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EDUCAÇÃO TEOLÓGICA A DISTÂNCIA O O R R E E I I N N O O D D E E D D E E U U S S I I I I TREINAMENTO BÍBLICO INTERNACIONAL

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EDUCAÇÃO TEOLÓGICA A

DISTÂNCIA

OO RREEIINNOO DDEE DDEEUUSS IIII

TREINAMENTO BÍBLICO INTERNACIONAL

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O REINO DE DEUS II

© 2005. TREINAMENTO BÍBLICO INTERNACIONAL

Mossoró-RN

1ª Edição: 2005.

Publicado no Brasil com todos os direitos reservados por

TREINAMENTO BÍBLICO INTERNACIONAL

Rua Eufrásio de Oliveira, 38 – Alto da Conceição.

Mossoró-RN

É expressamente proibida a reprodução comercial deste manual, por

quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos,

gravação, estocagem em banco de dados, etc.).

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Conteúdo

Visão Geral ............................................................................................................ 1 Descrição Do Curso ............................................................................................. 1

Objetivos Do Curso ............................................................................................. 2

Referências Bibliográficas................................................................................... 2

Requerimentos Do Curso .................................................................................... 2

Questões Para Revisão E Exame Final ................................................................ 3

Formato Do Manual ............................................................................................ 3

Lição Um: O Modelo De Ministério De Jesus (1) - Pregação E Ensino .......... 4 Dois Elementos Vitais No Ministério De Jesus .................................................. 4

O Ministério De Pregação E Ensino De Jesus .................................................... 6

O Conteúdo De Sua Mensagem .......................................................................... 7

Ele Ensinava Por Revelação ............................................................................. 7

O Seu Ensino Procedia Do Pai ......................................................................... 7

Jesus Pregou O Reino De Deus ........................................................................ 7

Ele Pregou Arrependimento ............................................................................. 8

Ele Usava A Palavra De Deus .......................................................................... 8

Sua Apresentação Da Mensagem ........................................................................ 8

A Fonte Do Seu Poder Na Pregação ................................................................... 9

Onde Ele Ensinava .............................................................................................. 9

Seus Objetivos ..................................................................................................... 9

Princípios Gerais ............................................................................................... 10

Lição Dois: O Modelo De Ministério De Jesus (2) - Discipulado ................... 12 Três Pontos Básicos Sobre O Discipulado ........................................................ 12

Como Jesus Fez Discípulos ............................................................................... 13

O Que Jesus Ensinou Aos Seus Discípulos ....................................................... 13

Lição Três: O Modelo De Ministério De Jesus (3) - A Cura Do Corpo ........ 16 A Missão De Jesus Inclue A Cura Do Corpo .................................................... 16

Como Jesus Ministrava A Cura ......................................................................... 18

Orientações E Ensinos De Jesus Sobre A Cura Física ...................................... 19

Lição Quatro: O Modelo De Ministério De Jesus (4) - Expulsar Demônios . 23 Jesus E Os Demônios ........................................................................................ 24

O Reino De Deus E Os Demônios .................................................................... 24

A Ação Demoníaca Direta................................................................................. 25

Quem E Como São Os Demônios ..................................................................... 26

Como Expelir Demônios ................................................................................... 26

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Lição Cinco: O Modelo De Ministério De Jesus (5) - Aconselhamento ......... 28 O Que É Aconselhamento Bíblico .................................................................... 29

A Missão De Jesus E O Aconselhamento ......................................................... 30

Sete Princípios Básicos...................................................................................... 31

Introdução Da Segunda Parte ........................................................................... 34

Lição Seis: A Cura Da Alma .............................................................................. 35 A Necessidade Da Cura Da Alma ..................................................................... 35

Fundamentos Da Cura Da Alma ....................................................................... 38

Aconselhamento E Cura Da Alma .................................................................... 40

Cura Da Alma E Libertação .............................................................................. 41

Inventário - O Modelo Das Quatro Portas ......................................................... 43

A Porta Das Feridas Da Infância .................................................................... 44

A Porta Da Herança ........................................................................................ 46

A Porta Do Pecado Pessoal ............................................................................ 46

A Porta Do Ocultismo .................................................................................... 47

Ministrando A Cura Da Alma ........................................................................... 48

Três Requisitos Para Receber A Cura Da Alma ............................................ 48

O Que O Ministrante Não Deve Fazer ........................................................... 48

Quem Vai Ministrar........................................................................................ 49

O Processo Da Cura Alma.............................................................................. 50

Passos Práticos ................................................................................................... 50

Lição Sete: Libertação ....................................................................................... 52 Trabalhe Em Equipe .......................................................................................... 53

Treine A Equipe De Libertação ......................................................................... 54

Três Passos Para Cima ................................................................................... 54

Vista A Armadura De Deus ........................................................................... 54

Busque E Receba A Unção Do Espírito ......................................................... 55

Use A Palavra De Ordem ............................................................................... 55

Seja Flexível No Método ................................................................................ 56

Tome Cuidado Com O Orgulho ..................................................................... 56

Saiba Como Usar A Oração E O Jejum ......................................................... 56

Prepare Os Que Precisam De Libertação .......................................................... 56

Dirigindo A Reunião De Libertação ................................................................. 58

O Local Da Ministração ................................................................................. 58

Como Dirigir A Sessão................................................................................... 58

Use O Nome De Jesus Cristo ......................................................................... 58

Fale Com Autoridade ..................................................................................... 58

Repreenda Os Espíritos E Ordene Que Saiam ............................................... 59

Mantenha As Sessões Curtas .......................................................................... 59

Não Imponha As Mãos Sobre O Endemoninhado ......................................... 59

Acompanhamento Após A Libertação .............................................................. 59

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O Que Não É A Libertação ............................................................................... 60

Alguns Lembretes Finais ................................................................................... 61

Lição Oito: Quebra De Maldições..................................................................... 63 Três Perguntas Básicas ...................................................................................... 63

Definição De Maldição...................................................................................... 64

Uma Escolha Pessoal ......................................................................................... 65

Como Operam As Bênçãos E Maldições .......................................................... 65

Forças Que Determinam A História ............................................................... 65

Duas Características Comuns ......................................................................... 66

Veículos Das Bênçãos E Maldições ............................................................... 66

Indicadores De Uma Maldição .......................................................................... 66

Causas Das Maldições ....................................................................................... 68

Quebrando As Maldições .................................................................................. 72

Lição Nove: Ministrando Ao Pobre (1) ............................................................ 75 O Pobre No Antigo Testamento ........................................................................ 75

O Cuidado De Deus Para Com O Pobre ........................................................ 76

O Dever De Cuidar Do Pobre ........................................................................ 78

A Era Vindoura Do Messias E O Pobre ......................................................... 78

Igualdade E Superioridade Do Pobre ............................................................. 78

Como Ficar Pobre ........................................................................................... 78

O Pobre No Novo Testamento .......................................................................... 79

Referências De Jesus Aos Pobres ................................................................... 79

A Igreja E Os Pobres ...................................................................................... 80

O Ensino E A Prática Dos Apóstolos Para Com Os Pobres .......................... 81

A Mendicância ................................................................................................... 81

Lição Dez: Ministrando Ao Pobre (2) ............................................................... 82 Uma Tríplice Visão Como Fundamento ........................................................... 82

A Visão Bíblica De Deus ............................................................................... 83

A Visão Bíblica Do “Homem Não Redimido” .............................................. 83

A Visão Bíblica Do Redimido ....................................................................... 84

O Princípio Básico: Orar E Agir ....................................................................... 85

Como Ajudar Aos Necessitados De Maneira Bíblica ....................................... 86

Trabalhar Em União ....................................................................................... 86

Aproveitar Os Próprios Recursos Deles ......................................................... 87

Buscar O Perdão Em Vez Da Vingança ......................................................... 87

Tratar As Necessidades De Sua Comunidade Por Meio Da Igreja Local ...... 88

Ministrando Aos Necessitados A Partir Da Igreja Local .................................. 89

O Ministério E A Igreja Local ........................................................................ 89

Lançando Os Fundamentos Certos ................................................................. 91

Características De Uma Pessoa Que ................................................................. 92

Estabelecerá Um Efetivo Ministério ................................................................. 92

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Convertendo Seu Sonho Em Realidade ............................................................. 93

Articule Sua Visão .......................................................................................... 93

Priorizando Os Passos .................................................................................... 94

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O REINO DE DEUS II

VISÃO GERAL

DESCRIÇÃO DO CURSO

Este é o segundo curso que cobre o tema „o Reino de Deus‟. O curso completo

sobre o Reino de Deus se divide em duas partes ou manuais. Na primeira parte, nós

estudamos a teologia do reino de Deus e abrimos o caminho para uma compreensão

equilibrada do ministério cristão, especialmente no que diz respeito aos aspectos

mais „espetaculares‟ do atual ministério do Espírito Santo na e pela Igreja.

Nós cremos que Deus quer usar a Igreja para pregar o evangelho e alimentar os

pobres, curar os enfermos e libertar os cativos de todos os tipos de prisões, porém,

de maneira bíblica, ou seja, equilibrada e dentro dos parâmetros do Reino de Deus.

Isso significa, portanto, que não vemos o evangelismo, o discipulado, o ministério

aos pobres, as curas, as libertações, os milagres e outros ministérios de poder como

um fim em si mesmo. Tudo isso deve ser estudado, crido e praticado dentro do

contexto inseparável do avanço do Reino de Deu, pois o uso de qualquer um destes

ministérios como um fim em si mesmo significa uma distorção do propósito original

de Deus para cada um deles.

No primeiro manual nós estudamos alguns temas dentro do contexto do Reino de

Deus como o Evangelismo, o Discipulado e os Dons e Ministérios. Neste segundo

manual, nós trataremos de outros aspectos ministeriais do Reino de Deus. Nós

começamos esta parte estudando o modelo de ministério deixado por Jesus em

cinco áreas específicas:

(1) Pregação e Ensino

(2) Fazer Discípulos

(3) A Cura do Corpo

(4) Expulsão de Demônios

(5) Aconselhamento

Depois, nós estudaremos:

(6) A Cura da Alma

(7) A Libertação de cadeias satânicas

(8) Quebra de Maldições

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(9, 10) Ministério aos Pobres

Por anos os evangélicos têm tomado a Jesus como modelo de vida, mas não como

de ministério. Mas isto já passou! Ele é o supremo modelo de ministério, modelo

esse que foi seguido pelos apóstolos, especialmente por Paulo.

Como discípulos de Jesus Cristo, nós devemos apreender completamente o estilo

de vida e ministério do nosso Mestre. Tem sido comum no meio cristão, que os

seguidores de Jesus se inclinem para um ou outro aspecto da Sua vida. Alguns

enfatizam mais o caráter de Cristo e outros enfatizam mais o ministério de Jesus.

Nós precisamos enfatizar os dois com igual cuidado e precisão. Quem, pois, é o seu

modelo de ministério? Você está se espelhando em quem? Quem é a medida, a

intensidade, a profundidade do seu ministério? Deveria ser Jesus!

Devido ao propósito limitado deste programa de treinamento, nós queremos

apenas enfatizar os cinco principais ministérios modelados por Jesus, pois este uma

ligação bem maior com o avanço do Reino de Deus e os propósitos deste programa.

Com isso não queremos diminuir os demais ministérios, mas apenas destacar

aqueles mais visíveis no ministério de Jesus e que podem ser aplicados num

contexto maior de ministério na Igreja de hoje no contexto do avanço do Reino.

OBJETIVOS DO CURSO

Ao concluir este curso você será capaz de:

Explicar o que é o Reino de Deus.

Compreender a relação entre o Reino “já” e “ainda não”.

Compreender a relação do Espírito Santo com o Reino.

Compreender como o reino de Deus se manifesta presentemente.

Resumir como alguém entra no Reino de Deus.

Exercer o ministério de Jesus, o ministério do Reino.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bíblia de Estudo NVI: Editora Vida.

Bíblia de Estudo de Genebra: Editora Cultura Cristã.

Anotações pessoais feitas durante palestras ministradas por Daniel Bravo

(Argentina), Ralph Mahoney (World MAP) e Derek Prince (DPM).

REQUERIMENTOS DO CURSO

Este manual pode ser estudado em dois níveis: enriquecimento e diploma.

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Enriquecimento: você pode usar este manual para seu enriquecimento

pessoal, não sendo necessário, portanto, que você faça a matrícula ou

envie-nos os trabalhos escritos.

Diploma: para receber os créditos referentes ao curso e o diploma no final

do programa, você deve efetuar a matrícula e completar o exame final.

QUESTÕES PARA REVISÃO E EXAME FINAL

Questões Para Revisão: Ao concluir o conteúdo da lição, complete as questões

para revisão. Você pode usar suas notas pessoais, sua Bíblia ou o conteúdo do

estudo principal para as respostas. O propósito delas é ajudá-lo a focalizar os

principais pontos do estudo e prepará-lo para o exame final.

Exame Final: No final de cada manual existe um exame final que foi elaborado

para testar os seus conhecimentos e, conseqüentemente, esse exame serve para a sua

aprovação no curso/manual. Para ser aprovado no curso/manual, você deverá

conseguir pelo menos 70% de respostas corretas.

FORMATO DO MANUAL

Visão Geral: Traz todas as informações referentes ao manual: descrição da

matéria, objetivos, referências bibliográficas, requerimentos, questões para revisão,

exame final e qualquer outra informação necessária.

Lições: Cada lição contém:

Número e Título da Lição.

Objetivos.

Versículo-Chave.

O Conteúdo da Lição.

Questões Para Revisão.

Exame Final: No final deste manual você encontrará um exame final que contará

pontos para a aprovação no curso/manual.

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Lição Um

O MODELO DE MINISTÉRIO DE JESUS (1)

PREGAÇÃO E ENSINO

Versículo-Chave

“Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras

que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu

estou indo para o Pai” (João 14.12).

INTRODUÇÃO

Antes de estudarmos especificamente o modelo do ministério de pregação e

ensino de Jesus, nós queremos iniciar esta lição mostrando que o ministério de

Cristo era marcado por dois elementos vitais. Depois, nós estudaremos como Jesus

pregou e ensinou e, conjuntamente, como nós podemos seguir hoje Seu modelo de

ministério nessa área específica.

DOIS ELEMENTOS VITAIS NO MINISTÉRIO DE JESUS

Há dois elementos vitais encontrados no ministério terreno de nosso Senhor Jesus

Cristo: (1) Ele estava constantemente vendo o que Pai fazia e só fazia aquilo que Ele

via o Pai fazer e (2) Ele sempre ministrava na unção do Espírito Santo.

Quando nós lemos textos como João 5.17 e 19, nós encontramos o segredo básico

de todo o ministério de Jesus: Ele só fazia o que Ele via o Pai fazendo.

“Disse-lhes Jesus: Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu

também estou trabalhando... Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho

não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer,

porque o que o Pai faz o Filho também faz”.

Jesus não inventava em Seu ministério; Ele tinha um modelo a seguir: o modelo

do Pai. Em nossos ministérios nós não podemos seguir qualquer modelo. Jesus deve

ser o nosso modelo, pois Ele seguia o modelo perfeito do Pai.

Jesus era dependente do Pai: “eu só faço o que eu vejo o Pai fazer”. Quando

ministramos, nós devemos estar totalmente na dependência do Pai. Se nós

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estivermos em comunhão com o Pai, nós veremos onde e como Ele está agindo entre

o Seu Pai e cooperaremos com Ele.

O fato de Jesus “ver” o Pai fazendo, nós leva a considerar seriamente o nosso

crescimento espiritual. Nós só poderemos “ver” o que o Pai está fazendo se

desenvolvermos uma íntima comunhão com Ele, de maneira que percebamos o

desejo do Seu coração em cada circunstância, e discernimento espiritual, para

interpretarmos corretamente cada situação. Isto só pode ser conseguido através de

seriedade no exercício das disciplinas espirituais.

Pare e pense: Como você pode melhorar a sua comunhão com Deus? Você precisa

de mais tempo em oração e estudo da Palavra?

O conceito de “ver o que o Pai está fazendo” nos mostra que Deus é o iniciador

de cada situação de ministério. Cada situação poderá ser uma oportunidade de

ministração a alguém, se aprendermos a ver o que o Pai está fazendo em cada

situação. Por exemplo, se durante a adoração vemos uma pessoa que não é da igreja

ou mesmo convertida chorando em seu lugar, ali pode estar acontecendo uma obra

do Pai. O que devemos fazer após discernir isto é nos juntarmos ao que o Pai está

fazendo e ministrarmos àquela pessoa.

Além de só fazer o que Ele via o Pai fazendo, Jesus também ministrava no poder

ou unção do Espírito Santo. De fato, as Escrituras nos mostram que toda a vida

terrena de Jesus estava em íntima sintonia com o ministério do Espírito. Nós

sabemos, por exemplo, que Jesus Cristo foi gerado do Espírito Santo. Mas não

somente isso, pois Ele também viveu na dependência do poder do Espírito. A

Bíblia nos ensina que o homem Jesus Cristo:

Foi cheio do Espírito Santo após o Seu batismo nas águas (Lucas 4.1);

Foi dirigido pelo Espírito Santo (Lucas 4.1);

Tinha o poder do Espírito sobre Si (Lucas 4.14, 18-19).

O propósito do enchimento do Espírito é muito claro na vida de Jesus e nos

ensinamentos apostólicos. Jesus disse que o Espírito estava sobre Ele para (cumprir

o propósito de)...

Pregar as boas notícias aos pobres

Anunciar libertação aos cativos

Dar vista aos cegos

Libertar os oprimidos

Jesus pregava no poder do Espírito; ensinava no poder do Espírito; curava no

poder do Espírito; expulsava demônios no poder do Espírito Santo; aconselhava no

poder do Espírito, etc. Toda a Sua vida estava mergulhada na dimensão do Espírito

Santo.

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O MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO E ENSINO DE JESUS

Jesus é o nosso melhor modelo na pregação e no ensino. Há duas razões para esta

declaração. Primeiro, porque Ele era um mestre vindo da parte de Deus (João

3.2; 7.29). Assim, nós podemos estar seguros de que Ele ensinava a vontade de Deus

e não a Sua, embora Ele também fosse Deus. Isto nos traz um grande ensinamento e

uma forte advertência que é: nós devemos pregar somente a vontade do Pai e não a

nossa! Em segundo lugar, Ele fazia o que Ele ensinava (Atos 1.1). Jesus não era

um pregador de teorias. Ele era um forte praticante da Palavra. Como pregadores e

mestres, nós devemos viver o que nós pregamos. É uma tremenda hipocrisia

falarmos de coisas que não estamos vivendo ou, pelo menos, tentando

diligentemente viver.

Ao estudarmos a pregação e o ensino de Jesus, não devemos esperar aprender

somente os princípios da homilética cristã (a arte de preparar e pregar sermões), mas

precisamos indiscutivelmente penetrar no Espírito com que Jesus pregava. Todo

líder deveria comprometer-se em aprender mais do que técnicas de pregação e

ensino por mais úteis que estas possam ser. Nós precisamos de muito mais do que

isso para exercermos um ministério na unção do Espírito Santo.

Quando estudamos o estilo de pregação e ensino de Jesus, duas coisas se

sobressaem:

A Sua naturalidade ao ministrar a Palavra de Deus e, ao mesmo,

A Sua sobrenaturalidade.

Jesus Cristo era muito natural enquanto pregava. Ele não mudava a sua voz de

maneira manipuladora ou criando um timbre muito diferente do Seu, simplesmente

para parecer mais santo ou mais „ungido‟. Ele também não vestia roupas especiais e

não usava nenhuma técnica de manipulação. Infelizmente, muitos seminários e

institutos bíblicos têm feito justamente o contrário e têm gerado uma enorme

quantidade de pregadores artificiais.

Mas, além de ser natural, Jesus também era sobrenatural. Havia poder e

autoridade em suas palavras. Milagres acompanhavam o Seu ministério da Palavra.

Ele ouvia a voz do Pai e falava as Suas palavras. Ele via o Pai fazendo algo e seguia

na direção apontada pelo Pai.

Este aspecto „sobrenatural‟ do ministério de Jesus não foi exclusivo Dele, mas é

um padrão para todos os Seus ministros da Palavra. Isso significa que nós,

exatamente nos dias de hoje, também precisamos ser „sobrenaturais‟ em nossa

pregação e ensino.

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O CONTEÚDO DE SUA MENSAGEM

Se quisermos pregar e ensinar como Jesus, precisamos aprender acerca do

conteúdo da Sua mensagem. Nós aprendemos nas Escrituras que:

ELE ENSINAVA POR REVELAÇÃO:

“Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga, e muitos

dos que o ouviam ficavam admirados. „De onde lhe vêm estas coisas?‟,

perguntavam eles. „Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E estes

milagres que ele faz?‟” (Marcos 6.2).

Ele não pregava sabedoria humana e sim a sabedoria divina. Nós encontramos a

revelação de Deus em Sua santa Palavra, a Bíblia. Não há nenhuma outra revelação

escrita ou de autoridade maior que a Bíblia. É autoridade final em todas as matérias

de fé e prática cristã.

O SEU ENSINO PROCEDIA DO PAI:

“Jesus respondeu: O meu ensino não é de mim mesmo. Vem daquele

que me enviou” (João 7.16).

Jesus ensinava o que tinha aprendido em Sua comunhão com o Pai. E o que dizer

de nós? Temos aprendido a partir de nossa comunhão com o Pai? Ou somente

porque ouvimos outros pregadores e queremos imitá-los?

Nós negamos a utilidade de ler livros e estudos de mestres da Palavra com o

intuito de aprendermos mais da Bíblia, porém, isso não substitui e nem deve se

tornar mais importante do que estar aos pés do Pai ouvindo Dele por meio da oração

e da reflexão diária da Palavra de Deus.

JESUS PREGOU O REINO DE DEUS:

Nós já mencionamos isso em “O Reino de Deus I”, porém, queremos voltara

enfatizar esta importante verdade (ver Mateus 4.23; Lucas 4.43; Atos 1.3). Ao

afirmarmos que Jesus pregou o reino de Deus, nós queremos dizer que Ele

proclamou diversos ensinamentos que devem ser cridos e praticados por todos os

Seus discípulos. Ver, por exemplo, o Sermão do Monte - Mateus 5, 6 e 7. Ver

também as parábolas, como por exemplo, em Mateus 13.

Tudo o que Jesus ensinou era a demonstração aberta dos princípios, valores e

diretrizes vigentes no reino de Deus nesta era da igreja. Porém, a pregação do Reino

não se encontra somente nos evangelhos. As epístolas contêm as mesmas verdades

que Jesus ensinou sobre o reino de Deus, porém, de maneira mais abrangente e mais

clara, pois Jesus não podia ensinar tudo claramente, porque Ele não havia

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completado a Sua obra. Além disso, o Espírito ainda não tinha descido para dentro

dos discípulos. E, também, porque a Sua missão principal não era ensinar todos os

detalhes de todos os ensinamentos do Reino, mas sim revelar o Pai e morrer pela

humanidade. Por meio do Seu Espírito, através dos profetas e apóstolos, Ele se

encarregou depois de ampliar o conhecimento das verdades do Reino e da Igreja.

ELE PREGOU ARREPENDIMENTO:

“Daí em diante Jesus começou a pregar: „Arrependam-se, pois o Reino

dos céus está próximo‟” (Mateus 4.17).

Embora a mensagem de arrependimento faça parte da mensagem reino de Deus,

nós estamos enfatizando-a separadamente porque este é um assunto fora de moda

nos dias atuais. Contudo, Deus continua chamando os homens ao arrependimento e

o arrependimento ainda continua sendo a porta de entrada no reino de Deus.

ELE USAVA A PALAVRA DE DEUS:

Quando Jesus entrou na sinagoga de Nazaré, Ele levantou-se para ler e lhe deram

o livro do profeta Isaías (Lucas 4.16-19). Ele leu um texto e aplicou-o a Si mesmo.

Ora, Ele poderia muito bem ter apenas declarado o propósito de Sua vinda ao nosso

mundo sem abrir as Escrituras. Mas, Ele quis mostrar que Seu ensino estava

claramente fundamento na Palavra de Deus. Que tremendo testemunho para nós!

Nós podemos dizer que Jesus era um “homem do livro”. Ele não somente

conhecia as Escrituras, mas também sabia como usá-la. Em seus ensinamentos, ele

freqüentemente citava partes das Escrituras. Um dos melhores exemplos disso é

Mateus 5 – “ouviste o que foi dito aos antigos...”; João 6.45 – “está escrito nos

profetas...”.

Desejamos que o exemplo de Jesus nos ensine a usar mais a Palavra de Deus e

menos as nossas próprias idéias.

SUA APRESENTAÇÃO DA MENSAGEM

Quando Jesus ensinava, Ele o fazia com autoridade e demonstração de Poder

(Marcos 1.27; Mateus 7.29; Lucas 4.32; Marcos 6.2). Ele sabia que as pessoas não

seriam transformadas com mera informação. As pessoas são convertidas,

transformadas, curadas, tocadas, através da Palavra ministrada no poder e autoridade

do Espírito de Deus.

Ele ensinava com sabedoria (Marcos 6.2). Sabedoria é uma jóia rara para muitos

pregadores da atualidade. Nós devemos ler um pouco mais os provérbios de

Salomão e aprender um pouco mais da sabedoria de Deus.

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Ele usava o “anzol”. Jesus era um grande pescador de almas. Ele usava seus

ensinamentos para pescar muitas vidas para o Pai. Como um sábio pescador, Ele

sabia usar muito bem o Seu anzol. De fato, Ele usava um anzol diferente para cada

tipo de “peixe” com quem se encontrava.

Com Nicodemos, por exemplo, em João 3.1-15, Ele fala de nascimento, vento,

água, serpente de bronze. Com a Samaritana (João 4), Ele fala de água que mata a

sede para sempre. Veja também os “Eu sou” de Cristo em João (luz, caminho,

pastor, videira, etc.). Jesus sempre usava alguma coisa comum do dia a dia para daí

conduzir a pessoa ao conhecimento da verdade, para agarrar a atenção da pessoa e

levá-la à questão principal.

Seu método predileto era usar as parábolas. Parábolas são estórias sobre coisas

naturais que ilustram verdades espirituais. É comparar coisas naturais com coisas

espirituais. Por exemplo, a Parábola do Semeador, a do Bom Samaritano, das Bodas

e etc.

A FONTE DO SEU PODER NA PREGAÇÃO

Em Lucas 4.18-19 nós descobrimos qual era o segredo de Suas pregações cheias

de poder e autoridade. Jesus ensinava sob a unção do Espírito Santo de Deus. Se

quisermos obter os mesmos resultados de Jesus nós teremos que usar a mesma fonte

de poder – o Espírito Santo.

É claro, jamais podemos nos esquecer que o Espírito Santo é uma pessoa e não

„coisa‟ que possa ser controlada a nosso bel-prazer. Isso implica em que nós

precisamos desenvolver um relacionamento de dependência e submissão ao Espírito

para que possamos ministrar em Seu poder.

