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Protocolo assinado: Entre o Instituto Camões e a Universidade de Montreal • Reportagem, pág. 5 LusoPresse, 20 anos: O texto que não foi lido... • Agora pode o ler na pág. 11 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 Cont. na pág 14 Vol. XXI • N° 364 • Montreal, 2 de fevereiro de 2017 Meaghan Benfeito quando se preparava para receber o Troféu de Personalidade do Ano 2016 das mãos de Norberto Aguiar. Foto David Bolineau/LusoPresse. Professor Doutor Onésimo Teotónio Almeida, a eloquência dos seus propósitos. Foto David Bolineau/LusoPresse. Editorial O ódio gera ódio Por Carlos DE JESUS K haled Belkacemi, 60 anos, ori- undo da Argélia, professor catedrático e pesquisador científico na Universidade Laval, em Quebeque. Azzeddine Soufiane, 57 anos, pai de família, oriundo de Marrocos, proprietá- rio de um talho, vivia há 30 anos na cidade de Quebeque. Abdelkrim Hassane, 41 anos, oriun- do da Argélia, pai de três meninas, de 10 e 8 anos et uma de 15 meses, engenheiro informático na função pública do Quebe- que. Aboubaker Thabti, 44 anos, oriundo da Tunísia, pai de duas crianças de 3 e 11 anos, chefe de equipa na empresa Excel- dor. Mamadou Tanou Barry, 42 anos, ori- undo da Guiné, pai de duas crianças, con- tabilista por conta própria com escritório na Place de la Cité. Ibrahima Barry, 39 anos, oriundo da Guiné, pai de dois meninos e de duas me- ninas, engenheiro informático de Revenu Québec. Seis vidas, seis pais de família, seis cidadãos do Quebeque perfeitamente inte- grados, ceifados por um tresloucado que carburava com o ódio dos estrangeiros em geral e dos muçulmanos em particular. Seis vidas que se tinham reunido na- quela noite, numa Mesquita de Quebeque, com o fito de render graças a Deus, segun- do o rito da religião em que foram criados. Naquele dia, por toda a parte do planeta, Cont. na pág 14 Rui Bettencourt em Montreal... Kathleen Weil nos Açores? Por Norberto AGUIAR Depois de vários contactos com as entidades quebequenses que marcaram presen- ça na festa dos 20 anos do LusoPresse, nomea- damente com o ministro das Finanças do Que- beque, o nosso compatriota Carlos Leitão, o diretor da Saúde Pública do Quebeque e vice- ministro da Saúde, também por sinal nosso compatriota, Horácio Arruda, Rui Leite Bet- tencourt esteve de visita a Ste-Thérése, para apresentar cumprimentos como novo Secretá- rio Adjunto da Presidência para as Relações Exteriores do Governo dos Açores, à «maires- se» local, Sylvie Surprenant. A ligação de Sainte-Thérèse à Lagoa, por sinal de onde é oriundo, e a vivência dos açoria- nos nesta cidade nortenha mereceram de Rui Bettencourt a maior das atenções na conversa estabelecida com a autarca teresense. Também mereceu relevo o facto de Armando Melo, um dos vereadores de Sainte-Thérése, ser natural de Atalhada, na Freguesia do Rosário, também em Lagoa. Já no final do encontro houve troca de presentes e convite para um almoço. Antes, Rui Bettencourt, sempre acompa- nhado de Paulo Teves, diretor regional das Co- Cont. na pág 10 A N I V E R S Á R I O . . º º

O ódio gera ódio D - Montreal, 15 de fevereiro de 2018lusopresse.com/jornal364.pdf · Azzeddine Soufiane, 57 anos, pai de família, oriundo de ... A atleta olímpica Meaghan Benfeito

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Protocolo assinado:Entre o Instituto Camõese a Universidade de Montreal• Reportagem, pág. 5

LusoPresse, 20 anos:O texto que não foi lido...• Agora pode o ler na pág. 11

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

Cont. na pág 14

Vol. XXI • N° 364 • Montreal, 2 de fevereiro de 2017

Meaghan Benfeito quando se preparava para receber o Troféu de Personalidadedo Ano 2016 das mãos de Norberto Aguiar. Foto David Bolineau/LusoPresse.

Professor Doutor Onésimo Teotónio Almeida, a eloquência dos seus propósitos.Foto David Bolineau/LusoPresse.

Editorial

O ódio gera ódio• Por Carlos DE JESUS

Khaled Belkacemi, 60 anos, ori-undo da Argélia, professor catedrático epesquisador científico na UniversidadeLaval, em Quebeque.

Azzeddine Soufiane, 57 anos, pai defamília, oriundo de Marrocos, proprietá-rio de um talho, vivia há 30 anos na cidadede Quebeque.

Abdelkrim Hassane, 41 anos, oriun-do da Argélia, pai de três meninas, de 10 e8 anos et uma de 15 meses, engenheiroinformático na função pública do Quebe-que.

Aboubaker Thabti, 44 anos, oriundoda Tunísia, pai de duas crianças de 3 e 11anos, chefe de equipa na empresa Excel-dor.

Mamadou Tanou Barry, 42 anos, ori-undo da Guiné, pai de duas crianças, con-tabilista por conta própria com escritóriona Place de la Cité.

Ibrahima Barry, 39 anos, oriundo daGuiné, pai de dois meninos e de duas me-ninas, engenheiro informático de RevenuQuébec.

Seis vidas, seis pais de família, seiscidadãos do Quebeque perfeitamente inte-grados, ceifados por um tresloucado quecarburava com o ódio dos estrangeirosem geral e dos muçulmanos em particular.

Seis vidas que se tinham reunido na-quela noite, numa Mesquita de Quebeque,com o fito de render graças a Deus, segun-do o rito da religião em que foram criados.Naquele dia, por toda a parte do planeta,

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Rui Bettencourt em Montreal...Kathleen Weil nos Açores?

• Por Norberto AGUIAR

Depois de vários contactos com asentidades quebequenses que marcaram presen-ça na festa dos 20 anos do LusoPresse, nomea-damente com o ministro das Finanças do Que-beque, o nosso compatriota Carlos Leitão, odiretor da Saúde Pública do Quebeque e vice-ministro da Saúde, também por sinal nossocompatriota, Horácio Arruda, Rui Leite Bet-tencourt esteve de visita a Ste-Thérése, paraapresentar cumprimentos como novo Secretá-rio Adjunto da Presidência para as RelaçõesExteriores do Governo dos Açores, à «maires-se» local, Sylvie Surprenant.

A ligação de Sainte-Thérèse à Lagoa, porsinal de onde é oriundo, e a vivência dos açoria-nos nesta cidade nortenha mereceram de RuiBettencourt a maior das atenções na conversaestabelecida com a autarca teresense. Tambémmereceu relevo o facto de Armando Melo, umdos vereadores de Sainte-Thérése, ser naturalde Atalhada, na Freguesia do Rosário, tambémem Lagoa. Já no final do encontro houve trocade presentes e convite para um almoço.

Antes, Rui Bettencourt, sempre acompa-nhado de Paulo Teves, diretor regional das Co-

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NIVERSÁRIO..ºº

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LUSOPRESSE – «GUARDIÃO DA CULTURA»

20 ANOS DE HISTÓRIA E MATURIDADE JORNALÍSTICA• Reportagem de Humberta ARAÚJO

«Os desafios que enfrentam os ór-gãos de comunicação social na diáspora sãoinúmeros, mas em muitos casos têm sido ul-trapassados e, estes 20 anos do LusoPresse,são testemunho disto mesmo», palavras deOnésimo Teotónio Pereira de Almeida, o con-vidado de honra no evento que no domingodia 22 de janeiro marcou os 20 anos de existên-cia deste quinzenário, dirigido por Carlos deJesus e cujo projeto foi pensado pelo seu atualchefe de redação Norberto Aguiar.

Uma sala cheia na Maison Jeunesses Musi-cales du Canada, com a presença de colabora-dores, convidados e amigos, numa tarde queserviu também para homenagear quem de umaforma desinteressada tem, ao longo destesanos, colaborado na dignificação do projeto,na sua durabilidade e na sua «maturidade apesardas dificuldades».

«Guardiões da cultura»Dificuldades que foram analisadas pelo

professor Onésimo Almeida na sua palestra«A Imprensa Comunitária: passado, presentee futuro». Para este analista, os orgãos de comu-nicação social das comunidades são importan-tes «guardiões da cultura».

Para este docente da Universidade deBrown (EUA) e colaborador assíduo do Luso-Presse, este jornal tem subsistido «contra ospiores vaticínios» e enfrentado muitos dos de-safios, os quais são também comuns à grandemaioria dos Média tradicionais comunitários.Os jornais tradicionais da diáspora são uma ri-queza que necessita de ser estudada globalmen-te, salientou este professor. «Uma comunica-ção social rica e auto-suficente que ao longodos anos tem assistido à morte de muitos jor-nais e ao nascimento de muitos outros, de-monstrando uma vitalidade muito própria»,referiu ainda Onésimo Teotónio Almeida.

Presença política e culturalEste sarau cultural contou ainda com diver-

sas personalidades do mundo cultural e polí-tico com ligações à comunidade, entre elas,Carlos Leitão, ministro das Finanças que veioem representação do governo do Quebeque.

«Para o nosso governo, a diversidade éuma fonte de riqueza. Para nós é importantemanter um processo de diálogo que fomente amanutenção desta importante ligação.»

O Governo Regional dos Açores fez-serepresentar pelo novo Secretário-Adjunto daPresidência para as Relações Exteriores, RuiLeite Bettencourt e pelo Diretor Regional dasComunidades, Paulo Teves. Para Rui Betten-court, pela primeira vez no Canadá neste novocargo, os açorianos/as são parte integrante doprojeto Açores.

