o Romantismo de j. Guinsburg

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  • 7/29/2019 o Romantismo de j. Guinsburg

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    Cole~fioStyius

    Dirigida por 1. Guinsburg

    E qU ipe de reaJiza~ao - Revisiio de le~lo: 1. G uinsburg; Revisiio de ;

    provas: V era L ucia B . BologmllU e A ngelica D ogo Pretei; P roJclo

    gr .Ifico: L ucio Gomes M achado; Iconogmfia: W alter Z anini , G er-

    son ZmliDl e Fdtima M aria B recht; Diag=~ao e me: W aller

    Griceo; P rodu~50: Ricardo W . Neves e Heda M aria L opes.

    o R o m a n tism oJ . Guinsbu rg

    ~\\I/~:;a ~ E D I TO R A P E R S P E C T I V A~I\\'f

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    entao se desconhecem uns aos outros, mostra 0quanta tentaram resolver os mesmos problemashumanos Das circuDstancias que favorecem aruptura com 0 passado proximo, ou com 0 mun-do "ordenado" da Idade M edia, permitindo umanova transmuta~ao de valores.

    o periodo do R omantismo e fruto de doisgrandes acontecimentos na hist6ria da humanida-de, ou seja, a Revolu~ao Francesa e suas deriva.~6es, e a R evolu~ao Industrial . A s duas revolu-~oes provocaram e geraram novos processos,

    desencadeando for~as que resultaram na forma-~ao da sociedade modema, moldando em grandeparte os seus i deais (sociais). A s institui~6es poll-ticas tradiconais sllfreram fortes abaios eas fron-teiras entre os povos foram modificadas criandonovo equili brio entre as na~oes. 0nacionalismonesse tempo irrompe impetuosamente em cena,arrastando consigo boa parte dos povos europeusem dire~ao as suas aspira~oes politicas e sodais.N ovas ideologias e teocias accrca do Estado acorn-panham as mudan~as rapidas inerentes a tal pro-cesso. A s ciencias se ampliam em um vasto nu-mero de novas areas do conhecimento hurnano,

    que se abrem para a investiga~ao e 0 estudo. A sartes recebern os novos elementos gerados emtais circunstancias, incorporando-os em suas va-rias formas de expressao, ja anteriormente pre-parados com a revolu~ao intelectual dos seeulosX V I I e X V m.

    o perfodo Que se estende de 1770 a 1848 eagitado incessantemente por revoJu~oes e basta-ria lembrarmos as mais significativas para ava-H armos 0 quanto determinaram 0 espfrito daepoca. De 1770 a 1783, temos a R evolu~ao A me-ricana que daria urn govemo constitucional e

    democratico aos Estados Unidos. De 1787 a 1790,depararno-nos com uma onda de agita~ao revo-IU cionaria nos Paises Baixos austriacos que sesublevam contra 0 absolutismo il ustrado de

    J ose II . De J 787 a 1789, assistimos a Revolu~50Francesa, que determinaria de modo tao decisivoos destinos das na~6es europeias. D e 1788 a 1794,a Polania trava uma luta revolucioOil ria em prol

    de sua liberdade naciona!. B oa parte das na~6eseurop6ias acabam por adotar as formas govema-mentais republican as que substituem os Estadosmomhquicos absolutistas. T ai5 revolu~6es se alas-trariam inevitavelmente a outros conlinentes, en-contrando solo fertil nas colanias espanholas daA merica e outras regioes do Continente europeu.

    o fundo geral de tais revolu~6es apontacausas I igadas a propria estrutura da sociedade,ao ,d.esenvolvimento eeo~amico e as conjunturaspohticas do tempo. A "Idade do absolutismo" 2,

    que se estende de 1660 a 1815, caracteriza-se peloestabeiecimento de governos fortes, assenlados sobo absolutismo mOO lirquico. ~ justamente conlrao principio politico absolulista que vao atuar asid6ias e os program as politicos dos revoiucioml-riosdo sCeulo XVITI, os quais fazem do idealdemocratico sua bandeira de luta, de forma quea hist6ria da humanidade caminha cada vez maisnesse rumo e as massas populares participammais e mais nas decisoes politicas l igadas ao seuproprio destino. Sob esse aspecto 0A ncien Regimeera na verdade fundamentado sobre classes ougrupos privilegiados, l imitados a certas oligar-

    quias rurais e urbanas concentradas lao-somenteem seus proprios interesses. T al situa~iio, quecingia a uma pequena minoria as conquistas cul-turals e cientfficas da civiliaz~ao, era 0 idea1 pararepresar deseontentamento e revolta Que iriameclodir com v iolencia a partir da segunda meladedo sceulo X V I I I . 0 desenvolvimento de novasfor~as, sociais e de novos credos poHlieos e filo-s6ficos se conjugaram no assalto as v elhas jnsti-tui~6es que ja apresentavam sinais de fissura canacronismo.

    As revolu~oes, A mericana e Francesa, seriam

    as primeiras de uma Ionga serie de revolu~6esque. teriam como cenario as mesmas au identicascausas. M as ao movimento politico anteeede urn

    . processo econamico e social profundo, que ocor-reu na Europa aproximadamente a partir de1750: a Revolu~ao Industrial.

    t A s multiplas inova~6es ocorridas na teeni-ea industrial a partir dos meados do scculoX V II I tinham par fundo hislorico mais longill-qU O 0 desenvolv imento do comercio que levou,como conseqiiencia, ao desenvolvimento e aoeslimulo dado a industria. 0comercio maritimo,Que se fazia entre as metr6poles e as coloniasespanholas e porluguesas, ate as do E xtremoOr iente, traz ao C ontinente europeu um gran-de afluxo de metais preciosos. A Inglaterra,com sua poHtica colonial e, utilizando-se detratados que a favorecem abertamente, tais co-mo 0 de M ethuen, em 1703, e 0 de Par is ,em 1763, adquire privilegios eomerciais imensosque acabam eanalizando para seus cofres quan-tidades signifieativas de mctal preeioso. Tambema Fran~a se beneficia do comercio intenso corq aEspanhn e aeumula contiIiuamente 0 metal taoprocurado pelos govemos das na~oes implicadasnesse comercio intemacional. AIem do mnis, janaquela epoea, pela f acilidade e carater pratico, eintroduzido 0 papelomoeda que acompanha a clio

    fusao da teenica bancaria, bastante aperfei~oadapelo acumuio de uma experiencia que vinha des-de as grandes ciandes medievais l igadas ao eomer-cio intemacional, tais como as cidades costeirasda Italin e outTascomo Antuerpia, Amsterda, quereceberiio posteriormente no seculo xvn, incen-livos. Os bancosconquistam os Estados europeusdo Ocidente ao Oricnte, e as transa~oes comer-ciais jn nao se fazem habitualmente com 0 empre-go d irelo do valor metalico, mas de um meio dr-culante mais comodo e rapido, como 0 papel--moeda, l i lulos de banco, l etras de cambio, queacabam por sobrepujar 0 anterior. Os bancos e os

    banqueiros incentivam a industria, desenvolvendouma t6cniea de credito que encoraja os empreen-dimentos e. os neg6cios induslriais atraves deempresl imos faceis, as vezes, em troca de ti-tulos e a~oes. Esse e 0passo dado pata a eria~aode sociedades de a~6es que encontram na :Bolsao seu mereado oe transa~oes, onde pululam osagentes de cambio que vendem a~es, obriga~oes

    e rendas, onde nao faItam as artimanhas dapecula~iio que a caracterizara futuramente. es_

    :;. Na Inglaterra, desenrola-se 0 inicio de umaevolu~ao industrial que vai substiluir as oficinas etendas dos arlesaos peias grandes manufaturas eabrir 0caminho a um avan~o tecnol6gico decisivona hist6ria da economia ocidentaJ .

    3 0fenomeno paralelo que acompanba e pacti-cipa desse processo e 0 crescimento demograficoque, numa demonstra~ao eslatistica I igada are-giao da Ing Ialerra e ao Pais de Gales, aponta

    que 0 numero de habitantes em 1700 era ao redorde 5,5 milhoes, em 1750 de 6,5 milhoes e em1801 de 9 milh6es, atingindo em 1831 a ellra de14 milh6es 3, 0 fato e que nn segundn meladedo seculo X V I I I a popula~iio havin aumentadoem 40% e nas tres primeiras decadas do sCeuloX I X 0 crescimento foi superior nos 50%. N oCo ntinente, por volta de 1700, a popula~ao passa-ria de 118 milh6es para 180 milh6es no fim doseculo. E sle aumento populacioDal nao era con-seqiiencia somente da taxa de nataUdade, mas deoutras causas, tais como a queda do indice demortalidade, que deeresceu quase conlinuamente

    a partir de 1740. Segundo A shton, a introdu~aodas colheitas de tubercuios tomou posslvel aU -mentar mais gada nos meses de invemo, lomandomaior 0 fomecimento de carne verde duranle'todoo ano. A produ~iio cada vez mais elevada do trigoe de cereais forneceu aUmeoto imporlanle paraaumentar a resisteneia dos indivfduos as doen-~as. A imuniza~iio contra as enfermidades tam-bem cresceu devido 1 1 aquisi~ao de habitos dehigienc pessoal melhor difundidos. 0emprego detijolos em lugar de madeira e da pedra em lugardo cOlmo oa feilura dos telhados das casas pro-tegeu melhor as popula~6es conlra as epidemias.

    o cuidado com a 10caliza~50das habita~6es ope-rarias longe dos lugares insalubres e n oelvoslrouxe mais conforto domestico . 0 desenvo1vi-mento urbano levou ao emprego da pavimenta-~ao das ruas e a utiliza~50 de esgotos e agua

    3. Amtoll, T . S. A Rtf.I Indulri.l. L isbo>, Pub.Europ,.Amirie.>. 1971. p. 2J .

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    corrente, tomando a vida da cidade mals sauda-vel do que era antes. A evolu~ao das ciencias me-dicas, da higiene, da cirurgia e constru~ao aceie-rada d e h ospitals contribuiram para com baterdoen~as que ate entao ceifavam as popula9iiesmenos favorecidas. 0 progresso industr ial deutambem sua ajuda ao cerscimento populacional,po is a multi pli cac;ao dos meios de sUbsistencia aJu-dou a desenvolver 0 ni vel do consumo em rela-C ;1ioao passado proximo.

    1 . \ A introciuc;ao de novas cuituras e dissemina-

    c;ao de outras, como 0 nabo e a batala, a lemde fomecerem uma alimenlac;ao mais substancio-sa ao gada e aos horn ens, levou a urn aproveita-mento maior das areas a serem lavradas. Houvenmpliac;ao da superffcie cultivada, pantanos eaguas eslngnadas foram drenados e antigas pas-lagens c omunai s l ransformadas em so lo aravel.o numento do capital que se veri fica na epocatambem e acompanhado de urn acrcscimo nacapacidnde de poupan9a em largas camadas dasodedade, poupanca essa aplicada no mercadode capltai que experimenta grande impuiso nessascondiC;6es. A d im inui c; ao g rada ll va da l axa de

    J uros em meados do seculo X V I I I c onstil ul u u rnserio fa lo r que acentuou 0 desenvolvimento eco-nomico, pois a l ivre iniciativa e ra es timuiada porencontrar capitai relativamente barato.

