O Metodo Pedagogico Dos Jesuitas Parte II Ratio Studiorum - Pe Leonel Franca SJ

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  • HISTEDBR - Grupo de Estudos e Pesquisas "Histria, Sociedade e Educao no Brasil" * permitido o uso e reproduo para fins educacionais Digitao elaborada por Luciana Aparecida da Silva

    O MTODO PEDAGGICO DOS JESUTAS

    O "RATIO STUDIORUM"

    ORGANIZAO E PLANO DE ESTUDOS DA COMPANHIA DE JESUS.

    REGRAS DO PROVINCIAL

    1. 1. Objetivo dos estudos na Companhia. Como um dos ministrios mais importantes da nossa Companhia ensinar ao prximo todas as disciplinas convenientes ao nosso Instituto, de modo a lev-lo ao conhecimento e amor do Criador e Redentor nosso, tenha o Provincial como dever seu zelar com todo empenho para que aos nossos esforos to multiformes no campo escolar corresponda plenamente o fruto que exige a graa da nossa vocao.

    2. 2. Prefeito geral dos estudos. Para este fim, ao Reitor no s o recomende insistentemente no Senhor, mas lhe d, como Prefeito de estudos ou Cancelrio, um homem bem versado nas letras e nas cincias, qualificado pelo seu zelo e discrio para os desempenho das incumbncias que lhe forem confiadas e cuja funo ser a de instrumento geral do Reitor na boa ordenao dos estudos. A ele, com a devida humildade, devero obedecer aos professores e todos os escolsticos, tanto os que se acham no mesmo Colgio quanto os que porventura vivem em internatos ou seminrios de alunos, e ainda os prefeitos de estudos nos seminrios, em tudo quanto aos estudos se refere.

    3. 3. Prefeito de estudos inferiores e da disciplina. No caso em que, pela extenso e variedade do trabalho escolar, no bastar um Prefeito para a direo de todas as aulas, poder o Provincial nomear outro que, sob as ordens do Prefeito Geral, cuidar dos estudos inferiores; e ainda, se o exigirem as circunstncias, um terceiro, incumbido da disciplina.

    4. 4. Seleo dos Professores. Com grande antecedncia proveja os professores de cada faculdade, observando os eu em cada disciplina parecem mais competentes, os mais eruditos, aplicados e assduos, os mais zelosos pelo progresso dos alunos no s nas aulas seno tambm nos outros exerccios literrios.

    5. 5. Sagrada Escritura e respectivo professor. Com grande zelo promova o estudo de Sagrada Escritura; e o conseguir, se para este ofcio escolher homens no s conhecedores de lnguas (o que de primeira necessidade), mas ainda versados na teologia e nas demais cincias, na histria e outros ramos do saber e, se possvel, tambm eloqentes.

    6. 6. Estudantes e tempo. As lies de Sagrada Escritura assistiro os estudantes de teologia diariamente, em aulas de trs quartos de hora, durante dois anos, isto , ordinariamente, no segundo e terceiro ano do curso, onde forem dois os professores de teologia; onde houver trs, as aulas podero ser dirias e mais breves, ou, se parecer prefervel, mais longas em dias alternados.

    7. 7. Dotes do professor de hebreu. Onde no houver inconveniente, ensine a lngua hebraica o professor da Sagrada Escritura, ou, ao menos, um telogo; para desejar que seja outrossim versado em lnguas, no s no grego, por causa do Novo Testamento e da verso dos , mas no siro e no caldeu pelo muito que destas lnguas se encontra nos livros cannicos.

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  • 8. 8. Estudantes e estudos. Da assistncia a esta aula, por um ano, isto , no segundo ou terceiro do curso, no sejam dispensados os estudantes de teologia, exceto os que para isto forem julgados de todo incapazes. Alm disto, como advertem as Constituies, dever escolher os escolsticos eu se dedicaro especialmente a este estudo; os escolhidos durante o binio prescrito para a repetio da teologia, apliquem-se mais ao estudo do hebreu e mesmo durante o curso regular da teologia sejam assistidos, se possvel, em academias privadas ao menos durante as frias.

    9. 9. Curso e professores de teologia. 1. Procure que se conclua o curso de teologia em quatro anos, de

    conformidade com as Constituies, e seja dado por dois anos, ou, se absolutamente no puder ser de outro modo, por trs professores ordinrios, de acordo com os diferentes costumes das provncias. Onde forem trs professores, a terceira aula ser de teologia moral e nela se expliquem, ex-professo e com solidez, as questes morais que pelos professores ordinrios costumam ser omitidas ou tratadas com suma brevidade. A estas aulas assistam os nossos, ao menos durante dois anos; nos outros dois freqentem Sagrada Escritura.

    2. Lembre-se de modo muito especial que s cadeiras de teologia no devem ser promovidos seno os que so bem afeioados e So Toms; os eu lhe so adversos ou menos zelosos da doutrina, devero ser afastados do magistrio.

    10. 10. Binio da repetio da teologia. No princpio do quarto ano, de acordo com o Reitor, o Prefeito, os Professores e os seus Consultores, designe alguns escolsticos de reconhecida virtude e bons talentos, para que, segundo prescrevem as Constituies, se consagrem tranqilamente durante dois anos ao estudo privado, afim de repetir por si a teologia e, se ao superior parecer, sustentar atos acadmicos; para estes se daro abaixo instrues especiais. Onde for costume da regio, podero alguns dentre eles, com licena do Geral, ser promovidos ao grau de Doutor ou Mestre.

    11. 11. Onde vigorar o costumes de se conferirem graus publicamente, observem-se a Constituies risca; e no seja promovido quem s teses de teologia especulativa no acrescentar outras relativas aos trechos mais importantes da Escrituras e ainda, se nada houver em contrrio, tambm histria eclesistica e ao direito cannico. Quanto ao modo e s cerimnias da colao, se no se opuserem s Constituies, sigam-se os costumes e estatutos de cada regio.

    12. 12. Professores de caso de conscincia. No colgio onde houver seminrio de casos de conscincia para os nosso, nomeie dois professores de casos que, dividindo entre si toda a matria, a expliquem em dois anos; ou um s professor eu d duas aulas dirias.

    13. 13. Conferncia de casos. Duas vezes por semana nas casas professas, duas vezes nos colgios ou, se melhor lhe parecer no Senhor, uma vez, haja ou no lio pblica de casos ou de teologia moral, devero os nossos sacerdotes reunir-se para as conferncias de casos. Afim de presidi-la, determine um Provincial um sacerdote capaz de desempenhar-se com segurana e prudncia, dessa tarefa. Este presidente leia e observe as regras do professor de casos ou de teologia moral que se prescreve maneira de realizarem semelhantes conferncias.

    14. 14. Mesma conferncia nos colgios principais. Nos colgios mais importantes haja tambm esta conferncia de casos, principalmente para todos os estudantes de teologia, mas s uma vez na semana.

    15. 15. Os eu dela no se devem dispensar. Destas conferncias acima referidas, com exceo dos professores de teologia e filosofia e de outros eu por ventura o Superior dispensar, no devero eximir-se nem os estudantes de teologia moral nem os sacerdotes que, ordinria ou ocasionalmente, ouvem confisses; o prprio superior delas no se ausente seno raras vezes e por motivos graves.

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  • 16. 16. Dotes do professor de filosofia. Os professores de filosofia (exceto caso de gravssima necessidade) no s devero ter concludo o curso de teologia seno ainda consagrado dois anos sua reviso, afim de que a doutrina lhes seja mais segura e mais til teologia. Os que foram inclinados a novidades ou demasiado livres nas suas opinies, devero, sem hesitaes, ser afastados do magistrio.

    17. 17. Curso de Filosofia. Onde estudam os nossos escolsticos, o curso de filosofia dever durar trs anos e no menos; onde s houver estudantes externos fique a durao a juzo do Provincial; enquanto for possvel, porm, cada ano conclua-se um curso e comece outro.

    18. 18. Curso de retrica e humanidades. Ainda que no seja possvel prescrever a durao do curso de humanidades e retrica e a cargo do superior fique decidir quanto dever cada qual demorar-se nestes estudos, nenhum dos nossos, pelo menos, dever ser enviado filosofia antes de haver estudados dois anos de retrica, a menos que no se julgue em o Senhor que a idade, as aptides ou outro motivo a isto se oponham. Mas, se alguns forem dotados de aptides naturais para grandes progressos nesse estudos, , poder-se- examinar se, afim de se lanarem mais slidos fundamentos, no convenha conserva-los na retrica por trs anos.

    19. 19. 1. Duplo exame de filosofia. Depois que iniciarem o curso de filosofia, devero os nossos ser examinados duas vezes por professores determinados, a saber, pelo Prefeito de estudos e pelos professores de teologia e filosofia, na presena do Reitor e seus consultores e, se possvel, do prprio Provincial; a primeira vez pouco antes da quaresma ou nas frias de Pscoa, a outra, terminada a lgica. 2. Consideraes da virtude. este ponto eu de grande importncia para

    o Senhor e dever ser tratado com toda a ateno para a maior glria de Deus, observe o Provincial, de modo particular, as regras 49 e 56 do seu ofcio e, acima de tudo, leve me considerao a virtude do candidato.

    3. Fim e processo do exame. Este exame, eu determinar se algum h de continuar a filosofia ou se (logo) enviado ao estudo de Casos dever ser feito com votos secretos; o seu resultado juntamente com o julgamento dos examinadores, seja consignado em livro especial; e os que a ele assistirem guardem sobre o assunto rigoroso segredo.

    4. Destinao ao estudo de Casos. Os que, no primeiro exame, se revelarem incapazes para a filosofia devero ser destinados aos Casos ou, a juzo do Provincial, ao magistrio [inferior] (assim entendemos a destinao aos casos); quanto aos demais nada por ento se decida. No segundo exame, podero distinguir-se entre os candidatos trs graus: os que excedem a mediania e estes devero prosseguir os demais estudos; os que lhe ficam abaixo e estes lhe sero logo aplicados aos Casos; e finalmente os que apenas a atingem e entre estes caber ainda uma discriminao.

    5. Considerao dos talentos. A quem ser concedido um binio de teologia. Os que so medianos nas letras e no possuem outras habilidades sejam tambm enviados aos Casos; os que, porm, juntamente com virtude notvel tiverem talento para a pregao e governo, ento, afim de que a Companhia possa, com maior segurana e autoridade, servir-se de seus prstimos, delibere o Provincial com seus consultores se, alm da filosofia, no convenha assegurar-lhe dois anos de teologia. Neste caso, advirta-lhes abertamente que, s nesta medida, iro continuar os estudos.

    6. Quando se poder conceder um terceiro ano de teologia. Mas, se por ventura aos que tm talento para a pregao no bastarem as dois para ouvir nas aulas matrias da teologia que se julguem necessrias as desempenho de suas responsabilidades com segurana e sem erro, como os captulos que, na Suma de Santo Toms, se estudam na primeira parte antes da discusso sobre os anjos, na terceira, sobre a Encarnao e os Sacramentos, na primeira da Segunda sobre a graa poder para este fim, conceder-lhes um terceiro ano de teologia, ou, pelo

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  • menos, sejam ajudados por meio de lies particulares de alguma academia domstica, com as quais, durante o binio ou depois, supram o eu nas aulas no foi explicado durante este tempo, deixando tambm as lies pblicas de outras matrias eu paream menos teis.

