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O PAPEL DA ANÁLISE LINGUÍSTICA PARA A PRODUÇÃO DE … · elementos extraverbais (as condições e situação de produção) atuam na construção de sentido do texto” (DCE,

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O PAPEL DA ANÁLISE LINGUÍSTICA PARA A PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA

LEITURA DE CRÔNICA

Autora: Euleny Rigo dos Santos1

Orientadora: Profª Ms. Adriana Mendes Polato2

RESUMO

O presente artigo objetiva discutir o papel da análise linguística para a produção de sentidos na leitura de crônica. O estudo foi realizado durante o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE – 2012/2013, promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O trabalho relata o processo de elaboração do projeto, sua implementação e os resultados alcançados. O estudo foi realizado na rede estadual de ensino paranaense, junto aos alunos do 9º Ano da turma Tarsila do Amaral - Período Matutino do Ensino Fundamental. As reflexões teóricas se deram a partir dos pressupostos teóricos expostos nos trabalhos de Antunes (2003), (PCN, 1998), (DCE, 2008), Geraldi (2004), Perfeito (2005), Zanini, (1999), Amaral (2009). Os resultados apontam que o trabalho de análise linguística na sua relação com a leitura ajuda a ampliar as capacidades linguísticas e discursivas dos alunos, tornando-os leitores capazes de produzir sentidos.

Palavras Chaves: Análise Linguística, Leitura de Crônicas, Produção de Sentidos.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com observações advindas de 26 anos de magistério, lecionando

a disciplina de Língua Portuguesa no Colégio Estadual Campina da Lagoa e

acompanhando diretamente os estudantes em diferentes graus de sua formação,

presenciou-se a enorme dificuldade desses estudantes em práticas de leitura que

exigissem um nível que fosse além da decodificação, constituindo-se assim, uma

leitura não apenas do código, a decifração imediata dos sinais gráficos, mas das

diversas relações que podem ser estabelecidas pelo texto e a partir dele para a 1 Professora da Rede Pública Estadual do Paraná. Graduada em Letras com Especialização em

Didáticas e Metodologias de Ensino. 2 Orientadora PDE - Professora Assistente de Língua Portuguesa e Prática de Ensino de Língua

Portuguesa do Departamento de Letras da UNESPAR/FECILCAM desde 2010. Graduada em Letras (1996), com Mestrado em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (2003), atuou, por 10 anos, como professora de Língua Portuguesa na educação básica no ensino público e privado e em cursos pré-vestibulares.

produção de sentidos.

Assim, diante da necessidade de transformar a leitura em algo agradável,

significante e que realmente leve os estudantes a construírem novas significações,

refletirem, capacitarem-se e transformarem-se em leitores críticos, decidiu-se, no

contexto de desenvolvimento do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE,

por uma intervenção pedagógica, cujo trabalho de leitura teve como objeto o gênero

crônica, por ser um texto organizado de forma não muito extensa, relacionado a

fatos do cotidiano.

Da ordem do narrar, as crônicas podem ser divididas em históricas e

ficcionais. As primeiras voltadas para as narrações de grandes feitos históricos e as

ficcionais, foco de nosso interesse, abordando situações corriqueiras de uma forma

singular, engraçada, refletindo sobre aspectos do mundo contemporâneo, de

acontecimentos diários, sob um viés descontraído.

Ao acreditar que os estudantes não acostumados com o processo de leitura

sentiriam mais facilidade e familiaridade com o gênero em questão, intencionamos

proporcionar um trabalho atrativo e determinante para a construção de

conhecimentos nas atividades de leitura.

Procuramos desvencilhar o processo de ensino e aprendizagem de uma

prática tradicional de leitura, porque segundo Antunes (2003, p. 27) ainda é comum,

na escola, a leitura centrada “nas habilidades mecânicas de decodificação da

escrita, sem dirigir, contudo, a aquisição de tais habilidades para a dimensão da

interação verbal”.

Sabemos que as atividades pedagógicas, nas aulas de Língua Portuguesa,

devem considerar as práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística inter-

relacionadas, conforme preconizam os documentos referenciais para o ensino de

língua no Brasil (PCN, 1998) e, especificamente, em nosso caso, no Estado do

Paraná, (DCE, 2008).

