O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA - uma história de

O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA

- uma história de descobertas -

ibictavaliação do ciclo de vida

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O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA - uma história de descobertas - 1

O PENSAMENTODO CICLO DE VIDA- uma história de descobertas -

Brasília

2012

ibict

O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA - uma história de descobertas -2

Diretor

Emir José Suaiden

Coordenadora Geral de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Produtos

Cecília Leite Oliveira

Chefe de Divisão de Desenvolvimento e Inovação de Produtos de Informação

Celina Maria Schmitt Rosa Lamb

Consultoria Educacional

Ivany Ehrhardt – Consultora ad hoc

Coordenação de conteúdo técnico

Celina Maria Schmitt Rosa Lamb – Ibict

Coordenação Editorial

Nilce Teresinha Puga Nass – Ibict

Adaptação de texto

Nilce Teresinha Puga Nass – Ibict

Otávio Borges Maia – Ibict

Revisão gramatical e ortográfica

Gisele Gama Andrade - Abaquar Consultores e Editores

Capa, diagramação e ilustrações em preto e branco

Flávia Rubenia da Silva Barros

Colaboradores

Itamar Soares de Melo (Embrapa Meio Ambiente), José Américo Bordini do Amaral (Embrapa Sede), Leandro Andrade Pegoraro (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Liaw Yih Der Batan (Doutoranda Colorado State University), Luciano Lourenço Nass (Embrapa Sede), Margarida Elisa Ehrhardt Ferreira (Biblioteca Nacional de Brasília), Mário Sérgio Sigrist ( Doutorando ESALQ/USP), Nuria Fernández Castro (CETEM/MCTI), Otávio Borges Maia (Ibict)

Agradecimento especial

Ao cartunista Maurício de Sousa, pela cessão das ilustrações impressas nesta obra.

© 2012 Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)É permitida a reprodução parcial ou total desta obra desde que seja mencionada a sua fonte.

Advertência As designações de entidades geográficas que estão neste informe e a apresentação de seu material não denotam, de modo algum, a opinião do editor ou das organizações contribuintes a respeito da situação jurídica do país, território ou zona, ou de suas autoridades, ou a respeito da delimitação de suas fronteiras ou limites. Ademais, a visão aqui expressada não representa necessariamente a decisão ou a política declarada do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e as citações ou uso de nomes comerciais não constituem endosso.

I59 Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. O pensamento do ciclo de vida: uma história de descobertas. Ilustrações de Maurício de Sousa. Coordenação de conteúdo, Celina Maria Schmitt Rosa Lamb. Coordenação editorial, Nilce Teresinha Puga Nass. - Brasília, DF.: Ibict, 2012. 52 p. il. Cartilha.

eISBN 978-85-7013-083-9

1. Informação. 2. Ciclo de vida. 3. 6 R’s. 4. Meio ambiente. 5. Sustentabilidade. 6. Ensino Fundamental. I.Título.II Sousa, Maurício de. III. Lamb, Celina Maria Schmitt Rosa. IV. Nass, Nilce Teresinha Puga.

CDU 502.131.1 (075.2)

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)SAS - Quadra 05 - Lote 06 - Bloco H - 5º andar. Cep: 70070-912 - Brasília / DF

Tel: (+55) (xxx) (61) 3217-6360 / 6350 - Fax: (+55) (xxx) (61) 3217-6490 - www.ibict.brAvaliação do Ciclo de Vida – ACV http://acv.ibict.br/


APRESENTAÇÃO

© Mauricio de Sousa Produções Ltda.


Olá crianças!

Esta cartilha foi escrita para que você possa aprender sobre o Meio Ambiente, o Ciclo de

Vida dos Produtos e os 6 Erres da Sustentabilidade (Repensar, Reutilizar, Reparar,

Reduzir, Repor e Reciclar). O Ciclo de Vida a que nos referimos nesta cartilha é o caminho

percorrido por um produto fabricado na indústria, desde a extração das matérias-primas, até

seu descarte.

Precisamos, como cidadãos, pensar no

meio ambiente urbano e rural para dimi-

nuir o consumo exagerado dos recursos

que a natureza nos oferece, como água,

por exemplo, repondo no ambiente o que

for necessário para mantê-lo em equilí-

brio, pois esses recursos são finitos e po-

dem acabar.

Lembre-se! O que você aprender nesta

cartilha poderá usar no seu dia-a-dia

para ajudar a cuidar do meio ambiente.

Vamos lê-la, então?

Um abraço e boa leitura!



MEIO AMBIENTE

Em uma cidade cortada por um rio e cercada por muitas fábricas, mora uma família que convive com a sabedoria de Vovô João. Mariana e Zeca são seus netos e estão sempre ao lado dele. Mariana tem 8 anos e Zeca, 10. São crianças espertas e muito curiosas, que vivem perguntando sobre tudo o tempo todo.

Para COLORIR


Em um lindo dia de sol, Vovô convida os netos para irem até a chácara onde ele mora. Na chácara, existe um riacho de águas muito límpidas, protegido por uma pequena mata ciliar. Os três caminham por trilhas no meio da mata, quando Mariana encontra uma joaninha. O bichinho está em cima de uma folha. A menina acha o inseto de asas vermelhas com boli-nhas pretas muito bonito e interessante.

— A natureza é muito linda! É muito gostoso passear pela mata — fala Mariana, rindo.

