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O Programa de Incentivo ao Desempenho da São Paulo Alpargatas S.A.
Prof. Dra. Maria Virginia Llatas Doutora em Comunicação e Semiótica Universidade Presbiteriana Mackenzie
Fala-se no ambiente empresarial que sugere competição quando outras organizações
tentam fazer o que uma empresa faz melhor, e que se cria vantagem quando se pode
fazer algo que os concorrentes acham difícil copiar. Assim, quando se fala em vantagem
competitiva na São Paulo Alpargatas S.A. (SPASA) pensa-se em design e moda e em
estratégias relacionadas à marca, que fizeram com que um produto visto como
commoditie passasse a ser considerado produto top, verdadeiro “objeto de desejo” em
alguns mercados do exterior: as sandálias Havaianas. Entretanto, para a empresa há
outros fatores considerados como geradores de vantagem competitiva. Quando dois
pesquisadores foram entrevistar o diretor de Recursos Humanos da empresa ele lhes
apontou um programa considerado estratégico na geração de competitividade: o
Programa de Incentivo ao Desempenho. Os pesquisadores entraram em contato com um
programa altamente complexo, desenhado para mapear claramente o valor de
contribuição de cada executivo ao negócio da empresa. Embora os passos do programa
estivessem claros, a dúvida era a seguinte: que fatores do programa agregam
competitividade à empresa? Este modelo pode ser estendido para outras empresas que
busquem competitividade?
1. Perfil da SPASA
A São Paulo Alpargatas é uma das maiores companhias brasileiras de calçados,
artigos esportivos e tecidos industriais. Firmou-se no mercado como uma empresa de
marcas, com destaque para Havaianas, Rainha Topper, Sete Léguas e Locomotiva.
Mizuno e Timberland são licenças de operação.
Desenvolve suas atividades em 8 unidades industriais e 14 fábricas satélites,
além das lojas de Varejo Meggashop e Timberland. Emprega diretamente cerca de 11
mil pessoas.
Controlada pelo Grupo Camargo Corrêa, em 2003 aderiu ao Nível 1 de
Governança Corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo. Detém participação
acionária de 30,7 % na Santista Têxtil, um dos três maiores fabricantes de tecidos
Denim do mundo.
A receita bruta de vendas cresceu 22% e somou R$ 1,1 bilhão. O lucro líquido
atingiu R$ 95,6 milhões. As exportações, destinadas a 69 países, responderam por 6%
do total da receita. Havaianas é líder no segmento de sandálias de borracha, com
participação de 80%, e Rainha, Topper e Mizuno, no de calçados esportivos, com 11%.
A Companhia é regida por cinco valores: Ética, Respeito às Pessoas, Inovação,
Satisfação dos Consumidores e Comprometimento. Ela implementa suas ações de
Responsabilidade Social por meio do Instituto Alpargatas, com foco na educação por
meio do esporte. A Figura 1 a seguir, mostra a localização das fábricas da Alpargatas no
Brasil.
Figura 1 – Localização das fábricas da Alpargatas
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2003
2. Valores
A Ética, o Respeito às Pessoas, a Inovação, a Satisfação dos Consumidores e o
Comprometimento guiam as atividades da Alpargatas, fundamentam suas ações e
definem seu modo de ser e o de seus funcionários.
• Ética – Integridade, honestidade, transparência e atitude positiva na
aplicação das políticas internas e externas e no cumprimento das leis.
• Respeito às Pessoas – Compreende desde a qualidade dos
relacionamentos, o investimento na qualidade de vida, o
desenvolvimento das pessoas, o reconhecimento pelo desempenho
profissional até o respeito ao meio ambiente. Não tolera preconceitos e
intimidações de qualquer natureza.
• Inovação – Antecipação de tendências e aplicação de tecnologias na
gestão de pessoas, processos, produtos e serviços, focados em
modernidade, gerando produtividade, competitividade e ganho de
participação no mercado.
• Satisfação dos Consumidores – Obtenção de fidelidade dos
consumidores as nossas marcas, por meio de inovação, valor, qualidade
e vanguarda dos produtos e serviços.
• Comprometimento – Compromisso com objetivos e formas de trabalhar
da Empresa, responsabilidade com o controle das despesas, dos custos,
dos ativos e determinação na obtenção de resultados.
3. Crescimento da Empresa
• A receita bruta de vendas cresceu 22% e somou R$ 1,1 bilhão.
• A margem bruta subiu 2,4 pontos percentuais e representou 40,2 % das
vendas líquidas.
• O LAJIDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)
aumentou 42% e acumulou R$ 127,7 milhões. A taxa anual de
crescimento desde 2000 tem sido de 13%.
• O Lucro Líquido totalizou R$ 95,6 milhões.
• Distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio de R$36
milhões, 39% do resultado do exercício.
