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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPEAD - Instituto de Pós Graduação e Pesquisa em Administração O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS DA CATEGORIA NEW AGE Cecilia Helena Goia Mestrado em Administração Orientador: Prof. Dr. David Gertner Rio de Janeiro, RJ - Brasil Março de 1998

O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

COPPEAD - Instituto de Pós Graduação e Pesquisa em Administração

O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO

DE BEBIDAS DA CATEGORIA NEW AGE

Cecilia Helena Goia

Mestrado em Administração

Orientador: Prof. Dr. David Gertner

Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Março de 1998

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O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO

DE BEBIDAS DA CATEGORIA NEW AGE

Cecilia Helena Goia

Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa

em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.).

Aprovada por:

_______________________________

Prof. Dr. David Gertner - Presidente

_______________________________

Angela da Rocha

_______________________________

Ana Célia Castro

Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Março de 1998

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Goia, Cecilia Helena

O impacto da Embalagem na Percepção de Bebidas da

Categoria New Age, Rio de Janeiro, COPPEAD / UFRJ, 1998.

xv, 178 p.

Dissertação - Universidade Federal do Rio de Janeiro,

COPPEAD.

1. Marketing 2. Bebidas New Age 3 Embalagens

4. Dissertação (Mestrado). COPPEAD / UFRJ I. Título

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. David Gertner, pela orientação.

Àqueles que contribuíram para a execução deste trabalho, em especial à

Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos.

Ao Conselho Nacional de Pesquisas pelo apoio financeiro.

Ao Gerson, eterno companheiro.

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Resumo da Dissertação apresentada à COPPEAD / UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do Grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO

DE BEBIDAS DA CATEGORIA NEW AGE

CECILIA HELENA GOIA

Março de 1998

ORIENTADOR: Prof. Dr. David Gertner

PROGRAMA : Administração

O presente trabalho objetiva avaliar o impacto da embalagem nos atributos de

imagem de bebidas New Age - bebidas alternativas mais saudáveis que os refrigerantes. O

estudo examina a atitude do jovem universitário em relação a três bebidas e quatro

embalagens. Trinta variáveis representando atributos de bebida e de embalagem foram

medidas em escalas de diferencial semântico para doze produtos. Através da análise

fatorial foram obtidas três escalas aditivas - Atrativo, Prático e Natural. Estas foram

utilizadas na análise de variância como variáveis dependentes enquanto a embalagem e a

bebida foram utilizadas como variáveis independentes.

Os resultados demonstraram que:

− as bebidas New Age parecem ser avaliadas de maneira mais semelhante entre si do que

suas embalagens;

− a embalagem e a bebida podem influenciar as avaliações dos produtos sob as

perspectivas Atrativo, Natural e Prático; e

− é provável existir embalagens mais adequadas para as bebidas New Age.

O estudo conclui que as empresas de bebidas New Age deveriam, portanto, atentar

para a embalagem que contém seus produtos, pois há atributos cruciais - Atrativo, Prático e

Natural - que são observados pelo jovem universitário na decisão de compra.

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Abstract of thesis presented to COPPEAD / UFRJ as partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science. (M.Sc.)

THE IMPACT OF PACKAGING IN THE PERCEPTION

OF BEVERAGES IN THE NEW AGE CATEGORY

CECILIA HELENA GOIA

March 1998

ADVISOR: Prof. Dr. David Gertner

PROGRAM : Administration

The current work seeks to evaluate the impact of packaging as an attribute of the

image of New Age beverages - that are a healthier alternative to soft drinks. The study

examines the attitude of young university students in relation to three beverages and four

packages. Thirty variables representing beverage and packaging attributes were measured

on semantic differential scales for twelve products. Through factorial analysis three

additive scales were obtained - Attractiveness, Praticality and Naturalness. These were

used as dependent variables to analyze variance while the packaging and the beverages

were used as independent variables.

The results demonstrate that:

− the New Age beverages seem to be evaluated in a way that is more similar among

themselves than is their packaging;

− the packaging and the beverage can influence product evaluations in terms of

perceptions of Attractiveness, Praticality and Naturalness; and

− it is probable that exists packaging that is more adequate for New Age beverages.

The study concludes that New Age beverage companies, therefore, should pay more

attention to the packaging of their products since there are attributes - Attractiveness,

Praticality and Naturalness - that are observed by consumers upon making a purchase

decision.

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LISTA DE FIGURAS

Pag.

Figura 2.1 - Segmentação de bebidas nos anos 90 17

Figura 2.2 - Esquema das dinâmicas do mercado de bebidas 21

Figura 3.1 - Resumo das etapas realizadas para a obtenção e análise dos dados 63

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LISTA DE TABELAS

Pag.

Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais se destacaram em

crescimento de vendas físicas no Brasil em 1995

5

Tabela 2.1 - Volume de vendas de bebidas New Age no mercado americano (1991-

1995)

30

Tabela 3.1 - Tipo de pesquisado com relação ao sexo 52

Tabela 3.2 - Nível de escolaridade dos pesquisados 54

Tabela 3.3 - Área de escolaridade dos respondentes 55

Tabela 3.4 - Relação, por embalagem e por bebida, da quantidade de avaliações

analisadas

64

Tabela 4.1 - Freqüência de consumo dos três tipos de bebidas 72

Tabela 4.2 - Motivos alegados para o não consumo de ‘Bebida Esportiva’ 73

Tabela 4.3 - Marcas de ‘Bebida Esportiva’ mais citadas 74

Tabela 4.4 - Motivos alegados para o não consumo de ‘Chá Pronto para Beber’ 75

Tabela 4.5 - Marcas de ‘Chá Pronto para Beber’ mais citadas 76

Tabela 4.6 - Motivos alegados para o não consumo de ‘Bebida à Base de Sucos de

Frutas Pronta para Beber’

77

Tabela 4.7 - Marcas de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ mais

citadas

78

Tabela 4.8 - Médias e Desvios Padrões de cada dimensão para todas as bebidas 82

Tabela 4.9 - Médias e Desvios Padrões de cada dimensão para todas as embalagens 91

Tabela 4.10 - Dimensões e valores de Eigenvalue 97

Tabela 4.11 - Análise Fatorial - Escala de Diferencial Semântica - Rotação

Quartimax

99

Tabela 4.12 - Fator 1 - ATRATIVO - Dimensões e cargas 100

Tabela 4.13 - Fator 2 - PRÁTICO - Dimensões e cargas 101

Tabela 4.14 - Fator 3 - NATURAL - Dimensões e cargas 101

Tabela 4.15 - Análise de Confiabilidade para os doze produtos estudados 103

Tabela 4.16 - ATRATIVO - Análise de Variância 105

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Tabela 4.17 - PRÁTICO - Análise de Variância 106

Tabela 4.18 - NATURAL - Análise de Variância 107

Tabela 4.19 - Análise de Confiabilidade para ‘Bebida Esportiva’ e quatro

embalagens

109

Tabela 4.20 - Análise de Confiabilidade para ‘Chá Pronto para Beber’ e quatro

embalagens

111

Tabela 4.21 - Análise de Confiabilidade para ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’ e

quatro embalagens

114

Tabela 4.22 - ‘Bebida Esportiva’ - Médias e Desvios Padrões das escalas para as

quatro embalagens

115

Tabela 4.23 - ATRATIVO - ‘Bebida Esportiva’ - Análise de Variância 117

Tabela 4.24 - PRÁTICO - ‘Bebida Esportiva’ - Análise de Variância 118

Tabela 4.25 - NATURAL - ‘Bebida Esportiva’ - Análise de Variância 118

Tabela 4.26 -‘Chá Pronto para Beber’ - Médias e Desvios Padrões das escalas para

as quatro embalagens

120

Tabela 4.27 - ATRATIVO - ‘Chá Pronto para Beber’ - Análise de Variância 121

Tabela 4.28 - PRÁTICO - ‘Chá Pronto para Beber’ - Análise de Variância 122

Tabela 4.29 - NATURAL - ‘Chá Pronto para Beber’ - Análise de Variância 122

Tabela 4.30 - ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ - Médias e

Desvios Padrões das escalas para as quatro embalagens

124

Tabela 4.31 - ATRATIVO - ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’

- Análise de Variância

125

Tabela 4.32 - PRÁTICO - ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ -

Análise de Variância

125

Tabela 4.33 - NATURAL - ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’

- Análise de Variância

126

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LISTA DE GRÁFICOS

Pag.

Gráfico 1.1 - Vendas de bebidas esportivas no mercado brasileiro 6

Gráfico 2.1 - Critérios mais importantes para escolha de embalagens de produtos

alimentícios no Brasil e nos Estados Unidos

45

Gráfico 2.2 - Expectativas de consumidoras da Grande São Paulo frente às

embalagens, com respeito à proteção do conteúdo

46

Gráfico 2.3 - Expectativas de consumidoras da Grande São Paulo frente às

embalagens, com respeito ao uso

47

Gráfico 2.4 - Pontos fortes e fracos de diferentes tipos de embalagens de bebidas 48

Gráfico 3.1 - Distribuição dos respondentes com relação à idade 53

Gráfico 4.1 - Bebidas - Saborosa x Não saborosa 83

Gráfico 4.2 - Bebidas - Atraente x Não atraente 83

Gráfico 4.3 - Bebidas - Fácil de transportar x Difícil de transportar 83

Gráfico 4.4 - Bebidas - Qualquer faixa etária x Faixa etária específica 83

Gráfico 4.5 - Bebidas - Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica 83

Gráfico 4.6 - Bebidas - Fácil de manusear x Difícil de manusear 83

Gráfico 4.7 - Bebidas - Acompanha refeição x Não acompanha refeição 84

Gráfico 4.8 - Bebidas - Agradável de consumir x Desagradável de consumir 84

Gráfico 4.9 - Bebidas - Substitui água mineral x Não substitui água mineral 84

Gráfico 4.10 - Bebidas - Produto de qualidade x Produto sem qualidade 84

Gráfico 4.11 - Bebidas - Fácil de encontrar x Difícil de encontrar 84

Gráfico 4.12 - Bebidas - Boa para a saúde x Ruim para a saúde 84

Gráfico 4.13 - Bebidas - Qualquer ocasião x Ocasião específica 85

Gráfico 4.14 - Bebidas - Prática x Não prática 85

Gráfico 4.15 - Bebidas - Familiar x Estranha 85

Gráfico 4.16 - Bebidas - Fácil de segurar x Difícil de segurar 85

Gráfico 4.17 - Bebidas - Consumo individual x Consumo dividido 85

Gráfico 4.18 - Bebidas - Não contém conservantes x Contém conservantes 85

Gráfico 4.19 - Bebidas - Barata x Cara 86

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Gráfico 4.20 - Bebidas - Não fere x Fere 86

Gráfico 4.21 - Bebidas - Muito doce x Pouco Doce 86

Gráfico 4.22 - Bebidas - Quantidade adequada x Quantidade não adequada 86

Gráfico 4.23 - Bebidas - Não calórica x Calórica 86

Gráfico 4.24 - Bebidas - Inviolável x Violável 86

Gráfico 4.25 - Bebidas - Fácil de abrir x Difícil de abrir 87

Gráfico 4.26 - Bebidas - Substitui refrigerante x Não substitui refrigerante 87

Gráfico 4.27 - Bebidas - Nutritiva x Não nutritiva 87

Gráfico 4.28 - Bebidas - Natural x Artificial 87

Gráfico 4.29 - Bebidas - Fácil de descartar x Difícil de descartar 87

Gráfico 4.30 - Bebidas - Cômoda de beber x Incômoda de beber 87

Gráfico 4.31 - Embalagens - Saborosa x Não saborosa 92

Gráfico 4.32 - Embalagens - Atraente x Não atraente 92

Gráfico 4.33 - Embalagens - Fácil de transportar x Difícil de transportar 92

Gráfico 4.34 - Embalagens - Qualquer faixa etária x Faixa etária específica 92

Gráfico 4.35 - Embalagens - Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica 92

Gráfico 4.36 - Embalagens - Fácil de manusear x Difícil de manusear 92

Gráfico 4.37 - Embalagens - Acompanha refeição x Não acompanha refeição 93

Gráfico 4.38 - Embalagens - Agradável de consumir x Desagradável de consumir 93

Gráfico 4.39 - Embalagens - Substitui água mineral x Não substitui água mineral 93

Gráfico 4.40 - Embalagens - Produto de qualidade x Produto sem qualidade 93

Gráfico 4.41 - Embalagens - Fácil de encontrar x Difícil de encontrar 93

Gráfico 4.42 - Embalagens - Boa para a saúde x Ruim para a saúde 93

Gráfico 4.43 - Embalagens - Qualquer ocasião x Ocasião específica 94

Gráfico 4.44 - Embalagens - Prática x Não prática 94

Gráfico 4.45 - Embalagens - Familiar x Estranha 94

Gráfico 4.46 - Embalagens - Fácil de segurar x Difícil de segurar 94

Gráfico 4.47 - Embalagens - Consumo individual x Consumo dividido 94

Gráfico 4.48 - Embalagens - Não contém conservantes x Contém conservantes 94

Gráfico 4.49 - Embalagens - Barata x Cara 95

Gráfico 4.50 - Embalagens - Não fere x Fere 95

Gráfico 4.51 - Embalagens - Muito doce x Pouco Doce 95

Gráfico 4.52 - Embalagens - Quantidade adequada x Quantidade não adequada 95

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Gráfico 4.53 - Embalagens - Não calórica x Calórica 95

Gráfico 4.54 - Embalagens - Inviolável x Violável 95

Gráfico 4.55 - Embalagens - Fácil de abrir x Difícil de abrir 96

Gráfico 4.56 - Embalagens - Substitui refrigerante x Não substitui refrigerante 96

Gráfico 4.57 - Embalagens - Nutritiva x Não nutritiva 96

Gráfico 4.58 - Embalagens - Natural x Artificial 96

Gráfico 4.59 - Embalagens - Fácil de descartar x Difícil de descartar 96

Gráfico 4.60 - Embalagens - Cômoda de beber x Incômoda de beber 96

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xiii

LISTA DE ANEXOS

Pag.

ANEXO 1 - Roteiro para Entrevista 151

ANEXO 2 - Embalagens apresentadas durante Entrevistas em Profundidade 154

ANEXO 3 - Resultados de Entrevistas em Profundidade 156

ANEXO 4 - Instrumento de coleta de dados 163

ANEXO 5 - Atribuição de pontos para a tabulação de resultados 177

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xiv

SUMÁRIO

Pág.

1 INTRODUÇÃO 1

1.1 Objetivos do estudo 1

1.2 Importância do estudo 4

1.3 Formulação do problema 10

2 REVISÃO DA LITERATURA 15

2.1 Tendências Internacionais 15

2.1.1 Tendências do comportamento do consumidor de alimentos e bebidas 15

2.1.2 Mudanças no mercado de bebidas não-alcoólicas 16

2.1.3 Atributos de bebidas não-alcoólicas para os anos 90 18

2.1.4 Cenário Internacional para bebidas não-alcoólicas 20

2.1.5 Mudanças no campo da embalagem 22

2.2 Bebidas New Age 25

2.2.1 Definição 25

2.2.2 Histórico 27

2.2.3 Evolução do mercado americano 29

2.2.3.1 Aspectos gerais 29

2.2.3.2 Categoria de Águas Minerais 32

2.2.3.3 Categoria de Chás Prontos para Beber 33

2.2.3.4 Categoria de Bebidas Esportivas 34

2.2.3.5 Categoria de Bebidas à Base de Sucos de Frutas 35

2.3 Embalagem 35

2.3.1 A embalagem como elemento de Marketing 35

2.3.2 Características e funções da embalagem 39

2.3.3 Pesquisas com o consumidor a respeito de embalagens 41

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xv

Pág.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA 51

3.1 Introdução 51

3.2 Definição das perguntas de pesquisa 51

3.3 Determinação da população e caracterização da amostra 52

3.4 Determinação do objeto de estudo 55

3.5 Coleta de dados 56

3.5.1 Seleção do método da coleta de dados 56

3.5.2 Elaboração do instrumento de coleta de dados 57

3.5.3 Estrutura do instrumento de coleta de dados 60

3.5.4 Pré-teste 61

3.5.5 Levantamento de dados 61

3.6 Análise dos dados 62

3.7 Limitações do estudo 69

4 RESULTADOS DA PESQUISA 71

4.1 Familiaridade e experiência dos pesquisados com os produtos estudados 71

4.2 Resultados da análise descritiva das trinta dimensões 78

4.3 Resultados da análise fatorial 97

4.4 Discussão dos resultados 126

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 133

5.1 Sumário do estudo 133

5.2 Conclusões 135

5.3 Recomendações 140

5.4 Campos de pesquisa futura 141

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 143

7 ANEXOS 150

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1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Objetivos do estudo

O presente estudo tem por objetivo avaliar o impacto da embalagem na percepção

de atributos de imagem de bebidas denominadas New Age junto ao jovem universitário.

Tendo surgido nos Estados Unidos há menos de uma década como uma alternativa

aos refrigerantes, a categoria de bebidas New Age atualmente engloba a seguinte variedade

de bebidas: café, chás com ou sem sabor de frutas, águas minerais aromatizadas ou não,

águas naturalmente carbonatadas com ou sem sabor de frutas, bebidas isotônicas 1 ou

esportivas e bebidas à base de sucos de frutas.

Esta categoria de bebidas nasceu e tem crescido - com relação a vendas e novos

produtos - em decorrência da valorização da saúde, da conveniência e do prazer pelos

indivíduos ao redor do mundo. Dessa maneira, as bebidas New Age possuem apelo

saudável e a característica de estarem prontas para consumo, isto é, basta abrir a

embalagem e beber seu conteúdo.

A embalagem por sua vez, possui uma história bem mais longa. Desde os potes de

barro e sacos de couro utilizados na antigüidade até as embalagens tetra pack e garrafas de

plástico da era moderna, a embalagem tem evoluído no que diz respeito aos processos de

conservação e envase.

O primeiro grande marco na história do desenvolvimento tecnológico da

conservação e envase de alimentos é atribuído a Nicolas Appert, que desenvolveu um

procedimento de conservação de alimentos em recipientes fechados. Nascia assim, em

1809, o alimento enlatado, que revolucionou o estilo de vida dos indivíduos da época pois,

alimentos não mais seriam desperdiçados na safra, ao mesmo tempo em que poderiam ser

consumidos na entressafra, já que o processo tornava os alimentos disponíveis em

condições de consumo por maior tempo.

Além disso, segundo Hine (1995), a embalagem per si causou notável mudança na

vida dos consumidores, fazendo não apenas com que ficassem menos dependentes dos

1 Bebidas isotônicas foram desenvolvidas para repor rapidamente os fluidos, sais minerais e

energia perdidos pelo corpo humano durante as atividades diárias (Eisma, 1991).

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locais e das fontes de produção, mas também por disponibilizar-lhes uma variedade de

produtos através dos sistemas de entrega em larga escala.

Paralelamente aos avanços tecnológicos ocorridos com relação a processo, a

embalagem tem evoluído e se diversificado no que diz respeito ao material utilizado para

sua confecção. Como exemplo pode ser citada a embalagem tetra pack, constituída por

papel cartão e laminados que funcionam como barreiras contra gases e umidade,

permitindo assim, uma maior vida de prateleira para os alimentos, sem necessidade de

estocagem sob refrigeração.

Com estas conquistas tecnológicas, a embalagem estaria cumprindo sua função

principal: conter e proteger o produto. Atualmente, entretanto, as embalagens unitárias

modernas variam não apenas com relação ao material ou processo tecnológico utilizado,

mas também quanto à aparência e ao que se propõem a cumprir.

No caso de bebidas, por exemplo, o consumidor tem várias opções de embalagens à

sua escolha: garrafas nos mais variados formatos e cores, com tampas rosqueáveis - que

permitem o fechamento do frasco e consumo posterior do líquido restante - ou que

necessitam de ferramenta especial para serem abertas.

Latas de alumínio e embalagens tetra pack também podem ser encontradas em cores

diversas e tamanhos variados, com a vantagem de serem mais leves que as garrafas e não

quebrarem. Enquanto a lata de alumínio não necessita de instrumento especial para ser

aberta, algumas embalagens tetra pack exigem uma ferramenta cortante e outras, para

facilitar o consumo, são acompanhadas de canudo plástico que, inserido em um orifício

especialmente projetado, permite o consumo do conteúdo a qualquer hora e em qualquer

lugar. Além disso, embalagens tetra pack acompanhadas de canudo parecem ser adequadas

para crianças, pois são fáceis de abrir e não há risco de ferimentos como no caso de

garrafas ou latas de alumínio.

Todos os tipos de embalagens citadas exigem, para o consumo de seu conteúdo

copo ou canudo plástico se o consumidor não quiser entrar em contato direto com elas.

Um lançamento relativamente recente no mercado brasileiro que dispensa copo ou canudo

é o copo plástico, típico de bebidas como chás gelados e outras bebidas alternativas

percebidas como mais saudáveis que os refrigerantes.

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3

Assim, a escolha entre produtos que possuem o mesmo benefício, por exemplo,

repor sais minerais perdidos durante esforço físico, pode ser efetuada em função de um

leque variado de embalagens.

O processo de escolha de um produto pode ser dificultado ou facilitado, segundo as

associações de idéias desfavoráveis ou favoráveis que as embalagens podem engendrar.

Como conseqüência, profissionais de marketing têm considerado a embalagem como uma

ferramenta de marketing indispensável, visto que através de fatores como: formato,

material e cores utilizados em sua confecção entre outros, a embalagem afeta a percepção

do consumidor em relação a um determinado produto, influindo em suas decisões de

compra (Carl, 1995).

Partindo da premissa que os consumidores percebem o produto através da

embalagem, esta deve representar e comunicar as promessas efetuadas pelo produto e

reforçar a imagem criada pela propaganda e promoção (Lubliner, 1996). Catherine

McNally apud Lubliner (1996) afirma que quando os consumidores estão no bar,

segurando uma garrafa em suas mãos, eles só o farão com uma garrafa que transmita algo

positivo sobre a pessoa que a está segurando.

Além disso, a imagem que o consumidor possui da embalagem deve ser compatível

com o produto. Por exemplo, certos artigos são de caráter essencialmente masculino ou

feminino. Quando a embalagem reforça esta especificação, o consumidor sente-se mais

confortável em relação ao produto. A embalagem deve, portanto, comunicar claramente ao

consumidor o que este espera ganhar com sua compra. Em decorrência as embalagens

deverão possuir atributos de fragilidade ou solidez, de qualidade ou economia, de duração

limitada ou permanência, conforme o desejado (Guss, 1969).

Outro fator a ser considerado quando se trata de alimentos ou bebidas é a

importância atribuída por algumas culturas à visualização do produto. Isto é, no processo

de decisão de compra, a visualização do alimento através da embalagem é um fator

importante. Na maior parte das vezes entretanto, o produto contido na embalagem não

pode ser visto ou porque não possui visual agradável ou porque precisa ser protegido da luz

por motivos técnicos. A embalagem passa a ser então a interface entre o conteúdo e o

consumidor (Sara, 1990).

Considerados todos esses fatores, vale lembrar ainda que, as opiniões dos

consumidores sobre embalagens modificam-se através dos tempos. Dessa maneira

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verifica-se a importância de pesquisas periódicas no sentido de adequar ou desenvolver

embalagens que realmente atendam às necessidades de determinado segmento consumidor.

De acordo com um estudo realizado pelo Consumer Research Network Philadelphia

(1996) junto a 5000 consumidores americanos, muitos produtos estavam perdendo vendas

porque suas embalagens simplesmente não atendiam às expectativas de seus consumidores.

A pesquisa revelou que os consumidores consideravam a proteção do produto como o

benefício mais importante. Entretanto, a indústria concentrava sua preocupação com a

proteção do produto apenas para o momento do primeiro consumo, enquanto os

respondentes desejavam que o produto estivesse protegido durante todo o tempo em que

estivessem sendo consumidos.

Tendo em vista que a embalagem é um fator importante na percepção do produto,

este estudo pretende avaliar a influência de quatro tipos de embalagens - copo plástico,

garrafa de vidro com tampa rosqueável, tetra pack e lata de alumínio - sobre a atitude

desenvolvida por jovens universitários em relação a três gêneros de bebidas da categoria

New Age - chá, bebida isotônica e bebida à base de suco de frutas.

1.2 Importância do estudo

O presente estudo insere-se no âmbito das pesquisas relativas à atitude de jovens

universitários com relação à embalagem de novos produtos, mais especificamente bebidas

não-alcoólicas, diferenciadas e com apelo saudável, menos artificiais e menos prejudiciais

que os refrigerantes.

Acompanhando as tendências de valorização do corpo e de alimentos como fonte de

vitaminas e energia, têm sido lançadas a nível mundial, uma variedade de bebidas

conhecidas por New Age.

No Brasil, o número de lançamentos de novos produtos vem sendo influenciado por

vários fatores, dentre eles:

− a prolongada recessão econômica, que propiciou o acirramento da concorrência nas

gôndolas do varejo, obrigando as empresas tanto a atualizarem quanto a segmentarem

suas linhas em busca de nichos de mercado;

− a concorrência com as marcas importadas;

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− a ausência de planos econômicos com tabelamento de preços; e

− a redução de IPI para algumas categorias.

Estes fatos, aliados à estabilidade econômica têm estimulado o aumento no número

de novos produtos no mercado brasileiro desde 1993, quando foram lançados 1.855

produtos nas áreas de bebidas, alimentos, toalete e limpeza - a mais expressiva marca desde

1989. O número de lançamentos foi 48% superior ao de 1992, com destaque para o setor

de bebidas, que cresceu 72% (Blecher, 1994).

Após o Plano Real, com a economia estabilizada, o brasileiro pôde sofisticar seus

hábitos de consumo. Enquanto os produtos da cesta básica mantiveram desempenho

estabilizado nos níveis de 1994, as vendas de algumas categorias explodiram durante o ano

de 1995. Uma das mais beneficiadas foi a de bebida isotônica, que apresentou aumento de

vendas físicas, como pode ser observado na Tabela 1.1, e conquistou tratamento

privilegiado e mais espaço nas prateleiras das lojas de varejo.

Tabela 1.1

Algumas das categorias alimentícias que mais se destacaram

em crescimento de vendas físicas no Brasil em 1995

Produto Crescimentoem relação a

1994 (%)

Bebidas esportivas 289,6

Iogurtes 89,4

Sopas desidratadas 85,1

Carnes congeladas 69,7

Industrializados de carne 42,1

Sucos de fruta 33,5

Fonte: Nielsen Serviços de Marketing in Sobral et al. (1996)

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A estabilidade econômica e a conseqüente manutenção do poder aquisitivo são as

principais razões para explicar o desempenho desses produtos. Principais mas não únicas -

a preocupação com o corpo e com a saúde tem propiciado o aumento nas vendas de

produtos considerados mais saudáveis no que diz respeito à alimentação.

A bebida esportiva Gatorade, lançada no Brasil em 1988 pela Quaker Beverages,

era considerada repositora de energia e consumida como “remédio” por esportistas

fanáticos. A partir de 1993, depois que a Quaker a posicionou como bebida saudável para

matar a sede, as vendas na categoria vêm experimentando crescimento espantoso

(Vendendo, 1995). Pioneira e líder da categoria, a marca Gatorade, de acordo com o

Instituto de Pesquisas Nielsen, detém 93,3% de participação do mercado brasileiro de

bebidas esportivas.

O comportamento das vendas de bebidas esportivas no Brasil está representado no

Gráfico 1.1, onde observa-se que o pico de consumo foi atingido no bimestre

fevereiro/março de 1996, quando as vendas chegaram a 6,2 milhões de litros. Figueiró

(1998) anunciava que as expectativas para 1997 era de que o ano fechasse com 47 milhões

de litros vendidos.

Gráfico 1.1

Vendas de bebidas esportivas no mercado brasileiro *

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Fev/Mar 94 Fev/Mar 95 Fev/Mar 96 Jun/Jul 96

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Fonte: Nielsen Serviços de Marketing in: ABRAS/96 (1996)

* em 1000 litros

Por enquanto, a concorrência da categoria de bebidas esportivas no Brasil está

restrita a poucas marcas, todas apostando no potencial de um mercado de jovens com

menos de 24 anos, ou seja, 52% da população brasileira. Aliado ao tamanho de mercado, o

Brasil é um país que possui uma extensa faixa litorânea, altas temperaturas durante quase o

ano inteiro e uma cultura que valoriza cada vez mais a prática de esportes (Clemente,

1997).

O aumento do poder aquisitivo da população brasileira decorrente do Plano Real,

combinado com a valorização de produtos saudáveis e praticidade, têm contribuído

também para o aumento no consumo de sucos processados (ABRAS/96, 1996 e Sobral et

al., 1996).

Estimativas indicam que o mercado total de sucos no Brasil - incluindo as versões

em pó, concentrada e pronta para beber - equivale a 18% do consumo de refrigerantes, o

qual ultrapassou 10 bilhões de litros em 1996. Conforme a Tabela 1.1, os três segmentos

de suco experimentaram crescimento de 33% em 1995, quando comparados ao ano

anterior, com destaque para os prontos para beber. De acordo com o Instituto Nielsen de

Pesquisas, o setor de sucos prontos para beber registrou vendas em 1995 128% superiores

às de 1994 e movimentou US$ 5,5 milhões (ABRAS/96, 1996).

Buscando uma atuação mais abrangente no mercado, a Coca-Cola e a Pepsi-Cola,

conhecidas como empresas de refrigerantes, redefiniram seu negócio e entraram no ramo

de bebidas não gasosas em 1995. Após a restruturação, as duas empresas deixavam de ser

empresas unicamente de refrigerantes para se tornarem empresas de bebidas.

Com investimentos de US$ 8 milhões em marketing, a Coca lançou no segundo

semestre de 1995, no Rio de Janeiro, quatro das doze versões de Fruitopia americana.

Bebida à base de frutas exóticas, com nomes mais exóticos ainda, a empresa esperava que

o segmento representasse 3% das vendas da empresa em solo brasileiro.

Seguindo a tendência de valorização de produtos saudáveis, o mercado brasileiro

tem sido inundado também por chás prontos para beber. O mercado de chás prontos para

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beber apresentou grande agitação a partir de 1995, com pelo menos três grandes empresas

lançando novidades no segmento durante o ano. Para entrar no mercado de chás (Cherto e

Rizzo, 1994), a Coca-Cola fez uma parceria com a Nestlé, onde a última produz e a

primeira distribui o Nestea, uma espécie de coquetel de frutas e chás, a Pepsi junto com a

Gessy Lever anunciou o Lipton Iced Tea, bebida à base de chá e suco natural e a Quaker

trouxe do Estados Unidos o Snapple, conceito que mistura vários sabores, como chá com

frutas. Como resultado, as vendas de chás prontos para beber dobraram em 1995. Em

1996, a categoria já representava 2% do mercado brasileiro de refrigerantes, ou 200

milhões de litros anuais (ABRAS/96, 1996).

De acordo com Rosseto e Goulart (1995), até o ano 2000, as bebidas New Age

representarão 10% do mercado brasileiro de produtos não-alcoólicos, o que não significa a

morte dos refrigerantes, mas a consolidação da categoria de bebidas New Age.

Assim, é para o segmento de bebidas New Age que empresas nacionais e

multinacionais do setor de alimentos e bebidas têm dirigido seus esforços; seja em

investimentos para o aumento de produção, lançamentos de novos produtos ou marketing

(Franco, 1996).

A categoria de bebidas New Age, portanto, vem apresentando um mercado em

rápido crescimento, com mudanças freqüentes e imprevisíveis, devido à inundação de

novos produtos, marcas e sabores, tornado o setor bastante competitivo.

Na luta acirrada pelo mercado, provavelmente o elemento diferenciador é a

capacidade e a intenção de inovar. A tarefa de inovar, entretanto, não é simples. Uma

percentagem elevada de lançamentos mal sucedidos pode levar uma empresa à falência ou,

pelo menos, a sérias dificuldades. Um estudo de Cooper (1982), concluiu que entre os

41% de novos produtos fracassados, aproximadamente metade foram projetos abandonados

antes mesmo do lançamento. Tais prejuízos, somados àqueles provenientes do

desenvolvimento de projetos que não obtiveram sucesso no mercado, podem alcançar

valores elevados.

Entretanto, todas as empresas buscam uma vantagem que seja sustentável e

lucrativa, e a embalagem pode ser esta vantagem. No campo das bebidas, a inovação pode

criar uma vantagem competitiva de três maneiras: alcançando uma vantagem funcional, de

custo ou de imagem (Lindsay, 1996).

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Considerando a funcionalidade, no geral, os consumidores não reclamarão de uma

embalagem a menos que haja um problema - dificuldade nos processos de abrir ou fechar,

ou dificuldade em controlar a saída do produto. Se não há reclamações, muitos

responsáveis pelo marketing não aperfeiçoarão as embalagens. Os consumidores, porém,

preferirão os produtos mais fáceis de usar.

Com relação ao custo, é comum examinar-se toda a cadeia de fornecedores a fim de

reduzir-se os custos, particularmente no setor de refrigerantes, onde a embalagem pode

algumas vezes ser responsável pela metade do custo total do produto. Entretanto, deve-se

atentar para que cortes incrementais de custos não destruam as características distintivas,

emocionais e funcionais da embalagem que um dia diferenciaram a marca. Ser o fabricante

com o mais baixo custo pode ser uma vantagem lucrativa, mas não sustentável se a marca

perder o reconhecimento nas prateleiras e nas mãos dos consumidores.

A terceira vantagem competitiva é a maneira inovativa pela qual a embalagem

reforça a personalidade da marca, construindo assim sua imagem.

Devido à competição na categoria de bebidas New Age as empresas americanas

estão buscando novos nichos de mercado na tentativa de diferenciar-se de seus

competidores, seja através da diminuição de calorias de seus produtos seja através de

redesenho da embalagem - rótulos tridimensionais ou formato diferenciado (Magiera,

1993).

Empresas de refrigerantes também se utilizam da embalagem quando pretendem

diferenciar seus produtos de outros. A Coca-Cola conhece bem o fenômeno da

diferenciação pela embalagem. Sua garrafa de vidro curvilínea, originalmente

desenvolvida em 1925, é provavelmente a embalagem de um bem de consumo mais

famosa e reconhecida no mundo (Miller, 1994).

A mesma empresa de refrigerantes - Coca-Cola - já veiculou um comercial bastante

ilustrativo para este estudo. Nele apareciam frutas e verduras de formatos bizarros: uma

melancia em forma de estrela, uma vagem retangular; e dizia: “Certas coisas se encaixam

em certas embalagens. Qualquer outra não parece certa”. Em outro, uma garrafa plástica

lisa é comparada com outra curvilínea, sem rótulo. Uma mão escolhe a garrafa curvilínea

(Miller, 1994).

A Coca-Cola no entanto, nem sempre priorizou sua célebre embalagem. Primeiro

vieram as latas de alumínio, mais leves e baratas, nos anos 60. Depois, na década de 70, as

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garrafas plásticas foram preteridas às embalagens de vidro para refrigerantes e ultimamente

as garrafas PET de 2 litros têm alcançado bastante sucesso. E a inovação da garrafa PET

curvilínea vem demonstrar que a embalagem concede mais que apenas proteção, ela é uma

ferramenta crucial na estratégia de marketing que pode impactar num aumento substancial

das vendas (Lindsay, 1996).

A maioria dos entendidos concordam que foram as chamadas bebidas New Age as

responsáveis pelo renascimento da importância das embalagens. Buscando uma maneira

pouco dispendiosa para se posicionarem como diferentes dos refrigerantes, os fabricantes

de bebidas New Age buscaram embalagens mais criativas para seus produtos. Como

exemplo podem ser citados os chás em garrafas de vidro com boca larga ou em latas rosas

maiores que as tradicionais (Miller, 1994).

Além de ser, em alguns casos, responsável pela diferenciação de um produto, a

embalagem é citada por Corrêa (1986) como um constituinte do produto que afeta seu

sucesso ou fracasso junto ao consumidor. O brasileiro, por exemplo deseja ver alegria na

embalagem e os argentinos, por outro lado, só compram o produto quando podem

visualizar o que estão levando (Mafei, 1994).

Resumindo, têm sido lançadas no mercado brasileiro um sem número de bebidas

New Age - chás com ou sem sabor de frutas, bebidas esportivas e bebidas à base de suco de

frutas - nos mais variados tipos e tamanhos de embalagens.

Frente a este panorama, os resultados desta pesquisa pretende proporcionar às

empresas de embalagens e de bebidas New Age, um conhecimento mais preciso do impacto

de vários tipos de embalagens na percepção dos atributos de imagem de bebidas New Age.

Além disso, o estudo poderá orientar a indústria de bebidas em suas decisões na

busca pela competitividade, ao relacionar as embalagens mais adequadas para cada bebida

New Age sob o ponto de vista do consumidor pesquisado.

Este trabalho, portanto, procura dar uma contribuição a questões relativas à

embalagem de bebidas New Age. Obviamente, as conclusões desta pesquisa estarão

restritas ao universo analisado, ou seja, estudantes de uma universidade particular situada

na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

1.3 Formulação do problema

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A compra de um alimento é freqüentemente caracterizada pela força do hábito, de

tal maneira que o consumidor escolhe entre os produtos de um ‘conjunto evocado’ formado

pelas alternativas disponíveis no local de compra e que são, ao mesmo tempo, aceitáveis

pelo consumidor. Segundo a teoria do comportamento do consumidor de Howard e Sheth

(1988), para influenciar a criação de um ‘conjunto evocado’, não basta que a característica

de um produto satisfaça as necessidades do consumidor, os produtos oferecidos devem,

ainda, ser diferenciados com respeito às características em questão.

