O Livro das Runas.pdf

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  • O

    LIVRO DE RUNAS

    Um Manual para o Uso de um Orculo

    Antigo: As Runas Vikings

    Comentrios RALPH BLUM

    Traduo Lusa Ibanez

    I5BX 85-286-0106-4

    Este livro afetuosamente dedicado

    a

    Margaret Mead

    Emprestar coragem virtude e ardor verdade...

    Dr. Samuel Johnson.

  • SUMARIO

    Agradecimentos

    Prefcio

    Introduo

    O Orculo do Eu

    O Ressurgimento das Runas

    Consulta ao Orculo

    Consulta s Runas

    Questes Apropriadas

    Primordialidade Rnica

    Leituras em P e Invertidas

    Consulta a Dois Orculos

    Faa suas Prprias Runas

    O Emprstimo de suas Runas

    Runemal: A Arte de Lanar as Runas

    A Runa de Odin

    Lanamento de Runas por Trs

    Lanamento de Runas por Cinco

    A Cruz Rnica

    Lanamento das Trs Vidas

    O Jogo das Runas

    O Ciclo de Iniciao

    Mantenha um Dirio Rnico

    A Arte das Runas: Trs Novos Mtodos

    de Lanamento

  • Runas da gua

    Runas da Retificao

    Runas do Conforto Para os Que Partiram

    Perfil de um Destino

    Interpretao das Runas

    O Teatro do Eu

    Posfcio: Magia no Tempo Presente

    Guia de Pronncia

    The RuneWorks

    As Runas Vikings Significados Tradicionais

    Futhark (Ordem Tradicional)

    As Runas Vikings (Quadro Geral)

    AGRADECIMENTOS

    Tenho uma dvida de gratido com o Dr. Allan W. Anderson, do

    Departamento de Estudos Religiosos da Universidade Estadual de San Diego,

    uma vez que foi ele quem me apresentou ao estudo dos Orculos. Dr. Anderson

    lecionava um curso nico, intitulado "A Tradio Oracular", no qual apresentava

    o I Ching como "o nico texto sagrado e sistemtico que possumos". Sua

    erudio, apresentao de conceitos embrionrios e influncia criativa

    estimularam-me a persistir em meu estudo da "mais pura de todas as artes a

    arte da mudana pessoal".

    Sou especialmente grato a Murray Hope, que, em uma chuvosa tarde de

    quarta-feira, em Redhill, Surrey, Inglaterra, apresentou-me s Runas como um

    orculo contemporneo.

    Minhas primeiras tentativas para escrever este manual sobre o uso das

    Runas como orculo pessoal incluram setenta e trs pginas adicionais de

  • histria, filologia e arqueologia. Pelo apoio e encorajamento na reduo do texto

    para esta forma mais concisa e manusevel, fico muito grato a Bronwyn Jones,

    meu amigo e editor.

    Finalmente, meus sinceros agradecimentos a Tom Dunne, meu editor na

    St. Martin's Press, que se mostrou ilimitadamente generoso quando me

    estimulou a apresentar novos insights e tcnicas dentro do texto original.

  • "A FALA DO MAIS ALTO"

    Vi-me suspenso naquela rvore batida pelo vento,

    Ali pendurado por nove longas noites,

    Por minha prpria lmina ferido,

    Sangrando para Odin,

    Eu, uma oferenda a mim mesmo:

    Atado rvore

    Que homem nenhum conhece

    Para onde vo suas razes.

    Ningum me deu de comer,

    Ningum me deu de beber.

    Perscrutei as mais terrveis profundezas

    At vislumbrar as runas.

    Com grito estentreo as ergui,

    E ento, tonto e desfalecido, ca.

    Bem-estar eu conquistei

    E tambm sabedoria.

    Cresci, alegrando-me de meu crescimento:

    De uma a outra palavra,

    Fui levado a uma palavra,

    De um fato a outro fato.

    Do Escandinavo Antigo A Edda Potica (cerca de 1200 d. C.)

  • PREFCIO

    Conforme descritas aqui, as Runas so benficas e tolerantes; elas nunca

    o prejudicaro. Aprenda sua linguagem e deixe que elas lhe falem. Entreveja a

    possibilidade de que podem proporcionar "um espelho para a magia de nossos

    Eus Conscientes", um meio de comunicao com as mentes consciente ou

    subconsciente que possumos.

    Lembre-se de que est consultando um Orculo, e no prevendo sua

    sorte. Um orculo no fornece instrues sobre o que devemos fazer e

    tampouco prediz eventos futuros. Ele enfoca nossa ateno sobre os medos e

    motivaes ocultas que viro a modelar nosso futuro, atravs de sua presena

    impalpvel em cada momento que vivemos. Uma vez percebidos e

    reconhecidos, tais elementos so transferidos para o domnio da opo. Os

    Orculos no nos absolvem da responsabilidade na seleo de nosso futuro, mas

    orientam nossa ateno para opes interiores que podem tornar-se os

    elementos mais importantes na determinao desse futuro.

    Como possvel uma seleo ao acaso de pedras marcadas nos dizer

    algo a nosso respeito? Talvez estas interpretaes rnicas sejam simplesmente

    to evocativas que cada uma contenha algum ponto que possa ser aceito como

    relevante para alguma parte do que est acontecendo nos limites da conscincia,

    em qualquer dia, qualquer momento, a qualquer pessoa. De um ponto de vista

    estritamente cientfico, esta a possibilidade de mais fcil aceitao. No

    obstante, minha prpria utilizao destas Runas tem apresentado coincidncia

    aps coincidncia, bem como uma aparentemente consistente "adequao" em

    cada leitura de Runa, sendo difcil explicar como isto acontece atravs do

    mecanismo que acabei de descrever.

    Existiro outros fatores distorcendo o acaso j esperado na seleo das

    Runas, de maneira a fornecer uma linguagem com que o subconsciente se torne

    conhecido, bem como suas expectativas? Pessoalmente, mantenho minha mente

  • aberta, lembrando a mim mesmo que as observaes no podem ser

    minimizadas, simplesmente porque seus mecanismos subjacentes ainda no

    foram satisfatoriamente explicados.

    Assim sendo, v em frente. Experimente as Runas. Veja se este Orculo

    pode espelhar seu processo subconsciente, mas no se esquea de que talvez

    precise praticar bastante para chegar ao desenvolvimento desse elo. As

    interpretaes rnicas aqui oferecidas so oriundas das meditaes de uma

    mente benigna e saudvel. Elas lhe falaro de mudana e amadurecimento. A

    nica negatividade que encontrar aqui diz respeito ao bloqueio do crescimento,

    enquanto que todos os aspectos positivos so transcendentes, transformadores e

    conduzindo a aprofundamentos. O que o seu subconsciente ir encontrar no

    uma fera indomada, necessitando de treinamento obedincia. o buscador-da-

    verdade interno que precisa ser ajudado, para poder salvar-nos de ns mesmos.

    Dr. Martin D. Rayner

    Professor de Fisiologia

    Escola de Medicina da Universidade do Hava

    INTRODUO

    Poucas pessoas atualmente j ouviram a palavra "Runas". Alis, algumas

    delas encontram-se entre as pessoas de origem escandinava e os leitores de

    Tolkien. Como antigo alfabeto escrito, cada letra possuindo um nome

    significativo, bem como seu respectivo som, as Runas foram empregadas na

    poesia, em inscries e na arte divinatria, embora jamais tendo evolvido para

    uma linguagem falada. O quase nada que se tem escrito sobre as Runas

    apresenta-as como um Orculo contemporneo.

    Tanto a ordenao alfabtica como a interpretao das letras, segundo o

    encontrado em O Livro de Runas, so anticonvencionais. A interpretao das

  • Runas como predio ficou perdida para ns. Embora o legomonismo a

    transmisso de um conhecimento sagrado atravs da iniciao fosse praticado

    pelos Mestres Rnicos da antigidade, seus segredos no foram registrados ou,

    se o foram, no sobreviveram. Nos tempos antigos, as Runas e seus smbolos

    foram empregados pelos guerreiros inclinados conquista. E minha esperana

    que as Runas, em seu uso contemporneo, serviro para o Guerreiro Espiritual,

    aquele cuja busca oferecer batalha ao eu, aquele cujo objetivo a mudana

    pessoal. Em seu Captulo 6, versculo 5, o Bhagavad Gita diz, sucintamente:

    Erga o eu atravs do Eu E no deixe o eu esmorecer,

    Porque o Eu o nico amigo do eu E o eu o nico adversrio do

    Eu. 1

    O Livro de Runas foi escrito como um manual para o Guerreiro Espiritual.

    Liberado de ansiedades, radicalmente sozinho e sem ligaes com

    conseqncias, o Guerreiro Espiritual demonstra confiana absoluta na batalha

    pela percepo, permanentemente cnscio de que o importante possuir um

    verdadeiro presente. Muito tempo tem de passar para o crescimento em sabedoria,

    no se falando no que gasto no aprendizado para pensar bem. Trilhar o

    Caminho do Guerreiro no para qualquer um, embora ele esteja aberto a todos

    que queiram enfrentar seus desafios. Lanar-se a esta senda cultivar o Eu

    Testificante, o Vigia Interior, aquele que, proveitosamente, pode dialogar com as

    Runas.

    Antes de comear a escrever, consultei as Runas sobre o oportunismo de

    empreender esta tarefa. As trs Runas lanadas foram Inguz , a Runa da

    Fertilidade e Novos Comeos; Nauthiz, a Runa da Coao, Necessidade e

    Sofrimento; e Dagaz , a Runa do Aprofundamento e Transformao. O Livro de

    Runas foi concebido em uma frtil noite insone. A Coao requerida durante as

    longas horas passadas editando e remanejando a primeira metade do livro

    certamente no foi isenta de sofrimento. No obstante, no decorrer do processo,

  • permaneci atento ao dito francs: "O sofrimento a habilidade penetrando no

    aprendiz". Trabalhar com as Runas tem sido uma fonte de transformao em

    minha prpria vida e na vida de muitos outros, ao serem apresentados a elas.

    No transcorrer de O Livro de Runas, o termo eu usado para representar o

    pequeno eu ou ego-eu, enquanto que Eu significar o Eu Superior, o Deus

    Interno.

    Durante todo o tempo, desde o comeo deste livro, sempre houve sinais

    e augrios positivos. O sinal derradeiro surgiu quando completei o Posfcio.

    Uma vez que os Mestres Rnicos viveram na Islndia, no sculo XVII, pareceu-

    me apropriado encerrar com uma bno islandesa. A fim de checar a ortografia

    de Gud Blessi thig, o equivalente islands para "Deus o abenoe", dei um

    telefonema para o Consulado da Islndia, em Nova Iorque. A mulher que

    atendeu confirmou a ortografia. Quando me ouviu falar sobre O Livro de Runas,

    fez uma pausa por um longo momento e ento disse: Meu nome Sigrun.

    Quer dizer "Runa da Vitria".

    Durante os anos aps a publicao deste livro pela primeira vez,

    inmeras novas tcnicas sugeriram-se por si mesmas. Algumas delas esto agora

    includas nesta edio revista e ampliada de O Livro de Runas.

    O Lanamento das Runas por Cinco (pgina 56), proveitoso se precisamos

    chegar ao mago de uma questo, v-la iluminada sob perspectivas diferentes. As

    Runas da Retificao, Runas da gua e Runas do Consolo Para os Que Partiram,

    apresentadas pela primeira vez de forma um tanto diferente em Rune Play (St.