«Este é um projeto de desenvolvimentofuturo que passa pela integração das comunida-des. Qualquer cenário para o arquipélago temque ter em conta a diáspora.»

Neste contexto, Rui Bettencourt deixouum desafio às gerações mais jovens, as quaisconsiderou parte integrante do mundo açoria-no fora da região.

«Contamos convosco», disse este gover-

nante, que elogiou o trabalho do LusoPresseque nestes 20 anos tem mantido viva a culturae as raízes.

Das outras personalidades presentes, des-taque ainda para o cônsul-geral de Portugal emMontreal, José Guedes de Sousa, que elogiouo trabalho «meritório» do jornal LusoPresse,ao ter contribuído para a «integração dos por-tugueses que chegaram ao Quebeque, enquantofomenta viva a ligação entre a diáspora e opaís de origem.»

Presentes igualmente o Diretor Nacionalda Saúde Pública do Quebeque, o açorianoDoutor Horácio Arruda, a deputada federal Ale-xandra Mendes (St-Lambert/Brossard), repre-sentantes e os deputados liberais provinciais,Guy Oullette e Jean Rouselle, respetivamente

Neste sentido, o LusoPresse distinguiutrês nomes que desde o início e de forma diretae indireta ajudaram a cimentar o sucesso dojornal.

Um destes reconhecimentos foi de ordempessoal e distinguiu o trabalho de bastidores eo apoio pessoal de Anália Narciso, que na es-fera privada tem decerto conhecido melhor doque ninguém os desafios, os momentos dealegria e de desânimo, que têm caraterizado 20anos de jornal, que naturalmente têm exigidoda família sacrifícios de vária ordem. Uma ho-menagem particularmente emotiva para a Aná-lia que desconhecia ser uma das pessoas a se-rem reconhecidas neste aniversário.

O fotojornalista e atual adjunto da redaçãoJules Nadeau foi outro dos galardoados, assimcomo o professor Onésimo Teotónio Almeidaque tem colaborado com o LusoPresse desdea primeira hora.

A atleta olímpica Meaghan Benfeito levouconsigo o galardão de Personalidade do Ano2016, atribuído pelo LusoPresse.

Música e teatroO aspeto cultural da tarde esteve a cargo

da soprano Catsy Pimentel, cujas interpreta-ções ao piano abriram o sarau cultural. A poe-sia fez-se ouvir com trabalhos de poetas luso-quebequenses, como Adelaide Vilela (Amabi-lidades e Intrépido desejo) e Laureano Soares(Ser poeta e A mala de cartão), e portugueses,como Fernando Pessoa (Autopsychographie),António Gedeão (Mãezinha), Miguel Torga(Aos poetas), Adriana Bessone Pereira (Toada)e José António Gonçalves (A viagem era a ca-ravela), estes dois últimos oriundos dos Açorese Madeira, respetivamente, pelas vozes de Lu-dmila Aguiar e Joaquim Eusébio.

O teatro fez também parte deste saraucom um trabalho da atriz e contista Isabel Pe-reira dos Santos, que trouxe uma história quelevou os presentes ao centro da aldeia e ao me-morial português com o conto «Sopa dePedra».

A apresentação do sarau esteve a cargo deLudmila Aguiar e de Joaquim Eusébio, cola-boradores do jornal e animadores do programade televisão LusaQ TV, irmão-gémeo do Luso-Presse, por também ser propriedade de Nor-berto Aguiar.

Norberto Aguiar, comovido, dá conta aospresentes dos avanços e recuos por quepassou o LusoPresse nestes 20 anos. Fotode Adelaide Vilela/LusoPresse.

Rui Bettencourt, em representação do Go-verno dos Açores, teve palavras elogio-sas para com o LusoPresse. Foto DavidBolineau/LusoPresse.

dos círculos eleitorais de Chomedy e Vimont,em Laval, o deputado provincial de Mercier(Montreal), Amir Khadir (Partido QuebequeSolidário), assim como dos vereado-res Alexander Norris (Plateau) e Armando Me-lo (Sainte-Thérése).

As reponsáveis pelo Instituto Camõesno Canadá e Departamento de Literaturas e deLínguas do Mundo da Universidade de Mon-treal, Ana Tavares Cumbre Ribeiro e AmaryllChanady foram outras das presenças no ani-versário do LusoPresse.

Jornal LusoPresseO sonho de um homem

Vinte anos de história que começaramcom a visão solitária de um homem: NorbertoAguiar. Num tom de homenagem, o atual di-retor do LusoPresse, Carlos de Jesus, fez umhistorial deste jornal, destacando o trabalhodo seu chefe de redação, editor e proprietá-rio que durante duas décadas com a sua teimo-sia, trabalho e crença na necessidade de levaraos seus leitores/as a riqueza cultural e linguís-tica fê-lo sem recurso à nostalgia.

«O Norberto foi a alma e o motor desteprojeto», salientaria Carlos de Jesus.

No momento de se dirigir aos presentes,Norberto Aguiar não escondia a emoção quepermeou as suas palavras. Salientando os mui-tos avanços e recuos do jornal, assim como«as coisas boas e más», Norberto Aguiar dei-xou claro que o seu projeto surgiu para colma-tar uma lacuna, que se prendia com a falta deum orgão de comuniação social, que segundoa sua visão «falasse da nossa comunidade».

A cultura foi por isso uma das «preocupa-ções nossas desde o início e queremos que talcontinue a ser nos próximos anos».

Norberto Aguiar deixou igualmente umagradecimento especial a todos quantos acredi-taram e contribuiram como colaboradores, fi-nanciadores e amigos, para o sucesso e longe-vidade do jornal.

Galardoados

Marcaram presença na Festa dos 20 anos do LusoPresse várias personalidades, como sepodem ver na imagem. Amir Kadhir, Alex Norris, Guy Oullette, Jean Rousselle, José Guedesde Sousa, Alexandra Mendes, Carlos Leitão, e logo mais atrás, Ana Paula Ribeiro, HorácioArruda, Rui Bettencourt, João Constância, Paulo Teves... Foto David Bolineau/LusoPresse.

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FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Adelaide Vilela• Osvaldo Cabral• Humberta Araújo• Luciana Graça• Joaquim Eusébio• Ilda Januário• Anália Narciso

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00(Ver informações: páginas 7 e 9)

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

OS GALARDOADOS DO SARAU DO LUSOPRESSE• Por Joaquim EUSÉBIO

Vinte anos na vida dum jornal representa, sem sombrade dúvida, o somatório da dedicação de um número muito elevadode pessoas. Uma análise dos artigos publicados ao longo desselapso de tempo permitiu-nos identificar o nome de mais de 300colaboradores.

A Comissão Organizadora selecionou três dos mais dedicadoscolaboradores e, na homenagem que lhes prestou através da ofertade um troféu, pretendeu prestar um reconhecimento público a to-dos aqueles que pela escrita foram, número a número, criando oLusoPresse e transformando-o no jornal que hoje é. Na ocasiãofoi realçada a importância da dedicação de todos os que puseram asua escrita ao serviço da comunidade através deste jornal.

Foram galardoados Anália Narciso, Jules Nadeau e o professordoutor Onésimo Teotónio Almeida. São três figuras com trajetosde vida e formação bem diferenciados, mas que têm em comum ofacto de todos eles terem dado com regularidade o seu prestimosocontributo ao LusoPresse desde 1996 até aos nossos dias.

A Anália Narciso é modista de profissão, mas a sua dedicaçãoao jornal desde o primeiro instante é prestimosa. Ela tem sidouma das peças mais importante deste projeto LusoPresse. De tele-fonista a repórter pode dizer-se que sem ela o jornal já não existiria.

Por seu turno, Jules Nadeau é o único «estrangeiro» do jornalneste momento. Colaborou com Norberto Aguiar ainda antes deo conhecer e do jornal existir quando foi portador de fotografiasque deram para ilustrar um artigo de Amílcar Martins, então a viverem Macau depois de alguns anos de Montreal... Entrou no Luso-Presse em 1996 e, felizmente, aqui continua a dar o seu melhor.

O professor Onésimo Teotónio Almeida leciona na Universi-dade Brown, em Rhode Island, nos Estados Unidos, e é um escritorde prestígio internacional, com mais de 30 livros publicados. Foitambém galardoado com um título Honoris Causa pela Univer-sidade de Aveiro tendo sido igualmente agraciado pelo governoportuguês. Está no LusoPresse desde o primeiro número, a pedidodo Norberto Aguiar no momento em que este deixou a direção doVoz de Portugal. O seu contributo devotado e precioso prestigiao nosso jornal.

A Comissão Organizadora aproveitou igualmente a oportu-nidade para galardoar a mergulhadora Meghan Benfeito comoPersonalidade do Ano de 2016 na Comunidade Portuguesa doQuebeque. As suas raízes portuguesas justificam plenamente ahonra que todos sentimos em a ter dentro da nossa comunidade.Como atleta está no topo do Desporto canadiano. Foi várias ve-zes campeã do Canadá no mergulho da prancha de 10 metros indi-vidual e em equipa. Campeã dos Jogos Pan-americanos e da Com-monwealth. Tem no seu palmarés três medalhas olímpicas, duasdelas obtidas nos Jogos Olímpicos de 2016 disputados no Brasil,para além de vários títulos mundiais na categoria. Meaghan Benfeitojá foi agraciada pela Câmara Municipal de onde são oriundos osseus avós, a Ribeira Grande, e pelo Governo dos Açores com a«Insígnia Autonómica de Reconhecimento»! Agora poderá juntaraos seus inúmeros troféus mais um, o de Personalidade do Ano de2016 na Comunidade Portuguesa do Quebeque, recebido atravésdesta homenagem pública do LusoPresse. L P

Foto 1) - Joaquim Eusébio, que fez parte da Comissão Or-ganizadora e coanimou o Sarau, entrega a Vitória Faria,colaboradora do LusoPresse, o troféu destinado a JulesNadeau, ausente no estrangeiro.Foto 2) - Raul Mesquita, outro elemento da Comissão Orga-nizadora do evento, entrega o troféu a Anália Narciso, a«Mulher robot» do LusoPresse.Foto 3) - Carlos de Jesus, diretor do jornal, entrega o prémioa Onésimo Teotónio Almeida, colaborador do LusoPressedesde o primeiro número.Foto ao lado) - Parte dos elementos que organizaram oSarau Cultural de inauguração das comemorações dos 20anos do LusoPresse, acompanhada pelas artistas Isabel dosSantos e Catsy Pimentel. Fotos de David Bolineau/Luso-Presse.

