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O IMPARCIAL SEXTA-FEIRA, 13 de abril de 2012 / opinião/ 3a A cura da aids é uma constante busca e foco de inten- sos estudos e pesquisas em todo o mundo. Apesar de não ter sido encontrado um antídoto para a patologia, hoje os soropositivos podem viver bem mediante ao tra- tamento contínuo por meio dos coquetéis de remédios. Mesmo assim, os números que apontam a região de Pre- sidente Prudente com 1.139 pessoas portadoras da do- ença – conforme pesquisa publicada em matéria deste diário – causam tristeza. Nos dias em que uso de preservativos é amplamente divulgado (além da distribuição gratuita nas unidades de saúde), os métodos de prevenção contra o vírus HIV são ensinados na televisão, nas escolas e tantos outros meios, a notícia de 20 novos casos de aids só no primei- ro trimestre deste ano na região nos faz questionar sobre quais seriam os motivos de os índices de transmissão continuarem altos. E ainda que representam diminuição em comparação a décadas anteriores, a população pre- cisa se mobilizar e não deve se conformar com o fato de a aids fazer novas vítimas. Diante disso, acredita-se que a maior responsabilidade da transmissão do vírus é pessoal, é daquele que não tem feito sua parte nas ações preventivas. Enquanto as escolas promovem educação sexual, os projetos sociais dão orien- tações aos jovens e adolescentes, e as unidades de saúde distribuem preservativos, na contramão há os que acredi- tam ser imunes a aids e ignoram toda e qualquer orienta- ção, sem avaliar as conseqüências que a contaminação traz. Têm relações sexuais sem proteção, compartilham serin- gas e se expõem aos riscos eminentes. Desta vez não dá para culpar o governo. Cada um é responsável pela sua condição e está na hora de as pessoas se conscientizarem da gravidade do problema e suas implicações. A começar em casa, o diálogo deve ser aberto e claro entre cônjuges e filhos. A mesma conversa deverá ser reforçada por meio do ensino escolar, enfatizada nas comunidades religiosas e projetos sociais– expondo as causas, efeitos e consequências da aids –, e concretizada com as campanhas dos meios de saúde. Neste trabalho conjunto, espera-se que haja uma mudança coletiva de mente e até que não seja encontra- da a solução definitiva, ou seja, a cura, as estatísticas com os índices de contaminação, os números de vítimas da aids e óbitos em decorrência de doenças oportunis- tas exponha uma realidade decrescente de casos contabilizados. Sociedade é responsável pelos índices de transmissão da aids EDITORIAL MEC estabelece limite de renda familiar para financiamento de estudos O Ministério da Educação (MEC) estabeleceu um limite de ren- da familiar para os interessados em financiar seus estudos por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O rendi- mento familiar máximo bruto não poderá ser superior a dez salários mínimos, segundo as regras publicadas ontem no Diá- rio Oficial da União. As informações são da Agência Brasil. Critérios Até então não havia critério de renda para que o estudante pudesse contratar o financiamento. Nos casos em que o fi- nanciamento custear 75% da mensalidade do curso, a renda familiar mensal do aluno poderá ser de até quinze salários mínimos. Quando o financiamento for de 50% da mensalida- de, o limite do rendimento mensal será de até 20 salários mínimos. Fies O programa financia a mensalidade de estudantes em insti- tuições particulares de ensino superior. O aluno só começa a pagar a dívida depois da formatura. O financiamento pode ser solicitado em qualquer etapa do curso por meio do portal do Fies. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal são os agentes financeiros do programa. Direito O financiamento estudantil pode ser solicitado em qualquer etapa do curso e em qualquer mês. Desde que as inscrições foram abertas em 31 de janeiro deste ano, 42.734 contratos foram firmados e cerca de 25 mil estão em fase de preenchi- mento. Juros anuais de 3,4%, maior prazo de quitação, cria- ção do Fundo de Operações de Crédito Educativo fazem par- te das regras que desburocratizaram o Fies em 2010. Novo horário O Parque Aquático da Cidade da Criança Agripino Lima, em Presidente Prudente, está com novo horário de funcionamen- to. Agora, as