Nosso objeto é a leitura na inter-relação com a análise linguística porque

entendemos que a prática da leitura só se efetiva realmente quando os estudantes

puderem construir significados e produzir sentidos a partir do que estão lendo. Para

tanto, tem-se a análise linguística (AL) como a ferramenta indissociável a corroborar

a compreensão dos efeitos de sentido no texto.

De acordo com as DCE (2008, p. 60):

Os alunos trazem para a escola um conhecimento prático dos princípios da linguagem, que assimilam pelas interações cotidianas e usam na observação das regularidades, similaridades e diferenças dos elementos linguísticos empregados em seus discursos. O trabalho de reflexão linguística a ser realizado com esses alunos deve voltar-se para a observação e análise da língua em uso, o que inclui morfologia, sintaxe, semântica e estilística; variedades linguísticas; as relações e diferenças entre língua oral e língua escrita, querem no nível fonológico-ortográfico, quer no nível textual e discursivo, visando à construção de conhecimentos sobre o sistema linguístico.

Quando se assume a língua como interação, em sua dimensão linguístico-

discursiva, o mais importante é criar oportunidades para o estudante refletir,

construir, considerar hipóteses a partir da leitura e da escrita de diferentes textos,

instância em que pode chegar à compreensão de como a língua funciona.

Assim, o trabalho de análise e reflexão sobre língua em uso constitui-se

como uma prática fundamental para que os estudantes leiam e produzam textos

satisfatórios às situações de interação às quais estarão submetidos ou das quais

participarão nas práticas sociais de suas vivências. “Busca-se, na análise linguística,

verificar como os elementos verbais (os recursos disponíveis da língua), e os

elementos extraverbais (as condições e situação de produção) atuam na construção

de sentido do texto” (DCE, 2008, p. 60).

Diante dessa premissa, este trabalho de cunho bibliográfico, qualitativo e

interpretativo apresenta, então, uma possibilidade de trabalho que busca oferecer

situações que possam suscitar nos alunos o interesse pela leitura, bem como

ampliar as suas capacidades discursivas, a fim de que se tornem leitores mais

críticos. A leitura de crônicas deverá trazer sensibilidade, fascinar e encantar, mas

também promover o interesse e o desejo para a reflexão.

Sendo parte integrante e conclusiva dos estudos do Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE – 2012/2013, promovido pela Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, o trabalho relata o processo de elaboração do

projeto, sua implementação e os resultados alcançados.

O estudo foi realizado na rede estadual de ensino paranaense, junto aos

alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental período matutino da turma Tarsila do

Amaral do Colégio Estadual Campina da Lagoa – EFMPN, situado a Rua Duque de

Caxias, 296 – Centro, no município de Campina da Lagoa – Paraná.

O interesse pelo tema decorreu da necessidade de levar o aluno a uma

atitude crítica, tornando-o capaz de perceber as marcas linguísticas, enunciativas e

discursivas que motivam determinados sentidos em determinados contextos.

Portanto, no primeiro momento, esse artigo elucida, por meio de referências

em autores renomados, as concepções de Linguagem e Ensino de Línguas, prática

de leitura e análise lingüística e Gênero Crônica.

No segundo momento, relata os procedimentos utilizados para a pesquisa,

caracteriza a instituição pesquisada, os resultados e discussões e por último as

considerações finais.

A partir de reflexões sobre as propostas de diversos autores da Linguística

Aplicada, concretizou-se a elaboração do projeto e sua ação, bem como a aplicação

dos textos e atividades, processo a partir do qual serão apresentadas as

considerações e os resultados obtidos.

Ainda que essa pesquisa não venha responder a todos os questionamentos

daqueles que porventura façam uso de leitura deste artigo científico, espera-se que

sirva para elucidar algumas concepções e que seja um incentivo para futuros e

interessantes estudos acerca dessa temática.

2 CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM E ENSINO DE LÍNGUAS: PRÁTICA DE

LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA

As concepções de linguagem sempre foram tema recorrente daqueles que se

interessam pelo processo de ensino e aprendizagem de língua. São diversos os

trabalhos da linguística aplicada que explicitam a existência de três concepções de

linguagem, cujas influências fazem-se sentir em diferentes momentos históricos do

ensino de língua no Brasil.

