperanto mi-nistrado pelo professor e esperantistaLeonardo Cassanho Forster. As aulasestão sendo realizadas aos sábados, das18h30 às 19h30. Não há cobrança detaxa de inscrição.– A 19ª Semana Espírita de Londri-na foi realizada no período de 10 a17 de julho deste ano, tendo comotema geral “Qualidade de Vida eImortalidade”. (Veja reportagem so-bre a Semana Espírita na pág. 16deste mesmo número.)– O programa radiofônico Além da Vida,produzido por confrades espíritas da re-gião e transmitido pela Rádio Londrina– AM 560 kHz aos domingos, no horá-rio de 8h30 às 9h30, pode ser ouvidoagora também pela internet, no endere-ço www.radiolondrina.com.br.– O Grupo de Estudos Espíritas “AbelGomes”, que é coordenado por AstolfoOlegário de Oliveira Filho, iniciou nodia 20 de julho, terça, às 18h30, o es-tudo sistematizado do Evangelho se-

gundo João. O estudo está sendo rea-lizado também na quinta-feira, às14h30. As reuniões ocorrem nominiauditório do Centro Espírita Nos-so Lar – Rua Santa Catarina, 429 eestão sendo coordenadas por MarceloCazeta de Oliveira. – Interessados em estudar o Espiri-tismo têm uma nova oportunidade apartir de agosto, com as novas tur-mas do Estudo Sistematizado daDoutrina Espírita (ESDE). As aulascomeçam no dia 5 de agosto – quin-ta-feira, às 20h, e também no dia 7de agosto – sábado, às 14h, no Cen-tro Espírita Nosso Lar (Rua SantaCatarina, 429 - Centro) e são gratui-tas. Para mais informações (43) 9998-3080 e 3322-1959. Inscrições podemser feitas no local no dia da aula.– A Comunhão Espírita Cristã de Lon-drina (Rua Tadao Ohira, 555 - JardimPerobal) promove mais um curso sobrepasse, que terá início no dia 8 de agosto,a partir das 10h da manhã. O curso seráministrado por Marcelo Cazeta de Oli-veira e será desenvolvido em trêsmódulos, sempre no mesmo horário.– O Centro Espírita Maria de Nazaré(Rua Girassol, 411 – Vila Ricardo)promove no mês de agosto um cur-so de passe que será ministrado porCleide de Souza e Silva. As aulasacontecerão nos dias 8 e 15 de agosto(sempre aos domingos), às 16 horas.O evento é aberto ao público emgeral, moradores ou não da regiãoLeste de Londrina. Mais informa-ções no telefone (43) 9998-3080.

Campo Largo – No dia 9 de julho, às20h, na Casa da Cultura de Campo Lar-go, Sandra Della Pola proferiu palestrasobre o tema “Decisão de ser feliz”.

Cornélio Procópio – Realiza-se emagosto o Mês Espírita, evento pro-movido pela 5ª URE – União Regi-onal Espírita, órgão da FEP. O even-to será realizado no Centro EspíritaEstrela da Caridade, situado na RuaColombo, 1.064. A abertura do even-to ocorrerá no dia 7 de agosto, às 14horas, com palestra a cargo do con-frade José Antônio Vieira de Paula.Todas as palestras ocorrerão aos sá-bados, sempre no mesmo horário.

Foz do Iguaçu – Realizou-se no dia 3de julho o seminário “O Jovem e o Mo-vimento Espírita”, sob a coordenaçãoda Equipe do DIJ/FEP. O evento tevepor local o CEOM - Centro Espírita OsMensageiros (Rua Padre Montoya, 454– Centro) e nele foram abordados as-pectos como apresentação sobre as di-versas instâncias do Movimento Espí-rita (Casa Espírita, URE, FEP, FEB).

Guaratuba – Foi realizado no dia 31de julho um seminário sobre o tema“Obsessão: o drama da humanidade”,coordenado por Carlos Augusto deSão José. O evento ocorreu no Cen-tro Espírita Fraternidade e nele foramabordados aspectos como conflitospessoais – perturbações generalizadas– personalidades mundiais vitimadas.

Jacarezinho – Realiza-se em agostoa XXXI Jornada Espírita de Jacarezi-nho. O evento concentrará palestrasque acontecerão todos os sábados ànoite, sempre às 20h, no Centro Espí-rita João Batista (Rua MarechalDeodoro, 701). A abertura do eventoserá no dia 7 com palestra a cargo doconfrade Marcelo Kolling (Curitiba),que abordará o tema “Em busca da fe-licidade”. Mais informações sobre oevento podem ser obtidas pelo telefo-ne (43) 3525-0373, com Eloy.

Paranavaí – Realizou-se no dia 18 dejulho nesta cidade, no campus daUnipar – Universidade Paranaense, naRua Huberto Brüning, 360, JardimSantos Dumont – Zona Leste, mais umencontro regional promovido pelaInter-Regional Noroeste, que englobaos espíritas de quatro regiões do Esta-do, pertinentes às UREs 7, 8, 9 e 11.

Pato Branco – A 14ª URE, órgão re-gional da FEP, promoveu no dia 31 dejulho um seminário sobre o tema “Je-sus, Modelo e Guia na ComunicaçãoSocial”, coordenado por Maria Hele-na Marcon. O evento aconteceu naSociedade Espírita Fraternidade.

Outras regiões do PaísBrasília – A Federação Espírita Bra-sileira (FEB) participará da 1ª Mar-cha Cívica em Defesa da Vida –

Contra a Legalização do Aborto –que se realizará no dia 15 de agos-to, domingo, na Esplanada dos Mi-nistérios em Brasília. O objetivo ésensibilizar os parlamentares paraque não seja alterada a legislaçãovigente sobre o aborto. Informa-ções com Jaime Ferreira Lopes(Coordenador do evento) pelo te-lefone (61)8117-9107. Informa-ções: www.caminhosluz.com.br/.– A Diretoria da FEB divulgou nofinal de julho uma nota dirigida aosespíritas do Brasil, relativamenteao Censo 2010, que será realizadoa partir do dia 2 de agosto. No co-municado, a FEB recomenda aosespíritas que, ao serem consulta-dos pelos pesquisadores do IBGE,se declarem kardecistas, palavraque o referido órgão vai utilizarpara a identificação dos espíritas.A FEB lembra que no formuláriodo censo não foi registrada a pala-vra espírita e, por causa disso, sóserão computados como espiritis-tas os que indicarem, em sua res-posta, a palavra kardecista.