• Valorização de 80% das ações preferenciais
• 142 milhões de pares de calçados comercializados e 252 modelos
lançados
R$ milhões 2000 2001 2002 2003 2004
Receita Bruta de Vendas 690,7 727,6 816,2 919,6 1118,3
Receita Líquida de Vendas 580,3 610,3 683,9 767,2 884,2
Lucro Bruto 223,3 227,3 257,9 290 355,6
Margem Bruta 38,50% 37,20% 37,70% 37,80% 40,20%
LAJIDA 79,2 72,0 89,6 90,2 127,7
Margem LAJIDA 13,6% 11,8% 13,1% 11,8% 14,4%
Lucro Líquido 67,7 32,7 47,8 82,0 95,6
Margem Líquida 11,7% 5,4% 7,0% 10,7% 11,0%
Capital de Giro 86,9 120,6 135,4 159,8 193,4
Realizável e exigível a longo prazo 38,3 18,4 -1,6 -23,8 -36,3
Ativo Permanente 240,5 254,9 267,0 287,9 278,4
Capital Empregado 365,7 393,9 400,8 423,9 435,5
Caixa Líquido 35,8 24,2 37,9 69,5 119,2
Patrimônio Líquido 401,5 418,1 438,7 493,4 554,7
Índice de liquidez corrente 2,3 2,1 2,3 3,1 3,5
Retorno sobre o Patrimônio
Líquido 19,3% 7,8% 11,0% 17,5% 23,5%
Vendas por funcionário - R$ mil 51,5 55,8 63,6 77,7 86,8
Tabela 1 – Crescimento Sustentável
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2004
690,7 727,6816,2
919,61118,3
0200400600800
10001200
Valores em R$ milhões
2000 2001 2002 2003 2004
Período
Receita Bruta de Vendas
Receita Bruta deVendas
Gráfico 1 – Receita Bruta de Vendas
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2004
79,2
13,6%
72,0
11,8%
89,6
13,1%
90,2
11,8%
127,7
14,4%
020406080
100120140
Valores em R$ milhões
2000 2002 2004
Período
Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
Margem LAJIDA
LAJIDA
Gráfico 2 – LAJIDA
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2004
67,7
11,7%
32,7
5,4%
47,8
7,0%
82,0
10,7%
95,6
11,0%
0
20
40
60
80
100CAGR 43%
Valores em R$ milhões
2000 2001 2002 2003 2004
Período
Lucro Líquido
Lucro Líquido Margem Líquida
Gráfico 3 – Lucro Líquido
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2004
19,3%
7,8%
11,0%
17,5%
23,5%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
%
2000 2001 2002 2003 2004
Período
Retorno sobre o Patrimônio Líquido
Gráfico 4 – Retorno sobre o Patrimônio Líquido
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2004
4. Estratégia
O Planejamento Estratégico definiu diretrizes que nortearão a atuação nos
próximos cinco anos. O objetivo é aumentar a competitividade, assegurando
crescimento sustentado de receita, lucratividade e geração de valor para os acionistas.
Na análise da orientação dos negócios e do mercado das marcas, foram
identificadas aquelas que podem tornar-se sucesso mundial, seguindo o exemplo da
Havaianas. Há dessa forma potenciais para lançar uma marca global de futebol e tornar
os tecidos industriais, produtos de consumo mundial.
O planejamento estratégico estabeleceu as áreas de ênfase que sustentarão o
processo de crescimento: otimização industrial, pesquisa e desenvolvimento, qualidade
e internacionalização. Cada uma dessas áreas foi desdobrada em diversas ações, como
investimentos em inovação e tecnologia, aumento de capacidade produtiva, ganhos de
escala e produtividade e capacitação de pessoas.
Otimização Industrial Pesquisa e
Desenvolvimento
Qualidade Internacionalização
Acesso à produção de
baixo custo
Inovação e Tecnologia Política da Qualidade:
melhoria contínua de
todos os processos,
produtos e serviços
Expansão da linha e da
produção de sandálias
Ganhos de escala e Competitividade Constante satisfação de Marca mundial de
Produtividade clientes e consumidores Futebol
Aumento de capacidade
produtiva
Tendências de
Mercado, Design,
materiais, produtos e
componentes
Fidelização às marcas
da empresa
Aspectos fiscais e
Logísticos
Otimização de
lançamentos:
• Time to market
• Classe mundial
Desenvolvimento de
materiais, processos e
equipamentos
Tabela 2 – Quadro Estratégico
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2004
5. Estrutura Organizacional
A Estrutura organizacional foi redefinida, agrupando nas unidades de negócio,
marcas que possuem sinergias. A operação fabril passará a ser coordenada pela
Diretoria Industrial, com o objetivo de adotar e disseminar as melhores práticas de
produção e ampliar os índices de produtividade. A área de pesquisa e desenvolvimento
de produtos está centralizada em outra diretoria, como forma de reforçar a capacidade
de inovação. Essas diretorias integrarão as áreas corporativas, que atuam no apoio aos
negócios, tais como Finanças e Relações com Investidores, Recursos Humanos,
Comunicação e Mídia e Jurídico. A Diretoria de Auditoria responde ao Conselho de
Administração.
Como assessorias diretas à Presidência estão a Inteligência de Negócios e o
Comitê de Marketing. A Inteligência de Negócios, em fase de estruturação, será
responsável pelo acompanhamento do planejamento estratégico e pela prospecção de
novos negócios. O Comitê de Marketing auxiliará na estratégia de comunicação das
marcas. Para consolidar marcas líderes e desejadas pelos consumidores, recursos
consideráveis são alocados em propaganda, promoção, merchandising, eventos e
relações públicas
Figura 2 – Organograma da Empresa
Fonte: São Paulo Alpargatas S.A. - Relatório Anual, 2004.
6. Governança Corporativa
A adoção de boas práticas de governança corporativa faz parte do modelo de
gestão estratégica. Desde 2003, a Alpargatas pertence ao grupo de empresas Nível 1 de
Governança Corporativa da Bovespa, com suas ações integrando a IGC (Índice de
Governança Corporativa).
A Alpargatas preza a transparência na comunicação com todos os acionistas. O
tratamento e a divulgação de informações que influenciam seu valor de mercado são
regidos por Política de Fato Relevante e Negociação com Ações. A apresentação dos
resultados é realizada por meio de publicação voluntária nos jornais, press releases e
reuniões com membros da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do
Mercado de Capitais (Apimec).
O Conselho de Administração é composto por cinco integrantes efetivos e o
mesmo número de suplentes, possuindo mandato de três anos. Dois membros não são
ligados ao acionista controlador, sendo um representante dos minoritários. Sua função
principal é definir a estratégia dos negócios, eleger os diretores e supervisionar seu
trabalho. Nas reuniões do Conselho os diretores são convidados a apresentarem e
debaterem questões estratégicas referentes a sua área de atuação. A Alpargatas adota um
Código de Ética, aprovado pelo Conselho de Administração, que define padrões de
conduta empresarial e pessoal.