    7. A quem se poder conceder um quarto ano de teologia. Por fim, se no houver algum, ainda eu no dotado de talento notvel, mas eminente em dons de governo e pregao, e de virtude singular eu parece atingir o conhecimento completo de teologia exigido pelas Constituies, e eu se se julgasse de vantagem para a Companhia eu terminasse o curso de teologia, poder o Provincial, ouvidos previamente os consultores, conceder-lhe um quarto ano de teologia.

    8. Devero ser examinados os que estudaram fora da Companhia. Ao mesmo exame devero ser submetidos os que, antes de entrar na Companhia, estudaram todo o curso de filosofia ou parte dele, ou ainda parte da teologia, afim de que ele se possa fazer idntico julgamento.

    9. O privilgio dos estudos reservados aos humildes. - Antes de tudo, porm, cuide o Provincial de se no servir da concesso do privilgio de aplicar aos estudos seno em favor dos humildes, sinceramente piedosos e mortificados, mercadores de tal beneficio.

    10. Os que devero ser afastados no meio dos estudos. -Se algum talvez dos que foram aplicados filosofia ou teologia, no decurso dos estudos. mostrar que no excede a mediania como a principio se julgara, tambm ele, aps exame idntico, dever ser enviado aos Casos.

    11. Que se entende por mediania. -A mediania, de que acima se fala, deve entender-se no sentido em que vulgarmente se entende quando se diz de algum que de talento mediano, a saber, quando percebe e compreende o que ouve e estuda e capaz de dar razo suficiente a quem lhe pede, ainda que, em filosofia e teologia, no atinja o grau de doutrina que as Constituies designam com a expresso haver nela feito bastante progresso, nem seja capaz de defender as teses a mencionadas com o saber e a facilidade com que as defenderia quem fosse dotado de talento para ensinar Filosofia e Teologia.

    12. Como julgar os talentos. Sobre a capacidade do talento para pregao e governo que devem possuir os que vo estudar teologia por dois anos e bem assim acerca do talento extraordinrio daqueles aos quais dissemos se podem conceder quatro anos, ponderem seriamente com os seus Consultores e outros vares eminentes que os conheam e sejam capazes de ajuizar em semelhantes matrias.

    13. Deciso permitida ao Provincial. -Mas, como neste exame e apreciao dos talentos freqentes vezes divergem as opinies, ficar nas mos do Provincial, depois de bem ponderada a questo, examinar os votos e ouvir os Consultores, decidir o que no Senhor melhor lhe parecer para a maior glria de Deus e bem geral, da Companhia. E se julgar que nenhum deles dever ser aplicado queles estudos, consigne-o no livro, como acima se disse no 3, acerca do primeiro exame.

    14. Matemticas: Estudantes e tempo. - No segundo ano do curso todos os estudantes de filosofia assistiro aula de matemtica por trs quartos de hora. Alm disto, os que tiverem mais inclinao e capacidade para semelhantes estudos exercitem-se neles em lies particulares depois do curso.

    20. 1. Nmero dos cursos inferiores. -As classes de estudos inferiores (pelas razes alegadas na quarta parte das Constituies" c. 12. C., omitimos as aulas de abc) no devem ser mais de cinco: uma de Retrica, outra de Humanidades e trs de gramtica. 2. Porque no se devem fundir nem multiplicar. - Estas classes so de tal

    modo graduadas e concatenadas entre si que no se podem fundir nem aumentar em quantidade, no s para no multiplicar inutilmente os professores ordinrios

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  • seno tambm para que o nmero de cursos e classes no reclame tempo maior do que o necessrio para percorrer os estudos inferiores.

    3. Duas categorias numa classe. - Se forem menos de cinco as classes, nem assim devero confundir os cinco graus, mas em cada classe poder-se-o estabelecer duas categorias de modo que cada uma corresponda a um dos cinco graus, como se dir adiante na regra 4 do Prefeito dos estudos inferiores.

    4. Conservem-se de preferncia os cursos mais elevados. -Quando forem poucas as classes, procure quanto possvel conservar as mais elevadas, suprimindo as inferiores.

    5. Podem multiplicar-se as turmas no as sries. - Quando dizemos que as classes e gramtica devem ser trs e todas as de estudos inferiores, cinco, referimo-nos no tanto ao nmero de aulas e professores quanto ao de sries acima descritas. Porquanto, se for to elevado o nmero de alunos que no baste um professor, poder a classe ser dividida com licena do Geral, de modo, porm, que o nvel, as lies, o mtodo de ensino se mantenham idnticos nas duas turmas paralelas.

    6. Onde se permite o desdobramento de turmas. -- Este desdobramento de turmas. porm, no deve ser feito seno onde existem todos os estudos da Companhia ou as condies da fundao o exigem, afim de no onerar demasiadamente a Companhia.

    21. Formao de eminentes professores de letras. - Para conservar o conhecimento das letras clssicas e alimentar um seminrio de professores, procure ter na Provncia pelo menos, dois outros vares eminentes em literatura e eloqncia. Para este fim entre os bem dotados e inclinados para este gnero de estudos, designar, de quando em quando, alguns, suficientemente formados em outras disciplinas, a fim de constiturem, com o seu trabalho esforo, um como viveiro ou seara que alimente e propague a raa dos bons professores.

    22. Gramtica do P. lvares. - Cuide que os nossos professores adotem gramtica d'o P. Manuel [lvares]. Se em algum lugar o seu mtodo parecer muito elevado para a capacidade dos alunos, adote ento a gramtica romana, ou, aps consulta do Geral, mande compor outra semelhante, conservando sempre, porm, a importncia e propriedade de todas as regras do P. lvares.

    23. Professores permanentes. -Providencie para que os professores de gramtica e retrica sejam, no maior nmero possvel, permanentes. Para este fim, terminados os estudos de Casos e ainda de Teologia, aos que lhe parecerem no Senhor ho de servir melhor a Companhia neste oficio do que em outros, aplique seriamente ao magistrio e insista com eles se consagrem de todo a misso to salutar para a maior glria de Deus.

    24. Os que se podem admitir s para o ensino. Poder ser tambm de utilidade, se alguns que paream especialmente adaptados a este fim e pela idade ou talento no possam fazer progresso nos estudos superiores, logo no ingresso na Companhia sejam admitidos com a condio de consagrar espontaneamente as suas vidas ao servio de Deus no ensino das letras; e o Provincial note este fato no seu livro de registro. Estes, depois, ou antes, de haver ensinado alguns anos, como parecer no Senhor, podero seguir algumas lies de Casos (teologia moral) e ser ordenados sacerdotes e, em seguida, voltar ao ensino, do qual no devero ser removidos sem motivo grave e sria deliberao, a menos que, de quando em quando, por -cansao determine o Provincial uma interrupo por um ou dois anos.

    25. No devem ser dispensados do magistrio. -No dispense o Provincial os nossos escolsticos do ensino da gramtica e das humanidades a no ser que, pela idade ou por outro motivo lhe parea melhor no Senhor outra deciso. (1) Os que, porm, manifestam talentos, sobretudo talentos raros

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  • para a pregao, procurem que no sejam retidos por mais tempo que o necessrio no ensino das letras, da filosofia e teologia, afim de que no comecem a pregar quando, j envelheceram nestes estudos.

    26. Escolha de alguns para estudo imediato da teologia. - Em cada curso, porm, escolha um, dois, trs ou mais estudantes, conforme o nmero de alunos, que paream fazer mais progressos que os outros, e os aplique imediatamente teologia; mais tarde, terminados os estudos o terceiro ano de provao, se for necessrio ou mesmo conveniente, poder emprega-los no ensino da gramtica ou das humanidades.

    27. Tempo de magistrio. - No confie a responsabilidade de aulas aos que ho de estudar filosofia e ainda no a estudaram enquanto houver outros que a tenham concludo.

    28. Por onde se deve comear o ensino. - Procure que os nossos irmos comecem a ensinar em aulas que lhe fiquem abaixo do nvel cientfico para que assim, de ano para ano, se possam elevar com boa parte de seus alunos, a um grau superior.

    29. Academia para a formao de professores. - Afim de que possam ir ao magistrio com melhor formao. muito necessrio que se preparem em academias privadas; ao Reitor muito se recomenda, observe cuidadosamente o que prescreve a sua regra 9a..

    30. Nmero de confessores. -Providencie para que nos colgios, sobretudo nos mais importantes, onde so mais numerosos os alunos externos, haja vrios confessores a fim de que no sejam obrigados todos a recorrer a um s; por este mesmo motivo designe-se, de quando em quando confessores extraordinrios para maior satisfao dos penitentes.

    31. Nmero de irmos coadjutores. Nos Colgios, principalmente nos menores, procure que haja bastante irmos coadjutores afim de que o Reitor se no veja obrigado a lanar mo de mestres e discpulos para os servios domsticos.

    32. Renda para a biblioteca. A fim de que aos nossos no faltem os livros convenientes, aplique ao da biblioteca uma renda anual, proveniente dos bens do colgio ou de outra fonte e que de modo algum poder ser desviada para outros fins.

    33. Proibio de livros inconvenientes. - Tome todo o cuidado, e considere este ponto corno da maior importncia, que de modo algum se sirvam os nossos, nas aulas, de livros de poetas ou outros, que possam ser prejudiciais honestidade e aos bons costumes, enquanto no forem expurgados dos fatos e palavras inconvenientes; -e se de todo no puderem ser expurgados, como Terncio, prefervel que no se leiam para que a natureza do contendo no ofenda a pureza da alma.

    34. Regularidade nos horrios - Determine as horas em que durante o ano nos lugares em que variam com as estaes devero comear e terminar as aulas; o que for uma vez determinado, mantenha-se sem mudana; no se permita com facilidade que seja diferido ou antecipado o feriado semanal; procure principalmente que se observe risca a ordem dos dias de aulas e dos feriados.

    35. Frias. Como a aplicao nos exerccios literrios, assim tambm necessria alguma interrupo; evite-se, porm, a introduo de novos feriados; os prescritos observem-se sem alteraes. Sobre este ponto podem dar-se as diretivas seguintes:

    36. 36. 1. Frias gerais. As frias gerais do ano, nos cursos superiores, no devem ter durao inferior a um ms nem superior a dois. Na retrica, a menos que no se oponha o costume da universidade, as frias durem um ms; em humanidades, trs semanas; na gramtica superior, duas; nos outros cursos, uma.

