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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES O VALOR DO DESIGN O impacto das capacidades em Design na performance económica das organizações Carlos Manuel Luzia Alcobia Orientador: Professor Doutor Paulo Jorge Martins Parra Tese especialmente elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Belas-Artes, na especialidade de Design de Equipamento 2017

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES

O VALOR DO DESIGN

O impacto das capacidades em Design na performance

económica das organizações

Carlos Manuel Luzia Alcobia

Orientador: Professor Doutor Paulo Jorge Martins Parra

Tese especialmente elaborada para a obtenção do grau de Doutor em

Belas-Artes, na especialidade de Design de Equipamento

2017

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES

O VALOR DO DESIGN

O impacto das capacidades em Design na performance económica das organizações

Carlos Manuel Luzia Alcobia

Orientador: Professor Doutor Paulo Jorge Martins Parra

Tese especialmente elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Belas-Artes, na especialidade de Design de Equipamento

Júri:

Presidente: Doutora Isabel Maria Dâmaso Rodrigues, Professora Auxiliar e Diretora da Área de Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (nomeado por despacho do Senhor Vice-Reitor, datado de 30 de março de 2017, no uso de competências delegadas).

Vogais: Doutora Maria Inês de Castro Martins Secca Ruivo, Professora Auxiliar da Escola de Artes da Universidade de Évora (1ª arguente);

Doutor Carlos Alberto Miranda Duarte, Professor Catedrático do IADE-U Instituto de Arte, Design e Empresa (2º arguente);

Doutor Fernando José Carneiro Moreira da Silva, Professor Catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa;

Doutor Fernando António Baptista Pereira, Professor Associado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa;

Doutor Paulo Jorge Martins Parra, Professor Associado com Agregação da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, orientador.

ANO 2017

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DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu Carlos Manuel Luzia Alcobia, declaro que a tese de doutoramento intitulada “O valor do

Design - O impacto das capacidades em Design na performance económica das

organizações”, é o resultado da minha investigação pessoal e independente. O conteúdo é

original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas na bibliografia ou

outras listagens de fontes documentais, tal como todas as citações diretas ou indiretas têm

devida indicação ao longo do trabalho segundo as normas académicas.

O Candidato,

Lisboa, 10 de agosto 2017

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RESUMO

Num contexto caracterizado por crescente competitividade e globalização

económica, as capacidades de inovação e adaptação às mudanças externas tornaram-se

fundamentais para a sobrevivência e crescimento das organizações. O Design é

atualmente entendido como sendo um ingrediente-chave do complexo fenómeno da

inovação e com crescente importância para o entendimento das capacidades subjacentes

que permitem promover a flexibilidade e capacidade de resposta à mudança dentro da

organização. No entanto, até agora, nem o papel, nem os mecanismos, ou nem o impacto

que o Design tem sobre as organizações de competitividade têm sido suficientemente

estudados e compreendidos. O Design ainda é visto como um processo caixa-negra

dentro da organização.

Com base na definição e operacionalização dos constructos propostos, esta

investigação é original e bem-sucedida nas suas tentativas de analisar e clarificar a

natureza dos recursos de Design e a sua relação com o desempenho económico da

empresa. Desmistifica a visão do Design enquanto processo caixa-negra, demonstrando

a importância das suas capacidades enquanto valiosos recursos à disposição da

organização. A investigação ajuda também a compreender melhor a importância do

alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento de

capacidades em Design.

Os pressupostos teóricos subjacentes são resultado de uma análise exaustiva da

literatura e de autores dos campos teóricos do Design e Gestão Estratégica. A fim de

garantir a rigorosa validade e fiabilidade empírica foram revistos os procedimentos de

base metodológica da investigação. As conclusões são apoiadas pelos resultados de um

questionário aplicado sobre uma amostra de grande dimensão (N = 455), a partir de firmas

individuais e permitindo uma comparação intersectorial. Com o propósito de reforçar a

robustez e fiabilidade das conclusões obtidas recorreu-se à análise factorial exploratória

e confirmatória para fornecer garantias metodológicas e validação adicionais, avaliando-

se posteriormente o modelo teórico em termos da qualidade de ajustamento das equações

estruturais estimadas.

Palavras-chave:

Capacidades design; design estratégico; equações estruturais; capacidades dinâmicas;

estudos de inovação.

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ABSTRACT

In the midst of increasing competitive and globalized economies, the capability to

innovate and adapt to changes in the environment becomes fundamental for an

organization’s to secure its own survival and growth. Today many look into Design as a

key ingredient of the complex phenomenon of innovation, it becomes increasingly

important to understand the underlying capabilities that enable it to promote flexibility

and responsiveness to change inside the organization. Nevertheless, until now neither the

role, nor the mechanisms, nor even the impact that Design has on organizations

competitiveness is considered to sufficiently studied and understood. Design is still seen

as a black box process inside the organization.

Based on the definition and operationalization of the related constructs this

research is both original and successful in its attempts to analyze and clarify the nature

of Design capabilities and its relationship with the firm’s economic performance. It

aims at unbundling the Design black box demonstrating the importance of such

capabilities as valuable resources at the disposal of the organization. It helps to better

understand the importance of strategic alignment and market dynamism for the creation

and development of Design capabilities.

The underlying theoretical assumptions are the result of exhaustive literature

analysis of authors from both Design and Strategic management fields. In order to ensure

rigorous empirical validity and reliability the methodological basis and research

procedures were revised. The conclusions are supported by the results of a large scale

survey (N=455), from individual firms and enabling a cross sector comparison.

Exploratory and confirmatory factor analysis was used to provide further validation and

methodological guarantees, and the theoretical model was examined in terms of the

quality of its adjustment to the data collected by means of structural equations modeling

in order to make the conclusions and results as consistent and solid as possible.

Keywords:

Design capabilities; strategic design; structural equations; dynamic capabilities;

innovation studies.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de destacar nos agradecimentos o meu orientador e amigo Paulo Parra. Pela

presença no acompanhamento e amizade no encorajamento. Sem a sua orientação este

caminho teria sido menos iluminado.

Um agradecimento particular às minhas colegas da Faculdade de Belas-Artes pelo porto

seguro que me proporcionaram: Ana Paula, Isabel Vieira, Lurdes Santos, Conceição Reis,

Andreia Valente, Carla Soeiro, Rosa Loures e Filipa Pires.

Um agradecimento especial e abraço de solidariedade ao Professor Luis Jorge Gonçalves

e à minha colega Cristina Fernandes.

Os meus agradecimentos estendem-se ainda às seguintes pessoas:

Professores Isabel Dâmaso, Inês Secca Ruivo, Fernando Moreira da Silva, Carlos Duarte

e Fernando António pela presença no júri do Doutoramento. Henrique Carreiro, Beatrice

D’Ippolito, Davide Ravasi, RobertoVerganti, Catherine Wang, Pedro Janeiro, Rui

Marcelino, Claudia Acklin, Hugo Silva, Deborah Mrazek, Steve Sato, Mikko Koria,

André Gouveia, Cristovão Pereira, Rita Almendra, Peter McGrory, Ferdy Gilsing,

Joaquin Alegre Vidal, Chiva Gómez Ricardo, Bruce Tether, James Utterback, Leonor

Santos Silva, Maria João Dornelas, David Gonher, Brigit Jevnaker, Scott Swan, Ammon

Salter, Andrea Mina, Jonathan Sapsed, Silvia Massini, Katia Pina, Paul Cleave, Gareth

Shaw, Rhodri Thomas, Tim Taylor, Tiago Girão, Massimo Bianchini, João Costa, João

Rocha, Mafalda Cardeira, Liliana Cardeira, Pedro Soares Neves, Ivan Vuksanov, Marcelo

Galbiati, Raquel Mendes, Paulo Soeiro Carvalho, Bernardo Gaeiras, Susana Corvelo,

Fred Garnett Telmo Alcobia, Paula Oliveira, Maria do Carmo, Licínia Santos, Cátia

Carramona, Elsa Pedrosa, Joana Silva, Paulo Santos, e a todos aqueles que, direta ou

indiretamente, contribuíram para a realização desta investigação e Tese de Doutoramento.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais,

Ao meu filho Jaime,

À minha companheira Sara.

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.

Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

Antoine de Saint-Exupéry

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i

ÍNDICE

Introdução ......................................................................................................................... 1

Motivação e pertinência da investigação ...................................................................... 1

Descrição do problema ............................................................................................. 1

Enquadramento e delimitação do estudo .................................................................. 4

Significância e originalidade da investigação .......................................................... 6

Objetivos de investigação ............................................................................................. 8

Pergunta de investigação ........................................................................................ 10

Hipóteses de investigação ....................................................................................... 11

Perspectivas metodológicas .................................................................................... 13

Estrutura e pressupostos da investigação.................................................................... 15

Estrutura da Tese .................................................................................................... 15

Principais resultados esperados .............................................................................. 20

Limitações à investigação ....................................................................................... 21

1 Enquadramento teórico ........................................................................................... 23

Notas introdutórias ..................................................................................................... 23

1.1 Capacidades em Design ................................................................................... 24

1.1.1 Importância de se medir o valor do Design .............................................. 26

1.1.2 O que são capacidades em Design? .......................................................... 28

1.2 Teoria das capacidades dinâmicas ................................................................... 29

1.2.1 Design enquanto conjunto de capacidades ............................................... 34

1.3 Racional do protocolo subjacente à revisão de literatura ................................ 36

1.3.1 Conclusões e implicações para o processo de revisão de literatura ......... 36

1.3.2 Protocolo de revisão de literatura ............................................................. 37

Resumo do capítulo .................................................................................................... 42

2 Capacidades em Design .......................................................................................... 43

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ii

Notas introdutórias ..................................................................................................... 43

2.1 Capacidades em Design ................................................................................... 44

2.1.1 Design como vantagem competitiva ........................................................ 44

2.1.2 A natureza das capacidades em Design .................................................... 47

2.1.3 Condições subjacentes ao desenvolvimento de capacidades em Design . 56

2.2 Discussão da revisão de literatura .................................................................... 65

2.2.1 Formulação das hipoteses de investigação ............................................... 69

Resumo do capítulo .................................................................................................... 71

3 O impacto económico das capacidades em Design nas organizações .................... 72

Notas introdutórias ..................................................................................................... 72

3.1 Impacto na performance económica das organizações .................................... 73

3.2 A medição de capacidades em Design ............................................................. 76

3.2.1 Investimento em Design e aplicação de métricas em Design ................... 76

3.2.2 Design enquanto parâmetro mole ............................................................. 82

3.3 Gestão de capacidades em Design ................................................................... 86

3.3.1 Importância do alinhamento estratégico ................................................... 86

3.3.2 Integração de métricas de gestão .............................................................. 94

3.4 Discussão da revisão de literatura .................................................................. 103

3.4.1 Formulação das hipoteses de investigação ............................................. 108

Resumo do capítulo .................................................................................................. 110

4 Metodologia .......................................................................................................... 111

Notas introdutórias ................................................................................................... 111

4.1 Introdução ...................................................................................................... 112

4.2 Paradigma de investigação ............................................................................. 114

4.3 Racional metodológico .................................................................................. 118

4.3.1 Etapas de investigação e métodos utilizados .......................................... 119

4.4 Validade e fiabilidade .................................................................................... 122

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iii

4.4.1 Validade facial e de conteúdos ............................................................... 124

4.4.2 Validade de constructo ........................................................................... 126

Resumo do capítulo .................................................................................................. 132

5 Especificação e identificação do modelo.............................................................. 133

Notas introdutórias ................................................................................................... 133

5.1 Operacionalização dos construtos teóricos .................................................... 134

5.1.1 Visão geral .............................................................................................. 134

5.1.2 Domínios dos constructos e definições operacionais ............................. 135

5.2 Operacionalização dos efeitos de mediação .................................................. 153

5.2.1 Alinhamento estratégico ......................................................................... 154

5.3 Operacionalização dos efeitos de moderação ................................................ 158

5.4 Validade facial e de conteúdo ........................................................................ 160

5.4.1 1ª fase/ronda – entrevistas exploratórias sobre qualidade e validade geral

dos itens ................................................................................................................ 160

5.4.2 2ª fase/ronda - adequação dos itens à amostra ....................................... 161

5.4.3 3ª fase/ronda - painel de especialistas..................................................... 162

5.5 Operacionalização das hipóteses e especificação do modelo ........................ 166

5.5.1 Operacionalização das hipóteses ............................................................ 166

5.5.2 Especificação do modelo ........................................................................ 169

5.5.3 Identificação do modelo ......................................................................... 170

Resumo do capítulo .................................................................................................. 173

6 Recolha de dados e procedimentos analíticos ...................................................... 174

Notas introdutórias ................................................................................................... 174

6.1 Amostra .......................................................................................................... 175

6.2 Pré-teste e teste piloto do instrumento ........................................................... 178

6.2.1 Instrumento - questionário ...................................................................... 178

Procedimentos de pré-teste e piloto do instrumento ............................... 179

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iv

6.3 Dados recolhidos ............................................................................................ 182

Triagem e preparação de dados .............................................................. 183

Variáveis categóricas .............................................................................. 186

6.4 Análise factorial exploratória ......................................................................... 191

6.4.1 Extração de fatores ................................................................................. 192

6.5 Validade e fiabilidade do instrumento e escalas ............................................ 197

Testes dos pressupostos de análise multivariável ................................... 197

Adequação conceptual ............................................................................ 201

Validade do instrumento ......................................................................... 202

Fiabilidade das escalas de medida .......................................................... 204

Resumo do capítulo .................................................................................................. 205

7 Estimação e avaliação de ajustamento do modelo................................................ 206

Notas introdutórias ................................................................................................... 206

7.1 Estatísticas descritivas ................................................................................... 207

Constructo capacidades de absorção em Design (ABSORPT) .............. 207

Constructo capacidades de adaptação em Design (ADAPT) ................. 208

Constructo alinhamento estratégico B (STRATB) ................................. 209

Constructo alinhamento estratégico A (STRATA) ................................ 210

Constructo de capacidades operacionais em Design (OPERAT) ........... 211

Constructo de crescimento económico (GROWTH) .............................. 212

Constructo de rentabilidade financeira (PROFIT).................................. 213

7.2 Avaliação de ajustamento do modelo ............................................................ 214

Teste do qui-quadrado de ajustamento ................................................... 214

Índices de qualidade de ajustamento ...................................................... 215

7.3 Modelos estruturais ........................................................................................ 217

Fatores de 2ª ordem ................................................................................ 217

Variáveis de controlo .............................................................................. 219

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v

Efeitos de mediação ................................................................................ 221

Moderação multigrupos .......................................................................... 223

Resumo do capítulo .................................................................................................. 227

8 Discussão de resultados ........................................................................................ 228

Notas introdutórias ................................................................................................... 228

8.1 Re-especificação do modelo e variáveis de controlo ..................................... 229

8.1.1 Itens eliminados ...................................................................................... 229

8.1.2 Comportamento das variáveis de controlo ............................................. 230

8.2 Sobre a natureza das capacidades em Design ................................................ 233

Novos constructos de capacidades dinâmicas ........................................ 234

Relação capacidades dinâmicas e capacidades operacionais ................. 239

8.3 Impactos no crescimento económico ............................................................. 240

Efeito positivo sobre crescimento da organização ................................. 240

Impacto sobre o lucro ............................................................................. 241

8.4 Efeitos de mediação e moderação .................................................................. 243

Efeitos de mediação ................................................................................ 243

Efeitos de moderação.............................................................................. 249

8.5 Que métricas para medir impacto? ................................................................ 256

8.6 Diferença entre sectores industriais ............................................................... 259

Resumo do capítulo .................................................................................................. 263

9 Conclusões e investigação futura ......................................................................... 264

9.1 Objetivos principais e secundários ................................................................ 265

Pergunta de investigação e hipóteses ..................................................... 266

Principais conclusões .............................................................................. 269

Novo modelo teórico .............................................................................. 274

9.2 Contribuições para o conhecimento ............................................................... 275

Contribuições académicas ...................................................................... 276

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vi

Contribuições para as organizações ........................................................ 279

Recomendações para ação ...................................................................... 282

9.3 Limitações e investigação futura ................................................................... 288

Limitações .............................................................................................. 288

Investigação futura ................................................................................. 293

Bibliografia ................................................................................................................... 296

Glossário ....................................................................................................................... 316

ANEXOS I .................................................................................................................... 330

Metatabelas de revisão de literatura ......................................................................... 330

Metatabela dos principais contributos sobre capacidades em Design .................. 330

Metatabela dos principais contributos sobre impacto económico do Design ....... 343

Etapas e roteiros metodológicos ............................................................................... 361

Fases do processo de investigação........................................................................ 361

Roteiro das etapas de investigação ....................................................................... 364

Desenvolvimento e validação do instrumento de medida ........................................ 365

Etapas no desenvolvimento e validação do instrumento de medida .................... 365

Sobreposições teóricas .......................................................................................... 366

Resultados da análise de validade de conteúdo dos indicadores .......................... 386

Especificação e identificação do modelo teórico ..................................................... 393

Especificação dos modelos estruturais hipotetizados (fatores de 2ª ordem) ........ 393

Especificação dos modelos de medida (fatores de 1ª ordem) ............................... 396

Triagem de dados e teste de pressupostos de normalidade ...................................... 400

Análise factorial exploratória ................................................................................... 406

Estatísticas descritivas .............................................................................................. 413

Testes e índices de avaliação da qualidade de ajustamento ...................................... 423

Análise factorial e estimação do modelo .................................................................. 429

Estimação de efeitos por indicadores ....................................................................... 440

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vii

Estimação de efeitos por sectores de actividade ....................................................... 442

ANEXOS II .................................................................................................................. 457

Carta de apoio questionário ...................................................................................... 457

Indice de validade de conteudo ................................................................................ 458

Primeira carta convite para o painel de especialistas ........................................... 458

Segunda carta convite para o painel de especialistas ........................................... 459

Revisão do questionário - guia de avaliação enviado ao painel de especialistas . 460

Questionários ............................................................................................................ 490

Questionário versão em Português ....................................................................... 490

Questionário versão em Italiano ........................................................................... 498

Questionário versão em Inglês ............................................................................. 506

Questionário versão em Espanhol ........................................................................ 513

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viii

LISTA DE DIAGRAMAS

Diagrama 1 - Enquadramento teórico Wang e Ahmed (2007) ....................................... 33

Diagrama 2 - Protocolo auditoria de revisão de literatura .............................................. 40

Diagrama 3 - Delimitação do objeto e operacionalização - retirado de Bacharach (1989)

...................................................................................................................................... 113

Diagrama 4 - Avaliação de um instrumento de medida ............................................... 124

Diagrama 5 - Efeito de mediação ................................................................................. 154

Diagrama 6 - Efeito de moderação ............................................................................... 159

Diagrama 7 - Modelo teórico inicial (especificação e identificação) - adaptado de Wang

e Ahmed (2007) ............................................................................................................ 170

Diagrama 8 - Fator de 2ª ordem capacidades dinâmicas .............................................. 218

Diagrama 9 - Efeitos variáveis de controlo .................................................................. 220

Diagrama 10 - Modelo teórico proposto ...................................................................... 275

Diagrama 11 - Principais autores e suas interligações na teoria das capacidades dinâmicas

- retirado de Peteraf et al (2013, p. 1399) ..................................................................... 292

Diagrama 12 - Roteiro das etapas de investigação ....................................................... 364

Diagrama 13 - Etapas no desenvolvimento e validação de um instrumento de medida -

adaptado de Churchill Jr. (1979) .................................................................................. 365

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ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Objetivos principais e secundários ................................................................ 10

Tabela 2 – Perguntas de investigação e hipóteses .......................................................... 13

Tabela 3 – Resumo da fundamentação teórica por capítulos ......................................... 18

Tabela 4 - Operacionalização das hipóteses de investigação ....................................... 168

Tabela 5 - Distribuição por países ................................................................................ 182

Tabela 6 - classificação por níveis de volatilidade ....................................................... 188

Tabela 7 - Recursos internos de Design versus contratação de serviços externos ....... 191

Tabela 8 - níveis de referência para o teste de KMO ................................................... 197

Tabela 9 - Teste de KMO e Bartlett ............................................................................. 197

Tabela 10 - verificação dos objetivos de investigação ................................................. 270

Tabela 11- Principais contributos sobre capacidades em Design ................................. 330

Tabela 12 - Principais contributos sobre impacto económico do Design .................... 343

Tabela 13 - Fases do processo de investigação ............................................................ 361

Tabela 14 - Resumo das sobreposições teóricas ........................................................... 366

Tabela 15 - Indicadores capacidades dinâmicas em Design ......................................... 386

Tabela 16 - Indicadores capacidades operacionais em Design..................................... 389

Tabela 17 - Indicadores sobre alinhamento estratégico................................................ 390

Tabela 18 - Indicadores sobre volatilidade tecnológica do sector ................................ 391

Tabela 19 - Indicadores sobre performance económica da organização ...................... 392

Tabela 20 - Valores de curtose ..................................................................................... 401

Tabela 21 - Relações de linearidade construto ADAPT OPERAT OPERAT ......... 402

Tabela 22 - Relações de linearidade entre constructos ABSORPT OPERAT OPERAT

...................................................................................................................................... 403

Tabela 23 -Relações de linearidade entre constructos OPERAT GROWTH ........... 403

Tabela 24 - Relações de linearidade entre constructos OPERATPROFIT ............... 404

Tabela 25 - Coeficientes de volatilidade dos sectores industriais ................................ 404

Tabela 26 - Tamanho da amostra e loadings minímos para validade convergente - retirado

de Hair (2010) ............................................................................................................... 406

Tabela 27 - Matriz de correlações entre factores .......................................................... 407

Tabela 28 - Matriz padrão ............................................................................................ 408

Tabela 29 - Variável de controlo empregados .............................................................. 413

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x

Tabela 30- Variável de controlo rendimentos anuais da empresa ................................ 413

Tabela 31- Variável de controlo data de fundação da empresa .................................... 413

Tabela 32 - Variável de controlo sectores industriais de atividade .............................. 413

Tabela 33- Variável de controlo nacionalidade da organização ................................... 414

Tabela 34- Variável de controlo cargo de quem respondeu ao questionário ................ 414

Tabela 35- Variável de controlo responde diretamente à Administração inicial ......... 414

Tabela 36 - Variável de controlo responde diretamente à Administração reformulado 415

Tabela 37- Variável de controlo variação no investimento em Design inicial ............. 415

Tabela 38 - Variável de controlo variação no investimento em Design reformulada .. 415

Tabela 39 - Estatísticas descritivas constructo ABSORPT .......................................... 415

Tabela 40 - Estatísticas descritivas constructo ADAPT ............................................... 416

Tabela 41 - Estatísticas descritivas constructo STRATB ............................................. 417

Tabela 42 - Estatísticas descritivas constructo STRATA ............................................ 418

Tabela 43 - Estatísticas descritivas constructo OPERAT ............................................. 419

Tabela 44 - Estatísticas descritivas constructo GROWTH ........................................... 420

Tabela 45 - Estatísticas descritivas constructo PROFIT .............................................. 421

Tabela 46 - Testes da família qui-quadrado ................................................................. 423

Tabela 47 - Testes da família índices absolutos ........................................................... 424

Tabela 48 - Testes da família indices relativos............................................................. 425

Tabela 49 - Testes da família indices de parcimónia.................................................... 427

Tabela 50 - Testes de outros indices ............................................................................. 428

Tabela 51 - Identificação de indices de modificação elevados .................................... 429

Tabela 52 - Estimação de resultados com efeitos directos STRATA e STRATB ao

constructo de performance............................................................................................ 430

Tabela 53 - Estimação do modelo sem variáveis de controlo ...................................... 431

Tabela 54 - Estimação de modelo com variáveis de controlo ...................................... 433

Tabela 55 - Efeitos indirectos da variável de mediação ............................................... 435

Tabela 56 - Efeitos de moderação volatilidade do ambiente e sem variáveis de controlo

...................................................................................................................................... 437

Tabela 57 - Efeitos de moderação da natureza dos recursos em Design e sem variáveis

de controlo .................................................................................................................... 439

Tabela 58 – Níveis de significância dos efeitos das variáveis de controlo................... 440

Tabela 59 - Comparação dos efeitos sobre os indicadores capacidades operacionais com

efeito de moderação contratação externa de Design .................................................... 441

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xi

Tabela 60 - Efeitos por sector de actividade industrial ................................................ 442

Tabela 61 - Estimação do modelo para o sector textil .................................................. 445

Tabela 62 - Estimação do modelo para o sector da cerâmica ...................................... 446

Tabela 63 - Estimação do modelo para os sectores da consultoria e programação

informática .................................................................................................................... 448

Tabela 64 - Estimação do modelo para o sector da mobilidade ................................... 450

Tabela 65 - Estimação do modelo para outros sectores de produção industrial ........... 452

Tabela 66 - Estimação do modelo para o sector da electrónica................................... 454

Tabela 67 - Estimação do modelo para o sector do mobiliário .................................... 455

Tabela 68 - Resultados da regressão multivariada das variáveis ST4 e ST5 sobre os items

do constructo de capacidades de inovação ................................................................... 456

Tabela 69 - Guia de avaliação enviado ao painel de especialistas ............................... 460

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xii

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Índices de volatilidade dos sectores industriais ......................................... 188

Gráfico 2 - Scree plot.................................................................................................... 194

Gráfico 3 - Outliers iniciais .......................................................................................... 400

Gráfico 4 - Outliers finais ............................................................................................. 401

Gráfico 5 - Histograma constructo ABSORPT ............................................................ 416

Gráfico 6 - Diagrama de extremos e quartis constructo ABSORPT ............................ 416

Gráfico 7 - Histograma constructo ADAPT ................................................................. 417

Gráfico 8 - Diagrama de extremos e quartis constructo ADAPT ................................. 417

Gráfico 9 - Histograma constructo STRATB ............................................................... 418

Gráfico 10 - Diagrama de extremos e quartis constructo STRATB ............................. 418

Gráfico 11 - Histograma constructo STRATA ............................................................. 419

Gráfico 12 - Diagrama de extremos e quartis constructo STRATA............................. 419

Gráfico 13 - Histograma constructo OPERAT ............................................................. 420

Gráfico 14 - Diagrama de extremos e quartis constructo OPERAT............................. 420

Gráfico 15 - Histograma constructo GROWTH ........................................................... 421

Gráfico 16 - Diagrama de extremos e quartis constructo GROWTH........................... 421

Gráfico 17 - Histograma constructo PROFIT............................................................... 422

Gráfico 18 - Diagrama de extremos e quartis constructo PROFIT .............................. 422

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xiii

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - Cálculo dimensão amostra - segundo Marôco (2014, pp.28-29).............. 177

Equação 2 - Capacidades de adaptação em Design ...................................................... 393

Equação 3 - Capacidades de absorção em Design ........................................................ 393

Equação 4 - Capacidades de inovação em Design ....................................................... 393

Equação 5 - Alinhamento estratégico ........................................................................... 394

Equação 6 - Capacidades operacionais em Design ...................................................... 394

Equação 7 - Performance económica das organizações ............................................... 395

Equação 8 - Crescimento de mercado .......................................................................... 395

Equação 9 - Rentabilidade financeira ........................................................................... 396

Equação 10 - Capacidades de adaptação em Design .................................................... 396

Equação 11 - Capacidades de absorção em Design ...................................................... 397

Equação 12 - Capacidades de inovação em Design ..................................................... 397

Equação 13 - Alinhamento estratégico ......................................................................... 398

Equação 14 - Capacidades operacionais em Design .................................................... 398

Equação 15 - Crescimento de Mercado ........................................................................ 399

Equação 16 - Rentabilidade financeira ......................................................................... 399

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1

Introdução

Motivação e pertinência da investigação

Descrição do problema

“Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas

antes aquelas que melhor se adaptam e se ajustam ao contexto em mudança em

que se encontram”1 - Leon C. Megginson

Os fenómenos sociais são intrinsecamente dinâmicos no que diz respeito ao

contexto de mudança e incerteza em que acontecem e se desenvolvem. Atualmente as

Sociedades enfrentam contextos complexos, de crescente Globalização e nos quais a

competitividade económica das organizações nelas inseridas dependem da sua

capacidade de adaptação à mudança e incerteza. Mais do que uma condição para a

competitividade, neste cenário a resiliência à mudança torna-se uma condição para a

própria sobrevivência da organização.

O Design é considerado por diversos autores como sendo um ingrediente-chave

para a competitividade das empresas (D’Ippolito, 2014; Davide Ravasi & Stigliani, 2012).

Durante a revisão de literatura exploratória constatou-se a pluralidade das significâncias

e multitudes do Design: da sua importância na gestão do conhecimento tácito e elevação

como elemento diferenciador e de vantagem competitiva para a indústria (Bürdek, 2005;

Birgit H Jevnaker, 2000; Koria, 2013; Koria, Graff, & Karjalainen, 2011; Mozota,

2003b), ao valor acrescentado que traz na perceção do consumidor (Abecassis-Moedas &

Benghozi, 2012; Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008; Miller, 2005; Oakley,

1990; Schoormans & Robben, 1997; Verganti, 2006), ou ainda à criação de valor que

induz em nichos de mercado com elasticidade de procura rígida (Fishman, 1998;

Verganti, 2003, 2006). Os autores reconheciam igualmente os contributos do Design na

1 Tradução livre do autor do original “It is not the most intellectual of the species that survives; it is not the

strongest that survives; but the species that survives is the one that is able best to adapt and adjust to the

changing environment in which it finds itself.”

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2

mediação de conflitos, transmissores de conhecimento entre áreas, e como garante da

coerência entre inovação e os valores associados à marca (Karjalainen & Snelders, 2010;

Monika Hestad, 2013; Mozota, 2003b). Outros autores construindo sobre esta evidência

destacavam outras características na construção de significado tal como a importância do

Design na promoção da transdisciplinaridade e aprendizagem aplicada (Bruce & Davies-

Cooper, 1994; Cross, 1982; Koria et al., 2011; Neilson et al., 2008; Parra, 2007), a

importância do Design em processos de inovação conduzidos por significância (Monika

Hestad, 2013; Verganti, 2003, 2006, 2008b; von Hippel, 2005), ou a sua responsabilidade

social e ambiental, produzindo soluções que simultaneamente permitissem tornar a

qualidade acessível a todos os consumidores, garantissem a sustentabilidade de recursos,

e estendessem o ciclo de vida dos produtos intervindo sobre os hábitos de consumidor e

nas escolhas de materiais (Locke & Wellhausen, 2014; Papanek, 1971; Vezzoli &

Manzini, 2008).

Existem contudo um conjunto de questões que permanecem por resolver. Refira-

se em particular o facto de que permanecem relativamente desconhecidos os mecanismos

mediante os quais o Design cria valor dentro da organização, o desconhecimento sobre o

potencial do Design no processo de renovação estratégica da organização, ou mesmo de

que forma se pode medir comparar esse impacto do Design na criação de valor da

empresa. Esta relativa indefinição em torno de aspetos fundamentais da competitividade

das empresas, limitam e fragilizam as pretensões a um maior protagonismo da disciplina

do Design (e da profissão de designer) dentro do processo de inovação organizacional.

Para legitimar o Design enquanto recurso estratégico ao serviço das organizações para

adaptação à mudança e inovação em contextos de incerteza, ganha particular relevância

o estudo sobre as capacidades em Design (Davide Ravasi & Stigliani, 2012).

Mas o que são capacidades em Design? Apesar de ainda não existir uma definição

definitiva e estabilizada, o que aliás constitui uma das razões que motivou a realização

desta investigação, é contudo possível identificar e conceptualizar algumas características

comuns2 que ajudam na sua identificação. Se entendermos a empresa como um conjunto

de elementos (equipamentos, recursos humanos, competências) que possibilitam a

criação de produtos e serviços, então as capacidades dessa empresa dizem respeito ao

conjunto de ações e processos relativos à utilização desses elementos que se encontram

2 Essas suportadas pelos contributos retirados da literatura da teoria das capacidades e da Visão Baseada

em Recursos (VBR) e que serão apresentados com maior rigor no decorrer do próximo capítulo

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3

disponíveis com o propósito à criação de valor. Ou seja, capacidades em Design não se

referem às competências do designer mas sobretudo à sua ação efetiva e na rotina

quotidiana da organização, e que consiste em identificar as formas mais corretas de

utilizar recursos e competências existentes dentro da empresa para produzir valor ou

capacitá-la para o processo de transformação desejado.

As capacidades em Design podem ser rotinas quotidianas que permitem à

organização produzir produtos com qualidade superior, ou a competência única de

antecipar mudanças externas e capacitar a organização a operar as mudanças necessárias

para responder a essa mudança contextual. O autor argumenta que capacidades em Design

emanam de características específicas do Design e constituem por isso um diferencial

competitivo difícil de imitar por competidores. Esse aspeto torna essas capacidades

particularmente valiosas para as empresas que as possuem pois tornam-se vantagens

competitivas que lhes permitem prosperar no mercado. Capacidades em Design ajudam

por exemplo a explicar a diferença de resultados operacionais e de liderança no mercado

entre empresas que partem de início com um conjunto de recursos, equipamentos e

recursos humanos semelhantes mas revelam depois possuir culturas organizacionais

diferentes e que emanam de um conjunto de capacidades subjacentes.

Deste modo torna-se relevante reforçar o estudo relativo ao papel e natureza das

capacidades em Design, sobretudo na medição do seu impacto em termos de performance

económica das empresas. Pretende-se que os resultados e contributos adicionais

alcançados permitam reforçar e sustentar a reivindicação de que o Design pode ser um

recurso de relevância estratégica para as organizações, fundamentação de particular

relevância nos esforços para justificar um superior investimento na aquisição de recursos

de Design. Por fim um maior e melhor entendimento sobre qual o papel do Design na

criação de vantagens competitivas dentro da empresa poderá também contribuir para uma

promoção do Design dentro do processo de formação e gestão estratégica da organização,

nomeadamente ao nível dos processos de tomadas de decisão e planeamento, procurando-

se posicionar o papel das capacidades em Design ao nível da transformação estratégica

de recursos na organização.

A principal motivação subjacente a esta tese de Doutoramento é de proporcionar

contributos originais e relevantes sobre a medição do impacto económico do Design para

as organizações através do estudo do comportamento das capacidades em Design, e em

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4

particular as capacidades relacionadas com a inovação e adaptação à mudança. Por esse

motivo, a presente tese de Doutoramento representou ainda uma oportunidade para

realizar um estudo quantitativo sobre o impacto económico das capacidades em Design,

o que não sendo porventura a abordagem mais recorrente em investigação em Design, é

uma metodologia útil e particularmente pertinente aos esforços de responder a eventuais

lacunas no conhecimento, proporcionando uma compreensão mais completa e

aprofundada sobre os mecanismos e fatores subjacentes à avaliação do seu valor e

relevância dentro da organização.

Enquadramento e delimitação do estudo

Um projeto de investigação com estas características deve ser acompanhado de

uma definição clara sobre o seu propósito e motivações, mas também pela delimitação do

seu âmbito e objeto de forma a permitir um entendimento adequado e informado sobre

quais as perguntas que vão ser colocadas e que informação vai ser selecionada para as

responder. Saliente-se contudo que este propósito (delimitação rigorosa do objeto de

estudo) é um exercício complexo devido à natureza inerente do Design e o seu papel

omnipresente na cadeia de geração de valor dentro da organização (Heskett, 2003, p. 5).

Em parte por esse motivo, e sendo o foco da investigação o estudo sobre a importância

do Design e as suas capacidades para o desenvolvimento de vantagens competitivas

dentro da organização, procurou-se recolher contributos de outras áreas de conhecimento

complementares ao campo de estudos do Design, entre os quais nas áreas da gestão

estratégica e estudos de inovação, e mais especificamente às escolas da visão de recursos

e teoria das capacidades dinâmicas. E tendo em consideração os diferentes contributos

existentes dentro da visão das capacidades dinâmicas (Peteraf, Stefano, & Verona, 2013)

de referir que este estudo segue sobretudo a ramificação de pensamento personificada

pelos contributos de David Teece que aborda esta questão da perspectiva da performance

económica e não tanto sobre as capacidades de aprendizagem ou de gestão de capacidades

organizacionais. Estes contributos visam sobretudo complementar o desenvolvimento do

modelo teórico, estruturado em torno dos Estudos de Design (sobretudo design de produto

e design estratégico), mas que permitem o acesso ao mesmo de um enquadramento teórico

mais vasto e amadurecido no que diz respeito ao estudo sobre a capacidade e mecanismos

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5

de resposta das organizações para competir em ambientes dinâmicos e dominados pela

incerteza.

Deste modo identifica-se como sendo o objeto da investigação o estudo do Design

dentro da organização e o seu impacto para o desempenho económico. Mais

especificamente, este estudo procura identificar a natureza e analisar o comportamento

das capacidades em Design dentro da organização e à luz do enquadramento teórico da

disponível da teoria das capacidades dinâmicas. Contudo a investigação realizada não

procurou abordar os contributos de outras escolas de gestão estratégica3, e nem se

restringir somente aos contributos da VBR e da teoria das capacidades porque entendeu-

se que a sua leitura ortodoxa poderia limitar a análise e identificação das especificidades

e particularidades das capacidades, práticas e conhecimento em Design. Pela temática

desta tese de Doutoramento ser centrada em torno das capacidades em Design, excluiu-

se do modelo e do estudo os efeitos de outras capacidades organizacionais mesmo que

seja considerado e reconhecido que estas também pudessem ter impacto no desempenho

económico da organização. E não obstante estas medidas corretivas e preventivas, ainda

assim reconhecem-se limitações advindas da adaptação de alguns conceitos e variáveis

latentes originários de um quadro teórico da área de estudos em Gestão Estratégica e

Inovação para analisar um conjunto de problemas e fenómenos a observar no campo de

estudos em Design.

O modelo teórico agora proposto foi analisado e a sua validade testada por meio

do desenvolvimento de um instrumento de medida que operacionalize um conjunto de

variáveis latentes relativas às capacidades em Design, performance económica e efeitos

de mediação e moderação. O conjunto de indicadores utilizados na operacionalização das

diferentes variáveis latentes e pressupostos que definem o modelo teórico tem origem em

instrumentos identificados em literatura relevante e o processo de escolha foi realizado

por um painel de especialistas externo para assegurar validade de conteúdo e reduzir o

possível viés da intervenção do autor da tese. A variável de moderação de alinhamento

estratégico visa medir os condicionantes para a integração das capacidades em Design na

organização e não medir o grau de alinhamento estratégico geral dos diversos recursos e

3 De acordo com Mintzberg (1998) existem as seguintes escolas de pensamento para gestão estratégica:

Escola do Design; Escola do Planeamento; Escola do Posicionamento; Escola do Empreendedorismo;

Escola Cognitiva; Escola da Aprendizagem; Escola do Poder; Escola da Cultura; Escola Ambiental; e a

Escola da Configuração.

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capacidades na organização. O instrumento de medida desenvolvido foi um questionário

aplicada a uma amostra de 455 empresas de um conjunto de sectores de atividade

diversificado mas nos quais o Design é entendido pelos intervenientes como sendo um

recurso de alguma relevância e importância operacional ou estratégica para a sua

atividade. Este estudo é de natureza quantitativa, não obstante existir uma componente de

análise qualitativa importante, e que se desenvolve essencialmente em torno da revisão

de literatura realizada, focada na identificação de contributos relativos à importância

económica das capacidades em Design para as organizações (foco na performance e não

na gestão), e que procura sobretudo fundamentar o modelo teórico proposto e auxiliar à

fundamentação dos resultados quantitativos obtidos. Este estudo não tem como ambição

nem propósito principal de aprofundar o porquê da importância do Design para as

organizações mas antes procurar quantificar esse valor e isolar as principais variáveis

responsáveis pelos mecanismos de criação de valor.

Significância e originalidade da investigação

Na década de 1980 Philip Kotler já havia reconhecido a importância e relevância

do Design na criação de vantagens competitivas por parte de uma organização,

descrevendo-o como uma poderosa mas ainda negligenciada arma estratégica ao alcance

da empresa (Kotler & Rath, 1984). Estudos posteriores (Dumas & Mintzberg, 1989, 1991;

Gorb, 1990; Oakley, 1990) centraram-se na importância da gestão do Design para o

desempenho económico da empresa, verificando-se desde logo não existir consenso

académico sobre questões relativas à natureza, o papel, os mecanismos, ou mesmo o

impacto que o Design poderia ter sobre a competitividade das organizações.

Uma revisão de literatura inicial e de caracter exploratório revelou que o número

de estudos quantitativos, nomeadamente aqueles focados na medição do valor económico

do Design métricas, eram em número insuficiente quando comparados com uma grande

maioria de pesquisa qualitativa produzida durante esse mesmo período (1970-2012).

Constatou-se que também em Portugal já haviam sido realizados alguns estudos de revelo

e que apontam para a existência de vantagens competitivas para as capacidades em Design

(Almendra, 2010; Antunes, 2012; Gomes, 2009; A. J. de M. C. da C. Rodrigues, 2013;

Romão et al., 2011; Veludo, 1990). Contudo esses mesmos estudos alertam também para

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a necessidade de existir uma compreensão mais ampla e abrangente sobre o impacto

económico do Design junto das organizações. Tal insuficiência suscita consequências

negativas para o Design uma vez que a incompreensão sobre o potencial económico do

Design limita a capacidade de aceitação das organizações. Porventura a principal

consequência é que, sem uma visão clara sobre os resultados do Design para o

desempenho económico da organização, torna-se difícil justificar novos investimentos

em Design. Deve-se ter em consideração que as empresas dependem de dados

quantitativos e estabelecimento de métricas objetivas enquanto ferramentas de análise

indispensáveis na análise e avaliação dos resultados da gestão. É a partir dessa análise

objetiva que estas determinam o grau de risco associado ao investimento, assim como

lhes permite elaborar uma justificação para esse investimento face à rentabilidade

esperada. Reivindicar a importância estratégica do Design dentro da organização conta

pouco ou mesmo nada junto dos seus gestores e administradores, em particular se não se

for capaz de adicionar informações concretas sobre aspetos como taxa de rentabilidade

sobre investimento, redução de custos, ou outras métricas relevantes. De certa forma

pode-se afirmar (embora de forma simplista) que na óptica da Administração, e no

momento em que esta se encontrar no processo de decidir pelo investimento no Design

em detrimento de outros departamentos, tudo se deverá resumir aos números possíveis de

analisar e comparar.

Adicionalmente verifica-se uma certa carência de investigação académica

devidamente fundamentada por estudos empíricos de amostras de grande dimensão,

preferencialmente multissectoriais e transnacionais, que exiba validação externa robusta

e que sustente ambições relativas à generalização dos resultados e suas conclusões. A

existência de estudos baseados em casos de estudo que não permitem um entendimento

sobre a existência de possíveis comunalidades ou especificidades do Design, reduzem a

capacidade do investigador em extrair dos dados disponíveis conclusões que possam ser

aplicadas a outras organizações ou mesmo sectores de atividade (Schwab, 2005, pp. 205–

207).

Por último, importa também referir que o Design enquanto disciplina académica

enfrenta atualmente diversas ameaças, sobretudo as relativas à apropriação ou adulteração

dos seus processos e especificidades. É disso exemplo o número crescente de consultoras

financeiras que hoje existem e que começam a operar sobretudo na área do Design

estratégico, procurando assumir-se como parceiros privilegiados das empresas para junto

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destas explicar as virtudes das metodologias do Design (Badler & Zaccai, 1996, p. 60).

Aliás, os executivos são vistos por alguma literatura de referência académica como o

futuro do design thinking ao nível da gestão estratégica das organizações (Ignatius, 2015),

e um número crescente de livros de negócios realiza apropriações da linguagem e

metodologia do Design. Outro dos perigos vem da externalização dos serviços de Design

por parte das organizações, que eliminam ou limitam os seus departamentos internos de

Design porque não conseguem se adaptar à incapacidade dos seus designers de comunicar

os processos e resultados do Design à restante organização, limitação que acreditam não

existir junto das consultoras externas de Design (Kallish, 2007, p. 23). Todas estas

ameaças têm contudo origem na incapacidade do Design (enquanto disciplina) em

comunicar com outras áreas científicas e atores o valor acrescentado que pode produzir e

desta forma demonstrar competências para assumir o protagonismo na geração e gestão

desse valor.

Nesse sentido esta Tese de Doutoramento (e o projeto de investigação a ela

subjacente), além de ter representado uma oportunidade para investigar a importância das

capacidades em Design para o reforço da competitividade das organizações, permitiu

também alcançar contributos relevantes sobre o impacto dessas capacidades no

desempenho económico da empresa, assim como avaliar a importância da integração

dessas capacidades no âmbito do planeamento e gestão estratégica da organização. Por

fim, de referir ainda que é convicção do autor que a produção de investigação empírica

original sobre uma temática emergente possa constituir material de referência útil e

providenciar um contributo importante para futura investigação de outros investigadores.

Objetivos de investigação

Os benefícios que o Design possa vir a desenvolver dentro da organização irão

depender sobretudo da capacidade da mesma em utilizar as suas capacidades de um modo

adequado e eficiente face aos constrangimentos e desafios que enfrenta. E para que a

organização possa fazer uma utilização inteligente desses recursos endógenos que tem

disponível torna-se necessário estar informada sobre as potencialidades e limitações do

que o Design pode ou não desenvolver (capacidades em Design), ou o qual o impacto

dessas capacidades em termos de resultados económicos que justifiquem um maior

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investimento nesses recursos. Identificaram-se contudo lacunas no conhecimento

relativas a estas questões e que o autor argumenta serem necessárias de preencher para

permitir esse melhor entendimento sobre as capacidades do Design por parte das

organizações. Mais especificamente procura-se identificar no Design o que lhe permite

ajudar a organização a construir e manter vantagens competitivas, e se possível

quantificar o impacto desses contributos num quadro teórico que permita distinguir a

importância do Design estratégico para o desempenho económico. Este é aliás outro

objetivo principal de investigação e que está relacionado com a evidência empírica e

mensurável, sem a qual se torna difícil fundamentar e justificar a reivindicação de maior

relevância do Design dentro da organização.

O objetivo de compreender a importância do retorno que as capacidades em

Design oferecem torna-se fundamental para avaliar o seu valor e importância relativa

quando comparado com outros recursos e capacidades disponíveis no seio da

organização. Importa também compreender as condições relativas ao retorno do

investimento em Design, o qual, devido à natureza intangível do Design, revela enorme

complexidade na medição direta da sua importância.

Por fim, e devido à pretensão de que este estudo possa trazer contributos à forma

como as organizações recorrem ao Design para inovar e antecipar a mudança, procurou-

se que a investigação pudesse também trazer contribuições para o campo da gestão

estratégica e estudos de inovação, campos de conhecimento para os quais o autor acredita

que a investigação em Design se possa expandir e ter um impacto relevante na criação de

novo conhecimento.

Procurando sumariar estas questões, e a fim de operacionalizar em resultados

tangíveis e concretos os objetivos principais de investigação identificados, define-se um

conjunto de objetivos secundários associados a cada objetivo principal. A tabela que se

apresenta de seguida estabelece o racional e ligação entre objetivos principais e

secundários.

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Tabela 1 - Objetivos principais e secundários

Objetivos principais Objetivos secundários

Estudar a natureza e o papel

desempenhado pelas

capacidades em Design

dentro da organização

Identificação de um conjunto de capacidades em Design

relevantes na criação e manutenção de vantagens competitivas

por parte da organização

Criação de um enquadramento teórico que ajude a fundamentar

a importância das capacidades em Design no desempenho

económico das organizações, nomeadamente auxiliando a

distinguir a sua natureza e efeitos para a sua gestão estratégica

Entender e medir o impacto

das capacidades em Design

no desempenho económico

das organizações

Desenvolver um instrumento que possibilite a medição e

providencie um melhor entendimento sobre o valor das

capacidades em Design dentro da organização

Identificar um conjunto de condições subjacentes que afetam o

desenvolvimento e impacto das capacidades em Design no

desempenho económico das organizações.

Pergunta de investigação

O racional subjacente à estrutura desta tese de Doutoramento encontra-se

estruturado em torno de uma pergunta de investigação inicial e central, pergunta essa que

se relaciona com as motivações descritas anteriormente. A formulação dessa pergunta de

investigação promove igualmente uma ligação estreita com os objetivos principais de

investigação identificados anteriormente.

Pergunta de investigação - Qual a relevância das capacidades em Design para o

desempenho económico das organizações?

Foi intenção do autor que a redação da pergunta de investigação refletisse a

principal preocupação desta investigação e que é procurar um melhor entendimento sobre

a importância e o papel das capacidades em Design para a competitividade das

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organizações. Para melhor enquadrar as questões relacionadas com o estudo do Design

enquanto conjunto de capacidades e complementar o estudo realizado a partir desta

pergunta de investigação única e central, formularam-se um conjunto de questões

adicionais secundárias e de âmbito mais específico e delimitado. A relação entre a

investigação realizada e o conjunto de questões de investigação subjacentes estarão

presentes ao longo da monografia, nomeadamente durante a discussão da revisão da

literatura (capítulos 2 e 3) e será novamente abordada no capítulo de conclusão (capítulo

9).

Pergunta secundária 1 – Qual o impacto das capacidades em Design para as

organizações?

Pergunta secundária 2 – O que são capacidades em Design e como se pode

distinguir na sua natureza e relevância para a organização?

Pergunta secundária 3 – Que outros fatores específicos para além do investimento

afetam o desempenho do Design e das suas capacidades na organização?

Hipóteses de investigação

É importante garantir que as hipóteses de investigação se relacionem desde o

início e desde a sua formulação, com os objetivos principais e secundários da investigação

anteriormente descritos, reforçando desta forma a estrutura, o princípio de equilíbrio, e o

propósito da fundamentação global que se encontra por detrás da investigação. Por esse

motivo identificam-se de seguida as hipóteses gerais de investigação, de onde emanam as

premissas a serem testadas, e que derivam diretamente das perguntas de investigação

(inicial e secundárias).

1ª Hipótese de investigação: A existência e desenvolvimento de capacidades em

Design dentro da organização tem um impacto positivo no seu desempenho

económico.

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2ª Hipótese de investigação: As capacidades em Design e a sua importância para

a organização podem ser melhor entendidas se distinguirmos entre os seus

comportamentos dinâmicos e operacionais. A relação entre capacidades

operacionais e dinâmicas é mediada pelo grau de alinhamento estratégico e

integração dessas capacidades dentro da organização.

3ª Hipótese de investigação: O impacto económico das capacidades em Design é

contingente da natureza dos recursos de Design utilizados e do dinamismo do

ambiente no qual a organização se insere.

Tendo como ponto de partida os objetivos principais e secundários, e procurando

congregar os esforços investigativos em torno de uma questão central, identificaram-se

um conjunto de hipóteses com a finalidade de serem posteriormente testadas através de

investigação empírica original. Esta é a principal finalidade do contrato de investigação

e no qual um Doutoramento se traduz (Dunleavy, 2003, p. 19). A seguinte tabela procura

fornecer o quadro geral de pressupostos em torno da pergunta de partida, nomeadamente

a ligação com as questões secundárias e o conjunto de hipóteses de investigação que delas

emanam.

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Tabela 2 – Perguntas de investigação e hipóteses

Pergunta de

investigação

Questões secundárias de

investigação Hipóteses de investigação

Qual a relevância das

capacidades em Design

para o desempenho

económico das

organizações?

Qual o impacto das capacidades

em Design para as

organizações?

A existência e desenvolvimento de

capacidades em Design dentro da

organização tem um impacto positivo

no seu desempenho económico

O que são capacidades em

Design e como se pode

distinguir na sua natureza e

relevância para a organização?

As capacidades em Design e a sua

importância para a organização podem

ser melhor entendidas se distinguirmos

entre os seus comportamentos

dinâmicos e operacionais. A relação

entre capacidades operacionais e

dinâmicas é mediada pelo grau de

alinhamento estratégico e integração

dessas capacidades dentro da

organização

Que outros fatores específicos

para além do investimento

afetam o desempenho do Design

e das suas capacidades na

organização?

O impacto económico das capacidades

em Design é contingente da natureza

dos recursos de Design utilizados e do

dinamismo do ambiente no qual a

organização se insere

Perspectivas metodológicas

Embora nas últimas décadas se tenha registado um aumento de estudos sobre a

importância do Design nos processos de inovação e competitividade das organizações

(Acklin, 2013a; Gemser, Candi, & van den Ende, 2011; Davide Ravasi & Stigliani, 2012;

Trueman & Jobber, 1998; Verganti, 2008a), a verdade é que esta discussão ainda é algo

difusa, formada por perspectivas muito diferentes e distantes entre si, e geralmente

suportadas por insuficiente evidência empírica (Bachman et al., 1998; Badler & Zaccai,

1996; Blaich, 1988; Mozota, 2008; Stamm, 2004). Esta insuficiência de fundamentação

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empírica é sobretudo notória em relação a estudos de natureza quantitativa, o que

contribui para que a formulação das afirmações seja muitas vezes vaga, com deficiências

metodológicas, o que fragiliza as pretensões por uma fundamentação suficientemente

robusta que permita a validação e generalização dos resultados ou conclusões da

investigação. Por esse motivo é um desejo do autor que esta investigação possa dar uma

contribuição decisiva relativamente à operacionalização de algumas dessas questões-

chave e conceitos, e contribuir para o preenchimento da lacuna de dados quantitativos

sobre os fenómenos descritos.

Com esse intuito desenvolveu-se um modelo teórico a ser posteriormente estimado

e testado através do processo metodólogico de análise de equações estruturais (AEE) que

permite ao autor validar simultaneamente a totalidade do modelo teórico e os

pressupostos a este inerente. Os esforços de operacionalização e validação das escalas de

medida irão por sua vez permitir o teste das hipóteses em face da medição das capacidades

em Design dentro de uma amostra de empresas, de diferentes sectores industriais, e

estudar o seu impacto quando confrontadas com um ambiente em mudança. Isto poderá

abrir novas oportunidades para o estudo de Design enquanto capacidade e recurso

estratégico, assim como permitir um melhor entendimento sobre qual o seu impacto nos

resultados económicos das empresas, ajudando a fundamentar as opções de investimento

em Design.

A investigação possui igualmente uma importante componente qualitativa, que se

manifesta sobretudo no decurso da criteriosa revisão da literatura realizada, e que é depois

complementada por um conjunto relevante de entrevistas efetuadas durante a análise e

avaliação da validade de conteúdos. Essa componente ajuda a fundamentar os resultados

da análise quantitativa, assim como proporciona uma base mais sólida para o

entendimento do modelo teórico e das conclusões inerentes ao teste das hipóteses de

investigação.

Em conclusão, acredita-se que os dispositivos metodológicos identificados

permitem abordar de forma qualificada os desafios apresentados e fornecer resultados

sólidos e fiáveis relativamente aos mesmos - mais informações sobre estas opções

tomadas para a realização deste desígnio são fornecidas nos capítulos quatro e cinco.

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Estrutura e pressupostos da investigação

Estrutura da Tese

Esta Tese de Doutoramento encontra-se estruturada em torno de duas fases

distintas entre si. A primeira fase procura fornecer o quadro teórico e o enquadramento

geral da investigação, contemplando a introdução e os primeiros quatro capítulos. A

segunda fase (e que inclui todos restantes cinco capítulos) centra-se no desenvolvimento

da pesquisa empírica original e na discussão dos resultados da investigação realizada face

às hipóteses identificadas. Transversal a ambas as fases existe um outro eixo de distinção

e que reflete a lógica por detrás do estudo e compreensão do Design enquanto capacidades

na organização, quer através da conceptualização dessas capacidades em Design, e quer

através do estudo do impacto económico dessas capacidades. Essa divisão é

particularmente visível e explicita nos capítulos respeitantes à revisão de literatura

(capítulos dois e três)

Deste modo a Tese de Doutoramento apresenta-se estruturada em torno de oito

capítulos principais e ao quais se adicionam ainda este capítulo introdutório e uma

conclusão final. De seguida apresenta-se uma breve sinopse sobre os principais conteúdos

e propósito de cada um dos capítulos:

A introdução procura identificar o perfil e delineamento da investigação,

descrevendo a motivação, as intenções, os objetivos e os princípios subjacentes à

investigação e à estrutura na qual esta se sustenta. Na introdução é estabelecido um

racional e design metodológico que compromete o autor com um conjunto de resultados

a atingir, enquanto se revela a estrutura e lógica interna que sustenta a investigação

realizada.

O capítulo um apresenta o quadro teórico utilizado na contextualização e

delimitação do objeto de estudo da investigação. O seu conteúdo é retirado da análise

preliminar da literatura juntamente com os pressupostos iniciais. Estabelece ainda a

ligação e descreve a argumentação que suporta a visão crítica da literatura desenvolvida

posteriormente.

Os capítulos dois e três representam dois momentos distintos, mas

complementares entre si, dentro da revisão de literatura desenvolvida. O capítulo dois

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procura entender e compreender a natureza das capacidades em Design e a sua

importância para a criação e desenvolvimento de vantagens competitivas, abordando de

igual forma as questões de dinamismo do mercado e a importância da natureza dos

recursos em Design. O capítulo três aborda sobretudo as questões relacionadas com o

valor e impacto das capacidades em Design dentro da organização e, em particular, a

literatura relacionada com o desempenho financeiro e económico do Design dentro das

organizações. Este capítulo resume as contribuições de outros autores sobre o

desenvolvimento de métricas do Design e os desafios para alcançar uma avaliação

unificada do valor de Design para a organização, além de abordar a importância de

existência de alinhamento estratégico para o potenciamento desses efeitos.

O capítulo quatro descreve os pressupostos metodológicos assumidos nesta

investigação, procurando justificar de acordo com fundamentação apropriada as escolhas

inerentes sobre os métodos utilizados durante a pesquisa. Este capitulo também fornece

um mapeamento mais detalhado sobre o caminho de investigação realizado, a lógica

sequencial das diferentes fases ao longo de todo o processo, e que incluem a recolha de

dados, sua análise, e validação de todos instrumentos utilizados ao longo do caminho.

Os capítulos cinco, seis e sete tratam exclusivamente da operacionalização do

modelo teórico, a estimativa e análise de dados. O capítulo cinco é possivelmente o mais

denso e extenso entre os três, e porventura também o mais importante porque concentra

todos os procedimentos inerentes à operacionalização das variáveis teóricas, incluindo a

subsequente especificação e identificação do modelo estrutural. Descreve as etapas e

resultados obtidos pela análise qualitativa de modo a fundamentar e validar as propostas

de operacionalização das variáveis. O capítulo seis centra-se na descrição do processo de

recolha e análise de dados, assim como as etapas relativas à análise factorial exploratória

e os resultados dos testes de avaliação de validade e fiabilidade dela decorrente. E por fim

o capítulo sete desenvolve a análise estatística descritiva e reporta os resultados relativos

às diferentes etapas da estimação e avaliação de qualidade de ajustamento do modelo

estrutural.

O capítulo oito é dedicado à interligação entre questões identificadas e resultados

obtidos, desenvolvendo uma ampla e prolongada discussão sobre os resultados da

investigação dos capítulos cinco a sete, e procurando verificar as condições relativas à

validação das hipóteses identificadas nos capítulos dois e três. Este capítulo serve também

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para comparar os resultados com algumas questões em aberto igualmente identificadas

durante a discussão da revisão da literatura dos capítulos dois e três.

Na conclusão procura-se resumir os resultados da investigação e compará-los com

os objetivos iniciais e os objetivos identificados na introdução. É mediante a síntese de

resultados, sua discussão e conclusão em termos dos pressupostos teóricos previamente

descritos que se irá propor neste capitulo uma resposta à pergunta de investigação inicial.

Neste capítulo o autor apresenta ainda um conjunto de recomendações para a Gestão,

Design e investigadores, além de expor limitações da investigação e apontando

possibilidades de investigação futura.

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Tabela 3 – Resumo da fundamentação teórica por capítulos

Introdução

Descreve a motivação e racional de investigação inseridos na estrutura

global da Tese. Identifica e estabelece os objetivos a serem alcançados

pela investigação.

