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Conto para a infância e juventude
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As fúrias não são precisas Para conseguir vencer. A inteligência é melhor
Para conseguir convencer.
Maria Alberta Menéres
100 Histórias de todos os tempos Porto, Ed. Asa, 2003
O Sol e o Vento Era uma vez a vez de o Sol e o Vento começarem
a ter uma grande discussão! E que discussão seria esta?! O Sol dizia que era o mais forte dos dois. E o Vento dizia que era ele o mais forte dos dois. E não havia maneira de cada qual se convencer do contrário do que defendia.
Então o Vento teve uma ideia que lhe pareceu brilhante: experimentar num ser humano qual dos dois teria mais força para lhe tirar o capote. E assim ficou combinado. A prova ficou marcada para o dia seguinte a este da discussão.
Logo de manhãzinha cedo, um camponês saiu de casa e espreitou o dia antes de se aventurar à estrada. Como lhe pareceu ventoso, foi buscar o seu capote: um pesado capote, por sinal! Lá no alto dos céus, o Sol e o Vento acharam que aquele camponês era mesmo bom para eles experimentarem a sua força.
Começou o camponês a andar, a andar, pela estrada fora.
Disse o Vento: − Eu sou o primeiro a ver se consigo tirar-lhe o
capote que leva vestido.
Começou a fazer uma ventania enorme, o vento soprava, soprava sem parar e o pobre camponês, que não sabia o que
se estava a passar, maldizia a sua sorte. A verdade é que o Vento quase o deitava ao chão!
− Oh, que ventania horrível!!! − queixava-se ele. E quanto maior era o Vento, mais ele se
agasalhava com o seu quente capote. De tal forma que o Vento, quanto mais forte soprava, mais resistência recebia da parte do camponês. Até que o Vento o deitou mesmo ao chão! Já no chão, o camponês ainda mais se enrolou no capote, que para ele, naquele momento, era mesmo um capote abençoado. E o Vento teve de desistir e de confessar
que não tinha conseguido vencer o camponês, pois ele continuava com o capote vestido. Disse o Vento:
− É a tua vez, amigo Sol. Mas já te aviso que este camponês é teimoso! Não vais conseguir que ele tire o seu capote!!!
O Sol, muito caladinho, não disse nada. Começou a brilhar, a brilhar, lá no alto dos céus, e o camponês, cá em baixo na Terra, já livre do Vento que ele não compreendia como se tinha tornado tão forte,
começou a caminhar mais aliviado. Mas o Sol continuava a brilhar, a brilhar cada vez com mais intensidade e o camponês começou a sentir calor. A certa altura do caminho, reparou que já ia a transpirar. Mas... nada de tirar o capote! Até que ao avistar uma árvore, pensou como seria bom gozar por um bocadinho a sua sombra. E, mais cheio de calor do que nunca, despiu o capote e atirou-o para o lado!
O Sol tinha vencido o Vento.