ONDE ELE ENSINAVA

Jesus não tinha um lugar especial para ensinar. Ele ensinava nas sinagogas (onde

havia pessoas piedosas - Mateus 4.23; 9.35). Ele também ensinou nas cidades dos

discípulos (criando pontos de contato com seus familiares e amigos - Mateus 11.1),

nas aldeias circunvizinhas da Sua cidade (com uma mentalidade voltada para a

expansão missionária – Marcos 6.6) e no templo (onde havia pessoas religiosas -

Marcos 12.35; 14.49; Marcos 6.6).

SEUS OBJETIVOS

Jesus tinha objetivos em Sua pregação e ensino. Por exemplo, Ele objetivou

pregar o evangelho aos pobres (Lucas 4.18). Ele pregava para libertar os cativos

(João 8.31-32), salvar as pessoas (João 3.17) e fundamentar os Seus discípulos

(Mateus 7.24-27). Nós devemos ter estes mesmos objetivos em nosso ministério.

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PRINCÍPIOS GERAIS

A seguir, nós apresentamos diversos princípios que Jesus empregava em Seu

ministério de pregação e ensino:

Jesus ensinava por níveis: (Marcos 4.33; João 16.12). Ele sabia que nem

todos conseguiriam entender Sua mensagem, então Ele não pregava certas

coisas para estas pessoas. Ele ensinou aos discípulos na medida em que eles

tinham capacidade de aprender novas coisas.

Jesus usava recursos visuais (Marcos 9.37 - tomou uma criança; Mateus

12.46-50 - apontou para os discípulos). Na verdade, Ele fez do ambiente ao

seu redor um grande "quadro-negro". Usar recursos visuais na pregação é

uma grande ferramenta de ensino; ajuda poderosamente a fixar a verdade nas

mentes das pessoas.

Jesus ensinou pelo exemplo. Ele orou para ensinar Seus discípulos a orar

(Lucas 11.1-4). Ele curou enfermos para demonstrar como fazê-lo; depois,

enviou Seus discípulos para fazerem o mesmo. Nós já vimos que Jesus

primeiro fazia e depois é que Ele ensinava (Atos 1.1).

Jesus usou diferentes abordagens para ensinar:

o Ele usou perguntas e respostas - Mateus 21.28, 40;

o Ele usou parábolas - Mateus 13;

o Ele usou histórias reais - Lucas 16.19-31.

Jesus ensinava com amor e compaixão, sem condenação, e atendendo as

necessidades das pessoas.

Através do ministério de pregação de Jesus, nós entendemos que o sucesso da

pregação é uma obra de Deus em cooperação com o pregador e seus ouvintes.

Jesus fez a Sua parte pregando a vontade de Deus na unção do Espírito Santo.

Porém, nem todos ouviram a pregação de Jesus. Contudo, nenhuma de Suas palavras

jamais voltou vazia (Isaías 55.11 com Mateus 13.18-23).

Nós encerramos aqui os princípios que aprendemos com Jesus sobre como

exercer um ministério de pregação e ensino seguindo o Seu modelo. Para maiores

informações e treinamento sobre a arte de pregar e ensinar veja o Curso “O

Ministério da Palavra: Homilética”.

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Lição 1 - Questões Para Revisão 1. Quais os dois elementos vitais do ministério de Jesus?

2. Por que Jesus é o nosso Jesus é o nosso melhor modelo na pregação e no ensino?

3. Como você descreveria a apresentação das mensagens de Jesus?

4. Qual era a fonte do poder de Jesus na pregação?

5. Onde Jesus costumava ensinar?

6. Quais eram os objetivos de Jesus ao ensinar?

7. Quais seriam os princípios gerais que você poderia citar de memória sobre o

ministério de pregação e ensino de Jesus?

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Lição Dois

O MODELO DE MINISTÉRIO DE JESUS (2)

DISCIPULADO

Versículo-Chave

“Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu

senhor” (Mateus 10.25a).

INTRODUÇÃO

Outra parte importante do ministério de Jesus foi o discipulado. Com Ele nós

aprenderemos bastante sobre como fazer discípulos.

A palavra grega mathetes, traduzida como discípulo, aparece cerca de 270 vezes

no N.T. Ela deve ter, então, alguma importância para Deus, não?

Mas, o que é um discípulo? Numa breve declaração, podemos dizer que um

discípulo é alguém que...

Ouve os ensinamentos de um mestre

Aceita os ensinamentos dele

Pratica tais ensinamentos

Transmite esses ensinamentos aos outros

Fazendo isto, o discípulo se torna igual ao seu mestre (Mateus 10.25). De fato, o

propósito de Deus é que sejamos semelhantes a Jesus (Romanos 8.29; 2 Coríntios

3.18) e esse propósito só é possível se nós fizermos discípulos como Jesus. Assim,

nós teremos discípulos plenamente capazes de – naturalmente, constantemente e

facilmente – viver, demonstrar e proclamar a realidade do Reino de Deus.

TRÊS PONTOS BÁSICOS SOBRE O DISCIPULADO

Em primeiro lugar, o discipulado de Jesus tem um preço e esse preço é

simplesmente tudo! (Lucas 9.23; 14.26, 27,33). Se você quer ser um discípulo de

Jesus, você deve entregar tudo a Ele.

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Em segundo lugar, você precisa entender que o alvo do discipulado é tornar-se

igual ao Mestre (Mateus 10.25). Se este não é o seu objetivo, talvez seja melhor

pensar de novo em tornar-se um discípulo!

Por fim, a recompensa do discipulado nem sempre é da maneira como esperamos

(Mateus 19.27-29). Deus tem propósitos específicos para cada um e estes propósitos

são determinados pela Sua sabedoria e não pelo que desejamos.

COMO JESUS FEZ DISCÍPULOS

Jesus tornou-se íntimo dos Seus discípulos, um verdadeiro amigo (João 15.13-

14). Ele compartilhou com eles Sua vida, Seu plano e mensagem, Sua comida, Seu

sono, Suas orações, Sua pregação, ensino, experiências de libertação e cura e etc.

Ele investiu Seu tempo e recursos naqueles que tinham verdadeiro interesse.

Ele proclamava: “Se alguém quiser vir...” (Lucas 9.23). Ele apelou à

espontaneidade, voluntariedade das pessoas. Ele jamais pressionou ninguém a segui-

lo. Porém, era claro quanto às exigências de Sua mensagem: “Quem não é por mim

é contra mim” - tudo ou nada. “Quem tem sede, venha e beba” - pra desfrutar é

preciso seguir.

Jesus dava tarefas práticas aos discípulos (Marcos 6.12-13; 14.16). Não existe

discipulado sem colocar em prática o aprendizado. Muitos chamam de discipulado

um curso de algumas semanas que apenas traz informações à mente, mas que não

produz nenhuma transformação real na vida das pessoas. Para que haja essa

transformação, é preciso levar os discípulos a praticar o que foi ensinado.

O QUE JESUS ENSINOU AOS SEUS DISCÍPULOS

Jesus ensinou sobre muitas coisas. Jesus ensinou sobre Si mesmo como sendo o

único e suficiente meio de Salvação e a provisão completa daquele que Nele crê

(João 14.6; 10.10; 6.57). Jesus ensinou os princípios de vida e conduta daqueles

que fazem parte do Seu reino (Mateus 5, 6, 7). Jesus ensinou sobre a comunhão

com Deus através da oração e da obediência à Palavra de Deus (Lucas 11.1-4;

Mateus 7.24-27). Jesus ensinou como realizar a obra de Deus (Mateus 9.35-39;

João 4.34-35; Mateus 28.18-20; Marcos 16.15-18; Lucas 24.47-49; Atos 1.8).

Se quisermos fazer discípulos como Jesus fez, nós devemos usar os mesmos

princípios e ensinar as mesmas coisas que Ele ensinou.

É interessante notar que Jesus mandou-nos fazer discípulos ensinando-os a

“guardar” ou praticar tudo o que Ele ordenou. Uma parte importante do discipulado

é ensinar os discípulos a obedecer aos ensinamentos de Jesus. Nosso Mestre deu

cerca de 40 mandamentos diretos aos Seus discípulos, mas que podem ser resumidos

em sete categorias gerais. Ele ordenou...

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O Arrependimento e a fé para receber o Espírito Santo e entrar no Reino

de Deus;

O batismo nas águas

Orar

O partir do pão (Ceia)

Dar

Amar

Fazer discípulos

Se você ensinar aos seus discípulos estas coisas, você os ensinará a viver uma

vida cristã vitoriosa.

Também é interessante observar o método de ensino de Jesus enquanto

discipulava os Seus discípulos:

Ele os confrontava e repreendia - Lucas 9.54-55; Mateus 16.13-15; João

6.66-67;

Ele fazia perguntas para ver se e quanto os discípulos tinham

compreendido a mensagem (Mateus 13.51; 15.15-16; 16.5-11).

Ele ensinava por comparação (Mateus 5, 6, 7). Ele usou constantemente o

princípio de paralelos naturais para explicar verdades espirituais e morais:

o Natureza: sol, luz, chuva, lírios, rocha, rios, ventos, pedra...

o Animais: cães, porcos, peixe, ovelhas, lobos, traças, aves...

o Árvores/plantas/frutos: uvas, figos, espinheiros, abrolhos, trigo,

joio...

o Profissões/Ocupações: pescadores, senhores e servos, colheita,

salário...

o Alimentos/Comidas/Condimentos: pão, peixes, vinho, sal,

cominho...

o Corpo humano: mão, olho, coração...

o Outras coisas: candeia, trombeta, lâmpada, trave, cidades, a história

e cultura religiosa do povo, prisão, ladrões, porta, caminho, etc.

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Lição 2 - Questões Para Revisão

1. O que é um discípulo?

2. Quais são os três pontos básicos sobre o discipulado?

3. Como Jesus fez discípulos?

4. O que Jesus ensinou aos Seus discípulos?

5. Quais eram as características do Seu método de discipulado?

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Lição Três

O MODELO DE MINISTÉRIO DE JESUS (3)

A CURA DO CORPO

Versículo-Chave

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para

pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade

aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos”

(Lucas 4.18).

INTRODUÇÃO

Antes de qualquer coisa, nós precisamos afirmar que a questão da cura do corpo

não é uma questão de teorias e técnicas humanas. Também não é um assunto para

ser dissecado pelo crítico e incrédulo bisturi teológico. Jesus curou e ordenou que

fizéssemos as mesmas obras que Ele fez, então não é preciso mais discutir sobre a

validade e necessidade de se ministrar cura nos dias de hoje.

A experiência neste campo pode ser muito útil; contudo, o exemplo de Jesus está

acima de nossa experiência pessoal, pois o nosso objetivo nessas lições é aprender a

ministrar como Ele ministrou.

A MISSÃO DE JESUS INCLUE A CURA DO CORPO

Nós precisamos entender que a missão de Jesus era curar assim como também

era salvar. Ele deixou muito claro em Lucas 4.18-19 que havia sido enviado e que o

Espírito estava sobre Ele com o propósito de curar os quebrantados de coração. Mas

não somente os quebrantados de coração, porque pelo Seu próprio exemplo, Ele

mostrou que veio também curar os enfermos física e espiritualmente.

É importante lembrarmos que Suas curas eram “sinais”:

“E grande multidão continuava a segui-lo, porque vira os sinais

miraculosos que ele tinha realizado nos doentes” (João 6.2).

Os milagres de Jesus eram sinais do Seu messianismo; eles apontavam para Ele

como sendo o Rei Messias enviado por Iavé para salvar o Seu povo de todos os Seus

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pecados. As curas provavam claramente que Ele era o enviado do Deus (Mateus

11.2-6). Sim, Jesus curava intencionalmente para mostrar às pessoas que Ele era

realmente o Filho de Deus, enviado para revelar o amor do Pai aos seres humanos.

Embora a salvação do homem seja uma missão gloriosa e Jesus realmente veio

para salvar o homem, nós não podemos diminuir a importância do Seu

ministério de cura enquanto Ele esteve na Terra, e nem em nossos dias, através do

Espírito e com a instrumentalidade de Sua igreja. Porque, de fato, as curas faziam

parte de Seu itinerário (Mateus 4.23-24; 9.35). Por onde Ele passava, as curas

acompanhavam o Seu ministério, seja em menor ou maior escala.

Muito se tem discutido sobre a base na qual podemos nos apoiar para buscarmos

cura em Jesus nos dias atuais. A nossa base é a mesma na qual Jesus se apoiou e

levou as pessoas a se fundamentarem: a Sua expiação é a base da nossa cura

(Mateus 8.17). Jesus levou sobre Si nossas enfermidades lá na cruz, da mesma

maneira que Ele levou nossas iniqüidades:

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou

as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus,

por Deus atingido e afligido” (Isaías 53.4).

Quando buscamos ou ministramos cura, não pensemos que temos qualquer mérito

pessoal na questão ou que mereçamos ser curados ou que somente a nossa fé operará

a cura. Nós nos fundamentamos no que Cristo fez por nós na Sua expiação, na Sua

morte vicária e toda eficaz.

As curas realizadas por Jesus também eram cumprimentos proféticos:

“Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos endemoninhados, e ele

expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes. E

assim se cumpriu o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si

as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças” (Mateus

8.16-17).

Através das curas Jesus mostrava às pessoas que a Palavra de Deus era fiel e

estava se cumprindo ali diante dos olhos de todos.

A motivação de Jesus para curar era a compaixão:

“Quando Jesus saiu do barco e viu tão grande multidão, teve

compaixão deles e curou os seus doentes” (Mateus 14.14).

Ele não estava meramente cumprindo as profecias bíblicas ou mostrando para as

pessoas que Ele era o Messias enviado. Ele realmente amava as pessoas e

demonstrou isto praticamente levando sobre Si as enfermidades delas.

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COMO JESUS MINISTRAVA A CURA

A primeira coisa que aprendemos sobre a maneira como Jesus ministrava a crua

às pessoas é que Ele socorria aos que tinham necessidade de cura:

“Mas as multidões ficaram sabendo, e o seguiram. Ele as acolheu, e

falava-lhes acerca do Reino de Deus, e curava os que precisavam de

cura” (Lucas 9.11).

Ele não curava apenas os que iam sendo salvos, mas todos aqueles que tinham

necessidade, até mesmo aqueles que não aceitaram o Seu perdão. A idéia de que

temos que esperar que todos os que são curados também sejam salvos é errada. Nós

devemos orar pela cura por compaixão, não para conseguirmos seguidores. Jesus

curava mesmo quando as pessoas não O Seguiam. Nós devemos fazer o mesmo.

Ele trazia cura integral ao enfermo:

“Notícias sobre ele se espalharam por toda a Síria, e o povo lhe trouxe

todos os que estavam padecendo vários males e tormentos:

endemoninhados, epiléticos e paralíticos; e ele os curou” (Mateus

4.24).

Quando falamos de cura, assim como Jesus fazia, nós não podemos limitá-la a

cura do corpo. Quando a Bíblia fala das curas de Jesus, ela nos mostra que as curas

eram “holísticas”, ou seja, elas alcançavam o ser integral:

O espírito do homem era curado através do perdão dos pecados (Lucas

5.20,24).

A alma também era curada de suas aflições (Mt 4.24 - atormentados de

espíritos; Isaías 61.1 - quebrantados de coração).

E, por fim, o corpo também usufruía a cura integral (Mateus 4.24).

Jesus dependia da unção do Espírito Santo. A unção para curar estava sobre

Ele em ocasiões específicas (Lucas 5.16-17). Será que Jesus curava na hora em que

Ele bem queria? O texto de Lucas 5 parece indicar que não. Seja como for, o fato é

que Ele liberava o poder do Espírito através do Seu corpo:

“E todos procuravam tocar nele, porque dele saía poder que curava

todos” (Lucas 6.19).

Jesus fez o que a religião não podia fazer. A história de Mateus 21.14-16 nos

mostra que os cegos e os mancos se aproximaram Dele no templo. Eles não se

aproximaram dos sacerdotes e escribas, pois os doentes sabiam que eles não tinham

poder algum para curar. Além disso, os sacerdotes não podiam fazer nada pelos

enfermos dentro do templo, pois segundo as regras, os doentes tornariam o lugar

impuro. Mas Jesus os curou ali mesmo no templo. Os sacerdotes não faziam e

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podiam fazer isso. Os religiosos judeus tinham o templo, a beleza dos rituais, mas

não tinham poder para curar ninguém!

Jesus usou diversos métodos para curar as pessoas. Nenhum deles era

“melhor” ou mais eficaz do que os outros. A questão era qual método era o mais

apropriado em cada situação conforme a direção do Espírito. Por exemplo:

Jesus curou apenas com uma palavra de ordem (Mateus 8.16).

Ele usava a imposição de mãos - Lucas 4.40.

Ele usava métodos pouco ortodoxos - Marcos 7.33; 8.23.

Às vezes Ele tocava no local da enfermidade - Marcos 7.33; 8.23.

Jesus sempre respondia à fé dos enfermos (Mateus 8.10, 13; 9.22, 29). Às

vezes queremos diminuir a importância da fé da pessoa na cura, mas a fé um fator-

chave para muitas curas.

Jesus também respondia à fé de quem estava com os enfermos (Mateus 9.2).

Isto nos mostra que a fé é um elemento-chave da cura, mas não somente a fé do

enfermo. A fé do pai ou da mãe, de um amigo ou pessoa chegada também pode ser o

fator-chave para a cura de uma pessoa.

ORIENTAÇÕES E ENSINOS DE JESUS SOBRE A CURA FÍSICA

Ele deu autoridade aos Seus Doze Apóstolos (Mateus 10.1,8) para curar toda

sorte de doenças e enfermidades, mas será que isto foi exclusivo aos Doze? Não,

pois além dos Doze, Ele também deu autoridade aos discípulos enviados de dois em

dois (Lucas 10.8-9).

E mais ainda: Ele também deu autoridade a todos os Seus seguidores (Marcos

16.17-18). A autoridade para realizar curas não é exclusiva aos 12 ou aos 72; não é

dado para que uma só pessoa possa curar todos os tipos de enfermidades; não é para

os „especialistas‟ em cura, mas sim para todos os crentes.

Nota: Nós queremos enfatizar aqui a importância dos dons de curar (1 Coríntios

12.9) em muitas situações de cura. Nós temos a autoridade para curar doenças e

enfermidades. Mas isto não significa que podemos curar todas as enfermidades em

todo o tempo. Algumas vezes nós não vemos as pessoas curadas, mas não é por

alguma falha nossa, falta de fé ou etc., mas sim porque não temos os dons

apropriados naquela dada situação. Aqueles que possuem os dons de curar são

importantíssimos para orar por doenças específicas e mortais, tais como câncer, aids

e etc.

Vejamos agora alguns ensinamentos de Jesus obre a cura:

A cura (física, espiritual ou da alma) é o pão dos filhos (ver Mateus 15.21-28),

ou seja, ela é especialmente, ainda que não exclusivamente, para os filhos de Deus.

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Os não-cristãos usufruem desta bênção como um subproduto da graça oferecido aos

filhos de Deus. Em sua graça e grande misericórdia o Senhor demonstra Seu poder

de cura aos incrédulos para despertá-los ao Reino de Deus. Conosco, porém, é

diferente. Como filhos do Senhor, nós não somente somos instrumentos para a cura

de outros, mas somos beneficiários diretos da graça da cura.

Expulsar demônios é curar (Lucas 6.18; 7.21; 8.8; Atos 10.38). Como já

mencionamos antes neste estudo, a cura deve ser vista no seu todo e não apenas em

suas partes. Cura do espírito ou perdão dos pecados é cura. Cura da alma também é

cura. Expulsão de demônios ou cura das aflições causadas por demônios também é

cura. Aqui nesta lição nós fazemos a diferenciação para enfatizarmos este aspecto

específico da cura, visto que outras lições abordarão mais detidamente a cura da

alma e a libertação de cadeias satânicas.

Nós temos autoridade sobre todo o poder do inimigo (Lucas 10.19), o que

significa que temos poder para curar todas as doenças causadas por demônios.

O pecado traz doenças (João 5.14). Nem toda doença é causada pelo pecado,

mas o pecado, falando de um modo geral, causa doenças.

Nem toda doença é resultado do pecado (João 9.3). Há vasos preparados para a

manifestação da glória de Deus, ou seja, algumas pessoas que estão doentes foram

determinadas para manifestarem a glória de Deus por meio da curas de suas

enfermidades.

Nota: É importante saber discernir a origem ou propósito das doenças. Uma pessoa

com o dom de discernimento de espíritos ou palavra de conhecimento pode ajudar-

nos a discernir as diferentes fontes ou propósitos das doenças. Uma doença pode

ser permitida por Deus para que Ele seja glorificado através da cura. Nesse

caso, nós devemos orar fervorosamente pela cura. E, enquanto ele não vem,

devemos cooperar com Sua obra transformadora em nosso coração, pois sempre que

uma cura “atrasa”, isso significa que Deus quer fazer primeiro uma cura interna.

Uma doença também pode ser permitida por Deus para Ele seja glorificado na

doença. Sim, Deus pode permitir que uma pessoal viva toda a sua vida em

enfermidade porque em Seus planos tal pessoa trará maior glória para Ele do que se

fosse curada. Isso é difícil de aceitar, mas é real. Paulo, por exemplo, esteve

possivelmente enfermo e Deus não atendeu ao seu pedido de cura (2 Coríntios 12).

Nos planos de Deus para Paulo a enfermidade cumpriria um papel mais importante

do que a cura.

Uma doença pode ser causada por Satanás através de um de seus agentes

(demônios). Neste caso, não devemos nunca aceitar a doença; pelo contrário,

devemos repreender o espírito maligno que está causando a enfermidade e expulsá-

lo.

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Uma doença pode ser causada pelo pecado. Uma prática contínua de pecado pode

levar a enfermidades físicas, emocionais ou espirituais. Nesse caso, nós devemos

confessar e abandonar o pecado para que recebamos a cura.

Há poder no nome de Jesus (Atos 3.6-8; 4.10). Muitas pessoas foram curadas

por causa da fé no nome de Jesus. No entanto, precisamos ter o cuidado de não

usarmos o nome de Jesus como uma “palavra mágica”. Há poder no nome de Jesus

por causa de quem Jesus é. E nós somente poderemos usufruir os privilégios que há

neste nome se nós mantivermos um relacionamento certo com ele.

Nem toda a cura é instantânea. Pelo menos uma vez Jesus não curou

instantaneamente (Marcos 8.22-26). Nem sempre a cura acontece na hora da

ministração, mas pode vir depois. Devemos lembrar que os poderes do Reino de

Deus ainda não estão atuando em plenitude nos nossos dias.

Para concluir esta lição, vejamos alguns pensamentos gerais sobre o

ministério de cura de Jesus e como esses se aplicam a nós:

Jesus sabia e estava plenamente convicto de que curar era parte de Seu

chamado e ministério. O mesmo deve acontecer conosco para vermos o poder

de Deus liberado através de nós.

Jesus era naturalmente sobrenatural. Ele não fazia "cena"; Ele não era

dramático. Ele era rápido, direto e preciso. Ele agia no poder de Deus. Isso

deve estar constantemente em nosso mente.

Ele dependia da unção do Espírito para realizar as curas. Ele esperava a

unção vir sobre Ele antes de começar a curar.

Ele sempre conversava com as pessoas a respeito de seus problemas. “Que

queres que eu te faça?” Pode ser uma boa prática perguntar a pessoa o que ela

espera conseguir com sua oração antes de você orar por ela.

Ele reagia fortemente à fé das pessoas; Ele percebia quem tinha fé para ser

curado. “O que o Pai está fazendo?” - era a Sua indagação constante (João

5.19-20). Nós aprendemos com Seu exemplo que, durante um período de

ministração, nós devemos estar atento àquelas pessoas que estão buscando a

Deus mais intensamente, pois tais pessoas podem estar manifestando uma

maior fé para a cura naquele momento.

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Lição 3 - Questões Para Revisão 1. Qual é a base bíblica para a afirmação de que a missão de Jesus era tanto curar

quanto salvar?

2. Qual é a base bíblica para buscarmos a cura física hoje?

3. Qual era a motivação de Jesus para curar?

4. Como Jesus ministrava a cura?

5. O que significa dizer que a cura “é o pão dos filhos”?

6. Por que nem toda cura é instantânea?

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Lição Quatro

O MODELO DE MINISTÉRIO DE JESUS (4)

EXPULSAR DEMÔNIOS

Versículo-Chave

“Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então

chegou a vocês o Reino de Deus” (Mateus 12.29).

INTRODUÇÃO

A Bíblia descreve claramente que a humanidade jaz no maligno (1 João 5.19),

que ela é guiada por Satanás (Efésios 2.2), e que está se tornando cada vez mais

maligna (Mateus 12.43-45). Esta é a triste condição de todos os seres humanos sem

Cristo.

Devido à contínua e agravante queda do homem, ele está em grande perigo por

causa de sua rejeição à Palavra da verdade. Jesus ensinou que uma casa não

preenchida por Deus após a expulsão de demônios faz com que os antigos

“moradores” tragam “mais sete piores”. E o último estado é sempre pior do que o

anterior. O mesmo acontece com cada geração. Cada vez que uma geração rejeita a

graça de Deus, Satanás toma vantagem sobre ela.

Como a Igreja de Jesus, nós precisamos reconquistar este mundo para Deus. O

Reino de Deus deve invadir e tomar o território conquistado pelo Inimigo. Isto nos

coloca face a face com as forças do diabo que atuam nas e através das pessoas.

De fato, nós fomos chamados e recebemos a unção do Espírito para pôr os cativos

em liberdade (Lucas 4.18-19). Mas precisamos estar atentos a duas coisas:

Expelir demônios não garante a entrada no reino dos céus - Mateus 7.22. Para

entrar no reino de Deus é preciso experimentar uma genuína transformação

interna – o novo nascimento.

A religiosidade não afasta os demônios. Jesus estava na sinagoga quando um

homem ali se manifestou endemoninhado (Lucas 4.33). A simples

participação nas reuniões da igreja não torna ninguém imune ao poder do

inimigo. Somente a verdadeira salvação pela graça de Deus mediante o

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arrependimento e fé pode assegurar o direito de proteção contra as investidas

mais duras do inimigo.

Muitas pessoas não crêem que devamos nos envolver com a expulsão de

demônios, pois isto teria sido uma prática apenas para a época dos Apóstolos. Mas a

Bíblia nos mostra que a expulsão de demônios é para esta era (Lucas 13.32 - Hoje e

amanhã eu expulso demônios – os dois dias representam os 2.000 anos da era da

graça). Hoje, Jesus continua expulsando demônios através da Igreja!

JESUS E OS DEMÔNIOS

Os demônios reconheciam a Jesus, Sua autoridade e glória (Marcos 3.11), mas

Ele não aceitava esta demonstração da parte dos demônios.

