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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O USO DOS CONTRATOS FUTUROS COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO DE RISCO DO PREÇO NO MERCADO DE AGRONEGÓCIO RODRIGO NALON AMARAL ORIENTADOR: Prof. MARIO LUIZ Brasília 2016

O USO DOS CONTRATOS FUTUROS COMO FERRAMENTA … · Em outras palavras, um derivativo é um contrato de compra e venda onde se estabelece previamente o preço, a quantidade e a data

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O USO DOS CONTRATOS FUTUROS COMO FERRAMENTA

DE GERENCIAMENTO DE RISCO DO PREÇO NO MERCADO

DE AGRONEGÓCIO

RODRIGO NALON AMARAL

ORIENTADOR:

Prof. MARIO LUIZ

Brasília 2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Estratégica e Qualidade. Por: Rodrigo Nalon Amaral

O USO DOS CONTRATOS FUTUROS COMO FERRAMENTA

DE GERENCIAMENTO DE RISCO DO PREÇO NO MERCADO

DE AGRONEGÓCIO

Brasília 2016

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha esposa, minha filha e meus

amigos que tanto contribuíram para a conclusão

deste trabalho acadêmico.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha filha Júlia, minha

esposa Laura e aos meus pais Jorge e Maria dos

Anjos, os quais me motivam na busca do

conhecimento.

5

RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo apresentar o mercado futuro como ferramenta de gerenciamento de risco do preço no âmbito do agronegócio. Destacam-se nele os seguintes pontos: Conceito e origem dos derivativos, classificação e finalidade dos mesmos, além dos tipos existentes.

São apresentados os riscos inerentes ao agronegócio, os contratos futuros negociados na BM&FBovespa e o uso do contrato futuro neste mercado. Por fim, são demonstradas as vantagens da utilização do contrato futuro de commodities agrícolas como ferramenta de gestão do risco do preço no mercado do agronegócio.

O contrato futuro é uma evolução do contrato a termo e tem como principal função proteger os operadores do mercado de derivativos, produtores rurais, cooperativas entre outros, das variações do preço da commodity em determinado período. Essa proteção é conhecida como hedge.

6

METODOLOGIA

Para entendimento do conceito de metodologia, Marconi e Lakatos

apresentam a definição:

O método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (MARCONI E LAKATOS, 2001, p. 83).

A análise de como o agronegócio pode utilizar os derivativos como

proteção do risco de preço será feita através de uma pesquisa bibliográfica onde

buscou-se ilustrar os benefícios da utilização dos instrumentos derivativos no

mercado do agronegócio a partir da conceituação dos elementos pertencentes a

este mercado e às partes envolvidas.

A pesquisa bibliográfica refere-se ao estudo e análise das publicações

existentes e disponíveis objetivando conhecer os estudos já realizados sobre o

tema.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).

A partir do conhecimento gerado na pesquisa bibliográfica, será

demonstrada a aplicação dos contratos futuros como ferramenta de gerenciamento

de risco do preço no âmbito do agronegócio, trata-se da pesquisa aplicada.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 08

CAPÍTULO I - Derivativos .......................................................................... 11

1.1. Conceito de derivativos ............................................................... 11

1.2. Origem dos derivativos ............................................................... 12

1.3. Classificação e finalidade dos derivativos ................................... 13

1.4. Tipos de mercados derivativos ................................................... 14

CAPÍTULO II – O AGRONEGÓCIO .......................................................... 16

2.1. Considerações iniciais sobre o agronegócio ............................... 16

2.2. Riscos do agronegócio ................................................................ 19

2.3. Mercados futuros no ambiente do agronegócio ........ 21

2.4. Contratos futuros agropecuários negociados na BM&Fbovespa 21

2.5. Produção nacional de grãos no período 2009/2014 ................... 25

2.6. Receita bruta dos produtores rurais brasileiros .......................... 27

CAPÍTULO III – GERENCIANDO RISCOS ................................................... 28

3.1. Mercado Futuro ........................................................................... 28 3.2. Uso do contrato futuro como gestão de risco do preço no

agronegócio ................................................................................................. 29

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 35

WEBGRAFIA ................................................................................................. 37

8

INTRODUÇÃO

A agropecuária confronta-se constantemente com uma instabilidade do

preço de venda da produção devido aos mais variados riscos inerentes a este

mercado.

O Brasil assistiu uma grande transformação no mercado de commodities

nas últimas décadas, tanto produtores como investidores, em todos os níveis,

concorrem entre si não apenas no mercado interno, mas com empresas ao redor

do mundo todo.

Nesse cenário, que exige profissionalismo e organização, os contratos

futuros das commodities agrícolas tem importante papel para os produtores e

investidores na permanência de um mercado com tantos riscos inerentes.

O contrato futuro é um compromisso entre as partes de comprar ou

vender determinado ativo em uma data futura e a um preço previamente

estabelecidos. Trata-se de um instrumento de gestão financeira que permite

transferir o risco do preço do ativo de quem não deseja assumi-lo, o hedger, a

quem aceita assumi-lo por determinado ganho, o especulador.

A presente monografia tem como objetivo apresentar os contratos

futuros como ferramenta de gerenciamento de risco do preço no âmbito do

agronegócio. O estudo mostrará como os contratos futuros podem ser utilizados

como uma eficiente ferramenta de gestão de riscos do preço para as commodities

agrícolas. Tal mecanismo de proteção é definido como hedge.

No capítulo inicial são apresentados o conceito e a origem dos

derivativos, a classificação e a finalidade dos mesmos, além dos tipos de

derivativos existentes.

Os instrumentos derivativos no mercado futuro são uma opção diante da

necessidade de administrar os riscos existentes no ambiente do agronegócio

oriundas das oscilações cambiais, taxas de juros, inflação, índices de ações,

variações na demanda e oferta entre outros, com o objetivo de ganhar

competitividade e aumentar a lucratividade dos produtores e operadores das

commodities agrícolas.

9

(SANDRONI, 1999, p. 32): “Operações financeiras cujo valor de

negociação deriva de outros ativos, denominados, ativo-objeto”.

