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1
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
ESCOLA DE CONTAS PÚBLICAS
ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
WALTER MARCOS DA SILVA
O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL
DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE
GESTÃO
São Paulo
2012
2
Walter Marcos da Silva
O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL
DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE
GESTÃO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, a Escola de Contas
Públicas, e a Escola de Artes, Ciências e
Humanidades da Universidade de São
Paulo, como requisito do programa de Pós-
Graduação Lato Sensu em Gestão de
Políticas Públicas, orientado pelo Professor
Luiz Gustavo Bambini de Assis.
São Paulo
2012
3
Walter Marcos da Silva
O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL
DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE
GESTÃO
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em ____/____/____, no Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo, a Escola de Contas Públicas, e a Escola de Artes,
Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, pela Banca Examinadora
constituída pelos professores:
......................................................................................................
Prof. LUIZ GUSTAVO BAMBINI ASSIS
TCESP ECP EACH USP
......................................................................................................
Prof. (a)........................................................
TCESP ECP EACH USP
......................................................................................................
Prof. (a)........................................................
TCESP ECP EACH USP
4
Dedico este trabalho a minha esposa Vilma
da Silva, em homenagem como recompensa
de seu apoio pelas muitas horas de estudo
roubadas ao seu convívio. A minha mãe
Floripes e ao meu querido irmão Waldir.
5
Agradeço a oportunidade de discussão,
orientação e supervisão do presente
trabalho, de conclusão de curso, em
especial a meu orientador, Professor Luis
Gustavo Bambini de Assis, aos professores
que durante o curso de Pós-Graduação Lato
Sensu em Gestão de Políticas Públicas, a
mim ministraram seus conhecimentos
intelectuais e didáticos todos sempre
presente com muito carinho e dedicação, e
aos meus familiares, meus amigos e colegas
de trabalho, Marlene, José Roberto e
Geraldo, que puderam compreender e
apoiar esta pós-graduação, neste momento
de aperfeiçoamento em minha vida, que
contribuíram para que eu seja melhor na
vida como um colaborador no
desenvolvimento humano.
6
"Promover o conhecimento e a melhoria
contínua do trabalho, objetivando o
cumprimento de sua missão constitucional e
legal".
Autor desconhecido
7
SILVA, Walter Marcos da. O terceiro setor, O controle fiscal do Tribunal
de Contas sobre seus gastos e contrato de gestão. 77 páginas. TCC,
Especialização em Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Políticas Públicas, São
Paulo: Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a Escola de Contas Públicas, e a
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo USP, 2012.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é abordar o controle de gastos públicos das diversas
entidades que hoje compreendem o terceiro setor, que são entidades sem fins lucrativos, conhecidas como (Organizações não governamentais – ONGs; Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPS e Organizações Sociais – OS), pelo Tribunal de Contas, nos casos em que são financiadas com recursos públicos. O primeiro setor é constituído pelos órgãos estatais nas esferas federal, estaduais, municipais e distrito federal, e o segundo, pelas empresas privadas em seus diversos seguimentos de interesse sociais. Embora as instituições que compõem o terceiro setor não façam parte da estrutura do Estado brasileiro, em muitos casos são financiadas com recursos públicos, repassados pela Administração por meio de convênios na forma de contratos, a fim de que essas instituições possam exercer determinada atividade. Ainda que essas organizações não possam ter lucro com o que recebem de financiamento, se há dinheiro público envolvido no financiamento de suas atividades, o controle sobre os gastos se impõe como um imperativo necessário e em nome do interesse público. É possível constatar a crescente participação dessas organizações na formulação das políticas públicas brasileiras desde o final do século passado. A proliferação de OS, ONGs e OSCIPs tornou-se ainda mais significativa após o reconhecimento, pelo Estado brasileiro, de sua melhor capacidade de interferir junto à sociedade, onde o aparelho estatal é pífio. Esse novo desenho institucional da Administração Pública brasileira propiciou o surgimento desse tipo de instituição e, conseqüentemente, incentivou uma quantidade cada vez maior de transferência de recursos públicos para essas organizações, razão pela qual, o controle de seus gastos, pelos tribunais de contas, mais do que necessário, é uma obrigação constitucional, que tende a respeitar o princípio da moralidade e da publicidade na gestão da coisa pública. Para isso, pretende-se estudar, ao final deste trabalho, o papel dos contratos de gestão, a serem firmados entre a Administração e as entidades do terceiro setor, controlados pelos tribunais de contas, cujo objetivo seja dar uma maior transparência a todo esse processo de transformações da Política de Controle das Políticas Públicas, propondo se uma nova organização administrativa emergente do Estado Brasileiro, que cada vez mais, necessita de um melhor entrosamento com os três entes da sociedade brasileira. Palavras-chave: Terceiro Setor. Eficiência, Eficácia e Efetividade. Controle de gastos; Administração Pública; Tribunal de Contas.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10
Capítulo 1 – Terceiro Setor: Histórico e conceito. 11
1.1 O Surgimento do Terceiro Setor no Brasil ........................................................... 11
1.2 O conceito de Organização Não Governamental ................................................. 13
1.3 O conceito de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público .................. 14
1.4 O conceito de Organizações Sociais ..................................................................... 14
1.5 Princípios informadores do Terceiro Setor ........................................................... 16
1.5.1 Princípio da Legalidade ............................................................................ 16
1.5.2 Princípio da Moralidade ........................................................................... 17
1.5.3 Princípio da Impessoalidade ..................................................................... 19
1.5.4 Princípio da eficiência .............................................................................. 20
1.5.5 Princípio da Publicidade ........................................................................... 21
Capítulo 2 – Financiamento do Terceiro Setor: formas de repasses de recursos
públicos 23
2.1. Viabilidades das Parcerias ................................................................................. 24
2.2. Fundamentação Teórica ..................................................................................... 25
2.3. O instrumento jurídico dos convênios ................................................................ 27
Capítulo 3 – O papel do Tribunal de contas no controle de gastos das
Organizações do Terceiro Setor 29
3.1. Eficiência ........................................................................................................... 29
3.2. Eficácia .............................................................................................................. 31
3.2. Efetividade ......................................................................................................... 32
3.3. Repasse de recursos Públicos ao Terceiro Setor ............................................... 33
3.4. Política de Controle das Políticas Públicas ........................................................ 35
9
Capítulo 4 – Os contratos de gestão entre o terceiro setor e o estado: uma forma
de controle dos gastos públicos. 37
4.1. Contratos de Gestão entre entes públicos .......................................................... 37
4.2. Prestação de contas ............................................................................................ 39
4.3. Controle pelo Tribunal de Contas ...................................................................... 42
Conclusão .......................................................................................................................... 50
Referências Bibliográficas ................................................................................................ 52
Anexo A – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.790/99 .................................. 53
Anexo B – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.637/98 .................................. 63
Anexo C – Quadro de entidades ....................................................................................... 74
Anexo D – Quadro de entidades ....................................................................................... 74
Anexo E – Exemplo do modelo do Site ............................................................................ 75
10
INTRODUÇÃO
A presente introdução tem como finalidade a apresentar um estudo de pesquisas
do atual sistema do controle do Terceiro Setor com uma proposta de TCC, com o intuito
elaborar um estudo de pesquisas do atual sistema e aperfeiçoamento do controle de
gastos públicos sobre as Entidades Sociais do Terceiro Setor.
Há atualmente uma vasta legislação disciplinando a relação entre o terceiro
setor e a captação de recursos de seus componentes junto ao Estado. A conferência
de títulos de utilidade pública, inclusive, pode ajudar numa maior captação de
recursos públicos por parte dessas instituições. Veremos também rapidamente as
inúmeras formas mais comum de prestações de contas destas para com o Estado.
O que se pretende com esse TCC é colaborar, a partir da experiência
administrativa que o autor obteve em seus anos de trabalho no Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, para uma melhor compreensão desse tema, que ainda suscita
dúvidas aos administradores e gestores públicos responsáveis por tomadas de contas.
Estudando em conformidade com o método de exigência do TCESP, ampliando a
integração de colaboração entre os servidores da casa.
11
Capítulo 1 – Terceiro Setor: Histórico e conceito.
O conceito de terceiro setor deve ser entendido de forma genérica e definido
como um conjunto de organizações de origem privada, dotadas de autonomia,
administração própria e finalidade não lucrativa, cujo objetivo é promover o bem
estar social através de ações assistenciais, beneficentes, culturais e de promoção da
cidadania.
Uma das principais funções do terceiro setor é promover a solidariedade como
um direito fundamental dos indivíduos social e economicamente excluídos, que
vivem em uma sociedade profundamente desigual, como é o caso da brasileira.
Sob essa ótica, as organizações sociais e não governamentais estruturam-se
como órgãos de cooperação do estado que, muitas vezes, não encontra capilaridade
suficiente para promover suas políticas voltadas para as questões de desenvolvimento
em sentido amplo.
1.1 O Surgimento do Terceiro Setor no Brasil
O surgimento do terceiro setor deu-se com a continuação da filantropia, que em
suas origens significa amor a humanidade, segundo o Dicionário Aurélio1.
Nesse mesmo sentido, leciona Edson José Rafael, em sua obra Fundações e
Direito:
A expressão das capacidades humanas de generosidade, compaixão, entrega, talento e esperança; a expressão de todas as motivações que fazem com que nos aproximemos de nossos semelhantes e nos livram da solidão e da insustentável aceitação de que os males, as carências as injustiças são irremediáveis. Esta atitude nos torna indiferente aos problemas, fazendo com que os mesmos sejam concebidos como responsabilidade de outrem; meninos de rua, descaso com que os
1 Filantropia, substantivo feminino, 1º profundo amor à humanidade, 2º desprendimento, generosidade para com outrem; caridade, Dicionário Aurélio da língua portuguesa.
12
deficientes são tratados, pobreza, fome, falta de moradia, catástrofes, impunidade e muitos outros. A filantropia também diz respeito à maneira como a sociedade civil, através de suas organizações, grupos de indivíduos, é capaz de reconhecer a existência de necessidades e, desta forma, encará-las com competência e eficácia.2
A natureza humana, conforme suas necessidades sociais do momento, procura
dar soluções possíveis com cooperação, que ajudem na busca de resolverem, da
melhor forma, suas intempéries sociais.
Na Grécia Antiga ressalvava-se a necessidade da convivência entre as pessoas
e estimulavam o interesse por política, fomentando a vida sociopolítica. A Igreja
Católica tinha as obras da caridade por muito tempo, através da contribuição de seus
fiéis, através de suas pastorais.
No desenvolvimento da humanidade com a Declaração Francesa de 1.793,
ampliou o interesse pela ajuda social como a responsabilidade do Estado. Também
nos Estados Unidos houve maiores participações das fundações milionárias, como a
Fundação Rockefeller, Fundação Fordentre entre outras, junto a uma política de
incentivos fiscais e tributários no favorecimento destas mesmas organizações,
resultando no aumento das atividades sociais filantrópicas, e nos dias com acentuado
interesse por todos os setores da sociedade.
Em nosso Estado com surgimento, evolução e participação de diversas
instituições, se deram com a continuidade das Organizações não governamentais.
Nos anos 70 deram dimensão às ONGs, que começam a prosperar para tornarem-se
hoje importantes instituições na defesa da sociedade civil, em parceria com o poder
público.
Com a reorganização do Estado surgiu uma multiplicidade de organizações de
interesse social, recepcionada pela Constituição de 1988, admitindo poder
deliberativo aos Conselhos de Políticas Públicas, consubstanciada na Lei Orgânica de
2 RAFAEL, Edson José, Fundações e Direito 3º Setor, pg. 12, Companhia Melhoramentos, 1.997.
13
Assistência Social – LOAS, e a criação do Conselho Nacional de Assistência Social
– CNAS, etc.
