O Povo Outonal - Changeling O Sonhar

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    Por Deirdre Brooks e Brian Campbell

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    Crditos:Escrito por: Deirdre Brooks e Brian CampbellDesenvolvido por: Ian LemkeEditado por: Ethan SkempVice Presidente Encarregado da Produo: RichardThomasDiretor de Arte: Aileen E. Miles, Lawrence SnellyArte: John Dollar, Mark Jackson, Brian LeBlanc, H. J.McKinney, Adam RexArte da Capa: Michael GaydosArte da Borda: Henry HiggenbothamDesign da Capa e Contra-capa: Aileen E. MilesLayout e Diagramao: Katie McCaskill

    Agradecimentos especiais:Mark "Sem Diplomacia" Hein Hagen, Por sucumbirpara a bebida.Steve "Diverso Obrigatria" Weick, por garantir que

    todos tivessem um pouco.Stewart "Sem Diverso Obrigatria" Weick, por noquerer ter nenhuma.Rob "To Infantil" Hatch, por como ele se sentia sobrepintura com dedosMichelle "Parece Com um Pato" Prahler, por ficarimaginando quem se parece com um.Kim "Pequena" Shropshire, por andar debaixo da barracaribenha.Staley "Buffet" Krause, por evitar a cozinha nojentaErin "Co que Late" Kelly, por seu alarme diferenteDavid "Darkman" Remy, por pintar o cho de preto

    Dana "Batgirl" Buckelew, por manter Clarkston segura.Scott "Ira de Gaia" Cohen, por ter uma rvore em suacozinha.

    1995 pela White Wolf. Todos os direitosreservados. Reproduo sem permisso escritapelo editor expressamente negada, excetocom o propsito de resenhas. Changeling: OSonhar, Mago: A Ascenso, Lobisomem: OApocalipse, Wraith: The Oblivion, Vampiro:A Mscara e O Povo Outonal so marcasregistradas de direito autoral da White Wolf.

    A meno ou a referncia a qualquercompanhias ou produtos nessas pginas no um desafio as marcas registradas ou direitos

    autorais respectivos.

    Crditos da Edio Brasileira:Ttulo Original: The Autumn PeopleEquipe de Traduo: Arcadia TeamConto (Borboleta) - Fil Hippos e RodIntroduo - Fil Hippos e RodCaptulo 1 - RodCaptulo 2 - RGT e RodCaptulo 3 - RGT e RodCaptulo 4 - RGT e RodCaptulo 5 - Lobo Lipdios Czarniano, RGT e RodCaptulo 6 - Lobo Lipdios CzarnianoApndice - RGT, Twilight e RodReviso do Texto: Rod e TwilightCapa e Contracapa: RGTDiagramao: Folha do Outono

    Agradecimentos do Arcadia Team:A todos que postaram no Arcadia Team e ajudaram de

    uma forma ou outra... Vocs sabem quem vocs so.Visitem o Arcadia Team no Orkut!www.orkut.com/Community.aspx?cmm=19353453

    Esse o nosso primeiro livro, queentregamos com prazer a vocsem 20 de Dezembro de 2006

    Arcadia Team - Grupo de Traduo

    Esta uma traduo livre e sem finslucrativos do livro Autumn People da WhiteWolf Ltda. Todos os direitos esto com a WhiteWolf. Esse um trabalho feito livremente e nopode ser vendido ou distrbuido para obtenode lucro.

    Estamos fazendo isso pois a editora quedetm os direitos de publicao dos livros daWhite Wolf no Brasil no publica todo omaterial lanado para o sistema em questo.

    um trabalho de fs para fs.

    2 O Povo Outonal

    http://d/Rpg/Projetos%20em%20Andamento/Autumn%20People/Umbra%20Revised/Orkut%20-%20Comunidade%20do%20Na??o%20Garouhttp://d/Rpg/Projetos%20em%20Andamento/Autumn%20People/Umbra%20Revised/Orkut%20-%20Comunidade%20do%20Na??o%20Garou
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    Contedo

    Borboleta 5

    Introduo 11

    Captulo Um: Observando da Janela 17

    Captulo Dois: O Frio do Inverno 25

    Captulo Trs: Juntando as Folhas 37

    Captulo Quatro: Os Dauntain 49

    Captulo Cinco: Narrando 69

    Captulo Seis: O Poder Outonal 79

    Apndice: Dauntain Infames e Outros 85

    Contedo 3

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    Borboleta

    Por Brian Campbell

    Eu j fui outrora uma filha da primavera. Essapoca me parece to distante agora.

    Quando eu era uma garotinha, minha me medeixava brincar no seu jardim. Aquilo, pra mim, era oparaso. Os botes de rosas eram meus melhores amigos.Eu podia confiar neles. Nas tardes de primavera eu liahistrias para as flores. Eu no conhecia todas aspalavras nos livros que eu pegava emprestado dabiblioteca do meu pai, mas eu era capaz de criarinfinitos floreios nas histrias que contava. No importao quo elaborado os contos se tornavam, as rosasouviriam atentamente. Borboletas planavam prximaspara ouvir, e elas se alegrariam na beleza de tudo.

    Aqueles dias de primavera foram os mais felizes daminha vida. Cada dia ensolarado era cheio do prazer dajuventude, e minha exuberncia era tamanha que sentiaque eu quase podia quase voar. Quando uma brisa deprimavera soprava pelo jardim, eu me lembro de terdesejado por asas que me levassem com o vento.

    Meu pai sempre me ensinou o valor do trabalhoduro. Ele queria que seu filho fosse capaz de prover parasua famlia. Eu nunca pensei que tivesse que aprendertanto, mas ele me ensinou tudo que eu precisaria saber.

    Na oficina, ns trabalhamos por horas. A nicaqualidade que eu me lembro dele era a pacincia. Ele

    nunca conseguia expressar como se sentia em palavras,

    mas o fato de que ele gastou tanto tempo me ensinandocarpintaria dizia mais do que qualquer palavra que ele

    poderia escolher.Ele sempre foi metdico em relao ao seutrabalho. Para ele, o artesanato era a coisa maisimportante no mundo. Aprender isso leva um tempo.Quanto eu tinha 5 anos, os pregos que eu martelavasempre ficavam tortos e o pedao de tbua que eucortava com minha serra de treino nunca ficava preciso.Ele sempre foi paciente, entretanto, e me ensinou quequando voc comea alguma coisa, no deve deixarnada te distrair at terminar.

    Ele cuidadosamente media cada pea de madeiraque usava. Ele me ensinou a usar o lpiscuidadosamente, de maneira que minhas marcas nuncaestariam erradas por mais que 1/16 avos de polegada.Trabalhar com madeira foi uma das coisas que mais mederam prazer na minha vida. Cada vez que eu olhoalguma coisa que eu constru com as minhas prpriasmos, eu imagino as mos dele guiando as minhas.

    Eu fui uma jovem muito impaciente. Embora eufosse repetidamente castigada, eu no conseguia evitarfugir pela janela do meu quarto nas noites quentes deprimavera. Com a furtividade de um animal noturno, eudescia pela arvore ao lado da minha janela e fugia.

    Descala, eu corria infinitamente pelo luar. No meio da

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    doze anos de novo. Eu queria saber o quo alto ele podiachegar. Enquanto eu era carregada atravs da brisamarinha, eu sonhei acordada com o balano melevando para um lugar em que eu pudesse ficar sozinha.Talvez eu encontrasse alguma ilha por l, um lugar ondeeu poderia pensar nos meus sentimentos. Eu sonhei com

    um paraso to real quanto o jardim da minha me, esonhei com a brisa tropical me levando pelo mar.Fechei meus olhos.

    Escorreguei.

    Ela ria, enquanto o balano a levava para alturasimpossveis. Era como se ela no se preocupasse com suaprpria segurana. Ela pareceu quase se libertar do cho,como se algo dentro dela no pudesse ser preso gravidade.

    Eu estava pasmo. Ela simplesmente no podiaexistir. Sua risada era irreal. Senti inveja da felicidade

    que ela radiava, e senti admirao pela aura de liberdadeque ela carregava ao seu redor. Com isso veio o desejode proteg-la, de prevenir que se machucasse.

    Ela caiu.

    Eu estava sangrando na areia. O aroma do oceano

    pendurado opressivamente no ar. A dor fez meu rostocontorcer-se, e minha pele arranhou quando tenteiremover a areia do sangue que manchava meu vestidode algodo.

    Ele impediu minhas mos.Cuidadosamente, ele pegou um leno de seu bolso

    de trs e o enrolou no corte do meu brao. Sempalavras, ele me levou at o seu carro. Metodicamente,ele pegou um kit de primeiros socorros no porta luvas, ecuidadosamente colocou no corte.

    Meu corao parou. Eu olhei docemente, sorri etirei os cabelos de seus olhos. Foi quando eu vivenciei omais longo e profundo beijo da minha vida.

    Trs meses depois, eu acordei no meio da noite eme virei para v-la dormindo ao meu lado. Tudo pareciato impossvel. Como algo to maravilhoso assim

    aconteceria comigo? Ela era descuidada e imprevisvel,irresponsvel e inconstante, mas toda noite, nsdormamos na mesma cama no meu apartamentobarato. Toda manh, meu primeiro pensamento eracomo eu era sortudo por acordar ao seu lado.

    Cada dia era to feliz. Cada ao que eu tomava acada dia vinha do meu amor por ele. Eu estavaobcecada. Quando eu cozinhava arroz para o jantar, eupensava quo maravilhoso o prximo jantar luz develas seria. Quando eu separava suas meias paralavanderia, pensava como deixariam seus ps aquecidos.

    Quando eu lavava os lenis, eu no parava de

    sorrir.

    Borboleta 7

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    s vezes eu pensava nos meus amigos de SantaCruz, mas ficava cada vez mais difcil lembrar seus rostosconforme os meses iam passando. Num dia mido devero, eu me peguei na janela, observando o horizonte.

    Eu no sei aonde errei.Todo dia, eu voltava do trabalho. Todo dia, eu

    ficava feliz por v-la em casa. Isso parecia perfeitamentenatural para mim. Eu comprava pequenas coisas parafaz-la feliz. Guardei dinheiro para o aparelho de som,terminei de pagar a televiso, e ia com ela ao shoppingpara comprar mais coisas para o nosso apartamento. Euqueria lhe prover uma casa que a fizesse feliz.

    E todo dia, ela parecia mais desconfortvel. Euainda tinha esperanas que as coisas poderiam melhorar.Por que no estava funcionando? Eu pensava nos meuspais, seguros depois de 30 anos de casados na sua casano Colorado. De alguma maneira, isto no era a mesma

    coisa.Ficamos frios. Sentvamos na mesma sala, um

    tentando no ouvir a respirao do outro. Os jantares luz de velas deram lugar aos jantares na frente da TV, eas noites de romantismo, s comdias na TV e cansao.

    Dez anos depois, eu sento perto da janela e olhopara o quintal dos fundos. Ele gasta mais e mais tempofora de casa. Nosso primeiro ano juntos parece outravida. O jardim de rosas que eu plantei est brigandopara sobreviver. Por anos, eu tentei de tudo para ajud-lo, mas eu no tenho o mesmo dom que minha me.

    Quando eu olho para fora da janela, eu tenhodificuldades para me concentrar. Geralmente, isso nodura muito tempo antes do telefone tocar, ou do bebechorar. A televiso no canto mantm minha solidodistante.

    Eu nunca sei quando ele volta pra casa. Vriasvezes ele fica fora at tarde, e eu nunca sei quando elevoltar ou no bbado.