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«FAZER HISTÓRIA DA... HISTÓRIA»• Por Norberto AGUIAR

Na nossa primeira crónica deste «Fa-zer história da... história», assinada na ediçãodo LusoPresse de 19 de janeiro passado, falavade que a minha condição de desportista prati-cante – jogador da primeira equipa de futeboldo Clube Operário Desportivo – tinha sidoresponsável da minha vinda para o Canadá,mais precisamente para o Quebeque, provínciade que nunca tinha ouvido falar. Naquela altura,Canadá era a palavra que todos entoavam paraquem tinha familiares emigrados neste grandee belo país, como era o meu caso. Pais e meusirmãos Mariana e Luís já viviam em Montrealquando aqui cheguei a 2 de março de 1975, co-mo também disse no texto anterior.

Tendo ficado atrás por motivos que seprendiam com questões militares, isto é, a partirduma determinada altura os mancebos não po-diam deixar Portugal para irem para a tropa,organizei a minha vida para a possibilidade de,assim, primeiro, ir parar ao «serviço da Pátria»,provavelmente «malhando» comigo numaqualquer das possessões em guerra da ÁfricaPortuguesa da altura, depois, dedicando-me àminha condição de funcionário da companhiaVarela & Filhos – filial da então poderosa Ben-saúde Limitada – e, finalmente, entregando-me de alma e coração à minha condição de jo-gador de futebol, a minha grande paixão desdecriança. O resto ficava para a noiva – hoje mi-nha mulher.

Mas isso foi sem contar com dois episó-dios que aconteceram e que viriam marcar aminha vida para sempre.

O primeiro e mais sensacional de todosfoi o aparecer da Revolução de 25 de Abril de1974, que poria fim à Ditadura e consequente-mente fim à saída de soldados para os matosde Moçambique, Angola, e da tão temida Gui-né, já naquela altura com um pé – ou pé e me-io? – a caminho da sua independência.

Este desenlace, para além de nos dar a li-berdade tão reclamada pelos intelectuais e ou-tros ativistas, veio retirar toda a carga emocionalque pesava sobre os jovens em idade militar,pois que a partir daquele momento «adeus guer-ra no ultramar!»

Para quem era, como eu, incapaz de baternum gato, saber que, a partir daquele dia – 25de abril de 1974 – já não ia para África «mataros terroristas!*», foi como que ganhar novofôlego; como ganhar nova vida.

Outro ponto importante na minha dire-ção Canadá, deu-se a 13 de outubro de 1974,um domingo, dia da Festa de Nossa Senhorado Rosário (Lagoa). Naquele dia, jogando, creioque para a Taça de São Miguel, em desafio con-tra a rival Provimi – por também ser de Lagoa– fui vítima de uma fratura do perónio em lancedisputado com Augusto Viola, um dos melho-res jogadores que vi atuar nos Açores. Claroque o incidente foi puramente fortuito.

Num dia que devia ser de festa, de repentevi-me amparado a um «par de muletas»... Valeuque o jogo foi ganho pelo meu clube, o Operá-rio Desportivo, ainda antes de eu deixar o ter-reno, por dois a zero.

No próximo número: a recuperação e adecisão de deixar os Açores.

* Inculcavam-nos que os africanos quelutavam pela independência, legítima, dos seuspaíses, eram terroristas... Nada mais errado!

L P

INSTITUTO CAMÕES E UNIVERSIDADE DE MONTREAL

ASSINAM NOVO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO• Por Norberto AGUIAR

O cônsul-geral de Portugal em Montreal, José Guedes de Sousa, e a Decana doDepartamento de Artes e Ciências da Universidade de Montreal, Tania Saba, nomomento de assinarem o respetivo Protocolo. Foto LusoPresse.

LUSOPRESSE – Foi na sexta-feira,dia 20 de janeiro último, que a Universidade deMontreal e o Instituto Camões assinaram umnovo Protocolo de Cooperação, quando sesabe que os últimos tempos não foram nadapacíficos nesta matéria, visto a recente saídado leitor de português, Luís Aguilar, ligado aeste projeto há vários anos, ter sido algo atri-bulada...

Nesta cerimónia, que se quis sóbria masprofícua, tomaram parte várias personalidadesligadas ao Departamento de Literaturas e deLínguas do Mundo, assim como do Centro deLínguas da Faculdade das Artes e das Ciências.O desenlace teve lugar numa das salas do Pavi-lhão Lionel-Groulx.

Assinaram o Protocolo, que tem, para já,uma duração de três anos, por banda da Uni-versidade de Montreal, a Decana por interino,Senhora Tania Saba, enquanto do lado de Por-tugal, pôs preto no branco o cônsul-geral, JoséGuedes de Sousa.

Este Protocolo de Cooperação entre aUniversidade de Montreal e o Camões I.P. –Instituto de Cooperação e de Língua, visa asse-gurar o Ensino da Língua e da Cultura Portu-guesas no interior desta importante casa desaberes.

«Por intermédio de duas unidades dinâ-micas da Faculdade de Artes e das Ciências, aUniversidade de Montreal reitera hoje a suaprofunda determinação no prosseguimento deesforços de promoção do Português e das Cul-turas Lusófonas», diria a dado passo Tania Sa-ba, Decana da Faculdade e responsável peloDepartamento de Línguas.

Já o cônsul-geral de Portugal em Montreal,José Guedes de Sousa, haveria de dizer, nomea-damente, que «Este Acordo corresponde per-feitamente à vocaçãodo Instituto Camões,que consiste em pro-mover o ensino e adifusão da Língua e daCultura Portuguesas eem apoiar os proje-tos que possam visaro conhecimento dasculturas de línguaportuguesa por meiode programas ofere-cidos em instituiçõesde Ensino Superior».

O Protocoloprevê a contrataçãode um professor eoferecerá 18 créditosanuais ao curso deLíngua e Cultura Por-tuguesas, ou seja, oequivalente de seiscursos de três crédi-tos cada.

Já em final de dis-curso, José Guedes deSousa agradeceria aoprofessor JoaquimEusébio pela suacompetente partici-

pação enquanto novo responsável pela cadeirade Introdução à Cultura Portuguesa, adiantan-do ao mesmo tempo que o concurso para oposto de novo leitor está praticamente termin-ado e que o anúncio do seu responsável estápor poucos dias.

Curiosamente, soubemos na ocasião, queum dos candidatos é o próprio professor Eu-sébio, por sinal colaborador do LusoPresse.

Com alguma discrição, participou tambémnesta cerimónia a coordenadora do Ensinodo Português para o Canadá, em representação

do Instituto Camões, Ana Paula Ribeiro, quetem gabinete instalado em Toronto. L P

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

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JORNAL LUSOPRESSE

ALMA LUSA NA TERNURA DOS 20 ANOS• Reportagem de Adelaide VILELA (Fotos e texto)

No dia vinte e dois de janeiro, paraassinalar a data histórica do dia da fundação dojornal LusoPresse, com uma vasta gama deatividades culturais, realizou-se na Maison Jeu-nesses Musicales du Canada, 305, Av. Mont-Royal, o primeiro evento do ano de 2017, deum órgão de comunicação que nasceu, desen-volveu-se e viveu pintado de alma lusa a ternurados 20 anos. O LusoPresse veio ao mundocom padrões estabelecidos quanto à sua quali-dade e capacidade de bem servir os portuguesese a língua de Camões. Por certo que foi e é umprojeto ambicioso que ganhou sucesso e umorgulho que se partilha. Pois, o seu editor nun-ca sentiu que a derrota lhe invadira o espíritoimpulsionador e corajoso, ainda que a inquietu-de alguma vez desgastasse algum sinal positivo.Norberto Aguiar soube afastar as coisas más einjetar dinamismo em quaisquer dos alvos aque se propôs atingir. Desde sempre por umaquestão de feeling, relativos às lides jornalísticas,recorreu a determinados meios e pessoas, co-mo veículos de opinião, acompanhados deevolução, com vontades próprias e participati-vas. E foi assim que, com potencial humano esocial, o LusoPresse passo a passo se encheude luz até completar 20 anos de letras e de ati-vidades.

Neste sentido, na tarde de domingo dodia acima referido, o Professor Doutor Joa-quim Eusébio acompanhado por Ludmila A-guiar, Diretora de comunicação e animadoracultural, subiram ao palco dando as boas vindasao painel de convidados e amigos que, em boaverdade se diga, encheram a sala.

A princípio, e com a sua beleza e encanto,vi instalada ao piano Catsy Pimentel. Começoucom uma música clássica e logo interpretouum Fado, seguiu-se a canção Aleluia, com pra-zer e emoção! A tarde festiva em nome do Lu-soPresse, foi excelentemente animada, a artistaluso-canadiana agradou a todos os convivas.