— Você já ouviu o som do vento quando ele pas-sa por entre as folhas? — pergunta Zeca.

— É mesmo. E ainda podemos ouvir os sons dos animais que vivem por aqui. Vendo tudo isso, o que vocês acham que significa “meio ambien-te”? — pergunta o Vovô João.

— Vovô — responde Zeca —, eu acho que meio am-biente é o local onde vivem as plantas e os ani-mais.

— Você está certo, Zeca — diz o avô — o meio ambiente é o local onde se encontram as plantas, os animais, os micróbios, o solo, o ar e a água. São as relações que existem entre eles. O meio ambiente precisa ser preservado pelas pessoas de todo planeta, pois a natureza fornece elementos importantes para a nossa vida.

— Mas é preciso muito mais... — continua o Vovô — É preciso que as pessoas sejam educadas para manter limpo e organizado o local em que vivem, estudam, pas-seiam ou trabalham, de forma saudável para todos. A educação ambiental trata desses assuntos e também nos ensina a respeitar e cuidar do meio ambiente.

Para COLORIR


— Meu livro de ciências fala sobre isso — comenta Mariana.

— Pois é, crianças, é preciso haver harmonia entre o homem e o ambiente para termos qualidade de vida. Preservar o meio ambiente é cuidar da vida do planeta Terra! — diz o avô, com sabedoria.

Pensando sobre o que estão vendo, Mariana comenta:

— Olhem quantas folhas caídas no chão!

— Puxa, é mesmo! — diz Zeca.

— Elas são importantes para a conservação do solo. Vocês já pensaram que as fo-lhas têm um ciclo de vida? As plantas nascem, crescem, produzem flores, frutos e sementes e, quando morrem, se decompõem e servem de adubo para as plantas e de alimento para os micróbios e bichinhos que vivem no solo, como as minhocas, os caramujos, as formigas e os tatus-bolinhas — explica Vovô João.

Todos se sentam sob a sombra de uma árvore e Vovô continua:


O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA - uma história de descobertas -8© Mauricio de Sousa Produções Ltda.


— O solo é o resultado da decomposição das rochas, das plantas e dos animais

mortos. A formação do solo é muito lenta e depende do clima e da presença de

seres vivos, por exemplo, de micróbios que ajudam a preparar o solo para o cres-

cimento de novas plantas.

Zeca pergunta:

— Quando as fábricas necessitam de matérias-primas, madeira, por exemplo, reti-

radas da natureza, elas precisam tomar algum tipo de cuidado?



— Claro que sim!!!! — fala Vovô João. — As fábricas e as indústrias devem sempre re-

alizar ações que mostrem formas inteligentes de utilizar as matérias-primas. Elas

devem pensar em alternativas de reutilização da água, de reciclagem de entulho,

de redução das emissões de poluentes, como os gases, e dos resíduos sólidos ou

líquidos que causam prejuízos à saúde.

Os gases poluentes são aqueles

produzidos, principalmente, pela

queima de combustíveis fósseis

(petróleo, carvão mineral, gás

natural), resíduos orgânicos

e madeira da floresta, quando

usada para produzir carvão

vegetal. Estes gases favorecem

o efeito estufa e o aquecimento

global.

— Quando as fábricas utilizam matérias-pri-

mas “renováveis”, elas devem utilizar tecno-

logias sustentáveis que garantam produção

mais limpa, o que ajuda a preservar o planeta.© Mauricio de Sousa Produções Ltda.


Tecnologias sustentáveis: São tecnologias que procuram

usar os recursos naturais com menos desperdício e

com mais responsabilidade, dando à natureza o tempo

necessário para a recuperação desses recursos utilizados

pelas fábricas como matéria-prima.

Produção Mais Limpa: É o processo de fabricação de

produtos que utiliza materiais, equipamentos e técnicas

que se preocupam com a redução de riscos sobre a saúde

do homem e do meio ambiente.

Zeca pergunta ao Vovô:

— Vovô, por falar em planeta, qual a importância da água em nossas vidas?

Vovô responde:

— A água é fonte de vida que a natureza nos oferece. Os Homens, os animais e as plantas necessitam de água para sobreviver. Devemos preservar a água, pois ela está presente em todos os momentos de nossa vida. Nós a usamos diariamente em nossa higiene, para beber e até para a nossa recreação. Muitas vezes nem nos da-mos conta de sua importância.

— A água também é importante para a produção de alimentos, na fabricação dos produtos que consumimos e na produção de energia. A principal fonte de eletrici-dade em nosso país vem das águas, das chamadas usinas hidrelétricas.


— O Brasil tem muitos rios e grande potencial para a produção de energia hidrelé-

trica — diz Vovô João.

Mariana: — A mamãe sempre fala para apagar a luz do quarto, da sala e da cozinha

quando não a estivermos usando. Ela diz que é muito importante economizar ener-

gia para conservar o planeta!

— Muito bem, Mariana. Embora existam muitas usinas hidrelétricas, precisamos

economizar para que não falte energia para ninguém. Devemos evitar desperdícios.

Zeca: — Vovô, mas não existe a energia solar?

— Sim, Zeca. Existem outras fontes de energia...

O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA - uma história de descobertas - 13Para COLORIR


— Hummmmmmmmm...! Que ventinho gostoso! Deve estar vindo de lá... — aponta Mariana para uma grande árvore.

