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ISSN 1517-6819 64% dos cearenses ainda não escolheram deputado estadual De cada três cearenses, dois ainda não sabem em quem votar para deputado estadual ou federal. Indefinição é maior entre jovens. Pessoas com menor escolaridade e renda familiar também estão entre os que demonstraram pouco interesse pelas eleições proporcionais Página 20 O POVO DATAFOLHA Artur Eduardo Benevides, o “príncipe dos poetas cearenses”, morre aos 91 anos PÁGINA 24 RADAR Motorromaria conduz devotos de São Francisco da Capital até Canindé PÁGINA 6 COTIDIANO INTERIOR EM DESTAQUE SAÚDE O POVO voltou a Reriutaba para reencontrar médicos cubanos que chegaram ao Interior há um ano. O que se viu foi que a presença de médicos provoca mudanças no cotidiano de quem mais precisa PÁGINAS 4 E 5 Um ano do programa Mais Médicos FÁBIO LIMA R$ 2,00 - FORTALEZA - CE - SEGUNDA-FEIRA - 22 DE SETEMBRO DE 2014 - ANO LXXXVII, Nº 28.959 - 86 ANOS - WWW.OPOVO.COM.BR Justiça Eleitoral do Ceará determina suspensão de 47 convênios POLÍTICA Foram cancelados convênios entre a Secretaria das Cidades e 33 municípios PÁGINA 17 Corinthians vence São Paulo de virada PÁGINA 3 Clássico Fla X Flu termina em empate no Maracanã PÁGINA 3 VÔLEI MASCULINO CHEGOU PERTO, MAS NÃO ALCANÇOU O TETRA PÁGINA 5 EDIÇÃO FECHADA ÀS 22h45, COM 80 PÁGINAS LEIA NA EDIÇÃO DE HOJE: PRIMEIRO CADERNO, VIDA&ARTE, ESPORTES, THE NEW YORK TIMES E POPULARES (REGIÃO METROPOLITANA) OMBUDSMAN ATENDIMENTO TECLE 1 - Se você é cliente ou leitor TECLE 2 - Se você não é cliente e deseja assinar ou anunciar TECLE 3 - Para sugerir pautas TECLE 4 - Para promoções TECLE 5 - Para cancelamento (85) 3254 1010 (85) 3255 6181 [email protected] [email protected] assine.opovo.com.br MANDE FOTOS, VÍDEOS, ÁUDIOS E FLAGRANTES PARA A GENTE. NOS ADICIONE: (85) 8201 9291 WHATSAPP O POVO CEARÁ: DILMA MANTÉM LIDERANÇA, MARINA CAI E AÉCIO SOBE COTIDIANO Morte Estudante da UFC morre em trilha de parque nos EUA PÁGINA 6 Luxo ao alcance de todos: como juntar dinheiro para viver os melhores sonhos ECONOMIA PÁGINAS 25 E 26 SERTÕES. DOLORES FEITOSA, SENHORA DOS INHAMUNS, NARRA AS LUTAS NO MEIO DO MUNDO PÁGINAS 12 E 13 DESCANSO. TER TEMPO PARA SE RENOVAR É CRUCIAL PARA ALCANÇAR MELHOR DESEMPENHO PÁGINA 1 PÁGINAS AZUIS NEW YORK TIMES Seleção brasileira comandada por Bernardinho perdeu para a Polônia Corintianos diminuem a distância em relação ao líder Cruzeiro Os romeiros percorreram cerca de 120 quilômetros em motocicletas Dolores Feitosa completa 90 anos JOE KLAMAR/AFP RODRIGO GAZZANEL/FOLHAPRESS EVILÁZIO BEZERRA SARA MAIA

O POVO DATAFOLHA 64% dos cearenses ainda não … · ISSN 1517-6819 64% dos cearenses ainda não escolheram deputado estadual De cada três cearenses, dois ainda não sabem em quem

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ISSN 1517-6819

64% dos cearenses ainda não escolheram deputado estadual De cada três cearenses, dois ainda não sabem em quem votar para deputado estadual ou federal. Indefinição é maior entre jovens. Pessoas com menor escolaridade e renda familiar também estão entre os que demonstraram pouco interesse pelas eleições proporcionais Página 20