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  • 2. Dias feriados. Afim de que sejam certos e fixos os dias feriados - e o seu nmero deve ser antes diminudo que aumentado, mande organizar urna lista dos mesmos de acordo com os costumes do lugar. 3. Nos cursos superiores no haver aula da vspera de Natal at a festa da Circunciso; os cursos inferiores, da tarde da mesma Vspera do Natal at a festa dos inocentes. 4. Na Qinquagsima, onde for costume, no haja aula at Quarta-feira de Cinza; neste dia, porm, todos os professores dem as aulas da tarde 5. Nos cursos inferiores de Domingo de Ramos at a Dominga in albis, e nos inferiores, desde a tarde de quarta-feira santa at a tera-feira de Pscoa, no haver aulas. 6. Da Viglia de Pentecostes nos cursos superiores, e nos outros da tarde da mesma Viglia at tera-feira, no haver aula, como tambm na quinta-feira. 7. Na Vspera da Festa do Corpo de Deus, em todos os cursos, superiores e inferiores, no haver aulas s depois de meio-dia; ao invs, na Comemorao de todos os defuntos, s antes do meio-dia. 8. Nos dias em que s houver aulas nos cursos inferiores, em nada se diminua o tempo costumado. 9. Preces pblicas. Se, por causa de preces pblicas, no for possvel dar as aulas da manh, dem-se as aulas da tarde; no dia das Rogaes, porm, onde for costume, dem-se tambm as da manh. 10. Feriado semanal. Cada semana haja, pelo menos, um dia consagrado ao descanso. Na mesma semana, se carem dois dias de festa, no haver mais um dia feriado; a no ser que o fato ocorra mais vezes e de modo que um dos dias de festa caa na segunda-feira, outro no sbado: neste caso poder conceder-se outro feriado. Quando do na semana houver um dia de festa e este cair na quarta ou na quinta-feira, neste dia e s nele no haver aula; se, porm, cair na segunda-feira ou no sbado, tambm na quarta-feira no se d aula; se, finalmente, cair na tera ou na sexta-feira, neste caso se no houver sermo, e for permitido justo recreio, no haver outro feriado; se no houver esta permisso, ser ento feriado quarta ou quinta-feira. 11. Diferente para os diferentes cursos. Nos cursos superiores ao descanso semanal se consagrar o dia todo. Nos cursos inferiores, haver aula pela manh, hora e meia no de retrica, duas horas nos demais. Pela tarde, no haver aula para curso algum; do principio de Junho em diante, para todos ser feriado o dia inteiro. 37. Observncia das regras. Por ltimo, afim do que toda a atividade escolar da

    Companhia logre bom xito para a maior glria de Deus, veja o Provincial que todos, superiores e inferiores, observem com perfeio as suas regras relativas aos estudos.

    38. Diversidade para a diversidade dos lugares. Como, porm, na variedade de lugares tempos e pessoas pode ser necessria alguma diversidade na ordem e no tempo consagrado aos estudos, nas repeties, disputas e outros exerccios e ainda nas frias, se julgar conveniente na sua Provncia, alguma modificao para maior progresso das letras, informe o Geral para que se tomem as determinaes acomodadas a todas as necessidades, de modo porm, que se aproximem o mais possvel da organizao geral dos nossos estudos.

    39. Zelo pela piedade e pelos bons costumes, Finalmente, persuada-se o Provincial que, de modo muito particular, responsvel, pelas prescries relativas piedade, disciplina dos costumes, ao ensino da doutrina crist, contida tanto nas regras dos Mestres dos cursos inferiores, quanto nas regras comuns a todos os mestres; so pontos estes que mais de perto entendem com a salvao das almas e tantas vezes se inculcam nas Constituies.

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  • REGRAS DO REITOR 1. Zelo pelos estudos. A Companhia dedica-se obra dos colgios e

    universidades, afim de que nestes estabelecimentos melhor se formem os nossos estudantes no saber e em tudo quanto pode contribuir para o auxlio das almas e por sua vez comuniquem ao prximo o que aprenderam. Abaixo, portanto, do zelo pela formao das slidas virtudes religiosas, que o principal, procure o Reitor, como ponto de mxima importncia, que com a graa de Deus, se alcance o fim que teve em mira a Companhia ao aceitar colgios.

    2. Autoridade do prefeito de estudos. Na direo dos ter como assistente um Prefeito de estudos ao qual dar toda a autoridade que julgar conveniente para o desempenho cabal de seu ofcio.

    3. Presena nos exerccios escolares. Regule e distribua as ocupaes de maneira que possa estimular e desenvolver os exerccios literrios. Visite por vezes as aulas, mesmo inferiores; esteja quase sempre presente s disputas, privadas e pblicas, dos filsofos e telogos; observe se e porque estes exerccios no do os resultados desejados.

    4. Ocupaes que se no devem permitir aos estudantes. No permita que nenhum estudante falte s disputas ou repeties, para que todos se persuadam da grande importncia desses exerccios; e corte por todas as ocupaes que aos escolsticos possam ser de obstculo aos estudos.

    5. Sobretudo aos que repetem a teologia. Aos que repetem a teologia em dois anos, ocupe o menos possvel, e ainda assim s com o consentimento do Provincial, com pregaes nas igrejas ou em conventos de religiosas.

    6. Substitutos dos mestres. Estes estudantes podero substituir, em sua falta, os professores ordinrios de filosofia e teologia; podero tambm, se for necessrio, presidir, no lugar do professor, s disputas repeties e disputas domsticas; e, at, com permisso do Provincial, lecionar, por algum tempo, filosofia e teologia.

    7. Academias de lnguas. Providencie para que se fundem entre os nossos escolsticos, academias de hebreu e de grego; nelas se exercitem os acadmicos duas ou trs vezes na semana durante um tempo determinado, por exemplo, durante as frias, de tal modo que dai saiam homens capazes de honrar em particular e em pblico o conhecimento e a dignidade dessas lnguas.

    8. Uso do Latim. Zele com diligncia para que se conserve em casa o uso do latim entre os escolsticos; desta regra de falar latim no haja dispensa, exceto nos dias feriados e nas horas de recreio, a menos que, em algumas regies, no parea ao Provincial que, ainda nessas ocasies, se pode conservar com facilidade o uso de falar latim. Procure tambm que os nossos escolsticos, que ainda no terminaram os estudos, quando escrevem cartas aos nossos, escrevam em latim. Alm disto, duas ou trs vezes no ano, quando se festeja alguma solenidade, como o comeo do ano letivo ou a renovao dos votos, os nossos estudantes de filosofia e teologia componham e exponham em pblico alguns versos.

    9. Academia para a preparao de professores. - Para que os mestres dos cursos inferiores no comecem a sua tarefa sem preparao prtica, o Reitor do colgio donde costumam sair os professores de humanidades e gramtica escolha um homem de grande experincia de ensino. Com ele, vo ter os futuros mestres, em se aproximando o fim dos seus estudos, por espao de uma hora, trs vezes na semana, afim de que, alternando prelees, ditados, escrita, correes e outros deveres de um bom professor, se preparem para o seu novo oficio.

    10. Formao dos estudantes de retrica. Quando os nossos estudantes de retrica e de humanidades no freqentam as aulas pblicas, ou as freqentam, mas o professor que d as aulas e dirige os externos no se pode desincumbir do nus talvez demasiado de bem formar os externos e os nossos, confie o Reitor os nossos estudantes a outro idneo, que em casa os exercite privadamente com toda a diligncia, de conformidade com as regras do professor de retrica.

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  • 11. Como devero ser exercitados. Procure tambm por, por vezes, os nossos retricos recitem discursos ou poemas, em latim e em grego, no refeitrio ou no salo, sobretudo assunto religioso que edifique os da casa e os de fora e os anime a mais alta perfeio no Senhor; nem se descuidem dos outros exerccios recomendados nas Constituies.

    12. Conselho aos externos de estudar retrica. - Deve procurar-se que os nossos alunos internos, quanto possvel, estudem retrica por um ano antes de comear filosofia; e aos pais persuada-se a convenincia desta medida. O mesmo deve aconselhar-se aos externos: mas se o no quiserem, no devero ser constrangidos. Se alguns quiserem comear a filosofia ainda muito crianas, de modo que se possa temer venham perturbar as aulas, devero ser tratados como prescevem as Constituies relativamente aqueles que se no querem obrigar com nenhuma promessa ou recusam dar o nome a matricula.

    13. Tragdias e comdias. O assunto das tragdias e comdias, que convm sejam raras e s em lngua latina, deve ser sagrado e piedoso; nada deve haver nos entreatos que no seja em latim e conveniente; personagens e hbitos femininos so proibidos.

    14. Prmio. Cada ano pode haver uma distribuio pblica de prmios, contanto que corram as despesas por conta de homens ilustres o sejam moderadas, em proporo com o nmero de aulas e a natureza do colgio. Na distribuio de prmios far-se- meno honorfica dos que cobriram as despesas. Cumpre zelar com muito cuidado para que os alunos, com a preparao para semelhantes festas, no venham a sofrer algum detrimento moral e intelectual.

    15. Orao na inaugurao dos cursos. No permita, a no ser em caso de necessidade, que a orao pblica, na inaugurao dos cursos, seja feita por outrem que no dos professores mais notveis.

    16. Escritos que se devem registrar em livro. Zele pela observncia da regra do Prefeito da biblioteca relativa ao registro em livro especial, do que se exibe publicamente ou do que escrevem os nossos no Colgio ou fora, como dilogos, discursos, poesias e trabalhos semelhantes, escolhidos pelo Prefeito de estudos ou por outro competente nestes assuntos.

    17. Distribuio de livros. Prescreva ao bibliotecrio que na distribuio de livros no se afaste das normas traadas pelo Prefeito dos estudos.

    18. Consulta de professores. Cada trs, ou pelo menos de dois em dois meses, rena consulta de todos os professores do ginsio na presena de ambos os dois Prefeitos [de estudos e de disciplina] e, de quando em quando, dos outros professores na presena do Prefeito Geral de estudos. No comeo destas reunies leia, por ordem, algumas regras dos mestres tanto das comuns, principalmente das que se referem formao moral e religiosa, como das prprias de cada professor; lembre ento que poder cada qual propor as dificuldades que ocorrem no seu cumprimento ou indicar o que acaso no se observe.

    19. Feriado semanal. As escolas inferiores tenham sempre o seu feriado semanal, durante o dia inteiro ou pelo menos, depois do meio-dia, conforme o costume do lugar.

    20. Conservar o zelo alegre dos professores.- Procure tambm diligentemente com a sua caridade religiosa conservar o entusiasmo dos professores e vele para que no sejam sobrecarregados com os trabalhos caseiros; o que ao Reitor prescreve a regra 25 do seu oficio (1), observe-o em relao a eles com especial cuidado.

    21. Exortao os alunos. Decida se, alm das exortaes semanais dos professores no convenha se faa outra cada ms ou de dois em dois meses, por algum Padre mais velho, em local mais simples, onde se renam as classes inferiores; ou, de costume do prprio prefeito ou outro, de vez em quando, d, pelas aulas, avisos salutares adaptados a idade dos meninos.

    22. Regras do Prefeito de disciplina. Onde o Provincial der ao Prefeito dos estudos inferiores um assistente que se poder chamar prefeito de disciplina, a ele se aplica a regra 2 do Prefeito, as regras relativas ao comportamento, que vo do

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  • n. 37 at ao fim, e ainda, se parecer conveniente as que se referem aos exames dos novos alunos do n. 9 ao no. 13.