piscinas são abertas de quinta-feira a domingo, e não mais a partir de terça-feira, como era anteriormente. Conforme a administração, de quinta-feira a sábado o par- que estará aberto das 11h às 18h, já no domingo funcionará a partir das 10h. A mudança ocorreu porque às segundas e terças-feiras é feito o trabalho de manutenção e às quartas, uma equipe de funcionários realiza a divulgação do parque e suas atrações nas cidades da região. Terceiro setor Com o objetivo de evidenciar o acolhimento do terceiro se- tor para com jovens e adolescentes em conflito com a lei (por terem cometido algum tipo de delito, crime ou ato de contra- venção penal), e de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelo município visando a reinserção deles junto à sociedade, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), por meio do Centro de Referência de Assistência Social (Creas) – Medi- das Socioeducativas, promove na terça-feira a primeira edi- ção da “Manhã de Aplausos”. O evento terá início às 9h e será realizado no anfiteatro da Secretaria Municipal de Saúde. Presentes Cerca de 70 pessoas, entre representantes de entidades par- ceiras e religiosas, de repartições públicas e da sociedade civil, foram convidadas a participar. São esperados membros do Po- der Judiciário, da SAS, do Creas e das 35 entidades parceiras. Dupla filiação O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) recebeu, até agora, 1,8 mil recursos sobre dupla filiação partidária de eleitores em todo o Estado. Segundo as sentenças de primei- ro grau, os filiados se inscreveram em outros partidos antes de se desfiliarem da agremiação à qual já pertenciam e, por isso, tiveram ambas as filiações canceladas. Conforme previ- são legal, quem se filia a outro partido deve fazer comunica- ção imediata da nova filiação ao partido e ao juiz eleitoral. Caso contrário, fica configurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas. Recursos Todos esses recursos devem ser apreciados pela Corte paulista antes do julgamento dos pedidos de registros de candidatu- ras para as próximas eleições porque, para concorrer a um cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo par- tido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições majoritárias ou proporcionais. Voto provisório O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) assinou con- vênio de cooperação com a Secretaria de Administração Peni- tenciária do Estado de São Paulo para a implantação do voto do preso provisório nos estabelecimentos penais nas eleições 2012. Anteontem houve uma reunião entre representantes dos órgãos com o objetivo de definir diretrizes para a instalação de seções eleitorais nas unidades prisionais e casas de internação, inclusi- ve com a intenção de ampliar o número de estabelecimentos onde ocorrerá a votação e o número de atingidos. Eleitores Ficou definido que essas seções eleitorais terão, no mínimo, 20 eleitores (em 2010 as seções funcionaram com um míni- mo de 50). Nas eleições 2010, pela primeira vez, o preso pro- visório votou no Estado de São Paulo. Foram habilitados ao pleito 4.451eleitores sendo 1.865 internados em estabeleci- mentos penais e 2.586 na Fundação Casa. Funcionaram como local de votação 117 estabelecimentos - 28 em unidades pe- nais e 89 na Fundação Casa. Aptos O comparecimento dos presos provisórios e menores inter- nos aptos a votar foi de 62,9% no primeiro turno e 56,63% no segundo. Parte do não comparecimento se deu em razão da mudança de unidade penal. Outros, ainda, ficaram impedi- dos de votar porque, no período entre o cadastramento e o dia da eleição, tiveram sentença condenatória transitada em julgado e, portanto, os direitos políticos suspensos. plantão plantão plantão O homem e seu ocaso. Essa é uma figura recorrente na obra de Nietzsche, como se pode ler em “Assim Falou Zaratustra”. Sentado, rodeado de velhas tábuas partidas, sob os últimos raios no poente, o velho profeta, cansado de longa peregrinação, tal como o sol, aguarda a despedida. Abençoando a si mesmo, de olhos fechados, como alguém que dorme, se bem que não dormisse, Zaratustra pensava no que poderia dizer naqueles instantes finais: “Agora eu morro e me extingo, e num relance não serei mais nada; as almas são tão mortais quanto os