No capítulo seguinte são analisados os riscos do agronegócio, os

contratos futuros negociados na BM&FBovespa e o uso dos contratos futuros neste

mercado.

Para Abussamra (2010), o risco é um elemento inerente ao agronegócio

devido a quantidade de variáveis existentes e de difícil controle, como por exemplo,

o clima, mudanças no ambiente político e econômico, oferta e demanda, entre

outros.

O risco é inerente a qualquer atividade na vida pessoal, profissional ou

nas organizações, e pode envolver perdas, bem como oportunidades, segundo o

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2007). A gestão dos riscos

é fundamental para a saúde da organização, seja ela industrial, comercial, de

serviços, ou agrícola1.

Por fim, são apresentadas as vantagens da utilização dos derivativos no

agronegócio como ferramenta de gestão do risco do preço.

(CORREA; RAÍCES, 2010, p.61) “... hedgear uma operação é fazer a

proteção de um preço, a fixação de um valor para salvaguardar uma commodity

das variações bruscas de valores”.

Para os envolvidos na cadeia produtiva do agronegócio, o mercado

futuro de derivativos pode ser utilizado como um importante instrumento para

minimizar os riscos do preço da produção à época da venda ou até mesmo para a

obtenção de insumo agrícola essencial para o seu produto final, além é claro, de

gerar informações determinantes para as tomadas das decisões estratégica dos

seus negócios.

Uma forma bastante simples de se ilustrar essa proteção é a utilização

dos derivativos como forma de proteger os agentes econômicos, sejam eles

produtores ou comerciantes, contra as grandes variações de preço decorrentes de

1 Os derivativos agrícolas como uma ferramenta de gestão do risco de preço Calegari, I.P; Baigorri, M.C; Freire, F. de S

10

uma escassez ou uma produção além do esperado de determinado produto

agrícola.

Os contratos futuros exercem ainda uma função essencial nos mercados

financeiros, pois transferem os riscos dos participantes que não desejam assumi-lo

para aqueles que lucram por adquiri-lo, como, por exemplo, os contratos futuros de

um banco comercial para transmitir o seu risco, elevando suas taxas de juros, ou

de um comerciante de grãos para cobrir uma provável compra do derivativo.

Para esta pesquisa, as hipóteses foram elaboradas com o propósito de

verificar se a percepção apresentada no objetivo está ou não de acordo com a

realidade. Assim, tem-se:

H1: Os contratos futuros têm se tornado cada vez mais representativos

e, consequentemente, estão sendo mais negociados na BM&FBovespa.

H2: Os contratos futuros tem utilidade para produtores, cerealistas,

frigoríficos, torrefadores, exportadores, etc.; para gerenciar os riscos do preço da

sua produção e não com fins meramente especulativos por investidores.

11

CAPÍTULO I

DERIVATIVOS

1.1. Conceito de derivativos

De acordo com Hull (2005), os derivativos são contratos que derivam de

um ativo subjacente, podendo este ser físico (commodity agrícola) ou financeiro

(ações, taxas de juros, etc.). São instrumentos formalizados entre as partes,

comprador e vendedor, onde se estabelece uma data futura para a liquidação a

determinado preço e quantidade do ativo subjacente.

Em outras palavras, um derivativo é um contrato de compra e venda

onde se estabelece previamente o preço, a quantidade e a data futura de

liquidação do bem negociado.

Para entender o que é um derivativo:

Derivativo é um instrumento financeiro no qual: (a) o valor muda em resposta à mudança especifica na taxa de juros, preço de títulos e valores mobiliários, preço de commodities, taxa de câmbio, índice ou taxa de preços, índice de crédito, ou outra variável similar (por vezes denominado underlying); (b) nenhum ou pouco investimento inicial é requerido, em relação a outros tipos de contratos que tenham resposta similar às mudanças nas condições do mercado; e (c) a liquidação se dará em data futura. As três condições aqui mencionadas precisam ser cumulativamente atendidas para que um contrato ou operação seja considerado como um derivativo. (ERNST; YOUNG, 2010, p. 293).

Os mercados derivativos são uma ferramenta de proteção e também de

investimento, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, que

transferem riscos de quem não tem interesse em assumi-los para quem tem, com

alguma compensação, é claro.

As operações com derivativos podem ser utilizadas pelos produtores

rurais, cooperativas e os investidores nos seus mais diversos níveis, desde os

12

grandes bancos como até mesmo os especuladores individuais que buscam

ganhos fáceis nas mais diversas bolsas de mercadorias e futuros.

Existem três tipos de derivativos:

I) Derivativos agropecuários: têm como ativo-objeto commodities agrícolas, como café, boi, milho, soja e outros. Os derivativos agropecuários atendem à necessidade de comercialização de determinadas mercadorias. Devem ser utilizados por pessoas e empresas que pretendem se proteger do risco de preço de seus produtos e matérias-primas.

II) Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em alguma taxa ou índice financeiro, como taxa de juro, taxa de inflação, taxa de câmbio, índice de ações e outros.

III) Derivativos de energia e climáticos: têm como objeto de negociação a energia elétrica, gás natural, créditos de carbono, dentre outros. (CALLADO, 2009, p. 81).

1.2. Origem dos derivativos

De acordo com Hull (2005), a primeira modalidade de derivativo surgiu

no Japão feudal do século XVII no Mercado de Arroz Dójima em Osaka, onde

foram negociados contratos futuros de arroz pelos senhores feudais e

comerciantes com regras pré-estabelecidas. Tratava-se de recibos de arroz em

uma espécie de moeda corrente aceita no mercado.

Silva Neto (2008) corrobora o Japão feudal como a origem da primeira

modalidade de Derivativo: o contrato a termo. Por volta de 1730, quando a

economia japonesa se encontrava em grande expansão, os primeiros contratos

para entrega futura foram os recibos de arroz, sendo estes aceitos como moeda

corrente se consagrando como derivativo, pois, o contrato derivava de um ativo, no

caso, o arroz.

O exato início de sua história não é conhecido, mas se tem com exatidão

que, a partir de 1848, com a criação da Chicago Board of Trade (CBOT), que os

modelos de mercado futuro que conhecemos hoje começaram a ser utilizados2.

