o que e ciências

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O que c i n c ia ?

O q u e? c i ? n c i a ?

Cu rs oOn -lin e e J o r n a lis m o co d Cientfi

5.1 IntroduoA cincia tem transformado nosso mundo moderno de maneira profunda e espetacula E la mexeu r. tanto com cada pedacinho da vida que imposs el escapar s suas garras, para o bem ou para o v mal. Nesta lio, vamos descobrir o que cincia. Primeiro, revisaremos os princpios e significados bsicos que tm feito da cincia a melhor maneira de definir a realidade (seo 2). Depois, introduziremos alguns pensadores do sculo XX que destaca ram os limites e perigos da cincia (se 3). E o terminaremos a lio com um olhar sobre aspectos muito especfi os da cincia como praticada c hoje. No final da lio, voc dever ser capaz de: 1. Compreender o que a cincia e o que ela no ; 2. Estarconsciente de suas foras, mas tambm de suas limitaes; 3. Estarconfiante para fazer perguntas sobre a qualidade da cincia aos seus praticantes.

5.2 Diferentes caminhos para o conhecime nto 5.2.1 O que o saber? *Nesta parte da lio, voc vai aprender sobre o mtodo de produo do conhecimento cientfico e ver como distinguir a cincia de outras formas de acmulo de conhecimento, incluindo o jornalismo cientfico. uma preocupaolegtima, nesta etapa, perguntar-se o que essa coisa chamada cincia, quando ela comea e at onde ela vai. A cincia comea com: Eu quero saber Saber to natural e direto que tentar definir o que isso significa pode parecer estranho. Mas, na verdade, explicar o que queremos dizer com saber pode ser extremamente complexo, j que este conceito pode ter muitos significados. Se fizermos uma lista de sinnimos, veremos que saber pode significar conhecer, compreender, ler ou ver, sentir, avaliar, reconhecer, considerar, analisa praticar ou dominar. r, Conhecer algum significa que encontramos uma pessoa (pessoalme ou por meio de seus nte feitos), que podemos reconhec-la dentro de um grupo e que estamoscientes de sua existncia. Mas, para realmente conhecer algum, voc deve conhecer a pessoade tal forma que possa prever seu comportamento e suas reaes, assim como compreend-la o bastante para explicar sua personalidadea terceiros. Conhecer um tema, fato ou fenmeno significa que voc pode descrev-lo visual e virtualmente, explicar como ele interage com outros objetos ao seu redor e dizer como ele influencia seu ambiente e influenciado por ele.

* Nota do tradutor: A palavra em ingls know pode ser traduzida tanto por conhecer quanto por saber. A traduo foi feita nesta lio ora por uma palavra , ora por outra, considerando as especificidadesdo portugus.

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No contexto da cincia, saber significa exercitar a curiosidade, observar e coletar informao suficie para identificar, distinguir e descrever as diferentes caractersticas da realidade da nte forma mais verdadeira. E s s arealidade pode ser real, virtual, concreta, natural, artificial, abstrata, fsica ou metafsica. E o exerccio da curiosidade produz conhecimento. Na maioria das vezes, o conhecimento torna poss el usar a razo e eventualmente desenvolver v argumentos racionai . s Voc racional ou irracional? Racionalidade a essnciado que racional, o produto da razo. A raiz da palavra racionalidad (do latim ratio) significa clculo. e Razo no o mesmo que intuio, sensa reao espontnea, emoo ou crena. A razo comea o, com o senso comum e se desenvolve por meio da habilidade de contar, medir, ordenar, organizar, classifica explicar e argumentar. r, O discurso racional, ento, aquele que coerente, ponderado e construdo numa espcie de clculo lgico, o que bem diferente de uma opinio pessoa E ste tipo de discurso deve ser l. universalme nte verdadeiro. A irracionalidad porm, se recusa a estar submetida razo. Um indivduo irracional no segue a e, lgica e age segundo propsitos desordenados S uas decises so frequentemente incoerentes. O . mundo irracional pode ser relacionado tambm ao mundo do desconhecid da superstio, do o, misticismoe do inacess el, incluindo o que acontece contra a razo. v Onde comeam as crena s ? Comeamo a desvendar qual o significado do conhecimento quando refletimos sobre o que s conhecer. O conhecimento objetivo ocorre quando analisamosas coisas como elas so, mantendo uma certa distncia das nossasopinies pessoai um modo erudito de conhecimento e avaliao, que traz em s. si um tipo de poder de rejeitar, refutar, adotar, manter certa distncia e at modificar a maneira como as coisas so. O conhecimento vem com a obrigao de fazer perguntas e desafiar nossa ignorncia. Conhecer alguma coisa torna poss el aplicar a razo, observar e analisa v r. Uma forma diferente de conhecimento so as crenas. Crenas so uma maneira de explicar o universo atribuindo-lhe capacidade qualidade sentimentos e emoes. Crenasdo s coisas s, s, um significado intrnseco. Por exemplo, para algumas pessoa o nmero 13 considerado um mau s, agouro. Em algumas culturas, o arco-ris um aviso de que coisas ruins esto para acontecer ele a espada de Deus , enquanto, em outras, ele pode indicar onde est escondido um tesouro , portanto, um bom press gio. Crenas requerem aceitao e compromisso imediatos; elas criam razes no nosso ntimo. Crenas religiosas so uma busca pessoale ntima pela verdade. As declaraes e proposies que vm com as crenas precisam ser aceitas por seu valor intrnseco. O conhecimento religioso requer

aceitao de fatos e enunciadosque no podem ser demonstrados. A existncia de Deus no um

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objeto da cincia, mas uma crena, j que no h maneira de demonstr-la ou neg-la. Budismo, judasmo, hindusmo, cristianismo e islamismo so algumas das grandes religies que influenciaram e continuam influenciando a histria da humanidade.

5.2.2 Conhecime nto do sensocomum ou cotidianoO que conhecime nto do sensocomum? E como ele se difere do conhecime nto cientfico ? Na prtica, saber exige fazer perguntas, duvidar e checar os fatos, objetos e ideias. Mas podem existir diferentes graus de questioname nto. Na vida diria, os objetos com os quais interagimos nos do uma experincia concreta e imediata das coisas. Nossossentidos, por meio do que vemos, tocamos, cheiramos, provamos e ouvimos automaticamente sem pensar , nos do respostasdiretas, evidentes e familiares sobre a realidade. E s s a srespostastm sua raiz na tradio. E ss conhecimento do dia-a-dia tambm chamado conhecime e nto do sens comum, sens el, o v primrio ou imediato. Suas explicaes so baseada em enunciado amplos, a maioria proveniente s s da tradio oral. E ssa explicaes so aceitas sem questioname s nto. E las so, frequentemente, generalizaes rpidas e brutas. So baseada em observaes simples dizemos que o Sol se levanta s : e se pe, vemos que o cu muito alto. O conhecimento do senso comum no planeja mudar as coisas. Como criamoso conhecime nto de sensocomum Construmos o conhecimento de senso comum por meio de acasos com que nos deparamos ao longo da vida. Grande parte dele passade uma gerao para a outra sem evoluir. O conhecimento de senso comum aparece do nosso contato dirio com o ambiente e com a maneira como a s cultura s descrevem o universo. E le construdo e transmitido pelas nossas famlias, parentes, amigos, vizinhos, parceiros, tribos ou comunidades. essa comunidade humana, nossa comunidade mais importante, que compartilha suas formas de viver, alegrias, preocupaes, dores, desejospara o futuro, percepes do presente e lembranas acerca do passado e das tradies. E esse conhecimento do senso comum envolve supersti o. No que diz respeito ao que aprendemos pelos sentidos no contexto do conhecimento do senso comum , ns atribumos natureza virtudes e emoes, intenes e reaes similares s dos seres humanos. Apesar das limitaes do conhecimento de senso comum de nossa tribo ou comunidade, a vida no seria poss el sem esse conhecimento. Ns racionaliza v ramos o tempo todo, hesitando e sempre decidindo tarde demais. O conhecimento de senso comum oferece respostasprontas para questes corriqueiras, cotidianas, frequentes. Conhecimentos de senso comum existem em todas as cultura s e civilizaes. Cada um de ns entra em contato com o conhecimento de senso comum em nossas vidas dirias e interaes com os outros membros da comunidade. O s prprios cientistas comeam com o conhecimento de senso comum,

mas vo alm dele.