    Martin's Press, 1985), aqui ficaram agrupadas no captulo intitulado A Arte das

    Runas: Trs Novos Mtodos de Lanamento. Perfil de um Destino, "uma grade

    dentro da qual pode ser estruturada uma vida humana", abrange um captulo

    prprio. Aos inmeros leitores que escreveram, perguntando sobre a pronncia

    dos antigos nomes de Runas em alemo, foi oferecido um Guia de Pronncia

    nesta nova edio.

    medida que passa o tempo, podero ser acrescentadas outras tcnicas

    e prticas ao texto original. Porque, conforme observa O Livro de Runas, "a

  • funo determina a forma, o uso confirma o significado, e um Orculo sempre

    ressoa aos requerimentos da poca em que consultado".

    INVOCAO

    Deus em meu interior, Deus no exterior,

    Como jamais poderei duvidar?

    No h lugar aonde possa ir

    E l no ver a face de Deus, no saber

    Que sou a viso Dele e Seus ouvidos.

    Assim, atravs da colheita dos anos de

    minha vida

    Sou o Semeador e sou o Semeado,

    0 Eu desdobrado de Deus e

    Dele exclusivamente.

  • Pedra rnica, Vsterby, Uppland, Sucia, trabalho de Asmund Karasun, cerca de

    1050 d. C.

    O ORCULO DO EU

    Um Rei ele foi, em trono esculpido

    Com salas de pedra de muitos pilares

    Com teto de ouro e piso de prata,

    E runas de poder acima da porta.

    - J.R.R. Tolkien The Fellowship of the Ring

    As runas e encantaes eram uma frmula muito prtica, destinada a produzir

    resultados definidos, como retirar uma vaca de um pntano.

    T.S. Eliot The Music of Poetry

  • O propsito deste livro reapresentar um antigo Orculo, qual seja, as

    Runas. Mais antigas do que o Novo Testamento, as Runas permaneceram no

    abandono por mais de 300 anos. Semelhantes em funo ao Taro e ao Livro das

    Mutaes chins, estiveram em uso corrente pela ltima vez na Islndia, durante

    fins da Idade Mdia. Em sua poca, funcionavam como o I Ching dos vikings.

    A sabedoria dos Mestres Rnicos morreu com eles. Nada permaneceu,

    com exceo das sagas, os extensos fragmentos da tradio rnica e as prprias

    Runas. Em seu excelente livro, Runes: An Introduction, Ralph W.V. Elliot escreve

    sobre estranhos smbolos garatujados em ferramentas e armas antigas, agora

    jazendo ociosas em alguma vitrina de museu; nomes de guerreiros, encantaes

    secretas, at mesmo trechos de canes, aparecendo sobre objetos to diversos

    como pequenas moedas de prata e altas cruzes de pedra, dispersas pelos lugares

    mais imprevisveis, da Iugoslvia a Orkney e da Groenlndia Grcia.1

    incontestvel a influncia das Runas em sua poca. Elliot observa que,

    quando os grandes lderes e sbios conselheiros da Inglaterra anglo-saxnica

    reuniam-se em conclave, davam a suas deliberaes secretas o nome de "Runas",

    e que quando o Bispo Wulfila fez sua traduo da Bblia para o gtico do sculo

    XIV, na passagem "os mistrios do reino de Deus" (Marcos, 4:11), empregou a

    palavra Runas para "mistrios". Oito sculos antes, quando o historiador grego

    Herdoto viajou pelo Mar Negro, ali encontrou descendentes de tribos citas que

    se enfiavam debaixo de mantas, fumavam at ficar em uma espcie de transe

    (uma prtica ainda encontrada atualmente nas montanhas caucsicas) e ento

    lanavam gravetos ao ar, "lendo" seu significado quando caam ao cho. Embora

    esses citas fossem analfabetos, seus gravetos provavelmente seriam qualificados

    como Runas.

    1 Ralph W. H. Elliot, Runes: An Introduction (Manchester, Ing.:

    Manchester University Press, 1959), pg. 1.

  • Entre os eruditos no existe um firme acordo sobre onde e quando

    primeiro surgiu a escrita rnica na Europa Ocidental.2 Antes que o povo

    germnico possusse alguma forma de escrita, eles empregavam smbolos

    pictricos, inscritos em rochas. Especialmente comuns na Sucia, tais escrituras

    pr-histricas em rochas ou hllristningar so datadas da segunda Idade do Bronze

    (cerca de 1300 a.C), sendo provavelmente relacionadas aos cultos indo-europeus

    dedicados fertilidade e ao sol. As inscries incluem representaes de homens

    e animais, partes do corpo humano, motivos de armas, smbolos solares, a

    sustica e variaes das formas quadrada e circular:

    Elliot sugere um amlgama de duas tradies separadas, "por um lado, o

    alfabeto escrito, por outro, o contedo simblico... A prtica do sortilgio

    (adivinhao) era cultivada pelos itlicos do norte, assim como pelos povos

    germnicos, uns usando letras, os outros smbolos pretricos".3 Numerosos

    hallristningar, bem como as pedras rnicas em p, ainda podem ser vistos nas Ilhas

    Britnicas, na Alemanha e atravs da Escandinvia.

    Para ns, difcil imaginar os imensos poderes conferidos queles poucos

    que se especializaram no uso das marcaes simblicas ou glifos, destinados a

    transmitir o pensamento.

    2. Elliot escreve: "Tudo quanto ento sabemos que, em algumas tribos germnicas, alguns membros

    das mesmas tanto tiveram o tempo disponvel (um fator freqentemente ignorado) como o notvel

    senso fontico para captar o futhark (escrita alfabtica) de um modelo do norte da Itlia, que ele sabia ter

    existido nas regies alpinas, em alguma poca no perodo entre 250-150 a.C." Op, cit, pg. 11.

    3. Elliot, Ranes: An Introduction (Manchester, Ing.: Manchester University Press, 1959), pgs. 64-5.

  • Esses primeiros glifos eram denominados Runas, do gtico Runa,

    significando "uma coisa secreta, um mistrio". A letra rnica ou runastafr, tornou-

    se um repositrio para intuies, enriquecido segundo a habilidade do praticante

    de runemal a arte de lanar Runas.

    Desde o incio, as Runas assumiram uma funo ritual, servindo para que

    fossem lanados sorteios, para a adivinhao e evocao de poderes superiores,

    capazes de influenciar a vida e a sorte das pessoas. A arte do runemal tocava cada

    aspecto da vida, do mais sagrado ao mais prtico. Havia Runas e encantaes

    para influenciar o tempo, as mars, plantaes, amor e cura; Runas de fertilidade,

    de pragas e remoo de pragas, de nascimento e morte. As Runas eram

    esculpidas em amuletos, copos, lanas de batalha, sobre o lintel de moradias e

    nas proas dos barcos vikings.

    Entre os teutes e vikings, os lanadores de Runas usavam uma

    indumentria pomposa, que os tornava facilmente reconhecidos.

    Homenageados, bem acolhidos, temidos, esses xams eram figuras familiares nos

    crculos tribais. H evidncias de que um nmero razovel de praticantes rnicos

    era de mulheres. O autor annimo da Saga de Erik, o Ruivo, do sculo XIII,

    fornece uma vivida descrio de uma praticante contempornea no ofcio rnico:

    Ela usava uma capa incrustada de pedras ao longo da bainha. Em torno do pescoo e cobrindo sua cabea, tinha um capuz orlado de peles brancas. Em uma das mos carregava um basto com casto na extremidade, e, do cinto, apertando o vestido comprido, pendia uma bolsa com encantamentos.

    Aos olhos pr-cristos, a terra e todas as coisas criadas eram vivas.

    Gravetos e pedras eram utilizados na adivinhao rnica, pois, como objetos

    naturais, corporificavam poderes sagrados. Os smbolos rnicos eram inscritos

    em pedaos de madeira, gravados no metal ou riscados no couro, sendo depois

    manchados com pigmentos em que o sangue humano s vezes era misturado, a

    fim de intensificar-se a potncia da encantao. As Runas mais comuns eram

    seixos lisos e achatados, com smbolos ou glifos pintados em um lado. Os

  • praticantes da runemal sacudiam sua bolsa e lanavam as pedras no cho; as que

    caam com os glifos para cima eram ento interpretadas.

    A descrio sobrevivente mais explcita deste procedimento nos vem por

    intermdio de Tcito, o historiador romano. Escrevendo no ano 98, a respeito

    de prticas em uso entre as tribos germnicas, ele registra:

    Mais do que quaisquer outras pessoas, eles se dedicam adivinhao e lanamento de sortes. Seu mtodo para saberem a sorte simples: cortam um galho de uma rvore com frutos e o dividem em pedaos pequeninos que marcam com certos sinais distintivos (notas), em seguida espalhando-os ao acaso, sobre um pano branco. Ento, o sacerdote da comunidade, se a sorte for consultada publicamente, ou o pai da famlia, se isso for feito em privado, aps a invocao aos deuses e com os olhos erguidos para o cu, recolhem trs pedaos, um de cada vez, que vo sendo interpretados conforme os sinais previamente marcados neles.

    (Germania, Cap. X)

    Na poca de Tcito, as Runas j estavam ficando largamente conhecidas

    no continente. Eram levadas de lugar para lugar pelos mercadores, aventureiros,

    guerreiros e, eventualmente, por missionrios anglo-saxes. Para isto acontecer,

    tornou-se necessrio um alfabeto aquele que ficou conhecido como futhark,

    devido s suas primeiras seis letras ou glifos:

    f u th a r k

    Embora mais tarde os alfabetos anglo-saxes se expandissem, incluindo

    at trinta e trs letras, como aconteceu na Gr-Bretanha, o futhark germnico

    tradicional abrangia vinte e quatro Runas. Estas foram divididas em trs

    "famlias" de oito Runas o trs e o oito sendo nmeros que se acreditava

    possuidores de potncia especial. Conhecidos como aettir, os trs grupos tinham

    os nomes dos deuses escandinavos Freyr, Hagal e Tyr. Os trs aettir so:

  • Oito de Freyr:

    Oito de Hagal:

    Oito de Tyr:

    O Livro de Runas foi escrito com referncia a estas vinte e quatro Runas,

    mais uma inovao posterior, uma Runa em Branco.

    A RUNA DA HOSPITALIDADE

    Vi um estranho na tarde de ontem

    Coloquei comida no local de comer,

    Bebida no local de beber,

    Msica no local de ouvir;

    E nos nomes sagrados do Tri-uno

    Ele abenoou a mim e minha casa,

    Meu gado e meus entes queridos.

    E disse em seu canto cotovia:

    E comum, comum, comum,

    Vir o Cristo disfarado de estranho:

    E comum, comum, comum,

    Vir o Cristo disfarado de estranho.

    - do Galico

  • 2

    O RESSURGIMENTO DAS RUNAS

    oracle (orculo) do latim oraculum, anncio divino... 1. Entre os antigos gregos e

    romanos, a) o lugar onde ou meio pelo qual deidades eram consultadas; b) a revelao

    ou resposta de um mdium ou sacerdote; 2. a) qualquer pessoa ou meio acreditado

    como em comunicao com uma deidade; b) qualquer pessoa de grande conhecimento

    ou sapincia; c) opinies ou declaraes emitidas por tal orculo; 3. O santo dos santos

    do antigo Templo judeu. - Webster's New World Dictionary

    E por dentro da casa interior preparou o orculo, para pr ali a arca do

    concerto do Senhor. - I Reis, 6:19

    Quando comecei a trabalhar com as Runas, jamais havia posto os olhos

    em um texto rnico e, portanto, no percebi que me distanciava da tradicional

    seqncia de Freyr, Hagal e Tyr, usada pelos praticantes iniciais do runemal. No

    obstante, a funo determina a forma, o uso confere significado, e um Orculo

    sempre ressoa aos requisitos da poca em que consultado. Tive que depender

    das Runas para estabelecer sua prpria ordem e ser instrudo em seu significado.