No Brasil, o início da negociação de contratos futuros de produtos

agrícolas se deu na Bolsa de Café e na Bolsa de Mercadorias em Santos e São 2 CORRÊA, Arnaldo Luiz. RAÍCES, Carlos. Derivativos Agrícolas. São Paulo: Editora Globo, 2010, 2a edição revisada e atualizada.

13

Paulo, respectivamente. Em 1978, houve o pregão do primeiro contrato futuro, o de

café. Posteriormente, houve os pregões de soja, algodão e milho.

Em 1985, com a criação da Bolsa Mercantil e de Futuros – BM&F, que

tinha como objetivo incorporar as diversas bolsas de derivativos existentes no

Brasil, impulsionando assim ainda mais o desenvolvimento desse mercado.

O Decreto-Lei 2286, de 23/07/86, deu competência ao Conselho

Monetário Nacional para regulamentar os mercados de liquidação futura.

1.3. Classificação e finalidade dos derivativos

O mercado de derivativos pode ser utilizado, principalmente, para quatro

finalidades, conforme classificação a seguir:

• Arbitragem: Obter ganhos da diferença de preços nos diversos

mercados. (SILVA; AMARAL; CASTRO, 2008, p. 11): “Os arbitradores somente

atuam quando há discrepância de preços de uma determinada commodity em

diferentes mercados. Sempre lucram em suas operações. Opera em mercados

físicos e futuros“.

• Hedge: Proteger contra variações de taxas, moedas e preços.

(CORREA, 2010, p. 61), “... hedgear uma operação é fazer a proteção de um

preço, a fixação de um valor para salvaguardar uma commodity das variações

bruscas de valores”. Os participantes que utilizam os derivativos com este

propósito buscam, única e exclusivamente, se proteger (proteger seu bem) de

possíveis variações negativas de taxas, preços ou moedas e reduzir custos.

Conforme definido pelo Future Industry Institute3. Os hedgers tentam proteger os

seus negócios, transferindo os riscos a outros operadores do mercado, os

especuladores.

• Alavancagem: Aumentar a rentabilidade de uma posição já existente.

Uma característica inerente aos derivativos é que os mesmos possuem grande

poder de alavancagem. Isso ocorre porque a negociação com esses instrumentos

exige menos capital do que a compra do ativo a vista. Dessa forma, ao adquirir

3 O Future Industry Institute pertence ao Future Industry Association (FIA), importante associação que reúne a chamada indústria mundial de derivativos. No Brasil, a BM&FBovespa faz parte da associação e editou alguns trabalhos da FIA.

14

este tipo de ativo é possível aumentar a rentabilidade total dos investimentos a um

custo relativamente menor.

• Especulação: Operar a tendência de preços do mercado. De acordo

com Pinto (2010), especular significa tomar uma posição no mercado futuro ou de

opções sem uma posição correspondente no mercado à vista. Nesse caso, o

objetivo é operar a tendência de preços do mercado. Em outras palavras, pode-se

afirmar que os especuladores visam o lucro e entram no mercado apenas para

ganhar dinheiro. Com o crescimento do mercado, abre-se espaço para os

especuladores, pois somente os hedgers não conseguiriam dar a liquidez

necessária ao mercado.

1.4. Tipos de mercados derivativos

Existem basicamente 03 tipos de mercados de derivativos: a termo, de

opções e futuros.

No contrato a termo as partes assumem compromisso de compra e/ou

venda de contratos padronizados para liquidação física e financeira em data futura.

É um contrato de compra e/ou venda com entrega em uma data futura a um preço

determinado previamente. Ou seja, o comprador é obrigado a pagar o valor

estipulado e receber a mercadoria determinada, já o vendedor, é obrigado a

entregar a mercadoria determinada e por ela, receber o preço acordado. Tudo isso

em uma data futura previamente estabelecida.

Um exemplo real da utilização do contrato a termo é o produtor rural de

soja que vende a sua produção, ou parte dela, ainda no plantio, conhecida por soja

verde, ao preço e data da entrega fixados previamente. Isso garante o

abastecimento ao comprador e a venda ao produtor, onde cada parte assume o

risco da variação do preço de cotação da soja em relação a data futura

previamente estabelecida para a entrega do bem.

Já no mercado de opções, uma parte adquire o direito de comprar

(opção de compra) ou vender (opção de venda) o objeto de negociação, até ou em

determinada data, por preço previamente estipulado. A outra parte, em

contrapartida, assume o dever de vender (opção de compra) ou comprar (opção de

venda) tal objeto da negociação. Observe que neste caso, uma parte assume um

15

direito e não uma obrigação, já a outra parte tem o dever de vender, no caso da

opção de compra, ou de comprar, no caso da opção de venda, seja exercida pela

parte que assumiu o direito de venda ou de compra, conforme for o caso.

No mercado futuro, as partes assumem o compromisso de compra e/ou

venda de determinada quantidade e qualidade padronizadas de um ativo financeiro

ou real, representada por contratos padronizados para liquidação (física e/ou

financeira) em data futura. Muito parecido com o mercado a termo, porém há um

grande diferencial, no mercado futuro existe a correção dos preços de acordo com

a variação do mercado, o chamado ajuste diário.

Alguns autores dizem que os ajustes diários são traduzidos em lucros e

prejuízos efetivos para os participantes, porém, eles não devem, necessariamente,

serem entendidos como lucro ou prejuízo simplesmente, e sim como uma

compensação futura. (CORRÊA; RAÍCES, 2010, p. 14): “O mercado está apenas

ajustando os preços, e tanto ganhos como perdas poderão ser compensados mais

adiante”.

