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ROTEIRO MENSAL DE CULTURA E TURISMO de Olinda Olinda, outubro de 2011 - ano 01 nº 03 Distribuição GRATUITA/DIRIGIDA As duas casas mantém foco na venda de produtos regionais. Pág. 06 Rap e repente no Mercado Eufrásio Barbosa. Pág. 15 A Torre Fortaleza de Duarte Coelho em Olinda. Pág. 03 O advogado e escritor Gilberto Marques estreia nova coluna. Pág. 05 Art & Grill e Gomes Cachaçaria Gilberto Marques Israel de França Pág. 04 Zé Brown em Olinda Historiador Marcelo Lins Tiago Amorim um Guerreiro das Artes “O trabalho artesanal diferencia-se do trabalho manual, porque exige sensibilidade artística e autoral” Pág. 07, 08 e 09

O Mirante de Olinda

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Roteiro de Cultura e Turismo

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Page 1: O Mirante de Olinda

ROTEIRO MENSAL DE CULTURA E TURISMO

de OlindaOlinda, outubro de 2011 - ano 01 nº 03 Distribuição GRATUITA/DIRIGIDA

O MiranteO MiranteO Mirante

As duas casas mantém foco na venda de produtos regionais. Pág. 06

Rap e repente no Mercado Eufrásio Barbosa. Pág. 15

A Torre Fortaleza de Duarte Coelho em Olinda. Pág. 03

O advogado e escritor Gilberto Marques estreia nova coluna. Pág. 05

Art & Grill e Gomes Cachaçaria Gilberto Marques

Israel de França Pág. 04 Zé Brown em OlindaHistoriador Marcelo Lins

PerPerPerfi lfi lfi l

Sabor Sabor Sabor e Artee Artee Arte

ArtArtArtistasistasistas

Contos Contos Contos e Crônicase Crônicase Crônicas

Nossa Nossa Nossa HistóriaHistóriaHistóriaMusicMusicMusicalidadealidadealidade

Tiago Amorim um Guerreiro das Artes “O trabalho artesanal diferencia-se do trabalho manual, porque exige sensibilidade artística e autoral” Pág. 07, 08 e 09

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EditEditEditorialorialorial O MiranteO MiranteO Mirante de Olinda

Foto: Gustavo PaivaPrédio da Prefeitura de Olinda / 2011

Unir a faculdade intelectual, agilidade na execução do nosso trabalho, estudo e tempo livre. Ah! o tempo livre. Esse tempo deveria ser mais bem pensado pelos brasileiros nos dias atuais. Agregar ao trabalho o ócio criativo. O ócio criativo é uma teoria do italiano Domenico de Masi, que é sociólogo e professor de sociologia do trabalho. Ela vem ressaltar a viabilidade de se ganhar dinheiro, estimulando o estudo constante em ambientes favoráveis, onde o indivíduo tenha contato com a natu-reza, unido ao tempo livre. O resultado da pesquisa científi ca, registra um grande retorno em produtividade no trabalho, além de criatividade e alegria no fazer profi ssional, um mecanismo que vem dar alma ao trabalho a ser exe-cutado. Com a modernização das telecomunicações e da comunica-ção virtual, esse caminho otimizador tem nos facilitado a vida e nos dá a possibilidade de se estruturar o trabalho, com o auxílio do estudo e do lazer. Mas como aplicar essa teoria à prática em tempos capitalis-tas? Onde trabalha-se mais do que o tempo devido, onde o ser hu-mano torna-se máquina? Essa questão é sem dúvida um desafi o aos cidadãos brasileiros, devido a difi culdade de vida que enfrentamos em nosso país. E o nosso país até aqui, tem imitado o modelo ame-

ricano, o modelo do capitalismo mal desenhado e infeliz, até porque aqui, a prática não se afere de maneira compatível ao modelo original do American Way Of Life. Digamos que o estilo europeu é mais estimulador da prática do ócio criativo. Com tanta infl uência do modelo do antigo mundo, fomos seguir justamente o modelo do fast food americano, onde tudo é acelerado, onde alimenta-se de forma incorreta, onde exige-se do trabalhador cargas horárias muitas vezes desumanas. Pronto. Cheguei ao ponto. Desacelerar. Esse é o grande lan-ce. Que sigamos então o modelo olindense de se poder criar e usu-fruir do cenário mais que perfeito. Isso é qualidade de vida. Poder trabalhar em ambiente favorável , em contato com a natureza, em uma cidade patrimônio. O ócio criativo permite essa preguiça saudável, que vem a posteriori, inspirar os grandes artistas olindenses, que nos premiam com suas belíssimas obras, seja na música, no teatro, no cinema, nas artes plásticas e em todos os segmentos intelectuais. Leiam nossa edição, mas não esqueçam de dar aquela es-preguiçada na rede larga de sua varanda. Garanto que o prazer será ainda maior. E por falar nisso, a preguiça bateu em nossa redação. Vou dar uma pausa na escrita e curtir aqui mesmo em Olinda, meu ócio criativo. Boa leitura !

Em Olinda o cenário é mais que perfeito.Daniela Câ[email protected]

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33Nossa Nossa Nossa HistóriaHistóriaHistóriaOlinda, outubro de 2011

Um dos progra-mas mais apreciados, em Olinda, é subir o Alto da Sé, admirar a bela paisa-gem que se descortina do lá alto, saborear uma tapioca quentinha com uma água de coco gelada. Poucos, talvez, refl itam que enquanto passeiam pelo largo diante da igreja da Sé, estão a caminhar sobre os vestígios do que foi a primitiva Vila de Olin-da fundada pelos colonos portugueses há quase 500 anos. Vencidos os indí-genas da tribo Caetés, primitivos da terra, trata-ram os colonizadores, li-derados pelo donatário de Pernambuco Duarte Coelho, de estabelecer as bases para consolidar sua presença nas terras recém conquistadas. Entre 1535 e 1537, Duarte Coelho mandou er-guer ali, no atual largo da Sé de Olinda, uma torre de pedra que lhe servia de moradia e reduto fortifi ca-do nos primeiros e contur-bados anos da conquista. Do alto da colina era possí-vel aos defensores da vila controlar grande parte do oceano, trechos do litoral norte e toda costa desde a praia de São Francisco ao maciço do Cabo de Santo Agostinho, inclusive a en-trada do porto e a várzea do Capibaribe. Para os que se aproximavam da costa pelo mar, a torre fortifi cada destacava-se na paisagem entre os coqueiros e o ca-sario da vila. Para o histo-riador Francisco Adolfo de