De acordo com Geraldi (2004, p. 40), “toda e qualquer metodologia de ensino

articula uma opção política - que envolve uma teoria da compreensão e

interpretação da realidade - com os mecanismos utilizados em sala de aula”, pois,

ainda para o autor, o eixo norteador do trabalho do professor, em sala de aula, diz

respeito à sua concepção de linguagem. Portanto, acreditamos ser importante

discorrer alguns pontos sobre o objeto de nossa pesquisa, abordando, então a

gramática e a leitura em cada uma das três concepções apresentadas pelo autor, a

saber: expressão do pensamento, instrumento de comunicação e como forma de

interação social.

A primeira delas, a linguagem como expressão do pensamento, preconiza,

segundo Peres (2005, p. 58), que “a expressão é constituída na mente do indivíduo,

por meios de regras que devem ser seguidas para haver uma organização lógica do

pensamento e, por conseguinte, da linguagem”.

Segundo Doretto e Beloti (2011), a gramática que corresponde a essa

concepção de linguagem é a prescritiva, pois, de forma tradicional e baseada

apenas em normas, prescreve regras que devem ser seguidas para que o falante

tenha competência.

Em relação à atividade pedagógica da leitura, é vista tradicional e

prioritariamente, “como extração dos sentidos, fixados, pelo autor do texto ou por um

leitor autorizado” (PERFEITO, 2005, p. 31). Ou seja, apenas decodificação de sinais

gráficos em sonoros. Não há compreensão e atribuição de sentidos, importa apenas

aspectos exteriores como, por exemplo, a entonação.

A segunda concepção de linguagem, como comunicação, avança em alguns

aspectos em relação à primeira, pois considera as variantes linguísticas e, portanto,

teoricamente, a gramática seria menos prescritiva, pois consideraria a adequação.

No entanto, partindo para o processo de ensino e aprendizagem, o estudo da

língua, apesar das propostas de inovações, ainda tende ao ensino gramatical

descontextualizado. Nessa concepção, a língua é considerada um conjunto de

signos em que um emissor transmite uma mensagem a um receptor.

A respeito da leitura, o sujeito adquire um nível de leitura, definido por Orlandi

(2008), como interpretável, em que o estudante se torna apenas um intérprete do

que lê.

Enquanto intérprete, o leitor apenas reproduz o que já está lá produzido. De certa forma podemos dizer que ele não lê, é lido, uma vez que apenas reflete sua posição de leitor na leitura que produz. Ao realizar uma relação direta e automática com o texto, a leitura do intérprete não desconstrói o funcionamento ideológico de sua posição como (forma) sujeito-leitor,

apenas a reflete (ORLANDI, 2008, p.117).

Na terceira concepção de linguagem, o uso da língua não se limita à

exteriorização do pensamento ou à transmissão de informações de um falante para

outro, mas como lugar de interação humana, o que torna possível a prática de ações

entre os membros de uma sociedade, pois “o sujeito que fala e pratica ações que

não conseguiria levar a cabo, a não ser falando; com ela o falante age sobre o

ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistiam à fala”

(GERALDI, 2004, p. 41).

Relacionando-se ao ensino, essa concepção deve proporcionar ao estudante

condições para que se torne um leitor mais crítico e atuante dentro da realidade em

que está inserido.

Para isso, o professor deve estar engajado em práticas pedagógicas que

favoreçam esse trabalho e isso “implicará uma postura educacional diferenciada,

uma vez que situa linguagem como lugar de constituição de relações sociais, onde

os falantes se tornam sujeitos” (GERALDI, 2004, p.41).

Zanini, (1999, p. 86) ressalta que a linguagem como meio de interação “prevê

um ensino interativo, a partir da reflexão sobre as experiências dos usuários da

língua”, isto faz com que a linguagem seja valorizada tornando suas estruturas

reconhecidas. Assim, nessa concepção de linguagem, os estudos gramaticais dão

lugar aos estudos linguísticos, buscando analisar a linguagem em situação de uso,

submetida ao viés reflexão - uso.

