Click here to load reader
Upload
manuela-paredes
View
170
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
O MAR E OS MITOS
EXPOSIÇÃO
O MAR E OS MITOS
PONTO
Ponto ("alto-mar") é um deus
primordial, uma divindade do mar.
Nascido de Gaia sem que houvesse a
união com outra divindade primordial,
Ponto é o deus pré-olímpico do mar.
É o pai da maioria dos deuses marinhos
antigos com a deusa-terra Gaia incluindo
Nereu, Fórcis e Ceto, Taumas e Euríbia.
Com Thalassa, Ponto reinava os peixes e outras criaturas
marinhas.
Nas lendas atuais Ponto é o líder e mestre de todos os rios
sinistros que banham o tártaro.
Esta dualidade de Ponto, como o gerador da vida, e o líquido da
morte mostram-nos que vida e morte têm um ponto comum.
http:/
/uplo
ad.w
ikime
dia.or
g/wi
kiped
ia/co
mmon
s/thu
mb/7
/75/
Cons
tantaP
ontos
.JPG/
220p
x-Co
nstan
taPon
tos.JP
G
TÁLASSA
http:/
/3.bp
.blog
spot.
com/
-EblX
iJJ20
O0/U
ogc3
SpiPa
I/AA
AAAA
AACN
4/9C
zc-7
oBW
dE/s
1600
/t%C
3%A1
lassa
.jpg
Tálassa ("mar") é uma deusa primordial do mar, filha de Éter e
Hemera. É a personificação do mar Mediterrâneo.
Com Ponto, ela foi a mãe da ninfa Hália, às vezes também do
Gigante Egeon, a personificação do Mar Egeu, dos nove
Telquines e de todos os peixes e seres existentes no mar.
TÁLASSA htt
p://3.
bp.bl
ogsp
ot.co
m/-E
blXiJJ
20O0
/Uog
c3Sp
iPaI/
AAAA
AAAA
CN4/9
Czc-7
oBW
dE/s1
600/t
%C3%
A1las
sa.jp
g
NEREU
Nereu, o rei do mar Egeu, numa representação dum vaso grego
://l
h6.gg
pht.c
om/-
MPgu
N4fcx
GQ/U
Wsv
o_4jc
gI/AA
AAAA
AAHv
c/2k
t4plLN
w1U/
clip_
imag
e008
_thum
b.jpg
?imgm
ax=8
00
Na mitologia grega, também conhecido pelo epíteto de O Ancião do
Mar, reinava o Mediterrâneo, e mais particularmente, o Egeu. Filho
de Ponto e Gaia, casou-se com Dóris, uma das filhas de Oceano,
tornando-se pai das cinquenta Nereidas, dotadas de uma grande
beleza e personificadas como as vagas do mar. Possuía, como
outras divindades marinhas, o dom da profecia e da transformação.
Era defensor da justiça e da sabedoria.
FÓRCIS E CETO
Fórcis é um deus marinho, filho de Pontos, o mar, e Gaia, a terra,
irmão e consorte de Ceto (“monstro do Mar”), deusa marinha que
personifica os perigos do mar. É a Deusa de baleias, grandes
tubarões e monstros marinhos. Fórcis e Cento geraram monstros
horríveis, entre eles Equidna (tronco de mulher e cauda de
serpente), Cila (um monstro que tinha o rosto e o peito de uma
mulher), Ládon (dragão da Cólquida, conhecido como o guardião do
velo de ouro), as Greias ( mulheres velhas, nome de Dino, Énio e
Péfredo) e as Górgonas (Esteno, Euríade e Medusa).
http:/
/dez
milno
mes.f
iles.w
ordpre
ss.co
m/20
13/0
9/ce
to_fea
tured
.jpg?
w=47
0&h=
238
O TITÃ OCEANO
http:/
/www
.tainh
anare
de.co
m.br/
imag
ens-
posts
-inter
nas/
foto-
do-a
rquivo
---tai
nha-
na-re
de-18
0620
11033
839.
jpg
Mosaico Romano de Oceanus, sec. III DC.
Oceano, filho de Urano (Céu) e Gaia (Terra), é o imenso rio que rodeia a Terra,
O seu corpo era formado por um torso de homem, garras de caranguejo, chifres na cabeça e grande barba, terminando em cauda de serpente. Oceano representa as águas desconhecidas do Atlântico (também chamado de "Mar Oceano").
Da união entre Oceano e sua irmã Tétis, nasceram as ninfas dos mares ou Oceânides, entre elas, Anfitrite, mãe de Tritão, as Nereidas, os rios, além de todos os seres marinhos, que participavam das aventuras dos deuses, como os golfinhos.