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Experimente o conhecime nto de sensocomum muito fcil ver ou experimentar o conhecimento de senso comum. Basta comentar algum achado recente em alguma questo muito comum com um colega. Por exemplo: Em algumas estradas alems h sinais de reduo do limite de velocidade e estudos mostram que o resultado um fluxo mais rpido de veculos. A primeira reao do seu interlocutor, em geral, rejeitar essa nova informao e defender o que ele ou ela acredita como verdade que reduzir o limite de velocidade vai resultar num fluxo mais lento de veculos. E ste um exemplo de conhecimento do senso comum.

5.2.3 Para alm das coisasdo dia-a-diaConhecime nto em profundidade? O conhecimento em profundidade, sistemtico ou secund comea com a deciso de libertar rio algum da ditadura imediata de seus olhos, orelhas, boca, nariz e toque, e questionar as impressesde pare e continue que eles fornecem a cada dia. A pessoadecide, ento, observar de forma mais sistemtica, por exemplo, dando mais ateno a detalhes comuns ou imaginando nova s dimense aprofundando os detalhes do nosso s, conhecimento, procurando por caractersticasincomuns. Em outras palavras, vai alm das aparncias e repeties. O conhecimento sistemtico requer ir alm dos caminhos j viajados e de fcil acesso. E le no tenta ser definitivo. Aceita ser questionado. Desvenda resposta Com o conhecimento sistemtico, as coisas s. e suas descries so aprimoradas. O conhecimento exige provas. Gera argumentos. Coloca questes. Nada incondicional. O conhecimento pe de novo na berlinda o que era aceito ontem. Aprofunda-se tanto no desconhecido quanto no que conhecido. uma eterna busca,sem tabus nem reas proibidas. O conhecime nto sistemtico uma construo, est em construo. Diferentemente do conhecimento cotidiano, que extrado todos os dias daquilo que nos cerca, o conhecimento sistemtico forma instituies. Requer disciplina pessoa at sacrifcios. Deve ser l, aprendido passo a passo em aprendizagens e formaes e tem que ser apoiado pela pesquisa. A aprendizagem tem de seguir uma pedagogia que ser a garantia de que o contedo ser transmitido, incluindo a s atitudes necess de objetividade, humildade diante dos fatos, pacinciae abnega rias o. s vezes, a linguagem do conhecimento sistemtico um jargo com palavra s em cdigos diferentes da linguagem comum. Frequentemente, ele fornece referncias, diplomas, realiza es, recompensas e... metodologias de avaliao. Como reconhecer o conhecime nto sistemtico O conhecimento sistemtico pretende criar, imaginar e descobrir o que no conhecemos. Ele no se apoia

na tradio e no suporta monotonia. Ele critica. Examin e questiona sua prpria forma de olhar, tocar a e sentir. Seu principal instrumento a razo e no h lugar para a superficialidad O conhecimento e. sistemtico constantemente testa as abordagens que usa para analisa e criar. Ele tem um mtodo r prprio.

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O conhecimento sistemtico est nas mos de intelectuais, artistas, arteso autores de trabalhos s, intelectuais e cientistas. H semelhanas entre cientistas, artistas e escritores, por exemplo Albert Einstein, Wolfgang Amadeus Mozart e William Shakespea ? primeira vista, pode no haver nenhuma. Mas olhe de novo. re O s trs observaram, provaram e descreveram o mundo em profundidade por meio de seu trabalho. O s trs se recusa ram a ver ou fazer coisas da forma como elas normalmente eram vistas e feitas. O s trs tentaram alcanarnovos patamares do conhecimento em suas respectiva s reas. Mas faz sentido colocar seus estilos de conhecimento numa mesma categoria? Na verdade, h diferenas entre suas diferentes formas de saber, e o conhecimento cientfico tem suas peculiaridades.

5.2.4 Cincia como meio de sistematizar o conhecime ntoIntroduo ao conhecime nto cientfico A cincia como a arte, uma forma de conhecimento sistemtico, mas h diferenas cruciai entre as , s duas. Na arte, a sistematizao do conhecime nto baseada em preferncias individuai , critrios de s beleza ou, se voc preferir, esttica e emoes. Grandes artistas e criadores de obra s intelectuais vo alm das primeiras impresse buscando e divulgando mensagensescondidas, imaginrias e s, totalmente fictcias, invisveis aos olhos das pessoascomuns. Somente uma pessoa dotada de expertise suficiente pode apreciar uma verdadeira obra de arte. Somente aqueles que podem reconhecer um estilo especfi o, com suas formas, simbolismo locais c s, de produo e perodo de tempo podem compreender o que ela significa. O s trabalhos da mente so subjetivos. E le sso amarrados aos seus autores e deles dependem. Na cincia,a sistematizao diferente. Se a arte uma questo de gosto, a cincia o esforo de produzir uma descri o verdadeira da natureza. Aqui, sistematizar significa aprofundar, pesar, medir, cronometrar, argumentar, racionalizar e construir logicamente, rejeitando o subjetivismo, deixando de lado a s preferncias pessoaise mantendo o sujeito fora de questo. Como reconhecer a cincia O conhecimento cientfico pretende entender a natureza e o universo em que vivemos por meio de elementos conhecidos, concretos e objetivos. E ssetipo de conhecimento tem suas regras. Cientistas fazem afirmaes baseadasem justificativas razoveis. A abordagem cientfica perfeita a demonstrao. Uma demonstrao um argumento claro e completo. Em cincia, uma demonstrao pode ser tambm algo prtico como um experimento de laboratrio, mostrando um fenmeno e estabele cendo causa e efeito. Uma demonstrao mostra resultados certeiros e torna poss eis as generalizaes, levando a previse Assim a cincia moderna, em oposio cincia v s. antiga que, com sua proximidade da religio, usava a autoridade para combater argumentos e questioname ntos sobre o porqu das coisas.

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Cincia moderna experimental A cincia moderna comea com a dvida sistemtica ou o que o socilogo norte-americano Robert K. Merton denominou ceticismo organizado. A cincia moderna surgiu no sculo XV II durante o perodo do Iluminismo e baseada em fatos observveis. A cincia compara os fatos com a realidade por meio de experimentos. Por isso, a cincia precisa de laboratrios e ferramentas para estudar tudo, da mais minscula partcula ao universo inteiro. A cincia estabele metodologias rigorosas com instrumentos confiveis ce para acumular evidncias com a s quais pode comprovar ou refutar uma hiptese. A cincia avalia suasprprias metodologias e reexamina suas prprias provas. Em condies ideais, a cincia experimental independente da pessoa que faz a observao ou o experimento. E la objetiva e impessoale est em concordncia com a realidade observada e outros conhecimentos comprovados. A cincia ideal fornece resultados claros, lgicos e isentos de ambiguidade. S ua validade pode ser verificada ou refutada usando argumentos e razo (este ponto abordado com mais profundidade na seo sobre o conceito de falseabilidadede Karl Popper). Resultadoscientficos devem sobreviver a testes duros e meticuloso Isso racionalidadecientfica. s. A cincia moderna deduz a verdade a partir de fatos verificados pela experimentao metdica. Experimentos medem as coisas e os fenmenos, dizem quanto pesam, quanto tempo duram, em que direo esto indo etc. Experimentos fornecem informaes matemticas. Enquanto a cincia antiga procurava explicar o porqu das coisas, a cincia moderna pretende responder como as coisas funcionam.