Kotler (1991) faz uma classificação da característica do produto em: core

characteristics, a qual determina se o consumidor deseja comprar um produto frente à uma

categoria de produtos; e peripheral characteristics, a qual determina a escolha da marca.

Enquanto a embalagem é usualmente uma característica periférica na decisão de compra do

consumidor, as diferentes características da embalagem (função, comunicação e facilidade

para reciclagem ou para biodegradar-se) podem influenciar a decisão de compra de várias

maneiras. Muitas características funcionais, por exemplo, manutenção da qualidade e da

higiene são de importância intrínseca para a satisfação daquelas necessidades que

constituem o real motivo do consumidor para a compra do produto. Além disso, as

características de comunicação da embalagem podem aumentar a diferenciação do produto

em relação às expectativas do consumidor. Os consumidores podem avaliar as

características funcionais da embalagem ao comprar o produto, ou ao menos ao usá-lo.

A aparência de um alimento ou bebida é o primeiro impacto sobre o consumidor. O

visual de um produto influi, significativamente, em sua seleção ou não entre os muitos

itens encontrados nas prateleiras dos supermercados, restaurantes e lanchonetes.

Posteriormente, durante o consumo, a aparência exercerá também um importante papel no

processo de estimulação do apetite.

Uma vez já provado, isto é, o indivíduo já tendo experimentado o alimento ou a

bebida, a aparência do produto torna-se fator secundário em relação ao seu sabor (Amerine,

1965). A repetição da compra, estaria portanto vinculada à aprovação do sabor do produto

pelo consumidor.

Sabe-se que, via de regra, os consumidores costumam mencionar o sabor como a

maior razão para a preferência e o uso continuado de certos alimentos ou bebidas. Da

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mesma forma, o motivo mais freqüentemente citado para justificar a aversão por algum

alimento ou bebida é o seu sabor “ruim”.

A avaliação sensorial de alimentos ou bebidas, por sua vez, é influenciada por

diversos fatores, dentre os quais podem ser citados:

! Expectativas em relação ao produto - o leite de soja deveria ter gosto semelhante ao do

leite comumentemente consumido, uma vez que os dois são leite, possuem mesma

aparência e são vendidos em sacos de polietileno. A expectativa pode ou não se

confirmar durante a experimentação do produto. Quando as percepções da performance

do produto são diferentes das expectativas inicialmente formadas, há uma não

confirmação das expectativas. De acordo com Carlsmith e Aronson (1963) a não

confirmação de expectativas é definida como qualquer discordância entre a performance

do produto esperada e a real. Para o consumo de alimentos, portanto, a expectativa

representa um importante papel, pois pode aprimorar ou degradar a percepção de um

produto, mesmo antes dele ser experimentado.

! Experiências do passado com o produto ou similares - resistência a embalagens de vidro

por acidentes ocorridos, resistência a sucos de frutas processados em geral por

experiência negativa com algum suco de fruta processado, por exemplo suco de laranja

enlatado. Fazio (1986) assegura que a consciência de uma atitude desenvolvida pelo

consumidor - e, portanto, a influência sobre as decisões de compra - é maior se ela é

baseada em experiência pessoal.

! Preconceitos - resistência a produtos embalados em tetra pack, pois possuem muitos

conservantes; resistência a alimentos processados, pois perderam todas as vitaminas;

não se mistura leite com manga, muito menos uva com melancia.

! Alterações do meio ambiente - as estações do ano propiciam o consumo de

determinados alimentos, favorecendo ou desfavorecendo a aprovação e a aceitação de

alimentos e bebidas. A busca pelo corpo saudável também pode favorecer a aceitação

de certos produtos, por exemplo alimentos e bebidas diet, light ou com baixo conteúdo

de sal. Posten (1996) afirma que a tendência para alimentos no futuro interrelacionará

dois fatores: saúde e composição de textura e sabor. Nos últimos 12 anos, o conceito de

saúde evoluiu da nutrição para a preocupação com o que se consome e para a idéia

better for you (com ausência ou redução de culpa), e a crença de que um bom sabor

pode e deve ser encontrado em um produto good for you. Enquanto preferências de

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sabor podem variar por tipo de produto e segmento de consumidor, as expectativas

relativas à saúde direcionarão o mercado. A entrada da mulher no mercado de trabalho

favorece o consumo de alimentos e bebidas prontos para servir, ou semi-prontos. As

tendências em relação ao consumo cada vez maior de alimentos processados estão

caminhado na direção da satisfação emocional do consumidor, de acordo com Posten

(1996).

Tais fatores podem alterar a capacidade de percepção do indivíduo, que qualificaria

um produto como possuindo sabor bom ou ruim baseado não no sabor em si, mas nos

fatores citados anteriormente.

Deliza et al. (1996) estudaram os efeitos da informação prévia na percepção de

sabores básicos por consumidores. Os resultados demonstraram que a informação

preliminar quanto à doçura e amargor das amostras foi responsável pelo desenvolvimento

de expectativas, as quais afetavam significativamente a avaliação do consumidor. Visto

que as informações fornecidas impactaram na avaliação das amostras, é provável que o

mesmo fato ocorra durante a avaliação de produtos alimentícios, conduzindo a falsas

conclusões.

Adicionalmente, é importante citar que uma impressão desfavorável em relação a

um alimento tem impacto muito maior sobre as reações do consumidor do que uma

experiência agradável (Liebmann e Panattiere, 1957).

Assim é que, o conteúdo juntamente com outros elementos, mais especificamente a

embalagem, deveriam ser foco de cuidadosa atenção por parte dos fabricantes, sobretudo

em um mercado competitivo como o de bebidas.

Entretanto, não parece ser o caso de algumas bebidas que se posicionam como

saudáveis. O consumidor para abrir uma lata de alumínio precisa levantar um anel e puxá-

lo, correndo o risco de se ferir. Além disso, na ausência de canudos o consumo da bebida

só pode ser efetivado através de uma operação que dificilmente poderia ser percebido como

saudável no que diz respeito à higiene. Ao ser derramado da lata o líquido necessariamente

entra em contato com a parte exterior da embalagem, que com toda a certeza encontra-se

repleta de poeira e microrganismos. Freqüentemente ao avaliar um produto, o consumidor

reporta-se às suas experiências passadas. Parece então que o consumidor pode encontrar

dificuldade em conciliar o posicionamento saudável do produto com a embalagem pouco

higiênica

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Copos plásticos dificilmente feririam seu consumidor, entretanto, a embalagem é

facilmente violável. Além disso, o plástico possui imagem de produto artificial e tem sido

responsabilizado por grande parte da poluição ambiental. Dessa maneira, à medida que a

consciência ecológica avança, o plástico será, cada vez mais, associado à poluição e à

agressão à natureza. Outro fator de preocupação de alguns consumidores é que para beber,

é preciso encostar os lábios no copo que com certeza não se encontra limpo.

Os produtos em embalagem tetra pack por sua vez, são percebidos por algumas

pessoas como pouco saudáveis. Na visão de muitos indivíduos, alimentos ou bebidas

oferecidos neste tipo de embalagem exigiriam uma dose excessiva de conservantes. Esta

idéia advém do fato de alimentos ou bebidas, como por exemplo leite, encontrarem-se

estocados à temperatura ambiente, quando tradicionalmente necessitariam ser mantidos a

baixas temperaturas. Dessa maneira, alimentos embalados em tetra pack, são considerados

produtos artificiais e não saudáveis. Novamente aqui coloca-se a questão da incongruência

entre posicionamento da categoria New Age e a imagem da embalagem percebida pelo

consumidor.

Outra questão conflituosa reside na incongruência entre a imagem de um produto

saudável e natural e a permanência de produtos em estoque por longos períodos.

Alimentos processados em fábricas e que posteriormente percorrem toda a cadeia de

distribuição até chegar à mesa do consumidor necessitam, na percepção de muitos

indivíduos, de conservantes para se manterem em condições de consumo por tempo maior.

Esta premissa associa portanto, alimento industrializado a conservantes, os quais possuem

uma imagem negativa, pois são elementos estranhos ao alimento propriamente dito, além

de via de regra, artificiais.

Resumindo, muitos fatores afetam a preferência e a aceitação de alimentos e

bebidas. Alguns são intrínsecos ao produto, por exemplo, aparência, odor, sabor e textura,

enquanto outros são extrínsecos, tais como aspectos psicológicos, sociais, étnicos e

culturais. A percepção sensorial bem como a aceitação geral do produto podem ser

fortemente influenciadas pelos fatores extrínsecos. Entretanto, embora haja um senso

comum entre pesquisadores, de que os fatores extrínsecos são variáveis relevantes na

avaliação de produtos, dificuldades metodológicas em medi-los têm limitado um número

maior de estudos (Carlsmith e Aronson, 1963).

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Complementarmente, há uma nova categoria de bebidas no mercado que se

posiciona como saudável e natural, apresentada em embalagens associadas a imagens não

tão saudáveis. Pode-se perceber assim, um potencial de conflito entre percepção de

produto versus embalagem e os fatores acima listados alertaram-nos para a possibilidade de

alguma embalagem não ser adequada para determinada bebida New Age.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Tendências Internacionais

2.1.1 Tendências do comportamento do consumidor de alimentos e bebidas

No início da década de setenta os sistemas de produção e consumo alimentar nos

países desenvolvidos começaram a sofrer profundas mudanças. Com o envelhecimento da

população, a diminuição do trabalho manual e a valorização do corpo, o consumo de

produtos tradicionais mostrou sinais de saturação na Comunidade Econômica Européia e

nos Estados Unidos.

Paralelamente a essas alterações, está havendo uma redefinição de valores, atitudes

e expectativas em relação aos produtos em geral e especialmente aos alimentos e às

bebidas (Thorpe, 1995).

Dessa maneira, o novo perfil de consumo alimentar passou a valorizar, segundo

Coutinho (1993):

− a incorporação cada vez maior de serviços no produto final, tanto na preparação para

consumo doméstico (produtos prontos e semi-prontos) como no consumo fora do lar

(fast food, industrialização do setor de restaurantes, comida institucional);

− a segmentação/individualização dos padrões de consumo; e

− alimentos como fonte de vitaminas em detrimento de calorias e proteínas, levando ao

surgimento de uma linha “natural” de consumo, onde frutas, verduras e produtos frescos

são preferidos.

As empresas de alimentos e bebidas por sua vez, estimuladas pelas alterações

ambientais, estão buscando atender o novo consumidor com lançamentos que se adequem

às mudanças da demanda alimentar.

Aliado a esses fatores, a preocupação com o ambiente está cada vez mais difundida

e o comportamento em relação à reciclagem tem alcançado nos anos 90, níveis nunca

vistos. De acordo com Stisser (1994), benefícios ambientais fazem parte do leque de

considerações na decisão de compra de muitos consumidores americanos. Quando um

americano médio está tomando uma decisão de compra, a reputação da marca em relação

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aos cuidados com o meio ambiente é avaliada após atributos como: preço, qualidade e

experiência pessoal do consumidor com a marca. Além disso, reputação ambiental é o

único fator na escolha da marca, excetuando-se o preço, que tem demonstrado crescimento

significativo desde 1990.

Pesquisa realizada por Mitchell (1990), na Grã Bretanha, também demonstrou que a

consciência ecológica e a preocupação com um estilo de vida saudável são forças

poderosas em quase todos os mercados de consumo.

Dessa maneira, a literatura aponta mudanças no perfil de consumo alimentar, que

tem valorizado além da atitude ecológica da empresa, a individualização dos padrões de

consumo, a incorporação cada vez maior de serviços no produto final, bem como

alternativas de produtos mais saudáveis. Essas alterações sugerem que as empresas para se

manterem no mercado devem conhecer os novos valores e as novas atitudes a fim de se

adequarem ao novo perfil de seu mercado consumidor, e assim, obter uma vantagem frente

aos seus competidores.

2.1.2 Mudanças no mercado de bebidas não-alcoólicas

Atualmente, em todo o mundo, os refrigerantes de sabor cola ocupam, com poucas

exceções - China e Taiwan - o indiscutível primeiro lugar na preferência dos consumidores.

Esta situação é tão marcante que, em alguns países ele chega a possuir cerca de 50% do

mercado de bebidas carbonatadas. Esta invejável posição, segundo Sinki e Buco (1994)

não deve estar ameaçada por um bom tempo.

Entretanto, de acordo com os mesmos autores, o refrigerante sabor cola não é a

bebida na qual está centrada a tendência de crescimento, pelo menos nos países onde já

alcançou a maturidade - EUA, Europa, Canadá, Austrália.

As tendências influenciando a indústria de refrigerantes incluem:

− mudanças sociais, tais como: tamanho da família, nível educacional e principalmente,

alterações demográficas (menos adolescentes e mais adultos), que implicam em

formação de novos grupos-alvo;

− mudanças nas atitudes de consumo e estilo de vida, onde clean significa natural/puro,

com pouco ou nenhum aditivo, a saúde encompassa pouco ou nenhum consumo de

açúcar para a harmonia do corpo e mente, e

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− demanda por sabores exóticos, tornando o produto excitante, engraçado.

Além disso, o consumidor deseja a conveniência de não ter de preparar suas bebidas

e está buscando uma variedade de bebidas saudáveis e que possam ser compradas e

consumidas em qualquer lugar e a qualquer hora (Prince, 1995-1996).

Na verdade, o crescimento agora está centrado na evolução de bebidas e sua

segmentação.

Sinki e Buco (1994), através da Figura 2.1, procuraram descrever a tendência de

segmentação de bebidas nos anos 90. Ressalta-se que, à classe de bebidas convencional

uniram-se, recentemente, duas outras categorias: recompensa e funcional.

Figura 2.1

Segmentação de bebidas nos anos 90

Esportes Fibra Obesidade Suave Refrescante

Vitaminado Açúcarcomposto

Anti-cáries Semcalorias

Fácil detomar

Energia Substitutode comida

Febre do feno

Construção demúsculos

Suplementosde vitaminase minerais

Melhora doaprendizado

Fonte: Sinki e Buco, 1994

BEBIDAS

RECOMPENSA FUNCIONAL CONVENCIONAL

SOBREMESA REPOSIÇÃO SAUDÁVEL TERAPÊUTICO DIETA REGULAR

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A Figura 2.1 mostra o fenômeno da evolução de bebidas incluindo tipos que

exploram benefícios estranhos aos olhos brasileiros, tais como melhora do aprendizado e

diminuição dos efeitos da febre do feno. A mesma Figura apresenta o paradoxo de se ter

ao lado direito uma classe correspondente a bebidas pouco calóricas e do lado esquerdo

justamente o contrário, ou seja, uma classe de bebidas ricas em calorias.

O sucesso na introdução de uma bebida de recompensa, portanto, reside em

concentrar esforços para ressaltar o prazer do ato de consumo como principal atributo da

bebida.

Por outro lado, os segmentos de reposição, saudável e terapêutico da classe de

bebidas funcionais, estão bem posicionados na mente do consumidor como uma bebida

“boa para você”. Isto poderia justificar o compromisso e aceitação da expressão “...mas o

sabor não é muito bom”. E portanto, uma bebida desportiva necessitaria ser apenas

“bebível”.

Estas alterações demonstram que a indústria de bebidas não alcoólicas atentou para

a miopia de mercado, que até então havia norteado a administração de seus negócios e

passa, claramente a expandir seus recursos para atender aos segmentos de produtos

farmacêuticos (bebida funcionais) e de alimentos (bebidas de recompensa).

De acordo com Sinki e Buco (1994), a indústria de bebidas está seguindo algumas

normas básicas de crescimento ao enfocar não somente a expansão geográfica, mas

também o crescimento multidimensional da moda com seus respectivos produtos e lugares.

Adicionalmente, o mercado de bens embalados está sendo submetido a uma

redefinição sem precedentes. A maneira básica pela qual os consumidores percebem os

produtos, definem escolhas e fazem compras está mudando (Posten, 1996). Bellas (1997,

p.35) observa que fatos fundamentais estão ocorrendo no setor de bebidas, 1° o tempo

gasto pelos consumidores nos corredores de supermercado está diminuindo e 2° o número

de compras planejadas está diminuindo também. Estes fatos revelam a importância da

embalagem no mercado atual.

2.1.3 Atributos das bebidas não-alcoólicas nos anos 90

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Entender como introduzir uma classe de produto em um mercado de tal maneira

que este se encontre corretamente posicionado é de suma importância. Uma estratégia bem

fundamentada exige uma compreensão sólida dos vários atributos relacionados a

determinado subsegmento.

Para Sinki e Buco (1994), os atributos que contribuíram para o êxito das novas

bebidas não alcoólicas introduzidas no mercado ao longo dos anos 90 foram os seguintes:

− Conveniência - o produto que se utiliza deste atributo deve ser percebido como uma

bebida adicionada de um valor especial. Por exemplo, um leite achocolatado torna

desnecessária a compra do leite e do chocolate em separado e a preparação. Além disso,

o mesmo líquido pode ser acondicionado em embalagem tetra pack com orifício e

canudo, facilitando ainda mais o consumo, pois não são necessários objeto cortante para

a abertura da embalagem ou copo para o consumo do líquido.

− Prazer múltiplo - na década de 80, prazer foi um dos atributos mais efetivos de vendas.

O consumidor dos anos 90 por sua vez, está acostumado aos produtos saborosos e vem

exigindo cada vez mais variedades. A procura por novas bebidas, com o intuito de se

criar produtos exóticos, acarretou a adição de sabores em bebidas já saborosas, como

são os casos de café e chá e o desenvolvimento de uma gama de combinações de

sabores que as empresas de essências para alimentos chama de “prazeres múltiplos”.

− Saudável - a posição das bebidas funcionais está clara na mente do consumidor. Tanto

este fato é verdadeiro que os consumidores têm declinado suas exigências de sabor em

detrimento dos benefícios percebidos. Atualmente, sob este aspecto há três vertentes: a)

adição de vitaminas a bebidas mundialmente aceitas como saudáveis (leite vitaminado);

b) alimentos tradicionalmente considerados como salutares estão sendo transformados

em bebidas (sucos de verduras, de frutas, ou suas misturas); e c) desenvolvimento de

produtos saudáveis (bebidas com propriedades curativas ou antioxidantes e esportivas).

− Convergência - a indústria de bebidas, embora inovadora em alguns aspectos demorou

a aplicar o conceito de convergência. Estão sendo lançadas no mercado bebidas

múltiplas, que são consumidas de acordo com a maneira com que o consumidor as

prepara. Elas podem ser bebidas sozinhas, misturadas com outras bebidas não alcoólicas

ou como ingredientes de coquetéis.

− Tecnologia - a tecnologia necessária para produzir um produto não tem sido mais

utilizada como arma para seduzir o consumidor. Exemplo interessante é o de uma

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bebida japonesa onde morangos e cenouras, através da utilização de enzimas, são

convertidos em sucos sem rompimento das células. Esta tecnologia permite a

manutenção de todas as vitaminas existentes originalmente no vegetal, bem como o

sabor inalterado das matérias primas.

É interessante observar que, embora Sinki e Buco (1994) citem o fator conveniência

como atributo que contribuiu para o êxito de bebidas não alcoólicas ao longo dos anos 90,

a Figura 2.1 - dos mesmos autores -, que representa a evolução de bebidas nos anos 90, não

contempla o fator conveniência.

2.1.4 Cenário Internacional para bebidas não-alcoólicas

Sinki e Buco (1994), numa tentativa de converter em esquema as dinâmicas de tipos

de bebidas por mercado, elaboraram o modelo apresentado na Figura 2.2. Para simplificar

a ilustração da figura, foram utilizadas flechas para expressar tendências. Assim, uma

flecha apontada para cima indica crescimento de um segmento de bebidas em particular e

para baixo, crescimento negativo.

As variações assinalam que, as empresas desejosas de alcançar sucesso devem fazer

coincidir os produtos apropriados ao local adequado. Dessa maneira, mercados

desenvolvidos como os dos Estados Unidos, Inglaterra ou Japão, têm necessidades

diferentes dos chamados mercados “não atendidos”2 no que diz respeito ao tipo de produto.

A Figura 2.2 revela ainda alguns pontos importantes. Primeiro, identifica a

localização geográfica da onda de crescimento e enfatiza a importância de fazer coincidir

produto e local. Por exemplo, no Japão, o chá gelado ou uma bebida funcional possuem

maior oportunidade de sobrevivência.

Segundo, o diagrama provê suporte à teoria de evolução e segmentação do mercado

de bebidas não alcoólicas; demonstrando que nos mercados desenvolvidos, as bebidas

carbonatadas apresentam tendência de decréscimo de vendas, ao passo que surgem as

bebidas de “um novo estilo de vida”. Uma exceção à essa regra parece ser a China, onde

um mercado sedento está crescendo aos saltos devido aos fenômenos simultâneos de

segmentação e crescimento.

2 Mercados não atendidos são principalmente as regiões densamente povoadas onde o consumo per capita debebidas industrializadas e não alcoólicas é baixo.

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Terceiro, na maioria dos mercados desenvolvidos e também dos “não atendidos”, o

crescimento dos mercados de sucos de frutas, néctares e bebidas com sabor de frutas

denota uma preocupação mundial com a saúde e uma percepção uniforme de que as frutas

são benéficas e saudáveis. Da mesma forma, o crescimento global de água engarrafada

aponta para a preocupação do consumidor com sua própria saúde e a percepção, quase

universal, da baixa qualidade da água encanada.

Figura 2.2

Esquema das dinâmicas do mercado de bebidas (1994)

País /Região

Refrigerante Suco deFruta

ÁguaMineral

Chá Café BebidaEsportiva

BebidaFuncional

Japão " # $ % $ $ %

Taiwan " " # % " " %

China % % $ $ $ %

Europa

Oriental$

Europa

Ocidental$ $ $ % $ $

América

Latina$ % $

Fonte: Sinki e Buco (1994)

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Legenda # Tendência de vendas estável

$ Tendência de vendas em crescimento

% Tendência de vendas em grande crescimento

" Tendência de vendas em decréscimo

De acordo com Sfiligoj (1994a), as bebidas New Age, ou seja, todas as bebidas

citadas nas Figura 2.2 exceto refrigerantes, têm se tornado populares nos Estados Unidos

por três razões: 1- os consumidores têm se tornado mais conscientes em suas escolhas; 2-

os baby boomers alteraram suas preferências e 3- está havendo um reaquecimento no setor

de restaurantes e um aumento na utilização de equipamentos fornecedores de bebidas por

escolas e instituições.

Aliado a esses fatores, Wolf (1991) afirma que os consumidores americanos estão

buscando não apenas produtos esteticamente prazeirosos; mas também ingredientes

naturais e saudáveis. Thorpe (1995) adiciona, ainda, que os consumidores desejam bebidas

que satisfaçam suas necessidades pessoais. E a chave para o sucesso está em encontrar o

equilíbrio entre sabor e alívio da sede.

2.1.5 Mudanças no campo da embalagem

Há vinte anos atrás, havia apenas duas alternativas de embalagens primárias para

bebidas: garrafas de vidro e latas de aço carbono. O vidro era disponível em um grande

número de diferentes formas, tamanhos e cores, e a maioria dos fabricantes buscava as

vantagens de uma diferenciação de produto através de uma embalagem com design único.

As latas por sua vez, ofereciam, em decorrência da padronização, algumas vantagens

econômicas significativas (Oman, 1995a).

Em 1975 o vidro dominava totalmente o mercado de embalagens para refrigerantes

e fazia progressos consideráveis no mercado das cervejas. Entretanto, o verdadeiro

fenômeno no campo das embalagens nos anos 70 foi o plástico. Introduzidas em 1977, as

garrafas PET de refrigerante tamanho família revolucionaram o mercado. Um ano e meio

após o seu lançamento, a garrafa PET de dois litros estava sendo utilizada por virtualmente

todos os engarrafadores e distribuidores de refrigerantes dos Estados Unidos (Oman,

1995a). A preferência do consumidor americano se voltou para esta embalagem devido à

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sua leveza, por não oferecer risco de cortes ou ferimentos, além de poder ser facilmente

fechada após aberta (Oman, 1994b).

O aperfeiçoamento de materiais utilizados em embalagens tem sido acelerado por

vários fatores, dentre eles as mudanças ocorridas ao longo dos últimos trinta anos quanto

ao tamanho das famílias e estilos de vida como morar só e valorização da saúde, e ao

desenvolvimento de novas tecnologias para a preparação de alimentos. Adicionalmente, os

consumidores estão dispostos a pagar um pouco mais pela conveniência, aparência,

confiabilidade e prestígio de melhores embalagens, segundo Kotler (1993).

No Japão por exemplo, podem ser encontrados alimentos apresentados em material

plástico, com tampas transparentes e com tecnologia que permite um shelf-life de 6 a 12

meses maior que as embalagens comuns. A razão do sucesso dessas embalagens é que,

além de permitir a visualização do produto e a conveniência da estocagem, elas dão ao

cliente a impressão de alimento fresco e desassocia o produto da imagem de alimentos

enlatados.

A tendência no mercado de bebidas é uma crescente competição na tentativa de

apresentar produtos que atendam às mudanças de comportamento do consumidor. E para

adequar o produto às expectativas do consumidor, que busca conveniência em todos os

campos, é necessário um estudo detalhado de fatores como: forma de embalar, designs

especiais, método de preservação, manuseio após compra (com abertura fácil, compatíveis

para forno de microondas, bicos dosadores, facilidade de estocagem e transporte) e descarte

de embalagem (Emballage, 1990).

As embalagens assépticas (tetra pack), originalmente destinadas ao público infantil,

estão sendo alvo de modificações a fim de atender às exigências de um público mais velho.

Dessa maneira, estão sendo lançados produtos em embalagens maiores, fáceis de abrir e

equipadas com um dispositivo que permita o fechamento da embalagem uma vez aberta. A

possibilidade do fechamento da embalagem é particularmente importante quando se deseja

agitar o produto. Além disso, a fim de manter o tempo de vida de prateleira do produto

após aberto, tão longa quanto possível, um sistema que permita repetidos fechamentos e

aberturas se faz necessário (Fogarty, 1995).

Baseando-se na teoria de que crianças que convivem com esse tipo de embalagem

parecem manter a convivência ao longo da adolescência (Emproto, 1994), está sendo

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desenvolvida uma parceria entre bebidas esportivas e embalagem tetra pack a fim de

melhorar a aceitação da embalagem pelos adultos.

Em linhas gerais, o mercado de bebidas está se movendo na direção das embalagens

não retornáveis, fazendo com que estas ocupem cada vez mais as prateleiras de

supermercados (Non-returnable, 1994). Outra característica de embalagem que está

fazendo sucesso é o bocal largo. Esse formato de embalagem torna possível o consumo do

líquido em grandes goles, benefício considerado relevante principalmente pelos esportistas

(Davis, 1994). Há também uma tendência em direção à embalagem de dose única e mais

amigável ao consumidor, isto é, mais fácil de abrir (Prince, 1995-1996).

De acordo com Oman (1994b), o mercado de bebidas está experimentando

novamente uma revolução no campo das embalagens. O aperfeiçoamento na decoração e

rotulagem em garrafas de vidro tem permitido aos produtores de bebidas diferenciar novos

produtos e criar uma nítida imagem de marca de uma maneira muito econômica.

Alguns produtos que buscaram diferenciação pela embalagem, entretanto, causaram

grande polêmica, como relata Keller (1995). No intuito de criar uma diferenciação única,

um refrigerante foi comercializado em garrafa de vidro marrom parecida com a de cerveja,

e uma bebida de fruta em embalagem normalmente usada para licores. Estas medidas não

foram bem aceitas porque algumas pessoas acreditam que a familiaridade com um tipo

particular de embalagem pode encorajar consumidores menores de idade a experimentar

uma bebida alcoólica comercializada no mesmo tipo de embalagem.

Outras tentativas, porém, obtiveram sucesso. Uma empresa de laticínio americano

decidiu olhar para o passado a fim de obter inspiração na redefinição da embalagem de seu

leite. Após algum estudo lançou seu produto em uma embalagem completamente nova -

uma garrafa plástica no formato das antigas garrafas de leite da época em que o produto era

entregue de casa em casa. Para tornar a nova embalagem atrativa aos consumidores atuais,

a garrafa possui uma tampa que permite fechamento após abertura e dispositivo que detecta

se o produto foi violado. As venda após a mudança revelou quão boa foi a idéia de utilizar

a nostálgica garrafa de leite (Sfiligoj, 1996b).

Evocar a nostalgia é um grande negócio e a embalagem do passado tem provado ser

uma estratégia valiosa na busca de market share. O desafio é alavancar a herança da

empresa de tal maneira que a comunicação inspire palavras como clássico e original,

atributos poderosos para qualquer marca (Sfiligoj, 1996b).

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Adicionalmente, Sfiligoj (1996a) assegura que, atualmente, as empresas de

refrigerantes estão muito mais preocupadas em introduzir novos tipos de embalagens que

em desenvolver produtos com novos sabores. Por outro lado, lançar produtos com novos

sabores ainda é uma prática fortemente utilizada pelos fabricantes de bebidas de frutas nos

Estados Unidos.

Segundo Meyer (1994), nos anos 90, o ritmo das inovações no campo da

embalagem tem aumentado em função das empresas estarem: 1- ouvindo o consumidor no

estágio do desenvolvimento do design da embalagem; 2- investindo em equipamentos que

forneçam capacidade e eficiência no manuseio de grande variedade de embalagens; e 3-

desafiando seus fornecedores a entregarem as inovações no tempo e na quantidade exigidos

pelo mercado.

2.2 Bebidas New Age

2.2.1 Definição

Em que precisamente se constitui a categoria de bebidas New Age é uma questão

que permanece aberta a alguma interpretação até os dias atuais. Os fornecedores de tais

produtos, segundo Trager (1991), acreditam que a categoria representa a antítese do

refrigerante sabor cola e ainda, que produtos New Age são de qualidade superior, voltados

para adultos, normalmente apresentando cores claras, naturalmente aromatizados e

adoçados e o mais importante - diferente.

Não há, entretanto, convergência de opiniões quando se trata de definir a categoria

de bebidas New Age. Jabbonsky (1991) relaciona uma série de definições para a categoria,

segundo executivos de várias empresas do setor de bebidas americano. Por exemplo, para

um executivo da Hansen Beverage Co., bebida New Age é uma bebida direcionada para

adultos e diferente das já existentes. A categoria poderia incluir refrigerantes, sucos e

cervejas. Já o executivo da New Era Beverage Co. define categoria de bebidas New Age

como um segmento que engloba água aromatizada engarrafada, as sodas totalmente

naturais, sucos carbonatados e mesmo cervejas sem álcool. O presidente e fundador da Jolt

Co. por sua vez, define a categoria como sendo de bebidas alternativas que buscam atender

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à satisfação das necessidades individuais de um estilo de vida pessoal. Outros entendidos

acreditam que as bebidas New Age são uma alternativa aos tradicionais refrigerantes (Hall,

1993). Para outros, entretanto, a idéia da categoria de bebidas New Age como algo

estritamente alternativo seria obsoleto (Prince, 1994a).

Há quem afirme que a definição de bebida New Age pode ser tão ampla quanto

qualquer refrigerante não-cola direcionada aos adultos, ou tão estreita quanto qualquer

bebida, carbonatada ou não, baseada em frutas ou ervas. O ponto em comum dessas

bebidas são: o rápido crescimento a partir de 1992 e a percepção de que representam uma

alternativa não-alcoólica para os adultos (Stewart, 1994).

O mercado, entretanto, continua a ditar as mudanças na definição de bebidas New

Age. A nova definição está incluindo na categoria qualquer bebida manufaturada com

ingredientes totalmente naturais (Scheuerman, 1995).

De acordo com Prince (1995a), a categoria New Age é composta por 8 tipos de

bebidas: chá pronto para beber, bebidas esportivas, água engarrafada em PET, bebidas de

frutas não carbonatadas em doses individuais, sodas inteiramente naturais, água gasosa

aromatizada, bebidas de frutas gasosas e café pronto para beber.

Existe uma crença de que, fiel à sua denominação, as bebidas New Age devem ter

um ciclo de vida menor que bebidas de outros segmentos. O desafio da categoria, segundo

Oman (1994c), seria perpetuar a percepção entre os consumidores de uma bebida

alternativa good-for-you.

Oman (1996) avalia o fenômeno da categoria das bebidas New Age sob outro ponto

de vista. De acordo com o autor, alguns entendidos acreditam que a categoria New Age

nasceu de um desejo intenso, por parte do consumidor, por bebidas totalmente novas e

diferentes. Outros baseiam-se no crescimento intenso da demanda por bebidas alternativas,

desenvolvidas para se adequarem às mudanças de estilos de vida e à busca por produtos

saborosos e good-for-you. Entretanto, o autor tem dúvidas quanto às causas do sucesso de

vendas da categoria. Este deveria ser atribuído às bebidas ou a algum outro fator?

Em 1993, a definição de bebidas New Age passou a ser utilizada para chás e cafés

prontos para beber, bebidas à base de frutas e água engarrafada vendida no varejo. Sem

essas inclusões, a categoria teria um tamanho menor que o atual e seria uma tendência em

baixa. Além disso, em sua maioria os novos produtos New Age não eram realmente novos.

Na verdade, café, chá, água engarrafada e bebidas à base de frutas já estavam no mercado

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há algum tempo. Assim, bebidas à base de frutas são bebidas à base de frutas e reportadas

como tal. Entretanto, doses individuais de bebidas à base de frutas são agora chamadas de

bebidas New Age e seus números podem ser encontrados tanto na categoria New Age

quanto na de bebidas à base de fruta. Está havendo, portanto, um duplo padrão pelo qual

muitos produtos tradicionais que nunca tinham tido uma crise de identidade estão sendo

agora chamados de New Age. Na verdade, quase 5/6 dos produtos integrantes da categoria

New Age podem também ser encontrados nas listas de produtos de outras categorias. Isto

poderia, então, questionar o conceito de bebidas New Age.

A maioria do produtos New Age é comercializado em alguma embalagem do tipo

dose individual, além de ser vendido para consumo imediato. A embalagem - vidro,

plástico ou lata - tem sido considerada como elemento crítico para a diferenciação do

produto e aceitação por parte do consumidor. Pode ser argumentado, portanto, que o

denominado fenômeno New Age seria mais reflexo de uma revolução de embalagem e

merchandising que propriamente de produto (Oman, 1996).

2.2.2 Histórico

Com taxas de crescimento de vendas de dois dígitos, em média, as bebidas New

Age vêm se tornando uma categoria importante no tradicional, bem estabelecido e definido

setor americano de refrigerantes (Prince, 1995b).

Para compreender o fenômeno da categoria que se tornou sólida sob o ponto de

vista da indústria e do consumidor, deve-se retornar ao ano de 1992, quando o mercado

americano de refrigerantes apresentou o menor crescimento em vendas desde 1980, apenas

1% (Masterson, 1993).

O quarto ano consecutivo de baixa taxa de crescimento do mercado de refrigerantes

poderia ser explicado pelos seguintes fatos, de acordo com Sfiligoj (1993): economia

pouco ativa, envelhecimento da população, presença de chás prontos para beber e outras

bebidas New Age, além de um verão chuvoso e frio na maioria dos estados americanos.

Masterson (1993) acrescenta que a indiferença dos consumidores em relação aos

refrigerantes sabor cola vinha contribuindo também para o fenômeno.

Uma tentativa fracassada para atender às novas exigências foi o lançamento do

refrigerante sabor cola sem a coloração tradicional. A preferência do consumidor por

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produtos mais claros ou sem coloração dar-se-ia por algumas razões básicas: percepção de

que o produto é puro, natural ou mais elegante. Assim, teoricamente, a nova bebida sem o

corante caramelo usado para tornar os refrigerantes cola marrom, seria provavelmente

percebido pelos consumidores como mais saudável que os refrigerantes sabor cola

tradicionais. O baixo interesse dos consumidores com relação à bebida sem coloração,

segundo Pirko (1994, p.11), foi decorrente do fato de que o consumidor americano não

percebeu qualquer vantagem na ausência de cor e como conseqüência continuou preferindo

o refrigerante sabor cola com o aspecto original.

Wolff (1995), entretanto, acredita que os fatores preponderantes na queda da

categoria “Clear” - bebida mais clara ou sem coloração - foram as sucessivas reduções de

preço e as concessões negativas que acompanharam o mercado com muitos competidores.

Assim, os consumidores que percebiam o produto como saudável, límpido e destinado a

um público diferenciado - que estava disposto a pagar a mais por um benefício percebido -

sentiram-se confusos com a disponibilidade de produtos a preços tão baixos.

Historicamente, o mercado americano de bebidas New Age apresenta uma vida

relativamente curta e dinâmica, pois existe há cerca de uma década e já teve 4 líderes de

mercado diferentes (Sfiligoj, 1994c). Esse fenômeno talvez possa ser explicado não só

pelo fato do foco de produto ter se alterado como também pela inclusão de novos tipos de

bebidas na categoria.

Dawson e Prince (1994) relatam que nos anos 80, os vinhos gelados eram a

vanguarda das bebidas New Age. Posteriormente, quando a categoria começou apresentar

taxas de crescimento menores, houve uma mudança de foco em relação ao produto, que de

bebidas semelhantes ao vinho passou a bebidas semelhantes ao refrigerante. Já em 1993,

quando a designação New Age era utilizada para qualquer bebida que não o refrigerante

(Magiera e Wells, 1994), a Snapple tornou-se a primeira empresa da categoria a alcançar a

marca de vendas de 500 milhões de dólares, com a sua linha de chás aromatizados com

sabores de frutas (Sfiligoj, 1994c). Atualmente, um produto que está se tornando

importante no mercado americano de bebidas New Age é o café pronto para beber (Dawson

e Prince, 1994).

