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O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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R e v i s t a

  do

  luno

 C U RR Í C U LO -

 

Cl /LTURA

CR ISTÃ

  IJ

ir/JSJ/JD

 5o/è

Mis

António de   Pádua

Rua

 Francelina

 P. de

 Araújo

s/n -

  Centro

58370-000

 Salgado de São Félix

PB

n r r

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Lição 

Texto   básico:

  Génesis  1.1 2

O

  E S P ÍR I T O S A N T O

 N O

A N T I G O   T E S T A M E N T O

INTRODUÇÃO

Quando  pensamos

  no

  Espírito  Santo,

logo nos  lembramos do dia de  Pentecos-

tes, quando Deus enviou o

 Espírito

  San-

to do  céu,  e ele  encheu  os  discípulos de

Jesus

  e os

  capacitou para

  a

  tarefa

  de

  pre-

gar o  Evangelho  em  todo  o  mundo.  A

p a r t i r

  daí a

  Igreja Crista começou

  a se

desenvolver.  Mas  onde  estava o

 Espírito

Santo  no  tempo  do Antigo Testamento?

Qual foi a sua  atuação desde  o  início  do

mundo até à ressurreição de Jesus? Sendo

o Espírito Santo a terceira pessoa da Trin-

dade,  não

  devemos pensar

  que ele

  esti-

vesse

 inativo. Jesus disse

 aos

 discípulos

 que

enviaria

  o

  Espírito Santo

  (Lc

 24.49),

  e

que

 eles deveriam esperar essa vinda. Pre-

cisamos entender  em  .qual  sentido essa

vinda  caracterizaria

  um a

  novidade. Então,

primeiro,  precisamos entender como  o

Espírito  Santo agiu  antes do  Pentecostes.

l.   O

 ESPÍRITO

  E A

 CRI ÇÃO

  No  princípio,  críou  Deus os céus e a ter-

ra (G n

  1.1).

  Por seu

  imenso poder cria-

dor,

  do

  nada Deus

  fez o

  mundo passar

  a

existir

  (Hb

  11.3).

 Mas

 quando Deus trou-

xe

 a terra à existência, ela não estava pron-

ta

 para

 ser

 habitada.

 Foi aí que

 começou

 a

obra

  do

  Espírito Santo.

  Ele  pairava

 sobre

a

  terra recém-criada

 que era

  sem  forma ,

 vazia , e somente habitada pelas trevas

(v.2).

  Sem forma  e vazia quer dizer  sem

aparência definida, ela nada possuía do que

viria

  a ter.  Era um

  caos

como trazem algu-

mas  traduções  da  Bíblia. As trevas

 domi-

navam.

  Quando

  não há  luz,  não há

  bele-

za,

 não há

  vida,

 nada.  Assím era a terra no

início.  N ão  havia beleza,  ne m

  vida

  — ape-

nas  escuridão.

  Mas  Deus arquitetara um

plano

  brilhante e

 glorioso para

 a sua

  cria-

ç ã o

Quando

  começou  a  criar a terra, ele

era

  corno  um  construtor  que  segue  uma

planta. No começo, quando os alicerces es-

tão

  sendo lançados,

  não

  parece

  te r

  multo

sentido. Você olha para certas

  construções

e não

 imagina

  o que vai

 sair daquele mon-

te de  estacas  e de pedras aparentemente

desordenados.

  Se

 passar

 ali

  tempos depois,

parecerá

  incrível

  que uma

  construção

  tão

bela  tenha se originado  daquela  confusão.

A o  criar a  terra Deus começou  a  colocar

em

 prática

 s eu

 propósito

  de fazer  um

  gran-

de e

  belíssimo jardim

  que  refíetisse,

  ain-

da que  limitadamente,  a  beleza  da  har-

m o n i a das

 perfeiçÕes divinas.

 E le

 quis criar

um  mundo

  radiante,

  cheio de alegria, de

luz, de propósito, onde cada coisa se en-

caixava  no seu devido lugar,  e nada, abso-

lu ta m e n te  nada  fosse  i m p r ó p r i o ,  feio  ou

inú t i l .

 Deus colocaria

 nesta

 terra

 sua

 obra

p rí ma,

  o próprio homem,  e teria  um re-

lacionamento íntimo e pessoal com ele

por

  toda

  a

  eternidade.

Para ler e  medi ta r

  dura n te

  a   s e m a n a

D  — G é ne si s 1.1,2 OEspírito Santo agiu

  n a c r ia ç ã o ; S — S a l m o s 104.27-30

 — O Espírito Santo

renovaa

 vida; T-2

  Pedro

 1.20,21 OEspírito inspirou os profetas; Q-João 14.16,17-Um

novo  tipo d e habitação;

 Q-2

 Crónicas 24.20-O

 Espírito

  capacica a profetizar;

  S —

 2Timóteo

3.16

 A

 Escritura

 é inspirada pelo

 Espírito;

 S -

  Êxodo

 31.3-5 - O Espírito

 capacitando

 os homens

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  Essência da Fé—Parte  ~O que a Bíblia

 ensina sobre

 o

 E spírito Santo

C o m o  t r ans fo rmar  um a  cerra  caóti-

ca, sem   fo rma ,  vazia e coberta de  trevas}

num belo jardim ? A Bíblia nos diz que o

Espírito

  de

  Deus começou

  a

  realizar  esse

trabalho

  "pairando"

  sobre

 aquele  çpns.  _ ^ \ J ~

guns

  dizem que ele estava chocando, ou

incu bando alguma coisa, como a gal inha

fa z  isso  com os

  ovos.

  E  possível,  mas a

ideia

  m aior é que o poder de Deus es tava

presente sobre   o caos,  p r o n to ,  c om  toda

a   energia  do  Espíri to  divino,  para trans-

f o r m a r  aquela si tuação.

  Foi por meío do

Espí r i to

  Santo

  que Deus t rouxe  à

  exis-

rêncif l__n   rm i n r l n

  Transformado

  e

  cheio

  de

belezas  na tura i s . .

 Com o diz

  Palmer,

  o Es-

píri to "não criou  o  m u n d o ,  m as  extraiu

potencia l idades que já  estavam  n o  m u n -

do, e ainda inclus ive impla nt ou as seme n-

tes da

  vida".

1  Na criação, foi  tarefa  do  Es-

pírito Santo extrair

  as

 poten cial idades

  da

t e r r a ,  por

  isso,

  se diz que ele "pairava" ou

"incubava"   a  terra. Toda a  beleza e  perfei-

ção que vemos nos seis dias da criação fo-

ram realizadas por  m e i o  do  Espíri to.  O

caos deu lugar à ordem, pois "o Es píri to

põe a   desordem  em ordem.

  Sua  presença

exclui  a  possibilidade  de  caos

  ou

  c o n f u -

são".

2

  Desde

  o

  início,  p o r t a n t o ,

  a

  função

do Espí r i to Santo foi agir em meio ao

caos, implantando  o  sent ido  e a  ordem.

Vemos também a obra do Espí r i to

antes

  do

  P e n t e c o s te s n a q u i l o

  que

comumente chamamos  de

  Providência,

 a

obra divina pela qual Deus mantém, sus-

tenta  e  renova todas  as  coisas.  O  Salmo

104

  fala

  sobre

 essa

 atribuição  divina:  "To-

dos esperam de ti que lhes dês de comer

a seu te mpo. Se lhes dás, eles o rec olhem ;

se

 abres a mão, eles se fa rta m de bens. Se

ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes

cortas a

  respiração,

  m or rem e voltam ao

seu pó.  Envias  o teu  Espírito, 'eles .são  cri-

ados,

  e ,

  assim, renovas

 a

  face

  da

  terra"  (SI

104.27-30).  O  Espíri to  é  enviado espe-

cif icamente   para renovar  a  ter ra .  Nas pa-

lavras

  de  Berkhóf,  no

 Antigo Testamen-

to é evidente que a or igem da vida, sua

ma nu te nção e s eu desenvolv ime nto de-

p e n d e m

  da

  operação

  do

  Espíri to

  Santo.

A

  re t i rada

  do

  Espíri to  significa  morte .3

Graças a Deus por esse Espíri to que im-

põe   ordem, desper ta

  a

  beleza, renova

  a

vida

  e

  desfaz

 o

  caos.

II

O

  ESPÍ R ITO

 E A REVEL ÇÃO

U m a

  outra a tuacão

  do

  Espí r i to desde

  o

i

 n ício  foi na  revelação divina  (H b  1.1,2).

ATação

  divina de  falar,  de  revelar a si  pró-

pr io ,  é  realizada  pelo Espí r i to Santo. A

pr imei ra

  vez na

  Bíblia

  que

  vemos

  o

  exer-

cício  da

  profecia l igada

  à

  obra

  do

  Espíri-

to Santo foi quando Moisés se se ntiu so-

brecarregado com a tarefa de l iderar o povo

grande   e num ero so sozinho. A Bíbl ia d iz

que De us t i rou um pouc o do Espí ri to que

estava sobre Moisés e colocou sobre um

grupo

  de  anc iãos . Números  11.25  regis-

tra: "Então,

  o  S E N H O R

  desceu

  na

  nuvem

  e

lh e

  íãlou;  e,

  tirando do Espíri to que esta-

va  sobre  ele, o pôs  sobre aqueles se tenta

anciãos;  q u an d o

  o

  Espíri to repousou

  so-

bre   eles,  profe t izaram;  rnas,  depois , nun-

ca mais". Assim que o Espíri to de Deus

repousou  sobre aqueles homens eles pro-

fetizaram.  Naquela mesma ocasião, quan-

do

  Josué

  se

  dem ons t rou enc iumado por-

que dois homens  estavam profetizando  no

arraial,

  Moisés disse: "Tens tu ciúmes por

mim?

 T omara todo

 o

 povo

 do

  S E N H O R   fosse

profe ta ,  que o  S E N H O R   lhes desse  o seu

Espíri to "  (N m  11.29;  Cf.  l Sm  KUO;

iSm

  19.20).

  Para

  se r

  profeta

  havia

  a ne -

1  E d w i n  H .  Palmer. E l Espiritu   Sunto Edinburgo:

 B a n n e r

 o f T r u t h T r u s t,  1995.  p. 24

2

  R. C.

  Sproui .  O

 M istério

 do  Espírito

  Santo São

  Paulo : Edi tora Cul tura

 Cristã,

  1997.

 p.

 85-86

3

 Louis Berkhóf.

  Teologia  Sistemática 4

a Edição. Campinas:

 Luz

 Para

 o

 Caminho, 1996.

  p. 426

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O

 Espírito

 Santo no  ntigo

  Testamento

cessidade

  do

  Espíri to

  de

  Deus.

  Em sua

velhice,

  Davi reconheceu que o Espírito

do  Senhor  falava  por seu  intermédio:  O

Espírito  do  S E N H O R   fala  por meu

  inter-

méd io, e a sua palavra está  na  minha lín-

gua (2Sm

  23.1,2).

 A

  profecia

  sob

  inspi-

ração divina  escava, portanto, intimamen-

te

  ligada

 à

 atuação

  do

  Espírito Santo.

  Por

essa  razão,

 é dito de

 Zacarias:

  O

 Espírito

de D eus se apod erou de Zacarias, filho do

sacerdote Joiada,

  o

  qual

 se pôs em pé di-

ante  do povo  e lhes disse: Assim d iz D eus;

Por que

  transgredis

 os

  mandamentos

  do

S E N H O R

de

  m o d o

  que não

  prosperais?

Porque deixastes

  o

  SENHOR,

  também

  ele

vos  deixará (2Cr  24.20;  C f. N e  9-30 ;  Is

59.21;  Zc 7-12 ).  N esse texto, p ercebe-

mos que no

  momento exato

  em que o

Espírito se apossa  do

  profeta,

  ele dirige

ao

  povo a

 Palavra

 do Senhor. £ o Esp írito

que  traz a revelação divina p ara o povo.

Na

  passagem

  messiânica  de  Isaías

61.1,2, encontramos a declaração:  O Es-

pírito  do

  S E N H O R   Deus

 está sobre

 mim,

porque  o  S E N H O R   me

  ungiu

  para pregar

boas-novas  aos quebrantados, enviou-me

a

 curar

 os

 quebrantados

 de coração, a

 pro-

clamar libertação  aos  cativos  e a pôr em

liberdade  os algemados;  a apregoar  o ano

aceitável do   S E N H O R   e o dia da vingança

do

  nosso Deus;

  a

  consolar todos

  os que

choram .

  O

  Messias seria revestido

  com

esse  Espírito  de  revelação  que é o

capacitador  de  quem anuncia as boas  no-

Devemos  também lembrar

  que as

Escrituras, que são justamente  o registro

desses atos

r s

ss

  atos

  de

  R evelação

  de

  Deus

  no An,-

TestamentoTTõrarn

  compostas  sob

  a_

inspiração  do

  Espírito  Santo.

  Por essa ra-

zão,

 Paulo

 diz:

  Toda

 a Escritura é

  inspi-

rada por Deus e

 útil

 para o ensino, para a

repreensão,  para

  a

  correção, para

  a

  edu-

cação  na  justiça (2Tm  3.16).  Timóteo

deveria

  permanecer

  na

  Palavra

 em vez de

seguir  as invenções dos homens, porque

somente

 ela é

 inspirada p elo Espírito San-

to .

  E

  Pedro  confirma;  ...  sabendo,  pri-

meiramente ,

  isto:  que  nenhuma profecia

da  Escritura  provém  de

  particular

elucidação; porque nun ca jamais qualquer

profecia

  foi  dada  por

  vontade humana;

entretanto, homens

 santos

 ralaram

 da

 parte

de Deus,

  movidos pelo  Espírito Santo

(2Pe  1.20,21).  Palmer,  acertadamente,

diz

 que  devido  à  inspiração  do Espírito

Santo,

  está garantida  a exatidão do que se

diz

  nela [Escritura] sobre

  os

  eventos pas-

sados, apesar  das  falhas  da  memór i a ,  e

apesar

  dos  erros  que  naturalmente  acon-

tecem em qualquer relato de segunda ou

milésima

  mão . *

 A Bíblia está livre desses

erros,

 graças

  à

 atuação

  do

  Espírito Santo.

  TU ÇÃO

  DO

  ESPÍRITO

  NO

SER

  H U M N O

Nos  tempos  do

 Antigo

  Testamento  uma

das

  tarefas

  específicas do

  Espírito

  Santo

era capacitar pessoas

 arealizar  certas  ta-

refas. Assim,

 um h omem chamado Bezalel

foi

  capacitado  por

  Deus

  para

  confeccio-

nar objetos para  o  Ta bern áculo: ...  e o

enchi  do Espírito de  Deus,  de habilida-

de,  de  intel igência  e de  conhecimento ,

em

  todo artifício para elaborar desenhos

e

  trabalhar

  em

  ouro,

  em

  prata,

  em

  bron-

ze, para lapidação

  de

  pedras

  de

  engaste,

para entalho

  de

  madeira,  para toda  sorte

de  lavores (£x

 31.3-5).  Da

  mesma  for-

ma, Sansão

 foi

 enchido  desse Espírito

 para

realizar

  prodígios, como está relatado

  em

Juizes 14.6, quando matou urn leão:  En-

tão7

  o Jispírito do

  S E N H O R

  de  tal  maneira

se

 apossou

  dele,

  que ele o

  rasgou

  como

quem  rasga

  um

  cabr i to ,

 s em

  nada

  te r

  na '

O

  Senhor capacitou homens como

ão

 

Edwin H .

  Palmer. El Espíritu

  Santo

Edinburgo: Bann erofTruthTrusi: ,  1995.

  p. 53

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A

 Essência

 da

 Fé—Parte

 5—

 O

 que a Bíblia

 ensina sobre

 o  Espírito

  Santo

Sansão

  a

  realizarem pelo Espírito

  Santo

coisas que jamais conseguiriam sozinhos.

O

  Espírito também

  dava

  força

n u rn  outro

  sentido.

  Os  profetas  Ageu  e

Zacarias

  encorajaram  o

 povo

  na

  obra

  da

reconstrução

  de

 Jerusalém

  e do

  templo,

falando sobre

 a

 presença

 do

 Espírito San-

to: o meu  Espírito  habita no  meio  de

vós; não

  temais

Ag_2J5). O

  Espírito

 era

a  garantia de que a

 obra

 seria  realizada:

  Esta é a palavra do  S E N H O R a Zorobabel:

Não por

  força

  nem por  pod e r ,  mas

 pelo

meu

  Espírito,

  diz o

  S E N H O R

  dos Exérci-

tos

(Zc^-f^JOa

  mesma

  f orm a  os

  juizes

e os  reis

  governaram

  sobre

  Israel

 com a

unção

  do  E s p í r i t o

 Santo (Cf.

 Nm  27.18;^

Jz

 3.10;  iSm  16.14).

  que  fazia  com que

homens simples pudessem desempenhar

ofícios

  de governantes. Porém, como diz

Hodge,  todas essas operações são  inde-

pendentes

  das

  mtiuências  s a n t t r t c a d ora s

do Espírito. Quando

 o

  E s p i ri t o

 veio sobre

Sansão  ou sobre

 Saul,

 não foi com o

  intui-

to

  de  torná-los

 santos,

  mas

  para dotá-los

co_m

  extraordinário poder

  físico  e

 intelec-

tual; e, quando lemos que o Espirito se

afastou

  deles.

  isso_sjgnÍfica

  que

  eles

  foram_

prívados  dos  dons extraordinários .

5

  Não

devemos confundir essas

  manifestações

  do

Espírito

 com a

 obra

 da

 conversão.

lòdavía, o Antigo

 Testamento

  ap_on-

ta

 para

 o

 futuro,

  quando o Espírito

  seria

todos em

 Israel

  jifl-

mens

 e mu ere s , ovens

bem,

  sobre outros indistintamente

 (E

cumprimento

  dessa

  promessa

 estaria

  re-

lacionado com a~obra do Messias, que

  vi-

ria  —

 como

  de

  fato  veio

  — na  plenitude

do  tempo  e do

  E s p í r i t o

  Santo (Is 11.2;

42.1;

  48.16;

 6l.l ll7/Lcj4J6I21jJo^

334;  14.16,17,26;

  15.26J.  DeuslêT

repousar plenamente

  o seu

  Espírito

  so-

bre

 Jesus para

 que ele

 fosse

  um a

 fonte para

nós,

  a fim de

  recebermos

  por

  meio dele

da sua

 plenitude

  e,

 associados

  a  ele,  pu-

déssemos,

 nessa comunhão, participar das

graças do Espírito Santo , conclui

Calvinos  [Trararemos disso com  mais de-

talhes

  na

 lição

  de n°

 3].

Como podemos ver, é muito clara a

operação do

 Espírito

 no

 Antigo Testamen-

to no

  sentido

  de

  capacitar

  os

  homens.

P oré m ,

 questiona-se, se esse Espírito tam-

bém atuava a  fim de

 salvá-los.

  Nesse

  pon-

to, um  texto  de Jesus  é  bastante discuti-

do.  Jesus disse certa  vez aos  apóstolos;

  ...  eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro-

Consolador,

 a fim de que

 esteja para sem-

pre convosco,

 o Espírito da verdade, que

o mundo não pode receber, porque não

no  vê,  nem o conhece; vós o conheceis,

porque  ele  habita convosco  e  estará  em

vós

(Jo

  14.16,17).

  Essas palavras

 de Je-

sus  têm  dado margem para muitos ima-

ginarem   que o

  Espírito Santo

  não

  habi-

tasse

 dentro

 dos crentes no Antigo Testa-

mento, especialmente quando considera-

das em

 conjunto

 com as

 palavras

  de Jesus

registradas

 em

 João 7.38,39: Quem  crer

em

  mim,

  como

  diz a  Escritura,  do seu

i n t e r i o r

  fluirão

  rios

 de

 água viva. Isto

  ele

disse com respeito ao Espírito que havi-

am de

 receber

 os que

 nele cressem; pois

 o

E s p í r i t o

  até  aquele momento  não  f o r a

dado,

  porque

 Jesus

  não havia

 sido

 ainda

glorificado .

  A

  opinião

  de

  Grudem

  é

5

 Charles Hodge.  Teologia

  Sistemática.

 S ão Paulo: Hagnos, 2001.  p. 395

f l

 A. A.

  Hoekema,

  A

  Bíblia

  e o

 Futuro

São

  Paulo:

 Casa

 Editora Presbiteriana, 1989,

  p.

 15-16;

 Wayne

 A.

G r u d e m ,

  Teologia

  Sistemática.

 S ão

  Paulo;

 Vida Nova,

  1999,

  p. 640.

7  Vd. G. Van  G r o n i n g e n ,  Revelação Messiânica   no Antigo  Testamento.

 Campinas,

 SP: L uz

 para

  o Caminho,

1995, p. 602-603.

s João Calvino, As Institutos (l 541), II.4.

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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O Espírito  Santo no Antigo

 Testamento

5

m u i t o

  úci l  nesse po nto : Ambas  as  passa-

gens devem   ser  m anei r as d i f er ent es  de

dizer  que a  obra mais poderosa, mais ple-

na do E spírito Santo,  característica da vida

após  o Pentecostes,  ainda  não  havia  co-

meçado

  na

 vida

  dos discípulos .

9

  Não

  sig-

nifica  que o Espírito Santo não

  habitasse

com os

 c rentes

  no

  Antigo Testamento (cf.

Lc

  1.15; 1-67; 2.26,27;

  IS m

  10.6;  Is  4.4;

11.2),  mas que ele

 seria derramad o

  de

 for-

m a

  m ai s abu ndant e

  a

  par t i r  do'  Pentecos-

tes. Bavinck

 dá

  duas  razões

  por que

  havia

diferença

  entre o Espírito antes e depois

do

  Pentecostes:

  Em

  primeiro lugar, por-

que a  velha dispensação sempre olhava

para

  a frente,

  para

  o dia em que

  surgir ia

 o

servo

  do Senhor, sobre quem o Espírito

repousaria

  em

  toda

  a sua

  plenitude (...)

Em   segundo  lugar,  o  Antigo Testamento

prediz  que,  embora  houvesse  já  naquele

t e m p o

  u m a

  cer ta operação

  d o

  Espír i to

Santo, que esse Espírito seria derramado

sobre  toda

  a

  carne .

10

  Portanto , como

  diz

Stott,

  no  tempo  do  Antigo  Testamento_,

ele

  estava

  incessantemente

  ativo  —

 na

  cri-

ação e na preservação do universo, na pr o-

vidência e na

 revelação,

  na

  regeneração

  de

crentes, e na capacitação de pessoasespe-

r i f l i s n a r a

  rãrg|gs espec iais''7

Mas, eviden-

temente, havia diferença  n o  sent ido  de

que o derramar do Espírito era mais res-

trito. Após

 o

 Pentec ostes, atestando

  o

  c u m -

pr i m ent o  da  obra

 sacrificial

  de Cristo, ve-

m os

 um  derramar generalizado e a  garan-

tia de  nossa salvação através  de seu  selo

c o m o

  o

  prim eiro pagam ento , depósi-

to ,  o  sinal de  c o m pr a  c o m o  c o m p r o -

misso

 solene d e

 efetivar a

 transação12  (2Co

1.22; 5.5;  Ef

  1.13,14;

  4.30).

Com  relação à

 regeneração

 dos

 cren-

tes,  sabem£S_serekj£inc^siVel sernaati^

ação  do  Espírito

  Santo.

  Então,

  se havia

crentes

  no

  Antigo

 Testamento,

  essas pes-

soas precisavam   ter  s ido t ransformadas

pelo

  Espírito.  Encontramos  no  Salmo  5 1

u importante dec laração  de

  Davi

  so-

p re  isso. Consciente de seu pecado com

Bate-seba,  D a v i

  ora a

  Deus:  N ão

  me

repulses  da tua  presença,  n e m m e  retires

o teu

  Santo Espírito

(51J5L11).

  C o m o

diz  Lloyd-Jones,  a^miestava  um  ho m em

sob

  a

  velha dispensação,

  um

  ho m em

  an-

terior ao  Pentecostes,  e  o r o u par a  qu e

Deus  não

  retirasse dele

  o seu  Espírito .

13

Se Davi  t inha  o  Espírito Santo, devemos

também pensar

 que

 todos  os demais cren-

tes,  como Abraão, Isaque, Jacó, José,

 etç.,

t i nham o

  Espírito

  Santo.

 ON USÃO

O   Espírito esteve  em  franca  atuação  du-

rante todo

  o

 período

  do

  Antigo Testamen-

to,  cr iando,  renovando, revelando, capa-

c i t ando

  e

  regenerando homens . Porém,

no  Novo Testamento,

  ele

 passou

  a

  agir

  de

f o r m a

  m ai s

  general izada, e  também  de

f o r m a

  m ai s c o m u m .

 PLI ÇÃO

D e v e m o s

 louvar a  Deus pela obra do Es-

pírito

  que

  sempre agiu

  no

  sentido

  de es-

t abe l ec e har m o ni a , c apac i t a r  e  regene-

rar. Essa mesma obra todos

  os

  crentes

  já

exper i m ent ar am ,

  e

  devem desfrutar cada

vez  mais.

 

Wayne Grudem.

  Teologia

 Sistemática

p. 533

10 Hermann  Bavinck.  Teologia   Sistemática.-São  Paulo: Socepj 2001,  p. 424

  John

 Stott.

 Batlsmo

 e Plenitude do Espírito Santo

2

a  Edição.

  São

  Paulo: Edições

 Vida

  Nova,  1986,

 p. 17

11

  A presença  do  Espírito Santo  é a prim eira prestação  do s benefícios da redenção  de Crisro, concedidos

  àqueles

para

 quern

  foram adquiridos,  e assim  a garantia  e  penhor  da  consumação dessa redenção  no  devido  tempo.

(Archibald A .  Hodge,  Confissão  de Fé

 W cstminster

 A.A.  Hodge.  São  Paulo: Editora  os Puritanos, 1999,  p.  328).

13

  D. M.  Lloyd-Jones.  Deus o Espírito Santo São  Paulo:  PÉS,  1997. p. 45

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Lição

Texto

 básico:

  oão 3 8

A

  P E S S O A

 D O

  E S P Í R I T O S A N T O

INTRODUÇÃO

Fazer uma declaração sobre quem é o Es-

pírito  Santo  é

  uma

  tarefa  muito  dif íci l .

Quando

 explicou

 a

 Nicodemos sobre

 a ne-

cessidade de nascer de novo, Jesus afirmou

que esse novo nascimento era uma obra

do

  Espírito  (Jo  3.8).

  A

 palavra vento

  e a

palavra Espírito

  são

 exatamente

 a

  mesma

na língua grega. Jesus disse: o vento so-

pra onde quer .  Quem pode controlar o

vento?

  Também ninguém pode controlar

o

  Espírito,

  Em

  seguida disse: ... ouves

 a

sua voz,, mas

 não

 sabes

 de

 onde vem, nem \aondeva

não  possamos vê-lo.  Todos os crentes

  sa-

bem quem é o Espirito Santo. Ninguém

precisa

  descrevê-lo

  para

  eles,

  até  porque ,

sã. Boas ou más intenções são  limitadas

s d F :  seEes^pessoai L' Todas  es-

sãs coisas podem ser vistas nas descrições

que a Bíblia faz do Espírito Santo..

A. Ele possui  os elementos essenciais

 

à

 personalidade

ninguém  conseguiria.

 Todo

 crente sabe o

que é esse maravilhoso sopro de vida e de

paz

 que

 preenche

 a vida e

 eleva nosso

 cotí-

diano. Neste estudo, analisaremos algumas

características

  do

  Espírito

 Santo,

  como

  re-

veladas na Bíblia.

I. A PERSONALIDADE DO ESPÍRI

TO  SANTO

A  Bíblia

  mostra

  que o Espírito Santo  é

uma pessoa. Ele tem habilidades

  própri-

as de uma

  personalidade. Corno disse

Sproul  ...

  uma

  personalidade incluí

 ín-

teligêncía, vontade, individualidade.

 Uma

pessoa

 age por

  intenção. Nenhuma

  força

abstrata pode tencionar fazer

 qualquer

 coi-

 

l.Tem inteligência

(mente, intelecto)

2. Tem  vontade

3. Tem

 sensibilidade

I s40 . 13 , l 4 ;To

14.26;  15-26;

Ac

 15.28;

 Rm

 8.27;

iCo

 2.10-12

SI 106.32,33;

Is 34,16; At 13.2;*

1 6 7 ;  21. 11;

ICo

 12.11;

 iTm

 4.1

Mq

 2.7  Irrita-se;

Rml5.30-Ama-

Is

 63.10; Ef 4.30-

Entrisrece-se

B. Ele é o  autor  de  toda.  vida

intelectual

Como

  já

  vimos,

  no Amigo  Testa-

mento encontramos

  com

  frequência

  a

ação do Espírito associada à vida intelec-

tual (Vd. Jó  32.8;  35.10,11/Gn  2.7;  Êx

31.2-6;  35.31-35;

  Nm 11.17,25-29;

27.18-21/Dt

  34.9;

  Jz

 3.10; 6.34;

  11.29;

13.25;  14.6;  15.14;

  ISm

  10.6/11.6).  O ^

Espírito é o autor de toda vida  intelectu-

al e artística; nele temos o sentido do belo

e sublime como expressão

  da

 santa  har-

monia procedente

 de Deus, que é

  perfei-

tamente belo em sua santidade.

Para

  ler e

  meditar  durante

  a

 semana

D — A c o s

 8.29

 — O

 Espírito

 falou

 co m Filipe;

 S — J oã o

 15.26-O

 Espírito

 dá

 testemun ho;

T   —  Efésios

 4.30

 —  O

 Espírito

 pod e se entristecido ; Q — A t os

 5.1-10-

 M en t ir ao

 Espírito

 é

 ment i r

aDeus; Q — J oã o 15-26-Aprocessão do Espírito; S

 — Gé n e si s

 1.1- 3— A Tri ndade na Criação;

S   —  l  Pedro 1.1,2 — A T r in d ad e na Redenção

1  R. C. S proul.  O  Mistério   do  Espirita  Santo São

 Paulo: Editora

 Cultura Cristã,  1997. p.

  17.

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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A  P es s o a ao E spiri to

  Santo

7

C.  O  Espirito  é  chamado  de

Canso leidor

Como  o designativo consolador

(Parqklétd)

  é

 aplicado a Cristo, indican-

do a sua

  personalidade

  (Jo

  14.16;  IJo

2.1),  o mesmo pode ser dito em relação à

pessoa

  do

  Espírito Santo. Jesus confor-

tou os

 seus

  discípulos, prometendo-lhes

 outro  consolador ,  referindo-se a uma

D.

 Atos

 pessoais lhe são atribuídos

pessoa distinta dele;  um  consoíador  se-

melhante

  a ele (Jo

  14.26;  15.26;

  16.7).

O consoíador é Jesus Cristo; o Espírito é

o

 outro, semelhante  a Jesus Cristo.  .

O

  consolador

 é

 aquele

 que

  confor-

ta,  exorta, guia,

  instruí

  e defende; é um

amigo

 que assiste a seus

 amigos;

 essas ati-

vidades são

 próprias

  de uma

 pessoa,

  não

de uma mera força ou  influência.^

Trabalha: ICo

 12.11

Intercede: Rm 8.26,27

Proíbe: At 16.7

Decide: At 15.28

Perscruta: 1 Co 2.

 10

Fala: Ac 13.2; Ap. 2.7

Testifica: Jo

 15.26;

 At5.32;Rm

 8.16

Ensina: Ne 9.20; Jo 14.26; 1 Co 12.3

Consola:

 At

 9.31

Reprova:

 Jo

 16.8-11

Regenera: Jo 3.

 5;

 Tt

 3. 5

Ora: Rrn 8.26

Guia à Verdade: Jo  16.3

Glorifica

 a

 Cristo:

 Jo

 16.14

Chama e dirige os

 homens

 ao

trabalho: Is

 61.1;

 Ac

 13.2-4;

16.6,7; 20.28

E. Relaciona-se com outras pessoas

O  Espírito

  relaciona-se

  com seres

pessoais, não sendo confundido com nin-

guém, nem com o

 Pai,

 nem com o

 Filho.

  A

 própria associação

 do

  Espírito,

  em tal

conexão, com o Pai e com o Filho, visto

que se admite serem eles pessoas distintas,

prova que ele

  é_ um a  pessoal  (Mr

 28.19;

Lc

  1.35;

  Jo 14.26; 15.26;

 16.7 13 14; At.

15.28;  2Co  13.13; Ef

  1.3-14; 2.13-22;'

2Ts 2.13,14;  iPe  1.1,2; Jd 20-21).

E

P e c a s e

 contra o

  Espírito

O

 Novo Testamento

  nos

 exorta

 a

 não

pecar contra

 o

 Espírito Santo (Mt 12.31);

fala

 do

  perigo de resistir ao Espírito San-

to

  (At

 7.51)

  e do

 dever

 de não

 entristecê-

lojEf

  4.30).

  Como  diz Sproui:  ...  ele

nos é apresentado

  como.uma

  pessoa  a

quem

  podemos agradar  ou

  ofender,

 que

pode amar e ser amada e com quem po-

demos

  ter

 comunhão

  pessoal .3

 Todas

 es-

sas

 coisas

 são

 próprias apenas

 de uma

  pes-

soa.  Independentemente da interpretação

que dermos

  a

  este texto

  (Mt  12.31,32),

o

  fato é

 que a blasfémia é um pecado co-

metido contra uma pessoa. Aqui, o

 Espí-

rito

 é relacionado com o Filho no mesmo

nível de

 honra

 e

 glória, destacando-se ain-

da,

 como imperdoável

 a

 blasfémia contra

o

 Espírito.

  A

 linguagem aqui usada

  im-

plica que é impossível cometer um pecado

contra  uma deidade maior que o  Espírito

Santo,

  e

 que,

 de

 todos

 os

 pecados,

 o

  peca-

do contra

 ele é o

 maior, tanto

 na sua natu-

reza, como pelas suas consequências; tudo

isso

  implica em sua dignidade e deidade

eternas , conclui

 Boetcner.

4 Portanto, o Es-

pírito Santo não é uma  força ou uma ener-

gia,  mas uma pessoa.

1 Charles

 Hodge,

  T e o lo g i a Sis tem ática. . São Paulo: Hagnos, 2001, p. 391.

3  R. C. Sproul.

  O Mis tér io d o

 Espírito Santo. São Paulo: Edi tora Cultura

  Cristã,

  1997- p.  19-

4

  Loraíne Boet tner,

  Studíes

  in

  T h e o l o g y .

  9

a

  ed .

  Filadélfia:

  The  Presbyterían  and  Reformed

  Publishing

Company,

 1970, p. 88. Turretín argum enta:  ... Como a blasfémia  di r igida

 cont ra

 o Pa i e o Filho supõe

que   eles  sã o pessoas,  do mesmo

 m o d o

  a  blasfémia  contra o  Espírito Santo (F . Turre t in ,

  I ns t i tuíes

  o f

Elenct ic

  T h e o l o g y .  Phil l ipsburg,

 Ne\ Jersey:

  Presbyterian

  and

  Reformed  Publ ishing

  Company,  1992,

Vol.

 I, III.30.9. p. 305).

Page 10: O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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A Essência da Fé— Parte

 5—0

 que a Bíblia ensina  sobre o Espírito

 Santo

 

DEID DE DO ESPIRITO S NTO

Muito  mais

  do que uma

  Força  ativa,

  a

Escritura apresenta

 o

 Espírito Santo como

uma

  pessoa

  divina.

  Alguns  textos  pode-

rão

 nos dar uma

 breve descrição

 do que a

Escritura considera ser a  deidade  do Es-

pírito

  Santo.

A. Ele possui  atributos

  divinos

Já vimos o

 papel dele

 na Criação (Gn

1.2)

  e na  Providência

 (51

  104.30).  e  isso

nos

 fala

 de sua  onipotência.

 Também per-

cebemos  sua  Onisciência.- pois

  Isaías

  per-

gunta:

  Quem

  guiou o Espírito do SE-

N H O R ?

 Ou,

  como

 seu

 conselheiro)

 o

 ensi-

nou?

(Is 40.13,14).  E

  Paulo diz

  que o

Espírito

  a

  todas

  as

 coisas perscruta,

  até

mesmo as

  profundezas

  de

  Deus (l

 Co

2.10).

  Sua  Onipresença  pode ser vista no

Salmo  139.7,8  Para onde  me ausentarei

do teu  Espírito?  Para  onde fugirei  da tua

face? .

  O

  fato

 aínda de que

 o nome do  Espí-

rito Santo

  apareça

 junto  com o

 nome

 do Pai

e

  com o

 nome

 do

 Filho

  ncl-fórmulq

  batisnial

(Mt  28.19),  e na  bênçân_âpostólica  (2Co

13 .13), demonstra a

  igualdade entre

 as

 três

pessoas

  da

 Trindade,

  e

 nos  leva

:

a conside-

rar a deidade do Espírito

 Santo.

De todos, o

  texto

  que

  mais clara-

mente aponta

  a

 deidade' do Espírito San-

to é

 Atos  5-3,4: Então,  disse Pedro:

Ananias,  por que

  encheu Satanás

  teu co-

ração, para

 que

 mentisses

 ao

 Espírito San-

to...?

 ... Não

  mentiste

  aos

 homens,

 mas a

Deus .

  Se  mentir  ao  Espírito Santo  é

mentir

  a

 Deus,

  então, o

 Espírito Santo

 é

Deus.  O

  testemunho

  da

 Escritura sobre

a deidade do Espírito é bastante grande.

  O

  ESPÍRITO S NTO

  E

TRIND DE

Em b o

 rã

  haja

  diferentes

  funções

  entre

  as

crês pessna.^

  ha

  igualdade.de  essência  en-

O Pai

 não

  é maior em essência do que o

Filho e nem o Filho maior do que o Espí-

rito Santo.