Varnhagen, a construção constituía-se de um cas-telo quadrado à manei-ra das torres de ménage medievais. Nos castelos da idade média, a torre de ménage, também conhe-cida como donjon, era a estrutura mais alta do sis-tema defensivo, frequen-temente cercada por fosso e muralha, independentes da muralha principal que fazia a primeira linha de defesa. A Torre tirava pro-veito da grande altura de suas paredes, para controlar os movimen-tos das forças sitiantes e, como último reduto de de-fesa, permitia que com um pequeno nu-mero de de-fensores se contivesse o ataque de for-ças numerica-mente superiores.Foi esta semelhança entre a torre olindense e as pri-mitivas torres de ménage dos castelos medievais, que levou o ilustrador do livro de Hans Staden a representar Olinda nos moldes de uma cidadela medieval. O livro, publica-do em Marburg na Alema-nha no ano de 1557, relata as aventuras vividas pelo mercenário alemão Hans Staden (c. 1524-c.1576) em suas duas viagens ao Brasil entre os anos de 1548 e 1554 . Basea-do apenas nos relatos do próprio Staden, mas des-conhecendo a realidade do novo mundo, o artis-

ta buscou inspiração nas construções existentes na Europa. Na gravura que apresenta o litoral de Per-nambuco de forma alegó-rica, Olinda aparece como uma cidade fortifi cada cra-vada no alto de uma coli-na e cercada por torres e muralha. Apesar da inspira-ção nas torres de ménage medievais, a estrutura olin-dense resumia-se a uma simples torre de pedra e cal, situada em local ele-vado e que tirava proveito

da declividade das encos-tas como linha de defesa externa. Nos primeiros anos de formação da vila de Olinda, a torre de Duar-te Coelho constituía-se na única construção em pe-dra do pequeno povoado.Todas as outras constru-ções eram edifi cadas em taipa, o que condizia com as condições e precarie-dade de uma povoação embrionária nestas terras do Novo Mundo, em ple-no século XVI, distante da realidade conhecida pelos europeus. No mapa atribuído ao cartógrafo Luis Teixei-ra e datado entre 1573 e 1578 , o prédio apresen-

ta-se como uma simples estrutura quadrada encra-vado no topo da colina, de linhas retas com pequenos traços, que podem repre-sentar seteiras. Em seu Tratado Descritivo do Brasil em 1587, Gabriel Soares de Sousa (1540-1591) obser-va a presença da torre de pedra e cal, edifi cada meio século antes pelo donatá-rio Duarte Coelho, que ain-da agora está na praça da vila. Construído em blo-

cos de pedras extraídos da pedreira, que se situava não muito longe, ao pé do ou-teiro onde os padres Jesuí-tas levantaram o Colégio de Nossa Senho-ra da Graça. Frei Vicen-te do Salvador lembra, na sua

História do Brasil (1627), os trabalhos e apertos so-fridos pelo capitão de Per-nambuco, que nos primei-ros anos da colonização enfrentou as constantes ameaças dos indígenas donos da terra e também, a presença constante dos corsários franceses que rondavam a costa em bus-ca de presas e Pau-Brasil. Segundo frei Vi-cente, não poucas vezes viu-se Duarte Coelho cer-cado em sua fortaleza com muitas necessidades de fome e sede, contra quem não valiam as balas, que valorosamente atira-vam de dentro, ainda que com elas matavam muitos

gentios e franceses. Em 1577, a torre servia de moradia para a viúva do donatário e seus familiares, como se apre-ende de registro existente no livro de Tombo do Mos-teiro de São Bento, no qual o escrivão esclarece, que foi encontrar a viúva de Duarte Coelho, dona Beatriz de Albuquerque, na fortaleza desta vila. No começo do sé-culo XVII, a torre de Du-arte Coelho continuava a se destacar na paisagem, quase um século depois de sua construção. Para quem se aproximava da costa Vindo do mar de fora, se faz esta “ponta de Ma-rin” espinhosa por cima, e são os coqueiros e a torre que está no meio dela e al-gumas casas grandes, que fi zeram pelo alto na povo-ação, como consta do ro-teiro da costa do Brasil de Manoel Figueiredo (1568-1630), cosmógrafo-mor do reino de Portugal entre os anos de 1606-1622, publi-cado em Lisboa no ano de 1625. A antiga torre de Duarte Coelho, fi ncada na praça principal da Vila de Olinda no atual Alto da Sé, em terreno margeado pela antiga Rua Nova, hoje Bis-po Coutinho, do mesmo lado da igreja, que lhe fi -cava por diante pelo lado do mar, foi demolida, pro-vavelmente, entre os anos de 1620 e 1630. Quando da invasão holandesa em fevereiro de 1630, já não mais existia, gritante sua ausência dos relatos e ico-nografi a da época.

A Torre Fortaleza de Duarte Coelho

Entre 1535 e 1537, Duarte Coelho mandou erguer ali, no atual

largo da Sé de Olinda, posição militarmente estratégica para

a defesa do pequeno povoado nascente, uma torre de pedra que lhe servia de moradia e

reduto fortifi cado nos primeiros e conturbados anos da conquista.

Marcelo [email protected]

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Olinda, outubro de 2011

Há vinte anos morando em Granada na Espanha, Is-rael de França é violinista da Orquesta Ciudad de Grana-da, uma orquestra conhecida no país e em toda a Europa, por acumular prêmios e via-jar em tournées constante-mente. Dentre eles, estão os prêmios de melhor gravação, por dois anos consecutivos, em 2004 e 2005. A merecida premia-ção desencadeou em uma tournée, que começou em Berlim e percorreu vários países europeus, com des-taque para a escola de Milão

na Itália. Israel de França é fundador e maestro da Sin-fonieta de Granada, que tem como foco divulgar a música brasileira e com isso, criar projetos sociais, para que se-jam feitos intercâmbios entre músicos de Pernambuco e da Europa. Um dos trabalhos que a Sinfonieta vem fazendo e tendo grande destaque, é a formação de músicos nos presídios, onde os detentos tocam e tornam-se músicos profi ssionais. O maestro também faz um trabalho com um quinteto de cordas, o qual executa música de câmara, com composições do maes-tro Clóvis Pereira. O nome do grupo chama-se Armorial Brasil. No ano de 2000 o músico lança a academia de música Villa Lôbos, onde também forma novos talen-tos e no meio desses tantos talentos, Felipe Johnson, que é pernambucano e veio des-sa escola, é considerado um dos mais virtuosos seguido-res da academia. Johnson morou por dois anos na casa do maestro Israel em Gra-nada e hoje mora na Suíça. Ele estudou com o famoso violinista e papa do violino, Salvatore Acardo. Israel abraçou a causa deste jovem músico e deu a ele a mesma oportunidade e a esperança de se sobreviver de um ins-trumento. O maestro, que sem-pre vem à sua terra natal, Olinda, trás da Espanha ins-trumentos que são doados a comunidades carentes. Ele sempre observa os jovens que estão estudando com disciplina e são de fato talen-

