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TRABALHO “ESCRAVO” NO SÉC. XXI
Roteiro
•O que é considerado trabalho escravo atualmente?
•Legislação e infrações trabalhistas•Trabalho escravo colonial x trabalho
escravo no séc. XXI•Escravidão: ainda uma realidade brasileira•Estratégias do Governo no combate ao
trabalho escravo no Brasil•Caso Zara
O que é considerado trabalho escravo atualmente?
Código Penal Brasileiro (Artigo 149):•quando o trabalhador é submetido a
trabalhos forçados;•quando o trabalhador é submetido a
jornadas exaustivas;•quando se sujeita o trabalhador a
condições degradantes de trabalho;•quando se restringe a locomoção do
trabalhador em razão de dívida.
O que é considerado trabalho escravo atualmente?•“Todo trabalho ou serviço exigido de um
indivíduo sob ameaça de uma pena qualquer para o qual não se apresentou voluntariamente“ (OIT)
O que é considerado trabalho escravo atualmente?Somente em 1998 a escravidão passou a
ser considerada crime contra a humanidade sob pena de o infrator ser submetido ao processo de julgamento do Tribunal Penal das Nações Unidas.
Em 2005 havia segundo dados da OIT:•12.3 milhões de escravos;•77% delas na Ásia ;Entre 2004 e 2008, o Ministério do
Trabalho resgatou 21.667 trabalhadores nessa situação.
Convenções Internacionais
Declaração Universal dos Direitos HumanosArt. IV – “Ninguém será mantido em escravidão ou servidão: a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas”.
Convenção No 29 da OITTrabalho forçado (1930): dispõe sobre a eliminação do trabalho forçado ou obrigatório em todas as suas formas. Exceções: o serviço militar, o trabalho penitenciário supervisionado e o trabalho obrigatório em situações de emergência.
Convenção No 105 da OITAbolição do trabalho forçado (1957): proíbe o uso de toda forma de trabalho forçado ou obrigatório como meio de coerção ou de educação política; como castigo por expressão de opiniões políticas ou ideológicas; a mobilização de mão-de-obra; como medida disciplinar no trabalho, punição por participação em greves, ou como medida de discriminação.
Convenção nº 29 da OIT sobre o trabalho escravo
Art. 2º. “ Trabalho forçado ou obrigatório” designará todo trabalho ou serviço exigido de um indivíduo sob ameaça ou qualquer penalidade e para qual ele não se ofereceu de espontânea vontade”.
“O trabalho forçoso não pode equiparar-se simplesmente com salários baixos ou com condições de trabalho precárias. O trabalho forçoso constitui uma grave violação dos direitos humanos e uma restrição a liberdade pessoal (...) (RELATÓRIO OIT, 2005).
Legislação de combate nacional de suporte ao combate ao trabalho escravo
Instrução Normativa Intersecretarial MTB n.º 1 de 24 de março de 1994
Dispõe sobre procedimentos da Inspeção do Trabalho na Área Rural.
Portaria n.º 549, de 14 de junho de 1995Estabelece procedimentos para a atuação da Fiscalização Móvel
Portaria n° 369 de 26.03.96 Institui as Coordenações Nacional e Regionais e
estabelece procedimentos adequados às ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHOINFRAÇÕES TRABALHISTA (1)
• CONTRATOS NÃO FORMALIZADOS• FALTA DE PAGAMENTO DE SALÁRIO• RETENCÃO DE DOCUMENTOS• ALICIAMENTO E RECRUTAMENTO DE TRABALHOR• CONTRATOS ATRAVÉS DE “GATOS”, PESSOA QUE RECRUTA E CONTRATA OS TRABALHADORES• CONTRATACÃO DE TRABALHADOR SEM DOCUMENTO
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHOINFRAÇÕES TRABALHISTA (2)• MORADIA EM PRECÁRIAS CONDIÇÕES • NÃO FORNECEM ÁGUA• EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL• CUIDADOS MÉDICOS (EXAMES ADMISSIONAIS E
DEMISSIONAIS)• AUSÊNCIA DE MATERIAIS DE PRIMEIROS SOCORROS• MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM PROTEÇÃO (COM
RISCO DE ACIDENTE)• TRANSPORTE IRREGULAR DE TRABALHADOR• USO INADEQUADO DE AGROTÓXICOS• AUSÊNCIA DAS COMISSÕES DE PREVENÇÃO DE
ACIDENTES • AUSÊNCIA DE PROFISSIONAIS DE SEGURAÇA E SAÚDE NO
TRABALHO• ATIVIDADE INSALUBRE (TRABALHO EM CURRAIS,
AGROTÓXICOS, CARVOARIAS)• AUSÊNCIA DE INSTALAÇÃO SANITÁRIA