É muito difícil caracterizar o terceiro setor, devido principalmente as grandes
diferenças entre as organizações, mas, Falconer (1999, p. 94) identifica o terceiro
setor no Brasil, apresentando as categorias de organizações que mais freqüentemente
são identificadas:
(1) o setor formado por instituições religiosas e entidades ligadas a Igrejas, (2) as organizações não-governamentais e novos movimentos sociais, (3) os empreendimentos “sem fins lucrativos” no setor de serviços, (4) o setor para-estatal e nascido sob a tutela do Estado e (5) o setor de fundações e entidades empresariais.3
1.2 O conceito de Organização não Governamental
Para conceituar Organizações não Governamentais, é necessário verificar a
qual tipo de organização ela pertence em sua finalidade de cooperação com o terceiro
setor, porque para cada tipo de entidade difere em sua forma de apreciação na
legislação.
Mesmo assim podem-se conceituar Organizações Sociais com base na Lei nº
9.637/98, na qual se define em seu artigo 1.º suas qualificações de interesse sociais
que dispõe:
Art. 1.º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidas aos requisitos previstos nesta Lei.
Em seu conceito doutrinário segue quase todos os mesmos ditames da lei em
seu artigo 1.º, na qual as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos com
suas instituições particulares, realizam serviços social não exclusivo do Estado.
3 FALCONER, Andres Pablo. A promessa do terceiro setor. Um estudo sobre a construção do papel das organizações sem fins lucrativos e do seu campo de gestão. 152p. São Paulo, 1999.
14
1.3 O conceito de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
Na legislação brasileira ainda não está definido, um único conceito específico
de organizações do terceiro setor. Os entendimentos doutrinários estão pouco
sedimentados e, não há pretensão de formular um conceito que seja único,
conclusivo ou definitivo.
Assim podem ser definidos as Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, destinadas ao
cumprimento de serviços de interesse público, colaboradoras da ação do Estato nas
áreas sociais definidas e qualificadas pela Lei 9.790/1999, em que são criadas e
apenas gerenciadas exclusivamente por seus particulares, e continuamente
fiscalizadas pelo Estado, sob o regime jurídico especial, com normas de direito
privado com prerrogativas do regime jurídico de direito público.
Na criação e funcionamento independente da vocação do Estado, resguardando
o reconhecimento estatal, de forma que não se iguala a administração pública
indireta. Também estas entidades devem ter seus registros próprios nos cartórios,
estatutos e regimento.
1.4 O conceito de Organizações Sociais
Organização social como já mencionamos acima na Lei nº 9.637/98, em seu
artigo 1.º é o conjunto de relacionamento entre as pessoas, membros de um grupo ou
entre os grupos sociais. Uma sociedade, para sobreviver, deve apresentar certa
organização e relacionamento entre seus membros. Para que exista a sociedade são
necessárias interações conscientes entre os indivíduos que a formam.
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
15
Sem organização, o homem não conseguirá, de maneira ideal, alimentação,
vestimenta, moradia, enfim, realizar com plenitude todas as suas potencialidades. Os
grupos sociais se organizam e mantêm relações recíprocas, como entre famílias, entre
escolas, entre fábricas, etc.
A organização social e cultural dos povos compreende todos os papéis
exercidos pelos indivíduos na sociedade e as ações decorrentes do desempenho
desses papéis. Exemplo disso é o diretor de uma escola, que orienta o trabalho de
todos os funcionários, solicita melhorias para o prédio e suas instalações ou
manutenções, participando ainda, de reuniões na delegacia de ensino para
acompanhar as determinações da Secretaria de Educação. Esse mesmo diretor orienta
os inspetores a cuidarem da disciplina, os professores a lecionarem, os faxineiros
cuidarem da limpeza e, os alunos a participarem das aulas.
Essa organização social engloba os diversos campos de atuação humana, como
por exemplo, na economia, as atividades produtivas, o comércio e os serviços. Na
política, os governantes administram o Estado e, na religião, isso é realizado pelos
líderes espirituais.
Nas relações de poder da sociedade, o poder manifesta-se em diversos grupos
sociais ou em diversas esferas da vida em sociedade. Há relações de poder na
família, num clube, numa empresa, nas religiões, nos sindicatos de trabalhadores etc.
Mas esse poder em relação aos funcionários ou os evolvidos é exercido apenas,
enquanto estão desempenhando suas atividades. Em uma empresa, o chefe de um
setor tem poder para distribuir serviços entre os seus funcionários subordinados,
assim também ocorre com as Organizações Sociais que, da mesma forma, distribui
serviços aos seus correlacionados.
16
1.5 Princípios informadores do Terceiro Setor
Esses princípios têm como finalidade de dar os regramentos do
desenvolvimento dos trabalhos, assim como também garantir o seu bom desempenho
dos programas administrativo do Terceiro Setor. Resguardando a eficácia, eficiência
e efetividade, objetivando um melhor aproveitamento nos recursos naturais, humanos
e econômicos.
Os trabalhos são elaborados por meio de programas, realizados pelas entidades,
não governamentais, que também podem ser elaboradas pela administração ou em
conjunto. As entidades com a participação de seus funcionários, e os funcionários da
administração.
1.5.1 Princípio da Legalidade
O Princípio da Legalidade é um principio jurídico fundamental, que estabelece
o Estado em que administrador deve se submeter primeiro a lei. Este tem como
origem o fundamento político, que se faz necessário para a segurança e certeza
jurídica do estado democrático de direito, garantindo a política jurídica ao cidadão.
O princípio da legalidade é o cumprimento do Estado de Direito, que se refere
à lei é a força maior para o administrador, e garantia para que a sociedade não fique
presa a vontade dos particulares, ou daqueles a quem governam e objetiva o
cumprimento de sua missão constitucional e legal. Este fundamento constitucional
encontra elencado no art. 5º, parágrafo II, da Constituição Federal o qual prescreve:
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Ficando assim todos aqueles que administram e os que são administrados, com
a obrigação de cumprir a lei, sujeitando as exigências do bem comum, sobe pena de
responsabilidade com imputação de qualquer sanção cabível, no caso concreto em
17
questão. Administração Pública não pode agir contra a lei, ou além da lei, só
podendo agir nos estritos limites da lei.
O Supremo Tribunal Federal já publicou duas importantes sumulas,
relacionadas ao principio da legalidade, a súmula 346 STF na qual a administração
pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e a sumula 473 STF, em que
a administração pública pode anular seus próprios atos, quando houver vícios que os
tornem ilegais. Respeitando os direitos adquiridos e as apreciações judiciais
necessárias. As sumulas estão relacionadas ao administrador na qual poderá ele
declarar a nulidade ou anular seus próprios atos, sempre que forem encontrados
vícios inconstitucionais nas sumulas votadas pelos legisladores.
Súmula 346. A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
1.5.2 Princípio da Moralidade
Mesmo que o princípio legalidade seja muito importante, deve-se atentar com
igual importância a este principio da moralidade, na qual destaca a ética moral, que
surgiu com a nova Constituição Federal de 1988, este princípio constitucional. Em
conformidade com o artigo 37, caput, que estabelece diretrizes à administração
pública:
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Objetiva o princípio da moralidade, e os demais elencados no artigo 37 da CF,
resguardar e dirigindo desta forma o interesse público, na tutela dos bens da
coletividade, obrigando de certa forma, que o agente público atue sua conduta por
padrões éticos e morais, traduzindo um bem comum, independentemente da esfera de
18
poder ou hierárquico do nível político ou administrativo em que se atue, ainda
permitindo, ao Judiciário exercer o controle dos atos que transgridam os valores
fundados do texto constitucional. Também como nos ensina Celso Antônio Bandeira
de Mello, que nos diz:
Além disto, o princípio da moralidade administrativa acha-se, ainda, eficientemente protegido no artigo 5º, LXXIII, que prevê o cabimento de ação popular para anulação de “ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente...” ECT. 4
A moralidade do ato administrativo, juntamente com a sua legalidade e a
finalidade, que constituem os pressupostos de validade, com moral e ética, sem os
quais toda atividade pública será ilegítima. E necessário orientar o agente
administrativo, para que aja com lisura o comum senso de honestidade, retidão,
equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa fé ao trabalho, à ética
das instituições.
Em caso de ilegitimidade ou conduta indevida, cabe a aplicação da Lei nº
8.429/1992, em seu artigo 1º e 11º no que discorrem:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Art. 11º Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, pg. 102, 14ª ed., São Paulo: Malheiros Editores Ltda.
19
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
Como podemos notar este ultimo inciso VII, acima é um dos mais
preocupantes para as nossas autoridades administrativas, onde deveria ser mais atenta
as fiscalizações nas auditorias governamentais. Transmitindo denotação mais clara
ao cidadão, com mais transparência em referencia este inciso.
1.5.3 Princípio da impessoalidade
O principio da impessoalidade é aquele em que não deve o administrador,
administrar subjetivamente, em favor de si ou de outrem, dando vantagens a mais
para si ou aqueles de seu melhor interesse, na finalidade de adquirir vantagem
pessoal. O administrador público deve objetivar o interesse público não dando
tratamento privilegiado aos amigos, nem desfavorecer outras pessoas, em favor de
seu interesse próprio.
A impessoalidade é fundamental, todos tem que ser tratados de maneira iguais,
como dispõe a nossa Constituição Federal, no art. 37, II, que:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvada as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Neste sentido, para melhor entendimento, podemos ver que deve haver
isonomia nos tratamento entres os cidadãos brasileiros, preservando as diferenças da
graduação da capacidade de cada cidadão, conforme exemplo da decisão do Supremo
Tribunal Federal,
(...) é consentânea com a Carta da República previsão normativa asseguradora, ao militar e ao dependente estudante, do acesso a instituição de ensino na localidade para onde é removido. Todavia, a transferência do local do serviço não pode se mostrar verdadeiro mecanismo para lograr-se a transposição da seara particular para a pública, sob pena de se colocar em plano secundário a isonomia — artigo 5º, cabeça e inciso I —, a impessoalidade, a moralidade na Administração
20
Pública, a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola superior, prevista no inciso I do artigo 206, bem como a viabilidade de chegar-se a níveis mais elevados do ensino, no que o inciso V do artigo 208 vincula o fenômeno à capacidade de cada qual. (ADI 3.324, DF, voto do Min. Marco Aurélio, DJ 05/ 08/ 05).
A impessoalidade estabelece que Administração Pública não deva conter a
marca pessoal do administrador, onde os atos públicos não são praticados pelo
servidor, e sim pela Administração. Assim estabelece o artigo 37 no seu parágrafo 1º
da Constituição que:
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
1.5.4 Princípio da eficiência
No princípio da eficiência em todas as áreas de trabalhos do desenvolvimento
administrativo, deverá o funcionário ou gestor público, desenvolver as atividades
administrativas de forma que atendam primeiras as necessidades gerais da
coletividade, conforme o contrato administrativo de maneira interpessoal,
despenhando o papel em relação às atividades profissionais necessárias, não
deixando se levar por atitudes subjetivas pessoais, desconsiderando seu interesse
próprio em favor do interesse da coletividade. Procurando observar as melhores
formas para se organizar a estrutura da Administração Pública.
O que se espera dos administradores é um bom trabalho de prestação de
serviços em prol da coletividade, de forma interpessoal que atenda de melhor
maneira possível, a cada situação, em que se imprima o melhor planejamento
possível, a fim de um melhor resultado no atendimento ao cidadão. Assim na forma
de seu melhor desempenho, o agente público, ou a quem se encarrega de administrar,
deve organizar, estruturar e disciplinar os trabalhos da administração pública para
alcançar os melhores resultados na prestação dos serviços públicos.
Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, que nos deixa a certeza da
necessidade de uma boa administração, nos diz:
21
Quanto ao princípio da eficiência, não há nada a dizer sobre ele. Trata-se, evidentemente, de algo mais do que desejável. Contudo, é juridicamente tão fluido e de tão difícil controle ao lume do Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao art. 37 ou o extravasamento de uma aspiração dos que buliram no texto. De toda sorte, o fato é que tal princípio não pode ser concebido (entre nós nunca é demais fazer ressalvas óbvias) senão na intimidade do princípio da legalidade, pois jamais uma suposta busca de eficiência justificaria postergação daquele que é o dever administrativo por excelência. Finalmente, anote-se que este princípio da eficiência é uma faceta de um princípio mais amplo já superiormente tratado, de há muito, no Direito italiano: o princípio da “boa administração” 5
1.5.5 Princípio da publicidade
O princípio da publicidade é necessário para que o agente público, e até
aqueles que administram o Terceiro Setor, para que concretize o Estado de Direito,
este como pressuposto básico, a fim de que possibilite ao cidadão acesso as
informações, dando a possibilidade de fiscalização dos processos administrativos,
mantendo toda transparência possível, em relação à coisa pública.
O princípio da publicidade tem como informação assegurar e garantir a
transparência na gestão pública, aqui vê que o administrador público não é dono do
patrimônio, e que somente cuida da administração, sendo o gestor que cuida da
gestão dos bens da coletividade, devendo se garantir aos administrados o
conhecimento pleno de todas as suas condutas administrativas e acesso aos
relatórios. O cidadão tem este princípio assegurado no art. 5º, XXXIII, da
Constituição Federal, o direito de certidão, o qual garante que:
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Lei nº 11.111, de 2.005).6
5 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, pg. 104, 14ª ed., São Paulo: Malheiros Editores Ltda. 2002. 6 Assembléia Legislativa. Constituição Federal, Lei nº 11.111, ed., Brasília: Diário Oficial da União, 2005.
22
Finalmente para defesa dos direitos do cidadão interessados ainda se confere a
garantia de habeas data, que assegura judicialmente o conhecimento das informações
referente ao impetrante, como também a certificação dos dados armazenados nas
entidades governamentais.
23
Capítulo 2 – Financiamento do Terceiro Setor: formas de repasses de recursos
públicos
A forma de financiamento do chamado Terceiro Setor, são modelos que se
enquadram em cada caso, em conformidade com a qualificação das entidades em que
for financiada, e são refinanciadas, com tempo para pagamento em até trinta anos,
com uma media de juros de nove por cento ao ano, amortizações que variam entre
dez a vinte por cento, em relação a divida que for refinanciada. Este financiamento
fica num prazo de trinta meses dos contratos.
O Índice Geral de Preços, é que estipula a correção monetária, no limite de seu
comprometimento anual junto com as obrigações do refinanciamento. No caso do
não cumprimento do acertado no contrato, será regulado pela taxa Selic, acrescida de
um por cento ao ano, com um comprometimento de no Maximo de dezessete por
cento ao ano. Também fica proibida a emissão de novo títulos pelas entidades, até
cumprirem a obrigação do objeto de refinanciamento.
O repasse de recursos do erário público, para o Terceiro Setor, correspondera
na forma em que a qualificação destas, sobre o que se faz e dependentes das
condições em que se traduzam na melhoria da qualidade e eficiência da gestão
pública organizacional, bem como dos trabalhos de programas sociais, aumento dos
recursos, financiamento, as despesas do Terceiro Setor e as condições possíveis do
aumento de participação do cidadão.
Para se ser aceitos os recursos de públicos, com base na Lei de Licitações, nº
8.666/93 e as Leis correspondente a aquelas entidades do Terceiro Setor, que é
somente para entidades com características e condições na avaliação de sua
legalidade, com foco nos trabalhos planejados pela gestão do governo junto com os
projetos das entidades, e que se encaixe na legislação vigente, no seu objeto, local.
As regras devem ser claras com metas que devem ser atingidas. Possibilitando
que possam ser fiscalizadas, com acompanhamento dos órgãos públicos. Assim nos
repasses públicos de recursos para o Terceiro Setor, tem que haver a eficácia e
24
eficiência, a fim de se ter a confiabilidade na prestação dos serviços públicos a que se
pretende atingir, nos cumprimentos dos programas aprovados.
Com bases nas Leis Federais, 4.320/64 e 8.666/93 é que as agências
credenciadas regulam as forma como o Terceiro Setor se relacionar com o Poder
Público. Dentre estas leis encontram-se alguns subitens apenas como a exemplo,
como Concessão de Auxílios, Subvenções e Contribuições os Contratos celebrados
com prévia dispensa de licitação e os Convênios.
2.1. Viabilidades das Parcerias
Com quem se podem viabilizar as parcerias no Terceiro Setor, esta na
legalidade do Decreto Federal nº 9.790/99, onde se encontra todas as qualificações
necessárias aos contratos de gestão, que tem semelhança ao contrato de gestão na Lei
Federal nº 9.637/78. A fim de que haja a disponibilização dos recursos públicos para
o Terceiro Setor, nas entidades em que se qualifiquem como Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), atendimento a todos os requisitos
legais que rege a matéria.
O Terceiro Setor deve atender em todos os casos nos serviços públicos, com o
planejamento de programas e projetos, em que atenda as necessidades dos cidadãos
nas áreas que forem destinadas para executar os planos de trabalhos, atendendo as
doações que forem recebidas, tanto pelo Poder Público, como setores privados,
recursos físicos, como materiais de uso das entidades ou até mesmo imóveis, os
recursos humanos, nas suas regularidades trabalhistas, com os funcionários ou
colaboradores, no financeiro com apresentação de relatórios, e nas prestações de
serviços garantindo a qualidade destes, e a que mais for destinado nos projetos
sociais.
25
2.2. Fundamentação Teórica
Desde o aparecimento do Terceiros Setor ou Direito Social, por volta dos anos
sessenta, conforme estudo de pesquisa, vemos que o Estado passou a prestar serviços
de forma correta, mas porem com alguns desvios de finalidades pela grande
dificuldade de controle, pelos motivos das diversas de entidades de Organizações
Sociais.
Temos então o que são chamados de primeiro setor o Estado, as fundações
governamentais, o segundo setor como as empresas privadas sem fins econômicos, e
mais recentes as do Terceiro Setor com as Organizações Sociais. Estas com objetivos
de auxiliar a administração pública.
Mesmos com as duas grandes organizações, o Estado setor público e o setor
Privado, ainda pode se identificar o um novo Terceiro Setor, que tem um complexo
de instituições e entidades, ocupando um espaço social fora do mercado econômico e
do Estado como prestador de serviços a população. Como observação ainda vale
lembrar que existem outros setores, como o quarto setor que são os trabalhadores da
economia informal, e o quinto setor, que são os muitos pobres, que nada tem, nem
moradias, vivem em busca de assistência social.
Com a crescente necessidade da melhoria dos atendimentos ao cidadão, nas
ações sociais em que o Estado não alcançava efetivamente, os agentes políticos
permitiram a iniciativas privadas, sua participação para que elas pudessem realizar
algumas das funções públicas, como os serviços que não essenciais, nestes que
podem ser repassados. Como exemplo de serviços não essenciais é a assistência
médica, a educação, a cultura, a previdência social e a assistência social às classes
mais pobres, onde se tem uma grande indisponibilidade de recursos próprios.
Como o setor privado não conseguiu suprir todas as necessidades de serviços
para a população, fez se necessário também se transferir ao chamado Terceiro Setor,
26
no qual estão as Organizações Sociais em seus diversos modelos, a fim de
colaborarem com a administração pública.
Com o chamado Terceiro Setor que atualmente esta aumentando o numero de
organizações sociais, é que estão passando a atender estes serviços, em que era
atribuição do Estado. E que cada vez mais recebera as atribuições do Estado. Assim
até proporcionara um melhor controle social.
As organizações sociais sem fins lucrativos que buscam arrecadar recurso
financeiro para custeio de suas despesas ou até materiais devem, ter como finalidade
a prestação de serviços, sem fins lucrativos, e está rapidamente ocupando lacunas
deixadas pelo Estado, que não consegue atender todas às demandas que seriam
necessárias a sociedade.
E com o crescente tipo de entidades entre o Estado e as Organizações Sociais,
espera se que estas colaborem com bom desenvolvimento, na gestão de políticas
públicas, com ética e moralidade para um desenvolvimento sustentável, na qual todos
merecem.
Mesmo assim em especial ao longo dos anos de 1990, crescem no País diversos
tipos de arranjos entre Estado e organizações da sociedade, na participação e na co-
gestão de políticas públicas. Conforme se pode ser avaliado nos anos noventa, a idéia
de terceiro setor apontou com força no Brasil, como na América Latina e em grande
parte do mundo em desenvolvimento.
Finalmente esperamos que a colaboração da sociedade civil organizada, possa
participar mais ainda, e colaborar com administração pública, porque público é de
todos, ajudando a minimizar todas as carências, em que o Estado não atua e deixa de
realizar para a população os serviços necessários, assim visualizando é onde se
ganhara todos os envolvidos na sociedade.
27
2.3. O instrumento jurídico dos convênios
A instrumentalidade jurídica será sempre no regime especial dirigida para o
Terceiro Setor que tem como finalidade, descobrir em que qualificação de entidades
se enquadra melhor a organizações sociais, em qual parcela de comprometimento e
de princípios e normas jurídicas deve ser aplicada a determinado fenômeno social.
Elas são se submetem pelo estudo da interpretação do Direito, com diversas
indicações legislativas, se enquadrando na melhor forma a aplicação cabível ao
objeto jurídico em questão.
Como o regime jurídico das organizações do terceiro setor tem características
mistas, pode se formalizar convênios ou parcerias de diversas maneiras conforme as
regras formais, por que esta tem o direito à liberdade de associação e autonomia
privada, porque são diferentes mesmo que pouco em seus estatutos e finalidades,
mesmo assim ficam sobre controle de regime jurídico especial.
Todos os serviços prestados pelas entidades não governamentais, com seus
administradores particulares devem ser autorizados, na forma um trabalho de
planejamento autorizado pela legislação e será fiscalizado pelos órgãos competentes
do governo, com a fiscalização necessária e transparência que é de interesse social.
Ficam ao regramento com o Poder Público e os requisitos legais, para a criação e a
qualificação jurídica das OSCIPs, dispõe Luis Eduardo Patrone Regules a seguir:
Os requisitos legais para a criação e a qualificação jurídica das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público distinguem-se dos pressupostos de criação das pessoas jurídicas de direito privado. Confundi-los seria não traçar distinção entre categorias como o substantivo e o adjetivo.
7
A qualificação das OSCIPs deve ser muito bem analisada, para efeito do
controle a que submete, pois se diferenciam das técnicas de fiscalização e das
7 REGULES, Luiz Eduardo Patrone, Terceiro Setor, Regime Jurídico das OSCIPs, pg. 146, 1ª ed., São Paulo: Editora Método Ltda. 2006.
28
iniciativas particulares de interesse social. Na aplicação da qualificação das leis,
temos as legislações básicas, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Lei 6.015, de 31
de dezembro de 1973, Lei Federal 9.790, de 23 de março de 1999, Decreto 3.100, de
junho de 1999, Decreto 5.504, de 05 de agosto de 2005 e Portaria 361, de 27de julho
de 1999. Devendo ser observadas as que melhores se enquadram.