Chegou o passatempo mais divertido!Funcionou e deu numa boa conversa com aatriz Isabel Pereira dos Santos. Cozinhou compalavras a bela sopa de pedra. A assembleia ri-u-se ao ouvir contar tão bela história. Gosteida cena, um ato teatral bem envolvido em ca-lhaus.

Por outro lado, a conversa saiu mais a sé-rio quando o Sr. Doutor João Constância João,natural da freguesia da Relva, S. Miguel, Açores,foi convidado a sentar-se à mesa, a fim de apre-sentar o Professor Doutor Onésimo TeotónioAlmeida, doutorado em Filosofia pela BrownUniversity. Onésimo Teotónio Pereira de Al-meida é natural do Pico da Pedra, S. Miguel,Açores. Tendo espaço disponível, num ambi-ente agradável, levou todo o tempo do mundona apresentação feita ao seu querido amigo.Valeu a pena. Na minha opinião, a competên-cia das pessoas deve ser um indicador de pro-fundidade com o único objetivo, retratar sabe-res e transmiti-los ladeados de valores intelectu-ais, históricos e culturais, valorizando semprea nobreza das tradições lusófonas.

Gostei imenso de sentir, de observar, deadmirar, de escutar o professor Onésimo Teo-tónio Almeida rasgar elogios a todos quantos

Já referi o prazer que tive em participarneste evento, mas senti tristeza quando olheipara todos os cantos e recantos e não vi o jor-nalista Jules Nadeau. Afinal, este Canadianoestá com o Norberto Aguiar, desde os primei-ros passos do LusoPresse. Embora estivessefora do País, o seu galardão foi entregue à pro-sada Vitória Faria. Não podemos discordar queé outra mulher de boa vontade, não traduzapenas os textos de Jules Nadeau mas tambémse dá ao trabalho de ler o jornal antes que estesaia à rua. Mas o seu Jesus concorda! Ele mesmo,o Carlos Alves de Jesus, foi promovido hámuitos longos anos, como diretor do jornal,que a Vitória abraça corrigindo as gralhas.

Na agenda cultural deste encontro cons-tou o nome de Rui Bettencourt, SecretárioRegional Adjunto da Presidência para as Rela-ções Externas. O Dr. Rui Bettencourt foi tam-bém Diretor Regional da Juventude, Emprego,Trabalho e Formação Profissional. Figura sim-pática e interessante, grande açoriano! Espera-mos aplaudir a sua carreira política, com voosmais altos, por muitos anos. De salientar tam-bém a presença do Dr. Paulo Teves, DiretorRegional das Comunidades. Desejamos vê-lomais vezes entre nós, esperando que seja pelavida fora um ídolo para os Açorianos da diás-pora e para todos os filhos de Portugal Conti-nental.

E celebrando o aniversário do LusoPressea SATA, agora Azores Airlines, esteve muitobem representada. Voou até às nossas terras

Carlos de Jesus, Diretor e Editorialistado LusoPresse, à frente do jornal háquase 13 anos - faz em setembro!

sabem preservar a língua e a cultura portugue-sas. Gostei de ouvir dizer que dedica tempo àleitura e aos livros, e à riqueza dos sentimentosque os mesmos lhe produzem, pensando emquaisquer situações da vida da diáspora portu-guesa. Fico impressionada ao dar-me contaque este Grande Açoriano sendo Professorcatedrático, fora da sua terra, consiga arranjartempo para reconhecer o trabalho dos outros,em prol da língua de Camões. Para além demais, é colaborador assíduo de jornais, revistase televisões. Entendo que a transmissão deconhecimentos da cultura portuguesa e das suasraízes açorianas tenham muita importância pa-ra o emigrante, mas sinceramente gabo-lhe acoragem. Neste aspeto, o professor DoutorOnésimo Teotónio Almeida é colaborador dojornal LusoPresse desde o primeiro número.

Não posso ocultar a admiração pela nossaatleta olímpica, a nível nacional e internacional,Meaghan Benfeito, pela carreira viva e admi-rável com que nos tem brindado ao longo dosanos. A Meaghan foi agraciada pelo LusoPres-se e esteve presente para receber o troféu, queagradeceu em francês. Pena que não se tenhadado ao luxo de aprender umas palavrinhas nasua língua materna. Outras pessoas foram con-templadas, com admiração e carinho, por partedo Norberto Aguiar e de sua equipa. Há portu-gueses que mereciam estar no Guiness, nãopelas posições destacáveis que desempenham(muitas vezes vivem na sombra), mas pelo es-forço e voluntariedade que emanam num cargopouco compensador. Falo naturalmente deAnália Narciso que tem sido um modelo im-portante ao lado do seu esposo, no aspeto so-cial, amoroso e profissional. Entre soluços elágrimas de emoção, Anália Narciso recebeudas mãos de suas filhas e do marido um valenteramalhete de flores e um troféu, igual ao dosoutros contemplados. Anália Narciso é tam-bém uma excelente profissional, como dese-nhadora na moda canadiana.

Catsy Pimentel deixou na tarde do dia 22 de janeiro um rasto de perfume musical,apreciado por toda a plateia.

de acolhimento o Dr. Carlos Botelho, seu dire-tor para o Canadá (escritório de Toronto). Edaí, tenho mil e umas certezas que a sua viagemé mais um caminho aberto para o sucesso de-sejável. Nem todos conhecem bem a SATA,portanto, é uma empresa internacional da qualnos devemos orgulhar. Logo, podem contarcom um meio de transporte aéreo por excelên-cia, para todos quantos queiram visitar ou abra-çar as suas terras de origem.

Aproveito para mandar os meus parabénsao Engº. João da Ponte pelo amor incondici-onal à Lagoa que lhe deu luz, desbravando ver-sos com sabor a terra, flores, campos, serras emares. Gostei do livro de poesia, “Lagoa deAfectos” que adquiri na tarde de festa do jornalLusoPresse.

Façamos votos que o jornal LusoPresse ea sua equipa possam criar muitas oportunida-des, envidando esforços, para que consigamrealizar objetivos específicos e valores bemdeterminados, no que respeita a preservaçãoda nossa língua. Digamos, a continuação damesma nestas Terras da diáspora portuguesaseria o ideal. Para isso contamos com gentecapaz, como é o caso do Norberto Aguiar,que para além de possuir mente fértil sonha,soma e segue. E como não se contenta comum só sucesso, logo pensa em dois ou três,em louvor da iniciativa e do abraço de cordiali-dade entre leitores e letras.

Esperamos pelos próximos 20 anos.

Isabel dos Santos, uma vez mais deu largas à sua grande capacidade profissional,abrilhantando sobremaneira o Sarau Cultural dos 20 anos do LusoPresse.

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PARA APOIAR IDOSOS...

LUSODESCENDENTES CRIAM INSTITUIÇÃOTORONTO, Ontário - Quatro lusodescendentes que

vivem no Canadá criaram uma organização sem fins lucrativoscom o objetivo de ajudar os idosos que sofrem abusos, umproblema “real que afeta bastante a comunidade” portuguesa.

Venessa Barros, proprietária de um estabelecimento deprodutos naturais, disse à agência Lusa que tudo começou de-vido à sua “vida profissional”.

“Eles (os idosos) vinham ter comigo, ao meu estabeleci-mento, e queriam desabafar com alguém. Queriam alguém parafalar, que lhes desse carinho, um local onde estivessem bem”,afirmou.

Na sequência dessas conversas, a empresária revelou terdescoberto “que muitas pessoas da comunidade [portuguesa]estavam a ser vítimas de abusos, especialmente os idosos”,abusos de várias formas, quer “financeiros, físicos, mas tam-bém de caráter emocional”.

A Sociedade de Ajuda aos Idosos (Seniors Aid Society,em inglês), criada em abril de 2016, surgiu para “tentar com-bater” os abusos aos idosos, não só no seio da comunidadeportuguesa, mas em todas as outras comunidades.

No primeiro ano, em 2016, assistiu já cerca de 60 idosos,distribuindo num centro comunitário local 46 cabazes de natalcom bens de primeira necessidade aos que mais precisam.

“Neste momento, se algum idoso vier ter connosco enca-minhamo-lo para os serviços sociais do Governo, para quelhe possam prestar o apoio necessário”, frisou Venessa Barros.

Os quatro fundadores da instituição, Venessa Barros (pre-sidente), Mário Aguiar (vice-presidente) Maria da Cunha (secre-tária) e Sílvia dos Santos (tesoureira) têm como meta a constru-ção de um centro para idosos.

“Temos o objetivo de construir uma casa-abrigo onde osidosos que estão a ser vítimas de abusos possam ter um localonde se sintam seguros”, sublinhou a empresária.

Atualmente na área existem centros de apoio, mas sãomais vocacionados para “mães solteiras” e “mulheres e homensvítimas de violência doméstica e sexual”.

A Sociedade de Ajuda aos Idosos pretende angariar verbaspara a construção desse centro, através de donativos, organi-zando ao longo do ano diversos eventos.

O primeiro evento tem lugar no dia 4 de fevereiro, pelas19:00 locais, com a realização da Gala Inaugural da instituição,num restaurante.

Dados da polícia de Toronto revelam que 2% a 10% dosidosos sofrem abusos. Só na província do Ontário, calcula-seque existem entre 40 mil e 200 mil idosos que são vítimas demaus-tratos. Os filhos das vítimas são responsáveis em 43%dos casos de abuso em que a polícia foi notificada.

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SANTO CRISTO EM MONTREAL...ANGARIAÇÃO DE FUNDOS

A Associação Portuguesa Quebequente acaba de as-sumir a responsabilidade de organizar as Grandes Festas emHonra do Senhor Santo Cristo em Santa Cruz. Vai daí, já co-meçou a dar os primeiros passos, que se resumem em angariarfundos para que os festejos de maio próximo possam ter obrilho que todos os fiéis desejam.