5.2.5 O mtodo cientficoAntes de descrever o mtodo cientfico, vejamos que outros mtodos esto disponveis para compreender o mundo. O que existe alm da cinciapara dar sentido ao mundo? O s seres humanos desejam controlar a natureza e explicar o comportamento dos homens. Entre a s muitas abordagens poss eis, a religio forneceu algumas respostase foi vista como uma maneira de v buscar a verdade. E la pretende responder a perguntas como: quem somos ns? Onde estam os?Para onde estamosindo? Qual o propsito da vida na Terra ? Ainda hoje, as grandes religies propem, cada uma, uma viso do universo, de sua criao ao fim dos tempos. O jornalista que escreve sobre cincia deve respeitar a s religies, pois elas fazem parte dos indivduos e situam seus trabalhos em outras reas alm da religio. A religio, s vezes, discorda da cincia. H casos famosos de cientistas condenados por terem proposto uma verdade diferente daquela endossadapela religio. Por exemplo, Coprnico e Galileu foram condenados pela Igreja Catlica porque disseram que a Terra era uma esfera e que no estava no centro do universo. Outro meio de oferecer uma compreensodo mundo tem sido o argumento autoritrio. Em essncia, isso significa que se um pensador grego famoso e de prestgio disse alguma coisa, ento ela

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vlida para sempre. Isso aconteceu com o trabalho de grandes filsofos como Plato, Aristteles e Pitgoras, ou grandes msticos como Hermes Trismegisto. Atualmente, em nossascomunidades, temos feiticeiros, curandeiros e monges que tambm propem sua prpria viso de mundo. Muitos deles trazem consigo o conhecimento emprico ou mstico de seu meio. Outros seguem certas supersti es e iluses, enquanto outros, ainda, criam sistemas de conhecimento paralelos. Como a cinciafunciona? Em essncia, cincia moderna estabele o conhecimento por meio dos seguintes passos: a ce a. Observao b. Experimentos c. Explicao d. Generalizao e previso a. Observao rigorosa Observar significa seguir os seguintes passos: Observar cuidadosame os fatos. nte Deixar de lado opinies pessoai s. Abandonar especula es e conhecimentos prvios. Abandonar crenas, preconceitos, expectativas e paixes. Abandonar expressesde autoridade. Formular perguntas lgicas. Propor hipteses. b. Aferio experimental cuidadosados fatos O s fatos so checadosao longo dos experimentos, com mtodos e ferramentas apropriados. O objetivo conferir a preciso das observaes e dos fatos e demonstrar as relaes entre e ssasobservaes e e ssesfatos. A aferio experimental dos fatos requer que: As observaes sejam repetidas em diferentes situaes por diferentes pessoa s. O s resultadossejam vitoriosos sobre a ignorncia sem se submeter autoridade. As relaes inequvocas entre causae efeito sejam demonstradas. O s resultadosdeem uma confirmao clara e sem ambiguidadesda verdade. O s resultadosofeream uma validao verdadeira e isenta de iluses. c. Expli ao cuidadosa c Quando os cientistas explicam, eles tm que: Discutir observaes prvias contraditrias, se houver. Demonstrar relaes entre as nova s observaes e as observaes prvias. Explicarpor que certa causatem determinado efeito. Certificar-se de que no h falhas em seu argumento. d. Generalizao e previso lgica Quando um certo nmero de fatos verificados descoberto, o(a) cientista pode ento prosseguir para a generalizaoou induo, na terminologia acadmica: Generalizar as observaes. Aceitar que os fatos demonstrados descrevem a realidade.

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Estabele leis e teorias vlidas para situaes semelha cer ntes. Predizer a evoluo e o futuro estado e forma dos fatos e de suas relaes. Cincia dura e cincialeve Os mtodos apresentados anteriormente podem ser aplicado em princpio, em todas as cincia s, s tanto nas cincia naturais (cincia duras) quanto nas humanidade ou cincia sociai (cincia s s s s s s leves) como sociologia, psicologia, cincia polticas, histria, geografia, teologia, economia e at medicina. s No entanto, as diferentes etapas do mtodo cientfico podem levar a certas dificuldades quando aplicadas a algumas dessascincias leves e seus objetos de pesquisa.Por exemplo, no se pode realizar experimentos em seres humanos como se faz com plantas e minerais. Da mesma forma, a cincia que estuda a sociedadepode encontrar dificuldade ao tentar fazer generalizaes e previse s. Em geral, os princpios bsicos da abordagem cientfica permanecem vlidos, mas as cinciasleves usam algumas de suas metodologias mais do que outras. Assim , o mtodo cientfico permanece vlido em todos os campos de estudo que se pretendem cientficos. O que a cinciano O treinamento rigoroso necess para se tornar cientista e o linguajar especfi o de seus mtodos rio c tm feito da cincia um domnio exclusivo de uns poucos iniciados. A cincia se tornou um tipo particular de conhecimento fascina nte, mas difcil, e que supera todas a s outras formas de conhecimento, sobretudo porque chega mais perto da verdade e pode ser usado para transformar a realidade de tal maneira que foi capaz de moldar o mundo moderno. De forma espetacula a cincia r, remodelou a sade, as comunicaes, a s moradias, a energia, a agricultura, a guerra e a prpria vida. Grande parte de nosso mundo existe como uma manifestao da cincia e tambm pode ser destruda por ela. Apesar de tudo, a cincia moderna no uma panacia ou um livro de mgicas que pode resolver qualquer problema. E la no usa mtodos misteriosos. Ainda que, s vezes, alguns resultados de experincias sejam mantidos em sigilo por medo de que sejam roubados, os mtodos cientficos no so secretos. De forma nenhuma se apoiam na tradio. Se eles se prendem a qualquer tradio, pelo contrrio, para destruir qualquer coisa que poderia se tornar uma tradio. Embora parea se insinuar por todos os cantos e deter poderes que antes eram privilgios dos deuse s, a cincia no uma religio e os cientistas no so sacerdotes de uma seita. A grande e dispendiosa infraestrutura que a cincia requer parece t-la tornado exclusiva de alguns pase s, mas os cientistas no pertencem a raa, sexo, idade, religio, cor de pele ou classe social determinado s. Mesmo que a cincia busque a verdade, os resultados cientficos no so verdades definitivas nem nada parecido com mandamentos divinos; os cientistas esto sempre questionando e nunca ficam satisfeitos com sua prpria verdade. Alm disso, a publicao de resultados sempre um convite para que outros pesquisado verifiquem sua preciso res . Como um esforo humano, a cincia tem suas fraqueza Erros, mesmo fraudes, acontecem. s. Algumas experincias so compradas e seus resultado fabricados. um mundo com sua parcela s, de rivalidade ambies, iluses e truques sujos, sobretudo em relao a quem foi o primeiro a s,

inventar isso ou aquilo. Mas a fora nica da cincia e que a distingue a sua habilidade de rastrear erros e corrigi-los com experimentos extras.

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Como um jornalista pode penetrar nessemundo de poucos iniciados?

