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I
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
Fundada em 18 de fevereiro de 1808
Monografia
O uso do Role Play no ensino de Habilidades de Comunicação e
Relacionais: Percepção dos alunos
Renata Souto Viana
Salvador (Bahia)
Fevereiro, 2014
II
FICHA CATALOGRÁFICA (elaborada pela Bibl. SONIA ABREU, da Bibliotheca Gonçalo Moniz : Memória da Saúde Brasileira/SIBI-UFBA/FMB-UFBA)
Viana, Renata Souto V617 O uso do Role play no ensino de habilidades de comunicação e relacionais: percepção dos alunos / Renata Souto Viana. Salvador: RS,Viana, 2014. VIII. 39 fls. [fig., graf.]
Inclui anexos. Orientadora: Profª. Drª. Lísia Marcílio Rabelo. Monografia (Conclusão de Curso) Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina da Bahia, Salvador, 2013.
1. Educação médica. 2. Simulação - metodologia. 3. Role play. I. Rabelo, Lísia Marcílio. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina. III. Título.
CDU – 378:61
III
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
Fundada em 18 de fevereiro de 1808
Monografia
O uso do Role Play no ensino de Habilidades de Comunicação e
Relacionais: Percepção dos alunos
Renata Souto Viana
Professora orientadora: Lísia Marcílio Rabelo
Monografia de Conclusão do Componente
Curricular MED-B60/2013.2, como pré-
requisito obrigatório e parcial para conclusão
do curso médico da Faculdade de Medicina da
Bahia da Universidade Federal da Bahia,
apresentada ao Colegiado do Curso de
Graduação em Medicina.
Salvador (Bahia)
Fevereiro, 2014
IV
Monografia: O uso do Role Play no ensino de Habilidades de Comunicação e
Relacionais: Percepção dos alunos, de Renata Souto Viana.
Professora orientadora: Lísia Marcílio Rabelo
COMISSÃO REVISORA:
Lísia Marcílio Rabelo (Presidente), Professora adjunta do Departamento de Saúde da
Família da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.
Luis Fernando Fernandes Adan, Professor adjunto do Departamento de Pediatria da
Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.
Francisco Soares N. Sampaio, Doutorando do Curso de Doutorado do Programa de Pós-
graduação em Ciências da Saúde (PPgCS) da Faculdade de Medicina da Bahia da
Universidade Federal da Bahia.
TERMO DE REGISTRO ACADÊMICO: Monografia avaliada
pela Comissão Revisora, e julgada apta à apresentação pública no VI
Seminário Estudantil de Pesquisa da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA,
com posterior homologação do conceito final pela coordenação do Núcleo de
Formação Científica e de MED-B60 (Monografia IV). Salvador (Bahia), em
___ de _____________ de 2014.
V
Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o
melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a
Deus, não sou o que era antes. (Marthin Luther King)
VI
Aos meus pais, Carlos Alberto Viana e
Rosângela Viana e aos meus irmãos Patrícia,
Ricardo e Roberto.
VII
EQUIPE
Renata Souto Viana, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Endereço eletrônico:
Lísia Marcílio Rabelo, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Endereço eletrônico:
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)
FONTES DE FINANCIAMENTO
1. Recursos próprios.
VIII
AGRADECIMENTOS
À minha professora orientadora, Lísia Marcílio Rabelo, pelo apoio, atenção e dedicação
desprendidos durante toda caminhada de construção deste trabalho.
Aos meus amigos de turma, pelo companheirismo de sempre, apoiando-me na confecção deste
trabalho.
Aos alunos, sujeitos da pesquisa, que aceitaram participar do estudo e assim ajudaram na
ampliação do conhecimento científico.
1
ÍNDICE
ÍNDICE DE FIGURAS.....................................................................................................................2
ÍNDICE DE QUADRO.....................................................................................................................3
ÍNDICE DE GRÁFICOS..................................................................................................................4
I. RESUMO.......................................................................................................................................6
II. REFERÊNCIAL TEÓRICO......................................................................................................7
III. JUSTIFICATIVA......................................................................................................................10
IV. OBJETIVOS..............................................................................................................................11
V. METODOLOGIA.....................................................................................................................12
VI. RESULTADOS..........................................................................................................................17
VII. DISCUSSÃO.............................................................................................................................27
VIII.CONCLUSÃO..........................................................................................................................31
IX. LIMITAÇÕES DO ESTUDO................................................................................................32
X. APOSTAS FUTURAS.............................................................................................................33
XI. SUMMARY.............................................................................................................................34
XII. REFERÊNCIAS......................................................................................................................35
XIII. ANEXOS.................................................................................................................................37
Anexo I. Modelo do termo de consentimento.....................................................................................37
Anexo II. Modelo do questionário.....................................................................................................39
2
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1: Discussão Inicial...................................................................................................................................14
FIGURA 2: Avaliação Cognitiva.................................................................................................................14
FIGURA 3: Planejamento para o Role-Play...............................................................................................15
FIGURA 4: Role-Play propriamente dito....................................................................................................15
FIGURA 5: Debriefing................................................................................................................................................16
3
ÍNDICE DE QUADRO
QUADRO 1: Cronograma da atividade de Role Play......................................................................................14
4
ÍNDICE DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Os temas dos
encontros foram adequados para o meu aprendizado”.......................................................................17
GRÁFICO 2: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Li os artigos
indicados previamente”......................................................................................................................18
GRÁFICO 3: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Considerei os
artigos indicados úteis para fundamentar minha participação na
atividade”............................................................................................................................................18
GRÁFICO 4: Avaliação da técnica de role play pelos alunos – Assertivas:......................................19
A)“Considerei minha participação no subgrupo de observadores relevante para meu
aprendizado”.........................................................................................................................................19
B)“Considerei minha participação no subgrupo de paciente/paciente – familiar relevante
para meu aprendizado”.........................................................................................................................19
C) “Considerei minha participação no subgrupo de médico relevante para meu
aprendizado”.......................................................................................................................................20
GRÁFICO 5: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “As situações
simuladas me pareceram reais”..........................................................................................................20
GRÁFICO 6: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “O feedback de
meus colegas foi útil para minha aprendizagem”...............................................................................21
GRÁFICO 7: Avaliação da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “A condução do tutor
durante o debriefing foi adequada”....................................................................................................21
GRÁFICO 8: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Os encontros de
role play contribuem para a preparação de atendimento médico de
qualidade”...........................................................................................................................................22
GRÁFICO 9: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “O aprendizado
nesses encontros me será útil como futuro profissional”...................................................................22
GRÁFICO 10: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “O aprendizado
nesses encontros será útil nas minhas relações interpessoais”.............................................................23
Continuação
5
GRÁFICO 11: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Me senti
estimulado a estudar mais após as atividades”...................................................................................23
GRÁFICO 12: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Estou satisfeito
com o uso da técnica de role play para o ensino das habilidades de comunicação e
relacionais”......................................................................................................................................................24
6
I Resumo
Introdução: O role play é uma técnica que permite o treinamento voltado para a aquisição de
conhecimentos, atitudes e habilidades em diversas situações. Em 2012, o curso semiologia médica da
FMB-UFBA, adotou a técnica de role play para o ensino de habilidades de comunicação e
relacionais (HbCR). O uso de novas metodologias de ensino requer constantes avaliações quanto à
sua aceitação, aplicabilidade e efetividade. Objetivos: Avaliar a percepção dos alunos quanto ao uso
da metodologia de role play para ensino das HbCRs; e se há diferenças relativas à faixa etária e
gênero quanto às percepções. Metodologia: A amostra foi constituída por 149 voluntários, alunos da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB- UFBA), matriculados no curso de
semiologia, em 2012. A percepção dos alunos quanto à técnica de role play foi avaliada através de
instrumento contendo 14 assertivas, em uma escala de Likert, e duas questões abertas. Resultados: A
maioria dos participantes era do sexo masculino (51%) e com idade entre 20 e 25 anos (76,6%). Um
percentual significativo de alunos considerou os temas dos encontros adequados para o aprendizado
(87,9%), referiu ler os artigos selecionados previamente (57%), e os considerou úteis para a
participação na atividade (88,6%). A participação em todos os subgrupos, “médicos”, “pacientes” /
“paciente – familiar e “observador”, foi considerada relevante para o aprendizado, por
respectivamente: 77,1%, 67,7% e 76,5% da amostra. As situações simuladas pareceram reais para
65,7% da amostra. Durante o debriefing, 83,8% dos alunos considerou o feedback dos colegas útil e
86,5% a condução do tutor adequada. Quanto a contribuição da técnica, 81,8% da amostra a
considerou útil para a preparação de um atendimento médico de qualidade; 85,9% para o futuro
profissional; e 75,1% para as relações interpessoais. Apenas 55,7% dos alunos referiram que houve
estímulo ao estudo após o uso da técnica. A satisfação com a atividade foi referida por 77,8% .