    S A s reiac;6es comercia is c om os paises ultra-marinos, a intensificac;i io das trocas, a demandacada vez maiar de produtos, as necessidades ouos gostos espcciais dos novos cl ienles, a iuta con-tra os concorrentes hav iam operado uma con-centrac;ao comerda i n a industna 4, Tai situac;aofana c om q ue a i n dustria domcstic a, pnncipal-mente a Industria da l a, onde trabalhavam nu-

    merosos propr ietario s das m:iquinas q ue u ti li za-Y am, sofresse a pressao das novas necessidadesdo mercado. A te agora 0 artesao comprava amaleria-prima, lrabalhava-a em sua maquina, paradepois vende-I a pessoaimenle, como produto, nomercado. Normalmen le era eie urn campones que

    tambem exercia al guma a tivid ade agricola aopar do s eu trabal ho artesanai on de produzia lecidos, arm as e outros artigos que en travam nocircuito d o mercado nacional e cram tambem ex-portados para as colonias no estrangeiro . M as,quando os comerciantes se dedicam a industria,aitera-se 0 sistema de produ~ao; eles mesmospassam a fomecer a materia-prima e a exercer 0papel de distribuidor do produto no mercado, li -dam direlamente com 0 comprador e 0 fomcce-dor, sendo que 0 passo f inal e decisivo sera a

    transformaC;ao do artesiio independente em as-salanado com a apropriac; ao das m iiquinas pelocomerdante, quer pelo [ ato d e 0 artesao naopoder cumprir com os compromissos financeirosassumidos com 0 comerciante-empresario, querpor causa de adversidades ligadas ilatividade agri-cola do produtor art if i ce. Nesse periodo, 0 damanufatura, encontramos as primeiros escaias nadivisi io do trabalho que se aprofundarao na in-dustria modema. A d iv isao de trabalho esla liga-da a introduc;ao da tecnlca d o [ ab ricante emserie, que encontra urn modelo precursor na in-duslria da H i e n a de alfinetes onde, segundo

    A dam Smith, em J 776, os operarios, executandouma, duas ou tres das dezoito opera~6es em quese dividia 0 fabrico, conseguiam produzir il mao,48 000 alfinetes por d ia 5. Se a manufatura, deurn modo generalizado, caracterizava-se pelo fa-10 de a produc;ao se fazer em pequenas ofieinasind ividuais que l rabalhavam para urn comercian-te, paraleiamenle enconlramos grandes oncinasonde se realiza 0 ncabamento fina l do produto,ofici nas que J a pressup6em as fabr icas da novasociedade industriaL

    (o.A R evoluc;ao Industrial tambem se r ea iizou

    gra~as a empresario s ambiciosos que souberamempregar a imaginac;ao a fim de combinar osfatores produtivos em funC ;ao do atendimentodos mercados, ampliando-os em benefi ci o p ro-pr io. T al espi rito empreendedor era acompanha-d o d e uma nova mentalid ad e e de novos senli-mentos cuja bussoia economi ca f oi a l i vre em-

    presa. A regulamenla~a o d a industria e, ao mes-mo tempo, sua l imitac ;ao por meio de co rpora-~6es, leis mUnlcipais e pelo E stado, cede lugar alivre-jniciativa, e fo i nas regi6es menos submeti -das a regulamentaciio e onde nao se faziam sentiras organiza~6es corporaltvas, tais COmo M anches-ter e Birmingham na Inglalerra, Que se deu urnrap ido desenvo lv imento industria\. .1 0 espirito inventivo, devido aos [atores con-cretos mencionados anteriormente, levou a umaverdadeira eclosiio de inventos, Que vieram so-

    lucionar problemas Iigados diretamente a tecnicade produC;ao. A industria, a tecnologia e a cienciaestavam i ndi scutivelmenle alendendo as mesmasnecessidades economica s e socia i s, ainda que mui-tas vezes 0 sistema de palentes, destinado a esti-mular 0 inventor, apresentasse 0 paradoxo de d i-ficultar 0 caminho a novas crta~iies pelo fate deconf i rmar privi legios durante espac;o de tempoexcessivo. Contra esses abusos criaram-se asso-ciac;6es que nao s6 visavam a conlestar a legali-dade dos d i rei tos exigidos pelos patenteadores,mas procuravam con veneer os invenlores a colo-carem seus inventos 1 1 disposi~iio de to dos, como

    no caso da Sodedade Promotora das A rtes, M a-nufaturas e Comercio, fundada em 1754, quetambem os premiava. 0 Parlamento, por seu la-do, concedeu igualmente recompensas aquelesque abrissem mao dos produlos de seu engenhoem favor da soeiedade e em beneficio direto deJa.Desta fo rma podemos encarar a Revoluc;ao In-dustrial c omo l i gada a divisao de trabalbo, sendoem parte causa c em parte efeito dessa divisao,que significava uma ampliaeao do pr incipio daespecializa9ao.'h Devemos ainda c onsider ar qu e 0 surto de

    inv en~6es durante0

    perfodo em questao, especial-mente na In glaterra, e fruto de urn processo deaciJ mulo de conbecimenlOs teoricos, a partir deF rancis B acon, que contribulu para 0 estabeleci-mento da ciencia experimental, com a contribui-~ao de uma p leiade de fi losofo s e cieotistas, taiscomo Robert B oyle e I saac Newton, que assen-taram os fundarnento s d o metodo c ientffico mo -demo. N ao parec e ser a lgo firmado q ue os

    invenlores fossem homens sempre destituidos desaber teonco, com o m uitos autores af irmam cominsistencia, pO lS ninguem ignora que fisico s equimicos, assim c omo cientlslas de varias areas,estavam vinculado s p or di ferentes iaC ;os de ami-zade a muilas das personalidades da in dustria , 04ue envol ve de certo modo uma vi a de comuoi-cacao entre a ciencia do pesquisador de gabineleou laborat6rio e a experim entac;ii o na ofi clna detrabalho, para a soiuc;ao do s problemas surgidosna produc;ao.

    '\ Uma (onga serie de inventos ocorrem em pr i-meiro plan o na industria do algodao, l iv re dosentraves corporativos e em rap ido desenvolvimen-to. Em 1733 J ohn Kay introduzlu no tear im-portante melhori a, a i an9adeira. L i gada a urnsistema de duas rodas era atir ada de uma o urelaa outra por meio de martelos, alravessan do coma trama to da a urd ideira. T ai J novaC;ao, a ian-c;adeira votante, acarretava grande economi a delr abalho e permitia a urn uni c o tecelao confcccio-nar panos de uma iargura que antes exig ia 0 tra-balho de dois homens. J :i em 1760, apos seremvencidas as dificuldades da inova~ao, a lanC ;adeira

    estava difundida na industria texti\. E m 1738 L e-wis Paul introduziu 0 cilindro de toreao que de-sempenhou enOrme papel na industria da fiaC;ao.1" A par tir desse marco, os aperfeic;oamentos

    tccnicos na industr ia lexl il se s ucederam numencadeamenlo con l lnuo, lais como a fiac;ao commais de urn fw so ou splllning-jenn y, em 1764,de J ames H argreaves; a wQi ,er-Jrame, a miH ]uinamovi da a agua, em 1767, de Th omas H ighs; 0engenho mednico de f i ac ;ao, urn desenvoivimentocia maquina automatica de L ewis Pau l, roi a con-lribui~ao deCISiva de R ichard A rkwright, em 1768,

    para0

    avanc ;o da lecni ca texti l; amille-jenny,

    em 1774, de Samuel C ompto n, q ue peml i liu aurdid ur a d e f ios fi n os e resistentes ; em 1784,C artwright conslroi 0 tear inteiramente mecanicoe, no mesmo ano, D eiaroche, na FranC ;a, a mil -quina de aparar 0 tecido. N a metalurgia, a fun-di~ao do coque, em 1735, por D arby, resolve 0problema da escassez do carvao vegelal , dev idoa constante ampliac;ao do s pastos e a conse-

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    qiiente derrubada das f 1orcsL as. Em 1740, B en-jami n H untsman inoY :! a tecnlca do a~, inven-l an do a f undi~ao por cadinho que ahre caminho1 1 produ~iio industri al I igada it meL alurgia. ApU delagem e a lamina~iio foram patenteados porH enry Co rt, cerca de 1784, libertando a lnglater-ra da necessidade de importar grandes quantida-des d e carv50 vegetal do B altico e deslocando as[orjas para as zonas carvoelras, onde 0 preparo deCerro [undido se podia [azer ao lado dos aitos-for-nos produtores da gusa. A produ~ao de Cerro au-

    mentou extraordi nariamente e 0metal substituiu amadeira e a pcdra em muitos dos produtos quehabitual mente eram usados. A maquina a vaporde N ewcomen, Invcntada no sccuto X V I, fo i aper-fC I~oada por J ames W all em 1765 e util i zada emvarios tipos de Industria, nas fabricas de cerveja,nas destilarias, nas sal inas, nos reservat6rios deagua, e outras atividades.II A engenharia civil desenvolve-se co mo u manova mdustna Impuisionada peI as necessidadescomerciais que levam a melhoria dos m eio s d ecomunlca~ii o. C onstru ir am-se n ov as es tradas,

    pontes, canais, bem como se aplicaram novastccnicas no travejamento d as minas de carvi ioalem de se apcrleH ;oar a sua explora~iio . 0graveproblema d a i nfiltra~iio de agua nas minas, am ea~a permanentc a este setor industrial, foi sendoaos' poucos solucion ado pelo aper[e1~oamento dosmeios de bombeamento e extr.l~ao da iigua. Outroinvento cuja plenitude tccnlea seria atingid a p os-leriormente, mas que teve seus prim6rdios nessepcr iodo, e a locomotiva a vapor, que substitul-ria 0 cavalo como tra~ao. H ouve aiguns prece-dentes antes que G eorge Stephenson construisseo seu "Foguete", a primdra locomotiva a vapor

    cmpregada na tra~ao por ferrovia. Este fo i u rndos maiores tmnfos da Revolu~ao Industrial.'.C T odos os seL ores das pnncipais ativ idades dohomcm em sua luta economica participaram, decerto modo, na R evolu~ao Industrial , que no seutodo representou uma conjuntura on de as cres-centes disponibili dades de terra, mao-de-obra ecapi tal favoreciam a grande expansao industriaLA medid a que os novos inventos se Im pi iem e so-

    lucionam os entraves tfcnicos da produ~ao, de-sencadeia-se uma verdadelra caudal d e aperlei-~oamentos IOd ustnais, que procuram incrementara; produ~ao e haratear 0 custo da mercadoria,ampliando e estimulando 0 mercado de consumo.U rn invento provoca outro, numa sucessao iointermpta, que l eva uma i nd us tri a a auxi ti ar aouL ra, para a mel hona de todas. 0 fenomenodas concentra~6es industriais tambem faz partedo proccsso ligado 1 1 Revolu~ao I ndustrial . Onde,ate hii pouco , a dispersao imperava, passava- se a

    concentrar certas industr ias em determinadasareas. V erifica-se. nao somente a concentra~aogeogrM ica mas ; chamad a c on centra~ao verti-cal, d e f o rma que certos capitalistas reunem emsuas maos os mais variados r am os d a ativi dadeindustrial, desde a possessao de min as a te fundic6es e outros ramos. A lgumas vezes a concen-tra~ao se da em um tinleo ramo tendendo 1 1 mo-nopoliz ar ceria produ~ao industrial. T oda essatrans[orma~ao estava l igada ao g rande comerciode Importa~ao e exporta~ao, c om o n o caso d aInglaterra, ber~o e ceotro da Revoiu~ao Indus-

    trial, que importava do estrangeir o m ad ei ra , f i -bras, seda, aigodao, produtos de tinturana e ou-tros como cha, cafe, tabaco, e exportava produ-tos manufaturados d e H i , ferro, couro, para asregi6es p ouco desenvolvi das, desde a A fnca ateas In dias Ocidentais. Tratava-se de um comerciopor vezes triaoguiar em q ue a I o glaterra t rocavacom a A f r i ca quinqu i lharia s e bugi gang as porescravos, que, por sua vez, eram cambiados nasI ndias Ocidentais por materia-p rima e artigos deiuxo. 0comerciointenso com as lndias O dden-tais e 0 B altico teve importancia capital naacumula~ao d e gr an des fortunas por determina-

