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Talentus Associação Nacional de Formadores e Técnicos de Formação 2002 Manual do Formando Curso de Formação Pedagógica de Formadores O Processo de Comunicação em Formação

o Processo de Comunicacao Em Formacao

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Page 1: o Processo de Comunicacao Em Formacao

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Curso de Formação Pedagógica d

O Processo de Comunicação em Formação

Talentus

iação Nacional de Formadores

Manual do Formando

e Formadores

e Técnicos de Formação

2002

Page 2: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Índice O Processo de Comunicação em Formação ...........................................................3

Comunicação.......................................................................................................4 Elementos da Comunicação................................................................................5 Linguagem Verbal e Não Verbal .........................................................................6 Modelos de Comunicação na Sala de Formação................................................6 As Barreiras à Comunicação...............................................................................8 Principais Problemas que Dificultam a Comunicação .......................................11 Atitudes Individuais Facilitadoras da Comunicação ..........................................12 O Formador como Gestor da Comunicação Pedagógica..................................13

2 O Processo de Comunicação em Formação

Page 3: o Processo de Comunicacao Em Formacao

O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO EM FORMAÇÃO

Comunicação

Elementos da Comunicação

Linguagem Verbal e Não Verbal

Modelos de Comunicação na Sala de Formação

As Barreiras à Comunicação

Principais Problemas que Dificultam a Comunicação

Atitudes Individuais Facilitadoras da Comunicação

O Formador como Gestor da Comunicação

3 O Processo de Comunicação em Formação

Page 4: o Processo de Comunicacao Em Formacao

O Processo de Comunicação em Formação

Comunicação

A origem da palavra comunicar deriva do latim “communicare” que significa:

Pôr em comum; associar; entrar em relação com...

Então comunicar pode ser interpretado como a troca de ideias, sentimentos ou

experiências entre pessoas que conhecem o significado do que se diz, se faz, ou se

pensa...

Cada pessoa é uma entidade complexa resultante da combinação de diversos

factores como sejam: Biológicos; Psicológicos; Vivências do dia-a-dia

Deste modo, comunicar com bons resultados, nem sempre é fácil. Exige

naturalmente esforço de ambas as partes, de vencer todos os obstáculos.

4 O Processo de Comunicação em Formação

Page 5: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Elementos da Comunicação

Emissor Emite ou transmite a mensagem

Mensagem Conjunto de informações transmitidas

Codificação

Capacidade de construir mensagens

segundo um código, compreendido

pelo emissor e receptor

Meio Suporte onde a mensagem é levada

do emissor para o receptor

Contexto

Conjunto de variáveis que rodeia, e

influenciam a situação de

comunicação

Receptor Aquele que recebe a mensagem

Código

Conjunto de elementos com

significado aceites pelo emissor e

receptor

Descodificação Capacidade de interpretar a

mensagem

Canal Via de circulação da mensagem

Feed-Back Informação de retorno, que permite

ajustar a mensagem

5 O Processo de Comunicação em Formação

Page 6: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Linguagem Verbal e Não Verbal

Linguagem Verbal

Oral Escrita

Conversação

Televisão

Telefone

Livros

Jornais

Cartas

Linguagem Não Verbal

Sinais Visuais Sinais Sonoros

Gestos

Cores

Bandeiras

Tambores

Buzina

Entoação da Voz

Modelos de Comunicação na Sala de Formação Comunicação Unilateral

Comunicação Bilateral

Comunicação Multilateral

Comunicação Unilateral

É aquela que apenas se processa numa única direcção, ou seja, do emissor para o

receptor, sem reciprocidade.

O formador explica oralmente a matéria.

6 O Processo de Comunicação em Formação

Page 7: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Há dependência do programa previamente estabelecido.

É apropriada para dar informação

Imprópria para discussão.

Os formandos poderão reter cerca de 20% da matéria.

Comunicação Bilateral

O formador expõe a matéria utilizando audiovisuais e faz perguntas.

O programa estabelecido é respeitado no essencial.

A participação é mais alargada, mas o formador mantém uma posição

fortemente central.

O formador como organizador e facilitador da discussão entre os formandos.

Os formandos poderão reter cerca de 50% da informação.

7 O Processo de Comunicação em Formação

Page 8: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Comunicação Multilateral

O formador propõe as actividades de grupo e funciona como animador.

Os conteúdos estão mais sujeitos ao improviso de acordo com o interesse e a

disponibilidade do formador e dos formandos.

Assegura a participação total, permitindo a discussão a dois níveis: Entre os

participantes; entre o formador e os participantes.

O formador como facilitador da aprendizagem e regulador da sessão.

Os formandos poderão reter cerca de 70% da informação.

As Barreiras à Comunicação Quando queremos comunicar, ou seja, emitir mensagens para que estas sejam

compreendidas, nem sempre o conseguimos de uma forma eficaz.

Entende-se por barreiras à comunicação os obstáculos que dificultam a emissão e/

ou recepção de mensagens.

Ao Nível do Emissor e do Receptor

Construção da ideia a nível conceptual

Colocam-se questões de âmbito psicológico e mental.

8 O Processo de Comunicação em Formação

Page 9: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Faz-se apelo á capacidade de abstracção e raciocínio.

Codificação

Colocam-se questões do domínio do código (caso da língua) e de capacidade verbal.

Expressão

No caso da comunicação verbal oral, colocam-se questões de foro fisiológico como

dificuldades de pronúncia, ou do foro psíquico, como gaguez e outras.

Audição

Relativamente ao receptor – questões que podem ser de foro fisiológico, como a

surdez, ou também de outra ordem como seja um excessivo cansaço, que possa

dificultar a concentração.