Os administradores que atuam no Terceiro Setor têm a responsabilidade civil
subjetiva, da prática de atos danosos com culpa ou dolo, no exercício de suas
atribuições, como dispõe o artigo 158, inciso I, da Lei Federal 6.404/1976. Já a
responsabilidade civil objetiva deriva de violação da lei ou o descumprimento do
estatuto da entidade, nos ditames da legislação societária, artigo 158, inciso II, da
mesma lei.
Em alguns casos poderá ocorrer a responsabilidade solidária do administrador e
da organização em razão de ato ilícito praticado. Ficando assim ao judiciário julgar
todos os atos ilícitos, praticados pelos seus administradores.
29
Capítulo 3 – O papel do Tribunal de contas no controle de gastos das
Organizações do Terceiro Setor
Os Tribunais de contas têm como finalidade mais comum nos deveres da
instituição, a missão de fiscalizar, orientar e informar, para o bom uso e transparência
dos recursos e erários públicos em benefício da sociedade. Com a visão prioritária na
forma a fiscalizar, orientar e divulgar, em tempo real, o uso dos recursos públicos,
priorizando a auditoria de resultados e a aferição da satisfação social, mantendo
sempre uma imagem positiva perante a sociedade.
A elaboração dos trabalhos de estudos, conta com a elaboração de mapa e
objetivos estratégicos do tribunal, ampliando essa cultura técnicas aos seus
funcionários e jurisdicionados, publicando periodicamente instruções e manuais, com
roteiro para uma melhor efetividade de monitoramente e acompanhamento, de todos
aqueles que são submetidos a sua fiscalização, conforme manda a lei.
A responsabilidade abrange tanto o destino como a previsão da receita,
cabendo à administração trazer um projeto seguindo a lei, o reflexo da realidade
pública que necessitada de receita, preenchendo toda a formalidade de legal.
3.1. Eficiência
Eficiência é maneira de como o agente se deve comportar com relação ao
atendimento ao usuário, com a manifestação de força para produzir um efeito de
eficácia. Todo agente público deve desenvolver suas atribuições com presteza e
clareza com a melhor perfeição possível, para um rendimento funcional efetivo e
eficaz. Assegurando a garantia do mais moderno princípio da função administrativa,
exigindo dele o resultado e postura positiva para o serviço público, sendo satisfatório
no atendimento das necessidades do cidadão na comunidade e de seus membros.
A eficiência está no ordenamento jurídico, no Decreto-Lei 200/67, que se
expressa em toda atividade pública e controle de resultado. Exigindo do agente o
30
sistema de bons resultados, também a Administração indireta esta sobe a orientação
da eficiência administrativa, que se for o caso recomenda a demissão ou dispensa se
for comprovada a ineficiente ou dissídio do agente.
Com a finalidade de garantir a eficiência, tem se as escolas de governo para a
formação, especialização, treinamento e qualificação, para o aperfeiçoamento dos
servidores públicos administradores, com a participação nos cursos como um dos
requisitos para a promoção da carreira, havendo para a elaboração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
Com treinamento os agentes produzem os melhores resultados, nas diversas na
maneira de se organizar, estruturar e disciplinar o modo de atuação na Administração
Pública, na forma instrumental, desta forma alcançar os melhores resultados na
prestação do serviço público de interesses do cidadão. Na eficiência se espera bons
resultados nos relacionamentos das atividades administrativas, e na eficácia do
comprimento dos requisitos legais constitucionais, quanto à efetividade a apuração
dos resultados na aplicação da eficiência e eficácia.
Com a novação do Estado como foi a com eficiência, agora será com a
efetividade que esta no Plano de Reforma do Estado, na qual será revistos todos os
pontos do sistema institucional legal, como finanças, pessoal e os resultados. Dando
se melhor aplicação administrativa ao aperfeiçoamento dos servidores
administradores. Reforma esta com inovação necessária para melhorar as
organizações civis de interesse coletivo sociedade e as instituições administrativas do
Estado.
A eficiência na administração pública passou a ser de cumprimento
obrigatório. Conforme parágrafo terceiro do artigo 37 da Constituição Federal,
incluído pela Emenda 19, conforme dispõe a seguir:
A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
31
periódica, externa e indireta, da qualidade dos serviços; II o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas o disposto no art. 5º, parágrafo, X, XXXIII; III a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.8
Com a emenda 19, acima mencionada todo cidadão deve ser agente da
Reforma do Estado, desempenhando um papel de fiscal dos serviços públicos da
Administração Públicas, para ter o direito e acesso as informações e satisfação com
dos serviços prestados pelos administradores e o Terceiro Setor. Assim desta forma
atender efetivamente na melhor maneira possível, a carência que temos nos serviços
relacionados à saúde, educação, segurança e assistência social, essenciais à sociedade
para atendem às camadas mais pobres, e que atendam a maior parcela da população
com qualidade e resultados permanentes.
3.2. Eficácia
Com a obrigatoriedade constitucional da eficácia, que é as leis na sua
aplicabilidade, o agente não pode deixar de observar nenhum item da legislação
brasileira vigente, obrigando ao agente a sua total obrigatoriedade e interpretação no
coletivo, com base no objeto e interesse das partes contratante, sem deixar
transparecer nada de pessoal ou subjetivo.
Fica o agente administrativo restrito a aplicação das normas das leis, podendo
ser contestadas suas irregularidades, cabendo novo ajuste, punição, anulação ou
regularização, mesmo com a extinção do contrato, e a restituir aos cofres públicos
dos erários indevidamente gastos.
Na eficácia deve o agente administrar com base em ações planejadas na
legislação. Este princípio mede através dos planejamentos o grau em que atingi os
seus objetivos e metas estabelecida. Nesta não há o que se discutir tudo está previsto
8 Assembléia Legislativa. Constituição da República Federal, Brasília: l988, artigo 37.
32
nas leis, restando à melhor interpretação que melhor se enquadrar as entidades do
Terceiro Setor.
3.2. Efetividade
Com o interesse dos governantes, bem como também do cidadão brasileiro, em
transformar o atual sistema de governo de um Estado burocrático, com inovação para
um Estado Gerencial, e que se faz necessária a aplicação da efetividade, onde se deve
aplicar a forma de se obter resultados, através da formação de diversos indicadores,
que farão a medição destes para uma melhor comparação de resultados, na finalidade
de melhor avaliação nos planejamentos administrativos futuros.
Tanto no Estado como nas entidades do Terceiro Setor se faz necessário a
efetividade a fim de que demonstrem mais clareza no mercado que representa,
ampliando a fiscalização com mais qualidade, desta forma auxiliando até mesmo os
melhores indicadores de eficiência e eficácia, nos tipos de análise e implantação e na
formulação, elaboração e avaliação das políticas públicas.
Deve ser classificado e empregado o instrumento de indicadores na avaliação
de políticas públicas em um programa social, nas quais se reflitam informações mais
claras com melhor precisão de acertos nos planejamentos, refletindo uma melhor
realidade social nas áreas específicas, saúde, educação, habitação e outras.
As mensurações devem ser quantitativas, qualitativo e mesmo comparativos
com indicadores de satisfação sobre determinado programa, com elaboração de
critérios descritivos e valorativos. Assim ampliando e aproximando a uma mais
acertada compreensão das necessidades dos acertos nos planejamentos
administrativos.
Na aplicação da afetividade, os indicadores devem ter sempre fundamentos em
critérios relativos à coletividade e com definição governamental, a fim de que o fique
33
com um quadro mais completo para comparação, atingindo uma maior diversidade
na comparação entre as diversas situações sociais.
3.3. Repasse de recursos Públicos ao Terceiro Setor
Os recursos de erários públicos são repassados para o terceiro setor, seja ele um
convênio, termo de parceria no contrato de gestão, com a elaboração de um plano
através de um projeto de trabalho por parte do proponente, a entidade social
interessada, para que seja firmado um convênio ou parceria, enumerando uma série
de exigências que são seguidas, onde é observada toda a legislação legal vigente,
conforme o tipo de entidade no seu quadro de qualificação.
Para que se concretize o repasse, tanto por parte do órgão administrativo
concessor, para o proponente interessado, há a necessidade de que toda a
documentação esteja atualizada e não faltado nenhum item, necessário para a análise
da aprovação do repasse, devendo conter no mínimo os itens que estão em
conformidade com a Lei Federal 8.666/93.
Após a elaboração do plano de trabalho, este será considerado como parte
inicial do instrumento de repasse há ser firmada, a entidade deverá encaminhar ao
órgão concessor, da União, Distrito Federal, Estados ou Municípios, junto com uma
série de documentos através de ofício, solicitando a análise e apreciação, bem como
aprovação do mesmo e a celebração do contrato de convênio ou parceria.
Podemos ver como um exemplo, uma relação de documentação para convênio,
que deve conter a cópia de documentos do representante legal da entidade autorizado
e atualizados, do CNPF, do RG e comprovante de residência, a ata que em foi
constituiu a atual diretoria, tendo sua validade verificada, junto aos cartórios de
registros, com a certificação da conveniada como entidade de utilidade pública sem
fins lucrativos ou de assistência social, todo o exposto junto com a inscrição da
entidade no Cadastro das Pessoas Jurídicas (CNPJ), e o Estatuto registrado da
entidade.
34
O órgão administrativo concessor responsável deve receber toda a
documentação, fazer as devidas conferência da entidade, analisar com precisão o
planejamento de trabalho, se está devidamente enquadradas nas legislações legais, e
também para que atenda a todos os requisitos da Lei 8.666/93, e mostrando o
interesse e capacidade da entidade social interessada em cumprir as metas propostas
dentro dos prazos afixados, garantindo atingir o propósito final.
Aqui fica a seguir uma observação mais clara o que é Termo de Parceria e com
quem pode ser celebrado, que esta disposta no o Manual básico, Repasses Públicos
ao Terceiro Setor:
O Termo de Parceria, regulamentado pelo Decreto Federal no 3.100, de 30/06/99, é gênero de ajuste criado pela Lei Federal no 9.790, de 23/03/99, que reúne características dos Contratos e Convênios tradicionais. Tem efeito jurídico similar ao Contrato de Gestão, definido na Lei Federal no 9.637, de 15/05/98. Destina-se à disponibilização de recursos públicos para entidades do Terceiro Setor que obtenham junto ao Ministério da Justiça a qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), para formação de vínculo de cooperação194, constituindo-se, nesse sentido, em alternativa aos ajustes tradicionais do Poder Público com entidades qualificadas como filantrópicas ou que possuam o título de Utilidade Pública (Vide itens 3 e 6.4 deste Manual).9
Continuando fica a cargo do órgão responsável pelo repasse a entidade que for
aprovada pelo plano de trabalho, o encaminhamento de todas as documentações
devidamente atualizado e recolhido no processo, com suas folhas numeradas a
Secretaria de Planejamentos e Finanças.
Os processos administrativos devem ser encaminhados por meio de oficio,
contendo os seguintes dados; a) Número do processo; b) Nome da entidade
beneficiada; c) Objeto do repasse; d) Número da conta corrente para depósito; e)
Número de parcelas; f) Valor total do convênio; g) Valor de dada parcela e quando
serão liberadas; h) Número da dotação orçamentária; i) Número da categoria
9 Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Manual básico Repasses públicos ao Terceiro Setor, pg. 104, São Paulo, 2007.
35
econômica. No caso em que as parcelas não forem os mesmos devem ser descritos
detalhados e justificados.
Deve conter as justificativas do Poder Público firmando o repasse, com as
indicações da formação do vínculo de cooperação, com critério de escolha do
conveniado ou parceria e as atividades a serem executadas. Também a vantagem
econômica para a administração, em relação favorável ao objeto.
Verificar que optar pela execução deste convênio de parceria, será a forma
mais econômica de administrar os recursos públicos, para atingir o que se pretende,
assim declarando quanto à compatibilização e a adequação das despesas públicas,
que devera estar prevista no orçamento com os resumos para se liberar recursos às
entidades do Terceiro Setor, informando que o recurso não irá onerar os cofres
públicos.