O confronto de Jesus com os demônios foi imediato. Assim que ele começou Seu

ministério, os demônios começaram a manifestar-se ao Seu redor (Marcos 1.23).De

fato, Seu ministério começou com a pregação do evangelho e a expulsão de

demônios. Parece-nos que os demônios estavam “na espera”, pois eles “não

tardaram” em aparecer. Isto nos mostra que o confronto entre o reino de Deus e o

reino das trevas é inevitável em qualquer lugar que Jesus esteja atuando.

Jesus deu autoridade aos Seus discípulos sobre e para expelir demônios. Ele deu

autoridade aos doze (Marcos 3.15; Lucas 9.1) e a também a todos os que crêem:

“Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão

demônios; falarão novas línguas” (Marcos 16.17).

Os demônios se submetem aos discípulos pelo nome de Jesus:

“Os setenta e dois voltaram alegres e disseram: 'Senhor, até os

demônios se submetem a nós, em teu nome'” (Lucas 10.17).

Nós não temos qualquer poder em nós mesmos para repreender e subjugar

demônios. É o nome de Jesus quem ameaça e domina os servos do inimigo.

Os demônios reagem violentamente na presença de Jesus:

“Então, eles o trouxeram. Quando o espírito viu Jesus, imediatamente

causou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a

rolar, espumando pela boca” (Marcos 9.20).

Não é incomum presenciarmos fortes e violentas reações por parte dos demônios

quando os repreendemos em nome de Jesus.

O REINO DE DEUS E OS DEMÔNIOS

A Bíblia nos mostra claramente que expulsar demônios é manifestar o Reino de

Deus (Mateus 12.28). Onde quer que o reino de Deus se manifeste, aí haverá

confronto com o reino das trevas e os demônios serão expulsos de suas vítimas.

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Expulsar demônios é estar do lado de Cristo:

“„Mestre‟, disse João, „vimos um homem expulsando demônios em teu

nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos‟. „Não

o impeçam‟, disse Jesus. „Ninguém que faça um milagre em meu nome,

pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós

está a nosso favor‟” (Marcos 9.38-40).

Os discípulos queriam proibir alguns que expulsavam demônios, mas não

andavam no mesmo grupo dos discípulos de Jesus. O Senhor, porém, impediu-lhes

disso, dizendo que ninguém que faça a Sua obra pode estar contra ele. De fato, quem

expulsa demônios pelo poder de Deus está do lado de Jesus1. Mas há quem pregue

contra o ministério de expulsar demônios... Afinal, de qual lado eles estão? Também

há pessoas que evitam o confronto com os poderes das trevas – de qual lado estão?

O Evangelho do Reino implica em confronto com o Reino de Satanás e este

confronto é normal (Marcos 1.23; Mateus 12.28). Sempre que o evangelho do reino

é pregado e vidas começam a escutá-lo, portanto, entrando no processo de

conversão, o inimigo se levanta furioso para revidar. A pregação do evangelho é um

ataque frontal contra o reino do diabo e ele fará de tudo para revidar este ataque.

Portanto, é normal que haja esses “encontros de poder” entre o reino de Deus e o

reino de Satanás quando o evangelho e as bênçãos do reino estão alcançando,

salvando e transformando as pessoas.

A AÇÃO DEMONÍACA DIRETA

Os agentes de Satanás agem diretamente em nosso mundo. Eles agem na cultura -

nas artes, na música, nas danças, nas roupas, nos costumes, nas crenças populares,

etc. Eles agem na mídia – televisão, rádio, cinema, Internet, etc.

Eles agem em e através de pessoas e áreas básicas de nosso mundo, independente

da cultura, época, sexo, idade e etc. Por exemplo, eles atacam crianças (Marcos

7.26, 29-30), homens e mulheres (Marcos 5.2; Lucas 8.2), eles possuem as pessoas

(Lucas 8.29; Marcos 5.2; 7.25) e atormentam-nas (Lucas 6.18).

Eles atam as pessoas à Satanás através de doenças (Lucas 13.11,16). Há espíritos

de enfermidade (Lucas 13.11, 16) que atuam no mundo causando todo tipo de

doenças e enfermidades nas pessoas. Tais pessoas somente são curadas quando os

demônios são expelidos (Lucas 8.2; 6.18; 7.21). De fato, os demônios até mesmo se

identificam estreitamente com certas doenças (Lucas 11.14; Marcos 9.25) e são a

causa primária de muitas doenças (Mateus 9.32-33; 17.15,18; Lucas 9.42; 13.11).

1 Obviamente, como o propósito Jesus já havia alertado em Mateus 7, a capacidade de expulsar demônios

não significa ou comprova a salvação pessoal ou testemunha de uma vida santa e obediente a Deus. No entanto, quanto ao avanço do Reino de Deus, mesmos que uma pessoa não seja verdadeiramente salva, mas de alguma maneira consegue expulsar um demônio, de fato, ela está cooperando com Jesus.

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QUEM E COMO SÃO OS DEMÔNIOS

Há duas linhas de pensamento acerca da origem e identidade dos demônios.

Alguns crêem que eles pertenciam a uma raça não-humana pré-adâmica e que

seguiram a Satanás em sua rebelião e assim eles foram condenados por Deus a

vagarem sem corpos, apenas em espírito. Outros crêem que eles eram originalmente

anjos de Deus, mas que ao seguirem após Satanás em sua rebelião eles foram

lançados para fora do céu e se tornaram servos do diabo – demônios. Esta segunda

interpretação parece-nos ser a mais correta (Judas 6).

Eles são chamados de espíritos imundos (Lucas 4.33), impuros (Judas 6) e

malignos (Atos 19.13). Eles são seres multidimensionais (vários deles podem

habitar numa só pessoa ao mesmo tempo - Marcos 16.19; Lucas 4.41; 8.30).

Os demônios têm poder sobre os corpos humanos (Marcos 1.26) e sobre os

animais (Marcos 5.13) e são identificados por suas atuações ou funções, tais como:

Espírito adivinhador - Atos 16.16;

Espírito de enfermidade - Lucas 13.11, 16;

Espírito mudo e surdo - Marcos 9.25.

COMO EXPELIR DEMÔNIOS

Através do ministério de Jesus nós aprendemos muitos princípios sobre como

expelir demônios. É interessante observarmos as palavras usadas nos Evangelhos

para conceituar a nossa ação contra os demônios. Nós agimos contra os demônios:

Expelindo, ou seja, mandando-os embora (Marcos 7.22; 8.31; 9.33);

Expulsando, ou seja, retirando pela força (não física, mas pelo poder do

Espírito) (Mateus 12.28);

Repreendendo, proibindo (Mateus 17.18; Lucas 4.41);

Submetendo – dominando-os e sujeitando-os à autoridade de Cristo (Lucas

10.17).

Os demônios são expulsos pelo Espírito de Deus (Mateus 12.28), não pela nossa

força física. Os demônios podem ser expulsos meramente com a palavra (Mateus

8.16), sem esforço físico de nossa parte. É por isso que a fé é um pré-requisito para

se expulsar demônios (Mateus 17.19-20). Se você não tem fé para expelir demônios

é provável que você gaste muito tempo gritando e se esforçando para segurar uma

pessoa endemoninhada. Mas, com apenas uma palavra de ordem liberada com fé,

você pode expulsar um demônio de uma pessoa.

Os que são libertados da ação maligna devem contar seu testemunho (Lucas 8.38;

Apocalipse 12.11). Isso permite que eles ganhem confiança e cresçam amplamente

no Senhor, além de ajudar aos outros que enfrentam semelhante problema.

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Lição 4 - Questões Para Revisão 1. Como você resumiria a relação de Jesus com os demônios?

2. Qual texto bíblico mostra claramente que expulsar demônios é manifestar o reino

de Deus?

3. Como os demônios agem no mundo?

4. Quem são os demônios?

5. Como são os demônios?

6. Como expelir os demônios?

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Lição Cinco

O MODELO DE MINISTÉRIO DE JESUS (5)

ACONSELHAMENTO

Versículo-Chave

“Porque um menino nos nasceu... E ele será chamado Maravilhoso

Conselheiro” (Isaías 9.6).

INTRODUÇÃO

Outra área importante de ministério que pode ser aprendida através do ministério

de Jesus é a do aconselhamento cristão. De fato, o nome de Jesus é Conselheiro

(Isaías 9.6). E Ele entende muito mais acerca dos problemas da alma humana do que

os psicólogos do mundo inteiro. Portanto, é lícito que apresentemos a Jesus como o

médico das doenças da alma e por meio do Seu Espírito ministremos cura para os

corações e mentes enfermados pelo pecado através do aconselhamento cristão.

Devido à proliferação das modernas e não bíblicas técnicas de cura interior, o

aconselhamento bíblico e espiritual tem se tornado uma prática escassa no meio

evangélico. Nós, porém, se quisermos ser fiéis ao Senhor e ministrarmos na visão do

Reino e de maneira saudável, devemos resgatar o aconselhamento baseado na

suficiência de Cristo, na Palavra de Deus e no ministério do Espírito Santo. Cristo é

a provisão completa de Deus para todas as nossas necessidades e deve ser conhecido

e desfrutado pelo conhecimento e aplicação das Escrituras por meio do Espírito.

Nós entendemos e defendemos que o aconselhamento deve ser baseado na

Palavra de Cristo e não nos programas de auto-ajuda e na mera psicologia humana.

Jesus, o médico da alma, é totalmente eficaz e suficiente para tratar com todos os

problemas da alma.

Quando nós falamos sobre a restauração do aconselhamento bíblico na igreja

moderna, nós estamos pensando no resgate de alguns princípios do aconselhamento

que estão esquecidos da prática atual de aconselhamento, ou seja, a visão do homem

de modo integral - espírito, alma e corpo. Muitas doenças físicas são causadas por

doenças no espírito ou na alma. Assim, se olharmos apenas para uma esfera da vida

da pessoa, nós seremos ineficazes em nosso ministério.

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O aconselhamento não visa somente o bem estar do homem, mas a sua

restauração integral ao propósito de Deus. Deus tem um propósito eterno que é o de

conformar o homem à imagem do Seu Filho Jesus. Isso se dá em um processo que

começa com a salvação do espírito, mas continua com a transformação da alma e

culminará com a transformação do corpo. Assim, o papel do aconselhamento é levar

o homem a ajustar-se ao propósito de Deus e não meramente tratar com um ou outro

efeito da causa real.

O Aconselhamento bíblico deve ser recheado com muita oração. A oração

continua sendo um dos meios da graça. Através da oração nós conseguimos o favor

e a atuação de Deus por meio do Seu Espírito para corrigir, restaurar e transformar.

O QUE É ACONSELHAMENTO BÍBLICO

O aconselhamento, por si só, está conectado com conhecimento e percepção.

Aconselhar é dar visão, julgamento ou opinião com base no que se conhece. É dar

uma opinião para que outro a siga. O aconselhamento bíblico é, usando a Palavra de

Deus como fonte de informação e verdade absoluta, ajudar uma pessoa a orientar a

sua vida pela Palavra de Deus com o auxílio do Espírito Santo.

Nós cremos que o aconselhamento bíblico deve ser baseado na Palavra de Deus e

nos dons do Espírito Santo.

De acordo com a própria Bíblia, quando a Palavra de Deus é usada no

aconselhamento, ela gera (2 Timóteo 3.16-17; Colossenses 3.16):

Ensino

Repreensão

Correção

Instrução na justiça

Contudo, não devemos suar somente a Palavra de Deus no aconselhamento.

Devemos usar também o ministério do Espírito Santo. Quando usamos os dons do

Espírito no aconselhamento (1 Coríntios 14.3), nós provemos ao aconselhado:

Encorajamento – para mudar de rumo, restaurar as coisas, etc.

Edificação ou Construção – de novos ou antigos valores, sonhos, ideais,

padrões de comportamento, etc.

Consolação – nós o ajudamos a entender e ajustar-se ao plano de Deus

para sua vida, a receber o perdão, a ter paciência, a receber apoio, etc.

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A MISSÃO DE JESUS E O ACONSELHAMENTO

Nós precisamos ampliar um pouco a nossa compreensão da missão de Jesus neste

mundo. Nós sabemos, por exemplo, que Ele veio para um mundo perdido (Lucas

19.10). Mas, quão perdido é este mundo?

A Bíblia descreve o mundo como sendo dominado por Satanás (1 João 5.19;

Efésios 2.2), um mundo composto por pessoas escravizadas à natureza pecaminosa

(Efésios 2.3; Romanos 7.15-23).

De fato, o pecado produziu terríveis efeitos sobre o ser humano. De acordo com

Romanos 5.19, o homem tornou-se pecador, ou seja, foi mudado de natureza. O

homem foi criado inocente, mas ao pecar sua natureza básica foi corrompida e ele se

tornou uma coisa diferente do que era originalmente. Deus disse que tudo que Ele

havia criado era muito bom. O homem, porém, se corrompeu, sofreu uma

transformação no seu DNA e morreu espiritualmente.

O pecado, que se originou em Satanás, se tornou parte do ser humano. Ele entrou

no ser humano e o corrompeu profundamente. Toda a estrutura, todo o ser do

homem foi afetado pelo pecado e, conseqüentemente, a mudança interior do homem

afetou tudo o que se relaciona com ele no mundo exterior.

Como efeito da sua queda, o homem tornou-se um ser doente, enfermado pelo

pecado (Isaías 1.6). O seu coração foi degenerado e seus pensamentos, vontades,

desejos e emoções... Tudo foi corrompido. Surgiu, então, a inveja, o ódio, a ira,

ciúmes, vaidade, orgulho, amargura, ressentimentos, malícia, sensualidade,

violência, pensamentos impuros, traumas emocionais, complexos, lembranças

escravizadoras, atitudes e comportamentos fora dos padrões de Deus, preconceitos,

estruturas erradas de pensamento e etc.

As necessidades e instintos físicos e naturais saudáveis do homem também foram

corrompidos: a necessidade de comida tornou-se glutonaria, a bebida em excesso

tornou-se embriaguez, a beleza do sexo foi corrompida pela prostituição, adultério,

lascívia, homossexualismo, masturbação e etc. (Gálatas 5.19-21).

Contudo, nós temos boas notícias! Jesus veio destruir as obras do diabo e libertar-

nos do poder do pecado:

“Aquele que pratica o pecado é do Diabo, porque o Diabo vem pecando

desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para

destruir as obras do Diabo” (1 João 3.8).

“E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará... Portanto, se o

Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (João 8.32, 36).

Ele também veio para curar-nos dos efeitos do pecado em nossa alma. A Bíblia

nos mostra claramente esse aspecto da missão de Jesus em Isaías 61.1-3:

“O Espírito do Soberano, o SENHOR, está sobre mim, porque o

SENHOR ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me

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para cuidar dos que estão com o coração quebrantado... para consolar

todos os que andam tristes, e dar a todos os que choram em Sião uma

bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um

manto de louvor em vez de espírito deprimido”.

Ele fez e faz isso através da unção do Espírito Santo de Deus. Sim, através do

Espírito Santo o coração do homem pode ser tocado, curado e transformado por

Jesus.

SETE PRINCÍPIOS BÁSICOS

Há sete princípios básicos no aconselhamento cristão. Estes princípios são

baseados no ministério da Palavra e do Espírito. O ministério da Palavra nos

proporciona os princípios de ensino, repreensão, correção e instrução na justiça no

aconselhamento. O ministério do Espírito nos proporciona encorajamento,

edificação e consolação. Jesus usou estes sete princípios no Seu ministério e nós

devemos usá-los também.

1. Ele ensinou uma nova atitude e um novo comportamento. Ver, por

exemplo, Mateus 5: “Ouvistes o que foi dito... eu, porém, vos digo”. No

aconselhamento, o ensino pode ser formal e sistemático ou informal e aleatório. A

ênfase, porém, deve ser a de produzir mudança de mente (arrependimento) e

estimular a ação para um novo estilo de vida e comportamento. E, lembre-se: todo

ensino deve ser baseado na Palavra de Deus e não em opiniões.

2. Jesus repreendeu com amor e firmeza as atitudes, ações e pensamentos

errados (Marcos 8.33; Lucas 9.54-55). Aconselhar não é concordar com, amaciar,

diminuir ou negar os erros (pecados). No aconselhamento é preciso abraçar e

também „usar a vara‟. Lembremos também que repreender é mais do reprovar; é

também convencer do erro.

Aqui nós podemos abrir um parêntese para tratar um pouco da questão de um

irmão pecar contra nós. Em Lucas 17.3-4, Jesus ensinou que se um irmão pecar

contra nós ele deve ser repreendido. Se ele se arrepender, nós devemos perdoá-lo,

não importa quantas vezes peque contra nós.

3. Jesus corrigiu o alvo de muitas pessoas (Mateus 6.19-21, 31-33; João 21.15-

19). Algumas pessoas têm uma idéia muita errada a respeito de “correção”. Para

elas, correção é “passar carão” e tirar os cargos dos que caem nalguma falta. Mas a

verdade é que correção é disciplina, é algo a ser aprendido; correção é instrução, é

algo a ser treinado. Correção é verdadeiramente uma prova de amor (Hebreus 12.6).

Nós precisamos corrigir os que caem em pecado e saber como corrigi-los. O que

aprendemos de Gálatas 6.1? Nós aprendemos que devemos corrigir aos que caem

em pecado, mas precisamos saber como fazê-lo. A Bíblia deixa claro que a ação de

corrigir é para os espirituais. A atitude certa para corrigir é com espírito de brandura.

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E a nossa precaução ao corrigir deve ser a de nos guardar para não cair no mesmo ou

em erro pior.

4. Jesus instruiu muitas vidas na vontade de Deus. Instruir implica em ensinar,

mas não é somente ensinar. Você pode ensinar apenas conhecimentos e isto pode ser

apenas momentâneo, sem compromisso, sem durabilidade. O verdadeiro ensino é

mais do que intelectual e visa a transformação da alma. A educação real envolve

ensino e exemplo; é progressiva; é relacional.

Entre as coisas que Jesus ensinou, nós encontramos a necessidade de colocarmos

a vontade de Deus em primeiro lugar (Mateus 6.33). E Ele mesmo deu exemplo

deste ensino (João 4.34; 6.38; Hebreus 10.9-10). Nós precisamos educar as pessoas

no reino de Deus. Quando uma pessoa decide viver no reino, a sua vida começa a

transformar-se. Para que o aconselhamento produza verdadeiros frutos, é preciso

educar as pessoas na vontade de Deus.

5. Jesus encorajou aqueles que estavam desanimados (Mateus 9.2; 14.27; João

16.33). A palavra encorajar é sinônima de “exortar”. Para muitas pessoas, exortar é

passar carão, mas o significado real da palavra é animar, encorajar outra pessoa a

prosseguir na caminhada.

Encorajar ou exortar também envolve advertir, mas nunca pára na advertência.

Sempre que uma pessoa for advertida, ela também deverá ser estimulada a acertar da

próxima vez, a continuar firme, a prosseguir, a lutar com maior firmeza.

6. Jesus edificou as vidas das pessoas sobre os valores do Reino de Deus.

Nossas vidas devem ser construídas sobre a Rocha da Palavra (Lucas 6.48). De fato,

neste mundo que está se tornando cada vez mais relativo, somente os absolutos da

Palavra podem nos guardar inabaláveis nas provações da vida.

Quando falamos sobre construir nossas vidas sobre a rocha, nós devemos também

falar sobre a necessidade de calcular os custos do discipulado (Lucas 14.28-30). O

aconselhado deve saber e reconhecer que somente através de submissão a Cristo e a

Sua Palavra é que mudanças serão produzidas. É preciso pagar o preço – seguir a

Jesus com fidelidade – para usufruir as riquezas de Sua graça!

7. Jesus consolou os corações partidos (Lucas 7.11-13). Jesus era o Primeiro

Consolador; o Espírito Santo seria o Segundo, porém, da mesma natureza e

qualidade do primeiro (João 14.16). Como Consolador, o Senhor Jesus entende as

nossas tristezas, nossas dores e está sempre disposto a estar do nosso lado e nos

ajudar a suportar todas as dores.

Uma das regras do reino de Jesus é que os que choram serão consolados (Mateus

5.4). De fato, Jesus veio consolar os que choram (Isaías 61.2b) e mudar a situação

dos quebrantados de coração (Isaías 61.3), dando-lhes verdadeira alegria:

Veio dar coroa ao invés de cinzas

Óleo de alegria em vez de pranto

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Vestes de louvor em vez de espírito angustiado.

Parte da restauração do Aconselhamento Bíblico diz respeito à cura da alma, que

se diferencia do aconselhamento por ser um ministério mais imediato do Espírito

Santo, ao contrário do aconselhamento que é mais demorado. No entanto, nós não

trataremos desta parte aqui porque a deixaremos para uma lição mais adiante. Nessa

lição posterior, nós veremos com mais propriedade as diferenças entre o

aconselhamento bíblico e a cura da alma, embora compreendamos que ambos são

lados de uma mesma moeda. Nosso enfoque diferenciado nesse curso visa apenas

trabalhar melhor com aquilo que deve ser usado em situações diferentes.

Lição 5 - Questões Para Revisão 1. O que é o aconselhamento bíblico?

2. Qual é o resultado do uso da Palavra no aconselhamento?

3. Qual é o resultado do ministério do Espírito no aconselhamento?

4. Como você descreveria a missão de Jesus e a sua relação com o aconselhamento

bíblico?

5. Quais são os sete princípios básicos do aconselhamento bíblico?

Para concluir essa parte do ensino sobre o modelo de ministério de Jesus, nós

queremos enfatizar mais uma vez que todos os ministérios devem seguir o modelo

de Jesus. Os princípios do Seu ministério devem permear toda a nossa vida e obra.

No entanto, neste curso, nós enfocamos apenas em cinco áreas de ministério e

apresentamos alguns princípios modelados por Jesus para a nossa prática. Ao aluno

cabe a pesquisa pessoal de outras áreas de ministério onde poderemos aplicar estes

princípios, assim como as devidas aplicações pessoais.

Lembre-se, por fim, que não adianta apenas sabermos como Jesus ministrou; nós

precisamos colocar a Palavra em ação e fazer as mesmas coisas que e da maneira

como Ele fez.

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INTRODUÇÃO DA SEGUNDA PARTE Antes de tudo, nós queremos reafirmar a nossa crença de que todo ministério é

importante no Reino e na Igreja de Deus. Todos os ministérios espirituais atuam em

poder quando guiados pelo Espírito Santo. No entanto, há certos ministérios que se

caracterizam de maneira especial pela visibilidade da manifestação do seu poder.

Alguns chamam a estes de “ministérios de poder”. Porém, visto que todos os dons e

ministérios só podem ser verdadeiramente exercidos no poder do Espírito Santo, nós

evitaremos usar essa linguagem.

Nesse curso nós temos trabalhado alguns ministérios específicos necessários para

o avanço do reino de Deus. No primeiro curso dessa série sobre o Reino de Deus,

nós estudamos o evangelismo e o discipulado, bem como os dons e ministérios da

Igreja de uma maneira geral. Na primeira parte desse curso, nós vimos os princípios

do modelo ministerial de Jesus em cinco áreas específicas do ministério necessário

para o avanço do reino de Deus: pregação e ensino, discipulado, cura do corpo,

expulsão de demônios e aconselhamento.

Nessa segunda parte deste segundo curso, nós focaremos na cura da alma, na

libertação e na quebra de maldições. Devido ao fato de tais temas terem se tornado

motivo de polêmica no meio evangélico, nós queremos adverti-lo de que nossa

abordagem procura ser bíblica e praticamente equilibrada. Você não é obrigado a

concordar com tudo o que escrevemos, porém, se você analisar nosso ensino sem

preconceitos, você verá uma equilibrada e saudável abordagem teológica e prática

dos temas como talvez você nunca tenha visto antes. Pois nós pretendemos, através

destas lições que seguem, não somente fornecer sólidas e saudáveis bases bíblicas

para o exercício destes ministérios, mas também fornecer algumas diretrizes práticas

acerca do uso dos mesmos.

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Lição Seis

A CURA DA ALMA

Versículo-Chave

“O Espírito do Soberano, o SENHOR, está sobre mim, porque o

SENHOR ungiu-me... Enviou-me para cuidar dos que estão com o

coração quebrantado... Para consolar todos os que andam tristes, e dar

a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo

da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito

deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do

SENHOR, para manifestação da sua glória” (Isaías 61.1-3).

INTRODUÇÃO

O primeiro ministério de poder que nós abordaremos é a cura da alma. Algumas

pessoas chamam este ministério de “cura interior”. Nós preferimos evitar este termo

devido aos abusos que acompanham o mesmo. Antes de definirmos

apropriadamente o que é a cura da alma, nós gostaríamos de enfocar a necessidade

da cura da alma.

A NECESSIDADE DA CURA DA ALMA

Para compreendermos a necessidade que temos hoje em dia para a cura da alma,

nós precisamos compreender a composição do ser humano. Há duas posições

teológicas a respeito das partes material e imaterial do ser humano. Uma posição

teológica é conhecida como “dicotomia”, pois defende que o homem é composto de

apenas duas partes: uma material (o corpo) e outra imaterial (alma ou espírito). O

dicotomismo não vê diferença entre alma e espírito.

A outra posição teológica é conhecida como “tricotomia”. É a crença de que o

homem é formado por três partes: uma parte material (o corpo) e duas imateriais

(alma e espírito). Para o tricotomismo o espírito é diferente da alma.

As Escrituras parecem afirmar as duas coisas, de maneira que o caminho mais

seguro nesta questão é afirmarmos que o homem tem uma parte imaterial e uma

parte imaterial, esta última possivelmente sendo dividida em duas partes – alma e

espírito. Essa posição pode ser chamada de „tricotomismo suave‟.

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A crença exclusiva na divisão de alma e corpo, sem diferenciar o espírito pode

abafar quase que completamente a necessidade da experiência espiritual

„sobrenatural‟ e transformar o cristianismo bíblico apenas numa questão intelectual.

Por outro lado, defender uma tricotomia rígida e exagerada pode levar os cristãos a

um desvio prático da verdade, levando-o ao gnosticismo. Portanto, para nós a

melhor opção é defender a dicotomia diante daqueles que supervalorizam a

experiência e a tricotomia diante daqueles que negam ou anulam a validade e

necessidade da experiência espiritual.

Isso pode parecer como „ficar em cima do muro‟, porém, há afirmações que

devem ser consideradas e que parecem bíblicas de ambos os lados da discussão.

Então, não somente é uma boa política, mas também um princípio bíblico de que

devemos andar de acordo com o entendimento que já alcançamos (Filipenses 3.15-

17).

No que diz respeito ao ministério de cura, dividir o homem em espírito, alma e

corpo tem suas vantagens práticas, sendo uma delas a facilitação do entendimento

por parte das pessoas. Se ensinarmos apenas duas partes no ser humano, quando

alguém estiver lendo, por exemplo, 1 Tessalonicenses 5.23, ela poderá confundir-se.