São Paulo – Realiza-se nesta Ca-pital, nos dias 21 e 22 de agosto, o6º Encontro Nacional da Liga dePesquisadores do Espiritismo. Nes-sa oportunidade, além da apresen-tação de trabalhos nas áreas de Fí-sica, Direito, Psicologia, Adminis-tração e outras, sempre nas frontei-ras com o pensamento espírita, ha-verá o lançamento de dois ou trêslivros.

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Por nós

Os gregos enalteciam três vir-tudes: a verdade, a beleza e a bon-dade. E, para eles, fazia sentidouma definição de saúde como umatendência ao que integra, ao queharmoniza e nos mantém unidosao núcleo do Ser que nos faz ser...

Assim, como uma suposiçãorazoável, podemos atribuir comoparte da crise que vivenciamos aconstrição da alma, pois perde-mos, na modernidade, a grandezado projeto humano. Entretanto,toda história humana conta sobrea necessidade do cuidado com aalma que nos habita a fim de quegozemos de boa saúde e alegria.

Logo, é possível propor comorecurso de orientação a lógica docoração e, com ressonância, a ex-pressão francesa – “ter o coraçãona mão”. Em consequência, vi-ver com o corpo animado e reco-nhecer a si mesmo e ao outro nãoapenas como corpo material, mascomo corpo habitado por umaalma, um corpo que é também otemplo de Deus, nosso Pai.

Ainda, se o nosso coração esti-ver na mão, vamos acessar outrarealidade, cientes do vir a ser quetemos de criar, o futuro que pode-mos desenhar... É uma aventuralonga? Amyr Klink, o navegador,diz que “o maior naufrágio é nãopartir”, é ficar estagnado, girandoem círculos – o consumir-se pelaausência da clarificação da neces-sidade real, pela desorientação.

Onde aprendemos a existir deforma harmoniosa? A lição doamor, encadeada pela verdade, be-leza e bondade, o movimento daalma, sugere que aprendemos aexistir na arte de viver o instante –a convocação para o viver da jor-nada, tecida passo a passo.

Estamos aqui por conta daspendências, das questõesinacabadas. Mas também pela ne-

EUGÊNIA PICKINA [email protected]

De Londrina

cessidade da florescência dosdons e da urgência de amar.

Em função disso, ser larga-mente solidário e com o coraçãolatejando de confiança para queconsigamos, com facilidade, o re-torno ao nosso eixo essencialquando experiências difíceis nosatravessem, normalmente enraiza-das nessas pendências e aspectosnegligenciados ou inacabados...

Não esqueçamos: no final,são as experiências que nos fa-zem progredir na arte de amar queficam conosco de maneira har-moniosa e definitiva.

Afinal, como dizia Terezad’Ávila: “Nada te inquiete. Nadate assuste. Tudo passa. Só o amornão passa. Com paciência tudo sealcança. A quem tem amor nadafalta. Só o amor basta”.

O IMORTALPÁGINA 12 AGOSTO/2010

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

A Escandinávia está em festa.Os Espíritos de vikings secularesse beneficiam com as vibraçõesque emanam dos grupos espíritasda Escandinávia, onde a Suéciaestá inserida, e especialmente ascidades de Estocolmo, Hass-leholm, Gotemburgo e Vasteros.Fatos inusitados se verificamquando o esforço e a união de pro-pósitos reforçam os corações quese dedicam com esmero e amor àcausa do bem, do esclarecimentoespírita.

Conversava com a Elsoly, mi-nha irmã espírita, uma sueca quereencarnou no Brasil e há anos re-side na Suécia. Dizia-me ela:“Elsa, eu amo a Suécia, amo osdias de neve, de frio, mesmo quan-do residia em Umeö, muito ao nor-te, a 9 horas de carro de Estocol-mo, e saía de casa com 20 grausabaixo de zero. Era uma alegria

pisar na neve macia e orar, enquan-to caminhava. À hora do almoço osol aparecia, muito tímido, para emseguida se recolher novamente.Mesmo assim, sinto a Suécia comominha casa, como se voltara deuma longa viagem à minha pátriaquerida, a Suécia”.

Elsoly realiza os estudos espí-ritas somente no idioma sueco,dentro da própria clínica. O Gru-po Léon Denis, fundado há quase6 anos, integrado à União EspíritaSueca (UES), tem local permanen-te de estudos, mesa sempre mon-tada, livros sempre à mostra, localde oração e meditação. Quiseraque todos os grupos pudessem terum espaço 24 horas permanente,mas sabemos que é quase impos-sível, devido ao alto custo do alu-guel.

Naquela tarde de sábado, comalegria foi feita a comemoração do10º aniversário de fundação daUnião Espírita Sueca, que ocorreuno dia 24 de julho. O espaço já co-nhecido de muitos espíritas na Sué-

cia foi o Träfflokalen Baltzar, pertoda Estação de Metrô Fridhemsplan.

No início da programaçãoaconteceu a reunião da diretoria daUES com presença de trabalhado-res de Grupos Espíritas da Suéciae as duas convidadas como pales-trantes do evento: eu mesma, ElsaRossi, apresentada por ElianeDahre como presidente da BUSS,a Federativa nacional do ReinoUnido, e 2ª Secretária do Conse-lho Espírita Internacional (CEI), eDébora Cordeiro Rosa, trabalhado-ra do Conselho Espírita dos Esta-dos Unidos, professora da Univer-sidade de Orlando, Flórida.