    d as f amH ias partici p an tes dessas empresas.\ c M as a Revoiu~ao Industria l n ao se p roduziusem marcar profundamen te a v id a social . Emmelo a grande expansao econ omica, ao subitoenriquecimento d e uma min oria, da desabaladacorrid a d os inventos e inova~6es no setor tecno-.logico, e a cren~a na prosperidade e progressohumanos, surgiram graves prob lemas de ordemsoci al em rela~ii o as massas de trabalhadores que

    este processo mobilizava e proletarizav ~, junta-mente com suas famnias, e que, no tundo, erama base humana na qual se apoiava a profun~atransforma~iio sofrida pel a sociedade europeladaquele tempo. M uito ja se escreveu sobre asdificeis co ndi~iies de trabalho qu: envolver:una vida operaria durante a Revol u~ao !ndu~t~al.as ganhos desses trabalhado res .eram msuflc len-tes e oa maiori a das vezes receblam seu,s ma~ossahjrios de uma f orma ir regular, atraves de 10-termediarios d ur os, que viam unicamente a quan-

    tidade produzida , pois normalmente. a paga erafeita pelo numero de pe~as pro~u~tdas. A pre-cariedade das instala~6es industrialS, a faH a d eseguran~a, as pessimas condi~iies hig ie~ic~s dosiocais onde mulheres e cnan~as constltUlam amao-de- ob ra ao lado de homens, respirando 0ar contaminado oas minas, das oficinas mal ins-taladas, tudo isso convertia 0 periodo em umdos mals cmeis para a grande massa que sempreviveu do suor do rosto. D a escrav idao na A nt~-guidade a nova escravid ii? , pouc~s ,e:am as dl-feren~as, mesm o se d o an gula J ~n.dlco-l~gal 0

    trabalhado r a go ra n ao fosse propnedade do em-pregador ou do industrial. N a realidade,. a depen-denC ia do operario sob 0 aspecto (mancelro,muitas vezes, era tal que 0 peso das dividas 0 le-vava a ficar inteiramente ao dispor de seu pa-trao. A talta de reguiamenta~iio quanto 1 1 ,iornada

    de trabalho, ao emprego de aprendizes e a lim ita-~ao de idade tomava 0 labor nas fa~ricas em u~castigo divino e um sofr imento sem flm, por matsque se p rocurassem justificativ as p ar a ~a~ falo.Os contratos de trabalho, em certas al lvldades,eram de iongos anos, ainda que com 0 tempo co-me~assem a ser restringidos, como n o caso d o

    servi~o nas minas. Os salarios passaran; ,a depen-der do jogo da of erta e da p rocura, sUJeltando.se

    a s varia~ii es d o mercado de mao-de-obra, masvale notar que uma boa parte subiu, 0 que se tra-duzlu na melhoria do nlve! de vida, ocasionandomelhores condi~iies de alimenta~ao e saude e,por conseqii encia, prolongando a dura~ao d,aeX lstencia hum ana. Po rem, muiL os setores da att-vidade industrial contlnuaram apresentando con-

    di~6es de trabalho a ssaz p recan a p ar a a Vidado trabalhador que consumia seus d ias junto asmaquinas.

    \'-l 0 desenvoivimento economico-indust ri al d escrito anteriormente apresentaria as contradi~iiesque passaram a ser conhecidas, devido a certasfreqiiencias, como os f enomenos de superpro-dueao, da Ii vre-concorrencia descontrolada e, poroutroiado, das tentativas de regulamentar a pro-du~ao. assim como controlar os pre~os e 0 mer-cado. D o mesmo modo que se formavam c1ubes e

    associa~6es de industrias. e de hom~ns de nego-cios nos mais diversos niveis, tambcm os traba-Ihadores (e i sto desde a primeira metade doseculo X V III ) se associavam em organiza~iiesvarias tais como as de cardadores d e H i, alfaia-tes, t~celiies, fabricantes de prego, segundo ~mmol de que em media se aproximava d~ antlgacorpora~ao e do sindicato modemo. T U is asso-

    cia~ii es vlsavam a vanos obj etivos l i~ad~s aos s~~sinteresses de classe. Enquanto adOs mdustnalsp rocurava ampl ia r sua influencia junto ao, podergovemamental, a ponto de fundar na Inglaterra ,

    uma Cam ar a G erai da In dustria em 1785, paracombater a politic a de admitir a partlcipa~a? daH olanda no comerclo externo e colomal mgl es; ados trabalhadores, 31em de procurar regulameo-tar questiies I igadas diretamente. a~ sal

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    mais deixando-lhe senlio 0 papel de preservadorda ordem em seu favor, voltar-se-n nn Fran~adiretamell[t: contra a estrutura estatal, eliminandoos ultimos entraves politicos do processo que ha-via se iniciado com a Revolu~1io Industrial .

    III. 0 P erlodo R evoJ ucionario: A R eYolu~aoFrancesa e as R eYolu~6es E uropeias

    I Podemos falar na existencia de um periodorevolucionilrio que se inicia a partir da R evolu-~iio A mericana e se estende ate a Revolu~aoFrancesa. A colonia inglesa na A merica, bem su-cedida em seu desenvolvimento economico, rei-vindicou a independends em reiaciio a lnglater-ra, apcs urns lase de luta intensa contra 0 do-minio britanico.

    j A Revolu~ao A mericana foi provocada pelaimposi~1io inglesa proibindo a colonia de al6m--mar de comerciar com qualquer outro pais quenao fosse a metrcpole, ou se.ia, a imposi~1io deum comerdo unilateral e exciusivo Que limitavaa colonia e beneficlava a metropole. Uma polit ica

    de impostos opressiva cdou 0 ressentimento enlrea popula~ao da colonia e fortificou 0 sentimentode revolta. A sucessao de protestos contra aStamp Act de 1765 e contra os impostos dochat papel, vidro, chumbo, apoiavam-se nas as-sembleias colonials que, por sua vez, se basea-yam na suslenta~iio popular. 0boicote e a agita-cao aumentaram a lensao entre os colonos arne-ricanos e os soldados ingleses, a ponto de se da -rem os pnmelros recontros violentos em mar~o de1770, na conhecida " matan~a" de Boston.

    1, Em prosseguimento a esse conmto, que se

    travava entre a Companhia das Indias e as co-16nws americanas, 0 centro da disputa se deslocapara 0 monop6lio do chao A lem das leiS coer-citivas contra os interesses dos colonos, a QuebecAct de 1774, aumentou mais ainda 0 descon-tentamento g eral, ongmando 0 Congresso antibri-tanico, organizado peias colonias em 1774. L ogoa guerra frontal eclod ir ia contra os ing leses,rcvelando peia primeira vez, nas batalhas de

    Concord e de L exington, que urn exercito civilpoderia se sobrepor a urn exercito miH tar, der-rOlando-o. In em 1775, apas 0 segundo C on-gres;o "Continental", os patriotas american os: sobo comando de G eorge W ashington, organizaramas milicias a fim de lutar contra as for~as da me-tropole. Sua plataforma politica era anundadapor T homas Paine num fo1heto onde pregava ainrlependencia das colomas e, mais do que isso, asua transforma~ao em republica. Em 4 de julhode 1776, apcs 0 Congresso que constitu ira a

    Federa~ao A mericana, declarava-se a indepen-dentia. A Revolu~iio A mericana antecedia assimo movimento revolucionario europeu e fortifica-ria os sentimentos de independenCia entre aque-ies que observavam os acontedmentos e cons-tatavam a sua vitoria. V oluntarios vindos da Eu-ropa, tais como 0 polones K osciusko e 0 fran-ces L a Fayette, mostravam Que os acontecimen-los no solo americano eram' vivamente acompa-nhados pela Europa, pOls a independencia ame-ricana alteraria 0 poderio colon ial ing les. AFran~a nao dcixou de enviar for~as para lutaraolado dos amcricanos, ale que a vitorla militarsc decidiu favoravelmente aos revoiuciomirios.Em 1783, com 0 lralado franco-ingles de V ersa-Ihes, a propria I nglaterra rcconheceria a inde-pendenda dos E slados U nidos, que agora passa-riam a inspirar outros .povos que tinham as mes-mas aspira~oes poH ticas. Se a revolu~ao ou aindependencia americana fOI haurida nos escri-tos dos fi l6sofos eUTopeus desde L ocke, M on-tesQuicu e Rousseau, cujas teorias poH ticas {oramadaptadas as aspira~oes locais das col6nias, poroutro lado, as constituicoes e as deciara~oes dede direitos por eia elaborados serV tram de mode-

    1 0 a serem imnados pelos europeus em geral e emparticular pelos franccses durante a sua revolu-~ao.

    J .\ 0movimento de ideias que antecede a R e-votucao Francesa conhecido sob 0 nome genericode "Filosofia da~L uzes" serV 1Ude fundo ideolog\-co para as teorias revolucionarias. Observaseque L ock, em seu tratndo sobre 0 governo. clv ll,em ] 689, isto e, cern anos antes da Revolu~ao

    Rainli a Vic/uria e 0 DI/que de J Vell i l l.c/ol/ panalldo a~l/arJ a elll rmsla, C. 1831. por Sir EdW In L~nd\eer.

    ., J-

    "

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    Fr ancesa, afirmav a que todo governo deve se fun-damentar em urn contra to en tre soberan o e go-vernadus e que a c ondi~ao de urn governo bemsucedido seria a separa~ao dos poderes legislati-vo, execuli vo e judiciario. Cerca de sessenta anosmals tarde, M ontesQuieu, no Espirito das Leis,estudaria a propna ongem e tundamento do po-d e r e a I nfluencia exercida por fa lores exterioresna organiza~ao d a sociedade human a. V oltaire,o g rande demolidor de verdades convenclonadasdo passado, m esmo nao negando a monarquia,

    apoiav a- a sobre0

    povo e a o rientava peios fi -losofos. A ta cand o os privil eglos da ari stocraciae condeoando os c16rigos, V oltair e l em br a Q uetodos sao iguais peraole a monarquia e segundoo direito natural . Em Rousseau se manifestam asideias democraticas novamen te tundamentadas nOdireito natural e expressas pe ia teoria d e que 0poder iegislali vo d ever ia ser exer ci do p or todosos c idadaos e 0 poder execulivo sena subordina-do a eie. 0 ES lad o ideal para Rousseau e a pc-quena Republ ica do lipO exislente na A ntiguida-de grcga lal qua l a de A tenas. Essa concep~ao rc-percutJ rl a ah~m clas jnten~oes d e seu autor e pos-

    teriormente sofreria acrescimos significalivos. Osescritos de Rousseau - 0 D iscurso sabre asAr[es e C iellcias (1755), 0 Discur so sab re a De-sigua/dade (1755) e 0 CO I I [r a [ o Soci al (176 2)- consli luem a l ileralura polilica de onde todasas tendenci as modem as encontrarao uma filoso-fi a para a organiza~ao do E stado e da socledade.Fo i a E I lC Iciopedia, publi cad a a partir de 1751e lraduzi da em m ui la s I inguas, que reuni u emseus verbeles a g rande elaboracao intelectual dolI umlOlsmo. N a efervescenda poli lica e culturaldesse peciodo, surgiram uma infi nidade de socie-

    dades para divulgar as novas idcias dos En ciciope-distas e seus discipulos. A n les que derrubassema B asli lha, simbol o do Allciel l Regime, minaramos seus alicerces com as novas id6ias.

    c A revolu~ao de 1789 pode ser considerada-como p ar le da grande ooda revolucionil ri a que

    atingiu todo 0 Oc idente europeu oa luta con Ira 0A ntigo Regime. : t: ciaro qu e causas p articularesagi ram f avoravelmen te p ara 0 sucesso da Revo-

    lu~ao Francesa, Que a l1rou burgueses e campe-sinos conlra a nobreza monopol i zado ra d os car-g os e d as grandes p ropried ad es de ler ras. U magrave crise economica, que v inha se alastrandop or mui los anos sem que sc encontrasse solu~iioadcquarla, c omprometia ser iamente a estabi li dadedo regime. A lem do mais, a mulliplicidade dosImpostos conslituia urn verdadelr o p eso p ara as

    camadas mai s p obres da popula~ao. U ma ten-tall v a d e T urgol, inspelor geral, de modificar a