Vovô afirma:

— As folhas estão se mexendo, pois o ar está em movimento. O ar é formado da mistura de gases presentes na atmosfera, vapor de água e partículas sólidas — a poeira, o pólen das flores, os micróbios — e envolvem toda a Terra. Para sempre termos esse ventinho gostoso, de ar puro, devemos evitar a poluição da atmosfera.

E continua: — O ar está sujeito a variações de temperatura, variam de um local para outro. Quando estas variações de tempera-tura fazem o ar se movimentar com veloci-dades diferentes, percebemos o vento!!!

Pelo caminho, os três vão observando as dife-rentes plantas que existem na mata.

— Olhem quantas flores diferentes! Que flo-res lindas! — fala Mariana.

—Veja, Mariana, nessa flor tem um inseto engraçado! — diz Zeca.

Vovô sorri para as crianças e diz:

— As matas têm um verde lindo, com muitos tipos de plantas. As matas e as flores-tas são enriquecidas pela grande variedade de seres vivos existentes na natureza. Chamamos essa riqueza de diversidade biológica ou biodiversidade.

Para COLORIR


— Nós e as fábricas temos o dever de preservar as matas para que daqui a alguns anos ainda tenhamos boa qualidade de vida.

— Devemos evitar a emissão de gases tóxicos e cuidar para não contaminar o solo com substâncias ou resíduos tóxicos, e também não jogar lixo nos rios, para con-servar nossa fauna e a flora desses locais.— Vovô, ontem passamos pelo rio que corta a cidade e havia muito lixo nas mar-gens! — conta Zeca.

— Eca!!! — diz Mariana, torcendo o nariz.

Vovô João continua sua explicação, bem pausadamente:

— Pois é, crianças, por falta de educação as pessoas jogam tudo o que não desejam mais em qualquer lugar. E isso é um grande problema, pois, quando chove, o lixo é carregado pela enxurrada para os bueiros, rios e riachos. Os bueiros, nas cidades,



acabam ficando entupidos porque recebem muito lixo e não dão vazão à água da chuva. Essa é uma das causas das enchentes.

Estamos vendo essa situação todos os anos na época das

chuvas: cidades inundadas e muita sujeira, prejudicando o meio

ambiente e o dia-a-dia das pessoas.



— Vovô, o que acontecerá com esse lixo jogado no meio ambiente? — pergunta Zeca.

— O lixo produzido na nossa casa, o material descartado pelas fábricas e as embalagens dos produtos levam mui-to tempo para se decomporem quando depositados em aterros sanitários. A decomposição depende apenas da ação da natureza, e isso leva muito tempo.

—Zeca, veja essa tabelinha com o tempo de decomposi-ção de alguns produtos — disse o avô.



Lembre-se: o tempo de degradação ou decomposição dos

materiais estimado no quadro depende das condições ou

do ambiente em que eles se encontram — enterrados ou

expostos às variações do clima.

— Puxa — diz Mariana —, então uma caixinha de leite pode ficar na natureza por

100 anos até desaparecer por completo!? É muito tempo!!!

— Sim, Mariana — diz Vovô

—, para você ter ideia, cada

pessoa produz mais ou me-

nos 1,5 kg de lixo por dia.

Multiplique essa quantida-

de de lixo pelo número de

pessoas que vivem na nos-

sa cidade e descobrirá que

produzimos muiiiiiito lixo!

O lixo é produzido em dife-

rentes lugares, onde as pes-

soas vivem e trabalham. Por

exemplo... © Mauricio de Sousa Produções Ltda.


Lixo domiciliar: é o que produzimos em casa e que jogamos fora para deixar o lugar limpo (exemplos: latas, sacos plásticos, embalagens plásticas e de papelão, restos de alimentos, cascas de ovos e de frutas);

Lixo comercial: produzido nos escritórios, nas lojas e nos mercados (exemplos: papel, papelão, caixas, isopor, plásticos, barbante);

Lixo hospitalar: resultante das atividades médicas e veterinárias nas clínicas, hospi-tais, farmácias e postos de saúde (exemplos: seringas, agulhas, luvas, algodão, emba-lagens de medicamentos, remédios com validade vencida, curativos);

Lixo industrial: resíduos sólidos que resultam da fabricação de produtos nas fábricas e indústrias (exemplos: sobras de matéria-prima, raspas de madeiras, de metais, de couro, de cerâmicas, de papelão, de plásticos);

Lixo público: é o lixo recolhido durante a limpeza das ruas pelos garis (exemplos: embalagem de doces, de chicletes, copos, latas, papéis);

Lixo especial: são materiais que sobram na construção civil e equipamentos eletrô-nicos quebrados ou sem utilidade (exemplos: celulares, baterias, pilhas, computadores, televisores);

Lixo espacial: originado dos foguetes, satélites desativados, tanques de combustível de naves espaciais e fragmentos de aparelhos que explodiram no espaço e ficam gi-rando em torno da Terra;

Lixo químico ou tóxico: são as embalagens de agrotóxicos, latas de verniz, solventes, inseticidas e outros resíduos perigosos;

Lixo atômico: resultam do processamento de combustível nuclear em usinas nuclea-res (lixo nuclear, lixo radioativo).


— Basicamente temos dois tipos de lixo, o orgânico e o inorgânico — fala o avô.