Resultados pretendidos: Identificação dos objetivos principais e

secundários da investigação. Estabelecimento das relações subjacentes à

estrutura da Tese, nomeadamente entre as hipóteses e perguntas de

investigação.

Capitulo 1

Apresentação do enquadramento teórico. Procura fornecer a base teórica

relativamente à importância da gestão do Design e o seu aproveitamento

enquanto recurso estratégico ao dispor da organização

Resultados pretendidos: Apresentação e fundamentação da

problemática. Desenvolver o racional que suporta o processo de

auditoria da revisão de literatura.

Capitulo 2

Capítulo de revisão de literatura centrado na definição e condições

subjacentes de desenvolvimento às capacidades em Design.

Resultados pretendidos: Realização da primeira fase do racional de

investigação relativa à contextualização das capacidades em Design.

Discussão de literatura revista, síntese e formulação das hipóteses de

investigação.

Capitulo 3

Capítulo de revisão de literatura centrado nas questões relativas à

medição do impacto económico das capacidades em Design

Resultados pretendidos: Realização da segunda fase do racional de

investigação relativa à compreensão e discussão da problemática em

torno do valor do design e dos seus impactos para o desempenho

económico da organização. Discussão do estado da arte realizado,

síntese e formulação das hipóteses de investigação.

Capitulo 4

Capítulo referente à descrição dos pressupostos metodológicos e

descrição geral do racional de investigação.

Resultados pretendidos: Posicionamento epistemológico e

metodológico decorrente do paradigma de investigação assumido pelo

investigador. Estabelecimento do roteiro de investigação com base nos

seus pressupostos metodológicos e etapas de investigação. Identificação

e discussão dos processos utilizados para verificação da validade e

fiabilidade dos instrumentos de medida utilizados.

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Capitulo 5

Capítulo referente à operacionalização dos pressupostos teóricos, inclui

a especificação e identificação do modelo teórico

Resultados pretendidos: Pretende-se traduzir o conjunto de pressupostos

teóricos e hipóteses de investigação num instrumento de medição que

permita a recolha de dados obtidos no mundo real e que representem de

forma fidedigna e fiável as variáveis latentes descritas no modelo

teórico.

Capitulo 6

Capítulo referente à recolha de dados e descrição de procedimentos

analíticos.

Resultados pretendidos: Este capítulo pretende descrever os

procedimentos relativos ao teste e implementação do instrumento de

medida, assim como proceder à triagem e categorização dos dados

recolhidos. Inclui a análise factorial exploratória que visa confirmar o

modelo inicial proposto em relação aos dados obtidos e testar a validade

e fiabilidade desses resultados.

Capitulo 7

Capítulo referente à estimação do modelo teórico e avaliação da

qualidade de ajustamento.

Resultados pretendidos: Avaliar a qualidade de ajustamento dos dados

recolhidos ao modelo teórico proposto, possibilitando a re-especificação

deste em caso de mau de ajustamento.

Capitulo 8

Capítulo referente à discussão de resultados

Resultados pretendidos: Pretende-se analisar os dados obtidos em

função dos pressupostos teóricos, assim como discutir esses resultados à

luz dos contributos teóricos identificados durante a revisão de literatura.

Conclusões

Conclusão e investigação futura

Resultados pretendidos: Avaliação de realização em relação aos

objetivos, a contribuição original e pesquisas futuras. Mais

especificamente pretende-se validar as hipóteses de investigação e

propor uma resposta síntese relativa à pergunta de investigação inicial.

Este capítulo pretende também identificar as limitações da investigação,

assim como propor ramificações futuras deste estudo, e tendo em

consideração as limitações e motivações.

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Principais resultados esperados

O autor define como primeiro e principal objetivo a alcançar a procura pela

resposta à pergunta de investigação principal, assim como às suas questões secundárias,

e proporcionar resultados empíricos através de investigação original que permitam testar

a validade das hipóteses de investigação propostas. Se uma reposta conclusiva não for

possível à luz dos resultados obtidos, é propósito desta investigação delimitar os

contributos que foram alcançados e identificar as razões subjacentes às potenciais

limitações e lacunas identificadas.

Além disso, e subjacente aos objetivos formais e académicos inerentes à

prossecução de um grau de Doutoramento, esta Tese também tem como objetivo

proporcionar um contributo para a compreensão do Design estratégico enquanto

capacidades. Pretende-se contribuir para uma melhor compreensão do valor do Design,

e, em particular, para um entendimento sobre o valor do Design estratégico para a

organização. Acredita-se que tal pode significar o enriquecimento da importância do

Design como um ativo estratégico disponível à organização.

Esta investigação, por procurar fundamentação empírica alicerçada em dados

primários e analise quantitativa sólida, procurar dotar os gestores de organizações de um

melhor entendimento sobre o valor potencial do Design e indicar formas de melhor

integrar este valor dentro da sua organização. Isso num contexto de crescente incerteza e

em que a capacidade da organização para inovar e se adaptar através do Design se revela

como sendo de crescente importância para a sua competitividade e mesmo sobrevivência.

Esta investigação espera também poder contribuir para outras áreas do

conhecimento, tais como gestão estratégica ou estudos de inovação. Para tal propõe-se a

operacionalização das capacidades em Design tendo subjacente os pressupostos teóricos

de uma importante escola de pensamento para a disciplina - escola das capacidades (Wang

& Ahmed, 2007). A simultânea compreensão e a operacionalização do Design enquanto

constructo de capacidade dinâmica também enriquecem o debate académico com novas

perspectivas a partir do campo de conhecimento do Design.

Finalmente, é expectativa do autor que esta Tese de Doutoramento possa

contribuir para a excelência da investigação realizada na área científica de Belas Artes (e

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na especialidade de Design em particular) da Faculdade de Belas-Artes da Universidade

de Lisboa, contribuindo em particular no que diz respeito ao alcance destes resultados e

investigação para o desejado enriquecimento e diversificação dos resultados de

investigação existentes na Faculdade de Belas-Artes, e dentro de um quadro

historicamente exigente e de vanguarda no contexto nacional (I. D. Rodrigues, 2011; pp

291-292). E é precisamente num quadro particularmente exigente e composto por

desafios específicos que tanto a Indústria como as Universidades Portuguesas atravessam,

que se justifica a realização de estudos como este que possibilitem a edificação de novas

pontes de relacionamento e investigação com impacto futuro e direto quer sobre a

Economia quer sobre a Sociedade, nomeadamente sobre o grande chapéu da inovação (ou

estudos da inovação).

Limitações à investigação

No decorrer da investigação realizada foi possível identificar e compreender a

existência de um conjunto de limitações, inerentes às opções realizadas. A identificação

dessas limitações mais do que complementar o exercício de delimitação do objeto de

estudo desta tese, constitui também a base de identificação de oportunidades para

investigação futura.

Uma das principais limitações diz respeito ao facto da investigação empírica

identificar a existência de fenómenos e quantificar a relação entre variáveis, mas explicar

muito pouco sobre a razão (causas e motivos) de ser desses fenómenos ou relações. Esta

é uma Tese de Doutoramento suportada por uma metodologia de natureza na sua essência

quantitativa, e portanto descura de alguma forma os contributos que uma atitude

qualitativa poderia oferecer, nomeadamente em entender os mecanismos subjacentes e

motivações que poderão estar na origem de determinados fenómenos detectados e

medidos por uma análise quantitativa. Outra limitação advém da falta de teoria construída

sobre capacidades em Design e que empurra o autor a procurar referências e a se adaptar

a pressupostos teóricos mais discutidos e fundamentados noutras áreas científicas como

é o caso da teoria das capacidades dinâmicas formatada a conceitos originários das

ciências económicas – contudo esta limitação é também um aspeto positivo de reforço da

condição de originalidade desta investigação. E por fim a limitação inerente à própria

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natureza do Design, uma natureza rica, heterogénea e diversificada, mas por isso mesmo

também ambígua, ilusória, e que se desdobra em múltiplos significados. Essa natureza

representa simultaneamente um desafio e uma limitação às tentativas de delimitar as

fronteiras de investigação num estudo destas características, e que implica criar exclusões

devido a necessidades de parcimónia do modelo ou por incapacidade de medir

objectivamente determinadas dimensões do Design dentro da organização.

Esta investigação não pretende oferecer promessas às organizações de sucesso

instantâneo e inovação através do Design. É opinião do autor que na realidade o Design

tem sido mesmo uma vítima colateral das promessas excessivas que recentemente tantos

autores têm feito em seu nome. Essas promessas, embora inicialmente benéficas por

terem trazido o Design para a ribalta em determinados contextos onde tradicionalmente

demonstrava dificuldades em aceder e ser aceite, também direcciona para ele a

responsabilidade e os sentimentos de frustração e deceção associados, quando os

resultados prometidos não se realizam.

Esta investigação não pretende contribuir para a criação deste género de

expectativas. Em vez disso esta investigação procura promover algum senso comum e

clareza na análise das potencialidades e limitações das capacidades em Design. A

investigação deve por isso não ser vista como solução de natureza diruptiva e em relação

ao conhecimento prévio, mas antes enquanto uma contribuição adicional dentro do campo

do Design, uma contribuição que contudo se pretende que possa ser transmitida de forma

clara e útil a outros intervenientes e de forma a poder ser trabalhada e enriquecida mais

tarde por outros investigadores. Esta Tese de Doutoramento pretende desta forma

consolidar o trabalho realizado anteriormente e abrir novos caminhos, procurando

promover e enriquecer o debate académico em curso.

Espera-se por fim, que não obstante as limitações apontadas, a pertinência do tema

de estudo, a abordagem metodológica e a qualidade da investigação realizada sejam

suficientes para cumprir com os mais elevados critérios de exigência associado a este

programa doutoral.

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1 Enquadramento teórico

Notas introdutórias

Este capítulo serve o propósito de introdução e enquadramento da problemática

relativa à natureza das capacidades em Design e os seus contributos para a criação de

vantagens competitivas dentro das organizações. O autor procura identificar e discutir

alguns dos contributos identificados durante a revisão exploratória da literatura e preparar

o quadro teórico para uma análise crítica a realizar-se posteriormente (Grix, 2010, p. 156).

Neste capítulo tem-se também como objetivo contextualizar alguns dos conceitos

abordados durante esta Tese, ambicionando o autor contribuir para uma melhor

compreensão sobre algumas das opções realizadas durante o processo de investigação

qualitativa, em especial aquele relativo à revisão da literatura.

O autor pretende que este capítulo reforce a coerência e providencie maior

clarividência aos capítulos seguintes (mais aprofundados e específicos), proporcionando

uma compreensão mais ampla e geral sobre as questões e contextos da investigação.

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1.1 Capacidades em Design

“Nada é permanente, excepto a mudança.”4- Heráclito

Num ambiente estático e imutável, à organização seria apenas exigível que

preparasse a configuração inicial de recursos e ações sem que nenhuma coordenação

económica adicional fosse necessária a posteriori (Helfat et al., 2007, p. 24). Contudo

verifica-se que na realidade as organizações procuram desenvolver as suas atividades e

prosperar inseridas em ambientes dinâmicos e caracterizados pela incerteza. Essa

incerteza advém, entre outros fatores, de variáveis externas sobre as quais a organização

possui pouco ou nenhum controlo tais como mudanças nas preferências dos

consumidores, inputs tecnológicos, alterações nas condições económicas ou financeiras.

E é devido ao facto de que as organizações terem de lidar com um ambiente envolvente

cada vez mais mutável e competitivo que se torna imperativo estudar, analisar e

compreender as condições que permitem às organizações desenvolver e manter vantagens

competitivas quando inseridas em contextos de mudança.

Diversos autores argumentam que o Design pode ajudar as organizações a se

adaptar e sobreviver em tais ambientes de mudança (Acklin, 2013a; Birgit H Jevnaker,

2000; Noble, 2011; Rosensweig, 2012; Walsh, 1996). De forma semelhante às Ciências

Económicas, a urgência de resolver necessidades aparentemente ilimitadas num ambiente

em constante evolução e de recursos limitados constitui em parte a problemática central

que guia a atuação do designer.

Philip Kotler (1984) encontra-se entre os primeiros proeminentes académicos a

defender a importância estratégica do Design, sobretudo no seu propósito e capacidade

em dotar as organizações de vantagens competitivas relevantes e sustentáveis. Nas

décadas seguintes aos contributos de Kotler verificou-se existir um crescente interesse

académico pelo assunto. Esse interesse manifestou-se de diversas formas: quer através do

estudo da importância do Design para a competitividade de preços; quer como fator que

acrescenta fiabilidade, durabilidade e performance do produto (D’Ippolito, 2014); o

Design como elemento agregador de valor e reforço da marca (branding); ou elemento

4 Tradução livre do autor do original “There is nothing permanent except change."

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decisivo para a redução dos custos associados à produção, eficiência produtiva, redução

do tempo de desenvolvimento de produto e sua entrada no mercado para comercialização,

entre outros fatores (Walsh, 1996).

Mais recentemente (final da década de noventa), foi possível obter-se os

contributos de outros autores que argumentavam que o Design não acrescenta valor à

organização somente por meio de diferenciação, fatores estéticos, ganhos de eficiência na

produção ou através de outras variáveis operacionais. O foco e atenção académica foram

gradualmente sendo transferidos para o estudo das contribuições do Design enquanto

recurso estratégico capaz de ajudar a organização a alcançar significativas vantagens

competitivas (Birgit Helene Jevnaker, 2000; Mozota, 2011; Noble, 2011; Davide Ravasi

& Lojacono, 2005; Verganti, 2006).

“O Design hoje desempenha um papel importante na maioria das empresas. "Design or

die" já não é somente uma piada irónica como era na década de 1980; o Design é

atualmente um tema de grande relevância, que é discutido ao nível da gestão, e as

decisões estratégicas da empresa quase sempre incluem decisões de Design.”5(Bürdek,

2005, p. 363)

Atualmente verifica-se que o aumento da atenção e relevância de que beneficia o

Design não se manifesta somente nos círculos académicos, mas é também partilhado pelas

empresas, indústrias e instituições internacionais que desenvolvem estudos sobre as

capacidades de competitividade ou desenvolvem políticas de inovação, revelando que o

Design merece da parte dos decisores políticos como uma fonte de vantagem competitiva

para as organizações. Um exemplo disso é o relatório da Comissão Europeia (2009), que

recorrendo a argumentos semelhantes aos de Peter Swann e Birke (2005, pp. 20 – 22)

defende que o Design é um elemento importante no processo de inovação, complementar

às atividades e esforços de Investigação e Desenvolvimento (I&D), e contribui para a

transformação da invenção em produtos ou serviços comercialmente viáveis, e através de

uma abordagem centrada no utilizador (Communities, 2009, p. 14). Outros estudos que

5 Tradução livre do autor do original “Design today plays a major role in most companies. “Design or die”

is no longer an ironic quip as it was in the 1980s; design today is a serious topic discussed at the

management level, and strategic company decisions nearly always include design decisions”

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resultaram desta atenção da Comissão Europeia para com o Design foram posteriormente

adicionados dentro da iniciativa para a inovação em Design e despoletadas por estudos

prévios sobre impacto do Design para inovação centrada no utilizador. Esses estudos

incluem o Design European Policies (Maffei, Coordinator, Milano, Meeting, & Projects,

2014), o Design Policy Monitor do programa Sharing Experience Europe (Innovation et

al., 2013), ou o estudo sobre o valor do Design Measuring Design value (Bager-sjögren,

Edman, Moultrie, & Nomen, 2013).

Destacam-se ainda os contributos da publicação da OCDE “Informações sobre o

impacto económico da Propriedade Intelectual” (2015), onde as questões da contribuição

do Design para a inovação e criação de valor foram considerados de especial relevância.

E também, resultado da crescente importância das atividades em Design para o

desenvolvimento da inovação, o NACE rev.2 (2008) já inclui o código 741 que serve para

classificar exclusivamente atividades de Design especializadas, respondendo ao crescente

número de apelos de académicos para a necessidade do estabelecimento de condições de

análise e que permitam por sua vez uma melhor compreensão das capacidades em Design,

possibilitando ainda uma maior adequação do seu estudo na vertente das políticas de

inovação (Hollanders & Cruysen, 2009; Hollanders & Tarantola, 2010).

Por fim destaque também para o trabalho desenvolvido e consolidado ao longo de

várias décadas do Design Council do Reino Unido patente em estudos como “O negócio

do Design” (Council, 2005), “O valor do Design” (Council, 2007), “Design para

inovação”(Council, 2011), ou ainda o estudo “Liderança nos negócios pelo Design”

(Design Council & School, 2014). Estes estudos têm servido não só para identificar e

registar a evolução de crescente importância do Design nas organizações britânicas, como

têm realizado um extenso trabalho de caracterização da evolução qualitativa da função do

Design e do designer, e assim como realizado um esforço continuado no desenvolvimento

de metodologias que permitam quantificar o seu impacto na economia do Reino Unido.

1.1.1 Importância de se medir o valor do Design

Não obstante a crescente relevância do Design, estudos recentes revelam a

existência de um número ainda substancial de gestores e administradores de organizações

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que se encontram relutantes em aceitar e reconhecer a importância do Design (Design

Council & School, 2014; Kretzschmar, 2003; Livesey & Moultrie, 2008). Essa

desconfiança, ou simplesmente falta de crença nas virtudes do Design, resulta num

investimento direcionado ao apoio de atividades e recursos de Design aquém do desejado

dentro da organização. Embora as motivações para essa desconfiança possam variar,

alguns autores relatam que tal ceticismo se deve principalmente ao facto de que os

mecanismos através dos quais o Design realiza as suas potencialidades ainda serem

largamente desconhecida (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008, p. 477), ou

simplesmente à convicção de que o Design e os designers são simplesmente não-

administráveis devido à inerente imprevisibilidade associada pelos gestores à criatividade

e práticas criativas (Olson, Cooper, & Stanley, 1998, p. 55).

Esta constatação leva alguns autores a argumentar que embora já se tenham dado

alguns passos no sentido da compreensão e promoção do uso do Design enquanto recurso

estratégico ao serviço das empresas, a realidade é que ainda não se possuí suficiente

articulação do conhecimento disponível sobre o comportamento das capacidades em

Design e que permita às organizações explorar o seu potencial (Menguc, Auh, &

Yannopoulos, 2014, p. 315; Rosensweig, 2012, p. 16).

O bom Design pode ser um bom negócio (Kallish, 2007, p. 16), contudo é

importante construir consenso sobre o comportamento e previsibilidade das suas

capacidades e os mecanismos pelos quais o Design gera valor dentro da empresa

(D’Ippolito, 2014, p. 7). Uma vez que os números e resultados financeiros são cruciais

para as organizações mitigarem junto dos seus investidores a perceção de risco, torna-se

cada vez mais importante entender como o Design desenvolve o seu impacto económico

a fim de justificar um maior investimento e relevância dentro da organização.

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1.1.2 O que são capacidades em Design?

“Esta observação levanta a questão sobre o que são afinal capacidades em Design

e de onde estas provêm?“6(Davide Ravasi & Stigliani, 2012, p. 476)

Nem sempre as empresas que recorrem ao Design de forma intensiva7 revelam ser

as mais competitivas ou lucrativas nos Mercados em que operam (Davide Ravasi &

Stigliani, 2012, p. 481). Tal facto pode indiciar que muito investimento em Design pode

não ser condição suficiente para garantir um bom Design nos produtos e serviços que a

empresa oferece, ou mesmo a criação de condições favoráveis de negócio e

competitividade assentes em superiores princípios de Design. Por esse motivo Davide

Ravasi defende a importância de se realizar mais investigação empírica para que melhor

se possa entender sobre como uma organização pode oferecer produtos de qualidade

superior através do Design (Davide Ravasi & Stigliani, 2012, p. 476). Essa clarificação

torna-se prioritária para a organização que se esforça em se tornar mais competitiva e

melhorar o seu desempenho. É igualmente importante para o estudo e operacionalização

dos processos de Design estratégico ou mesmo para a identificação das condições

subjacentes a esses processos. Em conjunto poderiam ajudar a resolver algumas das

questões adicionais de maior relevo e que são relativas aos contextos de maior

volatilidade tecnológica (e mudança em geral) tais como: por que razão algumas

organizações se distinguem e são capazes de superar a concorrência? Ou por que razão

nem todas as empresas conseguem atingir o mesmo nível de competência e resultados

mesmo que invistam de forma relevante em Design? Por que motivo nem todos podem

ser um caso de sucesso como a Apple mesmo que passem a encarar o Design como sendo

uma prioridade para o investimento?

Não obstante a desconfiança identificada anteriormente, o certo é que também as

organizações por se encontrarem confrontadas com um conjunto de fracos resultados e

dentro de um contexto de rápida evolução dos fatores tecnológicos e volatilidade no

comportamento dos consumidores, começam a introduzir abordagens de Design às suas

6 Tradução livre do autor do original “This observation begs the question of what are design capabilities

really and where do they come from?” 7 Descritas na literatura como sendo intensivas em Design

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29

rotinas de negócios e processos de inovação. Nas últimas décadas, assistimos a um

aumento da atenção sobre de que formas o Design pode ser útil à Gestão em lidar com os

processos de inovação, a fim de decifrar e domar o campo criativo e desconhecido do

Design (Olson et al., 1998, pp. 55–56). Termos e processos como design thinking têm

desde então sido compreendidos pela Administração das empresas como sendo uma

espécie de caixa mágica na qual reside a promessa de trazer criatividade e inovação que

necessitam para competir (Nussbaum, 2012, p. 1). De acordo com certos autores é essa

promessa que leva à ascensão na popularidade do design thinking entre os gestores

(Ignatius, 2015) assim como o crescimento no número de consultoras a operar na área do

Design estratégico mas sem terem nesta área a sua especialização ou proveniência (Badler

& Zaccai, 1996).

Mas da mesma forma que se verifica o aumento desse interesse existe também

uma frustração crescente junto dos gestores pela falta de resultados, nomeadamente da

utilização do design thinking enquanto fonte de criação de vantagens competitivas dentro

da organização. Atualmente mesmo os apoiantes e defensores mais proeminentes da

integração do design thinking nas organizações questionam-se sobre a sua capacidade em

entregar o que prometeu. Tais promessas acabariam por gerar grandes esperanças para

taxas tão baixas de sucesso (Nussbaum, 2012, p. 2). Face a esta realidade alguns autores

argumentam que enquanto consultoras de Design prometem processos mágicos capazes

de produzir uma mudança cultural dentro da empresa, poucas foram as organizações que

efetivamente aceitaram a desordem inerente à prática de qualquer processo criativo não

realizando esforços sinceros e comprometidos no sentido de recorrer à metodologia do

Design para administrar o incontrolável (Nussbaum, 2012, p. 2).

1.2 Teoria das capacidades dinâmicas

A Gestão Estratégica é um campo de estudos académicos que se ocupa da análise

sobre como as empresas adquirem, desenvolvem e mantêm as suas vantagens

competitivas (Teece, Pisano, & Shuen, 1997, p. 509). A sua importância tem vindo a

crescer como resultado do acentuar dos fenómenos de Globalização dos Mercados e a

necessidade das empresas de formularem estratégias que as permitam ser mais inovadoras

e resilientes à mudança. Contudo a forma sobre como as empresas podem desenvolver

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vantagens competitivas atuando em mercados dinâmicos nunca foi uma discussão

pacífica nos meios académicos. E talvez por esse motivo o campo da Gestão Estratégica

é caracterizado por uma grande diversidade de escolas de pensamento que não obstante o

facto de tratarem de questões por vezes semelhantes entre si recorrem a abordagens

diferentes (Mintzberg, Ahlstrand, & Lampel, 1998, pp. 354–359).

Pode-se constatar contudo que, enquanto outros quadros teóricos (e em particular

a visão de recursos) concentram a sua atenção em tentar explicar como uma empresa pode

identificar e manter uma vantagem competitiva em condições estáveis (Eisenhardt &

Martin, 2000; Mintzberg et al., 1998; Teece et al., 1997), a teoria das capacidades

dinâmicas procura concentrar-se em explicar como e porque razão certas empresas são

capazes de adquirir e manter tais vantagens em ambientes dinâmicos, caracterizados por

alta volatilidade, mudança e incerteza (Teece et al., 1997, p. 509). Esse foco no estudo

sobre como as empresas podem ser capazes de reconfigurar e adaptar seus recursos

internos em resposta à mudança externa para se manterem competitivas, fez com que o

quadro teórico das capacidades dinâmicas se tenha tornado muito popular junto da

comunidade académica e no decorrer das últimas décadas8 (Ambrosini & Bowman, 2009,

p. 2).

De acordo com (Helfat et al., 2007) o cabaz de recursos de uma empresa pode ser

discriminado por meio de uma ordem hierárquica que contém os componentes da

organização (recursos, processos e capacidades). Nessa ordem os recursos são elementos

de ordem zero, sendo que constituem a base para a constituição de vantagens competitivas

caso simultaneamente demonstrem ser recursos VRIN9, ou seja, recursos valiosos, raros,

inimitáveis e difíceis de substituir (Eisenhardt & Martin, 2000, pp. 1106–1107). Como

componentes de primeira ordem temos capacidades, ou seja, a capacidade de usar e

escolher e utilizar os recursos mais apropriados e no momento desejado com o propósito

de desencadear uma ação/resposta específica e visando obter determinado resultado

desejado. Dentro de capacidades podemos distinguir ainda elementos de segunda ordem,

as capacidades nucleares ou essenciais que são "um conjunto de recursos de uma empresa

e capacidades que são estrategicamente importantes para a sua vantagem competitiva

8 O artigo de David Teece e Gary Pisano que introduziu o conceito de capacidades dinâmicas “acabou

mesmo por ser a investigação mais citada no campo da Economia da década 1995-2005” (Helfat et al.,

2007, p. viii). 9 Acrónimo do inglês Valuable, Rare, In-imitable, e Non-substitutable

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31

em um certo ponto"10 (Wang & Ahmed, 2007, p. 37). Com o objetivo de lidar com as

mudanças externas resultado do ambiente dinâmico onde a organização opera, temos por

fim os elementos de terceira ordem que são as capacidades dinâmicas e que lidam com

adaptação e resposta às mudanças e onde uma estrutura mais rígida teria dificuldades em

acomodar.

É opinião do autor que para melhor se entender o quadro teórico das capacidades

dinâmicas torna-se ainda importante discernir entre capacidades operacionais e

capacidades dinâmicas. Mas uma vez que também a natureza da relação entre capacidades

dinâmicas e operacionais é motivo de discórdia e discussão entre autores (Cepeda & Vera,

2007, p. 426), importa referir que este projeto de investigação privilegiou e adotou os

contributos seminais de Winter (2003), Wang (2007) e Teece (1997) nos quais se

argumenta que capacidades dinâmicas são a capacidade de uma empresa em se adaptar,

renovar, recriar e/ou implementar os seus recursos e capacidades com o objetivo de

responder às condições de mudança num ambiente dinâmico (Helfat et al., 2007) e com

o propósito de alcançar e manter vantagens competitivas relevantes (Teece et al., 1997,

p. 516; Wang & Ahmed, 2007, p. 35). Catherine Wang argumenta contudo que

“capacidades dinâmicas não são somente processos, mas também processos embutidos

dentro de outros processos”11(Wang & Ahmed, 2007, p. 36) reforçando deste modo a

perceção sobre uma natureza tácita e intangível em torno do conceito de capacidades

dinâmicas.

As capacidades operacionais por seu lado são aquelas relativas ao modo como a

organização ganha a vida no seu quotidiano (Winter, 2003, p. 992), ou seja, o conjunto

de habilidades organizacionais necessárias "para executar um conjunto coordenado de

tarefas, utilizando os recursos organizacionais, com a finalidade de alcançar um

resultado final particular"12 (Helfat & Peteraf, 2003, p. 999). Ainda de acordo com

Winter (2003), capacidades operacionais representam um conjunto de competências,

processos e rotinas específicas à empresa e às quais esta recorre de forma regular para dar

resposta a questões e problemas com que se depara no dia-a-dia durante o processo de

10 Tradução livre do autor do original “are a bundle of a firm’s resources and capabilities that are

strategically impor- tant to its competitive advantage at a certain point” 11 Tradução livre do autor do original “dynamic capabilities are not simply processes, but embedded in

processes” 12 Tradução livre do autor do original “to perform a coordinated set of tasks, utilizing organizational

resources, for the purpose of achieving a particular end result.”

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conceção e desenvolvimento de produtos. São competências e rotinas essenciais ao

desenvolvimento da atividade de uma empresa e procuram garantir as condições

necessárias à geração de rendimentos e redução de custos (Helfat & Peteraf, 2003, p.

999). De igual modo as capacidades operacionais são também frequentemente ignoradas,

não devido ao caracter intangível das capacidades dinâmicas, mas antes por se

encontrarem embutidas dentro dos departamentos organizacionais, não tendo autonomia

suficiente que lhes permita destacar os seus efeitos dentro do sistema de operações da

empresa (Wu, Melnyk, & Flynn, 2010, p. 722). Ilídio Barreto acrescenta que uma vez que

as capacidades dinâmicas podem alterar a base de recursos e competências existentes na

organização, somente esses recursos e através dessas alterações é que poderão ter efeitos

no seu desempenho, relegando para as capacidades dinâmicas um efeito indireto nesse

impacto (Barreto, 2010, p. 275). A consideração de que o resultado das capacidades

dinâmicas por não ser a produção direta de um produto ou serviço não poderá ter um

efeito direto no desempenho das empresas mas antes um efeito indireto é aliás partilhado

por outros autores (Helfat & Peteraf, 2003, p. 999).

No quadro que se apresenta de seguida pode-se encontrar uma síntese das

contribuições de Wang e Ahmed (2007) sobre o enquadramento teórico oferecido pelas

capacidades dinâmicas.

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Diagrama 1 - Enquadramento teórico Wang e Ahmed (2007)

Neste diagrama pode-se concluir que de acordo com os autores esse efeito indireto

resulta do facto de que as capacidades dinâmicas serem responsáveis pelo

desenvolvimento de novas capacidades e competências operacionais. Esta visão é aliás

partilhada por outros autores (Prieto, Revilla, & Rodríguez, 2008, p. 4), quer no facto

deste desenvolvimento impactar por sua vez sobre a base de recursos (Ambrosini &

Bowman, 2009, pp. 8, 20) e que quer no argumento de que são estes efeitos que

proporcionam à empresa a capacidade para diariamente competir e/ou construir vantagens

competitivas (Protogerou, Caloghirou, & Lioukas, 2012, p. 25).

Identificam-se igualmente um conjunto de fatores (dimensões) às capacidades

dinâmicas e comuns às diferentes organizações e que são: capacidades dinâmicas de

adaptação à mudança; capacidades dinâmicas de absorção de conhecimentos externos; e

capacidades dinâmicas de inovação (Wang & Ahmed, 2007, pp. 37–39). Assim como

uma necessidade de alinhamento com o planeamento estratégico da organização para que

as capacidades dinâmicas possam gerar as alterações desejadas na base de recursos

comunalidades:

• capacidades adaptiva

• capacidade absorção

• Capacidade inovação

processos subjacentes:

• integração

• reconfiguração

• renovação

• recriação

performance

económica:

• mercado

• performance

financeira

capacidades

dinâmicas

volatilidade de

mercado

estratégia da

organização

desenvolvimento

de capacidades

relação directa

relação indirecta

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existente e de forma a fazer face a objetivos da empresa e ter um impacto sobre a sua

competitividade (Wang & Ahmed, 2007, pp. 40–41).

1.2.1 Design enquanto conjunto de capacidades

O autor defende que as contribuições oferecidas pelo modelo teórico das

capacidades dinâmicas podem ser de grande importância para o estudo da natureza das

capacidades em Design porque permitem distinguir entre contributos relativos a questões

operacionais, e outros que digam respeito ao desenvolvimento de capacidades de

inovação e absorção de conhecimento externo. Atributos esses que apesar de serem

habitualmente associados ao Design, carecem de um enquadramento adequado e que que

possibilite o estudo diferenciado sobre o seu impacto para o desempenho económico das

organizações. Esse enquadramento permitiria por sua vez proporcionar uma avaliação

mais robusta e eficiente das capacidades em Design e da importância junto do

planeamento estratégico e impacto na competitividade económica da empresa. Na

realidade, embora grandes organizações tecnológicas como Apple, Bang & Olufsen,

Samsung ou Hewlett-Packard fornecerem indícios de que superiores capacidades em

Design ajudam a explicar a existência de contributos para o desenvolvimento de

vantagens competitivas (Mrazek et al., 2011; D. Ravasi & Phillips, 2011; Verganti, 2006),

académicos e organizações ainda se debatem com dificuldades em compreender a sua

natureza e comportamento, revelando mesmo alguma incapacidade em sugerir ou

desenvolver ações que permitam aproveitar a totalidade do seu potencial estratégico, e

optando muitas vezes mesmo por simplesmente ignorá-lo (Joziasse & Selders, 2009;

Kwon, Cooper, & Synan, 2007; Maciver, 2012).

As organizações são movidas pela necessidade de criação e maximização de valor,

e o Design pode ser um recurso de relevância estratégica para a competitividade da

empresa. Contudo a realidade demonstra que o Design ainda é visto como um processo

caixa negra13 pela maioria das organizações (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini,

2008). Torna-se por isso cada vez mais importante clarificar sobre qual pode ser o seu

papel no desenvolvimento de vantagens competitivas e que lhe permitam lidar com

13 Do inglês “blackbox”

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fatores de mudança externa, assim como saber qual a melhor forma para alinhar essas

capacidades com seus objetivos estratégicos. E sem essa clarificação torna-se mais difícil

ao Design e ao designer reivindicar maior relevância e assumir um maior protagonismo

nos processos de planeamento e execução estratégica da organização e junto da sua

Administração ou justificar um maior investimento por parte desta em recursos de

Design.

A fim de influenciar a perceção da organização sobre o valor do Design enquanto

recurso estratégico é importante que o designer seja também capaz de integrar na sua

prática métricas de gestão e saiba comunicar de forma apropriada o seu valor. Mas tal

significa igualmente não ignorar o facto de que a aceitação mútua de métricas e avaliação

pode ser algo difícil de alcançar quando estabelecida entre dois atores que possuem

linguagens e desempenham responsabilidades diferentes dentro da organização. De forma

a permitir que a Gestão possa dar mais relevo e importância ao Design dentro dos

processos de formação estratégica e inovação, a fundamentação através de números

concretos e factuais revela-se essencial. É por isso igualmente necessário investigar

condições que contornem essas dificuldades de comunicação e desenvolver mecanismos

que permitam a um apuramento mais rigoroso sobre o retorno de investimento em Design

(DROI14) fundamentando o seu valor dentro da organização e auxiliando a justificar

investimento adicional a realizar nas suas capacidades e recursos.

É importante realçar o trabalho desenvolvido por alguns autores, sobretudo aqueles

provenientes dos campos dos estudos em Design e Gestão do Design, têm já vindo a

procurar estabelecer essa relação e a estudar a importância do Design enquanto fonte de

capacidades dinâmicas dentro da organização (Acklin, 2013a; de Mozota & Kim, 2009;

Rosensweig, 2012). E em particular destacam-se as contribuições de Jevnaker relativas

ao estudo do Design enquanto capacidade dinâmica (Birgit H Jevnaker, 2000; Birgit

Helene Jevnaker, 2000, 2005). “Durante algum tempo, eu questionei-me sobre o que é

necessário para criar e manter capacidades dinâmicas em Design num cenário

corporativo de contexto real”15(Birgit Helene Jevnaker, 2000, p. 41).

14 Do acrónimo inglês DROI - Design Return on Investment 15 Tradução livre do autor do original “For some time, I have wondered what it takes to create and sustain

a dynamic design capability in a real-life corporate landscape”

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36

A importância de aprofundar o estudo das capacidades em Design justifica-se

também pelo facto de que o alcance do Design ser amplo16 e a sua natureza ser intangível,

tornando-se difícil definir estratégias que permitam avaliar e medir o seu valor e

impactode forma objectiva dentro da organização e em contextos de mudança rápida.

1.3 Racional do protocolo subjacente à revisão de literatura

1.3.1 Conclusões e implicações para o processo de revisão de literatura

O protocolo de pesquisa que constituiu a base da revisão de literatura teve sempre

subjacente a pergunta de investigação, aspeto alinhado com os restantes dois elementos

básicos que constituem o ajustamento metodológico – nomeadamente a definição do

planeamento da investigação e as contribuições para o conhecimento (Edmondson &

Mcmanus, 2007; Okoli & Schabram, 2010).

Este projeto de investigação recorreu aos procedimentos da revisão de literatura

sistemática (Greenhalgh & Peacock, 2005; Okoli & Schabram, 2010; Petticrew &

Roberts, 2006), com o propósito principal de reduzir o viés e a subjetividade inerente ao

investigador durante o processo de pesquisa bibliográfica. Pretendeu-se desta forma

também ter acesso a publicações pertinentes ao estudo da pergunta de investigação mas

que fossem provenientes de estudos elaborados no âmbito de outros campos do

conhecimento, proporcionando desta forma uma visão geral sobre um fenómeno comum

e transversal entre vários campos científicos, cobrindo uma maior diversidade de

definições e métodos de investigação. Para esse efeito reviu-se e aprimorou-se a base

metodológica subjacente à definição e construção da revisão da literatura, a fim de tornar

o processo de investigação mais consistente e sólido.

16 Por amplitude larga o autor refere-se especificamente ao facto do Design pode ser encontrado embutido

dentro de vários processos e ao longo da cadeia de geração de valor da empresa

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37

1.3.2 Protocolo de revisão de literatura

Uma revisão sistemática da literatura enriquece a heterogeneidade dos resultados,

reforça a sua robustez e permite uma transferência de resultados entre as áreas que tratam

do mesmo fenómeno e questões (Okoli & Schabram, 2010). E o protocolo de avaliação

para identificação e incorporação de contributos académicos relevantes para a

investigação é importante para se comunicar adequadamente e a priori tal plano

sistemático, permitindo a que outros investigadores possam encontrar as referências e se

assim o desejarem, reconstruir o processo de recolha e análise identificado (Randolph,

2009, p. 6).

Este protocolo de revisão iniciou-se pela seleção de palavras-chave de procura que

durante a revisão bibliográfica exploratória foram sendo associadas aos assuntos mais

significativos para a investigação. E com o propósito de reforçar os critérios de qualidade

na seleção de fontes de literatura, optou-se também por somente tomar em consideração

artigos, livros e outras publicações científicas académicas que houvessem sido publicadas

em revistas com impacto científico relevante e/ou que tivessem sido objeto de um

processo de revisão e escrutínio por pares académicos. Foram ainda excluídas publicações

que não cumpriam os critérios de ajustamento metodológico tais como notas do Editor,

recensões críticas ou notas introdutórias de livros e artigos científicos.

Na primeira fase de recolha de dados, recorreu-se ao banco de dados de indexação

Science Direct e utilizando as seguintes palavras-chave:

a) Capacidades em Design - "Design capabilities";

b) Valor do Design - "Design performance”; “Design value”.

A pesquisa foi então realizada recorrendo-se às referidas palavras-chave,

utilizando como referência cronológica os artigos publicados durante o período de 1

Janeiro de 1970 a 31 de Dezembro de 2013, e com as opções de pesquisa por palavra-

chave a incluir as seguintes áreas "titulo, palavras-chave e resumo". Devido à relativa

escassez de resultados relacionados com os objetivos definidos e obtidos durante a

primeira ronda de recolha (n=82), recorreu-se a uma nova procura que procurou expandir

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38

a pesquisa a algumas das principais publicações académicas na área de estudos do Design,

Gestão do Design e Estudos de Inovação. Essas publicações foram seccionadas de acordo

com os critérios de impacto, número de citações e frequência das referências dentro da

literatura de Design (Gemser, De Bont, Hekkert, & Friedman, 2012; Roworth-stokes,

2006). Essa expansão significou que fossem consideradas outras bases de dados e de

indexação académica além da Science Direct, cujos conteúdos fossem mais direcionados

para as problemáticas a analisar, passando-se a analisar as seguintes bases de dados e

publicações científicas:

Publicações científicas (bases de dados consultadas)

• Design Management Review (Wiley Online Library);

• Design Management Journal (Wiley Online Library);

• Design Issues (Jstor);

• Design Studies (Science Direct / Elsevier);

• The Journal of Product Innovation Management (Wiley Online Library);

• Technovation (Science Direct / Elsevier).

O protocolo de avaliação acima descrito foi novamente repetido, utilizando a

pesquisa sistemática e relativamente às mesmas palavras-chave, mas desta vez de forma

separada e em cada uma das revistas individualmente. A pesquisa pelas palavras-chave

foi também realizada de forma diferente e passou a incluir e reportar-se a todo o

comprimento do texto de forma a permitir identificar mais publicações e artigos

relevantes.

No total (primeira e segunda ronda de pesquisa) foram identificados 295 artigos

científicos, tendo sido alcançado um conjunto significativo e robusto de artigos e fontes

bibliográficas. Seguiu-se uma análise breve do conteúdo de cada artigo identificado com

o propósito de selecionar somente aqueles que estivessem diretamente relacionados com

os domínios do Design, e retirando as referências que revelassem não ser de particular

interesse particular às perguntas de investigação.

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39

Após este procedimento o número de publicações científicas foi reduzido para 213

artigos. Chegou-se a esse número após ter-se também agregado estes artigos à lista de

referências previamente identificada durante a revisão bibliográfica exploratória, e com

o objetivo de se consolidar a pesquisa desenvolvida e eliminar possíveis redundâncias e

duplicações.

Teve-se em consideração as limitações resultantes de uma estratégia de revisão da

literatura com recurso a pesquisa por palavras palavras-chave. A principal é a de que o

investigador poderá estar a omitir estudos importantes pela simples razão de que os

autores não tenham identificado para o seu artigo para as palavras-chave designadas pela

procura (Felekoglu & Moultrie, 2014, p. 160). Neste caso, torna-se relevante estender a

pesquisa de referências adicionais, utilizando estratégias de investigação mais informais,

tais como aqueles baseadas em curadoria de conteúdo tais como referências fornecidas

por colegas académicos, bibliotecários, ou mesmo processos de serendipidade

(Greenhalgh & Peacock, 2005, p. 1065; Randolph, 2009, p. 7). Realizou-se esse estudo

adicional, também intitulado bola de neve, no qual a estratégia de pesquisa depende das

motivações de procura do investigador assim como do ambiente que o rodeia,

procurando-se obter uma ampla gama de fontes que se conjugam no tronco comum de

investigação que está a ser definido. O número final de artigos considerado foi de 297

identificadas como sendo importantes de serem incluídas para análise.

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40

Diagrama 2 - Protocolo auditoria de revisão de literatura

A revisão da literatura pressupõe sempre uma estruturação prévia do pensamento

de forma a permitir que um processo de maturação intelectual se desenvolva, e durante o

qual o investigador terá a oportunidade de identificar e depurar as suas motivações para

a investigação, assim como identificar as contribuições individuais e a relevância real das

mesmas para a área científica do Doutoramento. Com base nessas contribuições, e

seguindo os princípios metodológicos acima descritos, procurou-se definir uma revisão

da literatura que não se limitasse a proporcionar um nível de conhecimento relevante em

determinado assunto, mas ambicionasse também identificar questões e lacunas deixadas

em aberto na literatura e melhor sustentar os argumentos do doutorando sobre a

originalidade e relevância da sua investigação (Finn, 2005, p. 104). Não obstante o facto

de que a realização de uma revisão da literatura através deste processo sistematizado não

ser suficiente para garantir a identificação de todas as publicações académicas e

1ª Ronda (n=82)

Science Direct

82 artigos totais

295 artigos totais

213 artigos totais

2ª Ronda (n=213)

outras bases de dados

especializadas

3ª ronda (n=-82)

rejeição de artigos

inadequados

297 artigos totais

4ª ronda (n=84)

método de adição bola-

de-neve

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41

científicas relevantes para a investigação, existe contudo a convicção de que o protocolo

seguido e as medidas adicionais que se tomaram permitiram a obtenção de um número

robusto de referências que permitam realizar um exame do Estado da Arte da literatura

adequado aos objetivos da investigação.

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42

Resumo do capítulo

Neste capítulo procurou-se fornecer as bases de enquadramento para a pesquisa

que se segue. Teve-se como objetivo definir e descrever as motivações gerais e o objeto

de estudo, expondo os resultados parciais da análise exploratória de revisão da literatura.

Este capítulo permitiu também identificar a existência de um intenso debate académico e

mesmo a discordância entre académicos e sobre alguns conceitos fundamentais em

discussão. Permitiu também identificar a inexistência de um enquadramento teórico que

permita um melhor entendimento sobre o papel das capacidades em Design para a

competitividade das organizações. O protocolo de avaliação e a lógica global de

investigação por detrás dos dois capítulos seguintes (2 e 3) de revisão da literatura

também foi fornecido e descrito neste capítulo, fornecendo o racional que permite a que

outros investigadores possam entender e reconstruir o processo de identificação e recolha

das referências bibliográficas utilizadas para a revisão de literatura.

O próximo capítulo identifica os contributos de outros autores importantes para o

estudo sobre a natureza e comportamento das capacidades em Design, analisando entre

outros aspetos questões relativas à criação de vantagens competitivas pelo Design e

identificação de condições subjacentes à criação e manutenção de capacidades em Design

dentro das organizações. O capítulo três irá também ser dedicado à revisão e discussão de

parte da literatura identificada neste capítulo, e mais especificamente irá abordar os

contributos relativos ao estudo do impacto e medição do valor do Design dentro da

organização, assim como discutir outras questões relativas à importância do alinhamento

estratégico ou volatilidade do mercado para o desenvolvimento de capacidades em

Design.

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43

2 Capacidades em Design

Notas introdutórias

Este capítulo é dedicado a uma de duas etapas distintas da revisão de literatura.

Com base nos resultados decorrentes do protocolo de pesquisa descrito no capítulo

anterior, esta parte da revisão de literatura encontra-se focada na identificação de autores

que possam contribuir para uma compreensão sobre o que são capacidades em Design. O

capítulo visa proporcionar um quadro teórico contextual que atue em complementaridade

à análise sobre o impacto dessas capacidades sobre a performance económica da empresa,

tema da segunda metade da revisão de literatura e devidamente abordada no capítulo

seguinte.

Teve-se como objetivo abordar a questão das diferentes naturezas de capacidades

em Design, nomeadamente entender o que separa capacidades operacionais de

capacidades dinâmicas. E pretendeu-se também entender melhor quais são as condições

que auxiliam (ou mesmo permitem) à organização construir ou melhorar essas mesmas

capacidades em Design.

Conclui-se o capítulo com uma discussão sobre alguns dos problemas identificados

na revisão de literatura, contribuindo para o debate académico sobre as áreas de estudo

abordadas por esta investigação. O objetivo final é complementar a análise desenvolvida

no capítulo anterior, para que a revisão da literatura possa fornecer uma base sólida que

permita definir as bases da hipótese de investigação e as premissas metodológicas

(capítulo quatro).

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44

2.1 Capacidades em Design

2.1.1 Design como vantagem competitiva

O Design é crescentemente reconhecido como sendo uma ferramenta estratégica

capaz de ajudar a organização a alcançar vantagem competitiva significativa (Mozota,

2003a). Brigitte Mozota acrescenta que o processo de Design é descrito como sendo

contextual e centrado na resolução de problemas, um processo inerentemente

experimental e tentativo, que interage e procura integrar a participação de utilizadores

finais e outros stakeholders relevantes na procura de soluções a problemas comuns

(Mozota, 2003b). É este processo, que realiza uma acumulação de informações com base

numa reformulação contínua do problema e procura de soluções, que constitui a espinha

dorsal do conhecimento em Design (Verganti, 2006), e é esse conhecimento de Design

(tácito e subjetivo por natureza e dinâmico processualmente) que permite à disciplina

evoluir e de forma contínua reagir a alterações no contexto. Mozota descreve o designer

como tendo um trabalho prescritivo "Eles sugerem como o mundo poderia ser; todos eles

são futuristas em certa medida."17 (Mozota, 2003b, p. 13). De igual modo o Design pode

influenciar a estratégia, criando a consciência de que existem novas possibilidades que

não foram previamente imaginadas, dirigindo a estratégia em direções novas e

desconhecidas (Hertenstein & Platt, 1997, pp. 10–11).

Estudos empíricos realizados por outros autores parecem confirmar a importância

do uso estratégico do Design no desenvolvimento de novos produtos, estendendo-se os

limites para além dos atributos meramente físicos do Design de produto. Quer através da

importância do Design nos processos relativos ao desenvolvimento de produtos e serviços

(Valencia, Person, & Snelders, 2013, p. 380), ou o Design enquanto dispositivo crítico

que permita proporcionar valor para o cliente enquanto simultaneamente procura

melhorar a qualidade e maximizar a eficiência de produção (Luchs & Swan, 2011, p.

341).

17 Tradução livre do autor do original “They suggest how the world might be; they are all futurists to some

extent”

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45

A estratégia de Design "pode levar à criação de vantagens competitivas

sustentáveis através da entrega de valor superior ao cliente"18 (Olson et al., 1998, p. 58),

contribuindo para um compromisso eficiente entre os limites da padronização (perceção

do produto enquanto mercadoria e um menor apelo de exclusividade) e dos custos mais

altos associados a projetos customizados. Sendo de particular importância o papel do

Design na formação estratégica das suas organizações por lhes permitir adquirir

capacidades de maior diferenciação e ligação às preferências e emoções do

utilizador/consumidor (Mozota, 2008, p. 32). Procurando simplificar pode-se argumentar

que para estes autores o valor da estratégia em Design é sobretudo mostrar como as coisas

podem estar interligadas e relacionadas entre si, ou melhor ainda, "mostrando como tudo

se interliga com tudo" (Richardson & Roy, 2004, p. 27) através do Design.

Alguns autores afirmam que essas vantagens se devem às capacidades inerentes

aos designers. Pearson (2008, p. 15) afirma que os designers estão familiarizados com o

processo de falhar como uma condição que permite atingir o sucesso mais tarde uma vez

que o processo através do qual o projeto se desenvolve normalmente começa com uma

pergunta cuja resposta resulta de um processo de prototipagem repetido. Jeff Smith (1999,

p. 52) considera que o designer é a pessoa dentro da empresa que durante o processo de

Design sintetiza as diferentes contribuições em algo que ressoa com o que o cliente quer

e deseja, articulando dessa forma a estratégia da empresa com as necessidades do

Mercado. Berends et al refere que os designers ao provocarem interações

divergentes/convergentes fornecem às pequenas empresas flexibilidade adicional, a

adoção antecipada de Design de produto, e capacidades de aprendizagem mais

rapidamente gerando resultados financeiros crescentes, efeito tanto maior quanto maior

for a experiência prévia da empresa em envolver e integrar os contributos do designer

(Berends, Reymen, Stultiëns, & Peutz, 2010, p. 105). Nigel e Anita Cross (1996, p. 107)

argumentam que uma das características presentes em designers inovadores e que os

ajuda a definir uma abordagem estratégica pelo Design, é que o designer consegue

desenvolver a sua atividade em diferentes níveis simultaneamente, exercitando a sua

capacidade de congregar diferentes perspectivas sobre um mesmo problema, ter

diferentes níveis de detalhe desenvolvidos ao mesmo tempo, entre outras capacidades que

18 Tradução livre do autor do original “can lead to the creation of sus- tainable competitive advantages

through the delivery of superior customer value.”

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46

decorram da capacidade do designer em manter várias iterações com o problema e no

decorrer do processo de desenvolvimento do projeto/solução.

Outros autores, preferem discutir a importância dos processos e metodologias de

Design para o desenvolvimento das capacidades em Design (tais como o design thinking)

dentro da organização com o intuito de expandir os limites e as fronteiras da gestão

empresarial. Mozota considera que o Design é uma competência essencial para auxiliar a

organização, e em particular os seus tomadores de decisão, a lidar com os desafios e as

questões relacionadas com sistemas de crescente complexidade tais como os relativos à

Globalização e mecanismos de inovação (Mozota, 2011, p. 47). Para Sato et al o Design

pode trazer vários contributos para a Gestão pois "Ele encontra padrões e relações entre

diversas variáveis (...) Tecnicamente falando, ele usa raciocínio abdutivo para criar

heurísticas"19 (Sato, Lucente, Meyer, & Mrazek, 2010, p. 46), fornecendo mecanismos

de procura sistemática de soluções que permitem não só identificar e analisar situação de

conflito, ambiguidade ou outras relações entre as variáveis, mas também gerar diretrizes

automáticas que permitam prosseguir e avançar dentro de ambientes dinâmicos e

complexos.

De acordo com estes autores o Design acomoda simultaneamente intuição e

polarização, o que permite realizar uma análise mais profunda do contexto em que os

agentes agem e quando exibem comportamentos irracionais, equilibrando intuição com

processos de tomada de decisão analítica (Sato et al., 2010, p. 47). No entanto Seidel

adverte no seu estudo sobre algumas limitações do método de design thinking enquanto

processo (Seidel & Fixson, 2013, pp. 29–31) nomeadamente que o comportamento

reflexivo e objetivo é uma pratica de contínuo questionamento possa conduzir a

ineficiências relacionadas com falta de conclusões e ações.

19 Tradução livre do autor do original “It finds patterns and relationships in diverse variables (…)

Technically speaking, it uses abduc- tive reasoning to create heuristics”

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47

2.1.2 A natureza das capacidades em Design

2.1.2.1 Capacidades operacionais em Design

Beatrice D'Ippolito ao longo da revisão da literatura que desenvolveu (2014) visou

promover fornecer uma compreensão global sobre o impacto do Design na inovação, na

gestão e no desempenho da empresa. Esta autora conclui no artigo referenciado que “é

consensual que o Design do produto interfere com fatores de preço e outros tais como

desempenho do produto, facilidade de utilização, durabilidade e entrega do produto”20

(D’Ippolito, 2014, p. 6). No mesmo sentido identificam-se contribuições de outros autores

onde são destacadas as capacidades do Design no compromisso entre estética e

funcionalidade (Valade-Amland, 2011, p. 17), ou no aumento da rentabilidade de

operações através da diferenciação dos produtos e serviços no Mercado e por meio de um

aumento do valor de utilidade percecionado pelo consumidor (Communities, 2009; Roig,

2014). Outros autores identificam uma tipologia assente em diferentes dimensões da

intervenção das capacidades em Design na organização (Swan, Kotabe, & Allred, 2005,

p. 148):

a) Um bom Design significa um bom negócio pois reduz o tempo e custos de

produção, impactando positivamente na rentabilidade das empresas e retorno

sobre o investimento (Trueman & Jobber, 1998, p. 601);

b) O Design está sobretudo concentrado em questões relacionados com forma,

estética e significado simbólico (Ulrich, 2011, p. 396), permitindo às empresas

satisfazer outras dimensões de necessidades psicológicas ou desejos, e

adicionando valor simbólico ao valor de utilidade já existente (Candi &

Saemundsson, 2011, p. 539);

c) O Design pode expandir os benefícios funcionais do produto em termos da

melhoria da usabilidade (D’Ippolito, 2014);

20 Tradução livre do autor do original “consensus can be found that product design impinges on price and

non-price factors such as product performance, ease of use, durability, and product delivery”

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48

d) O Design de produto tem um efeito positivo sobre a perceção dos consumidores

em relação à preferência e julgamentos de qualidade, ajudando marcas mais fracas

a competir com marcas mais fortes (Page & Herr, 2002, p. 144);

e) O Design desempenha um papel importante no processo de inovação,

encurtando a distância entre desenvolvimento e comercialização (Walsh, 1996,

pp. 516–517);

f) O Design confere incrementos competitivos aos produtos ao longo de todo o

ciclo de vida do produto e da indústria e não apenas na fase de inovação (Walsh,

1996, pp. 516–517).

Procurando destacar os contributos que o Design pode oferecer à organização na

sua gestão quotidiana, Deborah Mrazek et al argumentam que "tecnologia superior e

eficiência operacional já não são suficientes"21 (2011, p. 8) para organizações que

querem continuar a inovar, dando o exemplo da Hewlett Packard que procura recorrer ao

Design para estar mais perto do que realmente importa aos clientes. Uma abordagem

centrada no utilizador permite à organização reduzir custos relativos a eventuais

lançamentos falhados de produtos no Mercado, precavendo a inclusão de fatores

distintivos e que estimulem a procura logo no processo de desenvolvimento

(Communities, 2009, p. 16).

O Design pode ser definido como sendo funcional (centrado na tecnologia e

funcionalidade) ou experimental (centrado em sentidos humanos e capaz de evocar

emoções) (Gemser et al., 2011, pp. 76–77). Os designers estão constantemente a

questionar a natureza dos produtos concebendo usos e conceitos visionários sobre estes

(Junginger, 2008, p. 31). Da mesma forma os designers podem ajudar as organizações a

repensar a sua estrutura e oferta, e reorganizar-se a fim de proporcionar uma abordagem

mais centrada no utilizador e que procura melhorar a experiência de seus clientes. A

estratégia de Design está deste modo ligada a uma estratégia de proximidade com o

Mercado e às necessidades dos utilizadores, procurando incorporar essas necessidades no

processo de desenvolvimento de soluções e novos produtos (Olson et al., 1998, p. 56).

21 Tradução livre do autor do original “Superior technology and operational efficiency are no longer

enough”

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49

Isso proporciona a oportunidade de trabalhar em estreita colaboração com outros recursos

internos, tais como o Marketing, Operações e Gestão, a fim de identificar informações

valiosas e complementaridades tais como mercados-alvo, pontos de preço (price-points)

ou planeamento de produção.

2.1.2.2 Capacidades de absorção e integração de conhecimento externo

Vivien Walsh destaca as capacidades de absorção e agregação do Design e do

designer, que atua como interface, ou guardião da passagem22, entre as funções

operacionais e conhecimento especializado existentes dentro da empresa e as

oportunidades existentes no exterior (Walsh, 1996, p. 514). Walsh acrescenta que um dos

obstáculos que impede o Design de ter uma maior visibilidade e relevância dentro dos

processos estratégicos da empresa é o facto de que os designers e as suas capacidades são

muitas vezes geridas dentro de outros departamentos funcionais, que valorizam os seus

contributos de forma fragmentada, não deixando a empresa entender o potencial do

Design enquanto guardião de passagem de conhecimento que permita a entrada de novos

conhecimentos externos dentro da empresa e durante o processo de inovação (1996, p.

526). De acordo com Walsh o designer enquanto guardião de conhecimento significa que

este contribui ativamente para que a organização possa reconfigurar suas capacidades e

recursos de acordo com as suas necessidades. Os seus contributos são sobretudo visíveis

na incorporação de novos conhecimentos junto das suas práticas internas, e capacidade

de gerir equipas multidisciplinares (Walsh, 1996, p. 514).

“ (…) o designer pode ser visto como um ator que interpreta um papel fundamental

enquanto tradutor em uma ou mais redes de pessoas (dentro e fora da empresa, todos

com diferentes conhecimentos, informações, habilidades e desejos), e de ideias,

artefactos, instruções, constrangimentos de produção, de custo, projetos, protótipos e

assim por diante.”23 (Walsh, 1996, p. 515)

22 Tradução livre do autor da expressão inglesa utilizada na literatura especializada “gatekeeper” 23 Tradução livre do autor do original “the designer can be seen as an actor playing a key role as translator

in one or more networks of people (inside and outside the firm, all with different knowledge, information,

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50

Outros autores referem o poder de integração e transformação que o Design

proporciona para a organização (Mozota, 2003b, p. 47), agregando valor à gestão

estratégica da empresa, agindo como guardião entre os seus recursos internos e as

mudanças no ambiente externo (D’Ippolito, 2014, p. 6; Mozota, 2006, 2003b, p. 47). O

Design é também entendido como a capacidade de abraçar, equilibrar e integrar diferentes

ideais e processos responsáveis por trazer maior valor para as organizações (Maciver,

2012, p. 29), fazendo-o por duas vias principais:

a) Princípios de funcionamento para a disseminação de novas práticas, e

reconfiguração para o desenvolvimento de novas rotinas existentes (D’Ippolito,

Miozzo, & Consoli, 2014, p. 1347);

b) E reorganização das já existentes (D’Ippolito et al., 2014, p. 1347).