Conclusão: De acordo com a percepção dos alunos, a técnica de role play foi bem aceita e avaliada
para o ensino das HbCR. Não houve diferença significativa em relação a percepção dos alunos de
acordo com o sexo e faixa etária.
Palavras – chaves: Educação Médica, Metodologia de Simulação, Role Play.
7
II Referencial Teórico
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Graduação em
Medicina1, as escolas médicas devem oferecer aos graduandos uma formação generalista, humanista,
crítica e reflexiva. Desta forma, espera-se que, durante a graduação, o aluno seja capacitado a atuar,
pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com
ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde. Neste sentido, o desenvolvimento
de Habilidades de Comunicação e Relacionais (HbCR) se revela essencial na formação médica. As
habilidades de comunicação não compreendem apenas o domínio da linguagem verbal, demandam
também a compreensão da linguagem não verbal2.
Sem HbCR, o médico jamais será capaz de estabelecer um vínculo efetivo com o paciente,
apreender sua história, compreender sua perspectiva, propor e negociar intervenções. Além disso,
HbCR se fazem necessárias não só durante o contato do médico com seu paciente, mas também no
contato com os familiares de seus pacientes, colegas e outros profissionais de saúde. De uma forma
mais ampla: com a comunidade na qual atua.3,4
Enquanto a elaboração e implantação de estratégias educacionais para o desenvolvimento de
HbCR tem sido um desafio para muitas escolas médicas, outras têm sido bem sucedidas com o uso
de metodologias de simulação (MS), como o role-play e a simulação de alta fidelidade.5,6
As MS visam inserir os alunos no processo de aprendizagem através de uma prática assistida
e orientada. No contexto educativo “simular” significa reproduzir um sistema, fenômeno ou processo
que pretende estudar com o fim de compreendê-lo melhor7.
Através de simulações de situações reais ou hipotéticas, reproduzem-se, de forma
simplificada, fatos ou processos sobre os quais os sujeitos têm de tomar diversas decisões com o fim
de atingir objetivos concretos. Através da simulação chega-se ao conhecimento do tema objeto de
estudo de forma experiencial e empática. Deste fato deriva um dos aspectos mais interessantes destas
técnicas que consiste em potenciar a aprendizagem baseada não só no saber ou conhecer, mas
também, e especialmente no saber fazer. Dentre estas metodologias, uma delas tem sido muito
utilizada, o Role Play8.
As MS apresentam uma série de vantagens sobre as chamadas usualmente de “metodologias
passivas” ou aquelas que envolvem o desenvolvimento de habilidades a partir, exclusivamente, da
interação entre alunos e pacientes reais. Em contraste com as metodologias passivas, as de simulação
atendem as especificidades do aprendizado do adulto: (1) problema-centrado, (2) significante (ligado
a seu cotidiano), e de (3) aplicabilidade imediata.9 Muitas são as pesquisas que indicam que
8
“participação ativa” no processo de aprendizagem proporciona um aumento de sua efetividade.10,11
Além disso, a experimentação ativa, principalmente se acompanhada por emoções intensas, costuma
resultar num aprendizado duradouro.12
O ciclo contínuo do aprendizado por experimentação poderia
ser resumido em 3 fases: planejamento, ação e reflexão.10
Obviamente, não se pode negar a importância do aprendizado advindo da interação entre
aluno e paciente real. E, é justamente por reconhecê-la, que as MS se fazem necessária. A utilização
das MS oferece a possibilidade de tornar o aluno mais apto e seguro para o encontro com o paciente
real. 13
Entre as MS utilizadas para o ensino sobre comunicação na educação médica, o role play
merece destaque. O role play um método que permite o treinamento voltado para a aquisição de
conhecimentos, atitudes e habilidades em uma variedade de situações. De uma forma simples, os
participantes são convidados a atuar, assumindo papéis específicos, num determinado cenário. Os
participantes são solicitados a atuar conforme acreditam que seus personagens se comportariam num
cenário real. Por exemplo, no contexto do ensino médico da graduação, um aluno seria solicitado a
assumir o papel do “médico”, agindo de forma que considera como “ideal”, enquanto outros
assumiriam o papel do paciente / paciente e familiar, de acordo com um script pré-determinado. 14,15
Em geral, uma sessão de role play tem três fases: na fase inicial, o grupo, ciente da proposta
da sessão (exemplo: orientação para a cessação do tabagismo), prepara-se para a atuação. Nesta fase
pode-se ou não fazer uso de scripts/roteiros pré-determinados para os alunos que atuarão como
paciente/familiar.13
Na segunda fase, ocorre a encenação propriamente dita. O debriefing, processo
de reflexão guiada ou facilitada no ciclo de aprendizado por experiência, constitui a última etapa do
role play.16
Na metodologia de role-play, todas as formas de participação oferecidas aos alunos
(“médico”, “paciente” e “observador”) são extremamente ricas em termos de aprendizado, sendo
ideal que as três sejam vivenciadas. O aluno que atua como “médico” tem a oportunidade de treinar
suas habilidades, receber feedback e refletir sobre sua performance. A atuação do aluno como
“paciente” ou “familiar” permite a compreensão da perspectiva do “outro”, contribuindo para a
aquisição de uma conduta mais particularizada e humana, “centrada no paciente”, durante a atuação
como “médico”. O “papel” de observador propicia o desenvolvimento crítico e reflexivo do aluno.