Efetuar todo cadastramento das autoridades públicas administrativas que
assinaram o contrato da parceria ou convenio, requisitos necessários para sua
formalização. Respeitando sempre o Princípio da Igualdade entre todas as entidades
do Terceiro Setor.
3.4. Política de Controle das Políticas Públicas
Nos controles das Políticas públicas, assim como no controle interno como no
controle externo, são classificados sistematicamente de oficio de maneira formal na
contabilidade, no financeiro, orçamentário, administrativo, operacional ou
patrimonial.
O primeiro é o controle contábil, em que seu objetivo é a salvaguarda dos bens
patrimonial, com os financeiros, o segundo é o controle interno administrativo, seu
objetivo é dar a garantia e a eficiência operacional, com o cumprimento dos ditames
legais, com a observância dos planos de políticas públicas, nas diretrizes, e nas
edições das normas e instruções.
36
Estes controles dos atos administrativos são preventivos, evitando as falhas, as
irregularidades, possíveis desperdícios e os erros, identificando também no momento
da ocorrência dos atos administrativos, permitindo a sua correção no ato de
formalizar. Estas são as medidas de prevenção.
Com tri-partição de poder e sua integração harmônica, na administração direta
e indireta, têm em seu objetivo geral apoiar tanto o Poder Legislativo quanto o
Tribunal de Contas, na atuação de suas funções para garantir um exercício de uma
melhor transparência da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial das entidades, quanto à da legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação de subvenções, renúncia de receita, impessoalidade, moralidade,
publicidade, eficiência, eficácia, efetividade e equidade.
O controle administrativo de prestação de conta depende dos servidores ou
gestores devidamente treinados e adequadamente preparados, para o desempenho das
tarefas de auditaria, necessárias na execução do plano de governo. O sistema de
controle tem que manter um fluxo atualizado de informações gerenciais,
quantitativas e qualitativas, para a tomada de decisões do Executivo, para apoiar nos
atos realizados por seus auxiliares e servidores. Proporcionar tranqüilidade ao
governante nas operações desenvolvidas, para decidir com maior eficácia, eficácia e
efetividade, e escolher as prioridades que sejam mais urgentes e necessárias.
37
Capítulo 4 – Os contratos de gestão entre o terceiro setor e o estado: uma forma
de controle dos gastos públicos.
Na obrigatoriedade dos contratos de gestão entre o terceiro setor e o estado, da
se de uma forma em que o estado pretende transferir as suas finalidades de prestação
de serviços não essenciais, de maneira a melhoras os serviços públicos ao cidadão,
menos aqueles serviços que somente cabe a administração como esta formalizada na
lei, que são de exclusividade a execução do estado.
Porem, para estes serviços serem transferidos ao Terceiro Setor, que estiver
totalmente sobre o controle da administração, em questão quem faz o controle, este
controle deve se a necessidade de a administração fizer a transparência e controle dos
gastos públicos, tornando publica as informações a qualquer cidadão que estiver
interessado em auditar ou colher informações necessária, ate mesmo para o seu
próprio controle, uma vez que o terceiro setor participa dos recursos governamentais,
levando também todo cidadão uma melhor confiabilidade na administração pública
em relação ao erário do Estado.
Também temos nas formas de controle vertical, a sociedade sobre o Estado,
como por exemplo, o voto, as ONGs, orçamentos participativos, a imprensa, os
conselhos de gestores, audiência públicas, as conferência sobre políticas públicas e
ouvidorias. Na forma de controle horizontal as instituições sobre o governo no
controle interno, as Controladoria Geral da União, as Controladoria Geral dos
Estados, Auditorias, sistemas de monitoramento, Pólicia Federal, controle externo,
Tribunais de Contas, O Poder Legislativo e Sistema de Justiça.
4.1. Contratos de Gestão entre entes públicos
Após a reforma administrativa do Estado, o contrato de gestão iniciou no Brasil
com a Lei federal nº 9.637/98, que com a finalidade de uma melhor compreensão,
dispõe em seu conceito no artigo 5º desta lei que discorre:
38
Artigo 5º Para os efeitos desta Lei entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vista à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas aas áreas relacionadas no artigo 1º.
Estes contratos são na forma de gestão pública para dar uma melhor autonomia
gerencial, nos bens, serviços dos recursos públicos. Sendo este de compromissos de
ambas as partes em seus contratos e devidas qualificação. Contrato estes que se
ajusta entre administração direta e indireta ou entidades das organizações sociais,
aumentando a autonomia orçamentária e financeira gerencial objetivando atingir as
metas assim pactuadas com as partes interessadas.
O contrato administrativo desta natureza não tem a necessidade de realização
do procedimento de licitatório, porque a dispensa está recepcionada e disposta na Lei
nº 9.637/98 em seu artigo 6º, que afirma ser um comum acordo entre as partes,
entendeu que os contratos de gestão celebrados com as entidades do terceiro setor
são em principio pura e simplesmente contratos administrativos.
Tratando dessa forma de um contrato de gestão com um acordo de interesses
entre o Poder Público e as entidades do terceiro setor. Este contrato de gestão esta
previsto no artigo 37, parágrafo 8º, da Constituição Federal como segue:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal.
39
4.2. Prestação de contas
Os tribunais de contas com a finalidade de fiscalização dos erários públicos,
nas contabilidades, dos orçamentos, financeiros, operacionais e patrimoniais de seus
fiscalizados quanto à legalidade, legitimidade e economicidade, com observância da
eficácia, efetividade e eficiência, exercida por meio do controle externo emite
parecer, relatórios sobre as contas anuais dos proponentes das entidades do terceiro
setor, também aprecia os atos praticados pelos seus representantes legais e demais
responsáveis cabíveis.
Desta forma são encaminhadas ao órgão concessor competentes até a data
estipulada no convênio, as documentações necessárias, como relação da despesa
efetuada, demonstrativo integral das receitas e despesas computadas por fontes de
recurso e por categorias ou finalidades dos gastos, aplicadas no objeto, Com as
cópias legíveis de todos os comprovantes de despesa autenticadas, comprovantes da
existência de fato, por autoridade pública da União, Distrito Federal, Estados e
Municípios, com certidão negativa de débito dos encargos trabalhistas.
Devem ser juntados todos os documentos e recibos, como comprovantes de
despesa, notas fiscais, guias e cupons fiscais, todos com a perfeita identificação
legível dos seus proponentes, também ter em suas indicações a numeração do
convenio ou parceira, ou termo de repasse a qual entidade que ela pertence com
carimbo de identificação do recurso a original, na seqüência tira-se o numero de
cópias necessárias, para que a mesma possa ser feira a distribuição e fazer parte
integrante da prestação de contas, também juntando a ata que constituiu a atual
diretoria, acompanhada da declaração quanto ao período de duração da atuação dos
respectivos membros.
Juntando também o relatório da entidade beneficiada, sobre as atividades
desenvolvidas, identificando as despesas custeadas com recursos próprios e as com
recursos transferidos. Este relatório compreende o físico executado, onde demonstra
40
a quantidade dos erários transferidos e alcançada pela conveniada, e também o
cumprimento exato ou superior das metas propostas.
Na hipótese de aquisição de bens patrimonial com os recursos recebidos da
administração, anexar prova dos respectivos registros contábil, patrimonial e
imobiliário da circunscrição, conforme o caso, e encaminhar relação dos
beneficiados e critérios estabelecidos para concessão de bolsas de estudo, quando
houver, deve esta relação ser enviada ao tribunal de contas.
Relação da quantidade dos atendidos e critérios de escolha para atendimento,
nos diversos campos exercidos. Comprovante da devolução dos recursos não
aplicados, cópia dos demonstrativos contábeis e financeiros da beneficiária, com
indicação dos valores repassados pelo órgão concessor e a respectiva conciliação
bancária, referente ao exercício em que o numerário foi recebido.
As demais demonstrações contábeis e financeiras da conveniada. Incluindo
balanço patrimonial, com DRE (Demonstração do Resultado do Exercício),
demonstração das origens e aplicação dos recursos, demonstração de mutação do
patrimônio e notas explicativas, nestes precisam estar indicados os valores
repassados pelo órgão concessor.
Apresentação da publicação do balanço patrimonial da conveniada, do
exercício encerrado e anterior, conciliação bancária do mês de dezembro, ou do mês
em que encerrou a despesa ou o convênio, apresentação da conta corrente específica
aberta em instituição financeira, para movimentação dos recursos do convênio.
Todas as cópias dos extratos bancários da conta corrente, bem como da
aplicação financeira vinculadas devem ser apresentadas juntamente com as cópias
dos extratos de contas bancárias das movimentações de despesas de recursos próprios
quando for o caso, para que ocorram as devidas conferências.
41
Devendo ser a Certidão expedida pelo Conselho Regional de Contabilidade –
CRC, comprovando a habilitação profissional do responsável pelas demonstrações
contábeis, e a manifestação expressa do Conselho Fiscal ou órgão correspondente do
beneficiário sobre a exatidão do montante comprovado, e também o atestando que os
recursos públicos foram movimentados em conta específica.
Apresentar os documentos originais de receitas e despesas vinculados ao ato
concessório, referentes à comprovação da aplicação dos recursos próprios,
repassados por ente público, depois de contabilizados, ficará arquivado na entidade
beneficiária, à disposição dos Tribunais de Contas, pelo período mínimo de cinco
anos após sua aprovação ou quitação. Emitir parecer e relatório de auditoria das
entidades beneficentes de assistência social, nos termos dos artigos 2º e 4º a 6º do
Decreto Federal n° 2536, de 06/04/98. Estas são as obrigações das conveniadas com
respeito à prestação de contas.
Cabem agora aos órgãos fiscalizadores de prestação de contas responsável pelo
convênio os procedimentos, na emissão de certidão indicando os nomes dos
responsáveis pela fiscalização da execução do convênio e os respectivos períodos de
atuação. Esta certidão indica em os nomes dos integrantes da comissão responsável
pelo Convênio podendo ser os mesmos que aprovaram o plano de trabalho.
No entanto, não serão eles que poderão emitir a Certidão, sim outra autoridade
da responsável pelo convênio ou parceria. A emissão de certidão contendo os nomes
dos dirigentes e conselheiros da conveniada e respectivos períodos de atuação. Esta
poderá ser emitida pelos membros da comissão responsável pelo convênio.
O relatório do governo sobre a execução do objeto do convênio, contendo
comparativo entre as metas de planejamento das propostas e os resultados
alcançados, com o parecer elaborado pelos órgãos concessor, contendo o mínimo de
informações necessárias para um parecer concluso.
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Com o acompanhamento do regulamento para contratação de obras e serviços,
bem como para compras, com emprego de recursos financeiros repassados à
conveniada, na qual os documentos devem ser remetidos acompanhados de ofício. É
obrigação dos órgãos concessor responsável pelo convênio a elaboração deste ofício,
para o Tribunal de Contas, que será encaminhado através da Secretaria de
Planejamento e Finanças ao órgão fiscalizador juntamente com uma cópia da
documentação solicitada.
Também uma cópia desta documentação será encaminhada em separado, não
anexada ao processo. Desta forma haverá uma cópia a mais do processo de toda
documentação. A documentação só será anexada ao processo, após a verificação da
Prestação de Contas, ato este que deverá ocorrer até o dia 30 de janeiro do exercício
posterior ao recebimento do repasse. A documentação deve estar completa, com as
cópias legíveis e na ordem expressa na legislação adequada e pertinente.