De acordo com a autora estas duas vias comunicam e interagem entre si e estendem-

se por diferentes níveis de organização. Um estudo desenvolvido em conjunto com

PME’s Britânicas revelou que os designers externos são capazes de recorrer às

capacidades em Design nomeadamente através da promoção e do uso de design thinking

para impulsionar a mudança estratégica da organização, fornecendo-lhe novas

oportunidades de crescimento no Mercado, estimulando a inovação e aumentando a sua

competitividade (Ward & Dekker, 2009, p. 48). A tarefa das PME’s de aumentar a sua

competitividade através do Design pode contudo revelar ser um desafio. E poderá ser

ainda mais difícil se as organizações tiverem pouca ou nenhuma experiência prévia na

gestão de capacidades e recursos de Design. Ainda assim a autora Claudia Acklin

argumenta que as organizações devem mostrar ser capazes de adquirir, assimilar e

integrar as contribuições dos designers externos que trabalham com recursos internos da

organização, a fim de transferir o conhecimento e contribuir para criação efetiva de

capacidades em Design que desenvolvem essas vantagens competitivas. Acklin

acrescenta que o reconhecimento do Design enquanto capacidade que permite a absorção

de novos conhecimentos para as PME começa com a sua valorização como conhecimento

complementar, embora reconhecendo que esta não seja uma tarefa fácil (Acklin, 2013b).

skills and desires), and of ideas, artefacts, instructions, cost constraints, machinery, blueprints, prototypes

and so on”

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51

Este argumento do Design como capacidade que se deve integrar junto de outras

áreas e departamentos é compartilhada por Thomas Walton (2000, p. 7) e Alan Topalian

(2002, p. 13) que acrescenta que um Design eficaz deve ser um Design integrado porque

o Design necessita de se articular com outras diferentes disciplinas durante as fases de

desenvolvimento de projetos.

Tom Kelley da IDEO considera que existe uma forte relação entre o Design e

processos de inovação existentes na organização, atribuindo ao Design a capacidade de

“capturando o talento e os recursos disponíveis dentro e fora da sua organização para

permitir a criação de novos produtos, novos ambientes e novas experiências para o

utilizador”24 (Bachman et al., 1998, p. 17). Isso, na opinião de Kelley, pode justificar o

crescente interesse pelo Design por parte da Gestão e da comunidade empresarial

conforme o reconhecimento do valor estratégico do Design também vai crescendo. Robert

Blaich (1988, p. 297) estabelece uma relação entre as origens dos avanços realizados no

Japão pelo mercado de eletrónicos de consumo e as capacidades integrativas presentes no

Design. O autor Danny Miller (2005, pp. 400–401) argumenta que o Design oferece à

organização quatro capacidades críticas, e são elas a:

a) Identificação de oportunidades e priorização;

b) Alinhamento e construção de compromisso em torno de oportunidades

identificadas;

c) Fomento de interações produtivas entre departamentos;

d) Desenvolvimento de recursos que possam ser alavancados e adaptados no

decorrer de diferentes oportunidades.

O Design auxilia a empresa fornecendo sentido e significado aos produtos que

oferece, melhorando e facilitando a circulação de informações entre os diferentes

departamentos que interagem dentro do mesmo projeto, e estimula a empresa a gerar uma

visão e promover a formulação do projeto (Mozota, 2003a, p. 95). Outros autores alertam

24 Tradução livre do autor do original “capturing the talent and resources available inside and outside your

organization to create new products, new environments, and new user experiences”

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52

para o facto de que os designers devem ser capazes de estabelecer a ponte não apenas

com a Administração, mas também com os restantes colegas de outros departamentos,

não demonstrando somente competências na redefinição de processos quando se depara

com novos contributos e perspectivas vindos do exterior, mas também ser capaz de

constantemente mediar e sintetizar as contribuições e as expectativas entre as equipas

estratégicas e operacionais, assim como os demais stakeholders internos e externos

(Bucolo, Wrigley, & Matthews, 2012, p. 26).

Roberto Verganti (2008a, pp. 445, 446) refere-se ao Design como sendo uma

capacidade de inovação ("inovação orientada pelo Design") que permite à organização

ter acesso, recombinar e disseminar conhecimentos, identificar, interna e externamente

elementos chave que promovam o processo de inovação, e desenvolver relacionamentos

com esses elementos a fim de criar soluções únicas e que resultem de necessidades do

utilizador final. Tal é possível devido à característica do Design capacitar a organização

em ter acesso a conhecimento externo, assim como identificar dentro e fora da

organização os elementos-chave que promovem a inovação e estabelecer relações com

eles, a fim de criar soluções únicas e que resultem de necessidades e pontos de vista do

utilizador. De igual modo Myfanwy Trueman e David Jobber consideram que o processo

de Design encontra-se no coração da inovação tecnológica devido ao papel dos designers

enquanto facilitadores que geram, interpretam e integram novas ideias e conceitos,

tornando-se fulcrais para o aumento da eficiência no processo de desenvolvimento de

produto e introdução ao Mercado (Trueman & Jobber, 1998, p. 601).

Todos estes três aspetos da absorção, integração e transformação são enquadrados

no modelo de "Os quatro poderes do Design", ao redor do qual Brigitte Mozota

desenvolve um quadro teórico e no qual é atribuído ao Design outras funções dentro da

organização. Essas funções podem ser entendidas no âmbito do enquadramento teórico

das capacidades, e neste caso específico Mozota (2006, p. 45) descreve três capacidades

em Design:

a) Capacidades onde o Design é identificado como sendo capaz de desenvolver

atributos no produto que permitam à empresa a manter vantagens competitivas em

relação aos concorrentes ("design como diferenciador");

b) Capacidade que permitam à empresa melhorar os resultados e a sua eficiência

através de um efeito de integração ("O design como integrador");

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53

c) E a capacidade da organização em se adaptar às mudanças externas e explorar

novas oportunidades de negócios inovando continuamente ("O design como

transformador").

Outros autores argumentam que o Design é um recurso estratégico que auxilia nos

processos de gestão e desenvolvimento de produto. Quer facultando a capacidade de

combinação e implantação de recursos funcionais pelos diferentes departamentos da

organização, quer permitindo o desenvolvimento de soluções inovadoras (Luchs & Swan,

2011, p. 341), ou mesmo enquanto fonte de valor acrescentado se agir como um elemento

de conexão ou integrador, ligando partes da organização que antes se encontravam

separadas, e proporcionando aos clientes experiências de forma mais integrada.

"Por exemplo, numa empresa de serviços financeiros a conceção do software, a oferta

feita na distribuição grossista, a descrição utilizada por vendas, guiões de atendimento

ao cliente, e materiais de marketing agora todos devem ser concebidos para uma viagem

coesa, centrada no utilizador."25 (Westcott, Sato, Wallace, Vanka, & Hardin, 2013, p. 15)

Isso requer que o Design atue também sobre a reorganização estratégica da

empresa, a fim de permitir a "mudança de um foco departamental e no produto para um

foco no cliente e na sua experiência"26(Westcott et al., 2013, p. 15). E por fim Michele

Simoni et al (2014, p. 10) identifica as capacidades de monitorização e deteção dos

designers que permitem às organizações e que lhes permite atuar como interpretadores de

linguagens nicho, capitalizando sobre as opções estilísticas que são identificadas como

sendo as mais promissores em termos de oportunidades de mercado e ajudando a empresa

a mudar a sua opção de investimento e melhorar os resultados.

Todos estes contributos permitem entender a importância que tem sido dada aos

designers enquanto dispositivos de interface entre o conhecimento relevante e externo à

organização, e as capacidades existentes internamente. Ainda de acordo com estes autores

25 Tradução livre do autor do original “For example, in a financial services company the design of the

software, the offering made at retail, the description used by sales, customer service scripts, and marketing

materials now all need to be designed into a cohesive, user-centered journey” 26 Tradução livre do autor do original “shift from a departmental and product focus to a customer- focused

experience”

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54

esse papel de interface é multifacetado mas agrega-se em torno de duas áreas de atuações

distintas (interna e externa): uma ação dos designers na identificação de oportunidades

externas, monitorização dos aspetos de mudança e absorção dos elementos de mudança e

inovação relevantes para dentro da organização; e uma ação dos designers no sentido de

integração desse conhecimento dentro da organização, muitas vezes implicando uma

adaptação dos recursos e competências existentes, ou mesmo operando modificações a

nível da cultura organizacional existente.

2.1.2.3 Capacidades organizacionais e estratégicas

Na sua investigação Mozota conclui que o Design contribui também para a

reinvenção de novos modelos de negócios o que permite à organização modificar de

forma continuada a sua base de recursos e de forma a adaptar-se às mudanças externas

(Mozota, 2011, p. 48). Para Mozota esses recursos concentram-se sobretudo na dimensão

estratégica do Design, e que permitem uma melhoria no desempenho dos negócios e

tornar-se uma vantagem competitiva que a organização pode sustentar através de

adequado apoio e alinhamento estratégico por parte da Administração (Mozota, 1998, p.

28). Esta dimensão estratégica do Design é igualmente reconhecida por Walton que

identificou a existência de impactos positivos do Design em todos os três níveis de gestão

corporativa (operacional, tático e estratégico) (Walton, 2000, p. 7). Beatrice D'Ippolito

acrescenta que o "Design surge como um importante componente da abordagem

estratégica das empresas e a competitividade, uma vez que permite a síntese e integração

de externa conhecimentos com capacidades organizacionais das empresas"27(D’Ippolito,

2014, p. 5). Para D'Ippolito encontra-se também implícito o impacto do Design sobre os

mecanismos pelos quais as empresas geram valor, ou seja, na importância do Design com

recurso estratégico passível de utilização na reconfiguração e adaptação da gestão da

organização às mudanças tecnológicas, necessárias a que estas se mantenham

competitivas (D’Ippolito, 2014).

27 Tradução livre do autor do original “Design emerges as an important component of firms' strategic

approach and competitiveness since it allows the synthesis and integration of external knowledge with

firms' organisational capabilities”

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55

Frans Joziasse e Tim Selders (2009, p. 35) separam capacidades operacionais em

Design de capacidades estratégicas em Design. Criticando as empresas que optam por

manter o foco somente na exploração dos ganhos fornecidos pelo Design ao nível

operacional, ignorando o impacto potencial do Design nos processos organizacionais e

aumento da taxa de retorno sobre investimento.

Ron Sanchez (2006, p. 15) considera que no decorrer do planeamento estratégico

os designers podem contribuir para a identificação de atividades prioritárias, em particular

as relacionadas com a perceção de valor dos consumidores sobre produtos e serviços.

Sanchez argumenta ainda que o Design permite também ajudar no “desenhar” da própria

organização, ou seja, "ajudar os gestores a identificar e corrigir as ligações que faltam

em projetos e processos organizacionais de uma empresa"28 (2006, p. 17) e auxiliar os

gerentes no desenvolvimento de uma análise mais qualitativa sobre o que os clientes

realmente valorizam dos produtos oferecidos pela empresa. Mark Allen e Kenji Ekuan

consideram que foi a capacidade do Design em "obter informação complexa e estruturá-

la em algo que é estratégico nos seus objetivos"(Allen & Ekuan, 2002, p. 57), oferecendo

ao cliente o que ele quer ou deseja, que chamou a atenção da Gestão. Assim sendo o

entendimento e a sistematização das abordagens e processos desenvolvidos pelo Design

poderia ser útil também para o desenvolvimento de “estratégias organizacionais, novas

iniciativas de negócios, análise e crescimento, movendo-se o papel do designer para as

funções de planeamento estratégico.”29 (Allen & Ekuan, 2002, p. 57).

Ulla-Maaria Mutanen alerta-nos para o facto de que as capacidades estratégicas

de Design não são pré-existentes dentro da organização e, não podem simplesmente ser

adquiridas, uma vez que emergem da "questionamento, conceptualização e

reorganização da organização e práticas existentes em relação aos objetivos de negócios

da empresa”30 (Mutanen, 2008, p. 501). Heather Fraser (2009, p. 58) identifica a

importância do Design em permitir e promover a colaboração multidisciplinar, a iteração

com os utilizadores e do mercado de forma continuada, e ajudando a criar novos e

melhores modelos de negócios através de um pensamento sistémico. Jenkins defende que

28 Tradução livre do autor do original “help strategic managers define and implementmore successful

strategies in their businesses” 29 Tradução livre do autor do original “organizational strategies, new business initiatives, analysis, and

growth, moving the designer’s role toward strategic planning” 30 Tradução livre do autor do original “questioning, reconceptualising, and re-arranging of the existing

organisation and practices with regard to the firm’s business goals”

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56

o designer por ser ágil, crítico e curioso ajuda a definir uma organização livre de

comportamentos negativos e práticas de trabalho desatualizadas e crenças obsoletas que

produzem ineficiências múltiplas (Jenkins, 2008, p. 18).

Por fim realçar os contributos de Gerard Badler e Gianfranco Zaccai que, em 1996,

previram que um número crescente consultoras iriam surgir a operar na área do Design

estratégico, e não estando diretamente associadas com as práticas do Design iriam ainda

assim apropriar-se da sua linguagem e conceitos (Badler & Zaccai, 1996, p. 60). Os

autores consideram que esse fenómeno iria decorrer em parte devido ao número também

crescente de livros de negócios que vinha sendo a ser publicados e que adicionavam

sugestões e explicações sobre como existiam empresas a realizar resultados financeiros

relevantes através de um investimento no Design - algo que o autor chama de "alter-ego

do Design" (Badler & Zaccai, 1996, p. 60).

De acordo com os autores esta apropriação de conceitos de Design representa um

perigo não só para a profissão de designer, mas especialmente para a organização que

pode ser induzida em erro e frustrar expectativas. Não obstante a importância que o

Design pode desempenhar na condução estratégica da organização ser reconhecida pelos

autores citados nesta secção, esta última advertência relembra-nos dos riscos inerentes à

maior visibilidade que o Design adquiriu nas últimas décadas. Considera-se por issso ser

importante entender os contributos e as especificidades das capacidades de Design a nível

da gestão estratégica da organização por forma a evitar possíveis armadilhas que se

possam formar sobre a sua compreensão e constringir a sua aplicação.

2.1.3 Condições subjacentes ao desenvolvimento de capacidades em

Design

2.1.3.1 A origem dos recursos em Design: departamentos internos versus contratação

externa de Design

Ulla Ramlau e Christina Melander (2004, p. 50) alertam-nos para o facto de que

embora uma percentagem superior a 80% do total das empresas considere o Design como

sendo uma fonte de competitividade relevante, somente metade dessas mesmas empresas

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invista na contratação e manutenção de designers internos na organização. Walsh (1996,

p. 524) relatou que nos estudos do grupo de investigação DIG31 as empresas

Dinamarquesas e Suecas revelaram opor-se ao uso de designers internos à empresa pois

acreditavam que os serviços externos de Design seriam capazes de estabelecer uma

melhor ligação entre o Design e os restantes departamentos. Encontramos outros autores

que também questionam se os ganhos relativos às capacidades em Design se encontram

exclusivamente dependentes da contratação de designers. Para Deanne Beckwith (2011,

p. 56) tal deve-se ao facto das consultoras em Design atualmente estarem a ocupar um

espaço antes reservado aos departamentos internos de Design, e estas fazem-no porque

demonstram ser capazes de lidar também com questões estratégicas de negócios, uma

vantagem para as empresas confrontadas com um aumento da concorrência nos mercados

em que as empresas tecnológicas operam. Bettina Stamm, por outro lado argumenta que

antes que a organização possa lucrar com os benefícios do Design e rentabilizar o seu

impacto sobre a inovação, deve em primeiro lugar ser capaz de desenvolver capacidades

internas relativas à Gestão uma vez que o potencial advém da capacidade em integrar

essas capacidades internamente, mesmo que num momento inicial o Design externo possa

fazer a diferença "Trazer de fora pode ajudar a relançar o processo, mas no final ele vai

continuar a ser algo adicionado, um membro artificial que é útil, mas não completamente

parte do núcleo. Em cenários mais pessimistas, essa ajuda externa tornar-se-ia como que

um transplante que é rejeitado pelo organismo”32 (Stamm, 2004, p. 18). A autora

argumenta que a contratação de serviços externos de Design pode ajudar a alavancar o

processo, mas não é suficiente para garantir a sua integração (Stamm, 2004, p. 18).

Beckwith (2011, p. 59) considera que as consultoras de Design encontram-se

melhor preparadas para lidar com assuntos de planeamento estratégico e desenvolvimento

de capacidades inovadoras, enquanto designers internos encontram-se sobretudo

centrados em lidar com problemas e rotinas quotidianos, muitas vezes associados aos

processos operacionais de produção, tendo pouco tempo para uma reflexão mais profunda

sobre a estratégia futura necessária à sua empresa e por vezes não entendendo sobre como

podem contribuir para essa definição estratégica. Contudo Beckwith, e embora

31 Design Innovation Group – Grupo de investigação partilhado entre a Universidade de Manchester e a

Open University que aborda o estudo dos contributos de Design para a organização de empresas e inovação. 32 Tradução livre do autor do original “Bringing in outsiders might help to kick-start the process, but

ultimately it will remain a bolt- on, an artificial limb that is useful but not quite part of the core. In worst-

case scenarios, outside help becomes a transplant that is rejected by the organism”

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considerando que os recursos internos de Design possuem uma visão mais estreita das

possibilidades do Mercado e da indústria, defende que os designers externos têm por sua

vez uma maior dificuldade em absorver a cultura organizacional e a identidade da

empresa o que dificulta a criação de vantagens competitivas através do Design (Beckwith,

2011, p. 55). Nigel Cross (2004, p. 439) argumenta que a experiência acumulada dos

designers permite-lhes obter uma identificação e enquadramento do problema de forma

mais rápida e partir para o desenvolvimento de uma solução de forma mais eficiente do

que os designers sem experiência. Abecassis-Moeda e Benghozi consideram que a

organização que possui o seu próprio departamento de Design suporta uma limitação à

sua capacidade de inovação e de absorção, mas que contudo possuí vantagens relativas a

estes designers possuírem um maior conhecimento sobre a organização e os seus

produtos, tornando-se capazes de integrar as suas propostas mais facilmente com os

outros departamentos. "Neste contexto, design torna-se menos uma atividade criativa que

exige liberdade e independência, e mais uma atividade produtiva que fica na junção de

fabricação e comercialização."33(Abecassis-Moedas & Benghozi, 2012, p. 406).

Stamm por sua vez enumera algumas vantagens de se possuir designers internos,

como relação custo-eficiência, disponibilidade e controlo sobre os recursos da

organização, ou uma compreensão íntima dos valores e da posição da empresa. Mas esta

autora identifica também vantagens importantes associadas ao uso de designers externos,

argumentando que trazem valor acrescentado para a empresa através de novas

perspectivas e conhecimentos especializados, maior velocidade e dinamismo, ou criação

de oportunidades para abordagens mais experimentais (Stamm, 2004, p. 17). Outros

autores (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, p. 889) identificam problemas adicionais

relacionados com o uso de designers externos tais como o abrandamento do processo de

Design, falta de acessibilidade no dia-a-dia, insuficiente conhecimento sobre as práticas,

cultura organizacional e recursos específicos da empresa, e o surgimento de problemas

acrescidos de coordenação com outros departamentos da organização. O estudo de Dirk

Czarnitzki e Susanne Thorwarth (2012, p. 887) revela que as empresas que recorrem

apenas aos serviços internos de Design são capazes de alcançar um maior crescimento de

vendas do que as empresas que dependem exclusivamente dos serviços de Design

externos, o que levou os autores a concluir que a literatura pode estar a sobrevalorizar a

33 Tradução livre do autor do original “In this context, design becomes less a creative activity that demands

liberty and independence, and more a productive activity that sits at the junction of manufacturing and

marketing”

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importância das capacidades em Design contratados externamente à empresa (Czarnitzki

& Thorwarth, 2012, p. 888).

James Moultrie e Finbarr Livesey (2014, p. 577) compararam os resultados dos

investimentos em Design de acordo com a origem e tipologia dos recursos em Design e

concluíram que se investe mais na contratação externa de Design quando a organização

privilegia atividades de Design de carácter mais experimentais, enquanto noutros

procedimentos técnicos as empresas ainda dependiam consideravelmente mais dos seus

recursos internos, um rácio de dez para um entre recursos e investimento em contratação

de serviços de Design externos. Estes resultados parecem confirmar as conclusões de

Stamm (2004, p. 17), contudo os autores acrescentam que este resultado parece também

sinalizar que as empresas tentam manter as suas principais capacidades e conhecimentos

internos, a fim de preservar vantagens competitivas, enquanto recorre-se à contratação

externa de capacidades quando optam por uma abordagem mais experimental e de

carácter mais provisório (James Moultrie & Livesey, 2014, p. 580). James Love et al

defendem as vantagens de se investir em designers internos em organizações que lutam

para ser competitivas através da inovação. Os estudos realizados por estes autores

revelaram que os resultados de equipas multifuncionais têm um aumento significativo

quando a empresa possui um departamento de Design interno, acrescentando que o estudo

mostrou que ter esses recursos e capacidades disponíveis eram mais importantes para a

organização em alcançar bons resultados em inovação do que outros indicadores

genéricos como nível de graus académicos dos colaboradores ou nível de investimento

em I&D (Love, Roper, & Bryson, 2011, p. 1449).

Também a importância da experiência anterior é fundamental para tirar o máximo

partido dos resultados gerados por recursos/capacidades externas. Outros autores

argumentam que a experiência anterior pode não ser a principal razão ou explicação para

as dificuldades em absorver capacidades em Design. Goldschmidt aponta para as

limitações de se confiar num modelo de designer solitário (Goldschmidt, 1995, pp. 208–

209). O autor afirma que, trabalhando sozinho, e ao invés de dentro de uma equipa, o

designer perde a perícia que poderia obter a partir da criação de sinergias e tirar partido

das capacidades dos outros membros da equipa e, assim, gerar melhores resultados para

a organização. Agindo de modo isolado o designer também perde parcialmente sua visão

crítica e exterior durante o processo de desenvolvimento e através da qual poderia ajudar

a empresa a inovar. Essa redução de capacidade deve-se segundo o autor ao facto dos

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60

designers encontrarem-se muitas vezes demasiado embrenhados entre os detalhes

técnicos e funcionais.

2.1.3.2 Importância da mudança externa e volatilidade do ambiente

Gemser faz uma distinção entre Design inovador e Design não-inovador e o seu

impacto no desempenho da empresa, enfatizado pela natureza da resposta do Mercado

(Gemser et al., 2011, pp. 76–77). Seguindo a mesma linha de raciocínio Caloghirou et al

mencionam a importância do dinamismo de Mercado como pré-condição para o

desempenho da inovação dando exemplos de diferentes sectores tais como os Alimentares

e Químicos que são susceptíveis de inovar menos, e os sectores das TIC onde se verifica

o oposto (Caloghirou, Kastelli, & Tsakanikas, 2004, p. 37). Contudo um estudo da

Comissão da UE não faz distinção, referindo-se ao Design como sendo igualmente

importante enquanto ferramenta para a inovação e centrada no utilizador quer seja em

mercados maduros (tipicamente menos dinâmicos), quer em mercados emergentes mais

dinâmicos (Communities, 2009, p. 15). Mozota por sua vez afirma que a Gestão está

crescentemente consciente da importância do Design para lidar com a mudança e

incerteza existentes dentro de ambiente voláteis e dinâmicos, argumentando que os

contributos que as capacidades que o Design oferece à integração de conhecimento

externo, atuando como um intermediário de conhecimento para as organizações (de

Mozota, 2008)

Mrazek et al destacam a importância do Design em permitir que as empresas sejam

capazes de competir pela inovação nos mercados dinâmicos e globais atuais. De acordo

com estes autores tal acontece por este ser responsável por capacitar as organizações em

responder a esses desafios, e que por esse motivo as capacidades de inovação em Design

são hoje mais valorizadas pela gestão de topo e têm vindo a ganhar espaço dentro da

organização como recurso estratégico, não obstante as dificuldades em se quantificar o

que significa ao certo esse valor gerado por essas capacidades (Mrazek et al., 2011, p. 7).

Sharma reconhece que o Design deve estar consciente do contexto no qual se

desenvolve a vontade do Mercado (Sharma & Poole, 2010, p. 66), advertindo para a

necessidade do Design em deve estar ciente das mudanças no comportamento e nas

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condições do Mercado, mas também reconhecendo no Design capacidades por intervir

dentro da organização e por torná-la capaz de fazer face a essas mudanças revelando

competências e capacidades de adaptação dinâmicas.

Eun Sook Kwon et al (2007, p. 43) alertam para o facto de que o Design não se

deve limitar apenas à função de fornecer locais de trabalho emocionantes que ilustrem e

sustentem determinada filosofia de trabalho da empresa, defendendo que o Design deve

ser também utilizado pela organização para estimular a criatividade dos seus

trabalhadores, numa turbulenta Era de inovação tecnológica e de mudanças económicas,

e onde esta capacidade se torna um critério competitivo crucial para a sobrevivência e

prosperidade da empresa.

Hakil Moon et al (2013, p. 42) afirmam por sua vez que as preferências e

comportamentos dos clientes mudaram muito rapidamente em resultado das expansões

tecnológicas e, portanto as organizações encontram-se hoje mais pressionadas para serem

capazes de se adaptar à mudança e a fim de enfrentar a cada vez mais heterogénea e volátil

procura de Mercado. Nesse sentido um maior investimento em inovação pelo Design

pode ajudar a organização a superar os desafios associados a essa volatilidade,

permitindo-lhe desenvolver e trazer mais produtos inovadores para o mercado, mas

também aumentar a aceitação dos mesmos uma vez que os clientes valorizam mais os

produtos que revelaram ter uma preocupação centrada no utilizador durante a sua

conceção. Swan et al (2005, pp. 155–156) testaram os efeitos da incerteza contextual

como um moderador entre as capacidades e o desempenho da empresa concluindo que

quanto maior o nível de incerteza no Mercado maior o efeito das capacidades em Design

sobre o desempenho dos negócios. No entanto, e no que diz respeito à velocidade de

lançamento no Mercado essa relação é, de acordo com os autores invertida, Talvez devido

aos efeitos da incerteza associados ao desenvolvimento de novos Designs e produtos. Os

autores concluem por esse motivo que o impacto das capacidades em Design no

desenvolvimento de novos produtos e no desempenho da empresa é mediado pelo nível

de incerteza contextual, sendo positivo para as capacidades funcionais, mas negativo para

as capacidades estéticas e tecnológicas (Swan et al., 2005, p. 157). Pradeep Sharma e

Dean Poole (2010, p. 72) encontram motivos para as empresas recorrerem às capacidades

em Design de forma a se adaptarem a mudanças nos comportamentos de consumo e

portanto serem capazes de responder à volatilidade no Mercado dando o exemplo do

movimento slow food onde os consumidores estão cada vez mais preocupados com as

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questões éticas e onde características inerentes aos processos de Design como a busca de

autenticidade se podem revelar ferramentas muito eficazes de comunicação.

Outros autores consideram que o Design pode revelar-se como uma capacidade

útil para ajudar a organização a tornar-se resiliente às mudanças externas, adicionando ao

Design um valor acrescentado em ambientes híper dinâmicos. Ryan Rosensweig refere

que em "mercados voláteis, (o Design) pode ser extremamente útil para uma empresa

para desenvolver uma competência essencial na resposta à mudança"34 (Rosensweig,

2012, p. 17). Este autor acrescenta que o Design, e devido por causa de seu "saber em

ação" e "reflexão na ação" (Rosensweig, 2012, p. 19) exibe o potencial para auxiliar no

processo de rápida reconfiguração da organização, na sua estrutura e nas suas rotinas de

resposta face a novas oportunidades e/ou ameaças (Rosensweig, 2012, p. 17). Destacam-

se por fim as contribuições de Jianxi Luo et al (2012, p. 4) que reforçam um possível

entendimento do Design enquanto capacidade dinâmica por considerarem que este

permite que a empresa possa responder a um ambiente em rápida mutação, quer

integrando na organização informação externa relevante e quer promovendo a adaptação

rápida da organização para esta mudança.

2.1.3.3 Capacidades dinâmicas em Design

Em comparação com a literatura mais amadurecida e desenvolvida nos campos

científicos de Gestão Estratégica e de Estudos Organizacionais, o estudo do Design

enquanto capacidade dinâmica revela ser um tópico de investigação ainda relativamente

pouco explorado, mas que contudo tem-se tornado mais central devido às contribuições

de alguns académicos da área de Estudos de Design e Inovação, das quais destacamos as

contribuições de Birgit Jevnaker. No seu artigo “Championing Design: Perspectives on

Design Capabilities” publicado em 2000, Brigit Jevnaker introduzia esta perspectiva e

considerava que o Design assume um comportamento de capacidade dinâmica (intitulado

campeão de Design) (2000, p. 25). Segundo a autora estas capacidades dinâmicas em

Design tinham a responsabilidade de promover a inovação dentro da empresa, de uma

forma específica, que não poderia ser alcançada por outros meios, e que não era

34 Tradução livre do autor do original “In volatile markets, it can be extremely useful for a firm to develop

a core competency in responding to change”

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facilmente imitável ou incorporada pelos seus competidores diretos (Birgit H Jevnaker,

2000, p. 33). Jevnaker considera a excelência em Design como uma capacidade que

permite à organização consolidar vantagens competitivas, e não só os pressupostos

defendidos pela autora parecem adequar-se encaixar ao conceito de capacidades

dinâmicas (Teece et al., 1997; Wang & Ahmed, 2007, p. 35), mas existe também a

identificação de uma tipologia de capacidades dinâmicas em Design. Essa tipologia

propõe ainda a divisão das capacidades dinâmicas de Design em seis subgrupos distintos

entre si e de acordo com a natureza dos seus resultados e áreas de intervenção:

organizacional; recursivo; combinatória, inovadora, estratégica e capacidade de proteção

vantagem competitiva (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 28). Brigitte Jevnaker argumenta que

são essas capacidades dinâmicas que se encontram presentes no Design que permitem às

organizações tornarem-se mais flexíveis e capazes de se adaptar num contexto de

crescente incerteza e concorrência (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 33).

Contudo Jevnaker adverte que essas capacidades em Design não são passíveis de

ser simplesmente adquiridas ou construídas instantaneamente pelas empresas pois

resultam de diálogo permanente e continuado investimento entre a gestão estratégica do

Design e a gestão da empresa sendo portanto um processo que se estende temporalmente

(Birgit H Jevnaker, 2000, p. 27). Jevnaker identifica também lacunas na literatura

especializada observando que ainda não se foi capaz de comprovar como as capacidades

dinâmicas são adquiridas e desenvolvidas dentro de uma organização assim como

entender qual o papel do designer neste processo (Birgit Helene Jevnaker, 2005, p. 37).

Também referindo-se à definição original de capacidade dinâmica o autor Ryan

Rosensweig (2012) argumenta que o Design é capaz de ajudar a organização a construir

ou manter vantagens competitivas relevantes por meio da integração, criação ou

reconfiguração do conhecimento dos recursos internos e externos, a fim de enfrentar a

mudança em ambientes dinâmicos. Rosensweig (2012, p. 20) também considera que o

design thinking pode permitir ao Design tornar-se uma capacidade dinâmica, auxiliando-

o a construir pontes e reforçar colaborações dentro e fora da organização, explorando o

conhecimento importante para a empresa de forma a dotá-la de meios e ferramentas para

lidar com a mudança externa. O mesmo autor fornece uma descrição das contribuições

de Sam Lucent na qualidade de vice-presidente da Hewlett Packard e na promoção do

Design como uma capacidade dinâmica, assim como o exemplo da Procter&Gamble onde

se recorreu a metodologias de design thinking para conectar equipas multidisciplinares e

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estabelecer a consciência do valor total do Design por toda a empresa (Rosensweig, 2012,

p. 20). O mesmo exemplo é fornecido por um autor diferente para chegar a conclusões

semelhantes. Steve Sato et al (2010) reportam no seu artigo os resultados de uma

investigação sobre o impacto do Design para a estratégia de inovação da Hewlett Packard,

e na qual concluíram que nesta empresa o design thinking permite acrescentar capacidade

de resposta e flexibilidade à organização, e é em si, um elemento essencial na capacidade

de resposta desta aos desafios externos (Sato et al., 2010, p. 45).

Charles Noble questiona sobre o que é afinal o Design dentro deste quadro de

análise (2011, p. 391), afirmando que as ramificações estratégicas inerentes a esta questão

influenciará as condições que o Design irá enfrentar no esforço de ser aceite, rapidamente

adotado e integrado por outros e dentro da organização. Este autor afirma ainda que a

resposta a esta questão permitirá uma maior compreensão sobre a capacidade do Design

em preparar a organização para lidar com a mudança externa (Noble, 2011, p. 391). Walsh

por sua vez identifica uma separação entre as oportunidades dinâmicas (e que são

apresentados como sendo oportunidades permeáveis às mudanças que surgem fora da

organização) e oportunidades operacionais para de seguida atribuir ao designer a

responsabilidade de combinar e criar a capacidade de absorção e de reconfiguração da

organização (Walsh, 1996, p. 514).

Tendo em consideração estes diferentes contributos pode-se concluir que a

conceptualização do Design enquanto capacidade dinâmica não é uma novidade na

literatura, sendo pelo contrário um tema recorrentemente abordado por diversos autores

do decorrer dos últimos 20 anos e sob diferentes perspectivas. Comum a todos esta

necessidade de balizar a natureza e objeto de intervenção dessas capacidades dinâmicas

ao valor do design e do designer em operar ou capacitar a organização para a mudança

externa.

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2.2 Discussão da revisão de literatura

“É o Design uma cultura, uma capacidade, uma capacidade dinâmica (ou tudo

isto junto)?”35 (Noble, 2011, p. 391)

Atualmente muitos autores encaram o Design como sendo um ingrediente-chave

do complexo fenómeno da inovação (Verganti, 2006), e o seu papel e importância dentro

das organizações vem sendo expandido e questionado, tornando-se cada vez mais

importante entender o alcance das suas capacidades subjacentes e que são responsáveis

por permitir que o Design promova flexibilidade e capacidade de resposta à mudança

dentro da organização (Davide Ravasi & Stigliani, 2012; Verganti, 2008a). No entanto,

até hoje nem o papel, nem os mecanismos e nem o impacto que as capacidades em Design

exercem sobre a competitividade das organizações é tido como suficientemente estudado

e compreendido (Davide Ravasi & Stigliani, 2012).

Apesar de vários estudos (Chiva & Alegre, 2009; Dickson, Schneier, Lawrence,

& Hytry, 1995; Hertenstein & Platt, 1997; James Moultrie et al., 2009; Mozota, 2011) já

fornecerem evidências empíricas sobre como superiores capacidades em Design ajudam

a construir e manter vantagens competitivas, o Design é ainda visto como um processo

caixa-negra dentro da organização (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008). De

facto, após esta revisão de literatura pode-se concluir existir uma considerável dispersão

e indefinição em torno do que se entende por capacidades em Design. Isto limita o

entendimento por parte das organizações sobre como aproveitar e tirar partido do

potencial estratégico do Design porque (entre outras razões) as organizações são

incapazes de gerir o que não conseguem compreender. Esta revisão de literatura permite-

nos entender as razões subjacentes ao mito sobre como o Design (por causa de sua

criatividade inerente) funciona como uma besta selvagem, uma prática de comportamento

imprevisível que não pode ser medido ou adequadamente gerido (Olson et al., 1998, p.

55). Nesse sentido, e face aos contributos analisados, pode-se concluir que embora

diversos autores atribuam ao Design um conjunto de características e capacidades que

permitem à organização desenvolver vantagens competitivas e inovar, é a falta de um

35 Tradução livre do autor do original “Is design a culture, a capability, or a dynamic capability (or all of

them)?”

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quadro teórico mais completo que impede uma reflexão mais profunda sobre a natureza

e o comportamento das capacidades em Design dentro dela.

Neste cenário o estudo do Design enquanto um conjunto de capacidades

dinâmicas torna-se útil à investigação por proporcionar um quadro teórico mais

amadurecido e que permite um entendimento mais aprofundado sobre a natureza das

capacidades em Design. O conceito das capacidades dinâmicas é-nos apresentado pela

literatura de Gestão Estratégica como um constructo multidimensional que incorpora as

capacidades de gerar conhecimento e promover a inovação dentro da organização, os

recursos que promovem a absorção de conhecimentos externos valor e integração dentro

da empresa com o propósito de construir vantagens competitivas, e as capacidades que

permitem a empresa monitorizar o ambiente externo, detectar mudanças externas e ser

capaz de reconfigurar os seus recursos e capacidades, a fim de lidar com essa mudança

(Barreto, 2010; Prieto et al., 2008, p. 3; Teece, 2007; Wang & Ahmed, 2007).

Após revisão e análise cuidadosa da literatura torna-se possível estabelecer uma

relação entre autores e conceitos e ensaiar uma distribuição do rico e diversificado (mas

igualmente disperso e confuso) panorama de capacidades em Design para os constructos

multidimensionais das capacidades dinâmicas. Seja enquanto capacidade adaptativa na

qual o Design surge enquanto um dispositivo de reconfiguração que permite conjugar

diferentes recursos, competências e capacidades existentes dentro da organização para

produzir algo novo ou de forma mais eficiente, e através do questionamento e

reconceptualização de práticas existentes (de Mozota, 2008; Mutanen, 2008; Sato et al.,

2010); o Design enquanto capacidade transformadora (Birgit H Jevnaker, 2000; Mozota,

2006) que possibilite a existência de transações dentro das equipas transdisciplinares

(Rosensweig, 2012); ou como uma capacidade de absorção referindo-se aos mecanismos

de absorção de tendências e conhecimento externos à organização através do Design, ou

uma capacidade de inovação centrada nas necessidades do utilizador (de Mozota, 2008;

Birgit H Jevnaker, 2000; Davide Ravasi & Lojacono, 2005; Sato et al., 2010; Walsh,

1996); ou como capacidade de facilitador de inovação através da qual o Design surge a

fazer a ponte entre soluções tecnológicas e os interesses e capacidade de aceitação do

consumidor tornando-as viáveis de implementação no Mercado (inovação orientada pelo

Design) (Verganti, 2008a; Walsh, 1996); ou de uma forma mais geral o Design enquanto

capacidade transformadora e capacitador de mudança dentro da organização como

referem outros autores (Birgit H Jevnaker, 2000; Mozota, 2006). Mais detalhes para o

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67

estabelecimento dessas relações teóricas e sobreposições serão fornecidas no capítulo

cinco e no decorrer do desenvolvimento de instrumentos e geração de itens realizado

durante a operacionalização das variáveis teóricas.

Outro aspeto relevante é o tempo necessário para desenvolver e adquirir

capacidades em Design dinâmicas e de inovação. Brigitte Jevnaker (2000, p. 27) e Jianxi

Luo et al (2012, p. 4) argumentam que as capacidades dinâmicas de Design não são

passíveis de serem adquiridas e que só podem ser progressivamente construídas dentro

da organização. Os contributos destes autores reforçam a perceção de que as capacidades

em Design são capacidades que resultam de aprendizagem acumulada e que por esse

motivo são construídas de forma incremental. Pode-se argumentar que esse aspeto é em

si mesmo uma vantagem adicional, que torna essas capacidades mais difíceis de serem

adquiridas e imitadas pelos concorrentes.

Outro aspeto importante a considerar é a natureza dos recursos de Design,

devendo colocar-se a questão sobre se existem diferenças entre recorrer a serviços

externos de Design ou investir na manutenção de recursos internos na empresa. Na

realidade verificou-se a falta de consenso na literatura consultada, assim como existe uma

incompreensão sobre qual a real importância dos designers externos para aumentar a

capacidade de absorção de conhecimento externo da organização. Alguns autores

argumentam que o uso de recursos externos de Design pode melhorar as capacidades

inovadoras, a capacidade de absorver conhecimento externo, ou a capacidade de

reconfiguração da organização para se tornar resiliente à mudança. Todos estes aspetos

são aliás consistentes com o modelo teórico apresentado anteriormente no capitulo

primeiro (Wang & Ahmed, 2007). Por outro lado, identifica-se um grande debate sobre

as vantagens e desvantagens da contratação de serviços externos de Design em

comparação com uma aposta em departamentos internos de Design dentro da empresa

para a sua capacidade em inovar, absorver novo conhecimento ou integrar as capacidades

em Design noutros departamentos. Alguns autores alertam por isso para um efeito de

trade-off, como no caso de Celine Abecassis que argumenta que as organizações têm

muitas vezes que optar entre a redução dos custos de desenvolvimento e menos tempo

para obter o produto ao mercado fornecidos por apostar em designers internos (Abecassis-

Moedas & Benghozi, 2012, p. 406), e os ganhos para a empresa em termos de

competitividade inovação os designers externos oferece (Abecassis-Moedas & Benghozi,

2012, pp. 415–416).

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68

Que escolhas e opções estarão disponíveis às empresas e quais os impactos da sua

política de investimento em Design? Torna-se importante avaliar a importância da origem

dos recursos de Design para o desenvolvimento e o impacto das capacidades em Design

dentro da organização. De igual forma, e se o entendimento for de que as capacidades em

Design podem ajudar a empresa a lidar e se adaptar à mudança externa, então torna-se

importante entender se diferentes graus de dinamismo do mercado afetam (e de que forma

eles afetam) o comportamento e a importância de capacidades em Design. Na literatura

verifica-se que existe um número alargado de autores que partilham a opinião sobre a

importância do nível de volatilidade do mercado para explicar uma diferença no

comportamento, composição e impacto que as capacidades dinâmicas possam ter na

competitividade das empresas. Contudo mesmo junto desses autores não existe um

consenso alargado, existindo um conjunto igualmente robusto de autores que

simplesmente ignoram que existam quaisquer efeitos relativos ao dinamismo do ambiente

no qual a organização se insere (Barreto, 2010, p. 261).

Exemplo disso mesmo é a discordância entre dois dos autores mais influentes

dentro da literatura de Gestão Estratégica e capacidades dinâmicas, onde o autor Shaker

Zahra defende que o efeito indireto das capacidades dinâmicas sobre o desempenho só é

possível em mercados voláteis, tornando dependente do dinamismo do mercado o efeito

global de capacidade dinâmica sobre o desempenho (S. a. Zahra, Sapienza, & Davidsson,

2006, p. 16). E entre os contributos do artigo de Kathleen Eisenhardt e Jeffrey Martin que

apesar de sustentarem que "O padrão de capacidades dinâmicas eficazes depende do

dinamismo do mercado. Em particular, as capacidades dinâmicas variam em sua

dependência de conhecimento existente."36 (Eisenhardt & Martin, 2000, p. 1110),

acrescentam que também é possível considerar a existência de capacidades dinâmicas nos

mercados moderadamente dinâmicos. De acordo com Eisenhardt e Martin embora nesses

mercados haja menos incentivos para a construção de capacidades que se ocupam da

mudança externa estas mantêm a sua importância, apenas exibindo um comportamento

diferente das capacidades dinâmicas desenvolvidas por empresas inseridas em mercados

hiper-dinâmicos (Eisenhardt & Martin, 2000, p. 1110).

Por fim é importante também mencionar a dificuldade em estabelecer a

diferenciação entre as várias dimensões das capacidades dinâmicas em Design, em

36 Tradução livre do autor do original “The pattern of effective dynamic capabilities depends upon market

dynamism. In particular, dynamic capabilities vary in their reliance on existing knowledge”

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69

particular entre as capacidades de absorção e adaptação. Por exemplo verificou-se que

autores como Verganti e Ravasi quando descrevem o papel do designer enquanto

intermediário ou guardião de passagem não se limitam a dar relevo somente à capacidade

de absorver e integrar conhecimento externo, mas incluem sem distinção a capacidade do

designer em recombinar, adaptar e reconfigurar as capacidades e conhecimento existentes

dentro da empresa para possibilitar a integração e exploração desse conhecimento

externo. Torna-se portanto difícil estabelecer fronteiras claras entre dimensões, o que traz

dificuldades acrescidas à operacionalização dos conceitos e ao estabelecimento de

unidades de medida para avaliar os efeitos entre constructos. Tal acarreta um perigo de

não se ser capaz de conseguir distinguir sobre o que são capacidades dinâmicas, sendo

aliás a mesma armadilha de hiper-relativismo anteriormente apontada ao Design (Heskett,

2003), e para a qual se deve ter especial atenção durante a etapa do desenvolvimento do

modelo teórico e respectiva operacionalização.

2.2.1 Formulação das hipoteses de investigação

Com o propósito de reforçar a operacionalização dos conceitos abordados na

literatura sobre a importância estratégica do Design para a performance da organização,

importa analisar os elementos estruturais que compõem as capacidades em Design e

propor um modelo que permita sistematizar as diferentes contribuições recolhidas.

Pretende-se que o modelo teórico permita estudar e melhorar a compreensão sobre o real

valor e o impacto do Design enquanto recurso estratégico, capacidade ou conjunto de

capacidades multidimensionais.

De acordo com a literatura das capacidades dinâmicas conclui-se igualmente

existir uma distinção entre capacidades dinâmicas e operacionais de Design motivo pelo

qual se formulam as seguintes hipoteses de investigação:

1ª Hipótese de investigação: As Capacidades em Design podem ser divididas entre

capacidades operacionais e capacidades dinâmicas. Ambas têm um impacto

positivo mas distinto no desempenho económico da organização.

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70

As capacidades em Design comportam-se de formas diferentes e relativamente ao

seu impacto sobre o desempenho económico das organizações. Através das capacidades

dinâmicas podemos intervir diretamente ou indiretamente através do melhoramento das

capacidades operacionais em Design existentes (ou outras capacidades) e de forma a

permitir à organização melhor acomodar e acautelar os choques externos.

2ª Hipótese de investigação: A importância e impacto das capacidades dinâmicas

em Design é contingente da natureza dos recursos em Design e no nível de

dinamismo no Mercado.

As capacidades dinâmicas são sensíveis ao grau de volatilidade de Mercado, ou

seja, os mercados mais voláteis estimulam o desenvolvimento de capacidades que

permitam uma resposta á mudança externa. Por esse motivo coloca-se a hipótese de que

o impacto das capacidades dinâmicas em Design para a competitividade será superior em

organizações que operem em mercados também mais dinâmicos. Adicionalmente

considera-se que a natureza dos recursos de Design existentes na organização também

influencia a composição e impacto das capacidades dinâmicas em Design na

performance, constituindo ambos efeitos moderadores e aos quais as capacidades em

Design são contingentes.

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71

Resumo do capítulo

Neste capítulo procurou-se entender e inferir conclusões sobre o que são

especificamente capacidades em Design, as suas especificidades e como estas se

encaixam nos pressupostos da escola de pensamento em Gestão Estratégica e descritos

sumariamente no capítulo anterior. A revisão da literatura agora realizada também

permite fornecer uma estrutura de entendimento qualitativa sobre essas questões,

complementando o capítulo seguinte mais focado nas questões do impacto económico

dessas mesmas capacidades. Destacam-se os contributos identificados na literatura sobre

o comportamento e natureza das capacidades dinâmicas em Design, assim como aqueles

que nos permitem melhor sobre quais as condições que permitam auxiliar a organização

a construir ou melhorar as suas vantagens competitivas.

Encerramos este capítulo com uma discussão sobre alguns dos problemas

identificados por outros autores, deixando-nos a oportunidade de identificar questões

importantes que devem ser posteriormente analisadas no capítulo oito (discussão dos

resultados), onde algumas das questões identificadas serão confrontadas com os

resultados empíricos da investigação.

O capítulo três irá focar-se na análise complementar destes conteúdos, abordando

especificamente a questão dos impactos e medidas de capacidades em Design. Ambos os

capítulos dois (2) e três (3) permitirão em conjunto extrair conclusões que o autor

considera serem necessárias à definição das hipóteses de pesquisa e o respectivo modelo

teórico a estudar. No capítulo quatro (4) serão introduzidos os pressupostos

metodológicos, e no Capitulo cinco (5) descrevem-se os procedimentos relativos à

especificação e identificação do modelo.

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72

3 O impacto económico das capacidades em Design nas organizações

Notas introdutórias

Neste capítulo abordam-se as questões relativas ao impacto das capacidades em

Design para o desempenho económico da organização. Com isso pretende-se entender de

que forma o Design auxilia a organização a desenvolver vantagens competitivas. Durante

a revisão da literatura examina-se também a discussão académica existente sobre a

avaliação e medição das capacidades em Design.

Procura-se identificar a importância do alinhamento estratégico e a necessidade

de integração de métricas de negócios no Design, e assim como discutir as suas

implicações para a disciplina e a profissão do designer procurando sobretudo identificar

as principais necessidades e desafios.

Novamente este capítulo termina com uma discussão sobre alguns dos problemas

identificados por outros autores, procurando-se incentivar e incrementar o debate

académico relativo às áreas de estudo desta investigação. O objetivo final é complementar

a análise desenvolvida no capítulo anterior, permitindo que a revisão da literatura

realizada no conjunto dos dois capítulos forneça uma base sólida para a definição das

hipóteses de investigação assim como as premissas metodológicas a elas associadas

(capítulo cinco).

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73

3.1 Impacto na performance económica das organizações

“Bom Design é bom negócio”37 - Thomas J. Watson

Moultrie et al dividem em três as áreas nas quais o Design pode acrescentar valor

à empresa: criação de produtos e serviços; a forma como os produtos e serviços são

comercializados; e o impacto no desenvolvimento de novos processos de negócio e

ambientes no local de trabalho que produzam maior eficiência (James Moultrie et al.,

2009, p. 79). Brigitte Mozota considera que, embora muitas organizações ainda estejam

relutantes em investir no desenvolvimento de melhores capacidades em Design, existe

um número crescente de empresas que compreendem a importância de gerir e desenvolver

a capacidade do Design enquanto recurso estratégico de forma a manter uma comparativa

e vantagem sustentável sobre a concorrência (Mozota, 2011, p. 49). Quer através da

melhoria do Design operacional que permite a criação de valor para as atividades

principais das organizações, ou antecipando mudanças externas no contexto em que a

empresa opera, Mozota também se refere à importância da integração do Design nas

atividades de geração de valor da organização assim como na sua estratégia global para

que o Design "possa repercutir uma vantagem competitiva relevante em todo o sistema

de valor" (Mozota, 1998, p. 28).

O autor Peter Zec (2011, p. 39) considera no seu artigo que a importância de

quantificar o impacto do Design deve-se ao facto de que este ajuda a reduzir os riscos

associados a um investimento em Design. De igual forma também Harry Rich argumenta

que as métricas associadas a essa quantificação permitem também ajudar a Administração

da organização a monitorizar melhor o cumprimento dos objetivos financeiros e comparar

os resultados relativamente à evolução dos sectores industriais nos quais a organização

opera (Rich, 2004, p. 33). A investigação desenvolvida por Rich revelou que as empresas

que haviam sido identificadas como as que utilizavam de forma mais eficaz os recursos

em Design não só apresentavam melhores resultados do que outras empresas indexadas

no FTSE 10038, mas também sugeria que, se os investidores estivessem convencidos de

37 Tradução livre do autor do original “Good Design is good Business”

38 O FTSE 100 é um índice de performance que é calculado com base nas 100 empresas mais importantes

e com maior volume de negócios representadas na Bolsa de valores de Londres

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74

que o Design é bom negócio, então as empresas nas quais investem ficariam com pressão

extra em fazer um melhor uso do Design (Rich, 2004, p. 34).

O artigo de Marina Candi proporciona uma ligação entre os resultados de

desempenho do Design e estabelece a existência de uma correlação positiva entre o uso

do Design e o aumento do volume de negócios das organizações (Candi, 2010, pp. 198–

199). Em outro estudo Chris Bedford et al (2006, p. 55) relacionam a eficácia do Design

com um melhor desempenho nas bolsas de valor e mercados financeiros. Também a

investigação de Marjorie Platt et al (2001, p. 14) fornece evidências de que o Design

contribui de forma significativa para o aumento da performance financeira das empresas.

O estudo de Joaquín Alegre e Ricardo Chivas (2009) trouxe uma contribuição

importante para a compreensão da importância do Design enquanto recurso estratégico

da organização. Nesse estudo os autores concluem que a gestão estratégica do Design

poderá proporcionar um maior retorno às organizações em termos de rentabilidade e

crescimento do Mercado. Esta investigação conclui ainda que o Design é capaz de gerar

um elevado retorno do investimento para a organização se esta revelar ser capaz de gerir

o Design enquanto ativo estratégico, quer através do aumento o valor dos recursos da

empresa e quer através do desenvolvimento de vantagens competitivas. O estudo de

Alegre e Chiva (2009, p. 434) fornece ainda evidências empíricas de que superiores

capacidades em gestão do Design contribuem de forma significativa para a melhoria do

desempenho da empresa, justificando, assim mais investigação sobre o papel das

capacidades e recursos de Design. Não obstante os autores alertam ainda para o facto de

que outras razões tais como atributos organizacionais, culturais e estratégicos podem estar

por detrás da explicação do impacto positivo no desempenho económico da organização

(Chiva & Alegre, 2009, pp. 435–436).

Outros estudos têm fornecido evidências empíricas sobre esse impacto positivo.

Sharifi e Pawar (1996, p. 257) argumentam que o Design desempenha um papel central

no reforço da competitividade da empresa. Fynes e Búrca (2005, p. 10) apresentam

resultados da sua investigação que indiciam que a qualidade do Design contribui para a

redução dos custos associados ao tempo de colocação do produto no mercado. A

investigação de Marina Candi e Rögnvaldur Saemundsson (2011, pp. 549–550) parece

sugerir que o Design enquanto um fator de intervenção estética apenas pode constituir

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75

uma vantagem competitiva em mercados onde exista um forte nível de comoditização e

para os quais a capacidade de diferenciação torna-se uma vantagem relevante. A pesquisa

de Gemser et al concluiu que quanto maior o envolvimento de designers no

desenvolvimento de produtos, maior será a ênfase dos projetos nos aspetos experienciais

e funcionais do Design. Por sua vez um maior ênfase do Design no ciclo de conceção de

produtos traduz-se num aumento no desempenho financeiro da organização quando

comparado com empresas que não investem na inserção dos contributos dos designers em

processos de desenvolvimento de produtos (Gemser et al., 2011, p. 75).

Yu-Shan et al (2009, p. 157) identificam a existência de uma relação positiva entre

aprendizagem e capacidade de absorção para o desempenho das capacidades de inovação

e construção de vantagens competitivas. Os autores concluíram que o aumento do

investimento em inovação e um maior foco na capacidade de absorção representa uma

aposta acertada para a organização pois gera mais vantagens competitivas e ajuda-a a

reforçar a sua posição no Mercado (Chen et al., 2009, p. 157). Outros autores

(Grzecznowska & Mostowicz, 2004, pp. 58–59) apontam que a procura por Design de

produto inovador está a crescer e que as empresas que investem mais na renovação

contínua do seu Design de produtos e no processo de desenvolvimento estão a registrar

lucros mais elevados do que as empresas cujo Design permanece constante por um

período de tempo relativamente longo. Por esse motivo os autores argumentam que a

perceção de novidade no produto através da intervenção e capacidades do Design é

responsável pelo aumento das vendas e consequente aumento da rentabilidade para as

operações da empresa.

Dirk Czarnitzki e Susanne Thorwarth (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, p. 885)

fornecem evidências de que o Design contribui para um aumento de até 130% no

desempenho da inovação da empresa, e de acordo com os resultados obtidos argumentam

que a melhoria registada por empresas que empregam Design parece também produzir

aumentos nas vendas da empresa. Para Brigit Jevnaker (2000, p. 37) uma estratégia de

Design pode gerar vantagens de empresa percursora e ajudar esta a desenvolver recursos

estratégicos tais como a diferenciação de produtos durante a entrada em novos Mercados

internacionais. No entanto Gemser conclui existir um efeito de trade-off entre tecnologia

e estética, uma vez que os resultados da sua investigação parecem indicar que uma ênfase

no Design funcional está associada a um impacto negativo no Design experimental que

contribui mais para a inovação (Gemser et al., 2011, p. 75). Marina Candi também adverte

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76

que melhores resultados podem nem sempre significar uma maior rentabilidade uma vez

que uma maior aposta no Design significa igualmente um custo associado mais elevado

devido às necessidades de investimento e quando comparado com a abordagem de Design

silencioso (Candi, 2010, p. 199).

No seu estudo os autores (Best, Kootstra, & Murphy, 2010, p. 34) providenciam

evidências de que a gestão do Design aumenta o desempenho económico das

organizações. Heather Fraser (2009, p. 57) afirma que embora já seja reconhecido o valor

do Design em permitir que a organização possa desenvolver novos e mais significativos

produtos e serviços, o seu valor real reside contudo nas contribuições que a metodologia

de Design traz para o desenvolvimento de estratégia de negócios e novos modelos de

negócios centrados em torno da experiência do utilizador. A investigação conclui que as

capacidades em Design devem ser vistas como um conhecimento em si, e que pode ser

combinado com outras capacidades operacionais com vista à criação de valor. Isto

posiciona o Design como um recurso estratégico independente que cabe à empresa gerir,

em vez de apenas ser visto como uma componente das capacidades tecnológicas e

Marketing (Verona & Ravasi, 2003).

Wescott et al afirmam que os serviços de Design fornecem um impacto

significativo em termos de retorno sobre o investimento (RSI), repercutindo-se sobretudo

no aumento do valor produzido pelos aumentos incrementais nas vendas (Westcott et al.,

2013, p. 15). E por fim Trueman e Jobber defendem que a organização, a fim de competir

num ambiente cada vez mais complexo, deve recorrer ao Design como parte da sua

estratégia de longo prazo, uma vez que o Design tem provado ser capaz de adicionar

competitividade de que as empresas tanto necessitam e através de contributos na melhoria

dos padrões de fiabilidade e qualidade (Trueman & Jobber, 1998, pp. 600–601).

3.2 A medição de capacidades em Design

3.2.1 Investimento em Design e aplicação de métricas em Design

Thomas J. Watson afirmou que o Design pode ser de facto um bom investimento

para a empresa, essa conclusão parece ser confirmada pelo estudo que Robin Roy (1994,

p. 15) desenvolveu e que conclui que vez que mais de 90% do investimento das empresas

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77

em Design é recuperado nos resultados do primeiro ano. Contudo outros autores alertam-

nos para algumas condicionantes que podem limitar esses resultados. Destacam-se

novamente os estudos de Chiva e Alegre (2009, p. 434) onde se observa que o aumento

da rentabilidade do investimento em Design encontra-se dependente do grau de

desenvolvimento das capacidades em Design assim como de uma adequada gestão dessas

capacidades. De igual forma a investigação de Kathryn Best et al (2010, p. 35) revelou

existir uma relação positiva entre superior gestão de Design e o crescimento da empresa,

considerando (entre outros aspetos) que as despesas em Design passem a ser consideradas

como sendo um investimento para o crescimento futuro em vez de contabilizadas como

meros custos operacionais. Jevnaker (2005, p. 38) por sua vez afirma que enquanto os

gestores consideram as atividades de Design como sendo simultaneamente fascinantes e

arriscadas, já os designers consideram ser sim arriscado que os gestores optem por não

para investir em atividades de Design. A confirmar estes argumentos de Brigitte Jevnaker

encontra-se o estudo conduzido pelas investigadoras Anna Grzecznowska e Emilia

Mostowicz (2004, p. 58) e no qual se revela que as despesas realizadas pela organização

com recursos de Design são quase insignificantes quando comparados com os custos

globais de produção (menos de 0,01%). Estes resultados parecem confirmar que uma das

principais limitações ao investimento do Design continua a ser a perceção de que o

investimento em Design acarreta riscos consideráveis uma vez que a Administração e

gestores seniores parecem não reconhecer os efeitos positivos a longo prazo do Design.