corpos”. Só pesando as causas que o destruíam, confortava-se com a sensação de que o mesmo fogo que o queimava haveria de lhe dar vida, eis que dele brotaria a chama do eterno retorno. A imagem do ocaso, na perspectiva de reviver a vida anterior, cai bem neste momento em que um senador da República se aproxima do poente, depois de emergir, bri- lhante, ao sol do meio-dia e despontar como às da veemên- cia política. O senador goiano Demóstenes Torres, cuja car- reira anterior no Ministério Público lhe conferiu a identi- dade de força moral, é mais um exemplo a constar na gale- ria que se expande a cada legislatura: a dos perfis solúveis, que se dissolvem quando imersos nas águas impuras da representação parlamentar. Cabe lembrar que o senador ainda não foi julgado, aguardando-se, portanto, suas explicações quanto à suspeição que recai sobre o mandato, com base nos flagran- tes de intermediação de negócios captados pela Polícia Fe- deral em telefonemas. Feita a ressalva, pode-se entender que o caso Demóstenes abre desde já um leque de hipóte- ses, sendo a primeira a de que é cada vez mais movediço o terreno dos caminhantes políticos. Torna-se patente que nos últimos anos os organismos de controle da sociedade, a partir do Ministério Público,começaram a focar uma lupa apurada para enxergar desvios e ilícitos cometidos por re- presentantes e governantes. Cerca de 150 parlamentares se submetem a processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Um passo avançado em nossa régua civilizatória. No mes- mo compasso de vigilância cívica, os próprios organismos de controle ético das casas congressuais, agora sob o olhar atento da sociedade organizada, começaram a acolher com mais vontade os casos conflituosos que lá chegam, resul- tando até em pedidos de cassação de mandato. E mais: um em cada três integrantes dos Conselhos de Ética da Câma- ra e do Senado está sob investigação no STF. Portanto, o sentimento de punição na esfera política começa a ganhar corpo no meio social. Os perfis intocáveis dos atores se esboroam na corrente que inunda os espaços da política, cujos sinais se distinguem no arrefecimento das ideologias, na pasteurização partidária, no declínio dos Parlamentos, no desvanecimento das oposições e nos no- vos circuitos da representação: associações, sindicatos, fe- derações, grupos de opinião, setores organizados. A multipolaridade da ação política fragiliza a força da repre- sentação parlamentar, tornando seus costados mais fran- queados ao discurso crítico. A perda de prestígio do políti- co tradicional é visível. A banalização de escândalos e de- núncias contribui para esfacelar a imagem do represen- tante. Demóstenes Torres, desse modo, apresenta-se como mais um elo da cadeia que puxa figurantes como o ex- presidente Fernando Collor, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o volumoso conjunto de- nunciado no processo do mensalão, em julgamento no STF. Outra abordagem que se pode extrair do affaire Demóstenes aponta para a fragilização do discurso oposi- cionista. Caindo o atirador de plantão das oposições, como era conhecido o ex-líder do DEM, o tiroteio contra o situacionismo perde intensidade. E a própria qualidade do discurso oposicionista remanescente é afetada. Pois os pa- res, alguns do situacionismo, que lhe prestaram solidarie- dade tendem a se fechar em copas. Os mais aguerridos devem guardar um prazo de quarentena até conseguirem recompor a postura de altivez. Já os democratas, mesmo ante a imperiosa vontade de se livrarem de seu convívio, caso o senador não se anteci- passe no afastamento do partido, registram em sua agen- da mais uma página borrada. Seu guerreiro-mor sucum- be. A legenda não terá ânimo para levantar de imediato a bandeira da altanaria. Em contraponto, revigora-se a base situacionista, no momento em que Dilma Rousseff alcança 77%de aprovação, segundo pesquisa CNI/Ibope. O episódio, porém, estará circunscrito à Câmara Alta, só margeando territórios estaduais e municipais onde mandatários sejam presos ao “fio do novelo cachoeirístico”. A par da extrema solubilidade que impregna a esfera da representação na atual quadra política, registre-se a suces- são de eventos com o mesmo enredo que se espraia pelos desvãos da vida institucional, a denotar