  O Pai não

  deve

 ser

 mais ado-

rado do que o Espírito, ou o Espírito mais

que  o Filho. São absolutamente iguais.

Entretanto,

 há características próprias em

cada

 uma das

 pessoas

 da Trindade, as

 quais

não

  encontramos

  nas

  demais.

  São

  carac-

terísticas  únicas dessas pessoas divinas

  e

que

 tem a ver com o

 relacionamento man-

tido

  dentro  da Trindade.

 jao_eks:

  Pater-^

nidade, Filiação e Processão. A

  paterni-,

da.de  é exclusiva da Primeira Pessoa  da ,

Trindade,

  ou  seja,  o  Pai.  A  Filiação  é ex-

 

clusiva  da

  Segunda Pessoa

  da

 Trindade,

 \u

  seja

da Terceira Pessoa,  o Espírito  Santo.

A. O  Espírito

  procede

  do Pai e

do Filho

Assim

  como

  o

  Filho

  é

  eternamente

 gerado

do

 Pai,

 o

 Espírito Santo  proce-

de

eternamente

  do Pai e do

  Filho.

  Nas

línguas

  grega

  e  hebraica  as  palavras

  pneuma

e

  ruach aplicadas

  ao

  Espíri-

to,

  derivam de raízes que significam

  so-

prar,

  respirar, vento .

  Daí a

  ideia

  do Es-

pírito

  ser

 soprado

  por

  Deus (Jo

  20.22).

O

  Espírito

 Santo é chamado de Es

tre  elas._

 Logo,

  não

  existe qualquer grau

de

 subordinação

 e nem

 mesmo

  de

 honra.

pírito  do Pai  (M t  10.20;  Lc  11.13;  

6.19j_lTs

  4.8) e

 E spirito

  do Filho (Gl  4.6;

Fp

  1.19: IPe

  1.11),

  sendo

  Enviado

  por

Deus  (At

 5.32):  Pai (Toj4.26;

  Gl

  4.6)

  e

Filho

  (Jo

  15.26).

  O

  texto

  que

  mais espe-

cificamente

  trata

  des.ta_relacão THnitária

é o de Romanos,

 quando Paulo

 diz:

  Vós

.„

  não estais na carne, mas no Espírito,

se de  fato  o  Espírito  de  DeusJbabita  em

vós.  E se alguém não tem o Espírito de

Cristo, esse tal não é dele (Rm  8.9).

Paulo estabelece  uma  relação  de

identificação

  entre

  o

 Espírito

  de Deus  e

o

  Espírito de Cristo, que é um e o mes-

mo

  Espírito

  que

  habita

  em nós e nos

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A

  e s s o a

 do

 Espíri to  Santo

identif ica

  como propr iedade

  de

  Deus

  e

de Cristo  Vd. tamb ém:  2Co  1.21,22;

5.5;

  Ef  1.13,14;  4.4,30).  ICO

  mesmo

  Es-

pírito é comum ao Pai e ao Filho, o qual é

com  eles  de uma só  essência  e  possui  a

mesma

  De idade

  eterna.

5

A relação  tr ini tária  foi compreendi-

da

  pela

  Igreja  da

  seguinte forma:

  Quan-

do

  fa lamos

  do

  Filho

  em

  relação

  ao

  Pai,

dizemos

 qu e

 aquele é gerado

 d o Pai e

 quan-

do nos  referimos  ao  Espíri to,  declaramos

que ele

 é p ro cedente

 do Pai e do

 Filho. Esta

relação ocorre

 .eternamente,  sem

  princí-

pio nem   f im,  jamais havendo qualquer

t ipo

 de

  mudança

  na

  essência

  divina,  nem

qualquer tipo de subordin ação ontológica,

mas sim

  existencial econ óm ica).  Deste

modo, a nomenclatura  Pai, Filho e Espí-

rito

  Santo,

  é

  apenas

  um

  designativo

  que

implica

  um a

  correlação

  intertrinitária que

é  necessária  e  eterna,  não uma  pr imazia

de

 essência,

 no que

  resultaria

 em

  diferen-

ças de

 honra

 e

 glória.

Reto r nando

  à

  nossa

  linha

  mestra ,

devemos enfatizar que a relação Trinitária

tem sido compreendida pela Igreja como

uma  procedência

  eterna

  e

  necessária,

  do

Espírito  da  parte  do Pai e do  Filho.  As

palavras

 de

 Ag os t inho

 (354-430

 d.C .) tor-

•naram-se  basilares na com preen são O ci-

dental:  O  Espír i to Santo, conforme as

Escrituras,

 não é

 somente

 Espírito

 do

 Pai,

nem

  somente

 o

 E spírito

  do

  Filho,

 mas de

ambos. 6  Daí

  q u e ,

  a

  Conf i s são

  de

Westmiwter   (1647),  refletindo  esta com-

preensão   bíblica  conforme

  a

  tradição

  te-

ológica ocidental, dizer:  O  Espír ito Santo

é eternamente procede nte do Pai e do Fi-

lho

II.3)

  O o  15.26;  Gl

  4.6).

Na

  procedência

  do

  Espírito

  da

  par-

te

  dp Pai

  e_do  Filho temos

  uma

  relação

trinitária ontológica

 e

 económica;

 em ou-

trps.termos, partindo do  princípio de que

a

  revelação

  de

  Deus alude

  à

  essência

  de

Deus; através

 da

  manifestação

  da

 Trinda-

de,  vemos, limitadamente, aspectos da re-

lação essencial

 da Trindade.

 Privar-nos des-

ta com preensão procedência  do Pai e do

Filho) equivale

 a

 empobrecer

 a

 nossa com-

preensão de Deus conforme nos foi dado

conhecer na Palavra e definitivamente em

Jesus Cristo. Corremos

 o

 risco

 de

 cair par-

cialmente

  num

  agnostícismo teológico.

B Qtiemfaz o quê na  T r i ndade

Devemos  evitar

  a  formulação

simplista de que o Pai é o responsável  pela

Criação e o  Filho pela Redenção.  Como

já dissemos,  todas

  as

  obras

  da Trindade

pertencem  a ela como  um  todo. Horton

nos

  lembra

  que enquanto o  perigo,  em

gerações prévias, pode

  ter

  sido

  a

  negação

de qualquer s ignificado prático do min is-

tério do Espírito  Santo,  hoje devemos  ter

cuidado em.não separar o Espír ito Santo

do

  Pai e do  Filho  como  se ele,

  sozinho,

fosse

  Deus .7

  Esse perigo existe  ho je  de-

vido à ênfase

 desproporc ional

  que as

 igre-

ja s  carismáticas

  e

 renovadas  têm  dado  ao

Espíri to  Santo.

Mas, em

  qual

 sentido

  podemos

  di-

zer

 que há  diferenças  no

 modo

 de agir das

pessoas  da

  Trindade? Podemos

  fazer  a se-

guinte distinção

  dídática:  ao  Pai  pertence

mais

 o ato de planejar, ao Fnhojgjie

  medi-

ar, e ao Espírito o de agir. Já vimo s sobre o

papel do

  Espírito

 na

  Criação. Agora preci-

samos ver

 isso

 em relação ao papel do Pai e

5

  João Calvino, E xpos ição de Romano s

São

  Paulo: Edições Paracletos,

 1997 (Rm

  8.9),

  p.

  271.

fi

 Agostinho,

  A  Tr indade São  Paulo, Pauius,

  1994,

 XV.

 17.27.

  p.

  522.

  Vd.

  também:

  IV.20.29; V.14.15;

XV.17.29;

 26.47;

 27.50.

7  Michal Horton.

  Creio

São Paulo: Editora C ultu ra C ristã,

 2000.

  p.  148.

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10

A Essência  da Fé—Parte 5— O que a Bíblia ensina sobre  o E spírito   Santo

do Filho. A

 Bíblia diz:  No

  pr inc ípio ,

 c r iou

J3eus  os céus e a terra. A terra ,  p o r é m ,  es-

tava sem

  Forma

 e

 vazia; havia trevas sob re

 a

face

  do

  ab ismo._ f^n  RçpímtQ-d.e-.ÍVny  pá

rava

  por

  sobre

  as

  águas. Disse Deus: Haja

luz.;

  e houve luz

(Gn_LJ_=3 ) .

  O

  aço

  de

criar é um ato do  Deus Trino. A s três  pes-

soas  esrao  presentes nesses três versículos.

 Espírito  pai ra sobre

 as águas, o Pai  fala,

 

e o Filho é a V oz de  Deus,  ou

  seja,

  a Pala-

vra

  (c£

 Jo 1.1). Poderíam os dizer que o Pai

planeja

  (iCo  8.6),

  o

  Filho

  é o

 in s tr u m en -

to

  pelo

  qual todas

  as

 coisas

 são

 criadas

  (Jo

1.3,10;  Cl  1.16;  H b  1.1-3).  e  o Esp í r i to

Santo

 é o

 meio pelo qual

 as coisas são leva-

_das  à complementa rão  T o 33.4).  O  Espí-

rito  é o que age díretamente

 sobre

 a cria-

tura , pairando sobre o abismo, nu m ver-

bo que

  também

  é

  usado para descrever

 os

movimentos

 da

 águia

 sobre seu n inho  (Dt

32.11).8  Percebemos  a  mesma ordem  de

atuação

  n a

  própr ia redenção.

  O

  texto

  de

1

  Pedro 1.1,2

  nos

 a juda

 a ver

 isso: Pedro,

apóstolo

  de

 Jesus  Cristo,

  aos

  eleitos

  qu e

são

  fo ras te i ros

  da

  Dispersão

  no P on t o ,

Galácia, Capadócia, Ásia  e Bitínia,

  eleitos

s eg u n d o  a  p resc iênc ia  de

 Deus   Pai

em

santificação  do

  Espírito

pa ra  a obediência

e a

  aspersão

  do

  sangue de  Jesus   Cristo gra-

ça e paz vos  sejam multiplicadas . Esse

texto

  parece

  s u g e r i r q u e  o J P a i  é  o _

í d e a i i z ad o r

  da  redenção a inda  em  seus

p r im ó r d io s

  n a

  p r ó p r i a  eleição,  en qu a n to

que o Filho é o que

  possibi l i ta

 a obediên-

cia  a Deu s_através  da aspersão  do  sangue,

e o

  Esp í r i to  Santo

  por sua vez é o que

santifica,

  ou

  separa para  si

  os

  eleitos. As-

s im,

 o Pai planejou a

 salvação

  (Jo

 6.37,38)

e escolheu

  os

  eleitos

  (Ef

  1.3,4),

  o

  Filho

executou  o  plano  de  D e u s  0o  17.4;  Ef

1.7),

  e o

  Espírito confirma essa obra

  so-

bre

  os  crentes  (Ef

 1.13,14).

 ON LUSÃO

A

  Escr i tu ra dem ons t ra

  a

  personal idade

  e

a  deidade  do  Espírito  Santo.  Pelas  suas

características

  e por sua ação, bem

  como

p or  seu relacionamento dentro e

  fora

  da

Trindade,

  fica

  claro que  o  Espírito  Santo

é u ma

  pessoa

 e é

  Deus .

 Negar

  isso resul-

tará

  em nega rmos  a adoração  que me de-

vemos. Ignoraço..seu

 re lac ionamen to

 com

o

 Pai e

  com

  o

  Fi lho

  poderá levar

 os

  cren-

tes,  e  tem ' levado ,  a lhe dar nos cul tos e

n a

  vida

  u m  lugar  que não é

  dele.

Q u e a s

  l ições aqui es tudadas

  n os

orientem   na correta e piedosa relação  com

o  Santo Espírito  de  Deus .

 PLI ÇÃO

A

  personal idade  do  Espí r i to d ivino  n os

leva  a ve r que  podemos  ter um  relacio-

namento rea lmente pessoal  com  ele.  Por

essa razão, esse estudo

  não

  pode

  se r

  ape-

n as  in te lec tua l ,  m as  p r á t i co . Deve  n os

levar  a

  buscar esse relacionamento mais

í n t i m o  c o m o  Senhor.

 

Cf . Derek Kidner .  Génesis

 —  Introdução

 c

 C omentário.

  Sã o  Paulo: Edições V ida Nova,  1974 ,  p. 43.

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Lição 3

Texto básico: João 14.16 17

A

  P R O M E S S

D O

 ES PÍR ITO  S A N T O

INTRODUÇÃO

A vinda de Jesus foi a entrada

  definitiva

  de

Deus neste mundo  e na vida  dos  homens.

E nqu anto ele esteve aqui, seus discípulos e

as   multidões puderam  vê-lo,  ouvi-lo

  e até

tocá-lo.  M as  Jesus sempre soube  que sua

vida seria bastante breve. Quando  se apro-

ximava o mom ento de partir deste  m u n d o ,

sabendo

  que os

  sacerdotes conspiravam

contra  ele,  e até  mesmo sabendo  que  uni

dos

  seus discípulos

 o

  trairia, Jesus

 fe z

  ques-

tão de  falar  palavras de despedida e de con-

solo  para seus querido s discípulos: não se

turbe o vosso coração; credes em   D e u s ,

crede também

  em

 mim

(Jo  14.1).

  Saben-

do

  da

  absoluta necessidade

  de sua

  partida,

mas não querendo deixar seus  discípulos

abandonados,  Jesus lhes disse: E u rogare i

ao

  Pai,

  e ele vos dará outro Consolador, a

fim de que

  esteja

  para sempre convosco, o

Espírito

  da

 verdade,

 que o

 m u n d o

 não

 p o d e

receber, p orqu e não no  vê ,  nem o conhece;

vós

 o

  conheceis, porque

 e le

 habita convosco

e estará

  ern

  vós. Não vos deixarei  órfãos,

voltarei para

 vós

 outros

(J o

  14.16--18). N a -_

quele  m o m e n to ,  Tesus  lhes prometeu  o Es-

pírito  Santo.  Porém, essa promessa  já ha-

via sido

  feita

  por Deus muito tempo antes.

I

A   PROMESSA PROFÉTICA

H á  muito tempo Deus vinha  anunci ando

por^  meio dos profetas a

  chegada

  de uma

era   muitas vezes

  identificada

  com o  derra-_

m a m e n t o do

  Espír i to

  Santo. Apesar d o E s -

pírito Santo já estar em

  aúvídade

  d u r a n t e

todo o período do A ntigo T estamento, como

disse  S tott, mesmo assim, alguns

  profetas

predisseram que,

 nos

 dias

 do

  Messias, D eus

concederia uma difusão

  liberal

  do Espírito

Santo,

  nova e diferente, bem como acessí-

ve l a  todos .1 Isaías

 profetizou sobre

  um tem-

po de muíta

  destruição para

 o

 povo

  dê

 Isra-

el.  E le

  falou

  em palácios abandonados,  ci-

dades desertas, torres destruídas  (I s 32.14),

mas,

  na esperança profética, isso duraria

  ...

  até que se

 derram e sobre

  nós o

 E spír ito

  do

  alto; então,

  o

  deserto

  se

  tornará

  em

pom ar, e o po m ar será tido por bosque (Is

32.15). E sse derramar  do  Espírito passou a

se r

  uma das grandes expectativas escatoló-

gicas  do

  povo

  de

  Deus. Isaías  fala  ainda:

  ... derramarei água sobre

  o

 sedento

  e

  tor-

rentes s o b r e

 a

 terra seca; d erram arei

  o meu

Es pír i to

  s o b r e

 a tua

  posteridade

  e a

  m i n h a

b ê n ç ã o ,  s o b r e

  os

  teus descendentes

(I s

44.3).  E z e q u i e i

  foi  ainda mais específico

s o b r e e s s e d e r r a m a m e n t o :  ... aspergire i

água pu ra sobre vós, e ficareis pu rificad os;

de todas as vossas

 ímundícías

  e de todos os

vossos

  ídolos vos purificarei.  Dar-vos-ei

coração  novo  e po rei dentro de vós espírito

novo; tirarei de vós o coração de pedra e

vos darei coração de carne. P orei dentro de

vós o meu Espírito e   farei  que andeis nos

meus estatutos, guardeis os meus juízos e

os observeis

(E z

 36.27). E Joel fala  da am-

plitude desse derramamento:  ... derrama-

re i  o meu

  Espírito sobre toda

  a

  carne; vos-

Para  ler e

  meditar

 durante a semana

D — J o ã o 14.1-15-Não se turbe o vosso coração;  S — J o ã o 14.25-31 - Ele vos fará lembrar de

tudo o que

 tenho dito;

 T — J o ão  16.1-15— Guiará a toda verdade e me

  glorif icará;

Q  — J o ã o

 7.37-39 —

 Espírito do Cristo glori f icado;  Q

  —

 Salmos 51.1-12

 —

 O Espírito na

  vicia

  cie

um crente do Antigo

 Testamento; S—Atos2. 5-ll  —

 O

 Espírito unindo

 as línguas;

S  — l Coríntíos

 3.16

 — O Santuário do Espírito Santo

1 John Stott.

 Batísmo

  e

 Plenitude

 do  E spírito

  Santo

2a

  Edição.

  S ão

 P aulo: E dições Vida

  N o v a , 1986,  p. 17

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12 A Essência da Fé—Parte 5— O que a

 Bíblia

 ensina sobre o Espírito  Santo

sós filhos

  e

 vossas

  filhas

  profetizarão,  vos-

sos velhos

 sonharão,

 e

  vossos

 jovens terão

visões;  até  sobre  os servos  e sobre as servas

derramarei o meu Espírito naqueles dias

(J l

 2.28,29).

 Toda

 essa expectativa sobre

 Q

derramamento

 do

  Espírito vinculada tam-

bém ao

  pe rdão

  dos pecados pode ser vista

nas palavras de

  João

  Batista no  início  de

seu

 ministério:

  Eu

 vo s

 tenh o batizado

 com

água;

  ele,

 porém,  vos banzará com o Espí-

r i to Santo

(Mc

 1.8). João Batista anunciou

que a profecia do Antigo Testamento sobre

o

 derramar

  do

 E spirito Santo

  logo

 se

  cum-

.priría na  pessoa que ele estava anunc iando ,

p

 Senhor

 Jesus

  Cristo.

 E o

 pró pr io Senhor .

após

  a sua  ressurreição,  disse  aos  apósto-

los:  Eis

 que

 envio sobre

 vós a

 promessa

 de

meu  Pai; permanecei,  pois,  na  cidade,  até

que do

  alto  sejais  revestidos

  de

  poder (Lc

24.49). Bruner enfatiza

 a

 imp or tância

 de

 ]e-

rusa lém

  nesse  ponto:  para receberem  o

Espírito Santo,  os apóstolos são orde nado s

a não se ausentarem  de  Jerusalém. Jerusa-

lém,

  no conceito de Lucas, será o local do

penú l t imo  evento  da  história  da  salvação

antes  do  últ imo evento: a volta  de Cristo .2

Por ísso,  no dia do  Pentecostes, Pedro cla-

ramente

  entendeu  que a  p r ornes

 sã

 havia se

cu m pr i do .  Percebemos isso

  por

  suas pala-

vras: ...

  o que

  ocorre

  é o que foi

 dito

  por

intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos

últimos dias, díz o Senhor, que derramarei

do meu

  Espír i to sobre toda

  a

  carne (A t

2.16,17).

  Sobre essa base,  ele  teve  a  cora-

gem de

 proclamar

  à

 multidão

  que o

 ouvia:

  Arrependei-vos,  e cada um de vós seja  ba-

tizado em nom e d e Jesus Cristo pa ra re-

missão dos vossos pecados, e recebereis o

dom do Espírito Santo. Pois para vós ou-

tros  é a  promessa, para vossos filhos  e para

todos  os que  ainda estão longe, isto  é, para

quan tos o Senhor, nosso Deus, chamar (At

2.38,39).

  O

  perdão

  dos

  pecados

 e o dom

do  Espírito eram  uma  promessa  de

  Deus

que

  havia

 acabado de se cumprir

 naquele

dia. A última expressão de Pedro dizendo

que a promessa era para todos os que

  Deus

chamar , aponta para  o  aspecto universal

da promessa do Espírito. Joel já havia dito

que

  o derramamento seria sobre todo t ipo

de  pessoas,  incluindo  jovens, velhos,  ho-

m en s e mu lheres, servos e servas (Jl

 2.29).

Independen te  de  idade,  sexo,  raça e classe

social,

  o dom incluía todos os que se arre-

pendessem e cressem.

3

Percebemos,  por tan to , que  desde  o

Antigo Testamento, sempre ho uve u m a  pro-

messa divina de enviar o Espírito Santo a

fim de iniciar um a nova era, a Era do  Espíri-

to. O

  Espírito

  viria habitar  de  forma  mais

plena e universal o povo d e Deus, engloban-

do   pessoas de todas as tribos,  raças,  línguas

e nações.  O  momento quando aquela pro-

messa

  fosse cumprida

 seria um

  momento

único

  na histó ria da salvação.

 Mas,

 para que

o

 Esp írito fosse  enviado,

 antes

 Jesus p recisa-

ria  realizar  a sua obra.

I I

O OUTRO CONSOLAD OR

Voltemos

  agora para as palavras de Jesus

sobre a vind a do Consolador: eu rogarei

ao

  Pai,

  e ele vos

  dará  outro  Consolador .

Devemos notar

 a

 expressão outro . Quan-

do nos

 referimos

 a

 alguma coisa

 como

  ou-

tra , em geral é po rqu e já havia um a antes.

Jesus

  foí

  o  grande consolador.  A  palavra

grega

 para consolador épamkletos e

 signifi-

  c a

  iiteraImeji.tQ-1'ãquele.que está ao lado de .

Mas,

  agora, ele

 p recisava

  partir , e não po-

deria mais permanecer   ao

 lado

  de  seus dis-

_cípulos.  Entre tan to ,  não  deixaria seus dis-

cípulos  órfãos,  pois mandaria um dom ex-

tremamente necessário para a vida deles: o

Espírito Santo. O E spír i to Santo  viria_p_ara

ocup ar o lugar deixado po r ele. A pa rtir da-

quele momento Jesus seria o consolador

 

F. D.

  Bruner .

  Teologia  do Espírito  Santo. 2a  Edição. São Paulo: Edições Vida Nova, 1986. p. 126

3 Cf. John Srotr.  Batismo e Plenitude do

 Espírito

  Santa 2a  Edição. São Paulo: Edições Vida N ova,  1986, p. 20

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A

 Promessa

 do

 Espírito  Santo

13

  pamkletos)

  no

  cé u

  (l J o

 2.1),  intercedendo

por

  seus discípulos

  lá ,

  enquanto

  que o

  Es-^

píri to

 seria

 o

 consolador

  parakletos]

  na

  ter-

ra^ também

 jn t , . _

discípulos

  Rm 8.26) .

A A

  Vinda

  do

 Consolador

Por

  várias vezes Jesus advertiu seus

discípulos  de que  precisava partir .  Um dos

motivos  pr inc ipa is é que  somente após  sua

part ida poderia enviar

 o

  outro Consolador.

Em

  João

 7.38,39Jesus  diz: ... quem crer

em mim,

 como

 d iz a

 E scr i tura ,

 do seu

 inte-

rior fluirão  rios  de água viva. Isto ele disse

com   respeito  ao  Espí r i to  que  haviam  de

receber os que nele cressem; pois o  Esp í r i -

to até esse mom ento  não fora dado,  porque

Jesus

 não

 havia ainda sido glorificado .

 E n-

quanto Jesus não  fosse  glorif icado, o Espí-

rito Santo  não poder ia ser enviado.  Por isso

Jesus disse

  aos

 discípulos ...

  eu vos

  digo

  a

verdade: convém-vos  que eu vá, porque ,  se

eu não for, o Consolador não virá para vós

outros;

  se,

 porém,

  eu

  for,

  eu

  vo-lo

  envia-

rei (Jo  16 .7 ) . E r anecessá r io  que  Cristo

subisse

 aos céus e se

 assentasse

 à

 direi ta  do_

t rono

  à

D^ us^e^assim^glo^ificado, env ias-

se

  c - E s p í ri t o  Santo aos

 discípulos.  J A

  J

B O Testemunho do Espírito  Santo

Era muitíssimo necessário que o  Espí-

rito viesse. Ele teria a função de substituir

Jesus durante  a  ausência dele.  M as  além  de

substituir, ele

 teria

 outras

 funções,

 como

 lem-

brar os discípulos das coisas que Jesus havia

aito  (Jo  14.26). Também  fazia  parte de sua

obra convencer

 o mundo do

 pecado

 da just^Tj

ca e do  juízo  (Jo 1&8).  Jesus disse  que cr

Espírito Santo viria também para guiar

discípulos  a toda a verdade  J° 16.13). C

tame nte a obra dele não seria indep ende nte,

mas sua  função  era  glorificar  o

  própr io

  Je -

sus, exaltando sua pessoa, seu poder e

  suaf

obra

 Q o 16.14).

 E sse

 é um

  ponto

 de máximaM

importância.

  E

  comum,

  no s

  dias atuais,

  as

pessoas enfatizarem mais

  a

  pessoa

  e a

  obra

do  Espírito Santo  do que a do Pai e do Fi-

lho. É verdade que,  o E spírito Santo  não foi

considerado como devia

  ao

  longo

  da

 histó-

ria

  da

  Igre ja .

  Porém, é um

  er ro querer

enfatizar  a

  obra

  do

  Espírito acima

  da

  obra

de  Jesus.  A  função  do  Espírito seria exata-

mente

  a de

  testemunhar  de

 Jesus: ele  me

glorificará,  porque  há de  receber  do que é

meu e

  vo-lo

  há de

  anunciar

Jo

  16.14).

Como

  escreveu Lloyd-Jones, ... esta

 é uma

das

  coisas mais espantosas

  e

  extraordinárias

acerca

  da

  doutrina bíblica sobre

  o

  Espír i to

Santo. E le parece esquivar-se e ocultar-se.

  E le

está sempre,

  por

  assim dizer, focalizando

 o

Filho .4  D e  fato,  a  obra  do  Espírito Santo

não é glorificar  a si

 mesmo.

 E le é

 como

  um

holofote, sua

 função

 é

 ilum inar algo

 que não

ele próprio.

  E le

  quer glorificar

 o

 Senhor

  Je -

sus,  e nos dar

  conhecimento dele

  e de seu

amor  por  nós.  Por  essa

  razão,

  Lloyd-Jones

está certo

  em

  af irmar

  que

  podemos saber

  o

quanto temos

  do

  Espí r i to

 de

 acordo

  com o

quanto consideramos

  o

  Senhor Jesus.

3

Jesus disse

  que  o

  Espírito Santo seria

enviadojgara  estar  sempre  com

  os

  discípu-

los,

  ou  seja,

  eles

  não

  poderiam viver

  se m o

EspJri.tQ.  Isso  nos  fala  da  impor tânc ia  do

Espír i to

 Santo para

 a

 vida

 do

 crente.

  Não dá

para conceber

  um

 crente

 sem o

 E spírito San-

to ,  pois ele é absolutam ente vital para que o

crente conheça Jesus

 e

 receba

 a

 salvação.

  Um

crente

 sem_o

 E spír i to Santo

  em

  hipótese  al-

guma  é um  crente

 verdadeiro,

 pois a

 presen-

ça   cio  Espír i to  Santg_n£rvida~cTos discípulos

seria

 a^arantiajde

  que

  os

 discípulos

  de

  fato

pertenciam  a Jesus (Cf. Rm 8.9, Ef l. 13,14).

  O

 SIGNIFICADO

 DA VINDA DO ES

PÍRITO SANTO

Como  já  v imos,  o  Espí r i to Santo  já  habi -

tava

  com os

  crentes antes

  do

  Pentecostes,

 

D. M. Lloyd-Joncs. Deus o Espirito  Santo. São Paulo: PÉS,  1997. p. 31

  D. M.  Lloyd-Jones.

 D eus o

 Espírito

  Santo.

  São Paulo:

  PÉS.

  1997.

  p.31

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14

A  Essência da

 Fé—Pa rte

 5— que a Bíblia en sina sobre

 o

 Espírito  Santo

porém,  ele

 sería dado

  de

  forma mais ple-

na. Veja que Jesus diz que os discípulos já

conheciam

  o

 E spírito

 Santo,

 enquanto

  que

o  mundo

  ainda

  não o  conhecia  (v .

 1 7),

  o

que é mais  uma  prova de que  eles já  pos-

suíam

  a

  pessoa

  e

  obra

 do

  Espírito Santo.

Mas,

 já

 vimos

 que

 somente após

 a

 part ida

de

  Jesus

  é que o

  outro Consolador

  viria

para

 guiar

 os

 discípulos

 a

  toda

 a

  verdade.

N o  Pentecostes,

  _ o s

beram

  o

  Espír i to

  do  Cristo

  glorificado,

  e

assim  . foram

  banzados

  no

  corpo

  de

  Gris-'

to,  ou

  seja,

  na Igreja.  A

 vinda

  do

 Espírito

Santo  no dÍa_jj&Jjejit££Qsj:e<:

  f n ?  sJn.g ticui

 —

cão da

  Igreja

  no

  Novo

  Testamento.

  Isso

não quer dizer

  que não

  havia crentes

  an-

tes.  Mesmo  os apóstolos já eram crentes,

porém,

  eram crentes segundo

  o

 padrão

  do •

Antigo Testamento,

 Mas no dia do

  Pente-

costes

  receberam a promessa do Espírito

Santo que veío

  formar

  o

 corpo

 de Cristo

(Igreja)  e se  tornaram crentes  do  No v o

Testamento.

  Geralmente

 se

 resume

 a

 dife-

rença

  entre

  ser

  "crente

  do

  Antigo

  Testa-

mento e  "crente  do Novo  Testamento  ,

pela expectativa em  relação à vinda de Je-

sus.

  Os

  crentes

 do

 Ant igo  olhavam para

 o

futuro ,

  para quando o Messias

  viria,

  en-

quanto isso ofereciam   sacrifícios

  pelos

pecados.  Os  crentes do Novo  Testamento

olham para

 trás,

  para o

 Messias

 q ue já veio,

e

  seus_p ceados,

  são perdoados  no  sacríff-

cio  definit ivo de Cristo. Os a póstolos pas-

saram pelas duas exp eriências. Foram cren-

tes do Ant igo Testamento,  e depois passa-

ram a ser

  crentes

  do

  Novo Testamento.

Pedro testem unh ou que eles haviam crido

no dia do

  Pentecostes

  (At

 11.15-18).

Para que o derramamento do Espíri-

to

 acontecesse, Jesus precisava

 ser

 exaltado

através da Ascensão. Foi

 naAscensão,

 quan-

do se assentou  à destra d e

 Deus

 que Cristo

recebeu o título de "Cabeça da

  Igreja"

  (Ef

somente após sua Ascen-

são ele pôde mandar  o

  £ sp f r í

f n  S g n r n . p g r g ^

ligar  os

  membros

  a fim de  formar  um só

corpo. Alguém dirá: Mas,  então,

  não

  havia

 ~

igreja  no  Antigo Testamento?  Certamente

que  sim, porém

  não nos

  mesmos termos

do N ovo Testamento. No dia do Pentecos-

tes  aconteceu  algo  novo  que

  jamais

 havia

acontecido  antes. Nesse dia a unidade

  foí

-   -

estabelecida.

  Podemos

  ver o

  Pentecostes

como

  uma

  espécie

  de  Babel

  invertida.

  A

igreja

  composta de todas as nações se reu-

niu num

  único

  corpo.  Foi por  isso  que o

dom de  línguas  fo i  concedido.  As  línguas

de

  todos

  os

 povos

  foram

  unidas

  no dia do

Pentecostes

 simbolizando a un idade da igre-

ja

  em  todas  as  nações,  e não  mais  apenas

dentro dos limites de  Israel. As línguas ha-

viam sido divididas

 po r

  ocasião

 da

 tor re

 de

Babel,  mas no

  Pentecostes

 toram

  reunidas

demonstrando a unidade do povo de

 Deus.

ON LUSÃO

O Espírito Santo é o substituto de Jesus,

enviado para consolar

 os

 discípulos

 e

  tam-

J3ém_p ara.

 completar

 a ob ra de Jesus na vida

deles

  até o dia em que  Jesus voltar para

buscá-los., O  Espír i to

 Santo

  to i derramado

para cumpri r  a  promessa  de  Jesus  e dos

profetas,

 entretanto,

 isso não

 quer dizer

 que

não  tinh a sido dado antes,  mas que no Pen-

tecostes

 aconteceu algo no vo e tremendo,  a

unidade

 da

  Igreja

 fo i

  estabelecida,

 e os

 dis-

cípulos  foram capacitados para desempe-

nhar

 a

 obra

 da

 pregação

 do

  Evangelho.

 PLI ÇÃO

 nrnn_é_mgravi hnsn

 s

outro Consolador habitando den tro de nós.

Temos

  um

  parakletos

 no céu e

 outro

 na

  ter-

ra E através dele po dem os  ter a certeza de~

que

  Jesus será

  glorificado

  nas

  nossa vida.

Como você

 tem reagido à ação do Es pírito?

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Lição

Texto

 básico:

  ucas 4.1 21;

 Atos 1.6 8

A   O B R A   D O  E S P ÍR I T O S A N T O

INTRODUÇÃO

O

  Espírito Santo

  é

 responsável

  por uma

Uma das principais obras

  do

  Esr^í-

rito

 Santo

 está

 v i n c u l a da

  à

 pessoa

  de

 Cris-

vasta obra. Desde  o início até à consuma-

ção de

  todas

  as

 coisas,

  o

 Espirito

  Santo

agiu

  e

 agirá

 para cumprir  o soberano pro-

pósito  de  Deus.  Já vimos sua atuação  na

criação,

 na

 revelação

 e na capacitação das

pessoas  no Antigo Testamento. Agora ve-

remos  um  pouco mais  de sua obra.  Po-

 S

rém, diversas coisas certamente ficarão de

fora ,  pois ,  não  teríamos condições,  nem^

espaço para registrar toda a obra do

 Espf-^

rito Santo. Trataremos aqui sobre(o

 Espí-

to. Em  todo  o ministério de Jesus,  o Es-

pírito Santo teve participação.  Isaías  pro-

fetizou   q u e o Espírito repousaria sobre  o

Messias dando-lhe sabedoria, força  e co-

nhecimento em seu

  ministério

  (Is

 42.1;

11.2,3).  O

  Espírito Santo

  não

 veio sobre

Jesus a

  f im

  de capacitá-lo para a obra por-

qu e Jesus  n ão tivesse poder  em si mesmo.

Certamente  ele tinha,  porém,  a  atuação

do  Espírito

 Santo

  em  Cristo  aponta para

a

  unidade

  da

  Trindade.

rito  Santo em  relação a

 Cristo,

 nos cren-

te s e no

  Reino

  de

  Deus.

L OBR DO ESPIRITO N VID E

MINISTÉRIO DE

  CRISTO

O ministério do Espírito só pode ser com-

p r e e n d i d o

 e avaliado de modo correto den-

tro da  perspectiva  cristocêntríca;  um

e n f o q u e

  sem

  esta consideração consiste

num  esquecimento  do  Espírito  por  mai-

or que  seja  o  nosso desejo  de  reabilitá-

lo à

  igreja.  Compreendendo adequada-

mente quem é Cristo e o seu ministério,

a

  igreja

 está honrando  o

 Espírito,

  porque

esse conhecimento

  só

 pode

 ser

  alcançado

por  obra  de  Deus  (Mt

  11.27; 16.17)

  e

  é _

o

  Espírito

  de  Deus quem  nos  conduz  à

v e rd a d e i ra co m p re e n sã o

 de

 Cristo.

 A

 con-

flssão

  do

  Cristo

  por

  parte

  da

  Igreja,

  é, de

certa  forma,

  a

  glória

  do Espírito (Jo

14.26; 15.26; 16.13-15/lCo  12.3).

A O n scimento  virginal

O   nascimento  virginal de

  Tesus foi

operado

  pelo  Espírito

  Santo  (Lc  1.35)  e

lhe

  conferiu

  a condição de ser

  livre  do

pecado

  o r i g i n a l _ q u e  todos

  o s

  humanos

herdam.  Sua  pessoa divina sempre exis-

t i u ,  mas sua natureza  humana  se  origi-

n ou

  no

 ventre

 da

 virgem Maria.

  O

  Espí-

r i to  formou o corpo e dotou  a alma  hu-

mana  de  Cristo  com  todas  as  qualifica-

ções para sua  obra.

1

  O

  Logos

 eterno  to-

mou uma natureza humana naturalmen-

te  incapaz  de  qualquer ação  santa sem o

poder

 do

  Espírito Santo;

 daí a

  necessida-

de

 da

 ação

 sant i f icadora e

 preservadora

 do

Espírito.  Na encarnação, o  Espírito pre-

servou   a Jesus

  C.ri.srn

  H a

 m q n r h a

  do

  peca-

do  original que é a  herança  de  todo  ser

humano,

 fazendo  com que ele tivesse uma_

natureza imaculada.  Se  assim  não  fosse,

Para  ler e  medit r durante a  semana

D

  —

 Isaias6l.l-3

 — O

  Espír i to

 sobre

 o

 Messias;

  S

  — M a t eu s

 3.16)17 — A

 unção

 n o

 Bacismo;

T — T i t o 3.4-7-Regenerados pelo Espírito;

  Q — E fésio s 1.13,14-O

 selo

 do

 Espírito;

Q - Acos 5.17-42 -A ousadia dos discípulos; S - Mateus  13.31-33 - O crescimento do Reino de

Deus;  S  — L u c a s  1 3 . 2 0, 2 1— A e x p an s ã o  do reino  -

1  C har les

 Hodge,

  e o l o g i a Sistemática Sã o  Paulo:  Hagnos,

 2001.

 p.