    23. Congregao de Nossa Senhora. Procure que seja, introduzida no seu colgio a Congregao de Nossa Senhora da Anunciao do Colgio Romano; os que nela no se inscreverem no devero ser admitidos na Academia em que se praticam exerccios literrios, a menos que o prprio Reitor no julgue ser mais do servio de Deus seguir outra norma. Os exerccios da Congregao ou da Academia, porm, no devem realizar-se na mesma hora em que h pregao ou lio na nossa igreja.

    24. Consultar o Provincial. Enfim, no que se refere s frias, aos graus, aos nossos quais se deve conceder para rever a teologia e a outros assuntos, consulte o Provincial e execute com pontualidade o que ele determinar.

    REGRAS DO PREFEITO DE ESTUDOS 1. Dever do Prefeito. - Dever do Prefeito ser o instrumento geral do Reitor,

    afim de, na medida da autoridade por ele concedida, organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas, de tal arte que os que as freqentam, faam o maior progresso na virtude, nas boas letras e na cincia, para a maior glria de Deus.

    2. Diferena entre o Chanceler e o Prefeito.- Onde, houver um Chanceler, distinto do Prefeito, determinar o Provincial quais destas regras sero comuns a ambos os ofcios, quais, prprias de cada um, de acordo com os costumes e estatutos de cada Academia.

    3. No dispense. -Na organizao dos estudos no introduza mudanas nem dispensas, mas, onde for mister, consulte o Superior.

    4. Livro do Ratio.- Seja-lhe familiar o livro da Organizao dos estudos, e zele pela observncia de suas regras por parte de todos os alunos e professores, sobretudo das prescritas aos telogos, acerca da doutrina de Santo Toms e aos filsofos, relativas escolha das opinies. Sobre este ponto vele com particular vigilncia quando se devem defender teses, e mais ainda, quando se devem imprimir.

    5. Os Professores expliquem toda a matria.- Lembre a cada um dos professores de teologia, filosofia ou casustica, especialmente quando nota algum mais retardatrio, que dever adiantar de tal modo a explicao que, cada ano, esgote a matria que lhe foi assinada.

    6. Como dirigir as disputas. - Em todas as disputas a que comparecem os professores de teologia ou de filosofia, ocupar a presidncia o Prefeito; dar aos que disputam o sinal de terminar; e distribuir o tempo de tal modo que a todos toque a sua vez de falar. No permita que nenhuma dificuldade sobre a qual se discute, fique, terminada a discusso, to escura como antes, mas procure que, uma vez ventilado um assunto, seja ele cuidadosamente explicado pelo que preside. Nem dever ele resolver as objees mas os argentes e os defendentes; e deste ofcio se desempenhar com mais dignidade se conseguir, no argumentando (ainda que uma vez ou outra convenha faz-lo)mas interrogando, que melhor se esclarea a dificuldade.

    7. Dos atos, de teologia. Lembre a seu tempo ao Superior, ouvidos os professores designe os alunos que devero defender teses de toda a teologia ou de uma parte dela; esta defesa ser feita pelos que no obtiveram o binio de reviso da teologia, no quarto ano do curso teolgico, ou (se forem muito poucos os alunos do quarto ano) pelos do terceiro, mesmo onde os nossos escolsticos assistem as aulas de teologia em casa. Dar-se- ao ato certa solenidade e convidar-se-o pessoas de fora. Para as disputas gerais no necessrio que se admitam todos os que tomaram parte nas particulares, mas podero escolher-se os de talento e habilidade. Quanto aos destinados ao binio, podero fazer as suas disputas durante o binio, como se dir adiante.

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  • 8. Disputas particulares .- Para as disputas particulares cada classe de cada classe, o Prefeito com os professores escolha a matria das quatro partes da teologia; estes atos no devem ser muito frequentes mas a intervalos; durem no mnimo duas horas e meia, s pela manh ou pela tarde, e de regra, no sejam menos de trs os arguentes, dos quais, sempre que possvel, um doutor.

    9. Disputas gerais. -As disputas gerais abracem quase toda a teologia, estendam-se pela manh e pela tarde, ou, onde for costume disputar s antes ou s depois do meio dia, prolonguem-se pelo menos por quatro ou cinco horas.

    10. Publicao de teses. - As teses destas disputas gerais, se convier, podero ser comuns a todos os nossos estudantes que ho de defender teses no mesmo ano, e, ainda, imprimir-se onde permitir o costume do lugar.

    11. Tempo determinado para as disputas. Dos que ho de realizar estes atos, um poder reservar-se, se se julgar melhor, para a semana em que se encerram, outro para a em que de novo se iniciam os estudos.

    12. Disputas dos externos. - Todos os anos, convdem-se para estas disputas gerais alguns alunos externos que em nossas escolas completaram, com distino, o currculo de teologia. Estes atos devero ser mais solenes que os outros e celebrar-se na presena do maior nmero possvel de doutores nossos e externos e ainda de homens eminentes.

    13. Presidncia das disputas. - A todas as disputas presidam os professores alternada ou simultaneamente, de modo que cada um responda s objees relativas sua matria; podero ocupar a presidncia tambm outros dos nossos, que sejam doutores.

    14. Nmero de teses. - Nos atos gerais as teses no devero ser muito longas nem mais de cinqenta aproximadamente; podero ser menos, se assim o exigirem os costumes pblicos da Academia. Nos atos particulares no mais de vinte; nem mais de doze ou quinze nas disputas mensais; e nas semanais oito ou nove.

    15. Prova de teses pelo defendente. Antes de comear a disputa, o defendente prove uma ou outra das teses, com brevidade, mas tambm com certa elegncia, de conformidade, porm, com o uso teolgico.

    16. Disputas mensais e semanais. Nas disputas mensais ou semanais procure que se observe com cuidado quanto se prescreve nas regras dos professores de filosofia e teologia.

    17. Ouvir e observar os professores. -* De quando em quando, ao menos uma vez por ms, assista s aulas dos professores; leia tambm, por vezes, os apontamentos dos alunos. Se observar ou ouvir de outrem alguma cousa que merea advertncia, uma vez averiguada, chame a ateno do professor com delicadeza e afabilidade, C, Se for mister, leve tudo ao conhecimento do Reitor.

    18. Reviso de teses. Siga o mesmo processo, se, na reviso das teses, houver algum ponto em que no estejam de acordo o Prefeito e o Professor; sem conhecimento do professor no dever o Prefeito riscar ou alterar tese alguma; e qualquer modificao ser feita sem que o saibam os outros, salvo o Reitor.

    19. Atos filosficos. No fim dos trs anos do curso filosfico realizem-se as disputas de toda a filosofia; para esses atos escolham-se poucos escolsticos, bem preparados, capazes de desempenhar-se com dignidade desta incumbncia, isto , aqueles que fizeram progressos superiores mediania.

    20. Exame dos estudantes de metafsica. Sero eles escolhidos por trs ou mais examinadores. Entre estes dever sempre se achar o prefeito e o prprio professor, aos quais o Reitor acrescentar um terceiro escolhido entre pessoas que se possam bem desincumbir do oficio. Com estes trs devero assistir ao exame, pelo menos, os dois outros professores, designados pelo Reitor, e que podero por sua vez ser substitudos. Se isto se no puder fazer, escolha o Reitor outras pessoas competentes que, juntamente com os trs examinadores, dem o seu Voto por escrito, de modo que sejam cinco no mnimo os votos secretos. Sobre o exame devero todos observar o mais rigoroso segredo.

    21. Exame dos alunos internos. - Quanto aos alunos internos, basta que sejam examinados pelo seu Prefeito e dois repetidores de filosofia, ou, na falta

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  • destes, por dois dos melhores estudantes de teologia, escolhidos entre os nossos escolsticos pelo Prefeito Geral. Os que, porm, forem por estes examinadores julgados idneos no se preparem para o ato publico antes de ser aprovados pelo prprio professor e pelo Prefeito geral.

    22. Exame pblico. - Este exame, do qual, com rigor, no se dever dispensar quase nenhum dos nossos estudantes e, se possvel, tambm dos alunos internos, ser pblico, se a isto se no oponha algum obstculo, do seguinte modo: se se tratar dos nossos, na presena de todos os nossos estudantes de filosofia; se dos alunos internos, na presena de todos os filsofos de seu colgio; se dos externos (que no devero, porm, ser constrangidos a prestar este exame), na de todos os filsofos externos, ao menos de sua classe.

    23. Tempo e forma dos exames. Os exames comearo logo depois das frias de Pscoa, ou mesmo antes se o exigir o nmero de examinandos; processar-se-o nos dias e na ordem que o Reitor, ouvidos o Prefeito e o Professor, julgar mais conveniente. O exame de cada aluno durar, ao menos, uma hora, e estender-se- sobre as matrias mais importantes, que, com antecedncia e em segredo, aos examinadores, assinar o Prefeito.

    24. Tempo e forma das disputas filosficas. As disputas filosficas durem pelo menos todo o tempo das aulas, pela manh ou pela tarde. Regularmente sejam trs os argentes, dos quais, sempre que possvel, um se escolha entre os nossos professores de teologia ou de filosofia, ou entre os doutores de outra Ordem ou dentre os externos. O nmero e a natureza das teses obedecem ao que foi acima prescrito para as disputas gerais de teologia nas regras 9o., 10o., 11o. e 12o..

    25. Presena s disputas. Procure o Prefeito que s disputas teolgicas e filosficas no s os estudantes seno tambm os professores de teologia; e s filosficas, os estudantes e professores de filosofia. Apresentando (e urgindo) suas objees, dem os professores mais vida e solenidade disputa. Devero estar todos presentes colao de grau de mestre ou doutor; o Reitor prescrever o que deve fazer o Prefeito em semelhantes ocasies.

    26. Os que devero ser enviados para as disputas. Quando os nossos escolsticos forem convidados pelos de fora para disputas, para Academias pblicas ou Conventos de religiosos, enviem de preferncia os que obtiveram o binio de reviso da teologia.

    27. Prescrever o mtodo de estudos. Aos nossos escolsticos, aos internos, e aos externos por meio de seus professores no s prescreva o mtodo de estudar, repetir e disputar, seno tambm distribua o tempo de modo que aproveitem bem as horas reservadas ao estudo privado.

    28. Reviso do que se apresenta em pblico. No permita que em casa ou fora se recite cousa alguma em pblico pelos que ho de colar grau, tomar parte nas disputas gerais ou particulares, ou pelos estudantes de retrica, que no tenha sido, a tempo, revisto e aprovado.

    29. Escolha e abundncia de livros. Procure que aos escolsticos no faltem os livros teis nem sobrem os inteis. Por isso, afim de que haja em nmero suficiente, lembre com tempo ao Reitor os livros de uso quotidiano ou os de que, no ano seguinte, ho de precisar, tanto os nossos estudantes quanto os de fora.