Para efeitos de nosso estudo, é bom separarmos o homem em espírito, alma e

corpo, ainda que não esteja tão claro nas Escrituras que a alma e o espírito sejam

plenamente distintos.

Pois bem. Tendo explicado o exposto acima, nós entendemos que o homem tem

um corpo que o coloca em contato com o mundo dos sentidos. Através do nosso

corpo nós percebemos e interagimos com o mundo físico, o mundo dos sentidos.

Através da nossa alma nós interagimos com o mundo dos sentimentos, emoções, da

vontade e do intelecto. Nossa alma é composta destes três elementos: vontade,

emoções e intelecto.

O espírito é a parte mais interior do homem. É o espírito do homem que permite

sua comunicação com o mundo espiritual. Quando nós nascemos de novo nosso

espírito, que estava morto (sem função) em delitos e pecados, é vivificado e o

Espírito de Deus vem habitar nele. É em nosso espírito renascido, então, que

podemos ter verdadeira comunhão com Deus, comunicar com Ele e interagir com o

mundo espiritual, sem negar que nossa mente, emoções e vontade também

participam disso.

Também convém notar que o espírito só usufrui destas funções através da direção

e poder do Espírito Santo. Mesmo renascido, o nosso espírito não é independente;

ele precisa da ajuda do Espírito de Deus, pois do contrário seríamos “médiuns” e

não “templos” do Espírito Santo. No gráfico abaixo há uma resumida ilustração da

estrutura básica do homem.

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Em adição as três partes do homem, há ainda uma intercessão entre duas destas

partes, a saber: a alma e o espírito formam o coração. O coração ao qual nos

referimos não é o órgão humano, mas é outra coisa, o que veremos a seguir.

Na Bíblia, o coração é usado freqüentemente como uma figura da fonte escondida

da vida da pessoa, o centro da vida interior do homem. Mas a Bíblia vai um pouco

além. Ela também nos mostra o coração como o centro da vida física, moral e

espiritual do homem.

O coração é, de fato, o vínculo do espírito com a alma: no coração se encontram

as funções tanto do espírito quanto da alma, como por exemplo: tristezas

(turbulências, João 14.1; 2 Coríntios 2.4), alegria (João 16.22), os desejos (Mateus

5.28), as afeições (Lucas 24.32; At 21.13), as percepções (João 12.40; Efésios 4.18),

os pensamentos (Mateus 9.4; Hebreus 4.12), a compreensão e entendimento (Mateus

13.15), a capacidade de raciocínio (Marcos 2.6), a imaginação (Lucas 1.51),

consciência (Atos 2.37), as intenções (Hebreus 4.12), propósito (Atos 11.23), a

vontade (Romanos 6.17), a fé (Marcos 11.23).

Algumas destas funções são do espírito e outras são da alma; e ainda outras são

tanto do espírito quanto da alma (daí a razão para muitos concluírem que alma e

espírito são a mesma coisa). E todas pertencem ao coração, pois ele é o vínculo entre

essas duas partes do ser humano.

Sendo tão central na vida do ser humano, o coração é vital para a nossa

apropriação das bênçãos de Deus. E, assim como o corpo, o coração também pode

ficar enfermo. Alguns textos bíblicos mostram que o coração (ou alma) pode ficar e

realmente fica enfermo. Ver, por exemplo, Isaías 1.5; Provérbios 13.12; Jó 14.22.

Um coração doente, portanto, impede o desfrute da graça de Deus.

As doenças da alma ou do coração freqüentemente são doenças causadas pelo

pecado. Na versão atualizada da Bíblia traduzida por Almeida, Jó 14.22 fala do

sofrimento da alma. A ênfase ali é que o sofrimento da alma, na maioria das vezes,

vem por causa de nossas próprias atitudes, por causa de nós mesmos. O Salmo 25,

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versículos 17-18, relaciona as doenças da alma (aflição, angústia, etc.) com o

pecado. Neste caso, o perdão dos pecados traria cura para as doenças da alma. Isto é

principalmente verdade quando ministramos a cura da alma para pessoas que não

são crentes.

No caso daqueles que já são salvos, a cura da alma se faz ainda mais necessária.

Provérbios 4.23, por exemplo, diz-nos que do coração depende toda a nossa vida.

Assim, a cura da alma é necessária para guardar o nosso coração das doenças que

possam sufocar o nosso crescimento espiritual e a nossa comunhão com Deus.

Quando nos convertemos, nós recebemos um novo coração, mas isso não

significa que nos livramos de todas as seqüelas de um passado sem Jesus. O novo

coração nos dá a capacidade de obedecer a Deus e responder à direção do Espírito

Santo. Mas nem sempre a conversão trata com todas as feridas e doenças da alma.

Não podemos dizer com exatidão quais são os fatores envolvidos na questão, mas

o fato é que algumas pessoas, mesmo depois de convertidas, ainda permanecem com

profundas e dolorosas feridas na alma; daí a necessidade da intervenção do

ministério de cura da alma.

Muitas pessoas se convertem, mas não vivem em vitória. Não é que não sejam

salvas, mas sim que suas almas estão tão marcadas pelo pecado que precisam de um

processo de transformação mais profundo do que outras pessoas. Quando somos

salvos, nosso espírito é regenerado e curado para sempre. Nossa alma, no entanto,

precisa de uma contínua transformação. Esta transformação pode ser mais rápida ou

mais lenta, dependendo da profundidade das feridas na alma e da absorção da parte

do convertido do perdão, do amor e da graça transformadora de Deus.

Assim, para alguns convertidos, receber e viver tudo o que Deus tem para ele,

para receber de Deus em plenitude, eles precisam experimentar uma profunda cura

na alma muito embora sejam verdadeiramente convertidos.

Outra razão para a necessidade de cura da alma para crentes é o fato de que antes

de guerrear espiritualmente contra principados e potestades nós precisamos acertar

nossa vida interior, pois nossas fraquezas de caráter, formas erradas de pensar e

sentimentos destrutivos podem ser usados pelo inimigo para nos enfraquecer e até

mesmo para atingir outras pessoas ao nosso redor.

FUNDAMENTOS DA CURA DA ALMA

Primeiramente, vamos definir o termo cura. Isaías 61.1 nos ajudará com isso:

“O Espírito do Soberano, o SENHOR, está sobre mim, porque o

SENHOR ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me

para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar

liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros”.

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O texto acima fala da missão do Messias, Jesus, a qual Ele também transmitiu à

Sua Igreja, ou seja, a missão de curar os quebrantados de coração. A palavra curar

aqui é chabash (hebraico), a qual significa “envolver firmemente, ligar partes

quebradas, juntar”. Outra palavra usada para cura no Antigo Testamento é rapha',

que significa “reparar, tornar são”.

No grego, nós temos duas palavras-chave:

Therapeuo, de onde se originou a palavra “terapia”, e que significa

“substituir, aliviar, desobrigar, livrar de”.

Diasozo – “preservar, recuperar, tornar perfeitamente são”.

Cura, portanto, é o processo ou a ação de restaurar a saúde de uma pessoa,

livrando-a daquilo que a torna enferma. Cura da alma é o processo ou a ação de

restaurar a saúde da alma de uma pessoa, livrando-a daquilo que a torna enferma em

sua vontade, emoções e pensamentos.

Mas, será que a cura da alma é bíblica? Há fundamentos bíblicos nos quais

possamos nos apoiar para buscar e ministrar a cura da alma? Nós cremos que sim e

procuraremos mostrar isso a seguir.

1. A cura da alma fundamenta-se no propósito de Deus para cada um de nós. A cura da alma não é a “onda do momento”, não é um modismo, mas sim o desejo

de Deus para aperfeiçoar-nos.

Efésios 4.11-14 mostra que o propósito de Deus é a capacitação dos Seus santos,

ou seja, tornar os crentes completos, íntegros para exercerem o ministério específico

que Deus lhes deu.

O texto de 2 Timóteo 3.17 também nos ensina que um dos propósitos de Deus ao

dar-nos a Sua Palavra foi tornar-nos perfeitos, o que significa ser completamente

saudável. Deus não cumpre Seu propósito em nossas vidas, hoje, se abrigamos

doenças em nossa alma. Assim, o Seu propósito é tornar-nos completamente sãos

para que possamos usufruir Seu plano perfeito para nós.

2. A cura fundamenta-se no fato de que a conversão é algo diário,

experimental, e não apenas algo histórico. Converter-se significa “mudar de

trajetória, de atitude, de opinião, de lado, de religião; mudar a maneira de viver, agir,

falar, etc.”. Isto não acontece apenas de uma vez para sempre, no ato do novo

nascimento. A conversão é uma disciplina diária; nós precisamos nos converter

sempre que nos desviarmos da vontade de Deus. A cura da alma, portanto, ajuda

neste processo de conversão diária, pois ela encoraja o retorno constante ao centro

da vontade de Deus sempre que dele nos desviarmos por causa de alguma doença na

alma.

3. A cura da alma fundamenta-se no ministério de Jesus. Ele tinha um

ministério integral que dava resposta a todos os problemas das pessoas (Lucas

4.18,19 com Isaías 61.1-3). Ele trouxe cura aos quebrantados de coração. Duas

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palavras hebraicas são traduzidas como quebrantados em Isaías 61.1-3 (Revista e

Atualizada):

Quebrantados (1) é 'anav (hebraico), significando “deprimido, desanimado

(em mente ou circunstâncias), fraco, pobre”.

Quebrantados (2) é shabar (hebraico), significando “estourado, explodido,

fraturado, rompido, aberto, arrebentado, destruído, ferido, esmagado,

apertado”.

Jesus Cristo veio curar as pessoas deprimidas, desanimadas, fracas, empobrecidas

em suas emoções. Ele veio curar aqueles que estão com seus sentimentos fraturados,

suas relações rompidas, com o coração arrebentado, com as feridas da alma abertas.

As pessoas que viviam em tais circunstâncias na época do ministério terreno de

Jesus, e que se achegaram a Ele, receberam a cura dessas doenças da alma. Hoje,

nós exercemos a cura da alma para dar continuidade ao ministério de Jesus. A Igreja

é a extensão do ministério terreno de Jesus, pois Ele afirmou que nós faríamos as

mesmas coisas que Ele fez (João 14.12).

4. A cura alma fundamenta-se na santificação. A Bíblia apresenta a nossa

salvação em três tempos:

Passado: fomos salvos da condenação do pecado (justificação).

Presente: estamos sendo salvos do poder do pecado (santificação).

Futuro: seremos salvos da presença do pecado (glorificação).

Nós já fomos salvos da condenação do pecado; fomos justificados por meio da

morte e ressurreição de Jesus Cristo. No futuro, quando Jesus retornar, nós seremos

glorificados; nossos corpos experimentarão a redenção plena. Hoje, no entanto, nós

estamos em processo de santificação ou salvação da alma. A cura da alma é parte

do processo de santificação que nossas almas devem experimentar antes do retorno

de Cristo para reinar.

A justificação lidou com o passado: fomos salvos da condenação do pecado. A

cura da alma lida com o presente: libertação do poder do pecado ou santificação.

ACONSELHAMENTO E CURA DA ALMA

Aconselhamento bíblico não seria o mesmo que cura da alma? Com certeza, há

algumas semelhanças entre as duas coisas, mas também há diferenças. Estas

diferenças, por si só, nos mostram que aconselhamento e cura da alma são duas

coisas diferentes, ainda que não completamente distintas.

O aconselhamento bíblico, assim como a cura da alma, se baseia na obra do

Espírito Santo. O aconselhamento visa a cura da alma de uma pessoa e a pessoa

curada em sua alma ainda pode precisar de aconselhamento.

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Tanto o aconselhamento quanto a cura da alma enfatizam a necessidade de se

viver sob o senhorio de Cristo e em santidade. Mas, há algumas diferenças básicas:

1. No aconselhamento há um tempo mais extenso, um processo mais prolongado

até que se chegue, por exemplo, à cura dos traumas emocionais de uma pessoa. A

cura da alma vai um pouco mais rápida e busca a cura da pessoa num tempo mais

curto, normalmente numa única reunião.

2. O aconselhamento tem um enfoque mais amplo, enquanto que a cura da alma

tem um enfoque mais definido. Enquanto o aconselhamento procura identificar

todos ou a maioria dos fatores que levaram ao problema antes de começar a

trabalhar a cura, a cura da alma concentra-se mais no problema em si e busca a cura

mais imediatamente.

3. No aconselhamento, a pessoa geralmente toma a iniciativa de apontar a sua

necessidade, enquanto que na cura da alma o ministrante trabalha alguns temas

específicos ajudando as pessoas presentes a se identificarem com um ou outro. Na

cura da alma, o ministrador geralmente usa os dons do Espírito de palavra de

conhecimento e sabedoria para descobrir a necessidade real da pessoa, mesmo

quando ela não tem consciência de qual seja a sua necessidade.

Assim, nós entendemos que, embora tanto um quanto o outro ministério possa ser

usado separadamente, de acordo com os dons e chamado de cada um, há uma

eficácia muito maior quando há uma interação entre as duas formas de ministério à

alma do homem.

CURA DA ALMA E LIBERTAÇÃO

Libertação e cura da alma não são a mesma coisa. No entanto, a libertação pode

andar, muitas vezes, de mãos dadas com a cura da alma.

Quando os problemas na alma de uma pessoa são produzidos por influências

espirituais malignas, a cura da alma assume o papel de libertação. De fato, cura é

um termo genérico que pode e deve ser aplicado ao homem integral. Se a pessoa

recebe perdão de pecados, ela foi curada em seu espírito. Se a pessoa é santificada e

abandona maus pensamentos e padrões de comportamento doentios, ela também

experimentou cura – na alma. Se o seu corpo adoece, você também deverá

experimentar cura.

No entanto, para que haja uma melhor assimilação das áreas de atuação da cura

integral do homem, nós preferimos dividir estas áreas e abordá-las individualmente,

mas sem esquecer que o propósito de Deus é a cura integral do homem.

Assim, convencionou-se denominar a cura física de cura divina ou cura do

corpo, a salvação ou perdão dos pecados de cura do espírito, e a cura das aflições

malignas – seja no corpo ou na alma – de libertação, e a cura das doenças da alma

(mente e emoções) de cura da alma.

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Muitas vezes, uma mesma pessoa poderá necessitar de cura integral – para o

espírito, alma e corpo. Outras vezes, ela precisará de cura apenas numa determinada

área.

É um erro muito grande, portanto, sempre associar a cura das feridas da alma, dos

traumas emocionais, dos padrões doentios de comportamento à atuação demoníaca.

Nós sabemos que os demônios podem interferir e causar doenças na alma, mas nem

sempre as doenças da alma possuem origem demoníaca.

Portanto, a quebra de fortalezas demoníacas na alma ou no corpo de uma pessoa é

o papel da libertação (ou cura) das aflições causadas por demônios. Essas fortalezas

demoníacas muitas vezes se abrigam na mente e nas emoções das pessoas (2

Coríntios 10.4-6). Dependendo do nível da escravidão, os demônios podem se

manifestar ou não no corpo e na alma de uma pessoa afligida.

Sendo duas coisas diferentes, mas interligadas, às vezes a cura da alma pode vir

antes e a libertação depois, assim como o contrário também pode acontecer. Alguns

padrões errados de pensamento e de comportamento podem ter ação direta de

demônios, por isso essas entidades se manifestam quando oramos por pessoas

afligidas por eles. Nesses casos, a doença da pessoa se originou por causa de

espíritos atormentadores. É necessário, portanto, que tais pessoas experimentem a

libertação das cadeias satânicas que causam seus problemas emocionais ou

psicológicos.

Após a libertação, tais pessoas podem precisar de cura para os traumas causados

pela escravidão satânica. Nesta fase, nós não lidaremos com demônios, mas sim com

a própria pessoa. Daí é imprescindível que o ministrante possua o dom de discernir

espíritos ou um discernimento aguçado baseado no seu conhecimento da Palavra de

Deus e nas experiências acumuladas no desenvolvimento de seu ministério.

Precisamos estar conscientes de que certas pessoas precisam somente de cura na

alma e não de libertação de cadeias satânicas e vice-versa. Outras, porém,

precisaram tanto de um quanto do outro aspecto do ministério de cura.

Ao tratarmos deste assunto da influência demoníaca na alma do ser humano,

naturalmente surge a pergunta acerca da influência dos demônios na vida do crente.

Nesta área, há muitas idéias equivocadas que somente interferem no pleno exercício

de um ministério de poder que deveria trabalhar na cura integral de cada pessoa. A

seguir, alguns princípios resumidos que podem nos ajudar a ver esta questão sob a

ótica correta:

1. Os demônios não podem roubar nossa salvação nem tocar em nosso

espírito (João 10.28-29; 1 João 5.18). Este é um ponto pacífico na questão. Nosso

espírito é intocável pelo maligno. Nossa salvação é eterna e ninguém pode nos

arrebatar das mãos do Pai, seja homem ou demônio.

2. Um cristão nascido de novo não pode ser dominado ou possuído por

demônios. E, ao fazermos tal afirmação, nós queremos lembrar que o uso de certos

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termos pode complicar ou ajudar a entender a questão. Por exemplo, o termo

“endemoninhado” não é uma boa tradução da palavra grega usada constantemente

nas Escrituras. “Demonizado” seria a melhor tradução. Seja como for,

„endemoninhado‟ e „demonizado‟ descrevem apenas que há uma ação maligna, mas

não determina o nível de influência ou ação demoníaca. Um crente pode ser ou estar

„demonizado‟, mas isto não significa que ele está „possuído‟ ou totalmente

controlado pelos demônios. Um demônio não pode assumir controle total ou

permanente sobre a alma ou corpo de um crente nascido de novo.

3. No entanto, um verdadeiro crente pode ser afligido na alma e no corpo por

forças demoníacas. Afligido não significa possuído ou que um espírito maligno

habite dentro de um crente. Diversos textos bíblicos mostram claramente que é

possível que um crente seja atingido na alma ou no corpo por espíritos malignos:

Efésios 4.27; 6.16; Gálatas 3.1; 2 Coríntios 11.3; 12.7. O diabo pode macular nossa

alma – pensamentos, emoções, vontade; mas não pode atingir nossa alma, se nós

somos verdadeiramente salvos.

INVENTÁRIO - O MODELO DAS QUATRO PORTAS

Muitas pessoas são contrárias ao uso de uma metodologia no que diz respeito às

curas. Obviamente, não é correto e nem bom estar preso a uma metodologia e muito

menos endeusar tal metodologia. No entanto, é certo que Jesus empregou alguns

métodos para curar as pessoas. Foram métodos diferentes, sim, e isso nos mostra a

flexibilidade que devemos ter ao empregarmos métodos nas curas, mas é inegável

que Ele usou alguma metodologia para curar.

Se, por um lado, é importante ser flexível no uso de métodos, por outro, é

importante entendermos que alguns métodos são aplicáveis em larga escala, com um

grande percentual de sucesso na maioria das situações de ministério e que, portanto,

devem ser seriamente considerados.

Há métodos espúrios, que usam técnicas meramente psicológicas, que roubam o

lugar e a primazia da Palavra e do Espírito na cura; há também métodos que

misturam técnicas pouco populares nos principais círculos da psicologia e

psicanálise, tais como a regressão e a hipnose. Esses métodos devem ser

completamente descartadas na ministração da cura da alma. Como já enfatizamos

em outra lição, seja no aconselhamento ou cura da alma, a Palavra e o Espírito são

os elementos fundamentais para a cura; tudo o mais deve ser julgado quanto à sua

afinidade com estes dois elementos.

Ao descartarmos os métodos ou modelos errados, não podemos ir ao outro

extremo de não adotar modelo algum. Não cremos que existe “o modelo” certo, mas

temos testemunhado uma grande aplicabilidade através do modelo das “quatro

portas”.

Há várias razões porque este modelo é chamado de quatro “portas”:

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A porta implica num limite, o que leva de volta à diferenciação entre

aconselhamento e cura da alma. O aconselhamento é mais amplo e, portanto, mais

demorado. A cura da alma trata com coisas mais específica, limitadas e,

conseqüentemente, é mais rápida. Contudo, é importante sabermos que um

ministério não é menos ou mais importante do que o outro, mas sim que há ocasiões

em que um poderá ser mais eficaz do que outro. Tudo irá depender do grau e da

extensão da enfermidade da alma da pessoa que receberá a ministração.

A porta também se refere a uma entrada, assim como a uma saída. As

doenças entram em nossa alma por portas que nós abrimos ou permitimos que outras

abram. Porém, assim como portas foram abertas para a entrada de doenças na alma,

assim também há portas por onde estas mesmas doenças sairão. Portanto, sempre há

a possibilidade de uma cura plena, não importa o nível da infecção na alma.

A porta é um meio através do qual nos relacionamos com o exterior. Ele nos

permite acesso ao mundo exterior, bem como o acesso do mundo exterior ao mundo

interior. Muitas coisas que nos afligem vieram do nosso exterior. Foram palavras

ditas por outrem ou ações pecaminosas contra nós que causaram doenças em nosso

interior. Da mesma forma, palavras ou ações da nossa parte contra outras pessoas

podem voltar-se contra nós como um bumerangue que lançamos para longe, mas

que retorna.

A porta tem duas posições: aberta e fechada. Se ela está aberta, qualquer coisa,

potencialmente, poderá passar por ela. Mas, se ela está fechada, dificilmente algo

passará por ela. Se mantivermos as portas de nossa alma fechadas, dificilmente

seremos atingidos por doenças que vêm do nosso exterior e aí só teremos que lidar

com as doenças que podem se originar em nosso próprio exterior.

Agora nós estudaremos este modelo e apresentaremos as quatro portas de acesso

das doenças da alma:

A PORTA DAS FERIDAS DA INFÂNCIA:

Esta porta se abre quando ainda somos crianças. Ela permite que doenças da alma

nos afetem através das lembranças e recordações traumática da infância, os abusos

sofridos, o abandono pelos pais, a rejeição pelos pais ou amigos, a violência sofrida

no lar, na escola ou nas ruas, etc. Todas estas coisas que podem acontecer com

qualquer um na infância geram feridas na alma. Tais feridas, muitas vezes, são

inconscientemente ocultados em nosso mais profundo interior, porém, seus efeitos,

sem nos darmos conta da causa original (ou por não queremos aceitá-la) nos

acompanham a vida inteira.

Para tratarmos com traumas ou problemas da infância, na maioria das vezes, nós

precisamos ser lembrados destes acontecimentos. É o papel do conselheiro ou

ministrante apresentar estas coisas que geram doenças na alma desde a infância,

porque para livrar-nos da aflição de alma que estas lembranças nos causam, nós

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tratamos de “enterrá-las” em nosso inconsciente. Mas, “enterrar” não é o mesmo que

curar. A qualquer momento – e isto sempre acontece – as lembranças doloridas virão

à mente. Nestas ocasiões, então, se não tratarmos corretamente da raiz do problema,

o mesmo continuará a crescer e a causar sua obra destruidora em nossos

pensamentos, emoções e atitudes, que não somente nos prejudicarão, mas também a

outros.

Mas, será necessário fazer com que as pessoas lembrem de fatos passados, fatos

doloridos de sua infância para que sejam curadas? A resposta é „sim‟, especialmente

quando o passado não está resolvido, pois ele condiciona nossa vida presente e

também futura. Se o passado não está resolvido, nós poderemos viver acorrentados a

ele e nunca crescermos espiritualmente ou humanamente no presente. Nosso

relacionamento com as pessoas podem ser prejudicados porque um passado não

resolvido impede que tenhamos relacionamentos saudáveis no presente, só para citar

um dos resultados de um passado não resolvido. Assim, relembrar o passado que

realmente existiu, que foi doloroso, é um passo muito importante para chegar à cura.

Por exemplo, a dolorosa lembrança – que sem sucesso alguém tenta manter

escondida no fundo do baú das lembranças – de um abuso sexual quando criança

pode ser a causa de um relacionamento conjugal doentio. De fato, o abuso sexual na

infância tem gerado relacionamentos sexuais e emocionais enfermos em grande

parte dos adultos que sofreram este trauma. E o fato deles tentarem ocultar a

lembrança do ocorrido só agrava as conseqüências no presente.

Aqui cabe abrirmos um parêntese para entendermos a diferença entre a nossa

posição em Cristo e a nossa experiência prática desta posição. Precisamos deste

entendimento porque, erroneamente, muitos crentes bem intencionados acreditam

que a salvação resolveu todas as conseqüências do pecado. Mas este é um erro

gravíssimo que pode interferir para sempre na cura de muitas pessoas.

A Bíblia nos mostra claramente que há uma diferença entre o que somos em

Cristo e nossa condição humana. Há uma diferença entre o que temos em Cristo e o

que estamos desfrutando agora do que somos e temos Nele. Por exemplo, a Bíblia

diz que o nosso velho homem já está crucificado com Cristo (Romanos 6), mas

também nos ordena a fazer morrer esta velha natureza (Colossenses 3).

Em Cristo, nós já somos perfeitos. No entanto, na prática, nós vemos que a coisa

não é bem assim, pois dia a dia nos defrontamos com nossos próprios pecados e

erros. Então, nós temos que entender que a cura da alma não trata com quem nós

somos e com o que temos em Cristo, mas sim como o que somos e temos em nós

mesmos.

Todos os que nascem de novo, potencialmente, tem todas as condições para viver

uma vida 100% vitoriosa em todas as áreas de sua vida. No entanto, a apropriação

prática destes recursos será diferente em cada pessoa. Algumas pessoas são mais

rápidas e ao mesmo tempo mais profundas em identificar e se livrar das seqüelas de

sua vida de pecado sem Cristo. Outras pessoas, no entanto, mesmo sendo

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verdadeiramente nascidas de novo, não entendem sua identidade em Cristo, não

assumem esta identidade e as bênçãos decorrentes dela e não se apropriam tão

rápida e profundamente das riquezas do perdão e da graça de Cristo como outros

crentes fazem. E são exatamente estes que precisam de reuniões e encontros

especiais para a cura da alma. Portanto, devemos trazer isto bem claro em nossas

mentes: não é o fato de sermos salvos ou não que indica a nossa necessidade de cura

da alma, mas sim a nossa rapidez e profundidade na apropriação das bênçãos

espirituais que temos em Cristo.

Voltando à questão da porta das feridas da infância, quando ministrando às

pessoas, o conselheiro deverá perguntar: O que você recorda da sua infância? Quais

foram as situações ou acontecimentos que lhe causaram dor, sofrimento, vergonha,

medo e etc?

Quando estas coisas são claramente identificadas e reconhecidas, aí haverá mais

rapidez na cura.

A PORTA DA HERANÇA:

A porta da herança tem a ver com as coisas que herdamos de nossos pais ou

antepassados. Por exemplo, padrões de pensamento e/ou comportamento que

herdamos de nossos pais.