Comitês
Existem cinco comitês de apoio à gestão. O Comitê de Auditoria avalia a
eficácia dos controles internos. O de Finanças orienta a administração financeira. O de
Recursos Humanos define as políticas de gestão de pessoas e do programa de opção de
compra de ações. O Comitê Deliberativo da Spasaprev estabelece as estratégias de
investimento do fundo de pensão dos funcionários e acompanha o desempenho dos
administradores de seus recursos. O Comitê de Segurança do Trabalho, Saúde
Ocupacional e Meio Ambiente elabora, implementa e acompanha as políticas dessa
área.
Diretoria
A diretoria estatutária é integrada por um presidente e cinco diretores, com
experiência na administração de empresas de calçados. Cabe a ela a execução das
decisões do Conselho de Administração e a gestão direta dos negócios.
Conselho Fiscal
Formado por cinco membros efetivos e cinco suplentes, possui dois
representantes dos acionistas minoritários. Seus integrantes são eleitos uma vez por ano
em assembléia de acionistas e se reúnem, no mínimo, quatro vezes em cada exercício,
para opinar sobre as demonstrações financeiras.
Auditoria Externa
Os serviços prestados pela Deloitte Touche Tohmatsu têm foco exclusivo em
auditoria contábil. Em 2004. nenhum serviço complementar ou de consultoria foi
contratado com essa empresa.
7. Referencial Teórico
7.1 - Incentivo ao Desempenho
Introdução
A maioria das organizações, até a década de 70, realizava o planejamento de
trabalho em curto e médio prazos, sem a preocupação do planejamento estratégico,
decorrente das mudanças organizacionais na década de 1990.
Resende (1997) e Naisbitt (1999) explicam a origem destas alterações como
decorrentes da globalização, das mudanças de paradigmas, da facilidade e a rapidez na
comunicação, da passagem da sociedade industrial à sociedade da informação, da gestão
centralizada para a descentralizada, das tendências hierárquicas achatadas, da
administração participativa e principalmente da necessidade de flexibilização, que,
segundo Lybrand (1996:32), estimula o crescimento pessoal de seus funcionários,
recompensa o desempenho e a iniciativa, favorece estruturas interligadas e
multidisciplinares, permite a flexibilização de horários ou operações, estimula a
participação e o relacionamento informal entre os funcionários, Neste contexto de
mudanças, a política de remuneração das organizações deve acompanhar o ritmo das
transformações por meio da remuneração variável, que se adapta às necessidades da
empresa.
7.2 - Remuneração Estratégica
Nas organizações com tendências às novas formas de trabalho, tais como:
células de trabalho, multifuncionalidade e redução dos níveis hierárquicos, Lybrand
(1996) acredita que não faz sentido recompensar a contribuição individual ou coletiva
apenas com base em descrições de atividades e definição de responsabilidades
(remuneração fixa). Sugere que a remuneração deva ser vista como fator de
aperfeiçoamento e impulsionador de processos de melhoria e aumento de
competitividade e não de custos.
Por sua vez, Marras (2002:169), define a remuneração estratégica como aquela
que representa um modelo de compensação que permite premiar aqueles empregados da
empresa que se destacaram dos demais num determinado período. Resende (1997)
afirma que as empresas competitivas precisam muito das contribuições dos funcionários
para uma gestão voltada para resultados.
Para Lybrand (1996) e Marras (2002), a remuneração estratégica é um vínculo
com a nova realidade das organizações que atuam no mercado globalizado e
competitivo, considerando a estratégia, a estrutura e o estilo gerencial. Consideram
também as competências individuais do funcionário para o sucesso do negócio, tais
como: conhecimentos, habilidades, competência, desempenho, resultados e evolução de
carreira, entre outros.
Resende (1997:77) demonstra por meio do Quadro 1, as mudanças culturais
necessárias para que a remuneração variável possa atender os seus objetivos:
DE PARA
• Atuação voltada para tarefas • Atuação votada para resultados
• Ênfase na produção • Ênfase na produtividade
• Controle restrito da Qualidade • Melhoria qualidade na empresa
• Acomodação aos padrões • Melhoria contínua
• Atividades individuais estanques • Parcerias e sentido de times
• Rigidez / burocracia • Flexibilidade / adaptabilidade
• Interesses egoísticos nas relações entre
empresas empresa/empregados e entre clientes
internos
• Sentido de ganha – ganha
Quadro 1 – Mudanças culturais
Fonte: Adaptado de Resende (1997)
7.3 - Objetivos dos planos de remuneração variável
Planos ou programas de incentivos visam aumentar a participação e as
contribuições dos empregados em relação ao desenvolvimento do trabalho, por meio de
estímulos com recompensas materiais e ou psicológicas bem como a obtenção de
ganhos de produtividade, qualidade e lucratividade, por meio de maior participação,
comprometimento e contribuição dos empregados; favorecer o clima organizacional e as
relações trabalhistas; contribuir para o desenvolvimento da administração participativa e
da gestão de desempenho e, finalmente, cumprir a lei. (Resende (1997).
7. 4 - Princípios norteadores dos planos de remuneração estratégica
Para Lybrand (1996), os princípios do sistema de remuneração estratégica são o
comprometimento das metas pré-estabelecidas; definição dos padrões de resultados e
desempenho; criação e disseminação do sentido de justiça e competitividade construtiva
entre os funcionários; contemplar indivíduos e enaltecer equipes; instituir a
simplicidade e a transparência dos programas, eliminando as dúvidas sobre o programa.