A reunião transcorreu em cli-ma de bom entendimento e plane-jamento para as futuras atividadesespíritas organizadas pela UES. Osgrupos presentes foram: o LéonDenis, de Estocolmo, o Grupo Fa-miliar de Hassleholm, o Fraterni-dade, de Estocolmo, o Grão deMostarda, de Estocolmo, e por e-mail, o Grupo Allan Kardec, deGotemburgo.

Crônicas de Além-Mar

Espíritos de Vikings se beneficiam com o Espiritismo na Escandinávia

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é 2ª Secretária doConselho Espírita Internacional,diretora do Departamento de Uni-ficação para os Países da Europa,organismo do Conselho EspíritaInternacional, e atual presidente daBritish Union of Spiritist Societies(BUSS).

Na programação realizei pales-tra sobre o Movimento EspíritaInternacional, discorrendo sobre asmuitas moradas do Pai, em quemostrei montagem de slides do sis-tema solar, planetas e a Terra, e ascomparações com as estrelas demaior grandeza, como Betelgeuse,Aldebaram, deixando na mente detodos a reflexão: Será a Terra oúnico planeta habitado?

Ao final, incentivamos umavez mais a todos a participarem do6º Congresso Espírita Mundial emValência, no mês de outubro pró-ximo, organizado pelo ConselhoEspírita Internacional - http://2010.kardec.es

Em seguida, Eliane Dahre, pre-sidente da UES, fez a apresenta-ção de Débora Rosa, que discor-reu sobre o tema: “Você pode mu-dar sua vida”.

Fome zero

Senhor, o nosso povo passa fome!São poucos os que trazem farta a mesaE tem aquele que nem sempre come,Causando a todos nós muita tristeza.

E falta alguém que, decidido, tomeUma atitude com real firmeza

E que na relação ponha seu nomeDe doador, num gesto de nobreza.

Faça com que, Jesus, mesmo o avarentoAbra a bolsa e as mãos neste momento

E seja da Campanha solidário.

É muito doloroso não ter nada:O pai que vê sua prole esfaimada,

Cada vez mais aumenta o seu calvário.

Do livro “No Trilhar da Vida”, do poeta citado.

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

Ao final o congraçamento en-tre todos, com um delicioso cafée quitutes preparados por IldaHansson, vice-presidente da UES,e seu esposo Nils Hansson,supervisor da UES. O final doevento deixou no coração de to-dos o convite à reflexão e ao tra-balho de amor, para mais anos deUES serem atingidos na divulga-ção do Espiritismo em terrasescandinavas.

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O IMORTALAGOSTO/2010 PÁGINA 13

“... Crede que estas sábiaspalavras: “Amai bastante

para serdes amados”,caminharão; elas são

revolucionárias e seguem umcaminho fixo, invariável...”

(Sanson, 1863, in O EvangelhoSegundo o Espiritismo.)

O amor comove a alma e a tornafeliz. Benditos aqueles que deixam oamor comandar seus atos! Pobres doshomens que ainda estão vivenciandoo egoísmo e mantêm os corações en-durecidos! Sofrem pelas próprias es-colhas! Felizes aqueles que, em meioà alegria ou à dor, se compadecemdas aflições de seus irmãos! Felizesos que já escolheram amar!

Como é triste vermos o egoís-mo ainda vivendo tanto na Terra!

Estes dias uma enfermeira ami-ga teve que acionar a assistênciasocial num caso doloroso que se re-pete em tantos lugares do Brasil edo mundo! Pessoas abandonadasno meio do sofrimento!

Uma senhora de olhos azuislindíssimos, com sequelas graves deum acidente vascular cerebral. Imó-vel no seu leito, não consegue falar,mas entende, pois de seus belos olhosdescem lágrimas. A enfermeira, afli-ta, porque alguns membros da famí-lia ali estavam mas pareciam cegosdiante das necessidades da senhora.Conversavam ao seu redor e ela ali,deitada, como se não existisse – eraa impressão que a enfermeira tinha.

Essa senhora, com as filhas ca-sadas, fica sozinha o dia todo, a se-mana toda. O marido é obrigado a

trabalhar, pois paga o aluguel da casae a família necessita sobreviver. Umavizinha caridosa vai lá nas horas deministrar a medicação, dar-lhe comi-da, dar-lhe um banho. O marido sóvolta à noite. As filhas não vão lá –só de vez em quando, em visita,como a enfermeira as encontrou, in-diferentes, embora presentes.

A vizinha confidenciou que qua-se desistiu do trabalho de amor querealiza, apiedada, por causa de umaneta dessa senhora, que lá esteve elhe disse verdadeiros impropérios,suspeitando de sua conduta e da dopróprio avô. Em vez de se dispor aajudar, prejudicou quem estava aju-dando. A assistente social teve queser acionada, para tentar legalmenteuma obrigatoriedade para a famíliase revezar nos cuidados, antes que opobre marido entre também em co-lapso físico, trabalhando dia e noite

e amargurado por ter que deixar aesposa, como necessita. A famíliaconsanguínea não é uma família es-piritual, que com muito amor cuida-ria da doentinha.

Um reflexo geral do egoísmoque grassa ainda tão intenso, maslembramos o Espírito de Pascal,em mensagem em O Evangelho se-gundo o Espiritismo, no qual diz:

“... Se os homens se amassemmutuamente, a caridade seria me-lhor praticada; mas seria preciso,para isso, que vos esforçásseis emvos desembaraçar dessa couraçaque cobre os vossos corações, a fimde serdes mais sensíveis com aque-les que sofrem...”.

Há esperança quando vemosuma vizinha se condoer, quando afamília não o fez; quando vemosque, mesmo entre lágrimas, quan-do nos contou a atitude maléfica e

Esperança no amorJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé

maliciosa da neta da enferma, nãodesistiu e continua socorrendo, porpiedade, porque ela fica sozinha odia inteiro.

Há corações bondosos que des-pontam em todas as partes onde osofrimento grassa.

O amor desabrocha em meio àsdores. Os sofrimentos no mundosão grandes e o amor vai surgin-do, despontando como os raios desol da aurora e, expandindo, há deiluminar toda a Terra.