a extrema dificul- dade - quiçá impossibilidade - de se cortar a cabeça do dra- gão patrimonialista, ainda muito ativo em todas as instân- cias federativas. A imbricação entre a coisa pública e o ne- gócio privado assume proporções escandalosas, apesar dos aparatos tecnológicos montados na atualidade para elimi- nar o “poder invisível”. Aliás, essa é, na constatação de Norberto Bobbio, mais uma promessa não cumprida pela democracia. Retornemos ao profeta Zaratustra, com sua reflexão de que o encadeamento das causas que o extinguiriam have- ria de propiciar-lhe o eterno retorno. O ocaso, por conse- guinte, pode-se transformar em brilho de novas auroras. Essa é mais uma faceta da política brasileira. Os mortos ressuscitam. O ex-presidente Collor que o diga. Ou, em outros termos, inexistem regras imutáveis na política. Tudo é passível de verificação. A propósito, Marx assinalava em seu Manifesto Comunista: “Tudo que é sólido desmancha no ar, tudo que é sagrado é profano”. Consolo para perfis embalados na solidez. Toda criança adora desenhar. Isso se deve ao fato de que o desenho é uma atividade lúdica e divertida, na qual a criança tem a liberdade de se expressar através de traços e cores. Nas escolas de educação infantil, desenhar ocupa uma boa parte da rotina da criança, assim como o brincar. Dese- nhar, além de ser uma forma de expressão, contribui para o desenvolvimento infantil, pois ajuda na organização do pensamento, coordenação entre visão e movimento da mão usada para escrever (essencial para a alfabetização), cons- trução de noção espacial e outros aspectos cognitivos. Os desenhos infantis, na maioria das vezes sem lógica para os adultos, podem demonstrar a maneira como a cri- ança entende o objeto desenhado e não apenas como ela o vê. Por isso, nem sempre o desenho é uma cópia fiel da realidade. Ao desenhar a criança também imprime suas ideias e sentimentos. O desenho infantil pode dar pistas de como o raciocínio da criança está estruturado. Por esse motivo, muitos educadores utilizam o dese- nho infantil para planejar ações didáticas. Psicólogos e psicopedagogos também usam desenhos infantis como uma de suas ferramentas para diagnóstico e intervenções terapêuticas. A leitura e interpretação do desenho infantil são feitas por esses especialistas, a partir de técnicas cientí- ficas próprias para esse fim, dentro de cada área de atua- ção profissional. Além de desenhar na escola, as crianças devem dese- nhar também em casa. Os pais podem deixar à disposição de seus filhos materiais para desenho. Para as crianças pe- quenas, de até 4 anos, o ideal é utilizar folhas maiores (uma cartolina dividida ao meio ou papel pardo), pois como a criança ainda está desenvolvendo sua coordenação motora, ela terá mais espaço para executar movimentos amplos com o lápis. Uma folha pequena dificulta isso e também é ga- rantia de ter a mesa “rabiscada”, pois certamente o espaço limitado não será suficiente para o desenho. Deve ser usado também giz de cera grosso, pois é mais resistente e adapta-se melhor às pequenas mãos das crianças. As crianças maiores já podem utilizar folhas de tama- nho A4. Outra dica é oferecer aos pequenos outros supor- tes para desenho e papéis de diferentes texturas, tamanhos e formas. Nem todo papel precisa ser retangular. Ao dese- nharem círculos e triângulos, por exemplo, acriança vai desenvolvendo também a noção de formas geométricas. Além de giz de cera, podem ser usados lápis de cor, caneta hidrocor e tintas para tintura a dedo ou pincel. É importante que a criança fique livre para escolher as cores que desejar. Vale lembrar que nem sempre as cores escolhidas corresponderão à realidade, ou seja, acriança pode determinar que o céu, ao invés de azul, será verde. O adulto não deve interferir e nem corrigir dizendo à criança que o céu é azul. Ao terminar o desenho, o adulto pode perguntar à cri- ança o que ela desenhou. Ao ouvir as explicações, certa- mente achará graça e se surpreenderá com a criatividade dos pequenos. Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação. Twitter@gaudtorquato Cristiane Ferreira é psicopedagoga. Site www.cristianeferreira.com Tudo que é sólido desmancha no ar GAUDÊNCIO TORQUATO O papel do desenho no desenvolvimento infantil CRISTIANE FERREIRA