O POVO DATAFOLHA

Artur Eduardo Benevides, o “príncipe dos poetas cearenses”, morre aos 91 anos PÁGINA 24

RADAR

Motorromaria conduz devotos de São Francisco da Capital até Canindé PÁGINA 6

COTIDIANO

INTERIOR EM DESTAQUE SAÚDE

O POVO voltou a Reriutaba para reencontrar médicos cubanos que chegaram ao Interior há um ano. O que se viu foi que a presença de médicos provoca mudanças no cotidiano de quem mais precisa

PÁGINAS 4 E 5

Um ano do programa Mais Médicos

FÁBIO LIMA

R$ 2,00 - FORTALEZA - CE - SEGUNDA-FEIRA - 22 DE SETEMBRO DE 2014 - ANO LXXXVII, Nº 28.959 - 86 ANOS - WWW.OPOVO.COM.BR

Justiça Eleitoral do Ceará determina suspensão de 47 convênios

POLÍTICA

Foram cancelados convênios entre a Secretaria das Cidades e 33 municípios PÁGINA 17

Corinthians vence São Paulo de virada PÁGINA 3

Clássico Fla X Flu termina em empate no Maracanã PÁGINA 3

VÔLEI MASCULINO CHEGOU PERTO, MAS NÃO ALCANÇOU O TETRA PÁGINA 5

EDIÇÃO FECHADA ÀS 22h45, COM 80 PÁGINASLEIA NA EDIÇÃO DE HOJE: PRIMEIRO CADERNO, VIDA&ARTE, ESPORTES, THE NEW YORK TIMES E POPULARES (REGIÃO METROPOLITANA)

OMBUDSMANATENDIMENTO TECLE 1 - Se você é cliente ou leitorTECLE 2 - Se você não é cliente e deseja assinar ou anunciarTECLE 3 - Para sugerir pautasTECLE 4 - Para promoçõesTECLE 5 - Para cancelamento

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CEARÁ: DILMA MANTÉM LIDERANÇA, MARINA CAI E AÉCIO SOBE

COTIDIANO

Morte Estudante da UFC morre em trilha de parque nos EUA PÁGINA 6

Luxo ao alcance de todos: como juntar dinheiro para viver os melhores sonhos

ECONOMIA

PÁGINAS 25 E 26

SERTÕES. DOLORES FEITOSA, SENHORA DOS INHAMUNS, NARRA AS LUTAS NO MEIO DO MUNDO PÁGINAS 12 E 13

DESCANSO. TER TEMPO PARA SE RENOVAR É CRUCIAL PARA ALCANÇAR MELHOR DESEMPENHO PÁGINA 1

PÁGINAS AZUIS

NEW YORK TIMES

Seleção brasileira comandada por Bernardinho perdeu para a Polônia

Corintianos diminuem a distância em relação ao líder Cruzeiro

Os romeiros percorreram cerca de 120 quilômetros em motocicletas

Dolores Feitosa completa 90 anos

JOE KLAMAR/AFP

RODRIGO GAZZANEL/FOLHAPRESS

EVILÁZIO BEZERRA SARA MAIA

PÁGINA 6 COTIDIANO FORTALEZA - CE, SEGUNDA-FEIRA - 22 DE SETEMBRO DE 2014

Motorromaria conduz devotos

Até Canindé

Já passava das 10 horas quando o cortejo com milha-res de motocicletas entrou em Canindé. Homens e mu-lheres, devotos de São Fran-cisco das Chagas, partiram de Fortaleza por volta das 8 horas. Essa foi a 28º edição da motorromaria - que teve como ponto de encontro o Colégio da PM, na avenida Mister Hull As buzinas, as bandeiras, os sorrisos e os acenos se repeti-ram por todo o percurso, feito através da BR-020.

Foram necessários 70 in-tegrantes da Polícia Rodoviá-ria Federal (PRF) para rea-lizar fiscalização e controle do evento. Segundo o inspe-tor Marcos Siqueira, respon-sável pela operação, estavam sendo utilizadas 12 motocicle-tas da polícia para acompa-nhar o cortejo de perto, outras 32 para abrir caminho com an-tecipação e mais dez viaturas da PRF para acompanhar.