Um dia, casos como esse querelatamos serão apenas lendas deuma época e os seres do futuro seperguntarão no meio do amortriunfante se isso seria mesmo ver-dade.

Um dia isso ocorrerá. O amorserá a luz dos homens e o egoísmoapenas lembrança de um tempoatrasado.

Histórias quenos ensinam

No mês de agosto nós, os espí-ritas, comemoramos o dia do nas-cimento do querido benfeitor es-piritual Dr. Adolfo Bezerra deMenezes Cavalcanti, que se deu nodia 29, do ano de 1831, na cidadede Riacho do Sangue, no Ceará.

Apresentamos aqui um depoi-mento do médium Divaldo PereiraFranco, da Bahia, registrado no li-vro “O Semeador de Estrelas”, es-crito por Suely Caldas Schubert eeditado pela Livraria Espírita Al-vorada, LEAL.

Segue o testemunho de Divaldo:Um dia, perguntei ao Dr. Bezer-

ra de Menezes, qual foi a sua maiorfelicidade quando chegou ao planoespiritual. Ele respondeu-me:

– A minha maior felicidade,meu filho, foi quando Celina, amensageira de Maria Santíssima,se aproximou do leito em que euainda estava dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente:

– Bezerra, acorde, Bezerra!Abri os olhos e vi-a, bela e ra-

diosa.– Minha filha, é você, Celina?– Sim, sou eu, meu amigo. A

Mãe de Jesus pediu-me que lhe dis-

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

[email protected] Cambé

sesse que você já se encontra naVida Maior, havendo atravessadoa porta da imortalidade. Agora,Bezerra, desperte feliz.

Chegaram os meus familiares,os companheiros queridos dashostes espíritas que me vinhamsaudar. Mas, eu ouvia um murmú-rio, que me parecia vir de fora.Então, Celina me disse:

– Venha ver, Bezerra.Ajudando-me a erguer-me do

leito, amparou-me até uma sacada,e eu vi, meu filho, uma multidãoque me acenava, com ternura e lá-grimas nos olhos.

– Quem são, Celina? – pergun-tei-lhe – não conheço a ninguém.Quem são?

– São aqueles a quem você con-solou, sem nunca perguntar-lhes onome. São aqueles Espíritos ator-mentados, que chegaram às sessõesmediúnicas e a sua palavra caiu so-bre eles como um bálsamo numafeira em chaga viva; são os esque-cidos da Terra, os destroçados domundo, a quem você estimulou eguiou. São eles que o vêm saudarno pórtico da eternidade...

E o Dr. Bezerra concluiu:– A felicidade sem lindes exis-

te, meu filho, como decorrência dobem que fazemos no caminho, paraatapetar a senda que um dia per-correremos.

O lenço de Deus

Um dos termômetros de afe-rição dos valores de uma socieda-de é a gratidão que ela demonstrapelas pessoas que deram marcantecontribuição ao seu progresso.Quanto maior a gratidão e a lem-brança dos homens e mulheresque deixaram marcas indeléveisnos mais diversos campos do co-nhecimento humano, mais fada-da ao sucesso será essa socieda-de. Figuras como Irmã Dulce,Josué de Castro, Carlos Chagas etantos outros arquitetos da evolu-ção social devem ser constante-mente lembrados, ou, melhor di-zendo, estudados. São interessan-tes os desdobramentos dessa gra-tidão, porque assim será constitu-ída uma sociedade que não des-preza os seus construtores, sejamfamosos ou anônimos, intelectu-ais ou criaturas simples, no entan-to, de singular coração.

E dentro desse rol de figurashumanas admiráveis e abnegadasservidoras de nosso país está, semdúvida, Francisco CândidoXavier, o notável Chico Xavier,considerado o mineiro do sécu-lo.

Se estivesse encarnado, Chicocompletaria em 2 de abril deste ano100 primaveras de existência físi-

tituiu esperança e distribuiu oprogresso material e espiritual.

O Chico cristão soube respei-tar as diferenças, amar os críti-cos e seguir fielmente as liçõesevangélicas no que concerne ao“Dai de graça o que de graçarecebestes”. Psicografou mais de400 livros e doou todos os direi-tos autorais. Poderia ser milioná-rio, mas eticamente não se apo-derou de um patrimônio, o qual,segundo ele mesmo, era obra dosEspíritos. Chico, ah, o fiel e cons-ciente intermediário das inteli-gências invisíveis foi, também, olenço de Deus a enxugar as gros-sas lágrimas de familiares e mãesdesesperadas pela partida de seusafetos. Dessas mensagens dealento aos desvairados coraçõessurgiram livros que refletem comfidelidade a continuação da vida.São inúmeros, mas destacamos:Somos Seis e Estamos Vivos.Apenas uma pálida lembrança doChico cristão, do ser humano queviveu intensamente o Evangelho.

Nesses 100 anos de luz, seulegado acaricia não apenas o Bra-sil, mas o mundo todo, mostran-do a possibilidade e importânciade reviver a chama do amor en-sinada por Jesus há dois mil anos.Relembrar Chico não é importan-te, mas, sim, fundamental paraque sua memória e seus exemplosde cidadania contagiem a todos.

WELLINGTON [email protected]

De Bauru, SP

ca. Mineiro de nascimento, ChicoXavier tornou-se cidadão do mundoporque foi adotado pelas milhares depessoas beneficiadas por seus exem-plos de desprendimento e amor. Seunome possuía uma credibilidade fan-tástica conquistada, diga-se de pas-sagem, pelas suas atitudes autentica-mente cristãs, por isso extrapolou asbarreiras da religião e ganhou admi-radores nos profitentes dos mais di-versos credos.

No entanto, para divulgar a vidado mineiro do século é preciso an-dar com muito cuidado para nãolimitar a obra de Chico Xavier.Imperioso admitir a impossibilida-de de retratar sua históriariquíssima em singelo texto. Obrase obras foram escritas e filmes pro-duzidos sobre sua jornada no mun-do e, indubitavelmente, nenhumadelas conseguiu esgotar o assuntoChico Xavier, tamanha a magnitu-de de suas lições.