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Entrevista sobre psicopedagogia

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O IMPARCIAL SEXTA-FEIRA, 13 de abril de 2012 / opinião/ 3a

A cura da aids é uma constante busca e foco de inten-sos estudos e pesquisas em todo o mundo. Apesar denão ter sido encontrado um antídoto para a patologia,hoje os soropositivos podem viver bem mediante ao tra-tamento contínuo por meio dos coquetéis de remédios.Mesmo assim, os números que apontam a região de Pre-sidente Prudente com 1.139 pessoas portadoras da do-ença – conforme pesquisa publicada em matéria destediário – causam tristeza.

Nos dias em que uso de preservativos é amplamentedivulgado (além da distribuição gratuita nas unidadesde saúde), os métodos de prevenção contra o vírus HIVsão ensinados na televisão, nas escolas e tantos outrosmeios, a notícia de 20 novos casos de aids só no primei-ro trimestre deste ano na região nos faz questionar sobrequais seriam os motivos de os índices de transmissãocontinuarem altos. E ainda que representam diminuiçãoem comparação a décadas anteriores, a população pre-cisa se mobilizar e não deve se conformar com o fato dea aids fazer novas vítimas.

Diante disso, acredita-se que a maior responsabilidadeda transmissão do vírus é pessoal, é daquele que não temfeito sua parte nas ações preventivas. Enquanto as escolas

promovem educação sexual, os projetos sociais dão orien-tações aos jovens e adolescentes, e as unidades de saúdedistribuem preservativos, na contramão há os que acredi-tam ser imunes a aids e ignoram toda e qualquer orienta-ção, sem avaliar as conseqüências que a contaminação traz.Têm relações sexuais sem proteção, compartilham serin-gas e se expõem aos riscos eminentes. Desta vez não dápara culpar o governo. Cada um é responsável pela suacondição e está na hora de as pessoas se conscientizaremda gravidade do problema e suas implicações.

A começar em casa, o diálogo deve ser aberto e claroentre cônjuges e filhos. A mesma conversa deverá serreforçada por meio do ensino escolar, enfatizada nascomunidades religiosas e projetos sociais– expondo ascausas, efeitos e consequências da aids –, e concretizadacom as campanhas dos meios de saúde.

Neste trabalho conjunto, espera-se que haja umamudança coletiva de mente e até que não seja encontra-da a solução definitiva, ou seja, a cura, as estatísticascom os índices de contaminação, os números de vítimasda aids e óbitos em decorrência de doenças oportunis-tas exponha uma realidade decrescente de casoscontabilizados.

Sociedade é responsável pelosíndices de transmissão da aids

EDITORIAL

MEC estabelece limitede renda familiar para

financiamento de estudosO Ministério da Educação (MEC) estabeleceu um limite de ren-da familiar para os interessados em financiar seus estudos pormeio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O rendi-mento familiar máximo bruto não poderá ser superior a dezsalários mínimos, segundo as regras publicadas ontem no Diá-rio Oficial da União. As informações são da Agência Brasil.

CritériosAté então não havia critério de renda para que o estudantepudesse contratar o financiamento. Nos casos em que o fi-nanciamento custear 75% da mensalidade do curso, a rendafamiliar mensal do aluno poderá ser de até quinze saláriosmínimos. Quando o financiamento for de 50% da mensalida-de, o limite do rendimento mensal será de até 20 saláriosmínimos.

FiesO programa financia a mensalidade de estudantes em insti-tuições particulares de ensino superior. O aluno só começa apagar a dívida depois da formatura. O financiamento podeser solicitado em qualquer etapa do curso por meio do portaldo Fies. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal são osagentes financeiros do programa.

DireitoO financiamento estudantil pode ser solicitado em qualqueretapa do curso e em qualquer mês. Desde que as inscriçõesforam abertas em 31 de janeiro deste ano, 42.734 contratosforam firmados e cerca de 25 mil estão em fase de preenchi-mento. Juros anuais de 3,4%, maior prazo de quitação, cria-ção do Fundo de Operações de Crédito Educativo fazem par-te das regras que desburocratizaram o Fies em 2010.

Novo horárioO Parque Aquático da Cidade da Criança Agripino Lima, emPresidente Prudente, está com novo horário de funcionamen-to. Agora, as piscinas são abertas de quinta-feira a domingo,e não mais a partir de terça-feira, como era anteriormente.Conforme a administração, de quinta-feira a sábado o par-que estará aberto das 11h às 18h, já no domingo funcionaráa partir das 10h. A mudança ocorreu porque às segundas eterças-feiras é feito o trabalho de manutenção e às quartas,uma equipe de funcionários realiza a divulgação do parque esuas atrações nas cidades da região.