A utilidade da medição da rentabilidade do investimento em Design depende

contudo da nossa capacidade em desenvolver métricas que permitam medir com a maior

precisão e rigor o real valor económico do Design dentro da organização. Essa é aliás a

posição de outros autores entre os quais Marjorie Platt et al (2001, p. 13) que afirmam

que o estudo da relação entre capacidades em Design e desempenho financeiro requer

uma definição prévia de medidas comuns a ambos. E enquanto o desenvolvimento de

medidas de desempenho financeiro pode ser estabelecida com relativa facilidade (de

acordo com Platt através da medição da taxa de retorno sobre ativos e outras métricas

associadas ao crescimento de vendas), para a medição do Design torna-se muitas vezes

necessário recorrer a avaliações de natureza qualitativa (e inerentemente subjetiva) para

avaliar a eficácia da organização em gerir capacidades em Design.

Outros autores sugerem que se deve recorrer antes a um conjunto de outros

indicadores mais objetivos com o intuito de avaliar o impacto do Design. Peter Zec

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encontra-se entre esses autores (2007, p. 63) e considera a obtenção de prémios em Design

como sendo um bom veículo ao dispor dos designers para avaliar e demonstrar a

qualidade do seu Design junto dos clientes de forma objetiva. Este autor demonstra

preferência por este indicador pois argumenta que o sucesso de vendas dos produtos

depende de outros fatores além do Design o que torna difícil a reivindicação dos créditos

associados a esse sucesso. XèniaViladas defende o uso do retorno sobre expectativas

(RSE) em vez do retorno sobre o investimento (RSI) (Viladàs, 2009, p. 60). Viladàs

(2011, p. 58) sugere mesmo o recurso a indicadores-chave de desempenho especialmente

desenvolvidos e adequados à prática do Design sugerindo indicadores de relevância que

permitam medir o valor de Design tais como: a percentagem de desvio relativamente aos

custos; percentagem dos desvios aos prazos limites; a taxa de desenvolvimento e

velocidade em que os conceitos são aprovados; o número de conceitos e produtos que a

equipa de Design desenvolve durante um determinado período de tempo; e a taxa de

sucesso dessas ideias medida em termos do número de produtos e serviços que

efetivamente conseguem emergir do outro lado do funil de desenvolvimento de novos

produtos A análise agregada de tais indicadores também se poderá revelar útil se não se

limitar a monitorizar os resultados face às expectativas, mas também servisse de base para

o cálculo e estimação do retorno sobre o investimento em Design (RSID).

A pesquisa de Gemser revelou que quanto maior for o grau de liberdade

concedido aos designers para explorar ideias melhores serão os resultados relativos ao

desempenho da organização (Gemser et al., 2011, p. 76). Hertenstein e Platt (1997)

identificaram quarenta e três métricas de performance que podem ser associadas à

avaliação do Design e concluíram noutro estudo posteriormente elaborado que o custo

associado ao produto foi considerado pelos designers de produto como sendo a medição

financeira mais importante para a avaliação de desempenho, em conjunto com outras

métricas não financeiras focadas na satisfação do cliente (Hertenstein & Platt, 2000, pp.

8, 17). Thomas Lockwood identifica uma crescente procura da parte dos gestores de topo

na organização por métricas através das quais se possa avaliar o impacto do Design, e que

é resultado de uma maior consciencialização sobre a importância do impacto do Design

nos resultados económicos da organização e também da necessidade de maior controlo

sobre as suas capacidades com vista a um aumento dos resultados económicos

(Lockwood, 2007, p. 90). Com base nos resultados da sua investigação este autor sugere

uma estrutura que permita mensurar o valor de Design a qual inclui variáveis tais como

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“Influência de fatores emotivos e de compra; Estratégia de entrada em novos mercados;

Construir a imagem da marca e reputação corporativa; Melhoramento do tempo de

entrada em mercado e de processos de desenvolvimento de produto; retorno sobre o

investimento em Design (RSID) / redução de custos; Grau de inovação em produtos e

serviços; Aumento da satisfação do cliente / desenvolvimento de comunidades de

clientes; patentes de design e marcas / criação de outras formas de propriedade

intelectual; Melhorar a usabilidade; melhorar a sustentabilidade”39 (Lockwood, 2007,

p. 91)

Celaschi et al consideram que apesar de existirem diferentes formas de avaliar o

valor acrescentado pelo processo de Design, estes dificilmente se encaixam nas medidas

financeiras mais tradicionais tais como o RSI, e como tal o designer deve abordar este

problema através da criação de suas próprias métricas e de forma a poder avaliar e estimar

o valor da sua profissão (Celaschi, Celi, & Garcıa, 2012, pp. 13–14). Outros autores

propõem a medição das dimensões de utilidade dos produtos, recorrendo à importância,

taxa de utilização e popularidade como critérios de medição (Sarkar & Chakrabarti, 2011,

p. 377). Hertenstein e Platt (1997, p. 13) verificaram que as empresas recorrem tanto a

métricas financeiras assim como a métricas não-financeiras para avaliar o desempenho

do Design, o que revelava a crescente atenção que a gestão de topo da empresa concedia

ao seu escrutínio e entendimento. Estes autores acrescentam que a preferência dos

gestores de Design pela inclusão de medidas não-financeiras deve-se principalmente à

necessidade de melhor refletir o valor do Design dentro do processo de desenvolvimento

de produto e isolar melhor os efeitos do Design nesse processo (Hertenstein & Platt, 1997,

p. 17).

Outros autores defendem uma abordagem mais conservadora. Phil Culverhouse

propõe que os designers devam ser limitados por constrangimentos relativos à garantia

da qualidade e aspetos técnicos de produção e de engenharia, pois embora o Design seja

associado a atividades de natureza criativa também é propenso a erros, erros que

acarretam consequências para os utilizadores de modo que algum grau de controlo não só

é desejável como também necessário (Culverhouse, 1995, p. 85). A investigação realizada

39 Tradução livre do autor do original “Purchase influence/emotion; Enable strategy/enter newmarkets;

Build brand image and corporate reputation; Improve time tomarket and development processes; Design

return on investment (ROI)/ cost savings; Enable product and service innovation; Increase customer

satisfaction/develop communities of customers; Design patents and trademarks/create intellectual

property; Improve usability; Improve sustainability”

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por Wallace demonstra que a capacidade de medir o impacto financeiro do Design através

do impacto direto sobre as vendas do Design de embalagem e a rentabilidade é tão rara

que até a única organização que durante a recolha de dados admitiu ter desenvolvido as

suas próprias métricas considerou ter nelas uma vantagem competitiva e portanto, não se

mostrou disponível para compartilhar a sua metodologia ou resultados (Wallace, 2001, p.

22). Contudo Wallace acrescenta que possuir uma ferramenta de avaliação eficiente

significaria resolver somente parte do problema uma vez que as dificuldades

continuariam sobre qual a melhor forma de interpretar as informações recolhidas

(Wallace, 2001, p. 23). A investigação de Wallace revelou também que, e apesar das

dificuldades na aquisição e interpretação das informações, a maioria das empresas

concordaram em permanecer com a medida mais ineficiente mas igualmente mais

estandardizada da taxa de RSI, elevando mesmo o papel desta medida enquanto métrica

determinante da política de Marketing (Wallace, 2001, p. 23). Este autor recomenda que

o período de recolha de dados abranja o período de tempo entre o inicio e o fim do projeto

e durante o qual o Design participa de modo a permitir uma comparação na variação do

volume de vendas e analisar essas alterações em comparação com os custos globais do

projeto (Wallace, 2001, pp. 26–27). Wallace também acrescenta que o acesso a

informações adicionais relevantes possibilita que o departamento responsável pela gestão

dos recursos e capacidades em Design possa gerar previsões mais precisas relativas ao

impacto financeiro do Design dentro da organização e, assim ser capaz de justificar a

obtenção de mais recursos e investimento para si (Wallace, 2001, p. 27). O sucesso é

medido pela capacidade de demonstrar o valor do Design aos gestores seniores para que

estes possam compreender e apreciar (Wallace, 2001, p. 27).

O artigo de Bedford et al argumenta existir a necessidade de incluir o trabalho de

designers no cálculo e medição do RSI da organização, assim como existir nesta a

capacidade de identificar o ponto de entrada das suas contribuições para a fase de

desenvolvimento do produto. Isto significa que o sistema de contabilidade da organização

teria de permitir uma análise flexível e contínua, capturando e identificando os custos

associados ao processo de desenvolvimento de produto e ao longo de um ciclo prolongado

de tempo, desde a geração de ideias até aos resultados já obtidos dentro de outros

departamentos na organização tais como Marketing (Bedford et al., 2006, p. 56)

Ramlau et al, os autores da Escada de Maturidade do Design, propõem a criação

de um programa de certificação de qualidade em Design que permita apoiar na avaliação

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das capacidades em Design e atividades das empresas que investem em capacidades em

Design através de iniciativas tais como o Designer ISO e uma formação continua em

gestão de Design, porque na sua opinião "o Designer ISO não só envolve os aspetos

criativos e específicos de conceção de uma empresa comercial, mas também se relaciona

com negócios do dia-a-dia e vai ajudar a profissionalizar a empresa."40 (Ramlau &

Melander, 2004, pp. 53–54)". Onesirosan-Martinez também menciona a necessidade de

acreditação regulada e mantida através de uma monitorização contínua, incluindo

avaliações periódicas do impacto quer do “negócio do design” e quer do “design no

negócio” (Onesirosan-Martinez, 2007, p. 37).

Também Mozota descreve um modelo de sistema de auditoria de Design

desenvolvido a partir da investigação realizada pela autora e cuja metodologia de

avaliação sobre a capacidade de criação de valor pelo Design desenvolve-se recorrendo a

métricas especificas tais como capital de cliente, capital da marca, capital organizacional

ou capital tecnológico (Mozota, 2011, pp. 42–43). Por fim Wallace também defende a

necessidade de existência de uma ferramenta que quantifique empiricamente o impacto

de algumas das capacidades em Design, nomeadamente nas áreas específicas do

packaging e posicionamento de marca41 (Wallace, 2001, p. 21).

Tung-Jung Sung e Manlai You sugerem que futuros sistemas de avaliação das

capacidades em Design deverão sempre ser estruturados em torno de três níveis

organizacionais distintos:

"Nível corporativo, nível de departamento e nível de projeto com base no guia British

Standard 7000 (BS 7000) para a gestão de design de produto (BSI, 1997). No nível

corporativo, a criação e acompanhamento de estratégias ou objetivos do projeto estão

envolvidos. No nível do departamento, estabelecendo, controlando e orientando as

políticas de design são as principais preocupações. Ao nível do projeto, a implementação

de design e comunicação de design são mais importantes."42 (T.-J. Sung & You, 2007, p.

196)

40 Tradução livre do autor do original “the Designer ISO not only involves the creative and design-specific

aspects of a commercial enterprise but also relates to day-to-day business and will help professionalize the

company” 41 Tradução livre do autor da expressão inglesa “branding” 42 Tradução livre do autor do original “corporate level, department level and project level based on the

British Standard 7000 (BS7000) guide for the management of product design (BSI, 1997). At the corporate

level, the crea- tion and monitoring of design strategies or objectives are involved. At the de- partment

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Por fim, de referir ainda o trabalho de Sally Brazier e Barbara Cruz que

descrevem a ferramenta de autoavaliação Escadaria de Gestão de Design43 desenvolvida

com o intuito de compreender a importância das capacidades da gestão do Design para a

organização. A base de análise destas autoras para o seu modelo recaí sobre os fatores de

consciencialização e visibilidade, processo, especialização, planeamento e recursos e que

permite aos gestores avaliar a maturidade da sua empresa para o uso do Design, e em

comparação com os valores médios disponibilizados numa base de dados constituída para

o efeito (Brazier & Cruz, 2009, p. 68). Todos estes contributos demonstram a importância

que tem para os estudos de Design, profissionais e organizações o entendimento sobre o

potencial de retorno de investimento do Design para a empresa. A necessidade sobre esse

entendimento entende-se (e como se discutiu anteriormente) pela também necessidade

que as organizações e os designers têm de justificar a alocação de recursos e investimento

adicional em Design e em detrimento de outros departamentos ou recursos.

3.2.2 Design enquanto parâmetro mole

Limitando consideravelmente a capacidade do Design em comprovar o seu valor

económico está o facto da dificuldade em reconhecer e quantificar o verdadeiro impacto

do trabalho desenvolvido pelo designer. Esse valor pode ser identificado em todas as

partes da organização e no processo de criação de valor "na embalagem dos nossos bens

de consumo, em nossos telefones móveis, em nosso mobiliário e moda, e nas lojas que

apadrinhamos”44 (Mozota, 2003b, p. 43)

“O Design é o Design de um Design para produzir um Design45” (Heskett, 2003,

p. 5). Heskett procura deste modo peculiar evidenciar o facto de que o termo Design não

só se refere às diferentes formas e princípios do Design intervir, mas que também o

mesmo termo também serve para descrever o processo contínuo de resolução de

problemas em que este se baseia (rotinas de resolução de problemas). Paradoxalmente

level, establishing, controlling and directing design policies are the main concerns. At the project level,

design implementation and design com- munication are most important.” 43 Tradução livre do autor do titulo original em Inglês de “Design Management Staircase” 44 Tradução livre do autor do original “in the packaging of our consumer goods, in our mobile phones, in

our furniture and fashion, and in the stores we patronize” 45 Tradução livre do autor a partir do original em Inglês “Design is to design a design to produce a design”

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essa possível vantagem do Design de assumir em si diferentes dimensões conceptuais e

modos de intervenção, também lhe coloca sérias limitações à medição dos seus impactos

económicos. Essa limitação por sua vez dificulta consideravelmente o Design no seu

esforço por ser considerado um ativo estratégico dentro da empresa e justificar um reforço

do investimento nos seus recursos e capacidades. A natureza subjetiva do Design faz com

que seja mais difícil avaliar ou medir os seus impactos e resultados na organização.

Desenvolvido para a Agência Nacional das Empresas e da Habitação o relatório

"Os efeitos económicos do Design" encontra-se entre os primeiros estudos

multissectoriais e de natureza quantitativa existentes cujo principal objetivo é medir o

impacto económico do Design. Nesse estudo foi desde logo identificado como um grande

obstáculo o facto de o Design ser visto como um "parâmetro mole (...), que é difícil de

quantificar uma vez que os seus mecanismos não podem ser definidos em termos

isolados"46 (Kretzschmar, 2003, p. 5). De igual modo também o autor Charles Noble

identifica problemas com essa moleza e devido à qual a medição do impacto do Design

no desempenho económico torna-se uma tarefa desafiadora devido à dificuldade de isolar

e medir o que é bom design (Noble, 2011, p. 391). Noble de seguida afirma que a medição

das capacidades associadas ao Design estratégico sugere em si uma mudança de foco,

deixando de se centrar em medidas de resultados para valorizar mais a medição do Design

operacional. Ou seja, e de acordo com o autor, em vez de se focar nos dados relativos à

escolha do consumidor, ou só em contribuir para aumentar a eficiência do processo de

desenvolvimento de produto, deve-se antes concentrar os esforços nos estudos de

variáveis tais como "o desempenho da empresa, vantagem competitiva sustentável, a

cultura corporativa, e utilização de recursos."47 (Noble, 2011, p. 391). Harry Rich por

sua vez descreve o papel nas últimas décadas do Design Council do Reino Unido na

procura de evidências e elaboração de métodos para a mensuração do impacto do Design

nos negócios, destacando um projeto desenvolvido em conjunto com a agência de

consultoria Fitch e cujos resultados sugerem que as empresas especializadas em Design

superam outras empresas do mercado em termos de crescimento no mercado bolsista

(Rich, 2004, p. 29).

46 Tradução livre do autor do original “a soft parameter – on par with human resources and marketing –

which is difficult to quantify since its mechanism cannot be defined in isolated terms” 47 Tradução livre do autor do original “design is notoriously difficult to define, tough to measure, hard to

isolate as a function, and tricky to manage, making it challenging for many non-designers to comprehend”

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Não obstante o crescimento do interesse da Gestão pelo uso do Design enquanto

ferramenta estratégica dentro da organização Jeneanne Rae também reconhece as

dificuldades em torno da determinação do valor do Design pelo gestor de quadro

intermédio. O autor considera que tal é assim porque, na realidade "o design é

notoriamente difícil de definir, difícil de medir, difícil de isolar como uma função, e difícil

de gerir, tornando-se um desafio para muitos não-designers para compreender." (Rae,

2013, p. 31). James Moultrie considera que falta um quadro teórico que sustente as

conclusões de estudos prévios existentes assim como a sua aplicabilidade na Indústria. O

autor identifica em particular a carência por evidência empírica e dados mensuráveis

relativos ao impacto do Design e em termos do seu valor económico e das suas

contribuições para a inovação (James Moultrie et al., 2009, p. 69). Mas Moultrie também

associa algumas dificuldades com a captura de dados relativos às capacidades em Design,

tais como o facto de que a despesa associada a essas capacidades encontrar-se distribuída

por toda a organização e necessitar de ser recolhida a partir de diferentes centros de custo

contabilísticos e em vários departamentos ou divisões dentro da organização (James

Moultrie et al., 2009, p. 79). Outra limitação identificada prende-se com o facto de que o

Design não sendo uma commodity homogénea torna-se impossível a tarefa de distinguir

um bom de um mau gasto em Design (James Moultrie et al., 2009, p. 80)

Eric Olson et al também afirmam que medir o desempenho do Design é sempre

complicado mas indica algumas possibilidades para medir a sua eficácia e que incluem a

capacidade de realizações dos objetivos definidos nos briefings de Design, o alinhamento

com a estratégia organizacional, a execução do processo de Design e análise do

desempenho do produto em termos da taxa de Retorno sobre Património (RSP), o

crescimento das vendas ou quota de Mercado (Olson, Slater, & Cooper, 2000, p. 16).

Michael Wescott explica que também a DMI (Design Management Institute) debate-se

com dificuldades na obtenção de métricas para avaliar o valor do Design na organização

devido ao facto de que nessas empresas o Design se encontrar integrado na sua estrutura

e, portanto, estar presente na cadeia de valor ao longo de diferentes departamentos

(Westcott et al., 2013, p. 11). Westcott considera que o Design é visto como um elo de

ligação, ou integrador, que permite às empresas estarem mais próximas das necessidades

do cliente e, portanto, deve ser avaliado com métricas centradas no cliente tais como a

taxa de conversão, fidelização à marca ou quota de mercado (Westcott et al., 2013, p. 15).

Sobre o papel do Design enquanto recurso estratégico com impacto em termos de RSP e

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crescimento da empresa o estudo realizado pela DMI revela que as organizações utilizam

uma mistura de métricas rígidas (orçamento, dimensão da equipa, ou geração de valor do

Design) com métricas moles como influência do Design, visibilidade ou a capacidade de

mudança cultural (Westcott et al., 2013, p. 16).

Deborah Mrazek et al descrevem os esforços na medição do valor do Design por

parte da Hewlett Packard (HP) realçando a importância de facilitar a comunicação de

valor do Design por toda a organização, permitindo deste modo que o Design se torne

aceite como uma ferramenta estratégica de gestão (Mrazek et al., 2011, pp. 7–8). A fim

de fazer isso a HP desenvolveu um sistema de medição de Design que procura alinhar as

contribuições do Design com os resultados económicos da empresa. Esse sistema permite

que as equipas possam desenvolver um processo de tomada de decisões com maior acesso

a informações durante o ciclo de vida do projeto. Desta forma e de acordo com os autores

providencia-se também uma estrutura e um sistema métrico a um processo de outra forma

nebuloso, contribuindo para desmistificar o Design e os seus contributos para a inovação,

e permitindo um investimento no Design mais informado no futuro.

Charles Burnette defende que a necessidade de avaliação do Design é essencial

para a gestão dos seus processos. Mas o mesmo autor também aponta um problema em

realizar isso – acusando os designers de mudar o foco da avaliação constantemente de

acordo com o problema ou a fase do projeto em que se encontram o que dificulta a

obtenção de uma visão agregada (Burnette, 1995, p. 80). Outros autores (Hertenstein &

Platt, 1997, p. 18) advertem que o excesso de métricas de Design tornam difícil entender

o que realmente possa estar a acontecer com os recursos e capacidades em Design, e que

por esse motivo as medições devem estar adaptadas de acordo com a estratégia

corporativa pois será esta a força vinculadora para o Design apelar e se conectar à visão

e necessidades definidas pela Administração. Robert Blaich alerta-nos ainda para o facto

de que, embora os esforços podem ser feitos para promover o Design enquanto ferramenta

estratégica dentro da organização, a necessidade de demonstrar resultados concretos

continua a ser crucial, não só entre os gestores seniores, mas também por outros

departamentos (Blaich, 1988, p. 303).

Os autores Julian Jenkins e Tony Golsby-Smith (2013) por seu lado consideram

no seu artigo que as métricas de negócios podem causar danos e até mesmo matar as

capacidades de inovação devido à cegueira de curto prazo provocada por um excessivo

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protagonismo e dependência da análise dos resultados financeiros da organização. Esta

posição é igualmente defendida por Anna Whicher (2011) que apontam para alguns dos

principais desafios associados à avaliação do valor de Design e que estão relacionados

com a falta de medidas ou indicadores comumente aceites ou indicadores para a avaliação

do Design o que se traduz na falha do uso de tal avaliação para efeitos de aumento de

resultados (Whicher et al., 2011, p. 51).

James Moultrie e Finbarr Livesey (2014) concluem que, embora o seu estudo

tenha indicado que a maioria das empresas tende a investir mais dinheiro no Design do

que em Investigação e Desenvolvimento (I&D), a literatura Académica ainda dá mais

ênfase à medição da última em detrimento do Design, levando os autores a concluir que

o Design aparenta ser um primo pobre nos padrões de medição existentes quando se

compara com a importância dada à I&D. Os mesmos autores (James Moultrie & Livesey,

2014, pp. 580–581) sugerem que a razão para esse obscurantismo em torno da medição

do Design se possa dever em parte aos protocolos padrão utilizados para medir a inovação

tais como o Manual Frascati. Estes manuais optam por concentrar-se sobretudo na

medição de Investigação e Desenvolvimento (I&D) fornecendo uma visão muito estreita

do ponto de vista das contribuições de Design. Mas essas fontes por serem o resultado

utilizado faz com que existam dificuldades acrescidas na medição do Design, forçando

os investigadores a caírem nos erros de uma contabilidade dupla já que as medidas de

I&D já incluem os impactos do Design.

3.3 Gestão de capacidades em Design

3.3.1 Importância do alinhamento estratégico

“Os designers são por vezes tentados a confundir o carácter estratégico de certos

projetos de Design com a convicção de que eles podem ser os estrategistas da empresa”48

(Mozota, 2003b, p. 51)

48 Tradução livre do autor do original “Designers are sometimes tempted to confound the strategic character

of cer- tain design projects with the conviction that they can be the strategists of the firm”

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Esta citação de Brigitte Mozota serve como um alerta para um equívoco e

limitação por vezes recorrente. Para que o Design possa alimentar a ambição de ter um

impacto estratégico a nível organizacional primeiro necessita de conhecer e estar alinhado

com as metas estratégicas definidas pela Administração, assim como entender e

incorporar os constrangimentos de gestão da organização. Isto significa que não se deve

exigir somente aos gestores seniores o esforço de estarem conscientes do potencial

estratégico do Design mas é também exigível um esforço aos designers no sentido de

procurarem integrar na sua prática informações que emanam de negócios e que por vezes

evitam. Birgit Jevnaker (2000, p. 47) acredita que a literatura de gestão estratégica

encontra-se mais preocupada em saber como o Design se encaixa com sucesso na

estratégia corporativa. Contudo a autora considera que a fim de se desenvolver vantagens

através do Design um diálogo mais equilibrado entre o Design e a Gestão é aconselhável.

Craig Vogel (1996, p. 32) defende por sua vez que, embora as organizações já estejam

cientes da importância do Design, estas ainda se encontram atrasadas na compreensão

sobre como integrar o Design dentro da estratégia da empresa e através da qual este

poderia alterar a própria cultura organizacional.

Ryan Rosensweig (2012, p. 24) identifica que um dos maiores obstáculos para o

uso do Design enquanto capacidade dinâmica é que ainda permanece em grande parte

fora do âmbito de gestão estratégica. Esta é uma opinião aliás partilhada por outros

autores (Goodrich, 2007, p. 66) que também acreditam que o Design pode-se revelar

fundamental para a capacidade de uma empresa em se adaptar à mudança e inovar, mas

que para tal deve estar devidamente integrado dentro da sua gestão estratégica e ser levado

a sério para que possa desempenhar um papel relevante no difícil processo de mudança

dos modelos fundamentais da empresa. Badler desafia os designers a mostrarem aos

gerentes seniores, diretores executivos e outros o quão relevante se torna o uso estratégico

de design para o desempenho da organização (Badler & Zaccai, 1996, p. 55).

3.3.1.1 A importância do apoio dentro da organização

Julian Jenkins considera que os verdadeiros grandes obstáculos para o Design

dentro da organização têm origem numa cultura que é antagónica ao Design e que se

traduz em atitudes e comportamentos que lhe são hostis. O autor afirma que os líderes de

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Design e outros aliados da organização devem, então, não somente concentrar seus

esforços na construção das capacidades em Design dentro da organização, mas também

encarar a necessidade de operar uma mudança por todo o ecossistema e cultura

organizacional para que a empresa possa na sua totalidade ser condutiva de inovação pelo

Design (Jenkins, 2008, p. 17). A autora defende ainda que, a fim de construir uma cultura

que incorpore o Design na organização é necessário existir um forte apoio da gestão de

topo e líderes das respectivas unidades de negócios. Para Jenkins a organização necessita

de campeões49 e entusiastas de Design que promovam o Design junto de colegas que

desempenham funções executivas, pois caso contrário os esforços dos designers encontra-

se condenado ao fracasso (Jenkins, 2008, p. 19). De igual modo também Frans Joziasse e

Folke Meijer defendem a importância do envolvimento dos quadros intermédios e gestão

de topo na ligação entre estratégia e branding para um melhor alinhamento entre

comunicação e visão e posicionamento da empresa (Joziasse & Meijer, 2006, p. 24).

O artigo de Barngrover (2005) descreve a atuação do autor na promoção do Design

estratégico dentro da P&G (Procter & Gamble) e como essa promoção registou um grande

progresso junto de um gestor sénior que estava a abordar o Design somente pela sua

dimensão táctica. Barngrover descreve no seu artigo como os dois colegas em conjunto

discutiram a importância do Design e estratégias para a sua inclusão durante a discussão

de objetivos, metas e medidas de gestão. O facto de que a unidade de negócios deste

gestor ter posteriormente registado melhorias significativas nos seus resultados

operacionais auxiliou à validação geral e ao reconhecimento da importância do Design

para além da sua dimensão táctica (Barngrover, 2005, p. 33). Kevin Clark e Ron Smith

(2008, p. 14) afirmam que deve ser dada mais atenção pela Administração de uma

organização a uma abordagem pelo Design pois esta pode ajudar as estratégias de

negócios a se conectar com o que o cliente realmente necessita e deseja. Para tal,

concluem os autores, os designers devem ocupar um lugar na mesa de decisões, de modo

a serem ouvidos e tal só pode acontecer com o empenho e apoio de uma gestão de topo

que compreenda o Design como uma oportunidade para a criação de vantagens

competitivas. Celaschi et al também defendem que para que o Design possa contribuir

para a transformação organizacional o compromisso da gestão é para que os resultados

possam emergir (Celaschi et al., 2012, p. 13).

49 Traduzido do autor da expressão inglesa “Design champions”

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Sharifi e Pawar (1996, p. 262) consideram que o uso de equipas multifuncionais

(e que integram designers juntamente com engenharia e marketing) permite à empresa

enfrentar as dificuldades causadas pelos níveis cada vez maiores de complexidade do

produto e incerteza global que rodeia a Procura, os Mercados e o comportamento do

consumidor. Sharifi e Pawar acrescentam que o compromisso e apoio da administração

são elementos cruciais para incentivar e implementar esses desafios multidisciplinares.

De modo semelhante também Flaviano Celaschi et al consideram que, para que as

ações de Design possam ser orientadas para a transformação da organização tem de haver

necessariamente o apoio e o compromisso da Administração e gestão executiva (que

também necessita fornecer paciência e tempo) para que os resultados possam aparecer e

as mudanças organizacionais possam realmente acontecer (Celaschi et al., 2012, p. 13).

Barngrover reconhece a importância da incorporação do apoio de topo e que se pode

realizar através de uma militância e advocacia a favor da utilização do Design como

recurso estratégico da organização. Este autor argumenta que, se garantirmos o apoio da

gestão de topo então o restante da organização seguirá ou pelo exemplo, ou pelos

incentivos entretantos criados pelos líderes (Barngrover, 2005, p. 33).Argumento aliás

repetido por Rae que também defende a importância do compromisso da alta

administração pelo uso do Design como "um recurso inovação e força integradora para

uma mudança positiva" (Rae, 2013, p. 32)

Existem contudo perigos que podem advir do apoio da Administração ao Design,

pois tal apoio pode ser foco de rivalidades e ressentimento junto de outros departamentos

e dentro da restante organização. Num caso de estudo verificou-se que quando o vice-

presidente que apoiou o Design deixou a empresa o apoio de topo desapareceu e

rapidamente o departamento de Design entendeu que havia falhado na construção de uma

plataforma de sustentação junto dos outros departamentos, que remeteu o Design a ser

novamente e somente a uma voz secundária e com uma posição de negociação fraca no

processo de tomada de decisão (Lakemond & Berggren, 2006)

Os autores Min Jeong Song e Kyung-won Chung constataram que a

disponibilidade dos diretores executivos das empresas em apoiar o Design como um

recurso estratégico da organização depende também do tamanho da organização. Quer

agindo como um catalisador ou como um apoiante, os resultados parecem indicar que o

administrador da empresa tem que ter um forte envolvimento na promoção de uma cultura

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90

organizacional adequada para que o Design possa desenvolver-se e crescer dentro desta

e possibilitar que se torne mais competitiva em contextos de mudança (Song & Chung,

2008, p. 43). Topalian defende que tanto o apoio dos quadros médios de gestão como do

executivo sénior são necessários para a gestão eficaz do Design. E como o Design não

faz parte da cultura da Gestão, então uma formação formal em gestão de Design é

necessária para os gestores da empresa (Topalian, 2002, p. 13). Para este autor a mais

poderosa equipa de designers são na realidade os executivos de empresas pois têm nas

suas mãos a decisão sobre de que forma os recursos e capacidades em Design são

implementados pela organização e qual o papel que assumem no seu interior. São também

eles que têm o poder de "criar o ambiente dentro do qual as energias de Design podem

florescer ou ser frustradas. Eles também influenciam a seriedade com que o Design é

tratado e integrado com outras disciplinas”50 (Topalian, 2002, p. 15). Esta opinião é de

resto partilhada por Jevnaker (2000, p. 31) uma vez que os resultados da sua investigação

apontam para a importância de um apoio entusiástico por parte dos gestores e executivos

e para uma implementação e uso estratégico das capacidades em Design dentro da

empresa. Tal apoio e defesa pró-ativa é de especial importância para sustentar os esforços

de Design ao longo do tempo, proporcionando a estabilidade necessária no momento em

que os novos produtos inovadores são expostos à crítica, desconfiança e até rejeição

interna e externa.

3.3.1.2 Dificuldades e constrangimentos ao alinhamento estratégico

Os autores Mark Allen e Kenji Akuan consideram que, embora o Design seja um

interface crítico para outras disciplinas51 atingir os utilizadores finais e mediante a criação

de ferramentas ajustadas às suas necessidades específicas, ele só é realmente valorizado

pelos designers porque continua a ser mal compreendido dentro das organizações (Allen

& Ekuan, 2002, p. 58). Maciver por sua vez adverte-nos para a diferença de ideais entre

os designers e os gestores, diferença essa que pode levar até ao colapso no relacionamento

entre eles (Maciver, 2012, p. 27). E Vogel complementa esse raciocínio presenteando-

50 Tradução livre do autor do original “They create the environment within which design energies can

flourish or are thwarted. They also influence the seriousness with which design is handled and integrated

with other disciplines” 51 Disciplinas tais como a Gestão, a Engenharia ou o Marketing

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91

nos com uma breve perspectiva histórica onde se tenta explicar por que razão o Design

não tem a mesma relevância na cultura da organização como as disciplinas do Marketing

ou Engenharia - e que por sua vez está relacionado com os obstáculos e dificuldades

sentidas nos esforços para o alinhamento e integração estratégica do Design. De acordo

com este autor a principal explicação é que enquanto o Marketing, Engenharia e Gestão

foram os primeiros a serem capazes de garantir posições de destaque nas organizações

(antes da viragem entre os séculos XIX e XX), o Design, por outro lado, só surgiu

enquanto uma "disciplina tão distinta já no final de 1920." (Vogel, 1996, p. 34).

Alguns autores consideram que os designers contribuem com pensamento

divergente numa cultura organizacional mais focada no pensamento convergente tal como

acontece com as PME. O encontro entre essas duas dinâmicas faz com que, enquanto os

designers providencia novas ideias e perspectivas, as organizações filtram-nas de acordo

com suas necessidades e resultados, avaliando-as para de seguida, descartar algumas e

incorporar outras (Berends et al., 2010, pp. 99–100). Jeanne Liedtka (2010, p. 11) entende

que também os gestores têm muito a aprender com os designers uma vez que o mundo

real não funciona da forma como os dados extrapolados que eles analisam e colam nos

relatórios indicam, não obstantes esses mesmos dados depois lhes servirem para

fundamentar as suas decisões de gestão. Seria como se a existência dessa análise

permitisse prever o comportamento futuro das pessoas e reduzisse o risco inerente a essa

incerteza. Contudo a realidade é que é uma abordagem mais arriscada do Design que

pode ajudar os gestores a compreender os desafios que os utilizadores reais nos

apresentam e guiar a organização a agir melhor dentro de um contexto de incerteza. A

perspectiva de Liedtka é também compartilhada por outros autores (Kwon et al., 2007, p.

35), que consideram que as contribuições que os gestores de Design podem fornecer são,

infelizmente, muitas vezes ignoradas pelos estrategistas corporativos, quando na verdade

essas mesmas contribuições poderiam ajudar a empresa a melhorar o seu desempenho

global.

Stamm argumenta por sua vez que para que a organização possa lucrar com os

benefícios do Design e ter um impacto sobre a inovação precisa em primeiro lugar de

desenvolver capacidades internas junto da Gestão e promover a integração das

capacidades em Design na organização (Stamm, 2004, p. 18). De igual modo também

Michele Simoni et al advertem os gestores para a necessidade de uma contínua avaliação

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e alinhamento das capacidades em Design no que diz respeito à estratégia de

desenvolvimento de produto (Simoni et al., 2014, pp. 11–12).

John Mathers compartilha as frustrações que surgem quando a organização não

mostra ser capaz de interligar Gestão estratégica com práticas operacionais devido à falta

de compromisso, intencionalidade, ou mesmo uma visão, recomendando a Gestão a ir

além de planeamento estratégico convencional e reforçar o compromisso estratégico antes

que seja tarde demais (Mathers, 1997, p. 28). A Gestão deve trazer compromisso no seu

apoio ao Design estratégico tornando-o visível junto dos outros departamentos.

“(…) compromisso estratégico é a promessa que uma organização faz a si mesma e ao

seu mercado- um acordo para cumprir em torno da sua visão. Deixar de manter a

promessa para o mercado significará a rejeição por parte dos clientes: Se o produto de

um concorrente estiver disponível, os clientes irão transferir para este. A incapacidade

da organização em manter a sua promessa a si mesma, por outro lado, leva a que os seus

funcionários a deixem”52(Mathers, 1997, p. 28).

Blaich alerta os leitores sobre a importância da promoção do Design enquanto

recurso estratégico ser um esforço contínuo de persuasão de outros departamentos na

organização pois caso contrário verificar-se-á como "o apoio em torno do Design

rapidamente poderá desvanecer-se, em primeiro lugar na periferia, e em seguida, entre

os gestores que lhe são essenciais"53 (Blaich, 1988, p. 303). Por sua vez Barngrover

acredita que é possível converter outros colegas para as virtudes do Design uma vez que

as resistências são baseadas principalmente em mal-entendidos que podem ser

esclarecidos. Isto é particularmente verdade junto da Administração que está sempre

disponível para aprender novas maneiras sobre como melhor executar e alcançar

melhores resultados (Barngrover, 2005, p. 35).

52 Tradução livre do autor do original “Strategic commitment is the promise an organization makes to itself

and its marketplace— an agreement to deliver on its vision. Failure to keep the promise to the market

means rejection by customers: If a competitor’s product is available, customers will flock to it. Failure by

the organiza- tion to keep its promise to itself, on the other hand, leads to employees leaving” 53 Tradução livre do autor do original “It is simply amazing how rapidly support for design can fade, first

around the edges, then among key management”

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Olson sustenta que de forma a evitar lutas internas pela autoria/coordenação do

projeto ou redundâncias, as linhas de comunicação devem permanecer abertas entre os

designers e as outras unidades funcionais que existam dentro da organização. De acordo

com o autor a integração do Design significa por isso que os seus processos e resultados

têm de ser interligados com os esforços de colegas de outras áreas e departamentos (Olson

et al., 2000, p. 13). Essa posição de interligação com outros departamentos além da Gestão

é também defendida por Inês Secca Ruivo (2008, pp. 326–327). A autora considera que

o Designer deve procurar entender as metodologias de trabalho de outros departamentos

da organização e intervir junto de outros sectores tais como o Marketing, Financeiro ou

Comercial para também melhor explorar as oportunidades de intervenção do Design no

desenvolvimento estratégico da organização.

Também Walton considera que somente o apoio da Administração não é

suficiente e que toda a empresa deve fazer um esforço para promover a implementação

de uma abordagem pelo Design dentro da organização, até que este se possa tornar parte

do seu ADN (Walton, 2000, p. 7). Walton acrescenta que o Design enquanto recurso

estratégico da organização implica que os designers devam estar identificados com a

empresa e também saibam compreender a sua estratégia competitiva (Walton, 2000, p.

7). Para Walton a existência e formação de equipas interdisciplinares pode ser uma

solução que permita facilitar a implementação de uma cultura de Design dentro da

empresa (Walton, 2000, p. 8), promovendo o alinhamento entre os objetivos do Design

com os objetivos estratégicos. Adicionalmente, a medição do desempenho deve

incorporar a avaliação do processo e promover uma cooperação interdisciplinar não

focada exclusivamente nos resultados do Design para incentivar a mudança ao longo de

toda a organização.

Para Olson para que os recursos e capacidades em Design possam constituir

vantagens competitivas dentro da organização tem de se garantir desde o início uma boa

comunicação e integração destes com os objetivos, missão e estratégia da empresa (Olson

et al., 2000, pp. 10–11). O autor adverte contudo que nas grandes empresas multinacionais

a falta desta integração pode fazer com que unidades de negócios independentes criem a

sua própria compreensão do que a estratégia competitiva deve ser, o que pode resultar na

existência de abordagens diferentes dentro da mesma empresa.

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3.3.2 Integração de métricas de gestão

“A criatividade é a mais importante contribuição do designer para os

negócios”54(Swift, 1997, p. 57)

Sam Bucolo et al (2012, p. 25) consideram que os líderes em Design podem ser

entendidos enquanto tradutores, tradutores esses que convertem a linguagem e prática do

Design para a linguagem dos negócios e que também traduzem restrições de negócios em

problemas de Design que os designers possam resolver. Mas para que seja assim Wallace

apela aos designers que parem de falar sobre criatividade e os processos, ou apenas

procurem abordar as questões de criatividade e as especificidades do processo de Design,

e comecem a discutir conceitos como RSI e o contributo do Design para um crescimento

dessa taxa de retorno sobre o investimento quando quiserem reclamar mais

reconhecimento por parte da gestão de topo (Wallace, 2001, p. 21). Outros autores (Allen

& Ekuan, 2002, p. 58; Joziasse & Selders, 2009, p. 36) vão mais longe afirmando que os

designers tornam-se no seu próprio pior inimigo por não falarem a linguagem dos

negócios ou por não realizar um esforço para aplicar os conhecimentos de Design em

outras áreas como finanças ou investigação. Os designers são os únicos responsáveis

pelas limitações sobre as quais eles acabam por se queixar uma vez que nenhum esforço

é feito por eles em expandir os limites da profissão além do que é já conhecido e aceite.

Durante a sua investigação Sean Carr et al identificaram a existência de

resistências por parte de gestores seniores em aceitar o Design enquanto recurso

estratégico, sobretudo devido à falta presença de métricas de negócio no Design:

“Fale como um estrategista, não como um designer, disseram-nos. Adotem a linguagem

de negócios; falem sobre os resultados do negócio. Fale sobre impacto no cliente, na

marca, no crescimento da receita e no retorno sobre o investimento – tudo aspetos que

estão na mente dos gestores. Conte histórias de sucessos em Design e desenvolvimento

de métricas que sirvam para demonstrá-las”55 (Carr, Halliday, King, Liedtka, &

Lockwood, 2010, p. 63)

54 Tradução livre do autor do original “Creativity is the designer’s most important contribution to business” 55 Tradução livre do autor do original “Talk like a strategist, not a designer” we were told. Adopt busi- ness

language; talk about business outcomes. Speak to customer impact, brand, revenue growth, and return on

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Koostra afirma que o RSI se tornou uma obsessão para os designers que procuram

alcançar um maior reconhecimento junto da Administração e assim obter mais

protagonismo dentro da empresa. Este esforço significa que os designers reconheçam nas

medidas quantitativas o poder para validar o impacto do Design junto da Gestão (Kootstra

& Vink, 2007, p. 81).

Nesse sentido Serka Gunes considera que a formação em ciências económicas

traria às Escolas de Design a oportunidade de ensinar novas formas de análise no processo

de tomada de decisões, enriquecendo assim os seus estudantes de Design com

conhecimento precioso no momento em tivessem a necessidade de comunicar com outras

disciplinas em contextos empresariais "Isto levará a um maior domínio em análise de

custo-benefício no pensamento de design, bem como desenvolver habilidades

empreendedoras que estabelece uma nova empresa de design, análise dos limites

económicos de produto e gestão de risco, particularmente o risco de mercado e ajudar a

tomada de decisão da empresa para administrar a exposição ao risco."56(Gunes, 2012,

p. 1357). A investigação de Gunes também demonstra que os estudantes de Design

procuram mais conteúdos no campo do pensamento económico contemporâneo e que

possam aplicar em situações e casos reais. O autor conclui ainda que o currículo

convencional das ciências económicas pode não ser o mais adequado para satisfazer essas

expectativas e, portanto, não ser também o mais adequado para os estudantes de Design

(Gunes, 2012, p. 1357). Nam acrescenta que se os designers pretendem proporcionar

capacidades superiores de liderança em Design eles primeiro devem compreender as

grandes questões corporativas tais como a visão, a missão ou os objetivos estratégicos da

organização e a partir dos quais os seus diferentes departamentos obtêm os seus objetivos

específicos. (Nam & Jung, 2008, p. 62)

Mrazek afirma que, num contexto onde o Design se torna mais importante

enquanto recurso estratégico em vez de capacidade operacional, torna-se cada vez mais

importante que o Design saiba comunicar seu valor de forma adequada de forma a

investment—things that are on managers’ minds. Tell stories of design’s successes, and develop metrics to

demonstrate them.” 56 Tradução livre do autor do original “This will lead higher mastery on cost-benefit analysis in the decision-

making in design thought as well as developing entrepreneurial skills establishing a new design firm,

analysis of the economic bounds of product and management of risk, particularly market risk, and help the

firm to manage exposure to risk”

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demonstrar a sua relevância para a Gestão (Mrazek et al., 2011, p. 8). Søren Petersen e

Peter Phillips afirmam no seu artigo que os briefings podem fornecer uma boa ferramenta

para incorporar métricas de negócios no desenvolvimento da prática do Design, mas que

para tal as empresas têm de previamente desenvolver um ambiente que permita à

colaboração estratégica entre a Gestão (que oferece as necessidades do negócio) com o

Design (que se torna o co- proprietário dos desafios descritos no briefing). Ao possibilitar

uma melhor comunicação entre os departamentos e em torno de um briefing do qual

ambos são coproprietários a eficiência melhora significativamente (Petersen & Phillips,

2011, p. 65).

Philip Swift considera que os designers industriais por serem treinados para

valorizar e comunicar conceitos relacionados com forma, linha, ou cor possam ter

dificuldades em adaptar-se aos métodos de análise mais quantitativos que constituem a

base de tomada de decisões da Gestão (Swift, 1997, p. 51). No entanto o mesmo autor

considera que, independentemente das dificuldades associadas, se o designer procura

obter credibilidade, ele deve ser capaz de quantificar até mesmo perceções qualitativas,

adotando uma abordagem mais científica relativamente ao processo de Design, assim

como fazer um esforço para produzir dados credíveis e recorrendo a metodologias

científicas (Swift, 1997, p. 52).

Micheli et al ao defenderem a necessidade de reformulação da renovação dos

currículos das escolas de Design, reconhecem a importância da integração da linguagem

e conceitos de negócios junto dos designers, afirmando que estes devem estar cientes dos

problemas e que eventuais limitações podem trazer-lhes no futuro, e que as escolas devem

preparar os futuros profissionais de forma a serem incorporados em equipas

multifuncionais em processos de desenvolvimento de produto, pois vão ser nelas que as

ideias de Design irão ser objeto de crítica, desafiadas mesmo e por isso o seu ponto de

vista deve ser adequadamente defendido (Micheli, Jaina, Goffin, Lemke, & Verganti,

2012, p. 703).

Phillip Thompson considera igualmente que para os designers ganharem mais

relevância junto das prioridades da Administração, devem começar a falar em termos de

resultados de negócios. Ele sugere que se deve medir a relação entre bom Design e sua

rentabilidade ao longo de diferentes sectores e negócios e com o propósito de se obter

evidência empírica de que um bom Design é efetivamente um bom negócio (Thompson,

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1994, p. 71). O autor conclui que, se os designers começassem a participar de forma

regular nas avaliações financeiras o Design seria mais facilmente promovido à condição

de recurso estratégico dentro da empresa (Thompson, 1994, p. 78)

Para Mozota "gestão e design têm uma relação constrangida" (de Mozota, 2008,

p. 31), mas cada designer tem que admitir que o Design enquanto atividade não poderia

existir sem algum nível de conhecimento sobre Gestão, assim como os gestores deviam

aprender a aceitar a importância das capacidades e contributos do Design em áreas como

posicionamento de marcas (branding) e comunicação para melhorar o retorno sobre

património e a reputação da organização. Richardson também defende a importância de

descrever Design em termos de negócios e ser capaz de discutir RSI, de mercados, ou

roteiros para lançamento de produtos (Richardson & Roy, 2004, p. 27).

Topalian elabora um argumento interessante, afirmando que uma das razões para

os designers procurarem ter maior sensibilidade em relação às questões e conceitos de

Gestão deve-se também com o facto de que existe um preconceito que os designers são

contra a necessidade de procura do lucro e não possuem nem a disciplina e nem a

motivação para gerar riqueza, e que portanto eles têm a necessidade de provar o contrário

e desconstruir esses preconceitos, evidenciando as razões que fazem do Design um

instrumento estratégico e ao dispor da organização para criar valor (Topalian, 2002, p.

11).

No sentido de promover essa integração a autora Rita Siegel prescreve algumas

linhas de ação (que intitula de "regras de vantagem competitiva") direcionadas a

consultoras de Design, com o intuito de permitir que estas possam explicar melhor aos

seus clientes sobre como os seus serviços podem ajudá-los a dar ênfase à "Definição para

seus clientes do pós-pré e processo de proposta, como você vai criar um plano escrito

definitivo com eles, obter a aceitação de seus empregados, mapear um modelo de RSI

com eles, comunicar do início ao fim com a sua gestão de topo, e proporcionar uma fase

de acompanhamento para garantir implementação bem-sucedida do design ou

programa."57 (Siegel, 2003, p. 50).

57 Tradução livre do autor do original “Define for your clients the pre- and post-proposal process, how you

will set up a definitive written plan with them, get buy-in from their employees, map out an ROI model with

them, communicate from beginning to end with their top management, and provide a follow-up phase to

ensure successful implementation of the project or program”

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Acima de tudo, o que estes diferentes contributos recolhidos de diversos autores

procuram demonstrar é a importância que tem para o Design em estender (e fazer

entender) com sucesso a sua atuação e influência à Gestão. Para isso deve também

demonstrar ser capaz de trabalhar lado a lado com gestores seniores, o que muitas vezes

implica que recorra e partilhe também as métricas de negócios, consideradas por esse

motivo e por muitos destes autores como sendo as mais apropriadas para demonstrar o

valor do Design em virtude do público-alvo a que o designer se deve dirigir dentro da

organização e com o intuito de promover o seu valor.

3.3.2.1 Integração de métricas de gestão nas práticas de Design

Jean Na e John Boult afirmam que se a diferenciação é um fator chave para a

competitividade organizacional e impulsiona a estratégia de negócios, então o Design

deve se esforçar para melhor entender o conceito da atual estratégia de negócios para

entender melhor como e onde o Design pode fornecer um serviço estratégico para os seus

clientes (Na & Boult, 2010, p. 92). Nesse mesmo sentido Sanchez (2006) aconselha os

designers a fazer um esforço para aprender e compreender o vocabulário complexo da

gestão estratégica de forma a serem capazes a se expressar de uma maneira clara junto

dos gestores e transmitir o que podem trazer e qual o valor acrescentado que poderão

trazer por compreender as necessidades dos clientes e consumidores (Sanchez, 2006, p.

17). Esta posição é aliás também defendida por Hertenstein e Platt (1997).

Sanchez (2006) enumera três desafios que os designers devem superar de forma a

poder influenciar os processos de planeamento estratégico das organizações: 1º identificar

e entender quais os constrangimentos de Gestão durante o planeamento estratégico: 2º

identificar as contribuições úteis para a satisfação dos objetivos estratégicos; 3ª ser capaz

de comunicar as potenciais contribuições recorrendo a conceitos que são do entendimento

dos gestores (Sanchez, 2006, p. 10). O alinhamento estratégico torna-se possível somente

se os designers forem previamente capazes de falar sobre a sua profissão à luz da

terminologia da Gestão. Mas, para os autores da empresa de consultoria especializada em

Design Frog deve-se também olhar para a natureza comportamental do indivíduo

"estratégia de design não é simplesmente sobre os fatores de negócios. Trata-se de uma

abordagem holística, multifacetada para os desafios dos clientes, que abrange, sim, de

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negócios, mas também usuários, mercados, tecnologia e tendências culturais"58

(Richardson & Roy, 2004, p. 27).

Richardson defende que para que uma consultora em Design possa alcançar a

confiança das organizações e com elas desenvolver relações estratégicas que se

prolonguem no tempo, deve primeiro começar por incorporar a linguagem dos negócios

quando descrevem os contributos do Design e o seu impacto, recorrendo para isso (e

incorporando) a profissionais que possam fazer a ponte entre as áreas (por experiência e

afinidade de áreas), assim como ser capaz de juntar diferentes departamentos através de

práticas de trabalho e aprendizagem comuns (Richardson & Roy, 2004, p. 27). A

investigação de Gornick evidenciou que, embora o Design já seja amplamente aceite

enquanto um recurso valioso para a gestão, a organização necessita ainda de promover

um esforço contínuo de integração desse recurso e capacidades junto de outros

departamentos (Gornick, 2010, p. 49).

Outro perigo relativo à não integração de métricas utilizadas pela Gestão vem da

possibilidade da passagem para um modelo de contratação externa de recursos de Design.

Kallish adverte-nos para uma ameaça que paira contra sobre os departamentos internos

de Design e que se relaciona com a relativa incapacidade destes em se adaptar e integrar

os procedimentos financeiros da organização e com o propósito de comunicar os

processos e resultados do Design. Na opinião de Kallish isso leva à perceção de que o

Design não faz parte dos negócios, ou que é algo passível de ser gerido internamente,

adicionando que por este motivo algumas empresas têm vindo a fechar os seus

departamentos internos e a recorrer à contratação externa de serviços em Design. (Kallish,

2007, p. 23).

Petersen afirma que uma "estreita colaboração estratégica da necessidade de

negócios e Design gera resultados no curto prazo e também em última análise, salva uma

grande quantidade de tempo e dinheiro no processo de desenvolvimento do produto"59

(Petersen & Phillips, 2011, p. 65) Esta abordagem significa a elaboração de briefings mais

58 Tradução livre do autor do original “Design strategy is not simply about business factos. It’s about a

holistic, multi-faceted approach to clients’ challenges that covers, yes, business, but also users, markets,

technology, and cultural trends” 59 Tradução livre do autor do original “Business objectives answer such questions as: What are we trying

to accomplish with this product? Why is this product needed in the marketplace? Who will buy this product?

What is the return on investment, market share, competitive position, and relationship to the company brand

desired? How will this product be priced and promoted?”

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orientados para as metas e objetivos da Gestão e direcionados à necessidade dos

"objetivos de negócio responder a perguntas como: o que estamos tentando fazer com

este produto? Porque é que este produto necessário no mercado? Quem vai comprar este

produto? Qual é o retorno sobre o investimento, participação de mercado,

posicionamento competitivo, e sua relação com a marca da empresa desejada? Como é

que este produto ser fixado o preço e promovido? (Petersen & Phillips, 2011, p. 65). De

acordo com estes autores estas são perguntas que os designers devem procurar responder

estando conscientes sobre os objetivos e constrangimentos económicos, e no decorrer do

desenvolvimento de estratégias específicas para alcançar esses objetivos.

3.3.2.2 Sobre a hibridização de práticas entre Design e Gestão

Também Olson et al identificam a ambiguidade do termo Design como uma das

razões pelas quais este tem sido negligenciado pelas empresas e Gestão enquanto um

recurso valioso para a obtenção e/ou manutenção de vantagens competitivas. Os autores

sustentam que porque o Design apresenta-se como sendo simultaneamente um processo,

um objeto e uma função apenas consegue provocar confusão e uma incorreta

interpretação (ou uma interpretação enviesada) sobre a sua finalidade e utilidade para a

organização. Os autores identificam diferenças nos contextos de origem académica entre

designers e gestores, lamentando que tanto as escolas de Gestão como as de Design

raramente procurem fornecem um olhar transdisciplinar sobre outras áreas do

conhecimento. E, finalmente, os autores identificam a existência de preconceitos por parte

da gestão e relativos aos caos inerente à criatividade e que envolve a prática do Design,

não permitindo que este seja valorizado enquanto prática que possa ser gerida (Olson et

al., 1998, p. 55).

Rosensweig (2012) considera que o design thinking pode atuar enquanto elo de

ligação entre a Gestão e o Design, e antevê que no futuro as organizações irão procurar

designers e estudantes de Mestrados em Administração de Empresas (MBA) que sejam

capazes de integrar e conjugar conhecimentos e capacidades analíticas providenciadas

por ambas as disciplinas. Desta forma estes futuros profissionais estariam capacitados a

fornecer à organização visão e capacidades multidisciplinares uteis a uma integração

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101

estratégica e que lhe permitissem tornar-se mais competitiva e expandir a sua quota de

Mercado.

Liedtka (2010) acredita que o Design poderia beneficiar muito de uma

aprendizagem sobre o pensamento tradicional de negócios e estratégia. Isto porque,

apesar dos designers dominarem a arte da observação e interação (potenciando a

capacidade de inovar), tal não se traduz necessariamente na criação de valor por si só. E

as questões relativas à execução, viabilidade económica e escalabilidade são igualmente

muito importantes para a organização sobreviver no longo prazo uma vez que a criação

de valor para o cliente é fundamental para atingir o sucesso.

“Os designers aprenderam que não é só sobre dispositivos na moda e latas de lixo

projetadas por designers de $200 dólares. E os gestores têm aprendido uma dolorosa

lição de que o foco nos números e na perseguição de lucros trimestrais por crescimento

de ação como se fossem o Santo Graal tem algumas desvantagens graves. Cada vez mais,

ambos os lados reconhecem que a medida fundamental do sucesso – tanto no design como

na gestão - é se efetivamente se está a criar valor para alguém lá fora (da

organização)”60 (Liedtka, 2010, p. 11)

Ryan Rosensweig (2012) afirma que para que o Design possa desenvolver-se

enquanto capacidade dinâmica primeiro requer interação com a gestão estratégica da

organização e isso pode ser possível através do design thinking. O design thinking é assim

entendido pelo autor como sendo uma ferramenta que permite mediar entendimentos e

estabelecer pontes de ligação entre duas línguas fundamentalmente diferentes

(Rosensweig, 2012, pp. 19–20). Pode-se concluir que para Rosensweig o design thinking

é também uma competência que pode ajudar as organizações a incentivar a formação e

colaboração dentro de equipas multidisciplinares, não sendo em si uma capacidade

dinâmica, mas antes como uma ferramenta que pode por sua vez apoiar o Design em

60 Tradução livre do autor do original “Designers have learned that it’s not all about cool gadgets and $200

designer trash cans. Business has been taught a painful lesson that managing the numbers and chasing

quarterly earnings per share growth as if they were the Holy Grail has some serious downsides.

Increasingly, both sides are recogniz- ing that the fundamental measure of success—in design or in

business—is whether we are really creating value for somebody out there”

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desenvolver capacidades dinâmicas com utilidade e impacto real dentro da empresa

(Rosensweig, 2012, p. 20).

Maciver acredita que existem sinais que sugerem a "simbiose nas metas,

metodologias e preocupações de design e negócios."61 (Maciver, 2012, p. 25). Um estudo

conduzido pela autora revela que em consultoras de classe mundial o peso das tarefas e

decisões em gestão já corresponde a metade do tempo total utilizado pelos designers

seniores com as suas obrigações e responsabilidades (Maciver, 2012, pp. 24–25).

A investigação feita por Micheli revela por sua vez que, na verdade, a linguagem

utilizada pelos gestores e designers não difere tanto como outros autores afirmam. Onde

se verificou que existia particular diferença e distinção foi na forma em que "os designers

deram especial importância a elementos, tais como o uso de materiais e tecnologia, bem

como a importância de um projeto para resultar em um produto icónico, enquanto

gestores destacou aspetos relacionados à marca e preço, e a exclusividade de produtos

que são bem desenhados."62 (Micheli et al., 2012, p. 702). Assim sendo os gestores e os

designers devem também prestar alguma atenção às perceções que cada grupo dá aos

meios e fins, pois os autores afirmam que além de constituírem línguas diferentes

possuem perspectivas diferentes e que podem originar tensão criativa (Micheli et al.,

2012, p. 703).

A inclusão de gestores de Design nas equipas de gestão é também apoiada por

Olson com o intuito de obter "as perspectivas originais dos designers em relação a uma

ampla gama de questões, um benefício adicional é que os gerentes de projeto podem

frequentemente servir condutas como eficazes entre grupos díspares, tais como

marketing e I&D. Um benefício adicional da abordagem da equipe é encontrado no

delineamento das responsabilidades. Claramente, a disciplina de projeto sobrepõe-se

com engenharia e marketing"63(Olson et al., 2000, p. 13).

61 Tradução livre do autor do original “symbiosis in the goals, methodologies, and concerns of both design

and business” 62 Tradução livre do autor do original “designers gave particular importance to elements such as the use of

materials and technology, and the importance for a design to result in an iconic product, whereas managers

stressed aspects related to brand and price, and the exclusivity of products that are well designed” 63 Tradução livre do autor do original “the insights and unique perspectives of designers with regard to a

wide range of issues, an additional benefit is that design managers can frequently serve as effective conduits

between disparate groups, such as marketing and R&D. An added benefit of the team approach is found in

the delineation of responsibilities. Clearly, the discipline of design overlaps with engineering and

marketing”

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103

Sharma e Poole desafiam os gestores a trazer o design thinking para todos os níveis

de tomada de decisão dentro da organização. Isso significa passar de produtos bem

projetados para “empresas bem projetadas”. Simultaneamente os autores desafiam os

designers a fazer esforços para compreender "o contexto em que o design opera no

contexto do negócio, bem como o contexto do consumidor" (Sharma & Poole, 2010, p.