E, diante da multiplicidade deadjetivos e mensagens deixadaspelo médium mineiro, vale a penadestacar o Chico cidadão e o cris-tão. Apenas duas facetas das inú-meras que possui esse homem no-tável. O Chico cidadão foi aqueleque ao longo da existência demons-trou a importância de acreditar noBrasil e não perder a fé no ser hu-mano. O Chico cidadão visitou pre-sídios, famílias em dificuldade fi-nanceira, multiplicou o Bem, res-

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O IMORTALPÁGINA 14 AGOSTO/2010

O melhor pai do mundoCarlinhos, um menino muito

arteiro, entrou em casa se sentindochateado.

Estava no quintal jogando bolacom os amigos e, sem querer, que-brou o vidro de uma das janelas.

O pai, que lia o jornal na varan-da, percebeu o que tinha aconteci-do. Levantou-se na mesma hora efoi chamar a atenção do filho:

— Meu filho, tenha cuidado!Não chute a bola com muita força.Você quebrou um vidro da nossajanela. E se fosse da casa do vizi-nho? Seu pai teria que pagar! E sevocê tivesse machucado alguém?

— Mas, papai, eu não tive culpa!— Seja como for, você causou

um prejuízo e descontarei da suamesada.

Entrando na cozinha, Carlinhossentou-se numa cadeira, revoltado.Maria, a empregada de sua mãe, queenxugava umas louças, perguntou:

— O que foi desta vez,Carlinhos?

— Meu pai brigou comigo sóporque quebrei o vidro de uma ja-nela. Disse que vai descontar da

Papai, neste seu dia, gostaria dedizer-lhe que eu o amo muito, ape-sar das nossas briguinhas e desen-tendimentos.

Sei que o senhor já enfrentoumuitos problemas comigo desdeque eu comecei a ser “gente”.

Reconheço que fui bastantechato insistindo em fazer valer mi-nha vontade, quando queria algoque não poderia me concedercomo: brincar com fogo, tomar sor-vete com dor de garganta, comprarum presente caro que estava alémdas suas posses, fi-car acordado até tar-de vendo televisãoou brincando novídeo game, e mui-tas outras coisas.

Há alguns dias,estava bravo com osenhor porque nãome tinha deixadosair com os amigosà noite para ir a umalanchonete e, indig-nado, abri “O Livrodos Espíritos” ao acaso, e caiu jus-tamente na questão que trata daMissão dos Pais.

Assim, eu aprendi que quandonasce um filho, aos pais é dada umagrande responsabilidade e o deverde educá-lo.

Deus colocou o filho sob a tu-tela dos pais, afim de que estes odirijam pela senda do bem, e lhesfacilitou a tarefa dando ao filhouma organização débil e delicada,que o torna propício a todos os en-

Homenagem aos paisminha mesada. Sempre a culpa éminha! Tudo eu! Tudo eu!

Maria, que gostava muito domenino, com carinho respondeu:

— Carlinhos, todos temos queser responsáveis pelas nossas ações.E seu pai estava apenas tentandoensinar-lhe responsabilidade, disci-plina e respeito às coisas alheias.

— Maria, mas ele briga comi-go o tempo todo! Para tomar ba-

nho, fazer a tarefa da escola, arru-mar os brinquedos. Ufa! Estou can-sado! Gostaria de ter outro pai.Olha, Maria, acho que nem vou darpresente a ele nos Dia dos Pais.

— Ele faz isso por amor,Carlinhos. E não é verdade que seupai chama sua atenção o tempotodo. Pense bem!

Carlinhos, já mais calmo, pen-sou um pouco e concordou.

Lembrou-se de todas as vezes

sinamentos. Muitos pais, no entan-to, se preocupam mais de endirei-tar as árvores do seu jardim e fazê-las dar bons frutos em abundân-cia, do que de formar o caráter deseu filho. Se o filho vier a cair porculpa deles, irão suportar os des-gostos resultantes dessa queda epartilharão os sofrimentos do fi-lho na vida futura, por não teremfeito o que lhes estava ao alcancepara que ele avançasse na estradado bem.

Então, Papai, agora posso en-tender melhor suapreocupação comi-go, quando peço di-nheiro além da me-sada; quando quersaber onde eu vou,com quem e a quehoras vou voltar;quando trato mal aspessoas, não respei-to os mais velhos oubrigo com meus ir-mãos; quando falouma mentira ou faço

algo errado.Por isso, Papai, quero agrade-

cer-lhe por tudo o que tem feito pormim e dizer-lhe que seus exemplos,norteados no Evangelho de Jesus,serão meu farol, indicando-me ocaminho a seguir. Um dia, quandotiver meus filhos, irei educá-loscomo o senhor tem feito comigo.Creio que essa é a maior homena-gem que posso lhe prestar neste seudia.

FELIZ DIA DOS PAIS!...

que o pai o tinha levado para pas-sear, pescar, tomar sorvete, andarde bicicleta, ao parque de diver-sões. Todas as vezes que o pai ti-nha chegado cansado do serviço,mas tinha se sentado para lhe ensi-nar os deveres da escola, que elenão conseguia fazer sozinho.

Mais ainda: lembrou-se dasvezes que o pai tinha entrado naponta dos pés em seu quarto paradesejar-lhe boa-noite.

— Você tem razão, Maria. Meupai se preocupa comigo.

E Maria, que era uma mulhermuito sofrida, colocou a mão dacabeça dele, sentou-se a seu lado edisse:

— Vou lhe contar uma histó-ria, Carlinhos. Tem um rapaz que,desde pequeno, foi muito peralta,fazia coisas erradas, brigava comos vizinhos, não respeitava as pes-soas, porém nunca teve alguém queo ensinasse. A mãe o amava muitoe, como o menino já não tinha pai,ela não queria que ele sofresse. Eassim, sempre desculpava tudo oque o filho fazia, cercando-o decuidados e de atenções. Nuncaacreditava nas professoras da es-cola e nem nas pessoas que vinhamalertá-la sobre o péssimo compor-tamento do filho. Um dia, ele co-meçou a roubar. No começo, erampequenos furtos, depois passou aroubar coisas maiores, aparelhosde som, televisões, e até carros.