    ;pol itica fi nanceira de impostos foi cri ticada pe-los nobres e pelo alto clero, devend o ser abando-

    nada. Com 0 ingresso da F ran~a na guer ra ame-ri cana 0 deficit acumulado dos aoos anteriores

    .se avoium a cada vez mais, e 0 ministro das F i -nan~as, N ecker, foi destiluido quando apresen-tou em 1 781 urn compte rel ldu au roi , onde serevelavam os pesados lr ibutos que 0 T ei outorga-va a nobreza cortesa. A o lado da crise fioancei-r a, a c rise economica era tambem profunda, eer a m olivada, em parte, por fatores indepen-

    dentes da vontad e humana. M as colhei las que seacumularam duranle alguns anos, a grande secade de 1785, que d iz lmou parte dos rebanhos e

    do gado, arruinou 0 campesi na to f ra nces taopressionado pelos imposlos. D e f a to , n ota-se urndecresci mo de nasclmen tos em contras te com 0aumenlO da mortalidade, a medida Q ue se pas-sa do esplendor do rein ad o de L uis X V il deca-denci a do reinado d e L uis X V I . T anto no co-mercio como na industria, a Fran~a se achavanuma posi~ao in ferior e de atrasa em rela~ao11 In glaterra e uma p olil ica economica desastro-sa de exporta~ao aJ udou mai s a oulros paises doque a propr ia Fr an~a. D esde 1783, Quando C a-lonne e nomeado i nspetor geral d e F in an~as, ainquieta~aa em torn o do s probl emas financeirosaumenta consideravelmente, em grande parte de-vido aos projetos de refor ma d o nov o ministro.A A ssembleia dos N olaveis, reunidos em 22 defevereiro de 1787, que deveria aprovar os p ro-

    jelos de reforma, nao os aceitou e C alonne folsubstituido pelo arcebispo de T oulouse, L o me-nie de Bnenne, para esta fun~ao. D iante da opo-si~ao reiterada da A ssembl ei a I rente ao n ov o

    minislro, L uis X V I acabou por dissolv er a A s-sembleia , encerrando com esle ate a p r imei ramanifesla~i io da nobrez a contra a manarquia.Isto serviria de preambulo ao futuro movimentopol itico da revolu~ao. Quando 0 min istro Brienncrecorreu ao Par lamen to d e Pari s para ap rovar osseus projetos de r eforma, viu-se recha~ado nomais importanle de todos, que era 0 da subven-~ao terriloriai , e mais ainda, 0 Parlamento. exi-g i u a convoca~ao dos Estados G erms. M ediantelal pressao, e em conseQucn ci a da agilacao aris-

    tocrali ca que eslava se formando,0

    govemo foiforcado a ceder. A monarquia, a essa aitura,co~e~ara a perc ler 0 apaio da aristocracia, e osparlamenla res p ar a obter 0 apolo da burguesiatalavam em nome dos "direilO s da na~ao". N aoe de se eslranhar Q ue se tenha [ormado u rn p ar -tido d e iula conl ra 0 governo com 0 nome de "na-cional" ou "patriola", J iderado peios nobres I i-berais, por alguns magj~lrados, periodistas, "fi lo-sofos" e advogados. U rn comite de coordena~aocenlra li zava a acao desse "parl ido" e uma de

    suas exig cnclas baslcas er a a c onvoca~ao dosEstados G erais, ai nda que d ivergisse d a ar islocra-cia quanta ao niJ mero de represcntantes do Ter-ceiro E sln do e a exigencla do "V OIO por cabeG a" ede uma "constitui ~ao " A siluaci io poHtica lOr na-va-se carla vez mais delicada, Quando urn decreloanunclou que os ESlados G erais devenam ser con-vocados a primmo de maio de 1789. D esde osprimordios de 1789 come~a ram os p reparativospara as elclcoes dos Estados G erais, dando opor-lunidade a burguesia de reivi ndicnr liv remente asupressao dos pnv il cg lo s, a e laboracao d e um aconsliluicao e lamb em a i ntrodU l;ao do liberalis-mo economico. Em suma, a Revoiu~ao F rancesa

    pri nCi pia como uma revol t a dos corpos co nsli-tuidos pela oposlC ;i l O aristocr:itica e passa emseguida a ser substituida por uma revol la da bur-guesia, que recebe 0 apoio maci~o do campe-slnato. E ste movimento no seu todo resuitara naqueda do v elho regime 6

    .. Co m a forrna~ao da A ssembleia Nacioo Tercei ro E slado eslava pre parada para u~~\;;.vesl ida pol i l ica que procurava represenlar os inte-resses d o p ovo trances, come~ando por impor osseus projetos ao rei, a ponto de L uis X V I permi-tir aos nobres que se J untassem aos "comuns", naA ssembleia. P o . lnterpreta~ao desse movimeOlOpol itic o p or p arte da burguesia e do campesinato,a certa altura, tOI de lemor e desconfian~a em rela-cao a urn possivel camp/at da arislocracia contraos interesses do povo. Em pnncip io s d e ju lho de1789, tanto 0 campo como a s cidades francesas, e

    em especial Paris, passaram a hoslil izar aberta-mente a aristocracia. Com a destituicao de N ecker,a rebeliiio explodiu com violencla , e, em 14 d eiulho, 0 povo de Paris, apos ler assal lado os depo-silOS de annas, se dirigiu a B astilha, simbolo dopoder real. A revoll a a iastrou-se por tod a a Fr an-~a em pouco tempo e 0 povo, desenfrcado, po s-secon tr a os poderes munici palS. 0 campesinato emfuna, enconlr ando reslstencla, quelmava os caste-ios teudals e as manso es senhoriais, querendoabol i r rela v lolencia 0 regime leudal. A violendagerou 0 terror e en l re os propri os Insurgentes 1m-

    perava 0 panico, la grail de pellr. 0 medo aD ter-ror campesino impos a A ssembleia N aclonal umaalleracao em sua a~i io politica, po is se lomouurgenie a necessidade de lernl1nar com a insurrei-~ao do camp o anles que cia atingisse a proprie-dade burguesa. A form a d e faze-Io era canalizaras reivlOdicaG oes dos camD oneses par a o s d o

    T ercC l ro E s lado. Par ISSO a A ssembleia N a-cional decretou a aboJ i~ao do regime de p rivil6-gios, a 19ualdade peranle os Imposlos, a supressaodos dizlmos, resoluGoes que repercu ll ram por todoo p a i s e arreleceram 0 impeto revolucionario do

    campo.

    + A A ssemb lei a N acionai, atraves de seus cons-li luin tes, ini ciou em seguida a elaboracao da D e-ciara~ao dos D ireitos do H omem e d o C i dadiio,cujo teor acenluadamente universal i sta u l trapas-sou, em significado, 0 documento elaborado D elosrevolucionnri os americanos. A enfase dada aliberdade, fundamenlada nn afirmaGao de que"os homens nascem livees e devem viver livres",

    i

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    e 0que s; .destaca no docum~n,to. ~ Ii ber?ade ~n-div idual e lficorporada ao mdl vld ualJ smo da socle-dade burguesa, que nascia politicamente com aR evo tucao. A I i berdade e formuiada juridicaemente como urn pressuposto basico na nova so-ciedade e se expressa sob a forma de liberdadede opiniao e liberdade de imprensa. Outro prin-cip io que a Declara~ao enfatiza e a I gua1dade,pois "os homens nascem iguais", Perante n jus-ll ca, peranle a lei, lodos os cidadaos sao iguais.

    T ambem perante a responsabilid ade do risco a

    19ualdade e consagrada. A D e clara~ao dos D i-reitos do Homem se preocupa com a propr ie-dade privada como urn dos direitos naturals eafirma que a propriedade e in violavel e sagrada, base do novo regime politico . A Declara~aoesmiucara em varios i tens e artigos outros aspectosligados a nov a organlza~ao politico-social. que abem-sucedida revolucao do Terceiro E stado che-gou a elaborar. M esmo 0 direito a rebeliao ou dereslstcnc ia a opressao entra como principio nessedocumenlO Que sepam 0 antigo regime do novo.

    1 7 A soclcdade do A ntigo Regime estava funda-

    ~entada na hierarquia e no privileglo de classes.A inda que a D eciaracao dos D i reitos do Romemproc1amasse a igualdade perante a lei, as discus-saes em torno da concessao de igualdade aos

    judeus, bem como a supressao das discriminacoes'entre brancos e negros nas colonias francesas, evi-denciavam quao fragi1 era 0 princip io perante arealidade social . Contudo, a igualdade de direHospermiliu mUlor mobilidade social. fazendo comque 0monop61io tradicional dos cargos publicos,que se encontrava em maos da nobreza, fossedeslocado para a burguesia, pois era, de fato, a

    umca preparada culturalmente para exerce-los. N oexercito, tambcm ocorreram cerlas modificncoesque permitiram uma limitada ascensao de ele-mentos oriundos das camadas mais baixas da po-pulncao. M as a grande transfor macao deu-semesmo na legisl acao, que conseguiu aboUr osentraves caraclerlsticos do regime feudal'

    i

    q A R evolucao F rancesa serviu de modelo elcomunicou a chama revoiucionar ia a todo 0 con- ltinente europeu. Os clubes "jacobinos" forma- lramose na In glaterra, nos Pa ises B aixos, na Sui~a, I I'espalhando-se 0 processo revolucionano pela Eu- 'jropa central , isto e, A lemanha, A ustria ate a H un- (gria, Polon ia e Su6cia. N a E uropa meridio na~ e~ iespeCial na ltulia, 0 ardor revolucioOiirio mam- .)lestou-se tambem oa formacao dos clubes "jaco-binos", que forum pesadamente perseguidos pelasautoridades oficiais.

    t.. A o movimento revolucionarlo segulu-se0

    mo-.~imento contra-revolucionario, Que atuou na esferaideol6glca-doutrinana de urn modo baslante fra-gil e mais eficientemente no campo da a~ao pr~.lIca reprimindo com violencl a os clubes de agI-tad~res. Um dos poucos trabalhos significalivosno campo teorico loram as Ref/exoes sabre 0 Re-J'alucao do F ral l ro, escrito pelo ingles Burke, queque teve como efeito principal isolar a burguesiainglesa das id6ias revolucionarias. A lem da, ob~aImportante de Burke, escreveram em apolo asideias conlra-revolucionarias 0 sui~o M allet duPan e Jose de M aistre. Em essencia, tais escritos

    servem de cenilr io para uma poli tica radical con-Ira a elemento revolucionario, a ponto de mo-narcas iluslrados, que sc destacavam por um go-vernO moderno, passarem a abandonar a linhadc tolerancia e a atitude racionalista em face dasideias ligadas i t forma~ao de republicas democra-tlcas e de regimes liberais. A col igacao dos paisesanti-revolucionarios levou a Franca a guerra e aoterror interno como rea~ao contra 0 perigo queamea~av a a R evolucii o. Po r fim, apos enfrentaros exercitos coligados, a F ran~a salria vi toriosa,mas nos demais palses, os que se preparavam pa-

    ra derrubar 0 A ntigo Regime, nao alcancaram 0mesmo exito e, pior ainda, teriam suas patriasdivid as entre os ali ados, como no caso daPolania, que apos a batalha de V almy em fins de1792 foi partilhada entre a Pr ilssia e a Russia.