5.2.6 Conhecime nto jornalsti o cO mtodo jornalsti o c J que este curso voltado a jornalistas que exercem a profisso, no aprofundaremos aqui os fundamentos do jornalismo. Bastadizer que, como o trabalho de qualquer cientista contemporneo, o trabalho do(a) jornalista baseadona observao de fatos. Como os jornalistasdizem: O s fatos so sagrados, a opinio livre. Como os cientistas, os jornalistas tentam permanecer neutros e objetivos, uma vez que eles tm que deixar de lado seus prprios intere ssespessoaise preconceitos de sua comunidade. Quando coletam informaes e produzem notcias, os jornalistas colocam a verdade acima de tudo. E sta outra caracterstica comum entre cientistas e jornalista s. Mas um jornalista , acima de tudo, uma testemunha; jornalistasrelatam eventos para um pblico que no os presencio Jornalistasno publicam para outros jornalista mas para audinciasmassi as. u. s, v E tambm no relatam fatos isolado Um bom jornalista retrata tambm o contexto e explica a s s. implicaes do fato sobre poltica, educa leis, justia, tica e vida das populaes. O s melhores o, jornalistas fazem com que os fatos falem por si mesmo E les tambm do voz a atores importantes e s. tornam os fatos inteligveis. Na prtica, os jornalistas constroem cultura na medida em que aumentam e alimentam o debate social e democrtico. Um jornalista compartilha da paixo de um socilogo e da intuio de um detetive, sempre se perguntando se h uma verdade alternativa, mais abrangente, mais significativa mesmo se isso significar ir contra as vises geralmente aceitas. O s fatos oferecidos ao pblico pelos jornalistasdevem satisfazer alguns critrios: Verdade: Um jornalista no escreve fico e no inventa fatos. Valor de notcia: Uma notcia deve trazer novas informaes que modifiquem o contexto conhecido. Signifi ado: O s fatos so pesados de acordo com seu significado, sua relevncia, suas c consequnciaspotenciais e sua importncia para o pblico. Interesse Jornalistas procuram o que incomum, o que toca e excita a curiosidade do pblico. : Jornalistas e cientistas no usam a informao da mesma forma. Um cientista observa algo muito especfi o, frequentemente uma pequena parte de um todo muito maior. Um jornalista tece sua rede c to ampla quanto poss el, de modo a colocar sua matria em um contexto maior. Para ter certeza v de que no vai iludir a audincia ou os leitores, o jornalista convoca outros campos de conhecimento e outros atores. Por exemplo, uma matria sobre medicina pode incluir informaes e fatos sobre economia, geografia ou sociologia. O que o jornalismocientfico representa As revistas cientficas apareceram simultaneame ao nascime nte nto da cincia experimental moderna, durante o sculo XV II, em meio publicao de livros e organizaode conferncias pblicas. No ano de 1668, testemunhou-sea publicao de Le Journal d es Savants na Frana;Philosophi al c Transactions surgiu em 1683 na Gr-Bretanha; Acta eruditorum, em 1682, na Alemanha. A forma e o contedo das revistas cientficas sofreram mudanas grandes. Atualmente, h centenas de

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milhares de revistasespecializadas cobrindo todos os diferentes ramos da cincia. H tambm os jornalistas que afirmam fazer jornalismo cientfico. E les dizem que comunicam os resultados da pesquisa cientfica para o pblico leigo. Argumentam que a divulgao da cincia uma necessidadeda democracia, que a cincia uma fora democrtica com foco na integridade, objetividade e igualdade, que pode ter um impacto enorme na vida dos cidado s. Alm disso, h jornalistas cientficos que, fascinadospela cincia, desejam dividir sua paixo e os feitos cientficos do momento. Jornalistas cientficos habilidosos fazem um esforo para disseminar e traduzir os trabalhos dos cientistas, explicando os mecanismosda cincia,conectando o mundo da cincia com o mundo em geral, fazendo com que as pessoasse interessem pela cincia e criando uma atitude positiva em relao a ela. O papel do jornalismocientfico preciso diferenciar jornalismo cientfico de divulgao cientfica. A divulgao cientfica inclui as vrias estratgias usadaspara promover a cincia para o pblico. Seu propsito educar, aumentar a conscincia e apoiar a cincia. A divulgao cientfica usa relaes pblicas, campanhas publicitrias, ferramentas de marketing, folhetos, livros, festivais e museus de cincia. Um jornalista cientfico, por outro lado, quer levar a cincia aos cidados e ajud-los a se beneficiar da cincia. Claro, a maioria dos jornalistas cientficos admira a cincia, mas cultiva , sobretudo, a arte de duvidar, para ter certeza de que o pblico no se vai tornar vtima da cincia de m qualidade, falsa ou fraudulenta. O filsofo francs Gaston Bachela disse que jornalistas cientficos tm um p no rd mundo em que vivem as ideias e outro no mundo em que ns vivemos. Como o crtico de arte ou literatura, o jornalista cientfico um crtico da cincia. Ser um crtico signifi a fazer perguntas e examinar, seleciona desc c r, rever, verificar e explicar fatos cientficos de modo a descobrir o que est faltando e comentar as descobertas. E le ou ela analisa a cincia sob diferentes perspectivas econmica, sociolgica, poltica, tica e legal. No final, o jornalista cientfico pode questionar a relevncia, a importncia e a utilidade da cincia. Acima de tudo, o jornalista cientfico faz a ponte entre os resultadosda cincia e as necessidadese preocupaes dos cidado s. Um jornalista cientfico deve justificar seu trabalho tornando poss el para os cidadoscompreender v a cincia e fazer algum uso dela em benefcio da sua vida cotidiana. Isso requer mais do que apenas traduzir a cincia em palavras comuns por meio de analogias geniais, metforas e grficos animado Como crtico da cincia, o jornalista cientfico contemporneo deve explicar como a s. verdade cientfica construda. Graas ao bom jornalismo cientfico, a s pessoaspodero ento descobrir em que cientistas devem acreditar ou no; quando acreditar na cincia e quando desconfiar. O jornalista cientfico competente comunicar a situao verdadeira da cincia, se ela est progredindo, mudando de rumo ou estagnada. O jornalismo cientfico no deve ser desprezado no mundo do jornalismo. E le requer muito talento, abertura, criatividade, imaginao, fascinaocom a realidade, ambio e... humildade.