O preço de ajuste diário é o preço médio dos negócios realizados com um contrato futuro no período da tarde do pregão da bolsa de mercadorias e futuros. No final de cada dia de pregão, a bolsa divulga o valor de ajuste, que é a diferença diária – positiva ou negativa – que será paga ou recebida pelos investidores. Esta diferença é obtida pela comparação dos preços de ajuste de dois pregões consecutivos, ou entre o preço de ajuste e o preço do negócio a futuro realizado no dia. Através desse mecanismo, tanto a conta do comprador quanto a do vendedor do contrato serão ajustadas diariamente. Esses ajustes são lançados diretamente na conta corrente do investidor e não afetam o valor disponível na conta margem. Se a variação de preço do contrato for favorável à posição a futuro em aberto, o valor do ajuste é creditado na conta do investidor. Se a variação de preço do contrato for desfavorável à posição a futuro em aberto, o valor do ajuste é debitado na conta do investidor. Por exemplo: Você comprou 3 contratos futuros de milho cotados a R$ 40,00 por saca de 60 Kg no início do pregão do mercado futuro. No final do dia, a saca de 60 Kg de milho fechou cotada a R$ 40,50 (preço de ajuste). Cada contrato futuro de milho envolve a negociação de 450 sacas de 60 Kg. Cálculo do ajuste diário: (40,50 x 450 x 3) - (40,00 x 450 x 3) = 675,00. No dia seguinte à compra, será creditado em sua conta corrente o valor R$ 675,00 referente ao valor de ajuste diário. Não é preciso vender o contrato para receber esse ajuste. Se você decidir manter sua posição a futuro em aberto, não vendendo seus 3 contratos, a sua conta corrente sofrerá um novo ajuste no dia seguinte. (ADVFN Brasil).

16

O crédito ou débito do Ajuste Diário ocorre no dia seguinte ao

fechamento do pregão e a transferência de valor é realizada diretamente na conta

corrente do investidor na corretora de valores em que ele cliente. O cálculo do

ajuste diário se faz da seguinte forma:

AD = (PA – PC)

Onde: AD = Ajuste Diário;

PA = Preço de Ajuste;

PC = Preço do Contrato

A existência dos ajustes diários nos contratos futuros cria outra diferença

em relação aos contratos a termo, a exigência de margem de garantia. Ao

comprador e vendedor é exigido um depósito como garantia de liquidação das suas

operações. As Câmaras realizam a liquidação da obrigação com os recursos das

margens de garantia.

Visando reduzir variações bruscas impostas por especuladores para

proteger os investidores, os contratos futuros podem ter limites de oscilação diária

determinados pela bolsa. Porém, esses limites geram barreiras que impendem a

variação das cotações.

No contrato futuro de boi gordo com liquidação financeira da

BM&FBovespa, por exemplo, a oscilação máxima diária é de 3,5% sobre o preço

de ajuste do dia anterior do vencimento negociado. Para o 1º vencimento em

aberto, o limite de oscilação será suspenso nos três últimos dias de negociação.

Já no contrato futuro de soja com liquidação financeira (SFI) da

BM&FBovespa, a oscilação máxima diária é de 5% para mais ou para menos,

aplicado sobre o preço de ajuste do dia anterior do vencimento negociado, sendo

que para o 1º vencimento em aberto, o limite de oscilação máxima diária será

suspenso nos três últimos dias de negociação, mesma situação do contrato futuro

de boi gordo com liquidação financeira.

17

Tabela 01: As principais diferenças entre o contrato futuro e o contrato a

termo:

Contrato Futuro Contrato a Termo

Objetivo principal é a proteção da variação de preço Objetivo principal é a entrega do ativo

Ajuste diário Não há ajuste diário

Padronização Não há padronização

Maior liquidez Menor liquidez

Fixação de cotação Não há fixação de cotação

Exigência de margem de garantia Não há exigência de margem de

garantia Maior transparência na negociação, bolsa mediante pregão Negociados em balcão

18

CAPÍTULO II

O AGRONEGÓCIO

2.1. Considerações iniciais sobre o agronegócio

O conceito de agrobusiness foi proposto pela primeira vez em 1957 na

Universidade de Harvard, por John Davis e Ray Goldberg, como a soma das

operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, processamentos e

distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles. Assim, de

acordo com o conceito de agronegócio, a agricultura passa a ser abordada de

maneira associada aos outros agentes responsáveis por todas as atividades, que

garantem a produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos,

considerando assim, a agricultura como parte de uma extensa rede de agentes

econômicos4.

Para o português o termo foi traduzido de diversas formas, mas a

palavra agronegócio acabou sendo a mais utilizada e é empregada nos dias atuais.

Uma característica importante a ser ressaltada sobre os produtos

agropecuários é que são perecíveis, fazendo com que o prazo para a

comercialização, após colheita no caso dos grãos, ou após o abate no caso do boi,

é reduzido em relação os demais produtos industrializados.

Existe ainda uma dificuldade de adequação em relação a oferta e a

demanda, uma vez que, até a entrega do produto final, decorrem meses desde da

tomada de decisão de se iniciar a produção.

Quanto ao escoamento da produção, nem sempre, é possível estar perto

do consumidor final, uma vez que para se produzir o produto escolhido é

necessário condições climáticas compatíveis, podendo onerar o custo da produção,

diminuindo as margens de lucro.

4 http://www.portaldoagronegocio.com.br/texto.php?p=oquee.

19

2.2. Riscos do agronegócio

O mercado agrícola sempre enfrentou muitos riscos. Mudanças

imprevisíveis relacionadas aos custos das colheitas, os programas de governo, o

clima e os comerciantes internacionais tornaram a gestão de risco uma ferramenta

essencial para aqueles que desejam permanecer no mercado. O gerenciamento de

risco envolve escolher entre as alternativas que reduzem as incertezas dos

resultados financeiros.

Outro fator torna esse mercado ainda mais arriscado: Ajustar a produção

em tempo hábil às variações do mercado.

Os cinco tipos mais comuns de riscos enfrentados no mercado agrícola

são5:

1) Risco de Produção: Os riscos de produção derivam do crescimento

natural e incerto das culturas e da pecuária: clima, doenças, pragas e outros

fatores afetam tanto a quantidade quanto a qualidade das commodities.

2) Riscos de preço ou de mercado: Este tipo de risco refere-se à

incerteza relacionada aos preços que os produtores irão receber com a venda de

suas commodities ou os preços que estes vão pagar pelos insumos, o que varia

significativamente para cada commodity.