tosos.Certa vez, Israel recebeu um violino do historiador Arman-do Souto Maior. Desde então sua vida mudou. Por isso, a cada ano ele vem em sua ter-ra, para dar uma oportunida-de a quem não tem. “Eu adoraria poder receber um incentivo das leis de incentivo à cultura de Per-nambuco, para executar um projeto por aqui. Como nunca consegui, sempre venho tra-zer os instrumentos que com-pro para esses meninos”. “São pinceladas que dou por minha conta, mas não gosto de fi car dando ênfase ao que venho doar. Prefi ro dar esse mérito aos meninos que vem de uma si-tuação adversa e se dedicam intensamente ao estudo”. Ele que foi protago-nista de uma das histórias do “Caso Verdade” da Rede Globo, tem um trajeto de vida comovente e corajoso. O me-lhor nisso tudo, é que Israel não perdeu sua essência hu-milde e cultiva as antigas ami-zades. A cada vez que volta à cidade de Olinda, acontecem inúmeras festas e o maestro cai na farra com os amigos dos tempos de infância e ju-ventude. Aos 18 anos, o ma-estro foi aprovado para tocar na Sinfônica de Campinas, depois na Orquestra da Para-íba, que tinha como regente o maestro Eliazar de Carvalho, onde passou quatro anos. Depois disso, foi estudar em Portugal, no Conservatório Superior de Música de Lis-boa. Desde então sua vida deu uma guinada surpreen-dente. Na sua infância em 1978, um grupo de profes-

sores, os maestros Ademir Araújo, Geraldo santos, José Amaro e Edson Rodrigues, criaram uma banda no colé-gio Cônego Jonas Taurino, e logo então apelidaram o colé-gio de “Caranguejo”, porque essa escola era cercada por lama de mangue e fi cava em Peixinhos. “Até 1979, eu ainda não tinha despertado para a música. Eu trabalhava em Jardim Brasil, com carro de mão para vender esterco e fazer frete para as senhoras, que vinham da feira no bair-ro. Eu descia pela traseira do ônibus e fi cava satisfeito, por-que voltava para casa com uma bolsa de pão e leite”. Israel tem três fi lhos, sendo dois homens e uma mulher. A mãe dele faleceu na mesma época do Caso Verdade. O maestro Ade-mir Araújo, lhe deu apoio na época do falecimento de sua mãe e não deixou que ele de-sistisse da música. “Eu quero falar da importância dessas escolas de música que resistem em Olinda e pedir que o Esta-do dê uma atenção especial a essas elas, que tem seus instrumentos sucateados. Talvez os políticos ainda não saibam disso, mas muitos desses músicos que estu-daram nessas escolas estão fora do Brasil, contribuindo para a música no mundo. São cidadãos virtuosos, que tiveram suas vidas salvas devido a importância desses mestres e dessas escolas”. O leitor pode assistir aos episódios do caso verda-de do maestro Israel de Fran-ça, através do You Tube.Contato: [email protected]

MusicMusicMusicMusicMusicMusicalidadealidadealidade

De Peixinhos para o mundo

Como o menino de comunidade carente de Olinda, conseguiu ser um grande músico, através de um violino que ganhou do historiador Armando Souto Maior.

MAESTRO ISRAEL DE FRANÇA

Daniela Câmara

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5Contos Contos Contos e Crônicase Crônicase Crônicas

Social Social Social OlindaOlindaOlinda

João Alves tinha problemas sérios com a sogra. O casamento seria perfeito sem aquela intro-missão repetida dia após dia, ao longo dos anos. O divórcio rondara o lar inúmeras vezes e o motivo era sempre o mes-mo: a sogra. O tempo impuse-ra uma calvície ridícula. A proeminência da testa era tanta e ele nem percebe-ra. O diagnóstico veio na boca de um menino de rua. No semáforo após ne-gar a moeda pleiteada foi lancinado pelo moleque: Careca. Achou pouco e re-petiu soletrando: C+A=CA, R+E = RE, C+A = CA CA-RECA!. A largura do cin-to e o sulco em volta dos olhos; os óculos de leitu-ra... grandes mudanças.

A mulher também fenecia nas intempéries. E pen-sar que pensava: Ela não vai mudar nunca. O cons-trangimento maior, porém, fi cava na melancolia sem remédio do olhar da com-panheira. O olhinho azul já não tinha o mesmo brilho. O vigor do colo apontava outro caminho. As coxas roliças ganharam fi letes azuis e um aporte lipídio-so, a tal celulite – as meias fi nas porém cuidavam des-se ponto muito bem. A velha é fogo, di-zia aos amigos e a si mes-mo. A velha é fogo. Viúva, de pouco, fi cou pior. Au-mentou a freqüência das visitas. Ainda bem que veio morar perto, refl etia João. No começo fi cava hóspede meses e meses, todo ano. Depois de viúva, ao contrário da fi lha, a ve-lha rejuvenesceu. Voltou a

estudar: entrou na escola de danças, no curso de culinária, pintura, arran-jos fl orais e outros. Toda quarta caia na gandaia até a meia noite. Com vários parceiros rodopiava ao som de boleros, tango e muito samba canção. Di-zem que beliscava uma cervejinha sem pudor. Nunca a vira na festa, mas dava para imaginar. E o Coronel, coitado, dormin-do sono solto no cemitério. Ia de táxi para a esbórnia. Temia as blitz da polícia de trânsito. Na manhã da quinta lampeira invadia a casa cedinho. Cheia de vigor e alegria: dancei foi muito. Contava alto, a fi -lha. João lendo o jor-nal, ouvia tudo e dizia bai-xinho: a velha é fogo. O hábito da leitura matinal foi a sede do mote. No caderno de saúde/ci-ência tomou conhecimen-

to que a 3ª idade contrai, fácil, infecção respiratória, infecção intestinal e trau-mas ortopédicos decor-rentes de queda. Ficou alerta. É bom prevenir o futuro e jogou o cigarro longe. Levantou e vestiu uma camisa, o vento de agosto é meio frio. Acres-centou as caminhadas no planejamento, banho de mar e natação, uma boa idéia. Que tal o vôlei. A tur-ma parecia animada. Na semana se-guinte foi o caderno de turismo que completou a trama. Pacote para Ar-gentina a preços módicos, sem juros. O programa era fantástico: Tango em Bue-nos Ayres, churrasco no país inteiro. Em Bariloche neve, esqui, chocolate. Vou pagar, vou pa-gar, vou pagar. Levantou eufórico repetindo. Vai pa-gar o que João? A viagem de sua mãe pra Argentina.

Eu nunca dei nada a mi-nha sogra... disse com um riso maroto no canto da boca. O cálculo foi rápi-do. A velocidade da ope-ração aritmética deixou-o vaidoso da perspicácia. Na chegada: bom vinho; tango e muita carne. A velha suporta. A velha é fogo. Dois dias depois Bariloche, chocolate, car-ne, vinho, tango e frio. Muito frio. Neve, esqui. Maravilha. Aprendeu a dançar com uma semana, certa-mente com dois dias fi ca bamba no esqui. O vento batendo no peito. Vou pa-gar. João recostou-se na cadeira, fechou os olhos e imaginou a garota da quarta escorregando ladeira abaixo na monta-nha de neve.