Se o aluno-“médico” exercita sua interação com o “paciente”, os observadores têm uma
oportunidade de exercitar sua interação com os colegas ao emitir sua avaliação sobre a condução da
cena. 17
9
Como qualquer metodologia, esta também apresenta limitações. Em relação ao role play,
destaca-se a falta de autenticidade das cenas e a inibição dos alunos de atuarem como pacientes.18
Na Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o
ensino das HbCR encontra-se, em grande parte, sob a responsabilidade do Componente Curricular
MED B16 do Módulo Clínico I. Este Componente Curricular, voltado ao ensino semiológico, com
foco na normalidade, está vinculada ao Departamento de Saúde da Família, e é oferecido aos alunos
do 3o semestre do curso médico. Somente no 4
o semestre do curso médico, os alunos passam a atuar,
sob supervisão, em cenários ambulatoriais e hospitalares, interagindo com pacientes reais.
Com o intuito de tornar a transição do estudante da FMB entre cenário “fictício” e “real” mais
adequado, garantindo maior segurança tanto ao estudante como ao paciente no momento de sua
interação, os docentes do componente curricular MED B16 passaram a utilizar metodologias de
simulação no ensino das HbCR no primeiro semestre letivo de 2012.
Todas as metodologias de ensino precisam de constantes avaliações quanto à sua aceitação,
aplicabilidade e efetividade. Sendo assim, a compreensão da percepção dos alunos torna-se
fundamental neste processo avaliativo.
Este estudo se propõe a avaliar a percepção dos alunos acerca do uso da metodologia de role
play no ensino das HbCR no componente curricular MED B16 da FMB.
10
III Justificativa
O desenvolvimento de HbCR, essencial para a formação médica, exige dos docentes e
instituições de ensino, investimentos que possam proporcionar um aprendizado efetivo. A escolha da
metodologia para o ensino deve estar em consonância com as DCN, garantindo uma formação
humanista, crítica e reflexiva.
Neste sentido, no ano de 2012, docentes do componente curricular MED B16 da FMB
passaram a utilizar metodologia de simulação (role play) no ensino das HbCR .
As metodologias de ensino requerem planejamento cuidadoso e constantes avaliações quanto
à sua aceitação, aplicabilidade e efetividade. Sendo assim, a compreensão da percepção dos alunos
torna-se fundamental neste processo avaliativo.
11
IV Objetivos
Objetivo primário
Avaliar a percepção dos alunos quanto ao uso da técnica de role play para ensino de HbCR.
Objetivos secundários
1) Avaliar a percepção dos alunos quanto ao uso da técnica de role play para ensino de HbCR
de acordo com e sexo dos alunos;
2) Avaliar a percepção dos alunos quanto ao uso da técnica de role play para ensino de HbCR
de acordo coma faixa etária.
12
V Metodologia
Este estudo faz parte do “Projeto de Desenvolvimento de Habilidades de Comunicação e
Relacionais (HbCR) através de Metodologias de Simulação”, aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Complexo Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) no ano de 2012,
parecer de número 98/2012. Trata-se de um estudo de corte transversal com análise qualitativa e
quantitativa.
Foram convidados a participar do estudo, alunos matriculados no componente curricular
MED B16, do curso médico da FMB da UFBA, no 1o e 2
o semestres de 2012, 84 e 83 alunos
respectivamente.
Ao final do curso, o projeto de pesquisa foi apresentado aos alunos. Aqueles que se
voluntariaram a participar, receberam um termo de consentimento livre esclarecido (TCLE) (anexo
1) para análise. Após a assinatura do TCLE, uma cópia do mesmo foi entregue ao voluntário e a
outra foi arquivada pelo pesquisador. Em sequência, os voluntários receberam um instrumento
contendo 14 assertivas para serem avaliadas, através de uma escala de Likert, e duas questões
abertas, acerca de suas percepções em relação ao uso da metodologia de role-play para o ensino das
HbCR (anexo 2).
O instrumento continha duas partes. A primeira destinava-se a obter informações referentes
ao sexo; idade; subgrupos de atuação nas atividades de role play do(a) aluno(a). Para fins de análise,
os participantes do estudo foram divididos em grupos de acordo com a idade: < 19 anos; 20 a 25
anos; 26 a 30 anos e > 31 anos.
A segunda parte tinha como objetivo avaliar a percepção do(a) aluno(a) quanto a técnica de
role play para o ensino das HbCR. As assertivas da 2a parte avaliavam: (1) satisfação do aluno com o
método; (2) adequação dos temas selecionados; (3) utilidade dos artigos para fundamentar a
atividade; (4) veracidade das situações simuladas; (5) utilidade do feedback dos pares; (6) adequação
da conduta do tutor durante o debriefing; (7) relevância da participação no grupo de “observadores”,
“paciente/paciente e familiar” e “médico” para o aprendizado; (8) contribuição dos encontros de role
play para a preparação do atendimento médico; (9) contribuição do aprendizado do role play no
futuro profissional; (10) contribuição do aprendizado do role play nas relações interpessoais; (11)
incentivo de estudo após o encontro; e (12) leitura prévia dos artigos ao encontro.
A apresentação das assertivas no instrumento seguiu a mesma sequência da atividade de role
play. Assim, as assertivas 1 a 3 referiam-se à fase prévia ao role play (fase preparatória); as
assertivas 4 a 9, à fase presencial do role play (4 a 6: planejamento / 7: role play propriamente dito /
13
8 e 9: debriefing); as assertivas 10 a 13 referiam-se à fase pós presencial do role play; e a assertiva
14 à satisfação com a técnica.
Para cada assertiva, os alunos deveriam atribuir um número de um (01) a cinco (05), de
acordo com o seu grau de discordância / concordância: (01) Discordo fortemente, (02) Discordo, (03)
Indiferente, (04) Concordo, (05) Concordo fortemente.
As questões abertas solicitavam que os alunos citassem os pontos positivos e negativos da
técnica de role play empregada para o ensino das HBCR.
Técnica de role play utilizada no ensino das HbCR no componente curricular MED B16
A partir do 1o semestre de 2012, os docentes do componente curricular MED B16 passaram a
fazer uso da técnica de role play para o ensino das HbCR. Os encontros, com a utilização desta
técnica são quinzenais, com duração média de quatro horas. Os grupos de trabalho são formados por
um tutor e vinte alunos. Apenas dois tutores participam dessas atividades, trabalhando dois, dos
quatro grupos, por semana em forma de rodízio.
O desenvolvimento das HbCR estava voltado à promoção à saúde e prevenção dos agravos,
envolvendo a relação direta entre “médico - paciente” e “médico - paciente / familiar”. Cada
encontro tinha uma temática específica: adesão terapêutica; prevenção de câncer de mama e colo de
útero; orientação nutricional para hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM);
orientação para a cessação do tabagismo.