A leitura, praticada, então, como compreensão e produção de sentidos

possibilita ao estudante crescimento e conhecimento impossíveis de acontecer nas

outras duas concepções de linguagem, pois só agora o leitor passa a ter a mesma

relevância que o texto, co-produzindo sentidos a partir de seus conhecimentos e

vivências.

Embora pareça ser um ato individual, não o é, pois este estudante é um ser

histórico, político, social e, portanto, sua leitura dependerá e acontecerá determinada

por tais condições. Assim, ressaltamos Zilbermann (1985, p. 16), quando afirma que

“o ato de ler é a conquista mais importante da ação da escola e este se confunde,

pois, com a aquisição de um hábito e tem como consequência o acesso a um

patamar do qual não se consegue mais regredir”.

Portanto, torna-se necessário ser enfatizada a necessidade de promover

ações para que os estudantes adquiram o hábito pela leitura e passem a senti-la

como um processo significativo de produção de sentidos, vendo, cada vez mais, a

necessidade de praticá-la não mecanicamente, mas como uma ação que lhe trará

benefícios, tornando-o mais crítico em suas relações sociais. De acordo com as

Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (2008), para o estudante aperfeiçoar

sua capacidade linguística o professor, na sala de aula, deve desenvolver um

trabalho tendo como base os gêneros discursivos:

O aprimoramento da competência linguística do aluno acontecerá com maior propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de comunicação possibilitará ao educando uma inserção social mais produtiva no sentido de poder formular seu próprio discurso e

interferir na sociedade em que está inserido (PARANÁ, 2008, p. 53).

3 O GÊNERO CRÔNICA - LINGUAGEM DA CRÔNICA

A crônica é um gênero narrativo que em geral é curto. Trata-se de problemas

do cotidiano, bem como assuntos comuns do dia a dia que traz as pessoas comuns

como personagens, sem nome ou com nomes genéricos. Os personagens não têm

descrição psicológica profunda e em geral não têm nomes porque são apresentadas

em traços rápidos. O enredo é organizado em torno de um único núcleo, um único

problema, tendo como objetivo envolver, emocionar o leitor.

Por volta do século XV, a crônica era um documento no qual se registravam a

vida e as realizações dos reis e nobres. No século XIX, ela se torna uma narrativa

sobre episódios comuns de pessoas anônimas.

A crônica se afasta da mera reprodução dos fatos, distanciando-se, assim, da

notícia porque acrescenta a eles algo de alegórico, poético, irônico, cômico.

Publicada em jornal ou em revista, a crônica destina-se à leitura diária ou

semanal e trata de acontecimentos cotidianos.

Diferente da notícia, que procura relatar os fatos que acontecem, a crônica os

analisa, dá um colorido emocional, mostrando aos olhos do leitor uma situação

comum, vista por outro ângulo, singular e pode ser comentado e refletido de forma

pessoal e subjetiva.

Na crônica, os acontecimentos, sejam eles pertinentes à vida pessoal ou à

vida política, esportiva, social, literária ou policial são sempre comentadas sob o

ponto de vista de seu autor, que lhe imprime seu próprio estilo.

Há na crônica uma série de eventos aparentemente banais, que dependendo

do “que” e do “como” é contado, o cronista revela sua visão de mundo, sua

concepção de vida. A crônica é um texto que mistura livremente as modalidades:

descrição; conta casos – narração; expõe idéias dissertação.

De modo geral, narra algum acontecimento da vida cotidiana, e ao mesmo

tempo faz reflexões a partir do que é contado. Na maioria das vezes há um

predomínio narrativo. Geralmente são líricas ou humorísticas.

Quando tem um tom lírico, com ênfase nos sentimentos, despertam a

sensibilidade do leitor, quando se voltam para o riso, fazem questionamento através

da sátira, da ironia, ou apresentam observações bem humoradas, que podem levar à

reflexão sobre o tema abordado.

A crônica literária reflete o cotidiano com base na observação direta de

situações ou fatos sujeitos às marcas do subjetivismo. Caracteriza-se pelo uso de

uma linguagem leve, coloquial, pela simulação de uma conversa cotidiana, por

marcas da oralidade, que envolvem o leitor.