Terceiro setorCom o objetivo de evidenciar o acolhimento do terceiro se-tor para com jovens e adolescentes em conflito com a lei (porterem cometido algum tipo de delito, crime ou ato de contra-venção penal), e de dar visibilidade ao trabalho desenvolvidopelo município visando a reinserção deles junto à sociedade,a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), por meiodo Centro de Referência de Assistência Social (Creas) – Medi-das Socioeducativas, promove na terça-feira a primeira edi-ção da “Manhã de Aplausos”. O evento terá início às 9h e serárealizado no anfiteatro da Secretaria Municipal de Saúde.

PresentesCerca de 70 pessoas, entre representantes de entidades par-ceiras e religiosas, de repartições públicas e da sociedade civil,foram convidadas a participar. São esperados membros do Po-der Judiciário, da SAS, do Creas e das 35 entidades parceiras.

Dupla filiaçãoO Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) recebeu,até agora, 1,8 mil recursos sobre dupla filiação partidária deeleitores em todo o Estado. Segundo as sentenças de primei-ro grau, os filiados se inscreveram em outros partidos antesde se desfiliarem da agremiação à qual já pertenciam e, porisso, tiveram ambas as filiações canceladas. Conforme previ-são legal, quem se filia a outro partido deve fazer comunica-ção imediata da nova filiação ao partido e ao juiz eleitoral.Caso contrário, fica configurada dupla filiação, sendo ambasconsideradas nulas.

RecursosTodos esses recursos devem ser apreciados pela Corte paulistaantes do julgamento dos pedidos de registros de candidatu-ras para as próximas eleições porque, para concorrer a umcargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo par-tido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleiçõesmajoritárias ou proporcionais.

Voto provisórioO Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) assinou con-vênio de cooperação com a Secretaria de Administração Peni-tenciária do Estado de São Paulo para a implantação do voto dopreso provisório nos estabelecimentos penais nas eleições 2012.Anteontem houve uma reunião entre representantes dos órgãoscom o objetivo de definir diretrizes para a instalação de seçõeseleitorais nas unidades prisionais e casas de internação, inclusi-ve com a intenção de ampliar o número de estabelecimentosonde ocorrerá a votação e o número de atingidos.

EleitoresFicou definido que essas seções eleitorais terão, no mínimo,20 eleitores (em 2010 as seções funcionaram com um míni-mo de 50). Nas eleições 2010, pela primeira vez, o preso pro-visório votou no Estado de São Paulo. Foram habilitados aopleito 4.451eleitores sendo 1.865 internados em estabeleci-mentos penais e 2.586 na Fundação Casa. Funcionaram comolocal de votação 117 estabelecimentos - 28 em unidades pe-nais e 89 na Fundação Casa.

AptosO comparecimento dos presos provisórios e menores inter-nos aptos a votar foi de 62,9% no primeiro turno e 56,63% nosegundo. Parte do não comparecimento se deu em razão damudança de unidade penal. Outros, ainda, ficaram impedi-dos de votar porque, no período entre o cadastramento e odia da eleição, tiveram sentença condenatória transitada emjulgado e, portanto, os direitos políticos suspensos.

plantãoplantãoplantão

O homem e seu ocaso. Essa é uma figura recorrente naobra de Nietzsche, como se pode ler em “Assim FalouZaratustra”. Sentado, rodeado de velhas tábuas partidas,sob os últimos raios no poente, o velho profeta, cansado delonga peregrinação, tal como o sol, aguarda a despedida.Abençoando a si mesmo, de olhos fechados, como alguémque dorme, se bem que não dormisse, Zaratustra pensavano que poderia dizer naqueles instantes finais: “Agora eumorro e me extingo, e num relance não serei mais nada; asalmas são tão mortais quanto os corpos”. Só pesando ascausas que o destruíam, confortava-se com a sensação deque o mesmo fogo que o queimava haveria de lhe dar vida,eis que dele brotaria a chama do eterno retorno.

