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Introdução:Introdução:

Por que estudar os reservatórios em cascata?

A construção de reservatórios é uma das atividades mais impactantes realizadas pelo homem;

Além das diferenças de origem e idade, lagos profundos e reservatórios apresentam diversas diferenças (Straskraba, 1996);

Pelo mundo, diversos reservatórios em cascata foram construídos ao longo de grandes e importantes rios;

Investigações em reservatórios particulares são não raras, no entanto estudos nos quais reservatórios em cascata sejam considerados como sistemas contínuos são incomuns.

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HistóricoHistórico:

De onde surgiu o conceito de reservatórios em cascatas como sistemas contínuos?

1980 – Vannote et al. propõe o conceito do rio contínuo;

1995 – Ward & Stanford apresentam o conceito da descontinuidade em série;

1999 – Barbosa et al. desenvolve o conceito da continuidade através de reservatórios em cascata.

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O Conceito do Rio O Conceito do Rio Contínuo:Contínuo:

O sistema físico é o fator determinante na estruturação e funcionamento da comunidade local;

As comunidades estão presentes em toda extensão do rio de modo continuo;

As mudanças nas comunidades e nos processos ecológicos se dá de modo gradual.

Vannote et. al., 1980

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Vannote et. al., 1980

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O Conceito dos Reservatórios Contínuos O Conceito dos Reservatórios Contínuos em Cascata :em Cascata :

A despeito da presença de reservatórios em cascata, é possível observar a existência de um gradiente trófico ao longo do sistema em cascata;

A presença de uma cascata de reservatórios certamente causa mudanças significativas na continuidade original de um rio alterando diversos aspectos;

Essas mudanças não impedem a manutenção dos processos básicos os quais continuam operativos no decorrer do contínuo.

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Como mudam as Comunidades e os Processos Como mudam as Comunidades e os Processos Ecológicos em uma Cascata de Reservatórios:Ecológicos em uma Cascata de Reservatórios:

Algumas considerações teóricas sobre os efeitos dos reservatórios superiores sobre os inferiores foram agrupadas por Straskraba (1990) como se segue:

Modificações físicas:

1- Temperatura da superfície aumenta conforme descemos a cascata;

2- O mesmo é observado com as temperaturas do fundo;

3- A profundidade de mistura aumenta;

4- Aumenta a vazão em direção a foz;

5- A intensidade da mistura do material que entra no reservatório com o que já está no reservatório aumenta descendo a cascata.

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Modificações químicas:

1- A turbidez decresce nos reservatórios inferiores;

2- Carga orgânica e cor diminuem favorecendo condições luminosas;

3- A concentração de fósforo cai em função do aumento na luminosidade e atividade do fitoplâncton;

4- As concentrações de oxigênio caem conforme desce a cascata, em função da decomposição em hipolímnios anteriores.

Modificações indiretas:

1- Produção primária decresce em direção a foz;

2- As comunidades de fitoplâncton tendem a ser mais tipicamente oligotróficas.

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Estudo de Caso: Estudo de Caso: Rio TietêRio Tietê

Barbosa et. al., 1999

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Barbosa et. al., 1999

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Confirmou muitas das predições de Straskraba (1990);

Deu origem ao conceito de reservatórios em cascatas contínuos;

Demonstrou que realizando construções de reservatórios em cascatas há tendência de haver uma melhora da qualidade da água ao fim do sistema.

Barbosa et. al., 1999

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Estudo de Caso: Rio ParanapanemaEstudo de Caso: Rio Paranapanema

Nogueira et. al., 2005

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Nogueira et. al., 2005

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Os resultados obtidos não ilustram exatamente o previsto por Straskraba (1990), apenas demonstram uma tendência nesse sentido;

Essa incoerência ocorre devido a grande diferença de tamanho entre os reservatórios e usos do solo diferenciais ao longo da cascata;

Fica claro a influência do entorno e do próprio reservatório no sistema.

Nogueira et. al., 2005

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Bibliografia:Bibliografia: BARBOSA, F. A. R., PADISÁK, J., ESPÍNDOLA, E. L. G., BORICS, G., ROCHA, O. The

cascade reservoir continuum concept (CRCC) and its applications to the river Tietê-basin, São Paulo State, Brazil. In: TUNDISI, J. G., STRASKRABA, M. (Eds.). Theoretical Reservoir Ecology and its Applications. Leiden: Brazilian Academy of Sciences, International Institute of Ecology and Backhuys Publishers, 1999. p. 457-476.

BILLEN, G., GARNIER, J. & HANSET, P., 1994, Modelling phytoplankton development in whole drainage systems: the RIVERSTRAHLER Model applied to Seine river system. Hydrobiologia, 289: 119-137.

LEOPOLD, L. B. & MADDOCK JR., T., 1953, The hydraulic geometry os stream channels and some physiographic implications. U.S. Geol. Surv. Prof. Pap. 252: 52p.

NOGUEIRA, M. G., JORCIN, A., VIANNA, N. C., BRITTO, Y. C. T. Reservatórios em cascata e os efeitos na limnologia e organização das comunidades bióticas (fitoplâncton, zooplâncton e zoobentos) – um estudo de caso no rio Paranapanema (SP/PR). In: NOGUEIRA, M. G., HENRY, R. & JORCIN, A. (Eds.). Ecologia de Reservatórios: Impactos Potenciais, Ações de Manejo e Sistemas em Cascata. São Carlos: RiMa, 2005. p. 83-125.

STRASKRABA, M., 1990, Limnological particularities os multiple reservoir series. Arch. Hydrobiol. Beith Ergebn. Limnol., 33: 677-678.

STRASKRABA, M., 1996, Lake and reservoir management. Verh. Internatl. Verein. Limnol., 26: 193-209.

VANNOTE, R. L., MINSHALL, G. W., CUMMINS, K. W., SEDELL, J. R. & CUSHING, C.E., 1980, The River Continuum Concept. Can. J. Fish. Aquat. Sci., 37: 130-137.

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Obrigado!

FIM!!!