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O PROBLEMA DA LINGUAGEM
As palavras e as coisas
- Teoria dos Signos -
A relação entre as palavras e as coisas é objeto de um longo debate na filosofia. Seriam os nomes que damos aos seres
meras convenções ou seriam eles naturais e inerentes aos seres? Poderíamos chamar as mesas de cadeiras e as cadeiras
de mesas, por exemplo?
CONVENÇÕESCONVENÇÕES
Existe um limite para o convencionalismo, Existe um limite para o convencionalismo, pois as palavras devem significar a pois as palavras devem significar a
essência daquilo que representam. Mesmo essência daquilo que representam. Mesmo que as palavras variem de uma língua para que as palavras variem de uma língua para
outra, em cada uma delas a palavra outra, em cada uma delas a palavra sempre representa a essência daquilo que sempre representa a essência daquilo que
ela nomeia. Ela é um instrumento para ela nomeia. Ela é um instrumento para representar a ordem das coisas.representar a ordem das coisas.
Assim como existe uma ordem nas coisas, Assim como existe uma ordem nas coisas, existe uma ordem na linguagem, que é tão mais existe uma ordem na linguagem, que é tão mais verdadeira quanto melhor representar a ordem verdadeira quanto melhor representar a ordem das coisas. Por isso, é necessária uma crítica das coisas. Por isso, é necessária uma crítica da linguagem para que ela se torne mais fiel da linguagem para que ela se torne mais fiel
como instrumento para dar expressão à ordem como instrumento para dar expressão à ordem natural das coisas. Tal tarefa cabe ao dialético, natural das coisas. Tal tarefa cabe ao dialético, responsável por criar os nomes e fazer com que responsável por criar os nomes e fazer com que
a palavra possa exprimir em sons a idéia a palavra possa exprimir em sons a idéia correspondente à essência da coisa. correspondente à essência da coisa.
Muitos povos antigos consideravam o Muitos povos antigos consideravam o
nome como parte indissociável do seu ser. nome como parte indissociável do seu ser.
O nome seria tão parte da pessoa como O nome seria tão parte da pessoa como
suas mãos ou pés. Assim, o nome suas mãos ou pés. Assim, o nome
adquiria muitas vezes um caráter sagrado, adquiria muitas vezes um caráter sagrado,
cabendo ao indivíduo honrá-lo e defendê-cabendo ao indivíduo honrá-lo e defendê-
lo. Ainda hoje, em muitas religiões, lo. Ainda hoje, em muitas religiões,
realizam-se ritos que tentam atingir uma realizam-se ritos que tentam atingir uma
pessoa através da manipulação do seu pessoa através da manipulação do seu
nome. nome.
Entre os cristãos, era comum mudar Entre os cristãos, era comum mudar de nome após converter-se ao de nome após converter-se ao
cristianismo como símbolo de uma cristianismo como símbolo de uma nova vida. Existem pessoas que nova vida. Existem pessoas que acreditam que falando o nome da acreditam que falando o nome da coisa a estamos chamando, como coisa a estamos chamando, como
quando se fala da morte, por quando se fala da morte, por exemplo. Há outras que acreditam exemplo. Há outras que acreditam que não se deve falar de pessoas que não se deve falar de pessoas
mortas.mortas.