Obviamente, nem todo doença na alma é transmitida de pai para filho, mas

existem certas doenças da alma que são transmitidas de geração em geração. Nós

não queremos dizer que estas doenças da alma são „hereditariamente causadas por

demônios‟; pois, na maioria dos casos, são doenças pelas quais as próprias pessoas

são responsáveis. No entanto, ninguém precisa ficar escravizado a uma doença da

alma herdada ou não dos pais. Há ampla provisão e cura em Jesus Cristo para toda e

qualquer doença da alma, seja qual for a sua causa.

Há pecados que marcam certas famílias de geração a geração. Por exemplo, há

quatro gerações todas as mulheres de certa família adulteram e se separam. Ou

então, há cinco gerações todos os ramos de certa família têm um filho que é ladrão

ou assassino. Quando este tipo de comportamento pecaminoso sucede há gerações, é

quase certo que temos uma doença da alma herdada.

Ao encontrar pessoas nesta condição, cabe ao ministrador perguntar: O que você

pode nos contar acerca de seus pais e avós? As informações colhidas podem

evidenciar que há uma herança doentia da alma.

A PORTA DO PECADO PESSOAL:

Esta talvez seja a principal porta de entrada para as doenças da alma. Atitudes

pecaminosas, tais como adultério, fornicação, inveja, ódio, roubo, etc., podem ser

causadas por e causar profundas doenças na alma. Alguns pecados como, por

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exemplo, o adultério, não podem ser considerados „doença‟ até que se tornem

repetitivos. No entanto, como diz o velho ditado, “é melhor se prevenir do

remediar”. No entanto, mesmo que um pecado não esteja ainda em estado de

“doença”, com toda certeza, ele causará uma ou outra doença na alma, tanto em que

o praticou quanto em que se sentiu prejudicado por causa dele.

Nestes casos, o ministrante deve levar a pessoa a reconhecer, confessar os

pecados nome por nome, e abandoná-los.

A PORTA DO OCULTISMO:

A porta do ocultismo permite o acesso de poderes malignos à alma de quem se

envolve com ele. Pessoas envolvidas com espiritismo, umbanda, parapsicologia,

magia, bruxaria, curandeirismo, etc., podem ser profundamente molestadas e

violentadas pelas forças malignas em suas almas.

Mesmo quando as pessoas envolvidas com estas coisas não estão “possuídas” por

espíritos malignos é certo que eles destruirão aspectos importantes da vida

emocional e psicológica da pessoa.

Mesmo após a libertação e conversão, as pessoas envolvidas profundamente com

o ocultismo – em suas várias formas – poderão apresentar doenças na alma.

Algumas sofrerão profundamente de vergonha por causa das coisas que fizeram sob

o poder de espíritos enganadores. Outras, apesar de libertas, poderão ter a mente

condicionada a realizar práticas ilícitas. Por exemplo, uma pessoa que já foi

possuída por demônios poderá desenvolver o hábito de mentir (para esconder seus

sentimentos, dúvidas e etc.). Mesmo liberta da possessão demoníaca, ela ainda

enfrenta as seqüelas da sua escravidão. Aí, então, após a libertação da pessoa, ela

deve experimentar a cura das conseqüências deixadas em sua alma pela escravidão

outrora sofrida.

É importante, portanto, especialmente quando o ministrante não conhece a

pessoa, perguntar: você já se envolveu com alguma forma de ocultismo? Alguém

próximo a você já o fez?

Estas são as quatro portas pelas quais entram as doenças da alma. Quando

ministrando as pessoas, é importante identificar qual a porta que foi aberta para a

entrada da doença ou do causador da doença. Às vezes, uma pessoa pode apresentar

mais de uma porta aberta. Neste caso, é importante ter pessoas trabalhando com ela

que não somente ministram curam da alma, mas também trabalham com libertação e

aconselhamento em longo prazo.

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MINISTRANDO A CURA DA ALMA

A prática de muitas igrejas é ter um „tempo de ministração‟ no final de uma

reunião de adoração para que as pessoas interessadas em receber a cura da alma

possam receber aconselhamento e ministração da parte daqueles que estão

preparados para isso.

A seguir, nós apresentamos algumas dicas sobre a ministração da cura da alma

nesse tipo de ambiente.

TRÊS REQUISITOS PARA RECEBER A CURA DA ALMA:

Nós começaremos tratando com os três requisitos para receber a cura da alma.

Primeiro, a pessoa deve ser instruída no evangelho. A pessoa não tem que ser

crente, mas precisa ser evangelizada. Ela deve saber que ela poderá experimentar

uma cura temporária, especialmente se o problema é causado por espíritos

malignos, caso não venha a se arrepender e crer em Jesus. Pessoas não-crentes

podem experimentar a cura da alma e libertação e continuar sem Jesus no coração.

Porém, há uma grande possibilidade de que esta libertação ou cura seja temporária.

No caso de doenças da alma que estão relacionadas com ações demoníacas, a pessoa

pode experimentar a cura por um tempo, mas depois a enfermidade da alma pode

voltar com uma intensidade bem maior. O Senhor Jesus falou sobre isto em Mateus

12.42-45.

Em segundo lugar, a pessoa deve estar disposta a contar tudo. A confissão é

uma parte muito importante para alcançar a cura. O ministrante deve instruir a

pessoa que receberá a ministração que, se ela encobrir seus pecados ou seu

envolvimento com o ocultismo, ou se não reconhecer que seu problema é uma

doença na alma, ela não alcançará a misericórdia para ser curada (Provérbios 28.13).

Por fim, a pessoa precisa também renunciar a tudo. É preciso „limpar a casa‟ do

coração por completo. Se uma porta de entrada da doença da alma é fechada, mas as

outras portas não são, com certeza alguns problemas na alma continuarão existindo e

podem até se agravar.

O QUE O MINISTRANTE NÃO DEVE FAZER:

Os três requisitos acima dizem respeito à pessoa que receberá a ministração. Mas

o ministrante também precisa considerar algumas coisas. Há certas coisas que ele

não deve fazer. Por exemplo:

Não ministrar a mulheres grávidas. As emoções que podem aflorar quando

ministrando a cura podem prejudicar a gravidez, então é melhor esperar em

oração (cobrindo-a com oração) até algum tempo depois da gravidez. Neste

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caso, o aconselhamento bíblico-pastoral em longo prazo é o mais

aconselhável.

Não ministrar a parentes, especialmente se eles não possuem um

relacionamento saudável com você. Se a pessoa é parenta do ministrante, ela

poderá sentir dificuldades em confessar algum pecado, o que prejudicaria

grandemente o processo da cura.

Não ministrar às pessoas com problemas psiquiátricos. Elas devem ser

encaminhadas aos especialistas na área. Uma exceção seria se, depois de farta

comprovação, a causa da doença „psicológica‟ for de origem satânica. Isto,

com certeza, deve ser feito sob o acompanhamento de um psicólogo cristão

realmente capaz de trabalhar tanto o aspecto espiritual (libertação) quanto o

psicológico.

Nunca toque em ou abrace a pessoa. Dependendo do estado emocional-

psicológico da pessoa, ela poderá sentir-se ameaçada ou poderá interpretar

erroneamente como assédio sexual. Ela também poderá confundir tal gesto

com uma demonstração de afeto especial e fantasiar (ou realmente buscar)

um relacionamento amoroso com o conselheiro. Não é demais dizer que isso

seria extremamente prejudicial para a cura.

Nunca bata em ou agarre a pessoa, mesmo que ela manifeste agressivos

espíritos demoníacos controlando o corpo dela. A libertação e a cura não tem

nada a ver com esforço físico; tudo o que você precisa é da autoridade de

Jesus por meio da Palavra e do Espírito.

Você não deve ungir a pessoa com óleo. O óleo é um símbolo da unção do

Espírito Santo vindo sobre uma pessoa. Este símbolo só foi usado na Bíblia

para a cura física e a consagração de pessoas para o serviço. A cura da alma,

que pode envolver a libertação de espíritos demoníacos, não necessita deste

tipo de unção. Mesmo que a pessoa seja convertida, ela precisa ouvir a

verdade, arrepender-se onde for o caso, confessar suas dores e/ou pecados,

abandonar pecados e/ou laços com o oculto, perdoar e/ou pedir perdão

quando for necessário, e receber oração.

QUEM VAI MINISTRAR:

A pessoa que vai ministrar já deve ter sido ministrada, se necessário, em cura

da alma e libertação. Se você nunca experimentou uma cura e/ou libertação

profunda, você não está apto a enfrentar as difíceis situações envolvidas neste

ministério, o que poderá resultar em perda para você e para quem recebe a

ministração.

Você deve estar sob o senhorio de Cristo. Você tem que ter um relacionamento

de amorosa submissão a Jesus Cristo e estar crescendo no discipulado cristão.

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Você deve estar sob a autoridade dos líderes na igreja. Lembre-se: você só

tem autoridade quando você mesmo está debaixo de autoridade.

Você deve procurar os dons de curar, discernimento e libertação. Estes dons

são especialmente necessários quando se trata de ministrar a cura da alma. Se você

não tem estes dons, peça-os ao Senhor, ou então forme uma equipe com pessoas que

ministrem nestes dons.

Você deve ser capaz de manter sigilo absoluto. Pode ser que a pessoa que

recebe ministração confesse para você um adultério cometido, um abuso sexual

sofrido (ou cometido), e muitas outras coisas que precisam ser mantidas em sigilo

absoluto. O ministrante deve ter maturidade suficiente para saber guardar segredos e

muita sabedoria para saber quando é necessário relatar um caso mais grave à equipe

pastoral.

O PROCESSO DA CURA ALMA:

O processo de cura envolve três etapas:

1. Detectar o mal. A primeira etapa tem a ver com detectar qual é o problema

real da pessoa, o mal que precisa ser extirpado de sua alma. Não prossiga em sua

ministração até que você tenha certeza de que sabe claramente qual é o problema.

2. Extirpar o mal. Ao descobrir qual é o problema, a ação agora se volta para

tirar o mal que prejudica a vida da pessoa.

3. Substituir o mal pelo bem. Depois que o problema é identificado e resolvido,

é importante adicionar à vida das pessoas novos valores, pensamentos, atitudes,

ações e etc., em substituição às coisas velhas que foram retiradas da pessoa. A

pessoa deverá ser encorajada a ler algumas porções da Escritura que providenciarão

os valores (ou o que for necessário) que a pessoa precisa adicionar à sua vida. Ações

contrárias às que eram feitas antes podem ser realizadas propositadamente para

quebrar o círculo vicioso que porventura tenha sido gerado. Ou seja, faça justamente

o contrário do que você costumava fazer antes.

PASSOS PRÁTICOS

A seguir, nós apresentaremos alguns passos práticos durante a ministração da

cura:

Ore e cubra-se com o sangue de Cristo.

Se você tem tempo, ou se ao orar por uma pessoa você não viu resultados

imediatos, levante o inventário das 4 portas; reúna informações básicas.

Confronte os falsos conceitos da pessoa com a verdade da Palavra, não com

suas idéias ou da psicologia moderna.

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Conduza a pessoa numa oração de cura. O ministrante faz uma oração e pede

à pessoa que acompanhe, em voz alta. Nesta oração:

o A pessoa deve orar acertando as contas com Deus – pedir perdão a

Deus.

o Deve renunciar ponto por ponto, confessando os pecados, renunciando

envolvimentos ocultistas, heranças familiares, etc.

o Se necessário, a pessoa deve perdoar aos seus ofensores.

o A pessoa deve submeter-se a Deus.

O ministrante deve quebrar as cadeias e expulsar os demônios em nome de

Jesus (se for necessário) e levar a pessoa a pedir o enchimento do Espírito

Santo.

Lição 6 - Questões Para Revisão

1. Por que a cura da alma é necessária?

2. O que significa o termo “cura”?

3. Em que se fundamenta a cura da alma?

4. Quais as diferenças entre o aconselhamento bíblico clássico e a cura da alma?

5. Qual é a relação entre a cura da alma e a libertação?

6. Quais são as quatro portas pelas quais entram mais comumente as doenças da

alma?

7. Quais são os três requisitos para receber a cura da alma?

8. Por que não devemos ministrar a „parentes‟?

9. Por que não devemos ungir uma pessoa com óleo ao ministrarmos a cura da

alma?

10. Por que é importante estar sob a autoridade dos líderes da igreja ao ministrar a

cura (ou outros tipos de ministério)?

11. Quais são as três etapas da cura da alma?

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Lição Sete

LIBERTAÇÃO

Versículo-Chave

“O Espírito do Soberano, o SENHOR, está sobre mim, porque o

SENHOR ungiu-me... Enviou-me para... anunciar liberdade aos

cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, para proclamar o ano

da bondade do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus” (Isaías

61.1-2).

INTRODUÇÃO

Os estudiosos de guerra espiritual defendem que há três níveis de combate com as

forças espirituais:

Nível de Solo. Este é o confronto direto com os espíritos malignos, ou seja,

expulsar os demônios das pessoas possuídas ou influenciadas por eles.

Nível de Ocultismo. Esta é a quebra dos vínculos que uma pessoa tem com

práticas e ensinamentos demoníacos, ocultistas.

Nível Estratégico. É o que muitos chamam de oração de guerra contra

principados e potestades – guerra contra os espíritos territoriais.

Não queremos julgar ou especular sobre a validade de tal divisão, mas o que se vê

claramente no ministério de Jesus e dos apóstolos é o que seria chamado de nível de

solo da guerra espiritual, ou seja, é o confronto direto com as forças do mal. Assim,

nosso foco nessa lição está nesse nível de confronto com as forças das trevas.

Nós sabemos que os demônios, em vários níveis diferentes, interferem nos

assuntos das famílias, cidades e nações. No entanto, quando vemos Jesus

ministrando, o que se destaca é o Seu confronto direto com os demônios que

afligiam indivíduos. Assim, sem querer diminuir a importância de lidar com a

influência maligna na mídia, na educação, na Internet, no governo e etc., nós

queremos estudar o ministério de libertação propriamente dito, ou seja, o ministério

de confronto direto com os poderes demoníacos que afligem as vidas das pessoas,

especialmente através da possessão.

Para se guerrear com o inimigo neste nível é preciso conhecer bem o inimigo e

suas estratégias. Também precisamos estar devidamente equipados para o combate.

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Algumas passagens bíblicas falam de armas que nos equipam adequadamente para o

combate frontal com as forças das trevas como, por exemplo, Efésios 6.10-18 e 2

Coríntios 10.1-6. Sem sombra de duvida, é preciso preparar-se espiritualmente!

Nessa lição, nós apresentaremos a seguir algumas dicas práticas sobre como

desenvolver um eficaz ministério de libertação.

TRABALHE EM EQUIPE

Nós não cremos que seja adequado um ministério “solo” de libertação. Portanto,

tudo o que escrevemos aqui é sob o prisma de uma equipe de ministério de

libertação.

Ao selecionar uma equipe, pense em discípulos ungidos e enviados (Lucas 9.1;

10.17; 9.49) por Jesus para trabalhar neste tipo de ministério. Esse não é um lugar

para curiosos ou pessoas sem fé. É preciso unção específica para trabalhar neste

ministério específico.

Note que não estamos tratando aqui com o “ministério comum” de libertação, ou

seja, da autoridade sobre o maligno que todo o crente tem para exercer quando

necessário. Nós estamos lidando com um ministério específico formado por pessoas

com um chamado específico para ministrar nesta área específica em um nível muito

mais difícil. Por isso, é necessária uma unção específica para ministrar nesta área.

Além do mais, é necessário também que as pessoas selecionadas saibam trabalhar

em equipe. O exemplo do Novo Testamento é que o ministério não é privilégio nem

dever de um só, mas de todos. E quando se trata de ministérios específicos, é ainda

mais necessário que enfatizemos a necessidade de trabalho corporativo, de equipe

(Atos 5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Marcos 6.7).

Selecione um líder para a equipe. O líder, ou melhor, os líderes da equipe

deveriam ser, preferencialmente, um casal, um homem e uma mulher. Isto é ainda

mais importante se lembrarmos que pessoas que enfrentam problemas sexuais

causados por forças demoníacas precisam ser ministradas por pessoas do mesmo

sexo (homem com homem e mulher com mulher).

Selecione os membros da equipe. Ao selecionar os membros da equipe, note as

seguintes qualificações que eles devem ter (como o líder também deve ter, é claro):

Eles devem ser irrepreensíveis. Atos 19.13-17. Aqui nesse texto bíblico

nós vemos o triste resultado sofrido por pessoas dignas de repreensão.

Mesmo usando o nome de Jesus eles não obtiveram nenhum resultado

positivo no ministério de libertação. Assim, certifique-se que os membros

da equipe...

o Estão em bom relacionamento com Deus;

o Já confessaram todos os seus pecados conhecidos;

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o Já buscaram a cura para seus padrões pecaminosos persistentes;

o Permitiram que outros crentes avaliassem a “temperatura” espiritual

deles.

Eles precisam ter Fé (Hebreus 11.6; Atos 3.16). Tanto os que ministram

como aqueles que são ministrados precisam ter fé (Marcos 9.18,19, 23,24;

Mateus 17.19-20). No caso de crianças, os pais ou responsáveis precisam

exercer fé por elas, bem aqueles que estão tão dominados que não

conseguem sair do transe satânico.

TREINE A EQUIPE DE LIBERTAÇÃO

O nosso treinamento espiritual deve ser vertical (para Deus) e horizontal (contra o

Diabo). É preciso manter o equilíbrio e não se desviar para nenhum dos extremos.

TRÊS PASSOS PARA CIMA:

Tiago 4.7,8 nos mostra que precisamos dar três passos em direção a Deus para

que possamos resistir ao diabo:

Precisamos nos submeter a Deus;

Precisamos nos achegar a Deus através da oração, do jejum, da adoração e da

Bíblia;

Precisamos purificar as mãos e limpar o coração.

VISTA A ARMADURA DE DEUS:

Efésios 6.13-18.

A armadura de Deus é parte importantíssima na guerra espiritual. Não adianta

apenas vestir “magicamente” a armadura de Deus; é preciso viver segundo os

princípios bíblicos aos quais ela representa, a saber:

O Cinto da Verdade (Efésios 5.14; João 8.32; 17.17). Quando vivemos

vidas verdadeiras, quando deixamos a Verdade da Palavra moldar nosso

falar e viver, aí sim estamos cingidos com a verdade.

A Couraça da Justiça (Hebreus 1.8). É um dos traços do caráter do nosso

Senhor que nós também devemos expressar com nosso viver. Não somente

devemos ser retos em nosso viver pessoal, mas também em nossa relação

com e atuação na sociedade, lutando pelas causas comunitárias que são

justas e honram a Deus.

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As Sandálias do Evangelho da Paz (Marcos 16.15). A Bíblia diz para

calçarmos os nossos pés com a „prontidão‟ do Evangelho, ou seja, nós

devemos sempre estar preparados e dispostos para caminharmos até aos

outros para anunciar o amor de Jesus.

O Escudo da Fé. A fé impede que sejamos atingidos pelos dados

inflamados do inimigo. Na época de Paulo, os inimigos atacavam as

cidades muradas lançando dardos com fogo por cima dos seus muros. O

diabo também lança dardos inflamados por cima dos nossos “muros”; estes

dardos atingem nossa mente com dúvidas, pensamentos maus e etc. A fé

ou confiança no amor e fidelidade de Deus nos mantém firmes e impede

que esses dardos nos enfraqueçam interiormente.

O Capacete da Salvação (ou certeza da salvação). O inimigo é especialista

em, por exemplo, usar nossos pecados para nos fazer duvidar de nossa

salvação. Assim, nós precisamos ter uma sólida convicção de nossa

salvação. Nossa mente precisa estar “encharcada” com a certeza de que

somos salvos e estamos seguros nas mãos de Deus. Esta certeza vem pela

Palavra de Deus e através do nosso relacionamento diário com Deus.

A Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é uma

arma de ataque e defesa contra as investidas do inimigo. Jesus usou a

Palavra de Deus contra Satanás, quando Ele foi tentado no deserto (Mateus

4). Quando nós usamos a Palavra contra os ataques de Satanás, com fé,

com plena confiança em sua fidelidade e veracidade, nós usamos uma

“espada” contra o diabo e seus servos.

BUSQUE E RECEBA A UNÇÃO DO ESPÍRITO:

A Bíblia enfatiza constantemente a necessidade da unção do Espírito na guerra

espiritual (Isaías 10.27, versão corrigida; Lucas 4.18-19; Mateus 12.28; Atos 10.38).

A unção do Espírito quebra as cadeias satânicas que amarram as pessoas. Jesus

recebeu a unção do Espírito para pôr em liberdades os cativos e oprimidos do diabo.

Ele expulsou demônios pelo poder do Espírito Santo. Se Ele precisou do poder do

Espírito em Seu ministério de libertação, quanto mais nós!

USE A PALAVRA DE ORDEM:

Jesus expulsou demônios com uma palavra de ordem (Lucas 4.32,36; Marcos

9.25; Mateus 8.16). Não se “ora” por demônios; eles devem ser ordenados a sair das

pessoas. Não leia a Bíblia para os demônios; ordene que eles saiam das pessoas.

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SEJA FLEXÍVEL NO MÉTODO:

O Espírito nos usa como Ele quer (1 Coríntios 12.11). Porque um método

funciona uma vez não significa que irá funcionar toda vez. Ouça a voz do Espírito.

TOME CUIDADO COM O ORGULHO:

O orgulho derrubou Satanás do céu (Isaías 14.12-15; Lucas 10.20). O orgulho

quase afetou a obra dos apóstolos. Não se orgulhe do poder liberado através de você

para expulsar demônios; há coisas mais importantes. Se orgulhe de conhecer o

Senhor e de ser conhecido por Ele.

SAIBA COMO USAR A ORAÇÃO E O JEJUM:

Certos demônios somente são expulsos com oração e jejum (Mateus 17.21;

Marcos 9.29). A equipe de libertação deve ter, portanto, uma prática constante de

jejuar e orar.

Busque a direção do Senhor antes de orar pela pessoa que precisa de ajuda. É

bom ter na equipe pessoas com dons de sabedoria e conhecimento, e discernimento

de espíritos para criar um ambiente protegido de surpresas.

PREPARE OS QUE PRECISAM DE LIBERTAÇÃO

Em Atos 16.16-18 nós encontramos um caso interessante. Paulo permitiu que a

jovem adivinhadora demorasse muitos dias antes de ser liberta. Não sabemos se

neste período Paulo manteve alguma conversa com ela, mas isso nos mostra que a

libertação não tem que ser efetuada no exato momento em que nos deparamos com a

pessoa possessa de demônios.

De fato, em muitos casos é imprescindível que haja uma preparação antes que a

pessoa seja submetida à expulsão.

Assim, que a pessoa ministrada...

1. Freqüente alguma sessão de ensinamentos bíblicos. A Bíblia ensina que a fé

vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17; Marcos 6.5,6). Assim, é

importante que escute algumas verdades bíblicas sobre a obra de Cristo em nosso

favor, para que isto gere ou aumente a fé da pessoa que receberá a ministração.

2. Quebre o contato com médiuns (Levítico 19.31; Zacarias 10.2). Se a pessoa

esteve envolvida com médiuns, pais de santos ou outro tipo “sacerdotal” maligno é

necessário que ela rompa todo o contato com eles antes de ser ministrada.

3. Destrua amuletos ou talismãs. Este tipo de coisa pode ser o vínculo que liga a

pessoa possuída por demônios e os seus hospedeiros, então é necessário que tais

objetos sejam destruídos. Convém notar que não é o ministrante quem deve quebrar

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ou se desfazer deste tipo de coisa. É a pessoa que receberá a ministração quem,

depois de instruída, deverá dispor-se a isto.

4. Destrua artigos de Feitiçaria. Sejam livros, amuletos, músicas, roupas ou

outra coisa qualquer, tudo que tiver relação com feitiçaria deverá ser destruído pela

pessoa que receberá a ministração. O papel do ministrante aqui será o de instruir a

pessoa sobre tal necessidade e dar-lhe cobertura de oração. Às vezes, quando tais

objetos estão sendo destruídos, os demônios podem se manifestar na pessoa.

5. Peça perdão a Deus (Tiago 5.14). Na maioria das vezes as possessões são

causadas por causa de pecados deliberados das pessoas. Assim, é necessário que

haja confissão de pecados e pedido de perdão a Deus por causa dos pecados

cometidos.

6. Renuncie a tudo que é pecaminoso e de Satanás. Aqui a pessoa que recebe a

ministração possui um papel crucial em sua própria libertação. Depois de instruída,

ela deverá, por livre e espontânea vontade, renunciar todo pecado em sua vida e todo

o seu envolvido com Satanás.

7. Receba a Salvação (Lucas 11.24-26). A pessoa deverá ser instruída acerca da

importância de “preencher a casa” após a expulsão dos demônios. A pessoa deve ter

interesse de ficar livre para sempre e não somente naquela ocasião. Ela precisa saber

claramente qual é o seu problema e qual é a solução definitiva para ele. Então, a

pessoa precisará de ensino claro e específico sobre a necessidade de:

Confessar seu pecado – 1 João 1.9;

Arrepender-se e converter-se – Atos 3.19;

Sobre o poder que há no sangue de Jesus para perdoar e libertar –

Colossenses 1.14; Apocalipse 12.11;

Que Deus deseja comprá-la de volta do poder do pecado e de Satanás

(redenção – Atos 20.28; 1 Coríntios 6.19,20; 1 Timóteo 2.6).

8. Memorize versículos bíblicos. Guardar a Palavra de Deus no coração (mente)

ajuda-nos a lutar contra as tentações do inimigo. Satanás fará de tudo para não soltar

a pessoa escravizada. Ele falará mentiras para ela sobre “ter cometido um pecado

imperdoável”, ou “que Deus não pode fazer nada por você” e coisas do tipo. Quando

a pessoa decora textos da Palavra de Deus, ela se prepara para enfrentar estas

acusações e mentiras do diabo. De fato, há poder na Palavra para afugentar o

inimigo. Jesus usou textos da Palavra que Ele havia decorado e Satanás se afastou

Dele (Mateus 4). Alguns exemplos de versículos para decorar são: Números 23.21-

24; Hebreus 2.14,15; Lucas 10.17-19; Marcos 16.17; Tiago 2.19.

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DIRIGINDO A REUNIÃO DE LIBERTAÇÃO

Agora nós iremos tratar do momento em que a pessoa será libertada do poder do

inimigo.

O LOCAL DA MINISTRAÇÃO:

Poderá ser numa casa ou no local público da igreja; porém, duas coisas são

importantes:

Que seja longe dos olhares curiosos da multidão (Marcos 9.25);

Que seja num local fisicamente seguro.

COMO DIRIGIR A SESSÃO:

Comece com Oração e Louvor (Romanos 4.20; 2 Reis 3.15). A oração e o

louvor preparam o coração das pessoas presentes para receber o amor e o

poder de Deus; cria uma atmosfera espiritual de fé e de poder.