3) Riscos Financeiros: Este risco ocorre quando o agricultor /

agropecuário obtém um empréstimo e, consequentemente, uma dívida a pagar.

Aumento das taxas de juros e restrição de crédito disponível são também aspectos

dos riscos financeiros.

4) Riscos Institucionais: Este tipo de risco resulta das incertezas

relacionadas às ações governamentais, como: legislação tributária, regras para o

uso químico e eliminação de resíduos animais, além dos níveis de preço e aumento

de impostos, são alguns exemplos de decisões do governo que podem impactar os

mercados agrícolas.

5 United States Department of Agriculture Economic Research Service. Disponível em <http://www.ers.usda.gov/topics/farm-practices-management/risk-management/risk-in-agriculture.aspx> [Acesso em 16.09.2015]

20

5) Riscos pessoais e humanos: Refere-se a fatores de problemas com a

saúde das pessoas ou relacionamentos pessoais que podem afetar o negócio,

como, por exemplo, acidentes, doenças, divórcios, etc.

De acordo com Silva (2001), incertezas imprimem, geram e implicam em

riscos associados à probabilidade da ocorrência de resultados indesejáveis ou

adversos para determinados eventos e fenômenos. Desta forma, o processo de

tomada de decisão pode ser influenciado por incertezas.

Assim, a gestão de riscos tem por objetivo a análise e a seleção de

alternativas para reduzir os efeitos que podem ser ocasionados pelos tipos de

riscos existentes. Requer a administração, a avaliação e o entendimento dos riscos

a serem gerenciados, dos retornos esperados e outras variáveis6.

Os agricultores podem considerar a gestão de risco uma estratégia

essencial para o sucesso de seu negócio. Embora muitos não tenham nível de

conhecimento tão aprofundado, eles são capazes de administrar preços, produção,

renda e riscos financeiros.

Existem algumas ferramentas de gestão de riscos disponíveis para

auxiliar os agricultores a administrá-los, tais como: produção e seguros de receitas,

de futuros e opções, a diversificação da empresa, gerenciamento do nível de

endividamento, disponibilidade de crédito, dentre outros. O gerenciamento de risco

tem dois objetivos principais: mantê-los afastados ou ao menos controlados e

diminuir suas consequências quando os mesmos forem inevitáveis.

Dessa forma, verifica-se, ante os dispositivos citados, que devido à

ampla variedade de condições específicas dos agricultores, não existe uma

abordagem ideal de gestão de risco, pois estes lidam com riscos diferentes e

precisam de ferramentas específicas para enfrentá-los.

6 Gestão do Risco na Agricultura. Disponível em <http://www.emater.pr.gov.br/arquivos/File/Biblioteca_Virtual/Premio_Extensao_Rural/2_Premio_ER/18_Gestao_Risco_Agric.pdf> [Acesso em 14/09/2015]

21

2.3. Mercados futuros no ambiente do agronegócio

Para o alcance dos objetivos desta pesquisa, as análises foram focadas

no mercado futuro dos derivativos agropecuários como ferramenta eficaz de gestão

do risco do preço no ambiente dos mercados agrícolas.

Conforme elucidado anteriormente, os contratos futuros são acordos

legalmente vinculantes de compra e venda de um produto ou instrumento

financeiro específico no futuro. O comprador ou vendedor de um contrato futuro

concorda com um preço hoje para um produto a ser entregue ou liquidado em

dinheiro em uma data futura. Cada contrato especifica a quantidade e a qualidade,

além da hora e do local da entrega e do pagamento.

A definição de contratos futuros pode ser resumida em contratos a prazo

(realizados na bolsa de valores) que representam um compromisso de compra ou

venda de um ativo e que serão executados em uma determinada data futura e a

um preço definido no momento do contrato.

O contrato futuro é um compromisso entre as partes de comprar ou

vender determinado ativo em uma data futura e a um preço previamente

estabelecidos. É instrumento financeiro permite transferir o risco do preço do ativo

de quem não deseja assumi-lo, o hedger, a quem aceita assumi-lo por determinado

ganho, o especulador.

2.4. Contratos futuros agropecuários negociados na

BM&FBovespa

Atualmente, os contratos futuros são negociados em muitas bolsas de

todo o mundo, dentre as quais estão: Chicago Rice and Cotton Exchange (CRCE),

New York Futures Exchange (NYFE), London International Financial Futures

Exchange (LIFFE), Toronto Futures Exchange (TFE), Singapore International

Monetary Exchange (SIMEX), etc.

No Brasil, a BMF&Bovespa comercializa derivativos agropecuários de

açúcar cristal, café arábica, etanol, milho, boi gordo e soja.

Segue abaixo as principais características de alguns desses derivativos

negociados na BMF&Bovespa:

22

Tabela 02: Características dos contratos futuros negociados na

BM&FBovespa:

Commodity Açúcar Cristal

Café Arábica tipo 4/5

Etanol Anidro Carburante

Base de Preço de Milho (mercado interno)

Soja

Objeto de negociação

Açúcar cristal especial com mínimo de 99,70 graus de polarização, máximo de 0,08% de umidade, máximo de 150 cor ICUMSA, máximo de 0,07% de cinzas.

Café cru, em grão, de produção brasileira, coffea arabica, tipo 4-25 (4/5) ou melhor, bebida dura ou melhor.

Etanol anidro carburante, conforme as especificações técnicas da Agência Nacional de Petróleo (ANP)

Milho em grão a granel, amarelo, de odor e aspectos normais, em bom estado de conservação e com (a) até 14% de umidade; (b) máximo de 1% de impurezas na peneira de 3mm; (c) máximo de 6% de grãos ardidos ou brotados e livres de grãos mofados; (d) máximo de 12% de grãos quebrados, partidos ou chochos.

Soja em grão a granel tipo exportação, com os seguintes limites máximos: 14% de umidade; 1% de matérias estranhas e impurezas; 30% de quebrados; 8% de esverdeados; 8% de avariados, dos quais se permite até 6% de grãos mofados, até 4% de grãos ardidos e queimados, sendo que esse último não pode ultrapassar 1%; e 18,5% de conteúdo de óleo.