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5.3 Limites da cincia 5.3.1 IntroduoNo sculo XX , testemunhou-se o triunfo da cincia culminando com a chegada do homem Lua , mas tambm sua capacidadede permitir a autodestruio da humanidade. No incio do sculo, os movimentos eugnicos tentaram melhorar a raa humana por meio da procriao seletiva, justificando a esterilizao de pessoasmentalmente incapazes. Durante a Segunda Guerra Mundial, as bombas atmicas assustado desdobramentos da genialidade de Einstein, res o mais famoso dos cientistas caram sobre Hiroshima e Nagasa no Japo. Atualmente, o poder ki, da informtica e da internet ameaaa vida privada, no mesmo momento em que estamos tornando nosso planeta inabitvel. Sim, h um lado obscu e preocupante da cincia. ro E ss a capacidade ambivalente que a cincia tem de tornar a vida mais fcil e, simultaneame nte, multiplicar nossosmeios para acabar com ela torna necess avaliar com rio cuidado essa coisa chamada cincia de mos dadas com o demnio ou fonte de conhecimento. Filsofos tentaram determinar a verdadeira natureza da cincia.No final do sculo XX , pontos de vista antagnicos sobre a cincia levaram ao que chamamos de guerras cientficas. Por sorte, a s nicas vtimas foram uns poucos acadmi os com credibilidade e prestgio feridos. c Resumindo a histria, essa sguerra s confrontaram, sobretudo, pesquisado das cinciasnaturais res e um grupo de socilogo historiadores, filsofos e feministas supostame s, nte de esquerda e que descreviam a cincia como uma ferramenta de repress capitalismo selvagem e machismo. No o, interessadosem se juntar aos cientistas, mas em expor os usos excessivos e nefastos da cincia,esse s intelectuais fizeram o melhor que puderam para tirar a cincia do pedestal onde ela permanecia como nico mtodo para encontrar a verdade. E les viraram a primeira parte desta lio de cabea para baixo. Pegaram as afirmaes cientficas e voltaram a questionar como elas foram feitas. Para eles, a cincia no uma descrio verdadeira da realidade. A cincia mais uma religio, com seus rituais, crenas, dogmas, seitas concorrentes e sacerdcios. E les assumi am a misso de desconstruir o templo da cincia, expor a verdadeira r natureza do conhecimento cientfico reduzido ao status de conhecimento comum e desmistificar as prticas dos cientistas. O s pargrafos a seguir vo tentar introduzir, em poucas palavras, o pensame de alguns filsofos da nto cincia contemporneos e protagonistas das guerra s cientficas.

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5.3.2 Thomas Kuhn (19221996)Apesar da relevncia e da efetividade do conceito de falseabilidadede Karl Popper (que ser descrito na seo 3.3), o mais conhecido dos filsofos da cincia contemporneos Thomas Kuhn, autor de The Structure of Scientific R evolutions (A estrutura das revolues cientficas),publicado em 1962 e at hoje muito popular. Kuhn disse que a busca por uma verdade objetiva no o real objetivo da cincia,mas que a cincia , em essncia,um mtodo para resolver problemas usando, para isso, um sistema de crenas da atualidade. E ssesistema de crenas e valores se manifesta por meio de uma srie de procedimentos experimentais que produzem resultados que, por sua vez, reforam o sistema original de crenas e valores. Kuhn chama e ssessistemas de paradigmas De uma maneira geral, os cientistas passam a . maior parte do tempo fazendo cincianormal, ou seja,trabalhando com um paradigma especfi o. c Mas, s vezes, pessoa como Nicolau Coprnico, Isaac Newton, Charles Darwin e Albert Einstein s nos trazem novos sistemas de crenas que disparam revolues cientficas. Respectivamente, seus sistemas remodelaram o universo de forma que seu centro estivesse ocupado pelo Sol, no pela Terra; submeteram a mecnic dos corpos celestes s mesma leis da mecnic terrestre; mudaram a s a de um mundo criado por Deus para outro, sem propsito e sempre inacabado mudaram de uma ; fsica em que o fluxo do tempo era sempre absoluto e uniforme para uma nova fsica em que o fluxo do tempo , elstico e varia de acordo com as velocidade relativas do experimentador e do objeto de s observao. Kuhn argumentou que novos paradigmas assume o comando no por causa de seu mrito m cientfico, mas porque seus adversrios eventualmente perecem: a relatividade geral de Einstein se tornou aceita como uma descrio verdadeira da natureza aps a decadnci da ordem proposta a por Newton. Kuhn destruiu um pouco da imagem ingnua segundo a qual a cincia descobriria a realidade de maneira gradual, linear e racional. A cincia perdeu uma aura que estava enganando apenas os filsofos; os cientistas inovadores j sabiam muito bem o quo difcil fazer com que suas ideias sejam aceitas.

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5.3.3 Karl Popper (19021994)Karl Popper ainda tem a definio de cincia mais incisiva e eficaz:a cincia o conhecimento que se pode provar ser falso em seu jargo, cincia o que pode ser falseado . Segundo Popper, a cincia um exerccio contnuo de refutao. Cada experimento e observao pretende contradizer a teoria aceita. A cincia nada mais do que o conjunto de teorias livres dos esforos de falsificao dos cientistas. Popper coloca a dvida sistemtica como o fundamento da abordagem cientfica. O s cientistas so movidos pela ambio de descobrir e publicar a s observaes que contradizem a s teorias aceitas em seu tempo o que Thomas Kuhn (o filsofo da seo 3.2) denomina paradigma du jour ou paradigma do dia. Na prtica, a maioria dos cientistas se contenta, na maior parte do tempo, em repetir experimentos e confirmar resultadosprvios. Por outro lado, eles tambm sonham em encontrar a falha que poderia levar a uma nova teoria. O s milhares de cientistas que esperam impacientemente o primeiro teste do Grande Colisor de Hdrons (LH C ,na sigla em ingls) da OrganizaoEuropeia para Investigao Nuclear(C E R N na sigla original em francs) esto provavelmente mais interessadosem encontrar , uma nova fsica que abre novos caminhos do que em usar o colisor para confirmar a existncia do famoso bson de Higgs, uma partcula elementar prevista pelo Modelo Padro da Fsica.

Induo, a mais poderosa e fraca ligao em cincia Durante a primeira parte da Lio 5, descobrimos que as leis e as teorias cientficas so generalizaes. Por exemplo, uma barra de cobre aumenta de volume quando aquecida, assim como uma barra de ao e uma barra de alumnio. O s trs so metais. O mtodo cientfico leva generalizao e concluso de que o volume de metais aumenta quando eles so aquecido s. A generalizao ou, para usar o termo tcnico, induo consiste em propor uma lei cientfica como todos os metais aumentam de volume quando aquecidos, baseada em uma srie de observaes em que determinados metais aumentaram de volume quando aquecidos a diferentes temperaturas e em diferentes ambientes. A fragilidade da induo comea pelo fato de que qualquer lei baseadanela est merc de uma exceo. Leis cientficas no podem invocar o poder da lgica e da deduo. Na deduo, a verdade do enunciado metais aquecidos expandem dada como garantida, como o enunciado o cobre um metal. Ento, usando o poder da lgica, uma deduo simples que o volume de um pedao de cobre vai expandir caso seja aquecido. A utilidade e os limites da cincia repousam no fato de que a cincia no est no reino etreo da pura razo lgica. Ao contrrio de uma verdade formal, a cincia no pode avanar apenas pela lgica; ela uma verdade material que deve se basearem conjuntos de resultadosexperimentais, observaes e exemplos. Como os cientistas nunca podem ter a certeza de que examinaram todos os metais, a induo abre naturalmente as portas falseabilidad A genialidade de Karl Popper foi fazer dessavulnerabilidade a essnciada cincia. e.

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5.3.4 Mtodo cientfico

INDU O

L E IS T E O R IA S

&

DEDU O

Explicaoe generalizao

Confirmao por meio de experimentao

Hiptese

Previses

Observao natureza

de

fatos

da

Fatos cientficos estabelecidos

MTODO CIENTFI COE ste diagrama foi adaptado do livro What is this thing called Science ? (O que essacoisa chamada cincia?), Alan Chalmer , University of QueenslandPress, Open University Press, 1999. de s Ele mostra como os cientistas constroem teorias e leis usando induo e, ento, deduzem novos fatos e nova s previses baseadosnessasleis e teorias. Suasdedues so lgicas, mas essasverdades intelectuais se apoiam em teorias e leis que so verdades materiais.

5.3.5 Paul Feyerabend (19241994)Agora um leve toque de anarquia. Nos anos 1960, quando era professor em Berkeley (EstadosUnidos), Paul Feyerabend costumava convidar bruxas, criacionista darwinistas e adivinhos para explicar sua s, cincia e debater a verdade com os alunos. Para Feyerabend: Tudo vale.