Como a utilização de metodologias de simulação requer a preparação de um “ambiente
seguro de aprendizagem”, no encontro inicial, os alunos foram convidados a expressar sua
conceituação sobre este tipo de ambiente. Os tutores buscaram garantir que noções de
confidencialidade, não julgamento, ética, cooperação, confiança e respeito fossem discutidos. Com o
intuito de minimizar a ansiedade e estimular a participação do grupo, foi trabalhado um tema inicial
familiar aos alunos na 1a atividade: construção da História da Doença Atual (HDA), a partir de uma
queixa. Os objetivos de aprendizado de cada um dos encontros foram bem definidos.
A dinâmica dos encontros previa cinco etapas: uma discussão inicial (Figura 1), com base na
bibliografia indicada, seguida de uma avaliação cognitiva (Figura 2). Em sequência, os alunos eram
solicitados a se dividirem em três subgrupos. Cada subgrupo recebia um script (“médico”, “paciente”
/ “paciente - familiar” ou “observador”) para nortear sua participação específica (Figura 3). Após o
período de “planejamento”, os subgrupos responsáveis pela atuação do “médico” e do “paciente” /
“paciente - familiar” escolhiam um representante para que fosse dado início ao role-play (Figura 4).
O debriefing ocorria após a atividade (Figura 5). As etapas dos encontros foram conduzidas de
acordo com um cronograma pré-determinado (Quadro 1).
14
Quadro 1: Cronograma da atividade de Role-Play.
Cronograma da atividade de Role-Play – 6a feira
1. Discussão Inicial Horário: 7h as 7h30
2. Avaliação cognitiva Horário: 7h30 às 8h
3. Planejamento Horário: 8h as 8h45
4. Intervalo Horário: 8:h45 às 9h
5. Role-play Horário: 9h as 9h30
6. Debriefing Horário: 9h30 às 11h
Figura 1: Discussão Inicial.
Cada encontro tinha início com uma breve discussão sobre a bibliografia indicada. Assim
como durante o debriefing, o tutor atuava estimulando que os alunos expressassem suas dúvidas e
opiniões em relação ao texto, incentivando o máximo a participação do grupo na construção do
saber.
Figura 2: Avaliação Cognitiva.
Após a discussão inicial, era realizada uma avaliação cognitiva para estimar o conhecimento
sobre o tema. A avaliação era baseada nos textos indicados para a discussão.
15
3: Planejamento para o Role-Play.
Na fase de planejamento do role-play, o grupo se dividia em três subgrupos. Cada subgrupo
recebia um script (“médico”, “paciente” / “paciente - familiar” ou “observador”) para nortear sua
participação específica. Cada subgrupo recebia apenas seu script, desconhecendo o dos demais.
O tutor solicitava que a divisão em subgrupos permanecesse a mesma durante todo o curso,
pois os subgrupos seriam solicitados a realizar um rodízio em relação a sua atuação no role-play, de
modo que trabalhassem, pelo menos uma vez, com cada um dos scripts.
Os alunos do subgrupo do “paciente” / “paciente - familiar” eram assegurados que não
haveria necessidade de seguir estritamente os scripts, que a improvisação seria permitida.
Nesta etapa, o tutor se limitava a atender as dúvidas dos alunos, não interferindo no
planejamento.
Figura 4: Role-Play propriamente dito.
Durante o role-play, momento em que um representante do subgrupo de “médico”
contracenava com um representante do subgrupo do “paciente” / “paciente - familiar”, o restante do
grupo se posicionava em semicírculo na sala para assistir a cena.
16
Figura 5: Debriefing
Como dito inicialmente, o feedback (incluindo o debriefing) era a etapa mais importante das
simulações. A condução do tutor durante o debriefing era fundamental para que o processo
transcorresse com sucesso. O tutor procurava garantir um ambiente seguro, onde os alunos se
sentissem respeitados, valorizados. Cabia a ele determinar os parâmetros pelos quais as atitudes e
comportamentos dos alunos seriam analisados.
17
VI Resultados
Ao final do curso, após a realização da última avaliação cognitiva, 149 (89,2%) dos alunos
preencheram, de forma anônima e voluntária, o instrumento elaborado para avaliar o uso da técnica
de role play no desenvolvimento de HbCR.
Desses alunos, 51% eram do sexo masculino. A faixa etária dos alunos variou de 18 a 57
anos, sendo que 8 (5,4%) não informaram a idade. O grupo predominante foi o de alunos com idade
entre 20 a 25 anos (76,6%). Os demais apresentaram a seguinte distribuição: grupo de alunos com
idade < 19 anos (11,3%); com idade entre 26 a 30 (9,2%); e com idade > 30 anos (2,8%).
Em relação às assertivas um (1) a três (3), que se referem à fase prévia ao role play (fase
preparatória). A maioria dos alunos (87,9%) apresentou concordância com a assertiva: “Os temas dos
encontros foram adequados para meu aprendizado” (Gráfico 1).
Gráfico 1: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Os temas dos
encontros foram adequados para o meu aprendizado”.
Cerca de 45% referiram concordar fortemente com a assertiva: “Li os artigos indicados
previamente”, enquanto 31,5% afirmaram discordar fortemente da mesma (Gráfico 2).
18
Gráfico 2: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Li os artigos
indicados previamente”.
A assertiva: “Considerei os artigos indicados úteis para fundamentar minha participação na
atividade”, obteve 88,6% de concordância e apenas 4% de discordância (Gráfico 3).
Gráfico 3: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Considerei os
artigos indicados úteis para fundamentar minha participação na atividade”.
As assertivas quatro (4) a nove (9) referem-se à fase presencial do role play (4 a 6:
planejamento / 7: role play propriamente dito / 8 e 9: debriefing).
O instrumento forneceu dados quanto à participação dos alunos por subgrupo: 81,2%
participou do subgrupo “médicos”; 83,8% do subgrupo “paciente” / “paciente – familiar”; 93,9% do
subgrupo “observadores”. A análise das assertivas em relação à contribuição no aprendizado de
acordo com a participação nos três (3) subgrupos foi realizada apenas com os alunos que tiveram a
oportunidade de atuar em todos os subgrupos (cerca de 70% da amostra).
19
A contribuição considerada mais significativa para o aprendizado foi a participação no
subgrupo de “médicos”. A concordância à assertiva: “Considerei minha participação no subgrupo de
“médicos” relevante para meu aprendizado” foi de 77,1%. A participação no subgrupo de
“pacientes” / “paciente – familiar” obteve concordância de 67,7% dos alunos e no subgrupo de
“observadores” a concordância foi de 76,5% (Gráfico 4 A, B e C).
Gráfico 4: Avaliação da técnica de role play pelos alunos – Assertivas:
A) “Considerei minha participação no subgrupo de observadores relevante para meu aprendizado”.
B) “Considerei minha participação no subgrupo de paciente/paciente – familiar relevante para meu
aprendizado”.
20
C) “Considerei minha participação no subgrupo de médico relevante para meu aprendizado”.
A maioria dos alunos (65,7%) apresentou concordância na avaliação da assertiva: “As
situações simuladas me pareceram reais” (Gráfico 5).