 395.

 

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16

A Essência da Fé—Parte 5—O que a

 Bíblia

 ensina sobre o Espírito  Santo

Cristo não

  poderia se oferecer  pelo  seu

povo,

  apresentando

  um

  perfeito  sacrifício

10.13),  p o d e m o s p e r c e b e r o

  q u a o _

amadurecedorayela  pode  sei7

 para

 a

  nossa

vicário, sem

 mácula

 e de

 valor eterno (2£o,  vida espiritual./O

  primeiro

 Adão

  sucum-

r n - . 

TL  -To^n-í.-iT^

^

  -

o  ni  . o

  i

 o\U  à  tentação

JcSUS  CtisCO O

  último

5.21j. Hb

 7.26,271

 IPe

 1.18-21;

 3.18).

B. No  batismo

N o

  bat i smo

  não

  houve qua lque r

mudança metafísica

 no ser de

 Cristo,

  nem

ele

  passou a ter uma relação nova com o

Pai; entretanto, nesse ato

 histórico,

 vemos

a

  manifestação

  da

 Trindade

  num só

  pro-

pósito: a salvação do seu  povo.

Como

  sacerdotes (Ex

 28.41)

  e  reis

(2Sm 2.4),

  o

  Messias

  fo i

 ungido pelo

  Es-

pír i to

  para

  poder

  realizar sua

  obra

  (M t

3.16;

  Lc 4.18 L.

 Cristo

  foi

  ungido desde

toda

  a

  eternidade;

  há  referências  no An-

tigo Testamento qu e falam da sua h abita-

ção do Espí rito, indican do dessa form a, a

sua unção, a sua capacitação eterna para

o

  c u m p r i m e n t o

  da sua

  obra

  (Is 11 2;

42.1;

  61.1).

  Todavia, historicamente,

 ele

foi

  ungido

  por

  ocasião

  da sua

  geração

  e

santificação

  em

  Maria

  (L c

  1.35)  e,  tam-

bém,

  no

  bat ismo

  (M t

  3.16;

  M c

  1.10;

  Lc

3.22;  Jo 1 32;  3.34;  At

 10.38).

 O

  Crisro_

esteve eternamente  capacitado  para ser o

Salvador

  dos  eleitos;  e agora,

  encarnado,

recebe essa confirmação

  do Pai e

 do Es p

 í-

rito:  a  salvação  é  obra  da Trindade; po7

isso,

  as

  três pessoas

  estão

  empenhadas

  na

execução

  do pacto salvador.

C.  Na sua

  tentação

  Lc

  4.1,14)

O

  Espírito guiou '[ impeliu

2  (Mc

(J Adão, deve ser

 tentado para poder

  levar

sobre

  si o

  pecado

  dos

  eleitos.

  Se

  Cristo

não

  vencesse

  o

  tentador, jamais poderia

ser  o Salvador daqueles que estavam sob

o

  domínio

de

  Satanás.

  E

  relevante

  ob-

servar, que o seu

  ministério público teve

início

 após esse episódio, com eçando

  com

um

  sermão

  (Lc

 4.16-21/Is

 61.1,2).

D. No seu

 confronto

  com

  Satanás

Jesus

  realizou

  milagres

  no

  poder

  do

Espírito.  O

  Reino

  de

  Deus

  é o

  Reino

  de

Cristo  — o  governo t r iunfante de  Cristo

sobre

  todas

 as

 coisas, visíveis

 e

  invisíveis

  —

e,  esse Reino  se

  f a z

presente  por  meio  da

obra

  de

  Cristo, libertando

 os

  homens

  do

domínio

  de Satanás e dos poderes do mal,

desmantelando

  a

 cidadela

 do

  inimigo

  (M t

12.28,2$).

  O  pavor  dos

  demónios

  diante

Crísro  aponta para a chegada poderosa

e

  vitoriosa  do

  Reino

  (M t

  8.29).

  .

E. Na sua

  obra

  sacrificial

A

 obra sacrificial

 de

 Cristo

  fo i

  cum-

prida de forma completa e com o  senti-

mento  adequado

  peia operação

  do

  Espíri-

to

  (Hb

  9.14).

  Em

  total  harmonia corno

Espírito,

  Cristo  ofereceu-se

  a

  si

  mesmo,

tendo plena

  consciência das

  implicações

dessa oferta:

  a

  dor,

  a  vergonha,  a humi-

lhação,j)_peso da ira de Deus, o abando-

.12)] Jesus ao deserto  e permaneceu com

ele ali (Lc 4.1,2). Jesus foi

 tentado

  desde/x-jno.  Cristo

  sofreu

 como

 homem,

 no en-

  s

j

a sua

  chegada.

  A_tentação  fez

  parte

  do

  tanto,

  a fim de que sua

  morte pudesse

seu

 am adurecimento para

 o m inistério q ue  efetuar

  nossa salvação,

  su a

  eficácia

  fluiu

o Pai lhe confiara. A tentação é m uito pé- do p od er do Espírito. O

  sacrifício

  q ue

nosa, contudo,

  quando  avencemos, con/jj

  produziu

 a

 expiação eterna

 foi muito

  mais

victos

  da sustentação de

  Deus  iCcr

  que uma obra meramente

  humana .

3 No

2

  Jesus, sendo cheio

  do Espírito,

 sentia

 a sua força  no

  ín t imo

 da Sua

 alma (Abraham  Kuyper,

  The

  Work

  of

theHoly Spirit,

  p.

  108).

3 J.

  Calvino,  Exposição

  de Hebreus. Sã o

 Paulo:

 Paracletos,  1997,  (H b

  9.14),

 p.

 231-232.

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A Obra do Espirito Santo

17

entanto,  em  todo  o seu

  sofr imento,

  ele

pôde  usufruir

  do consolo do

 Espírito

  que

sempre estivera plenamente nele.

O

  Espirito

  que

  esteve

  em

  Cristo

durante todo  o seu ministério terreno,  o

capacitou a apresentar-se voluntariamente

(G l  1.4/Jo

  10.11,15,17,18)

  como sacer-

dote

  e vítima: o

 ofertante

 e a

 oferta

 —

 para

resgatar  os seus  (Hb  9.23-28).

F. Na

  sua ressurreição

O

  Novo Testamento declara

  que a

ressurreição  de Cristo foi obra do Pai (Gl

1.1;

  Ef

  1.17-20),

  do

  Filho

  (Jo  2.18-22;

10.17,18)

 e do

 Espírito

 Santo

  (iPe

 3.18/

Rm

  8.11).  O

  mesmo

  Espírito  que

Divino-Hnmana

Crísto,  acompanhando-o  e

  fortalecendo

emtQ_do_Q_  se u  ministério,  agiu  decisiva-

mente

  em  sua ressurreição,  a

 qual

 assina-

la a vitória de  Deus sobre  o  pecado,  a

morte

  e

 Satanás.

  O

  Espírito

  que

  atuou

em  Cristo  no seu estado  de humilhação  é

o

  mesmo

  na sua

 exaltação.

Concluindo esta divisão, observa-

mos que o

 Ministério

  de

  Cristo

  foi

 mar-

cado  pela_ plenitude  do  Espírito

  (J

 o

3 34 LcJ

  OBR DO ESPÍRITO NOS

C R E N T E S

Dajnesma

  forma

 que

 o

  Espírito agiu

  na

vida  de  Cristo,  ele age na vida  dos

jgs. Como diz Hoekema, todos os

 maio-

res

 elementos no processo de salvação sã o

atr ibuídos

  à autoria  do  Espírito

  Santo /

Ele

  é o  grande despenseiro  das  bênçãos

conquistadas

  por

  Cristo. Podemos vê-lo

agindo  na

  regeneração,

  na  conversão,  na

santificação,  na  adocão.  na  segurança  da

salvação  e intercedendo por  nós.

A

Regeneração

Regenerar significa

  gerar

 de novo. O

Espírito Santo é o autor desse ato. Em Ti

 to

3.5 encontramos a seguinte declaração: ele

nos salvou mediante o lavar regenerador e

renovador

 do

  Espírito Santo .

B Faz nos  reconhecer   e   confessar  o

Senhorio  de  Cristo

Somente pelo  Espíri to  (iCo  12.3)

e

_Cristp

  crerão  fanhnr.  vivendo  de  forma

coerente  com  essa

  confissão

  (M t 22.43;

iCo

  12.3/Rm

  10.9,10).

C.

  Justificação^

O  Espírito

  aplica

  em nós a

  justiça

de  Cristo  (l

 Co

  < B 8 H f c

  6.1 l ; _

declarados

  jus tos

  diante

  de

  Deus.

  Deus,  desde  toda  a  eternidade,  decre-

tou

  just i f icar  todos

  os

  eleitos;

  e

  Cristo,

no  cumprimento  do  tempo, morreu  pe-

los

 pecados deles

 e

 ressuscitou para

 a

 jus-

tificação

  deles;

 contudo,

 eles

 não são

  jus-

tificados

 até que o Espírito Santo,  no  tem-

po

 próprio

 e de

 fato, comunica-lhes

 Cris-

to

5  (Rm  3.4; 4.25;  Tt  3.6,7/1 Co

  6.11).

D .  -Conversão  •

A conversão — a resposta do homem

à

  regeneração

 operada

 dentro dele — tam-

bém  é obra d o

 Espírito

 Santo. Geralmente

vemos

  a

  conversão  como consistindo

  de

arrependimento  e

  fé .  Ambos aspectos

  sã o

descritos

  na

 Bíblia como obra

 do

  Espíri-

to

  Santo (Cf. AC U.15.1&  l Co  12.3).

J

Santificação

O Espírito Santo vem habitar o crente

na conversão e o santifica ao longo da viga

cristã:  ....

 Deus

 vos

 escolheu desde

 o

 prin-

cípio para  a  salvação, pela

  santificação

  do

  An thon y Hoekema. Salvos Pela  Graça. S ão Paulo:

 Editora C ultura Cris ta,

  l 997.  p. 36

  Confissão  cie

 Westmlnster XI.4.

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18

A

 Essência

 da Fé—Parte 5~O que a Bíblia ensina sobre o

 E spírito

  Santo

Espírito  e fé na verdade (2Ts 2.13)  (Cf.

iTs  2.13;  Rm 15.16; IPe  1.2).

F. Intercessão

Uma das obras mais importantes que

o

  Espjrito  realiza  pelos  crentes

  é a de in-

terceder  por  eles  (Rm  8.26,27).  Não

sabendo

  nós o que

  havemos

  de

  pedir,

como convém,  o  Espírito  nos assiste em

nossa  fraqueza,  habilitando-nos  a  saber

por quem, pelo quê, e como devemos orar;

operando e despertando  em nossos

  cora-

ções (embora  não em  todas  as  pessoas,

nem em

 todos

 os tempos, na

 mesma  me-

dida) aquelas apreensões,

  afetos

  e graças

que são

  necessários

  para  o bom  cumpri-

mento

  do

 dever. 6

 Ele

 funciona como

  um

intérprete entre

  nós e

  Deus, traduzindo

nossas orações. Ao fazer isso, intercede por

nós,  buscando  o melhor para nossa vida.

G .

 Adoção

Não  sabemos  se Deus  nos faz seus

filhos

  primeiro  e depoís  nos dá o seu Es-

pírito  ou se ele nos dá o Espírito e depois

nos faz

  filhos, não importa como você

encara a questão:  o  resultado é o mesmo.

Todos

  os que têm o Espírito de Deus são

,.  filhos de  Deus,  e  todos  os que são

  filhos

  de

  Deus

  têm o Espírito  de Deus .7  O Es-

píri to  nos concede a bênção da  adoçao.

H

Segurança

  da

  Salvação^

A

 segurança

  da

 salvação

 do

  crente

 é

totalmente

 condicionada

 ao Espírito San-

to: em  quem também vós, depois  que

ouvistes  a  palavra  da verdade,  o  evange-

lho da vossa salvação, tendo nele também

crido,  fostes  selados  com o Santo Espíri-

to da promessa;  o qual é o penhor da nos-

sa

 herança,

  ao

  resgate

  da sua

  proprieda-

de,

  em  louvor da sua glória (Ef

 1.13,14;

Cf. 2Co

  1.22).

 As expressões  selo e  pe-

nhor indicam

 a

 marca

  de

 segurança

 que

o Espírito Santo significa na vida dos cren-

tes.  Ele é o

  selo,

  ou  seja,  a  marca  de  pro-

pjriedade,  o  invólucro

  inviolável

  que ga-

rante

 a

  integridade

 do

  crente,

 e, ao

  mes-

mo tempo, é o

 penhor,

  o

 pagamento

  an-

tecipado  que  garante  que o  Senhor  ad-

quir iu

  o

  crente como propriedade

  sua e

que  virá  no  fu turo  resgatá-lo  em  caráter

definitivo:  ...

  não

  entristeçais

  o

 Espírito

de Deus,  no qual fostes  selados para  o dia

da

  redenção Ef 4.30).

 

OBR

DO

  ESPÍRITO S NTO

  REINO

Até o Pentecostes,  os  discípulos espera-

vam  que ele libertasse a nação  e a estabe-

lecesse como  um  reino próspero sobre

todos  os reinos da  terra. Essas esperanças

se acabaram

 com a

 morte

 de

 Jesus,  entre-

tanto,  se reacenderam com a ressurreição:

  Senhor, será

  este o  tempo  em que

  res-

taures

  o

  reino

 a

  Israel?

(At

  1.6). Jesus

respondeu

  que a

  eles

  não

  seria

  dado  co-

nhecer  tempos (cronos)  e épocas (kairós)

que o

  Senhor havia reservado exclusiva-

mente para ele, mas, prometeu mandar  o

Espírito Santo

  que

  faria deles testemu-

nhas cheias  de

 jpoder

  em  todoo  mundo.

Ele capacitaria a Igreja a desempenhar  seu

papel

  no

  mundo.

  A

  Igreja

  seria

  o

  instru-

mento  para  o  estabelecimento  do  Reino

de

 Deus.

  Porém, seria  um  reino  diferente.

A .. Fonte  de  poder

Aproximava-se

  o

  instante

  da

  parti-

da de Jesus e ele  tinha planos grandiosos

para  seus discípulos.  Mas eles precisavam

entender  o caráter do Reino  de Deus  que

se

  manifestava

  naquele

  momento.

  Em

várias ocasiões,  quando Interrogado,

 Je-

6

  Catecismo Maior

 de Westminster,  Perg. 182.

7

 John

 Stotc. Batismo e Plenitude do Espírito Santo 2a

  Edição.

 São  Paulo:

 Edições Vida

 Nova, 1986,  p.  15.

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A Obra do Esp írito   Santo

19

sus  explicou

  que o

 Reino

  de

 Deus

  já

 esta-

va no  meio do povo. Ele se fazia

 presente

na

  pessoa,

  na

  obra

  e no

  ensino

  do

  Messi-

as.

 Dessa

  forma  o

 r ein o poderia estar

 de .

tro  de  cada  um Lc 17.21). A  expansão

terística  da  testemunha,  ela sustenta  seu

do

  reino

  espiritual era assunto  para aque-

le  m o m e n to .  Os

  discípulos-seria_rp

  res-

pensáveis  por  essa

  tarefa

  e,  para  garantir

q u e

  eta  teria

  êxico,

  lhes seria mandado  o

Espírito Santo como fonte de poder.

  ~

  Entre

 os benetíaos

 poderosos

 que  o^

Espírito Santo concederia àqueles hom ens

estavam entendimento, ousadia  e  resul-

tados.  Com  novo entendimento escreve-

ram mais tarde cartas que foram e conti-

nuam sendo o fundamento teológico da

Igreja. Com

  ousadia,:

 falaram  sobre Jesus,

a

  pon to

  de não

  temerem mais

  os

  casti-

gos, as  afrontas,  ou a própria morte (Cf.

Jo

  20.19; At

 2.14-36; 4.1-22;

  5.17-42).

E o Espírito  Santc* autenticou  a obra de-

les conferindo

  resultados.

  Até o dia do

Pentecostes 120 pessoas se denominavam

discípulos. Naquele mesmo  día  foram

acrescentadas mais três

  mil (At 2.41).  E

pouco tempo dep ois o nú m ero sub iu para

cinco  mil (At  4.4).

B.  Fonte   de

  testemunho

Jesus

  disse

  que a

  vinda  do  Espírito

Santo  faria  dos  discípulos suas

  testemu-

testemunho até o fim. A

  pró pria palavra

  testemunho na  língua grega  é  martyres

donde

  vem o

  s igni f icado  moderno

  de

mártir.

  O

  mártir está  disposto

  a

  morre r

nhãs.

  Em

  primeiro  lugar,

  um a

  testemu-

nha é

  alguém

  que  esteve  presente  e

  pode

verificara

 exatidão de certos acontecimen-

tos.  Os  discípulos possuíam essa caracte-

rística.  Em segundo, lugar uma  testemu-

nha é

  alguém

  que

  comunica

o que

  viu.

Quem

  v iu ,

  mas não se

  manifesta

  não é

um a

  testemunha verdadeira. Porém,

  em

terceiro

  lugar,

  e talvez seja a maior carac-

por

  aquilo

  que

  diz.

 Nada

  menos

  do que

ísso  pode ser chamado de  tes temunha,  e

somente

  a

  presença

  do

  Esp íri to Santo

poderia  habilitar os amedrontados discí-

pu los

  a se tornarem valorosos mártires

(testemunhas)  do  Senhor Jesus.

O  livro de Atos se

 const i tuí

  no  mai-

or relato  da glorificação de  Cristo pelo E s-

p í r i t o :

  A

  e x p an s ã o m i s s i o n á r i a

  e a

edificação

  dos

  crentes.

  Q ua n do  cristãos^

sinceros pregavam o Evangelho e pessoas

eram transformadas  peio

  seu

  poder, sen-

do conduzidos  um vida santa, Cristo

estava sendo

  glorificado.

 ~  '  ~

 —

 ON USÃO

Q  Espírito Santo  não só

  capacitou

  a Je-

 

T ~ i

  .  r:  --

sus para  seu  ministério, como realiza  a

obra de

 Deus

  na

 vida

  do

  crente,

  e impul -

siona o Reino de Deus. Sua obra é imen-

samente vasta

  e

  preciosa. Devemos,

  as-

sim,

  aprender a perceber mais essa obra

dele no  m un do  e,  em  nossa pr óp ria vida.

Identificar

  essa  atuacão  deve

  nos

  levar

  a

adorar a  Deus, e

 a

 .ey pfírímpnjar  mais  da

raça

  dele.

 _Acima- d e tudo, provar

  dessa-.

fonte

  de poder e de testemunho.

 PLI ÇÃO

Se

  Deus nos tem dado o Espírito Santo,

 

elevemos

  usá-lo

  para testemunhar  a  re7-

peito

  de Cristo e da  salvação.  Deus  não

nos deu o Espírito  para  ele  Ficar  inativo

ern

  nós.

  Ele

 nos

  deu o

  Espírito para

  nos

capacitarjjara

 a o b r a .

 Então, mãos à obraT

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Lição   5

Texto

 básico: Atos  2.1 4

O

  B T I S M O  C O M

  o

  E S P Í R I T O  S N T O

INTRODUÇÃO

O

  termo  pentecostal está definitivam en-

te incorporado ao

  vocabulário

  da

  Igreja

Cristã.

  Desde  o  início do século 20  quan-

do um grupo de crentes começou a

  falar

em   línguas nu m a missão evangélica  na

ru a

  Azusa, em Los

 Angeles,

  o

  movimento

pentecostal

  se

  espalhou pelos quatro can-

tos do   plane ta. Esse term o pentecostal

é t irado do

  episódio..que

  ocorreu no

  dia

de

  Pentecostes

  em

  Jerusalém quando

  o s

d i s c í p u l o s

  d o S e n h o r  lesus

  f o r a m

Banzados  c o m o  E s p í r i t o  S a n t o   O s

pentecostais dizem que tiveram uma ex-

periência igual àquela. Eles raciocinam:

os discípulos eram crentes,

  m as

  recebe-

ram o barismo

  depois,

  e  falaram  em lín-

guas, então,

  há uma

  conversão

  o p e r a d a

pelo Espírito  Santo,

  mas o

 bat ismo

 é

 u m a

segunda  bênção, ou uma  segunda  expe-

riência,  um a  experiência pós-conversão.

Dessa rotina,  para

  o

  pentecostalismo,  há

duas classes de crentes

  dentro

  da

  Igreja,

os  que  já  chegaram lá e os que ainda não

conseguiram.

  Quem

  já  fo i  batizado  faz

parte da elite do.s. crentes,  enqu anto qu e

q u e m  não foi  batizado  faz  parte  de uma

categoria  inferior .

  Justes

  úl t imo s,  frequen-

temente,  recebem alguma discriminação

por  p a r t e  dos  mais

  adiantados ,

  e se

vêem  ameaçados pela pergunta t radici-

o nal destes irmão s: você ainda

  não foi

batizado  no  Espírito

  Santo? .

  Esta lição

vai

  ajudá-lo

  a ver o

  quanto essa visão

carismática é distorcida e não faz justiça

ao ensino bíbl ico.

l O  PENTECOSTES   E A   REDENÇÃO

Atos 2.1-4  tem sua  importância  não por

causa

  da

  fesca

  judaica  do

 Pentecostes,

  m as

no

  fato

  d e que Deus cu m prir ia mais um

evento   da  história da  redenção.  O  nasci-

mento de

 Jesus

  foi o

  prim eiro evento his-

tórico   da

  redenção realizado

  na

  pessoa

  de

Cris to . O próximo

  eveftto

  foi sua morte,

depois

  sua ressurreição,' por fim sua As-

censão   e a  descida  do  Espírito Santo.  D e-

pois  disso,

 só

  resta

 a

  segunda vinda. Por-

tanto, o

 evento

  que aconteceu  no dia

 de

Pentecostes  fo i

  o últ mo  da

  histórica ati-

vidade salvadora de  Tesus.  Assim como a

m o r t e

  de

 Jesus

 e sua

  ressurreição não

  po -

dem

  ser repetidas, também a descida do

Espírito

  Santo

  não se

  repete.

  M as

  c o m o

o s  efeitos  da morte e da ressurreição de

Jesus,  t a m b é m  o s

  efeitos  da

  descida

  do

Espíri to

  Santo estão presentes em  todas

as  épocas.^

Sem a  descida  do  Espírito

  Santo,

  a

ob ra

  redentora

  de Jesus não

  esta-riajica-

bada,  e sua promessa não teria sido  cum-

_ g n d a .  E  m e s m o  a  promessa  do  Ant igo

Testamento   do  der ramamento  do  Espíri-

to   Santo passaria  em  branco. Mas, tudo

isso

  se  cu mpr iu  no dia do  Pentecostes.  E

c o m o

  cu mpr imento , podemos  dizer que

Para

  ler e meditar

  durante

  a

 semana

D — J o e l 2.28-32-A prom essa no Ant igo T es tamento;  S  Mateus 3.11,12-João Batistaea

promessa do Espírito; T -  Lucas 24.44-49

  A

promessa

 de

 Jesus; Q -  R o m a n o s 8.9 — T er o

Espírito

  e

 ser

 de C risto; Q

 — l

  Coríntios

 12.13 -Todos

 os crentes fo ram ban zado s;

S  — Efésios 1.13-14

 — Selados

  com o Espír i to ; S  — Gaiatas 3.13,14  — Espíri to recebido pela fé

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O

 Batismo

 co m o Espírito

 Santo

21

se

  cumpriu-de-iima-vez-por

  rodas.

  E n r r e -  rito

 Santo,

  mas a

 man ifestação visível

 deie,

tanto, os

 efeitos

 da vinda  do E spí r i to San-  até que os  apóstolos pudessem  compro-

t n

  / n ? r ? M t f « j ? / : C T M n a i f i r R J f l Dessa  forma

  não var a

 veracidade

  do

  acontecimento.

  Deve

precisamos  e

  não

  devemos ped ir ao Pa i ser notado que não foi ide nt i f icad o ne-

gue

  nos dê o

  Espírito  Santo. . .pois

  e\e

  já  nhum  problema

  com os samaricanos

  pro-

nos

  deu.

  priamen te. Ne nhum a condição foi ofere-

cida  a  eles.  O  problema também  não es-

tava com  Filipe que,  logo em seguida,  vai

pregar ao  eunuco  etíope,  e não foi  neces-

Alçuém

  poderia  obje ta r  que ,

 em

  pelo

 m e-

  •

  ,

  j ^  \ >  rr c

 

r   }

  ^  £

  -_

  sano

  que os

  apóstolos

  fossem atras

  (Cr.

nos

  três ocasiões,

 o

 evento

 do

 Pentecostes  Ac

  8

.26-40).

O

  problema estava

  no re-

se

 repet iu

 na  f o r m a de  uma segunda_bên-_

  ladonamenco

  nuJemsaléin Samaria

 

II O

  EVENTO

  DO

 PENTE OSTES

SE  REPETIU?

cão.  Isso aconteceu  com os  samaritanos,

com os gentios  em Cesaréia,  e com os  dis-

cípulos de João  em  Éfeso. Será importan-

te  anal isar  estes três acontecimentos.

A Houve um

 P entecostes Sam arita.no?

Em Atos  8.5-17  está descrita a  con-

versão dos  s a m a r i t a n o s .  Muitos

Está no  fato  de que Deus desejava elimi-

nar uma

  inimizade

  histórica.  Deus

  rete-

ve

 a

  manifestação visível

 do

  Espírito San-

to a  fim  de que os apóstolos testificassem

que a fé  também estava sendo encontra-

da em  Samaria,  e  assim, autenticassem  a

obra entre   os  samaritanos.

  Portanto,

  não

samaritanos haviam crido  no   Evangelho

  na

  razão  para

  pensar

  n u m

  segundo  pente-

por  meio  da  pregação  do  evangelista Fili-

pe e,

  c o m o c o n s e q u ê n c i a , f o r a m

batizados.

  Não

  temos motivo para duvi-

dar da

 conversão daquelas pessoas.

 A

 única

coisa estranha   é a descida de  Pedro  e João

para

  lá .

 Pelo

  que se

 sabe,

  não

  era comum

os  após to los inspec iona rem  a  obra  dos

costes, e nem o

 acontecimento

  samantano

deve  ser  aceito como norma para os cren-

tes em todos os tempos,

  pois

 sua diferen -

ça   explíca-se  pe r fe i t amen te por  causa  d

sua

  situação  histórica.

B O que

  aconteceu

  em

 Cesaréia?

No  capí tu lo 10 de Aros é na r rada a

evangelistas. E ntão,  por_que

 foram

  lá? Não

  COIWersão

  de um gentio (estrangeiro) ao

é  difícil  descobrir. Aquela  era a  pr ime i ra  Cristianismo.  Foi um  homem chamado

vez

 que o

 Evangelho havia

 sido

 aceito

 fora/g/ Ç n r n é l ln .  Deus

  d i r e c i o n o u P e d r o

  até

de

 Jerusalém,

 e

 Lucas

 quer ia

 mo s t rar

 como^

  aque

i

e

  h om e m , de m on s t r a n do

  que não

jpjEvangelho  saiu da

 exclusividade

 do  am-  d isc r imina r ia n ing uém  por ser de  ou t r o

bientejudeu,

  sob a  supervisão  dos

 após-  povo

 

p

e

d

ro

 entrou

 na

 casa

 de

 Cornélio

 e

tolos  e com  todas  as  bênçãos do  E spir i to começou  a  pregar  o  Evangelho.  A  certa

Santo  (Cf. At

  1.8).

 Mas a  ocasião  era  ré- altura  da  pregação  de Pedro,  precisamen-

a lmente c ruc ia l .  Os   samaritanos,  mimi-^

 re

 quando

  falava

  sobre a  remissão dos pe-

gos

  históricos dos

  judeus ,

  haviam  rêcêrji^

  cados

  que  Deus concede  aos que  crêem

do a  mensagem. Será  que os  crentes  ju- por  meio do  n om e  de Jesus  (At 10.43),  o

deus ir iam aceitá- los?   Ou a  div isão  ju-  Esp ír i to Santo caiu sobre todos  os que

deus-samarí tanos permanecer ia

  na   igre-

  ouviam

  a

 palavra

(At

 10.44).

 Depois

  dos

já ?

  Certamente, foi por esse motivo que

  samarStanos,

  agora os

  gentios

  eram incor-

Deus reteve,  não o  ba t ismo  com o  Espí-  po r a dos  à

  Igreja.

  A  manifestação visível

1  Cf. E D.  Bruner.

  Teologia

 do Espirito

  Santo.

 2a

  Edição.

 São

  Paulo: Edições

 Vida

 Nova,  1986.

  p. 137

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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22

A  Essência  d a

 Fé—Pa rte

 5—0 que a  Bíblia ensina  sobre  o

 Esp írito

 Santo

tencionava autenticar

  a

  conversão deles são.

  Foi somente

  quando receberam

  o

perante

  as

  autoridades

  da

  Igreja  como  Espjrito  qu_e_s,e_s.ejitjxam   capazes

 de

 dizer

havia

  acontecido  em  Sarnaria.  Uma

  coisa

  que

 acreditavam".

3 Portanto, nem os

 após-

está por demais clara no texto: não houve

"segunda benção". Bruner

 diz que "o

 pro-

pósito do episódio de Cornélio é ensinar

a

 igreja,

  de

 modo

  tão

 dramático quanto

 a

iniciação  samaritana  lhe  ensinara,  que

Deus aceita todos  os

 homens

  à

 parte

  da

guarda de quaisquer disposições legais, ao

dar gratuitamente o dom do Espírito San-

 r »  

to a  ré 

Algo que  gêralmente  passa desper-

cebido

 é o

 testemunho

  do apóstolo

 Pedro

que tem  implicações  muito sérias para a

Doutrina da

 Segunda Bênção. Pedro rela-

ta a  igreja em Jerusalém:  "Quando  ... co-

mecei a

  falar ,

 caiu o Espírito Santo sobre

eles,

  como também sobre nós, no princí-

pio. Então,

  me

 lembrei

 da

 palavra

 do Se-

nhor, quando.disse: João, na verdade, ba-

tizou

  com

 água, mas'vós sereis batizados

com o Espírito Santo. Pois, se Deus lhes

concedeu  o  mesmo  dom que a

  nós

 nos

outorgou

  quando

  cremos no Senhor Jesus,

quem  era eu  para  que  pudesse resistir a

Deus?"

  (At  11.15-17).

  Algo nessa

  decla-

ração

  de

  Pedro

  é de

  suprema importân-

cia.

  Ele diz que a

  conversão

  dos

  gentios

tolos  receberam realmente uma  Segunda

Bênção.

  Eles receberam o Espírito Santo

quando

  se

  converteram, assim como

  to -

dos

os

  crentes.'

C. E quanto aos discípulos de  Éfeso?

Esse incidente está descrito  em  Atos

19.1-7- Em sua terceira viagem missionária

Paulo  encontrou alguns discípulos

 na ci-

dade

  de  Éfeso   e

  logo lhes perguntou

  se

haviam  recebido o Espírito Santo quan-

do creram.

 Veja

 que Paulo vincula o rece-

bimento  do  Espírito Santo  com o ato de

crer. Paulo estranhou alguma coisa naque-

les

 homens, e

 logo

 a sua

 suspeita veio

 a se

confirmar.

  Eles responderam:

  "Espírito

Santo?

  Nem sabemos quem é ele?" Eles

eram  discípulos

  de

 João Batista

 e não co-

nheciam

  a

  verdade plena

  a

  respeito

  de

Jesus.  JE   difíci l  imaginar

  q u e

  aqueles

 dis-

cípulos  fossem realmente  crentes Nem

sabiam que Jesus já tinha se manifestado,

e

 nada sabiam sobre

 a

 vinda

  do

  Espírito

Santo. Certamente

  não

 eram,

  mas

  torna-

ram-se

 com a

 pregação

 de

 Paulo

 e

 recebe-

ram  o dom  do  Espírito

  Santo.  Logo,

  o

? r ,,  ,

  =

—j  ,  , que  aconteceu neste episódio, longe  de

rói semelhante  a conversão  dos apóstolos.  2  ;— —   £

  *

  2 

^7  -j  ;—í

 

ser

 urna segunda benção, confirma

 que o

Mas,

 quando  os  apóstolos s e  converteram?  - — — — ; — r -

0

  T~i—,

  ;   r^—r—

>,

  ..

  n

  K ,

  <

— :

  r ~

~

E s p í r i t o

 òanto

  e

 dado quando alguém cré.

Como  diz  r 3 runer ,  e de igual importan-

  .— —

 

^

  ,

cia

 se,

 como

  é provável,

  Pedro aqui com- |||.  TODOS  BATIZADOS

  EM UM

para  a fé dos de  Cesaréia

  corn

  a fé dos .  ESPÍRITO

apóstolos

  no

 Pentecostes

 -  'quando [nós]  . — P o d e m o s  ver os p n s i n n s   n n r m a r í v n s  sobre

c remos*

 -

  então aqui temos

  a

 informação o batismo

  com  o

  Espirito Santo

signíficante

  que os

 apóstolos  considera-

vam o  Pentecostes como o ponto

  i n i c i a l

 da

registrados  nos  ensinos doutrinários  do

apóstolo Paulo,

  por

  exemplo.

  Em

sua

  té,  e,  portanto,

  a data da

 sua^çonvex--/^

C o r f n t í o s

  12.13

  o

  apóstolo Paulo

  fez

1

  E D.

  B r u n e r .

  Teologia

  do

 Esp írito

  Santo.

 2

a Edicãa~São  Paulo;

 Edições

 Vida Nova 1986

p 148

3  F. D.

  B r u n e r .

  Teologia

do  Esp irito   Santo.   2 a

  Edição.

 São   P au lo :

 Edições Vida Nova, 1986.

  p.  151

4

  Já  dissemos em  outra  lição   que os apóstolos podiam ser chamados de crentes antes  do

  Pentecostes

  de

acordo  com a terminologia do

  A n t i g o

 Testamento. Mas só se tornaram  c rentes  no

 sentido

  que o Novo

Testamento

  a t r i b u i

 a Palavra no dia do Pentecostes.

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O

 Bddsmo

  co m o E spíri to

  Santo

23

uma  declaração  m u l t o , importante  para

a  consideração desse assunto.  Ele  disse:

  ...

  em um só

  Espír i to , todos

  nós fo-

mos  batizados  em um corpo,  q u e r  ju-

deus , quer  gregos,  quer escravos, quer

livres.

  E a

  todos

  nós foi

  dado beber

  de

um só

  Espirito .

A A

 força ,

  do

  todos

Para  entendermos  bem o que  P a u l o

está querendo dizer nesse

  versículo,

  pre-

cisamos  considerar todo  o  capítulo 12 de

l  Cor fn t io s ,  pois, nesse capitulo, Paulo

está concentrando

  seu

  ensino

  a

  respeito

dos dons espirituais.

 Seu

 ponto alto

  é

 que,

embora os dons sejam variados, podendo

e de

  fato

  se

  manifes tando

  de

  várias for-

mas,  há  apenas um  or iginador deles,  que

é o  Espírito  Santo.  Paulo diz: ...  ora os

dons são

 diversos,

 m as o Espírito é o mes-

mo

(v. 4).  Entre  os

  versos

  8-10  ele

exempli f ica  alguns dons que podem ser

dados  à  Igreja visando  a  edificação  (v. 7),

entre ta nto enfa t iza um só e o mesmo

Espírito realiza

  todas

  estas  coisas,  distri-

buindo-as

 como

  lhe

 apraz,

 a

 cada

 um, in-

dividualmente (v. 11).  Ele  demons t ra  a

unidade  da  Igreja

  apesar

  da  diversidade

de  dons exatamente  p o r q u e  todos  esses

dons  são  concedidos  pelo  m e s m o

  E s p í r i t o .

sso que

  ele  prerea

H

13:  somos diferentes

  tanto

  em  serviços,^

como em dons e até mesmo na raça, mas

nu m a coisa todos nós crentes somos iguais:

todos  fomos  batízados^pjdiLjnesmQ  Espíri-

to,

  portanto somos um mesmo corpo.

B .

  Cren te

  s e m o

  E s p i r i t o ?

Certamente  a  referência  do apósto-

lo

  ao batismo

  nesse texto nada

  tem a ver

com

  cTbatismo

  com

  água,

  e nem

  mesmo

com o que

  aconteceu

  no

 dia

 de

  Pentecos-

tes,  pois  nem  Paulo  nem os  corfntios

  lá

estiveram naquele dia. Mas,  então,  quan-

do  Paulo e  todos  os  crentes da  cidade  de

Corinto

  foram

  batizados?  Nenhuma  ou-

tra  resposta pode  ser  coerente a não  ser:

no dia da conversão deles. Não  havia duas

classes dentro

  da

  Igreja

  de

  Corinto.

  To-

dos os que

 pertenciam

 ao

 corpo

 de

  Cristo

foram

  batizados

 com o

 Espírito Santo.

  E

esse  não é o  único lugar  em que  isso  fica

claro.

  Em

  Romanos  8.9  Paulo escreveu

igualmente Vós  ... não  estais na  carne,

mas no  Espírito, se, de fato,  o Espírito de

Deus habita

  em

  vós.

  E, se

  alguém

  não

tem o  Espírito  de

  Cristo,

  esse  tal não é

dele .  O  texto  é claro: se alguém não tem

o  Espírito  de

 Cristo,

  essa pessoa não  per-

tence  a  Cristo. Paulo  não diz que se al-

guém  não tem o  Espírito  é  crente de se-

gunda classe,  mas que não é de  Cristo,

ou  seja,  não é crente, não é convertida.

Não, podem  existir  duas classes  de  cren-

tes dentro  de uma  igreja.

 Todos

 os verda-

deiros crentes foram   batizados

  com

  o_JBsr_

pírito

  Santo.