A imagem do ocaso, na perspectiva de reviver a vidaanterior, cai bem neste momento em que um senador daRepública se aproxima do poente, depois de emergir, bri-lhante, ao sol do meio-dia e despontar como às da veemên-cia política. O senador goiano Demóstenes Torres, cuja car-reira anterior no Ministério Público lhe conferiu a identi-dade de força moral, é mais um exemplo a constar na gale-ria que se expande a cada legislatura: a dos perfis solúveis,que se dissolvem quando imersos nas águas impuras darepresentação parlamentar.

Cabe lembrar que o senador ainda não foi julgado,aguardando-se, portanto, suas explicações quanto àsuspeição que recai sobre o mandato, com base nos flagran-tes de intermediação de negócios captados pela Polícia Fe-deral em telefonemas. Feita a ressalva, pode-se entenderque o caso Demóstenes abre desde já um leque de hipóte-ses, sendo a primeira a de que é cada vez mais movediço oterreno dos caminhantes políticos. Torna-se patente que nosúltimos anos os organismos de controle da sociedade, apartir do Ministério Público,começaram a focar uma lupaapurada para enxergar desvios e ilícitos cometidos por re-presentantes e governantes. Cerca de 150 parlamentares sesubmetem a processos no Supremo Tribunal Federal (STF).Um passo avançado em nossa régua civilizatória. No mes-mo compasso de vigilância cívica, os próprios organismosde controle ético das casas congressuais, agora sob o olharatento da sociedade organizada, começaram a acolher commais vontade os casos conflituosos que lá chegam, resul-tando até em pedidos de cassação de mandato. E mais: umem cada três integrantes dos Conselhos de Ética da Câma-ra e do Senado está sob investigação no STF.

Portanto, o sentimento de punição na esfera políticacomeça a ganhar corpo no meio social. Os perfis intocáveisdos atores se esboroam na corrente que inunda os espaçosda política, cujos sinais se distinguem no arrefecimento dasideologias, na pasteurização partidária, no declínio dosParlamentos, no desvanecimento das oposições e nos no-vos circuitos da representação: associações, sindicatos, fe-derações, grupos de opinião, setores organizados. Amultipolaridade da ação política fragiliza a força da repre-

sentação parlamentar, tornando seus costados mais fran-queados ao discurso crítico. A perda de prestígio do políti-co tradicional é visível. A banalização de escândalos e de-núncias contribui para esfacelar a imagem do represen-tante. Demóstenes Torres, desse modo, apresenta-se comomais um elo da cadeia que puxa figurantes como o ex-presidente Fernando Collor, o ex-governador do DistritoFederal José Roberto Arruda e o volumoso conjunto de-nunciado no processo do mensalão, em julgamento no STF.

Outra abordagem que se pode extrair do affaireDemóstenes aponta para a fragilização do discurso oposi-cionista. Caindo o atirador de plantão das oposições, comoera conhecido o ex-líder do DEM, o tiroteio contra osituacionismo perde intensidade. E a própria qualidade dodiscurso oposicionista remanescente é afetada. Pois os pa-res, alguns do situacionismo, que lhe prestaram solidarie-dade tendem a se fechar em copas. Os mais aguerridosdevem guardar um prazo de quarentena até conseguiremrecompor a postura de altivez.

Já os democratas, mesmo ante a imperiosa vontade dese livrarem de seu convívio, caso o senador não se anteci-passe no afastamento do partido, registram em sua agen-da mais uma página borrada. Seu guerreiro-mor sucum-be. A legenda não terá ânimo para levantar de imediato abandeira da altanaria. Em contraponto, revigora-se a basesituacionista, no momento em que Dilma Rousseff alcança77%de aprovação, segundo pesquisa CNI/Ibope.

O episódio, porém, estará circunscrito à Câmara Alta,só margeando territórios estaduais e municipais ondemandatários sejam presos ao “fio do novelo cachoeirístico”.A par da extrema solubilidade que impregna a esfera darepresentação na atual quadra política, registre-se a suces-são de eventos com o mesmo enredo que se espraia pelosdesvãos da vida institucional, a denotar a extrema dificul-dade - quiçá impossibilidade - de se cortar a cabeça do dra-gão patrimonialista, ainda muito ativo em todas as instân-cias federativas. A imbricação entre a coisa pública e o ne-gócio privado assume proporções escandalosas, apesar dosaparatos tecnológicos montados na atualidade para elimi-nar o “poder invisível”. Aliás, essa é, na constatação deNorberto Bobbio, mais uma promessa não cumprida pelademocracia.

Retornemos ao profeta Zaratustra, com sua reflexão deque o encadeamento das causas que o extinguiriam have-ria de propiciar-lhe o eterno retorno. O ocaso, por conse-guinte, pode-se transformar em brilho de novas auroras.Essa é mais uma faceta da política brasileira. Os mortosressuscitam. O ex-presidente Collor que o diga. Ou, emoutros termos, inexistem regras imutáveis na política. Tudoé passível de verificação. A propósito, Marx assinalava emseu Manifesto Comunista: “Tudo que é sólido desmanchano ar, tudo que é sagrado é profano”. Consolo para perfisembalados na solidez.

Toda criança adora desenhar. Isso se deve ao fato deque o desenho é uma atividade lúdica e divertida, na quala criança tem a liberdade de se expressar através de traçose cores.

Nas escolas de educação infantil, desenhar ocupa umaboa parte da rotina da criança, assim como o brincar. Dese-nhar, além de ser uma forma de expressão, contribui parao desenvolvimento infantil, pois ajuda na organização dopensamento, coordenação entre visão e movimento da mãousada para escrever (essencial para a alfabetização), cons-trução de noção espacial e outros aspectos cognitivos.

Os desenhos infantis, na maioria das vezes sem lógicapara os adultos, podem demonstrar a maneira como a cri-ança entende o objeto desenhado e não apenas como ela ovê. Por isso, nem sempre o desenho é uma cópia fiel darealidade. Ao desenhar a criança também imprime suasideias e sentimentos. O desenho infantil pode dar pistas decomo o raciocínio da criança está estruturado.

Por esse motivo, muitos educadores utilizam o dese-nho infantil para planejar ações didáticas. Psicólogos epsicopedagogos também usam desenhos infantis comouma de suas ferramentas para diagnóstico e intervençõesterapêuticas. A leitura e interpretação do desenho infantilsão feitas por esses especialistas, a partir de técnicas cientí-ficas próprias para esse fim, dentro de cada área de atua-ção profissional.

Além de desenhar na escola, as crianças devem dese-nhar também em casa. Os pais podem deixar à disposição

de seus filhos materiais para desenho. Para as crianças pe-quenas, de até 4 anos, o ideal é utilizar folhas maiores (umacartolina dividida ao meio ou papel pardo), pois como acriança ainda está desenvolvendo sua coordenação motora,ela terá mais espaço para executar movimentos amplos como lápis. Uma folha pequena dificulta isso e também é ga-rantia de ter a mesa “rabiscada”, pois certamente o espaçolimitado não será suficiente para o desenho.

Deve ser usado também giz de cera grosso, pois é maisresistente e adapta-se melhor às pequenas mãos das crianças.

As crianças maiores já podem utilizar folhas de tama-nho A4. Outra dica é oferecer aos pequenos outros supor-tes para desenho e papéis de diferentes texturas, tamanhose formas. Nem todo papel precisa ser retangular. Ao dese-nharem círculos e triângulos, por exemplo, acriança vaidesenvolvendo também a noção de formas geométricas.Além de giz de cera, podem ser usados lápis de cor, canetahidrocor e tintas para tintura a dedo ou pincel.

É importante que a criança fique livre para escolher ascores que desejar. Vale lembrar que nem sempre as coresescolhidas corresponderão à realidade, ou seja, acriançapode determinar que o céu, ao invés de azul, será verde. Oadulto não deve interferir e nem corrigir dizendo à criançaque o céu é azul.

Ao terminar o desenho, o adulto pode perguntar à cri-ança o que ela desenhou. Ao ouvir as explicações, certa-mente achará graça e se surpreenderá com a criatividadedos pequenos.

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação. Twitter@gaudtorquato

Cristiane Ferreira é psicopedagoga. Site www.cristianeferreira.com

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O papel do desenho nodesenvolvimento infantilCRISTIANE

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