    Eu assisto as folhas de outono cair perto de minhajanela e tento me lembrar dos rostos dos meus velhosamigos.

    Eu lhe dei tudo que pude. Mesmo quando eurealmente digo que a amo, isso faz pouca diferena. Seeu no a amasse, como ela explicaria todos os anos queeu passei economizando para nossa casa? Como elaexplicaria tudo que eu lhe dei? Fiz tudo que meu pai medisse, e tentei deixar minha casa como a dos meus pais.

    Nada lhe fazia feliz.Eu estou bbado, mas estou me aquecendo. Eu

    esmago as folhas de outono abaixo dos meus psenquanto cambaleio pela noite. Eu no quero voltarpara casa.

    8 O Povo Outonal

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    Jack veio aqui na noite passada.Eu no o via h dez anos, Ele andava com o mesmo

    curvar que sempre teve, e seu cabelo ainda lhe cobria osolhos. Havia algo estranho com ele.

    Ele parecia no ter envelhecido um dia.

    Eu lhe ofereci uma taa de vinho e o convidei aentrar. Ele sentou apreensivo no sof, como velhosamigos freqentemente fazem quando se visitam, e eleperguntou da minha vida. Eu contei a ele. Quando euera uma garotinha, eu sonhava em ter um jardim derosas, mas agora as rosas no cresceram. Eu queria vivernuma ilha tropical, mas os ventos tropicais nunca melevaram embora. Eu achei que eu seria feliz, mas agoraeu no tinha nada no jardim, com exceo de pilhas defolhas secas.

    Por qu? Eu perguntei: Por qu?.Ele respondeu. Devagar, ele andou at mim e

    percorreu sua mo pelas minhas costas.

    O copo que eu segurava caiu no cho e quebrou.Ento meu velho amigo Jack cuidadosamente virou-se efoi embora.

    Em noites solitrias, eu fico ao seu lado, mas eu

    estou sozinho. No meio da noite, ela levanta e vagueiaat a janela. Vai at o corredor, longe de mim. O vento

    gelado sopra pela janela do quarto, e eu durmo de novo.

    Em noites solitrias, quando ele est dormindo, euobservo o silencio da minha priso. Estou aprendendo aser silenciosa. Quando eu roubo sorvete do congelador

    no meio da noite, quando eu ligo a TV s 3 da manh,quando eu decido rastejar pelo sto, eu caminhodescala no cho gelado, sem ousar fazer barulhos.

    O sto o lugar onde eu posso me lembrar decoisas que deixei de lado. No meio da noite, eu sento le deixo as lgrimas rolarem por minha face. Eumantenho caixas com minhas antigas coisas l, equando olho os vestgios da minha juventude, melembro do meu passado.

    Um dos tesouros que eu guardo est numa caixabranca. Quando eu preciso lembrar do passado, eu abroaquela caixa, tiro o papel de ceda, e olho o interior. Amemria da minha juventude volta. E eu consigolembrar dos rostos dos meus velhos amigos.

    Dentro da caixa, repousam duas folhas etreas nopapel de ceda como borboletas frgeis. Elas me lembramque o vento nunca vir novamente. Elas me lembramdo sacrifcio que eu fiz por meu amor.

    Sento-me, e choro, e percebo onde deixei minhasbelas asas.

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    Introduo

    Aqui rondamos a figueira bravaFigueira brava, figueira bravaAqui rondamos a figueira bravas cinco horas da madrugada. T.S. Eliot, Os Homens Ocos

    Lutamos para manter os sonhos vivos.Sonhos vem mais fcil quando somos jovens.

    Antes de nos ensinarem como o mundo real ,vivemos num estado de graa, acreditando que tudo possvel. Enquanto crianas, ns agimos em todas asoportunidades ilimitadas. Como piratas ou astronautas,bailarinas ou ninjas, ns transformamos caixas depapelo em naves espaciais, quintais em ilhas desertas ecasas em rvores em fortes armados. Mundos fantsticosesto ao nosso alcance e criaturas fantsticas comofadas, drages e monstros parecem estar a uma batidade corao de distncia. Podemos ir a qualquer lugar...Fazer qualquer coisa... Ser qualquer um.

    Em algum lugar durante o percurso, ns perdemoso entusiasmo. Paramos de brincar e comeamos asobreviver. A vida torna-se uma questo de se manter enosso idealismo substitudo pelo realismo. Nsbuscamos um trabalho estvel das 9hs s 17hs, viver emcasas tranquilas e nos drogamos em frente de TVs. Omundo de imaginao posto de lado enquanto nossavida torna-se mais banal. Inexoravelmente, nossapaixo pela vida liquefaz-se em contentamento pela

    segurana ou endurece-se em amargura pelas falhas.

    A situao fica pior se voc desistir. Entregar suaalma ao mundano mais fcil quando voc v aspessoas ao seu redor se entregarem tambm. Seusamigos envelhecem e se aquietam, sua paixo andarilha substituda por uma coleo de fitas de vdeo e umplano de aposentadoria, sua energia substituda poruma falsa segurana, e a necessidade de uma boa noitede sono torna-se a fora motriz de sua existncia. Portodo o seu redor, pessoas se entregam ao o mundoreal. A Banalidade da existncia torna-se uma foratangvel, te prendendo como uma teia de aranha.

    Sonhadores tm a fora de vontade para resistir.Eles lutam para manter a centelha que eles tiveram nainfncia viva, mantendo a crena de que tudo possvel. No mundo de Changeling, o poder do faz-de-conta, da criatividade infantil, real. Existe como umamanifestao glamuorosa da criao irrestrita. Glamour o oposto da fora tangvel da Banalidade quesentimos. Assim como a Banalidade ameaa nospressionar mais e mais enquanto envelhecemos, a vidade um Kithain uma na qual o sonhador tenta viver seusonho apesar da fora crescente da Banalidade

    esmagadora de almas que o ataca.

    Introduo 11

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    Tecendo a RedeAmanh, volvendo trs amanh e trs amanhde novo.Vai, a pequenos passos, dia a dia,At a ltima slaba do tempo inscritoQue a vida uma sombra ambulante: um

    pobre atorQue gesticula em cena uma hora ou duas,Depois no se ouve mais; um conto cheio debulha e fria,Dito por um louco, significando nada. William Shakespeare, Macbeth

    Por que o mundo fica to banal? O Sonhadordentro de ns acorda meio a noites solitrias e noslembra das possibilidades perdidas. Vendedores deCorporaes em casas luxuosas, artistas frustrados presosem trabalhos sem criatividade, amantes passionais emrelaes sufocantes: todos acordam um dia e se

    perguntam: O que aconteceu? A experincia humana preenchida com rituais mundanos que matam a mentee esmagam a alma. A palavra esprito torna-seobscenidade, a palavra mito uma mentira, a palavrasonho torna-se sinnimo de falsas esperanas. Apalavra mundano, que outrora significou mundial distorcida numa terrvel expresso. Simpatizando com aquietude, sanando suas mentes pelo bem dasobrevivncia. As mundanidades trazem uma brisagelada ao mundo.

    Assim como existem pessoas que sonham, existempessoas que matam sonhos. Alguns desses no percebemque o que eles fazem, involuntariamente espalhando

    conformidade, negao e o fechamento da mente. Essesso os Inocentes, eles no sabem o que fazem. Suasatividades so totalmente justificadas pelos seus pontosde vista: Por que criar um mundo no qual seguimosnossos sonhos se sabemos que a realidade ir rejeit-los?Por que as pessoas devem encher suas cabeas denoes tolas quando sabemos que elas no servem apropsito algum? Existem alguns que acreditam tofortemente na sua viso de mundo calmo que temem aparte desconhecida do ambiente ao seu redor. Os maisfrios entre eles so traioeiros. Sua ignorncia mata esua apatia macula, mas sua inocncia os absolve de toda

    culpa. Eles no podem acreditar num mundo de mgicasporque simplesmente no o entendem, e ao invs disso,eles criam sua anttese.

    Nem todas essas pessoas so ignorantes quanto aoSonhar. Num mundo onde o sobrenatural real, hpessoas que sabem da existncia de mgica. Isso asameaa com a sua vitalidade. Eles a arrancam e adesinfetam pelo bem de suas vidas livres de desespero. Omundo os levou loucura e agora vivem num estado deinveja e medo. Reagindo ao falso conhecimento eindignao, eles destroem o mundo ao seu redor... pelobem de sua prpria sobrevivncia. Eles so os Dauntain.

    Juventude e energia so como a primavera,

    florescendo com beleza e brilhando vibrante.

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    Sonhadores so os filhos da primavera. Os homens emulheres que sanam as mentes dos sonhadores rejeitama primavera. Para eles, a queda silenciosa da folhas deoutono mais que musical que o canto dos pssaros naprimavera. A destruio de folhas secas mais prazerosaque tecer coroas de flores. Eles so os homens ocos. Eles

    so os homens vazios.Eles so o Povo Outonal.

    Os InocentesA tpica Pessoa Outonal, sua maneira, com

    sorte um menor incomodo. Voc pode v-los de vriasformas a professora que toma as histrias emquadrinhos de uma criana porque elas so lixo, ochefe que no entende porque voc no gosta de sealgemar ao seu trabalho sem sentido, ou os paispreocupados em censurar livros e programas de TV parao bem de seus filhos. Existe uma mensagem que ressoaclara e alta: No pense, no sonhe, e no tenha

    esperanas. O mero fato de eles existirem em nmerosfaz as artes do Glamour um feito muito mais difcil.Viver num mundo onde nossos desejos so negados denovo e de novo nos endurece conforme bloqueamosnossos deleites e f de nossas vidas para diminuir a dor.

    Os homens vazios so os lderes de qualquerajuntamento de conformistas. Eles so um exemplovisvel para as pessoas ao seu redor do triunfo daconformidade sobre a viso. Fique na linha. Obedea.Siga. Acredite em ns. Sabemos o que melhor pravoc. O andarilho ferido que os segue perde a vontadede fugir dos instintos de grupo que ardeu em suas almas.Os adormecidos que seguem os Filhos Outonais no

    podem ver as maravilhas ao seu redor e o Povo Outonal ainda mais firme em mant-los dormindo. Emoposio, os sonhadores que negam a vida do Povovivem em um lcido sonhar acordado, pegos pelo feitiodos seus mundos de sonhos.

    H tambm os filhos do Outono cujas mentes soto padronizadas pela estase que eles podem cegar oolho mental do mais criativo dos Sonhadores.Inconscientes de seus efeitos nas pessoas ao seu redor,eles tecem conformidade onde quer que vo, esmagandoesperanas, minando vontades e fechando mentes. Asilenciosa mgica Outonal difcil de detectar e maisdifcil de resistir. Os seguidores do outono que so osmais perigosos so aqueles conscientes da existncia demgica em meio mundanidade. O sofrimento trazidopelos Inocentes nada comparado ao estrago causadopelos Dauntain.

    Os ConscientesO povo do Outono que sabe da existncia do

    sobrenatural bem mais efetivo que os Inocentes. Vidalhes traz dor e eles procuram alvio. As fadas so ummistrio e eles respondem com destruio,varrendo o mundo da alegria. Entre os seus est opadrinho da desprogramao da imaginao, umcientista visionrio ainda que excntrico chamado Dr.

    Anton Stark.

    Introduo 13

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    Sua primeira vtima foi uma garotinha que escapoupara outro mundo. Para ela, verdade e beleza eram amesma coisa, ela acreditava que vivia em um mundoonde a magia era real. Ela contou histrias de sua vidafeliz: ter danado com stiros, brincado com pookas, econhecido trolls e elfos pelo nome. Estava claro ao Dr.

