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O Quase live-action de Sword Art Online e Accel World Quando os poloneses e os japoneses se unem para fazer algo próximo do que seria um live-action de Sword Art Online e Accel World, não tem muito o que dar errado. Avalon é um filme de 2001 produzido por japoneses, ambientado e atuado por poloneses. Dirigido pelo famoso diretor Mamoru Oshii (Ghost in the Shell, Patlabor Movies), o filme conta a história de um futuro não muito distante. "Avalon" é um viciante jogo de realidade virtual que oferece generosas recompensas financeiras, bem como uma tentadora e arriscada fuga à realidade esbatida do dia-a-dia. Ash, uma das mais notáveis guerreiras deste jogo, jurou perseguir a esquiva e mortal Ghost, uma personagem de "Avalon", que deixou muitos jogadores, incluindo Murphy, o antigo amor de Ash, para sempre sem qualquer consciência. A sua incansável procura pelo derradeiro desafio irá levá-la a um nível superior de existência ou a uma jornada do qual ela nunca regressará. Uma temática para lá de interessante, o filme ficou bem legal. O filme é quase todo rodado com cores escuras (não confunda nunca com preto e branco, pois não é), o que dá uma sensação legal sobre em qual momento a história está se passando. Assim como cada filme do Oshii tem um tema próprio e particular, este não fica de fora. Ele fica numa linha de sonho e realidade. Se Patablor 1 era sobre o relacionamento de humanos com máquinas, o 2 já se passava em uma guerra. Avalon tenta explorar e questionar o limite do real e do virtual, usando o jogo que dá nome ao filme como ponto perfeito para a partida. O filme tenta levantar várias questões para levar quem assiste a descobrir o que realmente importa: o que é real ou não, pena que ele não oferece a resposta para nenhuma. Ele te obriga a pensar sobre o que você assistiu. Claro, filmes assim não são o que há de bom, mas depende muito do que você procura. Se você quer um filme cheio de dúvidas, você o achou aqui, precisa mais nem ler essa review. O filme tem um ritmo bem arrastado, então sugiro que se você for ver, durma bem no dia anterior.

O Quase live-action de Sword Art Online e Accel World

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Quando os poloneses e os japoneses se unem para fazer algo próximo do que seria um live-action de Sword Art Online e Accel World, não tem muito o que dar errado.

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O Quase live-action de Sword Art Online e Accel World

Quando os poloneses e os japoneses se unem para fazer algo próximo do que seria um live-action de Sword Art Online e Accel World, não tem muito o que dar errado.

Avalon é um filme de 2001 produzido por japoneses, ambientado e atuado por poloneses. Dirigido pelo famoso diretor Mamoru Oshii (Ghost in the Shell, Patlabor Movies), o filme conta a história de um futuro não muito distante. "Avalon" é um viciante jogo de realidade virtual que oferece generosas recompensas financeiras, bem como uma tentadora e arriscada fuga à realidade esbatida do dia-a-dia. Ash, uma das mais notáveis guerreiras deste jogo, jurou perseguir a esquiva e mortal Ghost, uma personagem de "Avalon", que deixou muitos jogadores, incluindo Murphy, o antigo amor de Ash, para sempre sem qualquer consciência. A sua incansável procura pelo derradeiro desafio irá levá-la a um nível superior de existência ou a uma jornada do qual ela nunca regressará.

Uma temática para lá de interessante, o filme ficou bem legal.

O filme é quase todo rodado com cores escuras (não confunda nunca com preto e branco, pois não é), o que dá uma sensação legal sobre em qual momento a história está se passando.

Assim como cada filme do Oshii tem um tema próprio e particular, este não fica de fora. Ele fica numa linha de sonho e realidade. Se Patablor 1 era sobre o relacionamento de humanos com máquinas, o 2 já se passava em uma guerra. Avalon tenta explorar e questionar o limite do real e do virtual, usando o jogo que dá nome ao filme como ponto perfeito para a partida.