7.5 - Modelos de Remuneração Estratégica
Resende (1997) cita as formas de recompensas, como recompensas psicológicas,
mistas, com desenvolvimento profissional, conforme o Quadro 2 – Formas de
recompensas.
Tipos de recompensas Exemplos
Envolvem custos Prêmios em dinheiro, jantares especiais, pagamento de viagens, etc.
Recompensas psicológicas Elogios verbais, certificados, medalhas, agradecimentos.
Recompensas mistas Festas comemorativas de resultados alcançados.
Recompensas com
desenvolvimento profissional
Concessão de bolsas de estudo, participação de congresso no
exterior, pagamento de cursos de especialização.
Quadro 2 – Formas de recompensas
Fonte: Adaptado de Resende (1997)
Já Marras (2002) classifica os modelos de recompensa por Habilidade, por
Competência, Acionária, por Distribuição de Ganhos, Participação nos Lucros e
Remuneração por Resultados, conforme o Quadro 3 – Modelos de Remuneração
Estratégica.
TIPOS
RECOMPENSAS
EXEMPLOS
Remuneração por
Habilidade
Constitui-se num sistema de recompensa com avanços no setor cognitivo dos
trabalhadores, conforme o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades
adquiridas. Envolve recompensa financeira ao empregado.
Remuneração por
Competência
Este modelo aplica-se mais ao nível de funcionários em papéis de liderança,
controle, planejamento e responsabilidade por resultados.
Remuneração
Acionária
(Stock Ownership)
Este modelo aplica-se mais aos níveis estratégicos da organização (cúpula da
empresa, gerentes, diretores). Remunera resultados conseguidos mediante
concessão de ações da empresa, tornando esses executivos sócios do negócio
e consequentemente mais comprometidos para a obteção de maiores lucros.
Distribuição de Ganhos
(Gain Sharing)
Já este modelo aplica-se mais nos níveis inferiores intermediários e inferiores
da pirâmide organizacional, com a finalidade de reduzir custos do processo. A
metodologia é simples. Os modelos são variáveis e o mais comum deles, é a
premiação por “caixa de sugestões / idéias”.
Participação nos lucros
(Profit Sharing)
A participação nos lucros é uma medida legal, que faz parte das Constituições
de 1946, 1967 e modificada em 1988- MP nº 794/96), e Lei nº 10.101, de
19/12/2000 que fixa as diretrizes básicas de como proceder.
Neste modelo, o resultado final não depende só do esforço do trabalhador,
mas da gestão global da empresa, de manipulações contábeis, e dos acordos
entre a direção da empresa, empregados e respectivos sindicatos.
Remuneração por
Resultados
(Pay-for-Performance)
Vincula o desempenho à produtividade e à qualidade dos resultados
organizacionais, estimulando o trabalhador na busca da otimização do seu
trabalho. A empresa geralmente estabelece parâmetros mensuráveis de metas
a serem atingidas pelos funcionários que por sua vez recebem uma
gratificação periódica, em função das metas atingidas.
Quadro 3 – Modelos de Remuneração Estratégica
Fonte: Adaptado de Marras (202)
7.6 - A Base da Remuneração Estratégica
Apesar dos diversos modelos de Remuneração Estratégica já terem sido
expostos, é importante considerar que existem três bases de sustentação para este
processo, conforme as necessidades de cada organização: Conhecimento, habilidades e
atitudes.
As atitudes são a base e a maneira de ser de uma pessoa, são os valores e crenças
que sustentam o comportamento pessoal e profissional do ser humano. O conhecimento
são todos os aprendizados que se tem durante a vida, tais como: aprendizados formais,
sociais, familiares. As habilidades são o complemento das atitudes (valores e crenças)
acrescido pelos conhecimentos adquiridos.
8 – Programa de Incentivo ao Desempenho da SPASA
8.1 – Análise dos dados
A SPASA acredita que as pessoas representam um diferencial competitivo em
seus negócios. Dessa forma, os investimentos em incentivos ao desempenho são
dirigidos para reforçar e encorajar ações e atitudes que assegurem os resultados da
empresa maiores, melhores e mais rápidos. A aplicação desta política está condicionada
aos resultados globais do negócio, disponibilidade orçamentária, equidade interna e
competitividade externa.
O Programa de Incentivo ao Desempenho da SPASA, tem por objetivo
promover a motivação e comprometimento dos profissionais para melhoria contínua de
seu desempenho; fortalecer o conceito de Remuneração por Resultados, permitindo a
flexibilidade dos custos salariais, oferecer um pacote de remuneração atrativo e
competitivo em relação ao mercado, fortalecer mecanismos que possam facilitar o
processo de discussão, avaliação e comunicação das metas e objetivos da Companhia,
manter o programa cujas características básicas são: transparência, clareza e
simplicidade, gerando melhores resultados para os Acionistas.
8.2 – Desenho do Programa
O Programa definido pela SPASA possui duas modalidades, sendo uma para o
Nível Executivo e a outra para os Funcionários em geral com as seguintes
características:
8.2.1 - NÍVEL EXECUTIVO: são elegíveis os cargos de Presidente, Diretores
Estatutários, Diretores de Negócios, Gerentes e Coordenadores.
8.2.1.1 - Peso dos Fatores no Cálculo do Bônus.
Prevê o pagamento de bônus mediante valores e critérios diferenciados entre os
funcionários da área Corporativa e os das Unidades de Negócios, especificado
por meio de fatores, relacionados conforme o Quadro 5 abaixo: Peso dos Fatores
no Cálculo do Bônus.
Resultado
do Grupo
Resultado
SPASA
Indicadores Específicos Contribuições Individuais
Lucro
Econômico
Consolidad
Grupo
Lucro
Econômico
SPASA
Lucro
Oper.
Fluxo de Caixa
Oper.