Segundo Feyerabend, os fins justificam os meios no mundo da cincia.Galileu, por exemplo, valeu-se de mentiras, distores de dados e propaganda tanto quanto das observaes que fez pelo telescpio que inventou, disse Feyerabend.

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Galileu, ele argumentou, prevalece por causa de seu estilo e de suas tcnicas de persuaso inteligentes, porque ele escreve em italiano e no em latim, e porque recorre a pessoasque fazem oposio s velhas ideias e aos padres de aprendizagem a elas ligados. Se os cientistas conseguem argumentos por meio das mesmas ferramentas que todo mundo, a verdade cientfica no mais slida do que a verdade do astrlogo, do leitor de mos ou do mstico. Assim ,Feyerabend disse que todas e ssasabordagens so igualmente vlidas cincia,sobretudo a cincia institucionalizada,nada mais do que um fenmeno histrico; dogmas cientficos podem ser at mesmo perigosos;a sociedadedeveria quebrar o feitio dessacincia totalitria. O caminho para o construtivismo sociolgico estava aberto.

5.3.6 Construtivismo sociolgicoPor que no seria um bom objeto para os antroplogos observar o comportamento dos cientistas como se eles formassem uma tribo particular? A pesquisa antropolgica procura minimizar a importncia do que as pessoasdizem ou escrevem, enfatizando o que elas realmente fazem. Baseado nessa ideia, o construtivismo sociolgico afirma que a cincia um produto puro da sociedad Seus adeptos concluem que a sociedade determina em grande parte as crenas dos e. cientistas: um cientista pode se apoiar em suas publicaes e seus estudos; o contexto cultural que determina a crena da populao numa determinada teoria cientfica. Construtivistassociolgicos assumemque os cientistas apenasenganam a si mesmosquando afirmam que conhecem a realidade. O discurso cientfico inteiramente motivado por seus esforos para conseguir poder, e a cincia nada mais do que um meio de opress o. Um exemplo de construtivista sociolgico Bruno Latour, um socilogo francs que descreveu o que ele chama de cincia em ao, em que a cincia reduzida descrio dos gestos de cientistas em laboratrios. Em sua descrio de cincia, no est claro o que os cientistas veem quando olham por um microscpio. Ningum pode saber realmente. Claro, os cientistas afirmam: Vejo bactrias. Mas bactrias no falam, no se identificam. Para Latour e partidrios da cincia em ao, muito da cincia pura fico, construo das mentes dos cientistas. A abordagem sociolgica, como a de Kuhn, pelo menos coloca as descobertas cientficas de volta em seu contexto histrico. Ela explica o que aconteceu com a descoberta de Gregor Mendel sobre a hereditariedade e a teoria dos movimentos continentais de Alfred Wegener, as duas muito frente de seu tempo. Nenhuma foi levada a srio ou teve muito impacto at dcada depois de terem sido s elaboradas.

5.3.7 Relativismo cultural e cinciaO conceito de cincia como construo de cada sociedadeparticular em um perodo determinado de tempo se encaixamuito bem filosofia do relativismo cultural, que afirma que cada sociedadetem sua prpria verdade e que todas so igualmente vlidas. O s dois autores da Lio 5 viram o reitor da Faculdade de Cincias da Universidade de Yaound (Camares) abrir um workshop com a seguinte fala: Ns, africanos, precisamos inventar o nosso

modelo de tomo. Outros acreditam que a parcela relativamente pequena dos esforos cientficos que se dedicam a resolver problemas do mundo em desenvolvimento uma caracterstica intrnseca da cincia dominada pelo Ocidente. Algumas feministastm ponderado que uma cincia com maior

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participao de mulheres seria mais benevolente em relao ao meio-ambiente. HosseinNasr, um famoso estudioso islmico que agora leciona em Harvard (EstadosUnidos),diz que a cincia como existe atualmente o produto de um mundo ocidental decidido a colocar a natureza a seu servio, sob tortura, se necess E le diz que uma cincia islmica seria diferente porque a rio. natureza sagrada segundo o Isl. Na ndia, alguns esperam criar uma cincia diferente, baseadanos conceitos hindus de espao, tempo, lgica e natureza. Se a cincia um produto sociocultural, ela pode ser usada por diferentes grupos para promover seus prprios intere sse a custo de outras culturas, do ambiente e da paz? s, O que voc acha?

5.4 Como a cincia construda... na vida real! 5.4.1 IntroduoEsta parte da lio introduz a cincia como ela construda, dia a dia, na vida real, e como a verdade cientfica colocada na prtica. Voc vai aprender como a cincia construda por meio da publicao de artigos cientficos em revistasespecializada. Voc vai aprender sobre o mecanismode checagemdos fatos em que est s baseado o sistema de publicao das revistas cientficas, e vai aprender tambm sobre suas limitaes. Conclumos esta parte com a apresentao de outro mecanismo cientfico de busca da verdade que exerce papel importante nas decisessobre temas complexos e cruciais para a humanidade. N ossaexpectativa que, aps esta lio, voc domine alguns conceitos que lhe ajudaro a averiguar a credibilidade de cientistas e suas publicaes. Veja tambm a Lio 2: Encontrando e avaliando notcias cientficas.

5.4.2 Cincia: o que est nas revistas cientficasSe voc perguntar a um pesquisadorou pesquisado o que ele ou ela faz, eles podem responder: ra Eu escrevo artigos para revistascientficas. Podemos dizer, ento, que a cincia o que est nas revistas cientficas. A validade dess definio baseia-s no fato de que publicar vital para qualquer cientista eles a e devem publicar ou perecer. Um cientista que no publica no tem status, financiame ntos e, provavelmente, logo ficar sem emprego. Depois que um cientista se forma na universidade, sua carreira depende de uma srie contnua de artigos publicados, e, sobretudo, do nmero de artigos publicados nas principais revista cientficas aquela com maiores ndices de citaes e fator de impacto. s s Artigos cientficos publicados nas melhores revistas passam por dois testes. Primeiro, o editor da publicao avalia por alto a qualidade, mas tambm a importncia do artigo. Depois, cpias do texto so enviadas para alguns especialistasdo mesmo campo conhecidos como pares; por isso esses artigos e revistasso chamadospeer-reviewed (revisadospor pares). Todas as revistascientficas srias tm seus artigos revistos por pares antes da publicao.

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A reviso por pares o processo pelo qual manusc ritos submetidos a revistas cientficas so avaliados por especialistas qualificados (geralmente annimos para o autor), de modo a determinar se os textos esto aptos para publicao. E s s e sespecialistasobservam sobretudo a relao entre a metodologia e a s conclusesdo artigo. Um ndice de citaes uma base de dados de artigos que indica quantas vezes o trabalho de um autor foi referido ou citado por outros autores, e onde. Ele uma indica da importncia do trabalho. o O fator de impacto mede a frequncia com a qual um artigo mdio da revista tem sido citado em determinado ano ou perodo; um ndice calculado pela diviso do nmero de citaes ao longo de um ano pelo nmero de itens publicados naquela revista durante os dois anos anteriores. Ele pretende eliminar a s tendncias que favorecem algumas grandes revista Fatores de impacto de s. vrias revistas cientficas podem ser conferidos em http://www.sciencegateway.org/rank/index.html . E s s esite, em ingls, uma mina de informaes sobre a produo cientfica dos pesquisado universidadese res, pase assim como a pgina [http://sciencewatch.com/] . s,