C.

 A f o r ç a d o n ó s

N a  língua original  em que foi  escri-

to o  Novo  Testamento  há uma  grande

ênfase  na palavra  nós nessa  passagem.

Paulo

  poderia

  ter

  escrito

  o

  mesmo texto

sem

  usá-la,

  e o

  signif icado seria

 entendi-

do,

  mas ele fez

  questão

  de

  dizer  todos

 .

nós

  fomos batizados .  Com  essa expres-

são,

  ele não

  admite

  excecoes.

 Todos

  os

verdadeiros  crentes  foram  batizados  com

o

  Espírito Santo.

D

Quem

  tem

  sede

  bebei

Da m esma fo rm a Paulo enfatiza que

todos já  puderam beber  do  mesmo  Espí-

rito. Note a  conexão entre  beber a q u i e

o

  que é dito  em João  7.37,38:  No  últi-

mo dia, o grande dia da festa, levantou-

se Jesus

 e

 exclamou:

  Se

 alguém

 tem

  sede,

venha a mim e  b e b a .

 Quem

  crer em mím,

com o diz a

  Escritura,

  do seu interio r flui-

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24

A  Essência  d a

 Fé—Pa rte

 5 — O

 que

 a

 Bíblia   ensina sobre

 o

 Es pírito San to

rao rios de água viva. Isto ele disse com

respeito ao Espírito que

 haviam

 de  rece-

ber os que

  nele cressem .

  Quem  Fosse  até

Jesus  e

 bebesse receberia

 o

  Espírito Santo

quando cresse.

 Todos

  os

  que

  creram

  já

kekejcam_d.Q_J^spfrito

  Santo,

  ou

  seja,

  já

foram banzados.

um só Deus e Pai de todos,  o qual  é sobre

todos,

 age por

  meio

  de

 todos

  e

 está

 em

todos

(Ef 4.4-6).

  Graças

 a

  Deus porque

a

  Igreja dele

  não

  está dividida.

  Não há

divisões

  ou

  classes distintas

  de

  crentes

dentro da Igreja,

 ON USÃO

E A

  força.

do um  Umaj^rande

  confusão

  tem  sido

  causada

Em um único  Espír i to  Jesu s bat i- na  igreja  BQH-lídaces^flue  ensinam a ne-

zou

  todos

  os

  crentes

  num

  ún ico corp o, cessidade

  de uma segunda

  obra

  da

  graça.

- q u e r

  judeus ,  q u e r

  gregos,

  quer escravos

 _

  Por todos os lados  podemos

  ver,

  frustra-

querjivres.

  Nada po deria ser mais  enfáti-

co. De  fato não há classes distintas de cren-

tes.

  Em um só

  Espírito

  foi

  estabelecida

uma só

  igreja.

  Não há

  crentes  parciais ,

assim como

  não há

  membros parciais

 do

c o r p o

  de  Cristo.  Não há

  meio t e rmo .

Gaiatas 3.26-28

 afirm a: ... tod os

 vós

 sois

filhos  de D eus m edian te a fé em Cristo

J e s u s ; p o r q u e  todos  q u a n t o s f o s te s

batizados

  em  C r i s t o  de  Cr i s t o  vos

revestistes. Destarte,  não  pode haver  ju-

deu nem

  grego;

  nem

  escravo

  nem

  liber-

to; nem  homem  nem

  m u l h e r ; p o r q u e

todos

  vós

  sois

  um em

  Cristo Jesus .

  To-

dos os  crentes  em  Cr i s to  se  t o rna r a m

m em b ro s p l eno s

  de seu

  co rpo ,

  que e a

Igreja,

  no exato momento em  q u e foram

salvos,  pois  há  somente  um  corpo  e um

Espíri to, como também fostes chamados

n u m a

  só

  esperança

  da

 vossa vocação;

  há

um só

  Senhor,

  uma só fé, um só

 bat i smo;

cão

  e_

 desapontamento

  na

  vida

  de

  mui tos

que  ainda  não conseguiram checar  a  essa

segunda bênção.

  O

 p ro b l em a

 é

 que, quan -

do

  alguém acha

  que

  precisa buscar algo

que

  não

  tem, certamente deixa

  de dar

impor tância

  ao que já

  tem.

  Ora

  todos os

crentes  já  possuem

  a

  o b r a

  da

  graça em

suas  vidas  e  possuem  os  meios para  al-

cançar a verdad eira santidade. Deixam  de

valorizar

 o que Deus já lhes deu para bus-

car

  aquilo que não existe.

 PLI ÇÃO

1.

 Que  impo r t ânc ia t emos dado  à  obra

do Es píri to Santo em nossa vida?

2. Precisamos nos sentir insegu ros diante

dos  ataques daqueles  que  julgam  que

ainda não  chegamos  lá?

3.  Cremos  no que a B íblia  diz ou no que

as

  pessoas

  ou

  mesmo

  as

  experiências

a p o n t a m ?

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Lição

 

Texto básico: Romanos 8.1 17;

 1 Coríntios

 2.6 16

O

  T E S T E M U N H O IN T E R N O

 E

  I L U M I N Ç Ã O

  D O

  E S P Í R I T O

INTRODUÇÃO

J á _ f a l a m .

o s  bas t ant e s o br e a o br a do E s pí -

r i to  S a n t o  no  m u n d o  e na  vida do  crente.

De  c e r t a f o r m a , a l g u n s  spêcíõT dãrtP

coes  passadas dizem respeito a uma obra

i n t e r i o r  do

  E s p í r i t o S a n t o .  Quando pen-

s a m o s

  e m

  r e g e n e r a ç ã o , s a n t i f i c a ç ã o

  o u

certeza da salvação, sabemos que essas são

coisas  q u e o E s p í r i t o S a n t o  realiza  dent r o

de nós

  e,

 p o r t a n t o , s ã o o b r a s in t e r n a s . M a s

nes t a l i ção q uer em o s  falar  d a q u i l o  que é

j i —

 

• ~   í  ^

m a i s  n o r m a l m e n t e a t r i b u í d o a o E s p í r i t o

S a n t o ,  e que  diz  respei to  à

  obra

  dele  d e

t e s t e m u n h a r  e  i l u m i n a r .  O  t e s t e m u n h o

i n t e r n o  d o  E s pí r i t o S ant o  e a

  i luminação^

s ã o

  co i s as

  d e

  i m e n s a i m p o r t â n c i a

  p a r a

nossa

 vida,

  di zenao r es pei t o ao no s s o

 status

de   f i lhos  _ d e  .Deu.s_e_crentes_ern ..Gr isto Je.:t

sus ,  bem com o da certeza dessas coisas .

l O

  TESTEMUNHO

  INTERNO

Oajp^stolo_jPaulo

  diz:  O  p r ó p r i o

  E s p í r i -

to   _ t e _ s t i f i c a  com  o j iosso^ esp ír i to  que so-

mos

  fi lhos

 de

  D e us

(Rm 8.16). Em todo

o   capítulo  8 de  R o m a n o s , P a u l o e s t á  fa -

l a n d o s o b r e

  a

  no va co ndi ção

  e m q u e o

cr i s t ão s e enco nt r a a par t i r da co nver s ão .

E le  diz

  qu e é u ma

  real idade

  de

  abs o l vi -

ção   c o m p l e t a , p o i s n e n h u m a  condenação

existe  par a q uem es t á em J es us ( R m 8.1).

Es^ãTnova  realidade

  é

  t o t a l m e n t e m e d i a d a

pelo

  Espír i to . Esse Espír i to nos l ivrou do

pecado e da

 morte,

 que era a

  consequência

natural  d e  n o s s a n a t u r e z a p e c a m i n o s a ,

p o r é m , q u a n d o  nos  u n i u  a Cristo, o Es-

p í r i t o  n o s  i n t r o d u z i u  e m u m a  n o v a v i d a ,

a  vidado  Espírito J^Rm_.8.2i.4).  Por sua

vez, agora  o s  c re n te s p r e c is a m t o m a r  u m a

decisão  p o r  essa

  vida

  n c T E s p i r i t o ,  u m a

vez

  que, c o n t i n u a r in c l in a n d o - s e p a r a  a

c a r n e

  é

  c a m i n h a r p a r a

  a

  m o r t e , p o i s

  a

carne não consegue se  s u j e i t a r  a D e u s e ,

p o r  isso, quem está  n a  c a r n e  n ã o  a g r a d a

a

  D e u s  (R m  8.5-8).

A O

  spírito

  garante

 nossa

 filiação  fA A

O  p o n t o , p o r é m , que  P a u l o q u e r ar-

g u m e n t a r _ é  que_^Vós  .. .  não estais na car-

ne, mas no

  E s p í r i t o ,

  se, de

  f a t o ,

  o

  E s p í r i -

t o de D eus habi t a em   vós. E , s e a l guém

n ão tem o   E s pí r i t o  de  Cristo, esse  ta l não

é

  dele (R m   8 . 9 )

L

_ S e  o  E s pí r i t o es t á  em

nós,  P a u l o  diz, c e r t a m e n t e

  n ão

  e s t a m o s

m a i s  n a  car ne. A l ém di s s o , po dem o s dei-

xa r

  par a t r ás a no s s a vel ha vi da, po r q ue

ela

  não  ex i s t e m ai s  (R m  8.10).  A o mes-

mo  t e m p o ,  o  E s p í r i t o  que  está  em nós,

passa

  a n os

  vivificar,

  d a n d o - n o s

  um a

  vida

de ressusci tados, ou  seja,  um a vi da no va

(R m   8 .11) .  O  resul tado disso  é que não

d e v e m o s m a i s n a d a p a r a a c a r n e , e n ã o

t e m o s o b r i g a ç ã o n e n h u m a  de  servi-la  (R m

8.12).  Em  s e g u i d a ,  ele acrescenta um

no vo dado  que  ai nda  não  havi a s i do con-

 

Para  ler e meditar durante a semana

D

 — R o m a no s 8.1-17-O  Espírito

 na c o n f i r m a ç ã o  d o s

 crentes; S —

  l

  Coríntios  2.6-16

 —

i l u m i n a -

ção dos crentes; T 2  C o r í n t i o s

 4.

 l-6-Deus t i r o u n o s sa c e g u e ir a ; Q-Atos 16.13,14

  —

 0

E s pír i to  c o n f i r m a a P a l a v ra ; Q

  —

 E fésios

 4.17-24 -  O b s c u r e c i m e n t o a n t e s do E s p í ri to ;

S -Efésios

  1 . 1 5 - 1 9 — A

  i l u m i n a ç ã o dos crentes;

 S-Efésios 5.11-14 — I l u m i na d o s

 por

 Cristo

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26

A Essência da Fé—Parte —O que a

 Bíblia

 ensina sobre

 o

 Espírito Santo

siderado:

  ...

 todos

 os que são

 guiados pelo

Espírito  de Deus  são

 filhos

  de

 Deus5'

  (R m

8.14).

 Seu

 argumento

  é que, uma vez que

somos

  filhos,  já não

 precisamos viver

 afas-

tados de

 Deus,

 nem submissos  à

 realida-

de do

  mundo

  e da

  carne. Somos

  f i lhos

como Jesus.

 O

  pecado

 não

 pode dominar

um  filho  de

 Deus,

  por  isso ele continua:

  Porque

  não

  recebestes

  o

  espírito

 de es-

cravidão, para

 viverdes,

 outra vez,  atemo-

rizados, mas

 recebestes

 o espírito de

 ado-

çao,

 baseados

 no

 qual clamamos:

 Aba, Pai

(Rm

 8.15). Escravos éramos antes

 de

 ser-

mos

  unidos

  a  Cristo,  agora

  somos

adotados

 em

 Cristo,

 e

 desfrutamos

 de um

re lac ionamento

  íntimo

 com

  Deus.

  Mas

como

  eu

  posso

  ter

 certeza

 de que

  todas

essas

 coisas realmente aconteceram comi-

go?

  Paulo responde:

  O  própr io

 Espírito

testifica  com o nosso

  espírito

  que

 somos

f i lhos

  de  Deus (Rm  8.16).  É  como  se

ele  dissesse:  olhe

  para dentro

  de

  você

mesmo.

  Existe

  algo

  dentro

  de

 você

  que

dá um

  testemunho

  inquestionável: p Es-

pírito Santo. Ele se

 comunica

 com o nos-

so  espírito, dando-nos certeza íntima

  de

que

  somos salvos.

  Calvíno

  diz,

  nossa

mente, por

  iniciativa

  própria ,

 jamais

 nos

comunicaria

  tal

  segurança

  se o

  testemu-

nho do

  Espírito

  não a  precedesse .1 Por

mais

  que as

  obras

  tenham  uma

  grande

importância

  na

  confirmação

  da

  conver-

são,

  o

  testemunho interno

  do

  Espírito

Santo  é o primeiro  que  deve ser ouvido.

Cadaum  deve buscar dentro

 de si

 mes-

mo

 a certeza de sua salvação. E

 pelo

 tes-

temunho

  do  Espírito  q p p _ a  grara  H e Deqs

nos

 é

 conscientízada.

B O

 Espírito

  e

  a

Palavra.

Como

  já

  vimos

  em

  outra lição,

 o

Espirito  Santo inspirou

 a

  Palavra. Então,

pr imeiramente ,  o

  Espírito confirma den-

tro

 de nós que a B íbl ia é a Palavra de Deus

Esse é um

  dado importante, porque

 pçr

mais

 que

 tenhamos

 uma boa

  apologética,

e

  consigamos levantar bons argumentos

a

  favor

 da

  integridade

  e da autoridade da

Palavra

  de

  Deus, sabemos

  que os

  incré-

dulos

 a

 rejeitam. Para

 que

  alguém acredi-

te na  B í b l i a ,  o  Espírito Santo precisa

convencê-lo antes.

 Calvino, o

  teólogo

 3a

Palavra

 e do

 Espírito, escreveu magistral-

mente sobre este ponto:

 O

  testemunho

 do

 Espírito

  é

 supe-

rior a

  todos

  os

 argumentos.

  Deus na sua

Palavra

 é a

  única testemunha adequada

  a

respeito

  de si

  mesmo,

  e,  de

  maneira

  se-

melhante,

  sua

  Palavra

  não

  será verdadei-

ramente

  crída  nos

  corações

 dos

  homens

até que

  tenha  sido selada peio testemu-

 

nho do seu

 Espírito.

 O

  mesmo Espírito

-,  que falou por  meio  dos  profetas deve  en-

trar

 em

 nosso coração para convencer-nos

que  eles entregaram fielmente a  mensa-

- gem que

  Deus lhes

 deu.

Embora

  as

 Es-

 

crituras manifestem sinais

  claros

  e

inquestionáveis da sua

  autoridade divina

e

  exibam evidências satisfatórias

 da sua

origem  divina, essas evidências

  não nos

persuadem plenamente

  até  que, ou a

menos

 que, sejam seladas  em  nosso cora-

ção por

  meio

  do

  testemunho interior

  do

Espírito

  Santo. Lembramos nesse ponto

do

  caso

  de

  Lídia.

 jSía

  cidade

  de

 Filipos,

Paulo encontrou essa mulher  num  local

de

  oração.

  Lura.1;  nos diz que  Lídia,  3a

cidade

 de Tiatíra.

 vendedora

 de

 púrpura.

temente

 a

  Deus, escutava

 a

  pregação

  dos

evangelistas, e então, o

 Senhor

 lhe

 abriu

o

 coração para atender

  às

 coisas

  que Pau-

lo

  dizia (A t

 16.14). Evidentemente Paulo

estava pregando

 a

  Palavra

 de

  Deus.

  Deus

agiu na  vida de  Lídia levando-a a aceitar

a

  Palavra

  que lhe

  estava sendo

  pregada,

 

João Calvino.

 Romanos São Bernardo do

  Campo: Edições

 Parakletos,

  1997

 (Rm

 S.16),

  p. 279

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O

 Testemunho Interno

 e a

 Iluminação

 do

 Espírito

27

ou  seja,

  acei tar  a  autoridade dessa

  Pala-

vra. Sproul  diz que o

 Espírito

  ...

  opera

em nosso espí r i to para quebrar e vencer

nossa

  resistência

  à  verdade  de  Deus .  Ele

nos  move  a nos  rendermos  ao  ensino cla-

ro

  da

  Palavra

 de

  Deus

  e a

 abraçá-la che ios

de  confiança .2  O  Espírito  não  falseia  as

e v i d ê n c i a s ,  antes

  d e s o b s t r u i  a s  nossas

mentes  e  corações para

  enxergá-las,

  sen-

do assim persuadidos por elas. Por isso, o

t e s t e m u n h o  i n t e r n o  d o  Espí r i to Santo

sempre deve es tar l igado

  à

  Palavra

  de

Deus ,  A  certeza  que  temos  de  nossa

 sal-

vação  decorre desse testemunho vincula-

do à

  Palavra

 que

  produz

 em

  nosso interi-

or

 a convicção  de noss a aceitação por  par-

te de

  D e u s ,

  median t e  a  obra  de  Jesus.

Não devemos,

  porém, imaginar

 q ue

es se t e s t emunho  do  Espíri to dentro  de

nós  seja  algo tão místico a ponto de tor-

nar

  nossa

  fé

  algo

  subjetivo.

  Devemos

  to -

m a r

  muí to  cuidado

  com o

  estilo

  de

  reli-

gião

  m ui to popu lar

  em

  nossos dias para

 a

qua l  os sentimentos pessoais são conside-

rados autoridade absoluta .  É  c o m u m  as

pessoas dizerem: sent i  no  coração  que

devo  fazer  isso. A  Bíblia diz que devemos

te r cuidado com nosso coração (P v 28.26),

p o í s ,  p o r  n a t u r e za ,  e l e é co r rupto ( J r

17.9))

  e um a

  fonte  donde

  ne m

 sempre

procedem coisas boas  (Mt 15.18,19;  Lc

6.45;

  Tt  1.26).  O

  t e s t e m u n h o

  i n t e r i o r

do  Espíri to Santo  não vem do  nosso  co-

ração,  vem do  Espírito  por  meio  da  Pala-

vra. Sp roul diz: Não é um testem unho

separado ou desprovido da   Palavra .3

II

A

  I LUM INAÇÃO

  DO

  ESPÍRITO

A

  obra

  d e  i l u m i na çã o  do

  E s p í r i t o

  na

vida  do  cren t e  é uma das  maio res bên-

çaos

  que

  Deus concede

  ao ser

  h u m a n o .

N e s s a  d w i s ã o

  p r o c u r a r e m o s

  e n t e n d e r

co m o

  ela  funciona.

A. Inspiração e Iluminação

  ^

  j)  Inspiração é o a to  do Espírito  Santo

pelo  q u a l  ele  d i r i g i u  e  superv i s ionou  os

escri tores  bíblicos  para  que  registrassem

a revelação de D e u s .  Isso  significa  que al-

guém inspirado

é

  alguém

  que

  está

  sob

a  direção  do  Espíri to Santo  de tal  m o d o

que  ao  escrever  algo,  está registrando  a

Palavra  de  Deus.  Esse processo  de  inspi-

ração  a t ingiu  exclus ivamente

 os

  escrito-

re s  da  Bíbl ia .  Se

  ainda houvesse inspi ra-

ção hoje, teríamos que dizer que a Bíblia

cont inua sendo escri ta . I luminação refe-

re-se

  à

  atuação

  do

  Espírito Santo  capaci^

t ando  os  h o m e n s  a  entenderem  a  Palavra

de Deus . A i luminação não provê

  infor-

mações ou  revelações além daquelas  en-

contradas  na  Bíblia.  A  iluminação escla-

rece  a  Bíblia para nós.  O  Espíri to Santo

nos

  convence

  da

  v e r d a d e

  da

  Palavra

  de

Deus  e,  então,  nos  ajuda  a  en tender  e a

aplicar

 essa verd ade

  em

  nossa vida.

  O

  tes-

temunho interno nos  falou  sobre o

acei-

tar

a

  Palavra

  de

  Deus ,

  mas a

 i lumina ção

fa z  com que ela_possa ser entendida .

Am bas as coisas,

 porém,

 são operadas pelo

Espírito

  Santo.

B Luz

  adicional

Sem essa  i luminação

  do

  Espírito

  ja-

mais poder í amos en t ender

  a

  Palavra

  de

Deus. Calvino

  diz,

  a carne não é

  capaz,

~de

  tão

  alta sabedoria como

  é

  co m pr e e n-

der

  a

  Deus

  e o que a

  Deus pertence,

  sem

se r i lumina da pelo Espíri to

  Santo .4

 A Es-

critura

 já é luz por s i mesm a  (SI 119.105).

Porém,

  precisamos de uma luz adicional

porque ,

  por

  natureza, estamos

  em

  trevas.

2  R. C. Sproul .  Verdades  Essenciais da F é Cristã. São Paulo: Edito ra  Cu l t u ra C ristã,  1999. Vol 2,  p. 13.

3  R. C. Sproul .

  Verdades

  Essenciais da. Fé Cristã. São Paulo: Ed itora C ultura

 Cristã,

  1999. Vol 2, p. 14

 

João Calvino.  Instítuciân delaRetigíôn  Cristiana. Barcelona: Fel ire:

 1994.

 (2.2.19)

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28

A Essência  ãa F é—

 Parte

 5— O que a Bíblia ensina sobre o Espírito  Santo

S p ro u l

  diz : ...  o  mesmo Espíri to Santo

que  inspira a

  Palavra,

  age

 para iluminar

 a

Palavra

  em

  nosso benefício.

 Ele

  derrama

luz sobre a

Palmer

  diz:

pa ra adq u i r i r

  conhec imento

  verdadeiro

não basta, pois, possuir a clara revelação

de

  Deus;

  o

  homem precisa também  p p _ r

der ver.

 E

 p recisamente aqui é ond e entra

o^Espírito  Santo.

  Dá ao

  h omem

  não so-

mente  um l ivro  infalível,  mas t ambém

olhos para  que o  possa  ler .6

C

Vendo  o que  olhos não  viram

Paulo deixa isso

  bem

  claro

  em sua

pr imei ra

  carta

  aos

 Coríntios.

  Ele

  diz: ...

como

 está escrito: Nem

  olhos viram,

 nem

ouvidos ouviram, nem jamais penetrou

em coração humano o que Deus

  têm

  pre-

parado

  para

  aqueles  que o  amam (l

 Co

2.9). Geralmente

  as

  pessoas  pensam

  que

Paulo está  falando  sobre o  céu,  o  paraíso

que

  n inguém jamais

 viu,

  p o r é m ,

 ele

  está

fa lando  do Evangelho de  Cristo. Esse

Evangelho  fo i  revelado pelo Espírito, con-

fo r me

  ele declara: Mas De us no-lo reve-

lou  pelo Espíri to; porque o Espíri to a to-

das as

  coisas pe rsc ru ta ,

  até

  m e s m o

  as

p ro f u ndezas  de  Deus (ICo 2.10). Se-

gundo esse  texto,  o  Esp í r i t o  nos  revela

aqu i lo  que  está  na

  mente

  de Deus,

  pois

ele a

  conhece. Aquilo

 que os

 olhos huma-

nos não  conseguem contemplar  o Esp íri-

to

  revela,

  ... para  que  conheçamos o que

p o r

  Deus

  nos fo i

  dado

  gra tu i tamente

(l Co  2.12).

  Obviamente ,

  ele

  está

  se re-

fer indo  à salvação pela graça. Po rém , ...

o

  homem

  natural não aceita as coisas do

Espíri to de Deus, po rq ue lhe são loucu -

ra ;

  e não pode entendê-las, porque elas se

discernem espiri tualmente

(l Co 2.14).

Aqu í

  está  a  declaração  de que o  homem

natural ,  ou  seja,  o  homem  não  converti-

 

do,  por

 ainda

 não ter

 sido i lum inado pelo

Espirito,

  não

  consegue aceitar

  e

  entender

essas

  coisas do Espírito. Ele as acha uma

 

grande loucura. A  razão estigmatizada pelo

pecado,

 que se

 mostra

 tão

  eficaz

  nas

  coisas

naturais ,

  perde-se diante  do  mistério  de

Deus revelado em Cristo  e,  também dian-

te da

  revelação geral

  na

  natureza.

D Cegados feio  deus   desse  século

  Pau lo explica

 por que

  muitas pesso-

as  não

  e n t e n d e m

  o  Evangelho

  (2Co

4.3,4).

  Essas pessoas estão cegas. Sacanas

as  cegou. Elas não conseguem entender o

evangelho

 da Palavra de Deus po rq ue lhes

falta um disposit ivo interno chamado: en-

tendim ento. Suas mentes estão ob scure-

£Ídas  fEF4 .17 .18X

  Elas só  podem crer  se

fin£mJlnm..i.Dada&J2CcLA6).  Essa tarefa

de  i luminar pertence ao  Espíri to  Santo.

E

Iluminação contínua

Quando

 age na vida  de uma  pessoa

incrédula,

  o Espírito Santo abre os olhos

e

  os

  ouvidos espirituais dessa pessoa para

ela

 ver e ou vir a

  revelação

 ~de  Deus na Es-

critura.

  A pessoa passa a ter convicção de

seus

  pecados

  e

  entenderá

  que a

  salvação

somente é possível na pessoa de  Cristo.

Mas a  obra  da  i luminação  não  pára  por

aí.  Duran t e  toda  a  vida,  o  crente rerá a

disposição

  essa obra i luminadora do

  Es-

pírito Santo que lhe ajudará  a entender a

Escritura e a discernir a vontade de  Deus.

Esse

  facor  de  i luminação  é um

  imenso

dispositivo de

 ajuda

  que

 Deus

  nos dá

 pelo

se u

  Espírito, a  Fim  de que

  desenvolvamos

um a

  vida

  de

 sabedoria

  e

  obediência

 à sua

vontade. Nesse sentido, Paulo orava pe-

los

  crentes

 a fim de que

  Deus concedesse

  ... esp írito  de  sabedoria  e de  revelação

no pleno conhecimento  dele,  i luminados

5

 R C

Sproul.  Verdades  Essenciais da

 F é

 Cristã São Paulo: Ed itora Cu ltu ra Cristã, 1999. Vol 2, p. 15

6 Edwin H.  Palmer. EtEsfirítu Santo

Edinburgo:

 Th e  Banner

 ofTruth

 Trust, 199 5. p. 68

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Testemunho

  nterno e

  t

  luminação do

  spírito

os  olhos  do  vosso coração, para saberdes

qual  é a

  esperança

  do seu chamamento,

qual  a

 riqueza

 da glória da sua

 herança

 nos

santos

  e

 qual

  a

  suprema grandeza

  do seu

poder para

 com os que cremos,

 segundo

 a

eficácia

  da

  força

  do seu

 poder

Ef

  1.17-

19). Mediante  a  i luminação  do  Espírito

podemos compreender  as  grandezas  de

Deus  para  nossa  vida e  desfrutar  delas.

Nesse sentido, João chamava

 a i luminação

de  unção

  que vem do  Santo ,  a

  qual

 era

responsável

 pelo conhecimento

 que os cris-

tãos

  têm da

 verdade  (IJo 2.20,21).  João

apela para essa unção

  a  fim  de

 evitar

  que

os

 crentes

  sejam

  enganados

  por

  falsos

  en-

sinos.

  Evidentemente, precisamos dizer

mais  uma vez, que  esse conhecimento está

sempre ligado

 à

  Palavra

 de

  Deus,

  que  é a

Palavra da Verdade (Jo

  17-17).

29

 ON USÃO

O  testemunho  interno do  Espír i to

 Santo

e sua

  obra

  de  i luminação  são

  duas

 gran-

des

 bênçãos

 de

 Deus para nossa vida,

  que

npsdão

 certeza

 da

 salvação, confiança

 na

Palavra  de

  Deus

  e capac i tacão

  para saber

a vontade de Deus através da Palavra dele.

'O crente deve

  fazer  uso

 dessas coisas, afi-

nal,  JJeus  concedeu

  isso

  justamente para

ò~rTÔsso  desenvolvimento espiritual.

APLICAÇÃO 

D evem o s  sempre buscar  na  leitura  da

Palavra,

 juntamente

 com

  a

 oração,  o

  dis-

cernimento

  da

  vontade

  de Deus,

ando  que o Espírito Santo nos  iluminará

e nos  dará sempre a  direção.

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Lição  

Texto básico: Efésíos

5.18 21

A

  PLENITUDE

 DO

 ESPÍRITO

INTRODUÇÃO

A

  Plenitude

  do

  Espírito  Sanco

  é a vida

idealizada  por  Deus  para todos  os cren-

tes.  b o segredo do sucesso espiritual, e a

garantia

  da

  felicidade

  e da

  realização

  de

cada pessoa.  Quando criou o ser humano

à sua

  imagem.  Deus

  estabeleceu

  um

  re-

iacionamento  íntimo

  com

  ele. Esse rela-

cionamento se quebrou por causa  do pe-

cado.

  Em

  Jesus

  Cristo

  o  ser

  humano

  é

restaurado ao relacionamento pessoal com

Deus no

  nível  mais elevado: passa

 a ser

habitação  do

  Espírito. Assim,

  podemos

desfrutar do maior  benerício  imaginável~

Sem

  essa  plenitude,  somos muito pouco

diferentes  da  maioria  das pessoas. A ple-

nitude  nos  torna  realmente diferentes.

l.  UMA OBRA CONTÍNUA

Como  diz

 Stott.

  "...  quando falamos do

batismo  do  Espírito estamos  nos  referin-

do a uma  concessão

  definitiva; quando

falamos  da plenitude do^Espírito  estamos

reconhecendo

  que é preciso

  apropriar se

contínua, e crescentemente deste dom } Por-

tanto,  reconhecer  que o

  batísmo

  é uma

experiência da qual não participamos não

faz

  de nós

  pessoas

  inatívas.

 Temos

  a

 res-

ponsabilidade  da plenitude do  Espírito.

Porém, devemos entender  bem: em

 lugar

algum  a  Bíblia  nos

  manda buscar

 o  ba-

usmo

  com o

 Espírito,

  pois,

  todos

 o rece-

bemos quando cremos.

  Porém, a

 Bíblia

nos  manda  buscar  a  plenitude,  o  enchi-

mento  do

  Espírito.

  Isso  nos  leva  ao  en-

tendimento

 de que é bem

 possível

 alguém

ter sido

  barizado

  com o Espírito, mas se

esvaziar

 desse Espírito

 e

 precisar

 ser

 enchido

novamente.

 Não  significa   que ele

 será

 ba-

nzado

  outra vez, pois

 o

  batismo

  é

  único,

porém,

  ele

 será enchido novamente, pois

a

  plenitude

 é

 algo

 a ser

  buscado sempre.

gr)í .

  No dia do

 Pentecostes

 (At 2) os

 dis-

cípulos

 receberam

 o

  batismo

  e a

  plenitu-

de

 do

 Espírito.

  O

  batismo nunca mais

 se

  repetiu,  mas a  plenitude  sim. Em  Atos

4, a Igreja  e n f ren tou   a primeira persegui-

ção.  Os  sacerdotes prenderam  os apósto-

los

 e os lançaram na prisão. Após interrogá-

los,  exigiram

  que não

  falassem  mais

  no

nome de Jesus e lhes fizeram ameaças (At

4.1-3,18,21).  Quando  foram  soltos, os

crentes

  se

  reuniram

  e

 começaram

  a

  orar:

"Senhor, olha para as suas ameaças  e con-

cede  aos  teus servos  que  anunciem  com

toda a intrepidez a tua palavra,  enquanto

estendes a mão para  fazer   curas, sinais e

prodígios por intermédio  do nome do teu

santo Servo Jesus"  (At

 4.29,30).

 Lucas re-

lata  a  resposta  de Deus  àquela  oração:

"Tendo

  eles

 orado,

  tremeu

  o

  lugar onde

estavam reunidos; todos  ficaram   cheios do

Espírito Santo e, com  intrepidez,  anunci-

avam

 a

 palavra

 de Deus"  (At 4.31). Eles já

haviam sido batizados

 com o

 Espirito,

 mas

precisaram

 de um

 novo enchimento

 do Es^

pírito

 para continuar  a obra  de  Deus.

Para ler e

  meditar durante

  a

  s e m a n a

D  — A t os

 4.23-31

 — A

 Igreja ora

 e é

 novamente enchida;

 S

  — J oã o

 7-37-39

 —

 Quem

 quiser

 pode

 ser

cheio; T — J o ã o 4 .1 - 1 5 —  Jesus oferece

 o

 Espírito; Q-Atos 6. l-7 — O  Espírito capacita para

 a

 obra;

Q — A t o s

 4.30 — N ã o

 entristecer o Espírito; S

 —

 lTessa onÍscenses5.10 — N ã o  apagar o Espírito

S  —  Gaiatas

 5.ló — A n d ar

 no Espírito, vencer a carne

1 John  Stott. Batismo e Plenitude do E spírito  Santo. 2

a

  Edição. São   Paulo:  Edições  Vida  Nova, 1986,  p. 35

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 Plenitude do  Espírito

II. ENCHEI VOS DO ESPÍRITO

Em   Efésios 5.18  Paulo diz:

  ...

 não vos

embriagueis  co m  vinho,  no  qual  há dis-

solução,  m as  enchei-vos  do  Espír i to .  A

p r imei r a

  coisa  que  n o t a m o s

  nn

  reyrcLjLa..

expressão:  enchei-vos .  O  verbo está  no

\y\moao

  imperativo, o q ue significa  q u e é uma

ordem

 a ser

 obedecida. Devemos consí-

31

como

  recurso

  para

  fugir  de seus proble-

m as

  pelo en torpec im ento  de  suas men-

tes, devem

  os

  crentes buscar

  o

  discerni-

mento

  do

  Esp í r i to para com preender

  a

vontade

 de

 D eus

  (Ef 5.17). J3

 enchimen-

to do

  Esp í r i to p roduz

  consciência,  não a

. perda  do  controle por meio da ênfase na

emocjto  em detrimento da  razão. Para  que

o contraste  ficasse  bem

  claro,

  Paulo não

usa para

 o

 enchimento

 do Espírito o  ver-

bo

  embriagar . Antes, nos  fala  de um

dade  de sermos cheio s d o Espír i to .  O  ver-

bo.está

  no  tempo  presente^  expressando

derar

  essa ordem tão importante quanto

as outras  que a  Bíblia  nos dá,

  com

 o

 ./pó

 r

exemplo,

  não  matar,  ou

  pregar

  o Evanggr

Iho. jTemos

  a  obrigação  e a responsabili-^ enchime nto consc iente  e  santamente  vo

l u n t á r i o .  A  expressão  do  Esp í r i to

  con-

d u z - n o s

  a

  e m o ç õ e s  santas ;

  a emoção

m undana l im i ta

  toda

  a sua

 vida

  ao cor-

p o ,  s u b s t i t u i n d o a a l e g r i a d o E s p í r i t o

pela

  intoxicação

  alcoólica. O

 cristão,

 ao

contrár io , busca o sent ido da pleni tude

da sua  existência,  na  p len i tude  do  Espí-

r i t o .  O

  Es p í r i t o

  Santo opera

  di ferente-

mente.

  Não,

 .exige

  um a

  mente

  vazia:  ao

contrár io ,

  enche  e controla  a

 mente.

  Traz

ordem

  e

  p r o f u n d i d a d e

  ao  c o n h e c J m e n -

cesso

  p e r m a n e n i f -

  r n n r f n n n .

  pe lo qua l

vamos,

 cada

 vez

 mais, sendo

 dominados

po r  ele,  passando a ter a nossa

  mente,

  o

nosso coração

  e a

  nossa vontade  —

 o ser

integral   — s u b m e t i d o s  ao  Espír i to.  Po r

i s s o , p o d e m o s i n t e r p r e t a r  o  texto  de

Efésios  5-18,  como

  que

  Paulo dizendo:

  Sede constantemente, mo me nto após

momento,

  controlados pelo Espírito .

Outro aspecto impo r tante é que o verbo

que  indica que a ordem

assim,

todos  os  crentes  têm a  obrigação  de se-

rem

  cheios

 do

  Espír i to

 Santo.

  Além

  dis-

- v  prpraS)  0

to. às  afeições  e às emoçSes.  ...}  O álco-

ol  é  d es t ru id or  dos

  sent idos ,

  mas o Es-

pírito

 Santo é construtivo.

2

O  álcool leva a  perda  do  controle,  e

fa z

  co m

m

só,

 o verbo está na voz

 passiva,

 o^ucde  bom sensQ) e

monstra  que

 a ação de

  encher

  é do

  Espf-

ri to

  e não nossa. Uma boa tradução po-

deria  ser deixai o Espír ito vos encher .

nos

 dá autocontro

l

e

,

cpm qu£ nQssas

seam

M as

  isso

  não

  signif ica

  que

  sejamos passi-

vos.

  Como

  veremos abaixo, alguém  fica

cheio bebendo.

Paulo  faz um

  contraste entre

  a em-

briaguez  que  gera a dissolução  de todos

os bons costumes, devassidão e libertina-

gem   — e o enchimento  do

 Espírito.

 Por-

tanto,

  em vez de

  procura r

 a excitação de-

sen f rea d a

  da  b e b i d a ,  o u a  e m b r i a g u e z

I I I .  Q U E M T E M   SEDE V E N H A

Jesus fez uso de um ri tual da Festa dos

Tabernáculos para i lustrar algo de Imen-

so valor. Um  sacerdote saía  com uma  pro-

cissão  e

  buscava

  num

  jar ro

  de

  o u r o

  um

p o u c o  de água  da  piscina  de Siloé. Aque-

la água seria derramada no altar e, prova-

velmente, simbolizasse

 o próprio

 derra-

m a m e n t o

  f u t u r o

  do Espír i to

  Santo

  q ue

Ezequiel e os

  profetas  haviam anunciado

2

  Errol l

 Hulse ,

  O Batismo do

 Espírito

  Santo, São José dos

 Campos,

  SP.: Fiel, 1995, p. 113.