As viaturas que seguiam na frente do cortejo para-vam os veículos que vinham em contrafluxo - os conduto-res tinham que esperar pelo menos dez minutos até que todo o comboio passasse. Al-guns até se divertiam com a situação e aproveitavam para fotografar o oceano de motos na via. Outros, entre-tanto, consideraram injusta a espera. Uma ambulância do Serviço Médico de Urgên-cia (Samu), que vinha em contrafluxo, entretanto, pas-sou por entre a comitiva de “motorromeiros”.

Nos arredores da estrada, além dos celulares prontos para filmar e fotografar, tam-bém estavam mãos estendi-das para pedir. A motorroma-ria faz parte das festividades de São Francisco das Cha-gas, que serão realizadas entre os dias 9 e 19 de outu-bro, em Canindé.

Intercâmbio. Aluno da UFC morre após subir montanha no Arizona Jovem de 22 anos foi resgatado por um helicóptero e levado a um hospital, mas não resistiu. Autópsia deve ser feita amanhã

Lusiana Freire [email protected]

Um estudante da Uni-versidade Federal do Ceará (UFC), bolsis-

ta do programa Ciência Sem Fronteiras, morreu após se sentir mal durante uma tri-lha numa montanha na cidade de Phoenix, capital do estado americano do Arizona, no úl-timo sábado. Emanuel Rodri-go Biana, 22 anos, era aluno do quarto semestre do curso de Engenharia Elétrica.

O incidente aconteceu no parque Camelback Mountain. Emanuel havia iniciado o in-tercâmbio há pouco mais de um mês. Ele estava com um grupo de amigos e chegou a ser socorrido, mas não re-sistiu. A corretora de imó-veis Ana Maria Biana, mãe do estudante, conta que a irmã dele está nos Estados Uni-dos aguardando a liberação do corpo. A irmã conversou com estudantes que acompa-nhavam o jovem na trilha.

Segundo amigos relataram, todos iniciaram o passeio com preparação. “Eles leva-ram bastante água e prote-

Motorromaria fez o trajeto de Fortaleza a Canindé

EVILÁZIO BEZERRA

Está cada vez mais claro que a redução da violên-cia tornou-se uma pre-ocupa-ção mundial e um indica-dor de de-senvolvi-mento social

Homicídios em queda no mundo. E aqui?

As taxas globais de violência podem cair pela metade até 2040. A pre-visão foi anunciada semana passa-

da durante uma conferência sobre redução da violência global promovida pela Universidade de Cambridge, da Inglaterra, e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dos 88 países que participaram da pesquisa, 67 mostram declí-nio nos indicadores de homicídios entre 1995 e 2010. A projeção de queda dos índices de homi-cídio e de violência interpessoal nos próximos 30 anos leva em consideração que as políticas bem-sucedidas sejam definidas e implementa-das pelos governos.

Entre as ações apontadas como determinantes para a redução nos indicadores destacam-se estratégias policiais eficazes, méto-dos de reabilitação, melhores serviços de proteção às crianças e mudanças de atitude na sociedade. Por outro lado, as nações com os índices de violência interpessoal mais elevados possuem diversos pontos em comum, como: corrupção, mercados ilegais altamente rentáveis, baixo investimento público em saúde e edu-cação, além de uma força policial ineficaz e que não desfruta da confiança do cidadão. A OMS deve lançar até o fim do ano um relatório sobre preven-ção à violência global. As informações servirão para a elabora-ção de políticas públicas com base nas experiências exitosas em

SEGURANÇA PÚBLICA

Ricardo Moura

Esta coluna é publicada às

segundas-feiras O jornalista e doutorando em Segurança Pública escreve esta coluna quinzenalmente