74). No entanto Carr alerta para o facto de que o ensino de design thinking dirigido a

gestores pode ser simultaneamente uma boa e uma má ideia, dependendo se o ensino é

focado em permitir aos gestores apreciar o valor do Design, mas não "permitindo" que

possam começar a praticar Design (Carr et al., 2010, p. 62). Esta posição justifica-se com

o facto de que os designers e gestores recebem durante os seus estudos uma formação de

natureza diferente e por isso o esforço deve concentrar-se em tornar os gestores

conscientes sobre os fundamentos do Design e o seu processo. Isto permitirá a que ambos

os grupos profissionais possam dar maior importância às questões relativas ao Design

estratégico. Mas não se deve ignorar o facto de que ser-se designer exige uma formação

muito mais aprofundada e caracterizada pela exigência que não pode simplesmente ser

substituída por noções introdutórias de design thinking (Carr et al., 2010, p. 62).

3.4 Discussão da revisão de literatura

Diversos autores procuraram no decorrer das suas investigações providenciar

evidências sobre o impacto positivo das capacidades em Design no desempenho dos

negócios. As capacidades em Design podem ser responsáveis pelo aumento do volume

de negócios (Candi, 2010, pp. 198–199), contribuir para o aumento o desempenho e

cotação de mercado da organização nas bolsas de valores em que se insere (Bedford et

al., 2006; Chiva & Alegre, 2009; Platt et al., 2001), permitir a redução de custos relativos

à produção (Fynes & De Búrca, 2005, p. 10), melhorar o desempenho das métricas de

inovação (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, p. 885), ou serem responsáveis pelo aumento

do volume de vendas (Westcott et al., 2013, p. 15), entre outros contributos positivos.

No entanto, os mecanismos a partir do qual é gerado esse valor ainda permanecem

nebulosos sendo que a partir dos resultados obtidos na revisão da literatura pode-se

também desde já identificar o seguinte paradoxo: Um dos principais problemas

enfrentados pelo Design é resultado direto de uma das mais importantes fontes de valor

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104

acrescentado atribuída ao Design, ou seja o de ser um parâmetro “mole” (Kretzschmar,

2003, p. 5).

Conforme referido anteriormente, o Design enquanto parâmetro mole refere-se às

características e valor que este gera encontrarem-se presentes e fazerem-se sentir em

diferentes departamentos e ao longo na cadeia de valor da organização. Contudo este

atributo valioso do Design é também uma das principais razões pelas quais se torna tão

difícil de medir (James Moultrie et al., 2009, p. 79; Westcott et al., 2013, p. 11). E mesmo

que sejamos capazes de entender esse valor agregado, ainda se teria que fazer face à falta

de indicadores comumente aceites e que possam ser utilizados para uma avaliação global

sobre capacidades em Design (Whicher et al., 2011, p. 51).

Outro fator preocupante, e que limita o potencial de crescimento do Design dentro

da organização é a identificação de efeitos tradeoff entre Design experiencial e Design

funcional (Gemser et al., 2011, p. 75) ou mesmo entre investimento em Design e

rentabilidade do mesmo dentro da organização (Candi, 2010, p. 199), sem que haja

contudo um entendimento sobre quais as condições e quais as condicionantes em que

estes efeitos surgem e se desenvolvem. Apesar de já se ter desenvolvido investigação

quantitativa em estudos prévios considera-se que estes sejam ainda em número

insuficiente porque conclui-se da revisão de literatura que estes autores ainda não

alcançaram sucesso em estabelecer práticas e métodos de medição precisos e eficazes em

relação aos contributos e valor do Design. Conclui-se também que a maioria desses

autores ainda não consegue sequer determinar de forma conclusiva o que querem dizer

com "capacidades", nem fornecendo uma estrutura teórica geral que permita a

compreensão de fenómenos isolados. A título de exemplo refere-se o modelo apresentado

pelos investigadores Ricardo Chiva e Joaquín Alegre (2009), que embora importante

enquanto modelo conceptual relativo ao papel da Gestão em Design na criação de valor

para a empresa, opta por limitar as dimensões pelo qual o Design está presente na

organização, pelo que necessita de um maior detalhe e aprofundamento na análise64.

É no contexto destes desafios que se torna de particular importância contribuir

para a abertura da caixa-negra65 e entender de que forma o Design (enquanto conjunto de

capacidades e recursos) pode agir e ser utilizado de forma diferente dentro da organização

64 Esta crítica ao artigo de Chiva e Alegre é em parte corroborada por Davide Ravasi (2012, pp. 476–478) 65 Como são descritos os processos de Design por outros autores (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini,

2008)

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105

e de forma a contribuir para um aumento dos seus resultados (crescimento e

rentabilidade). Tal constitui uma oportunidade para recorrer aos contributos e literatura

identificada durante o capítulo primeiro e sobre a teoria das capacidades dinâmicas. De

acordo com essa literatura as capacidades dinâmicas e operacionais não apenas revelam

ter um comportamento diferente, mas até efeitos potencialmente conflituosos para o

desempenho económico (Barreto, 2010, p. 264). Por um lado a identificação de

comportamentos diferentes entre tipos de capacidades em Design pode contribuir para

um melhor entendimento sobre como o valor do Design se gera e quais os elementos que

condicionam a sua ação. Por exemplo, a investigação a realizar pode servir para confirmar

ou descartar as conclusões de Gemser et al (2011) segundo as quais a concentração de

esforços ao incidir somente sobre as capacidades operacionais do Design faz com que a

organização se arrisque a desperdiçar outras valiosas contribuições que o Design pode

oferecer à sua capacidade para inovar (com perdas em termos de crescimento e

rentabilidade).

Mas a avaliação do valor do Design e o desenvolvimento de métricas para o

Design é uma das outras questões em aberto e em torno das quais verificou-se existir

controvérsia durante a revisão de literatura. Enquanto alguns autores apelam aos

designers para parar de vender o valor do Design através de métricas específicas somente

ao Design (Allen & Ekuan, 2002; Joziasse & Selders, 2009; Wallace, 2001, p. 21), outros

defendem que só recorrendo a medidas qualitativas adaptadas às especificidades únicas

do Design é que a empresa é capaz de capturar o seu valor e ao longo de toda a

organização (Platt et al., 2001, p. 13). Outra questão pertinente, e que é aliás motivo de

discussão e divisão na literatura, prende-se com a necessidade de incorporação de

métricas de negócio para a prática do Design. Novamente se verifica que existem

defensores sobre os benefícios da mesma (Platt et al., 2001, p. 13), enquanto outros

autores procuram alertar para os perigos subjacentes a uma tentativa de imposição dessas

métricas de negócios e as consequências negativas para a limitação da capacidade de

inovação do Design (Jenkins & Golsby-Smith, 2013, p. 44). Coloca-se a questão - afinal

a integração de métricas de gestão no Design é ou não benéfica para as capacidades em

Design nos processos de desenvolvimento de novos produtos?

Outra questão importante retirada desta revisão de literatura é um questionamento

sobre a capacidade dos designers em corretamente diagnosticar e analisar os

constrangimentos de gestão que a organização enfrenta e de forma a integrá-los na sua

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106

prática diária. Vários autores defendem que, para o Design desenvolver e aumentar a sua

importância dentro da organização, deve procurar interagir com a gestão estratégica da

organização, seja para aumentar os limites da profissão (Allen & Ekuan, 2002, p. 58;

Joziasse & Selders, 2009, p. 36), para confrontar e eliminar preconceitos existentes

(Olson et al., 2000; Topalian, 2002, p. 11), para facilitar o processo de integração do

Design como parte do processo de decisão executiva (Petersen & Phillips, 2011), ou

simplesmente ganharem mais relevo aos olhos da Administração (Thompson, 1994, p.

71; Wallace, 2001, p. 21). E que tal pode ser possível através da utilização do design

thinking enquanto uma ferramenta que permite mediar um entendimento entre duas

línguas e modos de estar diferentes (Rosensweig, 2012, p. 20). Tal argumento é

igualmente consistente com Wang e Ahmed segundo os quais "As empresas tendem a

desenvolver capacidades quando orientados por uma estratégia firme" (Wang & Ahmed,

2007, p. 41). Os autores acrescentam ainda alguns exemplos que podem ser úteis para

ilustrar o argumento principal:

“Uma empresa que possui maiores níveis de capacidades dinâmicas centra-se no

desenvolvimento de capacidades de acordo com as suas escolhas estratégicas. Por

exemplo, quando a orientação estratégica da empresa é conseguir a diferenciação, as

suas capacidades dinâmicas podem ser dirigidas para concentrar os ativos da

organização no desenvolvimento de capacidade de inovação, o que resulta em níveis mais

elevados de produtos ou serviços inovadores. Em contraste, quando adota uma estratégia

de liderança de custos, a empresa pode-se concentrar na fabricação eficiente e redução

de custos em geral. Assim, este artigo propõe que o desenvolvimento de capacidades é

um resultado das capacidades dinâmicas, muitas vezes dirigida por estratégia da

empresa”66 (Wang & Ahmed, 2007, p. 41).

Nestes casos o apoio vindo do topo e de dentro da empresa torna-se fundamental,

tal como defendem Ambrosini e Bowman que se referem à importância do apoio da alta

gerência no desenvolvimento de capacidades dinâmicas do seguinte modo:

66 Tradução livre do autor do original “a firm possessing higher levels of dynamic capabilities focuses on

developing capabilities as navigated by its strategic choices. For example, when the firm’s strategic

orientation is to achieve different- iation, its dynamic capabilities may direct toward concentrating its

assets on developing innovative capability, which results in higher levels of innovative products or services.

In contrast, when adopting a cost leadership strategy, the firm may focus on efficient manu- facturing and

overall cost cutting. Hence, this paper proposes that capability development is an outcome of dynamic

capabilities, often steered by firm strategy”

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107

“Gestores. Muitos estudiosos (por exemplo ADNER e Helfat 2003; Eisenhardt e Martin

2000; Helfat et al 2007; Tripsas e Gavetti, 2000) destacam o papel crucial dos gestores

na capacidade da sua empresa em se adaptar às novas circunstâncias. Eles sugerem que

os gestores seniores são determinantes na implantação das diferentes formas de

capacidades dinâmicas"67 (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 17)

De igual forma também se pode questionar qual a utilidade do uso de métricas de

negócio na prática projectual se os designers não estiverem alinhados com os objetivos

estratégicos de negócios. Alguns autores argumentam que os designers devem ser

incorporados na tomada de decisões de outros departamentos (Gornick, 2010, p. 49;

Olson et al., 2000, p. 13), ou dentro do planeamento estratégico (Maciver, 2012, p. 27;

Davide Ravasi & Lojacono, 2005, pp. 57–58; Thompson, 1994, p. 78). E, finalmente,

alguns autores argumentam que estamos a assistir a simbiose entre o Design e a Gestão

(Maciver, 2012, p. 25; Rosensweig, 2012), com alguns considerando o design thinking

como um elo entre o Design e a Gestão (Rosensweig, 2012, pp. 19–20). A importância

da metodologia projectual do Design como prática útil na gestão de equipas

multidisciplinares e de acordo com metas estratégicas e constrangimentos comuns parece

coerente com o quadro teórico do Design simbiótico de Parra (Parra, 2007, pp. 325–328),

ou o conceito do designer enquanto guardião da passagem (D’Ippolito, 2014, p. 6;

Mozota, 2006, 2003b, p. 47; Walsh, 1996, p. 514) discutido no capítulo anterior. Mas

entre a literatura ainda não se encontra claro (considera-se aliás bastante vago) sobre de

que forma poderiam as contribuições da Gestão (e indo para além de métricas de negócio)

contribuir para a incorporação da prática do Design dentro da organização. E a acontecer,

significaria necessariamente a simbiose e o nascimento de uma nova disciplina, ou uma

reformulação incremental a algo já existente?

67 Tradução livre do autor do original “Managers. Many scholars (e.g. Adner and Helfat 2003; Eisenhardt

and Martin 2000; Helfat et al. 2007; Tripsas and Gavetti 2000) highlight the key role managers play in

their firm's ability to adapt to new circumstances. They suggest that senior managers are critical

determinants in the deployment of different forms of dynamic capability”

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108

3.4.1 Formulação das hipoteses de investigação

Após a revisão da literatura conclui-se que o Design enquanto capacidade ou

recurso estratégico não aparenta exercer um efeito direto no desempenho da organização

(Heskett, 2003, p. 5; J Moultrie & Livesey, 2009, p. 79). Em vez disso, desenvolve

capacidades existentes (Chen et al., 2009, p. 157; Fraser, 2009, p. 57; Noble, 2011, p.

391; Verona & Ravasi, 2003) com o intuito de proporcionar um aumento da resposta e de

valor acrescentado dentro da organização (Grzecznowska & Mostowicz, 2004, pp. 58–

59; Birgit H Jevnaker, 2000, p. 37) em particular quando esta enfrenta mudança externa

(Birgit H Jevnaker, 2000, p. 33; Noble, 2011, p. 391; Rosensweig, 2012).

Esta conclusão parece ser aliás consistente com o modelo das capacidades

dinâmicas. Para efeitos de simplificação do processo de teste e validação das hipoteses

de investigação a realizar-se posteriormente optou-se por dividir a anterior hipótese de

investigação inicial (identificada no capitulo 2) - As Capacidades em Design podem ser

divididas entre capacidades operacionais e capacidades dinâmicas. Ambas têm um

impacto positivo mas distinto no desempenho económico da organização - em duas novas

hipoteses. Assim o primeiro pressuposto teórico traduz uma hipótese sobre o impacto das

capacidades em Design sobre a performance económica da organização, enquanto a

segunda hipótese diferencia os efeitos em termos de capacidades em Design e efeitos de

mediação. É também modificada a hipótese de investigação anteriormente formulada

sobre a importância de efeitos de moderação como volatilidade de mercado e natureza de

recursos de Design para o desenvolvimento das capacidades dinâmicas em Design:

1ª Hipótese de investigação (modificada): A existência e desenvolvimento de

capacidades em Design dentro da organização tem um impacto positivo no seu

desempenho económico.

As capacidades em Design constituem recursos estratégicos à disposição da

organização e que lhes permite criar e manter vantagens competitivas. Como tal defende-

se que as capacidades em Design produzem um impacto positivo e relevante no

desempenho económico das empresas.

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109

2ª Hipótese de investigação (modificada): As capacidades em Design e a sua

importância para a organização podem ser melhor entendidas se distinguirmos

entre os seus comportamentos dinâmicos e operacionais. A relação entre

capacidades operacionais e dinâmicas é mediada pelo grau de alinhamento

estratégico e integração dessas capacidades dentro da organização.

Design enquanto capacidade dinâmica contribui para o desenvolvimento das

capacidades operacionais e, portanto, existe uma relação positiva entre eles. Este efeito é

mediado pelo nível de alinhamento estratégico entre design e tomadores de decisão da

organização.

3ª Hipótese de investigação (modificada): O impacto económico das capacidades

em Design é contingente da natureza dos recursos de Design utilizados e do

dinamismo do ambiente no qual a organização se insere.

E finalmente pode-se concluir após revisão de literatura que o desenvolvimento e

impacto das capacidades dem Design encontram-se contingentes do grau de volatilidade

no Mercado e da natureza dos recursos de Design presentes na organização.

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110

Resumo do capítulo

Neste capítulo abordaram-se as questões referentes ao impacto das capacidades

em Design para a performance económica da organização. A revisão da literatura permitiu

também examinar a discussão académica e identificar os principais contributos relativos

à avaliação e medição das capacidades em Design.

Compartilha-se neste capítulo contributos de outros autores sobre a necessidade

de alinhamento estratégico em torno do Design e os desafios que isso acarreta dentro da

organização. A revisão da literatura permitiu identificar um conjunto de questões

importantes e que serão analisadas à luz dos resultados empíricos da investigação e em

particular no capítulo oito (discussão dos resultados), onde algumas destas questões

deixadas para discussão serão novamente abordadas à luz das principais conclusões

inerentes à validação das hipóteses de investigação e modelo teórico proposto.

Em conjunto, os capítulos dois e três permitiram uma formulação e uma análise

complementar da revisão da literatura. As conclusões deles extraídas permitiram definir

o cenário propício à criação das hipóteses de pesquisa e influenciaram a escolha dos

dispositivos metodológicos e que serão descritos ao longo do próximo capítulo (Capítulo

4 pressupostos metodológicos). No capítulo cinco (especificação do modelo) desenvolve-

se a operacionalização do quadro teórico proposto, assim como a definição dos

instrumentos relativos à medida dos constructos, a fim de se preparar a recolha dos dados

empíricos.

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111

4 Metodologia

Notas introdutórias

Neste capítulo descreve-se o racional metodológico subjacente à investigação,

explicitando as motivações subjacentes e os processos de aferição de validade e

fiabilidade. Igualmente importante na introdução deste capítulo é a identificação e o

tratamento das questões epistemológicas e fenomenológicas relacionadas com a

investigação no campo do Design.

Abordam-se as conclusões gerais retiradas dos capítulos de literatura anteriores e

que constituem a base teórica, em particular as lacunas de conhecimento identificadas em

torno da pergunta de investigação. Dessas contribuições propõe-se um modelo teórico

que procure dar resposta à pergunta de investigação e sintetize as hipóteses de

investigação a ele subjacente. De acordo com estes propósitos pretende-se justificar as

escolhas epistemológicas e metodológicas feitas pelo autor e em relação às metas e

objetivos definidos para esta investigação.

Termina-se este capítulo fornecendo uma apresentação e explicação do processo de

aferição da validade e fiabilidade do estudo realizado, aspeto de grande relevância e do

qual depende a fundamentação e generalização das conclusões que poderão ser retiradas

desta investigação.

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112

4.1 Introdução

De acordo com Bacharach (1989) uma teoria "não é mais do que um recurso

linguístico usado para organizar um mundo empírico complexo"68 (Bacharach, 1989, p.

496), que serve, assim, a função de organizar (parcimónia) um conjunto de conceitos

teóricos e relações entre conceitos teóricos e de forma a se poder comunicar (clareza) uma

visão mais simples e compreensível do mundo natural (inerentemente complexo).

Teorias têm sobretudo o propósito de permitir alcançar respostas ou fornecer

previsões dentro de um quadro de incerteza com que se confronta o investigador. Nem

tudo o que permite fornecer uma explicação ou apoiar uma teoria pode ser observado

diretamente por este, e como resultado, existem muitas variáveis que só podem ser

entendidas enquanto atributos hipotéticos ou como mecanismos que permitem uma

aproximação à realidade, fundamentando a relação entre as evidências recolhidas e o

quadro teórico proposto. Nem as observações pessoais e nem as conclusões retiradas de

fenómenos isolados devem ser consideradas por em si mesmas suficientes para construir

uma teoria científica. A investigação sistemática e crítica, e a relevância das informações

recolhidas sobre uma construção teórica bem definida são elementos chaves na

construção de conhecimento científico.

Igualmente importante para o conhecimento científico é a noção de comunicação

inequívoca, ou seja, a importância de definir os limites e significados de um conceito, e

descrever as operações e escalas utilizadas de forma a torná-lo visível para o investigador.

Tal pode até ser aplicado a conceitos que não são diretamente observados e ou que são de

natureza ambígua como por exemplo criatividade, mas para os quais se torna importante

estabelecer a definição operacional desses conceitos teóricos, o que implica descriminar

também as medidas definidas para estabelecer essa operacionalização. Essa mesma

objetividade é exigida ao Design por alguns académicos (David Durling & Friedman,

2003) uma vez que este enquanto disciplina e prática pode até revelar e assumir a sua

natureza intuitiva e subjetiva, contudo o racional metodológico e o uso dos métodos de

investigação utilizados no seu estudo devem ser sólidos e válidos para que os resultados

da sua investigação possam ser compartilhados com outros académicos de outras

68 Tradução livre do autor do original “It is no more than a linguistic device used to organize a complex

empirical world”

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113

disciplinas e domínios científicos. A investigação em Design não compartilha apenas um

espaço comum mas também complementa a produção de conhecimento de outras

disciplinas, o que exige uma maior ênfase no rigor e métodos de investigação avançada

no âmbito da disciplina e prática do Design (David Durling & Friedman, 2003, p. 1).

Diagrama 3 - Delimitação do objeto e operacionalização - retirado de Bacharach (1989)

Os métodos e práticas de Design podem revelar-se muito heterogéneos, distintos

e até dispersos entre si, contudo a motivação e os enquadramentos ontológico e

epistemológico nos quais eles se podem alicerçar estão bem identificados e representam

um número relativamente reduzido de opções ao dispor de quem pretende realizar

investigação em Design. É a definição desse enquadramento que permite ao Design

conectar-se e comunicar com outros campos do conhecimento, e assim sendo, uma

identificação clara e compreensiva das opções ontológicas e epistemológicas assume uma

grande importância para adequadamente comunicar e divulgar os resultados da

investigação.

Por estas razões, e tendo em particular atenção o carácter multidisciplinar da

investigação em Design, é importante que o investigador seja igualmente capaz de

identificar o seu paradigma de investigação e de se responsabilizar pela correta adequação

hipóteses

pressupostos

teóricos constructos constructos

variaveis variaveis

GE

NE

RA

LIZ

ÃO

LIMITES = DELIMITAÇÃO DO OBJECTO DE INVESTIGAÇÃO

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114

entre motivações e outras idiossincrasias, e as escolhas metodológicas que desenvolve

durante o processo de investigação, de forma a melhor posicionar as contribuições da sua

pesquisa e demonstrar a coerência do pensamento e processo subjacente à mesma.

4.2 Paradigma de investigação

De igual modo a Mackenzie e Knipe (2006, p. 3) também o autor desta tese de

Doutoramento acredita que o plano de fundo por trás das escolhas tomadas e que servem

de suporte para a compreensão da intenção, motivação e expectativas da investigação é

definido pelo paradigma de investigação escolhido pelo investigador. Esse paradigma de

investigação constitui a cosmovisão do investigador, o seu conjunto de crenças (Guba &

Lincoln, 1994, p. 107), e que define a nossa forma de interpretar o mundo ao nosso redor,

influenciando a maneira de pensar e interagir com ele. A importância da identificação do

paradigma de investigação justifica-se por ser o que permite contextualizar os resultados

da sua investigação à luz das suas motivações e vivência experiencial específica,

revelando-se disponível para o escrutínio e confrontação por parte outros investigadores.

Conforme Anne Ryan argumenta na sua obra (2006, p. 14) não se pode permitir

que os investigadores sociais realizem a sua investigação isolados, como se residissem

dentro de uma bolha, uma vez não é possível separá-los a eles e à sua investigação de

contextos históricos, sociais e teóricos mais amplos. Torna-se portanto importante saber

como o investigador interpreta e revê a sua procura de conhecimento dentro de tais

contextos para entender melhor as opções de pesquisa que realiza. Como Ryan (2006, p.

16) afirma "O conhecimento não pode ser dissociada da ontologia (ser) e da experiência

pessoal"69.

A cosmovisão (ou paradigma de investigação) do autor desta tese é a Pós

Positivista, paradigma que surgiu somente após a 2ª Grande Guerra Mundial mas que no

decorrer das últimas décadas substituiu já o Positivismo enquanto paradigma de

investigação hegemónico (Cook & Campbell, 1979). Como tal, compartilho a crença Pós-

Moderna que não é possível reivindicar neutralidade em relação ao estudo de um

69 Tradução livre do autor do original “Knowledge cannot be divorced from ontology (being) and personal

experience”

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115

fenómeno uma vez que todos os conceitos e delimitações existentes sobre a objetividade

ou conhecimento científico são socialmente construídos e, portanto, contaminados e

dependentes do contexto social e cultural no qual o investigador se insere. O autor defende

contudo que a Ciência procura conduzir o ser Humano à descoberta da verdade e como

tal acredita na importância do raciocínio dedutivo como forma de alcançar uma

aproximação a essa verdade, contribuído para desenvolver teorias que possam ser testadas

no mundo real. Também acredita que existe uma realidade que pode ser estudada, e que

essa realidade é independente e está para além da subjetividade da nossa experiência

individual.

A Ontologia seguida pelo autor, ou seja a relação do que existe no mundo a ser

conhecido, é a do realismo crítico, que defende que tudo o que nós (seres humanos)

sabemos é somente uma aproximação da realidade e que esta, embora exista e seja única,

é demasiado complexa para que nós a possamos compreender toda de uma só vez (Guba

& Lincoln, 1994). Tal opção distancia-me das posições defendidas pelo paradigma

Construtivista e para o qual não existe uma realidade externa única, uma vez que tudo o

que existe é uma construção mental que decorre da experiência individual e sistema de

crenças de cada individuo (Guba & Lincoln, 1994).

Partindo desse sistemas de crenças ontológicas a epistemologia do autor é a do

objectivista modificado, segunda a qual apenas podemos almejar a nos tornar um passo

mais perto da realidade sem que a possamos alcançar de imediato, e que por esse motivo

a ênfase na investigação é dada à verificação externa dos resultados e ao teste da sua

falseabilidade. E embora nesta investigação se privilegie uma abordagem quantitativa, o

autor não defende e não se revê na posição de um positivista lógico, que pressupõe a

rejeição dos pressupostos metafísicos e que defende que tudo o que existe deve poder ser

observado e medido no mundo real. Na verdade, enquanto pós-positivista e seguindo os

princípios da teoria de falsificação de Karl Popper (1959), o autor desta tese de

Doutoramento baseia o seu racional metodológico nos pressupostos da falseabilidade de

hipóteses a priori, acreditando na falibilidade de todas as medidas.

Os princípios metodológicos seguidos na investigação são a da experimentação

modificada, ou seja, o autor procura adotar bons princípios que tenham em consideração

a triangulação de diferentes abordagens, proporcionando a avaliação da sua validade para

melhor entender e compreender os fenómenos sociais em toda sua complexidade e sob

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116

uma lógica científica. Esta abordagem pode ser por exemplo verificada nas entrevistas

que tiveram lugar durante o desenvolvimento de medidas e que foram realizadas junto de

pessoas provenientes dos sectores em estudo devido à sensibilidade que fornecem sobre

as motivações dos grupos alvo. Na verdade um investigador pós positivista quando realiza

investigação quantitativa faz-o na procura por respostas às questões de pesquisa através

do desenvolvimento de teorias objetivas, contudo esse mesmo investigador mantem a

crença subjacente de que a verdadeira compreensão sobre o comportamento de uma

variável observada está sempre por vir. Essa convicção e natureza manifesta-se aliás nos

métodos quantitativos escolhidos. Charles Spearman, um psicólogo Inglês, desenvolveu

o método de análise factorial no início do Século XX e que procura estabelecer relações

estatísticas entre comportamentos de variáveis manifestas com o intuito de comprovar a

existência de uma variável latente escondida. Este método de análise quantitativa de

correlações e o subsequente método de modelação por equações estruturais permite

deslocarmo-nos do clássico modelo de teste de teoria que caracteriza os paradigmas do

Positivismo e Modernismo, para uma procura pós-positivista por uma verdade escondida

por inferência e aproximação. A análise do modelo de equações estruturais, principal

método de análise utilizado no decorrer desta investigação, é baseado na análise factorial

mas adota a perspectiva da falseabilidade pós-positivista. Analisa os dados empíricos

recolhidos e testa o ajuste do modelo teórico, comparando as proposições teóricas

subjacentes com os resultados relativos aos testes das hipóteses operacionais, e termina

propondo a aceitação ou rejeição dos pressupostos e contribuições do modelo para uma

melhor compreensão dos construto(s) escondido (s).

A Tese de Doutoramento segue a estrutura porventura mais comum a projetos de

investigação quantitativa, desenvolvendo-se ao longo de cinco macro áreas de conteúdos:

introdução, revisão de literatura, dispositivos metodológicos, análise e discussão de

resultados, e por fim conclusões e limitações (Creswel, 2008). De forma resumida, e

partindo de uma pergunta de investigação inicial, esta estrutura procura estabelecer uma

relação entre dispositivos metodológicos e variáveis que permitam testar posteriormente

(e a partir dos dados recolhidos) as hipóteses de investigação, e deste modo permitir

alicerçar a fundamentação das conclusões a serem retiradas e mediante uma abordagem

confirmatória (Bordens & Abbott, 2011) e recorrendo a raciocínio dedutivo (Given, 2008;

T. R. Hinkin, 1998).

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117

Por fim o autor sustenta que a investigação estruturada em torno de um paradigma

pós positivista pode complementar uma abordagem construtivista mais dominante

existente no campo de estudos em Design, em particular a partir das contribuições

seminais de Schon (Cross, 2001; Donald A. Schon, 1984). Conforme foi identificado

anteriormente durante a revisão da literatura os designers tem de disputar com a Gestão

o protagonismo e legitimidade dentro das organizações, em particular nas ações de

definição estratégica, uma das razões para as quais sendo que o campo do Design não

possui a maturidade científica e metodológica de outras disciplinas presentes nos estudos

de inovação e organizacionais como é o caso da Gestão (Buchanan, 1990, 1992; Bürdek,

2005, pp. 276–280). Ainda de acordo com Rizal Sebastian (2005, pp. 81–83, 89), os

designers são solucionadores de problemas, geralmente menos focados na análise das

relações de causalidade ou questões de validade que garantam a generalização de soluções

para outros contextos. Esta limitação dificulta contudo a sua luta pela legitimidade no

discurso académico e investigação, enfraquecendo igualmente os esforços e a luta pela

credibilidade dentro da organização, que por motivos operacionais e culturais é ainda

fortemente dependente de contributos advindos de raciocínio dedutivo e menos sensível

a argumentos qualitativos e subjetivos - “Muitos conceitos são baseados em histórias de

sucesso pessoais dos gurus, que inventam o curso em torno, e reúnem um grupo de

seguidores. Contudo as ideias teóricas e os modelos subjacentes não são suficientemente

validados empiricamente e as terminologias surgem como sendo fracas quando

confrontadas com os críticos das regras e lógicas formais”70(Sebastian, 2005, pp. 88–

89)

70 Tradução livre do autor do original “fundamental being sufficiently as fields of science. Many concepts

are based on personal success stories of the gurus, who invent the travel around, and gather a group of

followers. Theoretical ideas, models are not empirically while often validated, terminologies appear weak

against the critics of rules and formal logics”

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118

4.3 Racional metodológico

“Todo o conhecimento é em resposta a uma pergunta. Se não houvesse nenhuma

pergunta, não haveria conhecimento científico. Nada procede-se a si mesmo”

Gaston Bachelard

Como mencionado anteriormente no primeiro capítulo os principais objetivos da

presente tese é compreender a natureza e o papel das capacidades em Design dentro da

organização, a fim de avaliar e melhorar o seu impacto para o desempenho económico

das organizações. Para atingir tais objetivos perseguem-se os seguintes objetivos de

investigação:

Primeiro objetivo - Compreender o papel do Design enquanto capacidade ao

serviço da organização. A possível identificação de diferentes naturezas dessas

capacidades poderá servir também para analisar separadamente o papel do Design

na sua importância estratégica para a organização, ou seja discernir quais as

capacidades que lhe permite ajudar a construir ou manter vantagens competitivas

relevantes dentro das organizações.

Segundo objetivo - Fornecer um quadro teórico relativo às capacidades em Design

que permita distinguir a importância do Design estratégico para o desempenho

financeiro organizacional. Tal significa, estabelecer uma relação entre o lucro e o

crescimento económico com os resultados dos indicadores associados às variáveis

capacidades em Design

Terceiro objetivo - Compreender a importância de condições que permitam (ou

seja dinamismo do mercado, natureza dos recursos em Design e alinhamento

estratégico) a avaliação do valor das capacidades em Design. Procura-se

correlacionar a existência de elevado dinamismo nos mercados com o

desenvolvimento de capacidades em Design e o seu impacto sobre o desempenho

financeiro da organização. De igual modo entender se a existência de contratação

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119

externa de serviços de Design também funciona como estímulo para o

desenvolvimento de capacidades dinâmicas de inovação e absorção de

conhecimento do exterior. Estabelecer esta relação pretende contribuir para uma

maior compreensão sobre a importância de adequar o investimento e esforço no

desenvolvimento do Design como um recurso estratégico em relação às

oportunidades ou limitações oferecidas pelo ambiente onde a organização está

inserida.

Tomando como ponto de partida estes objetivos estabeleceram-se um conjunto de

fases de investigação julgadas apropriadas, de acordo com os momentos e dispositivos

metodológicos da investigação, e que de seguida se apresentam.

4.3.1 Etapas de investigação e métodos utilizados

A seleção de métodos (e principalmente a metodologia subjacente) é resultado

tanto de um conjunto de motivações e crenças do autor (resultado do paradigma de

investigação), como também das exigências impostas pela natureza das questões de

investigação, e ainda das suas hipóteses de investigação e constructos teóricos que exigem

na fundamentação de resultados testes adequados de validação e fiabilidade. Tudo isso

justifica a necessidade de se realizar uma escolha cuidadosa, criteriosa e devidamente

fundamentada dos métodos a utilizar na investigação.

Enquanto a literatura revista nos capítulos dois (2) e três (3) permitiu obter uma

melhor compreensão sobre alguns dos aspetos relativos à natureza das capacidades em

Design dentro da organização, permitiu também identificar um conjunto de lacunas no

conhecimento e que são resultado de um reduzido número de estudos quantitativos

realizados até ao momento sobre o impacto das capacidades em Design na performance

financeira das organizações. Posição descrita sumariamente no primeiro capítulo,

argumenta-se que a teoria das capacidades dinâmicas fornece um quadro teórico

adequado e útil à compreensão da natureza e ao estudo do comportamento das

capacidades em Design. Em particular, o modelo apresentado no artigo de Catherine

Wang e Pervaiz Ahmed (2007) e que serve o propósito de contextualização das questões

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120

identificadas, proporcionando a esta investigação fundamentar-se junto de um quadro

teórico mais amplo e coerente, o que se torna particularmente útil durante a análise do

fenómeno.

Contudo e embora a utilização deste enquadramento teórico já mais amadurecido

sirva o intuito de sustentação do estudo das capacidades em Design, o mesmo não deve

ser feita à custa do sacrifico das especificidades que possam ser inerentes a essas

capacidades e das especificidades decorrentes da prática do Design. Assim sendo, e

embora se tenha recorrido a constructos e pressupostos teóricos do quadro teórico das

capacidades dinâmicas apresentados por Wang e Ahmed (2007), foi igualmente

necessário adicionar-se algumas modificações aos pressupostos nele inscritos e de forma

a melhor acomodar algumas das especificidades, contributos e lacunas identificadas nos

capítulos dois e três que incidiram sobretudo na literatura de estudos do Design e o estudo

sobre as suas capacidades e impacto.

Talvez motivado por esta necessidade de agregação do modelo teórico de

capacidades dinâmicas às especificidades das capacidades em Design, realizou-se um

esforço adicional na operacionalização dos conceitos teóricos, assim com uma maior

preocupação com a adequação e validade das medições com as perguntas de investigação.

Procurou-se propor itens e escalas de medida adequadas, não só tendo em consideração a

literatura sobre capacidades em Design, mas também elementos da literatura proposta por

autores do campo da Gestão Estratégica, nomeadamente os autores mencionados no

artigo relativo ao modelo teórico (Wang & Ahmed, 2007) para uma correta adequação.

Tal estratégia e esforço adicional destinam-se a alargar as referências existentes com o

intuito de identificar e explorar possíveis semelhanças entre autores de ambos os campos

científicos.

A operacionalização das variáveis por sua vez permitiu realizar a especificação e

identificação do modelo teórico proposto, etapas sem as quais não se poderia retirar

conclusões relativas aos dados recolhidos e nem estudar o grau de ajustamento entre os

pressupostos teóricos que compõem o modelo e os resultados da análise factorial

realizada. Depois de se definir verbalmente as representações dos conceitos teóricos

definidos pela investigação deve-se proceder a uma procura metódica por todas as

diferentes e correspondências que esses conceitos possam ter nos fenómenos do mundo

real, ou seja, as suas manifestações (Watt & Berg, 2002, p. 21).

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121

O processo de recolha de dados foi composto de múltiplas etapas, que procuraram

primeiro auxiliar no desenvolvimento do instrumento de medida. Posteriormente

procurou-se obter informação através desse instrumento e que permitisse testar a validade

e qualidade de ajustamento do modelo à evidência empírica. Os métodos de recolha de

dados foram os seguintes (e por ordem de realização):

a) Entrevistas semiestruturadas;

b) Painel de juízes;

c) Pré-teste presencial do questionário;

d) Questionário online (piloto e questionário principal).

Devido ao quadro teórico apresentado, e a fim de suportar as conclusões e

pressupostos identificados após a revisão da literatura, recorreu-se à análise de equações

estruturais (AEE) para explorar de forma mais adequada a relação estabelecida entre as

variáveis identificadas (algumas destas variáveis latentes) e para todo o modelo teórico.

Da família de técnicas de análise multivariada (Kothari, 2004), a modelação estrutural é

um método de investigação bastante útil nessas situações, pois permite estimar a

existência e o impacto das variáveis latentes dentro de um modelo teórico pré-definido

pelo investigador. Talvez também por estas razões a análise de equação estrutural seja

atualmente tão popular nas ciências sociais e humanas como "modelo de equações

estruturais permite fenómenos complexos para serem estatisticamente modelado e

testado. Técnicas de AEE estão, portanto, tornando-se o método preferido para

confirmar (ou refutar) modelos teóricos de uma forma quantitativa"71 (Schumacker &

Lomax, 2010, p. 7).

A modelação estrutural permite testar o modelo teórico e sua hipótese de pesquisa

inerente ao considerar seus erros de medição. As variáveis latentes são variáveis que não

são diretamente observáveis ou mensuráveis, a sua análise e medição é realizada através

de métodos indiretos de estimação de resultados e recorrendo a um conjunto de número

variáveis observáveis (variáveis manifestas ou itens) e que se acredite definam a mesma

71 Tradução livre do autor do original “structural equation modeling permits complex phenomena to be

statistically modeled and tested. SEM techniques are therefore becoming the preferred method for

confirming (or disconfirming) theoretical models in a quantitative fashion”

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122

variável latente (Schumacker & Lomax, 2010, p. 2). Como tal a estimação de resultados

implica que exista sempre a possibilidade de existência de erro, procurando-se contudo

garantir que a probabilidade desse erro existir não seja estatisticamente significante. Por

fim é importante adicionar que o modelo de equações estruturais pertence à classe de

modelos estatísticos reflexivos, ou seja, modelos para os quais os indicadores, ou

variáveis manifestas, assumem valores devido à existência de uma variável subjacente e

que não é visível por observação direta (variável latente) (Kline, 2011; Marôco, 2014).

Como foi argumentado nos capítulos anteriores estes são os pressupostos do

modelo teórico a apresentar, e também por este motivo o modelo de equações estruturais

revela ser o mais adequado para análise dos resultados e verificação das hipóteses de

investigação. Contudo, e caso os pressupostos teóricos fossem os de um modelo

formativo, então os métodos de análise mais indicados já seriam os modelos de análise

de regressão em componentes principais ou técnicas de mínimos quadrados (Marôco,

2014, p. 25). Toda análise relativa à estimação do modelo estrutural proposto foi realizada

através do software estatístico apropriado.

Poderá consultar-se nos anexos um conjunto de tabelas que visam resumir as

opções metodológicas utilizadas (Tabela 13 - Fases do processo de investigação), e

descriminadas no decorrer do roteiro de investigação (Diagrama 12 - Roteiro das etapas

de investigação).

4.4 Validade e fiabilidade

Da capacidade de se traduzir proposições teóricas e constructos abstratos em

variáveis manifestas, variáveis essas que possam ser medidas de forma concreta a partir

de observação direta, depende o sucesso e validade geral de nossas teorias e conclusões

(Johnston et al., 2014, p. 241). Uma vez que a presente tese de Doutoramento se encaixa

nos pressupostos de uma investigação fundamental, e servindo o propósito de confirmar

(ou não) uma proposição teórica ou empírica (Bordens & Abbott, 2011, p. 4), deve ser

sempre concedida especial atenção aos testes de validade e fiabilidade. A investigação

em Ciências Sociais é frequentemente realizada mediante metodologias que envolve

observação direta e o desenvolvimento de medidas, e, neste caso particular por ser uma

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123

investigação que envolve métodos quantitativos, as questões de validade e fiabilidade

alcançam ainda uma maior importância.

Para se extrair conclusões robustas e consistentes dos dados recolhidos deve-se

primeiro recolher evidência suficiente para fundamentar o pressuposto de que as variáveis

de investigação medem de facto aquilo que se propõem a medir (Sampson, 2012, p. 39).

E uma vez que tal relação não poder ser estabelecida em absoluto e somente se possa

almejar a uma aproximação da realidade, adquirem especial importância as questões

relativas à validade e fiabilidade das escalas, uma vez que da sua qualidade dependem a

capacidade de sustentação das conclusões retiradas a partir da observação empírica. O

mesmo se aplica à capacidade de extrapolação desses resultados para os pressupostos do

quadro teórico inicial, e do qual depende o correto teste das hipóteses de investigação

subjacentes. Uma vez que as opções e escolhas do investigador são autocentradas e por

natureza enviesadas, a generalização científica dos resultados e as confirmações teóricas

encontram-se dependentes de uma boa avaliação de validade (Nunnally & Bernstein,

1994, p. 83).

Partilha-se igualmente das preocupações de Eriksson (2014, p. 317) que

argumenta que em vários estudos de investigação sobre o estudo das capacidades

dinâmicas são omissos nos detalhes relativos ao processo de operacionalização das

variáveis teóricas, racional metodológico entre outros elementos relevantes, ou falta de

posicionamento do estudo face à literatura em geral, sendo que na opinião do autor esta

falta de transparência dificulta o desenvolvimento de teoria adicional e a acumulação de

conhecimentos relativamente ao estudo das capacidades dinâmicas. Com o objetivo de

fornecer uma base de investigação mais sólida, e mostrando ter tido em consideração

algumas das principais ameaças à avaliação global da validade – considerando

nomeadamente o uso de procedimentos inadequados ou a sua falta de coerência com os

problemas investigados, assim como a existência de considerações tendenciosas e falta

de validade externa (Creswell, 2002, p. 19) – apresenta-se de seguida um roteiro que

inclui todos os estágios da investigação e desenvolvimento de instrumentos.

É também concedido especial cuidado à descrição do processo de validação

relativamente às etapas de operacionalização e verificação da relação entre indicadores e

constructos, e que complementa a descrição dos métodos desenvolvidos e racional

metodológico global apresentado anteriormente. Pretende-se assim tornar o processo de

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124

validação mais transparente (Nunnally & Bernstein, 1994), partilhando tanto as

preocupações como as estratégias utilizadas para reduzir os riscos de enviesamento e

demais ameaças ao processo de verificação da validade da operacionalização dos

constructos teóricos. Por outro lado essa transparência contribui para a credibilidade das

conclusões e sobre o rigor da investigação realizada (Watt & Berg, 2002, p. 98), além de

ser um exercício fundamental para o desenvolvimento de medidas de qualidade (T. R.

Hinkin, 1998, p. 4).

Diagrama 4 - Avaliação de um instrumento de medida

4.4.1 Validade facial e de conteúdos

De acordo com Timothy Hinkin (1995, p. 969) validade de conteúdo deverá ser a

principal preocupação durante o processo de geração de itens e o requisito psicométrico

mínimo para avaliar a adequação dos instrumentos de medição. E embora não seja

somente em si mesma suficiente para provar a validade de constructo, a validade de

conteúdo é muitas vezes vista como o seu primeiro e mais importante passo (Timothy R.

Hinkin, 1995, p. 969; Schwab, 2005, pp. 31–32). Por esse motivo deve ser estabelecida

antes de se procurar testar a teoria (Johnston et al., 2014, p. 241; Lynn, 1986), e é descrito

pelos autores como sendo um processo composto por duas fases distintas:

conteúdo critério constructo

convergente divergente nomológica

teste / reteste

questionários alternativos

consistência interna

avaliação do instrumento de medida

validade fiabilidade generalização

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125

a) Definição do domínio e desenvolvimento do instrumento - De acordo com

Grant e Davis se o domínio do constructo e identificação subdomínio devem ser

considerados os primeiros passos, em seguida, o investigador deve ter como

objetivo identificar e descrever os itens utilizados para medir tais construtos

(Grant & Davis, 1997, p. 269);

b) A segunda etapa relativa à avaliação da validade de conteúdo dos constructos

foi desenvolvida através da avaliação dos itens identificados por um painel de

peritos externos. A validade de conteúdo além da identificação de indicadores na

literatura, é também estabelecida quando esse painel de juízes confirma que os

itens escolhidos pela pesquisa são considerados como sendo uma amostra

representativa do universo que o investigador pretende estudar ou seja que os itens

referem-se e definem o mesmo constructo (Cronbach & Meehl, 1955, p. 282).

Durante a utilização do painel de peritos externos o autor recorreu ainda à

aplicação de um índice de validade de conteúdo que procurou eliminar potenciais viés do

investigador, avaliando o conteúdo, o estilo e abrangência dos itens (Grant & Davis, 1997,

p. 271). Por se reconhecer existir algum risco inerente ao facto de que essa abordagem

depender de um corte arbitrário de itens (Johnston et al., 2014; Polit & Beck, 2006), a

discussão também foi complementada por meio de um conjunto de doze entrevistas,

alargando o debate e com o intuito de reforçar a validade facial e de conteúdo dos

constructos. As contribuições recolhidas pelo painel de entrevistas ganharam especial

importância no âmbito deste quadro, uma vez que também auxiliou em entender melhor

como medir alguns desses conceitos, tendo em consideração as especificidades do cenário

do mundo real.

Este processo de melhoria de validade facial foi discutido e revisto durante

sucessivas rondas de entrevistas e interações com especialistas quer do meio empresarial

e quer da Academia. A validade facial é o método científico mais simples, mas menos

robusto para a avaliação de validade de conteúdos, uma vez que apenas pretende

demonstrar que a questão parece medir o que se propõe a medir (Bordens & Abbott, 2011,

p. 133). Embora limitada, subjetiva e difícil de quantificar como possa parecer (Bordens

& Abbott, 2011; Nunnally & Bernstein, 1994), a validade facial é muito útil para

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126

estabelecer a ponte entre o conceito teórico e fenómenos do mundo real, por ajudar à

recolha de respostas precisas dos participantes (Schwab, 2005, p. 31).

“A avaliação da validade facial é útil e importante porque permite testar a reação típica

que os indivíduos possam ter em relação a um instrumento, teste ou questionário. Se o

individuo considera que o instrumento, teste ou questionário efetivamente mede o que é

concebido para medir, então esse individuo poderá ficar mais motivados para participar

na medida. (Por esse motivo) a medida não tem necessariamente de ter validade facial”72

(Sampson, 2012, p. 40)

Em conjunto a procura de validade facial e de conteúdo constituem medidas de

natureza qualitativas e constituem passos importantes iniciais que permitem concluir

sobre a adequação dos itens e perguntas desenvolvidas para captar os domínios e

dimensões dos constructos teóricos e as variáveis que se pretende medir (Burton &

Mazerolle, 2011, p. 28).

4.4.2 Validade de constructo

Constructos teóricos permitem ao investigador compreender, explicar e prever

melhor determinados fenómenos e interpretar os resultados obtidos. No entanto

estabelecer a validade de um constructo é um processo complexo e que depende da

capacidade desse investigador em especificar de forma clara as dimensões que melhor

definem o comportamento de uma variável latente. Peter Schwab (2005, p. 26) afirma

que não é possível medir constructos diretamente e extrair resultados a partir destes uma

vez que constituem representações mentais elaboradas por um investigador enquanto

elabora uma teoria, sendo uma hipotética existência que terá de ser posteriormente testado

pela direta observação do fenómeno no mundo real. Como somente inferências podem

72 Tradução livre do autor do original “Examining face validity is important because it is useful to know the

typical reaction that individuals have to an instrument, test, or questionnaire. If the individual believes that

the instrument, test, or questionnaire does measure what it is intended to measure, then the individual may

be more motivated to complete the measure. A measure does not necessarily need to have face validity”

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127

ser feitas sobre a correspondência entre essa teoria e os resultados do mundo real, a

validade do constructo ganha relevância sendo extraída da avaliação do comportamento

de scores e comparando possíveis padrões convergentes com as proposições teóricas

sobre como esse scores pontuações se deviam comportar. A validade de constructo é uma

questão-chave no desenvolvimento de instrumento de medição.

“A validade do constructo é o grau no qual uma medida operacional se correlaciona com

o conceito teórico investigado. A validade de constructo fornece ao investigador a

confiança de que um questionário mede efetivamente o que se pretende a medir. A

validade do constructo permite aos investigadores retirar conclusões legitimadas e a das

suas descobertas, quando e se nenhum critério ou conteúdo tenha sido aceite como

adequado”73 (Burton & Mazerolle, 2011, p. 28).

Como não é possível medir diretamente constructos (variáveis latentes) torna-se

fundamental assegurar o mais alto grau de confiança possível de que o que se está a medir

representa o constructo que se pretende definir e estudar. Torna-se fundamental assegurar

(na medida do possível) e confiar que o instrumento escolhido realmente mede o que se

destina a medir, sendo que a validade do constructo relaciona-se com o grau de

ajustamento da variável observada em relação ao comportamento previsto da variável

teórica (Bordens & Abbott, 2011, p. 134). A validade de constructo é, portanto, em última

análise, a preocupação com a consistência e congruência entre o que é medido e o que

previa a teoria que iria ser medida (Sampson, 2012, p. 40), e sem ela os resultados da

teoria tornam-se ambíguos, não permitindo retirar conclusões teóricas nem julgar sobre a

adequação (ou inadequação) da teoria implícita (R. P. Bagozzi, Yi, & Phillips, 1991, p.

422).

73 Tradução livre do autor do original “Construct validity is the degree to which an operational measure

correlates with the theoretical concept investigated. Construct validity provides the researcher with

confidence that a survey actually measures what it is intended to measure. Construct validity allows

researchers to draw legitimate conclusions from their findings when and if no criterion or content has been

accepted as adequate”

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128

4.4.2.1 Validade convergente e descriminante

A validade convergente mede o grau de associação que os diferentes itens

aparentam manter entre si, e é um passo importante na avaliação da validade do

constructo, uma vez que deve estar presente quando um score de itens é suposto medir o

mesmo constructo (Schwab, 2005, p. 32).

"Se os resultados não convergem, isso sugere que as variações nos dados podem derivar

em parte da diferença de métodos, aumentando assim a dúvida sobre a validade da

medida"74 (O’Leary-Kelly & J. Vokurka, 1998, p. 399).

A análise da validade convergente necessita, no entanto, de ser complementada

com a validade discriminante uma vez que, enquanto a primeira examina o grau de

concordância de itens diferentes para medir o mesmo conceito, validade discriminante

examina a diferenciação entre construtos, tentando se certificar de que o mesmo item não

está medindo mais de um constructo (R. Bagozzi & Yi, 1988; Campbell & Fiske, 1959).

“A validade discriminante avalia o grau de diferenciação entre medidas que pretendem

representar conceitos distintos. A noção é que, se dois ou mais conceitos são únicos,

então não deverá existir elevada correlação entre itens de cada uma das respectivas

medidas”75 (R. P. Bagozzi et al., 1991, p. 424)

Conforme Schwab sustenta (2005, pp. 33–34) validade discriminante é importante

para validar novos constructos que necessitem ainda de comprovar que não compartilham

o mesmo domínio que outros constructos já existentes e dos quais se pretendem

74 Tradução livre do autor do original “If the results fail to converge, this suggests that the varia- tions in

the data may stem in part from the difference in methods, thereby raising doubt about the validity of the

measure” 75 Tradução livre do autor do original “Discriminant validity is the degree to which measures of different

concepts are distinct. The notion is that if two or more concepts are unique, then valid measures of each

should not correlate too highly”

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129

diferenciar. Isto é de particular importância modelo teórico desenvolvido, composto por

variáveis teóricas que se devem distinguir entre si76.

Tanto a existência de validade discriminante como validade convergente foi

verificada através de análise factorial exploratória (Hair, Black, Babin, & Anderson,

2010; Marôco, 2014). Na análise factorial exploratória é possível analisar e demonstrar

se os itens de cada constructo revelam ter uma covariância forte entre itens do mesmo

fator, mas fraca ou inexistente entre itens pertencentes a fatores distintos, sendo que a

falta de validade convergente e discriminante significaria a impossibilidade de sustentar

conclusões teóricas substanciais nos nossos resultados do estudo (Watt & Berg, 2002).

4.4.2.2 Validade nomológica

Outro fator crítico na avaliação da validade dos constructos teóricos é a validade

nomológica. Validade nomológica mede o grau de previsibilidade de comportamento da

relação entre constructos teóricos e de acordo com um quadro teórico subjacente,

verificando-se para o efeito o comportamento das variáveis manifestas e o grau de

acerto/ajustamento dos resultados obtidos com os resultados esperados, e avaliando-se

desta forma o comportamento verificado com o comportamento que se esperava verificar

tendo em conta as relações teóricas estabelecidas (Protogerou et al., 2012, p. 21; Spanos

& Lioukas, 2001, pp. 914–916). Estas relações encontram-se estabelecidas ao longo de

diversos capítulos da tese, mas em particular no capítulo cinco que inclui a

operacionalização quer das variáveis teóricas, quer das hipóteses de investigação. O

modelo teórico proposto tem como ponto de partida o modelo apresentado por Wang

inclui algumas especificações relativas ao estudo das capacidades em Design

consideradas pertinentes. É esse modelo teórico, e as hipóteses subjacentes que irão

posteriormente ser analisadas e validadas à luz dos resultados obtidos por investigação

empírica.

76 Por exemplo a importância de se validar a diferença entre os constructos de capacidades dinâmicas e

capacidades operacionais em Design

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130

4.4.2.3 Validade de critério

O estudo da validade de critério serve para verificar se os instrumentos de medição

propostos na investigação podem ser administrados de forma mais económica e/ou prática

do que outros instrumentos semelhantes já existentes, fundamentando-se as razões que

podem levar um investigador a preferir a utilização destas escalas em detrimento de outras

(Schwab, 2005, p. 34). Contudo, e conforme se verificou durante a análise do estado da

arte, a investigação relativa ao impacto das capacidades em Design ainda não se encontra

verdadeiramente amadurecida, não se tendo conhecimento de outros estudos quantitativos

semelhantes que tenham recolhido evidência empírica e que possam servir de referência

para comparação e análise da validade de critério (validade concorrente), ou o estudo e

comportamento da escala e resultados medidos em diferentes momentos ao longo de um

período de tempo (validade preditiva).

4.4.2.4 Fiabilidade

Além das questões relativas à validade também a avaliação da fiabilidade e

robustez são elementos essenciais que permitem aos investigadores disseminarem os

resultados da sua investigação com a confiança e segurança suficientes para serem aceites

pela comunidade científica (Burton & Mazerolle, 2011, p. 28). A fiabilidade de uma

escala avalia a consistência e robustez dos resultados obtidos pelos instrumentos de

medida utilizados durante o processo de investigação. De acordo com Schwab (2005)

existem três dimensões de fiabilidade que devem ser testadas pelo investigador com o

propósito de fundamentar a robustez dos resultados alcançadas, sendo elas:

a) Fiabilidade da consistência interna que se refere ao grau de semelhança entre

os scores extraídos dos diferentes itens, medindo o seu grau de consistência

quando esses itens devem descrever o mesmo constructo;

b) Fiabilidade por concordância entre pares que se refere ao grau de semelhança

e consistência nas avaliações de um grupo de especialistas sobre a validade de um

(ou mais) constructo. Este teste foi realizado por meio da avaliação dos

constructos por um painel de especialistas;

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131

c) Fiabilidade da consistência de dados que se refere ao grau de consistência dos

scores ao longo de um determinado período de tempo, avaliando-se o grau de

correlação entre eles. Esta avaliação depende da utilização de medições que se

desenvolvam de forma iguais, sobre a mesma amostra mas em pelo menos dois

momentos inteiramente distintos e com suficiente intervalo entre eles.

Conforme se poderá verificar através da leitura dos próximos capítulos os

resultados desta investigação foram testados na sua fiabilidade quer através da avaliação

de consistência interna (capítulo seis), e quer através da fiabilidade por concordância entre

pares (capitulo cinco). Contudo, e devido às características do processo de recolhas de

dados que foram definidos como sendo relativos a um só período de execução do

questionário, não existe forma de comparar os dados entre séries temporais diferentes, e

não se podendo por isso calcular a fiabilidade da consistência de dados que avalia a

consistência dos resultados dos instrumentos ao longo de um período de tempo.

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132

Resumo do capítulo

Este capítulo centrou-se sobretudo na apresentação e justificação dos pressupostos

e dispositivos metodológicos utilizados no decorrer da investigação. Ao fornecer os

quadros epistemológicos e ontológicos subjacentes pretendeu-se posicionar o

entendimento sobre as problemáticas associadas ao projeto de investigação desenvolvido

ao longo da Tese de Doutoramento, em particular à luz das contribuições para a área de

Estudos de Design. Este capítulo torna-se deste modo particularmente útil para

contextualizar algumas das questões e opções metodológicas abordadas durante o

processo de investigação.

Foi também dado especial ênfase à descriminação das ações relativas aos testes

de validade e fiabilidade das medidas utilizadas no processo de investigação devido à

importância que o relatório destas ações tem para a transparência e robustez dos

processos e conclusões da investigação (Eriksson, 2014).

Este capítulo destinou-se sobretudo a fornecer um racional geral relativo à

segunda fase da Tese e que vai lidar exclusivamente com a recolha de dados empíricos e

respectiva análise. As questões de operacionalização são discutidas exaustivamente no

capítulo seguinte assim como serão descritos os processos e resultados relativos à

avaliação de validade de conteúdo da medida proposta. O capítulo cinco irá também

realizar a especificação e identificação do modelo teórico, processos essenciais para

possibilitar a correta estimação e avaliação de ajustamento do modelo através de equações

estruturais.

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133

5 Especificação e identificação do modelo

Notas introdutórias

No capítulo anterior o autor procurou fornecer uma perspectiva geral do processo

de investigação, incidindo sobre os princípios metodológicos que sustentam o teste e a

validação das hipóteses do modelo teórico proposto. Neste capítulo iremos prosseguir

com a especificação e operacionalização necessária dos constructos presentes no modelo

teórico. Isso inclui a descrição da fundamentação teórica proporcionada pela revisão de

literatura, assim como o seu aperfeiçoamento por meio dos processos de entrevista.

Pretende-se neste capítulo proceder à operacionalização dos conceitos,

pressupostos e hipóteses teóricas que irão constituir a base de suporte às conclusões

retiradas da análise dos resultados dos capítulos seguintes. De acordo com João Marôco

(2014, p. 245):

“O modelo geral de equações estruturais é um modelo linear generalizado que inclui

variáveis manifestas e variáveis latentes num mesmo quadro teórico (...) o modelo geral

pode subdividir-se em dois submodelos: i) o submodelo de medida, que define a forma

como as variáveis latentes são operacionalizadas e ii) o submodelo estrutural que define

as relações causais e ou de associação entre as variáveis latentes”.

Assim sendo este capítulo inicia-se com a apresentação dos processos subjacentes

à definição do submodelo de medida e relativo à operacionalização dos constructos

identificados no modelo teórico, incluindo os passos para verificação da validade de

conteúdos e facial importantes a essa etapa. Após essa primeira etapa, os subcapítulos

finais serão dedicados à especificação e identificação do modelo teórico, com a

identificação dos parâmetros e relações estabelecidas entre as variáveis na forma de

equações estruturais.