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32

A Essência da

 Fé— Parte

 5—O que a Bíblia  ensinei sobre o Es pírito

 Santo

(Is  44.3;

  Ez

  39.29;  Jl  2.28).  Jesus,

  en-

tão,  levantou-se

  e

  falou

  de uma

  água

  me-

lhor,  o Espírito  Santo

  (Jo

  7.37-39).  Ele

já havia oferecido essa água  à  m u l h e r

samaritana  no  poço  de Jacó (Jo 4.10-15).

Jesus nos explica aqui  como  esse Esp írito

pode

  se rco n seg u id b  —

 bebendo: "Quem

te m   sede venha  a  m im  e  beba".  Q  méto-

do divino pelo qual

 podemos

 ser enchidos

cio

  Espírito _SaatajLo._mais  simples

  de ro-

pode

  ser  feito  a

  q u a l q u e r mom e nto ,

  em

qualquer lugar,  e em

  qua lquer situação.

IV.  A  NECESSIDADE  DO  ENCHI

MENTO

Quais

  são os benefícios de sermos

  cheios

do

 Espíritoj^asicamente

  sã o duas razoes:

ele

 nos dá

 m aturidade

  e nos

 capacita para

o

  serviço.

A Maturidade

Quando

  nascemos

  de

  novo passa-

m os  a ser

  "crianças"

  ou

  m esm o

  "bebês

ir

em

  Cristo. Precisamos crescer. Esse cres-

cimento vem

  pelo  enchimento  do  Espí-

rito  Santo.  Certa  ocasião Paulo teve que

dizer  aos  Coríntios:  "Eu ... não vos  pude

falar

  com o a espirituais, e sim com o a car-

nais,  como  a  crianças  em  Cristo"  (l Co

3.1).

  Paulo havia detectado

  um a

  série

  de

problemas na  Igreja  de

  C or in to :  divisões,

o rgu lho

  espiritual ,

  fornicação

  e uso

  im-

p r ó p r i o  dos  dons espir i tuais .  O  enchi-7

mento do  Espírito nos  faz

 espirituais,

  ou

seja,  mad u tos  na fé. A  falta

  desse enchi-

mento nos torna débeis, e presa   fácil  do

m u n d o ,

  da

  nossa própria

  natureza

  peca-

minosa

  e do

  diabo.

B

Serviço

Desde

  o

  Antigo  Tes tamento^o

  Es-

p frito  capacitava  pessoas para funções

 e s-

peciais  na

  obra

  de

  Deus.

  Toão

  Batista

  foi

cheio

  do

  Espírito Santo desde

  o

  ventre

materno para ser  o  pr ecu rsor de Cristo

(L c 1.15-17).

  Os

  diáconos  escolhidos

  em

Atos

  6 ,  para se rv i r  as  mesas, tam bé m

eram cheios  do  Espírito Santo  (A t  6.3-

5).

  Barnabé

  era homem cheio do Espíri-

to   Santo  (A t  11.24).

  Paulo

  não  poder ia

se r

  di ferente . Somos informados  de  que,

quando ficou cheio do Espírito, ele ime-

diatamente começou  a  pregar  que  Jesus

era  q  Filho  de Deus  (A t 9.17,20).  E  hou-

ve

 mom entos

  em que os

 crentes fora m

  no-

vamente  enchidos,

  de

  acordo

  com a ne-

cessidade  da ocasião. A  Igreja  ficou

  cheia

do E s p í r i t o após

 as

 ameaças

 e.

 então,

  com

mais

 intrepidez

 an u n c io u

 o Evangelho

 .{At

4.31,32).  Pedro estava cheio  do  Espírito

""Santo  quando encarou

  o

  S inédr io

  que o

julgava  (A t  4.8). Estevão

  t a m b é m ,

  n o

m o m e n t o

  em que fo i

  m ar t i r i z ad o

  (A t

7.55). E

 Paulo, quando repreendeu

  o má-

gico Elimas,  estava novamente

 cheio

  do

Espírito  (A t

  13.9).

 Tudo  isso nos aponta

para  a necessidade da plenitude do Espí-

rito

  Santo para

  realizar

  o

  serviço

  na

  obra^

de

  Deus,

  e nos

  l embra

 que o

  sucesso nes-

sa

  obra não é "por  força,  nem por poder,

m as

  pelo

  m eu

  Espírito"

  (Z c

  4.6).

  E  Im-

possível  realizar  a obra de U eus sem  esse

enchimento  do  Espírito. Mas,  a  grande

notícia é que podemos ser enchidos a

 qual-

quer

  momento.  Quem  tem  sede, beba.

V

MANT END O A PL ENIT UDE

Para

  sermos

  cheios

  do Espírito devemos

ir

  a

  Jesus

  e

  beber.  Mas,  quando estamos

esvaziados,

  há dificuldades em ir a Jesus,

p o r q u e

  a

  nossa carne  fará

  de

  tudo para

impedir .

 O  segredo  é

 evitar

  o  esvaziamen-

to. A   Bíbl ia  nos

  aponta

  algumas  condi -

cõesque  devem  ser

 observadas

 a fim de

que  possamos manter essa

  plenitude

A

Não

  entristecer

  o

  Espírito

Em   Efésíos  4.30>

  Paulo diz; "...

  não

entristeçais  o Espírito de  Deus .  A in d a

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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A

 Plenitude

 do Espírito

33

neste  trimestre falaremos mais sobre essa

questão.  Oque devemos pensar nesse mo-

men to é que o Esp írito se entristece qua n-

do

 estamos

 cedendo ao  pecado.  No  con-

texto,  Paulo está falando sobre

  abandoj-

nar

 a

 mentíra

 (4.25).

  refrear

 a

  íra

 (4.26),

não dar

  lu^ar

  ao  diabo (4.27),

  trabalhar

e socorrer os necessitados,  em vez de

  fur-

ta r  (4.28),  evitar palavras  torpes  (4.29),

bem   como  amargura ,  cólera,  ira,  grita-

ria,  blasfémias e

 malícia (4.31).

  O

 peca-

do  entristece  o  Espiri to  que  está dentro

de

  nós,

  e

  isso certamente

  faz com que

percamos  a  pleni tude.

B Não  apagar  o

  Espírito

Somos exortados

  a

  não apagar

  o

Espírito HTs  5.191. O  contexto indica

que Paulo está falando sobre o m inistério

(5.12,13).  Ele fala  sobre  a  necessidade  de

a judarmos

  uns aos

  outros (5.14,15),  de

estarmos sempre alegres na obra de Deus

(3.16)»  de orarmos

 sempre

 e

 sermos

 agra-

decidos

  a

  Deus

  por  rndo

  CS.17.181.

  Fala

3e

  não

  desprezarmos

 a s  profecias,rnas  as

julgarmos,  com o

  critério

  da

  Palavra

  de

Deus, abstendcMios do  mal,

  qualquer

 que

'seja  a sua  aparência (5.20,21).  Portanto,

 apagar o Espirito é  deixar  de  fazer

 essas

coisas. E não dar a  devida importância à

obra  dele.  £  esfriar  na  prática  das  virtu-_

dês

 cristãs,

 da

 oração

 e da Palavra de

 Deus.-

C Andar  no

  Espírito

As vezes pensamos  que é preciso  lu-

ta r  contra a carne para vencer o pecado e

as

  tentações. Mas  essa lura  não é  nossa

(G l

  5-16).

  Essa é a luta do Espírito

 con-

rraja  r,arner  a  carne milha contra  o

Espírito,

  e o

 Espírito, co ntra

 a

  carne, por-

que  são

  opostos entre

  sí;

  para

  que não

façais

 o qu e, po rventu ra, seja do vosso q ue-

rer (GULIZL

  A

  luta

 já é

  bastante real.

Não

  somos chamados para entrar nela,

somos  chamados  para andar  no Espiri-

to

e

 ele fará

 o

 resto.

 O

  fruto

 do

 Espírito,

que é  consequência  da

  plenitude

  do Es-

pírito,

  acontecerá

 naturalmente em

 nós.

Tão

  natural quando

  um  fruto

  pode ser.

VI. AS C O N S E Q U Ê N C I A S  DA PLE

NITU

Devemos pensar ainda

  nas

  consequências^

de uma

 yí.da

 cheía

 do

 Espírito

 Santo.

 Po-

deríamos resumir dizendo

  que

  será

  um a

vida  de obediência  ao Senhor. Mas há al-

guns  elementos que podem se destacados.

A

Bênçãos

 no

  relacionamento

Após pro ib i r

 a

  embriaguez

  e

 orde-

nar  a plenitude do Espírito, Paulo listou

quatro

  consequências desse

  enchimento^

Ele  fala  de  bênçãos  espirituais  desenvol-

vidas  no relacionamento com os outros.

i rmãos

 {Ef 4 1

1. A  primeira  consequência  é

 a^de

estar  falando entre vós com  salmos . Isso

nos

  aponta

  pa r a

  a

  com unhã o. Pessoas

cheias

 d o

 Espírito falam entre si ,

 ou

 seja,

mantêm  um  relacionamento  de  a m o r  e

edificação  mutua .  E

  Ínteressjmteaue__elas.

não falam  qu alq ue r coisa entre si, mas  sal-

mos , ou seja,  algo  da  Palavra de Deus, a

f ím de edif icar um ao outro.

2.

 Asegunda  consequência

 é o

  lou-

vor

  do

  Senho r: entoando

  e

 louvando

  de

coração

  ao

  Senhor

  com

  hinos

  e

  cânticos

espirituais .  O  texto  nos  aponta para  a

sinceridade,

 adedicaçao

 e o modo varíã-

'^Õ~cTJrrru

  dtiVeTnos  cantar

  ao

  Senhor, exal-

çando seu

 nome.

  Alguém cheio  do Espí-

nto  gosta muito de  fazer  isso.

3. A terceira consequência é ser agra-

.decido a Deus:

  dando

  sempre graças  por

tudo

  a

  nosso Deus

  e

 Pai,

 em

  nome

  de

nosso Sen ho r Jesus Cristo . Alguém cheio

do

  Espírito

 Santo  não v ive murm urando.

Ele consegue achar, mesmo nas situações

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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34

 

Essência

 da

 Fé—Parte

 

—  O

 que a Bíblia

  ensina sobre

 o

 Espírito

  Santo

. r u i n s ,  motivos

  legí t imos

  para agradecer

ao Senhor.

4. E a  últ ima consequência é a su b -

missão: sujeitando-vos  uns aos

  ourros

  no

temor

  de

  Cristo .  Exaltação própria

 n ão

combina

  com p len i t ude do

  Espírito

  San-

_ t o Já  dissemos em  ou t ra

  lição'

 que o  Espí-

ri to  não  glorifica  a si mesmo,  mas a Jesus.

Então,  podemos d izer  que em  hipótese

alguma

  ele  glorifica

  aquele

  qu e

  esra sendo

enchido  por  ele. Para  ilustrar

  isso,

  Paulo

c on t i n u a

  falando

  da  submissão  da

  esposa

diante do marido, dosjBlhos perante os país

e dos  empregados perante _os_.patrÕ es.

B

Vencer

  a

carne

Ainda

  há mais uma

 consequência,

e m b o r a

  n ão

  es t e jamos esgotando

  o as-

su n t o , que é a de vencer a  carne.  Se an-

d a r m os  no  Esp í r i t o nunca  sat i s faremos

os

  desejos  da

  carne  (Gl  5.16). Quando

es tamos che ios  do  E s p í r i t o ,  o  m u n d o

n ão

  brilha

  tanto

  para  nós ,  não nos  rasci-

na.

  Sa tanás

  já não é tão

  ameaçador ,

  e

nossa

 carne

  fica

  bastante

  enfraquecida.

Ser

 cheio

 do

  Espí r i to

 é a

 garant ia

 de um a

vida crista autêntica.

 ON USÃO

A pleni tude

 do

  Espí r i to

 é a

  vida

  ideal

  do

crente. Nada

  menos  do que  Isso  deve  nos

satisfazer.  Essa vida está acessível

  a

  todos

os

  convertidos,  po is Jesus con t inua aces-

sível  a  t o d o s  dizendo:  ven ha  e  b e b a .

Quando  deixamos

 o

 pecado

  se

 avultar

 em

nós,

  perdemos  o que  temos  de  mais pre-

cioso: essa comunhão  com  Deus med i -

ante a

  plenitude

  do

  Espírito.

 PLI ÇÃO

Façamos  uso dil igente de todos os recur-

sos que a  Palavra nos indica  para  sermos

enchidos do E spír i to Santo e para que n ão

percamos  essa plenitude.  Que  nosso  ob-

jetivo

  na

  vida seja esse enchimento ,  nada

menos

  do que

  isso.

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Lição 

Texto básico:  aiatas

 5.16 25

O   F R U T O D O E S P I R I T O S A N T O

INTRODUÇÃO

N a  Igreja,  os dons do Espírito são  m u i to

mais populares do que o   fruto  do Espíri-

to. É c o m u m  ver crentes otand o  p or  dons.

Mas,

  raramente

 vemos  alguém

  orando

pelo  f r u t o .

  E não é  difícil

  fácil  s abe r

  o

porquê:

  os

  dons

  nos  falam  de

  algo extra-

ordinário,  sugerindo

  poder

 e  feitos mag-

níficos.  O   f r u t o  nos  fala  da dura rot i na

de evidenciar um caráter

  t r an sf o r m ad o . ,

C o m o

  diz

  S p r o u l ,  "o  f r u t o  d o  Espíri to

parece estar condenado  à  o b s c u r i d a d e ,

oculto

  na s ombra dos dons mai s

  preferi-

dos .1

  Porém,

  a

  grande evidência

  de que

alguém é cheio do Espíri to são os  frutos  e

não necessariamente

 o s

 dons. Isso

  nos

  l e m-

bra as  palavras de Jesus: "Não po de a ár-

vore boa produzi r  frutos  maus , ne m a ár-

vore má produzi r

  frutos

  bons.

 Toda

  árvo-

re

  que não

  p r o d u z

  bom

  fruto

  é

  cortada

  e

lançada

  ao

  fogo. Assim, pois, pelos seus

frutos

  os

 conhecereis

(Mt

 7.18-20).

  O

p r ó p r i o  Jesus disse que a simples evidên-

cia

  de poder na vida das pessoas não sig-

nifica  necessariamente conversão: "Mui-

tos, naquele dia,  hão de  dízer-me:  Senhor,

Senhor Porventura, não temos nós pro -

fetizado

  em t eu

  nome,

  e em t eu  n o m e

não  expelimos  demônios}  e em teu  n o m e

não

  fizemos

  m u i t o s

  milagres?

  Então, lhes

direi  explici tamente: nunca vos conheci .

Apartai-vos de m im , os que praticais a ini-

quidade"  (Mt 7.22,23).  O  critério não é

o  poder,

  m as a

  obe di ênci a,

  a

  vida real-

mente t ransformada. Isso nos ensina que,

mais  do que manifestações espirituais,  de-

víamos buscar a real

 transformação

 de

 vida

que se demonstra em ati tudes prát icas de

obediência  à  Palavra  de  D e u s .

I GUERRA SEM TRÉGUAS

Quando

  no s

  convertemos,

  já nos

  encon-

tramos  envolvidos em um

  terrível

  com-

bate

  que já vem

  sendo travado

  há

  m u i t o

tempo. Paulo diz que estamos em meio a

um a

  guerra que não é  cont ra  o  sangue e

a  carne ,  e sim  cont ra  os  p r i n c i p a d o s  e

potestades, contra  os  dominadores deste

mundo tenebroso, contra as forças espi-

r i tuais  do  mal,  nas  regiões celestes"  (E f

6.12).

  Não há

  como escapar dessa

  guer-

ra .

  Uma ve z que

  fomos t i rados

  do  impé-

rio

  das

  trevas

  (C l

 1.13),  agora todo aque-

le  império  é nosso inimigo. Por  isso  só

nos

  resta vestir

  a

  a r m a d u r a , e m p u n h a r

  a

espada  e orar se m cessar  (E f

 6.11-18).

  M as

era

 de se

  esperar

  que a

 luta  fosse apenas

externa.  O  probl e ma  é que há uma  luta

dentro

  de nós

  t a m b é m :

  ...

 a

  carne

  mili-

ta

  cont ra

  o

  Espírito,

  e o

  Espírito, contra

a

  carne , porque

  são

  opostos entre

  si;

  para

que não

  façais

  o que,  porventura, seja  do

vosso

  querer" (Gl  5-17).  Esta

  é uma ba-

talha terrível. O  v e l h o h o m e m , a  nat ure -

Para

  ler e

 meditar  durante

  a

  s e m a n a

D

 -

  Ma t eu s 7.18-23

 —

 Frutos

 ou

 poder;

 S -

  R o m a n o s

 5.5

 

O

 amo r através

 do

 Espírito;

T

  —

 Ro ma n o s

  14.17

 - A

 alegria

 do

 Espírito;

 Q

  —

 Fiiipense s

 4.7

  —

 Paz que

 excede

 o

 e n t e n d i m e n t o ;

Q  —

 Gaiatas

 6.8 —

 Sem ear p ara

 o

 Espírito;

 S  —

 Fiiipenses

 3.3 - Não

  confiar

 na

  carne;

S   —  Ro ma n o s 8.11-16 —  Poder para vencer  a carne

  R. C.  Sproul.  O

 Mistério

 do  Espirito

 Santo

São Paulo:

 Editora Cu ltura Cristã, 1997.

  p. 163

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36

 

Essência

 da Fé—Parte

 5—

que a Bíblia

 ensina

  sobre o Espírito San to

za humana inclinada para o pecado, não

quer entregar

  o

  terreno

  de bom

  grado

  e

se

 arma

  até aos

 dentes

  a  fim  de  resistir ao

Espírito.

  Como  diz

  Sproul ,  emb ora essa

guerra seja interna

  e

  invisível ,

 há

  claros

sinais externos da

 carnificina provocada pela

batalha .

2

  Ele

  está

  se

  referindo especial-

mente ao que acontece q uand o a carne ven-

ce, pois aparecem  as  obras  da  carne.

Pau lo diz: ...

  as

  obras

 da

  carne

 são

conhecidas  e

  são:

  prostituição,

  impure-

za,  lascívia,

  idolatria,

  feitiçarias,

  inimiza-

des,

  porfias,  ciúmes,  iras, discórdias,  dís-

sensões,  facções , i nve jas ,

  bebedices,

glutonarias  e coisas sem elhantes  a estas, a

respeito

  das

  quais

  eu vos

  declaro,  como

já, outrora,  vos  preveni,  que não  herda-

rão  o

  re ino

 de

 Deus

  os que

  tais coisas pra-

ticam (Gl  5.19-21).

  Evidentemente,

  es-

sas

 obras caracterizam a vida de uma  pes-

soa

 não-regenerada.

  Não  significa que um

crente

  não

  possa cair

 em

 algum desses

 pe-

cados

  ocasionalmente, porém, se

  eles

  fo-

rem evidências  contínuas na vida de al-

guém, como Jesus disse, isso caracteriza

árvore

  má, ou

  seja, ausência

  de

  conver-

são.

  A

  lista parece

  falar  de

  pecados

  que

tem

  relação

  com o

  sexo

  (pros t i t u i ção ,

impureza,

  lascívia),

 com a

  religião (ido-

latria, fei t içarias), com o relacionamento

com outros ( inimizades,  porfias,  c iúmes ,

iras, discórdias, dissensões, facções, inve-

jas),  e por

  fim

  com  pecados relacionados

aos  apet i tes

  (bebedices, glutonarias).

  Po-

rém, a lista não pretende ser completa, pois

Paulo diz:

  e

  coisas semelhantes

  a

  essas .

Quatro

 áreas problemáticas

  ficam bem

 fri-

sadas: sexo, religião, rela cio nam en to e ape-

tites.  São  quatro áreas  em que a  natureza

pecam inosa gosta de se manifestar.

Vamos considerá-las agora separada-

mente:

 Prostituição

 representa a quebra  do

 séti-

mo  mand amen t o

  e diz

  respeito

  a

  todo

t ipo de re lacionamento sexual

  fora

  do

casamento.

  Impureza

  i nc l u i  o que foi  di to sobre

prost i tuição

  e pode

  inclui r

  relaciona-

mentos homossexuais.

 

Lascívia

  aponta para  a  disposição men-

ta l

  reprovável dando

  um

  sentido sexual

impl íc i to

  que se

  expressa

  em

  palavras,

posturas

  e

  roupas impróprias

  e

provocativas.

  Idolatria  fala  de

  adorar qualquer out ro

se r ou  objeto  que não  seja Deus. Deus  é

o único que deve ser adorado.

 Feitiçarias

  aponta para a prát ica de ma-

gia  e todo tipo de espirit ismo.

 

Inimizades

  denota  o  caráter  da  pessoa

agressiva, hostil

  e

  rancorosa.

• Porfias

  tem a ver com  desafiar os outros,

provocá-los para discussão ou briga.

  Ciúmes

  dem ons t ra  um  caráter egocên-

trico,

  preocupado com suas próprias pos-

sessões materiais, pessoais

  ou

  espirituais.

•  Iras  são  explosões  de  cólera.

  Discórdias

  aponta para

  uma

  mente

  que

semp re cem uma opinião diferente dos

outros  e nunca pode ceder.

 Dissensões

 dá a  ideia de alguém  que  sem-

pre  busca criar inimizad e entre as pessoas.

  Facções

  caracteriza-se  por  part idar i smo,

são as fam osas panelinhas , o desejo de

não se relacionar ou não concordar com

os outros.

 Invejas  aponta para

 o

 desejo

 de

  possuir

 o

que o

 o utr o possui, seja material

  ou

  não.

  Bebedices é o uso descontrolado do

 álco-

ol

  e de

  todo tipo

  de

  entorpecente.

  Gkitonarias

  representa  a  vida  de  quem

vive para enche r o

 estômago,

  preocupan-

do-se apenas

  com

  satisfação

  dos

  apeti-

tes pessoais.

2

  R. C. Sproul.

  O

 Mistério ao

 Espírito  Santo

São   Paulo Editora Cultura C ristã, 1997.  p. 164

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O frito do

 Espirito

  Santo 37

Como podemos  ver, a guerra é  real-

mente

  árdua.

 As

  armas

  da

  carne

  são po-

derosas.

  Elas

  atuam

  em

  todos

  os

  nossos

pontos

 mais fracos. E como

 Paulo diz,

 são

conhecidas.

  São

  nossas conhecidas

 ínti-

mas.

  São as

  coisas

  mais comuns

  que en-

cont ramos  n o mun do ,  quando ligamos  a

TV,  abr imos o

  jornal ,

  ou batemos papo

com os amigos.  M e sm o  no  recanto  de

nossa

  mente ,

  e  inclusive  nos

  sonhos, elas

t ramitam

  e

  fazem

  guerra cont ra o

  Espíri-

to. Que

  Deus

  fortaleça  o seu

  Espírito

dentro

  de

  nós

TRÍPLICE REL CION MENTO

E m

  cont rapar t ida

  o

  f ru t o

  do

  Esp í r i to

apresenta

  as

  v i r t ude s

  da

  vida crista

  au-

têntica. Stott

 vê uma

  tríplice divisão nes-

se   fruto,  que é composto  de  nove elemen-

tos, classificando-o como: relacion am ento

com Deus, relacionamento com os outros,

e  relacionamento  conosco

  mesmos.

3

A Em

  relação

 a Deus

1.  Am or

O   amor  é o  único  que  figura  tanto

na lista do  fruto  quando dos dons do Es-

pí r i to . É o pr ime iro e o maís im po r t an t e

nas duas. Paulo diz que o amor de

 Deus

 é

derramado   em

  nossos corações pelo

  Es-

pír i to

  (Rm 5.5). Pala também  explicita-

men te do  "amor  do Espírito'* (Rm  15-30)

e  "n o

 E spíri to"

  (C l

  1.8).

  De

  certa

  forma,

exibir esse amor  é evitar todas  as obras da

carne  (iCo 13.4-7).  Esse amor  do Espí-

rito é possível em nós porque Deus nos

amou primeiro

  (IJo 4.19).

  Ainda falare-

m os

  neste trimestre sobre

 o

 relacionamen-

to do amor e os dons do Espírito.

2.  Alegria

A

  alegria

  do

  Espírito

  é

  urna marca

fundamental  do crente, e é uma das ca-

racterísticas principais  do  próprio re ino

de

  Deus

  (Rm  14.17). Ela

  está relaciona-

da  à

  posição

  que o

  crente

  te m

  diante

  de

Deus. Não é uma simples  euforia por al-

guma

  conquista pessoal,

  mas uma

  alegria

sincera

  e

 p ro funda

  oriunda da certeza da

salvação,  e que não se abate em meio as

dificuldades  e provações da v ida (Fp 4.4).

3. Paz

A paz que é  fruto  do

  Espíri to

 tam-

bém

  é

  bastante diferente

  da

  "paz"

  .que  o

mundo

  almeja.

  Essa  paz não

  significa

apenas ausência  de  c on f l i t o .  O  c ren te

pode es tar em paz mesmo em meio às

guerras

 e

 tribulações

 da

 vida , afinal,

 a

 vida

crista é uma guerra externa e  interna. Essa

paz   "excede todo

  o

  e n t e nd im e n t o"

  (F p

4.7). Como  diz Stott,  amor, alegria e paz

são

  característ icas fundamentais

 do

  cris-

tão, "tudo

  o que ele faz é

 concebido

  com

amor, iniciado com alegria e executado

com

  paz /

B Em

  relação

 aos

 outros

1.

 L ongan im idade

Um  temperamento longânimo  de-

mora

  em se

  irritar.

  Consegue suportar as

ofensas dos outros e evita totalmente o ato

de julgar. A  característica principal da  lon-

ganimidade

  é a

  capacidade

  de

  esperar.

  O

crente

  espera

  que as

  coisas mudem

  a

  lon-

go prazo.

  Ele não

  deseja tudo para hoje,

pois consegue

  esperar

  o momento certo.

2.  Benignidade

Essa

  vi r tude  tem a ver com o  devi-

do  controle  da  força.  É uma  característi-

ca própria de Deus que não usa sua  força

além

  do

  necessário. Alguém ben ign o sabe

se r

  bondoso

  com os que

  estão errados.

3.

  Bondade

Somente Deus é bom, e é o padrão

da  bondade.  Quando  somos convert idos,

3 John  Stoct.

 Batismo

 e

 P lenitude

 d o Espírito  Santo 2

:

 

John

  Stott.

 Batismo

 e

 Plenitude

 do Espirito

  Santo

2:

Edição.

 São Paulo:

 E dições Vida Nov a, 1986,

  p. 56

Edição.

 S ão Paulo:

 Edições Vida

 Nova,

  1986,

  p. 56

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38

A Essência  da

 F é

Parte

 5— que a Bíblia

  ensina

 só  br e o

 Espírito Santo

o  Espírito muda nossa essência má, tor-

nando-nos

  bons . As s i m, podemos  de-

mo nstrar bondade uns com os outros, sem

esperar

  nada  em

  troca.

C Em

  relação   a

nós

1.  Fidelidade

Um conv ertido recebe a graça de ser

fiel. Ele não é fiel aos ou tros, ele é fiel a si

mesmo.  Sua preocupação  não é com o que

os outros vão pensar, mas sim, com o que

Deus  pensa  dele, e com o que ele pensa

de si

 mesmo.

 Ele

 deseja agir coerentemen -

te

  com o que

  recebeu

  de

  Deus.

2. Mansidão

Não devemos confu nd ir man sidão

com

  fraqueza.

 Tem

  mais

 a ver com o

  con-

trole da força. Alguém que tem o poder e

até o

 direi to

 de

 revidar,

 mas que

 abre

 m ão

disso

  por uma

  questão

  de  f é

não

  é um

covarde, é um corajoso. Somente alguém

rnuíto corajoso pode ser manso.

3.  Domínio própr io

Essa  é a  v i r t ude  do  autocont ro le .

Tem   domínio própr io quem recebeu  o

poder  de  controlar  a língua, os apetites  e

até os  pensamentos.

I I I

CARACTERÍST ICAS

  DO

  FRUTO

Devemos  notar que há apenas  um   fruto

do

 Espírito. Ainda  que,

  geralmente

  fale-

mos em   frutos  do  Espírito , a palavra em

Gaiatas  5.22 está no sing ular. Isso

 faz

  con-

traste

  com as

  obras

  da

  carne

que são

muitas e estão no plural, e também com

os  dons  do  Espíri to .  Em  relação  aos

dons do Espírito, eles são muitos porque

caracterizam   a  diversidade  de  m e m b r o s

no corpo  de  Cristo,  e por  conseguinte,

n inguém

  te m

  todos

  os

 dons.

  Mas o

  fruto

não tem essa função

 e,

 por

  isso,

 cada cren-

te  verdadeiro deve produzir  todo  o  fruto

do Espírito.

 Todo  crente

  te m

  pelo  menos

um dom que lhe foi concedido soberana-

mente pelo Espír i to, além  de ter a  res-

ponsabilidade   de buscar outros dons (Cf.

ICo 12.3),

  porém,

  corno  diz Hoekema,

  podemos ser

 salvos

 sem muitos dos dons

do

  Espíri to,

  mas não

  podemos

  ser

 salvos

se m  o

  fruto

  do  Espírito .

5

  A

  un i dade

  do

fruto

  do  Espírito,

  por tanto,

  nos diz que

não podemos escolher virtudes. Devemos

evidenciá-las

 todas. Uma pessoa não pode

ser apenas longânima

sem ser

  fiel .

  Do

mesmo modo não pode evidenciar

  amor

sem

  domínio próp r io .

Mas,

  uma vez que

  estamos falando

de

  fruto ,  também devemos  pensar

  em

seu

  crescimento orgânico. Isso  nos  suge-

re duas coisas: primeiro, que ele precisa

crescer,  e segundo, que cresce em certas

circunstâncias. Não devemos esperar que

um a

  pessoa

  recém-convertlda

  demons t re

o  fruto  do

  Espírito

  em sua

  forma plena.

Ele será desenvolvido gradualmente. Isso

nos

  leva

 à

  segunda observação, pois para

que algo se de senvolva, precisa ser alimen-

tado. Usando

  a

  analogia

  da

  natureza,

 sa-

bemos  que uma árvore não precisa  fazer

força para produ zir frutos,  ela precisa dis-

por  dos  elementos necessários, como chu-

va,

  boa terra, sol, etc., e assim os produ-

zirá naturalmente.  D a  mesma forma,  o

crente

  não

  produz frutos pela

  força,  m as

quando  dispõe

  dos

  elementos necessários

para

  isso,  como a pregação da Palavra, a

com unhão en tre os irm ãos , a oração, a

meditação,  etc.,  essas santas influências

do Espírito Santo produzirão na vida do

crente o be ndito  fruto  do Espírito. Esse é

o  segredo

  de

  andar

  no

  Espírito .

  Quem

anda

  no

  Espíri to

  rem a

  garantia

  de não

satisfazer

  as concupiscências da

  carne

  (G l

5.16),

  e por

  isso  Paulo conclui

 o

  assunto

no mesmo  tom que  começou:  Se

  vive-

 Anthony Hoekema.

  Salvos Pela  Graça São

 Paulo: E ditora C ultur a Crisrã,

 1997. p.

 51

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  jhito do Espírito   Santo

mós

  no  Espíri to ,  andemos também  no

Espírito

(G l

  5-25).

 ON USÃO

O

  Espírito

  da  vida,  condirz-nos  à  vida  e

paz. Andar  no  Espírito significa agir, deci-

dir, planejar e viver sob a

 díreção

 e  contro-

le do Espírito de Cristo, conforme a nossa

nova condição

 de

  filhos

  da luz (Ef  5-8).

Neste novo contexto devida, encon-

t r amos  no  Espír i to  a

  capacitaçao

  para

cumpr i rmos

 a

 lei.

 A lei nos

 mandava cum-

pr i r  seus preceitos; o Espírito nos leva a

fazê-io  com o

  coração alegre,

  iíbertando-

nosj

  assim, do domínio do

  pecado

  e da

morte.

 A lei

  revela

 o

  nosso

  pecado,  o Es-

pírito  demonstra  a  graça através  de  nossa

obediência.  Portanto, andar no Espírito

é  viver  não à  revelia  da  lei,  antes  é  cami-

nhar em ha rmon ia com a lei de Deus, que

é

 a

  lei

  da

  liberdade (Cf.

 Tg

  1.25;  2.12).

É  justamente essa a vitória sobre o pecado

(G l  5-1-12,18).

  Estar

  no

  Espírito signi-

fica

  estar

  na

  esfera

  do

  reino

  libertador

 de

Deus, que é mediado pelo

  Espírito .6

A

  f igura  bíbl ica

  do

  andar

é

  sig-

nificativa

  pois aponta para

  a

  nossa rea-

l idade diária  de  caminhar ,  deparando-

nos  com

  novas

 e desafiadoras

  situações,

para  as  quais  o  Espírito  nos  c ondu z i r á

de fo rma segu ra c on fo rme as Esc r i t u -

ras.  Ávida  no Espírito  é por tanto ,  uma

aventura integral

  na

  qual descobr imos

diar iamente  a  r iqueza da  Palavra e a sua

peren idade pa ra   cada   e  nova c ircuns-

tânc ia  de   toda   a

  nossa

  exis tênc ia  (SI

119.105).

  Andar

  no

  Espírito   aponta

para um novo i t ine rár io e,

  t ambém,

  para

um a  nova qual idade  de  vida.  A  Palavra

de

  Deus

  é o

  l iv ro

  que

  regu lamenta

  os

princípios  desse caminhar;

  O

  Espír i to

não

  nos

  dirige aparte

  da

  Palavra/ 7

 PLI ÇÃO

Devemos  fazer  uso de  todos  os benefícios

concedidos

  por

  Deus para

  que o

  Espírito

Santo produza seu  fruto  em nossa vida.

Isso deve

 ser a

  maior prioridade

  de

  nossa

vida,

  uma vez que

  somos convertidos.

6  George E.

 Ladd,

  Teologia do  Novo   Testamento Rio de

 Janeiro: JUERP,

 1985,  p. 451.

7

  A.A. Hoekema,

 Salvos  p e la  Graça.

  São

  Paulo:

 Cul tura  Cristã, 1997,  p. 59.

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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o

Lição 

Texto

  básico: 1

  oríntios

 12 14

O s

  D O N S

  D O

  E S P ÍR I T O S A N T O

INTRODUÇÃO

Concepções muito diferentes existentes   no

meio  evangélico  em  relação  à

  natureza

  e o

us o  dos  dons  do Espírito,  causam ruptu-

ras,  escândalos e confusão em

 'muitas

  igre-

jas.  Infelizmente, aquilo  Deus deu para

servir,

  e por

  cons eguinte unir

  os crentes,

em   muitos lugares, acaba causando  de di-

visões. Porém,

  isso

  não

  deve impedir

  que

estejamos interessados   e que  conheçamos

bem

  esse assunto.

  De

  acordo

  com a Bí-

blia, os

 dons

  do Espírito

  foram  dados

 a

fi m  de ajudar a Igreja na  tarefa  de evangeli-

zação

  e

  edificação. Eles

  são as

  armas mais

poderosas e

 variadas

 que Deus deu à sua

Igreja a fim de

  capacitá-la para

 a

  missão

 que

precisa  realizar neste mundo.

  Um dos me-

lhores  lugares

  de

  onde podemos  buscar

compreensão

  dos

  dons

  do

  Espírito

  são os

capítulos

  12—14

 de l

  Coríntios.

I DEF I N I ÇÃO DOS DONS

Paulo está muito interessado  em que os

crentes   de  Corinto  tenham  conhecimento

verdadeiro sobre  os  dons:  A  respeito  do s

dons

  es pir i tuais ,  não  quero,

  irmãos ,

  qu e

sejais   ignorantes (iCo 12.1).

 Essa

 é uma

séria  advertência.  Ignorância a  respeito d os

dons es pirituais pode complicar seriamente

o ministério e a

 vida

 cristã.

A.

  Unidade

  e diversidade  lC o  12.4)

Stott  nos diz que a  Igreja  é  u m a ,

p o r q u e  o  E s p í r i t o h a b i t a  e m  todos  o s

crentes.  A  Igreja  é  multifacetada, porque

o

  Es pír i to d is t r ibui d iferentes dons aos

crentes.  D e  f o r m a  q u e o d o m d o  Es pír i to

(q ue Deus   nos .dá)  cria a  unidade  da  Igre-

ja, e os  dons  do Espírito  (que  o Espírito

dá)

  diversificam

  o

  minis tério

  da

  Igreja .

1

Essa

  é uma

  af irmação muito importante .

De

  fato,  todos

  os

 crentes

  são

  batizados

com o  Espírito Santo,  e  isso

  f a z

deles   um

c o r p o

  (iCo  12.13),

  o u

  seja,

  um a

  Igreja

única e

 unida.

 Por

 outro lado,

 o

 Espírito

que habita em todos os crentes dis tribui

dons variados, criando  a  divers idade  de

m e m b r o s   qu e ,  n ão  obstante,  pertencem

ao

  m e s m o c o r p o .

B. A

  Soberania

 d o Esp írito

  iC o

  12.7)

O dom

  e s p i r i t u a l

  não é

  algo

  que

conq uis tamos ,

  m as

  algo

  que nos é

 dado

com  um objetivo.  Logo  adiante  Paulo

conclui: ...  um só e o  m e s m o E s p í r i t o

real iz a todas es tas cois as , d i s t r ibuindo-

as ,  como

  lhe

  apraz,

  a

  cada

  um,

  indivi-

d u a l m e n t e

1 1  (iCo  12.11).  Dom não é

q ues tão  d e  escolha pessoal. Isso certa-

m e n t e  tem a ver com a  necessidade  da

Igreja.