Leve a pessoa afligida a fazer uma declaração de fé. Abaixo segue um

modelo, mas você poderá criar seu próprio modelo:

“A minha libertação vem somente através de Jesus Cristo e da Sua vitória

sobre o diabo e os seus anjos. Creio que Jesus é o Senhor! Dobro os meus

joelhos, confesso isto com a minha boca, e declaro: Que ao nome de Jesus

todo joelho se dobrará no céu (anjos e santos glorificados), na terra (os que

crêem em Jesus), e debaixo da terra (os demônios) [Filipenses 2.10].

Conheço a verdade, e a verdade me libertará... assim sendo, se o Filho me

libertar, verdadeiramente serei livre (João 8.32,36)”.

USE O NOME DE JESUS CRISTO:

O nome de Jesus tem poder contra toda obra maligna (Filipenses 2.9; Marcos

16.17). Repreenda os demônios em nome de Jesus, mas tenha certeza de que sua

vida está sendo vivida de modo a honrar este nome. Usar o nome de Jesus é mais do

que apenas mencionar o nome Dele. É preciso ser um representante deste nome; é

preciso ter uma vida que está de acordo com tudo o que o nome de Jesus representa:

santidade, amor, bondade, etc.

FALE COM AUTORIDADE:

“Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do

testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida”

(Apocalipse 12.11).

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Não peça a Deus para libertar a pessoa na presença do endemoninhado. Você é

quem tem a autoridade para libertar (Lucas 10.19). Você é quem tem que agir!

Portanto, aja e fale com autoridade. Reconheça que você não tem poder, mas o nome

de Jesus tem! Então, fale com autoridade em nome de Jesus quando se dirigir ao

demonizado.

REPREENDA OS ESPÍRITOS E ORDENE QUE SAIAM:

Jesus expulsou demônios ordenando que eles saíssem da pessoa (Marcos 9.25).

Paulo também seguiu a mesma prática (Atos 16.18).

Não é importante saber os nomes dos demônios para expulsá-los. Mas é

necessário que você ordene que eles deixem a pessoa. Não permita que os espíritos

esbravejem, falem palavras imorais ou coisas do gênero. Faça-os calar em nome de

Jesus e depois ordene que eles saiam.

MANTENHA AS SESSÕES CURTAS:

Embora não seja preciso demorar muito tempo para expulsar demônios, quando a

pessoa entra em transe, é mais difícil expulsá-los e aí se a libertação está ocorrendo

numa reunião normal da igreja isso pode demorar muito tempo. Às vezes é

impossível expulsá-los numa só sessão, principalmente se a pessoa ministrada não

estiver preparada. Se a pessoa estiver preparada através de sessões de ensino, a

libertação poderá ser bem mais rápida.

NÃO IMPONHA AS MÃOS SOBRE O ENDEMONINHADO:

A não ser que Deus fale com você especificamente sobre isto. Jamais lemos na

Bíblia que a imposição de mãos tenha sido usada para expulsar demônios. Jesus

sempre usou a “palavra de ordem”. A imposição de mãos é usada para abençoar

(Gênesis 48.14-16; Mateus 19.14,15), para curar (Marcos 6.2,5; 16.18b; Lucas 4.40;

13.13; Atos 19.11,12), para transmitir o dom do Espírito Santo (Atos 8.17; 9.17;

19.6), para transmitir os dons do Espírito (1 Timóteo 4.14; 2 Timóteo 1.6) e para

selar publicamente os servos de Deus (Números 27.18-23). 1 Timóteo 5.22 inclusive

adverte sobre não impor as mãos precipitadamente sobre as pessoas.

ACOMPANHAMENTO APÓS A LIBERTAÇÃO

Após a libertação, certifique-se que a pessoa exorcizada...

Memorize as Escrituras, para usá-la quando o diabo vier atacá-la com

dúvidas e etc. (Lucas 11.24-26; Gálatas 5.1);

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Compreenda a autoridade que o crente tem para vencer os poderes das

trevas através de Jesus (se ela se converteu antes ou depois da libertação).

Ensine-a sobre a importância de vestir-se com a armadura de Deus (Efésios

6.10-18; 2 Coríntios 10.3-5).

Afirme a sua libertação (Romanos 10.9; 1 Coríntios 15.57; Colossenses

2.15). Embora Cristo já tenha destruído os inimigos, a vitória que Ele

conquistou na cruz precisa ser efetuada em situações práticas da vida. A

pessoa libertada precisa continuar mantendo a libertação através de uma vida

piedosa.

Viva uma vida santa (Romanos 12.1-2). Ensine a pessoa a dedicar toda a

sua vida a Jesus.

Perdoe os que lhe maltratam (Mateus 5.21-26; 6.14,15; Mateus 18.21-35).

A falta de perdão pode impedir o gozo prático da libertação; a pessoa pode ter

sido libertada dos poderes das trevas, mas continua escravizada ao pecado e

nisso ela também precisa de libertação.

Talvez seja necessário que a pessoa participe de algumas sessões adicionais de

libertação. Estas sessões “extras” são necessárias quando a pessoa volta a sofrer

ataques satânicos (talvez por que a causa da aflição maligna não ficou bem definida

e a libertação não foi completa), quando os espíritos deixam a pessoa mais tempo

em transe do que lúcida, principalmente durante a ministração da Palavra ou quando

há vínculos com os poderes das trevas que não foram quebrados.

O QUE NÃO É A LIBERTAÇÃO

Após estudarmos diversos princípios práticos relacionados à libertação, convém

lembrarmos de algumas coisas que nada tem a ver com libertação. Algumas pessoas

têm feito um estrago muito grande no ministério de libertação por causa de atitudes

e métodos que não podem ser considerados como libertação.

Por exemplo, libertação não é provocar vômitos na pessoa. Há uma crença (ou

seria superstição?) de que se a pessoa vomitar os demônios sairão com o vômito.

Isto é tolice – para não dizer pior!

Libertação não é dar banhos na pessoa. Esta é uma prática das religiões

ocultistas, não da verdadeira libertação ensinada na Bíblia.

Açoitar ou bater na pessoa também não tem nada a ver com a libertação

bíblica. A causa das aflições de uma pessoa possuída é espiritual. Portanto, de nada

adianta apelar para (errôneos) recursos físicos.

Libertação não é retaliar. Há pessoas que se os demônios gritam, elas gritam

mais alto; se eles cospem nelas, elas também cospem nos endemoninhados. Isto é

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um absurdo! Nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra poderes

espirituais.

Libertação também não é tortura verbal. Falar mal dos demônios, gritar com

eles, usar palavras de efeito... Nada disso coopera para atingir a verdadeira causa do

problema; não produz resultado algum.

ALGUNS LEMBRETES FINAIS

Deus honra a nossa obediência e coragem (Josué 1.6). Portanto, se nós o

obedecemos indo libertar os cativos, nós podemos contar com a Sua ajuda em todo o

tempo.

Cristo já conquistou a vitória sobre os poderes das trevas (Colossenses 2.12-

15). A obra do ministério de libertação é tão somente levar as pessoas necessitadas a

conhecer, crer e tomar posse desta vitória.

Os Demônios não têm nenhum direito legal de atacar as vidas daqueles que

se submetem a Deus (Hebreus 2.14; Tiago 4.7; 1 Pedro 5.9). Portanto, é

imprescindível que tanto o ministrante quanto o ministrado estejam em submissão a

Deus.

Todos os crentes possuem autoridade contra Satanás (Lucas 10.19). Todos os

que crêem podem expulsar demônios (Marcos 16.17-18). Contudo, algumas pessoas

são chamadas especificamente para este ministério e estão mais bem preparadas.

Não entre em combate físico com pessoas endemoninhadas. Não é necessário

segurá-las, amarrá-las fisicamente ou coisas assim. O nome de Jesus tem autoridade

para expulsar o demônio, sem tocarmos na pessoa endemoninhada.

Satanás e seus súditos gostam de “show”. Não permita que os demônios

esbravejem, blasfemem, digam palavrões ou façam seu “espetáculo”.

Uma das maneiras de saber se uma pessoa está realmente endemoninhada é

“testar os espíritos” perguntando-lhes se Jesus veio em carne (1 João 4.1-4). No

entanto, é preciso lembrar que nós devemos testar “os espíritos”, não as pessoas.

Não se dirija à pessoa perguntando se ela confessa que Cristo veio em carne;

pergunte ao espírito que age na pessoa.

Não deixe que os espíritos com clarividência usem seu passado pecaminoso

contra você. Eles geralmente querem “revelar” os pecados cometidos no passado

(principalmente desde que você se converteu) para minar sua confiança e a

confiança dos outros. Reconheça que já não há nenhuma condenação para os que

estão em Cristo Jesus (Romanos 8.1) e com ousadia repreenda os demônios em

nome de Jesus.

Não tenha inveja de outras pessoas com maior habilidade para tratar com

endemoninhados do que você, assim como você também não deve ficar orgulhoso

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quando você é mais bem sucedido do que outros. O diabo usará uma destas

fraquezas para derrotá-lo.

Não permita que os endemoninhados perturbem as reuniões da igreja. Não

interrompa a reunião por causa de endemoninhados. Por isso, é necessário que haja

uma equipe de libertação, que deverá conduzir os endemoninhados para um lugar à

parte e ali tratar com eles.

Não se deixe iludir pelos espíritos. Às vezes eles simulam que saem, mas na

verdade apenas se ocultam, com o propósito de serem deixados em paz. É

importante que haja um forte acompanhamento das pessoas que dizem estarem

libertas. Algumas pessoas que supostamente vêm à igreja em busca de libertação

nada mais são do que ciladas do diabo, que muitas vezes produzem distrações,

desviando a equipe de libertação daqueles que realmente precisam de libertação ou

distraindo à igreja de suas atividades normais. É preciso discernimento espiritual!

Não se incline demais para os extremos, ou seja, não ver demônio nenhum ou

ver demônio em tudo; ou responsabilizar a pessoa naquilo em que a culpa é dos

demônios ou culpar os demônios por aquilo que é culpa da pessoa. Busque

fervorosamente o discernimento espiritual para saber reconhecer tais situações.

Lição 7 - Questões Para Revisão 1. Quais são os três níveis de guerra espiritual defendidos pelos seus defensores?

2. Qual nível foi abordado nesta lição?

3. Por que é importante trabalhar em equipe na libertação?

4. Quais são os requisitos para os membros da equipe?

5. O que significa „vestir‟ a armadura de Deus?

6. Qual é a importância da oração e jejum na libertação?

7. Como nós preparamos uma pessoa para a libertação?

8. Por que não devemos impor as mãos sobre as pessoas a quem ministramos

libertação?

9. O que devemos fazer após a libertação da pessoa?

10. O que não é libertação?

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Lição Oito

QUEBRA DE MALDIÇÕES

Versículo-Chave

“... Porque eu, o SENHOR, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos

pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me

desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e

obedecem aos meus mandamentos” (Êxodo 20.5-6).

INTRODUÇÃO

Este assunto, assim como muitos outros, sem necessidade alguma, tem se tornado

um assunto polêmico entre os evangélicos. Há aqueles que crêem e os que não

crêem no assunto; aqueles que o advogam e aqueles que o condenam.

Há muito “disse-não-disse” sobre o assunto. Pastores e líderes discordam entre si.

Teólogos de renome se posicionam tanto contra quanto a favor. Muitos crentes,

negligentes em descobrir por si mesmos a verdade sobre o assunto, estão

erroneamente aceitando tudo como bíblico ou rejeitando tudo como antibíblico.

Estes são alguns extremos deploráveis do que tem se tornado característico desde

que este ensinamento reapareceu com força na arena cristã e evangélica.

Diante deste quadro confuso e dividido, nós não podemos nos basear em quem

crê ou em quem não crê para tecermos nosso entendimento acerca do assunto. Não

podemos nos fiar em teólogos, pastores e escritores. Eles cometem erros e podem

estar enganados. Na verdade, muitos deles se baseiam apenas em suposições e

experiências pessoais. No entanto, é a Palavra de Deus que deve ser o nosso guia e,

como de fato é, a nossa única fonte de autoridade.

Assim, nós começaremos este estudo com três perguntas básicas, as quais

procuraremos responder satisfatoriamente.

TRÊS PERGUNTAS BÁSICAS

1. A Bíblia dá alguma importância a este assunto?

Veja bem. A palavra “maldição” e suas variantes aparecem cerca de 230 vezes na

Bíblia. Ela aparece duas vezes mais do que a palavra “esperança”, um das três

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principais virtudes cristãs (1 Coríntios 13.13). Se a esperança, que é uma das três

virtudes fundamentais da fé cristã, antecedida apenas pelo amor e pela fé, é citada

menos do que “maldição” na Bíblia, é porque as Escrituras deve dar alguma

importância a este assunto, não concorda?

2. Como crentes, nós devemos dar alguma importância a este assunto?

Pense bem: se Deus, através da Bíblia, dá importância ao assunto, por que nós

não deveríamos dar? Muitos crentes sofrem com problemas que não deveriam mais

existir porque eles não dão a devida importância em conhecer o que Deus nos

ensina. Deus disse a respeito de Israel: “Meu povo foi destruído por falta de

conhecimento” (Oséias 4.6). E Jesus disse no Evangelho: “Conhecereis a verdade, e

a verdade vos libertará” (João 8.32).

Isso, com certeza, também se aplica à questão da quebra de maldições. Se não

conhecermos biblicamente este assunto, nós poderemos estar nos privando de

verdades libertadoras e, assim, prejudicando tanto a nossa vida pessoal como

também a de outras pessoas que também precisam conhecer acerca deste assunto.

3. Qual é a base principal de nossas afirmações sobre este assunto?

A Palavra de Deus é a nossa principal base de informação acerca deste e de

qualquer outro tema. Nós não anulamos a experiência, mas nós a sujeitamos ao

ensino da Palavra de Deus. A Bíblia será o nosso guia neste assunto, sem deixarmos

de lado a nossa experiência pessoal sobre o mesmo.

DEFINIÇÃO DE MALDIÇÃO

Antes de prosseguirmos apresentando as bases bíblicas e teológicas acerca do

assunto, devemos primeiramente definir “maldição”.

No hebraico, uma das palavras traduzidas como “maldição” é qalal, que aparece

89 vezes no Antigo Testamento e, além de “maldição” ou “amaldiçoado”, também é

traduzida como “minguado” (Gênesis 8.11, 21); “desprezado” (Gênesis 16.4);

“blasfemar” (Êxodo 22.28); “desmerecido” (1 Samuel 2.30); “execráveis” (1 Samuel

3.13).

Para efeitos didáticos e teológicos nós definimos maldição da seguinte maneira:

Maldição é um estado e/ou processo de destruição no qual uma pessoa,

família ou povo se encontra. Esta destruição pode ser rápida ou lenta;

pode ser forte ou fraca, etc.

Qualquer pessoa, família ou nação que esteja passando por um processo de

destruição, não importa em que nível (espiritual, emocional, psicológico, físico,

social) ou grau, ela possivelmente está sob maldição.

Nós dizemos „possivelmente‟ porque este é um daqueles assuntos da Bíblia onde

há algumas „áreas cinzas‟ nas quais não podemos ter plena certeza dos fatos.

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Existem muitas variáveis nesse assunto, então não podemos e não devemos ser

categóricos. Antes, devemos agir sempre com humildade, analisar bem todos os

fatos e só então publicarmos nossas descobertas – sem descarar a possibilidade de

erro.

UMA ESCOLHA PESSOAL

No Antigo Testamento, quando da entrega da lei, Deus apresentou ao povo,

através de Moisés, as bênçãos e as maldições decorrentes da obediência ou

desobediência à Palavra de Deus. De acordo com Deuteronômio 30.19, viver na

bênção ou sob maldição era uma escolha pessoal. E, de fato, ainda é.

Você é quem decide como deseja viver. No entanto, o desejo do Senhor é que

escolhamos a bênção e não a maldição. E, por ser uma escolha, você não precisa

viver sob a escravidão de hábitos, costumes, pecados, circunstâncias, eventos e

heranças destruidoras. Você pode escolher uma vida abençoada!

COMO OPERAM AS BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES

FORÇAS QUE DETERMINAM A HISTÓRIA:

A Bíblia revela-nos que existem forças visíveis e invisíveis. Estas forças visíveis

e invisíveis determinam a história. Em 2 Coríntios 4.17-18, Paulo nos revela que

existem coisas que se não vêem, ou seja, coisas que se passam numa outra realidade,

invisível aos nossos olhos humanos.

A Bíblia também nos diz, em Hebreus 11.3, que „aquilo se vê não foi feito do que

é visível‟. Isto confirma que existe uma realidade invisível – escondida aos olhos

naturais – mas que é tão real quanto este mundo físico.

Vale ressaltar aqui que não estamos tentando mistificar essa coisa, mas somente

apresentar a realidade bíblica de um mundo invisível, cujas forças, que operam nesta

realidade invisível, determinam a nossa história neste mundo físico, material.

As bênçãos e as maldições pertencem ao plano invisível e não ao plano material,

assim como a fé, a oração e outras “forças” espirituais.

As bênçãos e maldições são veículos do poder espiritual sobrenatural. Por meio

delas o poder espiritual sobrenatural invade este mundo físico e material. Pense, por

exemplo, quando você ora por alguém. O poder espiritual da oração tem seu efeito

primário no mundo invisível, espiritual, quando chega aos ouvidos de Deus e é

atendida por Ele, mas seus efeitos também são sentidos e desfrutados no mundo

físico.

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Acerca da oração, a Bíblia diz que „o próprio Espírito intercede por nós com

gemidos inexprimíveis‟ (Romanos 8.26). O que são esses gemidos? Onde ocorrem?

Para onde vão? Os gemidos do Espírito Santo ocorrem no plano espiritual, invisível,

mas se manifestam neste mundo físico de várias maneiras. Então, aqui nós

estabelecemos um princípio fundamental desse tema: bênçãos e maldições dizem

respeito ao reino do espírito, mas invadem e se fazem sentir em seus efeitos no reino

natural.

DUAS CARACTERÍSTICAS COMUNS:

Tanto bênçãos quanto maldições possuem duas características comuns:

1. Geralmente não se limitam a um indivíduo. Existem falhas pessoais parecidas

com maldições, de modo que muitas pessoas confundem contingências pessoais com

maldições. Uma das características que distingue as maldições (ou bênçãos) é que

elas não se limitam a uma só pessoa, mas se alastram e „contaminam‟ muitas outras.

2. Elas tendem a continuar de geração em geração até que sejam quebradas.

Andando lado a lado com a primeira característica, nós sabemos que uma maldição

ou bênção continua de geração em geração até que ela seja rompida. Não é incomum

perceber que várias gerações de uma mesma família viveram amarradas a pecados e

ocultismo, porque as maldições passam de geração em geração, assim como as

bênçãos.

VEÍCULOS DAS BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES:

Como são transmitidas as bênçãos e maldições? Embora não possamos

diagnosticar todas as formas de propagação das bênçãos e maldições, nós sabemos

que elas geralmente são transmitidas através de palavras e de objetos.

Palavras. Bênçãos e maldições são transmitidas através das palavras que falamos.

Diversos textos bíblicos concordam com isto: Provérbios 11.9; 12.18; 18.21; Tiago

3.5-6, 9-10.

Objetos Físicos. Maldições também podem ser transmitidas através de objetos.

Veja os seguintes textos: Êxodos 30.21-33 com 1 Samuel 16.13; 1 Coríntios 10.16.

Aqui é importante lembrarmos que não estamos tratando com “mágica” ou

superstições. Obviamente, sem fé e ação, as bênçãos ou as maldições não

funcionam.

INDICADORES DE UMA MALDIÇÃO

Precisamos de discernimento e inteligência espirituais para perceber os

indicadores de uma maldição em operação na vida de alguém. Existem certas

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condições que nos alertam de que existe alguma coisa errada com uma pessoa. Por

exemplo:

Ela se sente constantemente frustrada

Ela nunca se sente completamente livre

Ela nunca desenvolve seu pleno potencial

É possível que tais coisas estejam presentes e não haja ali uma maldição. No

entanto, é muito mais provável que haja do que não. No mínimo, devemos estar em

alerta quando tais indicadores aparecem em alguém que nos procura para

aconselhamento ou ajuda.

Com base em Deuteronômio 28 (Revista e Atualizada), nós podemos identificar

pelo menos cinco outras áreas indicadoras de uma maldição:

Colapso mental ou emocional, ou ambos. Estas coisas se manifestam

através de:

o Loucura - vs. 28, 34.

o Confusão, perturbação do espírito - v. 20.

o Coração tremente, olhos mortiços e desmaio da alma - v. 65.

Enfermidades repetidas ou crônicas (especialmente se é hereditária):

o Pestilência - v. 21.

o Tísica, febre, inflamação - v.22.

o Úlceras, tumores, sarna, prurido - v.27, 35.

o Cegueira - v.28.

o Enfermidades graves e duradouras - v. 59.

o Outras enfermidades e pragas - v. 61.

o Propensão a acidentes “estranhos”.

o Uma história familiar de suicídio e mortes prematuras ou antinaturais.

Esterilidade, tendência ao aborto ou problemas femininos relacionados

(câncer de mama, problemas no útero ou ovários, etc.) – Deuteronômio

28.18.

Desintegração do matrimônio e distanciamento familiar – Deuteronômio

28.30, 41.

Contínua insuficiência financeira:

o Falta de mantimentos e roupas – v. 17, 47-48.

o Não prosperar, ser oprimido ou roubado continuamente – v. 29.

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Após expormos tais áreas indicadoras acima, convém estarmos cientes do

seguinte:

o Um só destes problemas não pode determinar com plena certeza a presença

de uma maldição, mas deve ser considerado seriamente.

o Para confirmar estas coisas como sendo maldição, é preciso que estes

problemas tendam a se repetir na história pessoal ou na história da família.

o Em todos os casos, deve-se contar com a orientação do Espírito Santo para

chegar a uma conclusão mais precisa.

CAUSAS DAS MALDIÇÕES

A Bíblia é muita clara ao afirmar que não existe maldição sem causa

(Provérbios 26.2). Toda maldição tem uma causa e uma parte importante do

ministério do reino de Deus é descobrir a causa e eliminá-la.

Nem toda maldição é hereditária. A Bíblia ensina que Deus amaldiçoa até a

terceira e quarta geração dos que O aborrecem, mas abençoa por mil gerações

aqueles que O amam (Êxodo 20.5-6). No entanto, nem toda maldição é herdada de

nossos antepassados.

A obediência ou desobediência pessoal é o que nos leva a herdar os pecados e

maldições de nossas gerações passadas. Não é bíblico afirmar que uma pessoa sofre

certa maldição somente por que ela a herdou de seus antepassados. Foi o

envolvimento pessoal dela com um pecado semelhante ao de seus antepassados que

a levou a herdar as maldições oriundas de tal pecado. Além do mais, há maldições

que são auto-impostas, como nós mais veremos adiante.

Outro ponto importante aqui é que em Deuteronômio 28, Deus é quem profere as

maldições, e assegura que elas virão sobre o desobediente (Deuteronômio 28.15,

45). Portanto, não é correto afirmar que toda a maldição provém originalmente de

Satanás ou por causa do ocultismo, embora estas coisas também sejam canais de

maldição.

O certo, porém, é que toda maldição é resultado do pecado. Todo e qualquer

pecado dá oportunidade para as maldições agirem.

A seguir, nós fornecemos uma pequena lista de pecados que trazem maldição:

Idolatria – Êxodo 20.5-6.

Ocultismo – Deuteronômio 15.10-13.

Feitiçaria – o ramo de poder do ocultismo.

Adivinhação – o ramo de conhecimento do ocultismo.

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Sortilégios – operam através de objetos ou outros meios de causar impacto

nos sentidos físicos, tais como drogas ou música.

Todo objeto associado com idolatria quer seja “cristão” ou não.

Todo objeto que represente qualquer religião, seita ou prática satânica.

Todo objeto sobre o qual é invocado algum poder sobrenatural.

Todo objeto que seja a expressão de uma superstição - amuletos da sorte.

Linhas de poder do ocultismo – feitiçaria:

o Acupuntura

o Acupressão

o Projeção astral

o Hipnose

o Levitação

o Artes marciais que invocam poder sobrenatural.

o O controle mental

o Dinâmica mental

o Paracinese

o Levantar mesas

o Telecinese

o Toque curador - do-in

o Feitiçaria pura

Linhas de conhecimento do ocultismo – adivinhação:

o Astrologia

o Escrita automática – psicografia

o Todas as linhas espíritas

o Clariaudiência – ouvir vozes

o Clarividência – ver coisas

o Bolas de cristal

o Diagnóstico por pêndulos ou cores – cromoterapia

o Adivinhação

o Percepção extra-sensorial

o Horóscopo

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o Cabala

o Médiuns

o Ler o pensamento

o Numerologia

o Leitura das mãos

o Tarô

o Tábuas de Oijá

o Telepatia

o Sortilégios

o Livros de práticas ocultistas

o Antroposofia

o Missa Negra

Seitas ou grupos filosóficos/religiosos:

o Meninos de Deus ou Família do Amor

o Ciência Cristã

o Maçonaria

o Movimento Paz Interior

o Testemunhas de Jeová

o Mórmons

o Nova Era

o Ciência Religiosa

o Rosacrucionismo

o Cientologia

o Comunidade das Fronteiras Espirituais

o Espiritualismo

o Teosofia

o Igreja da Unificação

o Igreja Unitariana

o Igreja Mundial de Deus

o Fe Bahai

o Budismo

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o Confucionismo

o Seicho-No-Iê

o Gurus

o Hinduísmo

o Xintoísmo

o Meditação Transcendental

Linhas do ocultismo que operam através de objetos físicos, práticas e etc:

o Amuletos

o A cruz egípcia (cruz com um anel na parte superior)

o As pedras preciosas correspondentes aos meses de nascimento

o Cristais para curar ou trazer energia positiva

o Drogas, especialmente os alucinógenos.

o Símbolos da sorte – ferradura, pé de coelho, dólar, etc.

o Artefatos religiosos

o Símbolos do Zodíaco

Pecados Morais e Éticos

o Não respeitar os pais

o Toda forma de opressão e injustiça

o Sexo ilícito ou antinatural

o Anti-semitismo – Gênesis 12.2-3

O legalismo e a carnalidade - Jeremias 17.5; Gálatas 3.1-10. Formas de

legalismo e carnalidade na igreja:

o A teologia se exalta acima da revelação

o A educação intelectual acima da edificação do caráter

o A psicologia acima do discernimento espiritual

o A programação acima da direção do Espírito Santo

o A eloqüência acima do poder sobrenatural de Deus

o O raciocínio acima do andar por fé

o As leis acima do amor

O furto, o perjúrio e o roubar a Deus - Zacarias 5.1-4; Ageu 1.4-6; Malaquias

3.8-10.

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Rebeldia contra as figuras de autoridade – Romanos 13.2,4.

Maldições auto-impostas - Mateus 12.36-37; Gênesis 27.12-13, 46.