De acordo com Bender e Laurito (1993, p. 10, 11), “a crônica é um gênero

que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano

em linguagem literária, conotativa”.

Os autores nos dizem ainda que a palavra “crônica”, em sua origem, está

associada à palavra grega “khrónos”, que significa tempo. De khrónos veio

chronikós, que quer dizer “relacionado ao tempo”.

Para Amaral (2009, p. 21):

A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da imprensa em praticamente todas as partes do planeta: A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em revistas, jornais e folhetins. Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de sua época, publicando-as em veículos de grande circulação.

Embora, o jornal ou a revista sirvam de suporte para a circulação da crônica e

ela apresente, muitas vezes, o mesmo assunto tratado em uma reportagem ou

notícia, os três gêneros são bem diferentes, pois as ações práticas, a finalidade,

entre outros aspectos, garantem que em uma há a finalidade de informar e em outra

provocar uma reflexão através de um conteúdo expresso de forma engraçada.

4 PROCEDIMENTOS E RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

O Colégio Estadual Campina da Lagoa localiza-se à Rua Duque de Caxias, nº

296 - Centro, no município de Campina da Lagoa – Paraná. A parte administrativa

tem os cuidados da Diretora Loricy de Mattos Curci. A escola está organizada de

modo a atender a sua comunidade escolar, composta de alunos da Zona Rural e

Urbana, ofertando as seguintes modalidades de ensino: Ensino Fundamental 6º ao

9º ano, Ensino Médio, Educação Profissional. É uma escola de 4.034, 76 m2

construídos, com aproximadamente 1300 alunos matriculados nos três períodos.

Conta com 68 professores, sendo que 90% deles possuem curso de

especialização, com 34 funcionários em diversas atividades como secretaria,

biblioteca, laboratórios, serviços gerais e equipe pedagógica.

Os turnos de funcionamento são: matutino, vespertino e noturno. A estrutura

física é distribuída em salas de aula amplas, bem ventiladas, limpas, com televisores

e vídeos, laboratório de informática, laboratório de ciências, anfiteatro, biblioteca

bem equipada e atualizada, cozinha bem planejada e equipada, sala de direção,

secretaria, sala de orientação e supervisão, ampla sala de professores, salão de

festas, quadra polivalente de esportes com cobertura, banheiros recém-reformados,

bebedouros e pias em área externa e cantina.

O colégio conta com todos os setores pedagógicos e administrativos

informatizados. A gestão da escola tem como uma de suas principais preocupações

os recursos didáticos de apoio ao professor, que tem a sua disposição TV, vídeos,

data-show, telão, DVD e equipamentos de som.

A direção realiza uma Gestão Democrática e Participativa, onde todos os

funcionários possuem liberdade de ação, oportunizando também capacitação

contínua para o crescimento pessoal e profissional.

As decisões são tomadas em conjunto com a APMF, Conselho Escolar,

professores e funcionários, ouvidas as opiniões dos alunos, visando à correção de

falhas e direcionamento pedagógico para o bem da comunidade escolar e

cumprimento das diretrizes da Política Educacional do Governo Estadual do Paraná.

4.2 POPULAÇÃO INVESTIGADA E PROCEDIMENTOS

A descrição da pesquisa foi realizada de forma qualitativa com base na

análise de conteúdo, na medida em que evidencia promoção do interesse e o desejo

para a reflexão, por parte do aluno, de modo que se torna capaz de produzir

sentidos a partir da leitura de um gênero específico crônicas. A prática de leitura

teve a análise linguística como ferramenta e foi desenvolvida junto aos estudantes

do 9° ano turma Tarsila do Amaral no período matutino do Ensino Fundamental do

Colégio Estadual Campina da Lagoa. Essa análise de conteúdo se refere aos fatos

em torno do objeto de estudo.