Gráfico 5: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “As situações
simuladas me pareceram reais”.
A contribuição do feedback de seus pares para o aprendizado, também foi avaliada de forma
positiva pelos alunos. Cerca de 80% dos alunos apresentaram concordância à assertiva: “O feedback
de meus colegas foi útil para mim” (Gráfico 6).
21
Gráfico 6: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “O feedback de
meus colegas foi útil para minha aprendizagem”.
A assertiva: “A condução do tutor durante as atividades de debriefing (análise pós role play)
foram adequadas” apresentou uma concordância de 86,5% (Gráfico 7).
Gráfico 7: Avaliação da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “A condução do tutor
durante o debriefing foi adequada”.
As assertivas 10 a 13 referem-se à fase pós presencial do role play.
Os alunos, em sua maioria, apresentaram concordância de 81,8% com a assertiva: “Os
encontros de role play contribuem para a preparação de atendimento médico de qualidade” (Gráfico
8).
22
Gráfico 8: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Os encontros de
role play contribuem para a preparação de atendimento médico de qualidade”.
Grande parte dos alunos concordou (85,9%) com a assertiva: “O aprendizado nesses
encontros me será útil como futuro profissional” (Gráfico 9).
Gráfico 9: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “O aprendizado
nesses encontros me será útil como futuro profissional”.
“O aprendizado nesses encontros será útil nas minhas relações interpessoais” foi uma
assertiva com 75,1% de concordância entre os alunos que responderam ao questionário (Gráfico 10).
23
Gráfico 10: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “O aprendizado
nesses encontros será útil nas minhas relações interpessoais”.
Quanto à assertiva: “Me senti estimulado a estudar mais após as atividades” houve uma
concordância de 55,7%, no entanto, 32,8% consideraram a assertiva indiferente, porcentagem maior
do que a das concordâncias separadamente (Gráfico 11).
Gráfico 11: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Me senti
estimulado a estudar mais após as atividades”.
Em relação a satisfação com a utilidade da técnica, a assertiva: “ Estou satisfeito com o uso
da técnica de role play para o ensino das HbCR”, apresentou 77,8% de concordância e apenas 10%
de discordância (Gráfico 12).
24
Gráfico 12: Avaliação do uso da técnica de role play pelos alunos – Assertiva: “Estou satisfeito
com o uso da técnica de role play para o ensino das HbCR”.
Quanto à análise por sexo, os homens e as mulheres apresentaram grau de concordância
equivalentes em relação às assertivas um (1), dois (2) e três (3) da fase prévia ao role play, em torno
de 85%.
Em relação à fase presencial do role play, na análise das assertivas quatro (4), cinco (5) e seis
(6) sobre o planejamento do role play, também não houve diferença entre o grau de concordância
entre os sexos, estando o mesmo em torno de 80%.
Ainda em relação à fase presencial do role play, na assertiva sete (7) sobre o role play
propriamente dito e nas assertivas oito (8) e nove (9) sobre o debriefing, os homens apresentaram
uma concordância maior que a das mulheres, em torno de 70% para a primeira e 86% nas duas
últimas para os homens e 60% e 83%, respectivamente, para as mulheres.
As assertivas 10, 11, 12 e 13 referentes à fase pós role play também possuíram um grau de
concordância maior entre os homens em relação às mulheres, variaram de 61% a 89% nos homens e
de 50% a 83% nas mulheres.
Quanto à satisfação dos alunos com a técnica, houve uma pequena diferença entre os sexos. O
grau de concordância foi de 78% para as mulheres e de 77,6% para os homens.
As opiniões dos alunos também foram analisadas por grupos etários, em relação às assertivas
um (1), dois (2) e três (3) referentes à fase prévia ao role play, o grupo predominante dos alunos com
idades entre 20 e 25 anos apresentou um grau de concordância em torno de 80%. Enquanto que, o
grupo com idades menor do que 19 anos, entre 26 e 30 anos e com mais de 30 anos apresentaram
graus de concordância em torno de 90%, 80% e 75% respectivamente.
25
As assertivas quatro (4), cinco (5), seis (6), sete (7), oito (8) e nove (9) referentes à fase
presencial do role play foram avaliadas de forma muito semelhante entre os grupos etários dos
alunos. O grau de concordância nestas assertivas variou de 50% a 100%.
Referente à fase pós presencial do role play, na análise das assertivas 10, 11, 12 e 13 pelos
alunos, o grau de concordância para o grupo com idades menores do que 19 anos foi uma média de
73%, no de idades entre 20 e 25 anos foi de 74%, no de idades entre 26 e 30 anos foi de 72% e
naqueles com idades maior do que 30 anos foi de 81%.
A análise da satisfação dos alunos com a técnica de role play, referente à questão 14,
apresentou um grau de concordância de 87,5% pelos alunos com idades menores do que 19 anos,
75,9% pelos alunos com idades entre 20 e 25 anos, 78,5% pelos alunos com idades entre 26 e 30
anos e de 75% pelos alunos com idades maiores do que 30 anos.
Ao final do instrumento os alunos foram convidados a responder duas questões abertas. A
maioria deles, 103 (61,6%), respondeu às questões, sendo 54 (52,4%) do sexo feminino. Em relação
à faixa etária, o grupo de alunos de 20 a 25 anos foi o que apresentou maior responsividade às
questões abertas (77,3%) e 6 (5,82%) alunos que responderam a estas questões não informaram a
idade.
As opiniões dos alunos sobre os aspectos positivos e negativos sobre a técnica de role play
foram categorizadas de acordo com seu conteúdo. Em relação aos aspectos positivos da técnica, as
opiniões foram divididas em cinco categorias: (1) Preparação para a prática médica, responsável por
59,2% dos comentários; (2) Relação Médico-paciente, responsável por 35,9% dos comentários; (3)
Ensino centrado no aluno, responsável por 51,4% dos comentários; (4) Habilidades de comunicação,
responsável por 3,8% dos comentários; (5) Relações interpessoais, responsável por 19,4% dos
comentários.
Na categoria referente à “Preparação para a prática médica”. Os comentários dos alunos
referiam como pontos positivos da técnica: à exposição às situações práticas, semelhança com
situações reais, como forma de pôr em prática o conteúdo teórico, a forma como eram conduzidas as
atividades e como as mesmas eram executadas.
Na categoria “Relação médico-paciente”, os comentários dos alunos referiam como pontos
positivos da técnica: possibilidade de aproximação com o paciente, forma de adquirir experiência
para o primeiro contato com o paciente. A afirmação “Colocar em prática a flexibilidade que teremos
que ter ao lidar com o paciente” foi mencionada por oito (8) alunos.
26
Nos comentários agrupados na categoria “Ensino centrado no aluno”, as estratégias de
aprendizado utilizadas, o incentivo à participação dos alunos em todas as fases da execução da
atividade foram os pontos positivos mais levantados pelos alunos.