Cotação Reais por saca de 50kg líquidos

Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60kg líquidos

Reais por metro cúbico (1.000 litros), com duas casas decimais, livres de quaisquer encargos, tributários ou não tributários.

Reais por saca de 60 quilos líquidos, com duas casas decimais, livres de ICMS.

Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60kg

Tamanho do Contrato

508 sacas de 50kg líquidos ou 25,4t (vinte e cinco inteiros e quatro décimos toneladas métricas)

100 (cem) sacas de 60kg (sessenta kilos) líquidos

30m3 (trinta metros cúbicos) ou 30.000l (trinta mil litros) a 20°C (vinte graus Celsius)

450 sacas de 60kg líquidos cada de milho em grão a granel

450 (quatrocentas e cinquenta) sacas de 60kg (sessenta kilos) ou 27t (vinte e sete toneladas métricas)

Último dia de negociação

Dia 15 do mês de vencimento ou o dia útil seguinte

6º dia útil anterior ao último dia do mês do vencimento do contrato

Último dia útil anterior ao mês de vencimento do contrato. Nesse dia, não se admitirão transferências de posições, abertura de novas posições vendidas nem operações day trade.

Dia 15 do mês de vencimento. Se nesse dia for feriado ou não for dia de pregão na BM&FBOVESPA, a data de vencimento será o dia útil subseqüente.

Segundo dia útil anterior ao mês de vencimento.

Meses de vencimento

Fevereiro, abril, junho, setembro e dezembro

Março, maio, julho, setembro e dezembro

Todos os meses

Janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro

Março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro.

Fonte: Tabela elaborada pelo autor com base nos dados obtidos site da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br) em 14.09.2015.

23

Na tabela a seguir, consta a apuração dos volumes de contratos do

mercado de commodity negociados na BMF&Bovespa durante os meses de agosto

dos anos de 2011 a 2015 e o consolidado dos contratos negociados de janeiro a

agosto dos anos de 2011 a 2015.

Tabela 03: Volume de contratos do mercado de commodity negociados

na BM&FBovespa:

Mercado Commodity

Referência Nº de

Negócios

Contratos

Negociados

Volume Financeiro

Contratos

em aberto

Contratos

Negociados

de Janeiro a

Agosto R$/mil US$/mil

ago/15 35.645 195.223 4.453.638 1.267.867 140.189 1.412.126

ago/14 53.533 221.655 5.437.426 2.398.649 125.109 1.648.710

ago/13 49.891 246.444 5.427.291 2.313.475 105.537 1.438.736

ago/12 55.771 235.603 5.257.508 2.590.178 160.017 1.850.025

ago/11 56.435 252.193 7.255.277 4.548.790 136.855 1.583.732

Fonte: Tabela elaborada pelo autor com base nos dados obtidos site da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br) em 24.09.2015.

Nos gráficos a seguir constam o consolidado dos contratos negociados

na BMF&Bovespa referente ao mercado de commodity de janeiro a agosto para o

período de 2011 a 2015 e o volume financeiro de contratos negociados no mercado

de commodities em agosto do respectivo ano na BM&FBovespa respectivamente.

24

Gráfico 01: Volume de contratos negociados no mercado de

commodities de janeiro a agosto na BM&FBovespa:

Fonte: Tabela elaborada pelo autor com base nos dados obtidos site da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br) em 24.09.2015.

Gráfico 02: Volume financeiro de contratos negociados no mercado de

commodities em agosto do respectivo ano na BM&FBovespa (em R$/mil):

Fonte: Tabela elaborada pelo autor com base nos dados obtidos site da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br) em 24.09.2015.

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1.800.000

2.000.000

2015 2014 2013 2012 2011

Contratos Negociados de Janeiro a Agosto

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

7.000.000

8.000.000

Ago/2015 Ago/2014 Ago/2013 Ago/2012 Ago/2011

Volume Financeiro de Contratos Negociados

25

2.5. Produção nacional de grãos no período 2009/2014

A produção nacional de grãos para o período 2009/2010 foi de 162,8

milhões de toneladas.

A produção nacional de grãos foi de 166,17 milhões de toneladas na

safra 2011/2012, o volume é 2,7% (3,37 milhões de toneladas) superior a produção

na safra 2009/10.

A produção da safra 2012/2013 foi 188,66 milhões de toneladas, é

13,53% superior à safra 2011/12, Esse resultado representa um incremento de

22,49 milhões de toneladas.

A produção da safra para o período 2013/2014 foi de 193,62 milhões de

toneladas, 2,62% superior à obtida na safra 2012/13, esse resultado representa um

ganho de 4,96 milhões de toneladas em relação à safra anterior.

Percebe um constante aumento na produção nacional de grãos no

período apurado, porém, esse aumento não é acompanhado pelo volume

financeiro e de contratos negociados no mercado de commodities na

BM&FBovespa, apontado na tabela 03.

No gráfico elaborado abaixo fica evidente a elevação da produção

nacional de grãos mencionada acima, em especial a variação acentuada

positivamente na safra de 2012/13 em relação a safra de 2011/12.

26

Gráfico 03: Produção nacional de grãos no período 2009/2014 (em

milhões de toneladas):

Fonte: Tabela elaborada pelo autor com base nos dados obtidos site da CONAB (www.conab.gov.br>) em 15.12.2015.

Com base nos dados acima apresentados no presente trabalho, buscou-

se verificar primeiramente se:

H1: Os contratos futuros têm se tornado cada vez mais representativos

e, consequentemente, estão sendo mais negociados na BM&FBovespa.

Levando-se em consideração que o volume financeiro e de contratos de

commodities negociadas na BM&FBovespa foi decrescente e a produção nacional

de grãos nos períodos apurados teve ascendência, verifica-se um enorme potencial

ainda a ser explorado no agronegócio visando a proteção do risco do preço através

da utilização de Contratos futuros agropecuários negociados na BM&FBovespa e,

portanto, essa hipótese não foi confirmada.