    30.Livros que se devem dar aos estudantes. Nas mos dos estudantes de teologia e filosofia no se ponham todos os livros mas somente alguns, aconselhados pelos professores com o conhecimento do Reitor: a saber, alm da Suma de Santo Toms para os telogos e de Aristteles para os filsofos um comentrio para consulta particular. Todos os telogos devem ter o Concilio

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  • Tridentno e um exemplar da Bblia, cuja leitura lhes deve ser familiar.Consulte o Reitor se convm se lhes d algum Santo Padre. Alm disto, d a todos os estudantes do teologia e filosofia algum livro de estudos clssicos e advirta-lhes que lhe no descuidem a leitura, em hora fixa, que parecer mais conveniente.

    REGRAS COMUNS A TODOS OS PROFESSORES DAS

    FACULDADES SUPERIORES. 1. Finalidade - O fim especial do Professor, tanto nas aulas quando se oferecer

    a ocasio, com fora delas, ser mover os seus ouvintes ao servio e ao amor de Deus e ao exerccio das virtudes que lhe so agradveis, e alcanar que para este objetivo orientem todos os seus estudos.

    2. Orao antes da aula. Para que se lhes conserve isto na memria, antes de comear a aula reze uma breve orao apropriada, que professor e alunos devero ouvir de cabea descoberta; ou, pelo menos, faa ele, de cabea descoberta, o sinal da cruz e comece.

    3. Alimentar a piedade dos alunos. Ajude, alm disto, os seus discpulos com oraes freqentes a Deus e com os exemplos de sua vida religiosa. Bom ser que no descuide as exortaes pelo menos nas vsperas dos festas mais solenes ou antes das grandes frias. Exorte-os principalmente orao, ao exame vespertino de conscincia, recepo freqente e digna dos sacramentos da Penitencia e da eucaristia, freqncia diria da missa, assistncia no sermo, nos dias festivos, fuga dos maus costumes, ao horror dos vcios e prtica das virtudes dignas do cristo.

    4. Obedincia ao Prefeito. Obedea ao Prefeito dos estudos em tudo quanto se refere aos estudos e disciplina das aulas; entregue-lhe, para serem revistas, todas as teses, antes de prop-las; no explique livro ou autor fora dos que esto em uso nem introduza novos mtodos no ensino ou nas disputas.

    5. Modstia no refutar. Nas questes livres defenda a sua opinio com modstia e delicadeza, de modo que no fira a estima dos que defendem a opinio contrria principalmente se for a do professor que o precedeu. at para desejar que se esforce para conciliar os autores, quando possvel. Em cit-los e refut-los seja moderado.

    6. Evite-se a novidade de opinies. Ainda em assuntos que no apresentem perigo algum para a f e a piedade, ningum introduza questes novas em matria de certa importncia, nem opinies no abonadas por nenhum autor idneo, sem consultar os superiores; nem ensine cousa alguma contra os princpios fundamentais dos doutores e o sentir comum das escolas. Sigam todos de preferncia os mestres aprovados e as doutrinas que, pela experincia dos anos, so mais adotadas nas escolas catlicas.

    7. Brevidade na refutao e na demonstrao. No a legue opinies inteis, obsoletas, absurdas e manifestamente falsas, nem se demore muito em referi-las e refut-las. Procure provar as suas teses no tanto pelo nmero quanto pelo peso dos argumentos. No faa digresses pela matria dos outros; e das que lhe competem no trate nem mais difusamente do que exige a sua natureza nem fora do lugar que lhe convm. No acumule objees; mas dentre elas refira brevemente as mais fortes a menos que sua refutao se torne evidente pela explicao anterior da tese.

    8. Brevidade e fidelidade nas citaes. Em aduzir autoridades dos mestres, evite a demasia; mas se, para confirmar a sua opinio, tiver testemunhos de autores insignes, cite-lhe, quando possvel as prprias palavras, com fidelidade e brevidade, sobretudo quando se tratar da Sagrada Escritura, dos Conclios e dos Santos Padres. E a dignidade do mestre exige que no cite autores que ele prprio no tenho lido.

    9. Ditado. Quando puder ensinar sem ditar, de modo que os ouvintes possam apanhar com facilidade o que deveriam escrever, prefervel que no dite; mas os

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  • que ditarem no parem depois de cada palavra, mas falem de um flego, e se for necessrio, repitam; e no ditem toda a questo para depois explica-la, seno alternem o ditado e a explicao.

    10. Remeter os estudantes aos livros. Quando trata assuntos que se encontram nos autores mo, explique em vez de ditar; e procure mesmo remeter os alunos aos autores que tratam a matria com amplitude e rigor.

    11. Repeties na aula. - Terminada a lio, fique na aula ou perto da aula, ao menos durante um quarto de hora, para que os alunos possam interrog-lo, para que ele possa s vezes pergunt-los sobre a lio e ainda para repeti-la.

    12. Repeties em casa.Todos os dia, exceto os sbados e dias festivos, designe uma hora de repetio aos nossos escolsticos para que assim se exercitem as inteligncias e melhor se esclaream as dificuldades ocorrentes. Assim um ou dois sejam avisados com antecedncia para repetir a lio de memria, mas s por um quarto de hora; em seguida um ou dois formulem objees e outros tantos respondam; se ainda sobrar tempo, proponham-se dvidas. E para que sobre, procure o professor conservar rigorosamente a argumentao em forma [silogstica]; e quando nada mais de novo se aduz, corte a argumentao.

    13. Repeties gerais. - No fim do ano dever organizar-se a repetio de todas as lies passadas de modo que, se no houver impedimento em contrrio, se lhe reserve um ms inteiro livre, no s das aulas como tambm das repeties acima.

    14. Disputas semanais. No sbado ou em outro dia.conforme conforme o costume da Academia, haja nas aulas disputa; por duas horas ou por mais tempo onde for elevado o nmero de externos. Se numa semana ocorrerem dois dias de festa, ou com um dos dias de festa coincidir o feriado semanal, no sbado no haja disputa mas aula; se isto acontecesse durante trs semanas seguidas, intercale-se uma disputa.

    15. Disputas mensais - Onde se no opuser o costume da Academia, haja uma disputa, de manh e de tarde, em dia fixo, cada ms (exceto os trs ltimos meses de vero), ou, onde forem poucos os alunos, cada dois meses. Tantos alunos, quantos forem os professores, defendero, cada qual, as questes do respectivo professor.

    16. Insistncia nas objees. - As disputas assistam tambm, quanto possvel, outros doutores e professores nossos, ainda de outras faculdades; e para tornar mais viva a discusso insistam na fora das objees suscitadas; no chamem a si, porm, a continuao de uma dificuldade na qual insta ainda o argente com vantagem e vigor. O mesmo permitido aos doutores de fora, que podero mesmo ser convidados expressamente para argir, a menos que no o permitam os costumes do lugar.

    17. A disputa reservada aos mais distintos - Nas disputas pblicas s devero tomar parte os alunos mais distintos; os outros se exercitem em particular at que estejam de tal modo preparados que possam comparecer em pblico sem desdouro.

    18. Cuidado das disputas. Persuada-se que o dia da disputa no menos trabalhoso nem menos til que o de aula e que a vantagem e o fervor dele depende. Presida de maneira que ele mesmo parea lutar nos dois campos que lutam; louve o que se diz de bom e chame a ateno de todos. Quando se propuser alguma dificuldade mais sria, sugira alguma idia que ajude o que defende ou oriente o que argue. No se conserve muito tempo calado, nem fale sempre para que tambm os discpulos possam mostrar o que sabem; corrija ou desenvolva o que propem os alunos; mande o argente prosseguir enquanto no estiver resolvida a dificuldade; aumente-lhe mesmo a forca e no passe por cima se o argumento deslizar para outra objeo. No permita que se repise por mais tempo uma dificuldade praticamente j resolvida ou que se sustente porfia uma resposta insuficiente; mas depois da discusso defina e esclarea brevemente todo o assunto. Se em algum lugar houver ainda outro costume que contribua para dar s disputas mais freqncia e vivacidade, conserve-o com diligncia.

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  • 19. Tratar com o bedel. - Trate s vezes com o ajudante ou bedel, nomeado pelo Reitor, interrogue-o sobre o estado geral da aula, sobre a aplicao e aproveitamento dos externos e procure que ele se desempenhe do seu ofcio com exatido e fidelidade.

    20. Progresso dos estudantes. - Com o auxlio da graa divina seja diligente e assduo no cumprimento de todos os seus deveres, zeloso do adiantamento dos alunos tanto nas lies como nos outros exerccios escolares; no se mostre mais familiar com um aluno do que com outros; no despreze a ningum; vele igualmente pelos estudos dos pobres e dos ricos; procure em particular o progresso de cada um dos seus estudantes.

    REGRAS DO PROFESSOR DE SAGRADA ESCRITURA

    1. Especial ateno ao sentido literal. - Persuada-se que o seu principal dever

    explicar com piedade, doutrina e compostura os livros divinos no seu sentido genuno e literal para confirmar a verdadeira f em Deus e o fundamento dos bons costumes.

    2. Edio vulgata. - Entre outros pontos que deve ter em mira de especial importncia defender a verso adotada pela Igreja.

    3. Observar e comparar as frases da Sagrada Escritura. - Para colher o verdadeiro sentido observe as expresses e figuras prprias das Escrituras Sagradas; e no s considere o contexto imediato do lugar que tem entre mos mas compare tambm apuradamente outros lugares em que a mesma frase apresenta sentido idntico ou diverso.

    4. Textos gregos e hebreus. - Dos originais hebreus e gregos aduza o que for til, mas com brevidade e s quando alguma diversidade entre esses textos e a vulgata latina exija conciliao ou quando os idiotismos das outras lnguas contribuam para maior clareza e compreenso.

    5. Uso de outras verses -No empreenda a refutao dos erros das outras verses, assim das latinas mais recentes como da caldaica, da siraca, da de Teodotion, quila e Smanaco, a menos que sejam erros importantes ou com aparncia de probabilidade; como tambm no omita o que pode ser muito favorvel vulgata latina e aos mistrios da nossa f, principalmente se se tratar da verso dos LXX, da qual sempre se dever falar com respeito.

    6. Seguir as explicaes dos Papas e Conclios - Se os cnones dos Papas ou dos Conclios, principalmente, gerais indicam o sentido literal de alguma passagem, defenda-o como literal; e no acrescente outros sentidos literais apoiado em razes muito fortes. Se alegam outrossim um texto expressamente para confirmao de um dogma, ensine tambm que, literal ou mstico, este indubitavelmente o seu sentido.

    7. Seguir as pegadas dos SS. Padres. - Siga com respeito as pegadas dos Santos Padres; se estiverem de acordo sobre uma interpretao literal ou alegrica, principalmente quando falam com clareza ou tratam expressamente da Escritura ou dogma, no se aparte desta interpretao; se, porm, no concordam, das vrias explicaes prefira aquela para a qual h muitos anos, e com grande consenso, parece inclinar-se a Igreja.

    8. Confirmar o dogma com a Escritura. - Se houver um dogma de f que grande nmero de Padres e telogos afirma se pode provar com a Escritura, no negue esta possibilidade.