    Stark que suas tendncias perigosas deviam serinterrompidas. Se fantasia era a doena, realidade era acura. Ele lentamente estilhaou seus sonhos,racionalizando seu conto de fadas com aconselhamentopsicolgico, razo fria e arrogante consentimento. Suavitria trouxe a ela o fim da infncia.

    Histrias de suas tcnicas so infames entre oschangelings. As fadas referem-se a qualquer dossoldados da conformidade que seguem os passos do Dr.Stark como Dauntain. Muitos dos Kithain nopercebem a cruel realidade: os Dauntain so de fatoaparentados s fadas. Eles so feitos de sangue ferico.Cada Dauntain teve o potencial de passar pelaCrislida, mas o mundo negou a cada um deles essaoportunidade. Traumas e danos, pesadelos e dores soparte deles. Eles rejeitam sua natureza ferica, negamseu prprio Glamour e atacam um mundo indiferente.Uma vez que todo Glamour se v, seus sofrimentosacabaro.

    Eles se regozijam enquanto as folhas secas tombamem pilhas. Eles preparam as chamas da razo corrompidapara queimar a espiritualidade do mundo e eles sepreparam para a chegada do Inverno.

    O Passar das EstaesE assim expira o mundoE assim expira o mundoE assim expira o mundoNo em estouro, mas sussurro.- T.S. Elliot, Os Homens Ocos

    O Mundo das Trevas que traz tanta tristeza raaferica nem sempre foi to vazio. Outrora o mundo tevea energia da primavera. A alma da Terra era viva, e apossibilidade mgica era levada nas brisas. A primaverado mundo foi chamada de Era Mtica, um tempo emque a magia e os mitos eram reais. Os praticantes demagia cuidavam da humanidade, e as fadas praticavam

    suas mgicas abertamente. O povo ferico andava juntoaos trods entre a Tellurian e Arcdia com impunidade.Os lugares mgicos no mundo continham energia,permitindo s fadas emergir em reinos onde a fantasiatorna-se real. Os feudos dos Kithain medievais foramto reais como um brilhante raio de sol e to cheios devida como um aroma fragrante de flores.

    Assim como a primavera deu lugar ao vero, ainfluncia ardente da Razo desceu sobre o mundo. AEra da Razo trouxe a controvrsia de filosofiasconflitantes. Um mundo de possibilidades ilimitadastinha uma desvantagem inerente. Se qualquer coisa possvel, a perda desse potencial uma possibilidade.Visionrios que ousaram buscar os limites da realidade

    provaram diferentes vises do que o mundo poderia ser.A esttica limitante da razo separou o Glamour mgicodas realidades existenciais.

    Conforme o cisma entre realidade e fantasiatornava-se maior, o Vero tornou-se Outono. As fadassentiram a magia falecendo no mundo. Criaturas

    mticas, famintas pela energia que alimentava a magia,retiraram-se para lugares escondidos da Terra ousucumbiram gentilmente no-existncia. Outrascriaturas, criaturas da noite, simpatizaram com olevantar das trevas e manipularam-na para seus prpriosfins. Enquanto o poder ferico sumia, a fora damelancolia e a misria dos Inquietos e dosAmaldioados reformavam o mundo.

    Agora, durante o Outono, o poder do Sonhar foiesquecido e o Glamour dos changelings negado pelalgica vazia que invade tudo. Cincia define os limitesda realidade. Realismo a ordem do dia. Mesmo sem asforas do sobrenatural, a realidade reforada pelasinstituies e credos que nos ensinam que a criatividadeno prtica e a sobrevivncia requer queabandonemos nossas esperanas e sonhos.

    O Inverno est prximo. As sombras se tornammaiores e as pessoas ficam cada vez mais frias. As fadasse amontoam ao redor das lumeeiras em suaspropriedades livres, reunindo suas prprias tropas. OsSeelie mantm o esprito vivo ao compartilharcoleguismo, oferecendo hospitalidade e espalhandonimo. Os Unseelie observam atentamente atravs dasjanelas a iminente melancolia enquanto caem emintrospeco e alegram-se por j ter conquistado uma

    noite mais escura explorando a profundidade desalmadade seus coraes perversos. As fadas esto longe deestarem despreparadas, pois elas podem ver o mover dasestaes pelo o que ele .

    A Chama da ImaginaoOs Kithain so esperanosos enquanto se preparam

    para batalha. A mstica dos truques sua armade guerra. Eles fogem das paredes confinantes dosescritrios e escolas para perambular em busca deaventura. eles elevam suas vozes em canes e baladas,cantando um mundo ideal onde amor verdadeiro,justia certa e beleza est em toda a parte. Para um

    changeling, acomodar-se em isolao e praguejar odestino do mundo soa ridculo. Os Seelie danam luzdo sol, os Unseelie se enfurecem nas tempestades, e seas fadas trabalharem suas mgicas direito, as pessoas aoredor podem, com um pouco de esforo, quebrar aslinhas da Banalidade que as manipulam.

    Buscar alegria e manter a esperana; isso mantmnossas crianas interiores vivas. Cale as vozes do PovoOutonal. Aquea-se com o fogo da sua imaginao eveja o Povo Outonal pelo que realmente so.

    Guarde a chama do seu corao. O Inverno estchegando.

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    Como Usar Este LivroChangeling um jogo de muitas atmosferas. O

    jogo pode inspirar criatividade manaca e caos irrestrito,mas ele pode carregar um lado trgico e mais pervertidotambm. As vtimas que voc encontrar neste livropodero ajud-lo a desenvolver uma tristeza suave emsua crnica. As fadas experimentam uma amvelepifania, mas a altura de sua felicidade posta emcontraste com o vazio ao seu redor. Cada Kithain passapor sua prpria Jornada do Heri, e para os Filhos deArcdia, nosso mundo o mundo subterrneo deles.

    A primeira metade do livro se foca no mundo dosmundanos e as vidas dos Inocentes, os mundanos quecomplicam as vidas dos changelings. Se voc desejauma crnica mais animada, o Povo Outonal no precisaser morbidamente medonho. Do ponto de vista de um

    pooka, eles esto apenas pedindo por uma bela pea, eavacalhar os mundanos sempre um deliciosopassatempo. Infelizmente, mesmo os maiores entre osmentirosos esto cientes de quo enganadores osHomens Ocos podem ser. O Povo Outonal podeadicionar um toque de medo a uma histria caso oNarrador assim o deseje. Os mais fortes entre osInocentes tecem uma magia sutil, e quando estoorganizados, eles so mortais.

    A segunda metade do livro traz detalhes completossobre os Dautain. Se os jogadores desejam que seus jogosenvolvam um pouco mais de confrontos, permita queesses inimigos fanticos tenham a chance de

    lutar pelo que acreditam. Os Dautain no fazem

    nenhum segredo de seu desgosto pelos changelings edestroem o que eles mal compreendem. Eles tm as suasprprias Condenaes, da mesma maneira; cada soldadodo Outono tem suas prprias razes para se juntar

    batalha, e cada um tem suas prprias idias distorcidasde redeno. Como anti-heris e antagonistas, essesKithain implacveis podem ser uma oposio desafianteao mais exmio changeling.

    AtmosferaOs homens ocos trazem uma amargura trgica a um

    jogo, a menos que suas aes sejam contrariadas porcriatividade acalorada. A eles falta a viso dos Filhos deArcdia, mas ao invs de permiti-los afundar com aalegria do jogo, o Narrador pode us-los para inspiraratravs do contraste. Eles so exemplos de porqueprecisamos de Glamour no mundo. Ao aprender peloseu exemplo falho, changelings podem encontrar seusdestinos, procurem eles por amor, honra, transfiguraoou ventura.

    TemaOs temas dominantes internos so a aproximao

    do Inverno e a morte da criatividade. Com a chegadado frio vem um tom de ambiguidade tica. Ospersonagens neste livro so um reflexo de seu ambientePunk-Gtico. So eles a causa... ou os resultados? Soeles vtimas ou viles? Os personagens os vero comoqualquer coisa entre incmodos ou adversrios, mas oNarrador pode us-los para desenvolver a ambientaode sua crnica. Os Kithain so anacronismos, lutando

    para sobreviver num mundo no qual eles no tm lugar.

    Introduo 15

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    Captulo Um:Observando da Janela

    Mas nosso peixe disse, No! No!

    Faa esse gato ir embora!

    Diga quele Gato no Chapu

    Que vocs no precisam brincar!Ele no deveria estar aqui!

    Ele no deveria existir!

    Ele no deveria estar aqui

    Quando sua me est fora!

    - Dr. Seuss, O Gato no Chapu

    Adormecer algo que fazemos gradualmente. Sedeixar nossos coraes e mentes morrer um processorepentino, seria mais fcil v-la vindo. Infelizmente,compromissos funcionam lentamente. V-la descer como observar uma janela no fim do dia. As sombrasaumentam conforme o sol se pe, e se nossas mentesesto ocupadas com outras coisas, voc nem vai reparara chegada das trevas. Cada passo parece ser incidental,mas quanto mais tempo passa, mais nos desgasta. aentropia da alma, e a menos que voc esteja ciente queisso est acontecendo e tome precaues,inevitavelmente termina com a beleza fria do passar dasestaes.

    H esperanas, de qualquer forma. Os Kithain,

    mesmo que vivam em um mundo diferente, lidaramtanto com a prfida mundanidade quanto o resto dens. Cada kith resiste de uma forma. Redcaps encarammoleques fortes nos playgrounds. Trolls seguram-se emsua honra em situaes tentadoras. Os stiros enfrentamo tdio com orgias e celebraes, e os pookas resistempregando peas nos mais ostentosos mundanos. OsSluaghs, no surpreendentemente, so os maisdeterminados em observar cuidadosamente a queda dasfolhas, pois seu cinismo cido lhes d viso do ladospero do mundo real.

    Banalidade alimenta a existncia da amargura, eningum entende a amargura como um sluagh...

    Captulo Um: Observando da Janela 17

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    O Testemunho de ArthurLbios de Peixe

    *cof!* *cof!* Desculpe. Um excesso de fleuma. Euno posso evitar isso eu sou, por natureza, uma pessoa

    fleumtica. Eu tenho que ser.Ento voc quer promover uma guerra contra a

    mundanidade? Perdoe-me por dizer isso, mas eu creioque se voc vai vencer, esses seus culos de lentes cor-de-rosa no vo te ajudar muito. Olhe ao seu redor, etalvez eu posso mostrar o mundo que eu vejo.

    AdeusEu perdi uma amiga minha a algum tempo atrs.

    Ns nunca nos vamos cara-a-cara, na verdade, mas elame respeitava por quem eu era. Sarah, eu e os outros denosso grupo vivemos perto da Universidade por seismeses. O centro de nossas esperanas, o ponto focal denossas aspiraes era uma kombi Volkswagen 1972verde-limo. Eu gostava porque a cor eravirulentamente ofensiva; Sarah gostava porque erabrilhante. Ns todos praticamente a venervamos,porque qualquer calmaria em aulas ou tragdiapercebida em nossas vidas era um bom motivo pra umaviagem na estrada.

    Quando ela tinha 17, ela era a pessoa de mentemais aberta que eu conheci. O fato de eu ter um sensode moda de um rato lobotomizado no a importava. Elavestia suas camisetas tie-dye com a graa de sua herana

    sidhe, eu usava meu moicano e gel com orgulho de umpunk de verdade. Ela nunca manteve o mesmonamorado por mais de uma semana, ela podia seapaixonar mais rpido do que a queda de um chapu, esuas variaes de humor faziam um tufo furioso pareceruma tarde calma. ramos jovens e estpidos, dirigindopor toda costa da Califrnia e fazamos um feliz infernoonde quer fossemos.