Trabalho análogo ao escravoCondutas típicas
1. RECRUTAMENTO DE TRABALHADOR;2. RETENÇÃO DE DOCUMENTOS;3. SERVIDÃO POR DÍVIDAS (COMPRA DE OBRIGATÓRIA
DE MERCADORIAS E EQUIPAMENTOS PARA O TRABALHO)
4. TRABALHADORES CONSTROEM ALOJAMENTOS (BARRACOS)
5. PRESENÇA DE VIGILÂNCIA ARMADA OU FAZENDA ISOLADAS COM DIFÍCIL ACESSO;
6. ALIMENTAÇÃO DE PÉSSIMA QUALIDADE E AUSÊNCIA DE ÁGUA POTÁVEL;
7. NÃO HÁ PAGAMENTOS DE SALÁRIOS. OS TRABALHADORES SÓ CONTRAEM DÍVIDAS;
8. AMEAÇAS, ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS SEM PRESTAÇÃO DE SOCORROS (E MUITO COMUM MALARIA, FEBRES, CALAFRIOS,)
9. NÃO HA LIBERDADE DE ROMPER COM O TRABALHO10. O TRABALHADOR NÃO É SUJEITO DE DIREITOS. É
ESCRAVO.
Trabalho escravo colonial x Trabalho escravo no séc.XXI
• No período colonial: tráfico e comercialização de índios e negros (africanos). Se referia a correntes e a cor da pele. Viviam em senzalas
• No Séc. XXI: privação de liberdade, direitos humanos desrespeitados, condições subumanas, jornadas excessivas de trabalho.
Trabalho escravo colonial x Trabalho escravo no séc.XXI
•“Segundo alguns críticos e pesquisadores as condições atuais são ainda piores do que as sofridas pelos negros até o sec. XIX, pois hoje eles são descartáveis.”
•“Diferentemente de antigamente, onde se existia apenas um dono, atualmente os trabalhadores trocam de “dono” constantemente.”
Escravidão: ainda uma realidade brasileira
•Escravidão abolida do Brasil em maio de 1988 pela Lei Áurea
•No Brasil só a partir de 1993 que a imprensa nacional iniciou a divulgação da existência do trabalho escravo
Escravidão: ainda uma realidade brasileira
•Na relação de escravidão, presume-se a existência de um beneficiado e de alguém que realiza o trabalho.
•Terceirização e o trabalho escravo
•Escravidão por meio da peonagem ou servidão
Escravidão: ainda uma realidade brasileira
•Escravidão moderna e os chamados “gatos”
•Cerca de 85% dos trabalhadores são originários dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará
•95% dos trabalhadores escravos se encontram na pecuária, agricultura e desmatamento.
Estratégias do Governo contra o trabalho escravo no Brasil
Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo•Em 2003 foi lançado o 1º Plano Nacional
de Erradicação do Trabalho Escravo: contendo 76 ações, a serem cumpridos pelos órgãos do Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, entidades da sociedade civil e organismos internacionais.
•Em 2008, foi lançado o 2º Plano Nacional renovando o compromisso do Governo Federal com a causa.
Consequências do Plano Nacional
•Um balanço realizado pela Secretaria de Inspeção de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego apresentou que no período de 2003 a 2010, 32 mil pessoas foram libertadas depois de serem mantidas em situações de escravidão. foram realizadas 451 operações, com 1.567 fazendas fiscalizadas e mais de R$ 25 milhões pagos em indenizações
Proposta de Emenda Constitucional - PEC
• Em agosto de 2010, a candidata à Presidência da República Dilma Rousseff assinou a Carta-Compromisso contra o Trabalho Escravo, comprometendo-se a tornar o tema uma das prioridades de seu governo caso seja eleita.
• A PEC, número 438 foi apresentada em 1999, pelo ex-senador Ademir Andrade (PSB-PA), sob o número 57/1999. Ela propõe nova redação ao Art. 243 da Constituição Federal, que trata do confisco de propriedades.
A "PEC do Trabalho Escravo"
•É um dos projetos mais importantes de combate à escravidão, não apenas pelo forte instrumento de repressão que pode criar, mas também pelo seu simbolismo, pois revigora a importância da função social da terra, já prevista na Constituição.
Déficit de auditores fiscais do trabalho
•WILLIAM DOUGLAS: Juiz Federal escreveu em agosto de 2011, uma carta a presidenta Dilma, solicitando em caráter de urgência a nomeação de 220 novos Auditores Fiscais do Trabalho (AFTs). Douglas, afirma que, o país não pode ignorar a necessidade desses fiscais.