Descodificação

Aqui coloca-se como ao emissor, mas em sentido contrário, a questão do

conhecimento do código utilizado.

Interpretação

O receptor vai confrontar a mensagem com o seu quadro referencial, ou seja, os

seus conhecimentos, opiniões, valores, etc...

Ao Nível do Contexto

Existem contextos mais adequados ou menos adequados a cada tipo de

comunicação. completar

9 O Processo de Comunicação em Formação

Page 10: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Ao Nível do Meio

Também aqui, o meio utilizado para suportar ou veicular a mensagem nem sempre é

o mais adequado. Deste modo, é necessário que exista uma certa coerência, entre o

tipo de mensagem e os objectivos a alcançar.

Ao Nível do Código

Este elemento tem de ser partilhado pelos interlocutores para que o emissor possa

codificar e o receptor descodificar a mensagem.

Ao Nível da Mensagem

A mensagem deverá ser oportuna, pertinente, motivadora, para suscitar a atenção do

receptor. Podem existir situações de recusa à mensagem, que dificulta ou

impossibilita a comunicação.

Deste modo se pretendemos uma comunicação eficaz, temos de estar atentos, a

todos os elementos do processo de comunicação, a começar por nós próprios.

Emissor

Quadro de referências

Capacidades de expressão

Capacidades físicas

Capacidades psicológicas

Interesse/ atenção/ motivação

Carga emocional

Tipos de contexto

Incoerência de elementos

Complexidade da mensagem

Receptor

10 O Processo de Comunicação em Formação

Page 11: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Principais Problemas que Dificultam a Comunicação

Formador/ Formando

O formador é um bom comunicador?

O formador acha que a sua função é transmitir conhecimentos e a obrigação do

formando é ouvir e compreender.

O formador não gosta de ser interrompido.

O formador utiliza termos ou conceitos que os formandos não conhecem.

O formador não repete as ideias principais

O formador não utiliza meios audiovisuais

O formador “monólogo” – Não há diálogo

Formando/ Formador

O formando não presta atenção ao que se diz: problemas de saúde, familiares,

desinteresse pela matéria.

O formando tem uma atitude passiva: não tem muito o hábito de pensar,

preguiça.

O formando não toma notas durante a sessão e esqueceu-se de parte da

matéria.

O formando tem uma atitude de rejeição e revolta contra o formador.

O formando nem sempre entende o que se explica

O formando “falta de Desejo de Aprender”

11 O Processo de Comunicação em Formação

Page 12: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Atitudes Individuais Facilitadoras da Comunicação

A Estima por Si Próprio

Tem a ver com a imagem que temos de nós próprios, bem como, o valor que

atribuímos à nossa pessoa.

Depende da nossa percepção, ou seja, como tomamos consciência das coisas e da

forma “como nos vemos”.

Reagimos portanto de maneiras diversas em virtude de provocar atitudes e

comportamentos diferentes.

As pessoas com pouca auto-estima, quase sempre tomam uma posição de

inferioridade e têm dificuldade em estabelecer relações com os outros.

Aqui a comunicação tenderá sempre a ser unilateral.

As pessoas que possuem um bom nível de auto-estima por si próprios, têm

normalmente um bom à vontade, sabem Ter a iniciativa e compreendem os pontos

de vista diferentes dos seus.

Aceitam as críticas fundamentadas e procuram relações produtivas para todos os

intervenientes.

A Capacidade de Escutar

Escutar é uma atitude de disponibilidade para recebermos mensagens dos outros e

tentar compreende-las.

Para que o processo de comunicação obtenha o melhor resultado é necessário que

tudo o que nos permitir captar a mensagem seja mobilizado.

Deste modo devemos observar algumas regras:

12 O Processo de Comunicação em Formação

Page 13: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Princípios de escuta activa

Saber deixar falar

Colocar-se em empatia com o outro

Centrar-se no que é dito

Manter os canais abertos

Não interromper o outro

Controlar as emoções pessoais

Resistir ao efeito de halo

Utilizar as capacidades cerebrais

A capacidade de dar Feed-Back

Trata-se as informação de retorno, ou seja, a informação que o receptor envia ao

emissor, de modo que este entenda, se a mensagem foi ou não entendida.

Exemplo:

Alguém ao telefone. Se deixar passar alguns segundos sem dar qualquer

sinal ao emissor, rapidamente ele irá pedir feed-back.

Existem diversos sinais, que não acrescentando nada à informação, mantêm no

entanto a ligação e podem até reforçar o sistema de comunicação, aumentando a

confiança mútua.

Exemplo:

Um simples acenar de cabeça.

O Formador como Gestor da Comunicação Pedagógica Cabe ao formador, enquanto responsável pela gestão das situações ensino/

aprendizagem, a gestão da comunicação, nomeadamente:

13 O Processo de Comunicação em Formação

Page 14: o Processo de Comunicacao Em Formacao

Planear, organizar, controlar e avaliar a comunicação, no espaço formativo.

Motivar e coordenar os elementos em comunicação, face aos objectivos

pedagógicos.

Compete finalmente ao formador:

Decidir pela opção de vários meios e canais, face ao conhecimento das formas

de suscitar a motivação nos formandos.

Em Síntese

A comunicação deve efectuar-se em todas as direcções.

As barreiras físicas devem ser evitadas. A disposição da sala pode facilitar a

comunicação.

Os suportes audiovisuais devem ser bem concebidos e utilizados.

As mensagens devem ser:

Curtas;

Claras;

Concisas;

Com informação de retorno.

14 O Processo de Comunicação em Formação