    Ouvi dizer que ela se casou e tem dois filhos. Quevive numa casinha quieta em alguma cidadezinhadesagradvel no norte da California . San Alguma-Coisa, um tpico inferno suburbano onde The DonnaReed Show o paradigma da vida familiar. Eu acho que

    ela gasta seu tempo se preocupando se todos os cuponsde desconto do jornal foram encontrados, se as crianasvo gostar do jantar que ela fez, e se seu marido vaichegar em casa bbado novamente.

    Onde isso comeou? Por que os sonhos chegaramao fim?

    InfnciaQuando eu penso no que meus pais me disseram

    quando era menor, eu lembro de todas as frases doritual. Tire as mos da! Sente-se. As melhores coisasda vida so aquelas que voc no deveria chegar perto.

    O que tem de errado querer levar um gato morto para a

    calada ou coaxar na lama com os sapos? Meus paissempre tentaram me deixar longe das coisas legais lesmas, minhocas e caracis estavam fora dos limites.Afinal, eu no sabia por onde eles haviam andado.Meu pai sempre dizia que eu no tinha juzo por sair nachuva. Eu no acho que ele tenha juzo por sair dela.

    a que tudo comea. As melhores coisas da vidaso chamadas de infantis cartoons, gibis, videogames...e at mesmo o faz-de-conta. As crianas so as nicasque sabem o quo poderoso o faz-de-conta.Changelings sabem da verdade: Todos brincamos de faz-de-conta. Olhe pro cara indo trabalhar de terno, oualgum empregado feliz atrs do caixa na OTolleys.Observo e aprendo; eles olham pra mim como se eufosse algum tipo de aberrao. A Banalidade nos fazesquecer que todos ns interpretamos papis. Se vocleva sua vida srio demais, voc se esquece dopotencial ilimitado que tem.

    Crianas no se rendem ao tdio. Elas no definemsuas vidas pelos seus trabalhos ou se deixam apegar aoarrependimento. Os humanos mais srios esquecem quearremedar a dor to fcil quanto danar ao luar ouliberar um arroto daqueles. Infelizmente, a adequaonos desencoraja de fazer essas coisas. Os pais nosensinam todas as coisas que no devemos fazer. Asmeninas devem ser damas, os meninos so ensinados aesconder seus sentimentos, e para todos dito ajaconforme sua idade. Eu acho que os crescidos soinvejosos. Crianas tem energia e entusiasmoinesgotveis, e adultos se esgotam tentando dar energia.

    Pra outras crianas pode ser bem pior, tanto quanto

    os adultos. Na maioria dos encontros de crianas, todasas crianas normais se renem e reafirmam o quonormais so. Foi ruim pra mim, mas foi pior ainda promeu amigo Jack. Ele nunca soube que era um troll, masele sempre foi no mnimo 10 centmetros maior quequalquer criana na classe. Se ele tentasse ficar ereto, osoutros ficariam nervosos, ento ele preferiu um curvarpermanente. Ele deixava sua voz e seus olhos baixos.

    Eu nunca disse pra ele se livrar do seu curvar atele ter conhecido outros trolls. Quando um grupo detrolls se encontra longe das pessoas que os ridicularizameles se orgulham do que so. At esse momento, eles socomo qualquer outra criana, envergonhados pelo que

    so. Voc se esconde, se conforma ou se mantm firme.Quando voc vive assim, voc no quer ver a

    mgica ao seu redor. Di. Qualquer um que tenhamgica, automaticamente tem mais que voc. Quando oPovo Outonal confrontado com mgica, parte delesdeseja que isso suma. Eu no os culpo. Mudana aessncia da mgica e quando a realidade mudadrasticamente na sua frente, isso te lembra de todas asmaneiras que o mundo pode mudar sem voc.Testemunhar o Glamour envolve admitir que o mundopode ser um lugar muito diferente do mundo seguro quevoc conhece. Libertar-se pode ser doloroso, e algumas

    vezes mais fcil apenas se esconder.

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    Changelings percebem quantas possibilidade elestm em suas vidas. Bem como as crianas: Eles

    realmente podem ser qualquer coisa, mas isso significase livrar de muitas coisas que foram ensinadas. Algumasidias vem de casa, mas a conformidade tambm seaprende na escola.

    EscolaCerto, eu entendo a necessidade da educao.

    Nem estou dizendo que todas as escolas so totalmentems, estou dizendo que escolas so o lugar onde ascrianas aprendem a obedecer. Vi crianas ao me redorrecompensadas pela conformidade. Uma questo quenunca se deve perguntar Por que? Algumas crianasaprenderam isso bem demais. Existem vrios tipos derituais. Voc fica em fila, levanta sua mo antes de falar,participa dos esportes que voc no gosta, tem de ouviraquelas leituras chatas e ficar quieto no seu lugar.Quando soa o sinal, voc corre pro playground. Quandoo prximo sinal soa, voc corre de volta. Se voc noest encaixado no sistema ou se voc tenta trapace-lo,voc punido.

    As vezes voc pego pelo sistema e nunca oquestiona. Assim a escola. Voc no deve questionaras suas tarefas, voc s tem de faz-las. No ouseperguntar por que voc deve aprender tal coisa. Apenassiga. No chegue atrasado na escola, preste ateno,

    mantenha sua mente nos deveres, no olhe pra janela,

    no se distraia e no sonhe acordado. Quando tiveracabado, o professor vai dar a nota da sua conformidade.

    O Povo Outonal aprende cedo a definio do que

    aceitvel e a rejeitar o que diferente. Em matria degraus a alma esfria em algumas pessoas mais que emoutras. Cada humano tem o toque do outono, mas salguns nos odeiam, nos perseguem e nos destroem, eununca fugi at chegar ao ginsio.

    ColegialA parte social do ginsio tem algumas vantagens.

    Se eu no tivesse aprendido sobre grupos, no teriasobrevivido. A maior parte de dar certo num meio-social envolve encontrar pessoas que so legais e ficarlonge das que no so. assim que vrios estouvados seencontram.

    Infelizmente, o Povo Outonal se une tambm. Porexemplo, algumas pessoas outonais so os paradigmasda to chamada virtude que faz o papel da honra. Elesso mostrados e recompensados porque se conformamcom o sistema. Heris do futebol americano do ginsio,lderes de torcida, presidentes do corpo de estudantes tudo to banal porque toda a estrutura de trabalho baseada na conformidade. No questione, sorria! Seno procurasse o grupo certo de esquisites, os tneistempestuosos corretos e os melhores momentos paramatar aula, eu no teria sado vivo. Pra onde eu fui?Direto pra faculdade.

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    A UniversidadeQuando lembro de todas aquelas notas de aula que

    me cansavam na faculdade, e toda a informao que eu

    esqueci alguns dias depois, eu fico pasmo. Faculdade quando um grupo de acadmicos decide o que vocdeve aprender e testar suas habilidades para resistir burocracia. Sua medida de conformidade, sua notamdia, aumentada numa srie de dgitos. Auniversidade se torna sua vida... e depois de tudo, spiora.

    Se voc est tentando fugir da faculdade, voc temuma difcil e vasta burocracia pra vencer, comeandocom um currculo feito por outras pessoas que definem oque importante pra voc. Voc precisa de aliados.Sarah, Jack Troll, Runcible, e eu passamos nossos pioresanos. E eu vi muita gente ao meu redor que passou osseus melhores. Garotas desmioladas de fraternidadesprocurando seu ttulo MRS. Ratos de dormitrios queescorregaram numa neblina alcolica. Pequenossolitrios que tentavam desesperadamente pintar,desenhar e acabar com toda a tinta que manchava suasroupas.

    Pro meu grupo, o antdoto foi a estrada. Fomos aoseventos nos bosques e aprendemos a lutar com espadas eescudos. Fomos aos show do Grateful Dead e liberamosnossas mentes danando. Comeando a mudana emHaight-Ashbury, danando com os Unseelie no ParqueGolden Gate, protegendo membros do Greenpeace de

    monstros marinhos, ajudando um grifo ferido no Monte

    Tamilpais, jogando ovos em casas de contadoressinistros de terno preto foi uma aventura depois daoutra. Tivemos que lidar com a mundanidade como

    qualquer outro, mas ns fomos e vivemos.Agora Jack se foi, e eu me acomodo nesseapartamento de merda aquecendo palitinhos de peixena torradeira e penso no que deu errado. Se piorar, euligo a televiso.

    TelevisoA televiso americana um vasto deserto.

    - Newton MinnowGeralmente minha TV fica num canto. Eu nem sei

    porque tenho uma. Eu assistiArquivo Xpor um tempo,mas agora a TV fica num canto com um adesivo Matea Sua Televiso colado na tela. Televiso uma grandemaneira de mostrar como as outras pessoas querem quea sociedade seja.

    Voc sabe como observar algum assistindoteleviso. A tela comea a brilhar rapidamente, suasmandbulas caem, os olhos viram vidro e a mente ficaneutra. Os lbios babam na tela. Os ponteiros do relgiomudam devagarzinho. De vez em quando eles vemalguma coisa maravilhosa, mas se acomodam e searrastam pelos canais. Deixam as outras pessoasmostrarem imagens bonitas e ouvem vozes lhes dizendoque produto intil eles devem comprar.

    Com licena. Eu preciso colocar fogo na minha

    televiso. J volto.

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    Amor PerdidoEle se foi?Oi! Eu sou Runcible! No seja to

    duro com o Lbios de Peixe. Elerealmente no um cara mau. Ele s azedo por causa da maneira que suavida foi. Se um pooka legal e sensvelcomo eu no estivesse por perto para

    anim-lo, ele cairia em GrandeMelancolia como qualquer um.

    Ele no deveria ter se apaixonadopela Sarah da maneira que aconteceu.Oh, ele te disse isso? Sarah, nossa elfadeleitosa, Era seu primeiro amor. Elenunca disse pra ela, mas eu poderiadizer. Isso s parte da vida. Nspassamos por isso. Uma pessoatorna-se maravilhosa, um exemplobrilhante de beleza e bondade nomundo, mas quando ns encontramoso mundo real, no se vive para ver o

    romance, as redes ao redor de nossosolhos aumentam.

    claro, um pooka sempre voltapro lugar certo, mas um sluagh? Elesgostam de morar na mundanidade umpouco demais. Eles tm uma definioto corrompida de beleza que elesgostam demais de chafurdar em suaprpria dor..

    por isso que eu estouescondendo essas cenouras no seu

    apartamento. Uma na geladeira, outranas suas meias, uma na sua gaveta decuecas e h um aviso.ENCONTRE AS CENOURAS!

    Ssshi! No diga que eu estive aqui!

    Captulo Um: Observando da Janela 21

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    O Trabalho DirioA Manh de segunda parece que nunca acaba

    A Manha de Tera est vindo silenciosamente

    como uma freiraThe Beatles, Lady MadonnaMaldita televiso.

    Desculpe pelo meu apartamento. Eu sei que ele no muito bom, mas o que o meu salrio me permite ter.Voc quer miojo? Talvez uma grande tigela de arroz? tudo que eu posso te oferecer.

    Todos ns tivemos trabalhos ruins. Quando Jacktinha nove anos, ele queria ser astronauta. Eu queria serlixeiro. Trabalhar costumava parecer realmenteexcitante, mas qualquer trabalho pode ficar tedioso.Eventualmente, voc aceita o modelo de pensamentode que o trabalho s mais uma maneira de vocsofrer, e ento voc vira outra pessoa durante o horriode servio. Ou talvez voc fique to envolto pelo seu

    trabalho que no queira pensar em na sua vida fora dele.Todos temos que passar por isso, e depois de um tempo,vagarosamente comea a te tornar mundano.