Líquido
ROCE (UM) Export
ação
Metas
Individuais
Atividades
não
Planejadas
Presidente 10% 40% 10% 10% - 10% 15% 5%
UN –
Artigos
Esportivos
5% 20% 25% - 20% 10% 15% 5%
UN –
Sandálias 5% 20% 25% - 20% 10% 15% 5%
UN –
Desenvolv/
Negócio
5% 20% 25% - 20% 10% 15% 5%
UM –
Têxteis 5% 20% 25% - 20% 10% 15% 5%
Corporativ
o
5% 30% 20% 15% - 10% 15% 5%
Quadro 5– Peso dos Fatores no Cálculo do Bônus
Fonte: Material fornecido pela SPASA
O Corporativo inclui: Diretoria Industrial, P&D, Finanças, Comunicação e
Mídia, Auditoria, Jurídico e Recursos Humanos.
Os fatores são calculados separadamente para efeito do bônus. O executivo pode
ser remunerado, por exemplo, pelo atingimento dos resultados da BU (Business Unit) e
Contribuições Individuais, mesmo que os resultados da SPASA sejam negativos.
Quando não houver atividades não planejadas, o percentual correspondente,
deverá ser rateado entre as metas individuais contratadas de maneira linear.
Os fatores de remuneração para estes executivos são: Resultado do grupo (Lucro
econômico consolidado do grupo); Resultado da SPASA (Lucro econômico SPASA);
Indicadores Específicos (Lucro operacional, Fluxo de caixa operacional líquido, ROCE
– UM, Exportação) e Contribuições Individuais (Metas individuais e Atividades não
planejadas).
o “Resultados do Grupo” (Lucro Econômico Consolidado do Grupo): Ao
Presidente é atribuído um peso dos fatores no cálculo do bônus de 10% e aos
demais responsáveis pelas Unidades dos Artigos Esportivos, Sandálias,
Desenvolvimento de Negócios, Têxteis Industriais e Corporativo, um peso
de 5%.
o “Resultados da SPASA”: Ao Presidente é atribuído um peso dos fatores no
cálculo do bônus de 40%; aos responsáveis das Unidades de Artigos
Esportivos, Sandálias, Desenvolvimento de Negócios e Têxteis Industriais,
um peso dos fatores de 20%; e aos responsáveis pela área Corporativa, um
peso no cálculo do bônus de 30%.
o O “Lucro Operacional” fica assim definido: ao Presidente é atribuído um
peso dos fatores do bônus de 10%, aos responsáveis pelas Unidades de
Negócios dos Artigos Esportivos, das Sandálias, do Desenvolvimento de
Negócios e Têxteis Industriais, peso dos fatores de 25%; e aos responsáveis
da área Corporativa, peso de 20%.
o O “Fluxo de Caixa Operacional Líquido”, resulta ao Presidente um peso dos
fatores no cálculo do bônus de 10% e aos responsáveis pela área
Corporativa, um peso de 15%. Aos executivos da UN: dos Artigos
Esportivos, das Sandálias, do Desenvolvimento de Negócios e das Têxteis
Industriais, não são atribuídos pesos.
o O Indicador ROCE (UN) é destinado somente aos responsáveis pelas
Unidades dos Artigos Esportivos, Sandálias, Desenvolvimento de Negócios,
Têxteis Industriais, com um peso dos fatores no cálculo do bônus de 20%.
o O indicador Exportação é extensivo a todos os cargos, com o peso dos
fatores no cálculo do bônus de 10%.
o Quanto as Contribuições Individuais, todos os responsáveis têm o mesmo
peso dos fatores para cálculo dos bônus, subdivididas em Metas Individuais
com peso do fator corresponde em 15%; e as Atividades não Planejadas em
5%.
8.2.1.2 - Definição dos Ratings
o Os valores são calculados com base no atingimento das metas definidas para
cada Indicador de Resultado (IR).
o A cada IR é atribuído um peso relativo em relação ao total.
o As metas para cada IR são expressas em “Ratings”, que representam a
tradução numérica do resultado alcançado, conforme o Quadro 4 a seguir.
Presidência e Diretoria Gerência
“Ratings" Definição “Ratings" Definição
0 Não atendeu 0 Não atendeu
1 Atendeu parcialmente 1 Atendeu parcialmente
2 Atendeu 2 Atendeu plenamente
3 Atendeu plenamente 3 Superou
4 Superou 4 Superou com excelência
5 Superou com excelência
Quadro 4 – Definição de “Ratings”
Fonte: Material fornecido pela SPASA
Definição dos “Ratings”
Os bônus são atribuídos de acordo com os valores calculados com base no
atingimento das metas definidas para cada Indicador de Resultado. A cada Indicador de
Resultado é atribuído um peso relativo em relação ao total, sendo que as metas são
classificadas de forma numérica do resultado alcançado, assim estabelecido:
Presidência e Diretoria
o Para o resultado de “não atendeu” é estabelecida a pontuação zero;
o Por ocasião da avaliação de resultado “atendeu parcialmente”, a classificação é
um;
o Se o executivo “atendeu” as expectativas, sua pontuação é dois;
o Caso o executivo “atendeu plenamente” é classificado com peso três;
o Se o executivo “superou”, atribui-se o peso quatro, e finalmente,
o O executivo que “superou com excelência” o seu resultado, é atribuído o peso
cinco.
Gerência
o Para o resultado de “não atendeu” é estabelecida a pontuação zero;
o Por ocasião da avaliação de resultado “atendeu parcialmente”, a classificação é
um;
o Se a gerência “atendeu plenamente” as expectativas, sua pontuação é dois;
o Se o gerente “superou”, as expectativas, atribui-se o peso três;
o O gerente que “superou com excelência” lhe é atribuída o peso quatro.
Como regra geral, os resultados financeiros definidos no Plano Operacional
deverão estar contemplados no “Rating” 3 para a Presidência e Diretoria e no “Rating”
2 para a Gerência.