Dez importantes motivos para a nomeação dos AFTs
1. OIT – Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), temos um déficit de 1.650 auditores fiscais do trabalho no país.
2. Arrecadação – No Brasil, entre os anos de 2003 e 2010,
foram registrados 15 milhões de empregos formais, parte disso por conta da atuação direta de fiscais do trabalho.
3. Financiamento de programas do governo – O FGTS, fundo recolhido apenas de trabalhadores formais e muito graças à atuação dos fiscais do trabalho, teve, entre os anos de 2000 e 2010, valor notificado de 8 bilhões de reais.
Dez importantes motivos para a nomeação dos AFTs
5. Combate ao trabalho infantil – Ainda uma realidade em diversas regiões do país, a exploração de mão de obra infantil/juvenil pode ser eliminada com fiscais em número suficiente.
6. Combate a acidentes de trabalho e doenças profissionais - Outro motivo para a nomeação dos AFTs : é o aumento (segundo dados da Previdência) de registros de acidentes de trabalho e doenças profissionais. Em 2009, foram registradas 2,5 mil mortes por acidentes de trabalho no Brasil, o que corresponde a uma morte a cada 3,5 horas. Estes acidentes caracterizam enorme prejuízo.
7. Desafogamento da Justiça do Trabalho - Muitos dos processos em tramitação poderiam ter sido evitados pela orientação e atuação dos AFTs.
Dez importantes motivos para a nomeação dos AFTs8. Benefício aos empresários corretos – Os AFTs terminam por serem aliados dos bons empresários, pois, ao fiscalizar quem anda errado, evitam que estes, e não outros, tenham vantagens competitivas no mercado.
9. Prejuízo ao serviço – As aposentadorias, falecimentos e migrações para outros cargos vêm fazendo com que o número de fiscais diminua. Em 1996 eram cerca de 3.500 em atividade, hoje não passam de 2.850.
10. Justiça social – Os AFTs ajudam a combater a exploração do homem pelo homem e a violação de direitos fundamentais.
Medidas adotadas pelo executivo que visa o combate o trabalho escravo
• A PEC, considerada um dos principais instrumentos para combater a impunidade na área.
• “Lista suja” – O governo vedou financiamento público a pessoas físicas e jurídicas que foram condenados administrativamente por exploração de trabalho escravo.
• O Cadastro de Empregadores constitui -se em uma das mais importantes medidas implementadas.
• Recadastramento agrário – O Ministério do Desenvolvimento Agrário adotou medidas de recadastramento agrário e fiscalização cadastral dos imóveis constantes na "Lista Suja".
Caso Zara
Caso Zara
•Em Junho de 2011 a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) flagrou diversas oficinas contratadas pela Zara com trabalhadores em situações análogas a escravidão;
•As maior parte das vítimas libertadas pela fiscalização foram aliciadas na Bolívia;
•48 autos de infração contra a Zara devido as irregularidades em duas das oficinas.
Valores
Salários entre R$ 274 a R$ 460
Valor por peça costurada:•Dono da oficina: R$ 7 •Costureiro: R$ 2 •Custos para as despesas com
alimentação, moradia e etc: R$ 2
Valor da roupa na loja:R$ 139
Condição dos trabalhadores
•Contratações completamente ilegais;•Trabalho infantil;•Condições degradantes;•Jornadas exaustivas de até 16h diárias;•Cerceamento de liberdade (o truck system
e proibição de deixar o local de trabalho sem prévia autorização);
Condição das oficinas
•Poucas janelas, quase sempre fechadas;•Não respeitavam nenhuma norma referente
à Saúde e Segurança do Trabalho;•Perigo iminente de incêndio;•Ambientes apertados, sem ventilação e sujos;•Tecidos escuros pendurados impedindo a
visão do que acontecia do lado de dentro das células de produção têxtil ocultas e improvisadas.
Fluxograma de logística
Número de empregados
Vídeo Zara
Considerações Finais• Infelizmente o trabalho escravo ainda é um mal comum
em nosso meio. • Empresários, administradores optam por conduzir seus
negócios de forma contraria a lei. Atitudes empresariais como essa, podem trazer prejuízos irrecuperáveis para qualquer organização.
• Numa época em que cresce o número de consumidores que buscam informação sobre a conduta das organizações e seus processos produtivos, fica evidente a necessidade das empresas adotarem uma atuação pautada em valores éticos e socioambientais, desenvolvendo relação de transparência com a sociedade.
OBRIGADO!!!