    Eu passei por vrios trabalhos. , eu poderia darum tempo em algumas propriedades livres fericas, masno quero passar mais por esses lugares. De fato, eu nosaio da minha casa tanto assim. fcil se esconder. Edepois de um tempo, voc pra de se importar, pra deacreditar, pra de se apaixonar. Se o seu trabalho mesmo uma porcaria, voc no tem a energia parachegar at o fim do dia.

    claro, voc sempre pode liquidar tudo.

    Amrica CorporativaHei, Sr. Homem-de-Negcios, apontando seu

    dedo de plstico para mim...

    Eu vou levantar minha bandeira de aberrao

    bem alto!

    - Jimi HendrixDeixe-me contar sobre a vida corporativa. Eu tinha

    um colega de quarto que trabalhava pra umacorporao. Ele precisava mesmo de dinheiro, entoquando lhe ofereceram um salrio que fez seus olhossaltarem, ele aceitou. Ele era um sidhe nobre. Agora, eletrabalha numa imobiliria.

    Dinheiro sempre tem o seu preo.Um meio corporativo onde a estrutura maisimportante que as pessoas. As pessoas so asengrenagens da mquina, e elas so usadas at ficaremexaustas. Se a estrutura faz sentido, haveria umajustificativa sem importncia por trs disso, pormquando uma estrutura fica mais e mais complexa, hmais e mais maneiras de quebr-la.

    Primeiro, h departamentos: grupos de especialistasque no sabem falar com outros departamentos. Emocasies especiais quando eles precisam trabalhar comoutras pessoas, o lado pessoal posto de lado. Todos osempregados vivem em labirintos de cubculos e

    burocracia, ento difcil andar atravs desse labirinto

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    para encontrar outros ratos presos dentro. At ratosmerecem mais.

    As corporaes realmente ms se asseguram de queoutros monitoram e supervisionam todos os aspectos doque voc faz. Revisam ciclos, checam processos,processam resultados, procedimentos tudo pode ser

    resumido em 5 palavras. Conformao, conformao,conformao, conformao e conformao.No pense, no tenha esperanas, no sonhe. No

    fale sobre tabus. Nem sobre sexo, religio ou coisaspessoais porque voc pode ofender algum. Minimize ocontato pessoal. Chegue, faa o seu trabalho e saia. Sevoc realmente estiver sem sorte, voc tambm vai terum cdigo de uniforme. eles comearo a moldar vocnuma gravata.

    O terno o uniforme da conformidade. Tudo quevoc faz adquire um ar de respeitabilidade quando vocest vestido em roupas formais. Um terno s outrotipo de faz-de-conta, apesar de que com o passar dotempo, voc se torna o terno. Tudo que voc sentesobre o seu trabalho se complica e voc ter de colocarde lado. Todos os seus sentimentos como serenganado no tm razes, ento voc tem de coloca-los de lado. E no final, todas aquelas emoes soprejudiciais ao seu ambiente de trabalho! Seussentimentos so algo que voc separar do seu trabalho.Dvida e ceticismo so desleais. E os nicossentimentos que deve possuir so esprito de equipe,orgulho da equipe e empoderamento. Todas essasemoes esto coladas e moldadas no terno que vocveste.

    Mas que diabos, eu vou estar fazendo maisdinheiro, certo? Eu vou ter segurana, e eu teoricamentevou ter mais tempo para outras coisas se eu tiver umtrabalho bom e seguro. Eu poderei fazer compromissosque duraro anos: pagamento de carro, um casamento,um arrendamento, filhos. Construir paredes ao meuredor e eu terei poder.

    Todo dia ser Outono. Eu estarei protegido domundo, seguro de qualquer emoo ruim, seguro deidias perigosas e tudo que for novo ou diferente serposto de lado para que eu possa pagar meu carro, voltarpara a mesma casa todo dia, sentir a mesma culpa todasas noites, e virar uma boa e cara garrafa de lcool para

    fazer os maus sentimentos irem embora. Ento, quandoo Inverno vier, eu estarei seguro em minha boa casa eno vou saber de nada fora do meu mundinho.

    ConfortoEnto qual o objetivo de todo o sistema? Fixar-se.

    Eu acho que devo dizer que no tenho mais vontade deviajar. Eu ficarei seguro no meu apartamentozinhocheio dessa merda que eu no preciso. E eu podereibloquear todas as possibilidades do mundo, sentado nomeu mundo seguro, e encarando uma televiso. claro,se voc no dar certo na vida, voc ficar amargo eviver num apartamento de merda como o meu. Se oPovo Outonal pegar voc, ser esse o seu futuro.

    Essa no minha vida. Eu luto e perco. Eu tenhoesperanas, e elas morrem. Mas eu nunca desisto.

    Com licena, os palitinhos de peixe esto prontos.

    Chama do CoraoExiste uma sada. E ela est no Sonhar. E arde noseu sangue ferico.

    Se voc tiver o grupo certo contigo e puder mantera chama do seu corao acesa, voc sobreviver ao frio.Se voc puder resistir conformidade e se manteraquecido, se voc derrotar as teias que te seguram emanter sua imaginao viva, voc poder sobreviver.

    Sabe duma coisa? Estou cansado deles olharem pramim como se eu fosse um monstro. Eu sei que eles soos monstros de verdade. As pessoas que querem quevoc limite sua liberdade e prenda sua mente assenhoras de cabelos branco azulados com seus penteados

    armados e lbios parecidos com carteiras antigas, osevangelistas de televiso que dizem que voc pecador,os pais que ficam te pressionando por recordes, e todosos reprimidos que condenam sexo e liberdade elesparecem monstruosos pra mim. Veja o Povo Outonal daforma que so.

    Eu tive um amigo chamada Runcible... um bompooka... ele comeou a fazer anotaes sobre osdiferentes tipos de Povo Outonal. Acho que tenho umacpia em algum lugar. Isso, aqui est. Debaixo dacenoura.

    Cenoura?

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    Captulo Dois:O Frio do Inverno

    Sonhadores selvagens, ardendo brilhantes

    Perdendo terreno, luz esmorecendo

    Nuvens de tempestade aproximam, espritos se afastam

    Sem mais Glamour; noite sem fim

    - Cntico Infante

    Por favor permita-me apresentar-me, meu nome Carolan Anda-Longe. Eu sou uma exu e uma contadorade histrias. E tambm amiga prxima de Arthur Lbiosde Peixe e Runcible; talvez Arthur tenha dito algumacoisa sobre mim, ou talvez no. Bem, de qualquer formaeu tenho algumas histrias pra contar hoje, por favorsente-se enquanto eu afino minha harpa com um feitioe lubrifico minha memria.

    Eu muitas vezes pensei que as crianas podiam sermuito cruis em suas rimas. s vezes eu me perguntavacomo elas conseguiam dizer aquelas coisas e rir depois. Enovamente, por isso que crianas so crianas.

    Eu devo falar do fenmeno mais frustrante edesencorajante: Banalidade. Isso mais que umasimples inconvenincia para os Kithain, uma medidade castigo por nos perdermos em nossa luta para mantera magia e a ns mesmos vivos. Mgica verdadeira criatividade; tudo mais floresce dessa verdade. Aimaginao fracassa enquanto a humanidade preenche omundo com verdades estreis e continua a dissecar ossignificados de mitos e magia. Completa-se aos poucos,

    uma coisa aqui outra ali. No parece muito quando voc

    v funcionando, mas todas essas coisinhas juntam-se. Eno fim, no vai ter essa de coisinhas.

    Deixe que eu use meu trabalho como exemplo: umsintoma disso pode ser percebido naqueles quesacrificam valores histricos para dar nfase ao que eleschamam de realismo. Certamente, realidade tem seulugar na historia, de outra forma no seria acreditvel.Infelizmente, existem aqueles que colocam toda a nfasena credibilidade, resultando numa conformidadeabsoluta para a realidade conhecida, o que quer queisso signifique. Eles no querem nada que seja novo, so que lhes familiar aceito. Passar dos limites do que conhecido simplesmente inaceitvel. Obviamente,isso restringe a criatividade incrivelmente, muitas vezesa ponto de sacrificar uma boa histria pelas imposiesda Banalidade.

    Isso pode ser atribudo intolerncia? Medo? dio?Intolerncia uma forma bem especfica de medo edio. Por que o Povo Outonal se sente assim? Por queeles tm que regular a criatividade? Isso pode ser traadodo comeo da Banalidade.

    Captulo Dois: O Frio do Inverno 25

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    A Chegada do InvernoNo comeo da humanidade, Banalidade no

    existia, ou muitas vezes, no parecia existir. Naquelestempos, tudo era novo, as fadas que viviam ao lado doshumanos nunca estavam sem uma fonte de Glamour.

    No havia necessidade de Extermnio, havia farturapara todos.

    Com o passar do tempo, mais e mais da realidadefoi nomeado pelos Sonhadores, e conforme foinomeado, o Glamour foi limitado nesses nomes, porquenomes tm poder. Isso no reduziu o Glamourdisponvel para as fadas instantaneamente, nem o efeitofoi percebido por um bom tempo.

    Por sculos, as fadas foram companheiras fiis dahumanidade. Duvidar da existncia das fadas seria negaro sol ou a lua. Muitos humanos viam as fadas comodeuses ou deusas, pelos poderes que eles tinham

    naqueles dias. Mas, gradualmente os credos e atitudesmudaram. Religies morreram e novas surgiram. Pessoasno aceitavam mais uma explicao sobrenatural para oque viam. Caso aceitassem, era de forma bastantelimitada, como o Deus Cristo ou o Diabo e suaslegies. As fadas simplesmente no eram maisnecessrias.

    Logo, a tecnologia surgiu. Primeiramente, desde oprimeiro computador de verdade do milnio, haviamuito Glamour a ser ganho naquelas novas descobertas.Mas os cientistas no aceitavam ou desejavam aexistncia de fadas, e sua falta de credo prejudicavamuitos dos que alimentavam-se do Glamour criado

    pelas suas inspiraes. Quase como se o Glamour que asfadas retiravam das criaes desses indivduos de fato asmachucassem. claro que agora a razo disso obvia.Talvez se tivssemos nos aproximado de outra forma, ascoisas no teriam dado to errado. Alias, no h jeito desaber como as coisas poderiam ter sido, logo no hsentido em chorar sobre o leite derramado.

    Estes Kithain foram machucados pelo Glamour quedrenavam dos homens e mulheres racionais dessa era.Muitos simplesmente deixaram os cientistas sozinhos,mas poucos tentaram achar um jeito de trabalhar essaenergia sem se machucar. Esses esto entre os primeirosDauntain. De fato, suspeitamos que esses indivduos ouseus estudantes esto manipulando sociedades inteiraspara aumentar a Banalidade. Ridculo? Possivelmente.Mas d uma olhada no mundo ao seu redor, e se decida.

    Cincia e tecnologia em si no causam aumento daBanalidade. Esse o ponto de vista daqueles quepraticam essa disciplina e que lhes do mais poder.Cientistas desejosos e capazes de aceitar, so bem-vindos, conceitos e teorias de fora daquelas ensinadastendem a ser menos banais que aqueles que tentamexplicar tudo que vem por um limitado conjunto deregras. De fato, todas as regras so no fim das contasconfinadoras e podem levar a um aumento geral de

    Banalidade naqueles que concordam.