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134

5.1 Operacionalização dos construtos teóricos

5.1.1 Visão geral

A definição operacional de uma variável resulta de um conjunto de procedimentos

desenvolvidos pelo autor e que lhe permite e realizar observações e medições

relativamente a variáveis de dimensões teóricas (constructos), definindo assim os

métodos indiretos utilizados para compreender e medir algo que não pode ser medido

diretamente. A partir da correta identificação das variáveis que pressupõe tal medição

depende a correta definição (validade) e a consistência da representação do constructo

proposto (fiabilidade). Também as relações entre os conceitos teóricos e as variáveis

operacionais devem ser adequadamente descritas como forma de maximizar a

previsibilidade do modelo teórico em relação ao comportamento verificado do fenómeno

no mundo real.

Conforme referido em capítulos anteriores este estudo tem como objetivo

posicionar e operacionalizar a contribuição do Design enquanto recurso estratégico à

disposição da organização, nomeadamente através da análise de suas contribuições no

âmbito do quadro teórico das capacidades dinâmicas (Helfat et al., 2007; Teece et al.,

1997). Subsequente à revisão da literatura, um modelo teórico foi desenvolvido a partir

de um conjunto de três principais proposições teóricas. Na literatura encontram-se alertas

de que o enquadramento teórico das capacidades dinâmicas ainda carece de contributos

de estudos empíricos em número suficiente que permitam ultrapassar a falta de precisão

dos atuais instrumentos de medida (Alsos, Borch, Ljunggren, & Madsen, 2008, p. 2). Essa

visão é partilhada por outros autores (Eriksson, 2014, pp. 307, 315; Janssen, Castaldi, &

Alexiev, 2014) que referem que a seleção de medidas é ainda um dos principais desafios

da investigação sobre capacidades dinâmicas devido ao caracter intangível dos conceitos

teóricos, adicionando que tal é notório na contradição aparente entre autores em relação

aos métodos em falta (qualitativos ou quantitativos).

O modelo teórico proposto pelo autor é uma extensão do modelo proposto por

Wang (2007), mas foca-se contudo no estudo do comportamento das capacidades em

Design. O modelo apresentado é também original na sua procura e análise dos fatores

subjacentes a essas capacidades em Design, responsáveis por estas se tornarem rotinas

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135

estratégicas dentro da organização. Um estudo mais aprofundado no comportamento das

capacidades em Design poderá auxiliar as organizações na sua adaptação à mudança

externa, contribuir para a manutenção ou construção de vantagens competitivas de relevo,

e assim permitir um entendimento sobre o seu impacto sobre a performance económica

das empresas. Para se alcançar estes objetivos procedeu-se a uma conversa cruzada entre

autores de campos de conhecimento diferentes e no decorrer da revisão da literatura (em

particular capítulos dois e três). A extensão ao modelo original que resultou deste

processo implicou a inserção de algumas modificações, presentes sobretudo na

introdução dos constructos de capacidades operacionais em Design (substituindo o

constructo de desenvolvimento das capacidades) e alinhamento estratégico (em vez de

estratégia da empresa).

Foi desta forma, e tendo em prévia consideração estes contributos e a identificação

de dificuldades por outros autores, que se procedeu à operacionalização dos constructos

teóricos e dos pressupostos teóricos do modelo teórico, identificando e recorrendo a

escalas de medida que se adequassem às especificidades identificadas para as capacidades

em Design. Os constructos propostos privilegiam sempre que possível os contributos

identificados na literatura dos estudos do Design e os itens gerados para sua mensuração

são agora discutidos extensivamente. O modelo teórico aqui apresentado e proposto visa

contribuir para a abertura da caixa negra das capacidades em Design procurando

diferenciar a sua natureza e os efeitos que desempenha no desempenho económico das

firmas.

Baseado no esquema de Gilbert Churchill (1979, p. 66), um resumo das etapas

incluídas no processo de operacionalização das variáveis teóricas pode ser consultado nos

anexos (Diagrama 13 - Etapas no desenvolvimento e validação de um instrumento de

medida - adaptado de Churchill Jr. (1979))

5.1.2 Domínios dos constructos e definições operacionais

De acordo com Peter Schwab (2005, p. 26) o investigador deve procurar sempre

especificar com clareza o domínio dos constructos que se propõem a operacionalizar,

identificando a sua natureza, o seu significado e o que nele se encontra incluído de forma

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136

a permitir comunicar a outros investigadores o que pretende investigar e qual o seu

entendimento sobre os conceitos abordados. A inclusão da definição do domínio dos

constructos a operacionalizar é aliás descrito por outros autores (Grant & Davis, 1997, p.

269) como sendo um elemento fundamental no processo de garantir a validade de

conteúdos e por esse motivo deve sempre ser uma das principais preocupações a ter pelo

investigador.

De acordo com Mazerolle durante o processo de definição dos domínios dos

constructos e elaboração das medidas o investigador pode se confrontar com duas

possibilidades distintas:

"Se se estiver utilizando uma escala pré-existente, os investigadores devem estabelecer a

fiabilidade e validade do instrumento para a sua amostra. No caso em que uma escala

adequada não exista, os pesquisadores precisam usar um painel de especialistas para os

auxiliar no desenvolvimento de indicadores que possam servir para medir cada

constructo que pretendem investigar”77 (Burton & Mazerolle, 2011, p. 29)

Tendo em consideração o enquadramento descrito, e em particular a falta de

estudos empíricos que tivessem em consideração possíveis especificidades da área do

Design na análise das capacidades dinâmicas, procurou-se seguir os procedimentos

descritos por Churchill (1979), Flatten et al (2011) e Hinkin (1995) relativamente às

etapas de geração de itens e desenvolvimento de escalas de medição. As principais

motivações foram as de ampliar conceptualmente os constructos e o modelo teórico

original de Wang (2007) e Winter (2003), assim como assegurar a validade de conteúdos

das medidas propostas.

Devido à intangibilidade do conceito teórico das capacidades em Design a sua

definição provoca alguma confusão e discussão entre diferentes autores. Por esse motivo,

e durante a revisão de literatura, procurou-se também identificar escalas pré-existentes e

que mais tarde seriam avaliadas em termos de fiabilidade e validade da nossa pesquisa

específica. Tal deve-se sobretudo ao facto da revisão de literatura focar-se na

77 Tradução livre do autor do original “If using a pre-existing scale, researchers must establish the

instrument’s reliability and validity for their sample. In the case where an appropriate scale does not exist,

researchers need to use a panel of experts to assist in developing items that measure each construct they

plan to investigate”

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137

identificação das características dessas capacidades em Design e na forma como estas são

geridas dentro da organização. Em alguns casos, contudo, essas escalas não foram

encontradas na literatura de Design e tiveram que ser emprestadas de outras áreas do

conhecimento, o que, e novamente de acordo com (Burton & Mazerolle, 2011, p. 29), não

constitui um problema se a fiabilidade e validade dessas escalas forem posteriormente

comprovadas.

Assim sendo, e de acordo com Flatten et al (2011, pp. 100–101) iniciou-se por

identificar sobreposições teóricas entre linhas de investigação da área de estudos de

Design e as dimensões dos constructos conforme definidas no seu domínio pelo modelo

teórico original (Wang & Ahmed, 2007), estabelecendo sempre que possível uma relação

inequívoca entre essas linhas de investigação e as dimensões dos constructos

apresentados, de forma a possibilitar a identificação de um conjunto inicial de indicadores

recolhidos e a partir de investigação realizada sobre capacidades em Design para ser

examinada na sua validade por especialistas externos.

A meta tabela resumo das justaposições teóricas pode ser consultada nos anexos

(Tabela 14 - Resumo das sobreposições teóricas). Essa meta tabela disponibiliza a

correspondência entre as linhas de investigação e as dimensões, descrevendo-se de

seguida de forma resumida algumas das principais conclusões sobre esse processo.

Para o Design enquanto capacidade inovadora considerou-se útil a investigação

de Ricardo Chiva e Joaquín Alegre (2009) na qual o Design é visto como a capacidade

que promove o envolvimento de clientes e fornecedores no processo de criação e

desenvolvimento de produtos de clientes. Também Birgit Jevnaker (2000, pp. 29, 36–37)

descreve a capacidade de Design de inovação como a tomada de ações que leva à adoção

de novos conhecimentos e ideias, incluindo a promoção e desenvolvimento de ambientes

criativos bem como o fomento de intercâmbio aberto dentro da organização como fatores

para permitir a inovação. Gemser (2011, pp. 76–77) sugere que a eficácia em Design pode

ser medida pela liberdade e os recursos (apoio) concedida aos designers para explorar

conceitos e ideias que ambicionem ir além do escopo do projeto ou de ideias e conceitos

existentes. E por fim outros autores descrevem a importância económica dos prémios em

Design, suscitando diferentes tipos de benefícios, nomeadamente relevarem a reputação

de Design inovador para se distinguir em relação a outros competidores e valorizar os

seus produtos no mercado (Gemser & Wijnberg, 2003; T. Sung, Wu, & Chang, 2010).

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138

Em relação ao Design enquanto capacidade de absorção encontramos particular

interesse na investigação de Claudia Acklin (Acklin, 2013a, 2013b), sendo que por sua

vez Acklin conserva as raízes dos seus conceitos no constructo ACAP78 de Flatten e Zahra

(Flatten et al., 2011; S. A. Zahra & George, 2002). Também igualmente importantes as

contribuições de Salvato (2003) a respeito das micro-estratégias centrais da organização

e do papel do Design nas mesmas.

O Design enquanto capacidade adaptativa tem sobreposição teórica com as

competências de inovação e os constructos de mudança organizacional e inovação de

Chiva e Alegre (2009, paras. 426–427), relacionando principalmente a capacidade de

monitorizar a capacidade inovação externa (concorrentes) e a capacidade de gerir a

mudança internamente através da implementação de novas práticas junto dos outros

departamentos. Também de interesse é o conceito de ambidestria contextual Gibson e

Birkinshaw (2004, p. 209) na qual a adaptabilidade refere-se à capacidade de rapidamente

reconfigurar as atividades das unidades de negócio de forma a atender às novas exigências

no ambiente de tarefas, incluindo desafiar e questionar as formas tradicionais de realizar

as tarefas e rotinas.

E finalmente, para Design enquanto capacidade operacional, teve-se em

consideração as contribuições de Winter (2003) e outros autores que descrevem as

competências e contribuições específicas das tarefas diárias da organização e que lhe

permitam ganhar a vida no presente. Assim sendo as capacidades operacionais de Design

compreende as atividades básicas necessárias para criar produtos de alta qualidade que

garantam competitividade à empresa, ou melhorar os padrões de produção, reduzindo os

custos de produção ou os custos associados ao tempo de lançamento de produtos e

serviços no mercado. Verificou-se ser de particular interesse os contributos de Gemser et

al (2011) que divide as principais contribuições do Design em duas categorias. A primeira

categoria é relativa ao Design funcional, que inclui Design para adaptação e incorporação

tecnológica, a funcionalidade e facilidade de uso. A segunda categoria diz respeito ao

Design experimental, que inclui o Design enquanto fator de apelo aos sentidos humanos,

e Design simbólico que evoca emoções e suporta a autoexpressão (Verganti, 2008a, pp.

11–12). Igualmente importante a sobreposição com os conceitos relacionados à qualidade

78 O acrónimo ACAP significa capacidade de absorção e provém do Inglês Absorptive CAPacity

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139

de produção retirado do constructo de dimensões de Design no desenvolvimento de novos

produtos (Trueman & Jobber, 1998, pp. 601, 603).

5.1.2.1 Capacidade de inovação

5.1.2.1.1 Domínio do constructo capacidade de inovação

A capacidade de inovação em Design refere-se à capacidade do Design em

contribuir para o contínuo desenvolvimento de novos produtos, serviços ou mesmos

novos segmentos de mercados, através do alinhamento de uma orientação estratégica

inovadora com comportamentos e processos inovadores (Wang & Ahmed, 2004, 2007).

Inclui a inovação de produto, ou seja a capacidade de introduzir em tempo útil novos

produtos no mercado que seja percecionados e entendidos pelos consumidores com sendo

uma novidade e que preencha necessidades ou aspirações destes (Wang & Ahmed, 2004,

2007). Inclui igualmente a inovação de mercado e que se refere ao nível de novidade nas

abordagens que as empresas adotam para entrar e explorar mercados-alvo (Wang &

Ahmed, 2004, 2007). Comporta também a inovação comportamentais que se revela

através de indivíduos, equipas e práticas de gestão que permitam a formação de uma

cultura de inovação, contribuindo também para a recetividade interna global de ideias

potencialmente inovadoras (Wang & Ahmed, 2004, 2007). E por fim diz respeito também

a inovação estratégica que representa capacidade de uma organização em desenvolver

novas estratégias competitivas e gerir objetivos organizacionais ambiciosos, apoiando

práticas inovadoras e alavancar recursos limitados (Wang & Ahmed, 2004, 2007).

5.1.2.1.2 Indicadores para o constructo capacidade de inovação

Iain Cockburn et al referem a medição do número de artigos científicos publicados

ao longo do ano e o número de patentes como possível indicador (Cockburn, Henderson,

& Stern, 2000, p. 21). Contudo essas medidas pode não ser suficiente para representar

fielmente os contributos das capacidades em Design pois revela-se difícil de separar as

contribuições do Design de outras disciplinas (como por exemplo a Engenharia). Wang e

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140

Ahmed (2004, p. 14) propõem que se procure examinar a atitude das organizações no

sentido de promoção da inovação, tais como o encorajamento dado aos funcionários para

pensarem e agirem de forma inovadora ou se a organização é frequentemente pioneira no

mercado na introdução de novos produtos e serviços.

Outros autores propõem a medição e verificação dos resultados dessas

capacidades inovadoras, tal como se a taxa de introdução de novos produtos e serviços,

ou a taxa de mudança nos métodos de produção como indicadores da capacidade de

inovar (Miller & Friesen, 1983, p. 232). Contudo Avlonitis et al (1994, para. 21)

contradizem Miller e aconselham os investigadores a evitar a utilização deste tipo de

indicadores por considerarem que organizações adoptantes iniciais não são

necessariamente mais inovadoras do que as organizações exibam um comportamento

retardatário (Avlonitis et al., 1994, p. 6).

Identificou-se um conjunto de autores que elegem como fator determinante e

indicativo de inovação por Design o comportamento da gestão de topo assim como os

incentivos que propõem à inovação. Cita-se em particular os indicadores relativos ao nível

de risco que os executivos assumem na exploração de soluções inovadoras (Miller &

Friesen, 1983, p. 232) e a procura por soluções inovadoras e pouco usuais (Miller &

Friesen, 1983, p. 233). Outros ainda preferem destacar indicadores que se centrem nas

características dos sectores onde a empresa se insere por acreditarem que se a organização

opera num sector onde a entrada de incumbentes é relativamente fácil então a entrada de

novos competidores no mercado pressiona as que já se lá encontram a inovar (Avlonitis

et al., 1994, p. 19).

Noel Capon et al (1992, p. 158) propõem de dados financeiros na

operacionalização da variável inovação através de indicadores relacionados com

performance no mercado e crescimento de vendas, além de outros que meçam o nível de

pioneirismo da empresa no desenvolvimento de produtos e o seu grau de sofisticação

tecnológica. Enquanto Chiva e Alegre (2009, p. 427) referem no seu artigo que as

capacidades de inovação podem ser medidas em termos de capacidade de monitorização

das tendências de consumo no mercado e pelo grau de entendimento sobre o que a

organização pode desenvolver de realmente inovador (e que não seja uma mera cópia do

que outros competidores possam já estar a fazer). Por fim Michele Simoni et al (2014,

para. 10) referem a importância do Design de produto em conciliar a adoção de novas

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141

tecnologias com o desenvolvimento de capacidades na identificação de nichos

emergentes como forma de se diferenciarem da competição através da inovação.

Whan Sung et al (2010) consideram os prémios relacionados com inovação e bom

Design como um bom indicador pois aumenta a reputação da organização e sustenta a

aplicação de um preço premium. Este argumento é reforçado por outros autores (Gemser

& Wijnberg, 2003) que acrescentam que os prémios em Design limitam o espaço dos

competidores diretos em simplesmente imitar Designs premiados devido à exposição que

estes têm, ou seja os prémios cumprem a dupla função de fortalecer uma reputação e

destacar a empresa em relação aos seus competidores (Gemser & Wijnberg, 2003, p. 65).

Outros estudos referem existir uma relação positiva entre performance da empresa

e o grau de liberdade que é dado aos designers para explorarem conceitos e ideias

inovadoras (Gemser et al., 2011, p. 76). Ou propondo a operacionalização do constructo

de capacidades de inovação em Design através de indicadores que medem o grau de

adoção de novo conhecimento e ideias, o fomento pelo Design de espaços de trabalho

criativos, e o grau de incentivo a disseminação de práticas e trocas entre departamentos

através do Design (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 29). Pode-se concluir que estes autores

concentram dentro da cultura organizacional da empresa o seu foco na identificação de

indicadores.

Avlonitis et al (1994) referem a importância do apoio e investimento em inovação,

tais como a alocação de recursos humanos para desenvolvimento de novos conceitos e

produtos, o grau de aceitação a propostas de introdução de novos produtos, ou uma

política de formação contínua dos quadros da empresa. Verifica-se contudo que alguns

desses itens são formulados de forma algo vaga e não são de fácil compreensão por quem

responde – exemplo “pretende estar na vanguarda da tecnologia” (Capon et al., 1992, p.

158) - enquanto outros podem significar correlações perigosas com outros itens de

constructos distintos, tornando difícil a distinção entre diferentes dimensões.

Por fim referir que o autor optou por rejeitar alguns dos itens sugeridos e citados

pelos autores do modelo teórico original das capacidades dinâmicas (Wang & Ahmed,

2007). Essa opção deve-se ao facto de se ter considerado que para medir as contribuições

específicas de Design para a inovação deve-se privilegiar os contributos de autores nas

áreas de Design. Por esse motivo também os itens adicionados são resultado de alguns

contributos identificados durante a revisão da literatura (capítulos dois e três).

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142

5.1.2.2 Capacidade de absorção

5.1.2.2.1 Domínio do constructo capacidade de absorção

A capacidade de absorção é definida pelos autores (Wang & Ahmed, 2007; S. A.

Zahra & George, 2002) como a capacidade em reconhecer o valor de informação nova,

externa e valiosa, mostrando ser capaz de assimilá-la e aplicá-la dentro da organização

com propósitos comerciais. Inclui a capacidade da organização em identificar e adquirir

conhecimentos gerados externamente e que são críticos às suas operações (S. A. Zahra &

George, 2002). Inclui a capacidade da organização em desenvolver um conjunto de

rotinas e processos que permitem analisar, processar, interpretar e compreender a

informação obtida a partir de fontes externas à organização (S. A. Zahra & George, 2002).

Inclui a capacidade da empresa em desenvolver e aperfeiçoar as rotinas que facilitam a

combinação de conhecimento existente com conhecimentos recém-adquiridos e

assimilados (S. A. Zahra & George, 2002). E por fim também comporta o conjunto de

rotinas que permitem às empresas aperfeiçoar, ampliar e potencializar competências e

capacidades existentes ou para criar novas por incorporar nas suas operações

conhecimento que adquiriu e transformou previamente (S. A. Zahra & George, 2002). Ou

seja, pode-se resumir este constructo nos aspetos-chave de aquisição de conhecimento

externo relevante, assimilação desse conhecimento, e criação de novo conhecimento

através da sua adaptação às especificidades e recursos existentes na própria organização.

5.1.2.2.2 Indicadores para o constructo capacidade de absorção

Jaana Woiceshyn e Urs Daellenbach (2005) fornecem evidências sobre a

importância da existência de um campeão que lidere no processo de introdução e

integração de novas tecnologias e procedimentos dentro da organização. Carlo Salvato

(2003) aborda especificamente as questões da integração do conhecimento externo como

sendo uma capacidade de Design. A sua investigação centra-se na estratégia de Alessi,

uma das principais empresas de design globais que se especializaram em trabalhar com

designers externos (a maioria jovens talentos). Salvato no seu artigo (2003) expõe a

importância do briefing em Design nesse processo, a fim de concentrar os esforços e

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143

facilitar a integração desta ideias e visões frescas. Nele o autor estuda o modelo

estratégico e operacional da Alessi para concluir que nesta organização existe uma

combinação repetida e contínua de novo conhecimento obtido junto de designers externos

com os elementos centrais e definidores da visão estratégica da empresa, incorporados no

briefing e no meta-projeto pré-designado pela empresa de acordo com essa estratégia e

posicionamento (Salvato, 2003, p. 94).

Para Tsai (2001, p. 999) um indicador interessante para medir a capacidade de

absorção ao nível das unidades de negócio é a medida de intensidade em I&D (custos em

I&D divididos por total de vendas). Cohen e Levinthal propõem no seu artigo (1990) a

medição de outros fatores tais como nível de transferência de conhecimento entre

departamentos da empresa, e a existência de interfaces ou os guardiões tais como aqueles

discutidos nos capítulos anteriores e que tenham a responsabilidade e capacidade de

assegurar essa transferência de conhecimento interno e a absorção de conhecimento

externo.

Flatten et al (2011, p. 110) propõem uma escala de medida para compreender a

capacidade de absorção da organização que inclui a importância da busca diária de

informações relevantes, motivação dos colaboradores em fazer integrar informação

externa para dentro da empresa, a existência de comunicação interdepartamental e o

compromisso da Administração para um rápido e interdisciplinar fluxo de informação, as

capacidades dos funcionários para compreender e utilizar de forma inovadora o

conhecimento absorvido, ou o nível de exploração de novas tecnologias e processos.

Roberto Verganti sugere a inclusão de um conjunto de diferentes indicadores que

captem a disponibilidade da organização em desenvolver a capacidade de intermediação,

entre os quais: envolver os designers numa fase inicial do processo de inovação; ter os

designers em contacto direto com os gestores de topo para possibilitar o desenvolvimento

de estratégias orientadas por Design a longo prazo; escolher consultores de Design tendo

em consideração as diferentes linguagens” a que podem ter acesso e desenvolver durante

as relações de longo prazo que pretendem desenvolver com eles e que lhes permita

alcançar maior confiança e alinhamento entre atores; ou entender que os designers atuam

como guardiões dentro da empresa pois possibilitam o acesso e incorporação de

conhecimento externo de difícil compreensão pelos recursos existentes (Verganti, 2003,

p. 38).

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144

Por fim o autor considerou também os indicadores propostos por Flatten et al

(2011, p. 110) relativos à operacionalização das quatro dimensões do constructo ACAP

de Zahra (2002). São elas a procura por atualização de conhecimentos e de aplicação em

capacidades operacionais da organização (dimensão de aquisição), a capacidade de

disseminar novas ideias e conceitos por vários departamentos (dimensão de assimilação),

a capacidade de adaptação a mudanças externas como preferências dos consumidores ou

a introdução de novas tecnologias assim como a capacidade dos trabalhadores em

absorver e aplicar novo conhecimento na sua pratica (dimensão transformação), e por fim

a capacidade de levar ao mercado novos produtos e conceitos assim como aumentar a sua

eficiência interna com o recurso e adoção de novas tecnologias e processos (dimensão

exploração).

5.1.2.3 Capacidade de adaptação

5.1.2.3.1 Domínio do constructo capacidade de adaptação

Capacidade de adaptação (ou capacidade adaptiva) é segundo os autores Wang e

Ahmed (2007, p. 37) a capacidade da organização de identificar, adaptar e aproveitar as

oportunidades de mercado emergentes. Capacidade de adaptação é manifestada através

da flexibilidade estratégica - a flexibilidade inerente dos recursos disponíveis para a

empresa e a flexibilidade na aplicação desses recursos. As capacidades em Design que

permitem à empresa identificar, adaptar e aproveitar as oportunidades de mercado.

Capacidade adaptativa é manifestada através da existência de flexibilidade estratégica - a

flexibilidade inerente dos recursos disponíveis para a empresa e a flexibilidade na

aplicação desses recursos (Wang & Ahmed, 2007, p. 37). Inclui a capacidade de uma

empresa em adaptar o seu perfil de adequação ao mercado em que se insere de forma a

responder às oportunidades externas; ser capaz de sondar e monitorizar o mercado

(clientes, concorrentes, processos, etc.) e a fim de rapidamente ser capaz de identificar e

reagir às mudanças nas condições do ambiente externo; a capacidade da organização em

responder às mudanças nas condições de mercado de forma rápida; assim como a

capacidade da empresa em promover a mudança interna, nomeadamente através da

existência de sistemas de gestão dentro da firma que promovam e incentivem os seus

recursos humanos a questionar e desafiar tradições e práticas antiquadas.

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145

5.1.2.3.2 Indicadores para o constructo capacidade de adaptação

Cristina Gibson e Julian Birkinshaw (2004, p. 217) propõem alguns itens para a

construção de escalas que capturaram a dimensão adaptabilidade, dentro do constructo de

ambidestria tais como os incentivos ao questionamento de práticas obsoletas e

inamovíveis, ou a capacidade de adaptação do sistema de gestão da empresa para se

adaptar rapidamente a mudanças no Mercado ou mudanças nas prioridades de negócio.

Violina Rindova e Suresh Kotha (2001, pp. 1273, 1274) desenvolveram uma

pesquisa sobre a empresa tecnológica Yahoo e que se concentra na importância das

capacidades dinâmicas para ajudar a organização a construir vantagens competitivas,

mesmo em um mercado muito exigente e rápido identificando um conjunto de indicadores

relativos à medição da capacidade de adaptação e evolução em mercados hiper-

dinâmicos. Esses indicadores incluem a capacidade da organização em desenvolver

rotinas de aprendizagem, e capacidade de recombinar de forma consciente e contínua

diferentes elementos internos para responder à mudança.

Os autores Oktemgil e Greenley (1997, pp. 465, 466) operacionalizam a

capacidade adaptativa como um conjunto de itens que mede a capacidade de organização

em responder a oportunidades externas, nomeadamente as suas atividades de marketing,

a monitorização de mudança nos mercados e das ações dos principais competidores, assim

como a existência de um bom serviço pós venda. Igualmente interessante é o conceito de

velocidade de adaptação às mudanças externas desenvolvido pelos autores (Oktemgil &

Greenley, 1997, p. 465) e que se mede através da velocidade com que a organização foi

capaz de responder a mudanças como “As modificações ao nível de produtos e/ou

serviços; As flutuações nos níveis de preços; Campanhas publicitárias; Esquemas de

distribuição“(Oktemgil & Greenley, 1997, p. 466)

Berends et al (Berends et al., 2010, p. 105) na sua investigação concluíram que os

designers ao desencadearam interações contribuem para a utilização de soluções e linhas

de pensamento divergentes, o que conjugadas com metodologias de aprendizagem

rápidas como a prototipagem, permitia às organizações conciliar os seus imperativos de

resultados financeiros a curto prazo com uma necessário flexibilidade à mudança externa.

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146

Para estes autores as capacidades de adaptação e flexibilidade que os designers externos

traziam às empresas somente se manifestavam se estas organizações entendessem e

tratassem estas capacidades como complementares, procurando envolver e integrá-las

junto das capacidades de produção e relação com o consumidor já existentes

internamente. Beatrice D’Ippolito et al (2014, p. 1345) consideram por sua vez que as

capacidades de reconfiguração do Design dependem da progressiva conversão, integração

e formalização de novas práticas que os designers absorvem junto das práticas e

capacidades existentes dentro da organização. Maciver (2012, p. 28) descreve o perfil de

atuação das consultoras de Design com intuito de destacar o perfil proactivo de

reorientação e reconfiguração das capacidades e recursos existentes nas empresas. Para

Maciver esses contributos só se tornam possíveis devido à capacidade do Design em

desenvolver metodologias transversais de Design ou de recorrer a equipas

multidisciplinares e dinâmicas que possibilitem a flexibilidade necessária para criar

soluções customizadas e ajustadas ao perfil de cada cliente e/ou projeto. Westcott et al

(2013, p. 16) consideram que estas capacidades de adaptação em Design só são

desenvolvidas em organizações que possuem equipas de designers em departamentos

chave e que lhes possibilite um relacionamento próximo com os clientes.

Para outros autores (Sato et al., 2010) estas capacidades devem-se ao uso de

metodologias de prototipagem, a relação direta com o utilizador final e que possibilitam

à organização desenvolver essa flexibilidade, mudar as formas tradicionais de agir ou

procedimentos, e simultaneamente adaptar-se e reagir à mudança de comportamento dos

clientes e concorrentes. Por fim Kathleen Eisenhardt e Martin (2000, p. 1107) revisitam

a ideia de intermediação de conhecimento descrita por outros autores tais como Roberto

Verganti ou Davide Ravasi, mas desta vez enfatizando a capacidade de reconfiguração e

recombinação do conhecimento externo absorvido com o conhecimento interno já

existente. Fundamentam estes argumentos através do exemplo da IDEO e na qual são

identificadas capacidades dinâmicas de reconfiguração nas rotinas dos gestores de Design

durante a procura e criação de novos produtos através “intermediação de conhecimento

a partir de um conjunto de projetos de Design anteriormente desenvolvidos em diferentes

indústrias e em conjunto com um número alargado de clientes”79 (Eisenhardt & Martin,

2000, p. 1107).

79 Tradução livre do autor do original “knowledge brokering from a variety of previous design projects in

many industries and from many clients”

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147

5.1.2.4 Capacidades operacionais em Design

5.1.2.4.1 Domínio do constructo capacidades operacionais em Design

Capacidades operacionais são as capacidades que permitem a uma organização

para ganhar a vida no seu dia-a-dia (Winter, 2003). Em relação à atividade do Design as

capacidades operacionais incluem a capacidade de desenvolver as atividades e rotinas

necessárias para projetar e desenvolver produtos de alta qualidade, melhorar os padrões

de fabricação e distribuição, ou reduzir os custos associados à produção e tempo de

lançamento mercado de produtos (Gemser et al., 2011; Trueman & Jobber, 1998; Winter,

2003). As capacidades operacionais em Design dizem respeito às contribuições do Design

para a melhoria da funcionalidade do produto e facilidade de uso (Gemser et al., 2011);

inclui as contribuições do Design para o aumento do apelo dos produtos e da sua imagem

para os sentidos humanos (design sensorial) e evocação de emoções e suporte da

autoexpressão do consumidor (design simbólico) (Gemser et al., 2011); manifesta-se

ainda na capacidade do Design em contribuir para o eficaz cumprimento de requisitos de

produção industrial, incluindo a simplificação dos processos e a redução dos custos de

produção globais (Trueman & Jobber, 1998).

5.1.2.4.2 Indicadores para o constructo capacidades operacionais em Design

Sarah Wu et al (2010, p. 734) alertam para o facto de que a caracterização das

capacidades operacionais ser muitas vezes dominada por uma qualidade idiossincrática e

relativa ao conjunto de especificidades de cada organização. Tal facto torna impossível a

construção de instrumentos que aglomerem todas essas especificidades necessárias para

um estudo que reúna dados de um conjunto relevante de empresas, e como se verifica no

caso desta Tese, um conjunto intersectorial de empresas. Nestes casos, e devido às

limitações indicadas, deve-se contornar essa imprecisão definindo tanto quanto possível

os indicadores relativos às comunalidades que possam ser identificadas para as

capacidades operacionais entre empresas. Este processo é alias também utilizado por

Eisenhardt e Martin (2000, pp. 1108–1110) e Wang e Ahmed (2007, pp. 31–32, 35)

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148

relativamente ao estudo das capacidades dinâmicas, sendo porventura mais evidente nas

capacidades operacionais. Ainda de acordo com Sarah Wu et al (2010, p. 734), e por nos

focarmos nessas comunalidades de forma a reduzir a imprecisão causada pela omissão

das especificidades de cada empresa, deve-se focar no desenvolvimento de instrumentos

perceptuais e que incluam medidas auto-prescritas.

Na operacionalização do constructo capacidades operacionais em Design foram

inicialmente analisados os itens mencionados pelos autores Wang e Ahmed (2007)

contudo verificou-se que não havia um ajustamento destes e as possíveis contribuições

específicas que o Design poderia oferecer. Por esse motivo, concluiu-se que para realizar

o propósito de medir o Design enquanto capacidade operacional dentro do modelo

proposto (Wang & Ahmed, 2007) ter-se-ia de recorrer exclusivamente às contribuições

identificadas durante a revisão da literatura (capítulos dois e três).

Chiva e Alegre (2009, p. 426) identificam um conjunto de capacidades em Design

básicas e especializadas relacionadas com o Design de produtos de alta qualidade, a

redução dos custos de produção, eficiência no processo de desenvolvimento, entre outras

capacidades em Design consideradas pelos autores como sendo essenciais no processo de

desenvolvimento de produto e que contribuem de forma decisiva para o seu sucesso

comercial. Trueman e Jobber (1998, p. 596) evidenciam a importância das capacidades

em Design para a produção tais como os contributos na redução da sua complexidade e

aumento da eficiência de produção, e cujos resultados manifestam-se sobretudo na

redução de custos associados com materiais e tempo de entrada no mercado. Estes autores

também identificam outras capacidades operacionais que podem ser importantes para

incrementos na performance da empresa tais como a importância da qualidade e a

fiabilidade do Design no desenvolvimento de produtos para o aumento de rentabilidade

para a empresa. Ou a importância da estética e estilo para o aumento do valor

acrescentado do produto através da maior diferenciação, referindo-se portanto à dimensão

da imagem que por sua vez incorpora as capacidades operacionais que contribuem para a

criação de identidade e de branding do produto. O artigo de Trueman e Jobber propõe

assim um conjunto de itens que vão desde a capacidade do Design em desenvolver

capacidades simbólicas, funcionais ou aumento da eficiência dos processos de produção.

Hertenstein et al (2005, pp. 17–18) consideram que um conjunto de capacidades

operacionais em Design pode contribuir para um aumento da performance da empresa

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149

quer em termos de crescimento de mercado quer em termos de rentabilidade económica.

Essas capacidades operacionais incluem o desenvolvimento de produtos com elevada

qualidade estética, funcionalidade e usabilidade que possibilitem à empresa diferenciar-

se da competição e praticar preços mais altos de forma sustentável. Estes autores

consideram que essas capacidades incluem a capacidade dos designers de “criar

abordagens inovadoras e de baixo custo que permitam alcançar a funcionalidade

especificada. Eles não devem somente procurar alcançar soluções de alta qualidade com

materiais de baixo custo mas também reduzir outros custos relacionados com

materiais”80 (Hertenstein et al., 2005, pp. 17–18) ou associados à existência de práticas

empresariais que estimulem esses efeitos tais como a criação de constrangimentos e

necessidade de atingir os custos projetados (otimização) mais reduzidos sem se sacrificar

a qualidade e funcionalidade dos produtos. Estas práticas organizacionais incluem “O

encorajamento dos designers industriais para pensar além que acontece ao nível

operacional dentro da fábrica e com vista à identificação de oportunidades externas para

redução de custos. Por exemplo, o desenvolvimento de produtos duráveis e de alta

qualidade pode reduzir as despesas com garantia de qualidade. Produtos concebidos

para facilitar o serviço de manutenção e reparação podem reduzir o custo. Produtos

projetados para fácil instalação e primeira utilização podem reduzir custos com

marketing, publicidade e de suporte ao cliente”81 (Hertenstein et al., 2005, pp. 17–18).

Os autores identificam a funcionalidade, estética, proximidade com o utilizador, poder

simbólico (desejabilidade) e eficiência de produção como as capacidades operacionais do

Design que mais contribuem para a competitividade económica das empresas.

80 Tradução livre do autor do original “create innovative, lower-cost approaches to achieve specified

functionality. They not only can seek high-quality, lower-cost materials but also can reduce other materials-

related costs” 81 Tradução livre do autor do original “industrial designers should be encouraged to think beyond the

manufacturing floor for opportunities to reduce costs. For example, durable, high-quality products can

reduce warranty expenses. Products designed for easy servicing can reduce service and repair cost.

Products designed for easy installation and first use can reduce marketing, advertising, and customer

support costs”

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150

5.1.2.5 Performance económica da organização

5.1.2.5.1 Domínio do constructo performance económica

No seu artigo Venkatraman e Ramanujam (1986, pp. 802–803) definem e

delimitam o domínio de performance económica. Os mesmos autores defendem uma

conceptualização mais lata do espaço do constructo, podendo este incluir os indicadores

de performance operacionais e que incluem medidas como quotas de mercado, satisfação

com a introdução de novos produtos ou medidas de eficiência tecnológica e que

complementam uma visão mais limitativa que só dá enfase às medidas de performance

financeira tais como RSI ou RSP (Venkatraman & Ramanujam, 1986, pp. 804–805).

Esta posição é consistente com a definição utilizada por Wang e Ahmed (2007, p.

41), autores do modelo que constitui o ponto de partida da proposta aqui apresentada, e

que é também aqui utilizada para identificação do domínio do constructo de performance.

Assim sendo performance económica é a capacidade de uma empresa em obter e manter

uma vantagem competitiva, e deste modo assegurar a sua sobrevivência e crescimento a

longo prazo.

De acordo com Venkatraman e Ramanujam, e porque nos oferece em comparação

Wang e Ahmed uma operacionalização mais consistente para esta variável teórica,

podemos considerar performance económica como sendo um multiconstructo que inclui

duas dimensões distintas, uma de caracter mais financeiro e outra de performance

operacional:

a) Crescimento – Dimensão relativa à performance operacional da empresa e deve

ser operacionalizada de forma a captar e medir o sucesso externo da organização

junto do mercado em que opera - “A dimensão do crescimento reflete a tendência

do desempenho da empresa em termos de ganhos de vendas e ganhos de quota de

mercado, enquanto a rentabilidade reflete uma visão sobre a dimensão da

eficiência do desempenho atual”82 (Venkatraman, 1989, p. 957).

82 Tradução livre do autor do original “The growth dimension reflects the performance trend of the business

in terms of sales gains and market share gains, while profitability dimension reflects an efficiency view of

current performance”

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151

b) Rentabilidade – Esta dimensão é normalmente operacionalizada recorrendo aos

tradicionais indicadores financeiros, que procuram medir o nível de crescimento

das rendas económicas que a organização obtém a partir das suas atividades

quotidianas e planeamento estratégico (Venkatraman, 1989).

5.1.2.5.2 Indicadores para o constructo performance económica

Procurou-se capturar os efeitos da variável latente relativa à performance

económica das organizações com um misto de medidas objetivas (dimensão

rentabilidade) e perceptuais (dimensão crescimento), procurando-se combinar fontes de

dados primárias e secundárias com o propósito de reduzir possíveis enviesamentos

causados por métodos únicos (Wilden, Gudergan, Nielsen, & Lings, 2013, p. 13). Outros

autores defendem que apesar de ser compreensível que os estudos quantitativos

disponíveis recorreram sobretudo a medidas subjetivas quando confrontados com o

caracter intangível de alguns conceitos chave, seria útil que futuras investigações

reforçassem a utilização de dados secundários procurando para isso definir medidas

objetivas em combinação com medidas subjetivas (Eriksson, 2014, p. 315). Por seu lado

Venkatraman e Ramanujam argumentam que tanto indicadores de performance

subjetivos (auto-prescritos) como os indicadores objetivos produzem resultados similares

(Venkatraman & Ramanujam, 1987, p. 119), sendo que se pode argumentar que a

utilização de ambos os tipos de medida pode mesmo ser comparável e até complementar.

Esta posição é alias partilhada pelo autor Ilídio Barreto:

“Os investigadores não devem somente recorrer a medidas de desempenho financeiro e

de natureza contabilística mas também a indicadores destinados a medir a performance

da organização no Mercado em que opera (porque resultados divergentes foram

encontrados em outros quadros teóricos usados dependendo das medidas a que

recorriam ”(Barreto, 2010, p. 275)

O constructo de performance económica da organização é operacionalizado por

Chiva e Alegre (2009, p. 430) estabelecendo-se uma distinção entre duas dimensões

distintas - crescimento e rentabilidade - e medindo o grau de satisfação dos gestores em

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152

comparação com outros competidores diretos. Apresentando um estudo sobre impacto da

gestão em Design na organização, Chiva e Alegre procuram seguir a definição de

Venkatraman (1989, p. 957,960), onde se propõe a medição de diferentes aspetos e

indicadores tais como a satisfação do crescimento de vendas, quotas de mercado, ou

satisfação com a rentabilidade do investimento ou liquidez financeira em relação aos

competidores.

Oktemgil e Greenley (1997, p. 451) consideram que o desempenho organizacional

pode ser avaliado em termos de uma abordagem subjetiva ou objetiva – sendo que ”uma

abordagem subjetiva é baseada em perceções de executivos sobre desempenho

económico, enquanto uma abordagem objetiva está baseada em medidas contabilistas

reportadas e sujeitas a escrutínio externo”83. Estes autores acrescentam que a abordagem

objetiva é frequentemente criticada por outros autores que questionam a importância de

medidas contabilísticas enquanto contributos pertinentes para a investigação em gestão

estratégica. Oktemgil e Greenley recorrem a este argumento para justificar uma

operacionalização assente em indicadores tais como “retorno sobre o investimento, quota

de mercado, taxa de crescimento das vendas e taxa de sucesso de novo produto em

comparação com os principais concorrentes, e nos seus principais mercados”84

(Oktemgil & Greenley, 1997, p. 451).

Os autores Aimilia Protogerou et al (2012, pp. 19–20) também defendem que o

desempenho deva ser operacionalizado recorrendo às duas dimensões propostas no artigo

de Ricardo Chiva e Joaquín Alegre (2009), mas argumentando que a dimensão

rentabilidade deva ser operacionalizada por medidas tais como margem de lucro, retorno

líquido em comparação à competição, ou a taxa de Retorno Sobre Ativos (RSA). Já a

dimensão crescimento deve ser analisada por um conjunto de medidas tais como de quota

de mercado, volume de vendas ou índices de crescimento da organização no Mercado em

que opera (Protogerou et al., 2012). Não obstante, é de assinalar que os autores tecem

ainda assim algumas críticas depreciativas relativamente ao uso exclusivo de medidas

objetivas em detrimento das subjetivas alertando para o facto de que apesar as diferentes

tipologias permitirem aos investigadores obter resultados semelhantes, os dados

83 Tradução livre do autor do original “The subjective approach is based on executive perceptions of

performance, whereas the objective approach is based on reported accounting measures” 84 Tradução livre do autor do original “return on investment, market share, sales growth and new product

success rate compare to that of their competitors, in their principal markets”

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153

financeiros objetivos são muitas vezes criticados por falta de consistência, encontram-se

dependentes de diferentes noções contabilísticas ou mesmo manipulação de dados.

Erwin Danneels argumenta no seu artigo (2002, p. 1117) que os benefícios

potenciais podem ser medidos em termos de aprendizagem organizacional. Os autores

(Subramanian & Nilakanta, 1996, p. 636) sugerem avaliar o desempenho recorrendo a

medidas de eficiência (retorno sobre ativos, retorno sobre o património) e rácios de

eficácia (quota de mercado, ou vendas). Por sua vez Spanos e Lioukas na sua investigação

(Spanos & Lioukas, 2001, p. 916) operacionalizam o constructo performance económica

da organização em termos de rentabilidade e desempenho do mercado. Ambas as

dimensões do constructo são tratadas enquanto variáveis compostas - rentabilidade é

avaliada pelos itens retorno sobre o património (RSP), margem de lucro e lucro líquido.

Enquanto o desempenho do mercado é avaliado pelos níveis de "quota de mercado,

volume de vendas absoluto, o aumento da quota de mercado e de vendas" (Spanos &

Lioukas, 2001, p. 916). Esta é aliás uma posição comum e partilhada por outros autores l

que operacionalizam a performance com medidas financeiras objetivas (médias

aritméticas de 5 anos) tais como RSA (Bettis & Hall, 1982, pp. 258–259).

Por fim de referir ainda os contributos para uma medição qualitativa dos autores

Gibson e Birkinshaw (2004, p. 216) que propõem a medição do constructo desempenho

financeiro através de um conjunto de itens distintos entre si relativos ao nível de satisfação

dos clientes, capacidade de resposta às oportunidades ou de crescimento potencial

(Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 216). Sendo que também Gemser et al recorrem a

medidas subjetivas para medir performance financeira, nomeadamente perguntando aos

gestores para avaliar a performance dos produtos numa escala Likert de sete pontos e em

relação quer a produtos da competição e quer em termos de margens de lucro,

rendimentos, ou rentabilidade (Gemser et al., 2011, pp. 74–75).

5.2 Operacionalização dos efeitos de mediação

Os efeitos mediadores são efeitos indiretos que envolvem outras variáveis

responsáveis por potenciar ou reduzir o efeito direto. Ou seja, mediação acontece quando

para além do efeito direto uma variável X pode exercer um efeito indireto numa variável

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154

de resultado Y através de uma ou mais variáveis de mediação (Diagrama 5 - Efeito de

mediação). De acordo com Rex Kline tanto os efeitos diretos como os indiretos (através

de variáveis mediadoras) podem ser estimadas através de modelos estruturais desde que

a sua existência seja previamente prevista e fundamentada teoricamente (Kline, 2011, pp.

5, 8, 95). Tal significa que se deve procurar refletir e justificar o tipo de mediação desde

logo nas hipóteses e antes do seu teste.

Diagrama 5 - Efeito de mediação

5.2.1 Alinhamento estratégico

5.2.1.1 Domínio do constructo alinhamento estratégico

Alinhamento estratégico refere-se ao desenvolvimento de atividades em Design

coerentes e alinhadas com as decisões de gestão de topo, sendo, portanto, capazes de

trabalhar em conjunto para o cumprimento de metas estratégicas comuns (Gibson &

Birkinshaw, 2004, p. 209). Inclui o desenvolvimento de práticas de gestão que permitam

a diferentes departamentos e unidades de negócio trabalhar em conjunto e em torno de

objetivos estratégicos comuns (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217); representa-se

através da compreensão e integração das métricas e constrangimentos de gestão junto da

prática do Design e com o propósito de permitir a participação dos designers nos

processos de planeamento e formação estratégica da organização (Hertenstein & Platt,

1997, pp. 17–18); faz-se sentir também pelo apoio da Administração, uma vez que para

ancorar os contributos do Design no desenvolvimento estratégico da empresa o apoio para

os quadros médios e superiores de gestão é um elemento chave na sua integração (Birgit

H Jevnaker, 2000, pp. 31, 33); e por fim pode-se manifestar através da existência de

mecanismos bem definidos de documentação dos processos de desenvolvimento de novo

mediador

r

v. dep. v. indep.

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155

produtos, que clarifiquem o papel do Design no âmbito desse processo, e que permitam à

gestão de topo promover as contribuições e valor do Design junto da gestão sénior

(Hertenstein & Platt, 1997, pp. 12–13; Mrazek et al., 2011, pp. 14–15).

5.2.1.2 Indicadores para o constructo alinhamento estratégico

Os autores do modelo original (Wang & Ahmed, 2004) sugerem para

operacionalização do constructo inovação um conjunto de itens que estão diretamente

relacionados com a importância do alinhamento estratégico. Tal parece indicar a

importância da existência de um compromisso ao nível dos decisores de topo e relativo

ao desenvolvimento de capacidades dinâmicas (e seus resultados) e que estimulem a

inovação. Segundo Wang e Ahmed esse alinhamento manifesta-se pelo grau de apoio

existente por parte dos gestores para novas abordagens, ou a existência de quadros

superiores na Administração que não sejam avessos ao risco e estejam sempre à procura

de soluções não usuais (Wang & Ahmed, 2004, pp. 13–14).

Miller e Friesen (1983) também mencionam a importância de se medir o grau de

compromisso da Administração da organização com a mudança e capacidade de integrar

abordagens menos usais, o grau de conhecimento do mercado e dos principais

competidores e a consequente procura por antecipar mudanças nas condições do mercado

ou medindo o grau de inserção de novas abordagens e decisões em estratégias já

existentes (Miller & Friesen, 1983, p. 232).

Noel Capon et al identificam cinco indicadores que relacionam o compromisso de

recursos com o desempenho organizacional (constructo crescimento). Estes indicadores

pretendem medir a percentagem de investimento alocada em atividades de I&D, ou a

composição do investimento em I&D (novos produtos, novos processos, etc.), ou o grau

de aposta de absorção de conhecimento externo por via de aquisições em comparação

com o investimento no desenvolvimento de novo conhecimento por via de investigação

interna (Capon et al., 1992, pp. 160–161).

Woiceshyn e Daellenbach (2005, p. 327) argumentam que os resultados de um

caso de estudo realizado à empresa Western Canada Oil revela a importância da existência

de incentivos por parte da Administração e direcionados à integração interna e externa de

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156

nova tecnologia, assim como para a criação de um ambiente mais aberto dentro da

organização (menos restrições à aprendizagem pelo erro). Na opinião dos autores esta

abordagem permite à organização pavimentar o caminho para o sucesso, incluindo a

importância de avaliar o compromisso estratégico para com a integração de novas

tecnologias e sua adaptação interna.

A operacionalização apresentada por Gibson e Birkinshaw (2004, p. 217) também

pretende medir o grau de alinhamento estratégico promovido pela gestão sénior e

intermédia mas inclui indicadores de natureza diferente do que aqueles apresentados por

Woiceshyn e Daellenbach. Inclui itens como o grau de coerência e apoio dos sistemas de

gestão face aos objetivos da organização, a eficiência da alocação de recursos para atingir

objetivos estratégicos, ou o grau de redundância e existência de objetivos conflituantes

entre membros e departamentos diferentes da organização por culpa do sistema de gestão.

Fiona Maciver (2012, p. 27) considera que existem algumas abordagens que

possam reduzir o potencial de confrontação conceptual e relacional entre designers e

gestores, permitindo um maior alinhamento estratégico entre ambos. Essas abordagens

incluem a alocação estratégica dos membros da equipa de Design para maximizar a

interação com o departamento comercial, o grau de transparência e proximidade na

comunicação entre departamentos, grau de proximidade e regularidade no contacto com

os clientes, e capacidade de orientar e sensibilizar o cliente sobre a importância e o valor

da abordagem pelo Design.

Outros autores (Stamm, 2004, p. 18; Westcott et al., 2013, p. 16) também

destacam a importância do apoio da Administração da organização para que os designers

possam ter um maior impacto na capacidade da organização para inovar. A investigação

desenvolvida por Hertenstein e Platt conclui por sua vez que as empresas quando sujeitas

a mudanças externas evidenciam ter um maior alinhamento estratégico entre o processo

de Design de produto e o planeamento estratégico da organização (Hertenstein & Platt,

1997, pp. 12–13). Os autores que estiveram na origem deste estudo referem ainda que

nessas empresas existe processos específicos para interligar os diferentes níveis de

decisão estratégica (a estratégia corporativa com a estratégia de design industrial com a

estratégia de linha de produto com o Design de produtos específicos) facilitando a

circulação de informação desde o planeamento estratégico às decisões inerentes ao

processo de Design. Outra manifestação desse esforço para com a existência de

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157

alinhamento estratégico foi a incorporação de designers no processo de formação

estratégica da empresa com o objetivo de integrar essas diretivas estratégicas nos

objetivos do departamento de Design e atingir maior consistência estratégica através de

toda a empresa.

“(...) numa empresa, o vice-presidente para o Design informou que um esforço

concertado por parte do seu grupo de Design industrial destinado a "entender as

medições da empresa, a linguagem da empresa e da estratégia corporativa" resultou na

sua participação no planeamento estratégico corporativo”85(Hertenstein & Platt, 1997,

p. 12).

Hertenstein e Platt (Hertenstein & Platt, 1997, p. 13) referem ser igualmente

importante à organização desenvolver esforços no sentido de documentar de forma

conveniente e suficiente o processo de Design de produto, incluindo a publicação e

disponibilização a outros departamentos dos resultados dessa documentação.

Os casos de estudo de (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 35) testemunham a importância

e ênfase que é concedida por parte das empresas escandinavas à comunicação repetida e

sensibilização ao longo de períodos longos tempo sobre a importância do Design e da sua

integração e envolvimento no processo de desenvolvimento estratégico da empresa.

Jevnaker (2000, p. 45) também refere a importância que tinham para o esforço de

alinhamento estratégico os gestores que atuavam como como embaixadores e promotores

de uma abordagem de Design na gestão da empresa. Esses gestores faziam-no por

acreditarem na importância do Design para auxiliar a empresa a desenvolver capacidades

de inovação e adaptação à mudança e às possíveis oportunidades que dela advêm.

Deborah Mrazek et al (2011, pp. 12–13) propõem a utilização de uma metodologia

própria (Matriz D3) para promover o alinhamento entre as expectativas dos principais

intervenientes e os objetivos estratégicos da organização. Os autores destacam ainda a

importância de que o Design e as equipas de desenvolvimento e inovação mantenham um

85 Tradução livre do autor do original “at one company, the vice president of design reported that a con-

certed effort on the part of his industrial design group to “understand the company measurements, the

company language, and the corporate strategy” resulted in his participation in corporate strategic

planning”

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158

alinhamento entre si e com a estratégia corporativa. Ou seja, todos os departamentos

devem partilhar e trabalhar em conjunto na persecução de objetivos de negocio comuns

e sobre os quais todos tenham tido uma palavra a dizer “Reunir todas as partes

interessadas leva tempo, mas fará com que o processo de desenvolvimento decorra de

forma mais suave, mais confiável e produza resultados mais poderosos”86(Mrazek et al.,

2011, pp. 12–13).

Davide Ravasi e Gabriella Lojacono (2005, pp. 57–58) referem a importância quer

dos sinais simbólicos quer das ações concretas que contribuam para a promoção da

relevância estratégica do Design para o resto da organização. Citam alguns exemplos tais

como a promoção de designers seniores ao posto de vice-presidente da organização, ou o

envolvimento pessoal da administração e gestores seniores em atividades relacionadas

com o Design. Em ambos os casos sinaliza-se para os diferentes departamentos o

empenho e a aposta da organização em promover o Design enquanto recurso estratégico.

No mesmo sentido identificou-se ainda as contribuições de Verganti (2003, pp. 40–41)

que argumenta que os designers enquanto intermediários de linguagens devem manter

uma linha de comunicação direta com os gestores de topo na organização, assim como o

envolvimento desses executivos na promoção do Design enquanto recurso estratégico

dentro da organização.

5.3 Operacionalização dos efeitos de moderação

De acordo com Kline (2011, p. 334) uma variável de moderação é uma variável

que envolve um efeito de interação com outra variável, alterando a força da relação causal

entre variáveis no modelo, e para João Marôco (2014, p. 163) tal acontece quando o efeito

da variável preditora é afetado pela presença da variável moderadora (Diagrama 6 - Efeito

de moderação). Tudo isto significa que a definição do efeito de moderação é em tudo

semelhante ao que se descreveu anteriormente e relativamente ao efeito de variáveis

mediadoras, existindo contudo uma diferença substancial, é que o moderador não

consegue ver a sua causalidade testada diretamente. Outra diferença relevante é que as

variáveis moderadoras ao contrário das mediadoras não têm de estar entre a variável

86 Tradução livre do autor do original “Bringing all stakeholders together early takes time, but will make

the development process smoother, more reliable, and more powerful”

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159

independente e a variável dependente caso essas variáveis moderadoras sejam variáveis

categóricas, e iremos ver que esse é precisamente o nosso caso.

Diagrama 6 - Efeito de moderação

De acordo com João Marôco (2014, p. 176) as diferenças entre ambos os efeitos

são do ponto de vista dos resultados estatísticos praticamente inexistentes, justificando-

se a utilização de um efeito em detrimento de outro por razões conceptuais ou obedecendo

a critérios teóricos. E para o modelo teórico apresentado verifica-se que o efeito do

alinhamento estratégico por ser um efeito que se teoriza potenciar o desenvolvimento de

capacidades operacionais de Design sendo representado e interpretado como um efeito

mediador situado entre as capacidades operacionais e as dinâmicas, e afetado pelo grau

de intensidade de capacidades dinâmicas. O efeito do grau de dinamismo do mercado ou

da existência de designers externos na empresa são por outro lado fatores exógenos,

variáveis independentes que não dependem das capacidades dinâmicas mas que teoriza-

se que afetem o seu comportamento dentro do modelo, sendo por isso entendidas como

efeitos de moderação para o modelo como um todo, mas em particular para o constructo

das capacidades dinâmicas.

Nesta investigação os efeitos de moderação são, devido às características das

amostras utilizadas, analisados através de análise factorial confirmatória por multigrupos.

Ou seja, a moderação por multigrupos é a mais indicada quando os moderadores são

variáveis categóricas como é o caso analisado87 e onde os dados são divididos por entre

grupos separados para análise com base nos valores das variáveis e testados em relação à

diferença estatística entre grupos (tanto para medição e modelação estrutural). Por essa

razão não se torna necessário (sendo mesmo desprovido de sentido) desenvolver esforços

87 Sectores menos dinâmicos versus sectores mais dinâmicos ou recursos unicamente internos versus outros

moderador

v. dep. v. indep.

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160

de operacionalização uma vez que não se definem constructos em torno dos efeitos de

moderação.

5.4 Validade facial e de conteúdo

Conforme Hinkin afirma: “Na geração de itens a principal preocupação deverá

ser com a validade de conteúdos” (Timothy R. Hinkin, 1995, p. 969) e tendo em devida

consideração esta advertência foi novamente desenvolvido um protocolo metodológico

que envolveu um conjunto de passos sequenciais focados no pré-teste e validação dos

nossos pressupostos teóricos. O desenvolvimento das escalas fundamentou-se em

contribuições académicas relevantes extraídas de artigos e capítulos de publicações de

relevante interesse científico, incluindo igualmente os comentários e reações iniciais da

discussão com académicos e profissionais com experiência relevante tanto no campo da

Gestão e do Design. Essas entrevistas compreenderam duas fases distintas e sequenciais:

o primeiro objetivo foi de avaliar a qualidade geral dos itens, sendo que posteriormente

procurou-se discutir de forma mais aprofundada a adequação dos objetivos principais e

secundários à amostra proposta. As entrevistas serviram também o propósito de avaliar a

clareza e os pressupostos das escalas propostas.

5.4.1 1ª fase/ronda – entrevistas exploratórias sobre qualidade e validade

geral dos itens

Os itens identificados da literatura foram primeiro testados através de um conjunto

inicial de entrevistas a um conjunto de especialistas (da indústria e académicos) com o

intuito de avaliar a sua qualidade geral e visando complementar a visão recolhida de

outros autores durante a revisão de literatura. Pretendeu-se confrontar alguns dos

pressupostos teóricos propostos com a opinião e experiência dos entrevistados para

identificar potenciais questões problemáticas quer com a conceptualização das variáveis

quer com a operacionalização e obtenção de informação adequada. Este processo inicial

suscitou que se tenha validado alguns itens, a reformulação de outros e a eliminação dos

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161

considerados inapropriados. Tratou-se de um processo convergente que permitiu ao autor

avaliar o conjunto inicialmente proposto de itens, e por meio de entrevistas

semiestruturadas que foram construídas em torno das conclusões retiradas da análise

teórica.

A discussão foi depois estendida a um painel de especialistas da indústria,

compreendendo um conjunto de doze entrevistas, e procurando abrir um debate mais

alargado sobre a pertinência dos itens e com o objetivo de reforçar a validade de conteúdo

dos constructos. As contribuições desse grupo de entrevistas ganharam uma importância

especial no âmbito desta investigação uma vez que também ajudou o autor a melhor

compreender sobre como medir alguns desses conceitos e tendo em consideração as

especificidades dos sectores industriais em análise.

5.4.2 2ª fase/ronda - adequação dos itens à amostra

Numa segunda fase procurou-se identificar a adequação e relevância do conjunto

perguntas resultantes da fase anterior e à posição ocupada e grau de conhecimento e

experiência dos inquiridos, identificando possíveis viés na resposta, ou eliminação de

terminologias demasiado académicas ou técnicas tais como termos ou frases

desconhecidas. Grant argumenta que o uso de especialistas durante a fase de avaliação da

validade facial e de conteúdo deve ser complementado com o recurso a indivíduos que

pertençam aos públicos-alvo definidos pela amostra ou então indivíduos que demonstrem

conhecer bem o comportamento e nível de conhecimentos dos elementos dessa amostra

(Grant & Davis, 1997, p. 273). Por essa razão o autor entrevistou um conjunto adicional

de oito especialistas, todos com experiência relevante em gestão ou académicos com

pesquisa de relevo na área de estudo para discutir os indicadores e recolher com base na

sua experiencia e/ou conhecimentos opiniões sobre as possíveis implicações deste estudo

teórico no mundo real. Deste modo procurou-se sobretudo discutir a elaboração das

questões e a sua adequação aos indicadores que pretendiam representar, e avaliar se estas

se ajustavam ao nível de conhecimento previsto para os elementos dos diferentes tipos de

organizações que iriam responder ao questionário.