Há quem insista no fato de que as bebidas New Age são apenas uma moda

passageira, apesar de toda a atividade do mercado. Esta percepção está baseada no

histórico de vendas das águas artificialmente carbonatadas adicionadas de sucos nos

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Estados Unidos e na crença de que no futuro, o crescimento da indústria de bebidas

constituir-se-á de produtos com ciclos de vida cada vez menores (Winters, 1992).

Em oposição, há quem afirme que as raízes da categoria New Age de bebidas,

datadas de 1985 são muito antigas para serem consideradas apenas como uma moda

passageira. Outros argumentam que a entrada de empresas multinacionais do setor de

bebidas não alcoólicas no mercado corrobora a idéia de que as bebidas New Age vieram

para ficar (Berry, 1992).

Apesar do sucesso obtido pela categoria há uma crença de abalo a curto prazo no

mercado de bebidas New Age. Esta opinião advém da provável descoberta pelos

consumidores, de que as bebidas podem não ser tão saudáveis quanto percebidas. Em

resposta a essa possibilidade, as empresas da categoria estão destinando orçamentos

maiores à publicidade, assim como aumentando a extensão das linhas de baixa caloria

(Winters, 1992).

2.2.3 Evolução do mercado americano

2.2.3.1 Aspectos gerais

É de consenso geral que a categoria das colas, ainda é significativa no mercado

americano de refrigerantes (Marsh, 1994, p.4). Reconhece-se, no entanto, que há um

crescimento explosivo de vendas em novos nichos representados pelas denominadas

bebidas New Age, as quais representaram em 1994 cerca de 5 bilhões de dólares, segundo

Tabela 2.1. O volume total de bebidas New Age consumido pelos americanos em 1993

cresceu 29,5%, significando 1,4 bilhões de galões de líquido (Prince e Sfiligoj, 1994b).

Apesar da nova categoria ainda representar apenas uma fração do negócio de

refrigerantes que alcançou cifras de 48 bilhões de dólares no mercado americano em 1994,

a expectativa de crescimento da categoria New Age para 1994 girava em torno de 50%,

enquanto o de refrigerantes 3% (Magiera, 1994).

A evolução das vendas da categoria de bebidas New Age no mercado americano,

bem como de cada constituinte pode ser observada na Tabela 2.1 (Prince, 1995b).

A Tabela 2.1 demonstra que o mercado americano New Age de bebidas - chá pronto

para beber, bebidas esportivas, água engarrafada em PET, bebidas de frutas não

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carbonatadas em doses individuais, sodas inteiramente naturais, água gasosa aromatizada,

bebidas de frutas gasosas e café pronto para beber - aumentou cerca de 30% durante o ano

de 1994. Enquanto o chá pronto para beber permaneceu como líder de mercado com cerca

de um terço das vendas totais em dólares, as bebidas de frutas em doses individuais

apresentaram o maior crescimento no período.

Khermouch (1995b), corroborado pela Tabela 2.1, assinalou um declínio de vendas

em meados da década de 90, significando que a categoria das bebidas New Age já não seria

tão promissora. No entanto, Prince (1995b) argumentou que não se pode esperar

crescimento anual de vendas na ordem de dois dígitos indefinidamente e que menor

crescimento não significariam perdas, mas ganhos menos espetaculares. Oman (1994a),por

sua vez, declarou que embora as vendas de bebidas New Age em 1994 não tenha sido o

esperado, chás prontos para beber, sucos e bebidas à base de sucos de frutas, água

engarrafada e bebidas esportivas tiveram suas vendas reconhecidas como importantes no

setor de bebidas individuais geladas.

Tabela 2.1

Volume de vendas de bebidas New Age no mercado americano* 1991 - 1995

Segmento 1991

(US$)

1992

(US$)

1993

(US$)

1994

(US$)

1995

(US$)

Projetado

Chá pronto para beber 310 500 970** 1.600 1.840

Bebida esportiva 735 800 875 975 1.075

Bebida de fruta não espumante 70 100 340** 625 775

Água mineral em PET 295 350 455 615 750

Soda inteiramente natural 310 445** 470 475 475

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Água aromatizada 250 265** 265** 265 250

Suco espumante 194 200 200** 175 160

Café pronto para beber 10 40 45 45 35

Total 2.169** 2.700 3.620** 4.775 5.360

Fonte: Beverage Marketing Corporation in Prince (1995b)

* Vendas no atacado em milhões de dólares

** Revisado

Os investidores, entretanto, não parecem estar tão confiantes com relação à

categoria de bebidas New Age (Brammer, 1994). Um dos fatores citados é que, muito

embora as margens de lucro tenham sido, em média, três vezes a margem usual do

refrigerante, a competição está aumentando, fazendo com que essas margens diminuam

(Wolff, 1995). Outro argumento lembrado pelos investidores é de que um produto uma

vez popular, não necessariamente permanece popular indefinidamente.

Ao avaliar o mercado, Gleason (1995) atribui ao grande número de entrantes e aos

inúmeros lançamentos de novos produtos a responsabilidade pelo decréscimo nas vendas

da categoria de bebidas New Age em 1995. Além disso, é difícil imaginar que pequenas

empresas produtoras de bebidas New Age pudessem competir com multinacionais

detentoras do mercado de refrigerantes quando estas decidissem disputar fatias do mercado

da categoria de bebidas New Age (Alonzo, 1993). Flowers (1994) parece confirmar esta

percepção ao relatar que pequenos fabricantes regionais americanos estariam encontrando

dificuldades, pois seus faturamentos diminuíram rapidamente em 1995.

O mercado de bebidas New Age em 1992 era composto por cerca de 700 produtos,

todos com baixo market share, caracterizando um mercado extremamente fragmentado, de

acordo com Phillips (1992). Além disso, questões como diversificação de embalagem e

desenvolvimento de marca estavam se apresentando às empresas da categoria (Magiera e

Wells, 1994).

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Líder de mercado em 1991 e 1992, a Clearly Canadian posicionava-se como “uma

pequena indulgência” contendo menos produtos químicos e 30 a 40% menos calorias que

os tradicionais refrigerantes sabor cola. Este produto revolucionou o mercado de

embalagens para bebidas, pois apesar da garrafa azul em formato de lágrima apresentar

dificuldades na fase de engarrafamento devido à sua forma, a empresa insistiu e tornou seu

produto único e diferenciado.

Buscando se beneficiar do mesmo fator de sucesso, as bebidas esportivas por sua

vez adotaram uma garrafa de boca larga, que logo tornou-se padrão também para chás

gelados e sucos de fruta prontos para beber (Wolff, 1995).

Com relação ao consumidor americano de bebidas New Age, tem sido encontrados

dados bastante interessantes. Prince (1993), baseado em dados do Simmons Market

Research Bureau, afirma que as mulheres foram responsáveis por 58% do consumo de

bebidas New Age. Outra informação relevante é que um dos mais altos índices de vendas

de bebidas alternativas corresponde a áreas de mais baixo poder aquisitivo e não dos ricos

subúrbios americanos, segundo Phillips (1995).

Wolff (1995) afirma que o consumidor é a única medida da aceitabilidade de um

produto. E o consumidor de bebida New Age busca por um produto que não cause danos,

tenha bom sabor e refresque, além de ser ‘good-for-you”. Outra característica do

consumidor é que ele está disposto a pagar pelos benefícios percebidos. Dessa maneira, as

bebidas New Age apresentam preços premium quando comparadas com refrigerantes

(Trager, 1991).

2.2.3.2 Categoria de Águas Minerais

A água engarrafada que no passado deteve a imagem de produto fino, está sendo

cada vez mais consumida pelos indivíduos preocupados com a saúde ou calorias ingeridas

(Kochilas, 1991). Para Hall (1993), a percepção de natural e saudável pelo consumidor é

tão importante que chega a ser considerada um fator crítico de sucesso para a indústria de

água.

Por muitos anos o segmento da água engarrafada, de acordo com o Índice de

Mercado de Bebidas Americano (Beverage, 1991-1992), tem apresentado taxas médias de

crescimento em torno de 10%, uma das maiores no mercado de bebidas.

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Até a década de 80, as únicas águas engarrafadas disponíveis no mercado

americano eram Perrier e Evian. Já em 1991, o cenário encontrava-se bastante modificado.

Segundo Shook (1994), mais de 450 engarrafadoras americanas de água produziam cerca

de 600 produtos. Além destes, cerca de 50 marcas de água importadas haviam inundado o

mercado americano (Bellamy, 1991).

As águas engarrafadas - produto condizente com os anos 90 (Kochilas, 1991) - na

luta por uma fatia de mercado, buscavam, nos primeiros anos da década de 90, os mais

diferentes posicionamentos possíveis: baixa caloria, mais sabor de fruta, pura água

canadense, compra americana, bom preço e bom ingrediente de coquetéis (Magiera, 1993).

Na tentativa de diferenciar seu produto de seus competidores, uma empresa

americana de água engarrafada incorporou uma tampa especial - do tipo puxe-empurre

encontrado em alguns produtos como mel - em sua garrafa. A mudança foi tão bem aceita

pelo consumidor americano que outras empresas estão adotando a mesma alteração em

seus produtos (Sfiligoj, 1995).

No momento, todas as águas naturalmente gasosas e aromatizadas, sodas

aromatizadas naturais são classificadas na categoria de bebidas New Age (Magiera, 1993).

No entanto, o segmento tem apresentado um número tão grande de novos e variados

produtos, que o Beverage Marketing Corp. está considerando a possibilidade de seguir uma

trilha separada da de bebidas New Age, a das águas não-carbonatadas.

2.2.3.3 Categoria de Chás Prontos para Beber

Nos últimos cinco anos, o segmento de chá pronto para beber tem disputado com o

de bebida esportiva, a liderança em volume de vendas da categoria das bebidas New Age,

como pode ser observado na Tabela 2.1. Khermouch (1995a), baseado nos crescimentos

anuais de vendas de mais de 50% entre 1991 e 1994 do segmento dos chás prontos para

beber, indicava uma expectativa de crescimento mais ambiciosa para 1995 (20%) que a da

Tabela 2.1 (15%).

O segmento de mercado americano de chás prontos para beber caracteriza-se não

somente pelo grande número de marcas existentes, mais de 120, como também pelos

inúmeros lançamentos, que chegavam em 1993, a pelo menos 120 projetos de chás prontos

para beber, enlatados ou engarrafados (McMath, 1993). A enorme variedade de produtos

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neste segmento, segundo Sfiligoj, (1994b), deveria abalar as vendas do nicho num futuro

próximo. Completando o cenário de mercado, alguns entendidos afirmam que, apesar da

proliferação de fabricantes, quase 75% do segmento de chás é controlado por apenas 4

marcas (Prince e Sfiligoj, 1994a).

Segundo Khermouch (1994), o chá engarrafado está se tornando um produto

incrivelmente complexo no que diz respeito a vendas. Esta conclusão está fundamentada

nas dificuldades que grandes empresas de bebidas estão encontrando para alcançar sucesso

no negócio.

Um fator que pode ter influído na performance dos produtos lançados no mercado

pelas empresas do setor, está vinculado ao grande número de produtos competindo pelo

mesmo púlico-alvo. Sabe-se que o custo de entrada em um mercado constituído por grande

número de competidores é aumentado, pois maiores esforços são necessários para o

cumprimento das metas de vendas.

Para Khermouch (1994), no entanto, a parceria Coca-Cola-Nestlé Refrescos e a

Pepsi-Lipton Tea têm falhado em suas avaliações do negócio de chás prontos para beber,

particularmente no que diz respeito aos jovens consumidores americanos, os quais têm

preferido as marcas cujos produtos oferecem um certo mistério e uma embalagem que vá

ao encontro de seu imaginário.

No campo das embalagens, o tamanho das doses oferecidas têm aumentado na

medida em que o mercado de chás prontos para beber tem apresentado crescimentos

significativos (Prince, 1994b).

Após alcançar sucesso nos Estados Unidos, Itália e Suíça, os chás prontos para

beber parecem seguir o mesmo caminho na Alemanha em 1994 (Ruppel, 1995). Com

trinta milhões de litros consumidos em 1993, a expectativa de vendas para 1994 girava em

torno de 70 ou 90 milhões de litros. Estas marcas seriam obtidas através de inovações:

chás carbonatados ou não, com açúcar ou adoçantes artificiais e com diferentes aromas de

frutas. Aliado a isso, praticamente todas as embalagens disponíveis - lata, vidro e tetra

pack - seriam utilizadas.

2.2.3.4 Categoria de Bebidas Esportivas

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As bebidas esportivas foram desenvolvidas para que o corpo alcance o balanço

eletrolítico através da rápida reposição de fluidos, sais minerais e energia perdidos pelo

corpo humano durante suas atividades. As conseqüências de um não balanço eletrolítico

incluem: fraqueza muscular, fadiga, câimbras e confusão (Eisma, 1991).

O crescimento de vendas anuais do segmento durante a década de 90 tem

permanecido em torno de 10% (ver Tabela 2.1). As bebidas esportivas têm disputado,

juntamente com os chás prontos para beber, a liderança de vendas na categoria de bebidas

New Age. Em 1995, o segmento das bebidas esportivas figurou em segundo lugar, com

vendas em torno de 1 bilhão de dólares, ainda segundo a Tabela 2.1.

A marca Gatorade, fabricada pela Quaker, é líder nos mercados americano e

brasileiro, detendo 80% do market share de bebidas esportivas nos EUA de acordo com

Liesse (1994) e 93,3% no Brasil (Sobral et al., 1996).

No Japão as bebidas esportivas são consumidas não somente por atletas, mas

também pelo público em geral. Este tipo de bebida é popular também entre homens na

faixa de 20 a 50 anos que buscam energia além de refrescar-se.

No mercado alemão, segundo Ruppel (1995), as bebidas esportivas possuem a

imagem perfeita para o público adulto, pois são percebidas como saudáveis e convenientes,

o que explica o consumo de tais bebidas também por pessoas que nunca praticam qualquer

exercício.

2.2.3.5 Categoria de Bebidas à Base de Sucos de Frutas

Thorpe (1995) discorre sobre a valorização crescente das frutas e das ervas na

indústria de bebidas não alcoólicas. O mesmo autor afirma que a experimentação, compra

e repetição da compra advém não apenas da satisfação do consumidor, mas também da

possibilidade de escolha diante de uma gama relativamente grande de variedade de

produtos. Assim, as frutas parecem uma boa opção pois são coloridas, naturalmente doces

e oferecem inúmeras alternativas quanto a sabor, cor e aroma.

O mesmo pode ser dito sobre as ervas, que além de permitirem uma grande

variedade de sabores excitantes e sofisticados possuem a vantagem de serem

freqüentemente percebidas como um produto saudável. Estas características estão se

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tornando cada vez mais relevantes para o desenvolvimento das bebidas no mercado dos

anos 90 (Thorpe, 1995).

Aliado a esses fatores, a chave do sucesso para qualquer refrigerante, que no

passado esteve centrada em imagem e sonho, atualmente reside em outros benefícios

percebidos: no sabor e em quão refrescante e revigorante é a bebida. As frutas e as ervas

parecem então cumprir perfeitamente estes requisitos.

De acordo com Bellas (1994, p.47), o segmento de bebidas de frutas é um dos de

mais rápido crescimento na categoria New Age (ver Tabela 2.1). Prince (1995c) revelou

que esperava-se ao final de 1995 uma produção de 78,3 milhões de caixas, o que

representaria um aumento no volume de 1.350% em 5 anos.

2.3 Embalagem

2.3.1 A embalagem como elemento de Marketing

Segundo Kotler (1993), as decisões sobre embalagens têm sido, tradicionalmente,

baseadas nos custos e fatores de produção. Dessa maneira, a função primária da

embalagem - envolver e proteger o produto final - permaneceu por longo tempo como

única preocupação dos fabricantes de alimentos.

Recentemente, contudo, numerosos fatores entre eles o grande número de produtos

similares existentes no mercado e o crescimento do auto-serviço, tornaram a embalagem

uma importante ferramenta de marketing.

Nos supermercados, onde a decisão de compra é feita sem a ajuda de um vendedor,

produto e consumidor encontram-se frente a frente, fazendo com que a embalagem seja

responsável por atrair a atenção do consumidor, descrever o produto e até efetivamente

realizar a venda. A embalagem passa a representar, então, um importante item para o

sucesso dos esforços de marketing, seja para efetuar vendas, atrair novos consumidores ou

mesmo para manter um produto no mercado. Além disso, para Keller (1994), a embalagem

é uma das ferramentas mais poderosas para a construção de imagem num programa de

vendas. Estas atribuições acentuaram-se de tal maneira que os gastos com embalagem de

muitos produtos representam, atualmente, um custo muito superior ao de seus conteúdos.

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Como conseqüência, a embalagem tem sido considerada por alguns profissionais de

marketing o 5° (quinto) P (em inglês, packaging), tornando-se, assim, uma das variáveis do

composto mercadológico, o qual é tradicionalmente constituído por quatro elementos:

produto, preço, praça e promoção. O composto mercadológico ou mix de marketing é o

conjunto dos instrumentos controláveis que permitem o ajustamento entre a demanda de

mercado existente e a oferta de produto possível (Kotler, 1993).

Muito embora não se possa provar que uma embalagem inovadora seja por si só

responsável pelo crescimento do volume de vendas em bebidas, seria errado desconsiderar

sua influência, pois ela pode fornecer ao produto vantagens sobre seus concorrentes

(Oman, 1995a). Segundo Kotler (1993), as empresas têm reconhecido o poder de uma boa

embalagem em propiciar no consumidor um reconhecimento instantâneo da empresa ou da

marca. Embalagens não adequadas, por outro lado, podem causar problemas para os

consumidores e perdas de vendas para a empresa.

Sob o aspecto do processo de decisão de compra, Adamson (1994, p.14) e Lubliner

(1994), afirmam que, atualmente, o consumidor chega ao ponto de venda sem ter em mente

qualquer marca selecionada. Muitas variáveis influenciam o consumidor: promoções de

preço, declínio da lealdade à marca ou declínio da lealdade a alguns produtos de uma

categoria específica. Nesta situação, a embalagem seria responsável não apenas por atrair a

atenção do consumidor, mas também para convencê-lo de que o produto em questão seria a

melhor opção de compra.

Para Pilditch (1968), entretanto, o processo de decisão de compra inicia-se na mente

do consumidor e já está quase definido quando este chega à loja ou supermercado. Neste

momento, o produto desejado deveria ser imediatamente reconhecido pelo consumidor.

Entretanto, as tarefas - do produto em se fazer imediatamente reconhecido e do consumidor

em reconhecer o produto desejado - têm sua complexidade e dificuldade aumentadas na

medida em que cresce o número de produtos similares disponíveis.

É importante lembrar, ainda, que quanto maior a similaridade dos produtos, menor

a influência da razão na eleição de uma marca, isto é, se determinados produtos oferecem o

mesmo conjunto de benefícios, o consumidor tende a eleger sua marca baseado não nos

aspectos racionais, mas na imagem percebida do produto.

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Dessa maneira, as emoções evocadas no consumidor pela embalagem assumem

importância vital para o marketing e conhecê-las pode representar o êxito ou o fracasso de

um produto (Pilditch, 1968).

Segundo vários autores, um dos aspectos da embalagem que afeta a percepção do

consumidor em sua decisão de compra é a cor. Argumenta-se que além da identificação da

marca, as associações entre cor e produto podem influir, subconscientemente, nas

percepções de: sabor, imagem de saudável, estimativa de peso, temperatura e adequação

quanto ao sexo. A coloração possui, ainda, conotações culturais e as regras para um país

não necessariamente se aplicam ao resto do mundo. Enquanto o verde é aceitável em

países islâmicos, ele indica doença em países com florestas muito densas. O branco por

sua vez, é associado à pureza nas sociedades ocidentais, no Japão é associado à morte, e em

Gana à alegria e prazer. O vermelho seria apropriado na Nova Zelândia para estimular o

apetite, porém é associado ao profano em algumas nações africanas e representa luxo e

sorte na China (Sara, 1990).

Cita-se, adicionalmente, Pawlyna (1996) que relatou a influência de fatores não

racionais na avaliação de produtos por consumidores chineses. Embalagens no estilo

ocidental, com palavras inglesas, possuem o poder de seduzir os chineses devido à crença

de que produtos estrangeiros são superiores em qualidade aos similares nacionais. Outra

descoberta refere-se à coloração negra, que ao contrário de assumir conotações negativas, é

bem recebida pelos consumidores chineses quando combinada com púrpura.

Como exemplo de mensagem subliminar no Brasil, pode ser citada a garrafa

dourada do uísque Chivas Regal, a qual sugere uma bebida de primeira classe. A alvura

das embalagens de talco também não é por acaso, visto que a coloração branca é

normalmente associada à pureza e à saúde.

Para comunicar a mensagem correta ao consumidor esteja ele onde estiver, ícones e

símbolos, de acordo com Alport (1997), são recursos bastante efetivos para suplantar

barreiras lingüísticas. É necessário, entretanto, tomar-se alguns cuidados, como se pôde

observar. Uma das vantagens da utilização do símbolo, é que como uma foto, um símbolo

pode valer por milhares de palavras.

Modificações nas embalagens a fim de adequar o produto ao mercado são

estratégias de marketing comumentemente utilizadas pelas empresas em geral e de bebidas

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em particular. Como exemplo são citados, a seguir, dois casos recentes ocorridos no

Brasil.

Acreditando no mercado brasileiro de cervejas, o segundo maior das Américas -

perdendo apenas para os Estados Unidos - A Budweiser decidiu modificar o rótulo de seu

produto visando posicionar-se como uma bebida premium e buscando o segmento de

mercado composto de jovens brasileiros que acompanham as corridas de fórmula Indy

(Budweiser, 1996).

Tradicionalmente comercializados em garrafas de vidro azul, os vinhos brancos da

região do Reno conhecidos como Liebfraumilch, conquistaram na mente do consumidor

brasileiro o selo de qualidade. A associação entre embalagem e produto é tão forte que

garrafa azul tornou-se sinônimo de vinho de qualidade. Motivados pelo sucesso dessas

garrafas alemãs, importadores de vinhos franceses e até vinícolas brasileiras adotaram a

mesma embalagem em seus produtos (Barelli, 1996). Posteriormente, entretanto,

percebeu-se que os vinhos importados não atendiam às exigências de qualidade desejadas,

e as garrafas azuis, então, passaram a ser associadas a vinho importado de baixa qualidade.

Dessa maneira, muitas vezes é a percepção subjetiva do produto que importa na

decisão de compra do consumidor, e não a realidade objetiva do produto propriamente dita.

Este fato concede à embalagem importância especial nas considerações do mix de

marketing, pois consumidores avaliam todos os benefícios de um produto antes da escolha

final, e portanto a embalagem pode fornecer uma vantagem competitiva ao produto.

As empresas de bebidas New Age estão percebendo que apesar das barreiras

operacionais, uma embalagem diferenciada pode ser importante fator de sucesso,

particularmente num mercado competitivo onde a identidade do produto é crucial. Assim,

as bebidas New Age estão buscando obter através da embalagem uma forte presença em

prateleira, seja através do rótulo, seja através do formato, material ou coloração da

embalagem (Wolff, 1995).

2.3.2 Características e funções da embalagem

Desenvolver uma boa embalagem para um produto requer a tomada de muitas

decisões. Para Von Arx (1970), deve-se definir primeiro os objetivos da embalagem, os

quais devem ser determinados para cada linha de produto, bem como para cada novo

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produto. Além disso, os conceitos do produto devem ser estabelecidos ainda no estágio de

desenvolvimento. Por exemplo, uma refeição em porção individual, que pode ir do forno

de microondas diretamente para a mesa deve possuir embalagem que cumpra

adequadamente todos os benefícios prometidos.

A fim de estabelecer os objetivos significativos de uma embalagem, é importante

reconhecer seus requisitos básicos, premissa freqüentemente esquecida no planejamento e

desenvolvimento da embalagem. Dessa maneira, os requisitos que uma embalagem deve

atender são os seguintes: conter e proteger o produto, transportá-lo através do sistema de

distribuição mantendo-o fresco e adequado para uso, prover uma função de estocagem,

além de promover e vender o produto.

Após essa etapa, deve-se então tomar decisões sobre os elementos específicos da

embalagem - tamanho, formato, material, cor e texto - que determinarão a capacidade da

embalagem em se tornar boa vendedora. Esses vários elementos devem estar em

concordância a fim de apoiar o posicionamento do produto e a estratégia de marketing

estabelecida (Von Arx, 1970).

Não deve ser esquecida outra importante função da embalagem: revender. Para

tanto, faz-se necessário manter em alto nível a satisfação do consumidor, tarefa que pode

ser alcançada pela reavaliação da embalagem de tempos em tempos, seja sob o ponto de

vista estético ou utilitário. As atualizações fazem-se relevantes na medida em que ocorrem

alterações nas preferências dos consumidores, bem como avanços tecnológicos.

Hoje, quando mudanças rápidas tornaram-se normas, não faz sentido descrever o

campo da embalagem em termos estáticos. Os processos de embalagem têm evoluído

porque os produtos e materiais são, no geral, radicalmente diferentes de seus predecessores.

Nesta situação, as atitudes do consumidor em relação à embalagem são flexíveis e

constantemente sujeitas a alterações (Neubauer, 1973). Para Kotler (1993), manter uma

embalagem atualizada requer pequenas mas regulares alterações, por vezes tão sutis que

passam desapercebidas pela maioria dos consumidores.

Apesar dos dias de certeza terem passado, algumas considerações permanecem

constantes, pelo fato das necessidades básicas não terem se alterado. Desta maneira, há

algumas características, de acordo com Neubauer (1973) e Lenderman (1997), que

tipificam a embalagem. Ela deve:

− Conter e proteger o produto;

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− Ser Reconhecível - a imagem reflete a memória do consumidor de uma associação boa

ou má com o produto;

− Descrever o produto - na embalagem devem constar todas as informações relevantes

para o consumidor;

− Promover o produto - nenhum outro meio de comunicação de uma empresa está tão

próximo do consumidor quanto a embalagem, pois ela está nas mãos do consumidor,

ajudando a responder questões. Além disso, o consumidor pode alcançar com a

embalagem a sensação de tato que nenhum outro meio pode fornecer.

Outra certeza, segundo Lenderman (1997), é de que a embalagem deve cumprir o

que a propaganda promete. Uma empresa de bebidas deve, sobretudo, satisfazer duas

necessidades do consumidor: a psicológica e a funcional, sendo as características

funcionais mais importantes que as psicológicas. Para satisfazer as necessidades

funcionais, a embalagem deve atender às expectativas de uso, isto é, deve funcionar. A

satisfação psicológica da embalagem incorpora a imagem de marca e imagem de usuário.

A imagem de marca descreve a relação entre o consumidor e a marca e a segunda descreve

as necessidades, expectativas e aspirações pessoais do consumidor em relação à marca.

Nos últimos anos a segurança do produto tornou-se também um item importante da

embalagem. Todos aprendem a lidar com embalagens difíceis de abrir, “à prova de

crianças”. Além disso, sabotagens de produtos têm forçado os fabricantes de alimentos a

embalar seus produtos de maneira que o consumidor possa fácil e rapidamente perceber se

o produto foi violado ou não (Kotler, 1993).

Entretanto, não é tão fácil construir confiança e entusiasmo pelo produto quanto

parece. Não é suficiente desenvolver uma embalagem correta para o produto. O

consumidor apenas aceitará um produto com embalagem que faça sentido para ele

(Neubauer, 1973).

Segundo Neubauer (1973), os elementos combinados do design transcendem

barreiras de linguagem e os requisitos de segmentação de mercado ao transmitir a primeira

impressão. Assim, a embalagem deve, além de ser atraente, transmitir, em termos

compreensíveis, como o produto é utilizado. Agradar aos olhos, fornecer satisfação e ser

desejado novamente são também incumbências da embalagem do produto. Uma

embalagem que preenche estes requisitos tem boas chances de sucesso, pois ela fala ao seu

comprador.

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Já para Hess (1965), uma boa embalagem deve ir à essência do produto, descobrir

sua razão de ser e, criativamente, transmitir a mensagem. O olho humano interpreta muitas

sensações, dilatando-se e comprimindo-se não apenas em resposta à luminosidade, mas

também em função do interesse e da atitude. Dessa maneira, todas as mensagens que vão

ao encontro da percepção do produto devem ser cuidadosamente planejadas.

Uma embalagem efetiva é fator essencial de uma estratégia competitiva para vencer

as variáveis econômicas na busca pela lealdade do consumidor. Ela pode ser o fator mais

importante na determinação de sucesso ou fracasso de um produto (Carl, 1995).

2.3.3 Pesquisas com o consumidor a respeito de embalagens

Em função da reconhecida importância da embalagem como um ferramenta de

marketing, pesquisas relativas a atitudes do consumidor frente às embalagens têm sido

realizadas. A seguir são relacionados os estudos, que de alguma forma, auxiliam na

construção do conhecimento acerca da relação entre embalagem e consumidor.

Spaulding (1994), relata uma pesquisa efetuada em 1985 com consumidores

americanos. Esse trabalho indicava a importância da conveniência de embalagens que

pudessem ser levadas ao forno de microondas. A mesma pesquisa revelou que a

preocupação por uma embalagem que acusasse ter sido violada e por embalagens

adequadas para crianças e menos difíceis de abrir continuavam como fatores importantes

na decisão de compra.

Baum (1994) registrou uma pesquisa efetuada pela revista Packaging que pretendeu

descobrir o que os americanos buscavam, gostavam, não gostavam ou desprezavam na

embalagem de produtos.

Os resultados do trabalho indicaram que:

1- A reciclagem continuava a ser uma questão importante, impactando a área de remoção

de lixo além de outras;

2- A evidência de adulterações, como por exemplo abertura da embalagem por terceiros,

embalagens seguras para crianças e conveniência permaneciam importantes para

consumidores;

3- Dados nutricionais nos rótulos de embalagens de alimentos eram também importantes;

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4- A maioria dos consumidores classificaram como primeira exigência para a compra o

bom estado da embalagem do alimento; e

5- Um crescente número de consumidores achavam que estavam pagando mais pela

embalagem que no passado.

Uma pesquisa realizada por NFO Research Inc. para a revista Packaging Digest,

demonstrou que os consumidores americanos estão buscando de maneira geral, mais e mais

valor nos produtos que compram. A definição de valor entretanto, freqüentemente se

constitui em combinações variadas de qualidade, conveniência e preço. A embalagem

pode reforçar a percepção de valor através da preservação da qualidade do alimento, ao

garantir segurança e consumo adequados, além de propiciar abertura e facilidade de

fechamento quando o produto não é totalmente consumido (Consumers, 1995).

Murphy (1997) relatou um estudo conduzido por Corporate Research Development,

o qual revelou que o consumidor julga os produtos pelas suas caixas e sacolas. Os

consumidores do estudo tendiam a evitar produtos que não iam de encontro às suas rotinas

estabelecidas de compra. Eles tentavam novos produtos, mas preferiam fazê-lo quando os

itens eram fáceis de usar e possuíam preços razoáveis. A embalagem foi importante

instrumento destes atributos, auxiliando os consumidores a se sentirem confortáveis com o

produto, diminuindo o risco envolvido percebido no julgamento e reforçando a decisão da

compra. Adicionalmente, a pesquisa demonstrou que uma marca forte freqüentemente

fornecia um nível adicional de conforto, dando ao consumidor um ponto de referência com

relação aos outros produtos presentes na prateleira.

O estudo de Murphy (1997) também revelou vários aspectos acerca da importância

da embalagem na decisão de compra, dentre os quais citam-se:

! Não há solução universal de embalagem - a qualidade da embalagem está intimamente

relacionada com o seu conteúdo, canal de distribuição e preferência do consumidor;

! Produtos precisam ter a embalagem com a quantidade correta - consumidores

geralmente consideram uma embalagem extra como um desperdício e pensam que isso

influencia o preço do produto, aumentando-o;

! Funcionalidade é um componente importante da embalagem. A embalagem que

contribui para a estocagem e uso facilitado encoraja decisões de brand-switching;

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! Consumidores apreciam embalagens que podem se utilizadas após o consumo do

produto original, por exemplo latas que continham balas podiam ser usadas novamente

para estocar outros itens;

! A embalagem deve ser consistente com o produto. Grafias e informações que

conflituam com o propósito do produto criam confusão na mente do consumidor;

! A boa embalagem pode transmitir uma imagem sólida ou de qualidade superior,

enquanto a embalagem pobre deprecia a imagem do produto;

! É bom ter uma embalagem reciclável, mas usualmente este não é o primeiro fator na

decisão de compra; e

! A embalagem é mais importante no lançamento, porém seu efeito no julgamento pode

ser estendido para qualquer fase do ciclo de vida do produto. Qualquer produto não

descoberto é um produto novo para os consumidores. Mesmo velhas a marcas podem se

beneficiar de uma nova embalagem desenhada para valorizar a experiência.

As preferências do consumidor brasileiro com relação a embalagens também

mereceu estudos. Segundo artigo publicado no periódico Marketing (Produto, 1993), uma

pesquisa realizada na Grande São Paulo, em abril de 1992, pela Dil Consultores em Design

e Comunicação de Marketing e pela Research International, concluiu que o consumidor da

grande metrópole desconhecia a embalagem e seus mais recentes desenvolvimentos.

Tampas fáceis de abrir, inviolabilidade, reciclagem e uso de microondas eram questões

novas, ainda pouco exploradas.

Através de um questionário abrangente, 400 donas-de-casa paulistas das classes A,

B, C e D, tiveram estudados seus hábitos de consumo no que se refere a embalagens de

produtos alimentícios, de bebidas e de limpeza. O trabalho abrangeu 13 categorias de

produtos alimentícios, englobando desde produtos de compra generalizada, como óleos

vegetais, leite, derivados de tomate, até produtos dirigidos a segmentos específicos, como

balas e chicletes.

Na percepção da consumidora da grande São Paulo, quatro tipos de embalagem têm

seu perfil mais positivamente definido: a tetra pack, o pote plástico, a embalagem plástica

(tipo as de catchup) e o vidro. Comparada às demais embalagens de produtos alimentícios,

a tetra pack foi considerada a mais higiênica e melhor conceituada por conservar a

qualidade do produto, além de ser fácil de estocar. Ela foi também esteticamente

valorizada e dividia com as embalagens plásticas (tipo as de catchup) os atributos

Page 61: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

46

relacionados à boa qualidade do material de embalagem e facilidade e segurança de

manuseio.

O pote de plástico, por sua vez, foi valorizado por ser reutilizável e fácil de fechar.

A embalagem de vidro, embora considerada de manuseio mais difícil, apresentava as

vantagens de possuir boa performance nos aspectos de preservação dos alimentos, de

visualização do conteúdo, além de ser reutilizável. Os aspectos negativos concentravam-se

no fato de quebrar, de ser difícil de abrir e de necessitar outros instrumentos para ser aberta,

no caso de garrafas.

A lata era percebida como uma embalagem de manuseio seguro, porém difícil de

abrir. Os sacos plásticos, envelopes e caixas de papel tinham em comum, na percepção das

entrevistadas, o fato de não encarecer o produto. Eram percebidas, porém, como

embalagens fáceis de violar e pouco resistentes, o que facilitava o desperdício de produto.

No mesmo trabalho, foram pesquisadas cinco categorias de bebidas - refrigerantes,

cerveja, suco de fruta, bebidas alcoólicas e água - e cinco tipos de embalagens - garrafa

plástica, garrafa de vidro, lata, copo plástico e tetra pack. Entre as cinco embalagens de

bebida analisadas, duas delas - garrafa plástica e de vidro - foram as que mais se

destacaram positivamente. A garrafa plástica concentrava as associações mais positivas e

possuía uma posição destacada na percepção dos consumidores em função de seu manuseio

simples e seguro, ou seja, pela facilidade de abrir e de consumo do produto depois de

aberto.

O rótulo, em linhas gerais, foi considerado bom pelas consumidoras. Predominava

entretanto, uma certa desconfiança com relação às informações que traziam. Outro

resultado importante foi quanto às tampas de abertura fácil. Elas eram conhecidas e 86%

das donas de casa pesquisadas já tinham experimentado. A tampa foi considerada fácil de

abrir, mas 52% das entrevistadas declararam que não compensava pagar mais por esse

benefício.

Outro assunto pesquisado foi a reciclagem, questão desconhecida de 42% das

entrevistadas. Apesar do baixo índice, o conceito foi abordado como muito/extremamente

importante por 87% das pessoas questionadas. Entretanto, poucas dentre as que conheciam

o assunto reciclagem, checavam se a embalagem era feita de material reciclável (19%).

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47

O artigo apresenta um gráfico comparativo dos critérios para escolha de embalagens

de produtos alimentícios no Brasil e Estados Unidos, o qual é reproduzido a seguir

(Gráfico 2.1).

Gráfico 2.1

Critérios mais importantes para escolha de embalagens

de produtos alimentícios no Brasil e Estados Unidos.

Preservar sabor Não encarecer Ter lacre Fácil de fechar Prática guardar Fácil de abrir0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Preservar sabor Não encarecer Ter lacre Fácil de fechar Prática guardar Fácil de abrir

BrasilEUA

Fonte: Dil/Research in Marketing (1993)

Segundo o Gráfico 2.1, um fato merecedor de atenção é que, enquanto no Brasil as

consumidoras apresentam como um dos primeiros requisitos para a aceitação de

embalagens a praticidade para estocagem, esse atributo situa-se entre os últimos quando

listado pelas consumidoras americanas.

O Gráfico 2.1 também evidencia a valorização, pelas entrevistadas brasileiras, da

preservação do sabor dos alimentos em detrimento da facilidade em fechar e abrir as

embalagens alimentícias.