    A cincia prov para a humanidade explicaespara todas as coisinhas atribudas ao sobrenatural.Doenas no eram maldies, eram simplesmentemicrbios. Mau tempo no era causado por um deusfurioso, mas era causado pelo jeito com que o ventocorria, as estaes e vrias outras coisas. De repente,

    todo mundo percebeu que o mundo trabalhava damesma forma. Pouco foram desejosos em contradizerfatos conhecidos e isso tambm gerava maisBanalidade.

    As fadas sempre dependeram do credo ecriatividade da humanidade, mas esse credo sumiurapidamente. Ao invs disso, elas se desenvolveram nasfundaes derrubadas pelos cientistas e comunidadesreligiosas da Renascena, reforando e expandindovelhas crenas.

    O que tudo isso significa? No significa que osKithain no so mais procurados, significa que eles noso necessrios. A humanidade fez por si prpria o queos Kithain tm ensinado por muitos milnios. Isso uma verdade intolervel aos sidhe. Antes de notar essaderrota, os sidhe abandonaram a humanidade por seusprprios meios. Muitos dos kith plebeus escolheramficar na Terra, porm com o aumento da descrena eBanalidade, eles tiveram que encontrar um meio desobreviver: um meio que veio a ser conhecido comoCrislida. Com todos os trods para o Sonhar fechados,essa foi a nica sada. Aqueles que ficaram e passarampelo ritual nasceram e renasceram em vidas humanaspor sculos.

    Em 1969, os Estados Unidos pousaram uma cpsula

    espacial na lua e o fluxo de Glamour focado em anos defico cientifica e expectativas da humanidade forjaramum trod para Arcdia. Isso resultou num grande retornode sidhe das cinco casas. Todos eles viram tona? Euseriamente duvido disso. Considerando suavulnerabilidade Banalidade, muitos desses infelizesainda esto quase que paralisados em seus aspectoshumanos.

    Isso foi uma curta, frgil esperana, pouco depois oprograma espacial reduziu a velocidade para um rastejoe a fora da Banalidade comeou a se ajustar. Parahorror de todos os Kithain que conheciam a era, ospressgios da chegada do Inverno se dobravam e

    redobravam. Entre os mais notveis desses sinais,infelizmente, estava o aumento de Dauntain que pareciater aumentado enormemente no ltimos 25 anos.

    A chegada do Inverno uma era temida, odiada emuitas vezes ignorada na esperana de que ele vembora. Muitos Kithain esto conscientes de quequando o Inverno chegar, suas vidas, medos, tudo queconhecem e gostam ser arrancado deles, deixandosomente uma estril e cinza paisagem para os humanoscelebrarem sua cincia seca. No sem razo que osKithain esto assustados com o futuro e faro qualquercoisa para impedi-lo, ou no mnimo minimizar o efeito

    neles.Muitos Kithain acreditam que o Inverno anunciar

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    o fim de todo o sentido do mundo: um Armagedompsquico que aniquilar toda a criatividade e mgicaremanescente no universo, deixando nada para inspirar

    ou mudar. Esse fim no ser um estrondo, mas umalamuria. Ns seremos gradualmente acordados emnossas camas, sem memrias do que ou quem somos.Finalmente, o ultimo de ns desaparecer e no havermemrias de nosso passado, a Banalidade rouba at isso.

    Alguns hereges acreditam que o Inverno (eBanalidade) no destruir os Kithain; simplesmente oslevar de volta pra Arcdia. Os que colocam isso nocorao muitas vezes esto perto demais de se tornaremApostatas dos Dauntain. Pessoalmente, eu duvidofortemente da veracidade desse clamor. Se as fadasverdadeiras no nos permitem voltar agora, porque elaslevariam um de ns agora, que somos terrivelmente

    manchado com os pensamentos cinzas da humanidade?(Supondo, claro, que tanto ainda reste.)

    Um credo que no amplamente aceito, masganha mais popularidade com o passar do tempo, queo Inverno, como a Primavera, Vero e Outono, passar deixando novamente a Primavera, e uma nova era,uma era onde seremos novamente aceitos. Talvez noda forma que estamos vestidos agora, mas certamente damesma maneira. A base desse credo que o mundo composto de ciclos, sendo que a humanidade nodepende mais dos Kithain, mortais devem passar paraprximo estgio onde eles no so manipulados nem

    dependem de ningum especialmente dos Prdigos.Para eles, o Inverno ser uma era de maturao da

    humanidade, uma era para descobrirem seu verdadeiropotencial. Quando for a hora, os humanos convidaroas fadas a retornar, mas nesse dia os humanos sero os

    professores.Finalmente, de qualquer forma, muitos vem oInverno com receio e medo. Eles preferemaumentar o Outono como ele est e trazer os gloriososdias da Primavera e do Vero. Inverno morte: mortesem promessa, sem renascimento. Quando seu coraov dessa forma, morte sem significado.

    As Artes da BanalidadeQuando confrontado com tal conceito vil como

    Artes banais muitos Kithain perguntaro, Como nessemundo pode algum criar uma Arte da Banalidade?Essa uma pergunta muito boa, e espero respond-lasatisfatoriamente.

    Em primeiro lugar, no so Artes de verdade. Seriamelhor chama-las de afinidades. Os Dauntain maisperigosos que eu encontrei utilizam alguns poderes daBanalidade. Mais especificamente, eu diria que elesretiram seus poderes da destruio de Glamour, masqual a diferena? Muitos nem percebem o que estofazendo ou qual o dano que esto causando. Isso,enquanto agem, est diretamente relacionado aos meiospelos quais eles traram suas heranas.

    Um Dauntain tpico nasce da descrena em suaverdadeira natureza. Ele pode dissipar qualquer coisa

    que no se encaixa em suas crenas. Seria terrivelmente

    Captulo Dois: O Frio do Inverno 27

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    difcil fazer qualquer coisa com Glamour perto de talcriatura medonha. O quanto isso diferente da PessoaOutonal comum? Um humano extremamente banalpode definitivamente tornar mais difcil trabalhar comGlamour, mas os Dauntain podem reprimir issoativamente.

    As capacidades de um Dauntain so distinguveisde seus irmo Kithain pelas suas habilidades de usar aBanalidade para seus prprios propsitos, removendofora e poder de suas conexes. Eles fortalecem seus eloscom a Banalidade durante sua vida em troca dehabilidades para trabalhar com ela.

    Isso vem de duas formas. O primeiro tipo consisteem vrios dons que so nicos, e que funcionamsegundo suas prprias regras. O segundo uma distorodas Artes e Aladas. Essas verses alteradas dashabilidades normais dos kithain servem somente parasubverter, distorcer e destruir Glamour, Kithain equimeras. Eles no so muito definidos pelo que fazem,mas pelo que distorcem ou negam.

    O uso dessas habilidades nem sempre umaescolha consciente. Muitas vezes o Dauntainsimplesmente se v usando-as inconscientemente, emsua servido Banalidade. Na maioria dos casos, oDauntain nem entende o quanto suas habilidadesmudaram.

    Temo que alguns de vocs se preocupemdesnecessariamente, somente os Dauntain maisperigosos parecem ter desenvolvido mais que uma dessashabilidades. Da maioria, muitos possuem um ou talvezdois desses terrveis dons.

    Quimeras BanaisQuimeras banais talvez sejam a coisa mais

    assustadora que um changeling pode encontrar; muitasdelas so mais parecidas com Dauntain do que eugostaria de pensar. Felizmente, muitas delas soperigosas o suficiente para me fazer pensar duas vezesantes de chegar perto para aprender mais. Logo, o queeu concedo sobre elas vm mais de histrias que euouvi, que de experincias que eu presenciei.

    Da mesma forma que existem Kithain que foraminfectados pela Banalidade, tambm existem quimerasque vieram da mente dos Dauntain ou encontramalguma maneira de se distorcerem pelo mundo banal.Essas quimeras existem para devorar Glamour do jeitoque puderem encontr-lo. Tais criaturas horrveis estofamintas porm so difceis de identificar at agirem.Muitas so conhecidas pelas sua astcia e traio. Noque essas quimeras so mais poderosas que as outras denascena, porm para sobreviver na Banalidade em queexistem, elas se adaptaram e tornaram-se mais fortes.Felizmente, essas so extremamente raras, j que a causade sua criao tambm pode destru-las eventualmente.Embora, algumas dessas sobrevivem, muitas no durammais que horas ou alguns dias.

    Mesmo com esse poder, essas quimeras so

    contradies vivas. A Banalidade continua erodindo opoder delas, tanto que seu apetite est sempreaumentando, o que fora-as a devorar mais e maisGlamour para sobreviver, at elas tambm seremconsumidas pelo que as conduz. At essa hora, elas soextremamente perigosas.

    Essas quimeras muitas vezes so encontradas emlugares que os Kithain tenham passado por momentosdifceis e de sofrimento. Elas raramente entendem suasrazes, porm ainda assim so mortais aos Kithain.Apesar de sua natureza quimrica, dizem que algumaspodem ferir a forma fsica de um Kithain juntamentecom seu aspecto ferico.

    Tambm dizem que alguns itens quimricos podemser infectados pela Banalidade. Esses objetos aparentamserem itens quimricos normais, mas podem causar umtipo de ferroada gelada quando so usados ou tocados.Pouco se sabe sobre a criao desses itens. A maioria dashipteses dizem que eles podem ser criados devido amaldies, acidentes ou outros acontecimentos ruins.

    Quimeras e Banalidade

    Diferente de outras quimeras, quimerasbanais possuem sua prpria Banalidade. Essa

    Banalidade no pode ser usadadefensivamente, a menos que seja

    especificado, contra o uso de truques eparecidos. Apesar da quimera possuir

    Banalidade, ainda uma criatura de Sonho eno pode existir sem crena: no mnimo

    crena em si mesma. Para usar suaBanalidade defensivamente voc deve negar

    existncia ferica; isso pode significar adestruio total para uma quimera.

    Quimeras podem, de qualquer forma, ganharBanalidade temporria ou permanente

    adicionais. Isso pode vir de maneira comum:destruindo um aspecto ferico de um

    changeling, matando um changeling ou outra

    quimera, falhando em superar a Banalidade deum mortal, etc.. Se em algum momento aBanalidade permanente de uma quimera

    chegar a 10, ela estar completa eirrevogavelmente Arruinada.

    Em alguns casos uma quimera pode ser capazde usar sua Banalidade ofensivamente,

    embora isso deva ser descrito como um poderadicional e no como uma habilidade inata de

    todas as quimeras banais.

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    As AbandonadasEssas quimeras foram esquecidas. Muitas podem

    uma vez ter tido valor como companheiras, porm umKithain (ou humano!) esqueceu que elas existem, elasas vezes perdem uma conexo vital com o Glamour. Na

    maioria dos casos, as quimeras simplesmente somem devolta para o Sonhar. De qualquer forma, por algumarazo as Abandonadas descobrem como sobreviver aessa perda. Para sobreviver elas devem pegar Glamourde onde quer que consigam encontr-lo. Isso, claro,fortalece o lao banal nelas, porm isso no passa pelacabea dessas criaturas famintas.

    Muitas dessas criaturas podem ser os tpicosmonstros debaixo da cama, esquecidos quando suasinfantes finalmente crescem: nascido de idias efantasias que no so mais importantes para as pessoasque as criaram. Como essas fantasias, eles no so maisimportantes para aqueles que lhes deram vida.

    Terapia: Pode ser possvel aceitar um dessestrgicos rfos, dar-lhe ateno e cuidados que precisampara superar seu apetite voraz, embora isso sejaextremamente difcil de se conseguir.