    I V . 0 D espertar das I deias Sociais

    \. A fi losofi a pol itica do Terceiro E stado naosallsfez a todos os espiri tos da epoca em que a

    Revolu~ao F rancesa causava 0 maior impactonn vida social europeia. 0 pensamento social, apartir desse tempo, criticou os sistemas sociais dopassado como fundamentados na v iolencia e no'e17oismoque impediam 0 livre desenvolvimentod~ natureza privilegiada do ser humano, apice dacria~ao divi na. 0 socialismo passou a fazer partede todas as doutrinas politicas que procuravamcriar condi~6es que pennitissem 0 surgimento deuma sociedade harmoniosa e justa, onde 0 homempoderia dar expressfio ao seu ser e a criatividade,

    livre de entraves economicos e sociais.t A Revolu~iio Francesa, ainda que abolisse osdireitos e as instituic6es feurlais, nao aboliu adesigualdade entre os homcns. A U berdade sema igualdade foi considerada Jnsatisfatoria, pro -pondo-se, ja naquela ocasiao, que a propriedadeiosse limitarla perante a lei e s6 reduzisse a dis-tancia abissal entre pobres e ricos, ou ~ntre ospossuidores e "os que nada tinham a perder", Apol itica revoiucionaria formulou a teoria da to-mada do poder e a tM ica de manuten~ao no poder ,A resistencia dos privilegiados e da aristocraclU

    provava que toda transforma~fio social era im-posslvel sem coa~ao ou opressao social atravesdo uso da violencia. A id6ia de que a revolu~aoexigia a forma~ao de um governo revolucionarioou de uma d:ladura revolucionaria tinha comofundamento a experiencia francesa e os dias doT error que visava a combater a reacao contra-re-volucionana.j-, A igualdade social e 0 regime de propriedadeforum alvo de novas teoriza~oes por parte dospensadores franceses e ing leses. Esses Ultimosseguiam principlos filosoficos que vinham desdeL ocke e se estendiam atraves de A dam Smith,

    penetrando no terreno mais solido da economia.o capital, na interpreta~1io dos. socialistas, erao truto do trabalho d os operanos, ap6s teremeles recebido 0 seu quinhao em fo rma de salci-rio; portanlo, cram as trabalhadores os criadoresda riQueza social. A ssim sendo, era injusto quenao tivessem 0 direito ao valor integral do pro-duto de seu tmba lho e f icassem limitados apenasa uma parte do valor que permite apenas a sua

    subsistenci a. Os observadores da vida social tam-hem perceberam 0paradoxo criado peia riqueza,de um lado, e a extrema miseria, do outro, demodo que, em meio da abundancia, grassavn afome provocada muitas vezes por crises decorren-tes de um regime de produ~ao desordenado eamhquico, conceiluado pelo l iberalismo econo-mico.

    '- I Os pensadores mais extremados, como B lan-qui , Babeuf, B uonarrolli: partiram das posicoes

    jacobinas radicais para formularem uma doutri-

    na social esteada n a igualdade absoiuta. Essespensadores nao tratam somenle da revol u~ao po-

    . Iitica mas tambem d a revoiu~ao socia l e acredi-tam na transforma~ao do homem consideradocomo um animal social capaz de evol uir cadavez mais, se 0meio 0 favorecer. N a afirmacii o deBlanqui, de que a moralidade e 0 fundamento dasociedade, encontra-se uma cren~a otimista quan-ta a natureza humana, bem como f6 na dencia eno valor da educacao. M as esse progressismo deBlanqui nao 0 impede, por outro lado , de semostrar intolerante, chauvinis ta e anti-semita,

    atributos que passarao a ser tipicos da burguesiafrancesa n o f im do seculo X IX .o jargao revolucionario que antecede 0 sur-

    glmento do marX lSmo, posteriormente, aparecenos escritos daqueles pensadores cujo "socialis-010" transparece em concep~iies confusas emU lto vagas, ai~da que um B lanqui escreva ser

    a emancipa~ao dos lrabalhadores, 0 fim do rcg.imede. explo,"~ao ... 0advento de uma nova.ordem SOC Ial,des!lna.da n libertar os trabalhadores da hrnnln do cnpltahsmoaQuilo que n republi ca deve reali zar 8.

    Buchez, ern 1833, na I ntroduction a laSCICIlce

    de /'H istaire, considera que e a sociedade divididaem ciasses, uma das quais possui o s J n sl ru-mentos de trabalho, terra, fabncas, casas, capi-talS, nada possuindo a outra, "que trabalha paraa primeira" 9,

    s. TOllClUIIJ. J . ll islo'lU d~' I llS Id "us Pu/itina. ~I:tdri.Ed. Tno . 1970, p. H2.

    9. /d,m. ibid, , p. HI.

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    s 0 romantlsmo pol it ico manifesta-se mui tasvezes com tendencias socials contraditorias, sendo ,por tanto, impossivel determinar -se qual a l ig3~iiodi reta do socialismo da epoca comtodas as dire-~iies que 0 R omantismo tomou em termos po-l iticos. Podemos ate diferenciar entre 0 roman-tismo pol itico alemao, nitidamente conservador, eo ital iano, em sua maloria l iberal, 0 inglcs apre-sentando as duas lendcncias em vanos de seusrepresentantes, como poderiamos exemplificar em

    B yro n e C oleridge.6 N a F ran~a, vari as foram as fases do roman-tismo pol itico , nao se encontrando nenhuma linhauniforme que permita fazer uma caracteriza~aoprecisa. Se, de urn lado, 0 saudosismo sentimen-tal para com a antiga Franca impera nos primei-ros romanticos, ja em C hateaubriand c L amarti-ne sc visualiza uma concep~ao inteiramente mo-narQ uica. Na R evo lucao de 1830 cOntra a monar-quia' dos B ourbons,' as revoludonarios parecemao mesmo tempo guerer derrubar 0 romantismodifund ido nos meios intelectuais franceses. M aistarde, com V ictor Hugo, Que se identifica com

    as ideias de progresso, f raternidade e democraciado povo: deparamos com uma nova tendencia doromantismo politico.

    :.. C enos vaiores sohressaem-se nesse rom antis-mo politico, valo res esses que 0 definem melhor eo qualifi cam historicamente como pertencente aoseculo X IX , poi s ele se al imenta das evoca~iies daR evolu~iio Fr anccsa e do Imperio que a sucede.i, 0heroismo, 0 sacrifido, 0 sangue derrarnadovinculam-se a essa cvocacao do passado prox i-mo. N o fi inago ocorre a eteroa idealiza~ao dopassado representado pelos grandcs acontecimen-tos hist6ricos. 0 Romantlsmo, em sua expressaohistoncista, atraves de W alter Scott L amartine

    T hierry, Guizot, M ichelet, sera: sob ~sse aspecto:imensamente rico e eriador. A idenliza~ao ocorretambel i l em rela~ao a poli tica que, desde M a-gU iavel, estava li gada as man ifesta~iies mai s"feias" da alma human a, assentando-se na habili -dade da mani pula~ao pessoai, secreta e enganado-ra. A gora , a polilic a e arejada pela participa~aopublica do acontedmento e pelo apelo verbal a

    partici pa~ao popul:;r. C hegou a vez do verbo, doconvencimento, do. entusiasmo, lodos eles conC i-gurados pela l iteratura politica tipic a do R oman-.tismo. A I iteratura hist6rica e parte da literaturapolitica. A s grandes obras, como a H is/oire de10 R evD lu/iDn F ran~aise de Thiers, escrita entre1823 e 1827, a H is/D ire des Girondins de L amar-tine. escrita durante as anos de 1848-1849, ou

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    em duvida

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    lista: pois no seu eOl cnder, essa, institui ao e consequencia da reuniao de vanos gropos diferentes,por natureza e por objetivo, "forrnados cada urnpara 0 exerdcio de uma fun~ao especial e a cria-~ao de urn objeto particular, unidos sob uma,lei comum e com urn interesse identico" 14. 0principia federalista tambem se estende ao campointernacional, apresentando-se como solu~ao paraas rela~6es entre paises; nesse sentido, escreveuuma obra em 1863 sob 0 titulo D u P rincipe Fede-ra lif. A diferen~a de Proudhon com respeito amuitos dos socialistas contemporaneos e 0 iguali-

    tarismo extrernado, e a farnosa frase segundo aqual "a propriedade e urn roubo" advem de umaconvic~ao profunda na igualdade de condi~oes,que Proudhon considera a principia universal dasociedade. A liberdade e a igualdade devem en-contrar 0 seu equili bria. sem 0 sacriffcio de umaa outra, mas se realizan'do pel a solidariedade fra-ternal. Em COl lfessiol ls d'U I I R evo/utioll ll aire for-mula seu ponto de vista, dizendo:

    D o ii ngulo social, li berdade e solidariedade s50 termosidenticos: a li berdade de cada urn encontra na liberda-de dos demais, nao urn limite, mas urn apoio: 0 ho-mem rnais livre e 0 que tern mals rela~5es com os seussemelhantes 15.

    N a apli ca~ao pratica dessas ideias, e como umapossibil idade de resolver 0 problema social semviolenc ia e sern luta de classes, prop5e cornomodelo a associa~ao mutualista, que garante aseguran~a cconomica e social aos seus afili a-oos. Proudhon imaginou 0 B anco do Povo co-mo uma das formas mutualistas sem que talprojeto fosse jamais concretizado na pratica.Apesar de tudo, encontra-se no proudhonismouma exalta~ao radical de valores morais, fun-damentalmente 0 da justi~a, que justifica asrevolu~6es na hist6ri:; da humanidade. A essenciada justi~a e 0 respeito a dignidade humana notempo e no espa~o, sem compromissos com osobstacuios que se possam apresentar em sua de-fesa. A qui surge 0 fuodamento do humarnsmo

    14. Dr 10 1U1Iet, qu;arto e..studo, a pu d T ouenA I D, O ft. nt.,p. m.

    '15. TOUCIIA.O. O~.

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    a ppara com a na~iio. com habilos viris e respeilo asinstilui~ees. 0 curriculo escolar defendido porRousseau, em boa parte, iluslra suns idei~s fun-damenlais e consliluiu uma revolu~ao na pedago-gia de seu tempo, mas 0 objelivo de seu progra-ma educativo e tanlo mais claro quanto aos deztnos, ap6s 0 aprendizado da leitura e exercfciosobre texlos que retratam a pal ria, 0 aluno po-lones deveria conhecer os seus produ[os, aos doze,suas provincias e cidades, aos guinze. toda suahist6ria, aos dezesseis, suas leis, de modo que a