O Plano Fatal

O simpático chef Jaime, estava à porta, fa-zendo as honras da casa. O ambiente acon-chegante estava bem ar-rumado para a celebração, que contou com presença de artistas e produtores culturais, bem como algu-mas importantes fi guras da política. Dentre os políticos presentes estavam: Lu-ciana Santos, Luciano Si-queira, Marcelino Granja, Waldemar Borges e Lucia-

Tribuna Sabores IbéricosTribuna Sabores IbéricosTribuna Sabores Ibéricos

no Moura. No cardápio da festa foram servidos os tradicionais bolinhos de bacalhau preparados pelo chef jaime, além de pratos de frios e também os sa-bores da cozinha pernam-bucana. Os clientes não deixaram de apreciar a tra-dicional sangria de vinho tinto com maçãs picadas, preparadas pelo anfi trião. A casa também esteve aberta ao público

em geral, que não parava de chegar e esperar pelas disputadas mesas. Além dos comes e bebes, a atração maior foi o grupo de chorinho Olinda Samba Choro, que abrilhantou a noite. A casa que estava clara e bonita, tornou-se ainda mais agradável na área externa do bar, onde desfrutou-se do belo ce-nário noturno da cidade antiga.Uma bela festa !

Dia 24 de setembro teve festa no sítio histórico. Foi o aniversário de um ano do restaurante A tribuna sabores Ibéricos, do chef Jaime Alves e Anna Passos.

Imagens do evento Fotos: Gustavo Paiva

Gillberto [email protected]

Page 6: O Mirante de Olinda

6Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor Sabor e Artee Artee Arte

6 Dicas para um bom 6 Dicas para um bom 6 Dicas para um bom 6 Dicas para um bom 6 Dicas para um bom 6 Dicas para um bom churrascochurrascochurrascochurrascochurrascochurrasco

Um é paraibano radicado em Olinda há 43 anos e o outro é pernam-bucano olindense. Um chama-se Alexandre Ro-cha e o outro, José Go-mes. Dois empresários de visão, que empreendem em Olinda, um restaurante e uma cachaçaria, à borda do ponto de maior beleza na paisagem da cidade. O local é um ponto turísti-co de encher os olhos de qualquer turista e também dos passeantes de Olinda e de Recife.

Como era de se es-perar, o empreendimento é sucesso e mantém casa cheia diariamente. A ca-chaçaria tem quinze anos de abertura e o restauran-te dez. As duas casas mantém foco na venda de produtos regionais, dentre eles alimentação, cacha-ças e artesanato. O restaurante Olin-da Art & Grill, que conta com música ao vivo, fun-ciona das quartas até as segundas-feiras, do meio dia à meia noite, com sho-ws de Zé Baracho, Flávio Souza, Clayton, Paulo Henrique e Ozéas Maga-lhães. A Gomes Cachaça-ria e Artesanato, que tem mais de trezentas marcas de cachaça, funciona nos mesmos dias da semana que o Olinda Art & Grill. “O pessoal nos co-brava um lugar que se co-messe bem, desfrutando de uma boa comida regio-nal. Resolvi juntar nossos produtos, agregando a ou-tro produto forte de nossa cultura, que é a música.

Além disso, aqui desfruta-se de uma paisagem de tirar o fôlego”. Declara Go-mes. No cardápio, uma variedade de dar água na boca: moqueca de camarão, peixada mista acompanhada de lagosta, sururu, marisco e pirão, churrasco da melhor qua-lidade, mistão de churras-co e mais uma infi nidade de opções, que só indo lá para comprovar. Uma das delícias servidas de sobremesa é a Cartola Tropical, que ao invés de ser prepara-da com banana, é servida com abacaxi, canela, mel de engenho e queijo coa-lho. A equipe do Mi-rante esteve almoçando por lá e aproveitou para pegar dicas para se pre-parar um bom churrasco com o churrasqueiro Jair Almeida, que nos passou valiosas informações. Jair é funcionário da casa há dois anos. Siga abaixo os passos para o preparo de um churrasco delicioso.

Não usar tempero; Usar sal grosso pouco tempo antes de ir à brasa ( bater a carne para retirar o excesso de sal); A peça de carne deve ser aberta e cortada na hora; O corte deve seguir a linha da fi bra da carne; Nunca usar amaciante de carne; Não deixar os cortes da carne muito grossos, para não fi car crua por dentro.

Olinda Art & Grill Olinda Art & Grill Olinda Art & Grill Gomes Artesanato & Gomes Artesanato & Gomes Artesanato & CachaçarCachaçarCachaçaria ia ia Cachaçaria CachaçarCachaçarCachaçaria Cachaçaria Cachaçaria CachaçarCachaçarCachaçaria Cachaçar

As duas casas mantém foco na venda de produtos

regionais, dentre eles alimentação, cachaças e

artesanato.

O MiranteO MiranteO Mirante de OlindaFo

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O Restaurante Olinda Art & Grill e a Gomes Cachaçaria & Artesanato,

localizam-se na Rua Bispo Coutinho, 35, no Alto da Sé em Olinda-PE

Fone: 3429-9406

Page 7: O Mirante de Olinda

7Daniela CâmaraPerPerPerfi lfi lfi l

Era duas da tarde quan-do cheguei ao ateliê do mestre Tiago Amorim. Na correria das horas e da luta contra o tempo, esse artista obstinado corria a esmaltar peça a peça para a queima em seu forno. Cumprimentei-o, mas na sua lida, ele mal respon-deu. Com jeito de quem corre do trem para não ser atropelado, o artista mos-tra-se preocupado com o desenvolvimento cogniti-

vo dos seus seguidores, muitos deles adolescen-tes e crianças carentes, que fi cam no espaço para aprender os ensinamentos de um dos mais guerreiros artistas da cidade de Olin-da. “Esses meninos tem que ir para a escola. E vai ser agora que vou mandá-los embora. Aqui é lugar de trabalho. Acabou o tra-balho aqui, começam as aulas lá”.

“Para produzir preciso de silêncio e concentração em meu trabalho. Vejo a arte como canal de ação,

expressão e sabedoria, para poder então desdobrá-la”.