O filme tenta levantar várias questões para levar quem assiste a descobrir o que realmente importa: o que é real ou não, pena que ele não oferece a resposta para nenhuma. Ele te obriga a pensar sobre o que você assistiu. Claro, filmes assim não são o que há de bom, mas depende muito do que você procura. Se você quer um filme cheio de dúvidas, você o achou aqui, precisa mais nem ler essa review.

O filme tem um ritmo bem arrastado, então sugiro que se você for ver, durma bem no dia anterior.

Assim como a Makoto de Ghost in the Shell, Ash é uma personagem sem emoções. A cara dela é praticamente a mesma no filme todo. O que a diferencia da Kristen Stewart é o fato dela demonstrar alguma emoção quando ela volta para a sua casa e dá comida ao seu cão. Não é meu tipo favorito de personagem, mas para quem gosta, um prato cheio. O resto dos personagens são legais por seus pequenos traços de peculiaridade, fora isso, tu não vai ligar muito para eles, já que a história é quase toda voltada na principal.

Para um filme produzido em 2001, eu achei os efeitos especiais de primeira linha. É muito bem feito, não é como uns efeitos bizarros para quem assiste a um filme antigo e compara com alguns dos mais novos. Dá para ver que os efeitos foram bem trabalhados, ainda mais se pesquisar e comparar com as fotos originais de como ficou.

É meio difícil de julgar as atuações, já que o filme foi feito na Polônia, com atores poloneses. Acho que a atuação é adequada para o filme. Não há nenhuma indicação ao Oscar aqui, mas

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bom trabalho da atriz principal e do cara que interpreta Murphy. Tudo depende do que você gosta. Para mim o encanto vem da língua exótica (alguns provavelmente vão achar isso muito hipster). A conversa é mínima e não é tão importante. Ela está lá apenas para entregar os fatos, não para explicar emoções ou algo do tipo. Comentários sobre a frieza de Ash não têm nada a ver com uma atuação ruim, mas com a personagem que ela interpreta (outra das marcas de Oshii).

Kenji Kawai fez um ótimo trabalho junto de Oshii com a trilha sonora do filme. Eles se preocuparam em produzir uma trilha que, junto das cenas, causassem impacto, que ao assistir, você gostasse de ouvir também. Não foi como alguns filmes que apenas pegam músicas de artistas do momento ou músicas que o pessoal adora. As músicas causam um impacto realmente extra, elas trabalham em perfeita sincronia com os acontecimentos. É uma trilha sonora aproveitável até para por em vLogs ou Casts, algo que para quem gosta de OSTs puras vai querer ter na coleção, mesmo antes de ver o filme.

SPOILERS HERE

Eu particularmente não gostei do final do filme. Não sei se fui eu que não entendi, mas achei que ele acabou em aberto. Não senti aquela sensação: “Ah, legal, a história acabou”. Sinto que ele poderia ter continuado mais além dali, talvez uns 30 minutos a mais, e a cena em si já é estranha, já que é tratado como jogo, apesar de ser a vida real.

“Se você matar algum dos personagens automáticos, a fase Easy A acaba”, eu achei isso interessante já que os personagens no fim acabam se aproveitando do fato da principal não saber mais o que é o mundo real e o que é o virtual.

Fica nessa, o aproveitamento faz com que ela mate quem “traiu” o jogo, os desertores do jogo, quem descobriu o que é certo e largou daquela vida.

O mais legal é que o Oshii soube usar o artifício citado no início do review para diferenciar os mundos.

Quando o filme está no mundo irreal ele é escuro, sombrio, frio, sem emoção; quando ele vem para o mundo real, ele fica colorido, com vida.

No fim, achei um filme legal, com questionamentos legais, um pipocão mais cult pode-se dizer, algo como A Origem, só que este é menos complicado e mais lento. Um bom filme, quem puder assista.