[email protected]

diversas partes do mundo. Está cada vez mais claro que a redução da violência tornou-se uma preocu-pação mundial e um indicador de desenvolvimento social. Os governos que souberem aproveitar esse momento histórico certamente sairão na frente. Países como Estônia, África do Sul, Polônia e Rús-sia mostram que o declínio sustentável na taxa de homicídios pode ser um objetivo bastante realizá-vel. Se há notícias promissoras em algumas regiões do globo, a violência permanece um desafio longe de ser resolvido. As taxas de homicídio permane-cem elevadas na maioria dos países da América La-tina. Na África, poucas nações dispõem de informa-ções confiáveis sobre o tema. No Brasil, um dos pontos de partida é estancar a elevada mortalidade da juventude. Um avanço, nesse sentido, é a percepção de que a responsabi-lidade sobre o assunto precisa ser compartilhada. Aos poucos, a ideia de que a segurança pública não é exclusividade de polícia ganha terreno. É preciso construir uma rede de proteção social que comece no pré-natal e se estenda ao início da vida adulta. Isso não significa dizer que o trabalho policial não tenha de passar por um intenso processo de aper-feiçoamento. Reconquistar a confiança da popula-ção na polícia é um passo importantíssimo para que

As socieda-des que reduziram os índices de homicí-dio possuem baixa tole-rância a comporta-mentos vio-lentos e an-tissociais

se possa reduzir a quantidade de homicídios. Talvez o grande embate ocorra no interior da pró-pria sociedade. A elevação da renda da população não veio acompanhada de um fortalecimento da ci-dadania. Os jovens da periferia continuam a ser tra-tados como cidadãos de segunda classe. Além disso, vivemos em enclaves de segurança temendo a tudo e a todos. Esse estado permanente de tensão dissolve laços sociais e acentua o individualismo do “salve-se quem puder”. Como consequência, toleramos peque-nas infrações e fechamos os olhos para aqueles que fazem justiça com as próprias mãos. De acordo com Manuel Eisner, do Instituto de Crimi-nologia de Cambridge, as sociedades que reduziram os índices de homicídio possuem baixa tolerância a com-portamentos violentos e antissociais. Ou seja, é preciso que a cidadania passe a ser exercida de maneira plena: com todos seus direitos e também seus deveres. Isso só reforça a noção de que as soluções preci-sam ter um caráter coletivo e estrutural. O que mais vemos, no entanto, são propostas eleitorais de alcan-ce restrito, conservadoras e populistas sobre o tema. Enquanto esse for o horizonte da nossa política, difi-cilmente a redução pela metade dos índices de homi-cídios será uma realidade no Brasil. Nem em 2040.

tor solar. O percurso até o topo é feito em 50 minutos, mas eles levaram duas horas porque foram devagar”, relata Ana Maria.

Na subida, o estudante de Engenharia ainda chegou a parar para descansar e só al-cançou os colegas já no topo da montanha, segundo a mãe. Na volta, o jovem pediu aos ra-pazes que seguissem na fren-te, pois iria esperar as meni-nas, que andavam em ritmo

mais lento. Foi na volta que Emanuel sentiu-se mal, con-forme Ana Maria. “Ele não chegou a cair, mas desfale-ceu, como se fosse desmaiar”, conta a mãe.

Emanuel foi resgatado por um helicóptero e levado a um hospital. O estudante foi sub-metido a ressuscitação, mas não resistiu. Uma autópsia para atestar as causas da morte está prevista para ocor-rer amanhã. De acordo ainda

com Ana Maria Biana, não há previsão para liberação do corpo. “Se os médicos acharem que essa autópsia será conclusiva, eles liberam”. A família ainda não decidiu onde será realizado velório e sepultamento do estudante.

O consulado brasileiro nos Estados Unidos e a Arizo-na State University, onde o jovem realizava intercâmbio, têm prestado assistência à irmã de Emanuel, segundo Ana Maria. O estudante esta-va nos Estados Unidos desde 13 de agosto. Segundo a mãe, ele nunca havia praticado trilhas ou esportes radicais. Caso semelhante

Em 7 de agosto de 2012, o estudante João Felipe Melo, 17 anos, morreu ao cair no mar enquanto escalava mon-tanha no Parque Paritutu, na Nova Zelândia. O corpo do jovem foi encontrado 11 dias depois. Felipe havia saído em excursão com outros dez estudantes do Spotswo-od College. Duas pessoas que tentaram salvá-lo tam-bém desapareceram.

Emanuel era aluno do 4º semestre do curso de Engenharia Elétrica

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