    Polania e seu passado pertencessem a cada crian-~a polonesa.4 Na Fran9a. se 0 nacionalismo era esscncial-mente politico-social. tal como e conceituado porRousseau, na A lemanha sofre aiteracoes radicalsquando 0 conceito legal e racional 'de cidadiiose subsl: ituido pelo Volk ("Povo"), que permi-tia, apcs a sua descohcrtu pelas humanistas ale-maes, umn ulilizacao menos definidr.: e mais per-meavel a imagina~ao romantica e ao despertardas em090es. Nele se poderla descobrir as ralzesprlmitivas da nacionalidade, visla qunse como urn

    reito natural rodeado de misterio n ser desven-dado no passado longinquo, nas orlgens ou ge-nese da comunidade primeva. 0 nacionalismoalemao adotarin 0 conceito de Yolk, a cornu-nidnde popular, para expreSSlir urn ideal politicopor uma mistica do irracional . 0movimento doSturm und Drang sera 0 precursor desse nacio-nalismo que busca as raizes originais do Yolk eque posterionnente as encontrara nao somentena pre-hisloria mas fundamenlaimente nn bio-logia. Esse nadonalismo ten\ em Herder 0 seuprecursor, devido em grande parte a influenda

    da concep~ao rousseauniana sobre a imporlanciadas etapas pri mitivas e pre-civilizadas da evoiu~1iohumana 20. Em Herder, 0conceito de Yolk aindaassume urn significado cultural mais do que poli-tko e, de fato, os estudos que encetou no campoda Iinguistica e da Iiteratura revelam a paixaopelo trabalho erudito e pela investiga~ao profun-

    g purn pOV O,fruto de urn acumulo de tradi~oes e cr ialividade durante seculos e seculos de historla, Ce atraves da lingua que 0 conhecimento se tomapossivel, assim como as diferen~as li ngiiislicas re-f1etem diferentes experiencins dos povos. A teo-r ia estetica de Herder Iiga-se a id eia de que apoesia constilui urn produto de condi~oes naturais e hist6ncas captadas p or I ntermedio de umaexperiencia do "sentir" (Gejiihl) . A inda que au-t(moma, a obra poetica est:i relaciooada com 0seu ambienle gerador, que nela se incorpora e se

    lransforma num "senlir" em si e Que, no decarrerdo lempo. al6m de 0 refletir, tambem 0 influencia. A linguagem poetica, que pertence a todose nao a alguns predestinados, e a "lingua-mae dahumanidade" e aparecc, em sua pureza original eSUli for~a, nos periodos primilivos de cadn na~1io,como comprova a riqueza Iingiiistica do V e-Iho Testamento, dos Edas, de Homero. N a anligapoesia se revela a imensa riqueza lingili stica decada na950, que servini nos poetas posteriorescomo f onte de cujas aguas crislalinas irao beberpennanentemente. Herder desenvolveu suas con9-

    cep90es em diversos esludqs como 0 Vb'erdieW k"h.. .., ""D' J ki W S I -,cJ"'d S f,l J""b '- V " lIT ' ling' aer le. lt uns au, Ie I t/en aer a -. \ (J -r.' ......... .kef 1'L .~(1J .nl I f . 1 . d .!!~~n t~~(1778), 0 VomGeist derHebraeischen Poesie (1782-1783) e o u-lros. Ttlvez a maior importancia de suas id6iasresida na descoberta da lingua como meio d e in-dividualiza~ao .das na~oes, id6ia que ina impri-mlr grande estim'ulo ao nascente nacion alismo eu-ropeu e em particular entre os povos esiavos. N averdade, este pede crescer na eSleira das in va-soes napoleonicas que contribuiram para abalar asdinastias tradicionais do Continente, bem como 0

    proprio principio dinastico..s A rea~ao contra as invasoes dos exercitosnapoleonicos tambem se apresentou sob a fonnade I utli entre .dois principios: 0 nivelador ou uni-versal, que visava eliminar as peculiaridades na-cionais de cada povo, e 0 pr incipioda identida-de nacional, que cada lerritono invadido sentiaamea~ado. A reslstencia mililar contra as tropasfrancesas de Napoleao provocaram 0 advenlO

    dos cxercitos nacionalS que foram substituindo as

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    dos cxercitos nacionalS que foram substituindo astropas mercemirias. A participa~o de volun1l1 riosnas guerras de liberta~ao da A lcmanha, em 1813,serviu para aumentar 0 entusiasmo patri6tico dapopula9ao obrigada a enfrentar as tropas napo-lconic ~s, as quais acabaram assim por dar inicio11unifica~ao dos prin cipados alemaes. A Espanhade 1808 tambem pode servi r d e exemplo dessenacionali smo despertado pela invasao napoleoni-ca, que e retratado em sua crueldade nas pin-turas de Goya 21. A cadeia de rebelio es naciona-listas foi se estendendo por toda a Europa, atin.giodo outrossim a I t a l i a e a R ussia. A s monaroquias, sentindo-se amea~adas, elaboraram urnplano polftico que fizesse frente a tal situa9ao;dai 0 surgimento da Santa A lian9a, que M etter-nl ch manipularia com habilidade para combateras revolu90C s dos povos que despertavam paraa sua autodctermina~ao. C om exce9iio da In gJ ater.ra, as monarquias se ali nharam numa atitude con-tra-revolucionaria, que deveria atingir os gruposmais atuantes do movimcn to nacionalista europeu.I ntelectuais, cstudantes, burguesia I iberal esta-yam a testa d e ss e s movimentos nacionais e en-contravam' oeles uma oportunidade de nulo-ex.pressao !itenida e p olitica. 0conflito entre os ve-I hos e os novos ideais !iterarios se manifesta tam.b'em oa justif ica~iio da legitimidade do poder mo.narquico e na aceita950 dos ideais democratico--republi canos. D e urn lado, encontra-se Kant queaceita plenamente os i deais republicanos e, deoutro, H egel que formula 0 absolutismo do Esta-do coerentemente fundamentado no idea!i smoabsoluto. Por seu turno, a legitimidade monarqui.ca acha-se v inculada a uma polltica ampla depacifica9ii o europeia encetada pela Santa A lian.

    9a, enquanto que os ideais republi can os e demo-craucos estii o ligados ao movimento nacionalistae ao despertnr dos povos. Os penodos agitadosde 1820-1821, 1830 e 1848 atingem os grandesimperios e arnea~m a sua integridade; como dizde Toqueville, em reln9iio a ultima: l iE eis que a

    21 . (;OlltC'UOT,). ElI'll!"11 t .,jlllt",j'"/l ,./1 I " ' - 1 " ' ' 1 ' 1 ' 1/l1f'''''''lIh"''.Da.rc rl nn:.. Nur\'~ Clill, J~M, II, 1 12 ~~.

    R evolu~50 F rancesa recome9a, pOlSse tratn sem-pre da mesma ... " 22.

    V I. A s g r an d& $ nwdif ica~6e!l no p an oram ap ol i t ico : da qu ed a do Im p er io B P rim ave rado P ovo s

    ~ C orn a catastrofe ocorridn na R ussia Corn 05exerci tos napoleonicos, fi cava aberta a porta pa-ra os patriotas de todos os paises se lan9arem assuns guerras de liberta~iio que, como movimento,

    ja haviam dado mostras de rebeJdia no ano de1809. M as, enquanto nesse ano pouco akance ti-veram os esfor90s isolados dos grupos rebeldes:agora, com a derrola do exercito i mperial, 0 movi-mcnto de liberta9iio assumia propor~oes amplas,reperculindo mesmo profun damente no continenteamerrcano. Na E spanha, na Italia e na A lema-nha, a derrota era evidcn te e 0 bloqueio economi-co ja nii o encontrava mais nenhurn suporte poli-tico para ter qualquer ex ilo. Por outro i ado,na F ran~a, 0 Imperio via-se direlamente sob aamea~a de elementos que se organizavam para

    impor, no futuro, um novo regime. Na verdade.come9ava a partir de 1815 uma era de insurrei-90es. E lementos di spoSlos a agila~iio se agrup~mem sociedades secretas, animados por U rn idealrevolucionario. S50 gropos reiativamenlc peque-nos como os carbonari ilalianos, a Charboneriefr ancesa, as sociedades republ icanas do l ipo So-dhe des J amilles, Societe des sa/SOl iS, a L ieados J ustos na A lemanha, a Sociedade do Norte naRussia c muitas outras espalhadas pela Europa. AR estaura~50 da E uropa, ap6s os cventos de 1789-18 t 5, era realmentcdificil. a T rn tado de Paris, denovembro de 1815,.levou a F ran9a a retomar assuas fronteiras de 1790 e lhe imp os uma pesadasoma de indeniza~oes como passo importante pa.ra resolver os problemas do Co nlmente. a T raladode V iena, de junho dc 1815, que reunia 0 Impe-rador A lexandre I da R ussia; M etternich, 0 chan-celer da A ustria; K arl A ugust Y on H ardenberg,

    22. SfllxUll. I t II S;c"J" XIX . S;i,,, " alllu, 1J;(1l~:t"ElIr".pt:b illl Linn, r 9M , p. S B .

    mo represeotante do rei da Prussia; L orde Cas-~~reagh atuando pela G r~-~ret~nba, e Talleyrandeia Fran9a, tinha por obJ etlvo ap3Z1guaras ques-

    i - es europeias atacando de irenle as velhas pen-:encias. A nt~ de tudo, devia-se evitar ,u.ma nov aagressiio da F ran~a e restaurar ~s.1~gJ tlmo.sgo-vemnntes em seus respectivos temlonos a flm deestabeiecer 0 equilibr io. do poder e~lre o~.gran-des Estados. Tal principio condutor da poh~c~ ,do

    T ratado de V iena acabou por designar ~erntonos

    a poderes contra a vontade de seus ha~ltante~. AB61gicae a Hoianda formaram os Palses Bal)(Qscomo um Estado-lampiio contra a F ran~a., ~ N o-mega passou da D ina~arca .p,a r a a Suec~a., aPaiatinado se agregou a ,~avana. A s ~r~VlDC I3Saiemiis da Saxonia, V cstfaha e da R enaO la, bemcomo as polonesas de Posen e Po morzc ~a~saram. Prussia incluindo-se tambem a PomernO la su.c-~a. A A l~manha foi constituida e~ confeder:9aode Estados dominados pela A ~s~na, e~gJobo.ndoa L ombardia e V eneza. A Polon~a perdeu a sualndependencia. como ~ta~o, c,al~do boa partede seu territorio nas maos da R U SSIa.E sta obteveaindn a F inlandia e a B cssarabia. A G r5-Brel~nha,alem de conservar boa parte de suas conqulslas,acabou ganhando M aita e Heligo l~n_dia , alem dnscolonias hoiandesas do C abo, Cellao e as T IhasM auricio. A G rii-Bretanha, Pr ussia, A ~stri~ eRussia se propuseram a manter 0 estabelecldosegundo 0 principio do cQuilibri o do poder durantemuito tempo, mas pouco duraria a uniao entre osgrandes Estados europeu~. A }nglaterra se mos-trava pouco propensa a ~nterY Irem outros Esla-dos para manter 0 combmado; no C ongresso deA ixl a-Chapelle de 1818 e nova?1en~e no de

    T roppau em 1820, cia se negou, a flscahza~ a politica europeia. T al papel cabena a A ustna, queo aceitou de boa vontade e M etlernich tornou-seo cao de guarda do Conlinentc, estabeIecendo umsistema de espionagem e repressao. c~nlra lod? equalquer lugar que apresentasse smaJs de agJla-9aO revolucionaria. , ,i f A R eslaura~iio trouxe de volta a monarqU lae 0 princ ipio dinastico, q~e a~airam as .for~as demajores oposi~iio c ontra Sl. A lem do malS, a Igre-

    ja R oman a recupera seu prestigio e assume nov~.mente uma elevada posi~50, recebendo ~pOIOdo Estado e participando auvamente na ~ocleda-de. M esmo na F ran~a onde fora p~rse~lda. elnganha terreno corn a rea9iio ao raC lOn allsmo doseculo anterior e ao liv re pensamento dos groposmais radicais. . ,~ as anos de 1815-1816 nao foram favo~avelsas colheil as e os resultados se fjzeram sentlr emlodos os setores da vida economic a, prov~cando

    uma depressii o gera\. D esempre~o, altos Imp~stos, falcncia de bancos e de mmlas c?:"p ,anhiascomcrdais caracterizaram esses anos dlflcels., q~e

    jn faztam parte do grande processo de re~olu~~oindustriaI descrito anteriormenle. ~al sltua9.aonno trazi a simpatias poHticas ao regime, ~onar-quico restaurado. a crescimenlo de.mograflco e~plosivo, acompanhando ? desenvoJ~m,ento econo-mico que for~ou a mU dan~~,na. tecmca de pro-du~50 e na formula~iio d as C lenClasem toda a ex -tensao eX lg lu e formou novas classes, remodel,o~

    , I ' as fo rras pohu-a organiza9ao eslata, c~ou n~~ '1r 'cas que disputaram 0 paeler pol.ttlco ~om 11 ~nslo,cracia. B anqueiros influentes, fmanC lSlas c mdus-triais cxigiam a p articipa~50 na condula dos as-suntos de governo e Estado. ~ come~aram. asubstituir nobres, e1erigos e mI lltares com ~ m-ten~ao de defenderem s7~s ~nteresses. A ansl~.cracia estava pouco hab~I~lad~a . enfrenlar e cli-rigir uma sociedade pohtica mtelramenle ~a~~.formada e avan'~ando para novos ru~os hlston-cOS . A revolu~iio economica se reflellU nas rela-90es entre os povos europeus e 0: de oulros .con-tlnentes, levando a emanclpa~ao das colO Olnsamericanas, bem como a aboli9a~ da escrayatura.A fermenla9ao polftica caraclenza. 0 penodo ,apartir de 1815. Espanha, Portugal, Pl emoole e N a-poies, (nsp irados na tentallva ,fr~c~ssada da Espa-nha de conseguir uma ConstltUl9aO em 1812, sevee~ envoltos po r agila90es e revollas que es-touram nos anos de 18201821. Os revoltososexigem coostitul96es democraticas para ?S seuspalses e reinos. E cnquanto as tropas aU ~lnacas scdispuseram a sufocar os levantes do Plemonte ede Napoles, as rebelioes em Portugal e E spanha

    os F U N D lI M E N T O S H I STO R IC O S DO R O M A NTISMO 45

    i t t t

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    conseguiram u m sucesso momentaneo ante arecusa da Inglaterra e da Fran~ de interviremcom medidas repressivas. N a verdade a SantaA lian~a, que nascera com 0 objetivo d~ levantaro preslfgio do p rinclpio dinastico e de assegurar ae~tabilidade polftica dos monarcas, agora atuavadlretamente como uma organiza~iio internacionalpara sufoear as revoltas onde quer que elas semanifestassem.