TEORIA DOS SIGNOSTEORIA DOS SIGNOS
"Defino um ícone como sendo um signo que é determinado por "Defino um ícone como sendo um signo que é determinado por seu objeto dinâmico em virtude de sua natureza interna". O ícone seu objeto dinâmico em virtude de sua natureza interna". O ícone
exibe a mesma qualidade que o objeto denotado. Ex: a exibe a mesma qualidade que o objeto denotado. Ex: a onomatopéia, a imagem, o diagrama. Podemos então dizer que onomatopéia, a imagem, o diagrama. Podemos então dizer que há uma relação de há uma relação de semelhançasemelhança entre o signo e seu objeto. No entre o signo e seu objeto. No
caso do ícone, o caso do ícone, o significante tem uma semelhança ou imita o significante tem uma semelhança ou imita o significadosignificado. Há alguma similaridade de qualidades entre um e . Há alguma similaridade de qualidades entre um e outro. Exemplos: uma fotografia, um desenho, uma caricatura, outro. Exemplos: uma fotografia, um desenho, uma caricatura,
um modelo em escala, uma onomatopéia, certos efeitos sonoros um modelo em escala, uma onomatopéia, certos efeitos sonoros no rádio e no cinema, gestos de imitação no rádio e no cinema, gestos de imitação
ÍCONE
EXEMPLOS:EXEMPLOS:
"Defino um índice como sendo um signo determinado por seu objeto "Defino um índice como sendo um signo determinado por seu objeto dinâmico em virtude da relação real que mantém com ele". O índice dinâmico em virtude da relação real que mantém com ele". O índice se encontra em relação de contigüidade com o objeto denotado. Ex: se encontra em relação de contigüidade com o objeto denotado. Ex: O sintoma da doença, o pingo da chuva, a queda do barômetro, o O sintoma da doença, o pingo da chuva, a queda do barômetro, o cata-vento. Na língua, os dêiticos (expressões cujo referente só cata-vento. Na língua, os dêiticos (expressões cujo referente só
pode ser determinado em relação aos interlocutores: eu, tu, aqui, pode ser determinado em relação aos interlocutores: eu, tu, aqui, agora, etc... No caso do índice, agora, etc... No caso do índice, o significante não está o significante não está
arbitrariamente ligado ao significado, e sim tem uma conexão arbitrariamente ligado ao significado, e sim tem uma conexão direta com o mesmo, física ou causaldireta com o mesmo, física ou causal. Essa conexão pode ser . Essa conexão pode ser
observada ou inferida. Exemplos: Signos naturais, como a fumaça, observada ou inferida. Exemplos: Signos naturais, como a fumaça, trovão, pegadas, ecos, cheiros e sabores naturais, sintomas trovão, pegadas, ecos, cheiros e sabores naturais, sintomas
médicos (dor, pulso), sinais como o do galo do vento, o relógio de médicos (dor, pulso), sinais como o do galo do vento, o relógio de sol, batidas na porta, o telefone que toca, o dedo que aponta, uma sol, batidas na porta, o telefone que toca, o dedo que aponta, uma
gravação, marcas pessoais (nossa escrita à mão) e palavras gravação, marcas pessoais (nossa escrita à mão) e palavras indexicais, como ‘este’, ‘aquele’, ‘isto’, ‘aqui’, ‘eu’, ‘tu’.indexicais, como ‘este’, ‘aquele’, ‘isto’, ‘aqui’, ‘eu’, ‘tu’.
ÍNDICEÍNDICE
EXEMPLOS:EXEMPLOS:
"Defino um símbolo como sendo um signo que é determinado "Defino um símbolo como sendo um signo que é determinado por seu objeto dinâmico no sentido apenas do qual ele será por seu objeto dinâmico no sentido apenas do qual ele será
interpretado". O símbolo se refere a qualquer coisa por força de interpretado". O símbolo se refere a qualquer coisa por força de uma convenção ou ‘lei’. Há, nesse caso, uma uma convenção ou ‘lei’. Há, nesse caso, uma relação relação
convencional ou arbitrária entre o signo e seu objetoconvencional ou arbitrária entre o signo e seu objeto. . Exemplo: as palavras de uma língua natural. No caso dos Exemplo: as palavras de uma língua natural. No caso dos
símbolos, o significante não tem semelhança com o significado. símbolos, o significante não tem semelhança com o significado. O símbolo é fundamentalmente O símbolo é fundamentalmente arbitrário arbitrário ou puramente ou puramente
convencional. A relação entre significante e significado deve ser convencional. A relação entre significante e significado deve ser aprendida. Exemplos: a linguagem humana, em geral. Números, aprendida. Exemplos: a linguagem humana, em geral. Números,
código morse, luzes e apitos trânsito, bandeiras, etc código morse, luzes e apitos trânsito, bandeiras, etc
SÍMBOLO
EXEMPLOS:EXEMPLOS: