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Professora: Sandra Isabel Chaves

O processo de Avaliação no Ensino Superior

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Ms. Sandra Isabel Chaves

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Professora: Sandra Isabel Chaves

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A avaliação é uma constante em nosso dia-a-dia. Não aquela que fazemos ou que estamos comprometidos a fazer quando nos encontramos na Escola, mas um outro tipo, como aquele em que avaliamos impressões e sentimentos. (...) É assim que, nas interações cotidianas, em casa, em nossa trajetória profissional, durante o lazer, a avaliação sempre se faz presente e inclui um julgamento de valor sobre nós mesmos, sobre o que estamos fazendo, sobre o resultado de trabalhos

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Na ação escolar, a avaliação incide sobre ações ou sobre objetos específicos - no caso, o aproveitamento do aluno ou nosso plano de ação.

Avaliação, portanto, não pode ser confundida, como por vezes se faz, com o momento exclusivo de atribuição de notas ou com momentos em que estamos analisando e julgando o mérito do trabalho que os alunos desenvolveram. Vale dizer que a avaliação recai sobre inúmeros objetos, não só sobre o rendimento escolar.

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Avaliação, portanto, não pode ser confundida, como por vezes se faz, com o momento exclusivo de atribuição de notas ou com momentos em que estamos analisando e julgando o mérito do trabalho que os alunos desenvolveram.

Portanto, além de ser uma atividade associada intrinsecamente à nossa experiência cotidiana, a avaliação, quando se formaliza, é considerada de várias maneiras.

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A própria literatura educacional aponta diversos tipos de avaliação; por isso há quem se refira a ela como sendo “um casaco de várias cores”, figuradamente, justamente para mencionar essa variedade - desde os tipos mais conhecidos, como avaliação da aprendizagem escolar ou do rendimento escolar, até as modalidades de avaliação de cursos, programas, projetos, currículos, sistemas educacionais, políticas públicas.

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A avaliação tem sido colocada como o grande vilão da Escola brasileira, da educação infantil, fundamental e média, chegando até a Universidade. A imprensa tem mostrado muito a questão da avaliação das universidades. Isto acaba levando a conclusões lineares. Se se resolver o problema da avaliação, se todos fizerem uma avaliação bem-feita, estará resolvida a questão da qualidade do ensino. Estas afirmações acabam fazendo parte do ideário dos educadores e até mesmo do senso comum.

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A avaliação deve ser melhorada sim, mas dentro do conjunto das práticas educativas do qual ela faz parte. Sem isto, não tem sentido trabalhar especificamente sobre a avaliação.

LUCKESI - pedagogia do exame EM substituição à pedagogia do ensino e da aprendizagem, da produção do conhecimento.

Inversões – a avaliação passou a ser o centro controlador, transformando-se em instrumento de poder do professor. “A avaliação é uma arma na mão do professor”, diz a professora Maria Amélia AZEVEDO.

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Para que serve então, a avaliação. Se ela não serve aos propósitos nem de mobilizar o aluno para que se reveja, perceba o patamar de conhecimento onde está, nem de mobilizar o professor para retomar o trabalho, então ela não está cumprindo seu papel principal, que é, realmente, diagnosticar como o aluno está e poder através desse diagnóstico, analisado de diferentes pontos de vista, superar o que está ocorrendo no processo ensino-aprendizagem, no sentido de rever o que se está fazendo, dos pontos de vista do professor, do aluno e da relação ensino-aprendizagem. A avaliação também não está servindo, no caso, para que o aluno tome consciência de que isso ocorre inserido num contexto educacional como um todo.

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O que acontece é que os alunos se sentem culpados pelas notas baixas e, algumas vezes, os próprios professores costumam afirmar que se o aluno não foi bem é porque não estudou, ou porque não teve apoio em casa ou porque não se concentrou nas aulas. Isto é apontado tanto pelos alunos quanto pelos professores. E aí a questão dos maiores resultados acaba ficando uma questão individual do aluno.

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Esta tem sido a tônica, a característica marcante do processo de avaliação. O contexto como um todo não é analisado. É claro que o fato de o aluno se interessar, estar atento, realizar uma série de ações complementares dentro e fora da Escola está associado e é importante para seu desempenho. No entanto, não é o único determinante do bom desempenho. Pensar e afirmar isto, é estar apoiando o nosso raciocínio e a nossa conclusão em pressupostos individualistas, ainda de corte neoliberal: o sucesso depende do esforço individual; quem se esforça, vence, quem não se esforça, sai-se mal. Muitas vezes, esses pressupostos não são conscientes, não são explicitados, mas estão embalando as afirmações e a prática educacional. Esta mesma análise está presente na explicação da obtenção do sucesso na sociedade. As pessoas esforçadas são as que vencem.

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A questão, portanto, não está exclusivamente na avaliação. Trabalhar com avaliação é importante, no sentido de que a entendamos vinculada a uma prática educacional necessária para que se saiba como se está, enquanto aluno, professor e conjunto da Escola; o que já se conseguiu avançar, como se vai vencer o que não foi superado e como essa prática será mobilizadora para os alunos, para os professores, para os pais. Aí sim, vale a pena pensar na reformulação do processo de avaliação, juntamente com a reformulação de todo o processo da Educação, servindo às nossas crenças, às nossas atuações, às nossas ações do cotidiano.

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Esforço de trabalhar simultaneamente a mudança e a reorientação do currículo da Escola e acentuar o trabalho todo de projetos pedagógicos próprios das escolas, para que elas possam estar avançando nisso.

E avançar nesse processo requer, necessariamente, uma formação permanente e constante dos profissionais, de todos os envolvidos no processo de Educação. Não seria possível, e seria também uma prática autoritária, fazer alterações do projeto político-pedagógico, sem uma discussão de fundo com as escolas, com os professores, e sem acoplar a isso um programa permanente de formação.

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Trabalhar com avaliação é importante, no sentido de que a entendamos vinculada a uma prática educacional necessária para que se saiba como se está, enquanto aluno, professor e conjunto da Escola; o que já se conseguiu avançar, como se vai vencer o que não foi superado e como essa prática será mobilizadora para os alunos, para os professores e para os pais.

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Os modelos de avaliação decorrem de teorias educacionais que traduzem diferentes concepções de ser humano, de sociedade, de processo de ensino e aprendizagem.

Modelos de avaliaçãoTradicional ( não vamos abordar)Democrático e participativo

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para o combate acirrado contra o fracasso escolar

Para garantir que o aluno aprenda Para cuidar da aprendizagemQuem cuida, não perde de vista o

objeto/ser avaliado. Avaliação precisa ser “pedagógica”,

não instrucionista.

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Avalia-se para garantir o direito de aprender. O aluno precisa elaborar toda semana – este é requisito fundamental. Em vez de ficar só escutando o professor; tomando nota do que diz ou escreve no quadro, copiar a apostila ou o livro didático, o aluno deve ser levado a produzir textos próprios.

Tudo que existe em sala de aula não passa de “material de pesquisa”, que deve ser manejado pelo aluno na condição de sujeito, não de objeto.

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O processo avaliativo parte do pressuposto de que se defrontar com dificuldades é inerente ao ato de aprender. Assim, o diagnóstico de dificuldades e facilidades deve ser compreendido não como um veredito que irá culpar ou absolver o aluno, mas sim como uma análise da situação escolar atual do aluno, em função das condições de ensino que estão sendo oferecidas.

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A principal função da forma de avaliação é verificar o que o aluno aprendeu e tomar uma base de decisão para aperfeiçoar subseqüentemente o processo ensino-aprendizagem na busca de melhores resultados. Os resultados obtidos pelos alunos na aprendizagem, nos mais diferentes momentos do trabalho, estão diretamente ligados aos procedimentos de ensino utilizados pelo professor.

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Três tipos de funções: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e somativa (classificatória).

A) A avaliação diagnóstica é aquela que ao se iniciar um curso ou um período letivo, dado à diversidade de saberes, o professor deve verificar o conhecimento prévio dos alunos com a finalidade de constatar os pré-requisitos necessários de conhecimento ou habilidades imprescindíveis de que os educandos possuem para o preparo de novas aprendizagens.

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“Para que a avaliação diagnóstica seja possível, é preciso compreendê-la e realizá-la comprometida com uma concepção pedagógica. No caso, considerarmos que ela deva estar comprometida com uma proposta pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta   concepção está preocupada com a perspectiva de que o educando deverá apropriar-se criticamente de conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro desta sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de produção. A avaliação diagnostica não se propõe e nem existe uma forma solta isolada. É condição de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica progressista”. (Luckesi 2003, p.82)

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Sendo realizada antes do processo, objetiva sondar se o aluno apresenta os comportamentos necessários para que a aprendizagem possa ser iniciada. Ocorrendo durante o processo, será utilizada para identificar as causas das falhas de aprendizagem e possibilitar a implementação de recursos para corrigi-las.

Podemos observar que a avaliação diagnóstica possui três objetivos. O primeiro, é identificar a realidade dos alunos que irão participar do processo. O segundo, é verificar se os alunos apresentam ou não habilidades e/ou pré-requisitos para o processo. O terceiro propósito está relacionado com a identificação das causas, de dificuldades recorrentes na aprendizagem. Assim o educando poderá rever sua ação educativa para sanar os problemas.

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B) A avaliação formativa é aquela com a função controladora sendo realizada durante todo  o  decorrer  do   período  letivo, com o intuito de  verificar se os alunos estão atingindo os objetivos previstos. Logo, a avaliação formativa visa, basicamente, avaliar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da aprendizagem, antes de prosseguir para uma outra etapa subseqüente de ensino-aprendizagem, os objetivos em questão. É através da avaliação formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estímulo para um estudo sistemático. Essa modalidade de avaliação é orientadora, porque orienta o estudo do aluno ao trabalho do professor. É motivadora porque evita as tensões causadas pelas avaliações.

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“No modelo de avaliação formativa, a ênfaseestá no aprender, gerando uma mudança em todos os níveis educacionais: currículo, gestão escolar, organização da sala de aula, tipos de atividades e o próprio jeito de avaliar a turma. A avaliação formativa, prevê que os estudantes possuem processo e rítmos de aprendizagem diferentes”.

A avaliação formativa permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, orientando-o na reformulação do seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. Ela deve ser planejada em função dos objetivos, deste modo o docente continuará seu trabalho ou irá direcioná-lo, de modo que a maioria dos alunos alcance os objetivos propostos.

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Avaliar  os objetivos atingidos pelos alunos e quais os resultados que alcançaram;

Obter as  evidências que  descrevem   os  eventos  que  nos  

interessam Determinar critérios conforme os níveis de

aproveitamento e diagnosticar os resultados corrigindo as falhas do processo ensino- aprendizagem

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“Seja qual for a avaliação formativa tem por único fim: reconhecer onde e em que o aluno sente dificuldade e procurar informá-lo. Esta avaliação não se traduz  em nota, nem muito menos em “scores”. Trata-se de um “feedback para o aluno e para o professor”.

Landsheere (1976, p. 254)

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Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), é determinado que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos.

CAPÍTULO II – da Educação Básica SEÇÃO I – das Disposições Gerais

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V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;

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Nesse sentido a avaliação é um meio ou instrumento de controle da qualidade objetivando um ensino de excelência em todos os níveis de todos os cursos.

C) A avaliação somativa/classificatória tem por função básica a classificação dos alunos, sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino, classificando os alunos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos.

No momento atual a classificação do aluno se processa segundo o rendimento alcançado, tendo por parâmetro os objetivos previstos.

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Para Bloom (1983), a avaliação somativa “objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e final de um curso”.

Essas três formas de avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas para se garantir a eficiência do sistema de avaliação e a excelência do processo ensino-aprendizagem.

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A avaliação é um processo sistemático e não apenas um resultado, como tal, deve acontecer ao longo de todo o período letivo. Desta forma, não faz sentido limitar a avaliação a momentos especiais. Ao privilegiarmos em demasia esses momentos, jogamos toda a luz sobre eles, obscurecendo assim o processo cotidiano da aprendizagem.