5.4.3 As limitaes da reviso por paresEssencialmete, o fato de um artigo passarpela reviso por pares significa que outros especialistas n na mesma rea de pesquisapensam que o contedo do artigo revisado compatvel com o que geralmente aceito naquela rea. Mas o verdadeiro teste sobre a veracidade do artigo s vai acontecer quando outros cientistas obtiverem os mesmos resultados usando as mesmas metodologias. A validade dos artigos revisadospor pares apenas temporria; enquanto outros experimentos no tiverem confirmado suasconcluse recomendvel manter cautela em relao a elas. s, Jornalistascientficos tm confianasinfundadas em revistas revisadaspor pare s ? Certamente, a reviso por pares no prova de enganos, no imposs el de falsificar. A falha v do sistema de reviso por pares mais espetacular dos ltimos tempos o artigo do sul-coreano Hwang Woo-suk, que fingiu ser o primeiro a clonar com sucesso um embrio humano e produzir clulas-tronco a partir dele. A edio da revista Science, publicada pela AssociaoAmericana para o Avano da Cincia (AA AS,na sigla em ingls), que continha o artigo foi deliberadamente lanada simultaneame nte reunio anual da instituio em 2004, em Washington. A publicao trouxe enorme publicidade para a AAAS e para a Science. Mas o dano reputao das duas foi ainda maior quando a fraude foi descoberta. [http://www.sciencemag.org/sciext/hwang2005/] John Rennie, editor-chefe da Scientific American, d quatro conselhos sobre cuidados a serem tomados em relao s revistas revisadaspor pares, afirmando que elas so suscetveis a: Possibilidadede um erro: O contedo de um artigo revisto por pares confirmado apenas depois que outros cientistas reproduziram os mesmosresultadosusando a mesma metodologia. Fraude: quase imposs el para os revisores desmascaar fraudes deliberadas; toda a atividade v r de publicaocientfica est apoiada na boa f dos pesquisado Mas os jornalistas cientficos so res. mais complacentes com as revistas cientficas como fontes do que os jornalistas que cobrem economia so com os relatrios financeiros.

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Preconceitos e desonestidade O s autores podem ter feito um acordo com editores e anunciantes : com quem tm afinidade neste caso, editores podem aceitar publicar materiais que no deveriam ser publicados. Pressopoltica: Por exemplo, quando o governo dos EstadosUnidos diz s revistas que no publiquem artigos do Ir, Lbia ou Sudo. Porm, mesmo com e ssasreservas, Rennie conclui que a s rara s ocasies em que revistas cientficas revisadaspor pares falham no devem impedir os jornalistas de fazer dessaspublicaes suas fontes privilegiadas de informao. (Na Lio 2 deste curso voc tambm pode achar uma lista de perguntas a fazer para ajudar voc a julgar a validade das afirmaes de um cientista.)

5.4.4 Verdades cientficas por consensoAtualmente, jornalistas cientficos fazem notcias sobre questes que so impor tantes para toda a humanidade. Governos no mundo inteiro tm que lidar com ameaasrelacionadasao clima, aos recursoshdricos, s reservas de energia, vida privada e sade. Pessoasrespons veis por tomar decises e polticos deparam-se com escolhas vitais com impactos potenciais enormes em empregos, na sade, na riqueza e mesmo em estilos de vida das populaes. Ao mesmo tempo, quase imposs el descobrir o estado exato dos recurso do planeta em relao a v s gua, comida, petrleo, gs, florestas e terras cultivveis, e mais difcil ainda saber com certeza as tendncia para esse recurso em curto, mdio e longo prazos, o clima e potenciai solues s s s s tecnolgicas. Diante dessesdesafios globais sem precedentes, especialistase governo tm colocado em prtica alguns mecanismospara avaliar os problemas e, s vezes, fazer recomendaes. E s s a sabordagens unem os maiores especialistas rea e lhes oferecem apoio para encontrar, investigar e documentar na as questes e publicar suas conclusese recomendaes de forma independente. E sse smecanismospodem variar de um pequeno comit convocado para verificar o estado da arte sobre hbitos alimentares a um comit de academias nacionais de cincias de uma comisso , especial formada para descobrir por que uma ponte caiu a uma equipe mundial de milhares de especialistascomo o Painel Intergovernamental sobre Mudanas Climticas (IPCC , na sigla em ingls), que ganhou o prmio Nobel da Paz em 2007. O IPCC mobiliza milhares de cientistas. E les no recebem salrio e a maioria trabalha de forma annima. E les concordaram em ler e refletir sobre dados extremamente complexos, escrever artigos de reviso sintetizando textos especializado, viajar para conferncias a fim de estabele consensos s cer sobre a interpretao dos dados, concluses e recomendaes. Alm disso, os cientistas do IPCC precisaram que seus governos aprovassemcada um de seus relatrios. Foi um trabalho cansativo, mas os cientistas participantes tiveram a oportunidade de avaliar suas pesquisase inserir-se no que h de melhor no mundo nessarea.

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5.4.5 FontesSite do IPPC [http://www.ipcc.ch/] : Pginas de algumas academias de cincia africanas e rabes: Egito: [http://www.asrt.sci.eg/] Jordnia: [http://www.rss.gov.jo/] Qunia: [http://www.knas.g3z.com/] Palestina:[http://www.palestineacademy.org/main.htm] Senegal: [http://www.interacademies.net/CMS/2950/4242.aspx] frica do Sul: [http://www.assaf.org.za/] Uganda : [http://www.uncst.go.ug] Iniciativa para academias de cincia africanas: [http://www.nationalacademies.org/asadi/] Outras academiasde cincias Academi de Cincias dos Pase em Desenvolvimento (TWAS, na sigla em ingls) a s [http://twas.ictp.it/] Academia Brasileira de Cincias [http://www.abc.org.br/]

5.5 Questes (1-2)Questo 1: Responda brevemente s questes a seguir: a. O que significa conhecer um objeto? b. Qual a origem latina da palavra razo? c. Liste algumas das grandes religies do mundo. d. O conhecimento cotidiano questiona a si mesmo e cr que imutvel? e. O s cientistas usam o conhecimento cotidiano? f. Como adquirimos o conhecimento comum? g. Quando o conhecimento em profundidade ou sistemtico comea? h. O que distingue o conhecimento sistemtico? i. Algum pode compreender realmente uma obra de arte ? j. Que tipo de conhecimento profundo a cincia oferece ? k. Quais so as caractersticasda cincia experimental? l. Liste algumas abordagens do conhecimento. m. Quais so os passos -chave do mtodo experimental? n. A cincia um tipo de religio? o. A que critrios um fato jornalstico deve obedecer? p. D algumas caractersticas do jornalismo cientfico. q. Qual o papel do jornalista cientfico?