Os valores para os demais “Ratings” são definidos em função do grau de
dificuldade para o atingimento das metas considerando-se a realidade específica de cada
negócio/área/executivo.
Os valores dos “Ratings” são definidos pelas Unidades de Negócios e aprovados
em Reunião de Diretoria, quando são definidos também os “Ratings” Financeiros
Corporativos.
O cálculo dos “Ratings” intermediários deve ser feito por interpolação.
Definição dos Ratings - aprovação
O processo de definição das metas para cada fator, envolve diversas instâncias
da SPASA, conforme discriminado no Quadro 5 abaixo: Definição dos Ratings -
Aprovação, destinado a todos os níveis, deve ser aprovado pelo Conselho CCSA. Os
Resultados da SPASA, para os Diretores Estatutários, são aprovados pelo Conselho da
Alpargatas. Os Indicadores das Unidades e Áreas são assim estabelecidos: para a
Diretoria a aprovação provem do Diretor Presidente e do Conselho da SPASA e para os
demais níveis, pelo Diretor Presidente. A Contribuição Individual e Atividades não
Planejadas, também são subdivididas da seguinte forma: cargos de Diretoria são
aprovados pelo Diretor Presidente mais o Conselho da SPASA e para os Gerentes, a
aprovação é do Superior Imediato mais do Diretor da Área.
As metas do Diretor Presidente são validadas inicialmente pela Diretoria,
validadas pelo Comitê de RH e aprovadas pelo Conselho Alpargatas.
METAS CARGOS NÍVEIS DE APROVAÇÃO
RESULTADOS DO GRUPO Todos os níveis Conselho CCSA
RESULTADOS DA SPASA
Diretores Estatutários
Conselho Alpargatas
Diretoria Diretor Presidente + Conselho Alpargatas INDICADORES
ESPECÍFICOS (UN/ÁREA) Demais níveis Diretor Presidente
Diretoria Diretor Presidente + Conselho Alpargatas
CONTRIBUIÇÃO
INDIVIDUAL E
ATIVIDADES NÃO
PLANEJADAS
Gerentes Superior Imediato + Diretor da Área
Quadro 5 – Definição dos Ratings – aprovação
Fonte: Material fornecido pela SPASA
8.2.1.3 - Valores para Pagamento – Múltiplos de Salários (base salário
nominal)
Os valores pagos são calculados em múltiplos de salário base mensal, mediante
os critérios abaixo estabelecidos no Quadro 6: o Presidente, com a classificação um,
recebe 4,00 salários; com classificação dois, recebe 7,00 salários;10,00 salários caso
atinja a classificação três; 12,50 salários para a classificação quatro e caso atinja a
classificação 5 recebe 15,00 salários.
Os Diretores Estatutários recebem respectivamente pela classificação um, dois,
três, quatro e cinco, 3,00 salários; 5,50 salários; 8,00 salários, 10,00 salários e
finalmente 12,00 salários.
Com relação aos Diretores de Negócios, na mesma seqüência de classificação
dos Diretores Estatutários, recebem: 2,50 salários; 4,75 salários, 7,00 salários, 8,75
salários e na classificação 5, 10,50 salários.
Os Diretores recebem na seqüência de um a cinco pontos nos “ratings”, 2,00
salários; 4,00 salários, 6,00 salários, 7,50 salários e finalmente com o “rating” 5,
recebem 9,00 salários.
RATINGS
CARGOS 0 1 2 3
TARGET
4 5
Presidente 0,00 4,00 7,00 10,00 12,50 15,00
Diretor
Estatutário
0,00 3,00 5,50 8,00 10,00 12,00
Diretor
Negócios
0,00 2,50 4,75 7,00 8,75 10,50
Diretor 0,00 2,00 4,00 6,00 7,50 9,00
Quadro 6 – Valores para pagamento - Múltiplos de salários
Fonte: Material fornecido pela SPASA.
Para o nível Gerencial, os múltiplos de salários atingem até quatro pontos, sendo
que as metas são subdivididas entre dois níveis de gerentes: de nível 17 a 19 e os de
nível 14 a 16. Os de nível de 17 a 19 recebem respectivamente pelas metas um, dois,
três e quatro, 1,50 salários 2,50 salários, 4,00 salários e no último nível, 5,50 salários.
Para os gerentes de nível 14 a 16, recebem também pelas mesmas metas, 1,00 salário,
1,50 salários, 3,00 salários e finalmente 4,00 salários. Vide Quadro 7 – Valores para
pagamento gerencial
RATINGS CARGOS
0 1 2
TARGET
3 4
Gerente
17 a 19
0,00 1,50 2,50 4,00 5,50
Gerente
14 a 16
0,00 1,00 1,50 3,00 4,00
Quadro 7 – Valores para Pagamento Gerencial
Fonte: Material fornecido pela SPASA
8.2.1.4 - Regras de Funcionamento do Programa
• Data de Pagamento:
Os valores referentes ao exercício, são pagos até o final de abril do próximo ano,
considerando o salário de dezembro último.
Antecipação Semestral: Considerando-se os resultados financeiros obtidos no
semestre, o Conselho de Administração poderá, a seu critério, definir um pagamento
antecipado de parte do bônus.
• Desligamentos por iniciativa da empresa:
Ocorrendo o desligamento até o dia trinta e um de dezembro (sem justa causa): o
executivo tem o direito ao recebimento (em abril subseqüente) do valor proporcional
ao tempo de participação do programa. Os valores serão pagos de acordo com as
regras definidas e/ou avaliadas, o bônus será pago exclusivamente sobre as metas
financeiras, ou seja, a parte não financeira será excluída do total do bônus. Quando
as metas individuais não estiverem definidas e/ou avaliadas, o bônus será pago
exclusivamente sobre as metas financeiras, ou seja, a parte não financeira será
excluída do total do bônus. Os funcionários demitidos por justa causa, perdem todos
os direitos ao programa. Ocorrendo o desligamento após trinta e um de dezembro
até a data do pagamento, o funcionário adquire o direito ao recebimento do valor
integral, em função do atingimento das metas definidas pelo programa.