    As pedras rnicas com que trabalhava tinham vindo para mim da

    Inglaterra: pequeninos retngulos acastanhados, pouco maiores do que uma

    unha de polegar, com os glifos riscados nas superfcies. A mulher que as fez

    morava em Trindles Road, em Redhill, uma cidade do Surrey. Ela no havia

  • vidrado as Runas, apenas as cozera em seu forno, como biscoitos.

    Juntamente com este conjunto de Runas vieram duas folhas xerox

    fornecendo o significado aproximado dos glifos em ingls, mais uma breve

    interpretao de cada Runa, quando "em p" ou "invertida". As vinte e quatro

    Runas originais fora acrescentada uma Runa em Branco, sem inscries,

    representada simplesmente como "o Caminho do Carma: aquilo que

    predestinado e no pode ser evitado. Assuntos ocultados pelos deuses". No

    havia instrues sobre a maneira de usar as Runas, e, assim, aps alguns dias, as

    Runas de Trindles Road foram parar em uma prateleira.

    Entretanto, fiquei com as Runas e as levei para os Estados Unidos.

    Vrios anos passaram at eu dar com elas novamente. Sozinho em minha

    fazenda do Connecticut, incapaz de dormir em uma quente noite de vero, fui a

    meu estdio e comecei a dar uma arrumao em meus livros. E l, em seu

    pequeno saco de camura, estavam as Runas.

    Ao espalhar as pedrinhas sobre minha secretria, e manuse-las, tive a

    mesma sensao agradvel de quando as pegara pela primeira vez, na Inglaterra.

    Foi ento que me ocorreu perguntar s Runas como eram usadas. Fiquei sentado

    e quieto por algum tempo, procurando concentrar-me, e disse uma prece. Abri

    meu caderno de anotaes e escrevi esta pergunta: "Em que ordem desejam ser

    arranjadas?" O relgio marcava 22:55, a data era 21 de junho, a noite do solstcio

    de vero.

    Espalhei as Runas, os lados em branco virados para cima, e comecei a

    mov-las de um lado para outro, tocando cada pedra. Ento, fui virando-as de

    uma em uma, alinhando-as em trs fileiras minha frente. Ao terminar de

    arrum-las, estudei o arranjo:

  • Recordo que minha primeira sensao foi de desalento, ao constatar que a

    Runa em Branco, a Runa do Desconhecido, no se posicionara de maneira mais

    dramtica, porm apenas simplesmente tomando seu lugar entre as restantes.

    Ento, sobreveio uma curiosa sensao: a mulher da Inglaterra me dissera que as

    Runas eram lidas da direita para a esquerda (As Runas podem ficar com a face

    voltada para um ou outro lado e ser lidas a partir da esquerda ou da direita,

    inclusive verticalmente, em certas ocasies. Algumas inscries podem at ser

    lidas boustrophedon (do grego bous, boi, e strophe, virar), significando a maneira como

    um boi cobre seu trajeto, enquanto ara). Considerada desta maneira, a seqncia

    comeava com a Runa de "O Eu", Mannaz, terminando com a Runa em Branco,

    que assinala a presena do Divino em nossas vidas.

    Enquanto estava ali imvel, fitando a Runa de "O Eu", acudiram-me as

    palavras:

    O ponto de partida o eu. Sua essncia a gua. O efetivo, agora, somente a

    clareza, o desejo de mudar...

    As Runas vikings haviam iniciado o seu ensinamento.

    Trabalhei nelas atravs da noite, tomando cada Runa na mo, ficando

    com ela, meditando nela, anotando o que me vinha mente. Quando, de vez em

    quando, o fluxo definhava, eu apelava para o I Ching, pedindo um hexagrama

    que revelasse a essncia de uma determinada Runa. O esprito de algumas dessas

    leituras est incorporado s interpretaes das Runas vikings. Quando,

    finalmente, cheguei Runa em Branco e terminei sua interpretao, o sol estava

    nascendo.

    Desde aquela noite, tenho lido extensivamente sobre as Runas e sua

    histria, as controvrsias envolvendo suas origens, as especulaes em torno de

    seu uso. Apenas uma coisa certa: as Runas permanecem de difcil

    compreenso, esquivas, alm de todos os esforos dos eruditos em cingi-las,

    porque elas so uma ddiva de Odin e, portanto, sagradas.

    Odin a divindade mxima no panteo dos deuses escandinavos. Seu

  • nome se deriva do escandinavo antigo para "vento" e "esprito", e foi atravs de

    sua paixo, de seu sacrifcio transformador do eu, que Odin nos trouxe as Runas.

    Segundo a lenda, ele ficou pendurado por nove noites na Yggdrasil, a rvore do

    Mundo, ferido pela prpria lmina, atormentado pela fome, pela sede e pela dor,

    sem auxlio e sozinho at que, antes de cair, avistou as Runas e conseguiu

    apanh-las, em um ltimo e tremendo esforo.

    Em seguida ddiva do fogo, aquela do alfabeto a luz em que vemos

    nossa natureza revelada. Em A Edda Potica, Odin, o grande Mestre Rnico, fala

    atravs dos sculos. Ouamos Odin agora:

    Sabes como talh-las, sabes como tingi-las,

    Sabes como l-las, como entend-las?

    Sabes como evoc-las, como arremess-las,

    Ou como ofert-las, o que perguntar?

    Antes no ofertar que demais ofertar,

    porque uma oferta requer uma outra,

    Antes no matar que demasiado matar

    Assim falou Odin, antes da terra nascer,

    ao ressurgir quando aps os tempos.

    As Runas que sei esposas de reis desconhecem

    Ou qualquer homem terreno. "Ajuda", uma chamada,

    Porque ajuda seu dom, e ajudada sers

    Na doena e pobreza e tristeza.

    Uma outra eu conheo, e dela precisam

    Aqueles que a arte da cura estudam.

    Risque-as na casca, no tronco das rvores

    Com galhos que buscam o lado do leste.

  • Sei de uma terceira...

    Se minha carncia demais na batalha,

    Ela embota as espadas de inimigos mortais,

    Intocado serei por astcias e armas

    So e salvo estarei...

    E assim comea a sagrada histria das Runas.

    O lema para as Runas deveria ser as mesmas palavras esculpidas acima

    da entrada do Orculo, em Delfos: Conhece a ti mesmo. As Runas so um

    professor. Para alguns, entretanto, mais cmodo enfoc-las sob o esprito de

    divertimento. Orculos so jogos sagrados, instrumentos de utilizao sria ou

    elevada; o valor de sua utilizao que nos libera do esforo de aprender, libera-

    nos para que aprendamos como aprendem as crianas. O Livro de Runas

    ofertado como uma cartilha principiante para o jogo oracular.

    Considerados sob esta perspectiva, cada um de ns um Orculo. A

    consulta s Runas coloca-nos em contato com nossa prpria orientao interior,

    aquela parte nossa que sabe tudo quanto precisamos conhecer sobre nossa vida,

    agora.

    Se existe uma notvel autoridade moderna para a eficcia dos orculos,

    esta o psiclogo suo Carl Jung, o qual afirmou que as consideraes tericas

    de causa e efeito freqentemente parecem plidas e esfumadas, em comparao

    com os resultados prticos do acaso. (C. G. Jung, Prefcio do I Ching

    (Princeton, N. J.: Princeton University Press, 1950)).

    Isto sugere que nada demasiado insignificante para deixar de ser visto

    como uma pista que nos guiar para a ao correta e oportuna. A consulta ao

    Orculo nos coloca no tempo presente verdadeiro, pois o que quer que acontea

    no determinado momento possui o que Jung chama de "a qualidade peculiar

    quele momento".

  • Experimentar um presente verdadeiro algo que a maioria de ns acha

    extremamente difcil. Levamos uma boa parte da vida rememorando

    arrependimentos passados e fantasias de desastres futuros. Em minha prpria

    vida, quando me exercito correndo ou dirijo o carro por longas distncias,

    costumeiramente me ocupo em rever idias, escolher esquemas, meditar em

    opes e oportunidades. De repente, caio em mim: percebo que quilmetros e

    quilmetros de paisagem rural desfilaram ao meu lado e no foram vistos, no

    percebi que respirava aquele ar, como tampouco percebi as rvores, a brisa, as

    ondulaes do pavimento. Hoje, caio em mim com freqncia bem maior, o que

    j um bom comeo. A "tagarelice das alturas cerebrais" est sendo lentamente

    substituda por uma imobilidade que me mantm no agora. Uma vez rompido o

    momentum, o hbito logo se estiolar. Tenho apenas que recordar: Na vida

    espiritual, estamos sempre no comeo. Recordar isto ajuda-nos a superar o hbito de

    "estar frente", porque, quando experimentamos um presente verdadeiro, a

    que tudo acontece.

    A consulta s Runas permite que ultrapassemos as censuras da razo, os

    grilhes do condicionamento e o momentum do hbito, conforme nos recorda

    Brugh Joy em seu ltimo manual, Joy's Way: a Map for the Transition Journey existem

    trs conjuntos de grilhes mentais a romper, se quisermos ser verdadeiramente

    livres: julgamento, comparao e necessidade de saber por qu. O "porqu"

    inevitavelmente se vai esclarecendo, a medida que progredimos em nossa

    passagem.

    . O breve perodo de interao com as Runas nos faz estabelecer uma

    zona livre, onde nossa vida se torna malevel, vulnervel e aberta mudana.

    Estamos vivendo em uma era de radical descontinuidade. As lies chegam cada

    vez mais rpidas, enquanto nossas almas e o universo nos impelem para novo

    crescimento. De repente, guas familiares parecem perigosas, cheias de baixios no

    mapeados e bancos de areia moventes. Os antigos mapas ficaram ultrapassados:

    precisamos de novas ajudas navegacionais. Ento, surge o fato inescapvel: Voc

  • agora o seu prprio cartografo. Da mesma forma como os vikings usaram a

    informao proporcionada pelos Mestres Rnicos, a fim de que seus barcos

    navegassem sob cus nublados, tambm voc, agora, poder usar as Runas para

    modificar o curso de sua prpria vida. Um desvio de alguns graus no incio de

    qualquer viagem significar uma posio largamente diferente quando chegar a

    alto mar.

    O que quer que possam ser as Runas uma ponte entre o eu e o Eu,

    um elo entre o Eu e o Divino, um auxlio navegacional imemorial a energia que

    as envolve a nossa prpria e, em ltima anlise, tambm a sabedoria. Assim,

    quando comeamos a fazer contato com nossos Eus Cognoscitivos, passamos a

    ouvir mensagens de profunda beleza e real utilidade. Porque, como flocos de

    neve e impresses digitais, cada uma de nossas assinaturas oraculares um

    aspecto da Criao nico em espcie, que se dirige a si mesma.