Assim sendo, está prevista uma primeira festa para o dia4 de fevereiro, naturalmente nas instalações da Missão deSanta Cruz. Trata-se de um jantar, a começar às 19h30. O re-pasto, que tem por custo um montante de 40 dólares para osadultos e 20 para as crianças dos seis aos 12 anos, conta comum bom elenco musical, disposto a animar a soirée.

O Conjunto Evolution e o DJ Moreira são os respo-nsáveis pela noite dançante.

Para informações: (514) 237-3994 (Roberto Carvalho)ou (514) 844-1011 (secretaria da Missão Santa Cruz).

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Rui Bettencourt em Montreal...

Lançou convite para Kathleen Weil visitar os Açores• Continua da página 1

Comunidades, visitou a AssociaçãoPortuguesa de Sainte-Thérèse, uma agremiaçãofundada por portugueses em 1974.

Estavam à espera dos dois governantesaçorianos, a presidente Lúcia Carvalho, assimcomo alguns dirigentes e vários lagoenses, umou outro envergando a camisola do ClubeOperário Desportivo.

Na ocasião houve troca de informações,primeiro, e de estabelecimento de contactos,depois, já que esta é uma agremiação algo es-quecida pelas entidades lusitanas, para ondequase ou nunca se dirigem. Daí que tenha sidomuita apreciada esta visita de Rui Bettencourtpelos dirigentes presentes.

Ainda na segunda-feira, Rui Bettencourtteve oportunidade de passar na Caixa Desjar-dins Portuguesa, uma cooperativa financeirafundada há mais de 40 anos por um grupo deportugueses visionários.

Foi cicerone da visita a diretora-geral Ja-cinta Amâncio, que já tinha conhecido os repre-sentantes do Governo dos Açores, um dia an-tes, no decorrer da festa dos 20 anos do Luso-Presse.

Convite a Kathleen WeilAntes de seguir, na terça-feira, para a pro-

víncia de Manitoba, para na cidade capitalWinnipeg visitar a Casa dos Açores local, RuiBettencourt foi recebido pela ministra daImigração, da Diversidade e da Inclusão doGoverno do Quebeque, no seu gabinete emMontreal.

Recebido com entusiasmo, Rui Betten-court sentiu-se em casa e logo dissertou sobreos Açores, como destino turístico de alto nível,atualmente muito procurado, sobretudo porestar muito direcionado para as questões daNatureza. E falou dos recursos do mar açoriano,que tem a segunda maior área de toda a Europa,dos intercâmbios com o Norte da América,mercê das ligações históricas existentes. Faloudo Canadá e particularizou em relação aoQuebeque, com quem quer ter contactos maisassíduos, não vivessem cerca de 70 mil portu-gueses nesta província, cuja maioria dos seuselementos são de origem açoriana.

As relações da Universidade dos Açores,pólo da Horta, e a Universidade de Quebequeem Rimouski também vieram à baila. Ambas

são especializadas em questões do mar...Enquanto ouvia Rui Bettencourt, Katleen

Weil manteve-se atenta, interpondo-se aqui eali. Mas quando decidiu passar ao ataque, aministra quebequense, de sorriso largo ebonito, lá foi perguntando sobre os problemasde Portugal em relação à imigração que recebe,sabendo-se do que se passa algures no mundosobre este verdadeiro flagelo. E questionousobre o que acabava de ouvir sobre os Açores,dizendo a dado passo que «... como devem serbonitos os Açores». Também elogiou a capaci-dade de trabalho e de viver em harmonia daComunidade Portuguesa no Quebeque e noCanadá. Neste aspeto deu os exemplos deCarlos Leitão e Charles de Sousa como os doisministros das Finanças das duas maiores e maisimportantes províncias do Canadá. Ainda sefalou no açoriano Doutor Horácio Arruda,diretor da Saúde Pública no Quebeque e vice-ministro da Saúde...

O encontro que se previa de algunsminutos, foi muito para além do que estavaprevisto. Sinal de que ambas as partes sesentiram muito confortáveis durante o bate-papo.

Antes da fotografia da praxe, Rui Betten-court convidou a simpática ministra a visitaros Açores. Sem prometer nada, Katleen Weilprometeu estudar o assunto.

L P

Visita, em imagens, de Rui Leite Bettencourt, Secretário Regi-onal Adjunto da Presidência para as Relações Exteriores doGoverno dos Açores, no Quebeque, para onde se deslocoupara assistir à Festa dos 20 anos do LusoPresse.Em cima, Rui Bettencourt foi recebido pela ministra KathleenWeil, depois passou pela Associação Portuguesa de Sainte-Thérése, esteve na Caixa Portuguesa e passou na CâmaraMunicipal de Sainte-Thérése, onde dialogou com a «mairesse»Sylvie Surprenant. Reportagem fotográfica jornal LusoPresse.

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O texto que não foi lido...LusoPresse – 20 anos (01/12/1996 - 01/12/2016)Histórico do jornal

Senhor ministro das Finanças do Governo do Quebeque, Dr. Carlos LeitãoSenhor Secretário Regional Adjunto da Presidência para as Relações Exteriores do

Governo dos Açores, Dr. Rui BettencourtSenhor Cônsul-geral de Portugal em Montreal, Dr. José Guedes de SousaProfessor Doutor conferencista desta tarde Onésimo Teotónio Almeida

Caras Senhoras; caros Senhores,

Vou tentar, na minha intervenção de 10 minutos, relatar os momentos mais marcantes davida do jornal LusoPresse nestes 20 anos que hoje comemoramos.

O LusoPresse apareceu nas prateleiras da comunidade em 1 de dezembro de 1996. No en-tanto, devo dizer que para mim ele começou a nascer em janeiro do mesmo ano, altura em quedeixei para trás uma experiência riquíssima de 10 anos a liderar a Redação do jornal A Voz dePortugal. Mas, se quiserem, o LusoPresse começou ainda muito antes daquele mês de janeiro de1996. Com efeito, o LusoPresse nasceu sempre que, na Voz de Portugal passei por alguns mo-mentos de alguma crise. Estou a lembrar-me de quando organizei as Festas dos Melhores da Co-munidade contra a vontade da Administração daquele jornal. Pior, de quando organizei o debatecomunitário sobre o Referendo de 1995 e que teve uma participação assaz numerosa e que quaseterminou de forma tumultuosa...

Nessas ocasiões encontrei sempre o ombro amigo do Pastor Pedro Felizardo Neves queviria a ser o primeiro diretor da nova publicação.

No período que mediou a minha saída da Voz de Portugal e o lançamento do novo jornal,criámos duas equipas: a da Administração, apoiando-me nos amigos Luís Soares, Manuel Pugae António Viveiros, hoje aqui presente connosco. A segunda equipa foi a da redação, chefiadapor mim e coordenada, como já vimos, pelo Pastor Pedro Neves.

Terei de dizer, por ser verdade, que os primeiros tempos, para não dizer anos, foram difí-ceis, com problemas de vária ordem, sobretudo de cariz administrativo e financeiro, campos deação em que eu não tinha nenhuma experiência. Como tábua de salvação, valiamo-nos pela viaredacional, ao apresentarmos um jornal “pró” moderno, direi mesmo atraente para aquela épo-ca, habituados que estávamos ao ram-ram de anos a fio em que o corta e cola dava para as enco-mendas – discurso que me era repetido frequentemente.

Foi preciso esperar o ano 2 mil, onde fomos lançar o LusoPresse/Lagoa, para tirarmos acabeça da areia em termos financeiros. Depois concordou-se que eu deveria assumir sozinho oprojeto do LusoPresse, que assumi com gosto, tal era a minha paixão pelo trabalho que desen-volvia.

De salientar que nesta altura já o diretor do jornal era o padre José Vieira Arruda, porque opastor Pedro Neves tinha partido para África em serviço da sua congregação religiosa. Aindalhe propus dirigir o jornal à distância, mas ele julgou melhor deixar a liderança do jornal.

Saiu o primeiro diretor, também um ou outro colaborador, mas a tendência foi sempre pa-ra crescermos com a vinda de mais e mais colaboradores. E agora juntava-se a nós gente já comexperiência de escrita, que vinha enquadrar a equipa jovem, cerca de 60/70 por cento, dos pri-meiros anos do jornal.

Em 2003 o LusoPresse, em termos financeiros, dá o passo definitivo como jornal que veiopara ficar. Esse dado importante que foi obter a estabilidade financeira, surgiu com a feitura deuma edição nacional canadiana, no seguimento da visita que o então presidente dos Açores,Carlos César, fez de costa a costa do Canadá. Para o maior – falo em termos de páginas – jornalque fizemos até hoje, tivemos apoio publicitário desde o Quebeque até à Colômbia Britânica...

E se o LusoPresse atingiu a sua maioridade financeira em 2003, em setembro de 2004 che-gou outro empurrão. Estou a falar na vinda de um novo diretor, o homem que fui substituir àfrente da Voz de Portugal. Falo, claro está, da chegada do Senhor Carlos de Jesus, homem cultoe de pena muito qualificada.

Logo na nossa primeira reunião, o nosso primeiro assunto versou na maior frequência dojornal. Passá-lo de mensário para quinzenário, era a proposta do novo diretor. Embora eu ofe-recesse alguma resistência, porque tinha medo que o jornal perdesse a qualidade mantida até en-tão, concordei com a ideia e avançámos. Não nos demos por arrependidos. Até hoje.

Outra resolução, por proposta do novo diretor, foi de pôr o jornal na Internet, o que fize-mos, embora de forma ainda muito embrionária. Aqui, temos de admitir que ainda há muito quefazer para termos o LusoPresse em condições aceitáveis no mundo incrível da Internet.