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48

Os mesmos pesquisadores realizaram novamente em 1994, um estudo, relatado por

Salgueiro (1995) e Barelli (1995), para detectar as preferências das consumidoras da

Grande São Paulo no campo das embalagens.

A pesquisa mostrou que as donas de casa davam especial atenção ao aspecto

higiene quando escolhiam uma embalagem, como demonstrado no Gráfico 2.2 (Salgueiro,

1995).

Gráfico 2.2

Expectativas de consumidoras da Grande São Paulo

frente às embalagens, com respeito à proteção do conteúdo

Ser higiênica

Conservar qualidade produto

Adequada manter produtodepois aberto

Ter selo / lacre

Proteger do ambiente físico

80 82 84 86 88 90 92 94 96 98

Ser higiênica

Conservar qualidade produto

Adequada manter produtodepois aberto

Ter selo / lacre

Proteger do ambiente físico

Fonte: Dil / Research in Salgueiro (1995)

Com relação ao uso, o mesmo levantamento mostrou que as consumidoras

valorizaram mais as embalagens que podiam ser manuseadas facilmente e com segurança

do que as que dispensavam o uso de abridor ou possuíam tampa/bico dosador, como pode

ser observado no Gráfico 2.3 (Salgueiro, 1995).

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Ao se comparar o Gráfico 2.1 - resultado de estudo de 1992 - e o Gráfico 2.3 -

resultado de pesquisa realizada em 1994 - percebe-se uma pequena valorização, pelas

pesquisadas no Brasil, da praticidade da embalagem com relação à estocagem.

Quando o assunto foi material, a qualidade era o item mais citado na pesquisa

(90,8% das respostas). A preocupação em relação ao custo apresentou-se como

significativa, visto que 90,3% das questionadas davam prioridade a produtos com

embalagens que não encarecessem a mercadoria. Foi constatado, ainda, que as donas de

casa da Grande São Paulo possuíam pouco apego à parte visual da embalagem. Os

atributos “fazer o produto parecer atraente” e “ser bonita” foram os menos citados no

estudo, com respectivos 27,0% e 23,8% das citações (Salgueiro, 1995).

Gráfico 2.3

Expectativas de consumidoras da Grande São Paulo

frente às embalagens, com respeito ao uso

Manuseio seguro

Manuseio fácil

Prática guardar

Dispensa abridor

Ter tampa/bico dosador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Manuseio seguro

Manuseio fácil

Prática guardar

Dispensa abridor

Ter tampa/bico dosador

Fonte: Dil / Research in Salgueiro (1995)

Comparando-se esta pesquisa com a anterior, realizada em 1992, percebe-se que

alguns atributos caíram de cotação entre as consumidoras. A interpretação para o fato foi

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50

baseada na percepção de que a preferência do público varia conforme a realidade do

momento. Por exemplo, à luz de informações de produtos da Nestlé e Van Melle violados

em 1992, 95% das entrevistadas ressaltavam a importância do selo e do lacre em produtos

alimentícios, índice que em 1994 caía para 88%, segundo Salgueiro (1995).

O estudo da Dil Consultores em Design e Comunicação de Marketing e da Research

International analisou, ainda, os pontos fortes e fracos dos diferentes tipos de embalagem

nas categorias de alimentos, bebidas e produtos de limpeza.

Gráfico 2.4

Pontos fortes e fracos de diferentes tipos de embalagens de bebidas

Frasco Plástico

Lata

Vidro

Caixa Papel

ReutilizávelManuseio seguro

Bonito

Prática para guardar

Manuseio seguro

Permite ver o produtoPouco resistente

Prática p/ guardar

Não encarece

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Frasco Plástico

Lata

Vidro

Caixa Papel Pouco resistente

Difícil de abrir

Fácil violar

Material de boa qualidade

Fonte: Dil / Research in Salgueiro (1995)

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Na área de bebidas - Gráfico 2.4 - a pesquisa detectou que as principais

característica positivas das embalagens estavam associadas às garrafas de plástico e vidro.

A primeira era elogiada por manter o produto depois de aberto e a segunda por ser

reutilizável e por usar um material de boa qualidade e permitir visualização do produto. A

lata e a embalagem tetra pack possuíam como pontos mais valorizados os aspectos

voltados à conveniência e praticidade. Manuseio seguro e prático, abertura fácil e

praticidade para guardar foram alguns dos itens mais citados quando se questionou sobre

bebidas nestes dois tipos de embalagens (Salgueiro, 1995).

Observou-se na pesquisa de 1994 um aumento no número de pessoas que já tinham

ouvido falar em material reciclável (80%), quando se compara esta pesquisa com a

anterior. Apesar disso, só 16% dos que já conheciam o assunto costumavam checar se a

embalagem era feita de material reciclável e 18% deixaram de comprar um produto porque

ele não tinha uma embalagem reciclável (Salgueiro, 1995).

Outro aspecto importante é que as donas de casa continuavam preocupadas com o

aspecto da inviolabilidade. Quatro em cada dez entrevistadas deixaram de adquirir alguma

mercadoria porque a embalagem parecia ter sido violada e quase sete em cada dez

pagariam a mais por uma embalagem inviolável.

Barelli (1995), baseado nos resultados de pesquisa efetuada em 1992 e replicada em

1994, declarou que as embalagens de vidro estavam ganhando a preferência das

consumidoras da Grande São Paulo, enquanto a embalagem asséptica (tetra pack) perdia

sua conotação de sofisticação, principalmente no setor de alimentos. Em 1992, a tetra pack

foi vencedora na preferência das pesquisadas. Na época, 47% das entrevistadas

consideravam essa embalagem higiênica e 46% que conservava a qualidade do produto.

Em 1994, entretanto, essas porcentagens caíram para 32% e 36% respectivamente.

Em 1992, 56% percebiam o vidro como um tipo de material bom para preservar o

sabor dos alimentos e na última pesquisa esse índice saltou para 70%. O sucesso do vidro

pode ser explicado pela ampliação do seu uso, como por exemplo nas cervejas one way. O

consumidor descobriu no vidro uma embalagem prática e descartável. Por outro lado, a

embalagem tetra pack deixou de ser novidade. Originalmente associada ao leite, a

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embalagem passou a ser utilizada por outras categorias de alimentos como catchup, sucos e

iogurte (Barelli, 1995).

A pesquisa de 1994 mostrou, ainda, que os consumidores brasileiros estão

propensos a aceitar inovações. Como exemplos podem ser citados as tampas de latas

fáceis de abrir (em 1992, 81% dos pesquisados achavam difícil abrir o produto, na de 1994,

49%) e novos tamanhos em embalagens de bebidas adequadas às necessidades do

consumidor - 600 ml e 500 ml (Barelli, 1995).

A pesquisa de 1994 mostrou ainda que produtos de limpeza, iogurtes e refrigerantes

eram os produtos mais vulneráveis a preço na região pesquisada, isto é, não havia

fidelidade à marca por parte das consumidoras da Grande São Paulo (Barelli, 1995).

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53

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Introdução

Este capítulo apresenta a metodologia de pesquisa utilizada neste estudo.

Para alcançar os objetivos traçados foram adotadas as seguintes etapas, as quais

serão explanadas posteriormente:

− Definição das perguntas de pesquisa;

− Determinação da população, da amostra e do objeto de estudo;

− Seleção dos métodos de coleta de dados;

− Elaboração do questionário;

− Pré-teste;

− Levantamento do dados; e

− Análise dos dados.

3.2 Definição das perguntas de pesquisa

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o impacto da embalagem na percepção de

atributos de imagem desenvolvidas por jovens universitários em relação às bebidas

denominadas New Age.

As principais questões que guiaram o desenvolvimento do presente estudo estão

listadas a seguir:

& Como são percebidas as bebidas New Age?

& Como são percebidas as embalagens (‘Lata de Alumínio’, ‘Embalagem Tetra Pack’,

‘Garrafa de Vidro’ e ‘Copo Plástico’)?

& A atitude em relação à categoria de bebidas New Age varia para diferentes embalagens?

Em que aspectos?

& A atitude em relação a uma determinada bebida New Age sofre influência da

embalagem? Em que aspectos?

& Há alguma embalagem mais adequada para cada bebida New Age?

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& Há alguma embalagem menos adequada para cada bebida New Age?

3.3 Determinação da população e caracterização da amostra

Inicialmente optou-se por limitar o âmbito da pesquisa à cidade do Rio de Janeiro.

Face à limitação de recursos para a realização deste estudo e por ser de mais fácil acesso,

decidiu-se pela pesquisa com jovens estudantes universitários. A população, selecionada

restringiu-se aos estudantes universitários de uma instituição particular de ensino superior,

situada na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

As Tabelas 3.1, 3.2 e 3.3, além do Gráfico 3.1 procuram caracterizar

demograficamente a amostra deste estudo. As variáveis demográficas utilizadas foram:

sexo, idade e nível de escolaridade.

A Tabela 3.1 apresenta a amostra em termos de número de pesquisados em relação

ao sexo. Observa-se que o total de pessoas entrevistadas foi de 187 indivíduos, havendo

uma pequena preponderância - 54% - do sexo masculino sobre o feminino entre os

respondentes.

Tabela 3.1

Tipo de pesquisado com relação ao sexo

Sexo Pesquisados %

Feminino 86 46

Masculino 101 54

Total 187 100

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Para melhor visualização, os dados relacionados à idade dos respondentes são

apresentados sob forma de gráfico (Gráfico 3.1), onde pode-se perceber uma distribuição

normal à esquerda, caracterizando assim, uma amostra composta essencialmente por

jovens. Este fato vem naturalmente ao encontro das expectativas quanto à faixa etária dos

pesquisados, visto que os dados foram coletados nas dependências de uma universidade,

junto a seus freqüentadores.

Gráfico 3.1

Distribuição dos respondentes com relação à idade

0

5

10

15

20

25

30

35

40

17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 29 30 33 40

Idade (anos)

Núm

ero

de e

ntre

vist

ados

A Tabela 3.2 mostra que, quanto ao nível de escolaridade, a grande maioria dos

pesquisados - 88% - não havia terminado o terceiro Grau à época do levantamento de

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dados, o que caracteriza uma amostra composta, sobretudo, por jovens universitários, como

era desejado.

A amostra é composta, também, por indivíduos - 12% do total de pesquisados - que

possuem terceiro Grau completo.

Tabela 3.2

Nível de escolaridade dos pesquisados

Nível de

escolaridade

Número de

pesquisados

%

3° Grau Completo 23 12

3° Grau Incompleto 164 88

Total 187 100

A Tabela 3.3 apresenta a proporção de pesquisados por nível (Graduação e Pós-

Graduação) e por área de estudo (Ciências Humanas ou Ciências Exatas). Observa-se que

não houve preponderância significativa de indivíduos cursando Graduação em Ciências

Humanas (45% da amostra) sobre indivíduos cursando Graduação em Ciências Exatas

(43% da amostra). Nota-se, ainda, uma percentagem (12%) da amostra de indivíduos

cursando Pós-Graduação.

Dessa maneira, a totalidade da amostra, isto é, 100% dos respondentes podem ser

caracterizados como estudantes, sejam de Graduação ou Pós-Graduação.

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57

Tabela 3.3

Área de escolaridade dos respondentes

Nível de escolaridade

e Área de estudo

Respondentes

(número)

%

Graduação

Ciências Humanasa 84 45

Ciências Exatasb 80 43

Pós-Graduaçãoc 23 12

Total 187 100

a Ciências Humanas compreende os cursos de Comunicação Social,

Direito, Ciências Sociais, Psicologia, Economia, Administração,

Filosofia e Geografia.b Ciências Exatas compreende os cursos de Engenharia, Tecnologia de

Processamento de Dados e Desenho Industrial.c Pós-Graduação compreende Informática, Química, Engenharia e

Filosofia.

3.4 Determinação do objeto de estudo

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Dentre os vários tipos de embalagens, deter-nos-emos nas variantes encontradas no

mercado: garrafa de vidro com tampa rosqueável, copo plástico, tetra pack e lata de

alumínio. Todas em doses individuais, isto é, embalagens contendo entre 200 e 473 ml de

líquido.

No que diz respeito ao conteúdo, os produtos estudados foram: chás prontos para

beber, bebidas à base de sucos de frutas e bebidas isotônicas. Todos eles pertencem ao

segmento de bebidas prontas para beber e com apelo de saudáveis. Assim, com o objetivo

de responder às perguntas deste estudo, combinou-se os três tipos de bebidas com os quatro

tipos de embalagem, obtendo-se um total de doze (12) produtos listados a seguir:

1. ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’;

2. ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’;

3. ‘Bebida Esportiva em Embalagem Tetra Pack’;

4. ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’;

5. ‘Chá Pronto para Beber em Lata de Alumínio’;

6. ‘Chá Pronto para Beber em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’;

7. ‘Chá Pronto para Beber em Embalagem Tetra Pack’;

8. ‘Chá Pronto para Beber em Copo Plástico’;

9. ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Lata de Alumínio’;

10. ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Garrafa de Vidro com Tampa

Rosqueável’;

11. ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Embalagem Tetra Pack’; e

12. ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Copo Plástico’.

Vale ressaltar que nem todas as combinações acima são comercializados no Brasil,

como é o caso da ‘Bebida Esportiva em Embalagem Tetra Pack’ e da ‘Bebida à Base de

Sucos de Frutas Pronta para Beber em Lata de Alumínio’. Outras, por outro lado, têm

encontrado significativa aceitação no mercado brasileiro, como por exemplo a ‘Bebida

Esportiva em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’ e o ‘Chá Pronto para Beber em

Copo Plástico’.

3.5 Coleta de dados

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59

3.5.1 Seleção do método da coleta de dados

Devido às características das informações necessárias à realização deste estudo,

optou-se por dividir a coleta de dados em duas etapas. Na primeira, foram efetuadas

entrevistas em profundidade, através de um roteiro estruturado (Anexo 1), com propósitos

exploratórios. Os resultados forneceram subsídios para a construção do questionário. A

segunda etapa consistiu na aplicação do instrumento de coleta de dados, isto é, do

questionário.

De acordo com Selltiz et al. (1975) estudos exploratórios têm como objetivo, via de

regra, a formulação de um problema para investigação mais exata ou para a criação de

hipóteses. Neste trabalho, entretanto, o estudo exploratório realizado na primeira fase, teve

a função de aumentar o conhecimento do pesquisador acerca do fenômeno que se desejava

investigar em etapa posterior, objetivando fundamentalmente identificar as principais

dimensões relacionadas à (in)satisfação dos consumidores de bebidas em geral com relação

à embalagem.

Ainda segundo o mesmo autor, a entrevista, tendo como característica a

flexibilidade para a obtenção de informações, torna-a uma técnica adequada para a

exploração de áreas nas quais há pouca base para saber que perguntas devem ser feitas ou

qual a melhor maneira de fazê-las. Somado a isso, apresenta a vantagem da oportunidade

de verificação da validade das respostas.

Na segunda etapa, optou-se pelo questionário auto-preenchível, pois apesar da

desvantagem da dependência da boa vontade e da sinceridade dos respondentes é mais

versátil, mais rápido e de menor custo.

3.5.2 Elaboração do instrumento de coleta de dados

Como já explanado, numa etapa preliminar ao desenvolvimento de um

questionário, optou-se por um estudo exploratório, a fim de se determinar as variáveis mais

relevantes a serem utilizadas na pesquisa.

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Esta fase compôs-se da elaboração de roteiro de entrevista (Anexo 1) e da aplicação

deste nas dependências das seguintes instituições: Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica e Petrobras3.

Com o intuito de tornar claro e relembrar mais facilmente situações de consumo,

foram utilizadas como recurso visual durante a entrevista as embalagens a serem

pesquisadas. A fim de se evitar quaisquer associações com marcas ou produtos,

preferenciais ou não, as embalagens (lata de alumínio, tetra pack, garrafa de vidro com

tampa rosqueável e copo plástico) foram apresentadas sem qualquer identificação. Para

tanto, elas foram padronizadas com tinta vermelha, como se pode observar no Anexo 2.

Durante esta fase foram realizadas entrevistas com 11 indivíduos (5 homens e 6

mulheres), com idades variando entre 17 e 40 anos. As entrevistas tiveram duração média

de uma hora, e foram gravadas para facilitar a análise posterior. Os resultados destas

entrevistas em profundidade estão transcritos no Anexo 3, que relaciona os motivos para

compra e para a não compra e os hábitos de consumo relativos às três bebidas em estudo

(‘Chá Pronto para Beber’, ‘Bebida Esportiva’ e ‘Bebida Pronta para Beber à Base de Suco

de Diversas Frutas’), bem como as dimensões acerca das quatro embalagens em questão

(copo plástico, lata de alumínio, garrafa de vidro com tampa rosqueável e tetra pack).

Tomando-se como base os dados das entrevistas em profundidade (Anexo 3), foram

definidas 30 dimensões significativas ao estudo. Estas dimensões foram concernentes à:

& Percepção do conteúdo por parte do consumidor - ou seja, a bebida pode ser:

− saborosa;

− nutritiva;

− muito doce;

− calórica;

− substituto de água mineral; e

− substituto de refrigerante.

& Percepção da embalagem por parte do consumidor - ou seja, a embalagem pode ser:

− fácil de transportar;

− fácil de abrir;

− fácil de manusear;

3 Até esta etapa da pesquisa não havia sido identificada claramente qual seria a população estudada, por estarazão foram entrevistados dois indivíduos funcionários da Petrobras.

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61

− fácil de segurar;

− fácil de descartar;

− higiênica;

− violável; e

− segura , pois não há risco de ferir o consumidor ou terceiros.

& Percepção do produto como um todo, isto é, embalagem e conteúdo - o produto,

portanto, pode ser:

− adequado com relação à quantidade;

− cômodo de beber;

− adequado para consumo individual;

− prático;

− atraente;

− adequado para qualquer faixa etária;

− agradável de consumir;

− de qualidade;

− fácil de encontrar;

− familiar, ou seja não é estranho;

− caro;

− natural;

− consumido em qualquer ocasião;

− bom para a saúde;

− produto que acompanha refeição; e

− produto que contém conservantes.

Dessa maneira, as entrevistas em profundidade realizadas inicialmente foram de

fundamental importância para ajudar a definir quais dimensões seriam pesquisadas através

do questionário.

Objetivando responder às perguntas da pesquisa, foi utilizada a técnica de escala de

diferencial semântica desenvolvida por Osgood et al. (1957), a qual permite a mensuração

e a comparação, de várias pessoas, de vários objetos. A premissa é de que o instrumento

de medida não é muito influenciado pela natureza do objeto que está sendo medido ou pelo

tipo de pessoa que usa a escala. Assim, o diferencial semântico seria indicado para a

mensuração de atitudes desenvolvidas pelos indivíduos.

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62

O instrumento de coleta, então, apresenta as trinta (30) dimensões em escalas de

diferencial semântico de 5 pontos, onde os respondentes deveriam indicar o grau que

melhor representava sua percepção a respeito de cada dimensão, em relação a cada uma das

três bebidas em estudo (‘Chá Pronto para Beber’, ‘Bebida Esportiva’ e ‘Bebida Pronta para

Beber à Base de Suco de Diversas Frutas’), em quatro embalagens diferentes (‘Lata de

Alumínio’, ‘Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’, ‘Embalagem Tetra Pack’ e ‘Copo

Plástico’).

3.5.3 Estrutura do instrumento de coleta de dados

Uma vez realizadas e analisadas as entrevistas em profundidade, o passo seguinte

foi a elaboração do questionário. A versão final do questionário, que se encontra no Anexo

4, é constituída por perguntas abertas e fechadas e foi dividida em duas partes:

Parte I: Caracterização do pesquisado - este grupo de perguntas teve por objetivo obter

alguns dados gerais a cerca do respondente e determinar sua experiência com bebidas New

Age, ou seja, sexo, idade, escolaridade e questões sobre o consumo de bebidas New Age

(freqüência e marca).

Parte II: Esta seção buscou obter dados para responder às perguntas do estudo

propriamente dito. É composta por três folhas, cada uma correspondendo a um dos doze

produtos a serem pesquisados. Com este artifício foi possível obter um perfil das

percepções que cada indivíduo possuía acerca de três tipos de bebidas em embalagens

diversas.

Para assegurar a validade do questionário como instrumento de coleta de dados no

que diz respeito à mensuração, as seguintes medidas foram tomadas:

1. Como o estudo consiste na avaliação de doze produtos, foi definido que o instrumento

de coleta de dados seria composto por apenas três dos doze produtos, evitando um

questionário longo demais. O critério de agrupamento seguiu a combinação de doze

produtos reunidos três a três, sendo que cada respondente sempre avaliaria três bebidas

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63

diferentes em embalagens diversas. Esta medida resultou em 144 questionários

diferentes, considerando-se a ordem dos produtos como um fator importante.

2. Para cada um dos doze produtos o conjunto de dimensões foi sorteado, tornando a

seqüência de dimensões diferente entre produtos e igual para cada um deles. Este

procedimento teve como objetivo evitar que a relação entre as dimensões distorcesse os

resultados e que o respondente tivesse a impressão de que avaliava o mesmo produto.

Além disso, os extremos teoricamente considerados positivos e negativos foram

alternados numa ordem ao acaso, para evitar uma tendência motora constante para

assinalar um dos lados da página;

3. A cada respondente foi solicitado iniciar o preenchimento do questionário pela

dimensão marcada por uma seta verde, evitando que determinadas dimensões fossem

sempre avaliadas em primeiro ou último lugar. Dessa maneira, o fator fadiga do

respondente ou a relação entre variáveis não influiria na precisão do instrumento.

Estes procedimentos tiveram como objetivo fazer com que o instrumento refletisse

as características que supostamente deveria medir, com o mínimo de deformação

decorrentes de fatores constantes ou passageiros. Em outras palavras, tentou-se obter um

questionário que fornecesse resultados que fossem indicadores da posição de um indivíduo,

em função das características que se procurou medir.

3.5.4 Pré-teste

Uma decisão com que se defronta o pesquisador é qual a melhor forma de conduzir

o pré-teste do questionário. O objetivo do pré-teste é, segundo Tagliacarne (1976)

“eliminar equívocos, ambigüidades e escolher a formulação mais adequada das

perguntas...”

Numa primeira etapa do pré-teste, o questionário foi submetido à uma avaliação

crítica junto a indivíduos qualificados, em número de quatro, por seu conhecimento do

tema ou setor.

Em uma segunda etapa, o questionário foi pré-testado junto a seis indivíduos, no

campus de uma instituição particular de ensino de terceiro grau localizada na zona sul da

cidade do Rio de Janeiro, a fim de se descobrir a amplitude de respostas prováveis e as

várias interpretações possíveis para as palavras constituintes da pergunta. A partir dessa

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64

exploração preliminar foi possível reduzir riscos relativos à falta de uniformidade e de

compreensão das perguntas por parte dos respondentes.

3.5.5 Levantamento de dados

A coleta de dados, realizada na mesma instituição em que se efetuou o pré-teste,

iniciou-se em abril de 1996 e foi concluída em maio do mesmo ano. O trabalho de campo

foi efetuado nos períodos da manhã, almoço, tarde e noite, e em dias de semana variados.

Complementarmente, vale adicionar que os questionários foram distribuídos em locais

variados, dentro do campus da mesma instituição.

Os questionários foram entregues aos indivíduos de acordo com o seguinte modelo

de abordagem:

1. Em primeiro lugar explanou-se brevemente sobre o objetivo e os produtos em estudo;

2. Perguntou-se, então, pela disponibilidade das pessoas no preenchimento do

questionário; e

3. No caso de resposta positiva, explicou-se como preencher o questionário, no intuito de

auxiliar os respondentes na tarefa solicitada.

Foram distribuídos 191 questionários, com duração média de preenchimento

variando entre 20 a 30 minutos. Ao observar-se a invalidação de algum dos 144 diferentes

questionários utilizados, o instrumento de coleta de dados em questão era imediatamente

reposto para que algum outro indivíduo pudesse respondê-lo.

3.6 Análise dos dados

Um resumo das etapas para a obtenção e análise dos dados está descrito na Figura

3.1.

Apesar da abordagem realizada com cada respondente, descrita acima, o nível de

questionários inteiramente válidos foi de cerca de 58%, isto é, distribuíram-se 191

questionários obtendo-se 111 completamente preenchidos. Os 80 questionários não

inteiramente válidos foram descartados total ou parcialmente, em função dos seguintes

critérios:

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65

− uma ou mais dimensões não avaliadas desqualificaria o produto, mas não o questionário

como um todo; e

− a indicação de que o respondente não conhecia o tipo de produto pesquisado,

desqualificaria esse produto, mesmo que o respondente tivesse avaliado as 30 dimensões

para o produto em questão.

Dessa maneira, para a análise dos dados foram desprezadas toda e qualquer questão

incompletamente preenchida, ou seja, todas as dimensões para um produto deveriam estar

respondidas.

Foram utilizados, assim, 111 questionários com 3 produtos válidos, mais os

questionários que apresentaram 1 ou 2 produtos válidos, respectivamente 21 e 55.

Resumindo, na análise foram considerados um total de 464 avaliações válidas de produtos

referentes a 187 respondentes.

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66

Figura 3.1

Resumo das etapas realizadas para a obtenção e análise dos dados.

Passo 1 - Definição das perguntas da

pesquisa

Passo 7 - Formação das Escalas Aditivas

(Atrativo, Prático e Natural)

para uso como variáveis

dependentes

Passo 2 - Geração de 30 dimensões através

de

na Análise de Variância

uma pesquisa qualitativa com .

entrevistas em profundidade, junto

a 5 homens e 6 mulheres. Passo 8 - Teste de Confiabilidade (Reliability

Test) das Escalas Aditivas através

da análise dos Coeficientes Alfa de

Passo 3 - Coleta de dados referente aos itens Cronbach

gerados no passo anterior, com 191

questionários distribuídos junto a

jovens universitários de instituição Passo 9 - Testes de Análise de Variância para

particular da zona sul carioca. verificar o efeito da embalagem, do

tipo de bebida e a interação dos

dois

nas variáveis Atrativo, Prático e

Passo 4 - Tabulação dos dados e descarte de Natural.

questionários inválidos, resultando

em 187 respondentes e 464

avaliações de produtos. Passo 10 - Análise fatorial dos dados de cada

bebida em separado (Chá Pronto

para Beber, Bebida à Base de

Passo 5 - Análise descritiva das dimensões Suco de Frutas e Bebida Esportiva).

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67

Passo 6 - Análise fatorial das respostas dadas Passo 11 - Teste de variância (baseado nas

às 30 dimensões geradas no passo

2,

escalas aditivas determinadas no

resultando, após rotação

Quartimax, na seleção de três

novos fatores.

passo 7) para cada uma das três

bebidas

A Tabela 3.4 apresenta a quantidade de avaliações, por embalagem e por bebida,

utilizadas na etapa de análise dos dados. De um total de 464 avaliações, 148

corresponderam a ‘Bebida Esportiva’, 161 a ‘Chá Pronto para Beber’ e 155 a ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’. Das 148 avaliações relativas a ‘Bebida

Esportiva’, 35 corresponderam a ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’, 36 a ‘Bebida

Esportiva em Lata de Alumínio’, 41 a ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro com Tampa

Rosqueável’ e 36 a ‘Bebida Esportiva em embalagem Tetra Pack'.

Tabela 3.4

Relação, por embalagem e por bebida, da quantidade de avaliações analisadas

‘Copo

Plástico’

‘Lata de

Alumínio’

‘Garrafa de

Vidro’

‘Tetra

Pack’

Total

‘Bebida Esportiva’ 35 36 41 36 148

‘Chá Pronto para Beber’ 42 42 40 37 161

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’ 42 38 37 38 155

Total 119 116 118 111 464

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68

Em função do instrumento de coleta apresentar trinta (30) dimensões em escalas de

diferencial semântico de 5 pontos, foram atribuídos pontos variando entre -2 e +2 às

respostas obtidas. Esta medida teve por fim possibilitar a tabulação destes dados. O

critério que norteou a atribuição de pontos foi, via de regra, a correspondência do valor

mais negativo (-2) às características usualmente aceitas como negativas e do valor mais

positivo (+2), às características positivas, por exemplo:

Não saborosa -2 -1 0 +1 +2 Saborosa

As atribuições de pontos estão relacionadas, em detalhe, no Anexo 5.

Na análise descritiva das trinta dimensões4 foram realizados os cálculos de média e

desvio padrão para o conjunto de dados e para cada bebida (‘Bebida Esportiva’, ‘Chá

Pronto para Beber’ e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’) e cada

embalagem (‘Lata de Alumínio’, ‘Tetra Pack’, ‘Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’

e ‘Copo Plástico’) em separado. Dessa maneira, as bebidas e as embalagens foram

analisadas através dos valores das médias de cada uma das trinta dimensões.

As medidas das médias e dos desvios padrões das dimensões relativas à ‘Bebida

Esportiva’ foram calculados com base nas avaliações dos seguintes produtos:

− ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’;

− ‘Bebida Esportiva em Embalagem Tetra Pack’;

− ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’; e

− ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’.

E assim, similarmente para as demais bebidas (‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’).

As medidas de média e de desvio padrão das dimensões relativas à ‘Lata de

Alumínio’ foram calculados com base nas avaliações dos seguintes produtos:

4 Saborosa, Atraente, Fácil de transportar, Qualquer faixa etária, Embalagem higiênica, Fácil de manusear,Acompanha refeição, Agradável de consumir, Substitui água mineral, Produto de qualidade, Fácil deencontrar, Boa para a saúde, Qualquer ocasião, Prática, Familiar, Fácil de segurar, Consumo individual, Nãocontém conservantes, Barata, Não fere, Muito doce, Quantidade adequada, Não calórica, Inviolável, Fácil deabrir, Substitui refrigerante, Nutritiva, Natural, Fácil de descartar e Cômoda de beber.

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69

− ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’;

− ‘Chá Pronto para Beber em Lata de Alumínio’; e

− ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Lata de Alumínio’.

Vale lembrar que, pelas avaliações terem sido realizadas com base em doze5

produtos, todos os valores de média e de desvio padrão contemplam, em maior ou menor

grau, a interação bebida-embalagem.

Para a análise dos dados, dentre os métodos estatísticos possíveis, optou-se pela

abordagem da análise multivariada, que tem como propósito medir, explicar e/ou predizer

o grau de relação entre as variáveis. Dentre as várias técnicas que analisam

simultaneamente medidas múltiplas, foi utilizada a da análise fatorial, que é um nome

genérico dado a uma classe de métodos que tem como objetivo principal reduzir e

sumarizar os dados. A análise fatorial pode ser usada para analisar as interrelações entre

um grande número de variáveis e então explicar essas variáveis em termos de fatores6. A

técnica envolve encontrar um meio de condensar a informação, contida em um número de

variáveis originais, em um conjunto menor de fatores com o mínimo de perda de

informações (Hair et al., 1979).

A análise fatorial assume que as variáveis observadas são combinações lineares de

alguns fatores fundamentais7. Assume-se que alguns destes fatores são comuns a duas ou

mais variáveis e alguns são únicos de cada variável. Toma-se como premissa de que os

fatores únicos são ortogonais uns aos outros, não contribuindo, portanto, para a covariação

entre as variáveis (Kim e Mueller, 1978).

5 ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’, ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’,‘Bebida Esportiva em Embalagem Tetra Pack’, ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’, ‘Chá Pronto para Beberem Lata de Alumínio’, ‘Chá Pronto para Beber em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’, ‘Chá Prontopara Beber em Embalagem Tetra Pack’, ‘Chá Pronto para Beber em Copo Plástico’, ‘Bebida à Base de Sucosde Frutas Pronta para Beber em Lata de Alumínio’, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber emGarrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber emEmbalagem Tetra Pack’, e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Copo Plástico’.

6 Fatores são variáveis básicas, hipotéticas e não medidas, que presumivelmente são as origens das variáveisobservadas; freqüentemente divididos em fatores únicos e fatores comuns. Fator único é o fator que seacredita afetar apenas uma variável observada. Fator comum é a variável básica, não medida que é a origemde variação em pelo menos duas variáveis observadas (Kim e Mueller, 1978).

7 As variáveis também podem ser consideradas como combinação linear dos fatores. Não há contradiçãoalguma. As combinações lineares serão diferentes, é claro. O tipo de relação considerada depende apenas dainterpretação do problema que está sendo estudado (Wells e Jagdish, 1971).

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70

Para a obtenção de solução através de análise fatorial , usualmente utilizam-se três

etapas: 1) a preparação de uma matriz de covariância apropriada; 2) a extração dos fatores

(ortogonais) iniciais; e 3) a rotação para uma solução final (Kim e Mueller, 1978).

O principal objetivo da etapa de extração é determinar um número mínimo de

fatores comuns que produziriam satisfatoriamente as correlações entre as variáveis

observadas (Kim e Mueller, 1978).

Uma das dificuldades no método de análise fatorial é encontrar um critério para

decidir quando parar a extração de fatores. Wells e Jagdish (1971) afirmam que todos os

fatores cujos Eigenvalues8 são maior que um (1), quando uma matriz de correlação é

fatorada, podem ser considerados como fatores significativos. Dessa maneira, neste estudo

foi utilizado o critério do “Eigenvalue maior que 1”.

Após o estabelecimento da matriz de covariância adequada, foram encontrados oito

(8) fatores com Eigenvalue superior a um, que foi considerado o melhor modo de agrupar

as trinta dimensões iniciais. Desde que a soma de todos os Eigenvalues é igual ao número

de dimensões utilizadas na análise, a divisão do primeiro Eigenvalue pelo número de

dimensões corresponde à proporção da variância explicada por um dado eixo ou

componente (Kim e Mueller, 1978).

A etapa inicial de fatoração usualmente determina o número mínimo de fatores que

pode, adequadamente, explicar as correlações observadas, e as comunalidades9 de cada

variável. A próxima etapa na análise fatorial envolve encontrar fatores mais simples e mais

facilmente interpretáveis através de rotações, mantendo inalterado o número de fatores e as

comunalidades de cada variável (Kim e Mueller, 1978).

Outra decisão importante reside no tipo de rotação a utilizar. Neste estudo foi

empregada a rotação Quartimax, um critério para obtenção de uma rotação ortogonal que

se destina a maximizar a variância dos quadrados das cargas fatoriais em cada linha da

matriz padrão de fatores, isto é, com o critério Quartimax o número de cargas fatoriais altas

em uma linha será minimizado (Ekeblad e Stanley, 1971).

Na prática, a aplicação deste critério pode resultar na ênfase de simplicidade de

interpretação de variáveis às custas da simplicidade de interpretação de fatores. Em 8 Eigenvalue é uma propriedade matemática de uma matriz, usado em relação à decomposição de uma matrizde covariância, tanto como um critério de determinação do número de fatores a extrair, como uma medida davariância para uma dada dimensão (Kim e Mueller, 1978).

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71

particular, a interpretação da variável se torna mais simples à medida que envolve um

número menor de fatores comuns enquanto que a interpretação de um fator será mais

simples se composto por um número relativamente pequeno de variáveis com altas cargas e

o resto das variáveis com carga zero. Em geral, o critério quartimax tende a produzir

soluções finais nas quais há um fator geral com cargas entre pequena e moderada em

algumas variáveis (Kim e Mueller, 1978).

Cada fator é definido pelos itens que são mais altamente correlacionados entre si

próprios que com outros itens. A indicação do quanto cada item é correlacionado com

cada fator é dada pelo valor da carga fatorial. Em outras palavras, quanto mais alto o valor

da carga fatorial, mais o item contribui para o dado fator. Assim, a análise fatorial leva

explicitamente em consideração o fato que os itens medem o fator desigualmente

(Carmines e Zeller, 1979).

Na definição dos novos fatores foram selecionados os três (3) fatores que

apresentaram Eigenvalue mais altos, e aqueles que apresentaram no mínimo três (3)

dimensões com cargas iguais ou maiores que 0,6 após rotação Quartimax. O resultado foi

um conjunto de novos fatores (em número de três), cada um dos quais composto por várias

dimensões (entre 3 e 5). Os novos fatores foram então interpretados, principalmente, com

base nas dimensões que os compunham, ficando assim denominados:

− Fator 1 - Atrativo;

− Fator 2 - Prático; e

− Fator 3 - Natural.

Para a análise da confiabilidade há vários métodos que não requerem a divisão da

amostra ou repetição do processo de análise fatorial. Esses métodos consistem na simples

aplicação de um teste que fornece um coeficiente indicador da consistência interna. Dentre

esses métodos , o mais popular é o que determina o alfa de Cronbach10. Dessa maneira,

após a definição dos novos fatores foram realizadas análise de confiabilidade para esses

fatores através do alfa de Cronbach. Na análise foi considerado satisfatório o nível de

confiabilidade para valores maiores que 0,70, valor utilizado por muitos pesquisadores,

embora o preconizado por Carmines e Zeller (1979) seja de 0,80. 9 Comunalidade é equivalente à soma do quadrado das cargas fatoriais. O valor da comunalidade é um índiceútil de quanto resta da variável após ser retirado o que ela tem em comum com outras variáveis.10 Alfa de Cronbach é definido como a relação entre a soma dos elementos na matriz de correlação reduzida ea soma dos elementos na matriz de correlação (Kim e Mueller, 1978).

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72

Após a determinação dos fatores e a análise de confiabilidade destes, foi efetuada a

análise de variância para verificar o impacto da bebida, da embalagem e da bebida e da

embalagem conjuntamente sobre as avaliações dos fatores (Atrativo, Prático e Natural). A

análise de variância é uma técnica estatística para estimar e comparar os efeitos dos

diferentes tratamentos11 sobre a variável dependente.

Neste estudo, desejou-se determinar, através da condução da análise de variância, se

havia ou não diferenças estatisticamente significantes entre as médias das avaliações

efetuadas pelos respondentes.