Na categoria “Habilidades de comunicação” os comentários dos alunos em relação aos pontos
positivos da técnica foram referentes ao treinamento do discurso médico, o desenvolvimento das
habilidades para falar em público e se comunicar de forma não verbal.
Na categoria “Relações interpessoais” os alunos destacaram como pontos positivos:
interações entre colegas e professores.
Em relação aos aspectos negativos da técnica, as opiniões também foram divididas em três
categorias: (1) “Condução da técnica”; (2) “frequência e duração da atividade”; (3) “Demandas
técnicas”.
Diferentes professores e, consequentemente diferentes formas de condução das atividades
práticas de role play foram temas prevalentes na categoria “Condução da técnica”. A “Falta de
uniformidade na forma de condução do debriefing” foi motivo de queixa dos alunos.
Na categoria “Frequência e duração da atividade”, 12 alunos demonstraram insatisfação com
o tempo de execução da atividade de role play, bem como, com o número reduzido das mesmas
durante o semestre. “Atividade pouco frequente” foi mencionada por seis (6) alunos em suas
respostas.
Em relação à categoria “Demandas técnicas”, 32 alunos opinaram. Algumas das queixas se
referiam à elaboração das atividades: falta de clareza dos materiais utilizados como base para a
atividade e a não participação de todos os alunos no mesmo dia de atividade.
Na análise por faixa etária, o grupo com idades entre 20 e 25 anos foi predominante entre os
alunos que responderam às questões abertas, 75 (72,8%) alunos. Os grupos com alunos de idades
menores do que 19 anos, entre 26 e 30 anos e maiores do que 30 anos apresentaram um índice de
responsividade às questões abertas de 7,7%, 11,6% e 1,9% respectivamente. Além disso, seis (5,8%)
dos alunos que responderam às questões abertas não informaram suas idades.
Em relação à responsividade das questões abertas de acordo com o sexo, foi observado que as
mulheres apresentaram um índice maior do que o dos homens, 52,4% (54 alunas) e 47,5% (49
alunos) respectivamente.
27
VII Discussão
O presente estudo avaliou as percepções dos alunos do curso de semiologia médica da FMB-
UFBA quanto ao uso da técnica de role play para o ensino das HbCRs.
O fato da maioria dos alunos (89,2%) convidados a participar deste estudo ter se voluntariado
a responder o instrumento que lhes foi apresentado para avaliar o uso da técnica de role play é de
grande importância. Uma participação restrita poderia inviabilizar o estudo, pois o objetivo era o de
avaliar a percepção do grupo. Apesar da técnica de role play já ser amplamente utilizada, em
diversas instituições de ensino médico para o aprendizado sobre comunicação, com sucesso tanto do
ponto de vista docente como discente, cada grupo apresenta particularidades e o uso de novas
técnicas requer avaliações constantes no que se refere à aceitação, aplicabilidade e efetividade.
O instrumento foi construído de forma a permitir a análise de todas as fases envolvendo a
técnica de role play: Fase de preparação, Fase presencial, Fase pós-presencial.
Em relação à Fase de Preparação, os percentuais de concordância das assertivas: “Os temas
dos encontros foram adequados para meu aprendizado” e “Considerei os artigos indicados úteis para
fundamentar minha participação na atividade”, 87,9% e 88,6% respectivamente, sugerem que tanto
os temas como a bibliografia indicada foram adequadas. A fase preparatória é essencial para o
sucesso da atividade, uma vez que a aquisição de habilidades de comunicação na área medica
também requer conhecimento técnico. O médico precisa ter o conhecimento para poder transmiti-lo,
no entanto a compreensão das informações por parte do paciente depende da forma como o médico
transmite a informação. É fundamental que temas e bibliografia estejam condizentes com o estágio
do aprendizado do aluno. A escolha dos temas deve respeitar as especificidades do aprendizado do
adulto: (1) problema-centrado, (2) significante (ligado a seu cotidiano), e de (3) aplicabilidade
imediata. Como ao final do curso de semiologia, espera-se que o aluno esteja apto a atuar em
promoção à saúde e prevenção dos agravos, os temas e bibliografia estiveram de acordo com os
objetivos do curso. O percentual de concordância da assertiva: “Li os artigos indicados previamente”,
de 57%, foi considerado baixo. A falta de leitura prévia é causa de atraso no andamento da atividade,
pois muitos alunos realizam a leitura dos textos no momento reservado à discussão entre os grupos.
Deve ser levado em consideração que o curso de semiologia ocorre em um semestre extremamente
atribulado para os alunos, com carga horária presencial elevada em sala de aula. Este fato pode ter
comprometido a leitura prévia do material proposto para as atividades de role play.
Em relação à Fase Presencial, três assertivas tinham por objetivo avaliar a percepção dos
alunos quanto à relevância da participação nos diferentes subgrupos. Vale destacar que só foram
analisadas as respostas dos alunos que tiveram a oportunidade de participar de todos os subgrupos
28
(70% da amostra). Os percentuais de concordância para as assertivas: “Considerei minha
participação no subgrupo de médicos, paciente/paciente + familiar e observador relevante para
meu aprendizado” foi respectivamente de 77,1%, 67,7% e 76,5%.
O alto índice de concordância para a assertiva: “Considerei minha participação no subgrupo
de médico relevante para meu aprendizado”, reflete o objetivo dos alunos do curso que é atuar como
um profissional médico, ser o condutor de uma anamnese e poder colocar em prática seu desejo de
estar em contato com o paciente em uma consulta médica. Vale destacar o percentual de
concordância das outras duas assertivas. A importância da participação no subgrupo de
“paciente/paciente + familiar”, como colocado nas questões abertas, reside no fato de muitos alunos
considerarem fundamental se “colocar no lugar do paciente” para compreender sua percepção do
processo saúde doença. A relevância atribuída pelos alunos em relação à participação no subgrupo de
observador pode ser atribuída à possibilidade de um “olhar mais apurado e critico” da condução do
“encontro médico-paciente” por parte dos que observavam a cena “livres” da emoção que predomina
nos dois outros subgrupos.
O Role Play propriamente dito pôde ser avaliado pelos alunos na assertiva: “As situações
simuladas me pareceram reais” que obteve mais de 65% de concordância. O realismo da cena é
crítico para que haja maior envolvimento dos alunos e que a aprendizagem seja otimizada. A
semelhança das situações propostas nas atividades de role play com a realidade desperta um maior
interesse dos alunos e os estimula a atuar da melhor forma possível. A falta de veracidade das cenas,
uma das maiores preocupações dos docentes, dado as características da sala e o tamanho da turma,
não se revelou limitante para o uso da técnica.
Os alunos consideraram importante o feedback dos seus pares e o percentual de concordância
para a assertiva “O feedback de meus colegas foi útil para mim” foi alto. Vale destacar que um ganho
secundário da técnica de role-play é o aprimoramento das HbCR na relação com os pares. Os alunos
aprendem a expressar suas críticas e sugestões de maneira construtiva, de forma a não comprometer
a auto-estima de quem as recebe. Outro ganho é a valorização da participação dos pares no processo
de ensino-aprendizagem.