Suas inúmeras filhas são personificações da sabedoria e das leis que dominam o cosmos: Métis, o conhecimento; Tiké, a fortuna; e Plutó, a riqueza. As Néfeles, outras filhas suas, eram ninfas deusas das nuvens. Por isso, os gregos apelidaram as nuvens de "Jardins de Oceano", pois consideravam que nasciam no horizonte ilimitado, a morada do deus.
TÉTIS TOCEANOT
Tétis ("ama, nutriz"), deusa do mar, a mais jovem das Titânides, é filha de Urano, o Céu, e de Gaia, a Terra. Casou com Oceano, seu irmão, e foi mãe
de três mil ninfas chamadas Oceânides. Serão, ainda, seus filhos, não somente os rios e as fontes, mas também Proteu, Etra e Persa.
Tétis é a deusa da água, matéria-prima que, segundo uma crença antiga, entra na formação de todos os corpos.
O seu carro é uma concha de maravilhosa forma e de uma brancura de marfim nacarado. Quando percorre o seu império, o carro, puxado por cavalos-marinhos mais brancos do que a neve, parece voar, à superfície das águas. À sua volta, os delfins, brincando, saltam no mar. Tétis é acompanhada pelos Tritões que tocam trombeta com as suas conchas recurvas, e pelas Oceânides coroadas de flores.
http:/
/www
.mun
doda
filoso
fia.co
m.br/
imag
es/o
cean
o2.jp
g
POSEIDON (NEPTUNO)
Poseidon é filho dos Titãs Cronos e de Réia. Quando o pai foi destronado e
vencidos os titãs, os três irmãos (Zeus/Júpiter; Hades/Plutão; Poseidon/Neptuno)
partilharam entre si o império do universo. Poseidon (Neptuno) herdou o reino dos
mares.
Poseidon possuía um palácio de ouro, situado no fundo do mar, e percorria a
superfície da água, numa carruagem de ouro, levada por cavalos velozes. Tinha
poder sobre as tempestades e sobre os ventos. Garantia a segurança dos
marinheiros ou a destruição de seus navios de acordo com a sua vontade. A sua
arma era o tridente, uma lança terminada em três pontas e com a qual ele podia
provocar terremotos na terra. Sua esposa, Anfitrite, deu à luz diversos filhos seus,
incluindo Tritão.
http:/
/1.bp
.blog
spot.
com/
-Pdp
mshn
uVpA
/Td3
Al6Ey
W3I/
AAAA
AAAA
AgE/
ykog
KqZm
_ps/
s400
/POS
EID%
257E
1.JPG
Proteu, deus marinho, é filho de Oceano e de Tétis. Proteu guardava os
rebanhos de Poseidon (grandes peixes e focas). Para o recompensar dos
trabalhos que com isso tinha Poseidon deu-lhe o conhecimento do passado, do
presente e do futuro. No entanto, recusava-se a usar esse poder. Para o
convencer a falar, era necessário surpreendê-lo durante o sono, e amarrá-lo de
maneira a que não pudesse escapar, pois ele tomava todas as formas para
espantar os que se aproximavam: a de leão, dragão, leopardo, javali; algumas
vezes metamorfoseava-se em árvore, em água e mesmo em fogo; mas se
conseguissem mantê-lo preso, retomava a forma primitiva e respondia a todas as
perguntas que se lhe fizessem.
PROTEU
http:/
/uplo
ad.w
ikime
dia.or
g/wi
kiped
ia/co
mmon
s/thu
mb/1
/1a/
Prote
us-A
lciato
.gif/
200p
x-Pr
oteus
-Alci
ato.gi
f
SEREIAS
Eram filhas do rio Aqueló e da musa Calíope. Ordinariamente contam-se três:
Parténope, Leucósia e Lígea, nomes gregos que evocam as ideias de candura, brancura
e harmonia. Outros lhes dão os nomes de Aglaufone, Telxieme e Pisinoe, denominações
que exprimem a doçura de sua voz e o encanto de suas palavras.
O oráculo predissera às Sereias que viveriam tanto tempo quanto pudessem deter os
navegantes à sua passagem. Mas, desde que um só passasse sem para sempre ficar
preso ao encanto de suas vozes e de suas palavras, elas morreriam. Por isso
essas feiticeiras, sempre em vigília, não deixavam de deter com sua harmonia todos os
que chegavam perto delas e cometiam a imprudência de escutar os seus cantos.
http:/
/4.bp
.blog
spot.
com/
-UOE
1oJrN
SMg/
UmZ0
UuFz
i3I/A
AAAA
AAAL
N0/-
8e0Q
2H8tR
Y/s1
600/
Wate
rhous
e,+Sir
en.jp
g
EXPOSIÇÃO
O MAR NA POESIA
Trazias de Lisboa o que em Lisboa
é um apelo do mar: um mais além.