  Se os  d o n s  s ão  dados v is ando  a

u m   fim  provei tos o, cer tamente  o  Espí-

r i t o  c o n c e d e s o b e r a n a m e n t e  os

  dons

mais  ateis

  a um

  determinado lugar,

  e a

um  d e t e r m i n a d o  tempo.2

Para

  ler e

  meditar durante

  a

 semana

D   — l Coríntios

 12.1-11 — Muitos dons, mas um só Espírito; S- l Coríntios 12.12-26 — M u i to s

membros,

 mas

 um

 só Corpo; T  — l

 Coríntios

 12.27-30 — D o n s e

 valores

 diferentes;

Q —

  l

 Coríntios 12.31-13.13 — O

 dom

 mais importante;

 Q

  — l

  Coríntios

 14.1-19 — O mau

 uso

do

 dom de

 línguas;

 S - l

  Coríntios

 14.20-25

  —

 Escândalo

 para

 visitantes;

S  — l  Coríntios 14.26-40—  Ordem

 para

 a  Igreja

1

  J o h n

  Stotr.

 Ba tismo e Plenitude do

 Espírito

  Santo.

 2

a  Edição.

  São

 P aulo: Edições Vida

  N ova ,  19 8 6 ,  p. 64

 

D e ve m os c ons i de r a r

  Isso  j unt a m e nt e  com a

  Ideia

  de

  bus c a r m os

  os

 m e l hor e s dons

 (iCo  12.31).  É

 nos s a

função

  bus c a r m os  os  melhores,  m as de ve m os e nt e nde r  qu e  D e u s  nos dará o que é melhor.

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O s dons

 ao

 Esp írito  Santo

41

C. Todos

  têm um

  dom,

  mas não

o  mesmo

Todos

 os

 crentes necessariamente pos-

suem pelos menos

  um dom do

  Espírito.

Isso fica

 ainda mais óbvio porqu e Paulo

 usa

o

  corpo humano como

  uma

  analogia

  da

Igreja.

  Ele  fala  da

  diversidade

 de

  membros

que

  um  corpo possui.  Um  membro  é al-

guém que tem uma função. Então ter um

dom e ser crente são coisas sinónim as.

O  mesmo não é dado a todos. O  cor-

po é composto de vários mem bros,  e Paulo

sugeriu  que um

  corpo

  com

  apenas

  um

membro ser ia a lgo monst ruoso.

  Ele faz

questão de listar os dons distinguindo en-

tre

  pessoa

 e pessoa,

  demonstrando

  que as

pessoas recebem dons  diferentes  (Cf.

 

Co

12.8-10). Afirmar, por exemplo, que quem

não

  possui

  o dom de

 línguas,

  não foi

 bati-

zado com o Espírito

 Santo,

 é um equívoco.

D.  Valores  diferentes

  l

 Co 12.28,31)

Interessantemente, o dom que é o

mais valorizado

 e

 buscado

 por

  tantas pes-

soas  figura  na lista em último lugar no

texto acima.  Aliás,  o  problema  da  Igreja

de

 Corinto

 era

 justamente

 que

  estava dan-

do um valo r excessivo ao do m de línguas.

Por essa razão Paulo precisou ensinar  que

esse  dom não era o  mais importante.

Paulo introduz a realidade do amor no

uso dos dons espirituais. Vai dizer que sem o

amor, por ma is espetaculares que sejam os

dons,

  eles de nada  servirão  iCo  13.1-3).

II DESCRIÇÃO DOS DONS

A  Bíblia não nos diz  quantos dons espiri-

tuais

  há.

  Sabemos apenas

  que são

  bastan-

te  diversos.  Toda  tentativa  de  fixar  um

n u me r o

  fracassa porque

  o

  Espírito con-

cede tantos quantos  lh e  apraz  e como  lh e

apraz. Destacamos apenas alguns.

A.

 Apóstolo  Ef4.ll; 

Co

  12.28)

Duas vezes Paulo disse que os após-

tolos ocupavam o prim eiro lugar (Ef 4.11;

iCo

  12.28).

  Eles  foram  o  fundamento

da  Igreja  Ef

 2.20),

  foram chamados pes-

soalmente  por  Jesus  Lc 9.1)  e receberam

poderes especiais como confirmação  de

seu

  apostolado (2Co  12.12;  Mc

  16.14-

18).

  As

  qualificações  para

  o

  ofício

  At

1.21,22)

  envolviam  o caráter de

 testemu-

nha

  ocular

  dos

  feitos  .de  Jesus desde

  o

batismo

 de

 João

 até a

 ascensão.

  O

  caso

 de

Paulo

  é

  único .

  Ele foi um

  apóstolo fora

do tempo

  iCo  15-8,9),

  porém, foi

comissionado pessoalmente pelo Senhor

(A t  26.14-16).  Certamente,  esse  dom e

ofício)

  não

 existe mais,  pois

  fo i

 usado

  por

Deus como fundam ento

  da

  Igreja

Ef

2.20). Desde

 que a

 Igreja

 foi

  estabelecida,

não  havia mais necessidade  dele, até  por-

que, ninguém mais conseguiria preencher

os  requisi tos de

 Atos

  1.21,22.  Isso  im-

plica em que não há  revelação adicional à

Palavra

  de

  Deus.

R   Profeta.  P m 12.6;Ef4.11;  iCo

  12.28)

Esses são os

  profetas

  do Novo Testa-

mento. Foram um gru po especial que, com o

os

 apóstolos,  falava sob a  inspiração  do Es-

píri to Santo. Podemos ci tar  Agabo

  At

11.27,28;  21.10,11),  Judas,  Silas

  At

15-32),

  e outros (At

  13-1).

  Também não

há m ais profetas hoje, como  não há apósto-

los, pois esses dois ofícios foram usados por

Deus na formação da  Igreja.  Foram o

  fun-

damento

  da

  Igreja

  Ef

 2.20),

  num

  tempo

quando a

 Bíblia

 ainda não estava completa.

Até ao  encer ramento  do cânon, o

dom de  profecia  foi

  importante para

edificação  da Igreja, pois o profeta rece-

bia revelação direta de  Deus  e ensinava o

povo, edificando, exortando  e  consolan-

do  ICo  14.3).  Entretan to, mesmo  na-

quele

  ternpo

  essas profecias deveriam  ser

analisadas

  e

  ju lgadas

  lCo 14.29;

  iTs

5.20,21;

  IJo

  4.1),

  po rqu e semp re havia

o

  risco

  de  falsos  profetas aparecerem  e fa-

larem coisas  de seu  próprio coração, para

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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42

A

 Essência

 d a

 Fé—Parte 5—0

 que a Bíblia ensina

 sobre

 o Esp írito  Santo

granjear  o respeito, a  admiração  e até

mesmo vantagens pessoais de outras pes-

soas.

  Isso também  nos  leva  ao  entendi-

mento

  de que

  Deus providenciou

 que a

Bíblia  fosse  escrita justamente para anu-

lar a possibilidade de

  fraude,

  oferecendo

uma revelação mais segura.

C.

  Evangelista-

  Ef4.ll)

Aparentemente havia uma classe de

evangelistas como

  a dos

 apóstolos

 e

 pro-

fetas. Sabemos  que  Filipe  era um

evangelista

  (At 21.8), e

 parece

 que

 Timó-

teo  também

  (2Tm

  4.5).  Em  todo  caso,

certamente

  o dom de  evangelizar deve

continuar existindo, pois o Senhor nos

ordenou  que  evangelizássemos  (Mt

28.18-20).  Mas  também esse  dom  deve

ser exercido mediante a Palavra de Deus,

Ela é a portadora  das  boas novas .

D. Pastor

  At 20.28; Ef4.11;  Pé  5.1,2)

A função do pastor é conduzir o re-

banho,

  cuidar

  dele,

  alimentá-lo  e curá-lo

(At  20.28;

  iPd

  5.2-5).

  No

  texto

  de

Efésios,  Paulo  liga

 a

  obra

 do

  pastor

  a do

mestre. Isso significa

  que o

  pastor pode

ter também a habilidade de ensinar.  De

qualquer forma,

  todos  os

  pastores

  (os

presbíteros da

  igreja

devem supervisio-

nar o

 ensino

  na  igreja.

  Esse

  dom

  tomava

a forma de ofício quando nas Igrejas eram

escolhidos

  bispos

  ou

  presbíteros

  (At

14.23; iTm  3.2;

  Tt

  1.5,

 7).

  Isso

  nos faz

pensar  que certamente,  ranto  o dom

quanto

  o  ofício

  permanecem

 até aos

 dias

de hoje, uma vez que o  oficial  não era es-

colhido diretamente  por  Deus como  os

apóstolos e profetas, mas pela  Igreja,  des-

de que

 evidenciasse

 o

  dom.

E.

  Curas

  l

 Co  12.9)

O dom de  cura  é  muito parecido

com o dom de  mi lagres ,  porém,  é mais

específico.

  O dom de

  curas envolvia

  a

habilidade

  de uma

  pessoa para curar

 ou-

tras de

 todas

 as

 formas

 de

 doenças.

 A

 par-

tir  da atividade de Cristo e dos apóstolos

no

  início

  da

  pregação evangélica,  perce-

bemos que as curas eram

 instantâneas

 (Mc

1.42);

  completas

  (Mt

  14.36);

 permanen-

tes  (Mt  14.36);

  incondicionais  Qo

  9.25);

e

 ilimitadas  Qo

 11.44;

 At  9.40). Nos  dias

de

  hoje, apesar  de pessoas reivindicarem

o  dom de cura, as características acima

não são

  encontradas. Aparentemente

  o

dom de curas esteve em atividade por um

período relativamente curto

  do

  início

  da

Igreja.

  Naqueles

 dias,

 Pedro

  e Paulo cu-

ravam

  e até

  ressuscitavam mortos

  (At

9.40). Seu poder era

 tanto

 que a  sombra

de Pedro curava

  (At

 5-15,16)

  e até

  mes-

mo os

 aventais

 de

 Paulo eram instrumen-

tos de cura e libertação (At  19-12).  Po-

rém, anos mais tarde, parece

 que

 essa ope-

ração especial do Espírito havia cessado,

pois

 Paulo não curou Timótep das enfer-

midades  do  estômago

  (ITm  5.23);

  e até

mesmo deixou  um  companheiro doente

em

 Mileto (2Tm  4.20). Isso

 sem  falar  que

o apóstolo Paulo ficou doente uma vez,

provavelmente  com um  problema  nos

olhos  (Gl 4.13-15),

  e

 Deus

  se

 recusou

  a

conceder-lhe

  um

  milagre,

  que bem

  pos-

sivelmente

 fosse

 uma cura (2Co  12.7-10).

Isso

 nos

  leva

 a

 pensar

 que o dom de

 curas

esteve em atividade durante algum tem-

po, mas que depois cessou. O carisma tem

sempre  um fim  social:  a  Igreja;  a comu-

nhão

  dos

 santos.

  E

  também,  como ele-

mento

 de

 ajuda

 na

 proclamação

  do

 Evan-

gelho  (Hb  2.3,4).

E

  Línguas

 e

 interpretaçã o  lCo

  12.28)

O  livro  de Atos  estabelece  que o

dom de línguas consistia

  ern  falar  idio-

mas

 de

 outros povos

  (At

 2.6,8,11).

 Quan-

do

 judeus estrangeiros estavam

  em

 Jeru-

salém, no Pentecostes, eles ouviram os dis-

cípulos proclamando  as  maravilhas  de

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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Os

 dons

 do

  spírito Santo

43

Deus em suas línguas nativas (Cf. Ac 2.8-

11). As línguas de Aros e de l  Coríntios

são necessariamente as mesmas. Um

 exa-

m e

 cuidadoso most ra

 que a

 B íbl ia

 não dá

qualquer  evidência de que o dom tenha

mudado

 de

 Atos

  2

  para

  l

  Coríntios  12—

14. O dom de l ínguas é uni dom de

  falar

idiomas das nações.

O dom de línguas é um dom menor

(lCo  12.28).  Além  disso,  nem  todos  os

crentes

 possuíam esse do m (iCo

  12.29,30).

Logo,  a  exigência para  que se  fale  em

 lín-

guas

  a

 f im

  de

 comprovar

 o

  batismo

 com o

Espírito Santo é completamente sem  base

bíblica.  Nem

  todos

 os

 b atizados

 com o Es-

pírito

  no  livro de Atos  falaram  em  línguas

(Cf. At

 4.31; 8.17; 9.17-19).

Como

  os

  dons

  de milagres, o dom

de  línguas  foi usado  para

  autenticar

  a

mensagem apostólica,

  e

  também para

  fa-

cil i tar

  o entendimento dos estrangeiros.

No dia do  Pentecos tes  os  es t rangei ros

ouvi ram   os  após to los f a l ando sobre  as

grandezas  de  Deus  e  pud eram entender

em sua  pr óp ria l íngua nat iva. Línguas

foram  usadas como

  um

  sinal para

  os ju-

deus incrédulos e, nesse sentido, foram

usadas  na

  evangelização

  (iCo

  14.21,22).

Argumenta-se que hoje exista um

dom de  l ínguas extá t icas baseado  em

l  Coríntios

  14.2.

 Po rém , esse texto  diz

apenas

  que a pessoa que

 está

  falando

 em

línguas está dizendo algo misterioso para

aquele que está ouvindo porque não en-

tende  a

  língua,

  uma vez  que,  dentro  da

Igreja,

  supõe-se

  que as

  pessoas falem

  a

mesma língua.

 O

 fato

 de l

  Coríntios 14.4

dizer que quem  íàla  em línguas edifica-

se   a si mesmo levou m uitos  a  pensarem

que

 esse

 dom foi dado

 para ben efício pró-

prio,

  entre tanto,

  claramente

  a

  Bíbl ia

  não

apoia esse

  tipo de

  edi f icação, po is

  a

edificação da  Igreja deve  ser  preferida,  e

não  a  pessoal  (14.12;  Ef 4.11,12),

Paulo  diz  expressamente  que  falar

em

  l ínguas na Igreja não traz qualquer

proveito  (lCo

  14.6);  é  como  se  alguém

tocasse ins t rumentos sem saber música

(iCo  14.7-9). Ele diz ainda  que  quando

alguém orava

 em

 outra

 língua, apenas seu

espírito estava pa rticip an do , e

 isso

  não era

certo, pois a mente também precisava ser

edificada

  (iCo  14.14-17).

Por  f im,  Paulo  díz  que falava em

muitos

  idiomas, porém, preferia

 falar  na

Igreja

  em

  l íng ua compreensível cinco

  pa-

lavras

  do que dez mil em l íngua incom-

preensível  (lCo  14.18,19). A compara-

ção

 é

 b astante sugestiva.

 Mas

  talvez

 o

 ata-

que mais frontal ao uso de l ínguas sem

interpretação na

  Igreja seja

 sua

 afirmação

de que

  falar

  em línguas denigre o Evan-

gelho causando escândalo entre

  os

  incré-

dulos  (lCo  14.23).  Porém, como  o dom

ainda estava em operação naqueles dias,

Paulo  o regulamenta estabelecendo que

não mais do que três pessoas falassem em

línguas

  no

  culto. Além disso deveriam

falar  um a

  após

  a  outra ,

  nunca s imul tane-

amente.

  E

 ainda

  um

  terceiro requisito

 era

necessário: a necessidade de tradução. Sem

t radução,  línguas estrangeiras não  pode-

riam ser faladas na igreja (iCo 14.27,28).

G.

 Administração  Rm  12.8;

 

Co 12.28)

Em

  Romanos Paulo

  fala

  de

  presi-

dir e em l  Coríntios  de  governar .

 Cer-

tamente isso  se  refere  à  capacidade  que

D e u s

  dá a  algumas pessoas  de  conduzi-

rem os

  trabalhos

  com

  ordem, disciplina

 e

objetivo

  sob

  a. direção

 de

 Deus. Este

  dom

está relacionado aos

  presbíteros,

  docentes

ou  regentes. Os presb íteros que presidem

bem a  Igreja, devem  ser  honrados

 pro-

porcionalmente  (iTm  5-17).  O  governar

bem   está

  associado

 ao que  Paulo escreveu

ao s

 Rom anos:

  o que

  preside,

 co m

  diligên-

cia

(R m

  12.8).

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Essência da Fé Parte 5 0que a

 Bíblia

  ensina sobre o Esp írito

  Santo

III O PROPÓSITO  OS  DONS

A. Benefício do outro

Algo

 que

  parece

 óbvio , mas que nem

sempre  é  devidamente  en tend ido ,  é que

os dons

  são

  dados para

  benefícios

  dos

  ou-

tros. Eles servem para 'a edificação da Igre-

ja

(iCo

 14.12). Se o

 E spíri to concede

 um

dom a alguém, não é por

 causa daquela

pessoa em

  si,

  e nem para

 benefício

  pessoal

dela,

  mas,

  por  causa  da  Igreja. Todo  tipo

de orgulho ou  exaltação  são coisas

  Incon-

cebíveis dentro  do uso dos  dons.  Por

  essa

razão,

  quando Paulo explica aos Romanos

como devem usar seus dons,

  faz

  questão

de

  dizer: ... pela graça

  que me foi

  dada,

digo

 a

 cada

 um

 dentre

 vós que não pense

de si

  mesmo além

  do que

  convém (Rm

12.3).

  O dom  nunca deveria servir para

que

  alguém

  se

  ostentasse perante

 a

  con-

gregação.  O dom fo i  dado  por  causa  dá

congregação

  e

  para

  benefício

  dela.

B.

  Nossa

responsabilidade

O Senhor concedeu os dons  com

vistas  ao aperfe içoamento  dos  santos para

o

  d e s e m p e n h o

  do seu  se rv iço ,

  pa ra

  a

edificação  do

  corpo

  de

  Cristo

(E f 4.12).

Três  coisas

  são

  ditas nesse versículo: aper-

feiçoam ento, serviço

 e

 edificação

 dos

 cren-

tes.

  O u

  seja, Deus concedeu

  os

 dons para

  elim inar as imp erfeições , para realizar

as

  tarefas

  da

  Igreja

e

 para

  fazer

  a

  Igreja

crescer (ser edif icad a).

  O

  limite

  dos be-

nefícios

  que os dons trazem é

  levar

 todos

os

 crentes

  a

 serem iguais

 a

 Jesus

  (E f 4.13).

Eles igualmente ajudam

  os

  crentes

  a se-

re m   f i rmes  e não se  desviarem  (E f 4.14).

Significativa

  é a

 declaração

  dos

  versos

  15

e 16. Novamente é evocada a  imagem de

um

  corpo. Esse corpo

  tem uma

  cabeça

que o

  governa,

  e

 todos

  os

  membros reali-

zam a sua parte,

  fazendo

 com que o

  cor-

po aumente a si mesmo.

 Essa

 é uma ideia

espetacular.  Para  o bom  andamento  da

Igreja,

  cada crente deve

  fazer  uso de seu

dom.

  No

  corpo,

  se

 algum órgão deixa

  de

fazer

 a sua

 parte, haverá

 com plicações

 para

os demais membros .

  Quando

  vemos

  ir-

mãos nossos errarem

  e

  caírem

  em

  peca-

do, às  vezes f icamos irr i tados  com  eles.

Será

  que nós

  mesmos

  não

  temos alguma

parcela

  de

  culpa? Anomal ias

  no

  c o r p o

surgem

  quando a lgum órgão

  não

  realiza

a  função  que lhe é

  devida.

CONCLUSÃO

Todos

  os

  dons

  do

  Espír i to foram

  conce-

didos

  aos

  homens para benef íc io

  da

  obra

de Deus.

 Os dons são

 variados

 e não exis-

tem

  todos

  ao

  mesmo tempo. Deus

  usa os

dons

  mais

  necessários conforme

  as

  épo-

ca s  exigem, mas  acima  de  tudo, confor-

me sua  soberania de termina .

APLICAÇÃO

Cada

  crente

  tem um

  dom.

  Temos,

  por-

tanto, a  responsabilidade  de saber  qual é,

e  usar  o  nosso  dom  para benef íc io  dos

outros. Comece hoje mesmo usando seu

dom

  para a judar

  os

  ou t ros i rmãos .

  A

Escritura, para

  nos

  persuadir

  a

  respeito,

lembra-nos  de que  tudo  o que  recebemos

da

  graça

  do

  Senhor

  nos foi

  entregue

  sob

esta condição:  que o  tornemos par te  do

bem comum

  da

  igreja.

  E ,

  por tanto ,

  que

o uso

 legít imo

  dos

  bens recebidos consis-

te em comparti lhá-los

  fraternal

  e l iberal-

mente, visando

  ao bem do

  nosso próxi-

mo. Para levar a

  efeito

  esse comparti lhar,

não

  se

  pode achar melhor regra

 nem

  mais

certa  do que  quando  se  diz: Tudo  o que

temos  de bom nos foi conf iado  em depó-

sito

  por

  Deus, e, nessas

  condições,

  deve

se r

  d is t r ibu ído para

  o bem dos  demais .3

3 João  Calyino,

 A s  Institutos

(1541), IV.

 17 .

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Lição   10

Texto básico:

 

Coríntios

 12.28 13.13

A M O R

 - o

 D O M  S U P R M O

INTRODUÇÃO

Qual

  será

  a

  manifestação

  espiri tual

  mais

impor tante numa

  igreja?

  A g o r a  qu e  você

  leu o título da lição certamente dirá: o

amor.  Mas,  será que você pensava nisso

antes?   Será  que os crentes d as

  igrejas

 con-

sideram  o amor a mais imp ortante mani-

festação  espiritual? E m  muitas congrega-

ções existe uma verdadeira guerra entre

os crentes para um ser mais espiritual

do que o  outro. Todos querem demons-

t rar sua  espir i tua l idade, contan do expe-

riências

  pessoais

 e

  buscando semp re algo

novo para relatar. Quando o apóstolo Pau -

lo  listou  os  dons

  maís

  c o m u n s  na  igreja

de Co rinto, e le dem onstrou que nem to-

dos  t i n h a m  o  m e s m o  dom  (iCo

12.29,30).  N o

  entanto,

  ele  enfatizou  qu e

nós temos a respo nsabi l idade de buscar

os melhores dons, sendo

 que,

 em seu en-

tendim ento, o dom de líng uas certamente

não era o

  melhor. Porém, antes

  de

  falar

das líng u as e do seu dom   preferido,  a pro-

fecia,  Paulo quis  falar  de  algo  que  consi-

derava sup erio r a todos os

 dons.

  E le diz:

  .. eu  passo a  mostrar-vos ainda um ca-

minho

  s o b r e m o d o e x c e l e n t e (iCo

12.31).  Essas palavras significam:

  ...

 eu

vou mostrar a vocês o caminho que é o

m e l h o r

  de todos

(BLH),

  ou  seja,  algo

que era superior a qualquer coisa espiri-

tual que os  coríntios  já tivessem experi-

mentado.  E le  passaria  a  fa lar sobre  o

amor. Se devemos buscar os melhores

dons,

  há um que

  s o b r e p u j a

 a

  todos:

  o

arnor

  —

 o dom

  supremo.

I SEM   ELE NADA  TEM   VALOR

O

  pr imei ro arg u mento

  de

  Paulo para

  de-

m onst ra r

  que o

  a m o r

 é o dom

  s u p r e m o

  é

qu e  sem

  ele,

  os

  demais dons

  são

  total-

mente sem  valor. Paulo

  diz:

  Ainda  que

eu

  fale

  as  l íng uas  dos  homens  e dos an-

jos, se não tiver amor,  serei  como o bron-

ze

 que soa ou

  como

  o

  cfmbalo

  qu e

  retine.

A i n d a  que eu  tenha  o dom de  profetizar

e conheça todos

  os

  m istérios

 e

  toda

  a ci-

ência;

  ainda

  que eu

  tenha tamanha

  fé, a

ponto

  de

  transportar montes,

  se não ti-

ver

  amor, nada serei. E ainda que eu

 dis-

t r i bua  todos os meus bens entre os po-

bres

  e ainda qu e entreg ue o meu p róp rio

c o r p o

  para ser queimado, se não t iver

amor, nada disso  me  aproveitará (iCo

13.1-3).  Ele díz,

  sem o

  amor, posso  falar

todas as líng uas existentes, mas será tu do

inút i l ;  posso

  ter

  todo

  o

  conhecimento ,

mas em nada me aproveitará; posso ter

uma fé inigu alável, mas ela não servirá pa ra

nada; posso ser o mais abnegado dos ho-

mens,  mas será tudo em vão. Percebemos

que ele usa intencionalmente o exagero a

f im de

  d e m o n s t r a r

  que o

  a m o r

  é

  mais

importante

  até do que um dom

  elevando

à  categoria máxima. A o  todo  ele lista

 cin-

co

  dons: l ínguas,

  profecia,

  conhecimen-

to, fé e serviço.

 Mas,

 ele exag era esses don s

ao

  máximo.  Por

  isso

  el e  compara: l ínguas

Para ler e

 meditar

  durante a semana

D  - l João 4.8 -

  Ele

 nos amou

 p r imeiro;

 S  —  R o m a no s 5.8 — A maior pro va de amor ;

T —  R o m a no s 13.8 - A única dívida p e r m i t id a ; Q  — G ai a t as 5.22 -  Fruto do Esp írito;

Q -  Filipenses l .6-11

 —

 O amor deve au m enta r ; S -  Colossenses 3.12-17

 —

 O v í n c u l o da perfei-

ção;

 S-2Timóteo

 1.6,7 — O

 a m o r

 é dom do  Espírito

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46 A E ssência, da Fé—Parte 5— O queta  Bíblía  ensina, sobre o Espírito

 Santo

dos  homens:  Línguas  do s  anjos',  p ro fec i a /

conhecimento:

  todos os mistérios e toda  ci-

ência;

  fé :  transportar

  montes;

  serviço: dis

tribuir  todos  os

 bens

 e

 m orrer peio próximo.

As

  expressões

  em itálico representam o

exagero  que

  Paulo

  faz

  de

  cada dom.

  Ele

quer dizer  que

  ainda

  que o exercício  de

um dom normal  fosse  exagerado,  nada

valeria

 sem o amor.

O  entendimento erróneo desse tex-

to tem

  levado muitos

  a

  dizer

 que as lín-

guas  que são  faladas hoje  nas  igrejas  são

  línguas do anjos . Como vimos, Paulo

usou a expressão língua dos anjos como

um

  exagero

  do dom de

  línguas normal

que é  dos

  homens .

  Da  mesma forma

exagerou

 o dom de

 profecia

 e de conheci-

mento  falando  em conhecer  todos  os mis-

térios

 e

 toda

 a

 ciência. Quem poderia

 di-

zer

  que tem

 esse tipo conhecimento?

 So-

mente  Deus.  Ainda  deve ser observado

qu e  as  línguas descritas  em Atos  2.5-11

são de povos ou nações desse mundo. Se

fosse nos nossos dias seria alemão,  italia-

no,  inglês, russo,  j a po n ê s ,  etc. A Bíblia

não diz que

  alguém

  falou

  língua

 de an-

jo s  no dia de  Pentecostes. Igualmente a

Bíb l i a

 não  d íz  que o dom de línguas do

Pentecostes  (nações) mudou para  um

dom angelical.

Voltando ao aspecto do amor, isso

basta

  para

  nos

  demonstrar

  o

  quanto

  o

amor  é  fundamental nessa questão  dos

dons.  E  muito  f á c i l

  alguém

  se

ensoberbecer  quando  tem  algum  dom, e

usá-lo para benefício

  p r ó p r i o ,

  e por  essa

razão, ainda que tivesse superdons , eles

seriam

  totalmente

  inúteis,

  p o i s

 estariam

sendo  usados  sem  amor.  Mas o que é o

a r n o r

  afinal  de  contas?  A  expressão  que

Paulo  usa aqui é ágape. Isso representa  um

amor altruísta e totalmente desinteressa-

do  consigo mesmo  em  termos  de  retor-

nos  ou vantagens pessoais. Porém, algo

que geralmente as pessoas não sabem é

que esse amor não diz respeito apenas a

um  tipo

  de

  sentimento abstrato.  Como

diz  o Dr. A. N.  Lopes,  o apóstolo  não

está falando aqui de emoções, embora

elas, sem dúvida, possam estar presentes

quando esse amor entra

 em

 ação;

 ele não

está falando aqui de sentimentos, mas de

um estilo de vida, de uma atitude que as

pessoas decidem tomar para com a vida e

pa r a

  com as

  outras pessoas

  e

  para

  com

Deus .1  Ninguém  ama .abstratamente.

Am o r i - é  uma atitude que se demonstra

em  algo   que  acontece realmente, tangí-

vel.  O amor não  é,  primariamente, um

s e n t i m e n t o ,  mas, sim,

  uma

  entrega

  de

alguém  a  outra  pessoa.

2

  SOMENTE ELE FAZ O

 DEVE

 SER

FEITO 1Co 13.4-7)

Em

  seguida Paulo

  fala  das

 características

desse amor enquanto atitude, como se

fosse  urna pessoa. É uma espécie de per-

sonif icação  do amor. Encontramos uma

lista de o amor

 é ,

  o amor não e o amor

tudo . Ele diz o que o amor é, o que não

faz,

  e o que ele faz.

A. O

 amor

  é,,.

O  amor  é  paciente ,  é  benigno .

Caivino dizque. o objetivo primordial (d e

Paulo)  é  mos t ra r  quão necessário ele (o

a m o r )  é na

  preservação

  da

  unidade

  da

Igreja .

3  E de  fato,  nenhuma qualidade é

mais necessária na

  Igreja

  a  fim  de manter

a unidade do que paciência e benignida-

de.

  Segundo Paulo,

  o

  amor

  é

  composto

' A uguscus N .  Lopes.  O

 Culto

 E spiritual, São Paulo: Edi tora

 Cultura

 Cristã, 1999,  p. 139

*Jay

 A.

 Adams,  A

  Vida

  Cristã n o Lar.

 4

a  ed.,

 S ão

 Paulo:  Fiel,  1986,

  p. 104 e

  105-

3

 João Caivino.

 Exposição

  de l Corintios.S^o  Paulo:

  Edições Paracletos, 1996

 (l Co 13.4), p.  396.

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Amor—

 o dom   supremo

 

dessas duas coisas.

 Quando

  existe amor,

as

  pessoas

  são

  pacientes

  em

  relação

  as

outras,  isso significa

  que não

  irão retru-

car  ou

  retribuir

  na

  mesma m oeda. Tam-

bém não esperarão que os outros sejam

sem

  defeitos,

  mas

 pacientemente

 espera-

rão que Deus os transforme. No uso dos

don s esp iritua is essa característica é ne-

cessária

  porque dessa forma n ing uém co-

locará  o carro na  frente  dos bois.

 Quem

trabalha esperará

  que o

  resultado venha

no  tempo

  certo.

  Da

  mesma

  forma a be-

nignidade levará a  pessoa a  usar  seu dom

para  beneficio  dos outros, desejando ca-

rinhosamente  ajudar  os que

  precisam.

B O  amor não.. .

Em

 seguida

 Paulo dá uma longa lista

sobre

  coisas

  que o

  amor

  não

  faz.

 Ele

  diz:

  amor

  não

  arde

 em

  ciúmes,

  não se

  ufana,

não se

 ensoberbece,

 não se

 conduz incon-

venientemente, não procura os seus inte-

resses,

  não se

 exaspera,

  não se

  ressente

  do

mal; não se alegra com a  injustiça,  mas

regozija-se

  com a

  verdade .

  A

  solução

para todos os problemas que existiam na

igreja  dos

  coríntios estava aqui. Ciúmes

(iCo  1.12; 3.3), ufanismo

  (iCo  3.18),

sobe rba  (iCo  3.21;

  4.6-8),

  compor ta -

mento inconveniente

 (iCo

 5.1-13),  ego-

ísmo

  (iCo

  11.17-22),  exaltação

  (iCo

6.7),

  ressentimento

  (lCo

  3.3)

  e

  alegria

diante  da  injustiça (iCo 5.1-3)  eram coi-

sas

 extremam ente comu ns naquela com u-

nidade.

  O

 amor

 era o

  remédio para

 a si-

tuação trágica em que eles se encontra-

vam, devido

  ao uso

  indevido

  dos

  dons

espirituais.  Eles m ante rão seus dons sob

controle,  enquanto  o  amor gozar  de

  urn

lugar

  de

  proeminência

  em seu

  relaciona-

mento

  recíproco. 4

C

O amor tudo

O  amor tudo  sofre,  tudo crê, tudo

espera, tudo

  suporta .

  Aq ui certamente

está o aspecto mais altruísta do amor. Ele

está disposto  a  sofrer  tudo , aguentar  as

ofensas

  e os

 ataques.

  Ele está

 disposto

  a

  crer em tudo , referindo-se provave lmen-

te ao ato de

  acreditar

  nas

  pessoas,  naqui-

lo

  que

  elas

  dizem,

  em

  suas promessas

  de

mudança

  ou de

  inocência.

  Ele

  espera

tudo ,

  ou

  seja, con fia

  no

  próximo, espe-

ra

  dele

  o

 melhor .

5 E por fim,

  tudo

  su-

porta ,

  no

  sentido

  de que

  aguenta todas

as

  cargas, e enfrenta todas as dificulda-

des.  O  resumo disso  é que o  amor sem-

pre está disposto a

 sofrer

  primeiro  do que

fazer

  os

  outros sofrerem.

  Por

  isso

  ele é a

grande característ ica

  do

  p róp r io Deus

(IJo

  4.8). Pois para salvar  os  homens ,

Deus

  p r e f e r i u e l e p r ó p r i o s o f r e r ,

encarnando-se

  e

  sendo sacr i f icado

  na

maior prova  de  amor  que  esse mundo  já

viu

  (Rm

  5.8).

I I I SOMENTE   ELE   PERMANECE

Paulo

  ainda

  te m

  algo

 a

 dizer

 a fim de de-

mons t rar  que o

  amor

  é o

  caminho

  so-

bremodo excelente .

  Seu

 argumento

  é que

o  amor jamais desaparecerá.  Ele  diz:  O

am or jamais acaba; mas, havendo profe -

cias, desap arecerão ; havendo línguas, ces-

sarão; havendo ciência, passará

(l

 Co

13.8).

  Os  dons

  espirituais,

  por  mais  im -

portantes que sejam, são temporários, ou

seja,

  eles  cumprem

  a uma

  função  deter-

minada

  por

  Deus.  Quando  essa função

estiver

  cumprida, os dons desaparecerão.

Mas

  isso

  não

  acontecerá

  com o  amor.

Mesmo depois  d consumação  de  todas

as

  coisas e do estabelecimento pleno do

Reino de Deus, o amor continuará exis-

  João Calvino,

  Exposição

  de   l  Coríntios São   Paulo: Paracletos, 1996 (l Co

 14.1),

  p.  408.

5 Charles Hodge.

  Comentário

 de  I

 C oríntios . E d i nbu r g o i The Ba nne r o fTr uc hT r us t ,

  1969 (l

 Co

 13-7),

 p.

  250.

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A

 Essência

 da

 Fé—Parte

 5— O que a Bíblia ensina sobre o Espírito

  Santo

tíndo  e sendo  o  grande  elo enrre Deus  e

os

 homens,

  os

 homens

 e

 Deus,

 e os ho-

mens enrre  si.  Paulo  cita  rrês dons nesse

contexto.

  EJe

  fala

  do dom de

  l í nguas

  g l o s s a f ,  do dom de profecia  (propheteiai),

e do dom de conhecimenro

  (gnosis).

  Es-

ses

  rrês

 dons,

  como rodos

  os demais, se-

gundo Paulo,  um dia  deixariam  de  exis-

tir,  mas o

 amor jamais

  deixará  de  exisrir,

por

  isso,

  o

  amor

  é

  mais ímporranre

  do

que rodos eles.

Há um deralhe que geralmente

  pas-

sa

  d e s p e r c e b i d o  nesse texto,

  mas que

merece consideração

  da

  nossa parre.

 É a

maneira como

  os

  rrês dons listados che-

garão

 ao fim. Paulo díz que rodos os dons

som enre irão durar are a vinda do que é

perfei to

(13.10).  A interpretação

  mais

plausível  dessa expressão  deve  ser  como

se  referindo à consumação dos planos de

Deus

 para  o m u n d o  na segunda vinda  de

Jesus. Deve  se  referir  à  perfeição  da era

vindoura

  onde

  os

 dons

  espirituais

  não

serão  mais  necessários, porém,  o  amor

cont inuará  sendo.

  O que

  chama

  a

  aten-

ção é o tratamento

 diferenciado

  que

  Pau-

lo

  concede

  aos

  três dons listados acima.

Ele  diz:

  profecias,

  desap arecerão (gre-

go:  kâtargetesont&t);  línguas, cessarão

(grego:

 pausontai);

  ciência,

  passará

(gre-

go:

  katergetesetctí}  (lCo  13.8).  Percebe-se

que  a  palavra para  o  modo como  as  lín-

guas

  acabariam

  é  diferente  da palavra

como profecia

  e

  conhecimento desapare-

ceriam.

 Na

  verdade,

  a

 expressão gramati-

cal

  é um

  verbo

  na voz

 média,

  que com

objetos

  implica

  numa

 ação  reflexiva,  cuja

trad uçã o ma is precisa po der ia ser: cessa-

rã o  por si mesmas .6  E quando no verso

seguinte

 ele diz  ...  em  parte, conhece-

mos e, em

  parte,

  proferizamos

(13.9),

ele

 não

  incluí

  o dom de  línguas.  No  ver-

so

 10, ele diz que  Quando,

  porém, vier

o que é perfeíro,

  então,

 o que é em

 parte

(profecia

  e

  conhecimento) será aniquila-

do

  (grego:

  kãtergetesetai\

  mesmo  ver-

bo  usado

  para

  profecia

  e

 conhecimenro

em   13.8,

 mas não

  para línguas).