• O LIXO ORGÂNICO é aquele que se decompõe em pouco tempo, como as folhas, as sobras de alimentos e os excrementos dos animais. Este tipo de lixo pode ser tratado para virar adubo, o chamado adubo orgânico, usado para fertilizar gramados, jardins, hortas e plantações.

• O LIXO INORGÂNICO é aquele que demora muito tempo para se decompor, como, por exemplo, o ferro, o plástico e o vidro. Entretanto, esses materiais, na maioria das vezes, podem ser utilizados novamente pelo reaproveitamento da própria embalagem ou após a reciclagem.



Vovô João continua a sua explicação:

— Quando separamos o lixo nas residências, diminuímos a quantidade de lixo enviada aos aterros sanitários, reduzindo a contamina-ção do solo e das águas. Com isso, reduzimos também o aparecimento de doenças.

— Vovô, nós podemos ajudar, separando o lixo em casa? — pergunta Zeca.

— Sim, devemos separar o lixo em casa!!! Você

sabia que as prefeituras de algumas cidades

oferecem o serviço de coleta seletiva do lixo

e promovem campanhas de educação ambiental e ações de reciclagem pelas coo-

perativas de catadores de papel e de outros materiais? A coleta seletiva do lixo é

um trabalho importante, que pode aumentar a renda das famílias.

— Vovô, eu posso escolher os coletores de lixo nas cores que eu quiser? — questiona Mariana.

A coleta de lixo reciclável é facilitada quando são utilizadas

lixeiras coloridas que recolhem diferentes materiais

descartados.

— Não, Mariana, não pode. Existe padronização. No Brasil, são utilizadas cores

diferentes para identificar cada tipo de lixo — explica o Vovô.



Mariana: — Ah, entendi. Muito legal esse negócio de separar o lixo em latas colo-ridas. Vovô, e a poluição que vem das fábricas, como as fumaças que vimos nas chaminés?

Vovô: — Olha Mariana, existem leis que protegem o meio ambiente. As leis dizem que devemos defender e preservar a natureza para as futuras gerações. As fábri-cas, assim como as pessoas, devem obedecer a essas leis, não poluindo o meio ambiente nem destruindo as florestas.

Zeca: — Hum... a minha professora disse que nós somos os agentes responsáveis pela preservação do planeta e que devemos agir como fiscais da natureza!


Vovô: — Pois é, crianças, como fiscais da natureza vocês precisam saber como é im-portante fazer o bom uso da água, sem desperdiçá-la. Vocês sabiam que a água que nós usamos nas nossas casas passa por um tratamento para voltar limpa à natureza?

Os dois balançam a cabeça respondendo negativamente, com olhar curioso. Vovô continua a explicação:

— A água depois de utilizada nas residências, escolas, indústrias, lojas e restauran-tes, passa por grandes canos, chamados de esgoto, até as estações de tratamento. Essa água suja, conhecida como efluente, é tratada e retorna limpa aos rios. In-felizmente, em muitas localidades, esse tratamento não é feito porque não existe saneamento básico.



Saneamento básico é uma medida que garante a higiene,

a saúde das pessoas e a saúde do meio ambiente. Essa

medida é realizada, quase sempre, pelo governo, que

coleta e trata os resíduos sólidos, capta a água para

torná-la potável e trata os efluentes.



— Puxa, Vovô! — diz Zeca. — Deve ser legal visitar uma estação de tratamento de

esgoto para ver como funciona.

— Boa ideia, Zeca! Podemos combinar uma visita à estação da nossa cidade. Ama-

nhã, continuaremos o nosso passeio e a nossa conversa sobre o meio ambiente.

Vocês estão com fome? Vamos voltar para casa e fazer um lanche.

Na manhã seguinte, Vovô João, Zeca e Mariana se encontram novamente.

— Bom dia, crianças. Está uma ótima manhã para continuarmos o nosso passeio

pelas trilhas da mata.

— Bom dia, Vovô! — diz Zeca. — Estive pensando no que o senhor falou ontem sobre

a poluição...

— Pois é, Zeca, para termos saúde e qualidade de vida, a água, o solo e o ar pre-

cisam estar limpos. Não podemos esquecer de que a emissão dos gases pelas in-

dústrias, pelos veículos e pelas queimadas pode provocar doenças respiratórias,

além do aquecimento do planeta, o chamado efeito estufa.

— Efeito estufa? O que é isso? — pergunta Mariana.

— O efeito estufa é um fenômeno da natureza. Os gases presentes na atmosfera

da Terra formam um “escudo protetor”, mantendo a temperatura ideal para nossa

sobrevivência. Só que o aumento da quantidade dos gases emitidos no planeta,

devido às atividades humanas (indústrias, carros, queimadas) é prejudicial, pois

dificulta a saída do excesso de calor da terra, ajudando a aumentar a temperatu-

ra do planeta — responde Vovô.


O dióxido de carbono, mais conhecido como CO2, é um dos

principais responsáveis pelo efeito estufa.

A queima de combustíveis fósseis, os aterros sanitários, os

desmatamentos, a agricultura, as indústrias, os veículos, as

hidroelétricas, as termoelétricas, os vulcões, as reações

químicas, a decomposição de matéria e a fotossíntese

são fontes de emissão de CO2. De uma maneira direta ou

indireta, todas essas fontes lançam gases na atmosfera,

afetando e desequilibrando o meio ambiente.

Mariana: — Hummmmmmmmmmmmm...