Compromissos ou juramentos que amarram as pessoas em associações ímpias

– 2 Coríntios 6.14-17.

As maldições de servos de Satanás.

QUEBRANDO AS MALDIÇÕES

A quebra de maldições começa com um profundo entendimento da Obra de

Cristo na cruz. Ao morrer lá cruz, Jesus Cristo levou sobre Si mesmo todos o nosso

pecado, todas as nossas enfermidades e todas as maldições (Isaías 53.4-6; 1 Pedro

2.24; Gálatas 3.13-14).

Aqui precisamos abrir um parêntese para explicarmos Gálatas 3.13-14. Este texto

trata especificamente de um tipo de maldição e não de todas as maldições. Aqui se

fala da “maldição da lei”, que não é a mesma coisa que as maldições descritas em

Deuteronômio 28. “A maldição da lei”, em Gálatas 3, se refere ao fato do ser

humano ser obrigado a praticar a lei, mas não ter o poder para fazer isto e, portanto,

Ele não pode agradar a Deus e ser salvo mediante a prática da lei. Ele precisa de um

substituto, que já foi dado por Deus, ou seja, o nosso Senhor Jesus Cristo.

Então, este texto de Gálatas não pode ser usado na tentativa de provar que já

fomos libertos das maldições de Deuteronômio 28, muito embora saibamos que

Jesus, ao morrer por nós na cruz, resolveu a causa básica das maldições – o pecado.

Assim, portanto, por meio da Sua morte, Jesus nos libertou da lei, do pecado e da

morte.

Mas, cabe aqui uma pergunta importante: a libertação das maldições é

automaticamente efetuada quando alguém se converte? Nós cremos que não. Ao

dizermos isso, de forma alguma queremos negar o poder e a suficiência da morte e

ressurreição de Cristo. O que entendemos, porém, é que o problema está em nossa

apropriação da verdade e não na Sua obra perfeita.

Nós já estudamos em outra lição que existe uma diferença entre o que temos em

Cristo posicionalmente e o que temos Nele experiencialmente. Este princípio é

muito importante para entendermos a relação entre o que a Bíblia diz que somos e

temos em Cristo e o que na verdade nós vemos acontecendo em nossa experiência

prática. Por exemplo, a Bíblia diz que já morremos para o pecado. Contudo, nós

ainda pecamos. Ela diz que nós somos perfeitos em Cristo, mas em nós mesmos

estamos cheios de defeitos.

O mesmo é verdade em relação à cura da alma, libertação e quebra de maldição,

só para citar alguns temas importantes. Em Cristo, por meio de Sua cruz, nós já

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estamos curados, libertados e sem nenhuma maldição. Esta é a nossa posição em

Cristo. Mas, qual é a nossa verdadeira condição?

A quebra de maldições acontece automaticamente quando a gente se converte a

Cristo apenas em termos de posição. Nele nós já não temos mais nenhuma maldição.

Mas o que temos Nele posicionalmente deve se tornar a nossa experiência prática; e

isto não acontece automaticamente. Há alguns fatores que interferem na nossa

apropriação da nossa herança em Cristo, tais como:

O nosso conhecimento e entendimento de nossa posição e bênçãos em Cristo

(Oséias 4.6a).

Nossa fé pessoal para desfrutarmos o que Deus nos deu gratuitamente em

Cristo (Hebreus 3.19; 11.6; 4.2).

A necessidade de “tomarmos posse” (apropriação prática) daquilo que já é

nosso por direito (Deuteronômio 7.1-6; Números 33.55-56; Josué 23.13).

A seguir, nós fornecemos um modelo de “Sete Passos” para quebrar as maldições.

Você pode usá-los tanto individualmente quanto para ministrar a outros:

Confesse sua fé em Cristo e no sacrifício Dele por você.

Arrependa-se de todos os seus pecados e rebeliões, confessando-os por nome

(Atos 3.19).

Reivindique o perdão de todos os pecados (1 João 1.9).

Perdoe as pessoas que o ofenderam (Marcos 11.25).

Renuncie a todo contato com qualquer coisa ocultista (2 Coríntios 6.14-18).

Faça uma oração quebrando as maldições.

Creia que recebeu já a bênção e agradeça a Deus por isso (Mateus 12.37;

4.14; 10.21,23).

Lição 8 - Questões Para Revisão 1. A Bíblia dá alguma importância à quebra de maldições?

2. Como crentes, nós devemos dar alguma importância a este assunto?

3. Qual é a base principal de nossas afirmações sobre este assunto?

4. O que é uma maldição?

5. Como operam as bênçãos e maldições?

6. Quais são as duas características comuns em toda maldição?

7. Quais são alguns dos veículos pelos quais se transmitem bênçãos e maldições?

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8. Com base em Deuteronômio 28 (Revista e Atualizada), quais são as cinco áreas

indicadoras de uma maldição?

9. Quais são algumas das causas de maldições?

10. Quais são alguns dos fatores que interferem na nossa apropriação da nossa

herança em Cristo?

11. Quais são os sete passos tomados para quebrar uma maldição?

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Lição Nove

MINISTRANDO AO POBRE (1)

Versículo-Chave

“Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo

rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza

vocês se tornassem ricos” (2 Coríntios 9.8).

INTRODUÇÃO

A Bíblia, especialmente o Novo Testamento, deixa claro que os pobres têm um

lugar especial no coração de Deus. O Senhor estabeleceu leis para a proteção e

cuidado dos pobres, prometeu punições para quem tratar o pobre com desprezo e

bênçãos para quem tratá-los bem. Ele é chamado inclusive de “refúgio para os

pobres” (Isaías 25.4). De fato, a visão bíblica de Deus em relação aos pobres é que

Ele está pronto para ouvi-los, defendê-los e ajudá-los. Contudo, Deus mesmo

reconheceu que, devido ao pecado, sempre haverá pobres na terra (Deuteronômio

15.11), até que venha o Reino de Deus em todo o Seu poder e glória. Então, naquele

dia, não haverá mais pobres, miséria ou qualquer mal causado pelo pecado.

Apesar da certeza de que no futuro Reino de Deus não haverá pobreza ou pobres,

nós não podemos cruzar nossos braços e somente esperar pelo Dia glorioso da

plenitude do Reino. Pois, o reino de Deus está aqui e agora! Na medida em que

deixamos Cristo reinar em nossos corações, pregamos o evangelho e avançamos Sua

causa através dos ministérios do Reino, nós promovemos uma transformação social

que pode mudar a vida de muitos pobres. Sim, Deus quer usar-nos não somente para

pregar o evangelho do reino aos pobres – nossa primeira responsabilidade – mas

também servir ao pobre em suas necessidades.

Tendo isso em vista, nós desenvolveremos esta lição ampliando a sua visão

bíblica do pobre e da pobreza e oferecemos alguma ajuda para que você e sua igreja

possam desenvolver um ministério eficaz entre os pobres. É claro, como sempre, nós

estamos mais focados em princípios e valores do que em métodos.

O POBRE NO ANTIGO TESTAMENTO

No Antigo Testamento, diversas palavras são traduzidas como “pobres”. As

principais são “„ebhyon”, “dal”, “„ani” e “rush”.

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A palavra „ebhyon significa “desejoso, necessitado, pobre” (Êxodo 23.6); dal

significa “comovente, vacilante, dominado, fraco, pobre, humilde, modesto,

inferior” (Êxodo 23.3); dallah significa “pobreza, fraqueza” (2 Reis 25.12); rush

significa “ser pobre, empobrecido” (1 Samuel 18.23); „ani e também „anaw

significam “pobres, oprimido”; estas palavras vêm de „anah que significa

“curvado” ou “necessitado” (Êxodo 22.25.).

O AT dá uma grande importância ao pobre. A Lei, por exemplo, tinha um espírito

de proteção e ternura para com os pobres. Na realidade, o propósito de Deus e da Lei

é que não houvesse pobres entre os judeus porque Iavé deveria abençoá-los

grandemente:

“Assim, não deverá haver pobre algum no meio de vocês, pois na terra

que o SENHOR, o seu Deus, lhes está dando como herança para que

dela tomem posse, ele os abençoará ricamente” (Deuteronômio 15.4).

Contudo, isso estava condicionado à obediência do povo (Deuteronômio 15.5), o

que sempre se mostrou débil e, por isso mesmo, sempre haveria pobres na terra

(Deuteronômio 15.11). Aqui nós vemos, então, que a pobreza nunca foi o propósito

de Deus para Seu povo e, conseqüentemente para ninguém neste planeta. A raiz e a

essência da pobreza está no pecado do ser humano. O homem, e não Deus, é o

responsável pela pobreza que há no mundo.

No entanto, apesar do pecado gerar pobreza na terra, inclusive entre o povo do

Senhor, Deus não deixaria os pobres largados à sua própria sorte. No núcleo da Lei

estava o claro entendimento de que Deus era misericordioso para com os pobres e

oprimidos e que, por meio do Seu povo, o Senhor abençoaria os pobres da terra.

O cuidado de Deus pelos pobres é uma verdade extremamente clara no AT. Ali,

Deus (Iavé) é representado como tendo um cuidado especial pelo “pobre”, o que foi

ilustrado na libertação da nação da pobreza e escravidão do Egito e isso não deveria

nunca ser esquecido por eles (Deuteronômio 24.22).

O AT também ensina que Deus também pune aqueles que oprimem ao pobre e

recompensa aqueles que são bondosos para com eles. Deus mesmo é considerado o

Protetor e Salvador dos pobres, e faz muitas promessas em relação a eles (Veja

Êxodo 22.23; Deuteronômio 15.9; 24.15; 1 Samuel 2.8; Jó 31.16; Salmos 9.18; 12.5;

Provérbios 19.17; Isaías 25.4; Eclesiastes 5.8).

O CUIDADO DE DEUS PARA COM O POBRE:

Na Lei, de maneira especial, Deus trata dos pobres com muita atenção. Ele

ordena que os pobres sejam tratados com muita liberalidade:

“... não endureçam o coração, nem fechem a mão para com o seu

irmão pobre” (Deuteronômio 15.7).

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“Dê-lhe generosamente, e sem relutância no coração; pois, por isso, o

SENHOR, o seu Deus, o abençoará em todo o seu trabalho e em tudo o

que você fizer” (Deuteronômio 15.10).

Sabedor de que o ser humano é pecador e corrupto em seus tratos com seus pares,

Deus providenciou leis que protegeriam os pobres:

1. A cada três anos um dízimo era dado aos “levitas, aos estrangeiros, aos órfãos e

às viúvas” para que Iavé pudesse abençoá-los (Deuteronômio 14.28, 29; 26.12).

2. O pobre deveria ter livre acesso a tudo que crescesse espontaneamente no

campo ou nas vinhas durante o ano Sabático (Êxodo 23.10 e ss; Levítico 25.5, 6).

3. A cada ano a respiga dos campos e vinhas deveriam pertencer ao pobre, os

cantos dos campos deveriam ser deixados para eles, e se um feixe fosse esquecido,

deveria ser deixado para o pobre (Levítico 19.9, 10; 23.22; Deuteronômio 24.19).

4. Frutas e grãos colhidos em um campo poderiam ser comidos por uma pessoa

faminta, mas nada deveria ser levado embora, tinha que ser comido ali

(Deuteronômio 23.24, 25).

5. Na Festa das Semanas, aqueles que podiam levar uma oferta ao Senhor

deveriam lembrar do pobre e celebrar junto com ele (Deuteronômio 16.9-12).

6. A cada sete anos deveria haver um “perdão” das dívidas (Deuteronômio 15.1).

E no sétimo ano de escravidão o escravo hebreu deveria ser libertado (Êxodo 21.2),

ou no Jubileu, se ele viesse primeiro. Naquela ocasião – o qüinquagésimo ano – a

propriedade que tinha sido vendida deveria retornar ao seu proprietário original ou

família (Levítico 25.8-17).

7. Os hebreus deveriam emprestar prontamente ao pobre e nenhum juro ou

aumento deveria ser tomado de seus irmãos (Êxodo 22.25; Levítico 25.35-37;

Deuteronômio 15.7). Em Levítico 25.39, nenhum pobre hebreu deveria ser feito

escravo e, se fosse um servo assalariado, ele não deveria ser governado com rigor

(Levítico 25.43); seu salário deveria ser dado diariamente (Levítico 19.13;

Deuteronômio 24.15); nenhuma veste de viúva deveria ser tomada como penhor

(Deuteronômio 24.17), nem o moinho, nem a mó, pois estes eram essenciais para a

vida diária (Deuteronômio 24.6); as vestes de um homem deveriam retornar para ele

antes do pôr-do-sol, e nenhuma casa deveria ser confiscada em penhor

(Deuteronômio 24.10-13); romper estas leis seria pecado e sua observância justiça

(Deuteronômio 24.13, 15, etc.).

8. A justiça tinha que ser feita ao pobre em todos os negócios (Êxodo 23.6;

Deuteronômio 27.19, Levítico 5.7; 12.8).

Penalidades definidas nem sempre estavam anexadas a estas leis, mas os profetas

e salmistas tinham muitas queixas contra o tratamento injusto e a opressão para com

o próximo, pois isso era contrário a vontade de Deus, e freqüentes exortações de

justiça e respeito para com eles eram dirigidas ao povo (veja Salmos 10.2, 9; 12.5;

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14.6; Isaías 3.14, 15; Jeremias 2.34; Ezequiel 16.49; Ezequiel 18.12, 17; 22.29;

Amós 2.7; 4.1; Habacuc 3.14; compare Jó 20.19; 24.9, 14, etc.; Provérbios 14.31).

O DEVER DE CUIDAR DO POBRE:

O dever de cuidar do pobre é freqüentemente e fortemente estabelecido no AT, e

promessas divinas estão anexadas ao seu cumprimento (Salmos 41.1; 72.12;

Provérbios 17.5; 22.9; 28.3, 17; Isaías 58.7; Jeremias 22.16; Ezequiel 18.17; Daniel

4.27; Zacarias 7.10, etc; compare Jó 29.12, 16; 30.25; 31.19; Salmos 112.9).

A ERA VINDOURA DO MESSIAS E O POBRE:

A pobreza sempre existirá neste mundo e é nossa responsabilidade minimizá-la.

Contudo, nós devemos nos encher de esperança porque, o dia da divina

manifestação, a era vindouro do Messias, quando o reino de Deus for estabelecido

em plenitude, haverá libertação e regozijo para os pobres (Salmos 72.12-15; Isaías

11.4, etc.; Isaías 14.30; 29.19; 61.1).

IGUALDADE E SUPERIORIDADE DO POBRE:

O AT estabelece a igualdade do pobre para com o rico perante Deus. Não há

distinção alguma entre o que tem mais e o que menos, pois Deus dispensa

igualmente o Seu amor e a Suas bênçãos a todos, independente de raça, cor, sexo e

nível sócio-econômico. Deus não faz acepção de pessoas.

As leis especiais de Deus para a proteção do pobre foram necessárias por causa

do pecado dos seres humanos. Em seu egoísmo e cobiça os homens, falando de

maneira geral, não pensam nos pobres e não querem ajudá-los, principalmente no

mundo competitivo e individualista de hoje.

Contudo, a superioridade do pobre „justo‟ é estabelecida sobre o rico injusto. Para

Deus, é melhor ser pobre e honesto, verdadeiro e sábio do que rico e mentiroso,

desonesto e estúpido (Provérbios 19.1, 22; 22.1, 2; Eclesiastes 4.13).

COMO FICAR POBRE:

Um ponto importante no ensino do AT sobre a pobreza diz respeito às

advertências sobre as coisas que podem empobrecer uma pessoa. Se prestarmos

atenção nos conselhos de Provérbios, por exemplo, nós veremos claramente quais

são as atitudes e comportamentos que geram a pobreza de indivíduos e nações. E, é

claro, o mais importante – se formos sábios – é prestar atenção nesses ensinamentos

e fugirmos dessas coisas.

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O que causa pobreza segundo Provérbios? Uma grande ênfase é dada à preguiça

(6.10-11; 10.4; 12.24; 13.4; 20.13), mas também fala da falta de disciplina e de

trabalho árduo (13.18; 14.23), da falta de planejamento e foco (21.5; 28.19) e de se

entregar aos prazeres e à bebida (21.17; 23.21). Essas são as causas básicas que

levam uma pessoa a ficar pobre.

Nota: As principais palavras usadas no AT para “pobre” são literais, significam

alguém desprovido dos bens necessários para a sobrevivência própria. Porém, a

palavra „ani passou a denotar também aquele que é piedosamente pobre, ou seja,

justo sofredor, a pessoa que embora “necessitada” ou “empobrecida” era um servo

piedoso de Iavé. O pobre humilde se tornou, de fato, distinto como uma linha na

qual a fidelidade a Iavé era mantida e a religião espiritual desenvolvida. A palavra

menos freqüente „anaw, geralmente traduzida por “fraco” e “humilde”, é

considerada como sendo primeiramente de significado moral e religioso como, por

exemplo, em Número 12.3 (no original). Ela foi traduzida como “manso” ou

“paciente”, dependendo da versão, mas a tradução literal seria “pobre”, com o

sentido piedoso, é claro. O mesmo uso ocorre em Salmos 10.12, 17 (necessitado);

22.26 (pobres); 25.9 (humildes); Provérbios 3.34 (humildes); Isaías 29.19 (humildes,

necessitados); 32.7 (pobre); 61.1 (pobres); Amós 2.7 (necessitados).

O POBRE NO NOVO TESTAMENTO

No Antigo Testamento, havia muita proteção ao pobre, com leis ordenando que se

repartisse com eles os bens e advertências para que os pobres não fossem enganados

ou explorados. No Novo Testamento, nós temos ensinamentos semelhantes dados

com referência ao pobre (Lucas 3.11; 14.13; Atos 6.1; Gálatas 2.10; Tiago 2.15, 16).

No Novo Testamento, a palavra ptochos2, significando “temente”, “pobre” e

“mendigo” é quase exclusivamente traduzida como “pobre”. Ela não ocorre muito

freqüentemente, mas nós vemos a mesma consideração pelo pobre como no AT;

além disso, o novo princípio de amor e o exemplo de Jesus, que “sendo rico, se

tornou pobre por nós” (ptocheuo, 2 Coríntios 8.9) necessariamente leva em si

mesmos esta consideração muito mais plenamente do que no AT.

REFERÊNCIAS DE JESUS AOS POBRES:

Jesus anunciou a Sua missão em Lucas 4.18 citando Isaías 61.1, “para levar boas

novas aos pobres”. Ainda que a palavra pobre ali em Isaías não implique somente

na pobreza material, pois a palavra também significa „fraco ou humilde‟, há

2 Ptochos é traduzida como “mendigo” em Lucas 16.20, 22 e “fracos” em Gálatas 4.9. Uma outra palavra

traduzida como pobre é “penes”, que significa “alguém que trabalha pelo seu pão diário”, “um homem pobre”, sendo a palavra usada em 2 Coríntios 9.9; a viúva pobre de Marcos 12.42 é descrita dentro de Lucas 21.2 como penichros, “muito pobre”.

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evidentemente uma ênfase messiânica em ministrar aos pobres. De fato, Jesus deu

como prova de ser o Messias o fato de que “as boas novas (do reino) estão sendo

pregadas aos pobres” (Mateus 11.5; Lucas 7.22).

De acordo com Lucas 6.20, Ele pronunciou uma bem-aventurança para o “pobre”

piedoso porque o reino de Deus era deles. Em Mateus 5.3, o pobre piedoso é

chamado de “pobre de espírito” (ou humilde). O pobre de espírito é a pessoa

destituída de acesso às bênçãos e privilégios da religião espiritual; aqueles que

carecem de Deus e sabem disso; aqueles que não são instruídos na verdade de Deus

e não têm acesso a ela. Eles precisam de Deus e de Seu reino, mas não possuem

acesso a Ele. Jesus veio pregando boas novas aos pobres, informando-lhes que o

reino de Deus estava acessível a eles, e demonstrando por Suas obras que eles

poderiam ser receber as bênçãos do Reino de Deus.

Jesus ordenou que se desse aos pobres (Mateus 19.21; Marcos 10.21; Lucas

18.22), pois eles “sempre estarão com vocês” (Mateus 26.11; Marcos 14.7; João

12.8). Ao dizer isso, Jesus não estava dizendo que era a Sua vontade que sempre

houvesse pobre. Muito pelo contrário! Jesus também não estava sendo contrário a

dar alguma contribuição aos pobres, mas estava apenas estabelecendo um contraste

com o fato de que Ele logo os deixaria, mas o pobre ficaria e poderia ser mostrada

bondade a qualquer hora a eles, pois esta era a própria prática Dele (João 13.29).

Jesus também ordenou que não se chamassem os ricos ou os prósperos a nossos

entretenimentos, mas sim o pobre (Lucas 14.13; compare Lucas 14.21). E quando

estava no Templo, Ele deu uma atenção especial à contribuição da viúva pobre

(Lucas 21.3).

A IGREJA E OS POBRES:

A primeira igreja mostrou uma grande consideração para com o pobre na

distribuição de bens.

“Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.

Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a

sua necessidade” (Atos 2.44-45).

“Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração.

Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas

compartilhavam tudo o que tinham” (Atos 4.32).

“Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus de fala

grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala hebraica, porque suas

viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento

(Atos 6.1).

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O ENSINO E A PRÁTICA DOS APÓSTOLOS PARA COM OS POBRES:

Quando os apóstolos judeus decidiram separar os gentios cristãos do jugo do

Judaísmo, eles fizeram do cuidado aos pobres uma condição e Paulo diz: “Somente

pediram que nos lembrássemos dos pobres, o que me esforcei por fazer” (Gálatas

2.10).

Contribuições foram levadas adequadamente aos pobres entre os santos que

estavam na Judéia (Romanos 15.26), e enquanto Paulo se encarregava disso, ele foi

preso em Jerusalém. Quando Paulo está ensinando sobre a contribuição ele cita

Salmos 112.9, que fala da habilidade e provisão de Deus suprir aos pobres (2

Coríntios 9.9).

Tiago reprova certos cristãos de seus dias por causa da preferência deles pelos

ricos e o desprezo para com os pobres (Tiago 2.5-9).

João ensina claramente que o amor verdadeiro não se resume a palavras, mas

deve ser mostrado pela ação:

“Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade,

não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?

Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em

verdade” (1 João 3.17-18).

A MENDICÂNCIA

A mendicância (prática de pedir esmolas) não era comum no Antigo Testamento,

mas era muito comum nos tempos do Novo Testamento (Lucas 16.20, 21; etc.).

Para o cristão, a mendicância não era uma opção. Os que eram pobres e não

podiam trabalhar (como órfãos e viúvas) deveriam ser amparados pelos familiares

ou pela igreja (ver, por exemplo, 1 Timóteo 5.3-16). Os que podiam trabalhar

deveriam fazê-lo até “com as próprias mãos” (1 Tessalonicenses 4.11; 2

Tessalonicenses 3.7-13; Efésios 4.28).

Lição 9 - Questões Para Revisão 1. Como você resumiria a visão do Antigo Testamento acerca dos pobres?

2. O que causa pobreza?

3. Como você resumiria o que Jesus falou acerca dos pobres?

4. Como a Igreja lidou com os pobres no Novo Testamento?

5. O que o Novo Testamento ensina sobre a mendicância?

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Lição Dez

MINISTRANDO AO POBRE (2)

Versículo-Chave

“Ouçam, meus amados irmãos: Não escolheu Deus os que são pobres

aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que ele

prometeu aos que o amam? 6 Mas vocês têm desprezado o pobre...”

(Tiago 2.5-6a).

INTRODUÇÃO

Na lição anterior, nós estudamos o que a Bíblia fala sobre os pobres, tanto no

Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. A partir de nossos estudos, nós

pudemos perceber o coração de Deus pelos pobres. Ele estabeleceu leis para

protegê-los e ampará-los, prometeu julgar aqueles que desprezam os necessitados e

abençoar aos que ajudam aos pobres. Deus mesmo se revela como Aqueles que

protege e olha pelos pobres.

Com base nos ensinamentos da lição passada, nós queremos avançar um pouco

mais e tratar de alguns princípios que poderão ajudar-nos a atender às necessidades

dos pobres de maneiras objetiva por meio de um ungido e organizado ministério da

igreja local.

O ministério aos pobres e necessitados, como vemos no Novo Testamento, é parte

de nosso mandato como continuadores do ministério do Reino de Deus que Jesus

iniciou. O Reino de Deus avança quando pregamos as boas notícias do Reino aos

pobres e demonstramos de maneira prática o nosso amor por eles.

Nesta lição, nosso foco é o “pobre” material, mas os princípios aqui apresentados

se aplicam a todos os tipos de necessidades que possam se apresentar numa

comunidade carente de Deus e de recursos necessários para uma vida digna.

UMA TRÍPLICE VISÃO COMO FUNDAMENTO

Se quisermos servir aos necessitados de maneira eficaz, nós uma tríplice visão

como fundamento essencial de nosso ministério. Essa tríplice visão fundamenta o

ministério aos pobres de maneira bíblica, pois é muito comum que pessoas e igrejas

se “envolvam” com o ministério aos necessitados por razões erradas e sem uma

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visão correta de Deus, da pessoa não redimida e da pessoa redimida. É importante

ter essa tríplice visão e que ela seja bíblica, porque isso afeta profundamente a

maneira como ministramos aos pobres, como veremos mais adiante.

A VISÃO BÍBLICA DE DEUS:

Quando você pensa em Deus, o que vem à sua mente? A sua visão de Deus é

bíblica ou é uma visão criada por si mesmo? Você realmente vê Deus como Ele se

revela nas Escrituras ou sua visão sobre ele é mais limitada do que a Bíblia ou

diferente do que a Bíblia revela?

Qual é a visão bíblica de Deus?

Ele é um Deus cuidadoso que sabe até quantos fios de cabelo temos na cabeça

(Lucas 12.7).

Ele é um Deus cheio de compaixão (Êxodo 3.7).

Ele é o Criador (Atos 14.15).

Ele é Fiel (1 Coríntios 1.9).

Ele é terno (Isaías 40.11).

Ele é Santo (Isaías 6.3).

Ele é Todo-poderoso (Mateus 14.36).

Ele conhece todas as coisas (Atos 1.24).

Ele odeia o pecado (Isaías 59.2).

Ele é justo (Salmos 103.6).

Ele é bom (Salmos 25.8).

Amoroso (1 João 3.1).

Misericordioso (Salmos 106.1).

Se essa é a visão que temos de Deus, de verdade, então a nossa visão Dele é

bíblica.

A VISÃO BÍBLICA DO “HOMEM NÃO REDIMIDO”:

Quando você pensa no homem não redimido ou quando você vai ministrar a um

não-cristão, o que vem à sua mente? É o que a Bíblia diz sobre ele ou o que você

mesmo pensa?