  O que

isso  sugere? Que o dom de  línguas  não

precisaria

  permanecer

 até a

  segunda vin-

da de

 Jesus.

 Portanto,

  Paulo  está

 dizendo

que

  os

  dons

  são

  menos importantes

  do

que o amor porqu e chegará um dia  quan-

do

  todos

 acabarão, e que o dom de

  lín-

guas poderia  ser o  primeiro  a  cessar.

Na  verdade, diante  das  evidências

bíblicas

  e

  históricas  (ver

 lição

  anterior),

podemos

  afirmar

  que o dom de línguas

teve  um propósito na história da Igreja e

Deus

  o fez

  desaparecer quando esse pro-

pósito  se

 cum pr iu .

  Ele foi  usado  na im-

plantação

  da  Igreja  e  cessou corn  a era

apostólica. A p rim eira carta aos Co rínrios

é uma das

  primeiras carras

 do Novo

  Tes-

tamento,

  e é a  única  que

  traz

  referência

ao  dom de

  línguas. Nenhuma ourra car-

ta

  fala

 qualquer coisa dele. Isso

  nos

  leva

 a

pensar que, quando foram  escritas,  pro-

vavelmente

  o dom já

  tivesse  cessado.

M uitos escritos pós-apostólicos dizem que

fi

  O Dr.

  Nicodemos acha

  que

  Pau lo está fazendo  apenas

 um

 jogo

 de

 palavras nesse texto

 e que a voz

 med ia

não significa reflexivo nesse caso, e que se Paulo quisesse diz er que o dom de língu as cessaria antes, po der ia

te r argu m entad o mais . Porém, parece muito mais

 do que um

  jogo

 de

 palavras,

 uma vez que ele

 insiste

 até

o

  verso

  10 na distinção

  entre l ínguas

 e

  profecia/conhecimento.  Quando

  à voz

  média, outros autores

pensam  diferente.  Ainda quanto à questão do argumento de Paulo, os  corínt ios  que liam em grego

certamente

  o

  entender iam,

 o u

  seja,

  ele

  estava

  argumentando exatamente  aquilo. Mais argumentos

  não

poderia

 acrescentar,  afinal,

 o dom de

  línguas ainda existia naquela ocasião,

  e

 Paulo

 não

  tinha como saber

qua ndo exatamente ele cessaria (Cf. A ug ustu s N. Lopes.  O

  Culto

 Espiritual.  São Paulo: Editora Cultura

Cristã,

 1999, p. 166 167. Cf.

 também:

 John

 M acAr thur

 J r.

 First

 Carinthians.

 Chicago: Moo dy

  Press,

 1983

[in

  /oco];  e

 Os Carismáticos.

  3

a  Edição.

 São

 Paulo:

 Fiel,

  1995-

 p p.  157-160).

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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  mor— o dom supremo

49

o dom havia cessado na era apostólica. Isso

acrescentado ao  fato  de que em lugar al-

gum

  hoje vemos pessoas  falando  línguas

de outros povos (sem  havê-las  aprendi-

do) conduz-nos  à  conclusão  de que ele

realmente

  cessou.

Por  fim,  em  defesa  da  superiorida-

de do

  amor, Paulo  faz

  uma

  comparação

entre a fé, a esperança e o amor. Ele diz:

  Agora,

  pois , permanecem

  a  fé,  a

  espe-

rança e o amor, estes três; porém o maior

destes  é o amor (lCo  13.13). Com  toda

certeza,  fé,  esperança  e  amor  são as  três

maiores v i r tudes  que um  crente pode

possuir.  Basta ver  quantas vezes  a  Bíblia

fala  dessas três virtudes juntas

  (R m

  5.1-

5;  Gl

  5.5,6;

  Ef

  1.15-18;

  Cl

  1.4,5;  ITs

1.13; 5.8;

  IPe  1.21,22).

  Fé é o

  instru-

mento pelo qual somos salvos (Ef 2.8)

  e,

sem

 ela,

 Deus  não pode se r agradado  (H b

11.6).

 A esperança fala  da vida de expec-

tativa

  que o

  crente deve

  ter em

  relação

 à

segunda vinda de

 Jesus,

 estando sempre

preparado  para ela. Essas duas coisas cer-

tamente são grandiosas , porém, Paulo

entende que o amor é ainda ma ior do q ue

elas.

  Então, podemos  ter uma  noção  da

importância dele. Se ele é mais impor-

tante  até do que o

  instrumento pelo qual

somos

  salvos, e do instrumento que nos

mantém preparados para

  a

  vinda

  de Je-

sus,

  certamente sua  importância

  excede

o  p rópr io

  entendimento.

 ON USÃO

Ser  espi r i tua l ,  portanto,

  é

  viver

  e de-

monst ra r

  o  amor  de  Deus para  com os

outros  pelo uso dos nossos  dons.  De

nada adianta sermos agrac iados

  com

dons, se o amor não os temperar. Ao fi-

nal eles serão coisas bas tante indigestas.

A mor  é o  tempero  da  vida,  é o dom su-

premo,

  é

 aquilo

 que

  mais devemos dese-

jar

  e

  buscar.  Onde

  o

  a m o r

  não

  reina,

tamb ém n ão existe edificação  para a Igre-

ja ,

  senão mera

  dispersão.

7

 PLI ÇÃO

Que

  evidências

  há em sua

  vida

  de que

você esteja impregnado pelo

  amor  e

  seja

dirigido por ele no

 exercício

 dos

 seus dons?

O que

 mudar ia

 em

 seus pensamentos,

  pa-

lavras  e açÕes,  por  força  do

 amor?

7 João  Calvino,  E f é s i o s São Paulo:  Paraclecos,

  1998 ,

  (Ef

 4.16),

  p.

  132.

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Lição

  11

Texto básico Mateus

 1 2 .31 32

O  PEC DO CONTR O

 ESPÍRITO

  S NTO

I N T R O D U Ç Ã O

Todos  os

  pecados

  são

  desagradáveis

  a

Deus,

 mas há um pio r do que codos. Deus

perdoa todos

  os

  pecados,

  m as há um que

ele  declara

  não

  perdoar:

  O

  pecado con-

tra o

  E sp írito Santo . Jesus disse: todo

pecado e blasfémia serão perdoados aos

homens;

  mas a

 b lasfémia contra

  o

  Espíri-

to não

  será perdoada.

  Se

 alguém  proferir

alguma palavra contra o Filho do Homem,

ser-lhe-á

  isso perdoado; mas, se alguém

falar

  contra o Espírito

  Santo,

 não lhe será

isso  perdoado, nem

  neste mundo

  nem no

porvi r

(M t

  12.31,32).  Marcos

  diz que

o

  Senhor chamou esse pecado

  de

  pecado

eterno (M c  3.29).

  João lembra dele

 ao

dizer:

  Se alguém vir a seu irmão come-

te r

 pecado

  não

 para morte, pedirá,

 e

 Deus

lhe dará vida, aos que não pecam para

morte. Há pecado para

 morte,

  e por esse

não digo que rogue (IJo  5.16). João não

diz

  qu e

  não  se  deve

  orar

  por

  esses casos,

mas se

  recusa

  a

  recomendar

  que se ore

por

  eles. Deus estabeleceu

  uma lei

  para

esse pecado.

  Quem

  cometê-lo jamais

  po-

derá se r  salvo. Poderá ler a  Bíblia,  ouvir o

evangelho. Mas nunca poderá ser salvo.

As

  portas

  do céu

  estarão definitivamente

fechadas

  para ele.

I.

  O QUE

  E SSE PE CADO

  NÃO É

Antes

  de

  analisarmos

  o

  ensino bíblico

sobre o que caracteriza esse pecado, será

interessante fazermos algumas observa-

ções sobre

  o que

  esse pecado

  não é.

A Negar Cristo

Por

  mais estranho que possa pare-

cer,

  o  fato  de

  alguém

  em

  algum determi-

nado momento negar

  a

  Cristo,

  não ca-

racteriza  o

  pecado imperdoável.

  Se

 assim

fosse,  pessoas que negaram a

  Cristo

  no

passado  não

  poderiam

  se

  converter.

  E te-

mos o caso do próprio Pedro, que já era

convertido e negou a Jesus, porém, o Se-

nhor

  o

  restaurou.

 Se

 negar

  o

 Sen hor fosse

o

  pecado imperdoável, Pedro estaria per-

dido

  para

  sempre. E o

  próprio  Jesus  eli-

mina essa possibilidade

  (M t

  12.31,32).

B

Ofender

  o

 Espírito Santo

Apesar  de Jesus dizer que o pecado

consiste

  em blasfemar contra o Espíri-

to ,

  não

  devemos, contudo, pensar

  que

isso

  significa dizer algum nome

  feio

  ao

Espírito. As vezes, os adoradores de Sata-

nás são ensinados a falarem palavras de

baixo

  nível

  contra o Espírito Santo, como

se  assim estivessem cometendo o pecado

imperdoável. Apesar de que alguém que

faz

  isso pode  estar no caminho certo para

cometer esse pecado, evidentemente

  o ato

em si de

  ofender

 o

  Espírito

  não é o

  peca-

do  imperdoável.

C Entristecer  o Espírito Santo

Som os advertidos na B íblia a não en-

tristecer  o

  Espírito

  (E f 4.30).  O

  Espírito

Santo pode

  ser

  entristecido

  a

  par t i r

  de

nossos

  pecados. Porém, isso

  não é

  come-

ter o pecado imperd oável. Os pecados que

Para

  ler e

 meditar

  durante

  a

  s e m a n a

D  Marcos 3.20-30 — U m  pecado eterno; S

  — M a t eu s

  13. l -23— Nasceu, mas não produziu ;

T

  Hebreus 6.4-9  -  Perdido para sempre; Q -  Hebreus  10.26-29 -  Ultrajar o sangue de Cristo;

Q  2

 Timóteo 4.18 —

 O Senho r guarda; S

 

João 6.37-44

 

Ele não perde os seus;

S

  —

 l

 João 5.16-19 — O pecado para

 a morte

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O

 pecado

  contra o

 Espírito  Santo

51

comeremos podem ser perdoados, somen-

te a blasfém ia conrra o Espírito não pode.

Vemos na Bíblia o exemplo de homens

de

 Deus como Abraão, Davi

  e

 Moisés

  que

pecaram

  e

  certamente entr is teceram

  o

Espírito,  porém,

  eles

  não pecaram contra

o  Espírito  Santo.

D Suicídio

Por  mais  que  seja  um  pecado sério

contra

  Deus,

  o suicídio não é o pecado

imperdoável. Isso quer dizer

  que um

  sui-

cida pode ser salvo? Se o único pecado

que não tem perdão   não é  o suicídio, en-

tão, m esmo o suicídio pode ser perdoado

por  Deus.  Uma  pessoa

  pode,

  num mo-

mento extremo de desespero, atentar con-

tra a

  próp ria vida,

  o que

  certamente

 não

faria  em outra situação. Temos um exem-

plo  bíblico de um suicida que aparente-

mente

  fo i

  salvo. Trata-se

  de

  Sansão.

  Seu

áltímo

 ato

 nesse mundo

 foi

 derrubar

  uma

coluna

  que

  destruiu

  os

 inimigos

 de  Israel

(Jz

  16.27-30).  Mas,  aquele  foi um ato

suicida,

  ele

  mor reu j un to .

  No

  entanto,

Hebreus o coloca entre os heróis da fé

(Hb  11.32),  O  suicídio pode ser o últi-

mo ato de

  alguém

  que

  realmente pecou

contra o Espírito

  Santo,

 como é o caso de

Judas  (Mt

  27.5).

  Porém, nesse caso,  o

pecado  fo i  cometido  antes  do  suicídio.

Todos

  esses pecados  relatados

  aci-

ma são graves. A questão  é que podem  se

perdoados. Apenas  o  pecado contra o Es-

pírito não pode.

II O QUE O PECADO É

Passemos

 agora

 a

  considerar

 o que

  carac-

teriza

  o

  pecado contra

  o

  Espírito Santo.

No

 contexto

 em que Jesus declarou  que a

blasfémia con tra o Espírito não tinha per-

dão,

  algumas coisas bastante sugestivas

para nosso entendimento  da matéria ocor-

reram. Jesus manifestou a

  si

  mesmo para

a

  nação

  da

 Israel

  por

  meio

  de

  seus ensi-

nos (Mt

  5-7)

  e de

  seus milagres

  (M t

 8—

10),

  de modo que exibiu sinais claros de

que era o

  Messias prometido. Apesar dis-

so

 tudo,

  os

 líderes religiosos

 da

  nação

  não

acreditavam nele,

  e

  foram

  ínvestigá-lo.

Queriam apanhá-lo. Foi-lhe trazido  um

h o m e m p o s s e s s o

  e ele o

  c u r o u

  (Mt

12.22).

 Em

  resposta

 a

 isso,

 a

 multidão

  se

perguntou:  é este, po rven tura,  o filho de

Davi?

(Mt

  12.23).

 A

  estrutura gramati-

cal

  da pergunta na língua em que foi for-

mulada antecipava  um a  resposta negati-

va.

 Ou  seja, a multidão,  influenciada  pe-

los líderes religiosos, du vidav a que ele fosse

o  Messias. E  eles  ainda fizeram questão

de pôr

  rnais

  lenha na

  fogueira,

  conforme

M ateus relata: .. .

  os

  fariseus,  ouv indo

isto,  murmuravam:  Este não

 expele

  de-

mónios senão pelo poder de Belzebu,

maioral  dos  demónios (Mt

  12.24),

 Je-

sus argumentou

  co m

  eles

  que

  expulsava

demónios pelo poder

  do

  Espírito Santo

(Mt

  12.28),

 mas os  religiosos atribuíram

ao

 díabo a

 obra

 que

  Deus estava realizan-

do. Foi nesse contexto que Jesus declarou

que

 a  blasfémia contra  o Espírito  não se-

ria  perdoada.

  Os

  fariseus tinham  teste-

munhado, visto

  e

 experimentado

  o

  ensi-

no e os  milagres  de Jesus. Seria impossí-

vel que

 aquilo

 não

 tivesse mexid o

 com

 eles,

O

 Espírito lhes testemunhava

 a

 verdade,

mas  eles resistiam  ao  Espírito  (A t 7.51).

Poderiam ter sido perdoados se tivessem

crido,  e  tinham todas  as  razoes para crer,

porém, ainda assim

  se

 recusaram.

Precisamos ainda considerar o texto

de

  H ebreu  6.4-6:

  É

  impossível, pois,

que aqueles que uma vez foram ilumina-

dos,

  e

 provaram

 o dom

  celestial,

  e se

  tor-

naram participantes  do  Espírito Santo,  e

provaram  a boa palavra de Deus  e os po-

deres  do mundo vindouro ,  e

 caíram,

  sim,

é impossível outr a vez renová-los para arre-

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52

Á

  ssência

 da

 Fé—Parte

 5— que a

 Bíblia

 ensina sobre

 o

  spirito

 Santo

p e n d i m e n t o ,  visto

  que,

  de  novo, estão

crucificando  para si mesmos o  Filho  de

Deus

 e

 expondo-o

 à

  ignomínia . Esse tex-

to diz que algumas pessoas que caem não

podem mais

  ser

  perdoadas. Apesar

  de

muitos defenderem que esse é um caso

de  perda  da  salvação ,  certamente não é.

Aq ui  também está uma explicação sobre

o  pecado contra  o  Espírito. Como sabe-

mos que

  essas pessoas

  não

  eram converti-

das?

  Primeiramente porque

  não há

  qual-

quer referência

 à

  conversão delas

  na

  pas-

sagem.  Nada

  fala

  sobre regeneração

  ou

novo nasc imento .

  Em

  se gu ndo

  lugar ,

po rqu e  na  continuação  o  autor declara:

  ...  a  terra  que  absorve  a  chuva  que  fre-

quentemente cai sobre ela e pro du z erva

úti l para aqueles  por  qu e m  é  t ambém

cultivada recebe bênção da parte de D eus;

mas,  se

 produ z espinhos

  e

 abrolhos,

 é re-

jeitada e perto está da maldição; e o seu

fim  é ser queimada (Hb 6.7,8). Ele está

fazendo

  um a

  analogia entre

  a

  terra

  que

recebe  a  chuva  e as  pessoas que  recebem

as

  influências do Espírito. Está dizendo

que existem pessoas que são

 como

 a

 terra

que recebe muita  chuva,  absorve a água e

p rodu z bons  f ru tos ,  enquanto  que há

outras pessoas que são como a terra que

igualmente  recebe a

  chuva,

  absorve  a

água, mas produ z frutos inúteis. Essa terra

é amaldiçoada. Como o texto está falan-

do em  frutos,  convém lembrar que Jesus

disse que pelos frutos

 poderíamos

 conhe-

cer as pessoas. Ele disse que a árvore boa

produz  fruto  bom e a árvore má produz

fruto

  mau (Mt

 7.16-20).

 A

 árvore

 m á é a

pessoa  não-convertida.  Assim, também ,

o autor aos Hebreus está  falando  de pes-

soas

  não-converti

 das,

  pessoas  que  recebe-

ra m

  muitas bênçãos

  de

  Deus,

  mas não se

converteram.  E a  terceira razão para crer-

mos

 nisso,

  é porque  o próprio autor  con-

tinua

  o

  texto dizendo que,

  em

  relação

 a os

seus  leitores, cria que eles possuíam a sal-

vação (Cf. H b  6.9). Então, evidentemente

estava  falando  de não-salvos até aquele

mome nt o .

Voltemos agora a analisar os versos

4-6.

  O

  autor está falando

  de

  pessoas

  que

experimentaram muito  da  graça d e  Deus.

As  expressões foram iluminadas , pro-

varam

 o dom  celestial ,  se tornaram par-

ticipantes

  do

  Es pírito Santo , provar am

a boa  palavra  de Deu s , e os poderes  do

mundo vindouro ,

  por

  certo

  se referem  à

iniciação  que

 essas pessoas tiveram

  na

  gra-

ça

 de

 Deus.

 Há

  pessoas

 que

 frequentam

 a

igreja  por

  muito tempo. Começam

  a

  des-

f ru t a r  dos benefíc ios que Deus reparte

naquele lugar. .Sentem  a  i n f l u ênc i a  do

E s p í r i t o

  Santo.

  Re ce be m  até  c u r a s

miraculosas.  Sua vida inclusive começa a

mudar. Mas,  de  repente, largam tudo  e

nunc a m ais voltam. Eram crentes? João

diz:

  Saíram

  de

  nosso meio,  entretanto

não eram dos nossos, porque se tivessem

sido  dos  nossos,  t e r iam pe rma ne c i do

conosco

(IJo 2.19).  São

 como

  a

  semen-

te da  parábola  que

 Jesus

  contou. Ela foi

semeada,  mas o  diabo  a  rou bou  do  cora-

ção (Mt  13.19).  Ou  talvez, tenha ido  ain-

da  mais longe:  fo i  semeada, nasceu logo,

porém,  não  teve

  raiz

 e morreu em  meio

as provações

  (Mt

  13.20,21).

  Ou

  talvez,

ainda mais longe: foi  semeada,  nasceu,

cresceu, parecia que ia vingar, mas os es-

pinhos da  fascinação  das  riquezas  e do

cuidado desse mundo

  finalmente

  a sufo-

caram  (Mt  13.22).  Nenhuma  dessas  se-

mentes viveu para produzir  frutos.  Não

houve conversão autêntica  em  ne nhu m

desses  casos, apesar de ter havido  alguns

sinais dela. Essas pessoas

  de

  Hebreus

  6

experimentaram

  as influências do Espíri-

to, mas não se

  converteram

  verdadeira-

mente, e ao renegarem a fé,  pecaram con-

tr a

  o

  Espírito Santo.

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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pecado contra

 o

 Espírito Santo

53

Há  ainda

  mais

  um  texto  que  podemos

visualizar

 rapidamente. Hebreus 10.26-29

  diz:

  ...  se vivermos de l iberadamente em pecado,

depois de

 termos

 recebido  o  pleno conheci-

mento da

 verdade,

 já não

 resta sacrifício pelos

pecados; pelo contrário, certa expectação hor-

rível

 de

 juízo

 e

 fogo vingador

 prestes

 a

 consu-

mir os adversários. Sem misericórdia m orre pelo

depoimento

 de duas ou três testemunhas quem

tiver rejeitado a lei de

 Moisés.

 De  quanto mais

severo castigo julgais vós será cons iderad o dig-

no aquele que calcou aos pés o

 FÍI

 ho de Deus,

e

 profanou

 o sangue da aliança com o

 qual

 foi

santificado, e ul t ra jou o Espírito da graça? . É

a mesma rotina do texto anterior: conheceu a

verdade

 -  desprezou - jam ais será

 salvo

 —

 pe-

cado

 sem perdão.

Esse texto sugere que esse pecado  é tão

grave porque recusa a of erta gratuita e amorosa

de

 Deus

 e a pisoteia ou seja, profan a, não só

fazendo

  pouco caso,

 como

  insultando.

Portanto, o

  pecado contra

  o

 Espíri-

to

  Santo

  é uma

  rebeldia

  que vai

  contra

todos os

  fatos,

  uma indesculpável

  indis-

posição

  contra Deus, apesar

  de

  tudo

  que

viu de Deus e ouviu dele . Como diz

Berkhof,  o pecado  ifiesmo  consiste,  não

em duvidar da verdade, nem numa sim-

ples

  negação dela,

  mas,

  sim, numa con-

tradição dela

 que vai

  contra

  a

  convicção

da mente, a iluminação da consciência, e

até mesmo contra o veredicto do coração .'

Como

 no

  caso

 dos  fariseus, a

 pessoa

  tem

todos

  os

 m otivos para crer

 em

 Jesus,

  mas

ainda assim se recusa. Ain da devemos con-

siderar, como

  diz

  Berkhof

  que é imper-

doável, não porque a sua culpa transcen-

de os

 mé ri tos

 de

  Cristo,

  ou

  porque

 o pe-

cador  esteja  fora

  do

  alcance

  do

  poder

  re -

novador

 do Espírito Santo, mas sim, por-

que  há  ta mbém  no  m u n d o  de  pecado

certas leis

 e

  ordenanças estabelecidas

  por

Deus

  e por ele

 mantidas.

  E no

  caso desse

pecado particular,

  a lei é que ele

  exclui

toda

 a possibilidade de arrependimento,

cauteriza

  a

 consciência, endurece

 o

  peca-

dor e,

  assim, torna

  imperdoável  o

  peca-

do .2  Portanto, pecado

  contra

 o  Espírito

Santo

  é uma

  rebeldia completa contra

Jesus  que somente é possível depois de

conhecê-lo.

  Calvino

  resume este

  pecado

com  a palavra apostasia , um aba nd on o

consciente

 e deliberado da fé cristã. Com o

ele

  mesmo define:  A  pessoa

  apóstata é

alguém

  que renuncia a Palavra de Deus,

que

  extingue

 sua

  luz,

  que se

  nega

  a

  pro-

var o dom  celestial e que

 desiste

 de

 parti-

cipar  do  Espírito. Ora, isso

 significa

  uma

total renúncia  de  Deus. 3  Em outro lu-

gar:  O  pecado

  contra

 o  Espírito  Santo

só  é cometido quando os homens mor-

tais deflagram d elib erad am ent e gue rra

contra Deus,

 de tal

 sorte

 que

 extingue-se

a luz que o Espírito lhe

  oferecera.

  Essa é

um a  espantosa perversidade e uma  mons-

truosa  temeridade. 4  No  entanto,  acres-

centa: Mas se alguém se ergueu nova-

mente de sua queda, podemos concluir

que,

 por

  mais

  gravemente

  tenha

 ele pe-

cado,

  o

  m e s m o

  não é

  c u l p a d o

  de

apostasia. 5  Por  outro lado,  Se foi  devi-

do à ignorância que

 Deus

 perdoara a Paulo

suas

  blasfémias,

  os que

  blasfemam cons-

ciente e  deliberadamente não  devem  es-

perar

 o

 perdão.

6

  Logo, aquele

 que

  since-

ramente se arrepende de seus pecados,  por

mais graves

  que sejam, não cometeu o

pecado descrito como imperdoável. Por-

tanto,  os eleitos se acham  fora  do

  perigo

1

 Louis Berkhof.

  Teologia Sistemática. 4a

  Edição. Campinas:

 Luz Para o

 Caminho, 1 994.

 p. 255

1

 Louis Berkhof.

  Teologia

 Sistemática

4

a

  Edição, Campinas:

 Luz

 Para

 o Caminho,

 1994.

  p. 255

3 João C alvino, Exposiçã o

  de  Hebreus  (H b

  6.4),

  p.

  1 5 1 .

4 João Calvino,

 Ás

 P astorais

São

 Paulo, Paracletos,  l

 998

  (l

 Tm

  1.13),

  p. 41.

 

João Calvino, Exposição de Hebreus

  (H b

  6.6),

  p.

  155-

6 João Calvino,

  AsPastorais

 (iTm 1.13), p. 41.

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  Essência da Fé—Parte 5 — O que a Bíblia ensina sobre o Espírito Santo

da  aposrasia  final ,  porquanto  o Pai que

lhes

  deu  Cristo,  seu

 Filho,

 para que se-

jam  por ele preservados,  é maior  do que

todos,

  e  Cristo promete

  Q o

  17.12]  que

cuidará  de  todos

  eles,

  a fim de que ne-

nhum

 deles venha

 a

 perecer.

7

 Sejam quais

forem as

 nuanças  interpretativas,  este

 pe-

cado, segundo

  nos

 parece,

  é

 resultado

 de

uma  rejeição consciente, deliberada,  ar-

rogante  e despreocupada  da obra do Es-

pírito  em Cristo,  atribuindo-a  a  Satanás

de

 forma provocativa  e,

 por  isso,

 blasfema.

Este pecado  é imperdoável porque quem

o  comete  não está  disposto  a arrepender-

se e,

  portanto,

  não

  deseja

 ser

 salvo.

  Rejei-

tar o

 Espírito

  de

 Cristo  significa

  rejeitar

  os

atos salvadores

 da

 Trindade:

  do

 Pai,

 do Fi-

lho

 e do

 Espírito Santo.

  O

 Espírito proce-

de do Pai e do

  Filho;

 a sua

 obra consiste

em  dar  testemunho  do Pai e do  Filho;

rejeitá-lo significa repudiar  o seu

  ofício.

  SEGUR NÇ DO  CRENTE

As

  considerações acima

  nos

  levam

 a

  con-

cluir

 que o crente verdadeiro nunca come-

terá o  pecado contra o Espírito Santo.  De

fato,

  o crente desfruta da segurança da sal-

vação. Deus

  o

 levou

 até

 Jesus,

 e

 Jesus

 não

deseja perdê-lo  0o  6.37-40,44). Ele é uma

ovelha

 de Jesus a qual o

 Senhor diz

 que

ninguém pode arrebatar  da sua mão

  (Jo

10.27-29).

  Deus

  lhe

 preparou

  uma

  salva-

ção com  início, meio e fim

  (R m

  8.29,30).

Nada  pode separá-lo  do  arnor  de  Deus

(Rm 8.31-39). O

 Senhor

 que

 começou

 boa

obra  nele  vai  completá-la  (Fp  1.6),

confirmá-lo  e  guardar  do  maligno (2Ts

3.3).  O  Senhor vai guardar o depósito do

crente  até o  último  dia  (2Tm  1.12). Vai

livrá-lo  de  toda obra maligna e o  levará a

salvo para

  o

  reino celestial (2Tm

  4.18).

Afinal,

  ele é guardado pelo poder  de  Deus

(IPe

  1.5).  Essa

 ultima

 expressão

  pode es-

tar ligada à  ideia de ser guardado para não

pecar contra o  Espírito Sanro.

Assim,  aquele crente  que  teme  co-

meter

 esse pecado,

 é o que

  está mais segu-

ro

  de que não o

 cometerá.

  Ele

 precisa ape-

nas continuar vivendo sua vida em  obedi-

ência a Palavra e na dependência  de Deus.

Como  diz Paimer,  quando  uma  pessoa

recebe

 a

  Cristo

 e

 estuda

 sua

 Palavra, pode

te r a segurança de que é um filho de Deus,

salvo

 por

  Jesus

 e que

  nunca

  se

 perderá .8

O crente verdadeiro não comete o  pecado

imperdoável

  porque

 é

  guardado pelo

  po-

der

 de

 Deus. Após descrever

 em

 tons vivos

o  significado  desse pecado, Bavinck acres-

centa: Mas  nós não  devemos  nos  esque-

ce r

  do

  conforto

  que

 está contido nesse

  en-

sino, pois se esse pecado  é o único pecado

imperdoável,  até  mesmo  os maiores  e os

mais severos podem

  ser

  perdoados. Eles

podem

  ser perdoados  não através  de  exer-

cícios

 penitenciais humanos,

  mas

 pelas

  ri-

quezas da  Graça de Deus. 9

CONCLUSÃO

O  pecado contra  o Espírito Santo  é uma

r ebe ld ia  total  que  algumas pessoas  de-

monstram depois

 de

  conhecer

  a

  verdade

e até  experimentar muito  do seu  poder.

Essas pessoas

  se

  rebelam contra Deus

  e

n u n c a

 mais voltam

 e nem

  desejam voltar

para a comunhão  com  ele.

  PLIC ÇÃO

Se

  somos

  crentes verdadeiros

  não

  precisa-

mos  temer o pecado contra o Espírito San-

to porque somos guardados por  Deus.  Po-

rém, isso não deve nos levar ao desleixo  es-

piritual

  porque

 é a

 continuidade

 e a

  firme-

za

 da fé que

 evidenciarão

 a

 nossa salvação.

7 João Calvino, Exposição   de

 Hebreus

  (H b  6.4),  p. 153.

8

  Edwin  H .

  Palmer.

 El Esp  ir i

 u  Santo

Edinburgo:The  Banner ofTruth  Trust,  1995. p. 14

9 Herman  Bavinck,

  Our

 Reasonable Fahh Chaattanooga, AJVÍG :  Publishers,  1995, p.  254.

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Lição 2

Texto

 básico:

  tos

 2.42 47

E V I D Ê N C I S

  D E U M

I G R E J

C H E I

D O   E S P Í R I T O S N T O

INTRODUÇÃO

O  Cristianismo

  enfrenta

 uma de suas pi-

ores crises,  desde  os  dias  de sua  funda-

ção.  Se por um lado ele nunca  foi tão co-

nhecido, poderoso  e numeroso, por ou-

tro lado, nunca esteve tão esfacelado e

 tão

descaracterizado como é hoje. Nunca se

falou

  tanto no Espírito Santo, nunca se

buscou

  tanto  o  Espírito Santo.  Mas,  pa-

rece

  também,  que nunca fomos cão ca-

rentes

  do  Espírito Santo.  Em  meio  aos

ataques  e  inovações  de  movimentos dis-

tantes  da  Bíblia,  não se sabe mais qual  é

o

  rumo

  a

 seguir.

 Diante das

  milhares

  de

novas  igrejas

  que surgem a todo momen-

to, como saber qual é a  igreja

  ideal?

 Quem

está

  certo

  afinal

  de contas?

Lucas nos mostra como viviam as

pessoas cheias

  do

  Espírito Santo.

  E ao

olharmos  para sua vida,  atitudes  e com-

portamento, somos ajudados a responder

a pergunta acima.

l

PERSEVERANÇA

  NA

  DOUTRINA

VERDADEIRA

Muitos têm apregoado que não há como

conciliar

  doutrina

  com

  vida

  no

  Espírito.

Dizem que esse negócio de estudar es-

fria,

 que a letra é

 m orta, etc.

 Mas o Espí-

rito

  Santo inspirou

  o

  registro

  da

 Palavra

de

 Deus,

 a fim de que ela

 fosse  lâmpada

para nossos pés e luz para o caminho SI

119.105). Por ela temos acesso à vida de

Deus,

 a vida de santidade. Para outro

 gru-

po  doutrina refere-se  a usos e costumes

impostos sobre a  comunidade como sen-

do marcas  de espiritualidade. Doutrina é

usar

 determinada roupa, abster-se de

 cer-

tos  al imentos e

  obedecer

 a

  certos rituais.

Evidentemente, essa

 não era a

  doutrina

da

 Igreja

 primitiva,

 cheia

 do

 Espírito

 San-

to. Ainda há outro tipo, que pode ser ainda

mais perigoso. São aqueles famosos

 pre-

gadores

 que abrem a Bíblia,  lêem o texto,

e logo  a seguir passam a

  falar

  sobre  uma

porção

 de coisas que nada tem a ver com

o

  texto lido. Aparentemente, estão

 pre-

gando

  a

 Palavra

 de Deus,

  mas,

  na

  verda-

de,

  estão pregando suas próprias experi-

ências

  e  ideias. Infelizmente, essas práti-

cas

 são bastante comuns hoje, e todas elas

impedem que o crescimento dos crentes.

O

  ensino

  foi uma das

  característi-

cas

 marcantes

  da

  Igreja naqueles tempos

pr imit ivos .

  Jesus havia ensinado muito

durante

  seu

  ministério terreno

  (Mc

1.22).  Posteriormente,  ele ordenou  que

os

 apóstolos ensinassem os evangelizados,

dando-lhes

  toda

  autoridade para essa

missão (Mt

 28.20).

  No

 versículo

 que con-

tém

 a ordem expressa para evangelização,

a palavra que mais se destaca é justamen-

te  ensino .

 Ele diz:

  fazei discípulos ,

  en-

sinando-os... .

  Não  poderia  ser  diferen-

Para  ler e meditar durante a semana

D   —

 Mateus

 28.18-20  —

 Evangelizar e

 ensinar;

 S -Atos 4.32-37 — A comunhão do s convertidos;

T — l João

 3 .1 6 -1 8 — A m o r não só de

 palavras;

 Q

 — M a rc os

 12 .28-30— Todo

 coração, alma,

entendimento e força;  Q —  Atos

 5 .1 2 -1 6 — A

 multidão crescia e testemunhava;

S  — A t os

 9.31

 — A igreja crescia em paz; S — A t os

 19.18-20

 — Testemunho e crescimento

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56

A Essência da

  é~

 Parte — O que a Bíblia ensina

 sobre

 o Espírito Santo

te ,

  pois

  o

  evangelho

  é

  dout r ina

  em sua

essência. Jam ais  foi ensinado pelo Senh or

ou por  seus discípulos  que o  crente pre-

cisa colocar  de lado  sua  capacidade men-

tal para crer

  no

  Evangelho.

  E

  nada

  po-

deria

  ser tão

  contrário

  ao

  ensino

  de Je-

sus.

  Há um

  perfeito encaixe,

  um

  ensino

harmon ioso e sublim e que foi planejado

pelo própr io Deus,

  e que

  desenvolve-se

ao  longo  de  todos  os  l ivros da  Escritura

com uma  perfeição maravi lhosa.  A Bí-

blia,  e em  especial  o

 Novo

 Testamento,

é

  fruto

  do ensin o de Jesus e p osterior-

mente

  dos apóstolos.

Nesses ensinos os crentes cheios do

Esp írito Santo certam ente perseveravam.

As

  histórias a respeito de Jesus, seus fei-

tos,  seus  milagres,  seus ensinos, corriam

de boca em   boca,  de casa em casa. Falta

hoje muitas vezes

 o

 desejo

 de ler a

 Bíblia,

de estudá-la, de descobrir as maravilho-

sa s

  verdades transformadoras

  que ali es-

tão

  relatadas

Mas não era

  essa

 a

 situação

daquela Igreja  cheía

  do

  Espírito Santo.

Os  crentes ansiavam  por  ouvir  a Palavra

de Deus. Se alguém se diz   cristão,  m as

não tem a menor  vontade  de  aprender

sobre

 Jesus

  em sua

  Palavra, deveria rever

a

  autenticidade

  de sua

  conversão.

Os

  novos convertidos

  não

  estavam

atrás

  de uma

  experiência mística

  tão so-

me nte. Eles quer iam exercitar suas men -

tes, entender  as  maravi lhas que  estavam

acontecendo  em  seus dias  e que  haviam

sido predi tas pelos profetas .  Queriam

aprender

  o que os apóstolos tinham para

ensinar.  Com base no  livro  de Atos, po-

demos  afirmar  que o conteúdo principal

do en sino dos apó stolos era: Jesus Cristo,

sua pessoa e sua obra.  Pelo  que  podemos

ver

  no s  sermões profer idos tan to  po r

Pedro como

  por

  Paulo,

  a

  mensagem

  de

que

 Jesus  Cristo

  era o

  cumprimento per-

feito

  de

 toda  profecia,

 e que por

  meio

  de

sua vida de  o b e d i ê n c i a ,  sua

  morte

sacrificial,  sua ascensão e seu  governo,  a

salvação havia sido co nquis tada pa ra todo

o que

  cresse.

  Sem

  dúvida

  um a

  grande

ênfase

  deles

 era a

  pregação

 da

  cruz  (l

 Co

1.18; 2.1 .

  A

  simples

  e

  velha mensagem

da

  cruz

 que nos

  fala

 da

 maldade

 de

  nos-

sos

  pecados, de nossa indignidade diante

de

  Deus,  e  também  do  amor inigualável

do  Salvador  que se deu a

  si

  mesmo,  su -

portando o nosso castigo, redimindo-nos

por  sua

 graça,

 eta o que

 m ais ocupava suas

mentes.

  Por

  isso, podemos afirmar

  que

essa

  é uma das características marcantes,

uma das principais evidências de que uma

Igreja

  está cheia do Espírito Santo. Pois a

Igreja  primitiva perseverava em  aprender

dout r ina ,  mas não qualquer doutrina, e

sim   a  doutrina verdadeira, a  doutrina  bí-

blica. Devemos

 perseverar na

 doutrina

 dos

apóstolos, e ela está registrada na Bíblia.