— Esse aumento de temperatura — continua Vovô —, que chamamos de aquecimen-to global, altera o clima da Terra. A Antártica e o Pólo Norte, regiões geladas do planeta, estão descongelando, aumentando, assim, a quantidade de água nos oce-anos. Quando o nível dos oceanos aumenta, o mar invade praias e cidades litorâ-neas. A destruição das florestas também aumenta a emissão de CO2 na atmosfera e contribui para o aumento da temperatura na Terra.

Mariana, pulando ao redor do avô, pergunta:

— Vovô, então conservar as florestas também é importante?

— Claro! As florestas são muito importantes porque, no processo da fotossíntese, as


folhas das plantas absorvem o CO2 transformando-o em oxigênio (O2), que é o gás fundamental para a sobrevivência dos seres vivos.

A fotossíntese é uma reação

que acontece nas plantas,

combinando a água, o CO2

e a luz do sol. A planta

absorve a luz do sol, que

fornece a energia necessária

para a transformação da

água e do CO2 em açúcar. E

o açúcar é o alimento das

plantas, responsável por

seu crescimento. Durante a

realização da fotossíntese,

a planta libera oxigênio

para a atmosfera.

— Então, Mariana, conservar as florestas é preservar a vida de todos os seres vivos. As plantas são importantes para diminuir o CO2 e aumentar o O2 na atmosfera, aju-dando no equilíbrio da natureza.

Mariana: — Vovô, vamos plantar árvores um dia desses?



Zeca e Mariana olham atentamente para o Vovô. Ele, percebendo o entusiasmo das crianças, propõe:

— Boa ideia! Plantar uma árvore e apagar as luzes quando não as estivermos usando são ações simples que contribuem para a conservação do meio ambiente e a melho-ria da nossa qualidade de vida. Para sabermos mais é preciso estudar e pesquisar sobre os assuntos que conversamos. No próximo fim de semana, o que vocês acham de caminharmos até o parque ecológico, para continuarmos a nossa conversa?



CICLO DE VIDA

Na semana seguinte, Vovô João, Zeca e Mariana vão caminhar no Parque Ecológico da ci-dade. Está um lindo dia, e Vovô João inicia a conversa, enquanto caminham pelas trilhas do Parque.

Para COLORIR


— Hoje vamos conversar um pouco sobre o ciclo de vida de produtos. Como se pro-duz um tênis? Que materiais são utilizados? O que faremos com esse tênis quando ele não nos servir mais? Crianças, vocês têm alguma ideia de onde vem a matéria--prima dos tênis que estamos usando para caminhar confortavelmente pelo Par-que? — brinca Vovô João.

Os dois netos arregalam os olhos e começam a rir. Vovô, sorridente, explica:

— Os produtos têm vida útil. Com o passar do tem-po, eles se estragam ou se acabam. Vocês já pensa-ram nisso?

Percebendo a curiosidade das crianças em entender o ci-clo de vida dos produtos, Vovô continua:

— Todos os produtos têm um ciclo de vida. Todo produto tem começo, meio e fim!

As crianças ficam curiosas, e Mariana pergunta:

— Como assim, Vovô? O que é ciclo de vida?

— O ciclo de vida é assim: eu escolho a matéria-pri-ma de que eu preciso, faço o produto na fábrica, transporto para as lojas, vendo o produto para as pessoas, que usam esse produto até ele estragar ou deixar de ser útil, e depois o produto é jogado fora. O ciclo de vida compreende a vida de um produto desde o seu início até o seu fim. © Mauricio de Sousa Produções Ltda.


— Já imaginaram quantas coisas acontecem antes de compramos um produto e quantas coisas podem acontecer com ele depois que o jogamos fora?

— Então, Vovô, o tênis tem um ciclo de vida? — pergunta Zeca.

— Sim, Zeca, você está certo. O tênis e qualquer produto nasce depois que a fábrica ou a empresa define o que quer fazer e qual a matéria-prima será utilizada. Por exemplo, a madeira que vai dar origem ao lápis ou a mesa, o couro que vai dar origem ao tênis ou ao sapato, o trigo que vai dar origem ao pão ou ao macarrão. Depois, vêm os detalhes da fabricação do produto e da sua distribuição nas lojas. Por fim, quando não for mais útil, deve-se pensar em como esse produto será des-cartado, para ele não sujar nem poluir o meio ambiente — explica Vovô João.

Zeca, agora sério e atento, sugere irem para casa fazer uma pesquisa na Internet sobre pro-dutos e seus ciclos de vida.

— É muito legal pesquisar

na Internet! — diz Zeca.

Zeca pergunta ao avô se ele

pode ajudar nas pesquisas.

Vovô, com uma paciência

que só os avós têm, respon-

de:

— Posso, sim! Vocês sa-biam que o primeiro es-tudo sobre os impactos provocados na natureza



em todo o ciclo de vida de um produto foi feito por uma empresa de refrigerantes

em 1965? Isso foi há muito tempo...

As crianças pesquisam e descobrem muitas informações e curiosidades sobre o ciclo de vida

de diferentes produtos.

— Para saber se um produto está afetando o meio ambiente, primeiro é preciso

estudar todas as etapas da

sua produção. É preciso co-

nhecer tudo o que acontece

na fábrica, desde o início até

o fim, quando o produto fica

pronto — explica Vovô João.

