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O Novo Mundo Entre Deus e o Diabo Das Viagens Imaginárias às Viagens Reais • A descoberta das Américas abria as portas para um novo tempo, dando ideia de totalidade ao que antes era considerado parte. (Bartolomé de Las Casas). • Ouvir valia mais do que ver, os olhos enxergavam primeiro o que se ouvia dizer. • O novo mundo tinha muito dos seus elementos advindos do imaginário europeu.

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O Novo Mundo Entre Deus e o DiaboDas Viagens Imaginárias às Viagens Reais

• A descoberta das Américas abria as portas para um novo tempo, dando ideia de totalidade ao que antes era considerado parte. (Bartolomé de Las Casas).

• Ouvir valia mais do que ver, os olhos enxergavam primeiro o que se ouvia dizer.

• O novo mundo tinha muito dos seus elementos advindos do imaginário europeu.

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• As narrativas de viagens unia fantasia e realidade, tornando fluidas as fronteiras entre real e imaginário.

• As crenças dos homens do século XIV: acreditavam na existência do equador, dos trópicos, em cinco zonas climáticas, em três continentes, em três mares e em doze ventos.

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Fonte: http://bloguedofranz.blogspot.com.br/2013/10/monstros-do-mar.html. Imagem

retirada em: 21/05/2015.

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A Europa setentrional e o Atlântico se confundiam com o imaginário.

• Europa setentrional: hiperbóreos viviam nas trevas.

• Atlântico: possuía ilhas misteriosas.• África: Magreb e Egito, hipóteses sobre a fonte

do Nilo.• Ásia: se encerrava o paraíso terrestre nas altas

montanhas e com hordas de animais monstruosos.

• Índico: antípodas, povoado por seres monstruoso como cinocéfalos, ciclopes, trogloditas, acéfalos e homens formiga.

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• Ocorre uma migração geográfica do imaginário europeu causada pelo devassamento de terras desconhecidas.

• Sergio Buarque de Hollanda mostra o deslocamento do mito do paraíso terrestre para o universo atlântico, advindo dos confins da Ásia e da África.

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Pensamentos de cunho religioso

• Frei Vicente do Salvador explica a designação do nome do Brasil, através da madeira avermelhada, gerando uma complicação religiosa.

• O Brasil, nasce sob o signo do demo e das projeções do imaginário do homem ocidental.

• O primeiro movimento de Pedro Álvares foi no sentido de céu, entretanto, as investidas de Lúcifer, colocou tudo a perder.

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• Frei Vicente demonstra duas possibilidades: a colônia como domínio de Deus, ou como domínio do diabo.

• Jaboatão enxerga o Brasil como sobrenatural e miraculoso, pois Deus tinha mantido a existência oculta desta dilatada região.

• Para Laura de Mello e Souza as formulações dos dois religiosos, fazem pensar nas persistências do universo mental, os quais são menos permeáveis às mudanças do que as estruturas econômicas e sociais.

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Influência do imaginário europeu • Mito do bom selvagem e as tendências

edenizadoras. (Thevet e Léry)• Thevet aponta o medo do mar oceano, dos

sorvedouros (redemoinho no mar), dos Gigantes Adamastores.

• A promessas tentadoras de Gandavo teve um reverso após relatos de naufrágios portugueses.

• Naus engolidas pelas ondas, as equipagens (tripulação) dizimadas pelas doenças, sofrimentos de mulheres, velhos e crianças.

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• Clima mais temperado, doenças são mais raras, comodidade no morar e no vestir são menores. (Fernão Cardimo)

• A América era muito mais filha da Europa do que jamais o foram a Ásia e a África.

• Houve perplexidade: quanto as nuvens de insetos, as cobras enormes, o calor intenso.

• Repúdio frente ao canibalismo, a lassidão do indígena, a feitiçaria, a música ruidosa dos negros, a mestiçagem.

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Natureza: Predominância do EdênicoVertente Positiva

• Bifrontalidade: novas terras e novas ovelhas para a religião.

• O principal motivo de povoar o Brasil era o de converter a gente de lá a santa fé católica. (D. João III)

• Cristianizar era parte integrante do programa colonizador dos portugueses diante do novo mundo.

• Papel missionário, segundo Vieira o português tem a obrigação de crer na fé e mais ainda de a propagar.

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• Descobrimento do Brasil como uma ação divina. Deus escolhera os portugueses, produzindo riquezas materiais e resgatando almas para o patrimônio divino.

• Para se justificar a necessidade de cristianização, teria que se denegrir os homens autóctones e denegrindo-os estariam também justificando a escravização.

• Frei Vicente do Salvador afirmou: “é o Brasil mais abastado de mantimentos que quantas terras há no mundo, porque nele se dão os mantimentos de todas as outras”.

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• Pero Vaz de Caminha declara “em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem”.

• Brandônio diz que aqui corriam rios de leite e mel. Diz que o feliz casamento entre a natureza e trabalho, iniciado pela colonização, tornava o Brasil superior à Europa, Ásia ou África.

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Vertente Negativa• Colombo inaugura o movimento duplo:

Edenização da natureza e Desconsideração dos homens, bárbaros, animais, demônios.

• Conforme o novo continente começa a emergir na sua especificidade, a edenização ficou ameaçada. (Antonello Gerbi)

• A América é sujeita a ventos mortíferos, os quais são perigosos e doentio. Os bichos venenosos eram tantos que seria uma história muito comprida se tivesse que nomear a todos. (Gandavo)

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• O clima acarreta a proliferação de seres repulsivos, peçonhentos como: alacrás (escorpiões), aranhas, lagartixas, baratas, traças, vespas, moscas, mosquitos, pulgas e piolhos. (padre Fernão Cardim )

• A rainha Isabel de Castela diz: “nesta terra onde as árvores não se enraízam, pouca verdade e menos constância haverá nos homens”.

• O Novo Mundo era escassamente povoado e a maior parte dos homens vivia como animais, “deixando a natureza bruta e negligenciando a terra”. (Buffon)