Tiago Amorim um Guerreiro das Artes

Fotos: Gustavo Paiva

Page 8: O Mirante de Olinda

PerPerPerfi lfi lfi l

Tiago parte dia 02 de Outubro. O destino é o Rio de Janeiro, onde acon-tece o Congresso Nacio-nal dos Trabalhadores Ar-tesãos, de 05 até 07 desse mês. O motivo da viagem refere-se a continuidade da sua luta em defesa dos direitos dos artesãos. O mestre viaja no intuito de exigir o reconhecimento e a regulamentação da pro-fi ssão de artesão e, co-locar o artesanato como produto cultural, diferen-ciado do trabalho manual. “O trabalho arte-sanal diferencia-se do tra-balho manual, que exige sensibilidade artística e autoral. Exige conheci-mento para a identifi ca-ção de cada artista e sua região. Cultura só se faz com intercâmbio. Em cada região percebemos a dife-rença artística de cada um dos artesãos. Muda o lu-gar, muda-se a cultura de cada um desses artistas e é por isso, que quando vamos a um determinado lugar, notamos que em ou-tros, as peças diferenciam-se pela cultura local”. Inteligente e altivo, Tiago Amorim é natural de Limoeiro e foi criado em Olinda, onde está até hoje. Desde criança jun-tava cacos de azulejo e cerâmica e daí, construía suas primeiras aspirações artísticas. “A gente não podia sair de casa para brincar na rua. Então brincáva-mos com o que tínhamos dentro de casa”. Foi nessa época que o artista plástico per-cebeu sua relação com o mundo das artes. No grupo escolar organizou o grêmio literá-rio, colaborava com exibi-

ções de sessões de cine-ma e também com o grupo de teatro na montagem dos espetáculos do Colé-gio São Bento. Lá mesmo foi aprovado para expor na Alemanha através do seu trabalho com modelagem. Tiago foi monge beneditino no Mosteiro de São Bento, onde ati-vou ofi cinas de cerâmica, pintura, tapeçaria, enca-dernação e atraiu mestres como José Rodrigues e Manoel Inácio, seguidores do mestre Vitalino. Nessa mesma época recebeu aulas de técnicas em ce-râmica, com o ceramista português Alberto Santos. Um dos importan-tes mestres de Tiago Amo-rim, foi o pintor Rubens Sacramento, já falecido, que é avô Emanuel Sa-cramento, também artista de Olinda e um dos seus seguidores. Esse repasse cultural é feito de geração a geração, segundo a tra-dição da arte da cerâmica. Com o mestre Rubens, Tiago aprendeu o manu-seio dos pincéis e da tinta à óleo, bem como a prepa-ração de telas e composi-ção de paisagens acadê-micas. Frequentando a Escola de Belas Artes, ele aprendeu a utilizar os ver-nizes e a aprimorar supor-tes. Em 1959, Amorim encontra-se com Montez Magno e Anchises Azeve-do. A partir daí, passa a ver a arte com a infl uência da cibernética e da Arte Pop.Em 1962 expôs no Atelier

São Bento e em 1964, sai do mosteiro e funda a Co-operativa de Artes e Ofí-cios da Ribeira com Adão Pinheiro, Guita Charifker, dentre outros. Em 1965, partici-pou junto a 12 artistas do bloco que enfrentou a Bie-nal de São Paulo. Nesse mesmo ano, fundou a Ofi -cina 154. Três importantes artistas que fi zeram parte da ofi cina foram Delano, Silvia Pontual e Roberto Lúcio. Em 1968 participa do Momento Rhodia e, em 1970, começa a trabalhar com secretarias de gover-no e prefeituras, onde oti-miza a produção artesanal da região. Ele foi diretor de cultura de Olinda, um dos cargos em que esteve mais atuante desenvol-vendo seminários, encon-tros e jornadas culturais. Em 1989, participa da mostra de pintura co-letiva e fi ca em primeiro lugar no Salão Ofi cial do Museu do Estado. Tiago fez diversas exposições coletivas e in-dividuais entre salões e bienais no Brasil e no ex-terior, recebendo diversos títulos e honrarias, o que faz dele um dos mais im-portantes artistas pernam-bucanos. Atualmente empe-nha-se no Projeto Alto da

“O trabalho artesanal diferencia-

se do trabalho manual, porque exige sensibilidade artística

e autoral. Exige conhecimento para a identifi cação de cada

artista e sua região. Cultura só se faz com intercâmbio. Em cada

região percebemos a diferença artística

de cada um dos artesãos. Muda o lugar,

muda-se a cultura de cada um desses artistas e é por isso, que quando vamos a um determinado

lugar, notamos que em outros, as peças diferenciam-se pela

cultura local”.

de Outubro. O destino é o

mundo das artes. No grupo escolar

8 Olinda, outubro de 2011

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9O MiranteO MiranteO Mirante de Olinda

Mina, que tem princípios na inclusão social e ci-dadania.Nesse projeto já foram atendidas mais de 500 pessoas entre estu-dantes da rede municipal e estadual de ensino. In-felizmente o artista ainda não tem apoio dos órgãos públicos neste projeto. “Para produzir preciso de silêncio e con-centração em meu traba-lho. Vejo a arte como um canal de ação, expressão e sabedoria, para poder então desdobrá-la. Daqui pra frente, quero por em prática meus projetos e ter ainda mais reconhecimen-

to artístico, para poder mover minha comunidade. Aqui somos um ponto de cultura natural. Precisa-mos de verba, porque até aqui, quem vem mantendo esse ateliê e essas pesso-as sou eu”. Até hoje Tiago ain-da mantém uma relação com os artesãos de Tracu-nhaém, onde mantém seu reconhecimento de arte-são estimulador da obra dos companheiros cera-mistas. Mais dois projetos foram propostos pelo artis-ta. São eles: o restauro do açude velho de Tracunha-

ém e a Central de Artesa-nato, a PAPI (Programa de Artesaato de Pernambu-co). “Todos os dias acordo e trabalho no pe-sado, carregando barro e madeira para colocar no forno e queimar minhas peças”. Outra impressão que tive desse guerreiro, foi a dedicação e amor posto à mesa, em um al-moço coletivo preparado por ele para todos os jo-vens, adultos e crianças que estavam presentes em seu ateliê.

“Todos os dias acordo e trabalho

no pesado, carregando barro

e madeira para colocar no forno

e queimar minhas peças”.

Mina, que tem princípios na inclusão social e ci-“Todos os dias

ainda mais reconhecimen-

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Percorrendo a orla marítima temos um leque de opções. Para quem quer curtir um namoro à beira-mar degustando dos seus frutos fresquinhos, começamos o passeio pelo Marisqueira, que tem uma excelente cozinha e está para além das comidas marítimas. No restaurante do empresário Piauí, o casal pode apreciar uma costela de porco ou carne de sol, dentre tantas outras delícias. O interessante é que lá podemos pedir que o garçon ponha a mesa à beira-mar, de onde se vê o quebrar das ondas, degustando um bom vinho.

Walking along the shoreline have a wide range of options. For those who want to enjoy dating in front of the ocean while tasting a fresh seafood, we started the tour with the Marisqueira Restaurant, which has an excellent cuisine going beyond the sea food. In the Piaui’s Reastaurant, the couple can enjoy a pork chop or a delicious “Carne de Sol”, among many other delights. Interestingly, there we can ask the waiter to set the table by the seaside, where you see the breaking waves, enjoying a good wine.