Trazias Índias e naufrágios. Fado e Madragoa.
E o cheiro a sul que só Lisboa tem.
Trazias de Lisboa a velha nau
que nos fez e desfez (em Lisboa por fazer).
Trazias a saudade e o escravo Jau
pedindo por Camões (em Lisboa a morrer).
Trazias de Lisboa a nossa vida
parada no Rossio: nau partida
em Lisboa a partir (Ó glória vã
não mais não mais que uma bandeira rota).
Trazias de Lisboa uma gaivota.
E era manhã.
in Coisa Amar (Coisas do mar)
MANUEL ALEGRE
ANTÓNIO NOBRE Georges! anda ver meu país de Marinheiros, O meu país das naus, de esquadras e de frotas! Oh as lanchas dos poveiros A saírem a barra, entre ondas de gaivotas! Que estranho é! Fincam o remo na água, até que o remo torça, À espera de maré, Que não tarda aí, avista-se lá fora! E quando a onda vem, fincando-a com toda a forca, Clamam todas à urra: «Agora! agora! agora!» E, a pouco e pouco, as lanchas vão saindo (Às vezes, sabe Deus, para não mais entrar...) Que vista admirável! Que lindo! Que lindo! Içam a vela, quando já têm mar: Dá-lhes o Vento e todas, à porfia, Lá vão soberbas, sob um céu sem manchas, Rosário de velas, que o vento desfia, A rezar, a rezar a Ladainha das Lanchas: Senhora Nagonia! Olha acolá! Que linda vai com seu erro de ortografia... Quem me dera ir lá! Senhora Daguarda! (…)
ANTÓNIO BATIÇA FERREIRA PAÍS NATAL
Um sentimento de amor pátrio sobe no meu coração,
Em espírito demando o meu país natal,
E lembro aquela floresta africana,
Cheia de caça e de verdura;
Lembro as suas imensas árvores gigantes,
A folhagem verde ou amarela
Que nos perfuma.
Revejo a minha infância,
Toda cheia de alegrias:
Eu corria pelo mato,
Espiava os animais selvagens,
Sem medo;
E olhava os lavradores nos campos,
E, no mar, os pescadores,
Que lutavam contra o vento, para agarrar o peixe,
E que eu, atento, seguia com o olhar:
Como gostava de os ver no oceano
Domar as vagas, que lhes queriam virar as barcas!
(Ah! bem me lembro, bem me lembro do meu pais natal!)
MANUEL DOS SANTOS LIMA SÃO MEUS ESTES RIOS
São meus estes rios
que buscam caminho
rastejando entre luar e silêncio,
sombra e madrugada,
até ao seu fim marítimo.
A minha alma está neles,
líquida e sonora
como a água entre o quissange das pedras,
o anoitecer nas fontes.
Tenho rios vermelhos e quentes
na minha dimensão física,
rios remotos, remotos como eu.
JOSÉ CRAVEIRINHA AO MEU BELO PAI EX-EMIGRANTE
(…)
Oh, Pai:
Juro que em mim ficaram laivos
do luso-arábico Algezur da tua infância
mas amar por amor só amo
e somente posso e devo amar
esta minha bela e única nação do Mundo
onde minha mãe nasceu e me gerou
e contigo comungou a terra, meu Pai.
E onde ibéricas heranças de fados e broas
se africanizaram para a eternidade nas minhas veias
e teu sangue se moçambicanizou nos torrões
da sepultura de velho emigrante numa cama de hospital
colono tão pobre como desembarcaste em África
meu belo Pai ex-português.
(…)
E fica a tua prematura beleza afro-algarvia
quase revelada nesta carta elegia para ti
meu resgatado primeiro ex-português
número UM Craveirinha moçambicano!
CESÁRIO VERDE
AVE-MARIAS Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. (…) Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. E evoco, então, as crónicas navais: Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado! Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Singram soberbas naus que eu não verei jamais! E o fim da tarde inspira-me; e incomoda! (…) Vazam-se os arsenais e as oficinas; Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, Correndo com firmeza, assomam as varinas. (…) E algumas, à cabeça, embalam nas canastras Os filhos que depois naufragam nas tormentas. (…)
FERNANDO PESSOA
HORIZONTE
O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
Splendia sobre sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.