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O Sol regula o sono PROFESSOR DR. JOSÉ KNOPLICH Reumatologista, Doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, autor de vários livros, dentre os quais o "Viva Bem com a Coluna que Você Tem", na 31ª edição com 190 mil livros vendidos. http://knoplich.sites.uol.com.br/ O relógio biológico interno do ser humano é em grande parte regido pela luz do Sol, que determina o ciclo vigília (estar acordado)-sono (estar dormindo).Quando o Sol aparece, os raios ultravioletas captados pela retina se transformam em influxos nervosos que agem sobre o cérebro , que, por sua vez, atua sobre a glândula hipófise, fazendo-a secretar a melatonina, o hormônio do sono. O organismo entende que está na hora de acordar, iniciando jornada de vigília ou de atividades diárias e voltará ao estado de repouso à noite quando a ausência de luz fará com que a glândula recomece a produzir melatonina. Existe uma complicação de origem genética, chamada de depressão sazonal ligada a uma disfunção do relógio interno, que entra em repouso cedo demais e por demasiado tempo. A depressão sazonal acomete de 1,4 a 9% da população mundial. Nos países de alta latitude a medicina já recorre à luminoterapia que utiliza uma luz branca de 10 mil lux, o equivalente à luz de um dia ensolarado: 30 a 45 minutos de exposição diária ao sol costumam ser eficazes no tratamento de cerca de 60% dos

O Sol Regula o Sono - a - Relógios Biológicos - Cronobiologia

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O Sol regula o sonoPROFESSOR DR. JOSÉ KNOPLICHReumatologista, Doutor em Saúde Públicapela Universidade de São Paulo, autor de vários livros, dentre os quais o "Viva Bem com a Coluna que Você Tem", na 31ª edição com 190 mil livros vendidos.http://knoplich.sites.uol.com.br/

O relógio biológico interno do ser humano é em grande parte regido pela luz do Sol, que determina o ciclo vigília (estar acordado)-sono (estar dormindo).Quando o Sol aparece, os raios ultravioletas captados pela retina se transformam em influxos nervosos que agem sobre o cérebro , que, por sua vez, atua sobre a glândula hipófise, fazendo-a secretar a melatonina, o hormônio do sono.

O organismo entende que está na hora de acordar, iniciando jornada de vigília ou de atividades diárias e voltará ao estado de repouso à noite quando a ausência de luz fará com que a glândula recomece a produzir melatonina. Existe uma complicação de origem genética, chamada de depressão sazonal ligada a uma disfunção do relógio interno, que entra em repouso cedo demais e por demasiado tempo. A depressão sazonal acomete de 1,4 a 9% da população mundial. Nos países de alta latitude a medicina já recorre à luminoterapia que utiliza uma luz branca de 10 mil lux, o equivalente à luz de um dia ensolarado: 30 a 45 minutos de exposição diária ao sol costumam ser eficazes no tratamento de cerca de 60% dos casos dessa forma de depressão, a depressão sazonal.

Principalmente nos países escandinavos, em que nos meses de inverno e o dia não dura mais de seis horas, muitas clínicas especializadas estão oferecendo a seus pacientes deprimidos esse tipo de terapia solar.

A luz do Sol é um bom remédio para a tristeza depressiva. Na maioria dos países, cientistas e instituições de pesquisa médica se dedicam à busca de novas terapias para amenizar uma doença que é considerada epidêmica.

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Uma outra ciência, chamada de cronobiologia que estuda a periodicidade dos fenômenos biológicos demonstraram que a depressão se apresenta, em todas as suas formas, com uma alteração dos ritmos dos ciclos biológicos que acontecem no período de 24 horas: como o sono, o apetite, os índices de pressão arterial, as secreções hormonais e o senso de humor. A importância dessas pesquisas é que se propõe a agir terapeuticamente sobre a depressão normalizando os ritmos biológicos através da administração de melatonina e de outros fármacos como a agomelatina, que potencializa a melatonina. O efeito antidepressivo dessas substâncias é praticamente o mesmo do efeito da exposição à luz.

PROFESSOR DR. JOSÉ KNOPLICHReumatologista, Doutor em Saúde Públicapela Universidade de São Paulo, autor de vários livros, dentre os quais o "Viva Bem com a Coluna que Você Tem", na 31ª edição com 190 mil livros vendidos.http://knoplich.sites.uol.com.br/

Fonte: http://www.socimol.com.br/nova/dicas/default134.asp

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“Exatamente no centro do seu cérebro localiza-se um pequenino órgão chamado glândula pineal, que tem aproximadamente o tamanho e a forma de um grão de milho. A pineal foi a primeira glândula a formar-se no seu corpo, sendo claramente distinguível já na terceira semana após a concepção. No entanto, ironicamente, ela foi a última a revelar seus segredos à ciência médica. Há trinta anos, quando eu cursava a faculdade, ensinaram-me que a glândula pineal não servia a propósito algum, nos seres humanos, que ela era um mero vestígio de nosso passado evolutivo. Embora se houvesse descoberto então que essa glândula produzia um hormônio chamado melatonina, a única razão para a fama do hormônio estava no fato de que ele clareava a pele dos sapos.

Hoje, começamos a descobrir que a melatonina desempenha múltiplos papéis na vitalização do corpo. Estudos realizados em meu laboratório, no Centro de Ciências Médicas da Universidade do

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Texas (CCMUT) em San Antonio, e em outros laboratórios pelo mundo afora, forneceram segura evidência experimental de que a melatonina é uma das substâncias mais versáteis e potentes do corpo, um protagonista da manutenção da saúde e do bem-estar em todos os estágios da vida. Esse hormônio admirável não apenas ataca o estresse, combate os vírus e as bactérias, melhora a qualidade do sono, minimiza o mal-estar resultante da diferença de fusos horários (jet lag), reduz o risco de doenças cardíacas e regula os ritmos biológicos, como pode ainda ajudar a proteger contra o câncer e influenciar a duração de nossas vidas.”

Trecho do livro (página 15):

“Melatonina”, o revolucionário hormônio natural que ajuda a: retardar o envelhecimento, combater os distúrbios do sono, fortalecer o sistema imunológico, diminuir o risco de câncer e doenças cardíacas, Russel J. Reiter, e Jo Robinson, Rio de Janeiro, Record, 1996.

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