    CREDO

    A verdade que a vida difcil e perigosa; que quem busca a prpria

    felicidade no a encontra; que quem fraco deve sofrer; que quem exige amor

    ser decepcionado; que quem faminto no ser alimentado; que quem busca a

    paz encontrar a luta; que a verdade apenas para os corajosos; que a alegria

    apenas para aquele que no receia estar sozinho; que a vida apenas para aquele

    que no tem medo de morrer.

    - Joyce Cary

    Boustrophedon inscrito em pedra, perto de Asferg, Sucia.

  • 3

    CONSULTA AO ORCULO

    A verdadeira viagem de descoberta consiste em no

    procurar novas paisagens,mas em ter novos olhos.

    Marcel Proust

    Senhor, d-me olhos fracos para coisas que no importam e

    olhos fortes para toda a tua verdade.

    - Sren Kierkegaard

    Caminhemos levados pela f e no pela vista.

    - So Paulo

    Quando voc comear a explorar o mundo das Runas descobrir que

    muitas pessoas desenvolveram uma forma toda pessoal no lanamento de suas

    prprias Runas. H um homem que atua no passeio de tbuas em Venice,

    Califrnia. Ele tem um saquinho com pedras, conchas e gravetos. Quando lhe

    expomos nossa pergunta, ele espalha suas "Runas" e faz a leitura segundo a

    maneira como ficou o lanamento. H pessoas que trabalham com bolachas,

    pedacinhos de osso ou pedrinhas em que inscreveram seus prprios smbolos.

    Existe ainda o que um de meus amigos chama de "Orculo de Noah

    Webster". Ele abre o dicionrio ao acaso e aceita o conselho fornecido pelas

    palavras apontadas por seu dedo. Enquanto trabalhava intensamente neste livro,

  • houve um momento em que me surgiu uma atraente oportunidade de negcios,

    a qual fui forado a deixar passar. Agindo assim, comecei a lamentar o que

    perdera e no era fcil conviver com tal pensamento. Em vez de consultar as

    Runas sobre a questo, abri um dicionrio e, sem olhar, apontei o dedo para

    determinado lugar da pgina. O conselho que recebi estava sob as palavras lay off,

    e, abaixo de meu dedo, havia as frases 'delimitar fronteiras... cessar o criticismo...

    minimizar um risco. Retornei ao manuscrito com a conscincia leve.

    No transcorrer dos anos, conheci vrias pessoas que, sem nenhum

    conhecimento preciso de Orculos, empregam a Bblia de maneira similar. H

    muito tempo tenho o hbito de consultar o Daily Word1 e tentar pautar minha

    vida por sua sabedoria. Um livro mensal de Orculos dirios um professor

    para mim.

    Embora despretensiosos, estes Orculos contemporneos so

    consistentes com antigas tradies como a prtica chinesa de ler Orculos em

    ossos ou nas rachaduras surgidas em cascos de tartaruga, quando aquecidas ao

    fogo e com a prtica do prprio runemal.

    Enquanto prosseguia neste trabalho, procurei considerar o que, da

    maneira mais bsica possvel, compe uma Runa. At que ponto o significado est

    presente em um signo ou glifo? J notou a Runa dos Guerreiros estradas? Ou

    a Runa de Abertura em uma srie de determinadas curvas? Aceito que o

    significado esteja presente, porm dificilmente de natureza oracular a menos,

    claro, que estejamos meditando em certo assunto e vejamos o signo naquele

    momento, quando ento ele contm uma mensagem especial para ns.

    1 Em portugus, "Palavra Diria". Uma excelente coleo de leituras

    dirias inspiradoras, publicada mensalmente por Unity, Unity Village, Missouri

    64065.

  • Tive um singular encontro rnico na Califrnia, enquanto trabalhava neste

    livro. Certa tarde, dirigindo para a praia a fim de tomar parte em uma sesso

    deliberativa, segui pela estrada Las Virgenes-Malibu Canyon, um belo trajeto pelas

    montanhas. Saindo de uma curva, espiei para o outro lado do desfiladeiro, e l,

    na encosta da montanha, algum havia pintado uma Runa, da altura de um

    homem. No havia dvidas quanto a isso eu estava olhando para Algyz, a

    Runa de Proteo. O glifo havia sido pintado invertido sobre a rocha, um alerta

    para a cautela, no vocabulrio rnico. O artista fechara a Runa em um crculo, de

    maneira que a figura aparecia assim: . Levei um momento antes de compreender

    que via um smbolo do movimento contra a guerra, na dcada de 60. Achei

    curioso que os protestadores houvessem escolhido justamente a Runa de Proteo,

    talvez sem mesmo saberem disso. Enquanto dirigia estrada adiante, imaginei se,

    dentro de alguns sculos, um dedicado estudante avanado no tentaria provar

    que, realmente, os vikings que haviam desenhado o smbolo naquele trajeto

    para Malibu.

    CONSULTA S RUNAS

    H pessoas que reservam um perodo especial em cada dia, dedicado ao

    lanamento das Runas. Outras preferem uma abordagem mais formal: acendem

    uma vela, talvez ume vareta de incenso e ficam alguns momentos em

    concentrao. H aquelas que acham proveitosa a meditao sobre a respirao:

    simplesmente, acompanham o ato de respirar, inspirando e expirando; deixam

    que as respiraes sejam prolongadas, fceis e interligadas. Expulsam da mente

    todos os problemas e preocupaes, nem que apenas naquele momento. Voc

    talvez queira dizer uma prece, em particular se estiver diante de uma situao

    intensa ou turbulenta.

    A focalizao importante. No entanto, ainda que surja a intromisso do

    rotineiro ato de viver, sempre poder consultar as Runas sem uma preparao

    formal. a sua necessidade que as coloca em ao. E, lembre-se, voc est

  • dentro do reino do jogo, de um jogo sagrado. Um momento particularmente

    bom para consultar as Runas quando j exauriu todos os seus recursos e

    enfrenta uma situao a cujo respeito possui informao limitada ou incompleta.

    Focalize o assunto com clareza em sua mente2, introduza a mo em sua sacola,

    faa contato com as pedras e retire uma Runa. Conforme declarou um praticante

    de runemal, "a Runa correta sempre adere a meus dedos".

    Quando voc lana as Runas para outra pessoa, diga a ela que formule

    com clareza na mente a questo que a preocupa, mas no a expressando em

    palavras. Isto elimina qualquer tendncia pessoal inconsciente em sua

    interpretao das Runas.

    Se um amigo que more muito longe precisar beneficiar-se da perspectiva

    de uma leitura das Runas, o telefone seu aliado: pea a esse amigo para pensar

    na questo e em seguida retire uma Runa de sua sacola. A leitura das runas

    funciona to bem atravs de 5.000 quilmetros, como no encontro frente a

    frente.

    Se voc quiser consultar as Runas para outra pessoa, sem poder pedir-lhe

    sua permisso diretamente, ser mais conveniente perguntar ao Orculo se tal

    atitude oportuna e correta. Pea um "Sim" ou um "No" ao introduzir a mo

    na sacola e retirar uma Runa. Tirando-a com o glifo em p "Sim", com ele

    invertido, "No". Se, por acaso, retirar uma das nove Runas cujo smbolo seja

    o mesmo, tanto em p como invertido, retire outra Runa.

    2 'Assim como na interpretao de um sonho devemos seguir o texto do sonho com a

    mxima exatido, tambm ao consultar o Orculo deve-se ter em mente a forma da pergunta feita,

    porque isto estabelece um limite definido para a interpretao da resposta". CG. Jung, op. cit, pg. XXXVI.

  • QUESTES APROPRIADAS

    Uma questo apropriada qualquer coisa que se relacione a oportunidade e ao

    correta. Voc talvez queira uma orientao sobre efetuar ou no uma mudana de

    carreira, vender um negcio, fazer um investimento, mudar-se para outra casa,

    terminar ou iniciar um relacionamento.

    Note que a palavra questo usada de preferncia a pergunta. Uma

    pergunta poderia ser: "Devo terminar o relacionamento?" Para transformar isto

    em questo, voc dir: "A questo meu relacionamento agora." Ao invs de

    perguntar: "Devo aceitar este novo emprego?", dir: "A questo o meu

    trabalho." Esta pequena distino crucial. Se voc fizer uma pergunta e o

    Orculo fornecer uma resposta, ento, seu papel ser de passividade. Ao

    contrrio, apresentando uma questo e o orculo comentar a respeito, isto lhe

    permitir extrair sua prpria resposta, determinando por si mesmo qual ser a

    ao correta.

    Se voc no tiver uma questo especfica em mente e, mesmo assim,

    quiser consultar as Runas, pergunte simplesmente: O que preciso saber para minha

    vida agora? A resposta do Orculo ser sempre instrutiva.

    PRIMORDIALIDADE RNICA

    Ocasionalmente, voc talvez constate que o conselho recebido no

    parece ajustar-se questo exposta. Quando isto ocorrer, considere a

    possibilidade de que as Runas se tenham sintonizado a uma questo primordial,

    algo que voc tem evitado ou do que no tem percepo consciente. Esta

    primordialidade rnica parece ser um dispositivo automtico contra falhas. Da

    mesma forma, ao encontrar-se em um dilema, sem saber qual a questo

    primordial, no se preocupe; as Runas faro a seleo em seu lugar e se referiro

    questo que exige uma resoluo mais imediata.

  • LEITURAS EM P E INVERTIDAS

    Entre as Runas, nove delas oferecem o mesmo significado, pouco

    importando a maneira como voc as retire da sacola. As outras dezesseis

    apresentam sentidos diferentes, se lidas em p ou invertidas.

    A Runa de Movimento, por exemplo, Ehwaz, em p apresenta-se desta

    maneira: e, invertida, fica assim: . A leitura invertida chama a ateno para

    aspectos de uma situao que podem impedir o movimento ou para o fato de

    que o movimento, em si, poder ser inadequado no momento.

    bom recordar que o surgimento de uma Runa invertida no motivo

    para alarme, sendo antes uma indicao de que cuidado e ateno so requisitos

    exigidos para sua conduta tornar-se correta. Uma leitura invertida

    freqentemente assinala a presena de uma oportunidade para desafiar algum

    aspecto de seu comportamento, alguma rea em sua vida que, at agora, voc

    no esteve querendo enfrentar.

    Quer voc retire sua Runa em p ou invertida, sempre uma boa idia

    verificar os dois aspectos, pois isto o manter em contato com o lado invisvel de

    sua natureza aquele que no est sendo expresso presentemente. Ler os dois

    aspectos da Runa o ajudar a conscientizar-se melhor sobre as foras das trevas e

    da luz que se combinam para compor nossa natureza.

    CONSULTA A DOIS ORCULOS

    Quando voc comea a usar as Runas, talvez queira chec-las para

    verificar a preciso, a fim de calibr-las. Isto pode ser feito se consultar dois

    instrumentos oraculares diferentes sobre a mesma questo.

    Quando comecei a trabalhar com as Runas, a fim de confirmar suas

    respostas com as de um sbio e conhecido amigo, costumava expor a mesma

    questo ao I Ching e s Runas. Vez aps vez, constatei que os dois orculos

  • estavam de acordo, sendo ocasionalmente idnticos em contedo simblico,

    com freqncia de maneira complementar e sempre constituindo um

    enriquecimento mtuo.