Em seguida o mesmo processo foi efetuado para cada conjunto de dados

relacionados à ‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida Pronta para Beber à

Base de Suco de Diversas Frutas’. Os fatores encontrados após rotação Quartimax para

cada uma das três bebidas em separado não forneceram valores de alfa de Cronbach mais

altos que os encontrados para o conjunto total de dados. Além disso, os fatores

encontrados para o conjunto de dados de cada bebida não foi significativamente diferente

daqueles encontrados para o conjunto. Aproximadamente foram encontrados, em média,

três fatores para cada uma das bebidas, com pequenas variações em suas composições, isto

é, comparando o Fator 1 do conjunto com cada um dos primeiros fatores das bebidas em

separado, encontrou-se semelhança entre as dimensões que compunham cada um dos

fatores (às vezes em número menor que o encontrado no fator para o conjunto total de

dados). Dessa maneira, os fatores utilizados para a análise variância das bebidas em

separado foram os mesmos que os do conjunto.

Para a análise dos dados, portanto, foram utilizadas: 1) média e desvio padrão; 2)

análise fatorial a fim de reduzir a complexidade de variáveis, 3) teste de confiabilidade

através do Alfa de Cronbach e 4) análise de variância para se analisar os dados do desenho

experimental de 3 tipos de bebidas x 4 embalagens = 12 produtos.

Todo o tratamento estatístico dos dados foi feito por computador, utilizando o

software SPSS for Windows (Statistical Package for the Social Sciences - Realease 6.1

(1993), Standart Version, disponível no Laboratório de Informática do COPEAD/UFRJ

licenciado sob número 813265).

11 Tratamentos são os diferentes níveis de um fator, que é a variável independente do experimento (Aaker,Kumar e Day, 1998).

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3.7 Limitações do estudo

As restrições de tempo e recursos não permitiram que este estudo abrangesse uma

amostra maior, com jovens provenientes de outras instituições ou mesmo com a inclusão

dos públicos-alvos das outras bebidas em estudo. Dessa forma, este estudo baseia-se na

percepção de jovens universitários de instituição particular situada na zona sul da cidade do

Rio de Janeiro. Por outro lado, vale lembrar que a amostra apresenta características

comuns às do público-alvo de bebidas esportivas.

Outra limitação refere-se ao fato de que pelo menos dois produtos, ‘Bebida

Esportiva em Embalagem Tetra Pack’ e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber em Lata de Alumínio’, na realidade não existem, dificultando o entendimento das

questões pelos respondentes. É possível também que alguns dos respondentes ficassem

confusos ao se depararem com as mesmas trinta (30) dimensões três vezes.

Não se pode deixar de mencionar, ainda, as limitações inerentes ao método de

amostragem - não probabilística - e do teste estatístico utilizados.

Finalmente, é importante ressaltar que o estudo limitou-se a analisar a atitude do

jovens universitários de instituição particular situada na zona sul da cidade do Rio de

Janeiro, não se podendo generalizar as conclusões deste trabalho.

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4 RESULTADOS DA PESQUISA

Este capítulo apresenta uma análise dos resultados do estudo. Para facilitar a

compreensão os resultados obtidos são exibidos em três grandes etapas. Na primeira é

descrita a experiência dos respondentes com os produtos pesquisados, através da variável

freqüência de consumo. Em seguida, apresenta-se o grau de familiaridade dos

respondentes com cada bebida (‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’). Além disso, são exibidas as marcas mais

lembradas, pelos respondentes, de cada bebida estudada.

Na segunda etapa é realizada uma análise descritiva das avaliações das dimensões

dos produtos, através de tabelas e gráficos para facilitar a visualização dos resultados.

Na terceira etapa são exibidos e discutidos os resultados da análise fatorial das

trinta dimensões e 464 avaliações de produtos, apoiados pelo teste confiabilidade através

da determinação do alfa de Cronbach. São exibidas, também, as escalas aditivas,

construídas após rotação Quartimax. Complementarmente são apresentados e discutidos os

resultados da análise de variância para cada uma das três bebidas em separado e para o

conjunto total de dados, isto é, todos os doze produtos12.

4.1 Familiaridade e experiência dos pesquisados com os produtos estudados

As Tabelas 4.1 a 4.7 procuram caracterizar psicograficamente a amostra. As

variáveis buscadas neste estudo foram: freqüência de consumo das bebidas em questão

(‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta

para Beber’), motivos para o não consumo das bebidas e as marcas mais lembradas das

bebidas pesquisadas. As duas últimas variáveis foram colocadas, no instrumento de

pesquisa, sob forma de questão aberta. 12 ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’, ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’,‘Bebida Esportiva em Embalagem Tetra Pack’, ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’, ‘Chá Pronto para Beberem Lata de Alumínio’, ‘Chá Pronto para Beber em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’, ‘Chá Prontopara Beber em Embalagem Tetra Pack’, ‘Chá Pronto para Beber em Copo Plástico’, ‘Bebida à Base de Sucosde Frutas Pronta para Beber em Lata de Alumínio’, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em

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75

A Tabela 4.1 apresenta a freqüência de consumo para as três bebidas estudadas.

Verifica-se que 76,5% dos respondentes, isto é, 143 pesquisados consumiam ‘Bebida

Esportiva’ pelo menos uma vez por mês. Esta taxa cai para 53,4% no caso de ‘Chá Pronto

para Beber’ e 47,3% para ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’.

Importante observar ainda que, dos indivíduos pesquisados, uma percentagem

relativamente alta, 27,8 % e 25,1% da amostra, alegaram nunca ter consumido ‘Chá Pronto

para Beber’ nem ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’, respectivamente.

Com relação a ‘Bebidas Esportivas’, entretanto, apenas 9,1 % dos respondentes alegaram

nunca tê-las consumido até o momento do estudo.

Tabela 4.1

Freqüência de consumo dos três tipos de bebidas1

Freqüência de

consumo

‘Bebida Esportiva’ ‘Chá Pronto

para Beber’

‘Bebida à Base deSucos de Frutas

Pronta para Beber’

Freqüentemente* 54,0% 37,4% 27,3%

Ocasionalmente** 22,5% 16,0% 20,3%

Raramente 14,4% 18,7% 27,3%

Nunca 9,1% 27,8% 25,1%

1 Número de respondentes = 187

* Pelo menos uma vez por semana

** Pelo menos uma vez por mês

Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber emEmbalagem Tetra Pack’, e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Copo Plástico’.

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A Tabela 4.2 apresenta os motivos alegados pelos pesquisados para explicar o não

consumo de ‘Bebida Esportiva’. Dos 187 respondentes, 19 alegaram algum motivo para o

não consumo de ‘Bebida Esportiva’. Destes, a maioria (68,4%) afirmou não gostar do

produto. Interessante observar que, uma pequena parte dos pesquisados que não costumam

consumir ‘Bebida Esportiva’ alegaram falta de hábito ou preferir suco ou água quando

questionados sobre o motivo pelo qual não consumiam o produto em questão.

Tabela 4.2

Motivos alegados para o não consumo de ‘Bebida Esportiva’1

Motivo Alegado %

Não gosta 68,4

Não pratica esporte, a bebidaengorda

21,1

Falta de hábito 5,3

Prefere suco ou água 5,3

1 Número total de respondentes = 19

A Tabela 4.3 apresenta as marcas de ‘Bebida Esportiva’ mais lembradas pelos

respondentes. Das 179 respostas obtidas, a marca de ‘Bebida Esportiva’ mais lembrada foi

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a Gatorade, com 81,0% das respostas, seguida pela marca Guaraplus, com 13,4% das

lembranças.

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Tabela 4.3

Marcas de ‘Bebida Esportiva’ mais citadas1

Marcas mais lembradas %

Gatorade 81,0

Guaraplus 13,4

Outras 5,0

Sem preferência 0,6

1 Foram obtidas 179 respostas. Alguns respondentes contribuíram com

mais de uma marca lembrada, enquanto outros com nenhuma.

A Tabela 4.4 apresenta os motivos alegados pelos pesquisados para explicar porque

não consumiam ‘Chá Pronto para Beber’. Dos 187 respondentes, 50 alegaram algum

motivo para o não consumo de ‘Chá Pronto para Beber’. O resultado foi que a imensa

maioria pesquisados -90,0%- declarou não gostar do produto. Um pequena percentagem -

8% - dos pesquisados declarou nunca ter se interessado pelo produto.

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Tabela 4.4

Motivos alegados para o não consumo de ‘Chá Pronto para Beber’1

Motivo alegado %

Não gosta 90,0

Nunca se interessou 8,0

Tem açúcar 2,0

1 Número total de respondentes = 50

A Tabela 4.5 apresenta a relação das marcas de ‘Chá Pronto para Beber’ mais

lembradas. Quando se perguntou pela marca de ‘Chá Pronto para Beber’ consumida,

obteve-se 134 respostas. A marca mais lembrada foi a Mate Leão com 56,0% das

respostas, seguida da Lipton Iced Tea com 29,9% das respostas. Importante observar que

estas duas marcas foram responsáveis por 85,9% das citações espontâneas.

Nesta questão foram ainda lembradas as marcas Parmalat, Snapple e Real, com

respectivamente 6,7%, 3,0% e 0,8% das lembranças.

Page 95: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

80

Tabela 4.5

Marcas de ‘Chá Pronto para Beber’ mais citadas1

Marcas mais lembradas %

Mate Leão 56,0

Lipton Iced Tea 29,9

Parmalat 6,7

Snapple 3,0

Real 0,8

Não lembra 0,8

Sem preferência 3,0

1 Foram obtidas 134 respostas. Alguns respondentes contribuíram com

mais de uma marca lembrada, enquanto outros com nenhuma.

A Tabela 4.6 apresenta os motivos alegados pelos respondentes para explicar o não

consumo de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’. Observa-se que dos

pesquisados que alegaram algum motivo para não consumir a bebida, em número de 42, a

maioria (61,9%) afirmou não gostar do produto. Além disso, uma parte significativa dos

respondentes (26,2%) declarou preferir a versão natural do produto.

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81

Tabela 4.6

Motivos alegados para o não consumo de

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’1

Motivo alegado %

Não gosta 61,9

Prefere suco natural 26,2

Nunca se interessou 7,1

Engorda 4,8

1 Número total de respondentes = 42

A Tabela 4.7 apresenta as marcas de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber’ mais lembradas pelos respondentes. Das 100 respostas espontâneas obtidas, a

marca mais citada foi Fruitopia com 35,0% das repostas, seguida da Parmalat, com 20,0%

das citações. Importante observar que, estas duas marcas foram responsáveis por 55,0% das

respostas. Foi citada ainda a marca Snapple com 12,0% das respostas.

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82

Tabela 4.7

Marcas de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ mais citadas1

Marcas mais lembradas %

Fruitopia 35,0

Parmalat 20,0

Snapple 12,0

Outros 25,0

Não lembra 6,0

Sem preferência 2,0

1 Foram obtidas 100 respostas. Alguns respondentes contribuíram com

mais de uma marca lembrada, enquanto outros com nenhuma.

4.2 Resultados da análise descritiva das trinta dimensões

As Tabelas 4.8 e 4.9 apresentam os resultados da análise descritiva das trinta

dimensões analisadas. Para facilitar a visualização dos resultados exibidos nas Tabelas 4.8

e 4.9 foram efetuados, baseados nessas tabelas, os Gráficos 4.1 a 4.30 e 4.31 a 4.60,

respectivamente. Dessa maneira, o primeiro conjunto de gráficos (Gráficos 4.1 a 4.30)

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83

corresponde à Tabela 4.8 , ou seja, aos valores das médias das dimensões para bebidas, e o

segundo conjunto (Gráficos 4.31 a 4.60) corresponde à Tabela 4.9, ou seja, aos valores das

médias das dimensões para embalagens.

A Tabela 4.8 apresenta as médias e desvios padrões das trinta dimensões para todos

os dados em conjunto, isto é, para a categoria de bebidas New Age e para as bebidas

estudadas - ‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e Bebida à Base de Sucos de

Frutas Pronta para Beber’ - em separado.

De maneira geral, as bebidas estudadas não são percebidas como produtos

substitutos da água mineral (Gráfico 4.9), sendo que dentre as três bebidas, a ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ é o produto avaliado como o que menos

‘Substitui água mineral’ (Média = -1,00 e Desvio Padrão = 1,44).

Quanto à percepção de preço (Gráfico 4.19), a ‘Bebida Esportiva’ é percebida como

um produto caro (Média = -0,42 e Desvio Padrão = 1,39), enquanto o ‘Chá Pronto para

Beber’ é, dentre as três bebidas, a considerada a mais barata (Média = 0,11 e Desvio

Padrão = 1,23).

Para o par ‘Muito Doce’ x ‘Pouco Doce’ (Gráfico 4.21), a ‘Bebida Esportiva’ foi

avaliada como uma bebida ligeiramente pouco doce (Média = -0,10 e Desvio Padrão =

0,94). A ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ foi considerada, dentre as

três bebidas, a mais doce (Média = 0,38 e Desvio Padrão = 1,17). Entretanto, como se

pode perceber pelos valores das médias, as bebidas estudadas são considerados como

produtos nem muito doce nem pouco doce.

Quando se observa as percepções de produto calórico (Gráfico 4.23), o resultado de

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ corrobora o fato de ser considerada a

mais doce dentre as três bebidas e é avaliada então como a mais calórica (Média = -0,30 e

Desvio Padrão = 1,54). Em contraposição, a ‘Bebida Esportiva’ foi considerada

ligeiramente calórica (Média = - 0,07 e Desvio Padrão = 1,39), enquanto que o ‘Chá Pronto

para Beber’ foi percebido como ligeiramente não calórico (Média = 0,09 e Desvio Padrão =

1,32).

Quanto à percepção de natural (Gráfico 4.28), o ‘Chá Pronto para Beber’ é

percebido como um produto ligeiramente natural (Média = 0,35 e Desvio Padrão = 1,33.

Já a ‘Bebida Esportiva’ e a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ são

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84

percebidos como produtos ligeiramente artificiais (Média = -0,12 e Desvio Padrão = 1,45 e

Média = -0,10 e Desvio Padrão = 1,54, respectivamente).

Nenhuma das três bebidas foi considerada ‘Não nutritiva’ pelos respondentes

(Gráfico 4.27). A ‘Bebida Esportiva’ foi avaliada como a bebida mais nutritiva (Média =

1,01 e Desvio Padrão = 1,11), enquanto o ‘Chá Pronto para Beber’ foi percebida como a

bebida menos nutritiva dentre as três (Média = 0,45 e Desvio Padrão = 1,17).

Quando se atenta à questão de ocasião para consumo (Gráfico 4.13), os

respondentes avaliaram o ‘Chá Pronto para Beber’ como a bebida que mais se aplica a

‘Qualquer ocasião’. E embora a ‘Bebida Esportiva’ seja uma bebida originalmente

vinculada a esportistas e indicada para consumo após esforço físico, neste estudo ela foi

avaliada, ainda que com valor de média muito baixo (Média = 0,18 e Desvio Padrão =

1,60), como bebida para ‘Qualquer ocasião’.

Em relação à faixa etária todas as bebidas estudadas foram consideradas como

apropriadas para ‘Qualquer faixa etária’ (Gráfico 4.4), sendo o ‘Chá Pronto para Beber’ a

bebida mais adequada para ‘Qualquer faixa etária’ (Média = 1,30 e Desvio Padrão 1,01) e a

‘Bebida Esportiva’ a menos adequada (Média = 0,74 e Desvio Padrão = 1,39).

Quanto à qualidade, todas as três bebidas foram percebidas como ‘Produto de

qualidade’ (Gráfico 4.10). Entretanto, a ‘Bebida Esportiva’ obteve o valor de média mais

alto (Média = 1,39 e Desvio Padrão = 0,91), sendo portanto, a bebida mais bem avaliada no

que diz respeito à percepção de qualidade. A ‘ Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta

para Beber’, por outro lado, foi a bebida que obteve menor valor de média (Média = 0,91 e

Desvio Padrão 1,13).

Com relação à característica da bebida ser apropriada ou não para acompanhar

refeição (Gráfico 4.7), a ‘Bebida Esportiva’ foi a única bebida, dentre as três estudadas,

considerada como um bebida que ‘Não acompanha Refeição’ (Média = -0,28 e Desvio

Padrão = 1,59). Tanto a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ quanto o

‘Chá Pronto para beber’ foram avaliados como bebida que ‘Acompanha refeição’, sendo a

primeira mais adequada que a última (Média = 0,35 e Desvio Padrão = 1,62 e Média = 0,23

e Desvio Padrão = 1,56, respectivamente).

Quanto a substituir refrigerante (Gráfico 4.26), um dos posicionamentos buscados

pela categoria de bebidas New Age, todas as três bebidas estudadas foram avaliadas,

embora ligeiramente, como bebida que ‘Substitui refrigerante’. A ‘Bebida Esportiva’

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85

obteve maior valor de média (Média = 0,24 e Desvio Padrão = 1,72) enquanto ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ obteve menor valor (Média = 0,05 e Desvio

Padrão = 1,76).

Interessante observar que as três bebidas são percebidas como produtos que

‘Contém conservantes’ (Gráfico 4.18), ‘Saborosas’ (Gráfico 4.1) e ‘Fáceis de transportar’

(Gráfico 4.3). Em relação à bebida ser ‘Boa para a saúde’, todas as três bebidas foram

consideradas como boas para a saúde (Gráfico 4.12).

Todas as demais dimensões apresentaram diferenças de valores de média entre

bebidas, muito pequenos, destacando-se os pares ‘Embalagem higiênica’ x ‘Embalagem

não higiênica’, ‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Prática’ x ‘Não prática’ e ‘Quantidade adequada’ x

‘Quantidade não adequada’. Todas as bebidas foram percebidas como sendo relativamente

familiares, práticas e sendo comercializadas em embalagens higiênicas e em quantidade

adequada. Estas dimensões, portanto, não são fatores de diferenciação entre as bebidas

estudadas.

É importante observar que, na seleção das 30 dimensões deste estudo foram

incluídas muitas (em número de 16) relativas ao produto e algumas relativas à embalagem

(em número de 8) e à bebida (em número de 6). Por esta razão, ao analisar as bebidas

dimensão a dimensão, alguns pares semânticos, como ‘Fácil de segurar’ x ‘Difícil de

segurar’ e ‘Não fere’ x ‘Fere’ não são aplicáveis à bebida, mas à embalagem. Apesar disso,

os valores de média e desvio padrão, bem como o gráfico correspondente são apresentados

juntamente com os das demais dimensões.

Vale observar também que, por não ter sido conduzida uma análise de variância

para as médias das avaliações das trinta dimensões para bebidas, faz-se uma ressalva sobre

a significância das diferenças nos resultados univariados apresentados nos gráficos. Além

disso, embora os resultados comentados estejam focados sobre aqueles que apresentaram

maior diferença entre os valores de média, é possível que, em função dos altos valores de

desvio padrão, as diferenças não sejam significativas.

Page 101: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

86

Tabela 4.8

Médias e Desvios Padrões de cada dimensão para todas as bebidas

Dimensões Conjunto(n=464)

‘BebidaEsportiva’(n=148)

‘Chá Prontopara Beber’

(n=161)

‘Bebida à Basede Sucos de

Frutas’ (n=155)

Md DP Md DP Md DP Md DP

Substitui água mineral x Não substitui águamineral

-0,86 1,51 -0,59 1,67 -0,94 1,40 -1,03 1,44

Agradável de consumir x Desagradável deconsumir

0,93 1,29 1,01 1,24 0,93 1,33 0,86 1,30

Atraente x Não atraente 0,66 1,32 0,76 1,31 0,64 1,30 0,58 1,36

Barata x Cara -0,08 1,31 -0,42 1,39 0,11 1,23 0,04 1,27

Cômoda de beber x Incômoda de beber 0,95 1,26 1,01 1,23 0,95 1,27 0,88 1,27

Fácil de descartar x Difícil de descartar 1,00 1,31 1,05 1,19 0,94 1,38 1,01 1,35

Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica 1,03 1,23 1,05 1,23 1,07 1,16 0,98 1,30

Fácil de encontrar x Difícil de encontrar 0,85 1,31 0,95 1,27 0,81 1,36 0,81 1,30

Fácil de abrir x Difícil de abrir 0,89 1,31 0,84 1,36 0,81 1,34 1,01 1,22

Familiar x Estranha 0,65 1,30 0,66 1,26 0,65 1,30 0,65 1,35

Consumo individual x Consumo dividido 1,22 1,22 1,34 1,11 1,11 1,28 1,22 1,26

Inviolável x Violável 0,67 1,49 0,70 1,44 0,57 1,56 0,75 1,48

Fácil de manusear x Difícil de manusear 1,21 1,05 1,09 1,13 1,18 1,10 1,34 0,90

Muito doce x Pouco Doce 0,16 1,07 -0,10 0,94 0,17 1,03 0,38 1,17

Natural x Artificial 0,05 1,46 -0,12 1,45 0,35 1,33 -0,10 1,54

Não calórica x Calórica -0,10 1,35 -0,07 1,39 0,09 1,32 -0,34 1,32

Não contém conservantes x Contém conservantes -0,52 1,36 -0,45 1,35 -0,39 1,38 -0,73 1,33

Não fere x Fere 0,72 1,55 0,84 1,47 0,60 1,60 0,72 1,57

Nutritiva x Não nutritiva 0,72 1,18 1,01 1,11 0,45 1,17 0,71 1,18

Qualquer ocasião x ocasião específica 0,58 1,47 0,18 1,60 0,89 1,25 0,64 1,46

Prática x Não prática 1,20 1,06 1,24 1,13 1,20 1,05 1,17 0,99

Qualquer faixa etária x Faixa etária específica 1,03 1,23 0,74 1,39 1,30 1,01 1,03 1,22

Quantidade adequada x Quantidade inadequada 0,81 1,32 0,83 1,31 0,80 1,31 0,79 1,35

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 1,13 1,04 1,39 0,92 1,09 1,01 0,91 1,13

Acompanha refeição x Não acompanha refeição 0,11 1,61 -0,28 1,59 0,23 1,56 0,35 1,62

Substitui refrigerante x Não substitui refrigerante 0,12 1,73 0,24 1,72 0,09 1,72 0,05 1,76

Boa para a saúde x Ruim para a saúde 0,97 1,02 1,13 1,06 1,01 0,92 0,79 1,05

Saborosa x Não saborosa 0,79 1,34 0,93 1,27 0,67 1,41 0,78 1,34

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87

Fácil de segurar x Difícil de segurar 1,34 1,01 1,24 1,02 1,40 1,04 1,36 0,97

Fácil de transportar x Difícil de transportar 0,95 1,30 0,77 1,39 0,91 1,32 1,15 1,15

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Gráfico 4.1 Bebidas - Saborosa x Não saborosa

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTO

ESPORTE

CHÁ

SUCO

Gráfico 4.2 Bebidas - Atraente x Não Atraente

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.3 Bebidas - Fácil de transportar x Difícil de transportar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.4 Bebidas - Qualquer faixa etária x faixa etária específica

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.5 Bebidas - Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.6 Bebidas - Fácil de manusear x Difícil de manusear

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Page 104: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

Gráfico 4.7 Bebidas - Acompanha refeição x Não Acompanha refeição

-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.8 Bebidas - Agradável de consumir x Desagradável de consumir

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.9 Bebidas - Substitui água mineral x Não substitui água mineral

-1,25-1,00-0,75-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.10 Bebidas - Produto de qualidade x Produto sem qualidade

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.11 Bebidas - Fácil de encontrar x Difícil de encontrar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.12 Bebidas - Boa para a saúde x Ruim para a saúde

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Page 105: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

Gráfico 4.13 Bebidas - Qualquer ocasião x Ocasião específica

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.14 Bebidas - Prática x Não prática

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.15 Bebidas - Familiar x Estranha

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTE

CHÁ

SUCO

Gráfico 4.16 Bebidas - Fácil de segurar x Difícil de segurar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.17 Bebidas - Consumo individual x Consumo dividido

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.18 Bebidas - Não contém conservantes x Contém conservantes

-1,00-0,75-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

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Gráfico 4.19 Bebidas - Barata x Cara

-0,75-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.20 Bebidas - Não fere x Fere

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.21 Bebidas - Muito doce x Pouco doce

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.22 Bebidas - Quantidade adequada x Quantidade não adequada

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.23 Bebidas - Não calórica x Calórica

-0,50

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.24 Bebidas - Inviolável x Violável

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Page 107: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

Gráfico 4.25 Bebidas - Fácil de abrir x Difícil de abrir

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.26 Bebidas - Substitui refrigerante x Não subsititui refrigerante

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.27 Bebidas - Nutritiva x Não nutritiva

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.28 Bebidas - Natural x Artificial

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

CONJUNTOESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.29 Bebidas - Fácil de descartar x Difícil de descartar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

Gráfico 4.30 Bebidas - Cômoda de beber x Incômoda de beber

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA CONJUNTO

ESPORTECHÁSUCO

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93

Com relação às avaliações acerca das embalagens a mesma sistemática foi

observada. Dessa maneira, na Tabela 4.9 são exibidos os valores de média e de desvio

padrão das dimensões para cada embalagem separadamente. Para facilitar a visualização

dos resultados da Tabela 4.9 foram construídos os Gráficos 4.31 a 4.60.

Em função das trinta dimensões terem sido escolhidas para caracterizar produto

(bebida e embalagem), bebida ou embalagem, algumas delas não se aplicam à embalagem,

como por exemplo ‘Substitui refrigerante’ e ‘Substitui água mineral’.

Para o par ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’ (Gráfico 4.38),

os valores das médias variaram entre 0,61 (‘Embalagem Tetra Pack’) e 1,21 (‘Garrafa de

Vidro’), com desvios padrão 1,40 e 1,10 respectivamente. Assim, todas as embalagens

foram avaliadas como ‘Agradável de consumir’, sendo a ‘Garrafa de Vidro’ a preferida

pelos respondentes neste quesito.

De maneira geral todas as embalagens estudadas foram consideradas ‘Atraente’

(Gráfico 4.32). Entretanto, a ‘Garrafa de Vidro’ obteve o valor de média mais alto dentre

as embalagens (Média = 0,97 e Desvio Padrão = 1,17) enquanto a ‘Embalagem Tetra Pack’

obteve o menor valor (Média = 0,24 e Desvio Padrão = 1,40).

Quanto à percepção de preço, as embalagens foram classificadas em dois grupos

distintos: caro e barato (Gráfico 4.49). O grupo das embalagens consideradas cara é

composto por ‘Lata de Alumínio’ (Média = -0,10 e Desvio Padrão = 1,30) e ‘Garrafa de

Vidro’ (Média = -0,60 e Desvio Padrão = 1,26). O grupo das embalagens percebidas como

barata é composto por ‘Embalagem Tetra Pack’ (Média = 0,21 e Desvio Padrão = 1,26) e

‘Copo Plástico’ (Média = 0,23 e Desvio Padrão = 1,24). Interessante observar que, a

‘Garrafa de Vidro’ é percebida como a embalagem mais cara dentre as quatro embalagens

estudadas.

Quanto ao par semântico ‘Cômoda de beber’ x ‘Incômoda de beber’ (Gráfico 4.60),

o ‘Copo Plástico’ (Média = 1,29 e Desvio Padrão = 0,98) e a ‘Garrafa de Vidro’ (Média =

1,26 e Desvio Padrão = 0,96) foram avaliados como sensivelmente mais ‘Cômoda de

beber’ que a ‘Lata de Alumínio’ (Média = 0,66 e Desvio Padrão = 1,40) e ‘Embalagem

Tetra Pack’ (Média = 0,55 e Desvio Padrão = 1,46).

Para a dimensão ‘Fácil de descartar’ (Gráfico 4.59) observa-se que os respondentes

percebem a ‘Garrafa de Vidro’ como a menos ‘Fácil de descartar’ dentre as embalagens

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94

(Média = 0,35 e Desvio Padrão = 1,51) e o ‘Copo de Plástico’ como a embalagem mais

‘Fácil de descartar’ (Média = 1,50 e Desvio Padrão = 0,90).

Quanto à questão higiênica (Gráfico 4.35) todas as quatro embalagens foram

consideradas ‘Embalagem higiênica’. A ‘Garrafa de Vidro’ obteve o valor de média mais

alto (Média = 1,52 e Desvio Padrão = 0,87) e o ‘Copo Plástico’ o menor valor de média

(Média = 0,63 e Desvio Padrão = 1,33).

De maneira geral todas as embalagens foram consideradas como ‘Fácil de abrir’

(Gráfico 4.56). A ‘Lata de Alumínio’ foi percebida como a embalagem mais ‘Fácil de

abrir’ (Média = 1,11 e Desvio Padrão = 1,20), enquanto a ‘Embalagem Tetra Pack’ foi

considerada, pelos respondentes, como a menos ‘Fácil de abrir’ (Média = 0,56 e Desvio

Padrão = 1,42).

As embalagens são percebidas, sob o aspecto da inviolabilidade, de maneira

bastante diferenciada (Gráfico 4.54). O ‘Copo Plástico’ foi avaliado como a embalagem

mais frágil com respeito à questão da inviolabilidade (Média = 0,03 e Desvio Padrão =

1,64). A ‘Garrafa de Vidro’, por outro lado, é a embalagem que apresentou maior valor de

média (Média = 1,15 e Desvio Padrão = 1,17), parecendo, portanto, ter uma imagem mais

robusta quanto à questão de violabilidade.

Quanto à percepção de ‘Natural’, os resultados não variaram grandemente em

amplitude (Gráfico 4.58). Entretanto, é importante observar que, nesta dimensão, a ‘Lata

de Alumínio’ (Média = -0,10 e Desvio Padrão = 1,49) e ‘Embalagem Tetra Pack’ (Média =

-0,10 e Desvio Padrão = 1,51) foram avaliadas como ligeiramente ‘Artificial’, enquanto a

‘Garrafa de Vidro’ (Média = 0,01 e Desvio Padrão = 1,39) e ‘Copo Plástico’ (Média = 0,39

e Desvio Padrão = 1,40) como ligeiramente ‘Natural’. Resultado intrigante, pois ‘Copo

Plástico’ não somente é percebido como uma embalagem ‘Natural’, como é também a

embalagem mais bem posicionada neste quesito.

De maneira geral todas as embalagens foram percebidas como invólucros de

produto que ‘Contém conservantes’ (Gráfico 4.48), sendo que a ‘Garrafa de Vidro’ foi

considerada a que contém menor quantidade de conservantes (Média = -0,40 e Desvio

Padrão = 1,36) e a ‘Embalagem Tetra Pack’ a que contém maior quantidade (Média = -0,70

e Desvio Padrão = 1,36).

Com relação ao par semântico ‘Não fere’ x ‘Fere’, houve uma percepção bastante

diferenciada das embalagens (Gráfico 4.50). A ‘Embalagem Tetra Pack’ (Média = 1,59 e

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95

Desvio Padrão = 0,89) e o ‘Copo Plástico’ (Média = 1,26 e Desvio Padrão = 1,21) foram

considerados bastante seguros, isto é, não foram percebidos como embalagens que

pudessem oferecer risco de ferimentos. Por outro lado, a ‘Lata de Alumínio’ (Média =

0,02 e Desvio Padrão = 1,60) e a ‘Garrafa de Vidro’ (Média = 0,03 e Desvio Padrão =

1,67) foram consideradas menos seguras que as primeiras embalagens.

Quanto à percepção de especificidade de faixa etária para consumo (Gráfico 4.34),

todas as embalagens estudadas foram consideradas como próprias para qualquer faixa

etária. O ‘Copo Plástico’ foi percebido como a embalagem mais adequada para ‘Qualquer

faixa etária’ (Média = 1,24 e Desvio Padrão = 1,16) e ‘Embalagem Tetra Pack’ como a

menos adequada (Média = 0,76 e Desvio Padrão = 1,36).

Todas as embalagens, com exceção do ‘Copo Plástico’ (Média = 0,00 e Desvio

Padrão = 0,00), transmitem uma percepção de que contém bebida ‘Saborosa’ (Gráfico

4.31). O ‘Copo Plástico’ parece ser inócuo quanto se trata de transmitir imagem de

produto saboroso ao consumidor. A ‘Garrafa de Vidro’(Média = 0,81 e Desvio Padrão =

1,35) foi a embalagem que obteve maior valor de média, podendo ser entendido que a

‘Garrafa de Vidro’ é percebida como contêiner de bebida saborosa.

Quanto à facilidade de transportar, a ‘Lata de Alumínio’ foi considerada a

embalagem mais ‘Fácil de transportar’ (Média = 1,26 e Desvio Padrão = 1,08), enquanto

que a ‘Garrafa de Vidro’ foi considerada a menos ‘Fácil de transportar’ (Média = 0,50 e

Desvio Padrão = 1,39). Todas as embalagens foram percebidas como fáceis de transportar

(Gráfico 4.33).

Evidentemente como todas as avaliações foram realizadas com base em produtos

(combinações das três bebidas e quatro embalagens), os resultados de bebida e embalagem

em separado pode conter algum viés. Além disso, as marcas mais lembradas pode também

ter influenciado os resultados da pesquisa.

De uma maneira geral, as percepções em relação às 4 embalagens (medidas pelos

valores das médias das dimensões) apresentaram uma amplitude de variação maior que

entre as três bebidas, isto é, as bebidas são percebidas, com respeito às dimensões

estudadas como mais semelhantes entre si que as embalagens.

Vale observar também que, por não ter sido conduzida uma análise de variância

para as médias das avaliações das trinta dimensões para embalagens, faz-se uma ressalva

sobre a significância das diferenças nos resultados univariados apresentados nos gráficos.

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96

Além disso, embora os resultados comentados estejam focados sobre aqueles que

apresentaram maior diferença entre os valores de média, é possível que, em função dos

altos valores de desvio padrão, as diferenças não sejam significativas.

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97

Tabela 4.9

Médias e Desvios Padrões de cada dimensão para todas as embalagens

Dimensões Lata de Alumínio(n=116)

EmbalagemTetra Pack

(n=111)

Garrafa deVidro (n=118)

CopoPlástico(n=119)

Md DP Md DP Md DP Md DP

Substitui água mineral x Não substitui águamineral

-1,00 1,46 -0,86 1,56 -0,75 1,56 -0,85 1,47

Agradável de consumir x Desagradável deconsumir

0,79 1,32 0,61 1,40 1,21 1,10 1,08 1,28

Atraente x Não atraente 0,75 1,31 0,24 1,40 0,97 1,17 0,65 1,32

Barata x Cara -0,14 1,30 0,21 1,26 -0,61 1,29 0,23 1,24

Cômoda de beber x Incômoda de beber 0,66 1,40 0,55 1,46 1,26 0,96 1,29 0,98

Fácil de descartar x Difícil de descartar 0,89 1,38 1,28 1,06 0,35 1,51 1,50 0,90

Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica 0,95 1,30 1,05 1,20 1,52 0,87 0,63 1,33

Fácil de encontrar x Difícil de encontrar 0,86 1,29 0,65 1,42 1,04 1,18 0,85 1,33

Fácil de abrir x Difícil de abrir 1,11 1,20 0,56 1,42 0,99 1,27 0,87 1,30

Familiar x Estranha 0,59 1,33 0,51 1,34 0,78 1,23 0,73 1,31

Consumo individual x Consumo dividido 1,30 1,08 0,99 1,46 1,11 1,24 1,47 1,05

Inviolável x Violável 1,05 1,28 0,45 1,58 1,15 1,17 0,03 1,64

Fácil de manusear x Difícil de manusear 1,20 1,06 1,01 1,25 1,24 0,97 1,37 0,88

Muito doce x Pouco Doce 0,20 0,97 0,30 1,08 -0,14 1,02 0,27 1,15

Natural x Artificial -0,06 1,49 -0,14 1,51 0,01 1,39 0,37 1,40

Não calórica x Calórica -0,14 1,33 -0,36 1,35 0,02 1,32 0,06 1,38

Não contém conservantes x Contém conservantes -0,57 1,41 -0,68 1,36 -0,41 1,36 -0,45 1,32

Não fere x Fere 0,02 1,60 1,59 0,89 0,03 1,67 1,26 1,21

Nutritiva x Não nutritiva 0,72 1,22 0,64 1,24 0,78 1,16 0,72 1,09

Qualquer ocasião x ocasião específica 0,62 1,40 0,39 1,52 0,56 1,50 0,75 1,45

Prática x Não prática 1,27 0,96 1,29 1,04 1,04 1,10 1,22 1,11

Qualquer faixa etária x Faixa etária específica 1,02 1,17 0,76 1,36 1,08 1,20 1,24 1,16

Quantidade adequada x Quantidade inadequada 0,92 1,26 0,52 1,44 0,94 1,22 0,83 1,34

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 1,22 0,96 0,97 1,11 1,31 0,99 1,01 1,08

Acompanha refeição x Não acompanha refeição -0,04 1,60 0,07 1,61 -0,01 1,59 0,40 1,61

Substitui refrigerante x Não substitui refrigerante -0,05 1,72 0,00 1,78 0,31 1,71 0,22 1,71

Boa para a saúde x Ruim para a saúde 0,95 1,03 0,78 1,06 1,05 1,00 1,09 0,97

Saborosa x Não saborosa 0,74 1,33 0,70 1,37 0,81 1,35 0,00 0,00

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Fácil de segurar x Difícil de segurar 1,44 0,91 1,24 1,11 1,19 1,11 1,46 0,87

Fácil de transportar x Difícil de transportar 1,26 1,08 1,11 1,19 0,50 1,39 0,90 1,37

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Gráfico 4.31 Embalagens - Saborosa x Não saborosa

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.32 Embalagens - Atraente x Não atraente

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.33 Embalagens - Fácil de transportar x Difícil de transportar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.34 Embalagens - Qualquer faixa etária x Faixa etária específica

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.35 Embalagens - Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.36 Embalagens - Fácil de manusear x Difícil de manusear

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Page 115: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

Gráfico 4.37 Embalagens - Acompanha refeição x Não Acompanha refeição

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.38 Embalagens - Agradável de consumir x Desagradável de

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.39 Embalagens - Substitui água mineral x Não substitui água mineral

-1,25-1,00-0,75-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.40 Embalagens - Produto de qualidade x Produto sem qualidade

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.41 Embalagens - Fácil de encontrar x Difícil de encontrar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.42 Embalagens - Boa para a saúde x Ruim para a saúde

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Page 116: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

Gráfico 4.43 Embalagens - Qualquer ocasião x Ocasião específica

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.44 Embalagens - Prática x Não prática

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.45 Embalagens - Familiar x Estranha

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACK

GARRAFA

COPO

Gráfico 4.46 Embalagens - Fácil de segurar x Difícil de segurar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.47 Embalagens - Consumo individual x Consumo dividido

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.48 Embalagens - Não contém conservantes x Contém conservantes

-1,00-0,75-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Page 117: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

Gráfico 4.49 Embalagens - Barata x Cara

-0,75-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.50 Embalagens - Não fere x Fere

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.51 Embalagens - Muito doce x Pouco doce

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.52 Embalagens - Quantidade adequada x Quantidade

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.53 Embalagens - Não calórica x Calórica

-0,50-0,250,000,250,500,751,001,251,501,752,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.54 Embalagens - Inviolável x Violável

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Page 118: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

Gráfico 4.55 Embalagens - Fácil de abrir x Difícil de abrir

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.56 Embalagens - Substitui refrigerante x Não subsititui refrigerante

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.57 Embalagens - Nutritiva x Não nutritiva

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.58 Embalagens - Natural x Artificial

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA

LATATETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.59 Embalagens - Fácil de descartar x Difícil de descartar

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Gráfico 4.60 Embalagens - Cômoda de beber x Incômoda de beber

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

DIA LATA

TETRA PACKGARRAFACOPO

Page 119: O IMPACTO DA EMBALAGEM NA PERCEPÇÃO DE BEBIDAS … · Pacto Consultoria Associada Ltda e à Ursula Wetzel dos Santos. ... Tabela 1.1 - Algumas das categorias alimentícias que mais

104

4.3 Resultados da análise fatorial

As Tabelas 4.10 a 4.33 exibem os resultados da análise fatorial realizada. Como já

explanado, primeiramente foram construídas as escalas aditivas após rotação Quartimax, e

então, realizada a análise de variância para o conjunto e para as bebidas em separado.