• Desligamento por iniciativa do participante:
Ocorrendo o desligamento até o dia trinta e um de dezembro, o mesmo perde todos
os direitos ao programa.
Após trinta e um de dezembro e até a data do pagamento ele adquire direito ao
recebimento do valor integral do bônus, em função do atingimento das metas
definidas pelo programa.
• Admissões:
Direito ao recebimento do valor proporcional aos meses trabalhados no ano, em
função do atingimento das metas. As admissões ocorridas após o dia trinta e um de
dezembro, não serão elegíveis ao programa do ano em exercício.
• Promoções:
Ocorrendo promoção de cargo não elegível para elegível o funcionário adquire
direito ao recebimento do valor proporcional ao tempo de participação no programa.
Para cargo elegível de nível superior, o valor do bônus será calculado
proporcionalmente ao número de meses trabalhados em cada um dos cargos,
aplicando-se as tabelas de valores correspondentes a cada um dos níveis.
• Transferências:
Para os empregados transferidos entre as diversas unidades da empresa, inclusive a
Corporação, e durante o exercício, o cálculo do valor do bônus será feito
proporcionalmente ao número de meses trabalhados em cada unidade, e em função
do atingimento proporcional das metas.
• Cálculo da proporcionalidade:
O cálculo dos “ratings” deverá ser feito de maneira integral e proporcionalizado o
múltiplo salarial.
• Arredondamento:
Para efeito de cálculo, “ratings”, ou múltiplo salarial, deverá ser utilizado o
arredondamento para duas casas decimais.
8.2.2 - NÍVEIS MENSALISTAS E OPERACIONAIS
São legíveis os cargos de Horistas, Mensalistas das Fábricas, Sede Unidade de
Negócios e da Sede Corporativa, Vendedores e Mensalistas das Lojas, conforme
especificado no Quadro 8 – Proposta de Indicadores e Pesos para Horistas e
Mensalistas.
8.2.2.1 - METAS INDIVIDUAIS
Pode ser utilizada a avaliação de desempenho para este fim, ou seguir as
metas individuais de seu superior imediato.
RESULTADO
SPASA
INDICADORES ESPECÍFICOS CONTRIBUIÇÕES
INDIVIDUAIS
Lucro
Operacional
SPASA
Lucro
Operacional Uni.
Neg.
Metas Coletivas/
Locais
Metas Individuais
HORISTAS MOD 0% 0% 60% – 80% 20% - 40%
HORISTAS MOI 0% 0% 60% - 80% 20% - 40%
MENSALISTAS
FABRICA
0% 0% 60% - 80% 20% - 40%
MENSALISTAS
SEDE UN
30% 50% 0% 20%
MENSALISAS
SEDE CORP.
80% 0% 0% 20%
VENDEDORES 10% 40% 50% 0%
MENSALISTAS
LOJAS
30% 20% 50% 0%
Quadro 8– Proposta de Indicadores e Pesos para Horistas e Mensalistas
Fonte: Material fornecido pela SPASA
Para os profissionais Horistas e Mensalistas, os fatores são calculados
separadamente para efeito do bônus. Os indicadores de remuneração para estes
profissionais são: Lucro Operacional da SPASA, Lucro Operacional da Unidade de
Negócios, Metas Coletivas / Locais e Metas Individuais.
• Os Horistas MOD (Mão de obra direta), MOI (Mão de obra indireta) e os
Mensalistas da Fábrica, não possuem indicadores e pesos para os itens Lucro
Operacional da SPASA e Lucro Operacional das Unidades de Negócios.
• Os Horistas MOD (Mão de obra direta), MOI (Mão de obra indireta) e os
Mensalistas da Fábrica são remunerados de acordo com as Metas Coletivas
Locais com o peso dos indicadores de 60% a 80% e com relação às Metas
Individuais, o peso varia de 20% a 40%.
• Os Mensalistas da Sede UN beneficiam-se pelo indicador Lucro Operacional da
SPASA com o peso de 30%; para o indicador Metas Coletivas/Locais, não são
pontuados; para indicador Lucro Operacional das Unidades de Negócios o peso
é de 50% e para as Metas Individuais, em 20%.
• Já para os Mensalistas da Sede Corporativa, o indicador Lucro Operacional
representa um peso de 80% e as Metas Individuais representam 20%. Estes
profissionais não são contemplados com os indicadores Lucro Operacional das
Unidades de Negócios e Metas Coletivas/Locais.
• Os Vendedores beneficiam-se do indicador Lucro Operacional da SPASA com
o peso de 10%, do indicador Lucro Operacional da Unidade de Negócios em
40%, e finalmente em Metas Coletivas Locais em 50%. Quanto ao indicador
Metas Individuais, não são beneficiados.
• Para os Mensalistas das Lojas, o indicador Lucro Operacional da SPASA
representa um peso de 30%, Lucro Operacional das Unidades de Negócios em
20% , as Metas Coletivas Locais um peso de 50% e não são beneficiados com o
indicador Contribuições Individuais.
Metas Individuais da Sede: poderá ser utilizada a avaliação de desempenho para este
fim, ou seguir as metas individuais de seu superior imediato.
8.2.2.2 - MÚLTIPLOS DE SALÁRIOS
Os funcionários horistas e mensalistas, conforme o Quadro 9 – Múltiplos de
Salários – recebem. O múltiplo de salários conforme as metas atingidas. As metas
variam de 0 até 4 pontos. Os cargos são assim estabelecidos: Horistas Mão de Obra
direta, Horistas Mão de Obra Indireta, Mensalistas da Fábrica, Mensalistas da Sede
e Mensalistas da Loja.