    FAA SUAS PRPRIAS RUNAS

    Voc talvez prefira fazer suas prprias Runas. Elas j tm sido

    confeccionadas em madeira, com os glifos aplicados a fogo em sua face. Um

    conjunto particularmente bonito foi feito para mim por um navajo que

    trabalhava em prata. Seixos achatados e polidos pelo mar ou um rio tambm

    podem formar belas Runas. Elas podem, ainda, ser feitas de cristal de quartzo,

    ametista, jade ou pedaos de osso.

    O primeiro conjunto de Runas que encomendei foi feito de argila,

    vidrada duas vezes, pelo oleiro Norman Aufrichtig, de Brookfield, Connecticut.

    Enquanto confeccionava as Runas vikings, ele reservou uma parte da argila de

    cada pedra e, dessas partes, formou a Runa em Branco, desta maneira, a Runa em

    Branco continha a argila simblica de todos os elementos da vida.

    Se voc fizer suas prprias Runas ou ento conjuntos para outras

    pessoas, permita que a confeco se torne uma meditao. A idia de meditar

    um bloqueio para certas pessoas inclusive eu prprio. Finalmente, libertei-me

    da ansiedade por ser incapaz de meditar convencionalmente, ao ouvir o

    mitologista Joseph Campbell dizer que sua meditao eram as frases sublinhadas

    dos livros. O trabalho de jardinagem pode ser uma meditao. Da mesma forma,

    lavar seu carro. O ato de confeccionar suas prprias Runas pode ser uma

    profunda e satisfatria meditao.

    O EMPRSTIMO DE SUAS RUNAS

    Por fim, resta a questo de saber se deve ou no emprestar suas Runas

    aos outros. Algumas pessoas sentir-se-o bem emprestando-as, mas nem todas.

  • O emprstimo das Runas um assunto pessoal. Quando em dvida, oriente-se

    retirando uma Runa da sacola: em p, significa "Sim", invertida, significa "No".

    Se a Runa retirada mostrar o mesmo desenho, em p ou invertida, retire uma

    outra.

    A GRANDE INVOCAO

    Do ponto de Luz dentro da mente de Deus, Que a luz flua para a mente de todos.

    Que a Luz desa sobre a Terra.

    Do ponto de amor dentro do corao de Deus, Que o amor flua para o corao de todos.

    Que Cristo possa retornar Terra.

    Do centro onde conhecida a Vontade de Deus, Que o propsito guie nossas pequenas

    vontades -0 propsito conhecido e usado pelo Mestre.

    Do centro do que chamamos a raa humana, Que funcione o Plano do Amor e da Luz

    E que ele possa selar a porta onde habita o mal.

    Que a luz, o Amor e o Poder Restaurem o Plano sobre a Terra.

    - Alice Bailey

    Cano Nupcial

  • RUNEMAL: A ARTE DE LANAR AS RUNAS

    Lembre-se, voc no pode abandonar aquilo que no conhece. Para ir alm de si mesmo,

    voc precisa conhecer-se.

    - Sri Xisargadatta Maharaj

    semelhana de muitos jogos, sagrados e seculares, as Runas devem ser

    "jogadas" sobre um campo. O campo representa o mundo que est sempre

    vindo a ser e extinguindo-se. Voc talvez queira usar um pedao de tecido

    especial, branco ou em cores, que reservar unicamente para esta finalidade.

    Quando desdobrar o pano que funciona como seu campo, esse prprio ato

    poder tornar-se uma meditao silenciosa. O meu campo, uma tecelagem

    multicolorida, foi criado por Patrick Shepherd, tecelo da Comunidade

    Findhorn, na Esccia, medindo (45,5 x 35,5 cm) e tecido em vinte e dois matizes

    graduados de cor, em fio de seda.

    Minha primeira sacola foi um objeto encontrado: prpura, com uma

    etiqueta costurada a um lado, anunciando que o contedo original da sacola

    havia sido uma garrafa de usque Crown Royal. Algum mais bebeu o usque; eu

    herdei a sacola. Existe algo muito satisfatrio no ato de introduzir a mo em

    uma sacola e escolher as pedras. Gosto de senti-las chocando-se umas nas outras

    e, ainda mais, da maneira como freqentemente uma Runa parece inserir-se

    entre meus dedos.

    Entretanto, nem a sacola ou o campo precisam ser enfeitados; segundo

    nos recorda o I Ching, "ainda que com meios minguados, podem ser expressos

    os sentimentos do corao".

    Nos tempos remotos, o lanador de Runas cantaria uma invocao a

    Odin, solicitando que o deus estivesse presente, para ento lanar as pedras

    sobre a terra e extrair orientao daquelas que caam com o glifo voltado para

    cima. Se achar inconveniente este venervel mtodo, h vrias outras tcnicas

    satisfatrias, por si mesmas recomendadas.

  • A RUNA DE ODIN

    Esta a utilizao mais simples e prtica do Orculo, consistindo na

    seleo de uma Runa para uma viso global de uma situao inteira. Retirar

    apenas uma Runa pode ajud-lo a focalizar mais claramente sua questo e

    proporcionar-lhe uma nova perspectiva. De fato, o que estar fazendo ser um

    convite mente, para que funcione intuitivamente.

    Em condies prementes, a Runa de Odin particularmente proveitosa.

    Voc talvez esteja lidando com assuntos que exijam pronta ao, porm a

    verdade que no dispe de informao suficiente. Para chegar a uma deciso,

    precisar apenas de sua sacola de Runas e, se possvel, de um lugar sossegado.

    Um amigo que alto funcionrio de uma empresa, ocupando um posto

    executivo, contou-me recentemente que, de uma hora para outra, viu-se diante

    de uma crise que o levaria a assumir a direo ou ento demitir-se.

    - Fui para o lavatrio masculino, agarrado minha sacola de Runas

    relatou ele. Quando sa de l, estava a caminho de tornar-me o Diretor-Chefe

    da firma.

    A Runa que ele havia retirado da sacola foi Dagaz, a Runa do

    Aprofundamento e Transformao,

    Selecionar apenas uma s Runa proveitoso no somente em pocas de

    crise: a tcnica til sempre que voc quiser um panorama global de sua

    situao. Enquanto dirigem durante um longo trajeto ou na conduo entre casa

    e trabalho, algumas pessoas mantm suas Runas ao lado delas, sobre o assento.

    Retirar a Runa de Odin freqentemente revela o humor em um assunto difcil. E

    por que no? Dizem que o riso a msica favorita de Deus.

    Quando voc estiver preocupado com algum que se encontra longe e

    no houver possibilidade de entrarem em contato, concentre-se diretamente

    nessa pessoa e ento retire uma Runa. Esta prtica abre na mente um portal para

    o incomum. Voc poder descobrir que, de fato, possvel saber coisas a

    distncia. Use o mtodo de retirada de uma s Runa, para conferir distino a

  • eventos significativos em sua vida: aniversrios, o Ano-Novo, solstcios e

    equincios, a morte de um amigo, nascimentos, aniversrios de casamento e

    outras ocasies especiais. Talvez queira registrar estes lanamentos em um Dirio

    Rnico (ver a pgina 66.)

    LANAMENTO DE RUNAS POR TRS

    O nmero "trs" figura com destaque nas prticas divinatrias dos

    antigos. O Lanamento de Runas por Trs, que, segundo Tcito, j era utilizado

    h 2.000 anos, produz uma leitura satisfatria, exceto se a questo for mais

    extensa e intrincada.

    Tendo a questo bem clara na mente, escolha trs Runas, uma de cada

    vez, em seguida colocando-se por ordem de retirada da sacola, da direita para a

    esquerda. A fim de evitar uma alterao consciente no direcionamento das

    pedras, em particular depois que ficar familiarizado com seus smbolos, seria

    conveniente dispo-las com o lado em branco para cima e ento vir-las.

    Aps haver selecionado as Runas, elas jazero sua frente desta maneira:

    lendo a partir da direita, a primeira Runa falar da Situao como ; a segunda

    Runa (no centro) sugerira o Curso de Ao Requerido; e a terceira Runa ( esquerda)

    indicar a Nova Situao Que Envolver, aps voc ter enfrentado seu desafio com

    sucesso..

  • A maneira como voc virar as pedras poder ainda alterar a direo dos

    glifos, seja para a posio em p ou invertida, porm isto tambm faz parte do

    processo. Uma vez que somente nove Runas so lidas da mesma forma, quer

    estejam em p ou invertidas, a leitura das outras dezesseis depender da maneira

    como voc virar as pedras.

    Exemplo de uma Leitura

    Um amigo procurou-me para um lanamento de Runas, depois que a

    esposa o tinha deixado. Estava sofrendo muito, percebia o quanto aquele

    relacionamento significava para ele e lamentava sua perda. Sua questo era a

    seguinte: "O que aprenderei com esta separao?" Estas foram as Runas que ele

    retirou:

    As trs Runas foram interpretadas da seguinte maneira: lendo-as a partir

    da direita, temos Algiz, a Runa de Proteo, invertida, falando de seu senso de

    encontrar-se completamente vulnervel, desprotegido. pessoa atenta, um

    conselho de que somente a atitude certa e a conduta correta proporcionam

    proteo, em momento semelhante. Ele teria que aprender a amadurecer, em

    decorrncia desta perda. A segunda Runa, Kano, a Runa de Abertura. Ele

    encorajado a crer em seu processo e considerar que aspectos de seu antigo

    condicionamento devem mudar. A terceira Runa Nauthiz, a Runa da Sujeio e

    Sofrimento. O novo amadurecimento no ser isento de angstia. No obstante,

    a partida de sua esposa poder incit-lo a empreender um trabalho srio em si

    mesmo; ele receber o lembrete de que a retificao dever surgir antes do

    progresso.

    Resumindo, as trs Runas esto dizendo que, embora ele esteja se

  • sentindo vulnervel e exposto, com o sofrimento vir a clareza necessria para

    empreender o trabalho da automodificao. medida que progredir, ser

    lembrado a considerar os empregos positivos da adversidade.

    LANAMENTO DAS RUNAS POR CINCO

    Como norma, a retirada de uma nica Runa a Runa de Odin

    fornecer informao suficiente para capacit-lo ao certa atravs de mtodos

    habilidosos. No entanto, h momentos em que a necessidade-de-saber se

    estende alm da autoridade de uma s pedra. O emprego do Lanamento de Runas

    por Cinco penetra nas caractersticas distintivas de uma situao que poderia

    confundi-lo, pela complexidade e incerteza da mesma.

    Comece formulando a questo com clareza. Em seguida, retire as cinco

    pedras da sacola, uma de cada vez, colocando-as uma abaixo da outra, em ordem

    descendente, quando ento o significado das Runas ser:

    1) Perspectiva global da situao 2) Desafio 2) Curso de ao requerido

    4) Sacrifcio 5) Situao evolvida

    Se voc selecionou cinco Runas e as colocou sua frente, uma abaixo da

    outra, as probabilidades de compor este lanamento particular so de 607.614

    por 1. Se, no entanto, resolver anotar a Runa retirada e ento devolv-la sacola,

    ir fazer cada seleo dentre um conjunto total de Runas, quando as

    probabilidades de compor este lanamento particular se elevam para 312.500.000

    por 1. Como pode constatar, o Lanamento de Runas por Cinco altamente

    pessoal e especfico.