Ainda à beira-mar, encontramos o Hotel Costeiro. Esse hotel tem 79 apartamentos climatizados e cozinha internacional. O hóspede desfruta de banho de piscina, enquanto pode solicitar um drink a sua borda. Além dessas características, fi ca próximo ao Centro de Convenções, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shoppings centers, bancos e sítio histórico, o que torna ainda mais favorável a estada do turista.

RoteiroRoteiroRoteiro OlindenseOlindenseOlindense

Da bodega à alta gastronomia, as opções são variadasA noite de Olinda é para quem gosta de dançar, ouvir MPB, degustar da alta

gastronomia, ou passear descompromissadamente pela orla ou pelo sítio histórico. Neste roteiro, o turista encontra as melhores opções.

Olinda nightlife is for those who like to dance, listen to MPB, taste of haute cuisine, or simply stroll along the seashore, or historic site. In this tour, tourists fi nd the best options.

gastronomia,

Still on the ocean front, we fi nd the Hotel Costeiro. This hotel has 79 air-conditioned suites and international cuisine. There you can enjoy a swimming pool, while sipping on your favorite drink. Besides these features, it’s near the Conventional Center, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shopping malls, banks and historical sites.

Logo adiante, na altura do Fortim do Queijo, A Fábrica Bar tem promoções todas as terças-feiras com clone de cerveja e nas quintas, de whisky. Tem espaço para se dançar, além de poder escutar MPB. Os proprietários da casa, Robson e Gustavo, cuidam da programação cultural. A Fábrica Bar tem um público

fi el e “habituée”. Os frequentadores dos clubes não deixam de dar aquela passada semanal no bar.

Soon after, next to the Fortim do Queijo we’ll fi nd the Fábrica Bar with its famous Tuesdays Special buy one and get one free beer and on Thursdays buy one get one free whisky. It has space for dancing, in addition to being able to listen to MPB. The owners, Gustavo and Robson are in charge of the cultural program. The Factory bar has a loyal and “habitué” clientele. Subindo as ladeiras pela cidade alta, come-se da gastronomia regional, com destaque para o famoso sanduíche de lombo do amigo Déo, feijoada, bode guisado e arrumadinho de charque. O Bar também oferece

programação com música de Pernambuco. O bar do Déo é aberto para almoço, lanche e ceia regional. Na programação de Outubro, está marcado ensaio do Bloco Lírico Inocentes do Rosarinho, dia 29 às 14h.

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Up the hills in the upper town, you can eat the famous loin sandwich of our friend Déo, following a tradition that has existed since 1963, his daughters decided to keep the original recipe created by their father. On Thursdays, Déo’s bar has a music program led by the musicians of the city. It is in the Amparo where they meet to chat and play their songs. The cuisine is regional and the bar also opens space for poetry readings.

Descendo pela Rua de São Bento, encontramos os sabores ibéricos trazidos pelo chef Jaime, que é português e serve desde a cozinha de sua terra até os sabores da Espanha, França e Itália. Além desse cardápio especial, come-se um almoço bem preparado e saboroso a preços módicos. O carro-chefe da casa é o tradicional bolinho de bacalhau e a sobremesa, o pastel de Belém. Enquanto sai o almoço, um papo com o chef faz o ambiente ainda mais especial.

Down the street of São Bento, we fi nd the Iberian fl avors brought by Chef James, who is Portuguese and serves from the Portuguese cuisine to the fl avors of Spain, France and Italy. Besides this special menu, you can eat a well prepared and tasty lunch at affordable prices. The specialty of the house is the traditional Portuguese codfi sh cakes and for dessert “pastel de Belém”. While waiting for your lunch, a chat with the chef makes the atmosphere even more special.

Para um bom sossego no sítio histórico, a Pousada D’Olinda, no Varadouro, tem banho de piscina e restaurante, além de quartos climatizados. É bem pertinho do Mercado Eufrásio Barbosa, onde pode-se comprar peças artesanais.

O MiranteO MiranteO Mirante de OlindaO MiranteO MiranteO Mirante

For a good rest and relaxing in the historic site, the Pousada D’Olinda in the Varadouro has pool , restaurant and air-conditioned rooms. It is very close to the Eufrásio Barbosa Market, where you can buy handicrafts.

No Alto da Sé come-se bem, bebe-se das melhores ca-chaças do país e vê-se a mais linda paisagem de Olinda, além da boa música de Pernambuco.O bar também serve um excelente churrasco.Para quem gosta de frutos do mar, o Olinda Art & Grill tem também diversas opções e para a sobremesa, peça uma cartola tropical, que é servida com abacaxi e mel de engenho. Ao lado, na cachaçaria, o turista pode levar

na bagagem o melhor do artesanato regional e das mais famosas “Branquinhas” da região Nordeste.

At Alto da Sé we can eat well, drink the better “cachaça” of this country, see the most beautiful landscape of Olinda and listen the good music of Pernambuco as well. The bar also serves an excellent bar-becue.For who likes of seafood, the Olinda Art & Grill also have several options and to des-sert, ask for a “cartola tropi-cal”, which is served with pi-neapple and honey wit.

Next, at Cachaçaria, the tourist may take in your baggage the better of regional handicraft and the most famous “branquinhas” of northeast.

São inúmeras as opções. Nas sextas-feiras ainda pode-se caminhar pelas ladeiras de Olinda, ao som de uma típica seresta, que nos remete aos tempos de outrora.

There are a wide range of options. On Fridays you can still walk the hills of Olinda, enjoying the sound of a typical songs, which takes us back in time.

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Em J u l h o deste ano estive na Mostra de Literatura das Mulhe-res, promovida pelo SESC Santa Rita e, uma das coi-sas que mais me chamou atenção, além das inúme-ras autoras que estiveram no evento, foi a fala inicial da poetisa capixaba Elisa Lucinda a respeito dos es-critores, poetas e em ge-ral, as pessoas envolvidas com a arte da escrita em Pernambuco: “Eita, terra de gente boa”. De fato, nesta mes-ma noite, a atriz e poetisa Silvana Menezes, de-monstrou não só no cam-

po das letras, mas tam-bém no das artes cênicas, todo o talento da nossa terra, com sua performan-ce cênica-literária, “Vire Poesia”. Vê-la dando aos versos de Cecília Meireles o seu sotaque original de fala, vi seu desejo de ser compreendida na musica-lidade informal de conver-sa, que mostra-se em tom coloquial quando se con-duz a cena. O ato cênico, deixou-me profundamente emocionado, não sei bem porque, mas como dizia Manuel Bandeira, “A arte é uma fada que transmuta e transfi gura”. Não a conheço pessoalmente, mas sei