    9. No se recomendem os escritos rabnicos. -Se nos escritos dos rabinos hebreus houver alguma coisa que possa alegar-se com vantagem em favor da Vulgata ou dos dogmas catlicos, alegue, mas sem recomendar-lhes a autoridade afim de que no se lhes granjeie a afeio de algum, principalmente se forem escritores judeus posteriores a Cristo.

    10. No se ocupar com os escritos e erros dos rabinos. - No mais no se aplique a investigar as coisas dos rabinos ou a ventilar-lhes os erros, a menos que

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  • se trate dos mais clebres; siga a mesma norma em relao a certos exegetas cristos que por eles se deixaram influenciar excessivamente.

    11. No confiar demasiadamente na pontuao. - No confie em confie em demasia na pontuao massortica, que inveno dos rabinos, mas considere com diligncia como o nosso texto, o dos LXX e outros intrpretes antigos leram sem essa pontuao.

    12. Zelo da brevidade. - No se demore demasiadamente em cada texto da Escritura, a menos que a sua importncia justifique o dispndio de tempo e de esforo, afim de que no se proceda com muito vagar; para este fim, percorra rapidamente os lugares mais fceis, ou os omita.

    13. No tratar as questes com mtodo escolstico. - No trate com mtodo escolstico as questes prprias da Sagrada Escritura.

    14. No se demorar na cronologia. - No se detenha muito tempo em investigar questes de cronologia ou de geografia da terra santa ou outras menos teis, a menos que a passagem o exija; bastar indicar os autores que tratam amplamente estes assuntos.

    15. Aplicaes alegricas e morais. - No passe em silncio as aplicaes alegricas e morais, invulgares, nascidas espontaneamente do sentido literal, engenhosas e perspicazes. Quanto s outras, indique apenas os santos padres onde se podero encontrar.

    16. Evitar controvrsias. Se deparar com um texto controvertido entre ns e os hereges ou alegado nas discusses teolgicas pelos dois partidos, limite-se a mostrar com gravidade, porm, e vigor, principalmente contra os hereges, a sua importncia para a soluo do debate; omita o mais, para, lembrado de seu ofcio, no ultrapassar os limites de um professor de Escritura Sagrada.

    17. Antigo e Novo Testamento em anos alternados. -Em anos alternados, interprete o Novo e o Antigo Testamento, a menos que, algumas vezes, no se julgue melhor outra ordem.

    18. Cada ano, um livro novo. A explicao de um livro iniciado num ano, no se deve prolongar no seguinte, a no ser por motivo grave; e no volte a interpretar o mesmo livro seno depois de explicados os livros mais importantes.

    19. Repeties e lies em casa. - Alm das repeties feitas em casa uma vez por semana, haja tambm de quando em quando lies no refeitrio em conformidade com as prescries do Reitor.

    20. Lies Pblicas. - Em lugar da lio ordinria designe-se s vezes um aluno que interprete, em forma elegante e desenvolvida, algum dos passos mais importantes da Sagrada Escritura. Terminada a exposio, um ou outro dos discpulos poder formular objees, que, porm, s devero ser tiradas dos vrios passos da Escritura, dos idiotismos de linguagem ou das interpretaes dos SS. Padres.

    REGRAS DO PROFESSOR DE LNGUA HEBRICA

    1. Fidelidade da interpretao. - Considere como ponto de mxima

    importncia interpretar com a maior fidelidade o texto primitivo da Sagrada Escritura.

    2. Defesa da Vulgata. Entre outros pontos que deve ter em mira, considere a defesa da verso adotada pela Igreja.

    3. Unir o estudo da gramtica ao texto. No princpio do ano explique os primeiros rudimentos da gramtica; em seguida, continuando as outras regras, interprete algum dos livros mais fceis da Sagrada Escritura.

    4. Ateno especial s palavras. Enquanto interpretar os livros sagrados, no se aplique tanto a explicar o contedo e o pensamento quanto a chamar a ateno sobre a fora e o sentido das palavras, os idiotismos da lngua e os preceitos da gramtica, de acordo com o uso genuno dos autores.

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  • 5. Suavizar a aspereza da lngua. Procure enfim ensinar de modo que suavize, com sua arte, a estranheza e, dificuldade que alguns encontram no estudo desta lngua.

    REGRAS DO PROFESSOR DE TEOLOGIA

    [ESCOLSTICA] 1. Fim. - Persuada-se que seu dever unir a sutileza bem fundada no

    argumentar com f ortodoxa e a piedade, de modo que aquela sirva a estas. 2. Seguir Santo Toms. - Em teologia escolstica sigam os nossos religiosos a

    doutrina de Santo Toms; considerem-no como seu Doutor prprio, e concentrem todos os esforos para que os alunos lhe cobrem a maior estima. Entendam, porm, que se no devem adstringir de tal modo a Santo Toms, que lhes no seja permitido em cousa alguma apartar-se dele, uma vez que os que de modo especial se professam tomistas por vezes dele se afastam e no seja justo se liguem os nossos religiosos a Santo Toms mais estreitamente do que os prprios tomistas.

    3. Com algumas excees. - Por isso, no que respeita Concepo da Virgem Maria e solenidade dos votos, sigam a opinio mais comum em nossos dias e mais geralmente recebida entre os telogos. Nas questes puramente filosficas ou ainda nas que se relacionam com a Escritura e o Direito Cannico tambm permitido seguir outros autores que mais ex-professo trataram esses assuntos.

    4. Escolha da opinio nas questes duvidosas. - Quando for duvidosa a opinio de Santo Toms, ou, nas questes que ele talvez no tratou, divergirem os doutores catlicos, assiste-lhe o direito de opo, como foi dito nas regras comuns, regra 5a.

    5. Cuidado da f e da piedade. No ensino procure antes de tudo robustecer a f e alimentar a piedade. Por isso, nas questes que Santo Toms no tratou expressamente, ningum ensine cousa alguma que no esteja em harmonia com o sentir da Igreja e as tradies recebidas ou que, de qualquer maneira tenda a enfraquecer os fundamentos da slida piedade. Assim, no rejeite os argumentos, ainda s provveis, que se costumam alegar para provar as cousas da f, nem temerariamente proponha novos, se no baseados em princpios solidamente estabelecidos.

    6. No defender opinies que ofendem os catlicos -Se souber de alguma opinio, seja qual for o seu autor, que escandaliza gravemente os catlicos de uma regio ou escola, a no as ensine nem as justifique. Onde no est em jogo a doutrina da f ou a integridade dos costumes, exige a caridade prudente que os nossos religiosos se acomodem queles com quem vivem.

    7. Curso de teologia em 4 anos. O curso inteiro de teologia deve concluir-se em quatro anos. Se, portanto, forem dois os professores de teologia escolstica:

    Diviso das questes: 1. O primeiro explique no primeiro ano as 43 questes da primeira parte da

    Suma, no seguindo, a matria relativa aos anjos e as 21 questes da primeira subdiviso da segunda parte; no terceiro, da questo 55 ou 71 at o fim da primeira subdiviso da segunda parte; no quarto, o que se refere f, esperana e caridade, da segunda subdiviso da segunda parte.

    2. O segundo professor explio no primeiro ano, da segunda subdiviso da segunda parte, as questes relativas e justia e ao direito, e as mais importantes sobre a virtude da religio; no segundo, da terceira parte, as questes da encarnao e, se puder, ao menos os pontos principais dos Sacramentos em geral; no terceiro, o Batismo e a Eucaristia e, se possvel, alguma cousa, da Ordem e da Confirmao; no quarto ano, a Penitncia e o Matrimnio.

    3. Onde forem trs os professores de teologia, o primeiro explique, no primeiro ano, 26 questes da primeira parte; no segundo, as questes restantes que puder, d mesma parte; no terceiro, o que puder da primeira subdiviso da

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  • segunda parte antes da questo 81; no quarto ano, o resto da subdiviso da segunda parte.

    4. O segundo, no primeiro ano, explique da segunda subdiviso da segunda parte as controvrsias sobre a Escritura, as tradies, a Igreja, os Conclios e o Romano Pontfice; no segundo, as questes da f, esperana e caridade; no terceiro, as questes da justia e do direito, da restituio da usura e dos contratos, quanto puder; no quarto, o que no foi explicado dos contratos, e o que trata Santo Toms sobre a vida religiosa e os estados de vida.

    5. O terceiro, no primeiro ano, as questes da Encarnao; no segundo, dos sacramentos em geral, do Batismo e da Eucaristia; no terceiro, da Penitncia e do Matrimnio; no quarto, das censuras eclesisticas e dos demais sacramentos.

    8. Explicar todas as questes de cada ano. Das questes que lhe foram prescritas para cada ano, explique-as todas no ano indicado; se no lhe for possvel concluir alguma, omita-a de todo em vez de transferi-la para o ano seguinte e remeta os alunos a um determinado autor.

    9. Questes que se devem omitir. Para que possa adiantar com mais facilidade na teologia escolstica, bom que se abstenha, quanto possvel, de algumas classes de questes, principalmente das quatro seguintes:

    1. As prprias da Sagrada Escritura. Uma classe inclui as questes ou comentrios prprios da Sagrada Escritura; deixe-as ao professor desta disciplina.

    2. As controvrsias. - A segunda classe compreende as questes controvertidas contra os hereges; quando ocorrem, na Suma de Santo Toms, tratem-nas com o mtodo escolstico de preferncia ao histrico; contentem-se com provar cada tese com dois ou trs argumentos slidos; reduzam tambm a nada, aproximadamente com o mesmo nmero de razes, as principais calnias dos hereges; mas indiquem em todos estes pontos um autor no qual possa cada um encontrar outras informaes que desejar.

    3. As filosficas. A terceira classe entende com as questes filosficas que no devero tratar expressamente nem discutir, mas reportar-se a elas como j tratadas por outrem.

    4. Os Casos de Conscincia. quarta classe pertencem os casos de conscincia. Contentem-se neste ponto com alguns princpios gerais da moral que se costuma debater com mtodo teolgico e deixem a aplicao mais sutil e minuciosa dos casos.

    10. Evitar repeties. - Se alguma vez Santo Toms trata a mesma dificuldade em vrios artigos, sobretudo de questes diferentes, no repitam duas vezes a mesma cousa; podero reduzir estes artigos a uma s questo ou, se o assunto no requer explicao mais ampla, compendi-los, como se dir claramente adiante no Catlogo das questes anexo a estas regras; em cada artigo, porm, no se omita cousa alguma digna de ateno.

    11. Como explicar Santo Toms. - Percorram rapidamente os artigos fceis. Lido o ttulo, indiquem em poucas palavras a concluso de Santo Toms ou digam: Santo Toms responde negando ou afirmando. Nos mais difceis, porm, proceda-se mais ou menos nesta maneira e ordem: explique-se primeiro o ttulo do artigo se for um tanto obscuro; exponha-se em seguida, se houver, a distino de cujos membros derivam as concluses; depois, estabelea-se a primeira concluso de Santo Toms e, a seguir, as outras; a cada uma das concluses, se no for evidente, acrescente-se algumas das suas razes, e estas tambm se expliquem de modo que entendam os alunos como, nas distines e razes de Santo Toms, h muitas vezes maior fora do que primeira vista possa parecer.