— Pensem comigo: de onde

vem o material para se fa-

bricar a lata, a rolha, o tê-

nis, o lápis, o caderno ou

o brinquedo? Onde esses

produtos vão parar depois

que não precisamos mais

deles? Onde descartamos o

que não usamos mais?



— Vejamos, no desenho, o ciclo de vida de um tênis.


— No caso do tênis, devemos observar e medir, separadamente, o impacto ambien-tal em cada estágio da vida do produto (extração da matéria-prima, fabricação, distribuição, comercialização, uso e disposição final). Todos os estágios juntos nos mostram o ciclo de vida do tênis — completa Vovô.

Avaliação do Ciclo de Vida (ACV): é a avaliação dos impactos

ambientais associados a um produto, compreendendo as

etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-

primas utilizadas na produção até o descarte do produto

no lixo, sua reutilização ou reciclagem.

— A fabricação de qualquer produto de-pende de um bom planejamento. É pre-ciso organizar a fabricação, estudar o ciclo de vida do produto que será fabrica-do, escolher tecnologias e matéria-prima para uma produção limpa e sustentável — explica Vovô.

Zeca: — Vovô, mas o que é produção sus-tentável?

— Zeca, produção sustentável é aquela que usa os recursos naturais (o ar, as águas dos rios e do mar, o solo, os minerais do subso-

lo, os animais e as plantas) com cuidado. © Mauricio de Sousa Produções Ltda.


Mariana: — Que tipo de cuidado, Vovô?

Vovô: — Não poluir e destruir o meio ambiente para que esses recursos naturais

não acabem. Sustentabilidade é o “que se pode manter”. Significa que temos de

usar os recursos do planeta para satisfazer nossas necessidades do dia-a-dia,

garantindo que esses recursos continuem existindo no futuro.

Zeca, entusiasmado com a resposta, tem uma ideia:

— Mariana, será que en-

tendemos tudo? Vamos

brincar de desenhar o ci-

clo de vida do lápis?

— Legal, Zeca! Será que

tem alguma coisa sobre

lápis na Internet?

Pesquisando na Internet,

Zeca e Mariana encontram a

página de uma indústria com

as seguintes informações so-

bre a fabricação de lápis:



Etapas da fabricação e utilização de um lápis

• Plantar árvores e esperar que elas cresçam;

• Cortar as árvores e, com o tronco, começar o processo de fabricação do lápis. Os troncos são tratados e cortados em tabuinhas fininhas;

• Extrair o grafite da terra, em uma mina, e prepará-lo para seu uso em uma fábrica;

• Colocar o grafite entre duas tabuinhas prensadas;

• Definir o tamanho (grande, médio ou pequeno) e o tipo do lápis (preto ou colorido);

• Arredondar, pintar e envernizar os lápis;

• Embalar em caixinhas que vão para os caminhões;

• Transportar, em caminhões, as caixinhas até as lojas onde os lápis serão vendidos;

• Vender os lápis para que as pessoas possam escrever, desenhar ou colorir;

• Utilizar o lápis até que fique muito gasto e pequenininho, quando vai para o lixo.

De acordo com as informações encontradas na Internet, as crianças desenharam o ciclo de

vida do lápis.

— Ótimo desenho, crianças. Quando conhecemos o ciclo de vida, podemos medir,

com a ajuda da ciência, os impactos da fabricação dos produtos no meio ambiente


e na saúde das pessoas, e podemos encontrar maneiras mais eficientes e corretas

de produzir ou descartar qualquer produto com segurança e qualidade — diz Vovô.

Impacto ambiental: qualquer alteração no meio ambiente

provocada por uma ação do homem.

Voltando para casa, os três passam por uma cooperativa de reciclagem. Vovô convida as crianças a irem até lá, na semana seguinte, para conhecerem as atividades interessantes realizadas pelos trabalhadores da cooperativa.





6 ERRES

Ao chegarem à frente da cooperativa, os três veem uma enorme placa que diz:

AQUI VALORIZAMOS OS 6 Erres:

REPENSAR, REPOR, REPARAR,

REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR



Mariana arregala os olhos, e Zeca, rapidamente, pergunta:

— 6 Erres!!!?? O que é isso?

Os três entram na cooperativa, que ocupa um galpão enorme. Muitas pessoas estão separan-

do plásticos, garrafas plásticas, embalagens de

papelão, papéis, latas, vidros e outros objetos.

Os trabalhadores conversam animadamente.

Vovô João diz a um dos trabalhadores:

— Boa tarde! Com licença, gostaríamos de

visitar a cooperativa e entender sobre os 6

Erres do cartaz.

O trabalhador, então, chama Dona Vera, a res-

ponsável pela cooperativa.

Dona Vera, muito simpática, se apresenta e convida Vovô João e as crianças para caminha-

rem pela cooperativa. Ela explica que ali são tratados vários tipos de materiais e que alguns

exigem cuidados especiais, como vidros e lâmpadas.

Mariana: — Dona Vera, o que são os 6 Erres?

— Os 6 Erres são um conjunto de ideias sobre o uso eficiente de recursos. Essas

ideias têm sido divulgadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambien-

te (Pnuma), que trabalha no mundo todo pela conservação do meio ambiente e

pelo uso sustentável dos recursos naturais.