    O termo Sacrifcio, na quarta posio, aponta para o reconhecimento de

    que a vida lhe oferece escolhas, opes que, com freqncia, so mutuamente

  • exclusivas. No correr dos tempos, o conceito de sacrifcio chegou a associar-se

    primariamente a sofrimento e perda. Como empregado no Lanamento das

    Runas por Cinco, entretanto, o termo sacrifcio se refere ao que precisa ser

    descartado, mudado, rejeitado (conforme o requerido na Runa Othila), a fim de

    que emerja uma nova integralidade. Originalmente uma ligao de duas palavras

    latinas (sacrificium e facere), um dos significados centrais de sacrifcio "capitulao

    a Deus".

    Exemplo de uma Leitura

    Leila havia criado um bem-sucedido negcio, em sociedade com o marido.

    Basicamente, o impulso criativo, a idia e o constante trabalho rduo para colocar

    a firma de p haviam sido dela. Em essncia, a companhia era o seu "beb".

    Agora, chegara o momento de tornar o beb pblico, e os novos investidores

    desejavam a participao continuada dela, mas no de seu marido. Todos os

    temores de Leila sobre lealdade, abandono, o risco que representaria para o

    casamento e o amor-prprio de seu marido foram acrescidos situao. Assim,

    ela se decidiu pelo lanamento das Runas por Cinco. As pedras que retirou foram

    as seguintes:

    Viso global

  • Selecionando Perth, a Runa de Iniciao, como viso global da situao, ela

    imediatamente desviou seu foco, tanto do relacionamento com o marido, como

    do negcio. Nada externo importa aqui, exceto para mostrar-lhe a reflexo interior tais

    palavras foram uma chave para ela. Leu-as insistentemente, ento percebendo

    que isto seria outra encruzilhada no processo da automodificao.

    Na posio Desafio, estava Uruz Invertida, a Runa da Fora e Feminilidade,

    indicando a necessidade de reagir conscientemente s "demandas de uma to

    criativa poca". Ficou claro para ela que a deciso correta seria o crescimento em

    todos os nveis, tanto profissional como pessoal.

    O Curso da Ao Requerido trouxe Wunjo Invertida, que fala do "processo de

    nascimento", sendo longo e rduo, alm dos temores surgidos pela segurana

    "do filho" no interior. Novamente, as Runas recordavam a Leila que isto era uma

    prova.

    A Runa de Sacrifcio foi Nauthiz Invertida, a Runa da Sujeio, Necessidade

    e Sofrimento, o grande professor sob o disfarce da dor e limitao. Ela pde ver

    mais claramente que era chegado o momento de assumir uma nova espcie de

    responsabilidade quanto ao que havia criado, a fim de possu-lo e honr-lo,

    fazendo o que fosse bom para a firma.

    Leila sorriu de prazer, quando retirou Dagaz, Aprofundamento e

    Transformao, para a Nova Situao Evolvida. Esta Runa oferece a segurana

    de que "como a oportunidade est certa, o desfecho est garantido, embora no

    previsvel, do presente ponto de vantagem".

    Vrios meses mais tarde, aps a companhia tornar-se pblica, o marido

    de Leila iniciou um novo negcio, no qual sua capacidade em breve gerou o

    sucesso pessoal.

    A CRUZ RNICA

    Este tipo de lanamento proveitoso, quando queremos um quadro mais

    completo da situao. Inspirada no Taro, a disposio requer que sejam

  • selecionadas seis Runas, as quais ficam dispostas na forma de uma cruz rnica

    ou cltica. O padro o seguinte:

    A primeira Runa representa o Passado, aquilo de onde voc est vindo, o

    que jaz diretamente sua retaguarda. A segunda Runa representa Voc Agora. A

    terceira, ou Runa do Futuro indica o que jaz sua frente, o que acontecer. A

    quarta Runa fornece a fundao da matria em considerao, os elementos

    inconscientes e foras arquetpicas envolvidas. A quinta Runa ou Desafio indica a

    natureza dos obstculos em seu caminho. A Runa final aponta a Nova Situao que

    evolver, quando voc enfrentar seu desafio com xito.

    Posto que a Cruz Rnica contm uma considervel dose de informao,

    este lanamento freqentemente oferece o incentivo para profundo pensamento

    e reflexo. Se, aps extrair as seis Runas e consider-las, voc continuar sem

    clareza de idias, devolva todas as pedras sacola e retire uma nica Runa. Esta

    stima Runa, a Runa da Resoluo, ajud-lo- a reconhecer a essncia da situao.

    LANAMENTO DAS TRS VIDAS

    Este lanamento para aqueles que desejam uma experincia com a idia

    da reencarnao. Apresenta uma perspectiva de sua passagem em trs nveis,

    sendo disposto na forma da Runa da Fertilidade, Inguz. As Runas representam:

  • (1) Condies do Nascimento e Infncia, (2) Seu Presente, (3) Futuro nesta Vida,

    (4) Encarnao Passada e (5) Encarnao Futura/As Runas ficam dispostas da

    seguinte maneira:

    O Lanamento das Trs Vidas proporciona informao relacionada a

    aspectos no resolvidos de seu passado. Uma vez identificados estes elementos,

    voc pode modificar sua situao presente, desta maneira afetando o futuro

    nesta vida, bem como seu prximo ciclo de alma.

    Exemplo de uma Leitura

    A primeira leitura que fiz, utilizando o Lanamento das Trs Vidas, foi

    para mim mesmo.

    As Condies de Nascimento e Infncia me dizem que cheguei a esta vida para

    receber a ddiva de Nauthiz, a Runa d Sujeio e Sofrimento. Agora, devo

    aprender a trabalhar com os aspectos no desenvolvidos de mim mesmo, reas

    de crescimento interrompido, fraquezas que projeto nos outros. Fui advertido de

    que posso esperar reveses, at compreender a fonte de meu sofrimento.

  • Meu Presente significado por Jera, a Runa dos Ganhos Benficos, um

    perodo que conduzir Colheita, durante o qual sou exortado a ser paciente e

    cultivar minha natureza com carinho.

    Meu Futuro nesta Vida representado por Sowelu, a Runa da Integralidade,

    da Fora Vital, o impulso para a auto-realizao e regenerao, o reconhecimento

    de algo por muito tempo negado e o apropriado aviso para no me mostrar

    envaidecido por isso.

    Dagaz, a Runa da Transformao, encontra-se na posio da Encarnao

    Passada. Ela indica que sobrevir uma grande transformao, atravs do

    desenvolvimento de comiserao por mim mesmo e pelos outros, ao enfrentar

    meu prprio sofrimento e compreender a sua fonte.

    Finalmente, a Encarnao Futura representada por Eihwaz, a Runa dos

    Poderes Preventivos e da Defesa. A nica defesa atravs de mtodos

    habilidosos, isto , desenvolvendo as qualidades da pacincia, perseverana e

    determinao. So estes os mtodos habilidosos que abriro a porta para uma

    vida nova.

    O JOGO DE RUNAS

    Este no um jogo com a finalidade de vencer ou perder. O Jogo de

    Runas focaliza qualquer questo que as pessoas queiram examinar, prosseguindo

    at o momento em que essa questo parece adequadamente esclarecida a todos

    os jogadores. Se possvel, cada jogador deve ter um conjunto de Runas, porque

    apenas um conjunto o suficiente. No obstante, sendo utilizada apenas uma

    sacola, a dinmica do jogo se altera significativamente.

    Retire trs Runas de sua sacola e coloque-as sua frente, com o glifo

    voltado para baixo. O primeiro jogador vira uma Runa e a interpreta, segundo a

    maneira como ela se relaciona questo. Ento, o jogador seguinte vira uma

    Runa, fornece a interpretao e tem a opo de relacion-la Runa anterior. O

  • terceiro jogador vira uma Runa, interpreta-a e tem a opo de comentar as duas

    Runas anteriores. Completada a rodada, repete-se o processo, pela segunda e

    terceira vezes. Voc talvez queira jogar uma rodada final, onde cada jogador,

    cada um por sua vez, dir que novos insights lhe chegaram, no concernente

    questo.

    O Jogo de Runas pode ser feito por um grupo muito unido de colegas

    ou associados trabalhando um projeto. Digamos que voc est pesquisando e

    desenvolvendo uma nova inveno, mas que o processo ficou bloqueado. Trs

    ou quatro de vocs talvez se decidam por uma folga para o Jogo das Runas. Uma

    variante na progresso das trs Runas poder ser vantajosa em tal situao: Voc

    Agora (primeira rodada), Sua Parte no Bloqueio (segunda rodada) e Remdio (terceira

    rodada). O jogo assume rapidamente implicaes estratgicas e teraputicas.

    Todos sairo aprendendo alguma coisa, e, durante o processo, no faltar uma

    dose de humor.

    Para questes mais ntimas, o Jogo de Runas a dois pode ser

    esclarecedor. Quaisquer duas pessoas podem consultar este jogo, quando alguma

    questo requer um esclarecimento. Voc escolher o nmero de Runas. A fim de

    manter o atrito ao mnimo - se a situao for particularmente sensvel , pode

    ser conveniente um no fazer comentrio sobre a Runa do outro, seno quando

    o jogo estiver completo.

    Exemplo de um Jogo

    Um casal, cujo relacionamento vinha enfrentando problemas, decidiu

    tentar o Jogo de Runas, O processo foi o seguinte:

    Ela jogou Laguz Invertida, a Runa da gua, do Fluxo, Daquilo que

    Conduz, interpretando-a como uma declarao a seu marido para que entrasse

    em contato com o eu intuitivo dele, se pretendia compreender a esposa. Ele

    jogou Raido, a Runa da Viagem, Comunicao, Unio e Reunio, na qual viu uma

    evidncia de seu desejo de continuar removendo resistncias e de regular os

    excessos. Na segunda rodada, ela jogou Hagalaz, a Runa das Foras Naturais

  • Desintegrantes, do Poder Elementar, indicando uma nsia por liberdade, uma

    advertncia de que, se necessrio, ela sacrificar a segurana e o relacionamento,

    a fim de crescer. Ele jogou Uruz, a Runa da Fora, da Masculinidade, uma

    indicao de que tambm ele est atravessando uma transio - reclamando parte

    de si mesmo, uma parte dele sobrevivendo atravs de outra. Continuando a

    jogar, eles perceberam o fato de que ambos encontravam-se em um perodo de

    acelerada automodificao, necessitando esforar-se para que um ouvisse o

    outro com mais clareza.

    Observar-se o desenvolvimento de um jogo pode ser muito revelador,

    embora nem sempre isento de desconforto ou mal-estar. Alis, o mesmo

    acontece no processo do verdadeiro crescimento.

    O CICLO DE INICIAO

    Treze das vinte e cinco Runas focalizam diretamente o mecanismo da

    automodificao. Voc talvez ache proveitoso ficar atento s Treze enquanto

    submetido prpria passagem, pois, em conjunto, elas formam um Ciclo de

    Iniciao. Estas Runas compem uma estrutura de energia dentro do corpo do

    alfabeto rnico; uma armadura, por assim dizer, facilitando e sustentando o

    processo da automodificao.

    As Treze so: (3) Ansuz, Sinais, a Runa do Mensageiro; (4) Othila,

    Separao, Recuo, Herana; (5) Uruz, Fora, Masculinidade/ Feminilidade; (6)

    Perth, Algo Oculto; (7) Nauthiz, Sujeio, Necessidade, Sofrimento; (8)Inguz,

    Fertilidade, Novos Comeos; (14) Kano, Abertura, Fogo; (16) Berkana,

    Crescimento, Renascimento; (17) Ehwaz, Movimento, Progresso; (19) Hagalaz,

    Foras Naturais Desintegradoras, Poder Elementar; (20) Raido, Comunicao,

    Unio,

    Reunio; (21) Thurisaz, Portal, Lugar da No-ao; (22) Dagaz,

    Aprofundamento, Transformao.