do trabalho árduo de Silvana, à frente das “Quartas Literárias” no Centro Luiz Frei-re. Um espaço que há dez anos, proporciona à literatura a possibili-dade de dialogar com outras linguagens ar-tísticas, como teatro, dança, música e foto-grafi a. E embora dialo-gue com diversas esferas da arte, a palavra é sem-pre a grande protagonista desses ricos encontros. Lá, escritores e leitores encontram-se para bate-rem papo, tomarem uma cerveja e ainda conferirem o famoso recital poético,

carro chefe das quartas. Quando se há esse link entre o artista e alguém que empreende produtos culturais de valor, abre-se um leque de relações que interagem entre si. E esse leque foi aberto por essa artista, que vem fomen-tando um espaço culto, onde a democracia abraça

essas várias possibi-lidades de projetos. E é dessa mesma forma que a vi em cena, aber-ta aos diversos modos de se realizar o teatro e a poesia em um mes-mo momento. Assim é essa mulher, que vem abrir as portas do Luiz Freire, para que o artis-

ta possa oportunizar a di-vulgação do seu trabalho e de tantos outros poetas que encontramos no terri-tório local. Afi nal de contas, como expressou Elisa Lu-cinda em sua vinda a Per-nambuco, somos terra de gente boa.

Mostra de Literatura das MulheresMostra de Literatura das MulheresMostra de Literatura das MulheresMostra de Literatura das MulheresMostra de Literatura das MulheresMostra de Literatura das MulheresO ato cênico, deixou-me profundamente

emocionado, não sei bem porque, mas como dizia

Manuel Bandeira, “A arte é uma fada que transmuta

e transfi gura”.

Vista cansada é a maneira vulgar de se referir ao problema da presbiopia, que começa por volta dos 40 anos de idade. O indivíduo passa a ter difi culdade em ler, em enfi ar uma agulha em uma linha e até a esticar o braço, em busca da nitidez das letras do texto. O cristalino do olho perde a sua elasticidade e a acomodação para o descanso da vista. E é jus-tamente esse cristalino, que exerce a função de foco e zoom, para que se possa enxergar perfeitamente o que se observa ou o que se quer ler. Com o uso de lentes espe-cializadas resolve-se a questão,

sem tornar-se imprescindível o uso de óculos de grau em eventos como jogos de futebol, uma festa especial, ou até mesmo um bom mergulho na praia ou na piscina. A técnica da monovisão é boa para quem já é usuário. Um olho enxerga de longe e o outro de perto. Para os novatos existem di-versas opções de uso de lentes de contato: as bifocais, as progressi-vas, as gelatinosas, as de silicone hidrogel,as rígidas de uso diário ou prolongado, podendo-se variar na opção de uso programado de des-carte mensal ou anual. É importante que seja feita uma análise do paciente, levando

seu histórico para a liberação do uso das lentes de contato. A aná-lise consiste em verifi car qual o olho dominante. Depois é realiza-da uma checagem do grau do pa-ciente, através da receita prescrita pelo médico especializado. Após esse processo é só escolher a len-te mais adequada, testando-se a acuidade visual, o conforto e a ob-servação da lente no olho, com o objetivo de ver a acomodação da mesma e também a sua mobilida-de. Na maioria dos casos os pa-cientes fi cam satisfeitos. Com esse avanço na oftal-mologia, pode-se dispensar o des-conforto do uso do óculos de grau.

Saúde Saúde Saúde e Belezae Belezae BelezaSe não enxerga bem nem de longe nem de perto é hora de cuidar-se!

Bruno [email protected]

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Estabelecida há 17 anos em Olinda, a MEMA CONFECÇÕES destaca-se pelo alto padrão de qualidade em uniformes escolares, profi ssionais e esportivos. A Mema fabrica camisas para eventos, atendendo também a empresas de cidades e regiões próximas. Contando com a administração do empreendedor Edson Fernandes, vem através dos anos adequando-se às necessidades do mercado, satisfazendo e fi delizando cada vez mais seu quadro de clientes.

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O MiranteO MiranteO Mirante de Olinda

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Poesia Poesia Poesia e Cordele Cordele Cordel

FAZENDA GRAVATÁ-AÇUBANCO DAS MINHAS MEMÓRIASLIVRO DAS MINHAS HISTÓRIASQUANDO INDA ERA CRIANÇAHOJE ME VEIO A LEMBRANÇAQUANDO CRUZAVA A PORTEIRAIA SEM EIRA E NEM BEIRAPISANDO EM SEU MASSAPÊTINHA QUE VER PARA CRERCOMO EU DESCIA A LADEIRA

PRA MERGULHAR NO AÇUDEPESCAR PIABA E TRAÍRACOMER O PEIXE DE ALZIRAMULHER DO CHICO VAQUEIROERA UM MANJAR SEU TEMPEROE NESSE OÁSIS DO AGRESTESOL QUE CLAREIA O OESTENÃO SE SENTIA QUEIMARVINHA SOMENTE ESQUENTARBRISAS MANDADAS DO LESTE

QUANDO CHEGAVA BEM LONGEAPROVEITAVA O REGALOAO DESMONTAR DO CAVALOTOMAVA UM BÃE DE CACIMBAMOLHAVA A CALÇA E A BIMBADEPOIS LARGAVA-ME A TOANUMA SONECA BEM BOAE A PATATIVA A CANTARSÓ ME FAZIA PENSAR:PRA REI, SÓ FALTA A COROA

QUANDO VOLTAVA PRA SEDEJÁ NA BOQUINHA DA NOITESENTIA O VENTO EM AÇOITETODAS VEREDAS CORTARASSOBIANDO UM CANTARDEPOIS OUVIA O MOTORO RONCO DO GERADORENTÃO CHEGAVA ENERGIADA NOITE EU CHEGAVA AO DIANOS VERSOS DE UM CANTADOR

METIDO A CABRA DA PESTEERA UM MENINO LEVADOAFOITO E BEM AZOGADOSENTIA-ME O PRÓPRIO TALERA O TERROR DO CURRALVESTIDO EM BOTA E GIBÃOTINHA O CAVALO NA MÃOENTÃO MONTAVA E PARTIAVÉU DE POEIRA COBRIANINGUÉM MAIS VIA O PEÃO

EU ME EMBRENHAVA NO MATOCAÇAVA PEBA E TATUPREÁ, ROLINHA E LAMBUE NEM FICAVA CANSADOINDA CORRIA O ROÇADONESSE PASSEIO SEM FIMNÃO ESPERASSEM POR MIMPOIS EU NÃO TINHA DESTINONEM PARECIA UM MENINOMINHA PISADA ERA ASSIM

E LOGO AO RAIAR DO SOLEU JÁ CHEGAVA AO CURRALLEVANDO UM COPO E NESCAUPRA TOMAR LEITE DE VACARASPANDO A ESPUMA NA FACANUNCA VI COISA TÃO BOAINDA COMIA UMA BROAEMBAIXO DE UMA LATADAEU VIA A MANHÃ MOLHADASENTINDO O FRIO DA GAROA

NA LINDA GRAVATÁ-AÇUEU INDA HOJE ME LEMBROLÁ DE JANEIRO A DEZEMBROA MINHA VIDA ERA ASSIMNÃO TINHA TEMPO RUIME AO RECORDAR O PASSADOFICO SONHANDO ACORDADOCHEGO A SENTIR-ME CRIANÇADENTRO DA MINHA LEMBRANÇAVIVO ESSE MUNDO ENCANTADO.