Carlinhos ouvia com os olhosarregalados de espanto:

— E depois? — perguntou, in-teressado.

— Depois, acabou sendo pre-so. A mãe lamenta até hoje não terdado a educação que ele precisa-va.

O menino estava impressiona-do.

— Você o conhece, Maria?Com os olhos úmidos ela res-

pondeu:— Conheço sim, Carlinhos.

Esse rapaz é meu filho.Somente naquele momento o

garoto percebeu que, embora Ma-ria trabalhasse na sua casa desdeque ele tinha nascido, nada sabiada vida dela.

Maria parou de falar, enxugouos olhos no avental, e completou:

— Por isso, agradeça a Deustodos os dias, Carlinhos, por ter umpai que se preocupa com você eque o ama muito. Se eu tivesse mepreocupado em dar uma boa edu-cação e orientações religiosas ameu filho, provavelmente hoje eleseria diferente.

Carlinhos, muito sério, lem-brou:

— É por isso que o papai e amamãe sempre dizem que o Evan-gelho de Jesus nos ajudará a ser-

mos pessoas melhores.— Isso mesmo, Carlinhos. Po-

rém, na época, eu não sabia.Voltando das compras, a mãe

entrou em casa e Carlinhos correuao seu encontro.

— Mamãe! Mamãe! Precisa-mos comprar o presente do papai!

— Calma, meu filho! Mas oque aconteceu para você estar as-sim tão ansioso?

— É que eu descobri que tenhoum pai maravilhoso! O MELHORPAI DO MUNDO!

Tia Célia

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O IMORTALAGOSTO/2010 PÁGINA 15

As muitas moradas da casa do Pai

Encontramos no Evangelho deJoão, capítulo XIV: 1 a 3, a seguin-te afirmação de Jesus: “Que o vos-so coração não se perturbe: Credeem Deus, crede também em mim.Há muitas moradas na casa de meuPai; se assim não fosse eu vos te-ria dito, porquanto eu vou parapreparar o lugar para vós e depoisque eu tiver ido e preparado o lu-gar, voltarei, e vos retirarei para

ÉDO [email protected]

De Matão

Recomeçar

Desde as mais remotas eras, ohomem, com a permissão de Deus,tem conseguido através das váriasreencarnações sua evolução na es-cada da vida. Segundo O Livro dosEspíritos, “quanto mais é permiti-do ao homem penetrar pelo conhe-cimento nesses segredos, maiordeve ser sua admiração pelo podere sabedoria do Criador; mas, sejapelo orgulho ou fraqueza, sua pró-pria inteligência o torna, muitasvezes, joguete da ilusão. O véu selevanta para ele à medida que sedepura; mas, para compreenderalgumas coisas, precisa de faculda-des, dons, que ainda não possui”.

A doutrina espírita, encontra-da nas cinco obras codificadas porAllan Kardec, nos ensina que paraevoluirmos necessitamos compre-

ender, absorver e praticar em nos-sas vidas os belos ensinamentos dei-xados por Jesus.

Deus, quando criou o Universo,pensou nas galáxias, cheias de es-trelas, pensou como seriam o plane-tas e seus habitantes, analisando deque forma dar-se-ia sua evolução.Verificou como seriam os processosevolutivos de uma infinidade de Es-píritos, que necessitam tanto dosensinamentos do Cristo.

Deus, em sua mais sublime bon-dade e justiça, permitiu ao homem areencarnação, para que possamosreparar os erros cometidos no pas-sado, possibilitando-nos vivenciardiferentes situações com diferentesEspíritos para aprendermos a nosamar, a ter compaixão pelo próximo.

A vida humana é como um imen-so jardim onde devemos plantar assementes de bondade, carinho, hu-mildade e amor, para que possamoscolher frutos bons, podendo assim

alcançar o topo da escadaevolutiva, pois, segundo Lucas,cap. VI, vv. 43 a 45, “O homem debem tira boas coisas do bom te-souro do seu coração e o mau tira-as más do mau tesouro do seu co-ração; porquanto a boca fala dode que está cheio o coração”.

Portanto, estimados espíritas,sejamos tal qual a árvore boa, quesempre dará bons frutos, pois omundo necessita de amor, de paz ecompreensão. Aproveitemos aoportunidade que nosso Pai nosofertou, e recomecemos, poiscomo dizia o nosso grande amigoe trabalhador da última hora, ChicoXavier: “Embora ninguém possavoltar atrás e fazer um novo co-meço, qualquer um pode começaragora e fazer um novo fim”. En-fim, atentemos a nossa mente paraas coisas boas da vida a fim de quenão nos percamos no lodaçal denossa própria ignorância.

MARCEL GONÇ[email protected]

De Londrina

mim, afim de que, lá onde eu esti-ver, vós estareis também”.

Por essa afirmação de Jesusentendemos, nós espíritas, que Elenos informou sobre a existência,no universo, de uma infinidade demundos habitados. O Espiritismovem nos esclarecer a respeito des-ses ensinamentos de Jesus nasquestões 55 a 58 de O Livro dosEspíritos, onde os instrutores es-pirituais não só o confirmam comotambém nos trazem novos escla-recimentos sobre a pluralidade dosmundos habitados.

Sendo a Terra um mundo de expi-ação e provas e sendo a evolução Leida natureza, é certo que um dia, emvista do progresso que aqui vem serealizando, passará à categoria de mun-do de regeneração. É evidente que osEspíritos que fazem parte integrante daatual atmosfera espiritual da Terra, sedesejarem passar a reencarnar no mun-do regenerado, terão que trabalhar nasua transformação íntima para adqui-rirem esse merecimento.

