View
233
Download
13
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Texto sobre Física e Química
Citation preview
O meu dia, o da minha
irmã Joana, o do meu
avô, da minha mãe, do
meu irmão Afonso, da
minha irmã Margarida,
do meu primo Miguel e
da minha prima Miguela, da prima Sofia e ... a
Física e a Química
A minha irmã Joana hoje acordou sobressaltada: “Sonhei que não
havia Física e Química”, gritou.
E eu disse-lhe, “Ainda bem, não fazem falta nenhuma”.
Ela ficou horrorizada e explicou-me zangada: “ Impossível este
mundo, esta Terra, este sistema solar, este espaço, esta galáxia a
que pertencemos e todas as outras galáxias, este universo cujo
tamanho e natureza discutimos, sem os quarks, os neutrinos, os
positrões, os electrões, as radiações, os protões, os neutrões, os
átomos, as moléculas, os iões, sem as forças e as interacções,
sem as transferências e transformações de matéria, de energia,
sem a relatividade, sem a radioactividade, sem a conversão
massa-energia, sem as probabilidades quânticas, sem o gato de
Schrodinger.....”.
Quando ela chegou ao gato de Schrodinger eu desliguei. Sabia que
ela ia começar a falar na curvatura espaço-tempo e na deflexão da
luz, na teoria das cordas, nos mundos paralelos e por aí fora.
Decidi fazer o que a minha mãe sempre me diz, que é para
começar por ir procurar o significado das “coisas” ao dicionário e
aquela enciclopédia que está no escritório e tem sempre uma
explicação para tudo. O que eu consegui perceber é que ambas
são ciências, num sitio até dizia que eram as duas únicas ciências
verdadeiramente fundamentais, e pareceu-me que elas explicavam
quase tudo, menos as coisas que não tem importância para
compreendermos o mundo à nossa volta. Eu não estava ainda
muito convencido e continuei a procurar.
Descobri que servem para eu perceber porque “ando” e como é
que “ando”, e também porque escorreguei no patamar da escola,
logo no dia em que estreei os meus sapatos novos que tem sola de
couro, que estavam molhados porque a Dona Isolina lavara o chão
com um líquido que encerava ao mesmo tempo.
Também explicam porque é que não “largamos o Sol” e andamos
sempre à volta dele e porque é que nos mantemos quentinhos no
nosso “planeta azul”. Ah! Também explicam porque é que o planeta
é azul e porque é que é “quentinho”.
Também descobri uma explicação para o meu avô, que é um
bocado descrente nestas coisas da tecnologia, perceber como é
possível estar “on-line” com a minha avó, que o mês passado se
zangou e foi passar uma semana com a tia Leonor ao Brasil.
E, consegui explicar à minha mãe porque é que as hortênsias
brancas que a Dona Micaela lhe deu ficaram azuis, malgrado ela
achar que ficavam mal ao pé das violetas que, por acaso, até eram
violetas.
E o meu irmão Afonso ficou a perceber porque é que a televisão
passou a dar melhor quando “metemos o cabo”, conforme tinha
garantido o senhor que veio lá a casa pôr os aparelhos e falou em
fibras ópticas, sinais HD e que disse que quando vier a digital é que
vai ser.
E a minha irmã Margarida também percebeu a explicação da
senhora da loja, que afinal era também formada em Química, mas
estava lá até arranjar outro trabalho, que isto agora está muito
mau. E a senhora disse-lhe que o bâton verde que ela queria
comprar adquiria uma cor rosa muito bonita quando ela o punha
nos lábios por causa de uma reacção qualquer que não percebi.
Mas a senhora até me explicou o que era uma reacção, e eu
percebi melhor do que tinha percebido quando a nossa professora
nos mandou escrever equações com letras e números esquisitos,
que tivemos de decorar, e que ainda por cima muitos tinham
nomes quase iguais.
Mas eu gostei mesmo foi da explicação do meu primo Miguel que
me falou da Química e da Física dos comprimidos, das análises
que os médicos mandam os doentes fazerem, dos meios
complementares de diagnóstico, como a ressonância magnética
que o avô fez o ano passado, das operações a laser, das próteses
para as pessoas que perdem membros e de muitas outras coisas
que não me fizeram querer ser médico, mas fizeram-me ter um
bocadinho de inveja dos Físicos e dos Químicos que descobrem
tantas coisas para curar as pessoas.
E a Miguela, que é a gémea do Miguel e quer ser nutricionista,
explicou tudo sobre os alimentos, os conservantes, estabilizantes,
intensificadores de sabor, as vantagens da cozinha mediterrânica e
até do vinho, o que agradou ao meu tio Artur, e que tudo isto tinha
a ver com a química dos alimentos e também com a química do
nosso corpo. Eu só percebi algumas coisas mas foi muito
interessante.
E, por fim, no outro dia veio a minha prima Sofia, e quando eu lhe
perguntei sobre a Física e a Química, disse que nós não sabíamos
nada. Ela disse:
“ Podemos não ter noção da Física e da Química. Elas poderiam
até não estar estruturadas como ciências, mas tudo no Universo se
rege pelas leis da Física e da Química. E a matemática também é
muito importante para a explicação e compreensão do real”.
Ficamos todos um bocadinho calados depois da minha prima Sofia
ter falado. Eu não vos disse, mas admiro muito a minha prima
Sofia. Ela parece que é filósofa e ainda por cima diz que a Filosofia
tem tudo a ver com a Física e a Química. Aliás, o que ela
realmente diz é: “A Física e a Química são filhas da Filosofia”. Não
sei se acredito muito nessa coisa de serem filhas, e até acho que a
minha prima Sofia às vezes é um bocado doida, mas eu gosto dela.
Mas...agora já estou cansado de pensar e escrever, Vou jogar
futebol com o Francisco para descansar destas coisas da Física e
da Química. Ou será que o futebol também tem alguma coisa a ver
com a Física e a Química? Espero bem que não... ou pelo menos
que o “mister” não saiba nada disso.
Henrique, 8ºano, turma Z
(nota: estes textos foram escritos pelo Henrique, com base em diversos trabalhos de alunos)