A Tabela 4.10 apresenta todos os fatores cujos valores de Eigenvalue são maiores

que um, ou seja, esta foi a melhor maneira de agrupar as trinta dimensões iniciais. Os oito

fatores juntos explicam 57,5% da variação das trinta dimensões.

Tabela 4.10

Dimensões e valores de Eigenvalue

Dimensão Fator Eigenvalue Cum Pct

Substitui água mineral x Não substitui água mineral 1 5,88289 19,6

Agradável de consumir x Desagradável de consumir 2 2,57045 28,8

Atraente x Não atraente 3 1,97258 35,4

Barata x Cara 4 1,76402 41,2

Cômoda de beber x Incômoda de beber 5 1,47075 46,1

Fácil de descartar x Difícil de descartar 6 1,21684 50,2

Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica 7 1,17627 54,1

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105

Fácil de encontrar x Difícil de encontrar 8 1,00992 57,5

A percepção dos doze produtos13 expressos através das trinta escalas de diferencial

semântico foram submetidas à análise fatorial.

A Tabela 4.11 exibe a solução após rotação Quartimax, com as projeções das trinta

(30) dimensões dos fatores 1, 2 e 3. A dimensão ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável

de consumir’ é associada muito fortemente com o Fator 1 (carga fatorial = 0,80229), e

fracamente com o Fator 3 (carga fatorial = 0,5097) e mais fracamente ainda com o Fator 2

(carga fatorial = 0,0011)

O Fator 1 apresenta cargas positivas muito altas para as dimensões ‘Agradável de

consumir’, ‘Atraente’, ‘Familiar’, ‘Produto de qualidade’ e ‘Saborosa’. Este fator parece

ser relacionado com aspectos gerais do produto, assim o Fator 1 foi denominado

ATRATIVO.

A solução da rotação Quartimax claramente define o Fator 2 em termos das

dimensões ‘Fácil de manusear’, ‘Prática’, ‘Fácil de segurar’ e ‘Fácil de transportar’. O

fator, pode, portanto, ser interpretado como PRÁTICO de consumir.

O Fator 3 é interpretado como um fator NATURAL, pois observa-se que as altas

cargas das dimensões ‘Natural’, ‘Não calórica’ e ‘Não contém conservantes’ indicam uma

certa preocupação com a saúde.

As percepções dos doze produtos são então expressas através das três escalas

aditivas obtidas após rotação Quartimax. Os Fatores 1, 2 e 3, encontrados, com as cargas

fatoriais (factor loading) das respectivas dimensões, são exibidos nas Tabelas 4.12, 4.13 e

4.14.

A Tabela 4.12, portanto, apresenta as cinco dimensões que compõem o Fator 1 -

ATRATIVO. A dimensão ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’ possui

carga fatorial de 0,80229, a dimensão ‘Atraente’ x ‘Não atraente’ possui carga fatorial

0,73632, a dimensão ‘Familiar’ x ‘Estranha’ possui carga fatorial 0,60201, a dimensão

13 ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’, ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’,‘Bebida Esportiva em Embalagem Tetra Pack’, ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’, ‘Chá Pronto para Beberem Lata de Alumínio’, ‘Chá Pronto para Beber em Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’, ‘Chá Prontopara Beber em Embalagem Tetra Pack’, ‘Chá Pronto para Beber em Copo Plástico’, ‘Bebida à Base de Sucosde Frutas Pronta para Beber em Lata de Alumínio’, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber emGarrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber emEmbalagem Tetra Pack’, e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Copo Plástico’.

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‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem qualidade’ possui carga fatorial 0,72661 e a

dimensão ‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’ possui carga fatorial 0,82047.

Tabela 4.11

Análise Fatorial - Escala Diferencial Semântica - Rotação Quartimax

Dimensões Fator 1 Fator 2 Fator 3

Substitui água mineral x Não substitui água mineral 0,19949 -0,06758 0,20691

Agradável de consumir x Desagradável de consumir 0,80229 0,00011 0,05097

Atraente x Não atraente 0,73632 0,09228 0,02101

Barata x Cara 0,10401 0,04543 0,43953

Cômoda de beber x Incômoda de beber 0,52240 0,17117 0,06711

Fácil de descartar x Difícil de descartar -0,10115 0,41892 0,02539

Embalagem higiênica x Embalagem não higiênica 0,19650 0,14937 0,10084

Fácil de encontrar x Difícil de encontrar 0,23105 0,19806 0,05124

Fácil de abrir x Difícil de abrir 0,16246 0,37821 0,09678

Familiar x Estranha 0,60201 0,11728 0,06527

Consumo individual x Consumo dividido -0,02696 0,37495 0,18693

Inviolável x Violável -0,00433 0,09623 0,25267

Fácil de manusear x Difícil de manusear 0,17545 0,62554 -0,03445

Muito doce x Pouco Doce -0,26551 0,06553 -0,58010

Natural x Artificial 0,34087 -0,00536 0,65298Não calórica x Calórica -0,02897 0,05577 0,72787Não contém conservantes x Contém conservantes 0,26940 -0,01300 0,72198Não fere x Fere -0,06726 0,11972 0,10616

Nutritiva x Não nutritiva 0,51131 0,12599 0,33819

Qualquer ocasião x ocasião específica 0,07400 0,06586 0,07084

Prática x Não prática 0,09673 0,67458 -0,02100

Qualquer faixa etária x Faixa etária específica 0,05803 0,06747 0,10641

Quantidade adequada x Quantidade inadequada 0,19006 0,23683 0,10602

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 0,72661 0,02877 0,20028

Acompanha refeição x Não acompanha refeição 0,31075 0,10531 -0,17199

Substitui refrigerante x Não substitui refrigerante 0,25651 0,14000 0,08870

Boa para a saúde x Ruim para a saúde 0,54958 0,06198 0,47611

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Saborosa x Não saborosa 0,82047 -0,04493 0,07906

Fácil de segurar x Difícil de segurar 0,12122 0,73087 -0,04180

Fácil de transportar x Difícil de transportar -0,00951 0,77685 0,06421

Tabela 4.12

Fator 1 - ATRATIVO - Dimensões e cargas

Dimensão Carga

Agradável de consumir x Desagradável de consumir 0,80229

Atraente x Não atraente 0,73632

Familiar x Estranha 0,60201

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 0,72661

Saborosa x Não saborosa 0,82047

A Tabela 4.13, por sua vez, exibe as quatro dimensões que compõem o Fator 2 -

PRÁTICO. A dimensão ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil de manusear’ possui carga fatorial

0,62554, a dimensão ‘Prática’ x ‘Não prática’ possui carga fatorial 0,67458, a dimensão

‘Fácil de segurar’ x ‘ Difícil de segurar’ possui carga fatorial 0,73087 e a dimensão ‘Fácil

de transportar’ x ‘Difícil de transportar’ possui carga fatorial 0,77685.

Finalmente a Tabela 4.14 apresenta as três dimensões que compõem o Fator 3 -

NATURAL. A dimensão ‘Natural’ x ‘Artificial’ possui carga fatorial 0,65298, a dimensão

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‘Não calórica’ x ‘Calórica’ possui carga fatorial 0,72787 e a dimensão ‘Não contém

conservantes’ x ‘Contém conservantes’ possui carga fatorial 0,72198.

Tabela 4.13

Fator 2 - PRÁTICO - Dimensões e cargas

Dimensão Carga

Fácil de manusear x Difícil de manusear 0,62554

Prática x Não prática 0,67458

Fácil de segurar x Difícil de segurar 0,73087

Fácil de transportar x Difícil de transportar 0,77685

Tabela 4.14

Fator 3 - NATURAL - Dimensões e cargas

Dimensão Carga

Natural x Artificial 0,65298

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Não calórica x Calórica 0,72787

Não contém conservantes x Contém conservantes 0,72198

A Tabela 4.15 exibe as dimensões relativas a cada Fator - ATRATIVO, PRÁTICO

e NATURAL, seus valores de média e desvio padrão, bem como os valores de alfa de

Cronbach e alfa padronizado de cada escala aditiva.

As bebidas New Age foram avaliadas como atrativas (Média = 4,16 e Desvio Padrão

= 4,91), práticas (Média = 4,69 e Desvio Padrão = 3,33) e artificiais (Média = -0,58 e

Desvio Padrão = 3,33).

Os doze produtos avaliados foram considerados ‘Produto de qualidade’ (Média =

1,13 e Desvio Padrão = 1,04), ‘Agradável de consumir’ (Média = 0,93 e Desvio Padrão =

1,29), ‘Fácil de manusear’ (Média = 1,21 e Desvio Padrão = 1,05), ‘Prático’ (Média = 1,20

e Desvio Padrão = 1,05) ‘Fácil de segurar’ (Média = 1,34 e Desvio Padrão = 1,01) e ‘Fácil

de transportar’ (Média = 0,95 e Desvio Padrão = 1,29).

Os produtos foram também considerados relativamente ‘Atraente’ (Média = 0,66 e

Desvio Padrão = 1,32), ‘Familiar’ (Média = 0,65 e Desvio Padrão = 1,30) e ‘Saboroso’

(Média = 0,79 e Desvio Padrão = 1,34). Adicionalmente, os produtos foram percebidos

como ligeiramente ‘Natural’ (Média = 0,05 e Desvio Padrão = 1,46) e as bebidas,

‘Calórica’ (Média = -0,10 e Desvio Padrão = 1,35) e que ‘Contém conservantes’ (Média = -

0,52 e Desvio Padrão = 1,36).

A análise de confiabilidade para a escala aditiva denominada ATRATIVO resultou

em um coeficiente alfa = 0,8361 e um alfa padronizado = 0,8377 (Tabela 4.15),

confirmando a escala como uma medida apropriada de atitude em relação aos produtos

estudados.

Outra escala aditiva - PRÁTICO - construída incluiu os pares ‘Fácil de manusear’ x

‘Difícil de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e

‘Fácil de transportar’ x Difícil de transportar’. O teste de confiabilidade conduzido com os

quatro pares resultou em um coeficiente alfa = 0,7415 e um alfa padronizado = 0,7483,

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como exibido na Tabela 4.15. Os valores de alfa revelaram que a escala aditiva PRÁTICO

parece ser uma boa medida de atitude em relação aos doze produtos estudados.

O terceiro fator sugerido na análise fatorial - NATURAL - foi formado pelos pares

‘Natural’ x ‘Artificial’, ‘Não calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x ‘Contém

conservantes’. A Tabela 4.15 mostra que o teste de confiabilidade resultou em um

coeficiente alfa = 0,7136 e um alfa padronizado = 0,7131.

Tabela 4.15

Análise de Confiabilidade para os doze produtos estudados

Fator / Dimensão N Média DesvioPadrão

Alfa Alfapadronizado

ATRATIVO 464 4,16 4,91 0,8361 0,8377

Agradável de consumir x desagradável de consumir 464 0,93 1,29

Atraente x Não atraente 464 0,66 1,32

Familiar x Estranha 464 0,65 1,30

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 464 1,13 1,04

Saborosa x Não saborosa 464 0,79 1,34

PRÁTICO 464 4,69 3,33 0,7415 0,7483

Fácil de manusear x Difícil de manusear 464 1,21 1,05

Prático x Não prático 464 1,20 1,06

Fácil de segurar x Difícil de segurar 464 1,34 1,01

Fácil de transportar x Difícil de transportar 464 0,95 1,29

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NATURAL 464 -0,58 3,33 0,7136 0,7131

Natural x Artificial 464 0,05 1,46

Não calórica x Calórica 464 -0,10 1,35

Não contém conservantes x Contém conservantes 464 -0,52 1,36

Assim, as três escalas aditivas construídas foram consideradas confiáveis para

medir a atitude em relação aos produtos estudados e foram, posteriormente, utilizadas

como variáveis dependentes na análise de variância e verificadas suas confiabilidades

(através do coeficiente alfa de Cronbach) para medir atitudes relativas a: ‘Bebida

Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber’.

A Tabela 4.16 exibe os resultados da análise de variância conduzida para a escala

aditiva denominada ATRATIVO e 464 produtos, onde as variáveis independentes foram as

bebidas e as embalagens e as variáveis dependentes as dimensões medidas através dos

pares de diferencial semântico do Fator ATRATIVO. Para as variáveis independentes -

bebida e embalagem, apenas a embalagem mostrou ser significativa para um nível de

confiança de 95% (Sig de F = 0,019). Ou seja, as avaliações das dimensões que compõem

o Fator ATRATIVO parecem sofrer influência da embalagem, mas não da bebida (GL = 2,

452, F = 1,566, Sig de F = 0,210) nem da embalagem e da bebida conjuntamente (GL = 6,

452, F = 0,421, Sig de F = 0,865).

Similarmente, como mostrado na Tabela 4.17, os resultados da análise de variância

conduzida para a escala aditiva denominada PRÁTICO, que incluiu os pares ‘Fácil de

manusear’ x ‘Difícil de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de segurar’ x ‘Difícil

de segurar’ e ‘Fácil de transportar’ x Difícil de transportar’, mostrou ser significativa

apenas para a embalagem ao nível de significância de 5% (Sig de F = 0,037), isto é, as

avaliações das dimensões que compõem o Fator PRÁTICO parecem sofrer influência da

embalagem, mas não da bebida (GL = 2, 452, F = 1,494, Sig de F = 0,226), nem da

embalagem e da bebida conjuntamente (GL = 6, 452, F = 0,918, Sig de F = 0,482).

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Tabela 4.16

ATRATIVO - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrátic

a

F Sig de

F

Efeitos Principais 371,77 5 63,55 2,660 0,022

Bebida 74,85 2 37,42 1,566 0,210

Embalagem 239,16 3 79,72 3,336 0,019*

Interação Bebida x Embalagem 60,33 6 10,05 0,421 0,865

Explicado 378,10 11 34,37 1,438 0,152

Residual 10800,78 452 23,90

Total 11178,88 463 24,14

*Significativo para p ≤ 0,051 464 casos processados e 0 perdidos

Para o Fator NATURAL, os resultados da análise de variância conduzida para testar

se as diferenças de valores de média obtidas nos pares ‘Natural’ x ‘Artificial’, ‘Não

calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x ‘Contém conservantes’ foram

significativos são apresentadas na Tabela 4.18. Como pode ser observado, a escala aditiva

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NATURAL sofre influência da embalagem e da bebida, mas não da embalagem e da

bebida conjuntamente (GL = 6, 452, F = 1,802, Sig de F = 0,097), pois seus resultados

foram altamente significativos para bebida (Sig de F = 0,005) - ao nível de significância de

1% - e para embalagem (Sig de F = 0,050) - ao nível de significância de 5%.

Tabela 4.17

PRÁTICO - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrátic

a

F Sig de

F

Efeitos Principais 130,08 5 26,02 2,382 0,038

Bebida 32,63 2 16,32 1,494 0,226

Embalagem 93,57 3 31,19 2,856 0,037*

Interação Bebida x Embalagem 60,15 6 10,02 0,918 0,482

Explicado 190,22 11 17,29 1,583 0,100

Residual 4936,32 452 10,92

Total 5126,54 463 11,07

*Significativo para p ≤ 0,051 464 casos processados e 0 perdidos.

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Tabela 4.18

NATURAL - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrátic

a

F Sig de

F

Efeitos Principais 200,27 5 40,05 3,769 0,002

Bebida 116,14 2 58,07 5,464 0,005**

Embalagem 83,50 3 27,83 2,619 0,050*

Interação Bebida x Embalagem 114,93 6 19,15 1,802 0,097

Explicado 315,20 11 28,65 2,696 0,002

Residual 4804,16 452 10,63

Total 5119,36 463 11,06

** Significativo para p ≤ 0,01

*Significativo para p ≤ 0,051 464 casos processados e 0 perdidos.

As percepções relativas a ‘Bebida Esportiva’, expressas através das mesmas doze

escalas de diferencial semântica que compuseram os três fatores ATRATIVO, PRÁTICO e

NATURAL para os doze produtos estudados, foram objeto do teste de confiabilidade.

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A Tabela 4.19 apresenta os valores de média, desvio padrão e os resultados do teste

de confiabilidade efetuados para ‘Bebida Esportiva’ através das três escalas aditivas

construídas para os doze produtos. Foram consideradas nesta etapa 148 avaliações.

Sob os aspectos ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL, as ‘Bebidas Esportivas

foram consideradas atrativas (Média =4,75 e Desvio Padrão = 4,63), práticas (Média = 4,34

e Desvio Padrão = 3,45) e artificiais (Média = -0,64 e Desvio Padrão = 3,34).

Segundo a Tabela 4.19, a ‘Bebida Esportiva’ é percebida como ligeiramente

‘Artificial’ (Média = -0,12 e Desvio Padrão = 1,45), ligeiramente calórica (Média = -0,07 e

Desvio Padrão = 1,39) e uma bebida que contém uma quantidade relativa de conservantes

(Média = -0,45 e Desvio Padrão = 1,35).

A ‘Bebida Esportiva’ é também percebida como um produto ‘Prático’ e ‘Fácil de

transportar’ (Média = 1,24 e Desvio Padrão = 1,02 e 1,13 respectivamente), além de ‘Fácil

de manusear’ (Média = 1,09 e Desvio Padrão = ) e ‘Fácil de segurar’ (Média = 0,77 e

Desvio Padrão = ).

A ‘Bebida Esportiva’ é considerada também um ‘Produto de qualidade’ (Média =

1,39 e Desvio Padrão = 0,91) e ‘Agradável de consumir’ (Média = 1,01 e Desvio Padrão =

1,24), além de uma bebida ‘Saborosa’ (Média - 0,93 e Desvio Padrão = 1,27).

Adicionalmente, a ‘Bebida Esportiva’ é percebida como um produto relativamente

‘Familiar’ (Média = 0,66 e Desvio Padrão = 1,26) e ‘Atraente’ Média = 0,76 e Desvio

Padrão = 1,31).

Os testes de confiabilidade exibidos na Tabela 4.19 indicam que o coeficiente alfa

(0,8250) e o alfa padronizado (0,8274) para o fator ATRATIVO foram suficientemente

altos para que este fator seja considerado confiável para medir a atitude em relação a

‘Bebida Esportiva’.

O teste de confiabilidade do fator PRÁTICO resultou em um coeficiente alfa =

0,7172 e alfa padronizado = 0,7219, exibidos na Tabela 4.19. Dessa maneira, a escala

aditiva composta pelos pares ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não

prático’, ‘Fácil de segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e ‘Fácil de transportar’ x ‘Difícil de

transportar’ mostrou-se confiável para medir a atitude em relação a ‘Bebida Esportiva’.

Similarmente, o teste de confiabilidade da escala aditiva NATURAL resultou em

um coeficiente alfa = 0,7098 e alfa padronizado = 0,7101, demonstrando ser também uma

escala confiável para medir a atitude de ‘Bebida Esportiva’.

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117

Dessa maneira, as três escalas aditivas construídas para medir a atitude dos doze

produtos, são confiáveis também para medir a atitude em relação a ‘Bebida Esportiva’.

Tabela 4.19

Análise de Confiabilidade para ‘Bebida Esportiva’ e quatro embalagens

Fator / Dimensão N Média DesvioPadrão

Alfa Alfapadronizado

ATRATIVO 148 4,75 4,63 0,8250 0,8274

Agradável de consumir x desagradável de consumir 148 1,01 1,24

Atraente x Não atraente 148 0,76 1,31

Familiar x Estranha 148 0,66 1,26

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 148 1,39 0,91

Saborosa x Não saborosa 148 0,93 1,27

PRÁTICO 148 4,34 3,45 0,7172 0,7219

Fácil de manusear x Difícil de manusear 148 1,09 1,13

Prático x Não prático 148 1,24 1,02

Fácil de segurar x Difícil de segurar 148 0,77 1,39

Fácil de transportar x Difícil de transportar 148 1,24 1,13

NATURAL 148 -0,64 3,34 0,7098 0,7101

Natural x Artificial 148 -0,12 1,45

Não calórica x Calórica 148 -0,07 1,39

Não contém conservantes x Contém conservantes 148 -0,45 1,35

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118

A Tabela 4.20 apresenta as médias , desvios padrões e os resultados do teste de

confiabilidade para ‘Chá Pronto para Beber’ através das escalas aditivas formadas para os

doze produtos estudados. Para esta etapa foram consideradas 161 avaliações.

Sob os aspectos ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL, o ‘Chá pronto para beber’

foi considerado atrativo (Média = 3,99 e Desvio Padrão = 4,86), prático (Média = 4,70 e

Desvio Padrão = 3,44) e natural (Média = 0,05 e Desvio Padrão = 3,26).

O ‘Chá Pronto para Beber’, de acordo com a Tabela 4.20, é percebido como uma

bebida ligeiramente ‘Não calórica’ (Média = 0,09 e Desvio Padrão = 1,32) e ‘Natural’

(Média = 0,35 e Desvio Padrão = 1,33). Entretanto, é considerada uma bebida que contém

uma quantidade relativa de conservantes (Média = -0,39 e Desvio Padrão = 1,38).

Quanto à praticidade, o ‘Chá Pronto para Beber’ é considerado um produto bastante

‘Fácil de segurar’ (Média = 1,40 e Desvio Padrão = 1,04), ‘Prático’ (Média = 1,20 e Desvio

Padrão = 1,05) e ‘Fácil de manusear’ (Média = 1,18 e Desvio Padrão = 1,10), além de ser

‘Fácil de transportar’ (Média = 0,91 e Desvio Padrão = 1,32).

O ‘Chá Pronto para Beber’ é percebido como um ‘Produto de qualidade’ (Média =

1,09 e Desvio Padrão = 1,01) e ‘Agradável de consumir’ (Média = 0,93 e Desvio Padrão =

1,33). Adicionalmente ao aspecto atratividade, o ‘Chá Pronto para Beber’ é considerado

uma bebida ‘Saborosa’ (Média = 0,67 e Desvio Padrão = 1,41) e um produto ‘Familiar’

(Média = 0,65 e Desvio Padrão = 1,30) e ‘Atraente’ (Média = 0,64 e Desvio Padrão =

1,30).

O teste de confiabilidade do fator ATRATIVO resultou em um coeficiente alfa =

0,8178 e alfa padronizado = 0,8197, exibidos na Tabela 4.20. Assim, a escala aditiva

composta pelos pares ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’, ‘Atraente’ x

‘Não atraente’, ‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem qualidade’ e

‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’ mostrou-se confiável para medir a atitude em relação a ‘Chá

Pronto para Beber’.

Os testes de confiabilidade exibidos na Tabela 4.20 indicam, da mesma maneira

que, o coeficiente alfa (0,7538) e o alfa padronizado (0,7623) para o fator PRÁTICO foram

suficientemente altos para que este fator seja considerado confiável para medir a atitude em

relação a ‘Chá Pronto para Beber’.

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119

Similarmente, o teste de confiabilidade da escala aditiva NATURAL resultou em

um coeficiente alfa = 0,7327 e alfa padronizado = 0,7319, demonstrando ser também uma

escala confiável para medir a atitude de ‘Chá Pronto para Beber’.

Tabela 4.20

Análise de Confiabilidade para ‘Chá Pronto para Beber’ e quatro embalagens

Fator / Dimensão N Média DesvioPadrão

Alfa Alfapadronizado

ATRATIVO 161 3,99 4,86 0,8178 0,8197

Agradável de consumir x desagradável de consumir 161 0,93 1,33

Atraente x Não atraente 161 0,64 1,30

Familiar x Estranha 161 0,65 1,30

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 161 1,09 1,01

Saborosa x Não saborosa 161 0,67 1,41

PRÁTICO 161 4,70 3,44 0,7538 0,7623

Fácil de manusear x Difícil de manusear 161 1,18 1,10

Prático x Não prático 161 1,20 1,05

Fácil de segurar x Difícil de segurar 161 1,40 1,04

Fácil de transportar x Difícil de transportar 161 0,91 1,32

NATURAL 161 0,05 3,26 0,7327 0,7319

Natural x Artificial 161 0,35 1,33

Não calórica x Calórica 161 0,09 1,32

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120

Não contém conservantes x Contém conservantes 161 -0,39 1,38

Dessa maneira, as três escalas aditivas construídas para medir a atitude dos doze

produtos, são confiáveis não apenas para medir a atitude em relação a ‘Bebida Esportiva’,

mas também para medir a atitude em relação a ‘Chá Pronto para Beber’.

Sob os aspectos ATRATIVO e PRÁTICO, a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas

Pronta para Beber’ foi considerada atrativa (Média = 3,78 e Desvio Padrão = 5,20) e

prática (Média = 5,03 e Desvio Padrão = 3,06).

A Tabela 4.21 apresenta os valores de média e desvio padrão bem como os

resultados do teste de confiabilidade das escalas aditivas formadas para os doze produtos

estudados para ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’. Para esta etapa

foram consideradas 155 avaliações.

A ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ é percebida como uma

bebida ligeiramente ‘Artificial’ (Média = -0,10 e Desvio Padrão = 1,54) e ‘Calórica’

(Média = -0,33 e Desvio Padrão = 1,31). Adicionalmente é considerada uma bebida que

contém uma quantidade considerável de conservantes (Média = -0,73 e Desvio Padrão =

1,33).

Sob o aspecto praticidade, a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ é

considerado um produto bastante ‘Prático’ (Média = 1,36 e Desvio Padrão = 0,97), ‘Fácil

de manusear’ (Média = 1,34 e Desvio Padrão = 0,90), ‘Fácil de transportar’ (Média = 1,17

e Desvio Padrão = 0,99), além de ser ‘Fácil de segurar’ (Média = 1,15 e Desvio Padrão =

1,15), de acordo com a Tabela 4.21.

A ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’(Tabela 4.21) é percebida

como um ‘Produto de qualidade’ (Média = 0,91 e Desvio Padrão = 1,13) e ‘Agradável de

consumir’ (Média = 0,86 e Desvio Padrão = 1,30). Adicionalmente ao aspecto

atratividade, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ é considerada uma

bebida relativamente ‘Saborosa’ (Média = 0,78 e Desvio Padrão = 1,33), ‘Familiar’ (Média

= 0,65 e Desvio Padrão = 1,35) e ‘Atraente’ (Média = 0,58 e Desvio Padrão = 1,36).

O teste de confiabilidade do fator ATRATIVO resultou em um coeficiente alfa =

0,8615 e alfa padronizado = 0,8632, exibidos na Tabela 4.21. Assim, a escala aditiva

composta pelos pares ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’, ‘Atraente’ x

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121

‘Não atraente’, ‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem qualidade’ e

‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’ mostrou-se confiável para medir a atitude em relação a

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’.

Os testes de confiabilidade exibidos na Tabela 4.21 indicam, da mesma maneira

que, o coeficiente alfa (0,7574) e o alfa padronizado (0,7632) para o fator PRÁTICO foram

suficientemente altos para que este fator seja considerado confiável para medir a atitude em

relação a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’.

O teste de confiabilidade da escala aditiva NATURAL entretanto, resultou em um

coeficiente alfa = 0,6849 e alfa padronizado = 0,6860 relativamente baixos, demonstrando

não ser uma escala confiável para medir a atitude de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas

Pronta para Beber’.

Dessa maneira, as escalas aditivas ATRATIVO e PRÁTICO são confiáveis não

apenas para medir a atitude em relação aos doze produtos, mas também para medir a

atitude em relação a ‘Bebida Esportiva’, a ‘Chá Pronto para Beber’ e a ‘Bebida à Base de

Sucos de Frutas Pronta para Beber’.

A escala aditiva NATURAL, por sua vez, foi confiável para medir a atitude em

relação aos doze produtos, a ‘Bebida Esportiva’ e a ‘Chá Pronto para Beber’, mas não foi

confiável para medir a atitude em relação a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber’.

A Tabela 4.22 apresenta os valores de médias e desvios padrões, relativos à ‘Bebida

Esportiva’, das três escalas aditivas construídas para as quatro embalagens. Sob o aspecto

ATRATIVO, a ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro’ parece ser a preferida pelos

respondentes (Média = 6,39 e Desvio Padrão = 3,90), enquanto a ‘Bebida Esportiva em

Embalagem Tetra Pack’, a menos preferida (Média = 3,33 e Desvio Padrão = 5,03) do

conjunto14. As ‘Bebidas Esportivas em Copo Plástico e em Lata de Alumínio’ revelaram

valores de médias bastante próximas entre si, 4,49 (Desvio Padrão = 4,83) e 4,56 (Desvio

Padrão = 4,40), respectivamente.

As Tabela 4.23 a 4.25 apresentam os resultados da análise de variância das três

escalas aditivas - ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL - para a ‘Bebida Esportiva’.

14 ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’, ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’, ‘Bebida Esportiva emGarrafa de Vidro’ e ‘Bebida Esportiva em Embalagem Tetra Pack’.

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122

Tabela 4.21

Análise de Confiabilidade para ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ e

quatro embalagens

Fator / Dimensão N Média DesvioPadrão

Alfa Alfapadronizado

ATRATIVO 155 3,78 5,20 0,8615 0,8632

Agradável de consumir x desagradável de consumir 155 0,86 1,30

Atraente x Não atraente 155 0,58 1,36

Familiar x Estranha 155 0,65 1,35

Produto de qualidade x Produto sem qualidade 155 0,91 1,13

Saborosa x Não saborosa 155 0,78 1,33

PRÁTICO 155 5,03 3,06 0,7574 0,7632

Fácil de manusear x Difícil de manusear 155 1,34 0,90

Prático x Não prático 155 1,36 0,97

Fácil de segurar x Difícil de segurar 155 1,15 1,15

Fácil de transportar x Difícil de transportar 155 1,17 0,99

NATURAL 155 -1,16 3,29 0,6849 0,6860

Natural x Artificial 155 -0,10 1,54

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123

Não calórica x Calórica 155 -0,33 1,31

Não contém conservantes x Contém conservantes 155 -0,73 1,33

Tabela 4.22

‘Bebida Esportiva’

Médias e Desvios Padrões das escalas para as quatro embalagens

Copo Plástico

(N = 35)

Lata de Alumínio

(N = 36)

Garrafa de Vidro

(N = 41)

EmbalagemTetra Pack

(N = 36)

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

ATRATIVO1 4,49 4,83 4,56 4,40 6,39 3,90 3,33 5,03

PRÁTICO2 3,89 3,81 5,22 3,05 3,89 3,79 4,31 2,99

NATURAL3 0,14 2,51 -1,56 3,49 0,12 3,53 -1,36 3,39

1 ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’, ‘Atraente’ x ‘Não atraente’,

‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem qualidade’ e

‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’.2 ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de

segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e ‘Fácil de transportar’ x ‘Difícil de transportar’.3 ‘Natural’ x ‘Artificial’, ‘Não calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x

‘Contém conservantes’.

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124

A Tabela 4.23 exibe os resultados da análise de variância conduzida para a escala

aditiva denominada ATRATIVO em ‘Bebida Esportiva’, onde a variável independente foi

a embalagem e as variáveis dependentes foram as dimensões medidas através dos pares de

diferencial semântico do Fator ATRATIVO - ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de

consumir’, ‘Atraente’ x ‘Não atraente’, ‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Produto de qualidade’ x

‘Produto sem qualidade’ e ‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’. Como se pode observar, os

resultados para a variável dependente ATRATIVO são significativamente diferentes (ao

nível de significância de 5%), no caso de ‘Bebida Esportiva’, para cada uma das

embalagens (Sig de F = 0,032).

Quanto à praticidade, nada se pode concluir a respeito de embalagens mais ou

menos adequadas para ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’, pois a análise de variância

não apresentou resultados significativos (Tabela 4.24).

Como mostrado na Tabela 4.24, o resultado da análise de variância conduzida para

a escala aditiva denominada PRÁTICO, que incluiu os pares ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil

de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e ‘Fácil de

transportar’ x Difícil de transportar’, não se mostrou significativo para o caso de ‘Bebida

Esportiva’ (GL = 3, 144, F = 1,144, Sig de F = 0,333). Isto significa que os valores de

PRÁTICO para ‘Bebida Esportiva’ não são significativamente diferentes para os diversos

tipos de embalagens .

Para o Fator NATURAL, os resultados da análise de variância conduzida para testar

se as diferenças de valores de média obtidas nos pares15 são significativas para ‘Bebida

Esportiva’ são apresentadas na Tabela 4.25. As ‘Bebidas Esportivas’ quanto aos resultados

para a medida dependente NATURAL são significativamente diferentes para os diversos

tipos de embalagem, ao nível de significância de 5% (Sig de F = 0,036).

Sob o aspecto natural, as ‘Bebidas Esportivas em Lata de Alumínio e em

Embalagem Tetra Pack’ foram consideradas artificiais, enquanto as ‘Bebidas Esportivas

em Copo Plástico e em Garrafa de Vidro’ foram avaliadas como ligeiramente naturais.

Neste quesito, a ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’ foi o produto que obteve menor

valor de média = -1,56 (Desvio Padrão = 3,49), caracterizando-se assim, como um produto

artificial. A ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’, por sua vez, foi o produto que

15 ‘Natural’ x ‘Artificial’, ‘Não calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x ‘Contém conservantes’

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125

apresentou maior valor de média = 0,12 (Desvio Padrão = 2,51), significando então que o

produto é avaliado como natural pelos pesquisados.

Resumindo, visto que as escalas aditivas ATRATIVO e NATURAL apresentaram

resultados significativos após análise de variância e baseado nos resultados da Tabela 4.22,

a embalagem que obteve um bom score nos aspectos atrativo e natural foi a ‘Garrafa de

Vidro’, pois o produto ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro’ foi considerado o produto

mais atrativo do conjunto, além de natural.

A ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’, apesar de ser avaliado como o produto

de atratividade média, foi considerado artificial. Mas, a embalagem que abarcou o maior

número de avaliações desfavoráveis foi a ‘Embalagem Tetra Pack’, pois é a menos atrativa

dentre as quatro16, além de ser considerada artificial.

Tabela 4.23

ATRATIVO - ‘Bebida Esportiva’ - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 186,36 3 62,12 3,015 0,032*

Residual 2967,39 144 20,61

Total 3153,75 147 21,45

*Significativo para p ≤ 0,051 148 casos processados e 0 perdidos.

16 ‘Copo Plástico’, ‘Lata de Alumínio’, ‘Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’ e ‘Tetra Pack’.

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126

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127

Tabela 4.24

PRÁTICO - ‘Bebida Esportiva’ - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 40,73 3 13,58 1,144 0,333

Residual 1708,38 144 11,87

Total 1749,11 147 11,90

1 148 casos processados e 0 perdidos.

Tabela 4.25

NATURAL - ‘Bebida Esportiva’ - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 94,15 3 31,38 2,931 0,036*

Residual 1541,87 144 10,71

Total 1636,02 147 11,13

*Significativo para p ≤ 0,05

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128

1 148 casos processados e 0 perdidos.

Os valores de média e desvio padrões das escalas aditivas para ‘Chá Pronto para

Beber’ nas quatro embalagens são exibidos na Tabela 4.26. Nada se pode afirmar sobre

embalagens mais ou menos indicadas em relação aos quatro produtos17 para a escala

aditiva ATRATIVO, pois esta escala não apresentou resultados significativos após análise

de variância, para este tipo de bebida (Tabela 4.27).