Um dos grandes e sérios em-pecilhos para esse merecimento,que é instrumento da Lei de Justi-ça, é a permanência do homemvelho que ainda habita em nós. Ésabido, e assim também pensa San-to Agostinho quando ensina, “quena aparente destruição, o que real-mente se realiza é a transformaçãopara melhor”. Assim também acon-tece com o homem velho que in-siste em permanecer conosco. Ne-cessitamos transformá-lo no ho-mem novo e a eficácia do trabalhode renovação depende essencial-mente da capacidade de encontroharmonioso com as mazelas que,habitualmente, desejamos ignorar.

Para nos aceitarmos, como so-mos, é preciso ter a coragem de olharpara dentro de nós mesmos, criar uminstrumento qual um espelho paraanalisar as nossas reações e proce-der às mudanças necessárias com

dignidade. A aceitação não é confor-mismo com o mal, é uma forma pa-cífica de realizar as mudanças quese fizerem necessárias. O trabalhomaior e necessário é o de conhecera si mesmo para descobrir a causados desajustes atuais. E aí, então,com muito discernimento aceitar-mos as imperfeições, reconhecendoque elas não são erros, mas aquisi-ções nossas do passado, que pode-rão nos ter feito felizes, mas que hojenos fazem sofrer, e por isso necessi-tam ser modificadas, transformadas,de acordo com as nossas novas co-gitações renovadoras.

Só assim, transformando o ho-mem velho no homem novo, aindanão perfeito, mas caminhando nes-se rumo é que estaremos em condi-ções de continuar habitando a Ter-ra quando ela se transformar emmundo de regeneração, que consisteem uma das muitas moradas daCasa do Pai a que se referiu Jesus.Ao contrário, todo aquele que nãose dispuser a transformar-se, pelaLei Divina de Afinidade, será con-duzido aos mundos inferiores,onde, segundo Jesus, haverá choroe ranger de dentes, até que se deci-da pelas mudanças benfeitoras, poistodos um dia terão que seguir o bomcaminho, pois ensinou ainda Jesus:“das ovelhas que o Pai Me confiou,nenhuma se perderá”.

Em O Evangelho segundo o Es-piritismo, no capítulo III, itens 3 e 4,Kardec apresenta estudo sobre as di-ferentes categorias de mundos habi-tados, concluindo pela classificação,“em mundos primitivos, destinadosàs primeiras encarnações da almahumana; mundos se expiação e pro-vas, onde o mal domina; mundos re-generadores, onde as almas que ain-da têm que expiar obtêm novas for-ças, repousando das fadigas da luta;mundos felizes, onde o bem superao mal; mundos celestes ou divinos,moradas dos Espíritos puros, onde obem reina inteiramente”.

Assevera ele ainda que: “A Ter-ra pertence à categoria de mundo deexpiações e provas, eis por que ohomem nela está exposto a tantasmisérias”. Ainda em O Evangelhosegundo o Espiritismo, no capítuloIII, item 19, deparamos com instru-tiva mensagem de Santo Agostinho,onde ensina: “O progresso é umadas Leis da Natureza; todos os se-res da Criação, animados e inanima-dos, a ela estão submetidos pelabondade de Deus, que deseja tudose engrandeça e prospere. A própriadestruição, que aos homens pareceo fim das coisas, não é mais do queum meio de chegar, pela transfor-mação (grifamos), a um estado maisperfeito, porque tudo morre pararenascer e nada volta ao nada”.

Divaldo responde– Considerando-se que o Es-

piritismo é uma religião eminen-temente educadora e que o Espí-rito reencarna para aperfeiçoar-se, você não acha que as ativida-des que visam à evangelização dacriança não têm recebido o apoiona proporção da importância datarefa?

Divaldo Franco: É de la-mentar essa constatação em inú-meros Centros Espíritas. Acredi-tam os seus diretores que sãoimortais no corpo, sem a preocu-pação de preparar as novas gera-

Extraído de entrevista publicada no jornal O Imortal de maio de2008.

ções para os substituírem, tantoquanto trabalhar a criança, a fimde produzir uma sociedade feliz,sem vícios nem conflitos, que oEspiritismo dirime e equilibra.

Esse infeliz comportamentotraduz a ignorância em torno daeducação, que mereceu do insig-ne Allan Kardec, o nobre educa-dor, páginas de relevante beleza.

Educar a criança de hoje, édever inadiável, a fim de não seter que punir o cidadão do futu-ro, conforme o pensamento denobre filósofo grego...

Como é bom viver contente,Enamorado do Bem!

Não guardar rancores n’alma,Não querer mal a ninguém!

Ouvir com o profundo enlevoO diálogo das flores

E escutar dos passarinhosA linguagem de inocência,

Sentir e amar a belezaQue os astros, a naturezaE a própria vida contém!

Como é bom colher afetosNos ninhos dos corações!

Ganhar amigos diletosFazendo boa ações;

Plantar rosas de bondadeNos jardins das outras almas

E dar aos outros os frutosDa nossa boa colheita!

Dar alegrias aos tristes

E alimento aos que têm fome,Depois, ao final do dia,

De Deus o sagrado NomePronunciar com alegria,

Num clima de paz perfeita!

Como é bom dormir tranquilo,Tendo a consciência em paz!O coração sempre em festaPelo bem que a gente faz.Alma alegre, sonhadora,A fitar sempre as estrelas,

Rosas de amor espalhando,Porque não pode escondê-las!

Coração de passarinhoEm gorjeios de ternura,

Calor de berço, de ninho,A transmitir a mais pura

Mensagem de amor cristão.Alma toda entregue ao bem,

Olhos fitos nos espaços,Ao mundo abertos os braços,Ao pobre estendida a mão!

Enamorado do bemJOSÉ SOARES CARDOSO

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Com um tema que chama aatenção nos tempos atuais, emque os principais aspectos abor-dados estiveram ligados a ques-tões como doenças adquiridaspela ausência de uma vida equili-brada, a 19ª Semana Espírita deLondrina lotou o auditório doCentro Espírita Nosso Lar prati-camente em todos os dias deevento. A semana foi realizadanos dias 10 a 17 de julho e reuniucerca de 2,8 mil pessoas. Alémdos palestrantes, o evento concen-trou uma gama de grupos artísti-cos que levou a mensagem daDoutrina Espírita por meio debelíssimas canções e interpreta-ções teatrais não só para o públi-co adulto, mas também para as223 crianças que participaram da10ª Semaninha Espírita e tambémda 6ª Noite Cultural (fotos).