II COMU NHÃO QUE VAI ALÉM DE

PALAVRAS

Eles perseveravam na comunhão, tanto  no

partir

  do pão, quanto na oração. Não há

a  menor possibilidade  de

  termos

  comu-

nhão uns com os outros se antes não ti-

vermos comunhão com Deus. Por meio

da

  oração podemos entrar

  num

  relacio-

nam en to í n t im o  e  pessoal  com  nosso

Deus.

  N ão

  vejo como alguém pode

  se

dizer cristão

  se não tem a

  menor vontade

de

  orar.  Oração não é um  dever,  é um

privilégio.

  Deus quer que derramemos

nosso

  coração diante dele,

  com

  reverên-

cia,

  mas

  também

  com a

  int imidade

  que

o sangue de Jesus co mp rou pa ra nós.

Como consequência  da  intimidade

que  aquela Igreja  tinha  com o  Senhor

ressurrecto, havia comunhão

  de uns com

os  outros. Aqui, chegamos

  a um

  p o n t o

crítico

  da

  narrativa

  de

  Lucas. Estaria

  ele

ensinando

  que a

  Igreja Cristã Primitiva

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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Evidências  de  uma

igreja

  cheia do Espirito  anto

57

vivia  um

  t ipo

  de

  comunismo ?

  A

  alguns

q u i l ó m e t r o s  a  leste  de  J e r u s a l é m ,  em

Cunrã , havia  um a  comunidade  dos  cha-

mados

  essênios,

  que  viviam  um t ipo de

comun ismo pr im i t ivo . Mas , será  que a

Igreja

  Cris tã

  seguiu

  o

  exemplo daquela

seita? Cer tamente

  não.

 Vender tudo

  o que

possuía

 e d is t r ibu i r a os

 outros não era

 um a

das

 condições para

 se

 entrar

 na Igreja

 Cris-

ta. O  texto  não  sugere isto. Está escrito

que eles partiam   o pão de  casa  em casa,

logo,

  cont inuava

  a  existir  a

  p rop r i edade

pr ivada .  E m  Atos  5, no relato  s o b r e  a

morte

  de

 Ananias

 e

 Safira,

 Pedro

 d iz a

 eles:

  conservando-o, porventura não seria

 teu?

E  v e n d i d o ,  não  estaria  em teu  pode r ?

(v.4).

  Ou

  seja,

  eles eram livres para doar

ou

  não.

  O

  p róp r io

  fato  de

  Lucas citar

  o

caso  de Barnabé, que  t inha  um  campo  e

o  vendeu ,  v indo a depos i t a r o d inhe i ro

aos pés dos  apóstolos  (4.36,37),  indica

que esse não era um acontecimento tão

corr iqueiro ass im pelo s imples des taque

que lhe foi dado.  Qual  a  conclusão  a que

devemos chegar  a  p a r t i r  do  texto?  Q ue

Lucas está querendo

  enfatizar  a

  generosi-

dade

  dos

  convertidos. Eles

  não

  deixavam

n i n g u é m   passar necessidade, colocando

seus bens à disposição dos que precisas-

sem.

  Portanto , a

 venda

  e a

 par t i lha

 foram

ocasionais,  e em  resposta  a  necessidades

específicas.

  O amor que

  eles

 sentiam  por

Deus e pelos irmãos não era só de

  pala-

vras,

  mas de

  fato

  e de

 verdade  (IJo

  3.18).

Eles viviam plenamente  o que  João disse

em   sua  pr im eir a epístola: ... a qu ele  que

possuir recursos deste mundo  e vir a seu

i r mão

  padecer necessidade e fechar-lhe o

seu coração, como pode permanecer

  nele

o

  a m o r

  de

  Deus?

(IJo

 3.17 .

  S o m e n t e

quando o amor de Deus penet ra profun-

damente  em  nossos corações, retirando a

erva

  daninha do

  egoísmo,

  mos t rando-nos

que recebemos gratui tamente  de  Deus  o

maio r t e s ou ro

  que

  existe,

  é que

  en ten -

deremos

  que

  nossos bens materiais  nada

r ep r e s en t am.

  E

  verdade

  que há

  m u i t o s

aprove i t adores pe lo mundo,  mas se não

f izermos  um esforço para a judar aqueles

que

  estão perto

  de nós e que

  conhece-

mos,

  que

  t ipo

  de

  Cris t ianismo es tamos

v ivendo? Quando  na

  p len i tude

  do

  Espí-

rito Santo,

  uma

  Igreja

  está cheia do que

existe  de  mais precioso.  Por  isso,  ela não

tem   d i f icu ldade  em se  doar.  M as

  q u a n -

do não  c aminha  sob a  direção  do  Espí r i -

to  seus valores são

  todos

  materiais, e en-

tão ela não quer se

 desfazer

  deles. Cristi-

an ism o é essencialmen te dar. Igreja cheia

do  Espí r i to Santo  tem  c omunhã o  com

Deus  e com os

  i rmãos

  de

  forma prá t ica

e

  com

  a tos

  específ icos  que  ev idenc iam

seu  enchimento .

 

DOR ÇÃO CONTÍNU

E

SINCER

Lucas d iz: D ia r iamen te per severavam

u n â n i m e s  n o  t e m p l o , p a r t i a m  p ã o d e

casa

  em

  casa,

  e

  tomavam

  as

  suas refei-

ções com alegria e

  singeleza

  de coração,

l ouvando  a  Deus. . . .  N o  texto  q ue  tra-

b a l h a m o s a n t e r i o r m e n t e s o b r e

  c o m u -

nhão está escrito

  que

  eles perseveravam

no  p a r t i r  do  pão. Isto também

  p o d e

 ser

t omado c omo pa r t e

  da  adoração .

  Pois,

esse par t i r

 de pão

  refere-se provavelmente

à  San t a  Ce i a , que  n a q u e l e

  t e m p o

  e ra

muito mais

  um a  refeição

  púb l i c a

  do que

passou

  a ser

  depois . Porém,

  o que

  prec i-

sa ser  enfa t izado aqui  é a

  espontaneida-

d e d a

  a d o r a ç ã o d a q u e l a I g r e j a ,

  b e m

como  a sua  constânc ia  e o  modo  c o m o

era real izada.  O  texto  nos diz que  eles

iam dia r iamente ao templo onde perse-

veravam unidos , bem como iam de casa

em casa f azendo re fe ições em comuni-

dade,

  demons t rando a legr ia

  e

  s ingeleza

de

  coração  no  louvor  a  Deus .

Page 60: O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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58

A Essência da Fé— Parte  O que a Bíblia ensina sobre o E spírito

  Santo

Percebemos duas formas de culto no

caso deles,

 O

 cu lto institucionalizado,

 que

era no

  templo aonde

  ia m todos,  e o

 culto

de  casa  em  casa,  informal,  mas que era

feito  com

  alegria

  e

  singeleza

  de

  coração.

Aparentemente

  não

  havia programas

  de

culto,  talvez  nem  mesmo hora marcada.

Era

  algo

  tão

  natural quanto comer.

  Por

isso, alguns autores ligam

  o ato de

 comer

com o  culto,  na  cerimónia chamada  de

Ágape,  a  Ceia primitiva.

Outro aspecto  é a continuidade des-

sa adoração que, segundo nos relata Lucas,

era diária. Ou

  seja,

  para eles, o Cristia-

nismo

 não era

 vivido somente

  nos

  domin-

gos,  mas era uma  deliciosa  e  edificante

experiência diária.  E um  outro aspecto

dessa

  adoração

  é que era

 alegre

 e

 singela.

Todo  o seu m od o de viver era alegre e sin-

gelo.  Eles tinham pleno conhecimento

  de

que  haviam  recebido o  melhor  presente

do  mundo. Outrora tinham estado per-

didos, agora salvos; antes  blasfemos,  ago-

ra adoradores; antes incrédulos, agora

crentes; antes  tristes

3

  agora  felizes  e com

todos  os motivos  do  mund o para isso. Às

vezes, nossas igrejas são tristes po rq ue n os-

so s  crentes  são  tristes. Certamente  ísso

acontece porque

 não

 entenderam

 comple-

tamente  a  mensagem  de Jesus (falta-lhes

doutrina).  Não  vivem em  comunhão ver-

dadeira.

  Têm muíto

  pouco

  do

  Espírito

Santo.

  Por que o

 culto

  tem de ser

 sisudo,

melancólico e triste? Alguns dizem: por-

que  esse é o  culto reformado. Esses nun-

ca leram do q uan to Calvíno

 ficava

  impres-

sionado com a alegria dos crentes da ci-

dade de Estrasburgo.1  Isso  não  significa

que um culto alegre é o que tem b aru lho ,

afinal,  este po de ser um triste culto b a-

rulhento . Cada culto  de  adoração deve-

ria

 ser uma

  alegre celebração

 d os

 atos

  po-

derosos

  de

  Deus

  por

  meio

  de

  Jesus.

Um culto alegre é aquele ern  que os

crentes estão ali gratos pelo que seu Sal-

vador

  fez por

  eles. Sentem-se realmente

as

  pessoas mais  felizes

  do

  m u n d o ,

  e por

isso

  não faz a  m e n o r  di ferença  se  estão

em segurança,

  ou em

  meio

  à

  persegui-

ção; se têm alimento sobrando ou se lhes

falta

  tudo;

 para

  eles  o que  importa é Je-

sus,

  o Salvador que é tudo para eles. Po-

rém,  essa

 alegria

  nunca

  é

  irreverente.

  Ela

é  singela

  e

 sincera.

IV CRESCIMENTO ESPIRITUAL

U ma

  Igreja

  que aprende é uma Igreja que

ensina. Uma  igreja  pode ter muitas  coi-

sas:  um  grande número  de  m e m b r o s ,

cântico maravilhoso, e até mesmo  um ex-

celente  pregador,  mas se não se preocupa

em

  trazer pessoas para

  a

  cruz,

  ela não é

um a  igreja completa.  Falta-lhe  uma de

suas prin cip ais colunas: o crescimento por

meio da evangelização, que é uma  evidên-

cia  da presença do Espírito Santo.

Se prestarmos atenção

  ao

  texto,

  ve-

remos

 que não era o  testemunho  da  Igre-

ja que pro du zia conversões, mas o Senho r

usava  esse  testemunho, além, é claro da

própria  proclamação da Palavra, para ele

mesmo acrescentar

  ao

  número

  dos

  cren-

tes,

  os que iam sendo salvos. E ele quem

realizava  essa tarefa suprema. Ele acres-

1

  Quanto  à oração, digno de n ota é o que ele escreve em sua obra: Conc luamos

  pois,

  que é impossível,

tratando-se de oração pú blic a ou privada, q ue a língua sem o coração não desagrade a Deus sob remodo. Pois

na

 verdade,

 o coração deve estimular-se com o

 fervor

 do que p ensa e ir mu ito mais além do que a língua pod e

pronunciar

  (...) Porque,

 ainda

 que

 algumas vezes

 as

 melhores orações

 se feçam sem

 falar,

 sucede

 sem

 dúvida

muitas

  vezes,  qu e

  quando

  o

 afeto

  do

 coração está muito acendido,

 a

 língua

 se

 solta,

  e os

  demais membros

também;  e  isto  sem  pretensão alguma, senão espontaneam ente (João Calvlno,  Institución de La

 Religlân

Cristíana.

  (3

 20.33 .

  Para

  fazer

 os corações dos santos

  rejubilar-se,

  o  favor  divino é o

  único

  sobejamente

suficiente. Q.

  Calvino,

  O Livro  aos Salmos. São Paulo: Paracletos,  1999, Vol. 2  (SI

 48.2 ,

  p. 355].

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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Evidências de  uma igreja  cheia do Espírito

  Santo

centa

  ao seu

  corpo

  os

 mem bros.

  Por  Isso

dizemos

  que o

 crescimento natural

 é

 mais

uma evidência de uma igreja

  cheía

  do

Espírito Santo. Não é preciso

 forçar,

  não

é

 preciso criar

  inchaços ,

 urna igreja cheia

do Espírito cresce de forma saudável.

Um

  aspecto importante dessa ativi-

dade

  soberana

  de

  Deus,

  é que ele

 acres-

centava e salvava. As duas coisas  aconte-

ciam simultaneamente.

  Não

  havia

  cren-

tes sem  igreja,  nem  descrentes  na  igreja.

Essa

  é uma das

 nossas maiores deficiê nci-

as  na  evangelização contemporânea. Mui-

tas

  vezes,

  tal é o  nosso apelo  ao s  ímpios

para que venham para a Igreja, que eles

acabam adentrando sem serem

  realmen-

te convertidos. Ficam só convencidos. Por

outro

  lado,

  quantos crentes hoje

  em dia

pre fe rem  não ser

  m e m b r o s

  de

  alguma

igreja  local? Também isso

  não se

  encaixa

no

  ensino bíblico.

Além disso, o Senhor acrescentava

os

  salvos dia

  a

  dia .

  Era uma

  tarefa

ininterrupta .

  E  interessante  que  todas  as

arividades deles eram diárias. Assim como

a

  doutrina ,

  a

  comunhão

  e a

  adoração,

  o

processo

  de

  evangelização também

  era

perseverante, feito dia  a  dia . Portanto,

as

 características

  da  Igreja

  prim itiva eram

doutr ina ,

  comunhão, adoração, e é claro,

crescimento natural. Essas são as quatro

colunas

  da

  igreja

  em todas as épocas. Se

faltar

  uma delas, a Igreja não será firme.

Uma  Igreja cheia  do  Espírito evidencia

todas essas marcas.

 ON USÃO

Se quisermos ser uma  Igreja que  segue fi-

elmente  os ensinos do  Novo Testamento,

voltemos  então,  aos princípios. Busque-

mos

  incessantemente

  a

  instrução

  medi-

ante

  o

  dil igente es tudo

  da

  Palavra

  de

Deus, mas não nos

 esqueçamos

 da comu-

nhão que, como  filhos,  devemos ter com

Deus e com os irmãos. Enfatizando sem-

pre  o

  papel fundamental

  da

  oração

  que é

o  privilégio

  único

  da

  Igreja

  de ser ouvida

pelo  Senhor

  do

  Universo.

  E não

  guarde-

mos

 estas

  coisas apenas para nós

 mesmos,

mas

  levemos adiante, pelo testemunho

  de

nossa

 vída

  remida pelo sangue

  do

  cordei-

ro ,

  e

 abrindo nossa boca para falar

  as ma-

ravilhas  a

  respeito daquele

  que nos

  cha-

mou das trevas para o reino da sua mara-

vilhosa luz. Assim, Deus  fará  nossa Igreja

crescer,

  e seremos uma Igreja completa,

um a Igreja cheia do Espírito Santo.

 PLI ÇÃO

De que

  modo você pode contribuir para

desenvolver  em sua  c o mu n id a d e  as ca-

racterísticas

  de uma

  igreja cheia

  do Es-

pírito Santo?

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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Lição   13

Texto básico; Efésios 4 1

 

5 21

  OMO

 NÃO  ENTRISTE ER O  ESPÍRITO

INTRODUÇÃO

Nesta lição aprenderemos como podemos

ser crentes e uma

  igreja

  cheios do Espíri-

to

 Santo

 sem

  perder essa plenitude.

  Esta

lícão

  é

  muito mais prática

  do que

  teoló-

gica.  Em  Efésios

  4.30

  o

  apóstolo

  Paulo,

inspirado pelo Espírito

  Santo,

 nos dá uma

pista pa ra isso. Ele diz  ...  não entristeçais

 

Espírito

  de

  Deus,

  no

  qual

  fostes

  sela-

dos

  para

 o dia da

  redenção .

  Quando-en^

trísrecemos

  o

  Espírito

  nãp__podemos

  dis-

por

  de sua

  plenitude. Nesse ponto

  nos_

tornamos  crentes  enfraquecidos.  Estuda-

remos nesta lição como não entr istece r o

Espírito

  Santo que habita em nós.

l

CRENTES VAZIOS

Jesus ensinou

  que o

  número

  dos

  verda-

deiros convertidos

  não é

  grande: Entrai

pela

  porta estreita (larga é a porta, e es-

paçoso,

 o caminho que

 conduz,

 para a per-

dição,

  e são

  mui to s

  os que

  entram

  por

ela),  porq ue es tre i ta  é a  porta,  e  aperta-

do, o

  caminho

  que

 conduz para

 a

 vida,

  e

são  poucos  os que  acertam  com  ela

(Mt

7.13,14).  Esperar que, como  no  caso  do

Brasil, esse imenso número

  de

  pessoas

que

  frequenta igrejas evangélicas

 seja

  todo

de convertidos é ser demasiado crédulo e

ir

  muito além

  do

  ensino

  bíblico.  Por ou-

tro  lado,  há  verdadeiros convertidos  que

não dão o testemunho que deveriam dar.

Isso

  não

  desculpa aqueles

 que

 vivem

  uma

vida medíocre,

  porém,

  os que  nasceram

de

  novo perten cem a Cristo e herdarão a

vida eterna, apesar de muitas vezes, per-

manecerem como crianças

  em

  Cris to .

Não  significa  que não  foram  batizados

com o

  Espírito Santo,

  mas que

  vivem

uma vida  num  nível  bem

  inferior

  de en-

chimento

  ao

  qual

  o

 batismo

  que

  recebe-

ram

  lhes  poss ibi l i ta

 e

  mesmo exige.

  Se

Paulo

  disse que não deveríamos entris-

tecer  o Espírito, esses crentes certamen-

te o têm

  entristecido.

Outra coisa que deve ser notada é

que  falhas

  de

  caráter podem

  se r

  achadas

me s mo

  nos

  mais consagrados .

  E nem

estamos pensando aqui naquele imenso

número  de pessoas que

  possui

  uma apa-

rência de espiritualidade, mas que são os

primeiros a cair em pecados grosseiros.

Evidentemente, muitas pessoas disfarçam

su a

  vída

  ím pia com uma capa de espiri-

tualidade. Percebe-se que

  toda

  evidência

exagerada

  de

  espiritualidade tende

 a es-

conder um comportamento imprópr io .

Mas, estamos pensando naqueles  que são

verdade i ramente consagrados . Mesmo

esses

  podem cair,

  o que não

  significa

  que

suas experiências

 não

 foram

 válidas. É

  nor-

m al  lembrar aqui do rei Davi, um ho-

mem   segundo  o  coração  de

 Deus

(A t

13.22).  Poucos foram

  tão

  ín t imos

  de

Deus e tão usados por ele. Mas Davi caiu

num pecado extremamente grave.

  E le

a d u l t e r o u

  com uma

  m u l h e r  chamada

Bateseba,

  e

  a inda p rov ide nc iou

  que o

Para

  ler e

  meditar durante

  a semana

D — J o ã o 15.26 27-0 t e s t emu n h o da verdade; S — l João 2.18-29 - O Espírito g uia à verdade;

T — l  Corín tios 6.12-20 — Som os tem plo do Espírito; Q — R o m a n os 8.12-17 — P a r a vencer o

pecado;  Q — Isaías 63.7-10 — O  Espírito  e a rebeldia; S — Tiago 4.4,5 — Ciúmes  de  nós;

S — l

 Tessalonícenses 5.19-22

 - Não

 apagueis

 o

 Espírito

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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C o m o  não entr i s tecer o Esp ír ito

61

marido  dela  fosse  morto.

  Quando

 o  pro-

feta Nata o confrontou de seu

 pecado,

 e le

orou:  Cria em  mim,  ó  Deus,  um  cora-

ção

 puro

 e

 renova dentro

  de mim um es-

pírito inabalável. Não me  repulses da tua

presença,

  nem me

  retires

 o teu

  Santo

 Es-

pír i to .  Restitui-me

 a

 alegria

 da tua

  salva-

ção  e sustenta-me  com um  espírito  vo-

l u n t á r i o

(SI  51.10-12).  Consciente  de

que

 havia entristecido

 o Esp ír ito, e le

 cla-

ma ao Senhor para que não  deixe o Espí-

rito  se retirar

  dele, esvaziando-o.

 É  justa-

mente

  com

  relação

 a

 esse perigo

 de

  esva-

ziar-se  que  devemos estar constantemen-

te

  atentos.

  Não

  estamos dizendo

  que o

Espírito possa

 se

 retirar totalmente da vida

de um  crente verdadeiro,  mas não é

  difí-

cil  entristecer  o  Espírito dentro  de  nós,

por  isso, devemos  ser vigilantes.

II HONRANDO A  S NTID DE  DO

ESPÍRITO

Entr i s tecemos

 ao Espírito que em nós ha-

bi ta  todas  as vezes  que  agimos  de  f o r m a

contrária

 aos

 ensinamentos

  da

 Palavra

 de

Deus.  Ele  também  se entristece conosco

quando caminhamos

  de

  modo contrário

ao  propósito  de  Deus para  nós, que é a

santificação  (iTs  4.3/2Ts

 2.13),

  quando

as obras da carne estão cada vez mais evi-

dentes  em nossa vida e o

  fruto

  do  Espíri-

to

  parece mais distante

  do

  nosso proce-

dimento

  (Gl

  5-16-26).

 Se por um

  lado

  o

entristecimento  do  Espírito revela o  nos-

so

  pecado,

  por  outro, fala-nos  do seu

invencível

 amor,

  que não se

 intimida

 nem

se acomoda  com a  nossa  desobediência ,

antes

  se expõe, nos

  atraindo para

  si em

amor.  Podemos magoar

  ou

  irar alguém

que não nos tem   afeição,  m as

 entristecer

podemos  só a quem nos ama .

1

Portanto,  a melhor forma  de evitar-

mos

 o entristecimento do Espírito é  hon-

rando a santidade dele. Estamos  tão  acos-

tumados

  a

  dizer Espírito  Santo

que

muitas vezes

 nem

 percebemos nesse nome

a

 presença

 e o

 significado

  do

 adjetivo san-

to .  A  palavra

  santo

não é apenas  um

título  do  Espírito.  Se o  Espír i to  é  Santo

então,

  uma

  maneira

  de o

  entristecermos

é  não  honrando  sua  santidade.  E  come-

temos esse erro quando nossa própria vida

não é

 santa.

  A

  santidade

  nos

  fala

  de uma

vida consagrada, separada  do  mundo,

absolu tamente

  dedicada  ao  Senhor. Pau-

lo

 diz que o

 Espírito

 nos

 selou para

 o dia

da redenção. Esse selo  nós  recebemos no

instante

 em que

  cremos

  (Ef

 1.13,14),

 e é

a  mesma coisa

  que o  bat i smo  com o Es-

pír i to  Santo, que já  estudamos.  Um  selo

é uma

  marca

  de

  propriedade. Quando

um fazendeiro quer identificar o seu gado

ele coloca

  nos

 animais

  um a

 marca

  a  ferro.

Dessa  forma,  seu  gado  se  torna diferente

do gado de outros fazendeiros, exatamen-

te  porque possui sua  marca.  O

  Espír i to

S a n t o

  é a

  marca

  que  af i rma  que

  somos

separados  do  mundo  e que  pertencemos

a  Deus.  Ele  também sinaliza  a  garantia

de que

 nada poderá  fazer

  com que

  perca-

mos a salvação  que foi conquistada para

nós na cruz. Ambas  as figuras  —  penhor

e

  selo

assinalam

  que

  pertencemos

  a

Deus

  e, que a

  obra

  que ele

 mesmo ini-

ciou  será plenamente cumprida  em nós

(Fp  1.6).

  Desta

  fo rma,  o  penhor e o

  selo do  Espírito  têm  implicações

es cato

 lógicas,

  porque apontam para  o fu-

turo, quando  a  obra do  Deus Trino  será

concluída em nós (IPe 1.3-9).

  Objet iva

m e n t e  considerando,  o  penhor assinala a

garantia oferecida pelo próprio Deus  a

  B i l l y  Graham,  E s p í r i to

 Santo.

 São

  Paulo:

 Vida

 Nova,

  1988

p.

  123.

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7/21/2019 O Que a Bíblia Ensina Sobre o Espírito Santo - Lições Bíblicas Da Ipb

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62

A

 Essência

 da

 Fé—Parte

  —  O

 qiie

 a

 Bíblia

 ensina

 sobre

 o Espírito

 Santo

respeito  de  nossa salvação,  tendo,  como

amostragem»  o p ró pr io Espírito em nós.

O  penhor  é da  mesma essência da  heran-

ça.  Hoje  nós já  temos  um a  amostragem

do que será a nossa vida com Cristo, quan-

do o  Espírito será tudo  em  todos nós,  os

que cremos.  Stibjetivamente temos  a  cer-

teza  que o

  Deus

  on ipo ten te  e fiel  cum-

prirá as suas promessas, preservando-nos

até o fim.

  Enquanto vivemos neste mun-

do, necessitamos de um penhor, porque

combatemos em esperança; mas

  quando

a  possessão mesma  se  manifestar, então

cessará a n ecessidade e o uso do penh or. 2

Mas,  como marcados  ou

  selados,

devemos viver

  uma

  vida

  de

 separação

  do

mundo,  em  busca constante pela santi-

dade  que o  Espír i to pode  nos  conceder.

Sempre

  que

  deixamos

  de

  perseguir

  um a

vida

  santa

  estamos entristecendo  o  Espí-

rito

  Santo.  De  fato  através  de  toda espé-

cie de  imaginação,  cogitação  ou  motiva-

ção,

  em

  contato

  com

  este Espírito habi-

tante e santificante,  ele é, figuradamente,

in jur iado e  reduzido  no  coração  dos fi-

lhos de  Deus .3  Pela  habitação do

  Espíri-

to  Santo  em  nossa vida nós  somos consi-

derados templos  do  Espírito  (lCo  6.19;

Ef 2.22).  Não é  errado  dizer  que o  tem-

p lo

  precisa

  se r

  mantido p uro

  po r

  causa

da

  pureza daquele

  que

  nele habita.

A expressão entristecer vem carre-

gada  de conotação  de aflição  e até  mesmo

dor.

  Isso

  nos

  fala  também

  da

 pessoalidade

do  Espírito  Santo,  pois somente alguém

pessoal poderia sentir algo assim. De

  fato,

quando  não  vivemos vida santa, estamos

causando

  um

 grande crim e contra esse

 Es-

píri to

 tão santo e pu ro que habita em nós

e

  que é a

  fon te

  de

  todas

  as

  bênçãos

  de

Deus

  sobre

 a

  nossa vida.

  M NTENDO  UNID DE  DO

ESPÍRITO

A

  falta

  de unidade ou de com unhão tam-

bém

 en tristece o Espírito Santo,

 pois

  sen-

do   ele .'um só Espírito3  (2.18; 4.4), a

 de-

sunião também

  lhe

  causará  tristeza .

4

  E

interessante

  que,  na  bênção apostólica,  a

parte  > q u e

  cabe

  ao

  Espírito Santo

  é a co-

TOaralíão. Pa ulo  -diz  A graça do Senh or

Jesas

 Cristo,  -e

 o

  amor

  de

 Deus,

  e a

 comu-

nhão 4o

  Espírito  .Santo  sejam

  com

  todos

vós ;(2Co  13.13).  O  Espír i to Santo  fo i

enviado  para tornar  a  Igreja  um  Corpo ,

sendo

 que é a sua

 atuação

  no

 meio

 da

 igre-

ja que une os diferentes membros . Por

isso,  quando a  unidade  ou a comunhão  é

quebrada

  o Espírito Santo é entristecido,

pois  seu objetivo maior não é alcançado.

E

  nossa

  função  mós

  esforçar  diligente-

imente

 por,preservar a-unidade'do  Espíri-

t o ' no

  vínculo ;da paz (ÇBf4.3).

  Devemos

nos  esforçar  f p o : r  imanter a  un idade  uns

co m

  o s

  outros ,

 pois

  assim

  não

  estaremos

entris tecendo

  o

  Espírito Santo

  que

  habi-

ta em

  nós.

No  contexto próximo Paulo estava

faiando  sobre o m au uso da língua: Não

saia  da

  vossa boca nenhuma palavra tor-

pe,

  e sim

  unicamente

  a que for boa

  para

edificação,  conforme a

  necessidade,  e,

  as-

sim,

  transmita..graça

  aos que ouvem (Ef

4.29) . -Mui tas

  vezes<a ' fo rma

  como con-

versamos  • com  as 'pessoas  causa divisões

sérias  na

  igreja.

 A

  palavra torpe

era

  usa-

da

  para

1 referir-se a  frutos  ou  mesmo  ár-

vores podres. Dessa  forma,

  se

 aplicada

  a

palavras,

  refere-se  a  palavras corruptoras.

Mas não é somente  por  meio  de  palavras

que podemos causar divisões na igreja.

Também at i tudes dire tas

  ou indi re tas ,

tanto atos como omissões produzem esse

2 João Calvino,  Efêsios.  São Paulo:

  Paraclecos,

  1998, (Ef 1.14),  p. 37.

3 William. Hendriksen.

  Efêsios.

  São Paulo: Editora Cu ltura Cristã, 1992, p. 276

4  John

 Stott.

 A  Mensagem   de

 Efêsios.  41

 Edição. São Paulo: Edições Vida Nova, 1994, p.

  139

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Com o não entristecer o Espírito

efeito.  Todas  essas coisas entristecem

  o

Espíri to  Santo ,  pois

  ele é o

  Espíri to

  da

Unidade  e seu  único interesse  é  fazer  de

nós um corpo bem es t ruturado que fun-

c ione em  perfei ta harmonia .  Ele sabe que

dessa

  f o r m a

  nós

  estaremos glorif icando

ao

  Senhor

  Jesus,

  e,  glorif icar

  ao

  Senhor,

sempre

  foi a

  principal atividade

  do Es-

pír i to

  Santo.

É impressionante ver quantas refe-

rências

  existem

  na

  Palavra

 d e

  Deus sobre

a  necessidade  de  unidade dentro  da  igre-

ja .  E,

  talvez,  hoje  seja esse

  o

  maior pro-

b lema  dela. Por  todos  os lados  vemos dis-

putas,

  conflitos,

  pessoas

 que não se

 dão .

É

  es t ranho

  que

  mui tas delas

  se

  digam

  cheias

  do

  E s p í r i t o

  Santo .

  Quando

  o

Espíri to Santo  é entristecido significa  que

su a

  atuação

  vai

  sendo resistida

 (A t

  7.51)

e  isso é apenas um  passo para  que ele seja

apagado

  (iTs

  5.19).

Em

 carta

 a

 Cranmer  (abril

 de 1552),

ressaltando a

  i mp o r t â n c i a

 da

  un idade

  da

Igreja,

  a certa altura  Calvino

  díz:

  ...Es-

tando os me mb ros da Igreja dividid os, o

corpo sangra. Isso me p reo cup a tanto que,

se  pudesse fazer algo,  eu não me  recusa-

ria

  a  c ruza r  até  dez mares,  se necessário

fosse,  po r  essa. causa?. 5

IV PREFERINDO A VERDADE

Talvez

  o

único

1

 t í tulo comparável

 ao

  San-

to que o Espír ito possui foi o que o pró-

p r io Jesus

  lhe deu  (Jo

  14.17; 15.26):

  quando

  vier,

  p o r ém,

  o

  Espírito  da   verda-

de ele vos  guiará  a  toda  a  verdade; por-

que não  falará  por si  mes mo ,  m as  d i r á

tudo o que t iver ouvido e vos anunciará

as

  coisas  que hão de  v i r (J o  16.13).  A

grande  função do Espír i to da Verdade é

guiar

 os crentes a

 toda

 verdade, e por isso

sempre  que a  verdade  é  deixada  de

 lado,

63

o Espírito Santo é entristecido. E m Efésios

5.25 Paulo recom endo u; ... de ixando a

ment i ra ,

  fale

  cada um a verdade com o

seu

 próximo, po rqu e somos mem bros uns

dos

  outros .

  A

  men t i r a

 fere

  a

 atuação

  do

Espírito

 da Verdade e da U nidade  em  nós.

N ão devemos ment i r porque somos m em-

bros

 do

  mesmo

  corpo,  e

 assim

  estaríamos

men t i n do a nós mesmos.  Se um  m e m b r o

prejudica

  o corpo,  que  esperanças  tem ele

de não ser at ingido tam bém ? Quando não

h o n r a m o s  a  verdade fazemos  mal a nós

mesmos

  e ao  Corpo  de Cristo.

Sempre  que a  men t i ra é honrada,  o

Espírito Santo  é  entr is tec ido. A  men t i ra

é algo pró prio de Satanás, o pai da m en -

tira

(Jo

  8.44).

 Também  por

  causa

  do

pecado  que  entrou  no  m u n d o  a m en t i ra

se

  to rnou a lgo ineren te à  h uma n i da de .

Romanos 1.25  diz que os  homens mu-

daram a verdade de Deus em ment i ra ,

adorando  e  servindo  a  criatura  em  lugar

do

  Criador . Mentir

  é uma das

  caracte-

rísticas

  mais comuns  da hum anidade  de-

caída,  mas não deve ser da

  igreja,

  que se

compõe  de  pessoas  com uma  nova natu-

reza, pessoas que f or am revestidas do  novo

h o m e m

  e

 que, portanto,

  não

  devem mais

viver  como outrora .

Entretanto,

  a

  ment i ra pode

  se apre-

sentar

  de

  mui tas formas .

 Às

  vezes pensa-

mos que

  men t i ra

  é

  somente alguma his-

tória inventada para  nos  safarmos  de al-

gum  aperto.

  Mas a

  ment i ra pode

  ter um

significado

  bem

  mais amplo. Sempre

  que

não

 damos crédito à

 verdade

 estamos  pre-

ferindo

  a

  mentira.

  O

  simples fato

  de

  dei-

xar  a verdade  de  lado  já é uma  posição  a

favor

  da  mentira. Nesse sentido,  a  maior

manifes tação da ment i ra se faz v is ível

quando

  a

  Palavra

 de

  Deus

  é

 atacada.

 Je-

sus

 disse que a Palavra de Deus  é a Ve rda-

5  Letters  ofjohn

  Calvin

Seleclonadas da  edição B o n n e t ,  Edínburgo :

 T he  Banner

  o fTruth

  Trusc,

  1 9 8 0

p.

132 133.

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64

A

  ssência ãa Fé—Parte

 

 O que a

 Bíblia ensina sobre

 o

  spírito

  Santo 

de  Jo  17.17))  e nós vivemos tempos em

que de

 m uita s form as essa Palavra

 tem

 sido

a b a ndo na da .  O que  está  em  m o d a  nos

dias atuais  é um  evangelho destituído  de

Bíblia.  Existe por aí um evangelho cheio

de

  m e n s a g e n s

  de auto-ajuda de

encora jamento ,  de pensamento pos i t ivo ,

de prosperidad e. Esse é um evangelho sem

cruz,

 sem arrependim ento de pecado, sem

desafio

  a uma

  v i da  santa.  Esse tipo

  de

pregação  não  está  de acordo  com a verda-

de e por

  consequência

  não

  pode agradar

o  Espír i to

  da

  Verdade, antes,

  com

  toda

certeza o  entristece.  O  Espírito Santo  que

in sp i rou

  a  Escritura  é  entristecido quan-

do

  a  Escritura  não é  honrada, pregada  e

obedecida .

 ON LUSÃO

De várias  formas  o Espíri to pode ser en-

tristecido,

  mas

  isso

 acontece

 especialmen-

te   quando não honramos sua

  santidade,

quando não nos

  esforçamos

  para manter

sua  u n i da de

  e

  quando neg l igenc iamos

  a

sua verdade. Tom emos cuidado , portan -

to , para que

  ele

  c o n t i nu e a l eg r emen t e

ag i n d o

  em nós . Depois de tudo o que

aprendemos sobre

 ele

  neste trimestre, po-

demos praticar buscando o

  enchimento ,

o bom uso dos dons reg ulado pelo amor,

e o relac ion am ento íntimo cada vez mais

forte

  e

 pessoal

  co m

  ele.

 PLI ÇÃO

Como  s e r v o s

  d o

  S e n h o r  Jesus  nes te

m u n d o t e m o s

  u m a

  missão

  a

  c u m p r i r :

fazer  o

  no me de l e h o nr a do

  e

  conheci-

do .

  Este também

  é o

  m aior in teresse

  do

E sp í r i t o   Santo

e  para essa  finalidade

nos foi

  da do .  Devemos,  por tanto hon-

rar

  este Espíri to

  e não

  entristecê-lo

  com

nossas

  atitudes. 

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  ESSÊNCIA

  DA FÉ -

  Parte

  5

  O que  a

  íblia

  ensina

 sobre

  o

Espírito Santo

AUTORIA

 DAS

 LIÇÕES

Leandro

 António d e

 Lima

REVISÃO

Hermísten Maia Pereira da Costa

Renata

  Rocha Vargas Henrique

FORMATAÇÃO

Ris

 s ato

CARA

Leia  Design

f

ÍN I E

1 O

  Espírito Santo

  no

  Antigo Testamento

  l

2. A

  Pessoa

  do Espírito

 Santo  ,.

  6

3 A   Promessa   do   Espírito Santo  11

4 A

  Obra

  do

  Espírito

 Santo..

  15

5 O   Batismo   com o   Espírito Santo..  20

6 O  Testemunho  Interno  e a  Iluminação

do   Espíri to

  25

7 A   Pleni tude  do

  Espí r i to

30

8. O

  fruto

 do Espírito Santo 35

9.

  O s  dons  do   Espírito Santo   40

10

Amor

  —  o dom

  sup remo

  45

11 O

  pecado contra

  o

  Espírito Santo

  50

12 Evidências  de uma   igreja  cheia  do

Espírito Santo

  55

13 C o m o  não   entristecer  o   Espírito   60

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 e

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