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Qual é a visão bíblica do homem não redimido? A nossa tendência é enxergar

apenas o „lado negro‟ do ser humano, mas precisamos prestar atenção ao todo que é

revelado nas Escrituras:

O homem foi feito à imagem de Deus, não só o salvo, mas também o perdido

(Gênesis 1.27). Isso confere a todo ser humano.

Valor e dignidade (1 Coríntios 6.20; João 3.16). Mas não podemos esquecer

que o homem não redimido também é

Pecador (Gênesis 3; Romanos 3.23; 5.12-19) e controlado pela sua natureza

pecaminosa (Gálatas 5.19; Romanos 1).

O homem também é responsável diante de Deus pelas coisas que ele faz,

independente das circunstâncias e situações diversas desta vida (Jeremias

31.30).

A VISÃO BÍBLICA DO REDIMIDO:

Quando você vai ministrar a um cristão, o que vem à sua mente? É o que a Bíblia

diz ou o que você pensa por si mesmo?

A Bíblia descreve o homem redimido assim:

Perdoado (1 João 1.9).

Justificado (Romanos 3.24).

Purificado (1 João 1.7).

Libertado (Romanos 6.18).

Reconciliado (Romanos 5.10).

Nascido de novo (Romanos 5.10).

Da família de Deus (2 Coríntios 6.18).

Destinado ao Céu (João 14.2-3).

Responsável diante de Deus (Ezequiel 18.20).

Agora, por que temos ter e propositalmente pensar a respeito desse tríplice visão?

Como isso afeta nosso ministério?

Em primeiro lugar, isso afeta o nosso ministério porque nós ministraremos às

pessoas a partir de quem Deus é e o que Ele tem feito por nós. Se você não tem uma

verdadeira visão de Deus como sendo cheio de amor e misericordioso, é certo que

você tratará as pessoas sem amor ou misericórdia. Se você não tem experimentado a

fidelidade de Deus, ao contrário, duvida dela, isso afetará o seu ministério aos

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outros; você não conseguirá transmitir o amor e a bondade de Deus aos outros em

realidade. Você poderá até falar sobre isso, mas não conseguirá convencer ninguém.

Em segundo lugar, isso afeta o nosso ministério porque nós ministramos a partir

de nossa percepção dos outros. Se eu vejo o não redimido como um “trapo”, sem a

dignidade de um ser criado por Deus, eu não vou dar para ele o devido valor. Nós

precisamos ver que todo ser humano, não importa qual seja sua atual condição, é

criado à imagem de Deus e é precioso para Ele. Se não enxergamos isso claramente,

não teremos a motivação correta para ministrar aos outros e poderemos nos tornar

bastante „seletivos‟ a respeito de quem deverá ser o beneficiário de nosso ministério.

Em terceiro lugar, isso afeta o nosso ministério, é claro, porque se não tivermos

uma visão correta de Deus, do não redimido e do redimido, nós ministraremos a eles

de maneira incompleta e biblicamente ineficaz.

O PRINCÍPIO BÁSICO: ORAR E AGIR

Em nossas comunidades sempre há muitas necessidades. Na maioria das vezes,

você não precisa nem ir atrás de alguma necessidade de seu bairro ou vizinhança,

porque o problema está ali do seu lado.

Talvez você veja muitas necessidades na sua vizinhança ou na de sua igreja.

Talvez haja pais e mães necessitam de trabalho e/ou de aconselhamento para criar

melhor os seus filhos. Talvez haja adolescentes que são mães solteiras e precisam de

roupas para seus bebês e orientação para não ter outra gravidez sem uma estrutura de

vida melhor. Você pode saber de jovens envolvidos com drogas e marginalidade por

falta de emprego e perspectiva de vida... São tantas as necessidades!

Mas, como resolveremos essas e muitas outras necessidades? Com duas palavras:

ORAR E AGIR.

Jesus Cristo viu as multidões famintas. Ele teve compaixão delas. O que Ele fez?

Orou e agiu (Marcos 6.41). O resultado foi que multidões foram alimentadas.

Levaram a Jesus um surdo-mudo. Jesus Cristo orou e agiu (Marcos 7.32-35). O

resultado é que ele foi curado.

Jesus Cristo viu a você e a mim. Mortos em delitos e pecados! Destinados ao

inferno! Teve compaixão de nós. Ele orou no Getsêmani e agiu no calvário. O

resultado tem sido a nossa salvação e de milhões de outras pessoas.

Devemos lembrar que orar e não agir não serve de nada. Tiago 2.15-17 diz:

“E se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e

necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser:

Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o

necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se

não tiver obras, por si só está morta”.

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Há problemas graves no mundo. Porém, para cada problema há uma resposta

cristã. Às vezes, a resposta é simples. Sempre é orar e agir. Porém, como? De que

maneira nós agiremos? Temos que consagrar nossa inteligência a Deus para buscar a

resposta bíblica para cada problema. Às vezes a resposta do mundo é a mais fácil. O

diabo oferece uma solução simples e egoísta. Para cada necessidade há duas

respostas: a do mundo e a da Palavra de Deus.

Você talvez não goste de “queimar os neurônios”. Buscar a aplicação bíblica para

tantas coisas cansa seu cérebro. Porém, devemos amar a Deus com toda a mente

(Mateus 22.37). Ocupar a mente na solução de um problema é parte do Grande

Mandamento. Você está disposto a dedicar sua mente a Deus?

O Senhor Jesus e um advogado discutiam acerca da lei. Os dois estavam de

acordo sobre a importância da lei ”amarás a teu próximo”. Porém, o advogado,

querendo defender-se, perguntou: “E quem é o meu próximo?”.

Jesus Cristo contou o exemplo do bom samaritano (Lucas 10.30-37). Um homem

caiu nas mãos de ladrões. Eles o deixaram meio morto na estrada. Ali estava alguém

necessitado. Qual seria a reposta bíblica para a sua necessidade?

Passaram primeiro dois religiosos. O que fizeram? Nada. Estavam muito

ocupados com as “coisas de Deus” para ajudar ao necessitado! Foi esta a resposta do

mundo ou de Deus?

Depois passou um samaritano. Era estrangeiro e inimigo. O que fez? Ele ajudou.

Ele foi a resposta de Deus ao necessitado.

COMO AJUDAR AOS NECESSITADOS DE MANEIRA BÍBLICA

Se nós queremos ajudar verdadeiramente aos necessitados, nós temos que agir de

maneira bíblica. Isso implica em seguir quatro princípios vitais:

TRABALHAR EM UNIÃO:

“Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o que

vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada” (Hebreus 13.16).

Amparar aos necessitados não é dar uma moedinha a um mendigo. Devemos

trabalhar em união porque as necessidades são grandes demais para tratá-las

sozinhos. A igreja obediente se organiza para amparar aos necessitados. Para isso

Deus instituiu o ofício do diácono na igreja (Atos 6.1-7). Seu trabalho, ainda que

trate do material, é um trabalho espiritual. Requer homens cheios do Espírito Santo

(Atos 6.3).

Os irmãos em Cristo de uma aldeia de Colón, Honduras, ignoravam as leis que

governavam o uso da terra. As autoridades ordenaram que os terrenos nacionais

fossem cultivados em forma de cooperativa. Porém, os vizinhos queriam trabalhar

cada um individualmente. Eles não queriam unir-se em uma cooperativa. Até os

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crentes não se organizaram. Chegaram as autoridades com outras pessoas de fora

para apoderar-se das terras. Houve luta e dois morreram. Todos perderam seus

terrenos e suas casas.

A resposta cristã era trabalhar em união para se organizar conforme a lei. A

resposta do mundo era trabalhar cada um a sua maneira. Os crentes não deram a

resposta bíblica aos demais. A igreja não foi a luz do mundo como Cristo ordenou

(Mateus 5.14-16). A aldeia fracassou porque a igreja evangélica não buscou a tempo

a resposta cristã. Os crentes não oraram nem agiram biblicamente. Portaram-se

iguais aos incrédulos. Perderam tudo, até seu prédio da igreja.

O primeiro princípio para ajudar aos necessitados é trabalhar em união. Cada

igreja deve estudar as necessidades de sua comunidade e organizar-se para tratá-las.

APROVEITAR OS PRÓPRIOS RECURSOS DELES:

Não devemos depender dos recursos de outros (Romanos 13.8). Ofertar coisas

aos pobres pode corrompê-los (2 Timóteo 3.10-13).

Um povo no Panamá tinha duas colônias sem água potável. Os vizinhos de uma

colônia decidiram utilizar seus próprios recursos. Os que tinham dinheiro deram

uma cota para comprar os tubos. Os outros mais pobres emprestaram a mão-de-obra.

Trabalhando em união fizeram canais e colocaram os tubos. Em pouco tempo todos

tinham água.

Os da outra colônia decidiram aproveitar-se dos recursos de outros. Em vez de

trabalharem em união, foram ao prefeito pedindo sua ajuda. Este lhes prometeu

água, porém não cumpriu sua promessa. Voltaram várias vezes, porém só lhes

fizeram promessas. Não podiam beber promessas. Tudo se secou. As crianças

adoeceram. A colônia se atrasou. Por fim, o município instalou os tubos. Então,

cobrou imposto pela água. Os vizinhos pagaram pago mais do que a outra colônia

onde usaram seus próprios recursos. No final, o egoísmo sai mais caro.

Nem tosos os casos são iguais. Às vezes, a resposta cristã seria buscar a ajuda da

municipalidade. Às vezes, não. Os crentes são a luz do mundo e eles devem dar a

resposta correta. Devem servir de exemplo para a comunidade.

Às vezes, o governo tem o equipamento e o dinheiro para projetos necessários.

Às vezes, o povo deve ajudar a si mesmo. Como decidir? A resposta do mundo se

baseia no egoísmo e na preguiça. A resposta cristã se baseia na Bíblia e no amor ao

próximo.

BUSCAR O PERDÃO EM VEZ DA VINGANÇA:

“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de

Deus” (Mateus 5.9).

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As disputas entre pessoas e nações podem ser resolvidas com um espírito de

perdão. Porém, a resposta do mundo é o espírito de vingança.

Os problemas raciais se baseiam no preconceito. Porém, em Cristo isto é

removido. Na igreja de Jerusalém os de fala grega murmuraram contra os hebreus.

Diziam que as viúvas deles não recebiam sua justa porção das ofertas para os

necessitados. A resposta cristã foi orar e agir (Atos 6.1-7); nomearam os primeiros

diáconos para atender aos necessitados de uma maneira justa.

Os conflitos entre os ricos e os pobres se resolvem com dificuldade. Alguns

crentes dizem que a pobreza se resolverá somente com uma revolução violenta.

Estes irmãos usam até textos bíblicos onde Deus dispôs de „violência‟ (João 2.15 e

Deuteronômio 7.1-5).

Outros irmãos dizem que não podemos participar de nenhum tipo de violência.

Usam os textos onde Deus nos ordena a manter a paz (como Mateus 5.8 e Romanos

12.18).

Outros irmãos dizem que o crente não deve preocupar-se com tais assuntos,

porque são conflitos deste mundo. Usam os textos onde Deus ordena não confundir

o reino de Cristo com os reinos deste mundo (como João 18.36 e Marcos 12.17).

Algumas questões interessantes para se considerar são:

Em quais situações Deus aprova o uso de armas? (Romanos 13.1-4).

Como a igreja pode persuadir a um povo a perdoar os seus inimigos e

ganhar a paz?

De quem é a vingança? (Hebreus 10.30).

Como a igreja pode resolver conflitos políticos e evitar guerras, sem

meter-se diretamente na política? (Pense bem).

TRATAR AS NECESSIDADES DE SUA COMUNIDADE POR MEIO DA

IGREJA LOCAL:

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade

construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia

e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar

apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa” (Mateus

5.14-16).

Distintos grupos evangélicos internacionais e nacionais tratam os problemas

relacionados com a saúde, a pobreza e a justiça social. Missões estrangeiras e

comitês nacionais ajudam a muitos necessitados. Porém, se não o fizerem por meio

da igreja local, debilitam o ministério dela. Ela não assume sua própria

responsabilidade. Por que se debilita uma igreja local se ela não coopera com a

solução dos problemas em sua comunidade?

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O que é a pobreza? É o produto de uma força viva, uma força diabólica. Os

espíritos imundos produzem a pobreza por meio da superstição, imoralidade,

egoísmo, exploração, ignorância e desonestidade de pobres e ricos.

Por isso não se acaba com a pobreza só com a técnica. Acaba-se com a Palavra de

Deus unida com a técnica. Assim, o infinito poder do Espírito Santo é aplicado à

raiz do problema.

O pastor de cada igreja ensina aos irmãos a aplicar a Palavra de Deus aos

necessitados:

1. Os irmãos começaram com suas próprias famílias. Alguém procura primeiro

qual é a resposta cristã para os problemas de seu próprio lar (1 Timóteo 5.8).

2. Depois tratam das necessidades dos irmãos em Cristo (1 João 3.16-18).

3. Por fim, tratam das necessidades dos demais, até do inimigo (Mateus 5.43-47 e

25.34-46).

Em uma aldeia morreram muitas crianças por causa de água contaminada. A

igreja evangélica pediu ajuda a um grupo evangélico. Este veio e fez um poço, e

instalou uma bomba. Porém, a igreja não ensinou aos vizinhos sobre a necessidade

de água pura. Não ensinou a seus próprios membros seus deveres sociais. Não

ensinou ao povo a responsabilizar-se.

O grupo não trabalhou por meio da igreja local. Instalou o equipamento e se foi.

Os crentes não ajudaram aos seus vizinhos a entender suas responsabilidades.

Ninguém cuidou da bomba. As crianças lançaram pedras no poço. A bomba ficou

arruinada. Ninguém a reparou. As crianças continuaram morrendo. Não deveria ter

sido assim se a igreja tivesse assumido o seu papel.

MINISTRANDO AOS NECESSITADOS A PARTIR DA IGREJA LOCAL

Tendo estabelecido os fundamentos e princípios acima, nós queremos agora tratar

das seguintes questões que você necessitará considerar quando começar a planejar o

estabelecimento de um ministério aos pobres:

O MINISTÉRIO E A IGREJA LOCAL:

Esta é uma questão essencial para a saúde de qualquer ministério que é

estabelecido. Ministério é uma expressão da vida de indivíduos que formam a igreja

e, em minha opinião, ele é mais efetivo quando está arraigado numa igreja local, ao

invés de alguma coisa acontecendo às margens da igreja ou operando como uma

atividade pára-eclesiástica.

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Dentro deste contexto há duas maneiras de ver qualquer ministério com o pobre

em potencial: (1) como uma expressão de nosso caminhar pessoal com Deus e (2)

como uma expressão da vida da igreja.

Como uma expressão de nosso caminhar pessoal com Deus. Muitas

pessoas dentro da igreja local, a partir de seu próprio relacionamento pessoal

com Deus, realizarão atos de misericórdia para com o pobre. Nesse exemplo,

os indivíduos terão plena responsabilidade por suas ações e não usarão o nome

da igreja para dar cobertura às suas atividades. Embora isso seja ministério,

para os propósitos dessa lição, não é assim que nós vemos o „ministério aos

pobres‟. Um dos efeitos de operar desta maneira é que pode haver certo nível

de isolação do restante da igreja se esses atos ocorrerem como um estilo de

vida de tempo integral.

O Ministério da Igreja. Para o ministério aos pobres estar arraigado

efetivamente dentro de uma igreja local, há certas coisas que você terá que

considerar:

o Você necessita ter um coração da liderança por trás de você. Se o

ministério ao pobre não está no coração da liderança, você não pode

esperar que o ministério seja central para a visão da igreja. Se você

espera isto, haverá feridas e frustrações de ambos os lados.

o Você deve prestar contas para a liderança da igreja local. Mas em

concordância com ela você também terá que definir as áreas de

responsabilidade das pessoas que o ajudarão nesse ministério.

o Você será responsável por todas as questões financeiras e legais,

mas você permanecerá prestando contas à liderança da igreja.

o O sucesso do ministério ao pobre depende da atitude da igreja para

com:

O ministério

A liderança mista de sexos

Os solteiros no ministério

A doutrina e aconselhamento

A liberdade para todo o Corpo ministrar

O que eles crêem que pode acontecer com os pobres (eles serão

apenas uma „experiência‟ para os crentes de classe média ou

poderão vir a ser pastores e líderes da igreja?)

o Esse não é apenas um caso de estabelecer qualquer ministério em

qualquer igreja. A igreja necessita:

Estar desejando, sedenta por ministrar aos pobres;

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Preparar-se para a colheita;

Generosa em sua atitude para com o ministério de pessoas

„leigas‟;

Convencida de seu chamado e habilidade.

o Só porque você está estabelecendo este ministério dentro do

contexto da igreja local isso não significa que a liderança é

responsável por:

Qualquer compromisso financeiro;

Encontrar o pessoal necessário para participar;

Manter seu pessoal motivado.

Você é responsável por todas essas coisas. O benefício de estar em um

ambiente de igreja é somente o da cobertura espiritual. Tudo mais que vier da

igreja será graça e misericórdia! Você é responsável pelo ministério que você

cria.

LANÇANDO OS FUNDAMENTOS CERTOS:

Há algumas questões cruciais que necessitam de consideração ao se estabelecer

um ministério aos pobres. Lançar os fundamentos certos é essencial para a saúde do

ministério.

Planejamento é crucial e para ajudar-lhe a fazer isso é preciso que você responda

a algumas questões básicas, todas as quais você necessita responder plenamente até

mesmo antes de considerar que irá começar um ministério. E você necessita

responder essas questões com toda a honestidade.

Por exemplo, como você conseguirá as finanças para o ministério? “Pela fé” não

é uma resposta válida quando você pode não pode pensar em nada mais para dizer, a

menos que você tenha fé suficiente para assumir a responsabilidade financeira para o

empreendimento.

As questões que você precisa fazer são:

Para QUEM é o ministério? Você está em contato com um grupo de

pessoas? Eles conhecem você? Você os conhece?

QUEM está indo ministrar com você? Você deve lembrar-se com não vai

sair com 30 pessoas da igreja que deixarão tudo pronto para você.

QUAL é exatamente a sua visão para este grupo de pessoas? É

residencial? É trabalho de rua? É sopa? O que você fará de 7 da manhã até a

hora de dormir? Como você os vê no futuro?

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POR QUÊ? Qual é a sua motivação? Como você convencerá os outros a se

juntar a você?

ONDE? É residencial? Onde e em qual edifício? Se ele não é residencial,

onde o seu ministério acontecerá?

QUANDO? Em quanto tempo você começará? (Dica: planeje sua escala de

tempo e seus custos então dobre esses valores!). Historicamente as pessoas

superestimam o que pode ser feito em um ano e subestimam o que pode ser

feito em cinco anos. É muito útil ter isso em mente quando planejando a

escala de seu ministério.

COMO? Com quem você falará primeiro sobre as finanças? Como você

recrutará ajudantes? Como você começará o ministério? Etc.

CARACTERÍSTICAS DE UMA PESSOA QUE

ESTABELECERÁ UM EFETIVO MINISTÉRIO

Quando pensamos em começar um novo ministério, é claro que pensamos na

pessoa que irá liderá-lo. Se você deseja lidera rum ministério, você deve avaliar se

você é o tipo de pessoa que estabelecerá um ministério efetivo. Tal pessoa:

Tem um pensamento claro – ela sabe onde está indo e como chegará lá.

Tem determinação para enfrentar a realidade em fé não importa o que

aconteça.

Tem um registro anterior de fidelidade e integridade.

É um trabalhador não um velocista. Ele está disposto a trabalhar duro e bem

para realizar seu ministério, não importa quanto tempo leve.

É um catalisador; ele consegue produzir uma reação nas pessoas e instigar

mudanças nelas.

É pró-ativo ao invés de re-ativo. Ele age antes para não precisar reagir. Ele

cria mais do que conserta.

É um treinador e equipador. Ele não somente lidera e faz a obra, mas treina a

outros na obra do ministério.

É uma pessoa das pessoas. Ele não fica somente atrás de um bureau

planejando; ele vai até onde as pessoas estão e se envolve com elas.

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CONVERTENDO SEU SONHO EM REALIDADE

Se você sonha em ter um ministério aos pobres, você precisa transformar seu

sonho em realidade. Para tanto, você deve desenvolver um plano e estratégia. Ao

fazer isso, você deve dar atenção às seguintes questões:

ARTICULE SUA VISÃO:

Para transformar seu sonho em visão, você deve ser capaz de articular o seu

sonho. Você deve ser capaz de responder clara e consistentemente a todos que lhe

perguntarem „qual é a sua visão e o seu projeto?‟ Você deve ser capaz de explicar

com palavras diretas, claras e entusiastas o que é o seu ministério e por que as

pessoas devem apoiá-lo.

Porém, não se contente em apenas falar sobre a sua visão; você precisa ser capaz

de escrevê-la de maneira concisa e clara. Aliás, se você não for capaz de escrever a

sua visão para o ministério de maneira clara e direta, talvez você não saiba

exatamente o que quer e a quê se propõe.

AVALIE AS TAREFAS À FRENTE:

Há muitos aspectos diferentes no planejamento do ministério que você necessitará

considerar. Será útil para você fazer uma lista de tudo que você necessitará realizar

antes de começar o ministério. Um exemplo desta lista se encontra abaixo:

Obter um lugar

Negociar um aluguel

Financiar um projeto e a prestação de contas das finanças

Visitar outros projetos para conseguir idéias

Recrutar o pessoal que ajudará

Conseguir pessoas para o treinamento

Fazer uma agenda diária de seu pessoal

Fazer uma agenda diária para seus contatos

Escrever as regras para o pessoal e contatos

Escrever as descrições e contratos para o pessoal

Etc.

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PRIORIZANDO OS PASSOS:

Quais são os passos que você deve tomar para começar o ministério? Em qual

ordem você estabelece esses passos? Você pode dividi-los em quatro fases:

Fase 1: Escreva os passos que você deve dar antes de começar.

Fase 2: Escreva o planejamento principal e teste se você é capaz de falar e

escrever a sua visão.

Fase 3: Planeje as questões referentes ao local, aos aspectos financeiros e

questões legais.

Fase 4: Mais planejamento antecipado.

Tendo priorizado as tarefas à frente, você agora está numa posição de começar a

trabalhar para que sua visão se torne uma realidade.

Edifique dentro de uma agenda de tempo realista em torno de suas prioridades,

tendo em mente que:

Você tende a superestimar o que pode ser alcançado em um ano e

subestimar o que pode ser alcançado em 5.

Quanto mais antecipadamente você planeja o mais geral você precisará ser,

e mais flexível acerca dos detalhes (mas não da visão).

Você precisará de disciplina, fidelidade, oração e determinação para começar e

terminar bem. Assim também, tenha cuidado para não se desviar da sua visão, não

diluir a sua mensagem ou propósito e manter a coisa principal que você precisa fazer

como a principal coisa.

Quando você se sentir desanimado ou sem foco, pergunte-se: O que Deus

realmente me disse para fazer?

Lição 10 - Questões Para Revisão 1. Qual é a tríplice visão que fundamenta o ministério aos pobres?

2. Como essa tríplice visão afeta o nosso ministério aos pobres?

3. Qual é o princípio básico do ministério aos pobres?

4. Quais são os quatro princípios vitais na ação ministerial para com os pobres?

5. Por que devemos ministrar aos pobres a partir da igreja local?

6. Quais as características de uma pessoa que exercerá um ministério eficaz junto

aos pobres?

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Exame Final Este exame final consiste de 50 questões. Cada questão

vale 2 pontos. Portanto, o máximo de pontos que podem ser obtidos neste exame é de 100 pontos.

1. Quais os dois elementos vitais do ministério de Jesus?

2. Por que Jesus é o nosso Jesus é o nosso melhor modelo na pregação e no ensino?

3. Qual era a fonte do poder de Jesus na pregação?

4. Quais eram os objetivos de Jesus ao ensinar?

5. O que é um discípulo?

6. Quais são os três pontos básicos sobre o discipulado?

7. Como Jesus fez discípulos?

8. O que Jesus ensinou aos Seus discípulos?

9. Quais eram as características do Seu método de discipulado?

10. Qual é a base bíblica para a afirmação de que a missão de Jesus era tanto curar

quanto salvar?

11. Qual é a base bíblica para buscarmos a cura física hoje?

12. Qual era a motivação de Jesus para curar?

13. O que significa dizer que a cura “é o pão dos filhos”?

14. Por que nem toda cura é instantânea?

15. Qual texto bíblico mostra claramente que expulsar demônios é manifestar o reino

de Deus?

16. Como expelir os demônios?

17. O que é o aconselhamento bíblico?

18. Como você descreveria a missão de Jesus e a sua relação com o aconselhamento

bíblico?

19. Quais são os sete princípios básicos do aconselhamento bíblico?

20. Por que a cura da alma é necessária?

21. O que significa o termo “cura”?

22. Em que se fundamenta a cura da alma?

23. Quais as diferenças entre o aconselhamento bíblico clássico e a cura da alma?

24. Qual é a relação entre a cura da alma e a libertação?

25. Quais são os três requisitos para receber a cura da alma?

26. Por que não devemos ungir uma pessoa com óleo ao ministrarmos a cura da

alma?

27. Quais são as três etapas da cura da alma?

28. Por que é importante trabalhar em equipe na libertação?

29. Quais são os requisitos para os membros da equipe de libertação?

30. O que significa „vestir‟ a armadura de Deus?

31. Qual é a importância da oração e jejum na libertação?

32. Como nós preparamos uma pessoa para a libertação?

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33. Por que não devemos impor as mãos sobre as pessoas a quem ministramos

libertação?

34. O que devemos fazer após a libertação da pessoa?

35. O que não é libertação?

36. A Bíblia dá alguma importância à quebra de maldições?

37. Como crentes, nós devemos dar alguma importância a este assunto?

38. Qual é a base principal de nossas afirmações sobre este assunto?

39. O que é uma maldição?

40. Quais são as duas características comuns em toda maldição?

41. Quais são algumas das causas de maldições?

42. Quais são alguns dos fatores que interferem na nossa apropriação da nossa

herança em Cristo?

43. Quais são os sete passos tomados para quebrar uma maldição?

44. Como você resumiria a visão do Antigo Testamento acerca dos pobres?

45. O que causa pobreza?

46. Como a Igreja lidou com os pobres no Novo Testamento?

47. Qual é a tríplice visão que fundamenta o ministério aos pobres?

48. Qual é o princípio básico do ministério aos pobres?

49. Por que devemos ministrar aos pobres a partir da igreja local?

50. Quais as características de uma pessoa que exercerá um ministério efetivo junto

aos pobres?

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Este manual faz parte de uma série de diversos manuais

desenvolvidos para o treinamento ministerial, pastoral e

teológico do TREINAMENTO BÍBLICO

INTERNACIONAL, que visa equipar cada crente para o

cumprimento de seu papel dado por Deus na

evangelização do mundo e na edificação da igreja.

Para maiores informações, por favor, escreva-nos:

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