    CeladyrEssa pobre quimera foi um companheiro de

    brincadeiras da Princesa Seelie Magdalen, da CasaEiluned. Eles eram inseparveis, sempre arrumandoconfuso. Magda fez um penhor de amor e amizadeimortais ao seu amigo imaginrio, cortando seu dedoe misturando seu sangue ao de Celadyr. Era sempredivertido brincar com Celadyr porque ele podia tomar

    qualquer forma que ela quisesse, ento ele poderia serqualquer um ou qualquer coisa. Eles at conheciamtruques para fazer Magda parecer diferente, se fosse paraoutro Kithain ou quimera.

    Ento, um dia, Magda cresceu um pouco ela setornou uma estouvada. ela fez amizade com changelingsde sua idade, mas Celadyr no mudou. Antes eles erammelhores amigos, agora Celadyr era um estorvo. Ele aincomodava, chateava e frustrava, simplesmente porqueeles se separaram. Infelizmente para Magda, ignorarCeladyr quebrou seu juramento. O efeito sobre ela nofoi extremamente prejudicial. Foi suficiente parainfluenci-la de maneiras que ela nunca imaginaria, mas

    isso outra histria...Pobre Celadyr, deixado de lado um brinquedo

    favorito, velho e gasto que perdeu seu encanto. Ocastigo pelo penhor quebrado foi particularmente duropara ele, o penhor, jurado em sangue, foi parte do quedava a sua existncia significado.

    Ainda se sentindo trado, decidiu ensinar aosKithain, especialmente os infantes, uma lio: Nuncaesquea um penhor, no importa o quo leve seja.Apesar de seu abandono, ele no pde arcar com umavingana diretamente sobre Magda, porm ele comeoucom outros de sua conjurao. Ele usou seus poderes e ainocncia delas para que eles se atacassem. Quando eleficou satisfeito com o caos e

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    discrdia que causou, ele deixou Magda saber que eleera o responsvel e partiu.

    Agora ele costuma ser uma ameaa para infantesde todos os lugares; dito a eles que se quebrarem umpenhor, Celadyr vir e f-los- pagar por isso. Issoacontece o suficiente para ser verdade, Celadyr tenta o

    seu melhor para punir os quebradores de penhor, se forincapaz de encontrar um verdadeiro quebrador depenhor, Celadyr punir algum que ele pense que podequebrar um penhor. Isso poderia ser praticamentequalquer um. Celadyr tambm pode usar seu Tino paradetectar quebradores de penhor, e lidar com elesprimeiro.

    Se ele encontrar algum que ele pensa quequebrar um penhor (qualquer Kithain que tenha feitoum penhor), ele usar um poder particularmenteterrvel que ele desenvolveu: Por cinco pontos deGlamour e uma rolagem de Banalidade contra Glamour,ele pode invocar uma penalidade por quebrar umpenhor sobre o Kithain, independente de ele terquebrado ou no.

    Celadyr comeou a erodir-se, devido ao prejuzocausado ao Sonhar. Ele deve continuar existindoenquanto rouba Glamour de suas cruis punies.

    Atributos: Todos os Fsicos 2, Todos os Sociais 3,Todos os Mentais 4

    Habilidades: Atuao 3, Empatia 5, Tino 4, Lbia5

    Glamour: 7Fora de Vontade: 6Banalidade: 7

    Ataque: Soco (2 dados); Mordida (3 dados)Poderes: Morfar Ao custo de um ponto de Glamour

    temporrio, Celadyr pode mudar sua aparncia paraqualquer coisa que ele imagine. Ele pode mudar aaparncia de outro tambm, porm ao custo de 2 pontosde Glamour. Se o beneficirio deste poder no odesejar, ele deve testar Manipulao + Lbia(dificuldade igual a fora de vontade do alvo).

    As MaliciosasNascidas de pesadelos e temveis horrores, essas so

    as ansiedades dos Kithain que permitem que seus medosda chegada do Inverno comandem suas vidas. Seusmedos tomam formas e substancia e saem numa formade profecias auto-cumpridas. Esse o seu nicopropsito; diferente das Abandonadas, elas noconhecem outra existncia.

    Elas alcanam do extremamente horrvel aoexcessivamente mundano. Uma dessas criaturas foi vistacomo sendo um enorme drago que atacou e destruiuvrias Clareiras antes dos nobres organizarem uma forapara destru-la. Outra forma costumeira a de um idosode boa aparncia, mas a Banalidade to forte nele queele erode Glamour simplesmente por estar perto.

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    H muito pouco a ser feito com esses a no sertentar destru-los antes que eles causem destruiocomo nunca vista na sociedado dos Kithain. Dadotempo e nmeros, eles podem destruir tudo que osKithain construram, simplesmente para satisfazer osmedos que as alimentam.

    Alguns tm proposto uma possvel ttica para lidarcom esses monstros: jog-los contra um Dauntain.Dauntain ainda so Kithain e possuem Glamour(mesmo sendo escasso) Talvez suas respectivastendncias viriam a se cancelar... pelo menos em teoria.Isso ainda deve ser testado na prtica, porm nenhumDauntain ou quimera esteve presente com Kithain emnmeros significantes ou em lugares convenientes.

    Algumas dessas quimeras parecem ser encarnaesde conceitos. Essas no so to verdadeiras quanto as

    emoes que as manifestaram. Elas podem ou no terforma fsica, porm em todos os casos, elas so baseadasem alguma emoo que as criou. So bem parecidas comas Nervosas, exceto que elas sempre esto com forte ebanal humor.

    Terapia: No existem meios descobertos decurar essas quimeras. Foi postulado que se Kithaincom Glamour e Fora de Vontade o suficiente sereunirem talvez sejam capazes de enfrentar uma delas.Eles talvez at possam destru-la, por meio de sua purafora da vontade.

    Wyrm de GeloEssa quimera um drago formado pelo dio

    coletivo de vrios Dauntain que buscavam destruir CaerFlamingo no Reino das Areias Brancas. Conforme suastentativas falhavam e eles eram mortos, elesconcentraram seu dio e posteriormente criaram esseser.

    Ele parece ter nenhum propsito a no serchacinar Kithain e destruir suas casas. Ele simplesmentevoa, procurando, at que ele acha seu futuro alvo. Eento ele d um rasante, exalando uma rajada de geloque solidifica qualquer Glamour que toca em gelocristalino e estilhaa-o. Esse efeito, claro, invisvelpara humanos normais.

    Seu sopro arde como ferro frio, seus olhos parecemretirados de uma geleira, e sua presena sempre

    acompanhada por um vento gelado. Quando ele tocaKithain, eles sentem como se fossem maculados pelotoque direto de ferro frio.

    Atributos: Fora 6, Destreza 3, Vigor 8, Carisma 1,Aparncia 5, Percepo 3, Inteligncia 2, Raciocnio 4

    Habilidades: Briga 4, Sopro 5, Esquiva 5, Vo 4Glamour: 9Fora de Vontade: 7Banalidade: 8Nveis de Vitalidade: OK, OK, OK, OK, OK, -1,

    -1, -1, -1, -2, -2, -3, -3, -4, -5, mortoAtaque: Garras (8 dados)

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    O Desaparecer

    Existem muitas maneiras de um personagem se perder para a Banalidade. A seo a seguir explicaalgumas delas, bem como resgatar o personagem de sua morte prxima.

    Regresso Voluntria:Um changeling pode escolher voluntariamente retroceder ao seu aspecto mortal. Qualquer personagem

    que escolha esse caminho automaticamente recebe um ponto de Banalidade temporria. Se aBanalidade temporria do personagem for maior que seu Glamour, a tentativa funciona

    automaticamente. O Kithain agora efetivamente mortal e no pode interagir com coisas do Sonhar.

    Se o Glamour do Kithain for maior que sua Banalidade, ele deve rolar sua Fora de Vontade contra umadificuldade igual ao nvel atual de Glamour. Se o teste for um sucesso, o Kithain consegue retroceder.

    Uma vez retrocedido, o Kithain tem a chance de retornar sua natureza ferica por si s. Isso com umteste de Fora de Vontade ou Glamour ( o que for maior) contra sua Banalidade atual. Se ele tiver pelo

    menos um sucesso, ele assume se aspecto ferico novamente. Se falhar, ele estar preso em seuaspecto mortal. Para determinar por quanto tempo ele est preso, use a Tabela de Brumas no livro bsico

    Changeling: O Sonhar. Alternativamente, o personagem pode ser liberto da Banalidade se exposto aGlamour.

    Banalidade Maior que GlamourO Kithain est perigando uma perda de memria temporria sempre que sua Banalidade for maior queseu Glamour. Isso geralmente comea a ocorrer depois que uma histria acaba, e pode levar dias ou

    semanas, dependendo da discrio do Narrador. Um jeito de lidar com isso testar Glamour contra umadificuldade igual ao Banalidade a cada dia que o personagem no for ativamente tocado pelo Glamour.

    Falha indica que o Kithain esquece quem ele por um perodo de tempo, novamente determinado pelaTabela de Brumas. Ele pode, claro, ser removido disso por outro Kithain.

    Banalidade Acima de Glamour e Fora de VontadeSempre que a Banalidade permanente exceder tanto o Glamour quanto a Fora de Vontade, o Kithain est

    se arriscando a se esquecer de si e tornar-se um humano normal. O mais perto de Banalidade 10 que eleestiver, mais rpido isso ir acontecer. Isso pode ser evitado por uma considervel e constante

    exposio Glamour. Para cada ponto de Banalidade que passe o Glamour, ele deve gastar no mnimoum dia por semana em uma propriedade livre para evitar os efeitos da Banalidade alta. Se ele no passaresse tempo numa propriedade livre, ele arrisca reverter a sua aparncia. Adicionalmente, o personagem

    ganha um ponto de Banalidade temporria para cada semana que ele no obedea esse compromisso.Isso pode ser ignorado se o Kithain est engajado numa busca para reduzir sua Banalidade ou sobre

    algum penhor que no o permita. De fato, enquanto o personagem est em contato com outroschangelings, ele corre pouco perigo de reverter sua aparncia. Isso no significa que todo rezingo

    deveria tomar um penhor que o libera desse compromisso; veja os Dauntain Malditos para um exemplodo que acontece com aqueles que fazem juramentos que reforam a Banalidade.

    Por exemplo, Bryan, um rezingo com Glamour seis, Fora de Vontade cinco e Banalidade oito devepassar trs dias por semana numa propriedade livre para evitar ganhar mais Banalidade. Se ele no

    passar esse tempo na propriedade livre, sua Banalidade temporria aumentar um a cada dia atalcanar 10, nesse ponto, segundo a opinio do Narrador, sua Banalidade permanente tem um aumento

    de um.

    Banalidade 10Quando a Banalidade permanente alcana uma pontuao igual a 10, o Kithain est em srio perigo de

    ser permanentemente Arruinado. Esse no um processo instantneo. Demora um dia por pontopermanente de Glamour e Fora de Vontade antes de estar completa. Se o Kithain de alguma forma puder

    reduzir sua Banalidade nesse tempo, ele ter uma suspenso. Perceba que possvel para o Kithainesquecer-se temporariamente antes de conseguir os resultados. Nesse caso, torna-se impossvel perder

    a Banalidade

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    Poderes: Sopro Glido o sopro da wyrm de gelo pode ter

    um ou dois efeitos. Primeiro, ele pode tentar destruirestruturas quimricas. A Wyrm de gelo deve rolar suaBanalidade contra uma dificuldade igual ao Glamour doalvo (no caso de uma propriedade livre, dobre o nvel

    da propriedade livre). Cada sucesso destri todas asestruturas quimricas a cada 1 metro quadrado.Alternativamente, ele pode usar seu sopro contra

    Kithain ou criaturas quimricas. Essa rajada causa oitodados de dano como se fosse ferro frio. A rajada tem umalcance de 18 metros e cobre uma rea de 1 metroquadrado. Esse efeito custa um ponto de Glamour.