145

150

155

160

165

170

175

180

185

190

195

2009/10 2011/12 2012/13 2013/14

Produção nacional de gãos entre 2009 e 2014

Produção

27

2.6. Receita bruta dos produtores rurais brasileiros em 2013

Conforme o caderno estatístico da Companhia Nacional de

Abastecimento, a apuração da receita bruta auferida pelos produtores rurais

brasileiros no ano de 2013 para os produtos listados na tabela abaixo foi na ordem

de 215,08 bilhões de reais. Segue abaixo a apuração discriminada por algumas

commodities.

Tabela 04: Apuração da receita bruta auferida pelos produtores rurais

brasileiros no ano de 2013:

Produtos Unidade Quantidade Receita bruta (R$ mil)

Soja tonelada 81.499.400 72.204.125,95

Carne de bovinos tonelada 9.910.596 61.895.568,53

Milho tonelada 81.007.200 28.067.886,61

Café sacas de 60 kg 49.151.600 12.979.480,37

Cana de açúcar tonelada 658.822.200 39.934.369,80

Total 215.081.431,26

Fonte: Tabela elaborada pelo autor com base nos dados obtidos site da CONAB (http://www.conab.gov.br) em 25.09.2015.

28

CAPÍTULO III

GERENCIANDO RISCOS

3.1. Mercado Futuro

Diante dos riscos existentes no mercado do agronegócio citados nos

capítulos anteriores, os preços de compra e venda da produção agrícola pode

variar bastante ante o início da produção e a data efetiva da compra e venda do

produto final. Tal situação pode ser determinante para que o esperado lucro de

toda uma safra não venha e, ainda pior, traga prejuízo para o produtor.

Produtores rurais podem utilizar-se dos mercados futuros para hedge tanto na posição de compradores quanto na de vendedores. Assim, um produtor de milho pode fazer hedge através da venda de um contrato futuro, garantindo assim o preço de venda de suas mercadorias. Já um pecuarista que utiliza o milho como insumo pode assumir posição contrária no contrato, ou seja, posição comprada no contrato futuro, garantindo assim o preço do insumo utilizado na alimentação do seu rebanho. (CALEGARI; BAIGORRI; FREIRE, 2012, p. 13).

A principal função dos contratos futuros agropecuários é minimizar um

dos principais riscos da atividade agropecuária: o risco de preços. Mediante

operações de proteção nos mercado futuros o produtor ou a indústria podem fixar o

preço de compra/venda de sua mercadoria garantindo um a viabilidade da sua

produção e consequentemente a rentabilidade futura.

O mercado futuro pode ser utilizado também como um termômetro do

mercado para se perceber o preço futuro do produto a partir da especulação do

mercado e direcionamento dos investidores.

29

3.2. Uso do contrato futuro como gestão de risco do preço no

agronegócio

Conforme apresentado anteriormente, o contrato futuro é um

compromisso entre as partes de comprar ou vender determinado ativo em uma

data futura e a um preço previamente estabelecidos. Trata-se de um instrumento

de gestão financeira que permite transferir o risco do preço do ativo de quem não

deseja assumi-lo, o hedger, a quem aceita assumi-lo por determinado ganho, o

especulador

A utilização do mercado futuro como ferramenta de gestão para a

tomada de decisão, tanto na condição de vendedor como na condição de

comprador, pode, por exemplo, determinar a cultura a ser produzida na próxima

safra, a quantidade e, principalmente a viabilidade da produção.

Imagine a seguinte situação: Em 02/07/2012, a saca de 60KG do café

arábica era cotada em R$440,00, já em 02/07/2013 a saca era cotada em

R$280,00. Já o custo de produção desse mesmo café gira em torno de R$373,00

por saca no Brasil.

Como o plantio do café ocorre durante a primavera, de setembro a

dezembro e o período da colheita acontece entre os meses de maio a agosto,

imagine a seguinte situação hipotética: Em setembro de 2012, o produtor iniciou o

plantio do café com a expectativa de obter um ganho aproximado de R$67,00 por

saca com a venda da produção em julho de 2013. Para isso, fez financiamento

bancário com data para o pagamento da dívida com data posterior ao período da

colheita.

Caso este produtor não tenha utilizado o contrato futuro do café arábica

como ferramenta de gerenciamento de risco do preço da sua produção, o mesmo

venderia a produção ao preço de R$280,00 por saca, o que geraria um resultado

negativo de (R$93,00) por saca. Provavelmente este produtor não teria condições

de saldar a dívida do financiamento da produção.

Porém, se o mesmo produtor utilizou os contratos futuros do café

arábica como ferramenta de gerenciamento de risco do preço da sua produção e

negociou a sua produção ao preço aproximado de R$440,00 por saca (o tamanho

30

do contrato do contrato futuro de café arábica tipo 4/5 é de 100 sacas de 60kg)

para liquidação em julho de 2013, o mesmo teria o lucro planejado de R$67,00 por

saca (sem levar em consideração as taxas inerentes ao contrato).

Dessa forma, se o produtor de café não utilizar do contrato futuro como

ferramenta de gerenciamento de risco da sua produção, ele fica exposto a

oscilação do preço do café na data da colheita. Se o preço da commodity estiver

maior que os custos ele obtém lucro, caso contrário, obtém prejuízo.

Imagine uma segunda situação: O agricultor planeja iniciar o cultivo da

soja em sua propriedade. Ele considera que para obtenção de um lucro satisfatório

diante do custo de oportunidade em optar pela produção do grão e não pelo

arrendamento da terra o preço do seu produto deve ser de pelo menos

R$1.300,00/t. Se na época da venda o preço não atingir esse valor, o produtor não

terá o lucro almejado, podendo até mesmo amargar prejuízo financeiro na sua

produção. Porém, caso o valor seja superior ao esperado, o agricultor terá um lucro

ainda maior do que o planejado.

Ressaltamos que nesta situação, o produtor não tem controle algum da

situação, ficando totalmente suscetível às variações do mercado.

Porém, se o mesmo agricultor utilize dos contratos futuros como

ferramenta de gestão do preço do seu negócio, o mesmo pode avaliar se a

condição é favorável ou não para o plantio da cultura ou o arrendamento

propriedade trará mais vantagem financeira.