    12. Evite longos tratados - Explicado o artigo, se a matria o exigir, abra sobre ele uma questo, mas no se desenvolva um longo tratado a no ser em assuntos que no se encontram em Santo Toms ou, se se encontram, com grande vantagem se explicam resumidamente.

    13. Defender Santo Toms, ou omitir a questo. No basta referir as opinies dos doutores e calar a prpria; defenda, como se disse, a opinio de Santo Toms ou omita a questo.

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  • 14. Disputas mensais. - Nas disputas mensais, nas quais sero tantos os defendentes quanto os professores, sejam trs os argentes de manh e outros tantos de tarde, e cada um argua contra todos os defendentes, e, se nada houver em contrrio, o que respondeu de manh em primeiro lugar, responda em segundo de tarde.

    REGRAS DO PROFESSOR DE CASOS DE CONSCINCIA,

    (de teologia moral)

    1. Fim. - Consagre todos os seus esforos, toda a sua habilidade em formar bons procos ou administradores dos Sacramentos.

    2. Diviso da matria. O primeiro professor explique em dois anos todos os sacramentos e censuras e tambm os estados de vida e deveres do estado; o segundo tambm em dois anos, explique o Declogo; no 7o. Mandamento ocupe-se com a doutrina dos Contratos, passando rapidamente por cima dos menos importantes ou acessrios com a deposio, degradao, magia e cousas semelhantes.

    3. Em que medida dever abster-se de questes teolgicas. -Ainda que importe abster-se das questes teolgicas que praticamente no tm relao necessria com os casos, convir, contudo tratar s vezes brevemente alguns pontos de teologia de que depende a doutrina dos casos, como a natureza e as espcies de carter, a noo de pecado mortal e venial, de consentimento e outras semelhantes.

    4. Disposio e mtodo das questes. - Sem forma escolstica, cada problema ser tratado por perguntas e respostas; como prova, escolham-se duas ou trs razes no mximo; no se acumulem autoridades em demasia; a cada regra ou preceito geral siga-se como exemplo, mais ou menos, trs casos particulares.

    5. Indicar as opinies provveis. - Prove as suas opinies, de modo, porm, que, se houver outra provvel e defendida por bons autores, indique-a tambm como provvel.

    6. Disputa semanria. Aos sbados, omita-se a lio e durante duas horas ou pouco menos, a juzo do Provincial e de acordo com o nmero de alunos, haja disputa na aula em presena do professor sobre as teses explicadas. Nesta disputa siga-se de preferncia o mtodo de perguntas de modo que se pea a explicao de alguma dificuldade ou se proponha um novo caso mudada alguma circunstncia, ou se alegue um cnon ou a opinio de um doutor eminente como objeo a alguma tese, ou ainda, para dar mais dignidade, institua-se uma breve argumentao. Nisto, porm, no se passe a medida muito inferior que se costuma entre os estudantes de filosofia.

    7. Forma da Conferncia domstica de casos. Se por ordem do Provincial e disposio do Reitor houver que presidir a conferncia domstica dos casos de conscincia atenha-se ordem seguinte. Proponha primeiro a matria que ser discutida, e s vezes alguma cousa prtica, conto do modo de interrogar o penitente, de prescrever o remdio e a penitncia ou outros assuntos semelhantes. Em seguida, explique as divises principais da matria e os seus princpios fundamentais de modo que d um conhecimento geral e projete luz sobre todos os pontos a serem tratados. Por ltimo, escolha, sobre a matria, trs ou quatro casos que devero ser afixados no local da conferncia com a indicao do dia em que sero discutidos.

    8. Estudo privado. - Sobre estes casos propostos consultem alguns, em estudo privado, os autores que lhe indicar o presidente.

    9. Exposio e discusso das opinies. - Uma vez reunidos, convir que exponha cada um, com a maior brevidade, quanto encontrou no autor que lhe foi indicado; em seguida interrogue o que preside a trs aproximadamente (que bom sejam avisados com antecedncia, e mudem de uma vez para outra) que lhes parece do primeiro caso; por fim, das opinies propostas colija a mais segura e

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  • provvel. Na mesma ordem e com o mesmo mtodo discuta o segundo caso e os demais. Depois de explicados assim os casos pelo que preside, com a mxima bre-vidade e pelo modo a ser observado nas discusses de casos, proponham-se as dificuldades sobre o assunto; responder um dos indicados com antecedncia e ele, concluindo, expor a opinio verdadeira.

    10. Matria extraordinria das conferncias. - Se o algum ocorrer alguma questo fora da matria ordinria da conferncia, indique-a, se possvel, ao presidente para que se discuta na conferncia seguinte.

    REGRAS DO PROFESSOR DE FILOSOFIA.

    1. Fim. Como as artes e as cincias da natureza preparam a Inteligncia

    para a teologia e contribuem paro a sua perfeita compreenso e aplicao prtica e por si mesmas concorrem para o mesmo fim, o professor, procurando sinceramente em todas as cousas a honra e a glria de Deus, trate-as com a diligncia devida, de modo que prepare os seus alunos, sobretudo os nossos para a teologia e acima de tudo os estimule ao conhecimento do Criador.

    2. Como seguir Aristteles. - Em questo de alguma importncia se afaste de Aristteles, a menos que se trate de doutrina oposta unanimemente recebida pelas escolas, ou, mais ainda, em contradio com a verdadeira f. Semelhantes argumentos de Aristteles ou de outro filsofo, contra a f, procure, de acordo com as prescries do Conclio de Latro, refutar com todo vigor.

    3. Autores infensos ao Cristianismo. -Sem muito critrio no leia nem cite na aula os intrpretes de Aristteles infensos ao Cristianismo; e procure que os alunos no lhes cobrem afeio.

    4. Averrois. - Por essa mesma razo no rena em tratado separado as digresses de Averrois (e o mesmo se diga de outros autores semelhantes) e, se alguma cousa boa dele houver de citar, cite-a sem encmios, quando possvel, mostre que hauriu em outra fonte.

    5. No se filiar em seita filosfica. - No se filie nem a si nem a seus alunos em seita alguma filosfica como o dos Averroistas, dos Alexandristas e semelhantes; nem dissimule os erros de Averrois, de Alexandre e outros, antes tome da ensejo para com mais vigor diminuir-lhes a autoridade.

    6. Santo Toms.- De Santo Toms, pelo contrario, fale sempre com respeito; seguindo-o de boa vontade todas as vezes que possvel, dele divergindo, com pesar e reverncia, quando no for plausvel a sua opinio.

    7. Curso de filosofia de trs anos.- Ensine todo o curso de filosofia em no menos de trs anos, com duas horas dirias, uma pela manh outra pela tarde, a no ser que em alguma universidade se oponham os seus estatutos.

    8. Quando se deve concluir.- Por esta razo no se conclua o curso antes que as frias do fim do ano tenham chegado ou estejam muito prximas.

    9. O que se deve ensinar ou omitir no primeiro ano. 1. No primeiro ano explique a Lgica, ensinando-lhe o mesmo no primeiro

    trimestre, menos ditando do que explicando os pontos mais necessrios por Toledo ou Fonseca.

    2. Nos prolegmenos da lgica discuta somente se cincia, qual o seu objeto, e alguns pontos sobre os gneros e as espcies; a discusso completa sobre as idias Universais remeta-as para a metafsica, contentando-se aqui de noes elementares.

    3. Sobre os predicamentos exponha os pontos mais fceis como, mais ou menos, se acham em Aristteles, o mais remeta para o ultimo ano; quanto, porm, analogia e relao, que ocorrem com muita freqncia nas disputas, trate na lgica o que for necessrio.

    4. D um rpido sumrio do 2o. livro e dos dois primeiros livros da Analytca priora com exceo dos oito ou nove primeiros captulos do primeiro livro; exponha, porm, as questes com eles relacionadas, mas muito brevemente a relativa aos contingentes na qual no trate cousa alguma sobre o livre arbtrio.

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  • 5. Afim de que o segundo ano possa consagrar-se inteiramente Fsica; no fim do primeiro ano desenvolva de modo mais completo o tratado da cincia, e nele incluam quase toda a introduo fsica como a diviso das cincias, abstrao, especulativo e prtico, subalternao, diferena de mtodos da fsica e da matemtica, de que trata Aristteles no 2o. livro dos Fsicos, e por fim tudo o que acerca da definio se encontra no 2o. livro de Anima.

    6. Quanto ao contedo do livro do Tpicos e de Sofistics Elenchis, prefervel que o disponha em melhor ordem e explique sumariamente no princpio da lgica.

    10. No segundo ano. 1. No segundo ano os oito livros Physicorunt, os livros De Clo e o primeiro

    De generatione. Dos oito livros Physicorum d sumariamente os textos do livro 6o. e 7o. e do 1o. a comear do ponto em que refere as opinies dos antigos. No livro 8o. nada exponha do nmero das inteligncias nem da liberdade, nem da infinidade do primeiro motor. Estas questes sero discutidas na metafsica e somente segundo a opinio de Aristteles.

    2. O texto do 2o., 3o. e 4o. livro De Clo dever ser dado brevemente e em grande parte omitido. Nestes livros s se tratem algumas poucas questes sobre os elementos; sobre o Cu, as que se referem sua substncia e influncias; as outras deixem-se ao professor de matemtica ou reduzam-se a compndio.

    3. Os livros meteorolgicos percorram-se nos meses de vero na ltima hora da tarde pelo professor ordinrio, se possvel, ou, se parecer mais conveniente, por um professore extraordinrio.

    11. No terceiro ano. 1. No terceiro ano explicar o livro segundo de Generatione, os livros De

    Anima e os Metafsicos. No primeiro livro De Anima passe rapidamente por cima das opinies dos filsofos antigos. No segundo, explicado o que se refere aos rgos dos sentidos, no faa digresses sobre a Anatomia e outros assuntos pertencentes ao estudo da medicina.

    2. Na metafsica passem-se por cima as questes relativas a Deus e ao mundo das inteligncias que, ou de todo ou em grande parte, dependem das verdades ensinadas por divina revelao. Explique com cuidado o promio e o texto do livro 7o. de do 12o. dos outros livros escolham-se, em cada um, os textos principais, como fundamento das questes que pertencem metafsica.

    12. Estima do texto de Aristteles. - Ponha toda a diligencia em interpretar bem o texto de Aristteles; e no dedique menos ateno interpretao do que s prprias questes. Aos seus alunos persuada que ser incompleta e mutilada a filosofia dos que ao estudo do texto no liga nem grande importncia.

    1. Que textos se devem explicar e como. Todas as vezes que deparar com textos clebres e muitas vezes citados nas disputas, examine-os cuidadosamente, conferindo entre si as interpretaes mais notveis afim de que, do exame do contexto, da fora dos termos gregos, da comparao com outros textos, da autoridade dos intrpretes mais insignes e do peso das razes, se veja qual deve ser preferida, examinem-se por fim as objees que, se por um lado no devem esmiuar demasiadamente, por outro, no se devero omitir, se tm certa importncia.