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162

Esta análise alargada e comparativa (revisão de literatura e entrevistas) permitiu

uma maior profundidade na identificação e refinamento dos diferentes itens na sua relação

com as variáveis latentes pré-determinadas.

5.4.3 3ª fase/ronda - painel de especialistas

Recorreu-se de seguida a um segundo painel de especialistas, sujeito a critérios de

seleção mais estritos em termos de composição e qualidade, e com o propósito de

validação da análise de conteúdo para o propósito de desenvolvimento de instrumento.

Para esta etapa seguiram-se as indicações e os procedimentos de validação de conteúdo

descritas no artigo de Grant e Davis (1997), tanto para a avaliação da qualidade artigos

em termos de conteúdo, estilo e abrangência, como na aplicação do limiar mínimo de

aceitação para o valor do índice de validade de 0,80. De igual forma procurou-se também

seguir o racional de investigação descrito no mesmo artigo por Grant e Davis (1997) e

que incide sobre a quantificação da avaliação dos pressupostos teóricos e

operacionalização geral dos constructos. Assim sendo o índice de validade seria calculado

com base no número de respostas positivas sobre o indicador88 89, e dividido pelo número

de avaliadores. Contudo como no caso desta investigação o número que compunha o

painel de especialistas era de quatro, a aplicação do limiar de aceitação mínimo de 0,80

significava na prática unanimidade absoluta em todos os casos, o que significaria uma

redução drástica no número de indicadores aprovados ao escrutínio e sem fundamentação

plausível que assim o justificasse. Por esse motivo determinou-se que o índice de validade

mínimo seria de 0,75 o que na prática tolerava a aceitação de um indicador com a

avaliação positiva de pelo menos três dos quatro avaliadores.

Ainda de acordo com Grant e Davis (1997, pp. 269–270), o recurso a peritos para

fornecer validação de conteúdo dos instrumentos muitas vezes ou ignora ou simplesmente

opta por não discriminar o racional (a lógica) que esteve por detrás desse procedimento,

88 De acordo com os autores Grant e Davis (1997, p. 273) são essas as classificações de quarto (4)- o

indicador é representativo do constructo, e três (3) - o indicador necessita de pequenas modificações para

ser representativo do constructo 89 Ainda de acordo com Grant e Davis (1997, p. 273) não se consideram as classificações de dois (2) – o

indicador necessita de uma séria revisão para ser representativo do constructo, e um (1) – o indicador não

é representativo do constructo

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163

apesar da robustez geral dos argumentos dependerem grandemente desse racional. A

seleção de um painel de especialistas para a validade de conteúdo foi o resultado do seu

currículo e experiência relevante, sendo que a avaliação da relevância teve em particular

linha de consideração o histórico de artigos publicados em revistas científicas de alto

impacto, a pertinência da investigação da realizada sobre o fenómeno analisado, o número

de citações por outros autores referidos na revisão de literatura e experiência profissional

em posições de elevada importância no campo do Design estratégico.

Também seguindo os procedimentos indicados por Grant e Davis (1997, p. 271)

recorreu-se ao apoio de peritos para determinar a validade de conteúdos dos constructos

em análise e de acordo com três indicadores de qualidade:

a) Conteúdo dos itens: De acordo com Grant e Davis para que os indicadores

sejam considerados como apropriados para uma correta representação e

medição de um determinado constructo devem primeiro exibir uma sólida

validade de conteúdo. Por esse motivo os autores sugerem que seja pedido ao

painel de júris/especialistas que avaliem a representatividade do domínio do

constructo alcançada através do conjunto de indicadores individuais. Grant e

Davis adicionam que deve ser permitido aos júris (e caso seja considerado por

eles pertinente) sugerir revisões para os itens que não mostrem ser adequados

ou consistentes na sua redação inicial (Grant & Davis, 1997, p. 271);

b) Estilo e clareza dos itens: Grant e Davis defendem também que os indicadores

devem descritos de forma clara e inteligível de forma a permitir ao instrumento

representar igualmente de forma precisa e inequívoca o domínio dos

constructos que pretende ilustrar. Por esse motivo os júris devem procurar

também avaliar as questões relativas à construção frásica e legibilidade dos

diferentes itens (Grant & Davis, 1997, p. 271);

c) Acessibilidade e compreensão dos itens: Por fim, e novamente de acordo com

os autores Grant e Davis, deve-se pedir ao painel de especialistas que realizem

uma avaliação global e geral ao instrumento, no conjunto dos seus indicadores

e na relação estabelecida com os constructos que procura representar e medir.

Pretende-se que se avalie a sua capacidade de representar e capturar a

totalidade do domínio do constructo, sendo-lhes dada inclusivamente a

liberdade para eliminar ou adicionar itens que possibilitem essa captura global

dos domínios atribuídos aos constructos.

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164

Os autores referem ainda a importância de se obter um grau de concordância

aceitável entre os especialistas que compõem o painel de avaliadores, e nas três dimensões

anteriormente descritas para que se possa garantir maior robustez na validação de

conteúdos do instrumento. E quando os especialistas demonstrem não concordar de forma

significativa sobre determinados indicadores ou sobre a adequação do instrumento aos

domínios propostos então o mesmo deve ser revisto, alterado e reavaliado pelo

investigador (Grant & Davis, 1997, p. 271).

No processo de avaliação da validade de conteúdo, e sempre procurando manter-

se fiel aos procedimentos descritos, preparou-se uma carta de apresentação (anexos -

Primeira carta convite para o painel de especialistas) acompanhada por um convite à

participação (anexos - Segunda carta convite para o painel de especialistas) e que foi

distribuído por um painel de quatro membros escolhidos para realizar a avaliação. Foram

fornecidas definições e outras informações sobre os domínios e subdomínios teóricos,

assim como a descrição geral de cada item e da operacionalização de hipóteses (Tabela

69 - Guia de avaliação enviado ao painel de especialistas).

De referir ainda que apenas se adicionaram para verificação de validade de

conteúdo os instrumentos que resultavam de propostas novas, ou seja as três dimensões

de capacidades dinâmicas, as capacidades operacionais e o alinhamento estratégico. Isto

porque os restantes constructos - dinamismo do mercado e desempenho económico – já

se encontravam definidos por outros autores que nomeadamente os haviam utilizado em

pesquisas anteriores e em situações muito semelhantes, não sendo por esse motivo

necessário sujeitá-los a novo escrutínio. E não obstante os novos instrumentos incluírem

escalas e itens de investigação centradas na prática e processo do Design, a realidade é

que possuíam descrições muito semelhantes às definições anteriormente utilizadas.

Após a entrega do documento preenchido, realizou-se para cada membro do painel

uma entrevista final e de forma a permitir uma discussão mais aprofundada sobre

possíveis questões existentes assim como clarificação das premissas, ou permitindo

fornecer outras perspectivas relativas ao procedimento da operacionalização dos

constructos. Durante o mês de Julho de 2015, recolheram-se e analisaram-se não somente

os resultados do inquérito mas também os comentários gerais de todos os membros do

painel. De acordo com Grant e Davis (1997, pp. 272–273) o investigador deve primeiro

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165

calcular o nível de concordância entre os especialistas antes de passar para o cálculo do

índice de validade de conteúdo. Assim sendo, e procurando seguir-se as recomendações

dadas, o autor estabeleceu uma escala de quatro pontos para normalizar a avaliação de

cada item:

“Este método recorre a uma escala de relevância e de classificação ordinal de 4 pontos

escala, medindo de 1 (não relevante ou não representativo) a 4 (sucinto e muito relevante

ou representativo). A validade de conteúdo é determinada pela proporção de especialistas

que classificam os itens como nível de relevância e representatividade mínimos de 3 ou 4.

O índice final para relevância ou representatividade da totalidade do instrumento resulta

da percentagem dos itens considerados adequados pelos avaliadores (pontuação de 3 ou

4).”90 (Grant & Davis, 1997, p. 273).

As variáveis latentes encontram-se operacionalizadas por um conjunto de itens

ordinais de tipo escala Likert de sete pontos, que procura avaliar o grau de concordância

sobre a existência das capacidades na organização assim como o grau de alinhamento

estratégico e de suporte ao desenvolvimento dessas capacidades. De acordo com Marôco

(2014, pp. 10–11) o recurso a escalas e variáveis ordinais para análise quantitativa é

controverso, contudo a atribuição de valores numéricos a categorias ordinais é uma

prática comum, que permite através de manipulação algébrica (e desde que o número de

classes da escala Likert não seja inferior a cinco) estimar quantitativamente variáveis

latentes e que não seriam mensuráveis de outra forma (Marôco, 2014, p. 11).

Por fim, compilou-se a tabela final relativa às avaliações realizadas pelos

especialistas durante o desenvolvimento do instrumento e com a indicação sobre a decisão

final respeitante à sua utilização. Essas tabelas encontram-se disponíveis para consulta

nos anexos (Tabela 15 - Indicadores capacidades dinâmicas em Design; Tabela 16 -

Indicadores capacidades operacionais em Design; Tabela 17 - Indicadores sobre

alinhamento estratégico).

90 Tradução livre do autor do original “This method uses a 4-point ordinal relevance or representative

rating scale ranging from 1 (not relevant or not representative) to 4 (succinct and very relevant or very

representative). Content validity is determined by the proportion of experts who score items as relevant or

representative with either a 3 or 4. The index for relevancy or representativeness of the total instrument is

the percentage of total items judged to be content valid by receiving a score of 3 or 4”

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166

5.5 Operacionalização das hipóteses e especificação do modelo

5.5.1 Operacionalização das hipóteses

De acordo com Kothari (2004, pp. 185–192) as hipóteses de investigação (entre

outras características) devem ser operacionalizadas de forma a permitir que possam ser

testadas, estabelecer-se relações não só entre variáveis mas também especificar a sua

natureza e permitindo fazer uma leitura consistente dos factos registados. Kothari defende

pois a necessidade de operacionalização das hipóteses (e que complementa a

operacionalização das variáveis teóricas) pois só através desta operacionalização se

permite ao investigador reivindicar uma correspondência entre o seu modelo teórico e a

leitura dos dados observados.

Este estudo procura-se entender o papel das capacidades em Design dentro das

organizações e em particular a sua influência sobre o desempenho económico, tentando

recolher evidência que permita suportar a existência do quadro teórico apresentado

anteriormente.

As hipóteses a serem testadas são:

1ª Hipótese de investigação: A existência e desenvolvimento de capacidades em

Design dentro da organização têm um impacto positivo no seu desempenho

económico;

2ª Hipótese de investigação: As capacidades em Design e a sua importância para

a organização podem ser melhor entendidas se distinguirmos entre os seus

comportamentos dinâmicos e operacionais. A relação entre capacidades

operacionais e dinâmicas é mediada pelo grau de alinhamento estratégico e

integração dessas capacidades dentro da organização;

3ª Hipótese de investigação: O impacto económico das capacidades em Design é

contingente da natureza dos recursos de Design utilizados e do dinamismo do

ambiente no qual a organização se insere.

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167

Isto havia sido previamente apresentado no capítulo introdutório e capítulo três da

revisão de literatura, sendo que nesta secção procura-se traduzir essas hipóteses nas suas

vias mais concretas – as hipóteses operacionais. Realiza-se essa ação pois tal como foi

referido anteriormente a operacionalização das hipóteses de investigação permite que o

investigador possa identificar com maior precisão os resultados que espera atingir e de

forma a melhor interpretar e fundamentar os resultados que sustentam a verificação da

hipótese apresentada. A tabela nomeia e descreve as hipóteses operacionais direcionais,

estabelecendo a ligação com as hipóteses gerais de investigação.

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Tabela 4 - Operacionalização das hipóteses de investigação

Hipóteses de investigação teóricas Hipóteses operacionais e direcionais

A existência e desenvolvimento de

capacidades em Design dentro da

organização tem um impacto positivo no

seu desempenho económico.

H1O1 - Existe uma correlação positiva entre o constructo de

2ª ordem de capacidades dinâmicas de Design (e definido por

três dimensões de 1ª ordem – capacidades de inovação,

adaptativas e de absorção) e o constructo de 1ª ordem de

capacidades operacionais em Design. Ambos os constructos

de capacidades dinâmicas e operacionais em Design estão

correlacionados positivamente e provocam superior

performance económica da organização operacionalizada por

um constructo de 2ª ordem (com duas dimensões de 1ª ordem

– crescimento e rentabilidade).

As capacidades em Design e a sua

importância para a organização podem

ser melhor entendidas se distinguirmos

entre os seus comportamentos dinâmicos

e operacionais. A relação entre

capacidades operacionais e dinâmicas é

mediada pelo grau de alinhamento

estratégico e integração dessas

capacidades dentro da organização.

H2O1 – Existe validade descriminante entre os indicadores do

constructo de 1ª ordem de capacidades operacionais e os

indicadores do constructo de 2ª ordem de capacidades

dinâmicas em Design. Tanto os itens do constructo de

capacidades operacionais assim com os itens de cada uma das

três dimensões do constructo de capacidades dinâmicas

evidenciam ter validade convergente com o respectivo fator

que definem.

H2O2 – Existe uma relação de causalidade positiva medida

pela correlação positiva e significativa do constructo de 2ª

ordem das capacidades dinâmicas e sobre o constructo de 1ª

ordem das capacidades operacionais. Essa relação é mediada

pela variável latente de alinhamento estratégico.

O impacto económico das capacidades

em Design é contingente da natureza dos

recursos de Design utilizados e do

dinamismo do ambiente no qual a

organização se insere.

H3O1 – Existe uma moderação multigrupos definida por dois

grupos de coeficientes de dinamismo do mercado

diametralmente opostos e com efeito direto sobre o constructo

das capacidades dinâmicas e efeito indireto sobre os

constructos de desempenho e capacidades operacionais.

H3O2 – Existe uma moderação multigrupos definida por dois

grupos que diferem na natureza dos recursos de Design usados

e, com efeito direto sobre construção de capacidades

dinâmicas e efeito indireto sobre os constructos de

desempenho e capacidades operacionais

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5.5.2 Especificação do modelo

A especificação do modelo teórico é um processo que permite ao investigador

identificar a priori as assunções teóricas do seu modelo teórico (Marôco, 2014, p. 30),

representando as suas hipóteses de investigação através do recurso a equações estruturais

(Kline, 2011, pp. 92–93). Kline contudo alerta-nos para o facto de que para se realizar

essa representação por equações estruturais torna-se necessário antes especificar e

parametrizar todas as relações entre variáveis manifestas e latentes que se pretendam

considerar, e com o intuito de tornar possível a verificação posterior das hipóteses através

da análise dos dados recolhidos. Os autores Schumacker e Lomax (2010, p. 55)

acrescentam na sua obra que a especificação do modelo deve basear-se em fundamentos

teóricos robustos e sólidos que permitam ao investigador interpretar os resultados da

estimação do modelo e a verificação (ou não) desses parâmetros. Ainda de acordo com

Lomax é essa obrigatoriedade de fundamentação teórica que complementa as opções

relativas às variáveis a incluir, assim como a necessidade de especificar e determinar a

natureza de cada relação e parametrização entre variáveis que fazem da fase de

especificação do modelo a mais complexa e demorada do processo de modelação por

equações estruturais (Schumacker & Lomax, 2010, pp. 55–56).

5.5.2.1 Modelo teórico

Ao revisitar a literatura conclui-se que existe a necessidade de se proceder à

operacionalização do conceito de capacidades em Design com o intuito de contribuir para

uma melhor compreensão sobre a sua natureza, assim como entender a sua importância

para a formação de vantagens competitivas e inovação dentro da organização. É opinião

do autor que este entendimento poderá revelar-se decisivo para melhor se avaliar o

impacto económico do Design e ajudar a fundamentar e reforçar o investimento realizado

pela organização no Design. O raciocínio subjacente e retirado da revisão de literatura

forneceu as premissas para a especificação e identificação do modelo presentes neste

capítulo 5 e que são agora apresentados de forma breve e sucinta.

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Diagrama 7 - Modelo teórico inicial (especificação e identificação) - adaptado de Wang e Ahmed (2007)

5.5.3 Identificação do modelo

Por fim, e após a especificação dos parâmetros e relações entre variáveis (anexos:

Especificação dos modelos estruturais hipotetizados (fatores de 2ª ordem); e

Especificação dos modelos de medida (fatores de 1ª ordem)), procurou-se verificar as

condições de identificação do modelo. A identificação do modelo teórico significa a

verificação de que o número de graus de liberdade disponibilizados por este é pelo menos

igual ou superior a zero, caso contrario o modelo é considerado subidentificado e o que

significa que dos seus resultados não se podem retirar conclusões e nem se calcular

estimativas relativas aos parâmetros que o compõem. Ou seja, caso o número de

parâmetros a estimar seja superior à informação disponibilizada pelos indicadores que

representam as variáveis latentes, ou seja os graus de liberdade forem inferiores a zero

(g.l.<0), então torna-se simplesmente impossível determinar soluções para o modelo.

Estes modelos são considerados indeterminados e não permitem avaliar o ajustamento

das hipóteses de investigação até que se reduza o número de parâmetros a estimar,

aumente o número de indicadores, ou ambos.

comunalidades:

capacidades adaptiva

capacidade absorção

capacidade inovação

performance

económica:

crescimento

rentabilidade

capacidades

dinâmicas em

Design

factores

condicionantes:

volatilidade

sector

natureza dos

recursos

Design

alinhamento

estratégico

capacidades

operacionais em

Design

relação directa

efeitos de mediação

e moderação

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Contudo mesmo que se obtenha um modelo identificado mas o número de graus

de liberdade obtido for igual a zero (g.l.=0) tal significa que o modelo é saturado porque

o número de parâmetros a estimar é igual às variâncias e covariâncias estabelecidas entre

as diferentes variáveis manifestas (Schumacker & Lomax, 2010). E de acordo com

Marôco (2014, p. 34) os modelos saturados também não são uteis ao investigador pois

não permitem avaliar a qualidade de ajustamento do seu modelo teórico à realidade, pois

permitem somente soluções únicas, de ajustamento perfeito e que nunca podem estar

errados.

Assim sendo o ideal será que a informação existente na matriz de variância-

covariância da amostra permita a estimação de parâmetros do modelo de mais do que uma

forma, ou seja, seja modelo sobre identificado, ou número de graus de liberdade superior

a zero (g.l.>0), uma vez que apesar de imperfeitos estes modelos permitem testar as

hipóteses operacionais e avaliar a plausibilidade do modelo teórico assim como a

qualidade do ajustamento (Marôco, 2014, p. 35).

Existem 14 loadings de fatores - 𝜆2𝑎𝑑, 𝜆3

𝑎𝑑, 𝜆2𝑎𝑏, 𝜆3

𝑎𝑏, 𝜆2𝑖𝑛, 𝜆3

𝑖𝑛, 𝜆2𝑠𝑡, 𝜆3

𝑠𝑡, 𝜆2𝑜𝑐, 𝜆3

𝑜𝑐,

𝜆2𝑔𝑟

, 𝜆3𝑔𝑟

, 𝜆2𝑝𝑟

e 𝜆3𝑝𝑟

– Com mais 6 loadings de fatores fixados para 1

Existem 21 variâncias de erro de mensuração - 𝜀1𝑎𝑑, 𝜀2

𝑎𝑑, 𝜀3𝑎𝑑, 𝜀1

𝑎𝑏, 𝜀2𝑎𝑏, 𝜀3

𝑎𝑏, 𝜀1𝑖𝑛,

𝜀2𝑖𝑛, 𝜀3

𝑖𝑛, 𝜀1𝑠𝑡, 𝜀2

𝑠𝑡, 𝜀3𝑠𝑡, 𝜀1

𝑜𝑐, 𝜀2𝑜𝑐, 𝜀3

𝑜𝑐, 𝜀1𝑔𝑟

, 𝜀2𝑔𝑟

, 𝜀3𝑔𝑟

, 𝜀1𝑝𝑟

, 𝜀2𝑝𝑟

e 𝜀3𝑝𝑟

Existe uma (1) variância de variável latente independente.

Existem 9 coeficientes de estrutura - µ1𝑑𝑐, µ2

𝑑𝑐, µ3𝑑𝑐, µ4

𝑑𝑐 µ5𝑑𝑐

, µ1𝑠𝑡, µ1

𝑜𝑐, µ1𝑝𝑒

e µ2𝑝𝑒

Existem 9 variâncias erro de estimação da equação - 𝜕1𝑎𝑑 , 𝜕1

𝑎𝑏, 𝜕1𝑖𝑛 , 𝜕1

𝑑𝑐, 𝜕1𝑠𝑡 ,

𝜕1𝑜𝑐, 𝜕1

𝑝𝑒 , 𝜕1

𝑔𝑟 e 𝜕1

𝑝𝑟

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De acordo com o determinado através da sua especificação conclui-se que existe

no modelo teórico um conjunto de 60 parâmetros que requerem estimação. De acordo

com Marôco (2014, p. 33) com esta informação já se torna possível calcular o número de

graus de liberdade disponível no modelo estrutural através da seguinte equação91, e onde:

𝑔. 𝑙. =(𝑝 + 𝑞)(𝑝 + 𝑞 + 1)

2− 𝑡

𝑔. 𝑙. =24 ∗ 25

2− 60

𝑔. 𝑙. = 240

Ou seja conclui-se que o modelo é sobre identificado, o que de acordo com

Marôco (Marôco, 2014, p. 34) significa que a qualidade de ajustamento pode ser avaliada

desde que o investigador possa providenciar um modelo teórico que permita comparar os

resultados obtidos com o comportamento previsto para as diferentes variáveis em análise.

Como o modelo não possui uma solução única, ao investigador apenas resta estimar o que

seria o resultado ótimo e confrontá-lo com o que seria o resultado expectável, mas sem

nunca poder aferir com total grau de certeza sobre a sua adequação exata.

91 p é igual ao número de variáveis manifestas dependentes, q representa o número de variáveis manifestas

independentes, t é igual ao número de parâmetros por estimar

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173

Resumo do capítulo

Neste capítulo procurou-se abordar as questões relacionadas com a especificação

e identificação do modelo teórico proposto. Essa procura incluiu a descrição da

fundamentação teórica proporcionada pela revisão de literatura e do processo de

melhoramento da conceptualização por meio de um processo de entrevistas. Todas as

conclusões retiradas a partir da análise de conteúdo dessas entrevistas são fornecidas neste

capítulo e são posteriormente utilizadas no capítulo oitavo, onde os resultados globais da

pesquisa são discutidos exaustivamente.

Este capítulo fornece a operacionalização dos conceitos teóricos (constructos),

assim como as ligações teóricas e hipóteses que suportam o modelo proposto no capítulo

quatro. Este capítulo é também essencial para a identificação do modelo que é feito no

capítulo seguinte (capitulo seis). Uma boa especificação e identificação de um modelo

teórico são dois alicerces fundamentais para permitir uma recolha de dados segura e que

evite futuras possíveis especificações erróneas na análise. Através de uma conduta

prudente e sempre que possível previdente, espera-se que seja possível contribuir para

uma redução dos riscos associados à interpretação dos resultados e limitações à sua

generalização, assim como simultaneamente permitir que outros investigadores possam

reconstruir o processo realizado.

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6 Recolha de dados e procedimentos analíticos

Notas introdutórias

Este capítulo é dedicado à preparação, análise exploratória e validação dos dados

recolhidos e tem como objetivo principal providenciar as condições para a estimação do

modelo teórico com base em informação de qualidade e que garanta o maior grau de

fiabilidade para o teste de ajustamento.

O capítulo sexto inicia onde o anterior (capitulo cinco) havia sido finalizado, isto

é, no teste e aplicação do instrumento de medida utilizado para a recolha de dados,

descrevendo os procedimentos relativos ao pré-teste e piloto do questionário. A triagem

dos dados recolhidos antecede a descrição do processo de análise factorial exploratória,

constituindo ambas as etapas as bases de fundamentação do modelo teórico

reespecificado e que será estimado no capítulo por meio da análise de equação estrutural.

O capítulo termina com a apresentação dos resultados dos testes de validade e

fiabilidade do instrumento, assim como dos testes relativos à identificação dos

pressupostos de análise multivariável. Esta última fase complementa os testes de validade

de conteúdo e facial descritos nos capítulos cinco e seis, e são de enorme importância

para sustentar as conclusões retiradas da estimação do modelo final e discussão de

resultados.

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6.1 Amostra

Conforme foi discutido nos capítulos anteriores de revisão de literatura, o estudo

do comportamento de capacidades em Design é caracterizado pela dificuldade de

observação das variáveis e captura direta do fenómeno. Essa dificuldade obriga ao

desenvolvimento de estratégias específicas e a cuidados adicionais não só na

operacionalização dos pressupostos teóricos mas também na qualidade da amostragem

uma vez que desta depende o grau de generalização relativa às conclusões que se pretende

retirar. Contudo de acordo com Taina Eriksson (2014, p. 314) existe uma proporção

relativamente alta de artigos académicos que se debruçam sobre as problemáticas

relacionadas com o estudo de capacidades dinâmicas e onde não se verifica o cuidado de

descrever o racional de amostragem. Esta displicência tem como principal consequência

o enfraquecimento do desígnio de transparência no relatório do processo de investigação

que acompanha o processo de investigação e ao qual se exige grande rigor.

De acordo com outros autores (Czaja & Blair, 1996; Forcheh, 2003) deve-se

sempre ter em consideração os objetivos de investigação e os tipos de análise a utilizar

para definir entre outros aspetos qual o Universo, a amostra e as técnicas de amostragem,

e de forma a assegurar a maior qualidade de ajustamento dos dados recolhidos face aos

resultados pretendidos. A nível operacional isso significa que se deve proceder à

operacionalização de cada objetivo de investigação num conjunto de instruções

operacionais mais simples e que permitissem reduzir o grau de ambiguidade desses

objetivos nas etapas de definição de amostragem e pré-teste do instrumento proposto

(Forcheh, 2003, p. 70). Pretende-se também através desse ajustamento garantir que a

amostra retirada do Universo seja representativa desse mesmo Universo de forma a

permitir que as conclusões obtidas pela amostra possam ser extrapoladas para os restantes

elementos da população, e o que implica uma partilha de características e semelhança

(Hill & Hill, 2012, p. 42).

Nesta tese de Doutoramento optou-se por estudar as características do Universo

relevante para os Estudos do Design e correspondendo-as aos objetivos principais e

secundários definidos para a investigação, o que neste caso resultou em que se tenha

optado por focar o estudo em diferentes sectores industriais e nos quais o Design tivesse

um papel relevante e de liderança. Durante a revisão exploratória da literatura tornou-se

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evidente a preocupação de alguns dos estudos (Council, 2005, 2007, 2011; Design, 2006;

Design Council & School, 2014; Kretzschmar, 2003) em obter uma amostra

representativa de diversos sectores industriais que possam ter algum interesse particular

em explorar recursos de Design (uma forma de refinar e direcionar o estudo). Verificou-

se também na revisão de literatura que estudos relevantes como os realizados pelos

investigadores Ricardo Chiva e Joaquín Alegre (2009) concentram-se somente apenas na

resposta de um sector, neste caso, a indústria de azulejos espanhóis e italianos. Contudo

essa limitação não permite que os investigadores possam reivindicar validade externa que

suporte a generalização dos resultados obtidos na investigação, nomeadamente a outros

sectores que poderão revelar comportamentos e resultados diferentes. No caso desta Tese,

e dada a natureza da mesma, entendeu-se ser útil e pertinente realizar-se um estudo com

maiores ambições, e procurando criar as condições que suportassem essas ambições.

Neste caso desenvolver uma amostra intersectorial que permita examinar com maior

cuidado possíveis diferenças entre sectores e elaborar conclusões para um Universo mais

extenso sobre a importância das capacidades em Design.

Optou-se por escolher uma amostra representativa desses diferentes sectores de

produção industrial e com o intuito de garantir a generalização de resultados através de

uma amostragem casual simples - as técnicas de amostragem casual são preferíveis

quando o investigador pretende extrapolar os resultados do estudo para o Universo com

um grau de confiança robusto (Hill & Hill, 2012, p. 45). Uma medida adicional foi a de

considerar como válida somente uma resposta por empresa, incorporando-se os

contributos de organizações individuais e com um número mínimo de oito empregados.

Por fim, é importante tecer alguns comentários adicionais relativamente à

dimensão da amostra e as razões subjacentes à escolha dessa dimensão. O presente estudo

recorreu a uma amostra de grande dimensão (mais de 450 empresas individuais) devido

ao facto de que a estimação por equações estruturais exige amostras de dimensão

significativa (Kline, 2011, pp. 11–12; Schumacker & Lomax, 2010, pp. 41–42). Mais

especificamente, e por motivos de análise estatística e correto ajustamento dos modelos,

o número necessário deve variar de acordo com a complexidade do modelo apresentado

pelo investigador e do grau de robustez para as conclusões que se procuram retirar das

análises efetuadas. A recomendação para a dimensão ideal da amostra contudo varia de

acordo com os autores - 400 (Shah & Goldstein, 2006); ou superior a 200 e não inferior

a 100 (Kline, 2011, pp. 11, 12). Para determinar a amostra mínima para um resultado

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robusto de AEE optou-se por utilizar a fórmula proposta por João Marôco (2014, pp. 28–

29):

Equação 1 - Cálculo dimensão amostra - segundo Marôco (2014, pp.28-29)

𝑛 ≥ 50𝑟2 − 450𝑟 + 1100

Onde 𝑟 = 𝑝

𝑓

p representa o número de variáveis manifestas e f o número de variáveis latentes no

modelo

Aplicando a fórmula ao modelo teórico apresentado temos:

𝑛 ≥ 50 (29

9)2 − 450

29

9+ 1100

𝑛 ≥ 20092

Tendo em devida consideração as características (plano amostral) descritas

anteriormente, procurou-se recorrer a uma base de dados robusta, fiável e que

proporcionasse uma seleção de empresas de acordo com um alargado espectro de

parâmetros para que a filtragem a realizar reproduzisse com a maior fiabilidade possível

a amostra pretendida. O autor, e após considerar diferentes possibilidades, considerou que

a base de dados que melhor se adequava em termos de qualidade, dimensão e fiabilidade

ao pretendido seria a AMADEUS, disponibilizada pelo Bureau Van Djik (BVD), e que

inclui alem dos dados financeiros mais comuns, outras variáveis qualitativas e

quantitativas de relevância para o estudo tais como localização geográfica, classificação

industrial, descrição de bens produzidos e atividade entre outras. A base de dados

AMADEUS disponibiliza até dez anos de informações acumuladas e de um número total

92 Conforme se poderá constatar pelos capítulos seis e sete houve alterações no modelo teórico que

resultariam na redução na dimensão exigível à amostra. O modelo final contaria com oito variáveis latentes

e vinte e cinco variáveis manifestas o que implicaria uma amostra com dimensão mínima de n= 183.

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superior a 16 milhões de empresas. Esses 16 milhões de registos traduz um número muito

relevante de PME’s e startups compilados por 27 países Europeus, e para os quais se

encontram disponibilizadas informações ao nível dos dados contabilísticos empresariais

padronizados para vinte e dois itens de balanço financeiro, vinte e dois itens de

demonstrações de resultados, e vinte e um índices financeiros. De referir ainda que a base

de dados a que se recorreu permitiu a filtragem dos dados de acordo com diferentes

tipologias pretendidas tais por país, sector de atividade, dimensão, entre outras e sendo

de particular importância o facto de disponibilizar como critério de seleção até três dígitos

dos códigos NACE– o sistema de estandardização Europeu para a classificação de

atividade industrial93.

O protocolo de pesquisa utilizado na AMADEUS incluiu filtros relativos à

nacionalidade de registo da organização, dimensão, antiguidade, códigos de atividade

industrial, indicadores financeiros e de performance económica, entre outros dados de

contacto importantes para a execução e validação do questionário (morada, telefone

website, email, etc.). Da consulta e análise dos dados disponibilizados pela base de dados

AMADEUS resultou a obtenção de um conjunto de empresas de acordo do qual se retirou

uma amostra aleatória e casual de cinco mil empresas.

6.2 Pré-teste e teste piloto do instrumento

6.2.1 Instrumento - questionário

A preferência relativa ao tipo de instrumento de recolha de dados recaiu num

questionário online sobretudo por esta ser a melhor solução ao alcance das possibilidades

do investigador de realizar uma recolha de dados grandes dimensões (superior a 400

respostas de empresas individuais). O desenvolvimento do questionário online

compreendeu a aplicação de conjunto de técnicas de recolha de dados adaptadas a

plataformas online, disponibilização de um questionário através dessas mesmas

plataformas94, a distribuição dos questionários pelos respondentes através de um convite

93 Recorreu-se à seriação por código NACE para a classificação dos sectores e definição da variável dummy

“indústria”. 94 Neste caso recorreu-se à plataforma SurveyGizmo versão profissional

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por correio eletrónico e a criação de uma hiperligação dedicada e que permite o

estabelecimento da posterior correspondência de cada resposta aos dados específicos

recolhidos sobre a empresa na base de dados AMADEUS.

Os questionários online trazem vantagens sobre outros tipos de recolha de dados

sobretudo em termos de custos que são mínimos quando relativos a amostras de dimensão

elevada, revelam ter uma maior flexibilidade quando se torna necessário ajustar o envio

de questionários a países e em línguas diferentes. Outras vantagens dos questionários

eletrónicos e que foram importantes durante esta recolha de dados é que permitem um

maior controlo sobre dados omissos, uma maior facilidade de correspondência e

agregação entre dados recolhidos e base de dados utilizadas pelo investigador, e ainda por

permitirem uma maior rapidez na recolha de dados e uma leitura quase em tempo real do

registo e comportamento do preenchimento das respostas permitindo uma perceção mais

qualificada sobre possíveis obstáculos, dificuldades ou caracterização e comportamento

dos respondentes (Yun & Trumbo, 2000, pp. 2–7).

Não obstante as vantagens descritas esta investigação teve também em devida

consideração as limitações associadas à utilização de questionário eletrónico e pela

internet, tais como menores taxas de resposta em relação a outros instrumentos (Yun &

Trumbo, 2000, p. 4), potenciais viés relativamente à literacia informática da população

(Check & Schutt, 2012, p. 176; Fan & Yan, 2010, p. 134; Yun & Trumbo, 2000, p. 3), ou

a falta de contacto com o respondente como forma a entender se efetivamente quem

responde está a entender o alcance das questões (Czaja & Blair, 1996). De referir contudo

que procurou-se mitigar algumas destas limitações através do protocolo de pré teste do

questionário e que de seguida são descritos.

Procedimentos de pré-teste e piloto do instrumento

A fase do pré-teste é normalmente a última fase no processo de desenvolvimento

e adequação do instrumento antes da recolha efetiva dos dados. É fundamental para testar

a adequação do instrumento junto de elementos do Universo onde a recolha de dados se

irá desenvolver. Contudo, e não obstante a sua importância, é frequentemente sacrificada

em termos do processo de investigação devido a pressões de tempo e custos que afetam

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180

os investigadores (Shelby D. Hunt, Richard D. Sparkman, & Wilcox, 1982, p. 269). Nesta

investigação contudo não só a fase de pré teste não foi sacrificada como inclusive foi

dividida em duas etapas distintas para maximizar o controlo de qualidade na recolha de

informação final. Numa fase inicial procurou-se não só testar o preenchimento do

questionário presencial mas também se discutiu com o respondente (e durante uma breve

entrevista) a adequação entre si dos objetivos de investigação, instrumento e amostra

(validade facial). Por fim houve ainda lugar a teste piloto final, realizado junto de uma

subamostra da população, e no qual se procurou testar a adesão ao questionário

analisando-se taxas de resposta e questões práticas de análise de dados como codificação

e protocolo de tratamento e aplicação dos dados.

6.2.3.1 Pré-teste

De acordo com Shelby Hunt et al (1982, p. 269) o pré-teste de variáveis incide

sobre três dimensões a testar: a dimensão da adequação do questionário no seu todo; a

análise de questões específicas; e a dimensão relativa às formas de análise de dados.

Procurou-se seguir estas indicações durante o racional de pré teste do instrumento

de medida, e para tal procedeu-se ao exame de questões relativas ao formato utilizado

nas perguntas, o sequenciamento de perguntas, apresentação (layout) do questionário, e

outros aspetos relativos à primeira dimensão. Seguiu-se uma análise de validade facial e

que foi complementada por questões relativas à clareza/ambiguidade,

acessibilidade/terminologia confusa dos indicadores. Por fim procurou-se ainda verificar

o grau de cansaço, descomprometimento, ou mesmo aborrecimento que o instrumento de

medida poderia causar junto do respondente.

Os pré-testes foram realizados através de entrevistas presenciais nas quais o

questionário era administrado para preenchimento e o investigador analisava as reações,

hesitações e outros aspetos relevantes que não poderiam ser registados por métodos não

presenciais. Procurou-se novamente seguir as indicações de Hunt et al (1982, p. 270) de

acordo com as quais as entrevistas relativas ao pré-teste devem seguir um método

protocolar onde as reações do respondente são registadas no decorrer (e ao invés de ao

final) do processo de preenchimento do questionário. Os dados foram recolhidos ao longo

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de diversas entrevistas (algumas por Skype95) a um conjunto de 10 pessoas das áreas da

gestão e Design e dos países envolvidos (Itália, Espanha, Portugal, Holanda e Reino

Unido). Ao longo do processo foi possível avaliar a coerência interna do instrumento, e

nomeadamente modificar e adicionar questões sobre aspetos que suscitavam maior

ambiguidade ou resistências por parte dos respondentes.

Procurou-se nesta fase melhorar a formulação das questões de forma a melhorar a

sua legibilidade e clareza, reduzir o enviesamento na resposta e alguma redundância,

alterar a métrica percetual e melhorar a estrutura/distribuição das questões ao longo do

questionário. Além de medidas que visavam aumentar a validade facial do instrumento

foi possível ainda discutir a inclusão de alguns indicadores adicionais, relacionados com

o controlo da qualidade da resposta em determinadas questões consideradas como sendo

mais sensíveis ou redundantes96. Adicionaram-se algumas precauções éticas relativas à

garantia de anonimato do correspondente, considerando-se que nestes casos a sua

ausência poderia provocar também um enviesamento nos resultados. Esta fase permitiu

ainda testar a validade facial do instrumento como um todo e a adequação das suas

perguntas para a obtenção dos dados de pesquisa que se pretendia.

6.2.3.2 Teste piloto

Após o estabelecimento de validade facial e identificação das questões relativas à

clareza e adequação do instrumento, desenvolveu-se a fase final de validação do

instrumento através da realização de um pequeno estudo piloto a um conjunto de mil

(1000) empresas. Esta é a terceira dimensão de recomendação de Shelby Hunt et al e diz

respeito à análise de questões que possam surgir com a codificação e tratamento das

variáveis, antecipar dificuldades no tratamento das respostas ou até mesmo preparar um

protocolo de forma a poupar tempo e recursos após a realização do questionário principal

“A derradeira questão é se o instrumento será capaz de fornecer dados com qualidade e

95 Software que permite a comunicação com audio e video por internet 96 De destacar a introdução de um controlo sobre a importância do Design que compreendeu perguntar

directamente a variação no investimento com Design dentro da organização e de acordo com Chiva e Alegre

(2009) para confirmar o grau de compromisso da Administração com o apoio ao Design.

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182

em quantidade suficiente para satisfazer os objetivos da investigação?"97 (Shelby D.

Hunt et al., 1982, p. 270).

Procurou-se aumentar a resposta com o aumento de contactos de

acompanhamento, seguindo-se as indicações providenciadas na literatura especializada e

que menciona ganhos relevantes se o investigador recorrer ao uso de múltiplos contactos

posteriores e dando seguimento ao envio inicial (Fan & Yan, 2010, p. 135; Kanuk &

Berenson, 1975, p. 441; Yun & Trumbo, 2000, p. 5).

6.3 Dados recolhidos

Por fim, e entre os meses Novembro 2015 e Janeiro 2016, realizou-se o envio do

questionário principal, recorrendo-se à plataforma Survey Gizmo responsável pelo envio

por correio eletrónico a uma amostra total de cinco mil empresas retiradas aleatoriamente

da base de dados AMADEUS. Ao longo de dois meses foi possível obter um total de 474

respostas às quais foram posteriormente excluídas 19 respostas, obtendo-se uma taxa de

respostas válidas final de 9,48%. A empresa média tem 81 empregados (mediana 24), tem

a sua fundação em 1980 (mediana 1987) e com uma faturação média de superior a 10

milhões de euros anuais (mediana 3,5 milhões euros).

Tabela 5 - Distribuição por países

Frequência Percentagem

Espanha 162 35,6%

Itália 146 32,1%

Portugal 85 18,7%

Reino Unido 34 7,5%

Holanda 28 6,2%

97 Tradução livre do autor do original “The ultimate question is, "Will the instrument provide data of suffi-

cient quality and quantity to satisfy the objectives of the research project?””

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183

Triagem e preparação de dados

Após a recolha dos dados através da realização do questionário procedeu-se à

triagem dos seus conteúdos com o intuito de aumentar a qualidade da informação

recolhida (validade e fiabilidade). Esta triagem foi realizada antes do início da condução

da análise estatística para limpar dados pouco fiáveis e assim contribuir para a validade

dos testes que pretendemos realizar. A triagem de dados é um processo que inclui o

tratamento de dados ausentes, identificação de outliers (valores atípicos e influentes), e

identificação dos pressupostos estatísticos multivariados necessários a testes alternativos

(ausência de multicolinearidade, normalidade, homocedacidade, etc.) (Hair et al., 2010;

Kline, 2011; Schumacker & Lomax, 2010; Schwab, 2005).

Adicionalmente, e novamente de acordo com João Marôco (2014, p. 61), o recurso

à analise de um modelo teórico através de equação estruturais obriga à verificação de um

conjunto de pressupostos e sem a qual o alcance a retirar das conclusões e análise feita é

limitado e a sua validade fragilizada. Os motivos prendem-se com a possibilidade de

existência de enviesamento que afete e adultere a leitura das estatísticas de ajustamento

do modelo, e das quais depende a verificação do modelo e dos pressupostos teóricos neles

inscritos. Esses pressupostos relacionam-se sobretudo com questões de verificação das

condições de normalidade multivariada, linearidade entre variáveis manifestas e variáveis

latentes, e a ausência de multicolinearidade e homocedacidade.

Recorreu-se durante a execução de todos estes procedimento ao software IBM

SPSS Statistics versão 22 e dedicado à análise estatística dos dados recolhidos pelo

inquérito, sendo que as etapas de modelação estrutural foram desenvolvidas com recurso

ao módulo AMOS Graphics versão 22, também pertencente ao pacote SPSS Statistics.

De referir ainda que o módulo AMOS revelou ser particularmente útil para a investigação

porque permitiu especificar graficamente o modelo teórico, estabelecendo visualmente as

relações entre as variáveis e pressupostos teóricos, e testar o grau de ajustamento e

validade à face dos dados recolhidos e adicionados para análise.

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184

6.3.1.1 Dados omissos

Diversos autores de referência (Hair et al., 2010; Kline, 2011, p. 55) defendem

que se pode assumir a existência de dados omissos, desde que estes aparentem acontecer

de forma aleatória e desde que representem menos de 10% das respostas totais de uma

variável não é caso de preocupação. Tal é importante verificar-se se esses dados omissos

não sugerem a existência de algum motivo em particular, sendo resultado de atritos

aleatórios. Nos casos nos quais o investigador é confrontado com um número não

significativo de dados omissos este pode optar por eliminar os casos que tenham respostas

incompletas ou optar por substituir os valores em falta pelas médias relativas à variável,

ou mesmo recorrer a métodos de substituição múltipla e que substituem os valores

omissos por estimativas para cada variável (Hair et al., 2010; Kline, 2011, pp. 56–57).

Durante o processo de triagem dos dados recolhidos verificou-se existir um

número reduzido de casos omissos (n=22 4,8%), e optou-se por realizar a imputação

do valor médio (média aritmética) da variável em questão nas omissões porque não se

queria introduzir viés através da eliminação de respostas incompletas. Os dados omissos

diziam respeito às variáveis ROE_AVE; ROE0; ROA_AVE; ROA0, e REVENUE que

não se encontravam disponíveis na base de dados AMADEUS por algum motivo externo

à nossa compreensão. Noutros casos, e particularmente os relativos às datas de criação da

empresa, e apesar de ser uma questão no questionário com caracter de resposta

obrigatória, foi possível preencher os casos omissos com a informação em falta através

da consulta da informação quer nas páginas eletrónicas da empresa, consulta na base de

dados AMADEUS, ou quer através do contacto direto com o respondente para

confirmação dos dados inseridos.

6.3.1.2 Respostas descomprometidas

Procurou-se igualmente identificar também a existência de respostas

descomprometidas com o objetivo de aumentar a qualidade dos dados recolhidos.

Identificaram-se como sendo respostas descomprometidas todas as respostas em que se

verificou que os itens eram respondidos da mesma forma ou de forma muito semelhante

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185

no decorrer de todo o questionário. Para se aferir sobre o grau de descomprometimento

na resposta calculou-se o desvio padrão para as respostas obtidas nos itens medidos em

escalas Likert, eliminando-se as respostas para valores inferiores a 0.3 do limiar de

aceitação considerado para o desvio padrão. A eliminação desses casos justifica-se por

que se revelou uma variação mínima entre as respostas nos diferentes itens, o que permite

ao autor colocar em causa a seriedade com que o respondente abordou o questionário.

6.3.1.3 Valores discrepantes

Valores discrepantes (ou outliers) são resultados atípicos e extremos quando

comparados aos demais valores assumidos por uma determinada variável (valores

discrepantes univariados) ou por mais do que uma variável (valores discrepantes

multivariados). Os valores discrepantes podem resultar de erros de observação, erros na

inserção de dados, má compreensão das instruções de preenchimento entre outras razões,

e podem influenciar os dados afastando os valores médios da mediana, afetando o desvio

padrão ou a correlação entre coeficientes deformando a análise dos dados (Schumacker

& Lomax, 2010). Recorreu-se ao SPSS para identificar e examinar a presença de valores

discrepantes dentro da amostra (anexos - Gráfico 3 - Outliers iniciais)

De acordo com a literatura procedeu-se a um exame caso-a-caso para entender se

o valor discrepante representava efetivamente uma anormalidade e não era representativo

de algum aspeto da população (Hair et al., 2010, pp. 65–66), optando-se por substituir

esses valores discrepantes pelo valor médio da variável de forma a não reduzir o tamanho

da nossa amostra. A única exceção foi relativa aos valores discrepantes da variável ANO

em que os casos #184 (1740), #266 (1818), #455 (1795), #55 (1801), #283 (1882) e #314

(1890), etc. – o autor optou por controlar todos com data de fundação anterior a 1900 –

nestes casos (n=16) substituiu-se pelo valor médio da variável de controlo

CONTROL_AGE para 1= Anterior a 1970 e que era de 1936. Para essa alteração o autor

criou no SPSS uma variável nova chamada YEAR_OUTLIER. No final repetiram-se

estes procedimentos até se obter o diagrama de caixa que se pode consultar nos anexos

(anexos - Gráfico 4 - Outliers finais)

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Variáveis categóricas

De seguida procedeu-se à conversão de algumas variáveis contínuas em categóricas

com o intuito de transformar os dados recolhidos em categorias que permitissem calcular

efeitos de mediação e analisar os constructos de acordo com o que se havia determinado

durante a fase da sua operacionalização.

6.3.3.1 Variáveis contínuas de performance

Para o cálculo dos constructos da performance económica, e de acordo com Bettis

e Hall (1982, p. 259) a taxa de Retorno sobre Ativos (RSA) foi calculada enquanto média

aritmética dos últimos 5 anos disponíveis, e por ser considerado pelos autores como sendo

o indicador que mais diretamente mede os resultados económicos da organização (Bettis

& Hall, 1982, p. 259). De referir ainda que o período de cinco (5) anos foi escolhido pelo

autor devido a ser um indicador de longo termo da performance económica e por

consequência mais estável quando analisado dentro de um período de tempo mais

alargado. Optou-se por recorrer ao índice RSP, sempre para uma média ponderada dos

cinco (5) anos tal como no cálculo do RSA e para assegurar maior consistência (menos

sensíveis a resultados pontuais) entre os indicadores. O RSP é calculado dividindo os

lucros líquidos pelos capitais próprios, sendo que esses dados já se encontravam

disponíveis na base de dados consultada (AMADEUS). Por fim adiciona-se que tanto

para o RSP como para o RSA recorreu-se igualmente ao último ano disponível para

descrever a dimensão rentabilidade do constructo performance económica (Ralston,

Blackhurst, Cantor, & Crum, 2015, p. 20).

6.3.3.2 Variáveis categóricas de moderação

Para a definição dos grupos de moderação relativos à volatilidade do ambiente

recorreu-se aos instrumentos desenvolvidos por Tosi et al (1973) e que recorrem à

avaliação de volatilidade no sector em que a organização se insere através da análise dos

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187

dados secundários relativos à volatilidade no mercado (calculado como o coeficiente de

variação de vendas para um período de 5 anos), mudança tecnológica98 (calculado com

um conjunto de três indicadores que medem volatilidade tecnológica) e volatilidade geral

dentro do sector industrial99 (calculado pela variação do EBITDA por um período de 5

anos). Também de acordo com Tosi et al (1973, p. 31) é igualmente necessário calcular-

se o coeficiente de variação da medida compósita para se obter o nível de volatilidade

final do sector. O coeficiente de variação é igual ao cálculo do desvio padrão ajustado à

média de valores para a variável, sendo que essa ponderação permite ao investigador

eliminar possíveis distorções causadas por elevadas discrepâncias entre scores.

No final procurou-se desenvolver uma tabela semelhante à dos autores Tosi et al

(1973, p. 31) e que poderá ser consultada nos anexos (Tabela 25 - Coeficientes de

volatilidade dos sectores industriais). Conforme se pode verificar pelos resultados

apresentados (figura 1) estes são consistentes com o senso comum. Verifica-se que os

sectores NACE Rev. 2 / CAE Rev. 3 (European Communities European Commission

Eurostat, 2008) 62 (consultoria e programação informática e atividades relacionadas),

741 (atividades de Design), 29 (fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-

reboques e componentes para veículos automóveis) e 7111 (atividades de arquitetura) são

descritos pelo índice de volatilidade calculado com os dados disponíveis como sendo

sectores altamente dinâmicos e estão por representados por 159 empresas da amostra

(n=159), os sectores 14 (indústria do vestuário), 27 (fabricação de equipamento elétrico),

26 (fabricação de equipamentos informáticos, equipamento para comunicações e

produtos eletrónicos e ópticos) e 32 (outras indústrias transformadoras) são os

moderadamente dinâmicos e estão representados por 142 empresas dentro da amostra (n=

142), e por fim identificam-se os sectores 30 (fabricação de outro equipamento de

transporte), 31 (fabricação de mobiliário e de colchões), 23 (fabricação de outros produtos

minerais não metálicos) e 15 (indústria do couro e dos produtos do couro) como sendo os

menos dinâmicos do grupo considerado e que representam um total de 154 empresas da

amostra (n= 154).

98 De referir que se optou por um utilizador um instrumento diferente do proposto por Tosi et al (1973) para

medir o grau de volatilidade tecnológica. Neste caso recorreu-se aos indicadores propostos por Jaworski e

Kohli (Jaworski & Kohli, 1993, pp. 68–69) e utilizados para medir a percepção de turbulência tecnológica

pela organização e no principal mercado em que opera. 99 O autor seguiu as contribuições de Snyder e Glueck (1982, p. 188) que sugerem a utilização do indicador

EBITDA para calcular essa medida de volatilidade geral do sector de actividade.

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188

Gráfico 1 - Índices de volatilidade dos sectores industriais

Tabela 6 - classificação por níveis de volatilidade

freq %

Sectores estáveis (30, 31, 23 e 15) 154 34%

Sectores dinâmicos (14, 27, 26 e 32) 142 31%

Sectores muito voláteis (62, 74, 29 e 71) 159 35%

6.3.3.3 Variáveis categóricas de controlo

As variáveis de controlo servem o propósito de testar a importância do efeito de

variáveis exógenas sobre variáveis dependentes, e que possam afetar de alguma forma a

leitura a fazer sobre a relação estabelecida entre a variável independente e a variável

dependente. Durante a revisão de literatura verificou-se que os estudos identificados

recorriam com alguma regularidade à inserção de algumas variáveis de controlo. Esse

controlo permitia aferir a importância que outros fatores exogéneos pudessem ter nos

fenómenos e proposições a estudar. No caso especifico do modelo teórico proposto, e em

0

2

4

6

8

10

12

14

Volatilidade Tecnológica

Volatilidade de Mercado

Volatilidade de Rendimentos

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189

particular nos efeitos das capacidades em Design sobre o desempenho económico da

organização, é importante controlar a importância que determinadas variáveis

independentes possam ter nessa relação, nomeadamente a dimensão da organização, a sua

antiguidade ou o nível de investimento em Design.

O tamanho das empresas é uma das variáveis de contexto mais utilizadas devido

ao seu efeito no desempenho económico das empresas (Chiva & Alegre, 2009, p. 430;

Deeds, Ph, Decarolis, & Coombs, 1999, p. 221; Protogerou et al., 2012, p. 20; Spanos &

Lioukas, 2001, p. 914; Tsai, 2001, p. 1000), sendo habitualmente operacionalizada

através do número de empregados que a empresa possui (Deeds et al., 1999, p. 221;

Protogerou et al., 2012, p. 20; Spanos & Lioukas, 2001, p. 914; Tsai, 2001, p. 1000) ou

com o nível de rendimentos (Tsai, 2001, p. 1000). Nesta investigação recorreu-se à

operacionalização de uma medida que incorporasse as dimensões relativas à dimensão

por rendimentos e por número de empregados, ambos indicadores extraídos da base de

dados AMADEUS. O autor adicionou ainda assim uma categorização adicional relativa

à dimensão (anexos - Tabela 29 - Variável de controlo empregados; e Tabela 30- Variável

de controlo rendimentos anuais da empresa) - pois na sua opinião é equilibrada e sensata

a divisão pelas seguintes tipologias: Micro empresas - ate 10 trabalhadores100; Pequenas

empresas até 50 trabalhadores; Médias empresas - acima de 50 trabalhadores; e Grandes

empresas – acima de 250 trabalhadores. Optou-se agregar as médias e grandes empresas

(+250 trabalhadores) num só grupo porque por verificou-se só existir 25 organizações

com essa dimensão na amostra (pouco mais de 5% da amostra).

Outra das variáveis de controlo mais comuns na literatura identificada é a relativa

à idade da organização (número de anos desde a data de fundação). Alguns autores

consideram importante a variável idade da empresa para explicar o desenvolvimento de

capacidades dinâmicas, e porque teorizam que quanto mais recentes forem as empresas

maior a capacidade destas em desenvolver capacidades dinâmicas. Contudo outros

autores discordam desta posição, sendo útil desenvolver neste estudo contributos

adicionais sobre a direção desse efeito e para o esclarecimento sobre o mesmo, além de

permitir um contributo também para o entendimento dos processos subjacentes como

referem Zahra et al (2006, pp. 12–15).

100 Para melhorar a qualidade dos dados o minímo de empregados considerado foi cinco. Assim sendo a

categoria de micro-empresas compreende valores no seguinte intervalo [5;10]

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190

O autor considerou que a distribuição proposta era a mais equilibrada, na qual o

grupo com menor dimensão (anterior a 1970) inclua 103 empresas, além de que resultava

num conjunto de três grupos bem definidos: 1 - empresas antigas com mais de 40 anos

de atividade; 2 - empresas estabelecidas com mais de 15 anos e menos de 40 anos de

atividade; e 3 - empresas recentes com menos de 15 anos de atividade (anexos - Tabela

31- Variável de controlo data de fundação da empresa).

Após consulta da literatura considerou-se ser também importante controlar a

variável relativa à tipologia de sector industrial (S. a Zahra, Ireland, & Hitt, 2000, p. 937).

A tipologia proposta foi decidida pelo autor mesmo assumindo o risco de existirem

frequências reduzidas e pouco representativas dentro da amostra e relativamente a

algumas das categorias (anexos - Tabela 32 - Variável de controlo sectores industriais de

). Em sectores como o 741 (atividades de Design) e o 29 (fabricação de veículos

automóveis, reboques, semi-reboques e componentes para veículos automóveis) essa

questão verifica-se, contudo através desta proposta temos um espectro mais alargado e

enriquecido de leitura dos dados recolhidos.

Outra variável categórica criada para efeitos de controlo foi a relativa ao país de

origem da organização (anexos - Tabela 33- Variável de controlo nacionalidade da

organização) e novamente apesar da frequência reduzida em algumas categorias - os casos

da Holanda (n=28) e Reino Unido (n=34) – o autor considerou importante para efeitos de

análise identificar diferenças de comportamento dentro do modelo e associadas às

culturas organizacionais entre países do Norte e do Sul da Europa. Inseriu-se também

uma variável de controlo relativamente à origem da resposta do questionário, procurando-

se diferenciar para efeitos de análise a resposta entre os encarregados máximos das

organizações e relativamente aos outros dirigentes de cargos intermédios.

Em anexo pode-se consultar um resumo (Tabela 34- Variável de controlo cargo

de quem respondeu ao questionário), distinguindo-se entre diretores executivos e outros

responsáveis (ou seja outros diretores, administrativos, gestores, Recursos Humanos,

entre outros).

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Tabela 7 - Recursos internos de Design versus contratação de serviços externos

Frequência Percentagem

Válido Recursos internos de Design 164 36,0

Contratação de serviços externos 48 10,5

Utilizam ambos 243 53,4

Total 455 100,0

Por fim optou-se por inserir uma variável de controlo relativa ao nível de

investimento em Design, reconhecendo-se a importância de um estudo mais amplo sobre

a importância do investimento para os resultados de performance da empresa (Chiva &

Alegre, 2009; Kretzschmar, 2003). Para efeitos de utilização desta medida como variável

de controlo, optou-se por reespecificar e reduzir a escala Likert de sete pontos

originalmente proposta pelos autores por uma variável dummy de dois valores (1=

investimento em Design mantem-se ou reduz; 2 = O investimento em Design cresceu)

(anexos - Tabela 38 - Variável de controlo variação no investimento em Design

reformulada).

6.4 Análise factorial exploratória

A análise factorial procura identificar a estrutura subjacente às variáveis em

análise, podendo ser utilizada com propósitos exploratórios ou com intenção

confirmatória (quando já se possui uma estrutura proposta e com fundamentação teórica).

A análise factorial exploratória (AFE) é deste modo uma abordagem especifica dentro da

análise factorial e através da qual o investigador procura identificar uma estrutura a partir

de um conjunto de variáveis e que ajude a explicar o seu comportamento mas sem ter um

modelo teórico definido a priori (Hair et al., 2010, p. 694). A análise factorial exploratória

permite ao investigador explorar quais são as variáveis latentes subjacentes aos

resultados, que ajudam a explicar o comportamento dos indicadores e que permite a

teorização em torno de um modelo explicativo. É também útil para reduzir o número de

variáveis a explicar e avaliar a unidimensionalidade dos constructos teóricos,

nomeadamente durante os testes relativos à sua validade convergente e discriminante.

Permite ainda avaliar a parcimónia do modelo, testando a simplicidade das relações

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192

estabelecidas para explicar o comportamento dos indicadores. Foi aliás esta a

preocupação que motivou à utilização da análise factorial exploratória para proceder à

verificação de que os itens propostos identificavam corretamente os fatores que o autor

havia teorizado como sendo subjacentes aos conjuntos de indicadores definidos na

operacionalização. Procurou-se verificar para o modelo proposto a situação ideal, ou seja

que cada indicador se correlaciona-se unicamente com o fator designado e que cada

conjunto de indicadores seja uma manifestação significativa somente do constructo que

se acredita ser a sua manifestação. Essa correspondência comprova indiretamente a

presença e limites desse constructo.