Apenas como informação suplementar, é de salientar que assegurámos a direção do Luso-Presse de forma interina entre a saída do diretor José Vieira Arruda, por razões de ordem pes-soal, e a chegada do Senhor Carlos de Jesus.

Com a estabilidade financeira há muito procurada, e somente adquirida em 2003, veio igual-mente a estabilidade redatorial, agora com a entrada do Senhor Carlos de Jesus, em fins de 2004.E isto não é difícil perceber. A nova direção já leva 12 anos de bons e leais serviços. Vai mesmoa caminho do 13°. Com resultados probatórios, sem sombra de dúvidas.

Atingida a maioridade, se assim se pode dizer, o LusoPresse partiu para outros voos, inte-ressando-se por tudo o que se passa na Comunidade, ou no que a ela diz respeito. Por vezes atécom algum despeito desta mesma comunidade e outras entidades. Poderíamos aqui e agora darconta dessas injustiças, mas vamos passar adiante mais uma vez. Quando for velhinho, no meu

livro de memórias, então sim, poderei assinar algumas dessas notas hoje dispensáveis...

Algumas realizaçõesAparecemos logo em quadricomia, coisa inédita para a época.Viemos com uma equipa de jovens, que depois deu origem ao Carrefour des Jeunes, hoje já

desaparecido.Três anos seguidos, em alturas de uma melhor colaboração com as entidades nacionais, o

LusoPresse enviou seis dos seus jovens aos Congressos dos Jovens da Diáspora, tendo algunsdeles tido presença distinta.

O jornal passou a enviar colaboradores aos lugares mais díspares, tais como Moçambique,África do Sul, Brasil e Portugal (Continente e Açores). E fomos a Presidências Abertas.

Fomos à China a convite do Governo Português e Macaense.Enviámos colaboradores a vários congressos e reuniões fora do Canadá. Também no Ca-

nadá e Estados Unidos.Em 1998, tivemos responsabilidades decisivas na ida a Portugal de uma equipa de 4 jornalistas

durante 22 dias para produzir uma reportagem que culminou na feitura de uma revista para o jor-nal La Presse, cuja tiragem foi de 350 mil cópias.

Já falámos dos jornais LusoPresse/Lagoa e do LusoPresse edição Nacional Canadiana.Em julho passado produzimos o LusoPresse/Ste-Thérèse – faremos o mesmo em Lagoa

em junho próximo.Noutra ordem de ideias e quase sempre por altura dos nossos aniversários temos organizado

ações culturais de alguma dimensão, convidando especialistas de várias partes da diáspora – ex-emplo flagrante é a presença do Professor Onésimo Teotónio Almeida que cá vem pela terceiravez...

Pelos nossos 15 anos veio o nosso Grande Pauleta, cuja estada entre nós motivou entrevistasem todos os grandes meios de comunicação canadianos, da Radio Canadá ao jornal La Presse...

Organizámos, de forma inédita e com êxito reconhecido as primeiras e únicas mesas-re-dondas da Comunidade.

Recebemos grupos musicais, desportivos e culturais, como a Tuna Feminina, formada porfuturas advogadas, da Universidade Fernando Pessoa.

E nem sequer falamos dos Dias da Mulher, outro ineditismo comunitário. Este ano vamoscomemorar o 17°.

Já agora e a terminar, chamamos a atenção dos presentes para o Dia da Mullher, em marçopróximo. A vossa presença na promoção que anunciaremos proximamente é fundamental noêxito da nossa iniciativa, que mais uma vez promete.

Obrigado a todos os colaboradores do LusoPresse, antigos e atuais. Todos foram; todossão sensacionais!

Obrigado a todos os nossos anunciantes, as traves-mestras desta iniciativa que se quer nãotenha fim.

Muito obrigado aos nossos fiéis leitores, pois é para eles que nos esforçamos por existir.Se me esqueci de alguém, pois que me perdoe, não foi por mal.Obrigado a todos na sala pela paciência que tiveram para me escutar.Boa tarde e continuação de boa sessão cultural.

Norberto Aguiar(Proprietário, editor e chefe de redação)(22 de janeiro de 2017) L P

Português ao raio X• Por Luciana GRAÇA

(Leitora deportuguês do Ca-mões - Instituto daCooperação e daLíngua, na Uni-versidade de To-ronto)Rubrica produzida em colaboraçãocom a Coordenação do Ensino Portuguêsno Canadá/Camões, I.P.

Caso: «mandato de captura» ou «mandadode captura»?

• Inter pol lança MANDATO DECAPTURA internacional por JustinBieber. (A Bola, 2013-12-12)

• A Interpol lançou um MANDA-DO DE CAPTURA internacional pelocantor canadiano Justin Bieber. (A Bola,2013-12-12)

Comentário:• as palavras «mandato»

• e «mandado» são utilizadas emcontextos diferentes, porque têm dis-tintos significados;

• «mandato»: i) este vocábulocorresponde a «autorização ou procu-ração que alguém confere a outrem para,em seu nome, praticar determinadosatos», «funções ou obrigações, dele-gadas pelo povo ou por uma classe decidadãos», «período durante o qual essecargo ou esse poder é exercido», «mis-são»; ii) exemplo: «mandato de depu-tado».

• «mandado»: i) este nome podesignificar «ato de mandar», «determi-nação», «despacho» e «ordem escrita deautoridade judicial ou administrativa»;ii) exemplo: «mandado de captura».

Em síntese:• mandato de captura X• mandado de captura V.

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Nossa Senhora das Estrelas; Nossa Senhora da Luz...

«Profecias de Amor»• Por Anália NARCISO

LUSOPRESSE - Teve lugar no passa-do fim de semana, em Santa Cruz, as Festasem honra de Nossa Senhora das Estrelas, numatradição da cidade de Ribeira Grande, nos A-çores, mas que hoje se estende a todos os con-celhos da ilha de São Miguel.

Agora apenas com missa, porque Ilde-berto Silva, popular empresário comunitárioe homem muito ligado a estas - e outras! - fes-tividades, algo cansado, limitou-se, este ano,para não se perder a tradição, a organizar amissa em honra de Nossa Senhora das Estrelas,abdicando do tradicional serão dançante. Paraisso, convidou a Filarmónica do Divino Espí-rito Santo de Laval, e o Coro do Senhor SantoCristo para animarem musicalmente a Eucaris-tia, superiormente dirigida pelo padre José Ma-ria Cardoso.

Com a Santa exposta à direita do Sacrário,num pedestal muito bem desenhado - por es-trelas, claro - e um ecrã eletrónico que ajudavaos fiéis a acompanharem as rezas e cânticos, aMissa das Estrelas, se assim se pode chamar,teve presença muito razoável, para aí três quar-tos da capacidade da igreja Santa Cruz, tendo oEvangelho versado «Simeão, o Homem da Es-perança!»

Na ocasião, o padre José Maria, conhece-dor da Ribeira Grande, onde também passouna sua Rua Direita, a principal artéria da cidade

nortenha, e que de di-reita só tem o nome,e da sua imponenteIgreja Matriz, aludiuàs Festas de NossaSenhora das Estrelas,onde o «Menino mi-ja», quando até hápouco ele suponhaque isso só aconte-ceria nos Açores pe-las Festas do Natal...

Terminada a Eu-caristia, que foi dedi-cada a várias pessoas já desaparecidas, en-tre elas o Senhor Gabriel Puga, os fiéisforam convidados a descer para a cave daigreja, onde Ildeberto Silva mais toda asua equipa, ofereceram um belíssimo jan-tar-volante.

Para além de muitas iguarias, não fal-taram as famosas favas guisadas da Ribei-ra Grande - com fama em todos os Aço-res! - e as sempre desejadas malassadas.Também houve bebida para todos os gos-tos, num convívio que juntou muitos por-tugueses de várias regiões do país.

Ildeberto Silva e sua esposa Graça,no momento que o leitor toma contactocom este artigo, já estarão em RibeiraGrande para assistirem aos festejos deNossa Senhora das Estrelas da sua cidade,eles que são grandes devotos desta santa. L P

Já na parte receptiva da festa, Ildeberto Silva, obreiro das festividades, pousa paraa fotografia com Jacinto Raposo e o empresário Manuel Puga. Foto LusoPresse.

De pequenino a quese «torce o pepino».

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«Este domingo, dia 29, os elementosdo Grupo de Folclore ‘Casa de Portugal’ despe-diram-se, na paróquia de Escaldes-Engordany,da 12ª edição das Janeiras. Desde o sábado, dia14, até ao dia 29, cerca de trinta cantadores doGrupo, trajados para a ocasião, percorreram asparóquias de Andorra la Vella, Escaldes-Engor-dany, Encamp, Ordino e La Massana para levara tradição portuguesa de cantar de porta emporta e desejar votos de bom ano 2017, em di-ferentes estabelecimentos comerciais, casasparticulares, lares de idosos e nas Igrejas doPrincipado, Santa Eulália em Encamp, SantCornelí e Sant Cebrià em Ordino, Sant Esteveem Andorra la Vella e Sant Pere Mártir em Es-caldes-Engordany.

Durante três fins-de-semana duas dezenasde espaços no Principado puderam desfrutar

Desafiando o frio e a neve de Andorra

As Janeiras despedem-se

dos cânticos das Janeiras e no domingo, dia22, foi a vez da visita à Catedral de Santa Mariad’Urgell, na Catalunha, onde os cantadoresparticiparam na missa dominical, na presençado Arcebispo e Copríncipe de Andorra, Joan-Enric Vives.