4.3. Controle pelo Tribunal de Contas
Ao Tribunal de Contas a que compete o seu cargo, da fiscalização dos erários
públicos, emitirem parecer prévio sobre as contas do Presidente da República, fazer
julgamentos das contas dos administradores públicos, podendo ainda se utilizar de
outros dispositivos como controle jurisdicional, o Habeas corpus, o Mandado de
segurança, Habeas data, Mandado de injunção, Ação Popular, Ação civil pública e a
Ação direta de inconstitucionalidade, assim conforme disposto no artigo 70 da
Constituição Federal, como segue:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
No estudo conforme observação na teoria dos contratos podemos ver que
compete ao Congresso Nacional, à realização da fiscalização do controle externo da
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Administração direta e indireta, realizando o exercício da fiscalização na
contabilidade fiscal, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional quanto os
pressupostos no artigo 70 da Constituição Federal.
Partindo, das relações existentes na sociedade, podemos perceber que sempre a
ocorrência de uma delegação de poder, como no sentido de captar recursos,
financeiros, materiais e humanos de maneira suficiente e contínua na forma de uma
entidade, ou seja, um instituto para o desenvolvimento do investimento social, com
uma geração de responsabilidades.
Apresenta assim, um numero considerável de ocorrência na accountability,
onde podemos ver que há um crescente aumento das responsabilidades, em se efetuar
o comprimento das obrigações, de se prestar contas dos resultados obtidos, em
função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder.
Com relação ao Terceiro Setor, surge e accountability, com a delegação de
poder, proveniente dos recursos que são doados pela sociedade a estas entidades
beneficentes sem fins lucrativos, que tem como compromisso, a obrigação de
responsabilidades, em conseqüência da necessidade de administrar corretamente
estes recursos recebidos do Estado.
Assim tem se a necessidade dos gestores, destas entidades de terceiro setor que
administra prestar contas dos resultados obtidos, decorrentes da utilização dos
recursos recebidos através de doações. Isto porque a maioria das entidades
filantrópicas desenvolve seus trabalhos com recursos públicos e doações, ficando
passível da prestação de contas.
As entidades são obrigadas a dar prestação de contas para que a transparência
se faça importante e necessária a sociedade, demonstrando como chegou aos
resultados e como atingiu o desenvolvimento de seus trabalhos ou ainda, como se
concluem para atingir suas metas de sucesso dos serviços prestados, assim
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maximizar o benefício social na sua atuação, devendo as organizações não
governamentais que são obrigadas, prestar contas a sociedade.
Faz necessária não só para a sociedade, mas como também para o Terceiro
Setor, que pode determinar até a sua própria sobrevivência. É importância que estas
entidades prestem contas dos seus atos aos investidores sociais, refletem na
transparência, por onde se caminha os recursos.
A transparência da prestação de contas deve ser um compromisso obrigatório e
essencial, para contribuir com a própria sobrevivência das entidades, uma vez que
estão inseridas num ambiente competitivo por recursos financeiros e não-financeiros,
assim aquelas que melhor atenderem às necessidades dos doadores por informações,
de seus próprios interesses, terão maior probabilidade de serem escolhidas para
receber a captação desses recursos.
Por isso posto o controle tem que ser um processo integral, completo com todas
as suas complexidades, devendo ser analisados todos os seus item necessário, a fim
de se realizar um bom controle e com transparência, operacional, orçamentário,
financeiro, patrimonial e contábil, dos entes e entidades da administração pública dos
três poderes e do Terceiro Setor.
Assim para garantir o cumprimento da missão da entidade segundo os
objetivos gerais da execução ordenada, com a moral ética, econômica, eficiente,
eficaz e efetividade nas operações realizadas pelas entidades, resultando na esperada
comprovação do cumprimento das obrigações de responsabilidade, com o
cumprimento das leis constitucionais, e regulamentos observando os recursos contra
a perda e danos, sobre o mau uso, com a devida correção de desvios, na gestão das
políticas públicas.
Com as novas normas técnicas nacionais e internacionais de contabilidade
pública, que são do Conselho Federal de Contabilidade. A Resolução CFC nº 986/03,
que aprova a NBC T 12 – da Auditoria Interna, e Resolução CFC nº 1.328/11.
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Tornara mais uniformizados os controles, para melhor entendimento nas leituras das
fiscalizações de controles pelos tribunais de contas.
Na realização da Auditoria Interna, se compreende os exames, análises,
avaliações, levantamentos e comprovações, com metodologia estruturada para a
avaliação da integridade de adequação da eficácia, eficiência e efetividade, com
economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos
integrados ao ambiente, e gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à
administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
O funcionamento da estrutura nas atividades de Auditoria Interna está com os
procedimentos, no enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por
objetivo e finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando
subsídios para incremento e o aperfeiçoamento dos processos administrativos, da
gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções, e
recomendações para os aperfeiçoamentos das inconformidades apontadas nos
relatórios.
A Auditoria Interna deve ser documentada, por meio de oficio na elaboração de
papéis de trabalho, por meio físico, ou eletrônico, que devem ser organizados
numerados e arquivados de forma sistematicamente racional. Segue abaixo o
disposto na Constituição do Estado de São Paulo, que discorre em relação ao
controle, em seus artigos que, como segue os controles internos.
Artigo 4.º- Nos procedimentos administrativos, qualquer que seja o objeto, observar-se-ão, entre outros requisitos de validade, a igualdade entre os administrados e o devido processo legal, especialmente quanto à exigência da publicidade, do contraditório, da ampla defesa e do despacho ou decisão motivados. Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, Orçamentária, operacional e patrimonial do Estado, das entidades da administração direta e indireta e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e referência de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o
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Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Em continuação os artigos de controle externo,
Artigo 33 da CESP- O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias, a contar do seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos da administração direta e autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Pode Público Estadual, e as contas daqueles que derem perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e autarquias, empresas públicas e empresas de economia mista incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - avaliar a execução das metas previstas no plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento anual; V - realizar, por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditoria de natureza contábil, financeira, Orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério Público e demais entidades referidas no inciso II; VI - fiscalizar as aplicações estaduais em empresas de cujo capital social o Estado participe de forma direta ou indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo; VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados ao Estado e pelo Estado, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres; VIII - prestar as informações solicitadas pela Assembléia Legislativa ou por comissão técnica sobre a fiscalização contábil, financeira, Orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá , entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada a ilegalidade; XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Assembléia Legislativa; XII - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados; XIII - emitir parecer sobre a prestação anual de contas da administração financeira dos Municípios, exceto a dos que tiverem Tribunal próprio; XIV - comunicar à Assembléia Legislativa qualquer irregularidade verificada nas contas ou na gestão públicas, enviando-lhe cópia dos respectivos documentos.
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§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Assembléia Legislativa que solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º - Se a Assembléia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidir a respeito. § 3º - O Tribunal encaminhará à Assembléia Legislativa, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Artigo 35 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do Estado; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração estadual, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle sobre o deferimento de vantagens e a forma de calcular qualquer parcela integrante da remuneração, vencimento ou salário de seus membros ou servidores; IV - exercer o controle das operações de crédito, avais garantias, bem como dos direitos e haveres do Estado; V - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão institucional. § 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade, ilegalidade ou ofensa aos princípios do art. 37 da Constituição Federal, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária. § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical, parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à Assembléia Legislativa. Artigo 36 - O Tribunal de Contas prestará suas contas, anualmente, à Assembléia Legislativa, no prazo de sessenta dias, a contar da abertura da sessão legislativa.
No desenvolvimento do trabalho do auditor, seu papel constitui na leitura dos
documentos, de registros e dos fatos, que foram investigados e recolhidos para
exames das informações com as provas, na qual são obtidas na diligência do curso de
auditoria, desta realizando os exames a fim de evidenciar e dar suporte à sua opinião,
críticas, sugestões e recomendações, programas, projetos, atividades e ações.
Estes papéis de trabalho quando forem ser examinados, nas entidades em
questão, devem ter abrangência e grau de detalhes suficientes para propiciarem a
compreensão do planejamento da, da natureza, da oportunidade e da extensão dos
procedimentos de Auditoria Interna aplicados, bem como do julgamento exercido e
do suporte das conclusões alcançadas.
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O auditor da Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de
relatório parcial, na hipótese de constatar impropriedades, irregularidades ou
ilegalidades que necessitem providências imediatas da administração da entidade, e
que não possam aguardar o final dos exames.
Numa inovação recentemente no processo eletrônico de auditoria, a utilização
de processamento eletrônico de dados pela entidade de controle que requer a
existência, na equipe da Auditoria Interna, profissional com conhecimento suficiente
sobre a tecnologia da informação e os sistemas de informação utilizados.
O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o emprego de recursos
tecnológicos de processamento de informações, requer que exista na equipe da
Auditoria Interna profissional com conhecimento suficiente de forma a programar os
próprios procedimentos, quando for o caso, requisitar, orientar, supervisionar e
revisar os trabalhos de especialistas, esse sistema tem o nome de AUDESP,
desenvolvidos pelo TCESP.
Os servidores na realização da fiscalização presente do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, como seus jurisdicionados. A eles incumbe se a tarefa de
fiscalizar e orientar os administradores do patrimônio público para atender às
necessidades da sociedade, sempre em consonância com os princípios
constitucionais, com as normas técnicas legais, e ainda, com os julgados da Corte.
Mesmo sejam experientes e dedicados como os nossos servidores, a tarefa de
compatibilizar esses aspectos ao exame de atos de gestão se desenvolve com
dificuldades, especialmente porque o agente fiscalizador tem que traduzir em
relatório para nortear a atividade julgadora do Tribunal de Contas.
Desta forma deve ser assumida pelo servidor da fiscalização pública com
responsabilidade extraordinária, sendo que no seu ponto de vista, será considerado
nas deliberações da Corte de Contas. Isso é indispensável à edição de um
instrumento ou manual pedagógico, para servir de diretriz aos servidores no
exercício da fiscalização, traduzindo na segurança do desempenho de suas tarefas de
controle constitucional.
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No Manual Básico de Procedimentos de Fiscalização, podemos encontrar
normas e procedimento, que é um trabalho elaborado por servidores da casa para
uso dos próprios servidores, para a sensibilidade de quem conhece as necessidades e
especificidades daqueles que atuam na linha de frente desta atividade-fim a
fiscalização do Estado nas entidades sociais.
Não se trata da simples reedição ou atualização de manuais anteriores. O
manual traz uma nova concepção do sistema de transmissão de conceitos jurídicos e
técnicos, essenciais ao bom desempenho da fiscalização, influenciado pelas Normas
de Auditoria Governamentais (NAG).
Com abordagem clara simples objetiva, que sintetiza a dinâmica dos pontos
importantes a serem verificados na inspeção dos órgãos públicos jurisdicionados, em
seus conceitos e procedimentos de fiscalização.
Baleados nos preceitos constitucionais e legais da administração pública, como
a Lei Federal nº 4.320/64, a Lei nº 8.666/93 e a Lei de Responsabilidade Fiscal, são
integrados de forma prática nos procedimentos de fiscalização, internos e de campo,
com também os atos normativos do TCE, em que se assentam cada um dos tópicos
do Manual.
A jurisprudência, dos Tribunais Superiores, leva ao conhecimento do servidor
da fiscalização, o juízo concreto sobre os aspectos por ele verificados, que vem
ampliar a solidez de postura da fiscalização, consolidando os relatórios de
fiscalização.
Finalmente com a adequada orientação didática dos servidores da fiscalização,
o Tribunal de Contas, faz com que o exercício do controle externo, transcenda os
limites da burocrática, na aplicação dos recursos públicos às normas financeiras,
atingindo o maior objetivo, na eficiência a bem do interesse público e da população,
como também a transparência.