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r. Como voc avalia a credibilidade de um cientista? s. Como avaliar a importncia e influncia de um cientista? t. Quais os quatro fatores que podem levar voc a ter reservas sobre a qualidade dos artigos de revistascientficas revisadaspor pare s? u. Quais so os prs e contras de um cientista participar de um comit ou comissocientfica? Questo 2: Considere o seguinte e escreva respostascurtas: a . Voc diria que h muitas formas diferentes de conhecer? b. Diferentes populaes tm seus prprios tipos de conhecimento? c. Na sua cultura, o que significa conhecer? d. Voc pode listar algumascrenasda sua comunidade? e. O que significa ser um homem ou mulher razovel na sua cultura ? f. A astrologia uma crena ou uma cincia? g. Cite um exemplo de conhecimento do senso comum. h. Se eu disser: O Sol se levanta toda manh e se pe toda noite, que repertrio de conhecimento estou usando? i. Quem ensinou a voc que o Sol se levanta e se pe? j. Voc pode lembrar conhecimentos que voc adquiriu na companhia de outras crianase amigos? k. Um fsico, um pintor e um escultor tm alguma coisa em comum? l. poss el aumentar a compreensode algum fenmeno indo alm das impressessuperficiais? v m. Voc pode descrever a diferena entre razo e emoo? n. H semelhanas entre uma equao matemtica e um poema? o. H diferenasentre uma equaomatemtica e um poema? p. Existe alguma tradio no conhecimento sistemtico? q. Algum diz: Vi o Sol se pr 36 mil vezes no mesmo dia, enquanto outra pessoadiz que o Sol nunca se pe. Que sentena foi dita por um poeta e que sentena foi dita por um cientista? r. Que tipo de pessoasbaseia seu conhecimento na esttica? s. Que pessoausa conhecimentos verdadeiros que podem ser demonstrados? t. Que sentena neutra, objetiva e universalme verdadeira ? nte u. Por que dizemos que o conhecimento cientfico sua prpria crtica e racional? v. No seu pas, os cientistas tambm pensam que so artistas? w. O que o mtodo experimental? x. Para que servem laboratrios experimentais? y. Algum cientista do seu pas j explicou seus mtodos para voc? z. Que semelhanas entre o jornalismo e a cincia? h aa. H diferenas? bb. Voc concorda que o jornalista cientfico um crtico da cincia?

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cc. Que informao voc tem sobre a pesquisacientfica em seu pas: instituies, laboratrios e instrumentos de pesquisa,cientistas e seus achado polticas de cincia e tecnologia? s, dd. Liste trs razes que fazem da cincia uma ameaa humanidade e trs razes que fazem da cincia sua salvao. ee. Se a mdia contribui na construo de culturas, os jornalistas contribuem tambm? H diferenas entre o jornalismo cientfico praticado na frica, na sia, no mundo rabe, no mundo ocidental? Se houver, quais so? ff. Descubra quantos artigos cientficos so publicados pelos pesquisado do seu pas. res gg. Cite algumas revistas cientficas publicadas em seu pas, sendo algumas com reviso por pares e outras, no. hh. Voc concorda com John Rennie? ii. D um exemplo de fraude cientfica em seu pas. jj. Cite um comit cientfico do seu pas. kk. D um exemplo de recomendaes cientficas que foram aceitas ou rejeitadas em sua regio ou seu pas. ll. O seu pas tem uma academiade cincias? mm. O s comits cientficos e as academiasde cincia falam a verdade?

5.6 Respostas das questes (1-2)Questo 1: a. Conhecer um objeto significa estar apto a descrever suas caractersticasvisveis e invisveis em relao a outros objetos do mesmo ambiente. b. A palavra razo vem da palavra latina ratio, que significa clculo. Comportar-se de forma racional significa agir calculando os efeitos de suas aes. c. Islamism cristianismo, judasmo, budismo e hindusmo. o, d. No conhecimento comum, enunciado acumulado no podem mudar e permanecem iguais para s s sempre. e. Cientistas tm como ponto de partida o conhecimento comum em suas vidas cotidianas. Eventualmente, quebram seu feitio por meio de seu trabalho. f. O conhecimento comum construdo e transmitido por nossasfamlias, parentes, amigos prximos, vizinhos, parceiros, tribos e comunidades. g. O conhecimento sistemtico comea quando algum decide no ficar mais satisfeito apenas com as informaes imediatas de nosso sentidos e deixa de confiar nelas. Ento, temos que cavar um pouco s mais fundo. Depois, ficamos viciados em faz-lo e comeamo a olhar para as coisas de maneira s diferente. h. O conhecimento sistemtico busca olhar para as coisas de forma diferente daquela que a tradio recomenda. E le nos lana em uma jornada de criao, imaginao e descoberta. Faz com que rejeitemos a monotonia e paremos de nos apoiar na tradio. E le questiona tudo. i. O verdadeiro trabalho artstico s pode ser compreendido por algum que conhece estilos, tipos, formas, simbolismo locais de produo e histria da arte. s, j. O conhecimento cientfico profundo est relacionado verdade a que a natureza obedece. k. A cincia experimental basead em fatos. Chec os fatos, objetiva, impessoa universal e a a l, racional.

l. A busca da verdade foi algumas vezes respondida pela religio, argumento de autoridade, misticismo e senso comum (conhecimento comum).

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m. A cincia moderna segue esse passos observao, experimentao, explica generaliza e previso. s : o, o n. Embora parea poderosa e no aparente ter limites, a cincia no religio. Uma infraestrutura grande e dispendiosa torna a cincia mais presente em alguns grupos ou populaes, mas os cientistas no pertencem a raa, sexo, idade, religio, cor de pele ou classesocial determinados. o. Um fato jornalstico deve ser verdadeiro, real, conectado a eventos atuais, novo, significativo e interessan te. p. O jornalismo cientfico visto como um meio de disseminara cincia e seus conceitos, traduzindo o que os cientistas dizem para uma linguagem que o pblico leigo possa compreender. Ele tambm tem sido visto como um meio de ligar o mundo da cincia ao mundo dos cidado incrementar a s, educaocientfica do pblico e criar uma atitude positiva em relao cincia. q. O jornalista cientfico contemporneo um crtico da cincia. Seu papel explicar como a verdade cientfica produzida de modo a tornar poss el aos cidados descobrir em quem acreditar ou no, v quando acreditar em um cientista ou no. O jornalista cientfico competente comunica o verdadeiro estado da cincia,se ela avana,muda de direo, regride ou est estagnada. r. Pea cpias de seus artigos e veja se eles foram publicados em revistas cientficas revisadas por pares. s. Descubra, por um ndice de citaes, quantas vezes seus artigos foram citados, e verifique o fator de impacto das revistasem que os textos foram publicados. t. 1) A possibilidade de erros, j que eles lidam com verdades temporrias. 2) A possibilidade de fraude, por exemplo, com fotos adulteradas. 3) A possibilidadede serem tendenciosose desones 4) tos. Pressopoltica impedindo a revista de usar apenas critrios cientficos para decidir a favor ou contra determinado artigo. u. Contra s: carga de trabalho, muito a ler e sintetizar, pouco reconhecimento, necessidadede chegar a consenso passando por inevitveis tenses e conflitos, viagens frequentemente sem reembolso financeiro. Prs: oportunidade de entrar em contato com as pesquisasmais recentes e confiveis,viajar, encontrar com os melhores especialistas rea e possibilidadede validar a prpria pesquisa. da Questo2: Muitas respostasso poss eis. Discuta-ascom o seu tutor, se voc tiver um, ou com um colega. v

5.7 Exerccios(1-6)Exerccio 1: Descubra o que os cientistas de seu pas pensam sobre os jornalistascientficos locais. Exerccio 2: Clique no link [http://www.techno-science.net/?onglet=glossai re&definition=2892] E sc . reva um artigo breve sobre a pesquisacientfica: sua definio, sua histria, os problemas que ela traz sociedad e, sua tica. Exerccio 3: Entre Kuhn, Popper e Feyerabend, escolha seu filsofo da cincia preferido e diga por qu. Exerccio 4: Em uma pgina, explique se a cincia o produto de uma determinada cultura ou um conhecimento universal.

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Exerccio 5: Entreviste um cientista que tenha artigos aceitos (ou rejeitados) por uma revista cientfica revisada por pares. Pergunte por que o artigo foi aceito ou no; se publicado, quanto tempo demorou para isso e qual foi o impacto em sua carreira. Exerccio 6: Compare uma revista cientfica revisada por pares e uma que no faz essa reviso. Quais so as diferenas?