    ~ N a A merica Latma, nota-se tambem a mes-ma ansia de lndependencia estimuiada COm 0

    exempio dado pela A menca do Norte. Houvetentativas nas colonias da Espanha a partir de1809 e, em 1810, 0 cabildo de C aracas deposo governador espanhol. apoderandp-se do poder.o mesmo sucede em Buenos A ires, em Carta-gena das lndias. em Santa F e de B ogota e emSantiago do Chile. A lguns se mantiveram fieisaFernando V I I , mas outros nao, eomo e 0 easode Caracas e Buenos A ires. Paises, como a V e-nezuela sob a I ideran~a de M iranda e Bolivar, e aregino do Prata, sob a dire~fio de Belgrano, pro-c1amaram a sua independencia. Ao serem anun-ciados tais acontecimentos as Cortes de cadis

    se .~pressara~ a de:la:~r que os Estados espa~nhms' dos dOls hemlsfenos formavam uma uni-c~ monarquia e uma unica na~ao, tendo os arne-nc~~os os mesmos direitos que os europeus. N apratlca, a representa~iio polftica das eoloniasamerican.a~ nas Cortes de Espanha era despro-~orclonal a sua popula~ao e nem mesmo a l iberda-de dec~mercjo ou a aboli~ao do pacto colonialf?ram a.lcan~ados. 0 movimento de independen-cia conlinuou se ampliando ate chegar ao M exi-co,_onde a rebeliao assumlu urn carater socialmuito acentuado.

    \, Desde 1811 se desencadeou uma guerra civilentre p~~idarios e adversarios da independenciana A menca espanhola, incluindo Peru, V ene-zuela, Nova Granada e paises do Prata. Os exer-ci~os em luta, comandados de urn lado porerl olos e de outro pelos "peninsulares". eramformados por mesti~os ou indios recrutado~ a for-~a e sem saber exatamente os objetivos rias guer-ras. Os embates foram prolongados e crueis, re-

    tsultando em matan~as de popula~ao civil e ino- Icente, 0que relrata 0grau de selvageria dos mili.tares. N o V ice-Reinado do Prata, os adeptos daindependencia se dividira m , seodo que os habitan-t~ do Paraguai Dao quiseram depender de BuenosAires, separando-se para inaugurar uma ditaduraque, sob a che!ia de Ga.spar Ro driguez de Fran~a,se manteve ate 0 ano de 1840. M ontevideu tam-bem nao quis aceitar a hegemonia poli tica deBuenos A ires e permaneceu fiei a Fernando V IIate 1814, quando se rendeu as tropas argentinas.

    Em 1816, apas um penodo intenso de lutas foiprocIamada a independencia da Republica' Ar-gentina. No C hile, ao ser defJagrado 0 movimen-to separatista, pela pressao que exercia Napoleaos~bre Fernando VI I da Espanha, a lideran~a foidlsputada por Carrera e Bernardo O'Higgins, sen-do que este, com a ajuda do General San M artinconse,& il iuatravessar os A ndes, veneer as trop~espanholas e deciarar a independencia chilenaem 1818. Pouco a pouco, nas primeiras decadasdo scculo passado, os paises da America Centrale do SuI foram cODquistando a soberania polftica

    e os impenos coloniais de Portugal e Espanhaforam se desfazendo. A doutrina M onroe ameri-cana, de 1823, ajudou a consoli dar a consciencianacionalista latino-americana contra as amea911sda politica da Santa A lian~a e serviu de defesaideol6gica contra 0 colonialismo europeu, aindaque a esquadra britanka houvesse contribuidop~nderavelmente para a conquista da indepen-dencla do Novo C onlinente.

    b 0 mundo europeu na epoca da Restaura~aofennentava sob a influencia do l iberali smo e donacionalismo. Os gregos, que se rebelaram em1821 contra 0 dominio turco, provocaram ade-

    soes em muitos palses e a Turquia se sentiuarr:ea~ada por urn eventual ataque por parte daRU SSia,que podena ser justificado como defesade urn mOvlmento nacionali sta cristao, em lutacontra 0 poder arbitnirio dos infieis. 0 Congressode Verona de 1822, aM m de tratar da insurrei-~ao espanhola, tambem se preocupou com are-beliao grega, tendo a Inglaterra, a FraD~a e aRussia ajudado esse Dadonalismo a veneer a

    lutu e obter a independencia grega em 1830. Em1826-1827, a Inglaterra tambem interferiu emportugal, para preservar urn governo constitucio-nal. Boa parte dos levantes de 1820-1821, como

    ja dissemos, nao foram vi toriosos, mas servirampara pavimentar 0 caminho que levarla a s gran-des insurrei~oes de 1830. Na Fran~a, 0 Condede A rtois, sob 0 nome de Carlos X, provocou ai r a dos revolucion~rios com a sua poH tiea osten-sivamente reacionaria que chegou a indenizar osantigos nobres pelos bens a e1es expropriados,

    durante a R evolu~ao de 1789. Os melhores repre-sentantes da vida intelectual francesa e dos elr-cuios liberalS I ideraram a opo si~ao a monarquiapouco habilidosa de Carlos X , figurando, entreeles, Lamartine, V ictor Hugo, Thiers e Royer--Collard, que nao pouparam esfor~os em apon-tar a politica retr6grada do governo. 0 maiorembate entre 0 rei e a optniao publica se deuno momento em que Carlos X propos a supres-sao da liberdade de imprensa contra a vontadeda Camara, 0que levou a dissolu~ao desta. Aseguir, 0 rei assinou as uOrdena~aes de J ulho"que decretavam: a) a supressao da I iberdadede imprensa; b) amodifica~ao da lei eleitoral,alterando 0 censo exigido aos eleitores; e) a 00-soluc;i io da Camara; d) a convoca~ii o de novaseleicoes. Era 0que fallava para que se deflagrassea insurrei~ao dos grupos republicanos e bonapar-tistas que, com armas, invadem as casas e arrastamalnis de 510pavo revoltado. Os amotinados con-seguem enfrenlar as tropas legalistas e provo-earn a abdica~ao de Carlos X que se refugiou naInglaterra. T udo indicava que a republica comoa ideal poli tico almejado pelos insurretos !riuDfa-ria em 1830, mas, ua verdade, 0 novo governo

    por orientac;ao de T hiers, coube 11pessoa de LuisFi lipe de Orleans, que deu inicio a uma novarealeza, embora mascarada por urn soberano bur-gues. A s "Ordena~6es de J ulho" e a censura saoaboli das e 0monarca passa a usar 0 titulo de"Rei dos Franceses'" que substitui 0 de "Rei daFran~a", No fundo, a I 'evolu~ao dos republieanose bonapartistas levou 11eria~ao de uma monar-quia constitucional, lnspirada, e verdade, em prin-

    dpios liberais. Lo go em seguida ao levante fran-ces, uma revoiu~ao de canU er nacionalista estou-rou na Belgica, que se eucontrava unida 11H olan-da, em virtude das resolu~oes do Congresso deV iena. A l1spira~ii o dos insurretas belgas era ade realizar a separa~iio e criar urn reino indepen-dente. C om a ajuda da esquadra inglesa, quebloqueou a costa da Holanda, os revolucionariosbelgas foram bem sucedidos, impondo como 50-berano do novo reino, L eopoldo de Saxe-C obur-go. Em 1839, a Belgica foi reconhecida como

    reino independente. Em outros lugares da Eu-ropa, talS como nos Estados confederados da A le-manh6, em Hanover, Saxonia e Brunswi ck irrom-peram revoltas locais que lograram certas conces-saes de seus governantes. Em alguns Estados, co-mo Baden e Bavaria, que ja haviam instauradosistemas parlamentares, os li berais chegaram ater vit6rias poH ticas que favoreceram a liberda-de de imprensa e perrnitiram atiludes abertamen-te criticas em face da politica govemamental. M asem 1832, a Austria e a PrusSia for~aram a Con-federa~ao, em Frankfurt, a aprovar resolu~oesque:possibilitaram control6r a imprensa e oprlmira oposi~ao em todos os Estados germanieos. Na!tU lia e nos Ducados de Parma, de M odena e naRomagna, que pertenciam ao Papa, 0movimen-to revolucionario , a partir de Ievereiro de 1831,procurara estabelecer regimes constituclO nalS emlugar dos despotas do poder e tambem criar as"provincias unidas da ItJ ilia", como ini cio de umagrande unifica~ao naclonaL Os austriacos, nnoconsentindo que se chegue a concretizar lal inten-~iio politica, esmagarao a revolta com os seusexercitos. Por fim, as Jutas e insurrei~oes de 1830entre for~as conservadoras, dinasticas e derjeais,

    de urn lado, e as li berais nacionalistas e republi -canas, de outro, tomaram-se generali zadas nnmaior parte dos territ6rios do continente euro-peu; A malaria dos liberais, que desejava criarregimes parlamentares e representativos, tambemera nadonali sta, e vlsava a unific a~ao e i t inde-pendencia das nacionalidades que tinham cons-ciencia de suas diferen~as em rela~ao as demais.Er a um perfodo. favoravel as sociedades secretas

    que conspl ravam na ilega1idadee mantinham con parte apoio da Guarda Nacional G raves inc i ralistas deposltavam suas esperan~as pol!ticas novam-se governos lortes, como 0de Sch\~arzenberg

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    que conspl ravam na ilega1idadee mantinham con-tato umas com as outras em nome dos ideaisdemocniticos e da autodetermina~iio nadonal. Poroutro lado, M auernich e a Santa A lian~a niio dei-xavam de acompanhar os passos dos conspirado-res atraves de urn aparelho de espionagem mobi-lizado nas mais div ersas camadas da POpuia9iio.N essa atmosfera politica, e propulsion ada porcia, e Que 0 Romantismo encontra sua expressaona literalura e nas artes. L iberais e nacionalistastambem siio romanticos, sejam eles poloneses,

    gregos ou lranceses. A segunda onda revoluciomi-ria, que irromperia com maior intensidade do que110 penodo de insurrei~ii o de 1830, dar-se-ia em1848, tendo como lundo as aspiracoes liberai s enacionalistas. alem das diriculdades economic asque caracte~zaram 0 penodo. A s rebeM es de1848 foram urbanas, em boa parte, e refletiamo desenvolvimento industrial galopante e as dificuldades pelas quais passavam as camadas maisbaixas da popula~iio citadina e, em especial, 0proietariado. J a em 1834, havia explodido umainsurrei~ao de operar ios em L yon, ao mesmotempo que uma grande agita~iio republicana: diri-gida contra 0 regime de L uis Filipe, tomava con-ta de Paris, promovida pela importante sociedadesecreta, intilulada Sociedade dos D ireitos do

    Homelll.