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Conclusão
Finalizando este trabalho de conclusão de curso de Pós-Graduação Lato Sensu
em Gestão de Políticas Públicas, podemos verificar que são muitas as formas e
legislações ao qual ainda haverão de vir pela multiplicidade de tratamentos das
entidades não governamentais com suas diferentes formas em sua formação.
Assim este estudo, elaborado com alguns livros sobre o assunto e as pesquisas
do atual sistema de entidades do Terceiro Setor, e com o aperfeiçoamento do
controle de gastos públicos sobre as Entidades Sociais do Terceiro Setor. OS
(Organizações Sociais) e ONGs (Organizações Não Governamentais), demonstra a
amplitude do referido Terceiro Setor.
A relação entre o Terceiro Setor e a captação de recursos de seus componentes
junto ao Estado, deve ser cuidadosamente estudada e avaliada em suas diversas
qualificações, com a conferência de títulos de utilidade pública, inclusive, os seus
agentes administradores, para que o Poder Público possa dar maior e melhor suporte
na captação de recursos públicos por parte dessas instituições.
Vemos neste que, a prestação de contas é muito importante, como a
transparência, com também a criação de indicadores, com suas diversas formas, a fim
de se ter uma informação mais apura e verdadeira na necessidade do Estado em
prestar suas contas ao cidadão.
A importância do referido trabalho é que se pôde verificar, e a necessidade de
sempre se atualizar cada vez mais, para melhor utilizar estas informações em
beneficio da sociedade, e com isso também aperfeiçoar, mais o treinamento dos
agentes administradores que se utilizarem em prol do Estado.
Com a finalização do presente estudo, e a partir da experiência administrativa
do terceiro setor que o autor obteve, somados aos anos de trabalho nesta casa,
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, resultaram na explanação do aqui
51
apresentado, procurando sempre com a colaboração na compreensão do presente
tema à sociedade como um todo.
Por fim, ressalta-se que este estudo foi realizado em conformidade com o
método de exigência do TCESP, ampliando e valorizando os conhecimentos de seus
membros nesta área, e visando um provável aproveitamento destes conhecimentos.
52
Referências Bibliográficas Assembléia Legislativa. Constituição do Estado de São Paulo, São Paulo. Assembléia Legislativa. Constituição Federal, Brasília: l988. COPOLA, Gina. Desestatização e Terceirização, 1ª ed., São Paulo: Editora NDJ Ltda. – Nova Dimensão Jurídica. 2006. FALCONER, Andres Pablo. A promessa do terceiro setor. Um estudo sobre a construção do papel das organizações sem fins lucrativos e do seu campo de gestão. 152p. São Paulo, 1999. Filantropia, substantivo feminino, 1º profundo amor à humanidade, 2º desprendimento, generosidade para com outrem; caridade, Dicionário Aurélio da língua portuguesa. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, pagina 102 e 104, 14ª ed., São Paulo: Malheiros Editores Ltda. 2002. NUNES, Andrea. Terceiro Setor, Controle e fiscalização, 2ª ed., São Paulo: Editora Método Ltda. 2006. RAFAEL, Edson José, Fundações e Direito 3º Setor, página 12, Companhia Melhoramentos, 1997. REGULES, Luiz Eduardo Patrone, Terceiro Setor, Regime Jurídico das OSCIPs, pagina 146, 1ª ed., São Paulo: Editora Método Ltda. 2006. SILVA, Maria das Graças Bigal Barboza da e SILVA, Ana Maria Viegas da Silva, Terceiro Setor, Gestão das Entidades Sociais, (ONG – OSCIPs – OS), Belo Horizonte: Editora Fórum Ltda. 2008. Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Manual básico Repasses públicos ao Terceiro Setor, pagina 104, São Paulo, 2007.
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ANEXO A – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.790/99.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999.
Regulamento
Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I DA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA
SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde
que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos
instituídos por esta Lei.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa
jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados,
conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais,
brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu
patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica
integralmente na consecução do respectivo objeto social.
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§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao
cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades
descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria
profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um
círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por
órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o
sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o
princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das
Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes
finalidades:
I - promoção da assistência social;
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II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de
participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de
participação das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção de a segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e
de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito
às atividades mencionadas neste artigo.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas
configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações
correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda
pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins
lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas
interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham
sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e da eficiência;
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II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a
obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em
decorrência da participação no respectivo processo decisório;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência
para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as
operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores
da entidade;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio
líquido será transferido à outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,
preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta;
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação
instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com
recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será
transferido à outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,
preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que
atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços
específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na
região correspondente a sua área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que
determinarão, no mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas
Brasileiras de Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício
fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade,
incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-
os à disposição para exame de qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o
caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme
previsto em regulamento;
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d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos
pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme
determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de
conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a
percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título. (Incluído pela Lei nº
10.539, de 2002)
Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de
direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por
esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído
com cópias autenticadas dos seguintes documentos:
I - estatuto registrado em cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda;
V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.
Art. 6o Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da
Justiça decidirá, no prazo de trinta dias, deferindo ou não o pedido.
§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias
da decisão, certificado de qualificação da requerente como Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público.
§ 2o Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do § 1o, dará ciência da
decisão, mediante publicação no Diário Oficial.
§ 3o O pedido de qualificação somente será indeferido quando:
I - a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2o desta Lei;
II - a requerente não atender aos requisitos descritos nos arts. 3o e 4o desta Lei;
III - a documentação apresentada estiver incompleta.
Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou
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judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados,
ampla defesa e o devido contraditório.
Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de
erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público,
é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da
qualificação instituída por esta Lei.
CAPÍTULO II DO TERMO DE PARCERIA
Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento
passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de
vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de
interesse públicas previstas no art. 3o desta Lei.
Art. 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público
e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos,
responsabilidades e obrigações das partes signatárias.
§ 1o A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de
Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos
níveis de governo.
§ 2o São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:
I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;
II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos
prazos de execução ou cronograma;
III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a
serem utilizados, mediante indicadores de resultado;
59
IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento,
estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o
detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos
oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e
consultores;
V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as
quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre
a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das
metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas
dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões
mencionadas no inciso IV;
VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União,
conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de Parceria e de
demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado
estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da
documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos
previstos no Termo de Parceria.
Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e
fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade
fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de
atuação existentes, em cada nível de governo.
§ 1o Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser
analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão
parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
§ 2o A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a
avaliação procedida.
§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que
trata esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na
legislação.
60
Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou
bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal
de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.
Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei, havendo
indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os
responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-
Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da
indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes,
bem como de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na
Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei Complementar no 64, de 18 de maio de
1990.
§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e
825 do Código de Processo Civil.
§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de
bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior,
nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor
dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das
atividades sociais da organização parceira.
Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias,
contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para
compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os
princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei.
Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da
celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade.
61
CAPÍTULO III DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-
partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.
Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos
interessados, livre acesso público a todas as informações pertinentes às Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público.
Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos,
qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos os
requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea
dessas qualificações, até dois anos contados da data de vigência desta Lei.
§ 1o Findo o prazo de dois anos, a pessoa jurídica interessada em manter a
qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia
automática de suas qualificações anteriores.
Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos,
qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos aos
requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea
dessas qualificações, até cinco anos contados da data de vigência desta Lei. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter a
qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia
automática de suas qualificações anteriores. (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.216-37, de 2001)
§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica
perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.
62
Art. 19. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de trinta dias.
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 23 de março de 1999; 178o da Independência e 111o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Renan Calheiros
Pedro Mallan
Ailton Barcelos Fernandes
Paulo Renato Souza
Francisco Dornelles
Waldeck Ornélas
José Serra
Paulo Paiva
Clovis de Barros Carvalho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.3.1999
63
ANEXO B – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.637/98.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 9.637, DE 15 DE MAIO DE 1998.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - Seção I Da Qualificação
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção
e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos
previstos nesta Lei.
Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no
artigo anterior habilitem-se à qualificação como organização social:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
Conversão da MPv nº 1.648-7, de 1998
Dispõe sobre a qualificação de entidades
como organizações sociais, a criação do
Programa Nacional de Publicização, a
extinção dos órgãos e entidades que menciona
e a absorção de suas atividades por
organizações sociais, e dá outras
providências.
64
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de
direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do
estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle
básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de
representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios
financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado
ou membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que
lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas
atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra
organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao
patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na
proporção dos recursos e bens por estes alocados;
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como
organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área
de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da
Administração Federal e Reforma do Estado.
Seção II Do Conselho de Administração
Art. 3o O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que
dispuser o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos
de qualificação, os seguintes critérios básicos:
I - ser composto por:
65
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder
Público, definidos pelo estatuto da entidade;
b) 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos representantes de entidades
da sociedade civil, definidos pelo estatuto;
c) até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os
membros ou os associados;
d) 10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do
conselho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade
moral;
e) até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida
pelo estatuto;
II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter mandato de
quatro anos, admitida uma recondução;
III - os representantes de entidades previstos nas alíneas "a" e "b" do inciso I devem
corresponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) do Conselho;
IV - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de
dois anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;
V - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho, sem
direito a voto;
VI - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano e,
extraordinariamente, a qualquer tempo;
VII - os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços que, nesta
condição, prestarem à organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da
qual participem;
VIII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade
devem renunciar ao assumirem funções executivas.
Art. 4o Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser
atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras:
I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;
II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;
III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;
66
IV - designar e dispensar os membros da diretoria;
V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;
VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade por
maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros;
VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a
estrutura, forma de gerenciamento, os cargos e respectivas competências;
VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o
regulamento próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação
de obras, serviços, compras e alienações e o plano de cargos, salários e benefícios
dos empregados da entidade;
IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão,
os relatórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria;
X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os
demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio
de auditoria externa.
Seção III Do Contrato de Gestão
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o
instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como
organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e
execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1o.
Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou
entidade supervisora e a organização social, discriminará as atribuições,
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social.
Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo
Conselho de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade
supervisora da área correspondente à atividade fomentada.
Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e,
também, os seguintes preceitos:
67
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a
estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem
como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem
utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens
de qualquer natureza a serem percebidos pelos dirigentes e empregados das
organizações sociais, no exercício de suas funções.
Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de
atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que
sejam signatários.
Seção IV Da Execução e Fiscalização do Contrato de Gestão
Art. 8o A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será
fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à
atividade fomentada.
§ 1o A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do Poder Público
supervisora signatária do contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer
momento, conforme recomende o interesse público, relatório pertinente à execução
do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os
resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao
exercício financeiro.
§ 2o Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser
analisados, periodicamente, por comissão de avaliação, indicada pela autoridade
supervisora da área correspondente, composta por especialistas de notória capacidade
e adequada qualificação.
§ 3o A comissão deve encaminhar à autoridade supervisora relatório conclusivo
sobre a avaliação procedida.
Art. 9o Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de
recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
68
Art. 10. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo anterior, quando assim
exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público, havendo indícios fundados de
malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização
representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ou à Procuradoria
da entidade para que requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade
dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente
público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público.
§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e
825 do Código de Processo Civil.
§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de
bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior,
nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor
dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das
atividades sociais da entidade.
Seção V Do Fomento às Atividades Sociais
Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas
como entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais.
Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários
e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 1o São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as
respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso
previsto no contrato de gestão.
§ 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do
contrato de gestão parcela de recursos para compensar desligamento de servidor
cedido, desde que haja justificativa expressa da necessidade pela organização social.
69
§ 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais,
dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do
contrato de gestão.