Bardin (2007, p. 31) define análise de conteúdo, do seguinte modo:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

A análise de conteúdo se constitui em técnica de busca de significação do

conteúdo expresso nos enunciados analisados, ou seja, seu objeto de estudo é a

percepção em torno da significação que segue abaixo relacionado: A atividade

realizou-se no período 27 de fevereiro a junho de 2013. Primeiramente, realizou-se

uma reunião envolvendo a direção, equipe pedagógica, para dialogar a respeito da

apresentação do projeto que teve como tema: Leitura de crônicas e produção de

sentidos a partir da análise linguística com o objetivo de incentivar, por meio de

leitura de crônicas, a prática de leitura, tendo como ferramenta a análise linguística

para corroborar a produção de sentidos a partir da reflexão sobre efeitos de sentido.

O projeto se desenvolveu por meio das normas básicas do PDE e

desencadeou-se de acordo com o cronograma de ações. Utilizou-se a metodologia

de levantamento, leitura e reflexões a partir de textos correlatos do gênero discursivo

crônica. Abordou-se o gênero a partir de leituras de cronistas contemporâneos,

seguidas de discussões em classe e prática de atividades de leitura e análise

linguística visando à construção de sentidos a partir dos textos lidos.

É fato que o trabalho com o texto em sala de aula é de extrema relevância e

por isso ao trabalhar a crônica com o estudante procurou-se aprimorar sua

capacidade linguístico-discursiva. Para tanto, os autores como Castro e Galeno

(2002), Sabino (2008), Zanini (2009), Antunes (2003), Sá (1987), Zilbermann (1985),

Geraldi (2004), Amaral (2009), Mendonça (2006) entre outros, foram de extrema

importância.

No que diz respeito às atividades de análise linguística foram considerados,

além dos aportes, gramática normativa e da eleição de categorias para ensino,

outras teorias linguísticas enunciativas e discursivas, procurando dar enfoque em

aspectos como: ordenação das ideias, coerência e coesão, adequação/inadequação

no uso da língua, estrutura dos parágrafos, referenciação, aspectos discursivos,

argumentação, aspectos linguísticos os quais foram motivadores para uma

aprendizagem mais completa.

As ações desenvolveram-se em quatro etapas, Unidade I, II, III e IV, onde

cada aluno recebeu material previamente elaborado pela professora.

A Unidade I consta de leitura silenciosa e oral de textos, comentário oral e

atividades de interpretação e análise dos textos.

A Unidade II, consta o trabalho junto aos alunos com leitura oral e silenciosa,

e posteriormente a interpretação de texto.

Na unidade III, também foi trabalhada a leitura, e a compreensão textual.

Finalmente na unidade IV foi realizada uma conversa entre professora e

alunos, trabalhos com fotos e imagens e ainda exibição de vídeo com música.

A unidade I, enfatizou a noção de intertextualidade, que se refere,

basicamente, à influência de um texto sobre outro. Os alunos tiveram conhecimento

de que na crônica em análise, ocorre a interpretação, explicação ou nova

apresentação de um texto (ou parte dele) com o objetivo de dar a ele um novo

enfoque para o seu sentido, a partir de outro texto, bastante difundido. Nesse caso,

a crônica analisada, “A História Mais ou Menos”, de “Luiz Fernando Veríssimo” tinha

relação intertextual com o texto bíblico que narra o nascimento de Jesus.

Considerando a canção/hino como importante elemento artístico, modo

singular de expressar sentimentos, ouvimos o “Hino de Reis” já disposto no material

dos alunos e exibição de vídeo. Essa atividade foi realizada como parte de

discussão relativa à prática das Folias de Reis, muito presente na região, onde as

famílias participam e os estudantes têm contato com essa tradição.

Após uma sessão descontraída da captura desse repertório, questionou-se a

turma sobre por que temos hinos em nosso dia a dia? Perguntou-se ainda por que

acham que as pessoas escrevem e cantam hinos? O que os hinos representam

para determinados grupos sociais? O que este hino tem a ver com seu cotidiano ou

sua cultura. Instigou-se, por meio de comentários comparativos, que os alunos

percebessem a relação entre a crônica e o texto bíblico, para que pudessem

entender o humor gerado a partir de certas escolhas lexicais, certas expressões

recriadas pelo cronista, mas que faziam referência parodiada a expressões do texto

bíblico.