Para todos os cargos as metas são iguais, ou seja: Para a meta zero não têm
complementação salarial. O atingimento da meta um, os profissionais recebem 0,70
salários. A meta dois, que representa o “Target”, atribui 1,30 do salário aos
participantes do plano; já a pontuação três eleva para 1,50 salários e a pontuação
quatro, para 2 salários.
RATINGS CARGOS
0 1 2
TARGET
3 4
Horistas MOD 0,00 0,70 1,30 1,50 2,00
Horistas MOI 0,00 0,70 1,30 1,50 2,00
Mensalistas Fábrica 0,00 0,70 1,30 1,50 2,00
Mensalistas Sede 0,00 0,70 1,30 1,50 2,00
Mensalistas Lojas 0,00 0,70 1,30 1,50 2,00
Quadro 9 – Múltiplos de Salários.
Fonte: Material fornecido pela SPASA
8.2.2.3 - ESTABELECIMENTO DE RESPONSABILIDADES
Definição dos
Indicadores
Análise Conferência e
Simulações
Aprovação Formalização
Fábricas Gtes de Fábrica
/ RH/ ADM
(local)
Consultor Remuneração
Sede
Diretores
UN / RH
Legal
Trabalhista
RH Local
Vendas GNV’s / Gte
Comercial
Consultor Remuneração
Sede
Diretores
UN / RH
Legal
Trabalhista
RH Local
Lojas Gte Negócio +
Gte Varejo
Consultor Remuneração
Sede
Diretores
UN / RH
Legal
Trabalhista
RH Local
Mensalistas
Sede
PO + Gestor
(Individuais)
Consultor Remuneração
Sede
Diretores RH Legal
Trabalhista
RH Local
Quadro 10 – Estabelecimento de Responsabilidades
Fonte: Material fornecido pela SPASA
9 – Resultados obtidos
Verifica-se por meio do Gráfico 6 abaixo, CAGR (Compounded Average Grow
Rate) ou seja, Crescimento Médio do Lucro Líquido nos últimos quatro anos, que os
resultados cresceram, fruto de ações dirigidas e investimentos no desenvolvimento,
carreira e educação corporativa, incluindo política de incentivos aos estudos.
Em recente pesquisa de clima organizacional entre os funcionários da SPASA, a
questão “Acredito que a quantia que recebo como participação nos lucros a empresa é
justa” obteve 60% de satisfação do grupo, sendo a média das 150 melhores empresas
65%.
Confirmando os dados acima, conforme o Diretor de Recursos Humanos da
SPASA, Sr. Arnaldo de Melo Franco, o índice de turnover gerencial foi de zero nos
últimos quatro anos. (Vide Grafico3).
Referências Bibliográficas
• COOPERS & LYBRAND. Remuneração Estratégica – A nova vantagem
competitiva – São Paulo: Atlas, 1996.
• MARRAS, Jean Pierre. Administração da Remuneração. São Paulo: Thomson,
2002.
• NAISBITT, John; ABURDENE, Patrícia. Megatrends 2000. São Paulo: Amana-
Key, 1999.
• RESENDE, Enio. O que aprender e desaprender sobre remuneração. São
Paulo: Enio Resende e Consultores Associados, 1997.
• São Paulo Alpargatas S.A. – Relatório Anual, 2003.
• São Paulo Alpargatas S.A. – Relatório Anual, 2004.
NOTAS DE ENSINO
Objetivos do programa
O Programa de Incentivo ao Desempenho da SPASA, tem por objetivo promover a
motivação e comprometimento dos executivos para melhoria contínua de seu
desempenho; fortalecer o conceito de remuneração por resultados, permitindo a
flexibilidade dos custos salariais, oferecer um pacote de remuneração atrativo e
competitivo em relação ao mercado, fortalecer mecanismos que possam facilitar o
processo de discussão, avaliação e comunicação das metas e objetivos da Companhia,
manter o programa cujas características básicas são: transparência, clareza e
simplicidade, gerando melhores resultados para os Acionistas.
Referencial teórico proposto para análise do caso
� BATEMAN, T. S. e SNELL, S. A (1998) – Administração – Construindo
Vantagem Competitiva, São Paulo: Atlas.
� Relatório Anual (2003) - São Paulo Alpargatas S.A.
� ROBBINS, S. P.(2001) – Administração: Mudanças e Perspectivas, São Paulo:
Saraiva.
� WAGNER, J.A. e HOLLENBECK, J.R. (2000) – Comportamento
Organizacional – Criando Vantagem Competitiva, São Paulo: Saraiva.
� Consulta a diversos manuais da organização
Classificação do caso
Classificação do caso de acordo com sua dificuldade de análise:
• Dimensão conceitual: exige explicações adicionais do professor em classe e
exercícios e leitura para aquisição e reforço dos conceitos envolvidos;
• Dimensão de apresentação: situação problema apresentada de maneira direta,
com material adicional (gráficos, tabelas);
• Dimensão analítica: o caso apresenta a solução encontrada pela empresa. Exige
que se discuta e inserção da mesma na análise da competitividade da empresa.
Classificação do caso de acordo com os objetivos de ensino:
• Objetivo: adquirir habilidades de análise.
• Tipo de caso: exposição de um problema, estruturado, com muitas informações;
• Dimensão dos dados: fatos selecionados para a análise da situação problema,
com inserção de dados não diretamente relacionados ao problema;
• Método de análise: as questões apresentadas sinalizam o caminho para análise.
Roteiro para discussão em sala de aula:
• Compreensão do que seja a SPASA
• Análise do Programa relatado
• Identificação de pontos de vantagem competitiva no mesmo
• Comparação com outras empresas que tenham programas semelhantes