Art. 13. Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados
por outros de igual ou maior valor, condicionado a que os novos bens integrem o
patrimônio da União.
Parágrafo único. A permuta de que trata este artigo dependerá de prévia avaliação do
bem e expressa autorização do Poder Público.
Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as
organizações sociais, com ônus para a origem.
§ 1o Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor
cedido qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.
§ 2o Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por
organização social a servidor cedido com recursos provenientes do contrato de
gestão, ressalvada a hipótese de adicional relativo ao exercício de função temporária
de direção e assessoria.
§ 3o O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo a que fizer juz no órgão de
origem, quando ocupante de cargo de primeiro ou de segundo escalão na organização
social.
Art. 15. São extensíveis, no âmbito da União, os efeitos dos arts. 11 e 12, § 3o,
para as entidades qualificadas como organizações sociais pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios, quando houver reciprocidade e desde que a legislação
local não contrarie os preceitos desta Lei e a legislação específica de âmbito federal.
Seção VI Da Desqualificação
Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade
como organização social, quando constatado o descumprimento das disposições
contidas no contrato de gestão.
70
§ 1o A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o
direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual
e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
§ 2o A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores
entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
CAPÍTULO II DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 17. A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias
contado da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio contendo os
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para
compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.
Art. 18. A organização social que absorver atividades de entidade federal
extinta no âmbito da área de saúde deverá considerar no contrato de gestão, quanto
ao atendimento da comunidade, os princípios do Sistema Único de Saúde, expressos
no art. 198 da Constituição Federal e no art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de setembro
de 1990.
Art. 19. As entidades que absorverem atividades de rádio e televisão educativa
poderão receber recursos e veicular publicidade institucional de entidades de direito
público ou privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de
programas, eventos e projetos, vedado a veiculação remunerada de anúncios e outras
práticas que configurem comercialização de seus intervalos. (Regulamento)
Art. 20. Será criado, mediante decreto do Poder Executivo, o Programa
Nacional de Publicização - PNP, com o objetivo de estabelecer diretrizes e critérios
para a qualificação de organizações sociais, a fim de assegurar a absorção de
atividades desenvolvidas por entidades ou órgãos públicos da União, que atuem nas
atividades referidas no art. 1o, por organizações sociais, qualificadas na forma desta
Lei, observadas as seguintes diretrizes:
I - ênfase no atendimento do cidadão-cliente;
71
II - ênfase nos resultados, qualitativos e quantitativos nos prazos pactuados;
III - controle social das ações de forma transparente.
Art. 21. São extintos o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, integrante da
estrutura do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -
CNPq, e a Fundação Roquette Pinto, entidade vinculada à Presidência da República.
§ 1o Competirá ao Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado
supervisionar o processo de inventário do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a
cargo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq,
cabendo-lhe realizá-lo para a Fundação Roquette Pinto.
§ 2o No curso do processo de inventário da Fundação Roquette Pinto e até a
assinatura do contrato de gestão, a continuidade das atividades sociais ficará sob a
supervisão da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
§ 3o É o Poder Executivo autorizado a qualificar como organizações sociais, nos
termos desta Lei, as pessoas jurídicas de direito privado indicadas no Anexo I, bem
assim a permitir a absorção de atividades desempenhadas pelas entidades extintas por
este artigo.
§ 4o Os processos judiciais em que a Fundação Roquette Pinto seja parte, ativa ou
passivamente, serão transferidos para a União, na qualidade de sucessora, sendo
representada pela Advocacia-Geral da União.
Art. 22. As extinções e a absorção de atividades e serviços por organizações
sociais de que trata esta Lei observarão os seguintes preceitos:
I - os servidores integrantes dos quadros permanentes dos órgãos e das entidades
extintos terão garantidos todos os direitos e vantagens decorrentes do respectivo
cargo ou emprego e integrarão quadro em extinção nos órgãos ou nas entidades
indicados no Anexo II, sendo facultada aos órgãos e entidades supervisoras, ao seu
critério exclusivo, a cessão de servidor, irrecusável para este, com ônus para a
origem, à organização social que vier a absorver as correspondentes atividades,
observados os §§ 1o e 2o do art. 14;
II - a desativação das unidades extintas será realizada mediante inventário de seus
bens imóveis e de seu acervo físico, documental e material, bem como dos contratos
72
e convênios, com a adoção de providências dirigidas à manutenção e ao
prosseguimento das atividades sociais a cargo dessas unidades, nos termos da
legislação aplicável em cada caso;
III - os recursos e as receitas orçamentárias de qualquer natureza, destinados às
unidades extintas, serão utilizados no processo de inventário e para a manutenção e o
financiamento das atividades sociais até a assinatura do contrato de gestão;
IV - quando necessário, parcela dos recursos orçamentários poderá ser reprogramada,
mediante crédito especial a ser enviado ao Congresso Nacional, para o órgão ou
entidade supervisora dos contratos de gestão, para o fomento das atividades sociais,
assegurada a liberação periódica do respectivo desembolso financeiro para a
organização social;
V - encerrados os processos de inventário, os cargos efetivos vagos e os em comissão
serão considerados extintos;
VI - a organização social que tiver absorvido as atribuições das unidades extintas
poderá adotar os símbolos designativos destes, seguidos da identificação "OS".
§ 1o A absorção pelas organizações sociais das atividades das unidades extintas
efetivar-se-á mediante a celebração de contrato de gestão, na forma dos arts. 6o e 7o.
§ 2o Poderá ser adicionada às dotações orçamentárias referidas no inciso IV parcela
dos recursos decorrentes da economia de despesa incorrida pela União com os cargos
e funções comissionados existentes nas unidades extintas.
Art. 23. É o Poder Executivo autorizado a ceder os bens e os servidores da
Fundação Roquette Pinto no Estado do Maranhão ao Governo daquele Estado.
Art. 23-A. Os servidores oriundos da extinta Fundação Roquette Pinto e do
extinto Território Federal de Fernando de Noronha poderão ser redistribuídos ou
cedidos para órgãos e entidades da Administração Pública Federal,
independentemente do disposto no inciso II do art. 37 e no inciso I do art. 93 da Lei
no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, assegurados todos os direitos e vantagens,
inclusive o pagamento de gratificação de desempenho ou de produtividade, sem
alteração de cargo ou de tabela remuneratória. (Incluído pela Medida Provisória nº
479, de 2009)
73
Parágrafo único. As disposições do caput aplicam-se aos servidores que se
encontram cedidos nos termos do inciso I do art. 22 e do art. 23 desta Lei. (Incluído
pela Medida Provisória nº 479, de 2009)
Art. 23-A. Os servidores oriundos da extinta Fundação Roquette Pinto e do
extinto Território Federal de Fernando de Noronha poderão ser redistribuídos ou
cedidos para órgãos e entidades da Administração Pública Federal,
independentemente do disposto no inciso II do art. 37 e no inciso I do art. 93 da Lei
no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, assegurados todos os direitos e vantagens,
inclusive o pagamento de gratificação de desempenho ou de produtividade, sem
alteração de cargo ou de tabela remuneratória. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
Parágrafo único. As disposições do caput aplicam-se aos servidores que se
encontram cedidos nos termos do inciso I do art. 22 e do art. 23 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 12.269, de 2010)
Art. 24. São convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no
1.648-7, de 23 de abril de 1998.
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 15 de maio de 1998; 177o da Independência e 110o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Malan
Paulo Paiva
José Israel Vargas
Luiz Carlos Bresser Pereira
Clovis de Barros Carvalho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 18.5.1998 e retificado no DOU
25.5.1998
74
ANEXO C – QUADRO DE ENTIDADES
ÓRGÃO E
ENTIDADE
EXTINTOS
ENTIDADE
AUTORIZADA A SER
QUALIFICADA
REGISTRO CARTORIAL
Laboratório Nacional
de Luz Síncrotron
Associação Brasileira de
Tecnologia de Luz Síncrotron
- ABTLus
Primeiro Ofício de Registro de
Títulos e Documentos da Cidade de
Campinas - SP, nº de ordem
169367, averbado na inscrição nº
10.814, Livro A-36, Fls 01.
Fundação Roquette
Pinto
Associação de Comunicação
Educativa Roquette Pinto -
ACERP
Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
Av. Pres. Roosevelt, 126, Rio de
Janeiro - RJ, apontado sob o nº de
ordem 624205 do protocolo do
Livro A nº 54, registrado sob o nº
de ordem 161374 do Livro A nº 39
do Registro Civil das Pessoas
Jurídicas.
ANEXO D – QUADRO DE ENTIDADES
ÓRGÃO E ENTIDADE
EXTINTOS QUADRO EM EXTINÇÃO
Laboratório Nacional de Luz
Síncrotron
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - CNPq
Fundação Roquette Pinto Ministério da Administração Federal e Reforma do
Estado
75
ANEXO E – EXEMPLO DO MODELO DO SITE
Exemplo do modelo da pagina do TCESP – Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo, dando prestações de contas e transparência para consultas do cidadão, e
até servir como base para estudos para planejamentos futuros.
Repasses a entidades do Primeiro e Terceiro Setores
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em atenção aos princípios da
publicidade e transparência, e de novos procedimentos de fiscalização, torna pública
a relação dos repasses concedidos por órgãos das administrações, municipal e
estadual a entidades do primeiro e terceiro setores, por meio de contratos de gestão,
termos de parceria, convênios, auxílios, subvenções e contribuições.
Exercício de 2010
Repasses de Origem Municipal (posição em 20.05.2011)
Arquivos em formato 'pdf': (3 arquivos)
o Resumo dos repasses o Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria o Auxílios, Subvenções e Contribuições
Arquivo original em formato 'MSExcel': (uma pasta com 3 planilhas - formato para donwload: 'zip')
o Repasses de Origem Municipal
Repasses de Origem Estadual
Transferências do Governo do Estado de São Paulo para as Prefeituras Municipais
Transferências do Governo do Estado de São Paulo para o 1º e 3º setores
Exercício de 2009
Repasses de Origem Municipal (posição em 10.05.2010)
Arquivos em formato 'pdf': (3 arquivos)
o Resumo dos repasses
76
o Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria o Auxílios, Subvenções e Contribuições
Arquivo original em formato 'MSExcel': (uma pasta com 3 planilhas - formato para donwload: 'zip')
o Repasses de Origem Municipal
Repasses de Origem Estadual
Transferências do Governo do Estado de São Paulo para as Prefeituras Municipais
Transferências do Governo do Estado de São Paulo para o 1º e 3º setores
Exercício de 2008
Repasses de Origem Estadual
As auditorias competentes estão preparando o roteiro de visitas para avaliação do atendimento às finalidades da entidade e às reais condições de funcionamento. A partir de abril próximo também estarão disponíveis os valores repassados pelas Prefeituras Municipais. (Março / 2009)
Transferências a Municípios efetuadas pelo Governo do Estado (exceto Auxílios, Subvenções e Contribuições) - Exercício de 2008
Auxílios, Subvenções e Contribuições do Governo do Estado para o 1º e 3º Setores - Exercício de 2008
Repasses de Origem Municipal
Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria - Exercício de 2008
Auxílios, Subvenções e Contribuições - Exercício de 2008
Exercício de 2007
Repasses de Origem Estadual
Entes Governamentais e Organizações Sociais - Exercício de 2007
Auxílios, Subvenções e Contribuições - Exercício de 2007
Repasses de Origem Municipal
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Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria - Exercício de 2007
Auxílios, Subvenções e Contribuições - Exercício de 2007
Visitas e Fiscalizações realizadas nas Entidades
Repasses ao Terceiro Setor -Auditorias "In Loco" realizadas em 2008
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http://www4.tce.sp.gov.br/cidadao?quicktabs_cidadao=3#quicktabs-cidadao