A Tabela 4.27 apresenta os resultados da análise de variância realizada para a escala

aditiva denominada ATRATIVO em ‘Chá Pronto para Beber’, onde a variável

independente foi a embalagem e as variáveis dependentes foram as dimensões medidas

através dos pares de diferencial semântico do Fator ATRATIVO - ‘Agradável de consumir’

x ‘Desagradável de consumir’, ‘Atraente’ x ‘Não atraente’, ‘Familiar’ x ‘Estranha’,

‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem qualidade’ e ‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’. A

percepção de atrativo não é influenciada pela embalagem no caso de ‘Chá Pronto para

Beber’, pois o resultado da análise de variância não se mostrou significativo (GL =32, 157,

F = 0,989, Sig de F = 0,400).

Quanto ao aspecto da praticidade, a escala aditiva PRÁTICO não apresentou

resultados significativos para ‘Chá Pronto para Beber’ na análise de variância (Tabela

4.28), não se podendo concluir, portanto, qual a embalagem mais, ou menos, indicada para

este tipo de bebida sob este aspecto.

Como mostrado na Tabela 4.28, o resultado da análise de variância conduzida para

a escala aditiva denominada PRÁTICO, que incluiu os pares ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil

de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e ‘Fácil de

transportar’ x Difícil de transportar’, não se mostrou significativo para o caso de ‘Chá

Pronto para Beber’ (GL = 3, 157, F = 1,353, Sig de F = 0,259). Não se verificou, portanto,

a existência de diferenças significativas nos valores da variável dependente PRÁTICO no

‘Chá Pronto para Beber’ apresentado em distintas embalagens.

Analogamente nada se pode concluir quanto à embalagem mais favorável, ou

menos, para ‘Chá Pronto para Beber’ sob a escala aditiva NATURAL.

Para o Fator NATURAL, os resultados da análise de variância conduzida para testar

se as diferenças de valores de média obtidas nos pares ‘Natural’ x ‘Artificial’, ‘Não

17 ‘Chá Pronto para Beber em Copo Plástico’, ‘Chá Pronto para Beber em Lata de Alumínio’, ‘Chá Prontopara Beber em Garrafa de Vidro’ e ‘Chá Pronto para Beber em Embalagem Tetra Pack’.

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129

calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x ‘Contém conservantes’ não foram

significativos para ‘Chá Pronto para Beber’ são apresentadas na Tabela 4.30. Como pode

ser observado, a escala aditiva NATURAL não parece sofrer influência da embalagem no

caso de ‘Chá Pronto para Beber’, pois o resultado da análise de variância não foi

significativo para embalagem (GL = 3, 157, F = 0,321, Sig de F = 0,810).

Tabela 4.26

‘Chá Pronto para Beber’

Médias e Desvios Padrões das escalas para as quatro embalagens

Copo Plástico

(N = 42)

Lata de Alumínio

(N = 42)

Garrafa de Vidro

(N = 37)

EmbalagemTetra Pack

(N = 40)

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

ATRATIVO1 4,67 3,92 3,90 5,57 4,38 4,41 2,89 5,39

PRÁTICO2 5,36 2,99 5,05 2,80 4,05 3,47 4,24 4,39

NATURAL3 0,24 3,15 -0,07 3,51 -0,30 3,26 0,35 3,18

1 ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’, ‘Atraente’ x ‘Não atraente’,

‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem qualidade’ e

‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’.2 ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de

segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e ‘Fácil de transportar’ x ‘Difícil de transportar’.3 ‘Natural’ x ‘Artificial’, ‘Não calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x

‘Contém conservantes’.

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130

Resumindo, nada se pode afirmar sobre as embalagens mais adequadas ou menos

adequadas para ‘Chá Pronto para Beber’, visto que as escalas aditivas ATRATIVO,

PRÁTICO E NATURAL não apresentaram resultados significativos após análise de

variância para este tipo de bebida.

As Tabelas 4.27 a 4.29 exibem os resultados da análise de variância conduzidas

para as três escalas aditivas para a bebida ‘Chá Pronto para Beber’.

Tabela 4.27

ATRATIVO - ‘Chá Pronto para Beber’ - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 70,08 3 23,36 0,989 0,400

Residual 3709,89 157 23,63

Total 3779,97 160 23,63

1 161 casos processados e 0 perdidos.

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131

Tabela 4.28

PRÁTICO - ‘Chá Pronto para Beber’ - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 47,83 3 15,94 1,353 0,259

Residual 1850,26 157 11,79

Total 1898,09 160 11,86

1 161 casos processados e 0 perdidos.

Tabela 4.29

NATURAL - ‘Chá Pronto para Beber’ - Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 10,37 3 3,45 0,321 0,810

Residual 1691,24 157 10,77

Total 1701,60 160 10,63

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132

1 161 casos processados e 0 perdidos.

Os valores de média e desvio padrões das escalas aditivas para ‘Bebida à Base de

Sucos de Frutas Pronta para Beber’ para as quatro embalagens são apresentados na Tabela

4.30.

Com respeito à escala aditiva ATRATIVO, nada se pode afirmar sobre embalagens

mais indicadas, ou menos indicadas para o conjunto18 de ‘Bebida à Base de Sucos de

Frutas Pronta para Beber’, pois esta escala não revelou resultados significativos após

análise de variância (Tabela 4.31).

A Tabela 4.31 apresenta os resultados da análise de variância realizada para a

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’, onde a variável independente foi a

embalagem e a variável dependente foi a escala aditiva formada pelos pares de diferencial

semântico do Fator ATRATIVO - ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’,

‘Atraente’ x ‘Não atraente’, ‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem

qualidade’ e ‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’. A percepção de atrativo não parece ser

influenciada pela embalagem no caso de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber’, isto é, não há diferenças significativas no valor de Atrativo para ‘Bebidas à Base de

Sucos de Frutas Pronto para Beber’ (GL = 3, 151, F = 0,525, Sig de F = 0,665).

Analogamente, quanto à praticidade, nada se pode concluir sobre embalagens para

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’, visto que a escala aditiva PRÁTICO

não apresentou resultados significativos após análise de variância (Tabela 4.32).

Como mostrado na Tabela 4.32, o resultado da análise de variância conduzida para

a escala aditiva denominada PRÁTICO, que incluiu os pares ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil

de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e ‘Fácil de

transportar’ x Difícil de transportar’, não se mostrou significativo ao nível de 5% para o

caso de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ (GL = 3, 151, F = 2,380, Sig

de F = 0,072).

Interessante observar que todas as ‘Bebidas à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber’, em maior ou menor grau, apresentaram valores de média negativos na avaliação da

escala aditiva NATURAL. Para o Fator NATURAL, os resultados da análise de variância

conduzida para testar se as diferenças de valores de média obtidas nos pares ‘Natural’ x

18 ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Copo Plástico’, ‘Bebida à Base de Sucos deFrutas Pronta para Beber em Lata de Alumínio’, ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber emGarrafa de Vidro’ e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber em Embalagem Tetra Pack’.

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133

‘Artificial’, ‘Não calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x ‘Contém

conservantes’ foram significativos para ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber’ são apresentadas na Tabela 4.37. Entretanto, a escala aditiva NATURAL não foi

confiável para medir a atitude em relação a ‘Bebida à Base de Suco de Frutas Pronto para

Beber’, nada se podendo afirmar sobre as embalagens mais ou menos indicadas.

Resumindo, não há resultados que indiquem com grau de certeza qual a embalagem

menos, ou mais bem conceituada para a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para

Beber’ sob quaisquer dos aspectos avaliados.

Tabela 4.30

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’

Médias e Desvios Padrões das escalas para as quatro embalagens

Copo Plástico

(N = 42)

Lata de Alumínio

(N = 38)

Garrafa de Vidro

(N = 37)

EmbalagemTetra Pack

(N = 38)

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

Média DesvioPadrão

ATRATIVO1 3,89 5,59 3,84 4,82 4,38 5,27 2,92 5,16

PRÁTICO2 5,55 2,93 5,24 2,94 3,89 3,09 5,37 3,13

NATURAL3 -0,43 3,91 -0,79 3,10 -1,03 2,78 -2,47 2,88

1 ‘Agradável de consumir’ x ‘Desagradável de consumir’, ‘Atraente’ x ‘Não atraente’,

‘Familiar’ x ‘Estranha’, ‘Produto de qualidade’ x ‘Produto sem qualidade’ e

‘Saborosa’ x ‘Não saborosa’.

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134

2 ‘Fácil de manusear’ x ‘Difícil de manusear’, ‘Prático’ x ‘Não prático’, ‘Fácil de

segurar’ x ‘Difícil de segurar’ e ‘Fácil de transportar’ x ‘Difícil de transportar’.3 ‘Natural’ x ‘Artificial’, ‘Não calórica’ x ‘Calórica’ e ‘Não contém conservantes’ x

‘Contém conservantes’.

Tabela 4.31

ATRATIVO - ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ -Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 43,05 3 14,35 0,525 0,665

Residual 4123,50 151 27,31

Total 4166,54 154 27,05

1 155 casos processados e 0 perdidos.

Tabela 4.32

PRÁTICO - ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 65,16 3 21,72 2,380 0,072

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135

Residual 1377,68 151 9,12

Total 1442,84 154 9,37

1 155 casos processados e 0 perdidos.

Tabela 4.33

NATURAL - ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’

Análise de Variância1

Fonte de Variação Soma dos

Quadrados

GL Média

quadrática

F Sig

de F

Efeitos Principais

Embalagem 93,92 3 31,31 3,009 0,032*

Residual 1571,05 151 10,40

Total 1664,97 154 10,81

*Significativo para p ≤ 0,051 155 casos processados e 0 perdidos.

4.4 Discussão dos resultados

Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da embalagem na percepção de

atributos de imagem de bebidas New Age (‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e

‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’), isto é, bebidas não alcoólicas que se posicionam

como uma alternativa mais saudável que os refrigerantes.

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136

Para a consecução do objetivo da pesquisa doze produtos - combinação de três

bebidas da categoria New Age (‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas’) e quatro embalagens por ela utilizadas (‘Lata de Alumínio’,

‘Copo Plástico’, Garrafa de vidro com Tampa Rosqueável’ e ‘Embalagem Tetra Pack’) -

foram avaliados através de 30 dimensões em escala de diferencial semântico de 5 pontos.

Foram distribuídos 191 questionários, no campus de uma instituição particular de

ensino localizada na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, dos quais apenas 111 foram

completamente preenchidos e 76 parcialmente.

A grande maioria dos respondentes (83%) situou-se na faixa etária entre 18 e 23

anos, caracterizando uma amostra composta essencialmente por jovens, como se desejava.

Além disso, 100% dos indivíduos eram estudantes, sendo que 88% dos pesquisados

cursavam a Graduação e os demais Pós Graduação.

Quanto à freqüência de consumo das bebidas estudadas, cerca de 76% dos

respondentes consumiam ‘Bebida Esportiva’ pelo menos uma vez por mês, proporção que

cai para cerca de 50% para ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’.

É importante observar que aproximadamente 25% dos respondentes nunca haviam

experimentado ‘Chá Pronto para Beber’ ou ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’ antes da

pesquisa.

O motivo mais freqüentemente alegado pelos pesquisados para o não consumo das

bebidas estudadas foi não gostar de ‘Bebida Esportiva’, Chá Pronto para Beber’ ou ‘Bebida

à Base de Sucos de Frutas’.

As marcas mais lembradas pelos respondentes foram:

! ‘Bebida Esportiva’ - Gatorade (81,0% das citações);

! ‘Chá Pronto para Beber’ - Mate Leão (56,0% das citações); e

! ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’ - Fruitopia (35,0% das citações).

A análise descritiva dos valores de médias e os desvios padrões das dimensões para

bebidas demonstrou que:

! De maneira geral as bebidas - ‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para beber’ e ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas’ - foram consideradas fáceis de manusear, de transportar, de

segurar, de abrir e de descartar, bem como agradáveis de consumir, boas para a saúde e

cômodas de beber, além de adequadas para consumo individual;

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137

! Os pares ‘Embalagem higiênica’ x ‘Embalagem não higiênica’, ‘Familiar’ x ‘Estranha’,

‘Prática’ x ‘Não prática’ e ‘Quantidade adequada’ x ‘Quantidade não adequada’ não

apresentaram grande variação de médias. Todas as bebidas foram percebidas como

sendo relativamente familiares, práticas e sendo comercializadas em embalagens

higiênicas e em quantidade adequada. Estas dimensões, portanto, não são fatores de

diferenciação entre as bebidas estudadas.

! As dimensões que apresentaram maior amplitude de variação entre as médias para

bebidas foram:

− ‘Barata’ x ‘Cara’ - a ‘Bebida Esportiva’ foi considerada como uma bebida

relativamente cara, enquanto o ‘Chá Pronto para Beber’ foi considerado barato;

− ‘Muito doce’ x ‘Pouco doce’ - a ‘Bebida Esportiva’ foi avaliada como uma

bebida ligeiramente pouco doce. A ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’, por sua

vez, foi avaliada como relativamente doce;

− ‘Natural’ x ‘Artificial’ - a ‘Bebida Esportiva foi percebida como uma bebida

ligeiramente artificial, enquanto o ‘Chá Pronto para Beber’ relativamente

natural;

− ‘Nutritiva’ x ’Não nutritiva’ - a ‘Bebida Esportiva’ foi considerada como a

bebida mais nutritiva das três, enquanto o ‘Chá Pronto para Beber’ a menos

nutritiva;

− ‘Qualquer ocasião’ x ‘Ocasião específica’ - a ‘Bebida Esportiva’ foi avaliada

como a bebida menos adequada para qualquer ocasião. O ‘Chá Pronto para

Beber’, por sua vez, foi considerado o produto mais adequado para qualquer

ocasião;

− ‘Qualquer faixa etária’ x ‘Faixa etária específica’ - a ‘Bebida Esportiva’ foi

percebida como a bebida menos adequada para qualquer faixa etária, enquanto o

‘Chá Pronto para Beber’ foi considerado como o mais adequado;

− ‘Produto de qualidade x ‘Produto sem qualidade’ - todas as bebidas foram

considerados produtos de qualidade. Entretanto, a ‘Bebida Esportiva’ obteve o

maior valor de média com relação a este quesito, enquanto a ‘Bebida à Base de

Sucos de Frutas’ o menor; e

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138

− ‘Acompanha refeição’ x ‘Não acompanha refeição’ - a ‘Bebida Esportiva’ foi

avaliada como uma bebida que não acompanha refeição, enquanto a ‘Bebida à

Base de Sucos de Frutas’ acompanha.

A análise descritiva dos valores de médias e os desvios padrões das dimensões para

embalagens demonstrou que:

! De maneira geral, as embalagens estudadas (‘Lata de Alumínio’, ‘Copo Plástico’,

‘Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável’ e ‘Embalagem Tetra Pack’) são fáceis de

encontrar, de abrir, de manusear, de segurar e práticas. Além disso, elas são familiares,

boas para consumo individual em qualquer ocasião, adequadas para qualquer faixa

etária, mas são percebidas como contendo conservantes;

! A percepção de natural e artificial varia entre as embalagens, sendo que a ‘Lata de

Alumínio’ e a ‘Embalagem Tetra Pack’ foram avaliadas como ligeiramente artificiais e

a ‘Garrafa de Vidro’ e o ‘Copo Plástico’ como ligeiramente naturais;

! As percepções em relação às 4 embalagens (medidas pelos valores das médias das

dimensões) apresentaram uma amplitude de variação maior que as três bebidas entre si,

isto é, as bebidas são percebidas, com respeito às dimensões estudadas como mais

semelhantes entre si que as embalagens; e

! Os pares que apresentaram maior amplitude de variação entre as médias para

embalagens foram:

− ‘Fácil de descartar’ x ‘Difícil de descartar’ - todas as embalagens foram

consideradas fáceis de descartar, entretanto a ‘Garrafa de Vidro’ obteve o menor

valor de média e o ‘Copo Plástico o maior valor, indicando que a primeira é vista

como mais difícil de descartar que a segunda;

− ‘Inviolável’ x ‘Violável’ - todas as embalagens foram consideradas, em maior ou

menor grau, invioláveis. O ‘Copo Plástico figurou como a embalagem mais

propícia a apresentar violações e a ‘Garrafa de Vidro’, a menos propícia;

− ‘Não fere’ x ‘Fere’ - nesta dimensão todas as embalagens foram percebidas

como não oferecendo riscos de ferimentos, entretanto, a ‘Lata de Alumínio’ e a

‘Garrafa de Vidro’ se posicionaram como as mais propensas a oferecer riscos de

ferimentos, enquanto o ‘Copo Plástico’ e a ‘Embalagem Tetra Pack’ não

oferecem risco quase nenhum;

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139

− ‘Embalagem higiênica’ x Embalagem não higiênica’ - todas as embalagens

foram avaliadas como higiênicas, mas o ‘Copo Plástico’ obteve o menor valor de

média e a ‘Garrafa de Vidro o maior, denotando que o ‘Copo Plástico é visto

como a embalagem menos higiênica dentre as quatro embalagens estudadas;

− ‘Barata’ x ‘Cara’ - a ‘Embalagem Tetra Pack’ e o ‘Copo Plástico’ foram

consideradas embalagens baratas, enquanto a ‘Lata de Alumínio’ e a ‘Garrafa de

Vidro’ embalagens caras;

− ‘Fácil de transportar’ x ‘Difícil de transportar’ - todas as embalagens foram

avaliadas como fáceis de transportar, sendo que a ‘Lata de Alumínio’ foi

considerada a mais fácil de transportar e a ‘Garrafa de Vidro’ a menos fácil;

− ‘Cômoda de beber’ x ‘Incômoda de beber’ - todas as embalagens foram

consideradas cômodas de beber, sendo que a ‘Garrafa de Vidro’ e o ‘Copo

Plástico’ foram avaliados como embalagens que oferecem mais comodidade no

consumo do que a ‘Lata de Alumínio’ e a ‘Embalagem Tetra Pack’.

Os resultados das análises: fatorial após rotação Quartimax, confiabilidade através

do coeficiente alfa de Cronbach e variância após significância de F, demonstraram que:

! Quanto aos 12 produtos estudados (bebidas New Age):

− De maneira geral, os produtos foram percebidos como contendo uma quantidade

relativa de conservantes e levemente naturais, sendo um pouco calóricos. Na

escala aditiva NATURAL, o conjunto mostrou-se artificial. Os produtos foram

considerados relativamente familiares, atraentes e saborosos. Complementando,

os respondentes perceberam os produtos como de qualidade, agradáveis de

consumir, fáceis de transportar, práticos, fáceis de manusear e de segurar;

− A três escalas aditivas construídas - ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL -

mostraram-se confiáveis para medir a atitude em relação aos produtos;

− Sob os aspectos ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL, as bebidas New Age

foram consideradas atrativas, práticas e artificiais;

− A análise de variância demonstrou existir um efeito significativo das embalagens

nos resultados das variáveis dependentes ATRATIVO e PRÁTICO, não se

observando o mesmo efeito no caso de bebidas. Isto é, as avaliações dos

produtos estudados sob os aspectos PRÁTICO e ATRATIVO sofrem influência

significativa da embalagem. A mesma análise evidenciou que os resultados das

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140

duas variáveis não são influenciadas pelo tipo de bebida, nem pela interação

entre bebida e embalagem. A mesma análise revelou que os resultados da

variável NATURAL são significativos tanto para a embalagem quanto para a

bebida, sugerindo que os resultados da variável NATURAL para os produtos são

influenciados não apenas pela embalagem, mas também pela bebida.

! Quanto à ‘Bebida Esportiva’:

− As ‘Bebidas Esportivas’ foram percebidas como produtos de muito boa

qualidade, fáceis de transportar e práticos, contendo uma quantidade relativa de

conservantes. Os respondentes consideraram as ‘Bebidas Esportivas levemente

artificiais e um pouco calóricas. Adicionalmente, as ‘Bebidas Esportivas foram

avaliadas como agradáveis de consumir, saborosas e fáceis de manusear, além de

familiares, atraentes e fáceis de segurar;

− A análise de confiabilidade demonstrou que as escalas aditivas ATRATIVO,

PRÁTICO e NATURAL são confiáveis para medir a atitude em relação à

‘Bebida Esportiva’;

− Sob os aspectos ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL, as ‘Bebidas Esportivas

foram consideradas atrativas, práticas e artificiais;

− A análise de variância revelou existir um efeito significativo da embalagem nos

resultados das variáveis dependentes ATRATIVO e NATURAL, não se

observando o mesmo para a variável PRÁTICO. Isto sugere que as avaliações

de ‘Bebida Esportiva’ sofrem influência significativa da embalagem para as

variáveis NATURAL e ATRATIVO, mas não para PRÁTICO;

− Os valores de médias e desvios padrões da escala aditiva ATRATIVO indicaram

que a ‘Bebida Esportiva em Garrafa de Vidro’ parece ser a preferida pelos

respondentes sob o aspecto ATRATIVO, enquanto a ‘Bebida Esportiva em

Embalagem Tetra Pack’ a menos adequada. Os resultados mostraram também

que as ‘Bebidas Esportivas em Copo Plástico e em Lata de Alumínio’ são

avaliadas de maneira semelhante sob a perspectiva ATRATIVO. Quanto aos

valores relativos à escala aditiva NATURAL, os resultados evidenciaram dois

pólos distintos: o natural e o artificial. As ‘Bebidas Esportivas em Lata de

Alumínio e em Embalagem Tetra Pack’ foram consideradas artificiais, enquanto

as ‘Bebidas Esportivas em Copo Plástico e em Garrafa de Vidro’ foram

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141

avaliadas como ligeiramente naturais, figurando a ‘Bebida Esportiva em Lata de

Alumínio’ no extremo artificial e a ‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’ no

extremo natural;

− Nada se pode dizer sobre embalagens mais ou menos indicadas para ‘Bebida

Esportiva’ sob o aspecto PRÁTICO.

! Quanto ao ‘Chá Pronto para Beber’:

− O ‘Chá Pronto para Beber’ foi percebido como um produto de qualidade, prático

e fácil de manusear e de segurar. Apesar de ter sido avaliado como

relativamente natural, foi percebido como contendo uma quantidade relativa de

conservantes e um pouco calórico. O ‘Chá Pronto para Beber’ foi considerado,

ainda, agradável de consumir e fácil de transportar, além uma bebida de

relativamente saborosa, familiar e atraente;

− As escalas aditivas construídas para os 12 produtos estudados - ATRATIVO,

PRÁTICO e NATURAL - embora tivessem se mostrado confiáveis para medir a

atitude de jovens em relação a ‘Chá Pronto para Beber’, não apresentaram, após

análise de variância, resultados significativos para embalagem. Este fato sugere

que, as avaliações de ‘Chá Pronto para Beber’ nos aspectos PRÁTICO,

NATURAL e ATRATIVO não parecem ter influência significativa da

embalagem;

− Sob os aspectos ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL, o ‘Chá pronto para

beber’ foi considerado atrativo, prático e natural.

! Quanto à ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’:

− A ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’ foi percebida como um produto prático,

fácil de manusear, de transportar e de segurar. Avaliada como um produto de

qualidade, foi percebida entretanto, como contendo uma quantidade relativa de

conservantes e levemente artificial, sendo considerada, ainda, levemente

calórica. Complementando, os respondentes perceberam a ‘Bebida à Base de

Sucos de Frutas’ como um produto agradável de consumir, saboroso, familiar e

atraente;

− A análise de confiabilidade revelou que as escalas aditivas ATRATIVO e

PRÁTICO são confiáveis para medir a atitude em relação à ‘Bebida à Base de

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142

Sucos de Frutas Pronta para Beber’, o mesmo não ocorrendo para a escala

aditiva NATURAL;

− Sob os aspectos ATRATIVO e PRÁTICO, a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas

Pronta para Beber’ foi considerada atrativa e prática; e

− A análise de variância revelou existir um efeito significativo das embalagens nos

resultados da variável dependente NATURAL, o mesmo não ocorrendo para as

variáveis PRÁTICO e ATRATIVO. Dessa maneira, nada há de conclusivo em

relação a avaliações de ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas pronta para Beber’,

pois as escala que se mostraram confiáveis não apresentaram efeito significativo,

e a escala que apresentou efeito significativo não se mostrou confiável para

medir a atitude em relação a essa bebida.

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143

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Sumário do estudo

Este estudo teve como objetivo investigar se a atitude desenvolvida por jovens

universitários em relação a bebidas New Age sofre impacto da embalagem. Assim, doze

produtos - combinação de três bebidas e quatro embalagens - foram avaliados através de

trinta dimensões em escala de diferencial semântico de cinco pontos.

Todos os respondentes eram estudantes, sendo que (83%) situou-se na faixa etária

entre 18 e 23 anos, caracterizando uma amostra composta essencialmente por jovens, como

se desejava.

Em relação à freqüência de consumo das bebidas estudadas, aproximadamente 76%

dos pesquisados consumiam ‘Bebida Esportiva’ pelo menos uma vez por mês, proporção

que cai à cerca de 50% para ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’.

Vale ressaltar que cerca de 25% dos respondentes nunca haviam experimentado ‘Chá

Pronto para Beber’ ou ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’ até o momento da pesquisa.

O motivo mais freqüentemente alegado pelos respondentes para o não consumo das

bebidas estudadas foi não gostar de ‘Bebida Esportiva’, Chá Pronto para Beber’ ou ‘Bebida

à Base de Sucos de Frutas’.

As marcas mais lembradas pelos pesquisados foram: Gatorade, Mate Leão e

Fruitopia para ‘Bebida Esportiva’, ‘Chá Pronto para Beber’ e ‘Bebida à Base de Sucos de

Frutas Pronta para Beber’, respectivamente.

Os resultados do experimento revelaram que as bebidas New Age são percebidas de

forma semelhante enquanto a percepção em relação às embalagens são bastante

diferenciadas, segundo as dimensões estudadas. Isto sugere que para diferenciar-se na

categoria de bebidas New Age, a embalagem é um instrumento valioso para qualquer uma

das bebidas que compõem a categoria.

De maneira geral, os produtos foram percebidos como contendo uma quantidade

relativa de conservantes e naturais, sendo um pouco calóricos. Os produtos foram

considerados relativamente familiares, atraentes e saborosos. Complementando, os

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144

respondentes perceberam os produtos como de qualidade, agradáveis de consumir, fáceis

de transportar, práticos, além de fáceis de manusear e de segurar.

O desenho experimental propunha a formação de escalas aditivas através das quais

as atitudes em relação às bebidas pudessem ser medidas. Dessa maneira, foram construídas

três escalas - ATRATIVO, PRÁTICO E NATURAL - com base em doze19 das trinta

dimensões inicialmente propostas.

As três escalas aditivas mostraram-se confiáveis para medir a atitude dos doze

produtos estudados, sendo que a embalagem influencia a atitude em relação aos produtos

sob as escalas ATRATIVO e PRÁTICO. A atitude medida pela escala NATURAL revelou

ser influenciada não apenas pela embalagem, mas também pela bebida. Dessa maneira, os

testes confirmaram a hipótese de que a categoria de bebidas New Age sofre impacto da

embalagem sob os ângulos atrativo, natural e prático.

Quanto à ‘Bebida Esportiva’, embora as três escalas aditivas fossem confiáveis para

medir a atitude de jovens, apenas as escalas ATRATIVO E NATURAL apresentaram

resultados significativos após análise de variância, permitindo a avaliação do impacto da

embalagem sob esses aspectos. A escala aditiva PRÁTICO, por outro lado, não apresentou

o mesmo efeito. Assim, a atitude em relação à ‘Bebida Esportiva’ é impactada pela

embalagem sob os aspectos ATRATIVO e NATURAL.

As três escalas aditivas construídas foram confiáveis para medir atitude relativa aos

aspectos: ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL de ‘Chá Pronto para Beber’. Entretanto,

as escalas não apresentaram resultados de variância significativos, não sendo possível,

portanto, avaliar o impacto da embalagem para essa bebida sob esses aspectos.

Para a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’, as escalas aditivas ATRATIVO e

PRÁTICO mostraram-se confiáveis para medir a atitude de jovens em relação a esta

bebida. A análise de variância, entretanto, demonstrou que as avaliações para essas escalas

não são significativas, impossibilitando conclusões positivas sobre o impacto da

embalagem, sob esses aspectos, para essa bebida.

A escala aditiva Natural, por outro lado, não se mostrou confiável para medir a

atitude em relação a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas’, mas revelou existir um efeito

19 A escala ATRATIVO é composta pelas dimensões ‘Agradável de consumir’, ‘Atraente’, ‘Familiar’,‘Produto de qualidade’ e ‘Saborosa’; a escala PRÁTICO pelas dimensões ‘Fácil de manusear’, ‘Prática’,‘Fácil de segurar’ e ‘Fácil de transportar’; e a escala NATURAL pelas dimensões ‘Natural’, ‘Não calórica’ e‘Não contém conservantes’.

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145

significativo da embalagem quando a análise de variância foi conduzida. Isto sugere que

para tornar a escala NATURAL confiável seria necessário adicionar alguma outra

dimensão a fim de possibilitar sua utilização na avaliação de ‘Bebida à Base de Sucos de

Frutas’.

Sob os aspectos ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL:

− a categoria de bebidas New Age foi considerada atrativa, prática e artificial;

− as ‘Bebidas Esportivas foram consideradas atrativas, práticas e artificiais;

− o ‘Chá pronto para beber’ foi considerado atrativo, prático e natural;

− e a ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ foi considerada atrativa e

prática.

5.2 Conclusões

A pertinência deste trabalho esteve apoiada, dentre as muitas evidências citadas,

pelas afirmações de Berry (1992) que acreditava na sobrevivência e no crescimento da

categoria de bebidas New Age. Esta crença advinha de dois fatos: 1) a categoria parecia ser

suficientemente antiga para ser uma moda passageira e 2) a entrada de empresas

multinacionais no mercado americano demonstrava que elas estariam investindo para

competir num mercado ainda pequeno mas promissor. Adicionalmente, Rosseto e Goulart

(1995) estimaram que até o ano 2000, as bebidas New Age representariam 10% do mercado

brasileiro de bebidas não-alcoólicas, evidenciando, então, a consolidação da categoria.

A fim de nortear as conclusões deste trabalho, as perguntas de pesquisa serão

respondidas à luz dos aspectos explorados ao longo dos itens concernentes a tendências

internacionais, a bebidas New Age e a embalagens.

& Como são percebidas as bebidas New Age?

De maneira geral as bebidas New Age estudadas foram percebidas pelos

respondentes de forma semelhante, isto é, não houve grandes variações entre as avaliações

das bebidas com respeito às trinta dimensões pesquisadas.

Embora a categoria estudada busque o posicionamento de bebida saudável a

percepção da categoria de bebidas New Age apresenta alguma dissonância quanto a esse

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146

aspecto, pois os resultados mostraram que, apesar de os produtos avaliados serem

considerados atraentes e saborosos, foram também considerados como artificiais e

contendo uma quantidade relativa de conservantes.

A ‘Bebida Esportiva’, em específico, foi avaliada como uma bebida artificial e

contendo uma quantidade relativa de conservantes, demonstrando também,

incompatibilidade entre o apelo da categoria - bebida saudável para matar a sede

(Vendendo, 1995) - e a percepção dos respondentes. Apesar dessa incongruência, as

vendas da categoria no Brasil apresentaram crescimento, em 1995, de cerca de 290% em

relação a 1994. Essa explosão de vendas pode ser explicada, segundo Sobral et al (1996),

pela estabilidade econômica e sofisticação dos hábitos do brasileiro, além de crescente

preocupação com a saúde e o corpo.

É fato inquestionável de que a preocupação com o corpo e com a saúde tem

propiciado o aumento nas vendas de produtos considerados mais saudáveis. Entretanto,

como explicar o aumento de vendas de bebidas esportivas, quando a percepção dos

respondentes é incongruente com o posicionamento da categoria? Talvez a explicação

esteja no fato de que em contraposição às percepções de artificial e de produto com

conservantes, todas as bebidas foram consideradas nutritivas. Aliado a isso, a embalagem

tradicionalmente utilizada - Garrafa de Vidro com Tampa Rosqueável - pela marca

detentora de mais de 90% do market share de bebidas esportivas no Brasil (Sobral et al.,

1996) foi considerada, neste estudo como uma embalagem natural. Além disso, um

resultado que não pode deixar de ser mencionado é que as bebidas, nas variadas

embalagens, foram avaliadas como produtos de qualidade. Outra explicação é o fato de

haver a possibilidade de que outros atributos sejam mais valorizados, pelos respondentes,

que o aspecto natural.

& Como são percebidas as embalagens (‘Lata de Alumínio’, ‘Embalagem Tetra Pack’,

‘Garrafa de Vidro’ e ‘Copo Plástico’)?

De maneira geral as embalagens estudadas foram percebidas pelos respondentes de

forma mais diferenciada entre si do que as bebidas, isto é, as variações entre as avaliações

das bebidas em relação às trinta dimensões pesquisadas foram maiores que as apresentadas

pelas bebidas.

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A embalagem é uma ferramenta de marketing usualmente utilizada para diferenciar

um produto de seus competidores dentro de uma mesma categoria. Num mercado em

expansão e competitivo como o de bebidas New Age, onde as bebidas são percebidas de

maneira semelhante, a embalagem parece ser, então, um fator importante na busca pela

diferenciação.

Considerando o fato de que o processo de escolha de um produto pode ser

dificultado ou facilitado em função das associações de idéias desfavoráveis ou favoráveis

que as embalagens podem engendrar (Carl, 1995), as diferenças entre as avaliações

concernentes às embalagens parecem corroborar a idéia de que as embalagens podem ser

percebidas diversamente pelos indivíduos, facilitando ou dificultando a decisão de compra.

Embalagens não adequadas, portanto, podem causar problemas para os consumidores e

perdas de vendas para a empresa (Kotler, 1993).

Embora a categoria busque o posicionamento de bebida saudável algumas das

embalagens utilizadas - ‘Lata de Alumínio’, ‘Copo Plástico’ e ‘Embalagem Tetra Pack’ -

não parecem estar de acordo com esse posicionamento.

Apesar de as embalagens serem percebidas como fáceis de manusear e práticas

pelos respondentes, todas foram avaliadas como contendo conservantes. Adicionalmente, a

percepção de natural e artificial varia entre as embalagens, sendo que no caso de ‘Bebida

Esportiva’ a ‘Lata de Alumínio’ e a ‘Embalagem Tetra Pack’ foram avaliadas como

artificiais e a ‘Garrafa de Vidro’ e o ‘Copo Plástico’ como naturais.

Lubliner (1996) relata que os consumidores percebem o produto através da

embalagem, a qual deveria, portanto, representar e comunicar as promessas efetuadas pelo

produto e reforçar a imagem criada pela propaganda e promoção. Aliado a isso, Guss

(1969) alega que a imagem que o consumidor possui da embalagem deve ser compatível

com o produto (Guss, 1969).

Assim, as bebidas New Age parecem estar em contraposição às idéias de Lubliner e

Guss no que diz respeito ao posicionamento buscado pela categoria e à imagem da

embalagem percebida pelos respondentes.

A percepção quanto à higiene e à inviolabilidade também demonstrou ser bastante

diferenciada entre as embalagens. Apesar do estudo ter revelado que todas elas são, em

maior ou menor grau, invioláveis e higiênicas, o ‘Copo Plástico’ figurou como a

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embalagem menos higiênica e mais propensa a violações, enquanto a ‘Garrafa de Vidro’ a

mais higiênica e menos propensa a violações.

É importante lembrar que, em pesquisa realizada em 1994 com donas de casa da

Grande São Paulo (Salgueiro, 1995), a inviolabilidade figurou como um aspecto a ser

considerado na decisão de compra. Cerca de 25% das entrevistadas haviam deixado de

adquirir algum produto porque a embalagem parecia ter sido violada e quase 70% pagariam

um preço premium por uma embalagem que se mostrasse inviolável.

& A atitude em relação a categoria de bebidas New Age varia para diferentes embalagens?

Em que aspectos?

As três escalas aditivas construídas demonstraram que a embalagem influencia a

atitude em relação aos produtos sob as escalas ATRATIVO e PRÁTICO. A atitude medida

pela escala NATURAL revelou ser influenciada não apenas pela embalagem, mas também

pela bebida. Dessa maneira, os testes confirmaram a hipótese de que a categoria de

bebidas New Age sofre impacto da embalagem sob os ângulos atrativo, natural e prático.

Estes resultados vêm agregar informações ao relato de Murphy (1997), que

apresentou um estudo indicador da influência da embalagem no julgamento do produto

pelo consumidor. Naquele trabalho os consumidores tendiam a evitar produtos que não

iam ao encontro de suas rotinas de compra, e quando decidiam testar um novo produto,

davam preferência a itens que possuíam preços razoáveis e eram fáceis de usar. A

embalagem, segundo o estudo, foi importante instrumento desses atributos, auxiliando os

consumidores a se sentirem mais confortáveis com o produto, diminuindo o risco

percebido e reforçando a decisão de compra.

& A atitude em relação a uma determinada bebida New Age sofre influência da

embalagem? Em que aspectos?

Os resultados da pesquisa sugerem que as ‘Bebidas Esportivas’ sofrem influência

da embalagem nos aspectos ATRATIVO e NATURAL. O trabalho não foi conclusivo,

entretanto, acerca do impacto da embalagem na ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta

para Beber’ e no ‘Chá Pronto para Beber’ em qualquer um dos aspectos estudados

(ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL).

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Estas informações são importantes principalmente quando se considera o alerta de

Winters (1992), que crê na possibilidade do consumidor descobrir que as bebidas não são

tão saudáveis quanto proclamadas. A empresa que souber explorar positivamente os

atributos que impactam no julgamento da bebida, seja através da comunicação, seja através

da alteração da embalagem ou até mesmo da modificação de seus produtos, parece ter

maior probabilidade de sucesso no mercado.