    14. Escolha a ordem das questes. Escolha com muito cuidado as questes; as que no se prendem imediatamente ao pensamento principal de Aristteles, mas derivam ocasionalmente de algum axioma por ele referido de passo, se em outros livros se tratam expressamente para eles as remeta, do Contrrio explique-as logo em seguida ao texto que as sugerir.

    15. As questes a ser introduzidas entre os textos. - As questes que por si pertencem matria da qual disputa Aristteles no se tratem seno depois de explicados todos os textos que ao assunto se referem, no caso em que se possam expor em uma ou duas lies. Quando, porm, se estendam mais como so os relativos aos princpios, s causas, ao movimento, ento nem se espraie em longas dissertaes nem antes das questes se explique todo o texto de Aristteles, mas

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  • de tal modo com elas se combine que depois de uma srie de textos se introduzam as questes com elas relacionadas.

    16. Repetio na aula. No fim da aula, alguns alunos, cerca de dez, repitam entre si por meia hora o que ouviram e um dos condiscpulos, da Companhia, se possvel, presida decria.

    17. Disputas mensais. - Cada ms haja uma disputa na qual arguam no menos de trs, de manh e outros tantos, de tarde; o primeiro, durante uma hora, os outros, durante trs quartos de hora. Pela manh, em primeiro lugar dispute um telogo (se houver telogos em nmero suficiente) contra um metafsico, um metafsico contra um fsico, um fsico contra um lgico; de tarde, porem, metafsico contra metafsico, fsico contra fsico, lgico contra lgico. Assim tambm pela manh um metafsico e pela tarde um fsico podero demonstrar uma e outra tese breve e filosoficamente.

    18. Disputas durante o estudo da lgica. Enquanto o professor explica o resumo da lgica, nem ele nem os alunos assistam a estas disputas. Mais, na primeira e na segunda semana aproximadamente no devero os lgicos disputar, contentando-se com simples exposio da matria, em seguida, podero na aula defender algumas teses aos sbados.

    19. Disputas solenes. Onde s houver um professor de filosofia, organize algumas disputas mais solenes trs ou quatro vezes no ano, em dia festivo ou feriado, e d-las certo brilho e aparato convidando outros religiosos e professores para argir, afim de despertar um entusiasmo proveitoso aos nossos estudos.

    20. Rigor na forma da disputa. Desde o incio da lgica, se exercitem os alunos de modo que de nada se envergonhem tanto na disputa como de se apartar do rigor da forma; e cousa alguma deles exija o professor com mais severidade do que a observncia das leis e ordem da argumentao. Por isto o que responde repita as proposies acrescentando nego ou concedo a maior, a menor, a conseqncia. Algumas vezes poder tambm distinguir, raras, porm, acrescente explicaes ou razes, sobretudo quando lhe no so pedidas.

    REGRAS DO PROFESSOR DE FILOSOFIA MORAL.

    1. Oficio. Saiba que seu dever no fazer digresses para questes

    teolgicas, mas, seguindo brevemente o texto, explicar com doutrina e solidez os captulos principais da cincia que se encontram nos livros da tica de Aristteles.

    2. Tempo da lio. Onde as lies de tica no so dados pelo mesmo professor do curso de filosofia, o que ensina tica explique aos estudantes de metafsica as questes mais importantes dessa cincia, todos os dias, durante 3/4 de hora ou 1/2 hora.

    3. Repetio. Ao menos de quinze em quinze dias haja uma repetio de tica, no tempo assinado pelo Reitor, ainda que para esse fim se devesse suprimir uma repetio de metafsica.

    4. Teses. - Quando os alunos de metafsica realizam as suas disputas, ou privadas em casa ou mensais na aula, acrescentem sempre s teses alguma proposio de tica, contra a qual o estudante de metafsica que argui dever formular objees por um quarto de hora.

    REGRAS DO PROFESSOR DE MATEMTICA

    1. Autores, tempo, alunos de matemtica. Aos alunos de fsica explique na

    aula durante 3/4 de hora os elementos de Euclides; depois de dois meses, quando os alunos j estiverem um pouco familiares com estas explicaes, acrescente alguma cousa de Geografia, da Esfera ou de outros assuntos que eles gostam de ouvir, e isto simultaneamente com Euclides, no mesmo dia ou em dias alternados.

    2. Problema. - Todos os meses, ou pelo menos de dois em dois meses, na presena de um auditrio de filsofos e telogos, procure que um dos alunos

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  • resolva algum problema clebre de matemtica; e, em seguida, se parecer bem, defenda a soluo.

    3. Repetio. - Uma vez por ms, em geral num sbado, em vez da preleo repita-se publicamente os pontos principais explicados no ms.

    REGRAS DO PREFEITO DE ESTUDOS INFERIORES

    (= ginasiais) 1. Fins. Entenda que seu ofcio ajudar, por todos os meios, ao Reitor na

    direo e orientao das nossas escolas de modo que os seus alunos aproveitem no menos na virtude do que nas letras (Const. p. 4, e. 7, n. 1; c. 16, n.4).

    2. Subordinao ao Prefeito Geral. - No que se refere disciplina, consulte s ao Reitor; no que concerne aos estudos tambm ao Prefeito Geral dos Estudos; no se afaste das suas prescries; no suprima nenhum costume estabelecido, nem introduza novos.

    3. Aprovao do que se houver de declamar. - reviso do Prefeito de estudos submeta tudo o que, em casa ou fora, houverem de declamar em pblico os estudantes de retrica e das classes inferiores. As divisas, porm, e as poesias que, nos dias mais solenes, se expem em lugares pblicos devero ser lidas integralmente por dois Padres designados pelo Reitor, e, entre elas escolhidas as melhores.

    4. Acompanhe e auxilie os mestres. - Tenha as regras dos mestres das escolas inferiores e dos seus alunos e procure que sejam observadas como as suas.

    5. Uniformidade no modo de ensinar. - Zele com grande empenho para que os professores novos conservem o mtodo de ensino dos seus predecessores, bem como os outros costumes no alheios ao nosso regime escolar afim de que os externos no se queixem da mudana freqente dos professores.

    6. Visitas das aulas. - Ao menos de quinze em quinze dias entretenha-se com cada um dos professores; observe se ao ensino da doutrina crist do o tempo e cuidado devido. Se progridem, como convm, na preparao e repetio das lies; se, enfim, em todas as suas relaes com os alunos se portam com distino e louvor.

    7. Dias feriados e mudana de horrio. - Indague com tempo e comunique aos professores os dias festivos e feriados, comuns a todas as provncias ou peculiares sua, principalmente semanais; bem assim as horas em que devero comear e terminar as aulas em cada estao; e ainda o tempo em que devero os alunos ir s oraes pblicas ou outras devoes ou qualquer outra cousa extraordinria que se lhes devem recomendar ou proibir.

    8. 1. Cinco sries. - Evite que as cinco sries de que constam os cursos inferiores, a saber, Retrica, Humanidade e as trs classes de Gramtica, de modo algum se misturem; assim, se alguma classe, por causa do nmero avultado de alunos, for desdobrada por ordem do Provincial, as duas conservem o mesmo grau; e se numa classe se estabelecerem vrias subdivises, correspondam aos graus que se descrevem nas regras dos professores.

    2. Diviso da gramtica em 3 livros. E para que melhor e com mais facilidade se conserve esta distino, dividam-se todos os preceitos do P. Manuel 1vares (1832, da Gramtica) em trs livros, cada um dos quais corresponda a uma srie.

    O primeiro livro, para a classe inferior, abranger o 1 livro do P. Alvarez e uma breve introduo sintaxe tirada do segundo.

    O segundo livro, para a classe mdia, compreendera o livro segundo do P. Alvarez sobre a construo das oito partes do discurso at s figuras e alguns apndices mais fceis.

    O terceiro livro, para a classe superior, abraar do livro segundo os apndices mais elevados e da construo figurada at ao fim e o livro terceiro sobre a medida das slabas.

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  • Diviso semelhante a esta, em trs partes correspondentes s trs sries, dever, outrossim, ser feita pelas provncias que seguem outro mtodo, diferente do da Romana.

    3. Subdiviso da classe inferior. No primeiro semestre dever o mestre percorrer todo o livro de sua classe, e no segundo, repeti-lo desde o comeo. Como, porm, o livro da classe inferior pe demasiado extenso para poder ser explicado e repetido todo num s ano, dever dividir-se de dois modos. Conviria em primeiro lugar s admitir alunos bem instrudos na primeira parte de modo que a segunda parte pudesse ser explicada e repetida para todos num s ano, como nas outras classes. Onde, porm, no for isto possvel, a classe inferior dever subdividir-se em duas subclasses, a uma das quais se explicar mais ou menos no primeiro semestre a primeira parte do livro, outra a segunda; no segundo semestre as duas partes sero repetidas desde o comeo. Onde se desdobrar assim a classe em subclasses um professor poder ensinar a subclasse inferior, outro, a superior.

    4. Vantagem da repetio. Esta repetio apresenta duas vantagens: a primeira, a de fixar mais profundamente o que foi percorrido vrias vezes; a outra, de permitir aos bem dotados, que terminem o curso maus rapidamente que os outros, possibilitando-lhes a promoo cada semestre.

    5. Colgio de cinco sries. Onde, portanto, houver cinco sries conserve-se em cada uma o seu grau, conforme ficou dito nas regras dos mestres, e em nenhuma delas, cuja exceo da inferior, se admitam duas subdivises.

    6. De quatro. Onde houver quatro sries, ou, suprimida a Retrica, as outras quatro no diferiro das descritas acima, ou, o que parece melhor, a ltima seja de retrica e observe o grau descrito nas regras do professor de retrica, a segunda seja de Humanidades e siga o grau indicado nas regras do respectivo professor; a terceira desdobre-se em duas subdivises, uma correspondente classe superior de gramtica, a outra a mdia: a quarta enfim corresponder classe inferior de gramtica e poder desdobrar-se em duas subdivises, Como se diz nas suas regras. Se s se admitir a subdiviso superior, a terceira srie s ter um grau, o da gramtica superior, a quarta, porm, ter dois, o da gramtica mdia e inferior.

    7. De trs. - Onde houver trs sries, as duas inferiores conservem o grau acima descrito para as duas ltimas do Colgio de quatro sries; a ltima, porem, seja s de humanidades ou se desdobre em duas subdivises, correspondentes a mais elevada Retrica, a outra Humanidade. No se introduza, porem, o grau mais elevado sem consultar o Reitor, quando houver nmero suficiente de alunos dele capazes e com a condio de que o Professor de modo algum falte com o zelo e o cuidado devidos subdiviso inferior..

    8. De duas. - Onde houver duas sries, a inferior subdivida-se em duas, correspondentes classe mdia de gramtica e subdiviso mais elevada da classe nfima; a superior subdivida-se tambm em outras duas equivalentes, uma classe superior de Gramtica, outra a Humanidade.

    9. Repetio nas classes subdivididas. - Nas aulas em houver duas subdivises, a repetio da matria anual ser para ambas a mesma, indicada no 3. Onde for possvel que para uma e outra no primeiro semestre se explique a parte respectiva, e no segundo se repita, os alunos, permanecendo dois