Ainda em relação ao debriefing, a assertiva “A condução do tutor durante as atividades de
debriefing (análise pós role play) foram adequadas”, apresentou alto índice de concordância entre os
alunos (86,5%). Podemos supor que este fato demonstra que, de uma forma geral, houve um
empenho dos professores para que esta atividade fosse desenvolvida de forma que os alunos se
sentissem em ambiente seguro, com liberdade de expressão.
Três assertivas avaliaram a fase pós role play. A assertiva “Os encontros de role play
contribuem para a preparação de atendimento médico de qualidade”, obteve mais de 80% de
29
concordância. Na realidade, essa assertiva sugere apenas que a utilização desta técnica de simulação
foi capaz de reduzir a ansiedade dos alunos para o encontro “real” com o paciente. Somente com a
análise das respostas dos concluintes do componente curricular MED B20, Fundamentos de Clínica
Médica, a essa assertiva, poderemos inferir que os encontros de role play contribuem para a
preparação de atendimento médico de qualidade na percepção dos alunos.
A maioria dos alunos também concordou com a assertiva “O aprendizado nesses encontros
me será útil como futuro profissional” (85,9%). Esta assertiva sugere que os alunos reconheceram a
importância do desenvolvimento das HbCR para sua atuação profissional.
Grande parte dos alunos, mais de 75%, apresentou concordância com a afirmação “O
aprendizado nesses encontros será útil nas minhas relações interpessoais”. Como dito anteriormente,
o uso da técnica de role-play não se propõe apenas a estimular o desenvolvimento das HbCR entre
médico e paciente, mas também entre médicos e familiares do paciente, e entre médicos e outros
profissionais de saúde.
A análise da assertiva: “Me senti estimulado a estudar mais após as atividades” apresentou
uma concordância de pouco mais de 50% por parte dos alunos. Vale ressaltar, que esta afirmativa
também apresentou um grau de indiferença pelos alunos relevante, de cerca de 30%. Este dado
sugere que os docentes que coordenam a atividade revejam formas de estimular mais seus alunos a
dar continuidade à busca e ao aprimoramento dos conhecimentos. Uma possibilidade é a orientação
de textos complementares com destaques para a importância de cada um deles.
Finalizando a análise das assertivas em relação à satisfação dos alunos quanto à técnica de
role play, os alunos avaliaram positivamente com cerca de 80% de concordância. A satisfação dos
alunos com as técnicas de ensino são fundamentais para a sua efetividade. O aprendizado deve ser
prazeroso para ser efetivo.
O sexo e a faixa etária dos alunos não demonstraram exercer diferenças significativas nas
questões propostas no instrumento.
Ao final os alunos responderam duas questões abertas sobre aspectos negativos e positivos da
técnica de role play para o ensino das HbCR no componente curricular MED B16. A maioria dos
alunos respondeu às questões, demonstrando o interesse de se expressar.
As opiniões dos alunos foram agrupadas de acordo com os temas mencionados dentro dos
grupos maiores relacionados aos pontos positivos e negativos.
Os aspectos positivos, mencionados nas questões abertas, revelam uma satisfação com o uso
da técnica, principalmente, pelo fato dela oferecer uma possibilidade de treinamento com supervisão
para o encontro com o paciente.
30
Os aspectos negativos, mencionados nas questões abertas, apontam para a necessidade de: (1)
reavaliação do uso da técnica em grupos grandes, onde a participação de todos os integrantes nem
sempre é possível; (2) elaboração de instruções preparatórias para a atividade mais claras; (3)
treinamento dos docentes que irão conduzir a atividade de forma a garantir maior uniformidade; (4)
ampliar a temática e frequência dos encontros.
31
VIII Conclusão
A partir da análise da avaliação feita pelos alunos a respeito da utilização da técnica de
simulação role play para o ensino das HbCR no componente curricular MEDB 16 e com base nos
objetivos estabelecidos para este estudo foi possível concluir que:
1) A técnica de simulação role play foi bem aceita e bem avaliada pelos alunos para o ensino
das HbCR;
2) A percepção dos alunos sobre a técnica de role play não variou de acordo com sexo e faixa
etária;
3) Alunos com idades entre 20 a 25 anos e do sexo feminino foram mais responsivos às
questões abertas.
32
IX Limitações do Estudo
Este estudo foi realizado com aplicação de um instrumento avaliativo aos alunos do terceiro
semestre no final do mesmo. Eles foram convidados a participar e fazer a avaliação proposta ao
estudo no final da última avaliação teórico cognitiva do componente curricular MEDB 16.
Sendo assim, é importante perceber que a não adesão de alguns alunos ao estudo ou a não
fidedignidade de suas avaliações estejam relacionadas ao cansaço e ao estresse do momento.
No entanto, este era um momento onde, com certeza, se encontraria a maioria dos alunos
reunidos para que pudessem fazer a avaliação das atividades desenvolvidas durante todo o semestre.
33
X Apostas Futuras
Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar as percepções dos alunos quanto ao
emprego da técnica de simulação role play para o ensino das HbCR no componente curricular
MEDB 16.
Como toda e qualquer metodologia de ensino empregada para o aprendizado de outrem, esta
deve ser avaliada por aqueles que dela farão uso.
Durante a análise das percepções dos alunos, foi possível notar que eles apresentaram alto
índice de satisfação com o método, no entanto, também fizeram ressalvas e deram algumas
sugestões.
A fim de melhorar a dinâmica da atividade, como foi mencionado nos comentários dos
alunos, é preciso que se pense em uma forma de tornar as atividades mais frequentes bem como de
estender a duração das atividades para favorecer o aprendizado dos alunos.
Além disso, tentar formar turmas menores para que todos os alunos participem de todas as
atividades e promover um “treinamento” dos professores tutores previamente, o favorecimento de
um aprendizado contínuo e uniforme deverão ser metas a serem batidas durante a programação das
próximas atividades.
34
XI SUMMARY
Introduction: role play is a technique that allows the training focused on the acquisition of
knowledge, attitudes and skills in various situations. In 2012, the course medical semiology of the
Faculty of Medicine of the Federal University of Bahia (FMB-UFBA) adopted the technique of role
play for teaching communication skills and relational (HbCR). The use of new teaching
methodologies requires constant reviews as to its acceptance, applicability and effectiveness.
Objectives: to assess the students' perceptions regarding the use of role play methodology for
teaching HbCR and if there are differences related to age and gender as the perceptions. Methods:
the sample consisted of 149 volunteers, students of the FMB-UFBA, enrolled in the course of
semiology, in 2012. The students' perception about the technique of role play was assessed using an
instrument containing 14 assertions, on a Likert scale and two open questions. Results: most
participants were male (51%) and aged between 20 and 25 years (76.6%). A significant percentage of
students considered the topics of the meetings appropriate for learning (87.9%), reported reading the
articles previously selected (57%) and considered them useful for the participation in the activity
(88.6%). Participation in all subgroups, "medical", "patients" / "patient – family and "observer" was
considered relevant for learning, by respectively 77.1%, 67.7% and 76.5% of the sample. The
simulated situations seemed real to 65.7% of the sample. During the debriefing, 83.8% of students
considered useful feedback from colleagues and 86.5% proper conduct of the tutor. Regarding the
contribution of the technique, 81.8% of the sample considered useful for the preparation of a quality
medical care; 85.9% for the professional future and 75.1% for interpersonal relationships. Only
55.7% of students reported that there was a stimulus to the study after the use of the technique.