    Objetos QuimricosObjetos quimricos manchados com Banalidade

    so bem parecidos com criaturas quimricas banais.Muitos desses objetos brotaram de medos e aeserrneas dos Kithain, embora o mais insano dos

    Dauntain tenha construdo alguma dessas terrveiscriaes, propositalmente, para aumentar suashabilidades destrutivas. Felizmente, esses soextremamente difceis de construir e portantoexcepcionalmente raros.

    A Espada CinzaEssa espada quimrica no tem personalidade ou

    marcas definidas. Simplesmente aparenta ser umalamina cinza sem adornos ou decorao. Sabe-se que elafoi criada por um poderoso sidhe da Corte Unseelie, quedesejava destruir um rival Seelie. Infelizmente, ela foiencontrada e est em outras mos e dizem que

    atualmente ela pertence a um Dauntain.Cada vez que acerta um Kithain, ela adiciona maisum ponto de Banalidade permanente vitima. EssaBanalidade some razo de um por dia, mas se oKithain for morto por essa espada, ele esquece suanatureza como resultado, e ela perdida para sempre. ORei David indicou que daria uma grande recompensapara qualquer individuo ou grupo de changelings queobtivesse sucesso em localizar e destruir a Espada Cinza.

    A RunaEla se foi. Sem pistas. Como um floco de neve na

    palma da minha mo,o Glamour o qual eu dei ao seu

    aspecto e a fez ser o que era... se foi.

    Sir Liam Wormwood, cavaleiro sidhe,lamentando a perda sua amada para a Banalidade.

    Se considerarmos que se transformar em Dauntainpode ser considerado um destino pior que a morte, aRuna ento um destino pior ainda que isso. o kithainque vivncia isso simplesmente cessa de existir, como senunca tivesse existido. Esse quasesempre o destino final dos Dauntain por mergulharemprofundamente na Banalidade.

    A Runa o que a maioria dos Kithain mais

    temem, por ser um destino que quase todos os Kithain

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    Unseelie, dever estar disposto a ajudar os cados antesque estejam perdidos eternamente, ou mesmo s umtempo. Cada Kithain perdido um pouco de Glamour

    perdido. Isso no deve ser permitido, ainda que muitasvezes seja. Em alguns casos ns no somos capazes deparar esse deslize, em outro, falhamos em perceb-lo.Infelizmente as vezes, aqueles que vem no seimportam o suficiente para parar o processo. Essa ultima uma que receio admitir a existncia, mas eu j ouvi talapatia. essa apatia que ns devemos enfrentar, paraque a Banalidade no nos consuma. O melhor meio decombater esse deslize para um changeling mergulhar-se em Glamour, antes que ele se esquea de tudo quelhe importante. Ele deve ter cuidado para equilibraresse mergulho com o mundano, para que o Desvario noseja um risco real.

    Aspectos SociaisMuitos Kithain preferem no se referir queles que

    desapareceram. Ao invs disso eles preferem ignoraros perdidos como se eles nunca tivessem existido. Esseno o melhor meio de lidar com o problema j quepode trazer mais Banalidade. Como algum pode saberdos ordlios dos outros e fingir que nunca aconteceram?Quando, ou se, o Kithain retornar, os outros agiro comse ele tivesse viajado ou estivesse de frias.Eufemismos so populares entre aqueles que no podem

    lidar com esse problema. Eles temem que essa exposioaos Kithain perdidos ir infect-los com Banalidade, eat mesmo pensar nas pobres almas possa ser prejudicial.

    Eu fico feliz em dizer que esses paranicos so poucos.Por outro lado, muitos Kithain entendem o perigodesse tipo de pensamento e ao invs disso, trabalhampara libertar aqueles que foram pegos, quando possvel.Alguns Kithain de mente cvica ativamente os buscam,outros simplesmente fazem o que podem quando achamum deles. Encontrar um Kithain perdido geralmenteum motivo de grande celebrao, devolvendo-o para asociedade Kithain. Tais festividades so parecidas com aConsignao de vrias maneiras, porm so mais umacelebrao literal de renascimento.

    O Kithain retornado geralmente retoma suastarefas e diligencias que estava envolvido antes de se

    esquecer e reassume qualquer posio que mantinha. Sehouver passado um tempo, sua habilidade de preencherqualquer dever pode ser questionada, especialmente nocaso dos nobres.

    Quando um Kithain cai na Banalidade, seusmaiores aliados so os membros de sua conjurao. Eles que tentaro tir-lo dessa. De fato, a prtica de grupode changelings provavelmente salvou mais Kithain doque qualquer outra coisa.

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    Captulo Trs:Juntando as Folhas

    INTRODUZINDOPARA O SEU ENTRETENIMENTO E ELUCIDAODE RUNCIBLE FOCINHO-DE-POOKA

    GUIA DE CAMPO DO POVO OUTONALVolume 1Compilado, Pesquisado e Escrito por Runcible Focinho de Pooka,

    Erudito Felpudo, Poeta Trovador e Pooka na maior parte do tempo(em nome de Sua Ilustrssima Felpudice, O Grande Pooka)

    Eles tm te observando. Eu sei disso.Humanos tm uma estranha fascinao pelo povo das fadas. E eles contaro muitas historias curiosas

    sobre ns. Voc sabia que pode fazer um changeling revelar sua natureza verdadeira se cozinhar um ovo nafrente dele? Voc sabia que um nocker abandonar sua casa se algum deixar roupas pra ele? Humanos nosobservam, mas eles no nos entendem. Os contos de suas velhas esposas entediadas e lendas incitadas nosfazem parecer to mundanos quanto eles.

    Mas eu tambm estive observando-os. E tomando notas, e percebi que alguns dos humanos so pioresque outros. Os mais perigosos so o Povo Outonal. Apesar do nome, eles podem ser considerveis aqualquer momento do ano. Como um pooka erudito e mundano. Eu resolvi classific-los. Conduzi um estudode alguns meses para detalhar os hbitos e idiossincrasias dos humanos mais perigosos.

    Observar humanos uma atividade perigosa: na verdade, eles consideram contra a lei algumas vezes. Olugar mais seguro para fazer isso numa rea muito habitada. Se voc olhar cuidadosamente, pode ver o PovoOutonal trabalhando. Eles se escondem de ns, mas observar os humanos mais agrupados, o Povo Outonal,pode se tornar uma atividade envolvente. Sente-se num banco de parque com uma boa bebida gelada e um parde binculos, e voc ver o que eu quero dizer.

    Venha conosco ao shopping! Ao ponto de nibus, ao fliperama e ao bingo! Agarre sua bolsa de cenouras,enfie seu carro dentro do seu chapu e venha comigo! Os Adormecidos esperam!

    Captulo Trs: Juntando as Folhas 37

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    A Classificao do Povo OutonalExistem trs variantes comuns do Povo Outonal.

    Os primeiros so os Adormecidos Profundos. Todos oshumanos agem como se estivem dormindo; a magia estao redor deles o tempo todo, mas eles se recusam a ver

    isso. Os Adormecidos tm sido to condicionados aacreditar que a magia no real que faz com seja maisdifcil us-la na frente deles. Os Adormecidos Profundosso melhores que o humano comum em manter oGlamour longe do mundo.

    O segundo tipo de Pessoa Outonal mais perigoso,porem mais raro. Existem casos em que indivduos desangue ferico, ou parte ferico, foram to assustadospelo mundo vazio ao seu redor que eles nunca passarampela Crislida. Muitas vezes, eles esto to chocadoscom o que vem que ganham a habilidade inconscientede usar sua mgica latente para afetar o mundo ao seuredor. Eles nunca despertam, ao invs disso, eles

    permanecem inocentes do mundo real ao seu redor.Esses raros indivduos so conhecidos como FadasOutonais. Embora eles no estejam conscientes daexistncia da magia, eles no percebem que os usos desuas prprias habilidades aumentam sua prpriaBanalidade e a de seus vizinhos. Enquanto os Dauntaintm um entendimento distorcido do mundo ao seuredor, as Fadas Outonais no percebem o efeito quecausam. A mais carismtica delas se esconde emmultides de Adormecidos Profundos, direcionando econtrolando suas aes. O fato trgico eles seremcompletamente alienados do mal que causam. Eles e osAdormecidos Profundos, so os Inocentes.

    O ltimo tipo de Pessoa Outonal so os Dauntain,os malevolentes Kithain cados que nos caam. Elesesto longe de serem inocentes; eles se mantm em suasfalsas razes e percepes errneas pelo bem de suasprpria sanidade. Os Dauntain sabem da existncia demagia, e eles ativamente a procuram e destroem. Ossoldados do Outono geralmente tm uma pequena partede conhecimento sobre os Kithain. Muitos agem pormedo, atacando um mundo que eles entendemparcialmente. Para eles os changelings so lunticosperigosos, ameaas ao mundo, ou lembretes de suasprprias falhas. Minha amiga, Carolan Anda - Longe,

    falar mais sobre os Dauntain no Captulo Quatro.Bem-vindo ao mundo mundano.

    MundanosD uma olhada na sua pilha de livros da White

    Wolf. Se voc folhear, ver dzias de tipos depersonagens sobrenaturais que voc pode criar. Num jogomulti-gnero, lobisomens podem caar vampirosrenegados, agentes secretos psquicos podem se infiltrarem bases high-tech conspiracionais dos magos, rainhasde baile de formatura espectrais podem aterrorizarjogadores de futebol ginasiais possudas por espritosdemonacos, e assim sucessivamente, at enjoar. Tudo

    isso bom, mas quando o jogo chega at sua mo, existe

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    sempre um tipo de personagem que posto de lado.Humanos.Isso compreensvel. Humanos geralmente no so

    to glamourosos ou poderosos como a maioria dos herisdo sistema Storyteller, porem, sabendo ou no, existemmanadas deles no Mundo das Trevas. De fato, fcil

    esquecer que na verdade esse o mundo deles. Conformea populao sobrenatural aumenta, a credibilidade dacrnica cai. H limites para o numero de criaturasimpossveis que podem existir numa cidade sem queningum as encontre.

    Trazer mortais ao jogo pode, surpreendentemente,tornar o jogo mais extico. Personagens incomunsparecem estranhos em contraste. Sem eles,vagarosamente o jogo perde o toque com o mundo reale a proliferao de personagens superpoderosos aumenta.Changeling no um jogo superpoderoso. Embora algunsgrupos possam jog-lo com um festival de truques, opotencial para um jogo mais maduro continua. Os

    Kithain so guardies da criatividade e imaginao, e porelev-las nos mortais ao redor deles, eles mantm oesprito da Era Mtica vivo. Atravs de Entressonho eExtermnio, mortais so fontes de Glamour, porm porcausa da Banalidade, eles so quase um tipo de estorvo.O Narrador pode escolher entre vrios mtodos de comointegr-los numa crnica.

    Aliados SimpticosEles normalmente no so amarrados pelos

    preceitos materiais de nossa existncia, com frequnciatendo a habilidade de viajar instantneamente atravsde dimenses e desaparecer ao mesmo tempo.

    Por causa dessas habilidades e caractersticas,sempre foi um problema difcil para os humanos verelfos. Crianas, poetas, profetas, curandeiros, aquelesabenoados com a segunda viso, homens e mulheresafinados com seu ambiente natural historicamente so

    mais propensos a entrarem em contato com o