Dona Vera continua: — Os três primeiros Erres (REPENSAR – REPOR – REPARAR)



fazem parte do planejamento de um produto. Vocês já ouviram falar sobre o ciclo de vida de um produto?

— Sim, conversamos muito sobre isso na semana passada no parque — diz Zeca — O ciclo de vida conta toda a história de um produto, desde o seu nascimento até o seu fim.

— Muito bem, Zeca — diz Dona Vera. — Esse é o pensamento do ciclo de vida! Esse pensamento é fundamental ao desenvolvimento sustentável, sabem por quê?

Vovô João: — A fabricação de um produto é só uma parte do ciclo de vida desse pro-duto. O pensamento do ciclo de vida vai muito além da fabricação. Ele trata dos impactos sociais, econômicos e ambientais envolvidos em todo o ciclo de vida do produto.

— Um pouco complicado, Vovô... — diz Mariana.

Vovô sorri: — É verdade, Mariana. Mas não se preocupe! O importante disso tudo é termos consciência na hora de fabricar e de comprar um produto. Devemos respei-tar a natureza, valorizar todo o seu esforço para produzir os recursos naturais que consumimos e utilizar esses recursos com responsabilidade.

— Assim, crianças, antes de criarmos ou fazermos qualquer produto, é preciso que pensemos e estudemos sobre o que queremos de um produto novo. Se o produto já existe, é preciso repensar como podemos melhorá-lo — diz Vovô.

E continua...

— Devemos pensar em como melhorar as funções que este produto tem e como as pessoas vão usá-lo e descartá-lo. Os novos produtos devem ter a mesma função que tinham antes e, ao mesmo tempo, ser mais eficientes e inteligentes. As tampas das latas são um bom exemplo.


Zeca: — É verdade, Vovô. Eu lembro que a mamãe usava um abridor para retirar a tampa da lata de molho de tomate. Hoje em dia, ela só retira uma argolinha de plástico da tampa e abre a lata só com as mãos. Mariana: — Mas o que cada um dos 6 Erres quer dizer?

Todos ficam atentos às explicações de Dona Vera:


Para COLORIR


Repensar

— Vejamos... o que eu posso fazer para que o

produto consuma menos energia? Existem peças

de reposição para que eu possa utilizar o pro-

duto mais vezes e por muito tempo? Tenho onde

jogar fora esse produto quando ele não for mais

útil? Esse é o Erre do Repensar — o produto e

suas funções são estudados por quem o inventa,

para que seja mais eficiente.

— Por exemplo — continua Dona Vera —, as gela-

deiras fabricadas atualmente consomem bem menos energia que as geladeiras de

antigamente. As atuais são mais eficientes no consumo de energia. Isso vale para

televisores, carros, lâmpadas e muitos outros produtos. Então, devemos ficar aten-

tos quando vamos comprar um produto e observar se o fabricante usa os recursos

naturais com responsabilidade.

Se algum dia você for produzir ou melhorar um produto,

use a imaginação para repensar como torná-lo mais

EFICIENTE. Assim, você estará ajudando a diminuir o

desperdício e a respeitar o meio ambiente.

Vovô: — Aprendemos sobre o primeiro ERRE. Qual será o próximo?



Repor

— O Erre de Repor diz que as fábricas devem substi-tuir, na fabricação dos produtos, as substâncias tóxicas prejudiciais à saúde humana, dos animais, das plantas e do meio ambiente por substâncias mais seguras — diz Dona Vera.

Vovô João: — As empresas estão sempre fazendo pesqui-sas para melhorar a qualidade ambiental dos seus pro-dutos. O chumbo é um metal muito tóxico. As fábricas de tinta, por exemplo, estão usando menos chumbo na composição das tintas. As fábricas também estão uti-lizando água em vez de solventes para produzir tintas atóxicas.

Dona Vera: — Bom exemplo, seu João. A minha casa foi pintada no mês passado e não sentimos aquele cheiro forte de tinta, provocado pelos solventes.

Os solventes são líquidos em que se dissolvem os

pigmentos que dão cor às tintas.



Reparar

— Mais um Erre, Dona Vera! — pede Mariana.

— O Erre de Reparar é o terceiro do planejamento e desenho do

produto que será fabricado. Esse é o Erre que se preocupa com

as partes de um produto, de forma a facilitar a troca de peças

quebradas. Reparar é uma excelente alternativa, que contribui

para a proteção do planeta. Quando um liquidificador quebra,

pode ser facilmente consertado, pois existem peças de reposi-

ção de fácil acesso. Não sendo necessário comprar um aparelho

novo. Isso é Reparar! — diz Dona Vera.


Para COLORIR




Reduzir

— Já o Erre de Reduzir — continua Dona Vera — nos faz pensar em como é possível

diminuir o consumo de matéria-prima, de energia e de água para a fabricação ou

reduzir os gastos com o transporte do produto até as lojas.

— Vocês sabiam que existem métodos científicos que são aplicados para se desco-

brir em quais partes do ciclo de vida é possível economizar? — Pergunta Dona Vera.

— Um desses métodos é chamado de Avaliação do Ciclo de Vida. Mas esses métodos

são aplicados somente após conhecermos o Ciclo de Vida completo de um produto.

— É bom lembrar que todos nós pode-

mos contribuir para a economia dos

nossos recursos naturais gastando

menos água e energia. Vejam alguns

exemplos de como podemos agir: des-

ligando a televisão quando ninguém

estiver assistindo, tomando banhos

rápidos, apagando as luzes da casa

em ambientes onde não há ninguém e

fechando bem as torneiras para evitar

vazamentos — finaliza Dona Vera.