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Sou recifense de nascimento, olindense por adoção e matuto sertanejo por convicção! Há 47 anos fora do ventre materno, tenho dedicado minha vida profi ssional a consultoria empresarial, sem deixar de lado o exercício da sensibilidade, o que faço através das letras, na poesia e no cordel. Residente em Bairro Novo, Olinda, dou trabalho a minha pena, escrevendo poemas inspirados e oxigenados pelos ares culturais desta bel cidadela.

Misael [email protected]

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15O MiranteO MiranteO Mirante de Olinda

Dia 08 de ou-tubro será lançado o mais novo projeto de Zé Brown, artista embolador e rapper do Alto José do Pinho. O evento intitulado “Repente Rap Repente”, acontece no Mercado Eufrásio Bar-bosa em Olinda. A festa está marcada para as 21 h do Sábado e terá parti-cipação de Skowa & SKW Trio, além de surpresas que Zé Brow junto com sua equipe de produção, estão aprontando ao longo do show. A ONG Pé no Chão, que Zé Brown ajudou a fundar, fi cará com a aber-tura da festa. Além disso a pista de dança irá lançar

RapRapRap e e e RepenteRepenteRepente no Eufrásio Barbosa no Eufrásio Barbosa no Eufrásio BarbosaZé Brown lança novo projeto que culmina

em um grande encontro de músicos e jovens da ONG Pé no Chão.

uma batalha de DJ’s. Es-tarão presentes ao desafi o DJ Dolores (PE) e Marceli-no da Lua (RJ). O sucesso do novo empreendimento do ra-pper, é fruto dos 10 anos em que foi MC da banda Faces do Subúrbio, na dé-cada de 90. Além do mix sonoro de embolada e repente, o trabalho de Zé tem nuances de rap, beat, break, funk , soul e coco que mesclam-se como um todo, em um consistente trabalho musical. O novo CD de Zé Brown que tem o mes-mo título do projeto, con-ta com participações de Castanha da dupla Cajú e

Castanha, Zeca Baleiro e Happin’Hood. Recentemente, o rapper Zé Brown, esteve em Berlim e no Festival de Inverno de Garanhuns e em tournées na Espanha, França, Suécia e Cuba. Zé brown iniciou sua trajetória artística em 1988 e utilizava uma lata de doce como instrumen-to, um pandeiro improvisa-do. O rapper continua atuando na banda Faces do Subúrbio, que utiliza-se em sua contextualização da realidade das áreas de periferia. A Faces do Subúrbio foi indicada ao Grammy Latino em 1998.

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO

Pontos de Info. TurísticaPraça do Carmo(ao lado da Biblioteca / Olinda)Quatro Cantos(Sítio Histórico / Olinda)

Sec. da Pref. de OlindaSecretaria de TurismoPraça do Carmo - Olinda (ao lado da Biblioteca)Secretaria de CulturaRua de São Bento - Olinda (perto da prefeitura)

Expediente

ColaboradoresAeroportoPonto de Info. Turística da Em-petur no aeroporto

BibliotecasBiblioteca Pública de Olinda(Praça do Carmo / Olinda)Biblioteca da FacoturAv. Ministro Marcos Freire (Beira-mar / Olinda)

MuseusMAC - Museu de Arte Contem-porânea de OLinda (Rua 13 de Maio / Olinda)Museu do Mamulengo(Rua de São Bento / Olinda)

Hotéis / PousadasPousada D’OlindaRua 15 de Novembro, 98 (varadouro / Olinda)Hotel CosteiroAv. Ministro Marcos Freire, 681 (Beira-mar / Olinda)Pousada do Amparo Rua do Amparo,199 (Amparo / Olinda)

Bares / RestaurantesMarisqueira Av. Ministro Marcos Freire, 521 (Beira-mar / Olinda)Bar e Restaurante do Déo Rua São João, 345 (Amparo / Olinda)Blues Bar Rua do Bonfi m, 66 - (Carmo / Olinda)Bar do Paulete Rua do Sol, 504 - (Olinda) Tribuna Bar e Restaurante Rua de São Bento, 210 - (Varadouro / Olinda)A Fábrica Bar Travessa Municipal, 09 (Carmo / Olinda)Bodega de Véio Rua do Amparo (Amparo/ Olinda) Restaurante Flor do Coco Rua do Amparo, 199 (Amparo / Olinda)

Bancas de revistaBanca Visão Comercial Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 236 (Bairro Novo / Olinda)Banca Ler e Lazer Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 “A” (Bairro Novo / Olinda)Banca Olinda Revistas Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 (Bairro Novo / Olinda)Banca Circular Av. Getúlio Vargas, 166 (ao lado da Sor-veteria Bacana / Olinda)Banca Varadouro Largo do Varadouro, 35 (Varadouro / Olinda)

Fotografi aGustavo PaivaNando ChiappettaHistoriadorMarcelo LinsCronistasGilberto MarquesBruno Souza CordelistaMisael Godoy

Edição / DiagramaçãoEmanuel SacramentoJornalismo / RedaçãoDaniela CâmaraDesenvolvimento / ArteSaulo de Tarso

ArtArtArtistasistasistas

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Reservamo-nos o direito de não aceitar publicações que, ao nosso critério,

julguemos inadequadas ou inconvenientes.4 CANTOSCOMUNICAÇÃO & ARTE

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992.

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Os artigos assinados ou declarações aqui veiculadas, não refl etem necessariamente

a opinião do informativo.

A vencedora da pro-moção do Mirante

do mês passado (setem-bro), foi Daysiane Nasci-mento. Ela irá hospedar-se em uma das pousadas que fi ca no sítio histórico em Olinda. Nossa leitora, tem 33 anos e é estudante de história e gerente de eventos. Uma das ma-térias as quais ela mais apreciou foi a do histo-riador Marcelo Lins, que

conta como foi o nasci-mento da cidade de Olin-da. “Sempre participo de tudo o que é concur-so que me aparece, mas nunca tinha tido essa sor-te. Sinto-me muito feliz em poder estar mais per-to da equipe do Mirante”. Daysiane mora no bairro de Amaro Bran-co em Olinda e é cidadã nascida e criada na cida-de partimônio.

Parabéns Daysiane!

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