Após essa sequência de trabalho, deu-se início às atividades de

compreensão textual por meio de perguntas de leitura dispostas no material, a fim

de verificar se cada aluno foi capaz de ler com atenção e autonomia os textos

selecionados, identificar e analisar os personagens, além de participar ativamente

das discussões e compreender que a intertextualidade é um das estratégias

utilizadas para a construção de um texto, ou seja, um texto é sempre oriundo de

outros textos orais ou escritos, mas, no caso da intertextualidade, essa relação fica

linguisticamente explícita.

A partir da crônica em análise, discutiu-se a questão da ironia e do humor.

Veríssimo se apropria dos elementos do texto bíblico que narra a visita dos

Três Reis Magos ao menino Jesus e aproxima essa linguagem dos usos feitos pelos

Rios Grandenses. Dessa forma, o trabalho com a crônica também oportunizou a

discussão sobre as variações linguísticas: expressões que ilustram essa afirmação:

“Três Reis Magrinhos”, em vez de Três Reis Magos; Guri, para se referir a Jesus.

Outro ponto passível da análise linguística na leitura da crônica diz respeito a

expressões utilizadas para produzir o efeito de ironia. Este é um efeito comum nos

textos de literatura ou de retórica, que consiste em dizer o contrário daquilo que se

pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que se diz, levando

ao entendimento de que é necessária uma participação do leitor, seja ele ouvinte ou

interlocutor.

Nas unidades II e III o trabalho enfocou o diálogo temático entre textos

(dialogia) e também a relevância de mostrar ao aluno, o quanto seu conhecimento

de mundo é fundamental para corroborar a leitura da crônica. Neste caso,

especificamente, para compreender o humor presente na crônica, “A velha

contrabandista”, de Stasnislaw Ponte Preta, foi necessário refletir sobre o papel

social ou sobre a imagem do idoso em nossa sociedade. Os alunos puderam trazer

para a sala, notícias, reportagens e/ou propagandas, cujo tema central fosse a

velhice ou o velho. A partir das suas próprias leituras, eles comentaram sobre a

imagem do velho que se revelava no texto escolhido. Assim, puderam compreender

que o conhecimento de mundo por meio de outras leituras é importante para

atribuírem sentido ao texto lido, sendo participantes ativos do processo de leitura,

que também é dialógico.

Nesse trabalho, a análise linguística serviu à reflexão sobre como a

personagem e suas ações são caracterizadas. Para tanto, chamou-se atenção sobre

o uso de adjetivos, substantivos na forma diminutiva, uso de advérbios de

intensidade, forma superlativa e formas verbais para narrar as ações.

Na unidade IV, enfatizou-se a questão da ideologia presente no conteúdo dos

textos, dos valores sociais e da influência da mídia sobre os padrões

comportamentais da sociedade. Solicitou-se aos alunos que lessem e trouxessem

para sala propagandas, textos de outros gêneros, canções e vídeos sobre o tema

verão. Depois das discussões, foi apresentada a crônica “Chegou o Verão!”, também

de Luis Fernando Veríssimo. “Chegou verão!” descreve, de forma bastante irônica e

debochada, um dia de verão em que se vai à praia. Todas as imagens geralmente

positivas vinculadas ao verão e à praia, são desconstruídas à medida que se expõe

o lado negativo do mesmo fato ou ação. Tomemos como exemplo as seguintes

passagens para ilustrar:

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal ponto do verão é....A praia! Ah, como é bela a praia. Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias.

Na oportunidade, foram explorados os elementos linguísticos que ajudam a

compor o quadro descritivo irônico e ácido do verão e da praia, destacando-se as

escolhas lexicais (uso de substantivos e adjetivos), o uso da variação não padrão,

como no caso de “veias”, em vez de “velhas”. Os diminutivos, as expressões

hiperbólicas e outros recursos que potencializam uma leitura peculiar do verão e da

praia porque a opinião do narrador se contrapõe drasticamente à imagem de verão e

praia que a maioria absoluta dos textos revela.

Nessa unidade, os alunos foram instigados a se posicionar diante do que

lêem, ou seja, produzir sentidos a partir de outros textos já lidos e ouvidos, refletindo

sobre as posições, sobre os temas revelados nos diferentes textos, sendo capazes

de defender sua posição de concordância ou discordância diante do conteúdo ou da

posição revelada neste ou naquele texto.