No outro lado do contrato, na condição de comprador, o industrial que

utiliza da soja como matéria prima da sua produção, onde esta representa a maior

parte dos insumos necessários para a obtenção do produto final, também pode

utilizar do mercado futuro como instrumento de gestão no seu negócio para, por

exemplo, avaliar se é viável a contratação de crédito para a ampliação do seu

negócio diante do impacto de uma eventual elevação do preço da soja em uma

data futura.

Diante dos exemplos acima, tanto o vendedor como o comprador da soja

estarão protegidos de eventuais variações de preço não compatíveis com a

obtenção de lucro nos negócios propostos a desenvolverem.

31

Apresentamos ainda uma terceira situação: Imagine que determinada

cooperativa frigorífica firma um contrato de exportação de carne equivalente a mil

cabeças de gado para ser executado em junho de 2016.

Em 01/10/2014, no mercado futuro, a arroba do boi para junho de 2016

estava cotada a R$40,00. A cooperativa apura que com essa cotação para o mês

de junho de 2016, período da entrega do ativo ao comprador, obterá uma margem

de lucro aceitável e condizente com o negócio proposto.

Com o objetivo de gerenciar o risco diante da possibilidade de variação

no preço do boi gordo decide, então, comprar 25 contratos (o equivalente a 500

cabeças de gado, 50% da necessidade estipulada para efetivação da obrigação

acordada) para vencimento em junho de 2016, protegendo assim, uma parte das

suas compras. Esta operação é conhecida como hedge de compra.

Ele fixou, portanto, um objetivo de compra das 500 cabeças a R$40,00 x

330 (número de arrobas por contrato) x 25 totalizando R$330.000,00. Em 30 de

junho de 2016, vencimento do contrato futuro, sendo que a liquidação financeira

ocorre no dia útil seguinte ao último dia de negociação, pelo Indicador de Preço

Disponível do Boi Gordo Esalq/BM&F – São Paulo.

Na data de vencimento do contrato o preço pode estar acima, igual ou

abaixo dos R$40,00 por arroba. A cooperativa, então, liquida a sua posição com a

venda dos contratos adquiridos e utiliza o valor para comprar o boi gordo ao preço

que estiver no mercado à vista. Qualquer que seja o preço no vencimento, o preço

de compra do boi em junho de 2016 para a cooperativa será de R$40,00. Veja

abaixo os exemplos:

Caso ele recebe R$ 2,00 por arroba na Bolsa, pagará R$42,00 por

arroba no mercado à vista, sendo o valor da compra final de R$40,00. Caso ele

pague R$1,00 por arroba na Bolsa, pagará o boi no mercado à vista a R$39,00,

totalizando os mesmos R$40,00/arroba.

Com base nos conceitos anteriormente apresentados e analisados e na

necessidade da utilização de uma ferramenta eficaz de gestão de preço em um

mercado com tantos riscos inerentes, o presente artigo, buscou-se verificar ainda

se:

32

H2: Os contratos futuros tem utilidade para produtores, cerealistas,

frigoríficos, torrefadores, exportadores, etc.; para gerenciar riscos de preço da sua

produção e não com fins meramente especulativos por investidores.

A presente hipótese foi confirmada tendo por base a bibliografia

apresentada e a aplicabilidade dos contratos futuros demonstrados no decorrer

deste trabalho como ferramenta de gestão de risco do preço para os envolvidos

diretamente na produção das commodities agrícolas negociados na

BM&FBovespa.

33

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observamos no decorrer deste trabalho que o risco é um elemento

inerente ao agronegócio. A quantidade de variáveis existentes no ambiente de

produção e comercialização das commodities agrícolas aumentam os riscos

existentes, exigindo assim, a necessidade da utilização de ferramentas capazes de

controlar ou minimizar esses riscos de maneira eficaz.

A gestão dos riscos consiste na utilização de ferramentas capazes de

traçar estratégias que minimizem as consequências financeiras de fenômenos

imprevisíveis.

Nesse cenário, que exige profissionalismo e organização, os contratos

futuros das commodities agrícolas tem importante papel para os produtores e

investidores na permanência de um mercado com tantos riscos envolvidos.

Neste trabalho buscamos demonstrar em como o contrato futuro de

commodities agrícolas pode ser utilizado como uma ferramenta eficaz capaz de

auxiliar os agricultores no gerenciamento do risco do preço atrelado ao seu

negócio, anulando ou minimizando, por exemplo, as perdas financeiras devido à

queda do preço de venda da sua produção.

Os instrumentos derivativos no mercado futuro são uma opção diante da

necessidade de administrar os riscos existentes no ambiente do agronegócio

oriundas das oscilações cambiais, taxas de juros, inflação, índices de ações,

variações na demanda e oferta entre outros.

Citamos ainda o ganho na competitividade e consequentemente o

aumento da lucratividade dos produtores e operadores das commodities agrícolas

que utilizam destes meios na gestão de seus negócios.

Vimos também que a utilização desse mecanismo é capaz trazer

benefícios não apenas para os produtores, mas também para compradores, que

necessitam dos insumos agrícolas para a atividade agroindustrial.

Outro ponto relevante e de extrema importância no agronegócio, é que

agricultores, cooperativas, industriais e todos os outros que atuam nesse mercado

34

e que tem sua produção protegida por hedging, tem mais acesso para a obtenção

de recursos em instituições financeiras e ainda com taxas menores, aumentando

assim a capacidade de produção e a margem de retorno dela.

Podemos dizer que a economia como um todo é beneficiada pela

utilização dos contratos futuros de commodities agrícolas como uma ferramenta

eficaz na gestão de risco do preço no mercado agrícola, devido a grande relevância

do mercado agrícola no produto interno bruto brasileiro, eles são capazes de

auxiliar os agricultores para as tomadas de decisão, minimizando as perdas

decorrentes de acontecimentos inesperados e afastando incertezas, criando

confiança do mercado e assim, atraindo mais investidores e consequentemente

mais investimentos.

35

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