O frio e a neve foram o melhor pretextopara os elementos do Grupo de Folclore ‘Casade Portugal’ trajar a roupa de linho e de lã epercorrer as belas estampas nevadas de An-dorra recreando um ambiente festivo e de ale-gria, principalmente junto dos idosos dos La-res: El Cedre, Clara Rabassa e Sar Quavitae Sa-lita.

Este ano a entidade cultural prepara-se paracelebrar o 21º aniversário e já está a programaro calendário cultural que se iniciará no dia 30de abril com a apresentação do 6º Festival deFolclore Ibérico – Principado de Andorra. L P

Lions Clube de LagoaExemplo de ação altruísta para a sociedade

No âmbito das comemorações do25.º aniversário do Lions Clube da Lagoa, foiesta a mensagem deixada pela presidente daCâmara Municipal de Lagoa, Cristina CalistoDecq Mota, que ressalvou a importância destegénero de instituições na concretização de umapolítica social, levada a cabo pelo município,que se quer que beneficie os mais desfavore-cidos.

A apresentação de cumprimentos à comi-tiva dos Lions Clube de Lagoa, presidida porManuela Marques e que, este ano, contou coma presença de Rosane T. Jahnke, Past DiretoraInternacional e candidata à Presidência Inter-nacional de Lions Clubes, no Edifício dos Pa-ços do Concelho, foi, deste modo, uma opor-tunidade para a apresentação do programa so-cial e educativo da autarquia, onde a jovem autar-ca referiu que “em relação às questões sociais eao absentismo escolar ainda há muito a fazer,porque ainda há resistências em assumir-se to-talmente que, sem educação nunca haverá pro-gresso, e, é neste contexto que continuaremosa lutar contra esse ‘bloqueio cultural’, que carecede ser contrariado”.

A autarca lagoense, Cristina Calisto DecqMota, continuou o seu discurso, mencionandoque “os subsídios e os apoios sociais são ne-cessários, mas não se pode depender total-mente dos mesmos,” salientando que, “as pes-soas têm responsabilidade em conseguir a suaautonomia financeira e, neste ponto, a educa-ção é fundamental, que todos devem empe-

nhar-se em garantir o sucesso escolar dos seusfilhos, de modo a haver uma maior mobilidadesocial dos cidadãos, em que todos beneficiam.”Foi, aliás, neste contexto que a autarquia lagoen-se desenvolveu o Programa Prossucesso, queno próximo dia 2 de fevereiro terá o seu primei-ro balanço relativo ao 1.º semestre de atividadesdeste programa, mostrando-se os seus primei-ros resultados, num projeto financiado pelaCâmara Municipal da Lagoa e pelo GovernoRegional, onde a autarquia lagoense “trabalhalocalmente para obter melhores resultados noque respeita à educação, por forma a reduzir oabsentismo escolar, trabalhando com as famí-lias, com a comunidade e com os alunos”.

Igualmente, Cristina Calisto Decq Motafalou sobre aqueles que estão prestes a com-pletar 18 anos de idade e que ainda não tenhamcompletado a escolaridade obrigatória, mencio-nando que a Câmara Municipal da Lagoa e vá-rias instituições prontificaram-se para abriremos seus ateliers e as suas oficinas de modo aofereceram aos jovens formação profissionalem várias áreas, como a carpintaria, pintura,entre outras áreas.

A ocasião ficou igualmente marcada pelaspalavras de Rosane T. Jahnke que elogiou aparceria existente entre a Câmara Municipal daLagoa e a Lions Clube da Lagoa (LCL), referin-do que “todos os momentos já compartilha-dos são memoráveis” e que a cada dia se sente“mais orgulhosa e mais motivada por pertencerà associação internacional dos Lions Clubes”.

L P

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CUIDADO COM A FESTA!• Por Osvaldo CABRAL

Creio quefoi o Governadordo Banco de Por-tugal o primeiro aalertar para os no-vos sinais de índi-ces exagerados decrédito ao consu-mo concedidosnos últimos tem-pos.

Também nos Açores há sinais de novoconsumismo, com a agravante de estarmosa poupar menos do que em anos anteriores(entre dezembro de 2010 e junho de 2016houve uma redução de depósitos bancáriosnos Açores na ordem dos 146 milhões deeuros).

Naturalmente que cada um gasta con-forme o seu desejo, mas quando nos apare-cem notícias, como na passada semana, deque o número de famílias açorianas sobre-endividadas aumentou no ano passado(mais de 2 mil recorrendo ao gabinete deapoio da Região e outras 200 ao gabineteda DECO), devíamos estar todos preocu-pados, porque é sinal de que estamos a vol-tar à “festa” dos anos antes da crise.

Depois de um aperto nos últimosanos, é sabido que os bancos tenderão afacilitar na concessão de crédito.

Os consumidores entram também naeuforia, não surpreendendo, por isso, algunsdos números que nos são cedidos pelo Ser-viço Regional de Estatística.

Por exemplo, a venda de automóveisnovos em 2016 cresceu nos Açores 32%,um aumento muito superior à média nacio-nal e que revela um abrir os cordões à bolsamuito repentino, a que se pode juntar o au-mento dos levantamentos do multibancona Região, que atingiram os 565 milhões deeuros no ano passado, mais 3,2% do queno ano anterior.

O próprio índice de vendas do comér-cio a retalho (produtos alimentares) regis-tou nos Açores em 2016, a preços corren-tes, uma variação anual positiva de 3,46%.

Outro sinal de maior consumo nasilhas é o crescimento da venda de cimento(mais 7,6%), a juntar a uma maior produçãode energia eléctrica (mais 1,3% até novem-bro), o abate de carne (mais 10% até no-vembro), o crescimento do negócio imobi-liário, para além das consequências positivasdo sector do turismo.

Todos estes sinais são bons para o de-sempenho da economia açoriana, mas éconveniente que os consumidores nãoacompanhem alguns políticos no atirar fo-guetes, até porque os principais setores pro-dutivos regionais, como as pescas e a agro-pecuária, estão, como toda a gente sabe,com muitas famílias em dificuldades, peloque é um erro regressar à corrida do créditobancário, julgando que a crise já passou.

É preciso ter os pés bem assentes naterra, para não se cometer os mesmos errosde que todos nos recordamos.

Por alguma razão o número de famíliascom Rendimento Social de Inserção está aaumentar nos Açores, o que só vem com-provar o crescimento de famílias sobreen-dividadas, quase todas elas com uma médiade cinco créditos e com enormes dificulda-des de os renegociar.

É verdade que os políticos dizem-nos,todos os dias, que o pior já passou, falamem retoma e incentivam ao consumo, maseste é o papel deles.

O nosso, consumidores, é não entrarna irracionalidade. Desatar a gastar mais doque aquilo que podemos é caminho certopara, depois dos foguetes, toda a gente apa-nhar as canas.

A banca também faz o seu papel, so-bretudo nesta altura em que precisa de cap-tar, novamente, a confiança dos clientes.

É preciso não esquecer que nestes últi-mos oito anos as famílias pagaram menos4,9 mil milhões de euros de juros anuais pelocrédito à habitação, uma queda de quase 80%,complicando a vida a todos os bancos.

Enquanto há oito anos os portugue-ses pagavam 5 936 milhões de euros de ju-ros, no ano passado pagaram pouco maisde mil milhões.

É um forte rombo no sistema financei-ro, pelo que não admira que a banca venhaagora acenar com novas facilidades na con-cessão de crédito, mas para consumo.

Quanto ao crédito de maior risco, paraas empresas e para investimento, a músicaé outra.

Os empresários açorianos vieram estasemana queixar-se da falta de sensibilidadeda banca instalada na nossa Região, queestá aplicando um “garrote” ao investi-mento.

Não é surpresa nenhuma.Se os empresários estivessem mais

unidos nesta matéria e fossem maisproativos em relação à crise do sistemafinanceiro, talvez o Santander não“assaltasse” o Banif-Açores como se viu,vendido por truta e meia, nem deixaríamoso Novo Banco dos Açores fugir paraoutras mãos estrangeiras, como vaicertamente acontecer.

Os empresários açorianos já deviam terpercebido que não podem contar com opoder político regional, porque é fraco e semvisão, pelo que deveriam liderar todo esteprocesso do princípio ao fim, em vez depermanecerem sentados à espera do milagre.

Por este andar, vai chegar o dia emque, para nos relacionarmos com a banca...vamos ter que ir a Lisboa.

É para lá que caminhamos.A banca nos Açores vai ficar reduzida

a meras dependências dos serviços centraisem Lisboa, como já acontece com a PT ecom os CTT, com meia dúzia de funcioná-rios para colar os selos nas cartas a enviarpara a capital.

Quando chegar este tempo, então sim,vamos ver os políticos a insurgirem-se e atentar mostrar que vão correr este mundo eo outro para encontrar uma solução.

Chegarão tarde demais.Como sempre. L P

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EDITORIAL...Cont. da pág 1

uns inspirados por Alá, outros por Jesus, Moi-sés ou qualquer outro guia espiritual, milharesde milhões de seres humanos, de todas as etniase religiões, se prostraram também num templo,perante uma divindade ou um princípio emque acreditam. É esta a beleza do mundo. É es-ta a maior constante da condição humana.Acreditar que há algo mais alto que si mesmoque o arrebata da finitude da vida para outrospatamares.

Quem se prostra assim procura mais apaz que a guerra. Mais o sublime do infinitoque a vulgaridade da efémera existência. E, noentanto, foi nesse momento, nesse diálogocom Deus e consigo mesmos que estes seishomens foram executados, cobardemente, pe-las costas, por um iluminado das doutrinas dasupremacia branca, dum iluminado que batiapalmas a Donald Trump e gritava Morte aosMouros!