    Sempre duas ou mais Runas do Ciclo de Treze surgem conjuntas em um

  • lanamento, o potencial para crescimento e integrao fortemente

    intensificado.

    Tcnica

    Isole as treze Runas em sua sacola. Assuma uma postura de quietude,

    cnscio de que, mais do que apresentar uma questo a ser comentada pelas

    Runas, estar solicitando orientao ao seu inconsciente, pedindo ao Eu

    Superior que o aconselhe: O que requer uma ateno especial? Que aspecto de

    sua Natureza (se trabalhado, modificado, compreendido e alimentado) o far

    progredir na jornada do eu em direo ao Eu?

    Agora, retire uma Runa, a fim de saber em que ponto se acha no Ciclo

    de Iniciao. Verifique se o sentido da Runa sobre sua posio est de acordo

    com o seu prprio.

    Exemplo de uma Leitura

    Ansuz, Sinais, a Runa do Mensageiro, diz a voc que este o momento

    para um desdobramento de vida nova. Voc est iniciando um novo Ciclo.

    Chegou a hora de tornar consciente o que inconsciente, em particular uma

    percepo de que a autofomentao no s possvel, como tambm oportuna.

    Est sendo solicitado a permitir que o Eu nutra o eu, pois somente assim ficar,

    de fato, em posio de nutrir outras pessoas.

    Agora, dentre todas as vinte e cinco pedras, retire uma Runa para saber

    como agir, o que requer sua ateno, a fim de serem identificados os Sinais

    oportunos sua natureza.

    A Runa retirada Thurisaz, o Portal, outra Runa pertencente ao Ciclo.

    Ela recomenda uma contemplao de seu progresso at o momento, a qualidade

    de seu caminho e os encontros que nele esto ocorrendo. Se quiser, voc pode

    retirar mais uma Runa para melhor esclarecimento.

  • medida que for ficando esclarecido, os outros percebero e lhe sero

    propiciadas novas oportunidades. A palavra do eu chega ao Eu e, deste Eu, vai

    ao Divino. Ento, segundo sua preparao, chega-lhe a resposta. Conforme disse

    Madre Teresa, "Deus ama o mundo atravs de ns". Seguindo a orientao do

    Ciclo de Iniciao, em verdade voc estar se abrindo mensagem do Divino

    em sua vida.

    MANTENHA UM DIRIO RNICO

    Enquanto estabelece sua prtica de trabalho com as Runas, voc talvez

    considere conveniente ir registrando a orientao recebida. Poder querer anotar

    as pedras lanadas, bem como uma breve interpretao das mesmas em seu

    dirio.3 Anote a hora, data e condies prevalecentes em sua vida, naquele

    momento. Esse dirio lhe permitir observar a qualidade de seu progresso,

    medida que for trabalhando com as Runas.

    Uma tcnica que o Dr. Allan W. Anderson sugere aos estudantes do I

    Ching igualmente para aqueles que trabalham com as Runas. Ele a denomina

    "A Norma da Ao Correta". A cada manh, consulte o Orculo para

    determinar sua Norma de Ao Correta para o dia. Retire uma Runa, anote-a em

    seu dirio e deixe-a funcionar como seu guia durante esse dia. Por vezes, ao ter

    um dia particularmente cansativo ou satisfatrio, talvez queira consultar

    novamente o Orculo noite, a fim de avaliar como se conduziu. Se a idia de

    solicitar uma Norma diria parecer-lhe excessiva, experimente em uma base

    semanal. Consulte as Runas na segunda-feira, a fim de obter a Norma da Ao

    Correta, depois retire outra Runa na noite do domingo, para fazer sua avaliao.

    3 Rune Play, A Seasonal Book with Twelve New Techniques for Rune Casting (Jogo das

    Runas, Livro para Registros Peridicos, com Doze Novas Tcnicas para o Lanamento das

    Runas, de Ralph Blum, publicado por St. Martin's Press, em 1985.

  • .

    O registro destas leituras em seu dirio rnico permitir que fique mais

    familiarizado com as Runas e seu simbolismo. No correr do tempo, ter

    experincia bastante para julgar por si mesmo a relevncia e preciso do

    Orculo, como um guia para a mudana pessoal.

    medida que voc ficar mais familiarizado com as Runas, sem dvida

    descobrir novas e criativas maneiras para utiliz-las. Apesar de sua antigidade,

    as Runas permanecem um sistema aberto, inovativo. Passe momentos agradveis

    com suas Runas, jogue com elas, deixe que lhe falem. Ns, da RuneWorks,

    apreciaremos receber notcias suas, a respeito das experincias que tiver com o

    Orculo.

    UMA SINGELA ORAO

    Senhor, fazei-me o instrumento de vossa paz.

    Que onde houver dio, eu possa levar amor,

    Onde houver ofensa, eu possa levar o perdo,

    Onde houver dvida, eu possa levar a f,

    Onde houver desespero, eu possa levar a esperana,

    Onde houver trevas, eu possa levar a luz,

    Onde houver tristeza, eu possa levar a alegria

    Divino Mestre, permiti

    Que eu procure menos

    Ser consolado, do que consolar,

    Ser compreendido, do que compreender.

    Ser amado, do que amar,

    Pois dando que recebemos

    E perdoando que somos perdoados

    E morrendo que nascemos para a vida eterna.

    S Francisco de Assis

  • A ARTE DAS RUNAS: TRS NOVOS MTODOS DE

    LANAMENTO

    Em nosso mundo contemporneo, onde tudo acontece de maneira

    instantnea, estes exerccios nos fazem recordar a natureza cclica da vida, a

    qualidade processional do crescimento pessoal. Seja sob a forma de purificao,

    de corrigir coisas em um relacionamento ou no trmino de um dos ciclos de vida,

    dedicar tempo a conhec-los e conscientizar-se do que voc est prestes a fazer

    invariavelmente enriquecer a sua experincia.

    A finalidade dos trs exerccios que se seguem de atuar na reintroduo

    do ritual em nossa vida diria.

    RUNAS DA GUA

    Este exerccio tem ligao com a Runa Laguz, cujos atributos so "gua,

    fluidez, o fluxo e refluxo de emoes, de vocaes e relacionamentos". A

    ponderao desta Runa pode ser feita onde quer que seu corpo entre em contato

    com a gua. um ritual de purificao, limpeza e cura.

    Sempre que mergulhar as mos na gua, tomar um banho ou entrar em

    uma piscina, um lago ou mar, pense ou pronuncie estas palavras:

    Eu me limpo de todo o egosmo,

    Ressentimento.

    Emoes crticas dirigidas a meus semelhantes,

  • Autocondenao

    E ignorantes equvocos das experincias de minha vida.

    Ao repetir estas palavras, em silncio ou pronunciadas, observe o que lhe

    vem mente. Use esta Prece de Inteno com amor e doura, porque ela no

    um silcio que est usando; de maneira alguma est se compondo como um ser

    errado. Pelo contrrio, est corporificando em palavras uma nsia por mais

    claridade, mais luz em sua vida.

    Ento, novamente, talvez queira transformar o egosmo, ressentimento e

    autocondenao em seus opostos de luz, repetindo a Prece de Inteno da seguinte

    maneira:

    Eu me banho em generosidade.

    Apreo.

    Emoes de louvor por meus semelhantes,

    Auto-aceitao

    E uma clara compreenso das experincias de minha

    vida.

    Escolha uma Runa sobre a questo da Autocondenao e Auto-aceitao

    em um dia. No outro, retire uma Runa relativa ao Egosmo e Generosidade.

    Poder querer retirar uma Runa relativa a uma experincia de vida particular que

    se fixou em sua memria como desagradvel, vergonhosa ou constrangedora,

    solicitando uma nova luz que aumente sua compreenso da Verdade e da

    pertinncia daquela experincia de vida.

    So ilimitadas as ocasies para usar as Runas da gua. No existe

    atividade que seja menos sagrada do que outra. Lavar os pratos, dar banho no

    cachorro ou lavar o carro so excelentes oportunidades, assim como dar banho

    no beb, regar o gramado ou ficar em p na chuva.

    Uma boa idia anotar esta Prece de Inteno e preg-la parede do

    banheiro, na prateleira acima da pia, no refrigerador. Quando as palavras se

    desmancharem e dissolverem, escreva-as de novo e torne a preg-las nesses

  • lugares. Deixe que a Cerimnia das Runas da gua flua com sua vida.

    RUNAS DA RETIFICAO

    retificar 1. pr ou colocar certo; corrigir, emendar. 2. ajustar, como em movimento ou

    equilbrio...

    - Webster's New World Dictionary of the American Language

    Esta uma tcnica para aqueles momentos em que surgem problemas

    entre colegas de trabalho, amigos, entes queridos e outras pessoas que

    colaboram acima dos limites da compreenso e do temperamento.

    Quando ocorrer algo que provoque disseno ou bloqueio, os

    envolvidos se reuniro com a inteno de levar Luz situao. Aqui, o processo

    o contrrio do usual, sendo a Runa escolhida no fim. A essncia do processo

    a pergunta e resposta de cinco questes:

    (1) O que aconteceu? (2) Como voc se sente sobre o que aconteceu? (3) Como agiria diferentemente da prxima vez? (4) Que resultados gostaria de obter? (5) Que insight obteve do que aconteceu?

    Feche a porta e desligue o telefone. Certifique-se de que haver tempo

    suficiente para a) todos os participantes responderem a cada pergunta, b) para

    discusso, e c) para a retirada de Runas que esclaream ainda mais a questo.

    Uma pessoa poder ser escolhida para tomar notas enquanto as outras

    estiverem falando. Cada pergunta dever ser comentada por todos os

    participantes, antes de passarem seguinte. Interpelaes ou interrupes por

    algum, enquanto uma pessoa estiver falando, no devero ser encorajadas. As

    declaraes sobre como voc se sente (magoado, zangado, envergonhado, receoso),

  • ao invs de frases como "o que voc fez comigo" ou "o que voc fez de errado",

    evitaro que o perodo de perguntas se dissolva em auto justificativas ou

    tenso. Durante este processo, o julgamento dever ser suspenso, em benefcio

    de uma compreenso maior. Tudo dever ser leve. Tudo dever ser claro.

    Por fim, depois que todos tiveram oportunidade de expressar seus

    sentimentos no referente a cada pergunta, encoraje qualquer participante que

    ainda precise de esclarecimento sobre uma questo em particular a retirar uma

    Runa. Algum talvez esteja perturbado ou confuso sobre sentimentos que voc

    expressou quando respondeu pergunta n 2, Como se sente sobre o que aconteceu?

    Talvez haja discordncia entre os participantes quanto ao que realmente ocorreu.

    Neste caso, pode ser propiciada uma perspectiva global dos eventos-chave,

    selecionando-se uma Runa para a pergunta n?l, O que aconteceu? Cada um dever

    mencionar as perguntas que continuam com resposta pouco satisfatria ou no

    esclarecida.

    Aps tudo ser dito e feito, um grupo poder retirar uma Runa final, a fim

    de comentar a essncia do assunto, luz do processo de retificao.