O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA - uma história de descobertas -48© Mauricio de Sousa Produções Ltda.

Reutilizar

Dona Vera: — O Erre de Reutilizar significa fabricar um produto que possa ser des-manchado para que as suas partes sejam utilizadas novamente, evitando, assim, que vá para o lixo aquilo que pode ser reutilizado. Um computador e seus compo-nentes podem ser desmontados e reutilizados na fabricação de um novo computa-dor, por exemplo.

Dona Vera continua: — Aqui na cooperativa, separamos diferentes materiais que fo-ram jogados no lixo — embalagens longa-vida, caixas de ovos, garrafas plásticas — e os reutilizamos para fazer artesanato, brinquedos, bolsas e até móveis, vocês acreditam?

Para COLORIR

Mariana: — Acho que só falta um Erre, agora...

— Exato, Mariana — diz Dona Vera — vamos conversar sobre o último Erre, o mais conhecido de vocês... o Erre da Reciclagem.


Reciclar

Dona Vera: — Reciclar é transformar produtos e materiais que são jogados fora em matérias-primas ou em novos produtos. A primeira etapa do processo é separar e retirar do lixo o material reciclável.

Vovô: — Podemos separar o material reciclável em casa. Quando fazemos isso, esse material deve ser enviado limpo e seco para as cooperativas ou postos de coleta. Em algumas cidades, é feita a coleta seletiva do material reciclável.



Zeca: — Na feira de ciências da minha escola, foram apresentadas várias coisas que são recicladas: latas de alumínio, garrafas plásticas e vidros. Eu aprendi que o Bra-sil é recordista mundial em reciclagem de latinhas de alumínio: recicla 98% do total de latas que a indústria coloca no mercado. Para cada 100 latinhas que chegam às prateleiras, 98 são recicladas!

— Na reciclagem, fazemos mágicas com o lixo! — brinca Dona Vera.

Os troféus do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 de 2009, entregues aos vencedores, foram criados a partir de plástico reciclado, coletado no próprio autódromo durante a temporada do Grande Prêmio. Uma miniusina de reciclagem funcionou no autódromo para recuperar o plástico descartado durante o evento.

Para COLORIR


Por que reciclar?

• Diminui a quantidade de lixo enviada aos lixões e aterros;

• Diminui o consumo de matéria-prima e a extração de recursos naturais;

• Diminui o consumo de energia;

• Diminui a poluição;

• Contribui para a limpeza da cidade;

• Gera empregos;

• Desperta a consciência ambiental na sociedade.

Vovô João agradece à Dona Vera pela visita:

— Dona Vera, muito obrigado por nos mostrar a cooperativa. Aprendemos muito

sobre a importância dos 6 Erres. Precisamos refletir sobre as nossas atitudes para

contribuirmos com a conservação e preservação do planeta.

Dona Vera: — Foi um prazer recebê-los. Crianças, vocês aprenderam como é impor-

tante repensar os nossos hábitos de consumo e o descarte de material no ambien-

te. Conversem sobre isso com seus professores, colegas, amigos e com a sua famí-

lia. Vocês podem brincar e aprender mais sobre os 6 Erres no endereço eletrônico

http://acv.ibict.br/jogo, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecno-

logia (Ibict), onde há vários tipos de joguinhos.


— Obrigada, Dona Vera. Foi muito legal conhecer a cooperativa! — diz Mariana.

— Mariana, vamos começar uma campanha sobre os 6 Erres em nossa escola e so-bre tudo o que aprendemos nesses dias! — comemora Zeca.

ESCOLHA E COMPRE PRODUTOS QUE SEJAM FABRICADOS

OU COMERCIALIZADOS POR EMPRESAS QUE SE PREOCUPAM

COM A SAÚDE DA SOCIEDADE E DO MEIO AMBIENTE.


Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

avaliação do ciclo de vida

Em meio as crescentes preocupações com a escassez de recursos naturais e o aumento da geração de resíduos, é cada vez mais importante a aplicação de ferramentas, políticas e metodologias que reduzam os impactos ambientais negativos das atividades produtivas e promovam uma alteração dos padrões de consumo.

A desinformação dos usuários e a ausência de regulação para o descaso e/ou punição para as infrações e danos ambientais distanciam as pessoas dessa problemática e não as inserem como co-participes.

O “6 Erres” é um método lúdico, desenvolvido pela UNEP, de expressar o conceito de sustentabilidade. A integração de todos os erres permite uma visão holística da organização pública, privada, industrial ou educacional. Estabelece as ações necessárias à implantação de uma filosofia sustentável atuando nas dimensões econômica, social e ambiental.

O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e seus parceiros no projeto “Inventário do Ciclo de Vida para Competitividade Ambiental da Indústria Brasileira” expressam, nesta obra, o conceito de sustentabilidade apresentando os “6 erres” por meio de uma história infantil, objetivando fornecer subsídios à educação ambiental no ensino fundamental e fornecer ferramentas aos futuros brasileiros, que possibilite o desenvolvimento de uma cultura voltada ao menor consumo ou uso racional dos recursos naturais.

Celina Lamb

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O PENSAMENTO DO CICLO DE VIDA - uma história de