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Partindo da premissa de que a escola é pelo menos formalmente, a principal

responsável por proporcionar meios para que os estudantes sejam inseridos no

processo de leitura, intencionamos promover o contato com a leitura e permitir a

aproximação entre o estudante e o processo por meio do qual ele terá novas

perspectivas, melhores oportunidades de enxergar a sua realidade, modificá-la ou

transformá-la, tendo assim condições de perceber o mundo e de se perceber,

enquanto sujeito inserido em seu contexto sócio-histórico.

Do que foi exposto neste trabalho, os principais resultados que nos servem à

reflexão e fornecem subsídios para efetuar ações que promovam o envolvimento do

estudante no processo de leitura, dizem respeito ao desenvolvimento da capacidade

crítica e da sensibilidade estética, por meio das relações que o aluno pode

estabelecer, dentro do processo de leitura, entre o texto lido e outros textos, entre o

texto lido e o mundo, entre o que o texto lido apresenta e o que se apresenta na sua

própria vida ou nas práticas de suas vivências.

O trabalho com a crônica favoreceu a percepção da criação literária e ética e

o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

Durante a aplicação do projeto de intervenção, os alunos responderam

positivamente às atividades propostas. É bem verdade que a Unidade I, foi mais

apreciada pelos alunos e justificamos tal apreciação pelo fato de seu objetivo

relacionar-se às vivencias sociais da comunidade.

Nesse sentido Polato (2003, p. 01) diz: “ao considerar a linguagem como uma

forma de interação, devem-se favorecer situações para que o aluno possa fazer uso

satisfatório da língua em situações concretas de interação social”.

Constatou-se que é preciso orientar, explicar e ao mesmo tempo deixar os

alunos por conta própria, ir delineando algumas características do gênero, a partir da

análise do texto, pois a atividade de deixar o aluno investigar o texto faz com que

ele, progressivamente, consiga distinguir os aspectos de um gênero discursivo.

Os alunos se mostraram interessados na leitura de crônicas e

compreenderam que para serem capazes de produzir sentidos devem trabalhar.

Nesse sentido, a leitura é um trabalho que exige ir e voltar ao texto, relacioná-

lo com outros, buscar o desconhecido, para que possa atribuir e produzir sentidos.

Dessa forma, se não compreendem algo na primeira vez, devem atuar para

desvelar esse entrave até que consigam produzir sentidos.

Em relação à análise linguística no trabalho de leitura da crônica, verificou-se

que esta está a serviço de desvelar efeitos de sentido próprios desse gênero, ou

próprio das funções sociais que ele tem. Nesse caso, não importa, por exemplo,

apenas perceber ou localizar uma ironia, ou um trecho que revela humor, mas

compreender como esses efeitos são construídos, ou, a partir de quais elementos

são construídos. Não importa apenas perceber que a linguagem da crônica

geralmente é descontraída, próxima aos usos informais.

Vale, na análise, perceber como e quanto essa linguagem aproxima o leitor

da discussão que a crônica suscita, caracterizando a crônica como gênero

essencialmente dialógico, no sentido de que depende de outros textos ou do

contexto para significar e, também, no sentido de que se concretiza como uma forma

de interlocutores se encontrarem para debater temas cotidianos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a finalização desse período de trabalho, foi possível perceber a

importância da preparação de um material dirigido especificamente a um grupo de

alunos pertencentes a uma comunidade para que o processo os possa levar a

produzir sentidos, sendo capazes de se envolver com um texto e de produzir

sentidos na leitura, tornando-se mais críticos.

É fato que as práticas pedagógicas com textos que refletem a realidade do

aluno trazem resultados satisfatórios no trabalho da leitura e análise linguística.

Ao trabalharmos com o gênero crônica, percebeu-se o entusiasmo dos

aprendizes em delinear características, a partir da análise, quando investigaram

textos e progressivamente distinguiram os aspectos de um gênero textual.

O trabalho dialógico que envolve a leitura de crônicas leva o aluno a perceber

as marcas linguísticas, enunciativas e discursivas que motivam determinados

sentidos, tornando-o capaz de refletir sobre o funcionamento social do gênero.

6 REFERÊNCIAS

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