    RUNAS DO CONFORTO PARA OS QUE PARTIRAM

    Se voc ficou sem terminar algum assunto com algum que faleceu basta

    dedicar um momento a visualizar a pessoa que quer recordar. Use uma foto

    favorita, caso disponha de uma. Em seguida, faa uma lista das coisas que teria

    gostado de discutir, das que teria desejado partilhar, mas que no pde. Retire

    uma Runa para cada questo e medite sobre a resposta. Cartas recebidas de

    pessoas que trabalharam com as Runas desta forma indicam que os resultados

    so, invariavelmente, confortadores.

    Um rapaz, cuja me havia falecido recentemente em um acidente de

    automvel, queria saber como ela o teria aconselhado antes de morrer. A Runa

    que retirou foi Teiwaz , Energia do Guerreiro. "Seja um guerreiro espiritual eis

    exatamente o que ela diria!"

  • "Quando eu me sentia transtornada pelo pesar", escreveu uma mulher da

    Flrida, sobre a morte da irm gmea, "retirei uma Runa sobre a questo 'O que

    Clara diria para mim agora?' e obtive Inguz, Fertilidade e Novos Comeos.

    Comecei a rir, rir e rir, porque havia mantido minha promessa de espalhar suas

    cinzas sobre as roseiras."

    Este processo no deve ser confundido com sesses espritas ou

    telegramas noturnos do alm. O que as Runas fazem aqui talvez seja a abertura

    de uma passagem para seu profundo conhecimento da pessoa, um

    conhecimento que est alojado em seu subconsciente. Quando ouvimos a voz da

    Verdade, ns a reconhecemos.

    A prece que se segue resultante de uma meditao quando de uma

    consulta semelhante, ao ser retirada a Runa Dagaz, a Runa do Aprofundamento e

    Transformao.

    RUNAS DO CONFORTO PARA OS

    ENLUTADOS

    Eu sou o Caminho, a Vida e a luz A terra o meu Jardim. / Cada alma que planto como semente Germina e floresce em sua estao, / E em cada uma sou realizado. / No h motivo de pesar / Quando fenece um boto Mas somente de jbilo pela beleza que teve. / E de louvor, ao ser feita a Minha vontade / E cumprido o meu Plano. /Sou uno a todas as criaturas E nada jamais perdido / E, sim, a mim devolvido, / For nunca me ter deixado./ Pois aquilo que Eterno / No se separa de sua Fonte Estou com todos vs,/ E cada um de vs um canal para a minha Luz. Senti o meu Amor Que vos envolve agora e para todo o sempre.

  • 6

    PERFIL DE UM DESTINO

    Ao empreendermos a tarefa da mudana pessoal, requerido que

    examinemos os fundamentos de nossa vida. Em inmeros campos, professores

    espirituais de todas as crenas costumam dizer que nos compete "descobrir o

    professor dentro de ns". No momento, necessitamos de algumas tcnicas teis

    para ouvirmos ns mesmos.

    Uma dessas tcnicas foi idealizada pelo Dr. Allan W. Anderson, de uso

    indicado para o I Ching, o livro das Mutaes chins. Ele lhe deu o nome de Perfil

    de um Destino. O Perfil, que consiste de seis perguntas, compreende uma rede em

    cujo interior pode ser montada uma vida humana.

    O Perfil de Destino adapta-se perfeitamente ao uso com as Runas vikings.

    No obstante, sobre esta tcnica h uma seriedade que classifica o Perfil de

    Destino fora de outros exerccios rnicos. Segundo o Dr. Anderson, as seis

    perguntas que compem o Perfil devem ser feitas uma vez apenas durante a vida

    da pessoa. A princpio, tal restrio pode parecer intimidante, especialmente em

    nossa cultura do "tente, tente outra vez". No apreciamos limitaes. Ainda

    assim, a ddiva conferida pelo Perfil de Destino a essncia criativa da limitao.

    Ao ser perguntado "De que teremos percepo, atravs do Perfil de

    Destino?", as Runas responderam com Laguz ,a Runa da gua, do Fluxo,

    Daquilo que Conduz, Invertida:

    Uma advertncia contra querer ir alm, empenhar-se em demasia, um

    conselho para que no tente exceder suas prprias foras ou operar alm do

    poder que acumulou at agora em sua vida.

    Esta uma leitura que focaliza a natureza da limitao.

  • Voc talvez prefira adiar a seleo das Runas para o Perfil de Destino,

    demorando-se algum tempo em considerar a idia. Antes de atirar-se tarefa,

    seria conveniente refletir bastante na maneira como levou sua vida at agora.

    Quando estiver pronto para comear, talvez queira fazer a primeira pergunta,

    receber o comentrio do Orculo e ento consider-lo durante certo tempo,

    antes de passar segunda pergunta. Poder, ainda, preferir fazer todas as seis

    perguntas em uma s sesso, porm estudando-as uma de cada vez, no correr de

    extenso perodo. Deixe que o lado receptivo de sua Natureza de Guerreiro seja

    seu guia.

    Aps retirar sua Runa para a primeira pergunta, anote-a e torne a coloc-la na

    sacola. Cada pergunta deve ser feita com todo o conjunto de Runas na sacola.

    Quando anotar as Runas que retirou, coloque-as em uma linha vertical,

    com a primeira Runa no alto, em seguida anotando seus pensamentos sobre a

    resposta do Orculo. Seria interessante revisar seu Perfil de Destino de tempos

    em tempos, acrescentando novos insights que possam ter-lhe ocorrido.

    Aqui, portanto, esto as seis perguntas que compreendem o Perfil de

    Destino, cada uma seguida por um exemplo de leitura.

    (1) QUAL A MINHA NATUREZA?

    Ao fazer a pergunta "Qual a minha natureza?" voc se refere causa

    material de sua natureza, aquela com a qual nasceu. Isto porque sua natureza

    uma constelao de possibilidades, sendo circundada e circunscrita por numerosas

    impossibilidades.

    Comece examinando suas limitaes: voc provm de um determinado

    ambiente, levou sua vida de uma maneira particular, tem um problema cardaco,

    no pode ter filhos seja qual for o caso. Quando suas limitaes lhe forem

    ficando mais ntidas, voc comear a perceber que vrias noes tidas sobre si

    mesmo no so apoiadas pela realidade de sua vida. Ainda assim, como sua

    natureza limitada pelo que no pode fazer ou ser, tambm especificada pelo que

  • voc faz. Atravs deste processo de limitao e especificao, a viso que tem de

    si mesmo se tornar mais clara e mais simples. medida que simplificar, voc

    encontrar o poder para trabalhar com sua natureza, com a substncia da qual

    ser realizado o seu Destino.

    Exemplo de Leitura

    Ehwaz, a Runa do Movimento, do Progresso, Invertida. "Movimento que

    parece bloquear", falando de sua incapacidade em reconhecer aquilo que

    oportuno sua natureza e aquilo que no . Primeiro, empenhe-se em fortificar

    sua vida interior; quando ela estiver forte o suficiente, o que precisar ser

    realizado ficar translcido para voc. O senso de estar-se omitindo ser

    substitudo pelo desejo de evitar a ao, at que surja o momento oportuno.

    Entretanto, se insistir em avanar, mesmo no estando fortalecido, sua natureza

    se voltar contra tudo quanto voc fizer prematuramente, porque o Destino no

    pode ser logrado, dirigido ou influenciado. H um velho provrbio que diz: "O

    que voc para si mesmo, disso no passar". Ou, como expressa Ehwaz:

    "Quando cultivo minha natureza, tudo o mais faz o mesmo"

    (2) POR QUE NASCI?

    O significado da pergunta : "Com que carncia ou privao vim ao

    mundo, cuja satisfao fortalecer meu contnuo crescimento em acompanhar a

    Vontade do Divino?" Em outras palavras, Qual a injuno dos Cus para mim? Ao

    fazer esta pergunta, voc se prepara para descobrir o que falta em sua estrutura,

    aquilo que veio aqui para adquirir pacincia, coragem diante da adversidade

    ou qualquer outro aspecto subdesenvolvido do seu eu, cuja aquisio permitir

    que navegue atravs desta vida, por um rumo ideal.

    Exemplo de Leitura

  • Sowelu, a Runa da Integralidade, significa "aquilo que sua natureza requer.

    Ela encarna o impulso para a auto-realizao, indicando a trilha que voc deve

    seguir, no provindo de motivos ulteriores, mas do mago de sua

    individualidade". Dizem que a marca do Guerreiro Espiritual a impecabilidade.

    Viver impecavelmente significa esforar-se o tempo todo para fazer o que

    apropriado. Para tanto, "requer-se que enfrente e vena a sua recusa em permitir

    que a ao correta flua atravs de voc".

    Sua busca, como Guerreiro Espiritual, procurar a Integralidade, no

    senso de reunir aquilo que requer unificao. Esta Runa focaliza a aptido para

    "recuar fortificado". No recuo oportuno, a Luz poder penetrar em qualquer

    parte sua que tenha sido mantida em sombras. Essas sombras o resultado de

    sua carncia so o eu dividido, de maneira que a ao correta e oportuna o

    conduzir auto aceitao, cura pessoal e Integralidade.

    (3) QUAL A MINHA VOCAO?

    No sentido empregado aqui, Vocao no significa aquilo que voc faz

    para viver. A retirada de uma Runa para Vocao dir como foi chamado a

    passar por esta vida e que princpios deve encarnar em sua passagem.

    Conduzindo-se de maneira adequada, segundo sua Vocao, saciar a privao, a

    carncia e falta descritas na respostas pergunta "Por que nasci?" Aprendendo a

    relacionar-se corretamente com a severa privao, voc crescer no Esprito. Da

    o motivo de So Paulo dizer, em Romanos 4, "Rejubilamo-nos nas tribulaes",

    uma vez que as tribulaes proporcionam as oportunidades de enfrentarmos

    corajosamente a privao. No processo, voc aumentar sua fora de vontade e

    autopercepo. O objetivo principal da Vocao chegar ao Eu da pessoa.

    Exemplo de Leitura

    Ehwazh, Movimento, Progresso, especifica que sua Vocao requer

    "movimento, no sentido de intensificar ou melhorar qualquer situao".

  • Observe que esta Runa tambm foi retirada Invertida, na resposta pergunta

    "Qual a minha natureza?" A seleo de Ehwaz por duas vezes, no Perfil, acentua

    a idia de movimento oportuno, como crucial ao exerccio de meios habilidosos.

    Expresso de maneira mais simples, o princpio : no simular necessidade, no

    desejar resultados ardentemente.

    Aprenda a esperar. Aprenda a pedir. Aprenda a seguir solitrio pelo

    mundo. Ento, sua Vocao, Mannaz, concordar com sua Natureza, e todo o

    movimento estar de acordo com a Vontade dos Cus.

    Existe um exerccio, praticado pelo Reverendo Harry Haines, que parece

    relevante ao trabalho que a voc requerido. Sempre que convocado a lidar com

    uma questo pouco clara, ele faz quatro coisas: "Primeiro, considero minhas

    prprias necessidades. Depois, considero as dos outros. Em seguida, consulto

    um amigo mais sbio. E, finalmente, aguardo a paz que infunde compreenso.

    S ento atuo."

    (4) QUAL O MEU DESTINO?

    Conforme empregado aqui, Destino significa a sua passagem ideal por esta

    vida, sua possibilidade ideal. No existe isso de "destino ruim", porque seu Destino

    o desejo do Divino por seu Mais Alto Bem. Seu Destino sua destinao

    espiritual. H uma energia que nos move incessantemente a fim de