Promovida pela União dasSociedades Espíritas de Londri-na - USEL, a Semana Espíritatrouxe para Londrina figuras im-portantes e nacionalmente conhe-cidas no meio espírita, como osconferencistas e escritoresRichard Simonetti, Orson PeterCarrara e Emanuel Cristiano.Também participaram do eventooutros renomados palestrantescomo o médico José AntônioVieira de Paula, Jorge Hessen,Irvênia Prada; DilermandoMassei, Célia Xavier de Camargoe Osny Galvão, de Londrina.

Com o tema “Qualidade deVida e Imortalidade”, o eventodeste ano concentrou palestrascom diretrizes importantes nãosó para espíritas mas principal-mente para aqueles que buscaminformações que possam contri-buir para a sua reforma íntima.Perdão, perispírito, consciência

FERNANDA BORGES [email protected]

De Londrina

AGOSTO/2010

19ª Semana Espírita de Londrina reúne quase 3 mil Evento que já é tradicional na região contou com a presença de palestrantes renomados no

movimento nacional; cerca de 15 grupos artísticos passaram pelo Centro Espírita Nosso Lar

plena, trabalho, solidariedade fo-ram apenas alguns dos assuntosapresentados em algumas das pa-lestras que atraíram pessoas de di-versas religiões.

Os temas apresentados – Eisos temas e os palestrantes que osexpuseram durante os oito dias daSemana Espírita:

Dia 10 - Emanuel Cristiano.Tema: “Trabalhadores da Casa Es-pírita”.

Dia 11 - José Antonio Vieira dePaula. Tema: “Reencarnação base-ada em evidências”.

Dia 12 - Jorge Hessen. Temas:“Cânceres e Comportamento Mo-ral: Toda Doença será Reflexo doEstado Mental do Doente” e “Pa-lavra de Ordem: Perdoar”.

Dia 13 - Osny Galvão. Tema:“Perispírito”.

Dia 13 - Orson Peter Carrara.Tema: “Por que adoecemos?”.

Dia 14 - Orson Peter Carrara.Tema: “Fim do Mundo em 2012?

Mortes coletivas, flagelos destrui-dores e transformação do planeta”.

Dia 14 - Dilermando Massei.Tema: “A Doutrina e o Evange-lho”.

Dia 15 - Irvênia Prada. Temas:“Ciência e espiritualidade” e “ADoutrina Espírita como base paraa trajetória de nossa transcendên-cia”.

Dia 16 - Célia Xavier deCamargo. Tema: “Vivendo com aconsciência espírita”.

Dia 16 - Richard Simonetti.Tema: “Uma Receita de Vida”.

Dia 17 - Richard Simonetti.Tema: “Trabalho, Solidariedade eTolerância: máxima de Kardec”.

A importância do perdão – Com o tema “Palavra de ordem:Perdoar”, o carioca Jorge Hessen,articulista conhecido por sua atua-ção em inúmeros periódicos espí-ritas, radicado em Brasília (DF),proferiu uma palestra grandiosa eimportante para uma reflexão acer-

ca do tema. Segundo ele, o ser hu-mano tem uma tendência naturalde se sentir vítima, aborrecido comas coisas da vida e isso, de acordocom Hessen, ocasiona uma ligaçãoimediata com Espíritos quepotencializam em nós o sentimen-to de vingança. “Temos que nos co-nhecer mais para não nos sentir-mos bem com as desgraças alhei-as. A indignação, quando constan-te na nossa vida, é obsessão, masquando ocorre algumas vezes écomo um estado de ânimo que pre-cisa ser manifestado. Quem se caladiante de tudo comete um crime, écomo se estivéssemos permitindoo mal tomar conta do planeta”, des-tacou.

O palestrante fez questão desalientar que não há santos em nos-so planeta, mas que o momentopresente em que todos vivemosé de mudança e transformação;portanto, segundo ele, devemosseguir numa constante melhora,

educando-nos e ajudando os queconvivem conosco a se educartambém. “A moral se conquistacom o tempo. Por isso precisa-mos entender que o processo deamor em nossas vidas deve co-meçar com o nossos mais próxi-mos”, apontou.

Ainda segundo Hessen, mui-to acima das leis humanas, exis-tem as leis divinas, que, segun-do ele, abrangem a todos nós demaneira plena e verdadeira. Paraele, o verdadeiro perdão é quan-do jogamos um véu no passado.“O magoado é aquele que de al-guma forma não consegue es-quecer o que lhe incomodou.Precisamos exercitar o perdão e,mais que isso, o autoperdão.Quem não consegue seautoperdoar não está preparadopara perdoar os que estão ao seuredor”, disse.

Por que adoecemos? – Foicom esse tema que o escritor ejornalista Orson Peter Carrara,paulista radicado em Matão (SP),falou sobre as consequências quetodos enfrentam, de acordo comos ensinamentos da Doutrina deKardec, em relação às enfermi-dades que vão se manifestandoao longo da vida. Segundo o ora-dor, todas as doenças têm origemna alma, ou Espírito. “Cada umde nós reage de uma forma dian-te das adversidades da vida. Háaqueles que sofrem tensões mus-culares, há outros que desenca-deiam aftas na boca e assim pordiante. Quando nos permitimosficar tristes, nossa alma é quemfica triste. Joanna de Ângelis noslembra que devemos travar umaluta sem tréguas contra nós mes-mos. Isso, segundo a mentora es-piritual, deve ser feito para quepossamos conquistar virtudesque nos ajudarão em nossas vi-das”, disse. (Continua na pág.10 desta edição.)

Crianças e jovens na Semaninha Um dos momentos de arte

Público em uma das noites Coral Espírita Nosso Lar