Satisfaction with activity was reported by 77.8%. Conclusion: according to the students' perception,
the technique of role play was well accepted and evaluated for teaching HbCR. There was no
significant difference in the perception of students according to gender and age.
Key-words: Medical Education, Simulation Methodology, Role Play.
35
XII Referências
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médico: estruturação, experiência e desafios em novos currículos médicos. Rev Bras Edu Med, 32 (2): 264 –
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realism, and perceived effect. BMC Medical Education, 10:27.
37
Anexo 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Título do Estudo: O uso do Role Play no ensino de Habilidades de Comunicação e Relacionais: Percepção dos alunos.
Aluna: Renata Souto Viana
Orientadora: Profa. Lísia Marcílio Rabelo
Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa. Por favor, leia este documento com bastante atenção antes de
assiná-lo. Caso haja alguma palavra ou frase que o(a) senhor(a) não consiga entender, converse com os pesquisadores
responsáveis pelo estudo, para esclarecê-los. A proposta deste termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é explicar
tudo sobre o estudo e solicitar a sua permissão para participar do mesmo.
Introdução
Você foi escolhido como candidato(a) para esse projeto de pesquisa por ter realizado matrícula para cursar o Componente
Curricular MED B16 do Módulo Clínico I da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Todos os alunos
matriculados neste Componente Curricular serão convidados, assim como você, a participar. Caso aceite participar, é
necessário que você compreenda a proposta, a natureza e as implicações relacionadas à sua participação.
Descrição do estudo
No presente estudos estamos avaliando a opinião dos alunos no ensino das habilidades de comunicação e relacionais (HbCR),
essenciais à prática medica, através do uso de metodologias de simulação: role-play .
Objetivo do Estudo
Conhecer a opinião dos alunos a respeito da aquisição de Habilidades de Comunicação e Relacionais no ensino médico,
através da utilização de metodologias de simulação (role-play ).
Duração do Estudo
A sua participação no estudo corresponderá ao preenchimento de um único questionário de 17 questões. O preenchimento
compreenderá no máximo 10 minutos.
Procedimento do Estudo
Se concordar em ser voluntário nesse estudo, você:
a) Preencherá um único questionário de 17 questões que visa conhecer sua opinião quanto ao uso do role-play no ensino das
habilidades de comunicação e relacionais (HbCR).
Riscos Potenciaise Desconforto
Gasto de no máximo 10 minutos no preenchimento de um questionário.
Benefícios para o participante
As informações obtidas através da sua participação no estudo podem contribuir para a melhoria no ensino das HbCR no curso
médico de sua faculdade.
Compensação
Você não receberá nenhuma compensação financeira para participar desta pesquisa e também não terá nenhuma despesa
adicional.
Participação Voluntária/Desistência do Estudo
Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, ou seja, você somente participa se quiser.
A não participação no estudo não implicará em nenhuma alteração no seu acompanhamento acadêmico, tão pouco alterará
sua relação com a equipe docente. Após assinar o consentimento, você terá total liberdade de retirá-lo a qualquer momento e
deixar de participar do estudo se assim o desejar, sem quaisquer prejuízos à continuidade do semestre letivo e
acompanhamento na instituição.
Utilização de Registros Médicos e Confidencialidade
38
O questionário a ser preenchido não deve ser assinado. Desta forma, o autor não será identificado
Quem Devo Entrar em Contato em Caso de Dúvida
Você receberá uma cópia desse termo de consentimento. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso aos profissionais
responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. A Profa. Dra. Lísia Rabelo, pesquisadora principal,
poderá ser encontrados no Departamento de Saúde da Família da Faculdade de medicina da Universidade Federal da Bahia,
nos respectivos telefones: (71) 9230-0111. Você também poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa ao
qual este projeto foi submetido e aprovado pelo telefone: (71) 3283-8043
Declaração de Consentimento
Concordo em participar do estudo intitulado: O uso do Role Play no ensino de Habilidades de Comunicação e Relacionais:
Percepção dos alunos.
Li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus possiveis benefícios e riscos. Tive a
oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir
participar desta pesquisa. Entendo que ao assinar este documento, ano estou abdicando de nenhum de meus direitos legais
____________________________________________________ Nome do Sujeito de Pesquisa Letra de Forma
Data _____/_____/_________
____________________________________________________ Assinatura do Sujeito de Pesquisa
Data _____/_____/_________
____________________________________________________ Nome do Representante Legal do Sujeito de Pesquisa Letra de Forma (quando aplicável)
Data _____/_____/_________
____________________________________________________ Nome da pessoa obtendo o Consentimento
Data _____/_____/_________
____________________________________________________ Assinatura da Pessoa Obtendo o Consentimento
Data _____/_____/_________
____________________________________________________ Nome do Pesquisador Principal
Data _____/_____/_________
____________________________________________________ Assinatura e Carimbo do Pesquisador Principal
Data _____/_____/_________
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Anexo 2: Questionário de avaliação
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO – TÉCNICA DE ROLE PLAY PARA O ENSINO DE HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO E RELACIONAIS
(HbCR)
DADOS DEMOGRÁFICOS
Semestre letivo: 201___ - ___ Sexo: Feminino Masculino Idade:
Nas atividades de role-play participai dos subgrupos de: “ ” “ ” “ b ”
Avalie as afirmativas abaixo, emitindo sua opinião de acordo com a escala proposta:
(1) Discordo fortemente; (2) Discordo; (3) Indiferente; (4) Concordo; (5) Concordo fortemente
ROLE-PLAY – AVALIAÇÃO GERAL / ESCALA: 1 2 3 4 5
1. Os temas dos encontros foram adequados para meu aprendizado.
2. Li os artigos indicados previamente.
3. Considerei artigos indicados úteis para fundamentar minha participação na
atividade.
4. b “ b ”
aprendizado.
5. b “ - ”
relevante para meu aprendizado.
6. b “ ”
aprendizado.
7. As situações simuladas me pareceram reais.
8. O feedback de meus colegas me foi útil.
9. A condução do tutor durante as atividades de debriefing (análise pós role play)
foram adequadas.
10. Os encontros de role play contribuem para a preparação do atendimento médico de
qualidade.
11. O aprendizado nesses encontros me será útil como futuro profissional.
12. O aprendizado nesses encontros será útil nas minhas relações interpessoais.
13. Me senti estimulado a estudar mais após as atividades.
14. Estou satisfeito com o uso da técnica de role-play para o ensino de HbCR.
Instrumento com questões abertas (responda no verso da página):
Cite aspectos positivos no uso do role-play para o desenvolvimento de HbCR
Cite aspectos negativos no uso do role-play para o desenvolvimento de HbCR