    ) 0 c1ima de agitaqao politica na Fran~a eramOlivado, alem do mais pelos gropes que pro-curav;.m criar condi~6es para a volta de CarlosX aD poder; eram eles os legitimistas, ao passoque outros grupos, bonapartistas, queriam provo-car a revoita das guami~6es mili tares em favorde L uis N apolcao, sobr inho do imperador. Aoposi~iio dos sodalist"s de L ouis B lanc e dos mo-

    narquistas moderados como T hiers, juntamentecom Odilon B arrot, come~ou no verao de 1847com uma campanha em todo 0 pai s em favor deuma reforma eleitoral inspirada no modelo ingles.o metodo adotado para a difusiio da campanhaera 0 da realiza~ao de banquetes que, em dadomomenta, fo ram proibidos pelo ministro Guizot.o povo revoltado por esse fato levantou barriea-das e a i nsurrei~ao se aiastrou, recebendo, em

    parte, apoio da Guarda Nacional. G raves inc i-dentes e choques com 0 Exercito incendiaram arevolu~ao fomentada pela burguesia e operariado.M esmo a demissao de G uizot e a nomea~ao deT hiers niio foi 0 suficiente para anir nar os ani-mos exaitados dos revolucionarios, que invad irama C amara provoeando a abdica~iio de L uis F ilipee a forma~iio de um novo governo. A SegundaRepublica estava formada por elementos querepresentavam as mais diversas tendencias poli ti-cas de esquerda e de direita, que nao podiam

    harmonlzar permanentemente numa I inha politi-ca comum. 0conflito de ciasse se manifestavana propria revolu~ao. No sufnigio universal edireto, realizado em 23 de abr i l do ana tur-bulento, 0 resultado fO I favoravel aos moderados,e 0govemo, para atender as ciasses trabalhadomeo problema do desemprego, inspirado n as ideiasde L ouis Blanc, criou as "Oficinas de Trabalho",M as tal orienta~ao se mostrou inoperante e anti-economica, nao solucionando a questao do de-semprego, 0 que levou 0 govemo a fechar as"Oficinas". 0 proletarlado, desgostoso com a si-tua~ao, levantou-se e foi novamen~ para as barri-cadas, provocando uma rea~ao v iolenta por partedo govemo, 0 qual nomeou 0 celebre General C a-vaignac, que reprinUu com violencia e muito san-gue a rebelii io. A s trisles "Jomadas de Junho"resultaram num balan~o tragico para 0 opera ria-do frances. V ma nova Constituiciio rezava que 0Poder Executivo deveria ser exercido por urnpresidente eleito por quatro anos, mas as classesconservadoras consegulram elevar a presidenciaL uis Napoleao, que acabou estabelecendo umaditadura e por fi m assumiu 0 tituio de N apoleaoIII.

    'b. 0 movimento nacionaiista italiaoo teve em1848 uma atua~iio poHtica intensa sob a chefiade M azzini, que era animado por urn idealismolib eral voitado para a restaura~iio do velho espiritl,lnacional e contra 0 dominio austriaco. M as 0 mo-Y imento nao era un iforme, pois os conservadoresliberais dirigiam o s o lhos para C arlos A lber-to de P iemonte e Sardenha, os cat61icos fede-

    ralistas deposltavam suas esperan~as pol!ticas nopapado e os republica?~s de M awlll. asplravam auma republ ica democrall ca. A demlssao de M el~er-nlch favoreceu em g~ral os leva.n~es de ca~aternacional istas e tambem 0 da I taim, mas alDdalevaria aigum tempo ate que Camilo de C avourconseguisse chegar a unidade nacional.

    q 0 Imper io dos ~~bsbur~o estava .agora se~-tado sobre urn baml de polvora, pO lS 0 movl-mento revoluclonario adqulfI ra carater mterna-donal, chegando mesmo aD cora~iio do seu do-

    min io, como evidenciava a rebeliiio de L a,iosK o~-suth, na Hungria. Se nao fossem as profundas dl-vis6es intemas desses movimentos, eles tenam co-lhido maiores exilos politicos.

    \ J Na A lemanha e n a A ustna, a agita~ao po-Iili ca entre os intelectuais que pregavam a unidad.enacional e uma Constitui~iio que favorecesse a h-berdade politica, fizeram com que, em ~aio de1848, urn corpo representativo s~. reuDlss~ ~mFrankfurt para servir de A ssemble13 Constltuln-Ie e atender as aspira~6es nacionaUstas do po-vo, Os motins populares de Berlim haviam al can-

    ~ado seu primeiro sucesso efetivo com, 0 Patla-mento eleho por sufrilgio universal . Por.e~, a ten-tlva de oferecer a corDa imperial a Fredenco GUt-lhenne da Prussia foi recebida com solene re-cusa. M esmo assim, 0 Parlamento diri giu-se aosprincipes alemaes para reaUzar a I~are!: de un~-fica~iio n"cional em 1850 com a U~lao Restn-ta" mas urn uitimato austriaco termlOou com 0pr~jeto. C om 0 "reeuo. de Olmut1.", a A lemanhavoitava aos anos antenores aos da grande ondarevoiucionari a. N a A ustria, 0 Imperador Fernan-do I, pressionado pelas cireunstancias, teve que

    outorgar uma Constitui~ao liberal e fav~reeet acri a~iio de urn regime parlamentar, porem essemesmo imperador sufocou com sangue a subleva-~ao dos tchecos. Seu sucessor, Francisco Jose,impos de novo 0 absolutismo, suprimindo a Cons-titui~ao outorgada anteriormente. Em fins. ~e1850, a grande onda revolucionaria, inici ada. dOlSanos antes em quase toda a Europa, obtiverapoucos resultados e, a testa do poder, enconlra

    g gna A ustria, 0 de Brandenburg na PrusSia, 0 C ar-deal A ntonel l i em Roma. A s esperan~as das pe-quenas naclonalidades se desvaneceram em b~aparte e mui las seriam obrigadas a esperar mUltolempo ate que lhes fosse dada uma nova ~portu-nidade hist6rica para re"l izarem os anselOS.deaUlodelcnn lna~iio . M as niio so as nacionalidadessairam tr ustradas desse periodo d e agita~6es,tambem as classes operari as veriam seus sonhoscairem por terra irente 11violenla rea~iio con-servadora, que separou e alertou, atemor izada,os antigos aliados burgueses contra a ame~~ado "perigo vermelho" que despontava nos ceusua Europa 23.

    \ A pesar de tudo, devemos distinguir no. seculoX IX . e m rela~iio a luta enlre 0 naclOnahsmo ea legitimidade, dois periodos, 0 de 1815 a 1851,onde a rea~ao conservadora procura conter agrande onda revolucionitria e manter com certo

    equilibrio0

    mapa politico europeu, ~ a ~tapaque vai de 1851 a 1871, quando se da 0 tnunfodo principio das nacionalidades em suas basesessenciais 24. Os dois grandes imperios, 0 A us-(riaco e 0Otomano receberao os golpes mais for-tes de parte do movimento nacionalista, .sen~oque 0 pnmeiro durarit ate 0 termino da Pn melraG uerra M undrai, enquanto 0 segu~do desmoro-nara as vesperas do grande confhto de 1914.N o Imperio A ustriaco encontramos tchecos, es-lovacos, poloneses, eslavos do suI (esl?venos,croat as servios), hilngaros, romenosi alem dositalian~s e dos austriacos de lingua alemii. A Ser-

    vi a sera uma das primeiras pequenas nacion aU da-des a conquistar a autonomia, seguindo-se, em

    23. P.m um' vi."? d njuol o d. di.pu~ politi~ enl,.e aJn,\o" .urepi;" no p"iodo Que vai d, "cundo 1O.~'d. do .ecuJoX IX o. inido do ,ilo X X , ",n,ull 0 obt:l unpor1,ole I . P. TAYlOI, T/lr Slrll99lf lor MOJltry ,n F .ur.Pt: 1& 18-1918,

    Ollo,d, 1960.

    2.J . Dl'l0SF.lLr, J . n . L'l?ll rot r J r 13J ~ d " DJ ;OU11. P .:uis,

    No uvelle C lio , 1967. P . 101.

  • 7/29/2019 o Romantismo de j. Guinsburg

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    1821, a revolta da G recia contra as turcos, queserviu de exemplo e modele para a li teratura ro-manllca e patri6tica do periodo, suscltando 0 cn-tusiasmo das elites intelectuais d o Ocidente. 0movlmento de liberta9ao grego era composto deKlephtas, que vlvlam nos mentantos da M oreia,resisteotes a aceita~iie de todo elemente estran-geiro, e de uma burguesia culta e enriquecida pelocomercio maritimo, bastante desenvolvido. A lemdo mais, 0nacionalismo grego encontTa apeia nn

    H etairi a, socledade patri6ti ca no estrangeiro, queprocura angariar 0 apoio da opiniao publica emfavor de seus objetivos. M ultiplas razoes favore-clam 0 apoio de varias pO lencias politicas euro-peias, pais a imngem da H elad'e antiga se identi-ficava. na mente d as pessoas cultas. com a G reciaalual . c para as cr istaos, seus Irmaos de fe, osgregos eS13vam em luta contra os mU9ulmanos.assim como a simpatia dos l iberals alinhava- sccom aqueles que combat iam pela lOuependen-cia de sua pill ria. A pesar da interven9ao de M o-hamed A li, que mfl igiu aos gregos as graves

    derrotas dos anos de 1824-1827 , a rebelii io re-cebeu 0 apoio da R ussia, da Fran9a e da In gla-terra, acabando por destrU lr as for9as olomanase criando urn ESlado autfmomo grego em 1830.No mesmo ana explode a mal sucedid r. revoltapoionesa, cul tivada pelo patnotismo recalcadode uma na~iio espofi ada. A o mov imenlO naeiooa-!ista grego, sucederam-se outros em varios recan-tos dos impenos dominantes na Europa. Os e~for.

    ~os de unifica~iio da A lemanha e da I Il i!ia for ammotivados, indiretamente, par uma mudao~a quese processava nos meios de produci io, nas co-mun ica~6es, acompanhando a formidavel expan.sao economi ca e f inanceira, derrubando frontei.ras regionais e cr .minhando em dire~ao a unidadenaclona!. N a A lemanha, 0 passo poli tico impor.tante foi dado com 0Zoll verein, que se mantinhadentro de um espfrito conservador, eoquanto que,na ltalia, 0 nacionali smo de M azzini apresentava

    um carnter revolucion ario e radical . A ssirn, comose procurou mostrar ao longo desse eSludo, 0nadonalismo, tal como os movimentos sociais quese encetam a parti r da R evoluci io F I 'ancesa, 10-

    corporou e gerou, ao mesmo tempo, 0 csplrill lromantico. -

    A caraCletiZa~iio feli z do esplrilo desse mo-vimento, que parece ter atlOgido em espa~o e tem-po diferentes os povos do V elho C onlinente, esten.do-se aos demais, pode ser encontrada nas pala-vras de 1. L . T almon:

    Os enlusiasmos e paixoes, os vOos d o pensamenlo e do 'ideal ismo. a.~leorias, as aSOlra~iks e as il usiJ (s. par con -traditorias que pare~am, e, sem duvida os emprccndi.menlOs nrtisllcos da epoea )lOdem ser encarados comoreflexos de uma grande luz . a do R omanlismo. FO I cslc :_Impulso, a peneltl lr ludo. que elevou a.s cnerglas do -homem e deu 1. lo rma a urn estilo disllfllO , que diferencla nilidamenle fI la epoen de lodas as Qu e a pre-cederam ou se the seguiram 25

    o J ualismo, a allIU m e 0 prillcipio motor, 0pnnclplO pamonat, dia/elieo e esp"i1ll0so,INllpll/ u U Sell