Todos podemos dizer que foi um treslou-cado. Que aquele ato só pode ser compreen-dido numa perspetiva psiquiátrica. Mas alguémque tinha sido admitido numa universidadenão era assim tão louco como pode parecer àprimeira vista.

Alexandre Bissonnette, um quebequensegenuíno de cepa, acusado de seis homicídiospremeditados e cinco tentativas de homicídio,não pode ser considerado como “um lobo

solitário”, um psicopata. Isto foi um ato de terro-rismo, planeado e executado com o fito de terro-rizar a população muçulmana do Quebeque.

Como se podia ver na sua página Facebook(entretanto fechada), ele tinha um ódio visceralaos imigrantes, aos estrangeiros, mas principal-mente aos muçulmanos. Grande apoiante de Do-nald Trump e de Marine Le Pen, Alexandre Bis-sonnette era bem conhecido nas redes sociaiscomo citava um artigo do Journal de Québec“pelos seus comentários violentos contra a emi-gração e as mulheres. Os seus postes eram forte-mente inspirados pela filosofia identitária e naci-onalista. Falava muito das nossas tradições e dasnossas raízes”.

Esperemos que este ato faça refletir os diri-gentes políticos, e que façam ato de mea-culpa,tanto da CAQ como do PQ, que por razões baixa-mente eleitoralistas, têm andado a brincar com ofogo ao brandirem a tristemente famosa Cartados Valores quebequenses e a desencadear os ins-tintos de medo e de xenofobia de certas camadasda população.

Valha-nos a resposta quase unânime de con-denação não partidária de todos os partidos polí-ticos, e a resposta popular que de uma ponta àoutra do Quebeque e do Canadá participou emvigílias de solidariedade para com as vítimas e su-as famílias, em particular e pela comunidade mu-çulmana em geral, não obstante o frio siberianoque se tinha abatido por estas paragens.

Esta solidariedade reconforta-nos a alma, por de-monstrar que o amor continua a ser maior que ódio.

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OFERTA DE EMPREGOPosto: Diretor/Diretora geral

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e coordena os diferentes programas do organismo. Faz a gestão dos recursos humanos,financeiros e materiais do CASCM e certifica-se que os objetivos dos diferentes projetossejam atingidos. Ele/a reenforça e desenvolve alianças com os diferentes parceiros a nívellocal, regional e nacional. Procura novas fontes de financiamento para melhor responderàs necessidades da clientela. O/A diretor/a geral faz diversos relatórios de atividades e do-cumentos de contabilidade. Representa o organismo em todas as negociações com as en-tidades governamentais e faz a promoção do organismo.

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5 anos de experiência em gestão de um organismo ou instituição a vocação social.

COMPETÊNCIAS:Liderança: sentido de ética; facilidade em interagir com o meio político; grande com-

petência em comunicação; conhecimento do meio comunitário; abertura de espírito e res-peito dos outros; conhecimentos avançados em contabilidade; gestão eficaz de uma equi-pa multidisciplinar; facilidade em redigir relatórios e outros documentos oficiais; aptidõesem gerir conflitos e a trabalhar em situação de stresse; gestão eficaz do tempo e das prio-ridades; capacidade em reagir a situações imprevistas e de urgência; gerir com rigor e efici-ência os bens móveis e imóveis do organismo.

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SOMENTE AS CANDIDATURAS QUE CORRESPONDEREMÀ TOTALIDADE DAS EXIGÊNCIAS SERÃO RETIDAS.

COMO QUER O SEU CINQUENTENÁRIO: LEVE OU ENCORPADO?• Por Ilda JANUÁRIO

Tenho um fraco pelos anos 1960. Foia década em que aconteceram alguns dos even-tos mais marcantes da minha vida, um deles aminha chegada ao Canadá, Montreal, a 9 denovembro de 1966. Fiz questão em celebrar ocinquentenário com o único parente que meresta desses tempos, o meu irmão. Fui ao seuencontro em Montreal expressamente para ofazer.

Era adolescente e cheguei acompanhadade minha mãe e irmão apenas entrado na ado-lescência. O dia em que aterrámos no aeropor-to internacional Montréal-Dorval (hoje PierreElliott Trudeau) estava encoberto com umaespessa camada de nuvens cinzentas e haviaalguma neve no chão. Meu pai, que nos aguar-dava, levou-nos de imediato para a casa arrenda-da na Birnam Ave., sita no Park Extension,assim que recolhemos as malas. Estas aindaeram de cartão, embora modernizadas e já semos antigos cantos de metal, salvo a mais peque-na das três. Ocupámos o primeiro andar da vi-venda geminada por cima dos senhorios ucra-nianos por alguns anos.

O Park Ex tem acolhido vagas sucessivasde imigrantes ao longo das décadas. Nessesanos, eram muito populares as pizzerias narua Jarry, apesar de os italianos estarem em mi-noria neste bairro, mais habitado por gregos eeuropeus do Leste. Jantar fora para os jovensqueria dizer comer pizza ou, em ocasiões espe-ciais, ir ao magnífico La Crêpe Bretonne, naBaixa, onde empregadas - ataviadas com impo-nentes toucados de renda típicos da Bretanha–, nos serviam crepes finos e enormes comrecheio doce ou salgado.

Fiz questão de visitar o meu antigo e mo-desto bairro e constatei que a esquina da Birnamcom a Jarry – que dá acesso ao boulevard L’A-cadie e ao Rockland Shopping Centre –, con-tinua muito concorrida e ainda lá está a estaçãode gasolina. Do outro lado do boulevard, aTown of Mount-Royal, uma “gated commu-nity”, onde os habitantes gozam de vivendasem vez de casas geminadas ou prédios baixosde apartamentos. A deselegante cerca de arameverde circundante permite-nos espreitar paradentro e constatar as diferenças entre viverabastado e remediado.

O Rockland, construído em 1959, era naaltura um conjunto de cerca de 45 lojas numsó piso aberto, com passeios cobertos. Asgrandes lojas comerciais, como Morgan’s (aBay de hoje), Woolworth’s e Steinberg’s, etc.,passaram quase todas à história. Uma delas eraa livraria Classics’ Bookstore, onde trabalheiquando era estudante. Em 1982, no ano emque migrei para Toronto, o Centro foi quasecompletamente demolido e reconstruído. Nãosenti interesse em visitá-lo pois sabia que oencontraria igual a tantos outros shoppingsde hoje, por todo o lado.

O meu pai havia imigrado em 1961. Esco-lheu Park Ex porque ali conhecia três antigoscolegas do aeroporto da ilha Sta. Maria, doismarienses e um micaelense, dois deles aindavivos.

Outro ponto de “peregrinação” foi oJohn F. Kennedy High School, inauguradoem 1964, e cuja frequência exigia uniforme eseparação dos sexos: de um lado do edifício,raparigas, do outro, rapazes. Comecei a fre-

quentá-la dias depois da minha chegada parafazer o grau 11. Como o shopping Rockland,a escola foi sujeita a remodelações e não a reco-nheci por dentro. Para maior desgosto, alguémhavia tirado da biblioteca, e sem autorização,o livro das estudantes finalistas do meu ano.

Outra razão me levou a Montreal. Haviatido notícia do falecimento de um velho amigo,o João Maria Rebelo, neto do pintor Domin-gos Rebelo, que emigrou para Montreal em1969, e com cuja família partilhei uma décadade estreita vivência. Fiz questão de estar presen-te no funeral das suas cinzas em Stoke, vilaque tem uma forte carga emocional para mim:nesse cemitério jaz meu pai e mora uma paren-te que já não via desde o enterro dele, vai fazerdezasseis anos.

O antigo e restaurado terminal de camio-netas de Sherbrooke é servida por um restau-rante com o nome curioso de Siboire. A pala-vra ciboire em francês designa não só cibórioou píxede, o vaso para hóstias, como é tambémum expletivo quebequense, entre outros de ca-riz religioso. Ler o nome faz-nos logo sorrir…

Enquanto esperava pela boleia da minhaparente, pedi um café, ao que me perguntou ajovem empregada: – Est-ce que vous voulezvotre café doux ou corsé? (quer o café leve ouencorpado?). Pedi leve, mas logo pensei: foi-me servido um cinquentenário encorpado! Ce-lebro três chegadas, três reencontros e umapartida para o além. João Maria foi escorraçadopara fora do mundo dos vivos apenas entradona casa dos sessenta, após lhe ter sido emitidoo “bilhete” cancro que, demasiadas vezes, nãose presta a reembolsos…

O funeral das cinzas foi simples e como-vente, sem rezas, mas com espiritualidade, emcasa e no bosque da propriedade. Havia sidodistribuído o poema de Mary Elizabeth Frye,escrito em 1932, DO NOT STAND AT MY GRAVEAND WEEP, que reza assim: “O que é a mortesenão uma passagem (…) Sabes, eu escuto-te,não estou longe… Estou lá, apenas do outrolado.”

A 10 de novembro, foi anunciada a mortede Leonard Cohen que havia ocorrido a 7. O

Ilda Januário. Foto de Lídia Ribeiro.

primeiro álbum deste poeta-cantor foi editadoem 1967. Quem se não lembra de Suzanne ede So long Marianne, entre outras canções?Tinha vivido com intensidade a música delecomo, a 20 julho de 1969, tinha vibrado com aprimeira aterragem do Homem na Lua a passearna Montanha da cidade com o meu primeiroamor. Tinha planeado visitar a fachada da casado Leonard, em frente do Parc du Portugal,como havia feito com a “minha”, mas não mesobrou tempo.

Dediquei o meu último dia em Montreal àfamília que me resta na cidade, o meu irmão efilhos. Ao serão, encerrámos o nosso convíviocom um magusto de S. Martinho. Foi o dia deme dedicar, inteira e encorpadamente, aos vivose ao presente.

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

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L P

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