Os resultados em relação à ‘Bebida à Base de Sucos de Frutas Pronta para Beber’ e

ao ‘Chá Pronto para Beber’ não foram conclusivos talvez porque o conjunto inicial de

dimensões não abarcassem as realmente importantes para esses tipos de bebidas. Outra

explicação possível é que, num país tropical como o Brasil, em que se encontram frutas

frescas durante todo o ano, e portanto a possibilidade de se consumir sucos frescos é

praticamente total, o consumidor tenha alguma rejeição quanto a suco pronto, e nesse caso,

a embalagem não faria diferença na decisão de consumo.

& Há alguma embalagem mais adequada para cada bebida New Age?

Os resultados da pesquisa parecem indicar a ‘Bebida Esportiva em Garrafa de

Vidro’ como a preferida pelos respondentes sob o aspecto ATRATIVO. As ‘Bebidas

Esportivas em Copo Plástico e em Garrafa de Vidro’ foram avaliadas como naturais, sendo

a primeira (‘Bebida Esportiva em Copo Plástico’), a preferida no quesito natural. Assim, a

‘Garrafa de Vidro’ e o ‘Copo Plástico’ parecem ser as embalagens mais indicadas para

‘Bebida Esportiva’. A ‘Garrafa de Vidro’, parece estar, então, adequada para as ‘Bebidas

Esportivas no que diz respeito aos aspectos ATRATIVO e NATURAL.

Surpreendentemente o ‘Copo Plástico’ figura como uma embalagem adequada para

‘Bebida Esportiva’ sob o aspecto NATURAL.

Nada se pode dizer sobre embalagens mais indicadas para ‘Bebida à Base de Sucos

de Futas Pronta para Beber’ ou para ‘Chá Pronto para Beber’ em qualquer um dos aspectos

estudados (ATRATIVO, PRÁTICO e NATURAL).

& Há alguma embalagem menos adequada para cada bebida New Age?

Os resultados da pesquisa parecem indicar a ‘Bebida Esportiva em Embalagem

Tetra Pack’ como o produto menos adequado, pelos respondentes, sob o aspecto

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ATRATIVO. As ‘Bebidas Esportivas em Lata de Alumínio e em Embalagem Tetra Pack’

foram consideradas artificiais, sendo que a ‘Bebida Esportiva em Lata de Alumínio’ foi

percebida como a embalagem mais artificial. Dessa maneira, a ‘Embalagem Tetra Pack’ e

a ‘Lata de Alumínio’ parecem ser as embalagens menos adequadas para ‘Bebida

Esportiva’. Estas informações são valiosas, pois, embalagens não adequadas podem fazer a

empresa perder vendas (Kotler, 1993).

Em relação à ‘Embalagem Tetra Pack’, este resultado se contrapõe à pesquisa

realizada em 1992 (Barelli, 1995),onde ela foi vencedora na preferência de donas de casa

da Grande São Paulo, que consideravam a embalagem higiênica e adequada para manter a

qualidade do produto. É bem verdade que o mesmo estudo replicado em 1994 revelou uma

queda na preferência desse tipo de embalagem.

Os resultados não são conclusivos a respeito de embalagens menos indicadas para

‘Bebida à Base de Sucos de Futas Pronta para Beber’ ou para ‘Chá Pronto para Beber’ em

qualquer um dos aspectos estudados (ATRATIVO, PRÁTICO E NATURAL).

É importante considerar que as compras de alimentos em geral e de bebidas em

específico não são apenas influenciadas pelas atitudes do consumidor em relação à

embalagem, mas também por muitos outros fatores, incluindo a situação de compra e as

atitudes do consumidor frente às outras características do produto (informações acerca do

produto, conveniência etc). A atitude do consumidor em relação à embalagem é, portanto,

apenas um dos muitos fatores que podem influenciar o comportamento de compra.

Vale lembrar, ainda, que este estudo foi desenvolvido com base nas avaliações de

estudantes universitários de instituição de ensino particular situada na zona sul da cidade

do Rio de Janeiro. Os resultados, portanto, não podem ser generalizados.

5.3 Recomendações

Considerando que a escala aditiva ATRATIVO é composta pelas dimensões

‘Agradável de consumir’, ‘Atraente’, ‘Familiar’, ‘Produto de qualidade’ e ‘Saborosa’, o

estudo leva a concluir que estes atributos parecem ser cruciais para a categoria de bebidas

New Age, pois podem influenciar na decisão de compra. Dessa maneira, as empresas da

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categoria deveriam atentar para estes atributos quando fossem avaliar suas embalagens e

programas de marketing, pois as características de comunicação da embalagem podem

aumentar a diferenciação do produto em relação aos seus competidores. Estas informações,

portanto, podem ser valiosas para empresas de bebidas New Age em geral e de esportivas

em específico, já que podem ser utilizadas para atender as expectativas de seus

consumidores.

A escala aditiva PRÁTICO é composta pelas dimensões: ‘Fácil de manusear’,

‘Prática’, ‘Fácil de segurar’ e ‘Fácil de transportar’, atributos associados fortemente à

funcionalidade da embalagem. Observando que a embalagem é usualmente uma

característica periférica na decisão de compra do consumidor, os diferentes aspectos da

embalagem podem influenciar a compra.

A escala NATURAL é composta pelas dimensões ‘Natural’, ‘Não calórica’ e ‘Não

contém conservantes’. Recordando que a avaliação desta escala, para bebidas New Age, é

influenciada não somente pela embalagem, mas também pela bebida, as empresas da

categoria, deveriam atentar para estas dimensões quando fossem conceber um novo

produto e estabelecer uma embalagem. É importante lembrar que incongruências entre as

percepções de atributos de embalagem e de bebida podem criar um sentimento de

desconforto no consumidor. Essas informações podem também ser úteis no

desenvolvimento de propagandas e de programas de marketing.

As empresas de bebidas esportivas deveriam, quando fossem utilizar embalagem

tetra pack ou lata de alumínio em seus produtos, realizar alguma comunicação que

minimizasse as imagens negativas que o respondente possui dessas embalagens. Acredita-

se que até mesmo as empresas fornecedoras das embalagens citadas deveriam ser

envolvidas, pois minimizada a imagem negativa, as vendas dessas empresas também

cresceriam.

Os resultados do trabalho não apenas lançam uma luz sobre como são percebidas as

embalagens e a categoria de bebidas New Age pelo consumidor, mas mais importante,

fornecem informações com relação aos atributos cruciais do produto, mais especificamente

da embalagem. Tal conhecimento pode não apenas ser utilizado para aperfeiçoar o

produto, mas também para auxiliar no planejamento mais efetivo de marketing e na busca

da competitividade em seus mercados. A atitude do consumidor em relação à bebida é

impactada pela embalagem, que por consequência influencia a decisão de compra, e

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portanto, ela deve ser considerada desde o momento de concepção do produto, até o

desenvolvimento de programas de marketing e de propaganda.

5.4 Campos de pesquisa futura

Ao longo do desenvolvimento deste trabalho algumas idéias de pesquisa foram

levantadas como investigações em potencial. Assim, dentre os campos de pesquisas

futuras podem ser citados:

− Reformular as dimensões e replicar o estudo para o produto ‘Chá Pronto para Beber’,

visto que esta pesquisa não conseguiu obter um conjunto de dimensões que pudessem

avaliar o impacto da embalagem sobre esse produto;

− Desenvolver uma escala mais confiável, isto é, que apresente um alfa mais elevado, para

medir a atitude em relação ao aspecto NATURAL;

− Replicar o estudo com a garrafa PET, a fim de verificar se ela é bem aceita pelos

consumidores, visto que esta embalagem alia os benefícios oferecidos pela garrafa de

vidro (transparência, tampa rosqueável etc.) sem apresentar suas desvantagens

(manuseio inseguro, dificuldade de descarte e transporte etc.);

− Investigar quais fatores, além da embalagem e das características do produto, impactam

no comportamento de compra das bebidas New Age; e

− Investigar se a dissonância entre benefícios oferecidos pela categoria New Age - bebida

natural, prática, boa para a saúde e menos prejudicial que refrigerantes - e a percepção

da categoria - bebidas artificiais que contém conservantes - impactam efetivamente nas

vendas.

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__________. Annual soft drink all-star review: The perpetual phenom. Beverage World,v.114, n.1587, p.71-72a, Mar., 1995.

__________. The established upstart. Beverage World, v.114, n.1603, p.72-76b, Nov.,1995.

__________. One is the loveliest number. Beverage World, v.114, n.1605, p.46-48c., Dec.,1995

__________. The flavors of the year club. Beverage World, n. Databank 1995-1996, p.64-65, 1995-1996.

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160

7 ANEXOS

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161

ANEXO 1

Roteiro para Entrevista

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Roteiro para Entrevista

' Pesquisa sobre hábitos e consumo de bebidas não alcoólicas

! Que tipo de bebida consome no dia a dia? Pela manhã, à tarde, à noite, nas

refeições, em casa, fora de casa, com amigos, com filhos?

! Consome bebidas prontas para beber, excetuando refrigerantes e achocolatados?

! Quais? Por quê? Conhece outros?

! Há alguma preferência por alguma marca? Por quê?

! Há alguma preferência por algum tipo de bebida? Por quê?

! Bebe em que ocasião? Com que freqüência? Onde?

! Sozinho ou acompanhado, com quem?

( Pesquisa sobre embalagens

! O entrevistado lembra o tipo de embalagem da bebida que consome? (Lata, vidro,

plástico, tetra pack?)

! O que mais chama atenção na embalagem? (Forma, cores, informações,

segurança, visibilidade do conteúdo, descartável, uma “dose”) Por quê?

! Há alguma característica na bebida ou embalagem ou locais onde é vendida que o

entrevistado não gosta, ou que desejaria que fosse de outra forma?

! (Apresentar as quatro embalagens padrão (lata, copo, garrafa e tetra pack) e pedir

para o entrevistado falar sobre elas. Se gosta ou não, o que não gosta e o que

gosta. )

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(Pesquisa sobre possível público alvo de New Age (percepção do entrevistado)

! Pedir para descrever o consumidor de: (exercício de imaginação)

1. Chá com ou sem sabor de fruta

2. Bebida esportiva

3. Suco de fruta

no que diz respeito a: idade, escolaridade, classe social, estado civil, presença ou

ausência de filhos, hobbies, como e quando consome, quem compra.

Público alvo: pessoas residentes na cidade do Rio de Janeiro, com terceiro grau.

Filtro: ter consumido pelo menos uma bebida new age nos últimos dez dias

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ANEXO 2

Embalagens apresentadas durante Entrevistas em Profundidade

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166

ANEXO 3

Resultados de Entrevistas em Profundidade

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Resultados de Entrevistas em Profundidade

Locais: PUC-Rio, PETROBRAS, UFRJ, UERJ

Período: Setembro de 1995 a Outubro de 1995

Amostra: 5 homens entre 18 a 40, todos solteiros, 4 estudantes e 1 professor

6 mulheres entre 17 e 33 anos, 4 solteiras e 1 casada, 2 geofísicas, 3 estudantes e

1 professora.

CHÁ PRONTO PARA BEBER

Motivos para a compra

! substituir refrigerante nas seguintes situações: tomou refrigerante o dia inteiro, está

cansado de refrigerante, a quota de refrigerante dietético está estourada, só tem

refrigerante post mix20, ou não toma refrigerante porque é muito doce, não faz bem, é

nocivo, ou não gosta

! substituir água, que é sem graça

! quando sente sede após exercício

! não acha prático fazer chá gelado em casa

! mais rápido e prático

! mais higiênico em determinados lugares

! preço menor que de suco de frutas

! acompanhar refeição só ou em família

! mais rápido e prático que suco de frutas

! é bom para a saúde

Resistência ao produto

20 Post mix é o tipo de processo de fabricação de refrigerante onde o xarope, o gás e a água são misturados nomomento da venda ao consumidor final.

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! é muito doce

! chá em lata ou tetra pack é muito artificial

! dose única tem a desvantagem de preço e estocagem

Hábito de consumo

! não há horário específico do dia para consumir chá pronto para beber

! não é comum comprar chá pronto para beber em supermercado para tomar em casa.

! toma-se chá pronto para beber na rua, acompanhando ou não refeições

BEBIDAS ESPORTIVAS

Motivos para a compra

! “repor energias” após prática de esportes, apesar de não ser tão saboroso quanto um

refrigerante ou chá

! matar a sede mesmo sem ter feito exercício físico ou quando está muito quente

! acompanhar refeições em substituição à água ou suco de fruta feito na hora

! não é doce

! mata a sede com mais eficiência

! substitui refeição quando não há tempo para comer

! não quer se sentir pesado e nem fraco

Resistência ao produto

! é caro

! vitaminas e sais minerais devem vir de alimentação balanceada

Hábito de consumo

! define a embalagem em função da sede

! consome usualmente em casa (compra no supermercado)

! consome usualmente na rua (em lanchonetes ou academias)

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SUCO DE FRUTAS PRONTO PARA BEBER

Motivo para a compra

! imagem de produto saudável e natural (embora o produto nem sempre é realmente

natural)

Resistência ao produto

! muito artificial e muito doce

! contém muitos conservantes

! muito caro

! já perdeu muitas vitaminas, prefere o suco feito na hora

DIMENSÕES PARA COPO PLÁSTICO

! dose adequada para chá mas inadequada (pequena) para bebida esportiva

! formato similar ao que se usa no cotidiano e permite grandes goles

! associada a mate e guaraná natural

! lacre não resolvido - frágil (fura com facilidade) e difícil de abrir (rasga e às vezes o

alumínio sai mas fica o plástico), mas pode transmitir sensação de segurança pela

dificuldade em abrir.

! facilidade e garantia de poder abrir sem auxílio de nenhuma ferramenta

! questão higiênica não resolvida, é sujo, existe medo de encostar a boca na embalagem.

! cuidado ao segurar o copo - não fazê-lo com muita força, pois como é flexível, o líquido

pode transbordar

! borda do copo é desconfortável (muito larga e incômoda) para se beber

! é leve, fácil de pegar e fica em pé facilmente, mas voa com muito vento

! o plástico é um material artificial

! permite verificação fácil de que se bebeu tudo

! é prático, não reutilizável por outrem, pode ser inutilizado pelo próprio consumidor

(amassar)

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DIMENSÕES PARA LATA DE ALUMÍNIO

! não adequada para chá nem suco de fruta porque está associada a refrigerante e cerveja,

e portanto, a produto industrializado e gasoso.

! dose adequada para chá e bebida esportiva

! questão higiênica não resolvida - limpa-se a área que vai entrar em contato com os

lábios com o que encontra à mão

! leve, inquebrável e fácil de transportar e gelar. Depois de consumido o líquido pode-se

descartar a embalagem facilmente (amassa e coloca num saco de lixo)

! fácil de verificar violações

! bocal incômodo, escorre para os lados, difícil de beber, e/ou consome-se ar junto com a

bebida. Para refrigerante utiliza-se canudo e para cerveja, copo.

! bocal não permite que se beba em grandes goles além de oferecer perigo de corte e

dificuldade de abrir

! desperdício de espaço na estocagem

! necessita de contorcionismo para beber tudo

! é reciclável

! é cara

DIMENSÕES PARA GARRAFA DE VIDRO COM TAMPA ROSQUEÁVEL

! é possível para chá, mas pouco prática, pois necessita copo ou canudo para consumir -

como embalagem descartável o plástico é melhor

! dose adequada para homem e inadequada para mulher

! quantidade muito grande para suco. Tem de ser menor porque como o suco é artificial,

enjoa logo.

! o lacre, a pressão ao abrir a tampa e a possibilidade de visualização da bebida

transmitem segurança ao consumidor

! requer cuidado no manuseio - tem de segurar com firmeza para não cair e quebrar

! perigoso, pois pode quebrar e machucar alguém

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! dificuldade no descarte - perigo de quebrar

! perigoso para crianças

! questão higiênica relativamente resolvida (é melhor que a lata, por exemplo, e a tampa

protege o gargalo da sujeira)

! formato adequado, pois afina em direção ao bocal, o que facilita o consumo quanto se

está em movimento, ao contrário do copo

! é cognitivamente confortável beber em embalagem feita de vidro

! fácil de abrir, fácil de segurar, mas pesada

! fácil de beber em grandes goles

! não é necessário consumir tudo depois de aberto

! reutilização da embalagem (como copo e para pincéis e tintas)

DIMENSÕES PARA TETRA PACK

! não adequada para chá pelo formato da embalagem (pode ser que esta embalagem esteja

muito associada a leite e achocolatados)

! canudo impede que se beba a goles grandes Portanto, inadequado para bebidas

esportivas (usado para se refrescar), mas bom para chás e sucos de frutas

! se o canudo estiver defeituoso, o consumo é dificultado ou impedido

! o tipo de embalagem impede e dificulta a verificação de quanto líquido ainda existe para

se beber

! dose inadequada - pequena

! fácil de estocar por ser em formato de paralelepípedo

! fácil de abrir

! questão higiênica resolvida - a idéia do canudo é boa, a boca não entra em contato com a

embalagem e o canudo vem embalado em saquinho plástico

! prática - vem com tudo que é necessário para o consumo

! leve, mas não tem muita estabilidade, fácil de segurar

! imagem de que o conteúdo necessita de mais conservantes que em outros tipos de

embalagens.

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CONSUMIDOR DE CHÁ

Faixa etária: ampla (desde criança até idosos), casais sem filhos, estudante 3° grau, jovem

em início de carreira

Classe social: ampla, mas principalmente classes média e alta

Hobbies/estilo de vida: gosta de atividades ao ar livre, assiste a filmes feitos para a massa,

é despreocupado com a vida, tem preocupação com saúde, tênis caro no pé e mountain

bike, gosta de ler e reunir os amigos em casa

Motivação para consumo: busca algo mais natural, mais saudável e bebida doce,

diferente da água que é sem graça, prático, rápido (fazer e esperar esfriar é demorado)

QUEM FAZ REGIME (as pessoas acham que engorda menos e é mais natural que

refrigerante) Há espaço para outros chás, que não mate, gelados. Por exemplo camomila,

hortelã etc.

CONSUMIDOR DE BEBIDAS ESPORTIVAS

Faixa etária: jovens (15 a 30 anos), às vezes pessoas mais velhas

Classe social: média, alta

Hobbies/estilo de vida: maníaco por esporte, não fuma, freqüenta academia, tem

preocupação com o corpo, gosta de sair com amigos e dançar

Motivação para consumo: rejuvenesce, revigora as energias, baixa caloria, bom para

saúde, bebida de privilegiados (caro), reidrata

CONSUMIDOR DE SUCO DE FRUTA

Faixa etária: criança, pessoas muito ocupadas e apressadas, normalmente com

preocupação em consumir alimentos mais saudáveis

Classe social: classe média a alta

Hobbies: brincar

Motivação para consumo: doce, colorido, o pai é mais propenso à compra que a mãe,

pois utiliza a bebida como um agrado para a criança. Consumo entre as refeições,

praticidade - suco que tem açúcar, canudo, quantidade certa para beber, ideal para

lancheiras de criança

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ANEXO 4

Instrumento de coleta de dados

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Este questionário faz parte de um estudo cujo tema versa sobre bebidas não gasosas e não

alcoólicas do tipo pronta para beber, isto é, as que são consumidas sem necessidade de

diluição ou adição de açúcar.

Imagine que uma conhecida e bem conceituada empresa do setor alimentício deseja lançar três

produtos e gostaria de conhecer a percepção de possíveis consumidores sobre os produtos em

questão. Não há resposta certa ou errada, o importante é a sua opinião.

Finalizando, gostaríamos de agradecer antecipadamente a sua participação no preenchimento

deste formulário.

Sexo: ) Feminino ) Masculino

Idade: ______ anos

Escolaridade: ) 3° Grau incompleto ) 3° Grau completo

Curso:_________________________________

Você consome bebidas esportivas:

) freqüentemente (pelo menos uma vez por semana)) ocasionalmente (pelo menos uma vez por mês)) raramente) nunca. Por quê?_______________________________________________________

Se consome, qual(is) a(s) marca(s)?___________________________________________

Você consome chá pronto para beber, com ou sem sabor de fruta:

) freqüentemente (pelo menos uma vez por semana)) ocasionalmente (pelo menos uma vez por mês)) raramente) nunca. Por quê?_______________________________________________________

Se consome, qual(is) a(s) marca(s)?___________________________________________

Você consome bebida pronta para beber, à base de suco de diversas frutas:

) freqüentemente (pelo menos uma vez por semana)) ocasionalmente (pelo menos uma vez por mês)) raramente) nunca. Por quê?_______________________________________________________

Se consome, qual(is) a(s) marca(s)?___________________________________________

Em cada uma das três páginas seguintes, você vai encontrar a descrição de um produto e uma

série de variáveis.

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida esportiva em garrafa de vidro com tamparosqueável, para cada uma das seguintes dimensões (comece pela que estiverassinalada com , vá até o final e retorne ao topo da lista):

Não saborosa SaborosaNão atraente Atraente

Fácil de transportar Difícil de transportarFaixa etária específica Qualquer faixa etáriaEmbalagem higiênica Embalagem não higiênica

Fácil de manusear Difícil de manusearAcompanha refeição Não acompanha refeição

Desagradável de consumir Agradável de consumirSubstitui água mineral Não substitui água mineral

Produto sem qualidade Produto de qualidadeDifícil de encontrar Fácil de encontrarRuim para a saúde Boa para a saúde

Qualquer ocasião Ocasião específicaPrática Não prática

Estranha FamiliarFácil de segurar Difícil de segurar

Consumo individual Consumo divididoContém conservantes Não contém conservantes

Cara BarataNão fere Pode ferir

Muito doce Pouco doceQuantidade adequada Quantidade inadequada

Calórica Não calóricaInviolável Violável

Difícil de abrir Fácil de abrirSubstitui refrigerante Não substitui refrigerante

Não nutritiva NutritivaNatural Artificial

Fácil de descartar Difícil de descartarIncômoda de beber Cômoda de beber

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a um chá pronto para beber em lata de alumínio, para cadauma das seguintes dimensões (comece pela que estiver assinalada com , vá atéo final e retorne ao topo da lista):

Qualquer ocasião Ocasião específicaSubstitui água mineral Não substitui água mineral

Muito doce Pouco doceDifícil de abrir Fácil de abrir

Natural ArtificialFácil de segurar Difícil de segurar

Desagradável de consumir Agradável de consumirProduto sem qualidade Produto de qualidadeFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Ruim para a saúde Boa para a saúdeDifícil de encontrar Fácil de encontrarFácil de descartar Difícil de descartar

Calórica Não CalóricaNão saborosa Saborosa

Fácil de transportar Difícil de transportarInviolável Violável

Contém conservantes Não contém conservantesAcompanha refeição Não acompanha refeiçãoSubstitui refrigerante Não substitui refrigerante

Quantidade adequada Quantidade inadequadaNão atraente Atraente

Incômoda de beber Cômoda de beberNão nutritiva Nutritiva

Fácil de manusear Difícil de manusearNão fere Pode ferir

Embalagem higiênica Embalagem não higiênicaConsumo individual Consumo dividido

Estranha FamiliarCara Barata

Prático Não prático

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida pronta para beber à base de suco de diversasfrutas, em caixa tetra pack (embalagem cartonada para achocolatados), para cadauma das seguintes dimensões (comece pela que estiver assinalada com , vá atéo final e retorne ao topo da lista):

Cara BarataNão saborosa Saborosa

Difícil de encontrar Fácil de encontrarNão nutritiva Nutritiva

Não fere Pode ferirDifícil de abrir Fácil de abrir

Muito doce Pouco doceFácil de transportar Difícil de transportar

Prática Não práticaFácil de segurar Difícil de segurar

Inviolável ViolávelProduto sem qualidade Produto de qualidadeFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Calórica Não calóricaNatural Artificial

Não atraente AtraenteContém conservantes Não contém conservantes

Desagradável de consumir Agradável de consumirRuim para a saúde Boa para a saúde

Substitui refrigerante Não substitui refrigeranteFácil de descartar Difícil de descartar

Embalagem higiênica Embalagem não higiênicaConsumo individual Consumo divididoFácil de manusear Difícil de manusear

Estranha FamiliarSubstitui água mineral Não substitui água mineral

Acompanha refeição Não acompanha refeiçãoQuantidade adequada Quantidade inadequada

Qualquer ocasião Ocasião específicaIncômoda de beber Cômoda de beber

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida esportiva em lata de alumínio, para cada umadas seguintes dimensões (comece pela que estiver assinalada com , vá até o finale retorne ao topo da lista):

Não saborosa SaborosaNatural Artificial

Incômoda de beber Cômoda de beberDesagradável de consumir Agradável de consumir

Fácil de transportar Difícil de transportarQualquer ocasião Ocasião específica

Consumo individual Consumo divididoEmbalagem higiênica Embalagem não higiênicaContém conservantes Não contém conservantes

Difícil de encontrar Fácil de encontrarSubstitui água mineral Não substitui água mineralFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Não nutritiva NutritivaEstranha Familiar

Acompanha refeição Não acompanha refeiçãoFácil de segurar Difícil de segurar

Calórica Não calóricaNão fere Pode ferir

Quantidade adequada Quantidade inadequadaFácil de manusear Difícil de manusear

Difícil de abrir Fácil de abrirProduto sem qualidade Produto de qualidade

Inviolável ViolávelMuito doce Pouco doce

Ruim para a saúde Boa para a saúdePrática Não prática

Fácil de descartar Difícil de descartarNão atraente Atraente

Substitui refrigerante Não substitui refrigeranteCara Barata

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179

Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida esportiva em copo plástico, para cada uma dasseguintes dimensões (comece pela que estiver assinalada com , vá até o final eretorne ao topo da lista):

Quantidade adequada Quantidade inadequadaCara Barata

Não atraente AtraenteSubstitui água mineral Não substitui água mineralFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Desagradável de consumir Agradável de consumirFácil de transportar Difícil de transportar

Prática Não práticaDifícil de encontrar Fácil de encontrar

Acompanha refeição Não acompanha refeiçãoConsumo individual Consumo dividido

Calórica Não calóricaNão fere Pode ferir

Difícil de abrir Fácil de abrirFácil de manusear Difícil de manusearRuim para a saúde Boa para a saúde

Produto sem qualidade Produto de qualidadeIncômoda de beber Cômoda de beber

Embalagem higiênica Embalagem não higiênicaNatural Artificial

Não saborosa SaborosaQualquer ocasião Ocasião específica

Inviolável ViolávelMuito doce Pouco doce

Contém conservantes Não contém conservantesFácil de segurar Difícil de segurar

Fácil de descartar Difícil de descartarEstranha Familiar

Substitui refrigerante Não substitui refrigeranteNão nutritiva Nutritiva

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida esportiva em embalagem tetra pack (embalagemcartonada para achocolatados), para cada uma das seguintes dimensões (comecepela que estiver assinalada com , vá até o final e retorne ao topo da lista):

Desagradável de consumir Agradável de consumirProduto sem qualidade Produto de qualidade

Ruim para a saúde Boa para a saúdeFácil de manusear Difícil de manusear

Contém conservantes Não contém conservantesCalórica Não calórica

Fácil de descartar Difícil de descartarMuito doce Pouco doce

Qualquer ocasião Ocasião específicaEmbalagem higiênica Embalagem não higiênica

Inviolável ViolávelNão saborosa SaborosaNão atraente Atraente

Substitui refrigerante Não substitui refrigeranteAcompanha refeição Não acompanha refeição

Fácil de segurar Difícil de segurarConsumo individual Consumo dividido

Estranha FamiliarNão fere Pode ferir

Substitui água mineral Não substitui água mineralFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Natural ArtificialCara Barata

Difícil de encontrar Fácil de encontrarPrática Não prática

Incômoda de beber Cômoda de beberFácil de transportar Difícil de transportar

Não nutritiva NutritivaDifícil de abrir Fácil de abrir

Quantidade adequada Quantidade inadequada

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a um chá pronto para beber em copo plástico, para cada umadas seguintes dimensões (comece pela que estiver assinalada com , vá até o finale retorne ao topo da lista):

Difícil de encontrar Fácil de encontrarFácil de segurar Difícil de segurar

Substitui água mineral Não substitui água mineralFácil de descartar Difícil de descartar

Inviolável ViolávelNão nutritiva Nutritiva

Estranha FamiliarConsumo individual Consumo dividido

Substitui refrigerante Não substitui refrigeranteAcompanha refeição Não acompanha refeição

Ruim para a saúde Boa para a saúdeQuantidade adequada Quantidade inadequada

Qualquer ocasião Ocasião específicaNão saborosa Saborosa

Desagradável de consumir Agradável de consumirFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Fácil de transportar Difícil de transportarContém conservantes Não contém conservantesEmbalagem higiênica Embalagem não higiênica

Incômoda de beber Cômoda de beberCalórica Não Calórica

Produto sem qualidade Produto de qualidadeDifícil de abrir Fácil de abrirNão atraente Atraente

Não fere Pode ferirMuito doce Pouco doce

Prático Não práticoCara Barata

Fácil de manusear Difícil de manusearNatural Artificial

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182

Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a um chá pronto para beber em garrafa de vidro com tamparosqueável, para cada uma das seguintes dimensões (comece pela que estiverassinalada com , vá até o final e retorne ao topo da lista):

Não saborosa SaborosaConsumo individual Consumo dividido

Difícil de abrir Fácil de abrirCara Barata

Desagradável de consumir Agradável de consumirDifícil de encontrar Fácil de encontrar

Não atraente AtraenteInviolável ViolávelEstranha Familiar

Fácil de descartar Difícil de descartarAcompanha refeição Não acompanha refeição

Natural ArtificialFácil de transportar Difícil de transportar

Fácil de segurar Difícil de segurarCalórica Não CalóricaNão fere Pode ferir

Substitui água mineral Não substitui água mineralEmbalagem higiênica Embalagem não higiênica

Não nutritiva NutritivaFaixa etária específica Qualquer faixa etáriaContém conservantes Não contém conservantes

Fácil de manusear Difícil de manusearQualquer ocasião Ocasião específica

Ruim para a saúde Boa para a saúdeIncômoda de beber Cômoda de beber

Produto sem qualidade Produto de qualidadeQuantidade adequada Quantidade inadequada

Substitui refrigerante Não substitui refrigeranteMuito doce Pouco doce

Prático Não prático

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a um chá pronto para beber em embalagem tetra pack(embalagem cartonada para achocolatados), para cada uma das seguintes dimensões(comece pela que estiver assinalada com , vá até o final e retorne ao topo dalista):

Fácil de segurar Difícil de segurarFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Produto sem qualidade Produto de qualidadeDifícil de abrir Fácil de abrir

Quantidade adequada Quantidade inadequadaQualquer ocasião Ocasião específica

Não nutritiva NutritivaFácil de manusear Difícil de manusear

Não atraente AtraenteConsumo individual Consumo dividido

Cara BarataSubstitui água mineral Não substitui água mineral

Estranha FamiliarIncômoda de beber Cômoda de beber

Natural ArtificialAcompanha refeição Não acompanha refeição

Embalagem higiênica Embalagem não higiênicaFácil de descartar Difícil de descartar

Inviolável ViolávelSubstitui refrigerante Não substitui refrigerante

Fácil de transportar Difícil de transportarMuito doce Pouco doce

Não fere Pode ferirDesagradável de consumir Agradável de consumir

Contém conservantes Não contém conservantesCalórica Não Calórica

Ruim para a saúde Boa para a saúdePrático Não prático

Não saborosa SaborosaDifícil de encontrar Fácil de encontrar

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida pronta para beber à base de suco dediversas frutas, em lata de alumínio, para cada uma das seguintes dimensões(comece pela que estiver assinalada com , vá até o final e retorne ao topo dalista):

Calórica Não calóricaDifícil de encontrar Fácil de encontrar

Cara BarataEstranha Familiar

Não saborosa SaborosaNatural Artificial

Fácil de descartar Difícil de descartarAcompanha refeição Não acompanha refeição

Contém conservantes Não contém conservantesIncômoda de beber Cômoda de beber

Não atraente AtraenteQuantidade adequada Quantidade inadequadaSubstitui água mineral Não substitui água mineral

Fácil de segurar Difícil de segurarNão nutritiva Nutritiva

Qualquer ocasião Ocasião específicaFácil de transportar Difícil de transportar

Embalagem higiênica Embalagem não higiênicaConsumo individual Consumo dividido

Inviolável ViolávelFaixa etária específica Qualquer faixa etária

Muito doce Pouco doceFácil de manusear Difícil de manusear

Não fere Pode ferirDifícil de abrir Fácil de abrir

Desagradável de consumir Agradável de consumirSubstitui refrigerante Não substitui refrigerante

Prática Não práticaProduto sem qualidade Produto de qualidade

Ruim para a saúde Boa para a saúde

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida pronta para beber à base de suco dediversas frutas, em copo plástico, para cada uma das seguintes dimensões(comece pela que estiver assinalada com , vá até o final e retorne ao topo dalista):

Natural ArtificialDifícil de abrir Fácil de abrir

Fácil de descartar Difícil de descartarMuito doce Pouco doce

Incômoda de beber Cômoda de beberInviolável Violável

Fácil de transportar Difícil de transportarSubstitui refrigerante Não substitui refrigerante

Substitui água mineral Não substitui água mineralQualquer ocasião Ocasião específica

Desagradável de consumir Agradável de consumirContém conservantes Não contém conservantes

Prática Não práticaCalórica Não calórica

Faixa etária específica Qualquer faixa etáriaNão atraente Atraente

Acompanha refeição Não acompanha refeiçãoNão fere Pode ferir

Cara BarataDifícil de encontrar Fácil de encontrar

Produto sem qualidade Produto de qualidadeConsumo individual Consumo dividido

Não saborosa SaborosaRuim para a saúde Boa para a saúdeFácil de manusear Difícil de manusear

Fácil de segurar Difícil de segurarNão nutritiva Nutritiva

Estranha FamiliarQuantidade adequada Quantidade inadequadaEmbalagem higiênica Embalagem não higiênica

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Por favor, usando a escala abaixo, marque um X na posição que melhor representa suapercepção em relação a uma bebida pronta para beber à base de suco de diversasfrutas, em garrafa de vidro com tampa rosqueável, para cada uma das seguintesdimensões (comece pela que estiver assinalada com , vá até o final e retorne aotopo da lista):

Muito doce Pouco doceEmbalagem higiênica Embalagem não higiênica

Quantidade adequada Quantidade inadequadaDifícil de encontrar Fácil de encontrarFácil de manusear Difícil de manusear

Produto sem qualidade Produto de qualidadeCalórica Não calórica

Acompanha refeição Não acompanha refeiçãoSubstitui água mineral Não substitui água mineral

Não atraente AtraenteContém conservantes Não contém conservantes

Difícil de abrir Fácil de abrirNão saborosa Saborosa

Faixa etária específica Qualquer faixa etáriaQualquer ocasião Ocasião específica

Substitui refrigerante Não substitui refrigeranteFácil de transportar Difícil de transportar

Inviolável ViolávelFácil de descartar Difícil de descartar

Prática Não práticaCara Barata

Fácil de segurar Difícil de segurarConsumo individual Consumo dividido

Não nutritiva NutritivaNão fere Pode ferir

Incômoda de beber Cômoda de beberRuim para a saúde Boa para a saúde

Desagradável de consumir Agradável de consumirEstranha Familiar

Natural Artificial

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Anexo 5

Atribuição de pontos para a tabulação de resultados

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Atribuição de pontos para a tabulação de resultados

Não saborosa -2 -1 0 +1 +2 SaborosaNão atraente -2 -1 0 +1 +2 Atraente

Fácil de transportar +2 +1 0 -1 -2 Difícil de transportarFaixa etária específica -2 -1 0 +1 +2 Qualquer faixa etáriaEmbalagem higiênica +2 +1 0 -1 -2 Embalagem não higiênica

Fácil de manusear +2 +1 0 -1 -2 Difícil de manusearAcompanha refeição +2 +1 0 -1 -2 Não acompanha refeição

Desagradável de consumir -2 -1 0 +1 +2 Agradável de consumirSubstitui água mineral +2 +1 0 -1 -2 Não substitui água mineral

Produto sem qualidade -2 -1 0 +1 +2 Produto de qualidadeDifícil de encontrar -2 -1 0 +1 +2 Fácil de encontrarRuim para a saúde -2 -1 0 +1 +2 Boa para a saúde

Qualquer ocasião +2 +1 0 -1 -2 Ocasião específicaPrática +2 +1 0 -1 -2 Não prática

Estranha -2 -1 0 +1 +2 FamiliarFácil de segurar +2 +1 0 -1 -2 Difícil de segurar

Consumo individual +2 +1 0 -1 -2 Consumo divididoContém conservantes -2 -1 0 +1 +2 Não contém conservantes

Cara -2 -1 0 +1 +2 BarataNão fere +2 +1 0 -1 -2 Pode ferir

Muito doce +2 +1 0 -1 -2 Pouco doceQuantidade adequada +2 +1 0 -1 -2 Quantidade inadequada

Calórica -2 -1 0 +1 +2 Não calóricaInviolável +2 +1 0 -1 -2 Violável

Difícil de abrir -2 -1 0 +1 +2 Fácil de abrirSubstitui refrigerante +2 +1 0 -1 -2 Não substitui refrigerante

Não nutritiva -2 -1 0 +1 +2 NutritivaNatural +2 +1 0 -1 -2 Artificial

Fácil de descartar +2 +1 0 -1 -2 Difícil de descartarIncômoda de beber -2 -1 0 +1 +2 Cômoda de beber