Procedeu-se à extração de componentes definindo-se um valor de 0.3 como limiar

mínimo para aceitar a inclusão de um indicador dentro de um determinado fator, e apesar

de Hair et al (2010, p. 695) apontar para um loading elevado somente para valores

superiores a 0.5 o certo é que esta exigência depende da dimensão da amostra (anexos -

Tabela 26 - Tamanho da amostra e loadings minímos para validade convergente - retirado

de Hair (2010)), sendo que neste caso e com uma amostra é superior a 300 casos não

existe problemas em determinar o limiar mínimo proposto (0.3).

6.4.1 Extração de fatores

No que respeita aos métodos de extração de fatores, e não obstante a existência de

outros técnicas de redução de dimensão por fatores disponíveis no SPSS tais como

CATPCA (Análise de componentes principais categórica), procurou-se privilegiar tanto

quanto possível o uso do método de máxima verossemelhança. Essa opção deve-se ao

facto de não obstante os métodos da família da Análise de Componentes Principais (ACP)

serem mais simples101 e que até recentemente eram tidos como os mais apropriados

durante a AFE, a máxima verossemelhança não partilha as falhas de análise da ACP102 e

é mesmo este método utilizado pelo software AMOS durante os cálculos de Análise

101 Verifica-se que os valores dos loadings dos factores e os eigenvalues são sempre um pouco inflacionados

quande se aplica o método de componentes principais, além de que é sempre possível determinar uma

solução com esse método 102 Diversos autores tem vindo a defender a utilização do método de extração por máxima verossimilança

devido a uma falha identificada na para a extração por componentes principais. Esses autores verificam

que o facto de se assumir que toda a variabilidade dos itens é explicada reduz a qualidade deste método e

retira fiabilidade aos resultados pelo que não deve ser usado na extração de factores de um modelo.

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193

Factorial Confirmatória (AFC) - a cuja família pertence - e modelação estrutural, sendo

que na fase de análise factorial experimental para efeitos de avaliação de validade deve

ser consistente. - “O método de método de estimação de máxima verossemelhança é o

padrão na maioria dos programas de computador de AEE, e a maioria dos modelos de

equações estruturais descritos na literatura são analisados através deste método”103

(Kline, 2011, p. 154). Ainda, e de acordo com João Marôco (2014, pp. 40–41), o método

de máxima verossimilhança por produzir de forma continuada resultados consistentes, e

mesmo em situações de aumento da dimensão da amostra, permite que as estimativas

gradualmente se aproximem do verdadeiro valor do parâmetro populacional, o que

confere maior robustez a reivindicações de generalização dos resultados desde que

observados os pressupostos de Normalidade.

6.4.1.1 Rotação de fator

A rotação de fator é um método que permite que haja maior diferenciação entre

loadings de fatores o que por sua vez facilita a interpretação e identificação entre fatores.

Entre as diferentes opções disponíveis (ortogonais e obliquas), o autor optou pela

realização de uma rotação de fator PROMAX (rotação oblíqua). Isto porque na rotação

oblíqua as variáveis são avaliadas para a relação única estabelecida entre cada fator e as

variáveis (removendo relações que possam ser compartilhadas por entre múltiplos

fatores), permitindo uma computação mais rápida do que outros métodos de rotação e

sendo particularmente útil em conjuntos de dados de grande dimensão como é o caso.

103 Tradução livre do autor do original “It is the default method in most SEM computer tools and the most

widely used method for analyses with continuous outcomes”

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194

6.4.1.2 Scree plot

Gráfico 2 - Scree plot

Conforme se pode verificar pelo scree plot com um autovalor limiar de 0.96 seria

possível extrair sete fatores distintos entre si104. Estes sete fatores extraídos deveriam

representar um somatório dos quadrados dos loadings extraídos superior ao desejado de

0,6 (ou 60%), sendo que neste caso verificou-se que o total da variância explicada pelos

fatores extraídos foi até bastante superior a esse valor de referência, com até 76,96% da

variância total dos itens a ser explicada dentro destes sete fatores extraídos (anexos -

Tabela 28 - Matriz padrão).

Por fim mencionar ainda que também a percentagem de resíduos que são

computados entre correlações observadas e reproduzidas também situou-se abaixo do

valor de referência (10%) (Kline, 2011, p. 171) registando um valor final de 4%.

Durante a extração inicial de fatores verificou-se existir problemas com alguns

dos itens considerados. Optou-se por retirar o indicador AB2 “A nossa organização

incentiva e promove a combinação de conhecimentos e práticas existentes dentro da

empresa com novos conhecimentos trazidos por designers externos” no decorrer duma 2ª

extração porque a sua variância está a ser afetada pelo facto de haver empresas que só

104 O facto de aplicarmos um limiar de aceitação de 0.96 pode ser aceite pois de acordo com Hair et al

(2010) é um valor muito perto do critério de raíz latente de 1.0

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195

possuiam recursos internos de Design e que se especula terem dificuldades em responder

à questão. Esta hipótese é em parte sustentada pelo facto de este ser o item que possuía o

valor mais baixo de comunalidades. Retirou-se também o indicador AB3 “A nossa

organização recorre frequentemente aos designers para promover uma participação

ativa de clientes e/ou fornecedores no processo de desenvolvimento de novos produtos“

porque além de também exibir um baixo valor de comunalidades, era também um

indicador que ajustava em menos de 0.5 ao fator do constructo ABSORPTIVE. Com a

sua eliminação pretendia-se aumentar o valor médio de convergência desse fator,

reforçando deste modo a validade convergente. Alem deste motivo verificou-se que no

caso do indicador AB3 exibia para a matriz de correlação de fator uma correlação

simultânea com mais do que um fator em simultâneo. E retirou-se também o IN2 “Nos

últimos anos a nossa empresa introduziu um maior número de produtos e serviços

inovadores do que a sua concorrência direta” por motivos de parcimónia uma vez que

verificou-se ser muito semelhante ao indicador IN1 “A nossa empresa é uma referência

no seu sector no que diz respeito à introdução de novos produtos e serviços” e sendo que

este último exibia um loading superior dentro do mesmo constructo.

Durante esse processo verificou-se ainda existir alguns problemas com os itens

OP1 “Na nossa empresa encaramos o design como algo muito importante para a

qualidade global do produto, nomeadamente a sua qualidade técnica, a funcionalidade

que oferece e a sua facilidade de uso“ e OP2 “Na nossa organização o design é

importante no desenvolvimento de produtos que ajudem os clientes a expressar a sua

identidade e transmitir os valores desta empresa” dentro do fator das capacidades

operacionais. Podia-se optar por separar o constructo capacidades operacionais em dois

mas essa decisão iria provocar uma redução do número de itens para dois em cada um

dos constructos resultantes. Essa situação é de evitar pois de acordo com a literatura cada

constructo deve ser definido por um número aconselhado mínimo de três indicadores

(Marôco, 2014, p. 36).

Após a análise factorial exploratória verificou-se uma separação do constructo de

alinhamento estratégico em dois distintos entre si. As dimensões do constructo de

capacidades dinâmicas resultaram em constructos surpreendentes, nomeadamente o

constructo relativo à dimensão inovação foi absorvido dentro de um constructo que

também inclui os itens AD2 “Nós encorajamos os nossos empregados e gestores a

desafiar tradições e práticas ultrapassadas”, AB1 “A nossa empresa incentiva e promove

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196

a disseminação das tendências mais atuais e novas práticas em design pelos seus

diferentes departamentos” e AD1 “Os designers que trabalham com esta organização

auxiliam-nos constantemente a questionar e desafiar as formas tradicionais de

trabalhar”.

Pode-se ainda observar que existem correlações significantes entre todos os itens

que se distribuem pelas duas dimensões das capacidades dinâmicas identificadas pela

análise factorial exploratória, existindo por isso uma relação em torno do constructo de

segunda ordem comum (anexos - Tabela 28 - Matriz padrão). Estes resultados confirmam

e fundamentam a decisão de procurar explorar diferentes dimensões para capturar a maior

informação possível sobre o comportamento das capacidades dinâmicas de Design,

refletindo-se nos itens propostos as possíveis diferenças nas quais estas se manifestam.

6.4.1.3 Kaiser-Meyer-Olkin e teste de esfericidade de Bartlett's

Calcula-se o valor da estatística de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) como forma de

avaliar a adequação entre os indicadores e as variáveis latentes, indicando se as variáveis

podem ou não ser agrupadas entre si e em torno de um número mais reduzido de fatores

comuns. O seu valor varia entre 0 e 1 e o limiar de aceitação é 0.5 com o valor de

referência satisfatório ser acima de 0.6, pois considera-se que apesar de serem aceitáveis

valores inferiores a 0.5 estes não se consideram úteis para a formação dos fatores

propostas pela redução de dimensão. Os valores de referência para o ajustamento

encontram-se na Tabela 8 - níveis de referência para o teste de KMO.

O teste de esfericidade de Bartlett’s serve por sua vez para verificar se a matriz de

hipóteses é uma matriz de identidade comparando o grau de ajustamento entre as duas.

Caso a matriz de correlação fosse considerada uma matriz identidade, tal indicaria que

existiria uma não desejável correlação perfeita entre os itens em análise e bastaria um

fator apenas para explicar o modelo. Assim procura-se que para um nível de significância

mínimo de 5% se possa rejeitar a hipótese nula de correlação da matriz identidade.

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197

Tabela 8 - níveis de referência para o teste de KMO

KMO > 0.9 Maravilhoso

0.8<KMO < 0.9 Meritório

0.7< KMO < 0.8 Razoável

0.6 < KMO < 0.7 Medíocre

0.5 < KMO < 0.6 Miserável

KMO inferior a 0.5 Não aceitável

Tabela 9 - Teste de KMO e Bartlett

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. ,883

Teste de esfericidade de Bartlett Aprox. Qui-quadrado 9377,599

df 325

Sig. 0,000

Para a extração a sete fatores obteve-se um KMO = 0.883, ou seja, um valor

meritório, bastante próximo alias do nível mais alto de “Maravilhoso”, o que significa

que as relações estabelecidas entre variáveis e através dos dados recolhidos justificam a

redução proposta de 26 itens para um conjunto de 7 fatores compostos por subconjuntos

dessas variáveis. De igual forma verifica-se que o teste de esfericidade de Bartlett’s é

significante para um nível de significância inferior a 1%. Tal resultado significa que a

amostra revela ser adequada para a aplicação de análise factorial e redução de dimensão

por meio de extração de fatores comuns.

6.5 Validade e fiabilidade do instrumento e escalas

Testes dos pressupostos de análise multivariável

De acordo com Hair et al (2010, p. 70) deve-se analisar os dados recolhidos e

verificar se estes cumprem com os pressupostos estatísticos que lhe são subjacentes e que

são necessários em técnicas de análise multivariável. Essa necessidade deve-se à

complexidade das relações entre variáveis que aumentam o potencial de enviesamento de

dados. Deste modo a confirmação da não existência de violação dos pressupostos

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198

estatísticos da análise multivariável aumenta a robustez das interpretações e conclusões,

garantindo uma maior qualidade de ajustamento dos dados recolhidos à realidade que

pretendem ilustrar. Ainda de acordo com Hair et al (2010, pp. 71–77) existem quatro

pressupostos estatísticos fundamentais que importa confirmar juntos dos dados

recolhidos: a normalidade da distribuição, a existência de homocedacidade; o pressuposto

de linearidade dos dados; e ausência de correlação de erros ou multicolinearidade.

6.5.1.1 Testes de normalidade

Os testes de normalidade fazem parte do conjunto de pressupostos estatísticos, e

são uteis para assumir que as covariâncias dos modelos considerados têm uma

distribuição normal, mesmo que não se possa garantir que assim seja em todos os casos.

Não obstante os problemas de normalidade afetarem sobretudo amostras de dimensão

reduzida (<50) (Hair et al., 2010, p. 72), o que não é o caso da amostra considerada no

estudo (n=455).

A presunção sobre a distribuição normal de uma variável é avaliada através da sua

forma, grau de assimetria e grau de curtose. Curtose diz respeito ao nível de inclinação

ou achatamento de uma distribuição e quando comparada com uma distribuição normal.

Os valores positivos de curtose significam que a nossa distribuição é mais inclinada,

enquanto valores negativos representam uma distribuição da amostra mais achatada do

que seria de esperar numa distribuição normal representativa da população. Para se testar

o nível de curtose estabeleceu-se como limiar de aceitação e para curtose extremos valores

superiores a 3 ou inferiores a -3 (Hair et al., 2010, p. 72). Caso se registrem valores de

curtose extremo (superiores a 3) tal significa que as respostas foram muito semelhantes

entre todas as organizações, e o contrário para curtose inferior a -3. A variável da idade

das organizações é previsivelmente altamente curtose pois existe normalmente uma

grande concentração de casos em torno da mediana da distribuição. Realizaram-se os

testes de curtose às distribuições de todas as variáveis de escala Likert e registaram-se

sempre valores dentro do intervalo ]-1; 1[. Verificou-se contudo existir curtose elevados

nas variáveis contínuas, o que se seria desde já expectável (anexos - Tabela 20 - Valores

de curtose).

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199

Realizaram-se os testes de Shapiro Wilks e Kolmogorov Smirnov para testar os

pressupostos de normalidade da distribuição, assim como os testes de estatística Z para o

teste de assimetria e para a análise dos níveis de curtose. Os resultados demonstraram que

para todas as variáveis consideradas existe diferença estatisticamente relevante em

relação a uma distribuição normal, ou seja, existe uma violação do pressuposto da

Normalidade. Contudo e conforme afirma Hair (Hair et al., 2010, p. 72) “O tamanho da

amostra tem o efeito de aumentar o poder estatístico por meios de redução do erro de

amostragem. Isso resulta num efeito semelhante aqui, em que as amostras de grande

dimensão reduzem os efeitos negativos da não normalidade (...) para amostras de

tamanho superior 200 estes efeitos são insignificantes”, e por essa razão o autor aconselha

os investigadores a recorrer a amostras de grande dimensão para evitar as distorções na

interpretação de estimações decorrentes de distribuições não normais (Hair et al., 2010,

p. 72). Relembra-se que a amostra utilizada para este estudo é bastante superior ao limiar

indicado por Hair para amostras de grande dimensão (N=455) pelo que os efeitos de não

normalidade não causam distorção e limitações à análise futura e estimação do modelo.

6.5.1.2 Linearidade

Linearidade diz respeito à consistência da relação entre as variáveis dependentes

e independentes do nosso modelo, e a forma da curva estabelecida por essa relação. Se

não houver relação entre a variável dependente e independente para além de uma

puramente aleatória, então viola-se o pressuposto de linearidade necessário para a AEE.

Para este estudo tem-se de realizar para cada uma das relações lineares entre constructos

estabelecidas pelo nosso modelo teórico. Os resultados podem ser consultados nos anexos

(Tabela 21 - Relações de linearidade construto ADAPT OPERAT OPERAT; Tabela 22

- Relações de linearidade entre constructos ABSORPT OPERAT OPERAT; Tabela 23

-Relações de linearidade entre constructos OPERAT GROWTH; e Tabela 24 -

Relações de linearidade entre constructos OPERATPROFIT).

Verificou-se significância no teste Z para todas as relações com exceção da

relação entre o constructo das capacidades operacionais de Design e do LUCRO. De

referir ainda que em todas as restantes relações não só a estatística Z é significante para

p=0.01 como tem o valor mais elevado para um modelo de equação linear, salvo a exceção

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200

das relações STRATA e ADAPT, e OPERAT e ADAPT em que a estatística Z da equação

potência é ligeiramente superior a da linearidade. Ainda assim são valores muito

semelhantes e o pressuposto de linearidade somente depende da existência de

significância ainda que seja sempre preferível que o valor mais alto de Z seja para a

equação linear. Realizou-se deste modo uma estimação por curva de todas as relações

estabelecidas no modelo teórico, tendo-se concluído existir para todas essas relações entre

variáveis dependentes e independentes linearidade suficiente para que possam ser mais

tarde testadas através de uma AEE e mediante o uso do software AMOS e baseada no

comportamento das covariâncias entre variáveis.

6.5.1.3 Ausência de multicolinearidade

A existência de multicolinearidade é algo desejável na análise factorial, em

particular quando se pretende que exista validade convergente entre os indicadores de um

fator, mas não é desejável em regressões entre variáveis dependentes e independentes no

modelo estrutural porque significaria a limitação da precisão das estimativas nas relações

estabelecidas pelas covariâncias e entre variáveis. Para se detectar a existência de

multicolinearidade é usual calcular-se o valor VIF (Fator de inflação de variância)

colocando-se isoladamente (e à vez) cada uma das variáveis independentes como variável

dependente em regressões lineares, em regressões multilineares com todas as restantes

variáveis independentes para verificar se esta é parcialmente explicada por outras

variáveis das quais deveria ser independente. Os valores de referência para afastar os

receios de multicolinearidade é um VIF inferior a 3105. Contudo para testar

multicolinearidade deve-se ter no mínimo dois constructos ao mesmo nível, ou seja, duas

variáveis independentes para testar cada variável dependente à vez. No modelo extraído

da AFE verifica-se que existem somente duas dimensões para qualquer um dos

constructos de 2ª ordem resultantes, pelo que se conclui que para o modelo em análise

teórico não existe sequer a possibilidade de haver multicolinearidade.

105 Os valores de referência são os seguintes: para VIF > 3 teremos um problema potencial, VIF > 5 muito

provavelmente teremos problemas, com VIF > 10 então é porque existirá de certeza razões para afirmar

existir multicolinearidade

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201

6.5.1.4 Homocedacidade

Por fim testou-se o último pressuposto de Normalidade, neste caso a existência de

homocedacidade. O teste de homocedacidade testa a consistência de variância da variável

dependente ao longo de diferentes fases ou níveis das variáveis independentes das quais

depende. No caso especifico desta investigação pode-se esperar heterocedacidade uma

vez que o efeito de moderação recorre a uma variável moderadora multigrupos, em que

se prevê mesmo a diferença entre essas diferentes etapas da variável independente. E uma

vez que se espera obter heterocedacidade não fará sentido estar a testar por

homocedacidade.

Em conclusão realizou-se um conjunto de testes estatísticos aos dados recolhidos

com o propósito de testar a sua conformidade com os pressupostos das técnicas de

estatística multivariável, sendo que as violações que se verificou existir (neste caso

somente se violou o pressuposto da normalidade) são atenuadas pela dimensão da amostra

(Hair et al., 2010, p. 72), e de acordo com a literatura verificou-se também que não afetam

a fiabilidade das conclusões extraídas desses dados, e em particular nas suas pretensões

de generalização. Estes testes e os seus resultados servem ainda assim para permitir ao

investigador identificar e precaver-se sobre potenciais futuros problemas que possam

existir e antes que a análise dos dados tenha o seu início (Hair et al., 2010, p. 70).

Adequação conceptual

Procurou-se provar a adequação conceptual, ou seja, que os resultados de extração

factorial faz sentido conceptualmente e que a matriz de padrões se encontra sem

demasiados itens a correlacionar em mais do que um fator em simultâneo. A existência

de adequação conceptual significa também que se procurou atingir uma solução

parcimónia, o modelo mais simples e para o qual cada fator é responsável por explicar o

máximo de variância possível dos indicadores designados sem que haja sobreposição ou

correlação entre itens de fatores diferentes (Kline, 2011, p. 102). Conforme mencionado

anteriormente, a estrutura factorial resultante responde por um valor superior a 60%

(=80%) do total de variância das variáveis, obteve-se um valor de resíduos inferior a 5%,

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202

um teste de adequação KMO muito robusto superior a 0.8 e quase igual a 0.9 (=0,88). Por

fim procurou-se verificar que na tabela das comunalidades cada indicador tenha no

minimo uma correlação partilhada com outro indicador de 0.4 para despistar potenciais

enviesamentos relativos a correlação entre itens. Para um teste de comunalidades um

valor superior a 0.5 é considerado preferível (Hair et al., 2010, p. 708). Conforme se pode

verificar pela tabela em anexo (anexos - Tabela 28 - Matriz padrão) existem alguns itens

que demonstram ter valores ligeiramente inferiores a esse limiar informal.

Validade do instrumento

Conforme referido anteriormente e de acordo com Marôco (2014, pp. 183–184) a

análise factorial permite-nos avaliar o grau de validade do instrumento, nomeadamente

em termos de validade convergente e discriminante.

6.5.4.1 Validade convergente

A validade convergente pode ser verificada por meio de análise factorial. De

acordo com a literatura (Hair et al., 2010, pp. 708–709; Marôco, 2014, p. 184) um fator

possui validade convergente se a média da variância extraída (VEM) de todos os

indicadores que se propõem a medir um determinado fator possuam entre si uma média

relativamente alta de loadings dos fatores. De acordo com Hair et al (2010, p. 709) a

variância média extraída resulta do cálculo da variância para todos os itens que compõem

determinado constructo, sendo que um bom indicador de validade convergente é quando

este valor é pelo menos igual ou superior a 0.5 sendo o ideal um valor superior a 0.7 - no

caso do modelo proposto somente o constructo de ABSORPT está abaixo desse limiar de

aceitação com 0.642 sendo contudo um valor aceitável.

Outro indicador utilizado é o respeitante à fiabilidade do constructo que também

de acordo com Hair et al (2010, p. 708) serve para testar o grau de validade convergente,

neste caso dos loadings estandardizados de cada item do fator que deverá ser superior a

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203

0.7 mas ainda assim é aceitável comprovar-se a fiabilidade do constructo para valores

superiores a 0.5.

6.5.4.2 Validade discriminante

Relativamente à validade discriminante refere-se ao grau de diferenciação que

distingue as medidas de diferentes constructos, refletindo o grau de diferenciação

conceptual e demonstrando que os constructos não se encontram correlacionados em

demasia (Hair et al., 2010, p. 709; Marôco, 2014, p. 184). A validade discriminante pode

ser determinada no decorrer da análise factorial e através de um processo de verificação

que engloba dois pressupostos distintos:

a) A inexistência de loadings cruzados na matriz padrão (Hair et al., 2010, p. 710);

b) Que as correlações estimadas entre fatores não sejam excessivamente altas, ou

seja devem ser inferiores a 0.9 (Kline, 2011, p. 116).

Verificou-se existir validade divergente porque se verificarem as duas condições

mencionadas. Não só não se verifica existir loadings cruzados entre indicadores (anexos

- Tabela 28 - Matriz padrão) assim como se pode verificar que em nenhum caso se

ultrapassa o valor de correlação limiar ideal de 0.9106 (anexos - Tabela 27 - Matriz de

correlações entre factores).

Assim verificou-se que todos os limiares de aceitação e condições indicadas foram

verificadas e cumpridas podendo-se confirmar a validade convergente e discriminante

para o instrumento proposto.

106 Neste caso não temos valores acima de 0.7, bastante distante por isso do valor máximo de referência.

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204

Fiabilidade das escalas de medida

Discutido no decorrer do capítulo quatro os testes de fiabilidade visam assegurar

se os instrumentos utilizados providenciam resultados consistentes (Kothari, 2004, p. 74),

sendo que se podem realizar mediante o processo de análise factorial exploratória através

da medição dos alphas de Cronbach para cada fator. O alpha de Cronbach é um

coeficiente de consistência interna e que mede o grau de ajustamento de um conjunto de

variáveis ou itens à medição de um único e unidimensional constructo. Os scores

convencionalmente aceites para a interpretação dos resultados alphas Cronbach (Kline,

2011, p. 70) para cada variável latente são os seguintes: consistência ou fiabilidade

excelente 𝛼 = [1; 0.90]; fiabilidade muito boa 𝛼 = [0.90; 0.80[; fiabilidade razoável 𝛼 =

[0.70; 0.80[; e fiabilidade baixa, 𝛼 = [0.6; 0.70[ - sendo que o valor mínimo aceitável num

teste de fiabilidade é 𝛼= 0.5.

Pode-se verificar que todos os fatores passam o limiar de aceitação relativo ao

teste de fiabilidade, podendo os valores de alpha Cronbach serem consultados na matriz

padrão em anexo (anexos - Tabela 28 - Matriz padrão).

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205

Resumo do capítulo

Este capítulo descreveu o plano amostral assim como os restantes procedimentos

relativos à recolha de dados do questionário. Descreveram-se também os resultados

relativos aos testes de fiabilidade e validade das escalas e instrumentos utilizados.

Neste capitulo foi dada maior relevância a procura de identificar a validade

convergente e discriminante dos constructos propostos e tal como exigido por algumas

publicações de referência em análise de equação estrutural (Kline, 2011; Schumacker &

Lomax, 2010). Desta forma o capítulo sexto procurou complementar o capítulo anterior,

que teve como objetivo descrever a base teórica subjacente aos conceitos do modelo

teórico e a sua operacionalização, concentrando-se este na verificação da validade e

fiabilidade do modelo teórico de investigação.

O capítulo sexto incluiu também a análise factorial exploratória dos dados

recolhidos e que indicou a importância de se realizar algumas modificações face ao

modelo teórico inicialmente proposto. Estas alterações serão seguidas durante a análise

factorial confirmatória e análise de equação estrutural do próximo capitulo, que terá a

missão e o propósito de analisar a qualidade de ajustamento desse modelo teórico

reespecificado aos dados recolhidos, e com o objetivo último de avaliar o impacto que as

capacidades em Design podem ter para o desempenho da organização procura-se testar

as escalas de medição propostas e de forma a verificar se estas podem sustentar as

hipóteses identificadas.

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206

7 Estimação e avaliação de ajustamento do modelo

Notas introdutórias

O capítulo sétimo é centrado na estimação e avaliação de ajustamento do modelo.

Somente uma avaliação de um bom ajustamento dos dados recolhidos aos dados

estimados com base nos pressupostos teóricos do modelo poderá servir para sustentar a

adequação do modelo teórico à realidade observada.

Por esse motivo este capítulo concede uma especial importância às questões

relativas à avaliação de qualidade de ajustamento, descrevendo os diferentes

procedimentos realizados e os testes que foram aplicados nessa etapa.

O capítulo estabelece ainda os modelos estruturais, dando especial importância ao

estudo do comportamento das variáveis de mediação e de moderação do modelo teórico,

realizando uma discussão prévia relativamente aos resultados obtidos e que depois será

retomada com maior rigor e de forma mais aprofundada no decorrer do capítulo seguinte

(capitulo oito dedicado à discussão de resultados).

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207

7.1 Estatísticas descritivas

Neste subcapítulo procede-se à descrição das estatísticas relativas a cada variável

latente e que compõem o modelo teórico em análise. De acordo com a literatura (Kothari,

2004, p. 131; Schwab, 2005, pp. 107–114) deve-se reportar as estatísticas descritivas

relativas aos itens que compõem cada fator, incluindo medidas de tendência central (valor

médio, mediana), medidas de dispersão (desvio padrão), medidas de assimetria (curtose

e obliquidade), entre outras estatísticas consideradas relevantes para a descrição do

comportamento estatístico dos itens e o conjunto destes dentro do fator. Neste caso, e por

motivo de síntese e interesse apresentam-se somente as estatísticas descritivas mais

comumente utilizadas na literatura, e relativas aos sete fatores extraídos no capítulo

anterior.

Constructo capacidades de absorção em Design (ABSORPT)

Pode-se verificar pelos dados disponibilizados (anexos - Tabela 39 - Estatísticas

descritivas constructo ABSORPT) o constructo relativo à dimensão absortiva das

capacidades dinâmicas do Design é composto por indicadores com valor médio positivo.

Tal resultado significa que as empresas que responderam o questionário concordam de

forma geral e demonstram possuir níveis de capacidades absortivas razoáveis, e das quais

se destacam os indicadores IN3 “Consideramos que a promoção de um ambiente criativo

dentro da empresa é uma condição fundamental para o nosso sucesso” e AD2 “Nós

encorajamos os nossos empregados e gestores a desafiar tradições e práticas

ultrapassadas”.

O 𝛼 (alpha) de Cronbach calculado é igual a 0,84 (α= 0,84) que confirma a elevada

consistência dos indicadores em torno do constructo que é suposto representarem,

confirmando a fiabilidade da escala proposta. Relembra-se contudo que o fator

ABSORPTIVE resulta de uma composição de indicadores diferente da proposta

inicialmente, mas conforme se discute no capítulo seis, os resultados são consistentes com

a base teórica apresentada.

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208

Os indicadores revelam possuir uma assimetria ligeiramente negativa, ou seja,

existe para todos estes itens uma maior concentração de valores na metade abaixo da

mediana mas em nenhum caso a assimetria calculada é superior a 1. Os resultados

relativos à curtose são semelhantes, novamente todos os valores ligeiramente negativos

(o item AD2 é quase uma distribuição Gaussiana de curtose igual a zero), o que significa

curvas de distribuição um pouco achatadas em relação a uma distribuição normal.

Também aqui se verifica que todos os valores de curtose não ultrapassa o limiar de

aceitação que é de 3, a partir do qual se poderia considerar haver um efeito substancial.

A observação do diagrama de extremos e quartis revela apenas uma diferença por parte

do indicador IN3 em relação aos restantes em que o terceiro quartil coincide com a

frequência máxima. Verifica-se ainda que para este constructo os valores médios e de

mediana são positivos (médias entre 4,7 e 5,3) o que significa um grau de concordância

alto com os indicadores propostos. Destaca-se o indicador IN3 “Consideramos que a

promoção de um ambiente criativo dentro da empresa é uma condição fundamental para

o nosso sucesso” por ser o indicador que recolhe maior concordância da parte dos

inquiridos, sendo que no extremo oposto temos o indicador AB1 “A nossa empresa

incentiva e promove a disseminação das tendências mais atuais e novas práticas em

design pelos seus diferentes departamentos” como sendo o indicador com o valor mais

baixo de concordância.

Constructo capacidades de adaptação em Design (ADAPT)

Pode-se verificar pelos dados disponibilizados (anexos - Tabela 40 - Estatísticas

descritivas constructo ADAPT) que o constructo relativo à dimensão adaptiva das

capacidades dinâmicas do Design é composto por três indicadores com valor médio

positivo e razoavelmente altos. Ou seja as empresas de uma forma geral concordam e

demonstram possuir níveis de capacidades absortivas razoáveis, e das quais se destacam

o indicador AB4 “Os designers que trabalham connosco procuram manter-se atualizados

e mostram ser capazes de aplicar novos conhecimentos no desenvolvimento do seu

trabalho” por ser o indicador em que existe um maior grau de concordância com uma

média de respostas superior a cinco ( �̅� = 5.121).

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209

O alpha de Cronbach calculado igual a 0,882 (α= 0,882) confirma a elevada

consistência dos indicadores em torno do constructo que se propõem a representar,

confirmando a fiabilidade da escala proposta. Relembra-se contudo que o fator ADAPT,

e tal como o constructo anteriormente descrito ABSORPTIVE, resulta de uma

composição de indicadores diferente da proposta inicialmente, mas conforme se discutiu

durante o capitulo seis, os resultados são consistentes com a base teórica apresentada.

Todos os indicadores revelam ser ligeiramente curtose negativos, sendo que no

caso do indicador AB4 “Os designers que trabalham connosco procuram manter-se

atualizados e mostram ser capazes de aplicar novos conhecimentos no desenvolvimento

do seu trabalho” o efeito de curtose é praticamente nulo, ou seja, novamente para este

indicador temos quase uma distribuição Gaussiana. Em relação à simetria da distribuição

verifica-se uma assimetria negativa para todos os indicadores, mas novamente todos

abaixo do limiar mínimo de aceitação de 1. A assimetria negativa da distribuição diz-nos

que existe uma maior dispersão de dados na metade inferior da distribuição para todos os

itens. Os desvios padrões revelam que não existe muita variância na frequência, os

resultados distribuem-se forma muito homogénea e em torno dos valores centrais (]4;6[).

A observação do diagrama de extremos e quartis reforça essa leitura.

Constructo alinhamento estratégico B (STRATB)

Pode-se verificar pelos dados disponibilizados (anexos - Tabela 41 - Estatísticas

descritivas constructo STRATB) que um dos constructos relativo ao alinhamento

estratégico (STRATB) é à semelhança dos outros constructos descritos até aqui,

composto por indicadores com valor médio positivo, ou seja as empresas de uma forma

geral providenciam apoio às capacidades em Design, em particular com um compromisso

por parte da própria administração ao desenvolvimento da inovação pelo Design.

O alpha de Cronbach calculado igual a 0,97 (𝛼 = 0,97) o que novamente

confirma a elevada consistência dos indicadores em torno do constructo que é suposto

representarem, confirmando também a fiabilidade da escala proposta. Relembra-se

contudo que tal como no caso anterior também o factor STRATB resulta de uma

composição de indicadores diferente da proposta inicialmente, mas também como havia

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210

sido discutido durante o capítulo sexto pela análise das características dos indicadores

que compõem o novo constructo, essa composição é consistente com a base teórica

proposta.

Todos os indicadores revelam ter curtose ligeiramente negativo o que significa

uma distribuição algo achatada. O mesmo se passa em relação à medida de assimetria,

com valores negativos mas bem abaixo dos valores de referência. Os valores médios

revelam aliás isso mesmo, mas novamente é uma curtose relativamente reduzida como

referido no capítulo seis durante a análise dos pressupostos de estatística multivariada.

De referir ainda que os indicadores revelam ter um comportamento muito semelhante,

não existindo grandes diferentes entre eles quer em termos de variância ou de valores

médios assumidos.

Constructo alinhamento estratégico A (STRATA)

Pode-se verificar pelos dados disponibilizados (anexos - Tabela 42 - Estatísticas

descritivas constructo STRATA) que o segundo constructo relativo à dimensão

alinhamento estratégico da empresa, neste caso que inclui indicadores relativos à

integração das capacidades em Design junto de outros departamentos ou a sua integração

nos objetivos estratégicos definidos pela empresa. Estes indicadores revelam ter valores

médios relativamente altos, destacando o indicador ST3 “Na nossa organização

incentivamos os designers a trabalhar em conjunto com outros departamentos por forma

a atingir objetivos de negócio comuns” com um valor médio elevado (�̅� = 5,262), ou

seja as empresas de uma forma geral concordam com a afirmação de que desenvolvem

esforços substanciais para garantir que os designers possam integrar os seus

conhecimentos e capacidades ao longo de diferentes departamentos dentro da mesma

empresa e tendo em conta um alinhamento comum de objetivos.

O alpha de Cronbach calculado igual é 0,944 ( 𝛼 = 0,944) o que confirma a

elevada consistência dos indicadores em torno do constructo que é suposto representarem,

confirmando a fiabilidade da escala proposta. Relembra-se contudo que o fator STRATA

tal como o fator STRATB surge devido aos resultados obtidos pela Analise Factorial

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211

Exploratória descrita no capítulo sexto e que indica uma composição de indicadores

diferentes da proposta inicialmente. Contudo, e tal como nas situações anteriores e

também conforme se discutiu com maior atenção no capitulo seis, os resultados são

consistentes com a base teórica apresentada.

Todos os indicadores revelam ser ligeiramente curtose negativo, com exceção do

indicador ST4 “Nós promovemos o uso de indicadores de produtividade e outras métricas

de design que estejam alinhados com os principais objetivos de negócio da

empresa” com curtose positiva. Já em relação às medidas de simetria todos os

indicadores possuem uma distribuição ligeiramente assimétrica e negativa. A observação

do diagrama de extremos e quartis revela apenas uma diferença por parte do indicador

ST3 “Na nossa organização incentivamos os designers a trabalhar em conjunto com

outros departamentos por forma a atingir objetivos de negócio comuns” em relação aos

restantes (em particular no aspeto de que o seu 3º quartil coincide com a frequência

máxima, o que não acontece com os restantes indicadores).

Constructo de capacidades operacionais em Design (OPERAT)

De acordo com os resultados apresentados (anexos - Tabela 43 - Estatísticas

descritivas constructo OPERAT) pode-se verificar que o constructo que descreve a

dimensão das capacidades operacionais do Design é composto por quatro indicadores

com valor médio positivo, ou seja as empresas de uma forma geral concordam que o

Design desempenha com sucesso funções que lhes permite ser mais competitivos.

O alpha de Cronbach calculado igual a 0,795 (α= 0,795), tal significa que se

verifica uma elevada qualidade e consistência dos indicadores em torno do constructo que

é suposto representarem, confirmando a fiabilidade da escala proposta.

Em relação à curtose verifica-se que existe alguma heterogeneidade nos

resultados. O indicador OP1 “Na nossa empresa encaramos o design como algo muito

importante para a qualidade global do produto, nomeadamente a sua qualidade técnica,

a funcionalidade que oferece e a sua facilidade de uso” – revela ter uma curtose positiva

e sobretudo um valor médio muito alto (�̅� = 5,767), ou seja, neste caso existe uma grande

concordância sobre a importância do Design para a qualidade global do produto (em torno

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212

de uma mediana de 6). Os indicadores OP3 “Na nossa empresa o design contribui para

a redução dos custos de produção” e OP4 “Na nossa empresa o design contribui para

um aumento na eficiência de produção”, relativos aos contributos do Design para a

eficiência da produção e redução dos custos revelam ser ligeiramente curtose negativo,

ou seja existe uma maior dispersão de opiniões para ambas metades em torno da mediana.

Essa maior dispersão é aliás visível na observação do diagrama de extremos e quartis,

onde se podem identificar até alguns outliers, e traduz-se numa assimetria negativa para

todos os indicadores. Contudo de destacar o facto de que o indicador OP1 possui uma

assimetria praticamente em linha com o limiar de aceitação (=1,053), e seguido de muito

próximo pelo valor do indicador OP2 “Na nossa organização o design é importante no

desenvolvimento de produtos que ajudem os clientes a expressar a sua identidade e

transmitir os valores desta empresa” e com um valor de -,934. Contudo, e de acordo com

George e Mallery (George & Mallery, 2002, p. 128), valores de assimetria entre -2 e 2

também são considerados aceitáveis como não violando os pressupostos de uma

distribuição normal e univariada.

Constructo de crescimento económico (GROWTH)

Pode-se verificar pelos dados disponibilizados (anexos - Tabela 44 - Estatísticas

descritivas constructo GROWTH) que o constructo relativo ao crescimento das empresas

é composto por indicadores com valor médio positivo. O 𝛼 de Cronbach calculado igual

a 0,917 (α= 0,917) o que confirma a elevada consistência dos indicadores em torno do

constructo que é suposto representarem, confirmando a fiabilidade da escala proposta.

Todos os indicadores revelam ser ligeiramente negativos em curtose e assimetria.

A observação do diagrama de extremos e quartis revela uma grande consistência e

homogeneidade na distribuição entre indicadores.

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213

Constructo de rentabilidade financeira (PROFIT)

Pode-se verificar pelos dados disponibilizados (anexos - Tabela 45 - Estatísticas

descritivas constructo PROFIT) que o constructo relativo à rentabilidade das empresas é

composto por indicadores com valor médio positivo (�̅�=3,6574). Este constructo não é

composto por uma escala Likert, mas antes por valores médios (a cinco anos) dos

resultados objectivos retirados da base de dados disponível (AMADEUS BVD). Isto

significa que a leitura deste constructo não é realizada em termos de uma escala ordinal

(de concordância de 1 a 7) mas sim de forma ajustada ao facto de se tratar de uma escala

continua. Os valores médios são positivos o que significa que a média das empresas que

responderam ao questionário apresentam valores positivos de rentabilidade de capital e

patrimoniais (RSP e RSA).

O alpha de Cronbach calculado igual a 0,791 (α= 0,791) confirma a elevada

consistência dos indicadores em torno do constructo que é suposto representarem,

confirmando também a fiabilidade da escala proposta.

Este constructo, e ao contrário dos anteriores, revela ser composto por indicadores

com um comportamento menos previsível e consistente. O indicador ROE_LYEAROT

exibe uma curtose altamente positiva (=10,001), ou seja, a distribuição deste indicador é

muito deformada e concentrada em tornos de valores acima da mediana. Os restantes itens

que compõem o constructo apresentam valores mais baixos de curtose mas ainda assim

sempre superiores ao valor de referência de curtose três. Apesar dos valores de assimetria

não serem ultrapassarem os valores limiares de aceitação previamente identificados, o

facto é que os indicadores por exibirem uma distribuição com valores de curtose tão

elevados violam os pressupostos de normalidade. Também os desvios padrões e as

variâncias exibem valores muito altos (em particular os indicadores ROE_LYEAROT e

ROE_AVEOT), manifestando existir grande inconstância nos valores assumidos, e

mesmo a existência de diversos outliers. Essa dispersão é particularmente visível na

observação do diagrama de extremos e quartis, e mesmo após a remoção dos principais

outliers identificados (e conforme havia sido descrito no capitulo sexto).

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214

7.2 Avaliação de ajustamento do modelo

A avaliação da qualidade de ajustamento do modelo serve para verificar se o

modelo teórico proposto (neste caso descrito através da sua estrutura de fatores) e os seus

resultados estimados são coerentes com as correlações existentes e verificadas entre

variáveis dos dados recolhidos. A escolha sobre quais os elementos que constituem e

garantem uma avaliação robusta sobre a qualidade de ajustamento é porventura uma das

áreas menos consensuais da literatura da análise por equação estruturais (Marôco, 2014,

p. 43). A verificação de que os pressupostos teóricos revelam-se capazes de prever e

enquadrar os principais efeitos de correlação existentes no conjunto de dados significa

que se pode afirmar que existe um bom ajustamento entre os pressupostos do modelo e a

realidade testada. Contudo, se pelo contrário se constatar que existe uma discrepância

significativa entre as correlações propostas e as correlações observadas, então somente se

pode concluir que o ajustamento é pobre, devendo o investigador procurar introduzir

modificações ou mesmo rejeitar a teoria proposta.

Teste do qui-quadrado de ajustamento

O teste de qui-quadrado (𝜒2) é “um teste à significância da fundação de

discrepância minimizada durante o ajustamento do modelo” (Marôco, 2014, p. 44), ou

seja, mede a diferença entre as matrizes de variância e covariância observadas e previstas.

Um valor significativo de qui-quadrado significa que o modelo teórico previsto não

possui uma matriz de variâncias semelhante aos resultados da amostra. Contudo, e como

Schumacker e Lomax (2010, p. 86) nos alertam para, o teste de qui-quadrado tem uma

limitação enquanto critério de ajustamento e que é ser sensível ao tamanho da amostra:

“χ2 é sensível à dimensão da amostra. Em amostras de grande dimensão, os valores de

qui-quadrado será inflacionado (estatisticamente significante), o que pode erroneamente

implicar a indicação de um deficiente ajustamento de dados recolhidos ao modelo

proposto”107 (Schumacker & Lomax, 2010, p. 86).

107 Tradução livre do autor do original “The chi-square test of model fit can lead to erroneous conclusions

regard- ing analysis outcomes. The χ2model-fit criterion is sensitive to sample size because as sample size

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215

Consoante a dimensão da amostra aumenta também irá aumentar a diferença entre

as matrizes de covariância observadas e estimadas (Hair et al., 2010, pp. 666, 672). Isto

significa que este teste tem uma tendência de indicar significância quando a amostra é

superior a 200, razão pela qual existem muitas limitações e alguma cautela a interpretar

resultados para amostras de grande dimensão como a usada para o atual estudo

(n=455)108.

Índices de qualidade de ajustamento

Devido à limitação anteriormente identificada ao teste de qui-quadrado, outros

índices de ajustamento foram desenvolvidos, e que apesar de terem como ponto de partida

o qui-quadrado, procuram melhorar a qualidade e consistência deste teste. Estes índices

constituem por isso alternativas de avaliação de ajustamento, alternativas mais adequadas

às características especificas do modelo e dos dados disponíveis. Existem diferentes

tipologias de testes alternativos, dividindo-se em famílias (índices absolutos, relativos, de

parcimónia, de discrepância, etc.), cada uma com o seu conjunto de diferentes pontos

fracos e fortes. Por esse motivo apresentam-se de seguida os principais testes de

ajustamento, os seus valores de referência e os valores reportados pela análise do modelo.

Acredita-se que a melhor forma validar os dados e providenciar robustez às

conclusões é sujeitar o modelo a um conjunto relativamente extenso de diferentes

tipologias de teste de ajustamento, procurando complementar as limitações que os

diferentes testes têm entre si. As opções variam de acordo com as preferências e rigor de

cada investigador, por exemplo Schumacker e Lomax (2010, p. 115) consideram que para

provar existir um ajustamento aceitável ao modelo estrutural basta verificar que o índice

CFI seja superior a 0.95 e o RMSEA inferior a 0.05. Contudo o autor considerou que para

esta investigação seria útil sujeitar os resultados ao maior conjunto possível de índices

increases (generally above 200), the χ2 statistic has a tendency to indicate a significant probability level.

In contrast, as sample size decreases (generally below 100), the χ2 statistic indicates non-significant

probability levels.” 108 João Marôco (Marôco, 2014, p. 45) acrescenta mesmo que “Para amostras de dimensão considerável

(n>400), o teste do 𝜒2 é quase sempre significativo (p<0.05)”

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216

para testar o ajustamento do modelo nas suas várias dimensões, incluindo-se os índices

qualidade absolutos, relativos, de parcimónia, entre outros.

Ainda assim houve algumas exceções, e relativas a um conjunto de índices

relativos da tipologia da teoria da informação que foram excluídas pela simples razão de

que estes índices (AIC, BCC, BIC, ECVI ou MECVI) somente são uteis ou apropriados

quando se pretende comparar vários modelos alternativos que se ajustem aos dados

(Marôco, 2014, p. 53), o que não é o caso desta investigação. Optou-se por não incluir o

parâmetro de não centralidade (NCP) e a estatística F0 uma vez que se considerou ser

mais útil utilizar o índice RMSEA109 pois de acordo com Marôco (2014, p. 51) dentro da

família de índices de discrepância populacional é o mais indicado para não criar distorção

em modelos mais complexos e com maior número de parâmetro com é este o caso (e neste

caso substituindo os testes de parâmetros de não-centralidade e a estatística F0).

Por fim, e antes de se avaliar os valores de ajustamento, procurou-se verificar os

índices de modificação (IM) com o propósito de identificar as variáveis com erros de

variância muito elevados (que neste caso serão os que revelarem ter os IM mais elevados)

(ver anexos Tabela 51 - Identificação de indices de modificação elevados). De acordo

com João Marôco (2014, p. 58) os índices de modificação (IM) servem para estimar qual

seria a redução do 𝜒2 se se libertar algum parâmetro fixo ou condição de igualdade entre

parâmetros, ou seja, servem para identificar em que pontos se podem estabelecer maior

co-variância entre os erros residuais. Desta forma libertam-se os parâmetros que

apresentam os IM mais elevados, reduzindo-se o valor para o teste 𝜒2 e contribuindo-se

para um melhoramento geral do ajustamento dos dados ao modelo teórico. De referir

ainda que o autor optou por recorrer ao limiar de aceitação110 apresentado por Marôco

(2014, p. 59) para identificar quais seriam considerados IM demasiado elevados e que

suscitassem a re-especificação do modelo. Para os casos identificados optou-se por

interligar (co variar) esses erros dentro do modelo, verificando-se que após essa

intervenção e modificação o ajustamento melhora substancialmente.

São disponibilizados nos anexos um conjunto de tabelas onde são apresentados e

podem ser consultados os resultados dos testes de ajustamento e comparados com os

valores de referência, assim como uma breve descrição sobre o significado de cada

109 Do Inglês Root Mean Sware Error of Approximation 110 IM superiores a 11 (𝜒0.999

2 = 10.82)

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217

índice/teste (anexos - Tabela 46 - Testes da família qui-quadrado; Tabela 47 - Testes da

família índices absolutos; Tabela 48 - Testes da família indices relativos; Tabela 49 -

Testes da família indices de parcimónia; e Tabela 50 - Testes de outros indices). Verifica-

se que não obstante o resultado do qui-quadrado ter indicado um mau ajustamento (o teste

deu significante para p=0.01), esse valor deveu-se na realidade à excessiva sensibilidade

do teste à dimensão da amostra (n=455) e não devendo por esse motivo serem tiradas

ilações deste resultado. Para reforçar esta conclusão foram considerados e aplicados um

número excecionalmente grande de testes alternativos de avaliação de ajustamento e para

todos estes testes sem exceção constatou-se que os resultados dos testes de ajustamento

são em gerais bons ou mesmo muito bons. Sendo que no caso de estudos com amostras

superiores a 250 e graus de complexidade maiores (número de variáveis consideradas) os

níveis de tolerância e aceitação podem e costumam ser mais permissivos dos que os

valores de referência indicados e considerados (Hair et al., 2010, pp. 671–672). Tudo isto

permite concluir com segurança, e com base nos dados apresentados, que existe um muito

bom ajustamento dos dados obtidos ao modelo teórico proposto.

7.3 Modelos estruturais

Fatores de 2ª ordem

Nem todos os constructos de 2ª ordem que foram apresentados na formação do

modelo e que se baseavam nos pressupostos teóricos apresentados nos capítulos

anteriores, vieram depois confirmar-se nos resultados. Para se chegar a essa conclui-se

testaram-se as significâncias de cada constructo Verificou-se que nem o constructo

PERFORMANCE, nem o constructo de ALINHAMENTO ESTRATÉGICO revelam

significância em relação a outros constructos que deveriam constituir dimensões

complementares do mesmo constructo original. Começou-se por tentar fazer os

constructos de segunda ordem para o DC, STRATALIGN e PERFORMANCE. No

processo verificou-se que somente o constructo DYNAMIC ajustava aos seus constructos

de 1ª ordem, enquanto os restantes dois não.

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218

Diagrama 8 - Fator de 2ª ordem capacidades dinâmicas

Excecionalmente procurou-se testar a estimação de uma versão do modelo na qual

os constructos STRATA e STRATB pudessem se refletir sobre a performance

diretamente, ou seja os efeitos em que se mede o impacto direto do STRATA e STRATB

junto dos constructos de performance GROWTH e PROFIT. Os resultados demonstram

que nem o STRATA e nem o STRATB manifestam ter algum efeito sobre o PROFIT,

contudo ambos têm efeitos significantes diretos sobre o GROWTH (anexos - Tabela 52 -

Estimação de resultados com efeitos directos STRATA e STRATB ao constructo de

performance).

Como o STRATA não tem efeito significante sobre o OP e o STRATB torna-se

importante verificar se existe um efeito de mediação entre estas variáveis com o

GROWTH. Deste modo procuram-se evidências que consubstanciem a teorização de que

o STRATA apesar de não ter influência no desenvolvimento de capacidades operacionais

em Design possa ter efeitos sobre outras capacidades organizacionais que impactam

positivamente no crescimento. Essa conclusão faz sentido teoricamente, verificando-se

ser um indício sobre o impacto invisível da participação dos designers no

desenvolvimento estratégico da empresa no seu crescimento, efeito que extravasa o

impacto sobre as capacidades em Design operacionais.

Capacidades

dinâmicas em

Design

AD2

AB1

AD1

IN3

AD3

AD4

AB4

Capacidades

absorção

Capacidades

adaptação

IN1

0.84***

0.67***

0.85***

0.68***

0.67***

0.87***

0.82***

0.94***

0.80***

0.56***

loadings estandartizados

***p<0.001; **p<0.01; *p<0.05

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219

Após a realização desses testes com algumas alterações ao modelo pode-se

verificar que o STRATA não ajustava com o STRATB num constructo de segunda ordem,

não sendo ambos dimensões do mesmo fenómeno. Na verdade o STRATA revelou ser

um mediador de um outro constructo que infelizmente não se encontra incluído no modelo

teórico proposto. Essa conclusão, apesar de inesperada abre outras leituras conceptuais

interessantes, abrindo espaço para investigação futura sobre a importância do Design

para o desenvolvimento de capacidades organizacionais que possibilitem o crescimento

de vendas.

Por fim refira-se que no processo de re-especificação do modelo e com o intuito

de proceder uma AEE simplificada que não incluísse o STRATA, e que permitisse

analisar somente o efeito de mediação do STRATB entre DC e OC verificou-se que um

dos itens do PROFIT dava erro e teve de ser eliminado o ítem ROA_AVE111.

Variáveis de controlo

Conforme mencionado nos capítulos anteriores incluíram-se seis variáveis de

controlo com o propósito de identificar a existência de efeitos exógenos às relações

estabelecidas pelo modelo teórico. Essas variáveis de controlo são as seguintes: YEAR,

EMP, REVENUE (variáveis continuas), e CONTROL_CEO,

CONTROL_DESIGNINVEST, CONTROL_REPORT (varíaveis categóricas).

Numa primeira fase procurou-se adicionar todas estas variáveis de controlo com

o intuito de apenas identificar quais aquelas as que apresentavam um efeito significante.

Tomou-se essa opção devido às precauções identificadas no capítulo anterior e segundo

as quais adicionar um número excessivo de variáveis de controlos além de exigir uma

amostra robusta promove um efeito negativo de afogamento dos efeitos das variáveis

independentes sobre as variáveis dependentes. Também conforme havia sido discutido

no capítulo anterior e com o intuito para otimizar os resultados optou-se por seguir as

indicações de outros autores (Becker, 2005, pp. 275, 285) que aconselham omitir os

resultados das variáveis de controlo menos importantes durante a análise de algumas

111 A identificação de todos os itens eliminados durante o processo de análise de resultados assim como

uma explicação mais pormenorizada e relativa a essa decisão é feita no decorrer do capítulo oitavo

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220

relações entre variáveis independentes e variáveis dependentes. Importa por isso fazer um

teste prévio para ver quais as variáveis de controlo que não revelando ter significância

podem ser eliminadas do modelo (anexos - Tabela 58 – Níveis de significância dos efeitos

das variáveis de controlo).

Conforme se pode verificar existe um conjunto de variáveis de controlo112 que

demonstram não exercer efeito significante em qualquer um dos constructos de

performance (PROFIT e GROWTH) e que por esse motivo foram retirados da análise.

Os resultados obtidos sofreram algumas alterações após se retirar os efeitos e variáveis

de controlo não significativas, confirmando o efeito de afogamento referido

anteriormente.

Diagrama 9 - Efeitos variáveis de controlo

Assim verifica-se que a antiguidade, controlada pela variável relativa ao ano de

fundação da empresa, importa para o impacto das capacidades em Design sobre a

rentabilidade financeira (PROFIT) e no crescimento de mercado (GROWTH). Destaca-

se ainda o facto do crescimento do investimento em Design ter um impacto positivo e

bastante pronunciado (b=0.27) sobre o construto que avalia o crescimento de mercado da

empresa (GROWTH).

112 As variáveis de control CONTROL_CEO, CONTROL REPORT, CONTROL_COUNTRY, e

CONTROL_SECTOR

0.08

rentabilidade

crescimento

idade

dimensão - rendimento

dimensão - empregados

investimento Design

0.11

0.10 0.11

- 0.10

0.27

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221

Efeitos de mediação

Brevemente discutido no capítulo cinco durante a descrição dos procedimentos de

operacionalização dos efeitos mediadores, temos que as variáveis de mediação somente

podem ser consideradas enquanto tal quando interferem na força e sentido da relação

entre duas variáveis (Kline, 2011, pp. 105–106). O efeito de mediação entre variáveis

pode ser: somente indireto, mediação parcial, mediação total ou sem mediação. Sem

efeito de mediação significa que os efeitos indiretos são desprovidos de significância113.

A existência de um efeito de mediação parcial dá-se quando tanto os efeitos diretos (com

a variável de mediação) e os efeitos diretos são significantes114. E por fim o efeito de

mediação total dá-se quando os efeitos indiretos são significantes mas os efeitos diretos

deixam de o ser, ou seja, o efeito da variável independente sobre a variável dependente é

produzido devido à variável de mediação115. Com o intuito de se testar os efeitos de

mediação optou-se por utilizar o método de bootstrapping e comparando-se as

estimativas de regressão padronizadas entre os constructos, com e sem a variável

mediadora (Kline, 2011, pp. 166–169). Para se calcular os efeitos indiretos recorreu-se

ao teste de significância de duas caudas anexos (anexos - Tabela 55 - Efeitos indirectos

da variável de mediação) sendo que para valores significantes para p=0.05 pode-se

concluir existir mediação.

Efeito direto sem

variável mediadora

Efeito direto com

variável mediadora

Efeito indireto

DYNAMIC STRATB

OPERAT ,801 (0.001) ,585 (0.001) 0.015

113 Se o efeito não era significante e continua a não ser significante então pode-se concluir que não existe

efeito de mediação na trajectória 114 Se o efeito era significante e mantem-se significante pode-se concluir que existe uma trajectória que é

parcialmente mediada 115 Se o efeito era significante mas deixou de o ser com o mediador então pode-se concluir que existe uma

trajectória com total efeito da variável mediadora

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222

A trajetória entre DYNAMIC e OPERAT é parcialmente mediada pelo constructo

STRATB porque verificou-se que manteve a significância entre o efeito direto sem

variável mediadora e o efeito direto sem mediação, assim como efeito indireto não ser

significante.

Conforme havia sido discutido durante a revisão de literatura e na fase de

formulação de hipóteses o autor propõe-se a testar o modelo causal de capacidades

dinâmicas em Design sobre as capacidades operacionais em Design, e mediado pelo grau

de alinhamento estratégico STRATB. Para se testar e confirmar a validade desta

proposição teórica procurou-se identificar e avaliar os níveis de significância dos

coeficientes de regressão dos constructos e através da estimação dos parâmetros pelo

método de máxima verosimilhança. Os resultados apresentados permitem concluir que o

modelo ajustado explica a maioria da variação do desenvolvimento de superiores

capacidades operacionais em Design, sendo que o efeito de mediação parcial revela existir

um efeito positivo e significativo do STRATB nessa aquisição de competências através

de capacidades dinâmicas. Isto porque quando não se toma em consideração a variável

de mediação o efeito direto das capacidades dinâmicas sobre capacidades operacionais

(a=0.801; p=0.01) é superior ao impacto quando se inclui o efeito de moderação parcial

(a=0.585; p=0.01). Ao mesmo tempo verifica-se que tanto os efeitos diretos como os

indiretos são significantes com a adição da variável de mediação.

Estes resultados significam que o constructo STRATB desempenha um papel

relevante no impacto das capacidades dinâmicas sobre o desenvolvimento de melhores

capacidades operacionais de Design. Ou seja, a existência de apoio da Administração e

gestores seniores, assim como a incorporação do Design numa posição de relevo dentro

do processo de decisão estratégica e de inovação da empresa faz com o efeito das

capacidades dinâmicas em Design aumentem significativamente o stock de capacidades

operacionais.

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223

Moderação multigrupos

7.3.4.1 Testes de invariância estrutural

De acordo com Marôco (2014, p. 287) a análise de invariância estrutural por

multigrupos avalia se a estrutura do modelo é equivalente entre diferentes grupos

retirados da mesma amostra mas que possuam características diferentes entre si. Essa

análise é realizada pelo teste da invariância dos itens entre as diferentes populações (teste

de invariância configuracional), e pela avaliação da diferença entre coeficientes de

variáveis latentes quando comparados entre grupos diferentes (teste de invariância de

medida).

No caso da volatilidade contextual compararam-se os extremos, ou seja, entre os

três grupos disponíveis optou-se por comparar somente os resultados do nível mais baixo

com os resultados do nível mais alto de volatilidade, ignorando-se o grupo de sectores

industriais identificado como sendo de volatilidade moderada. Procurou-se realizar uma

identificação de potenciais problemas que limitassem a validade destes testes, ou

obrigassem à eliminação de itens adicionais, uma vez que face à irreversibilidade das

tomadas de decisão realizadas é aconselhável uma ação preventiva e verificar a existência

desses erros desde logo no início do processo. Um processo de comparação entre grupos

para testar existência de efeitos moderadores é realizado com o pressuposto de que o

instrumento disponível mede os mesmos constructos em todos os grupos. Poderá se

questionar esse pressuposto se para todos os itens existir diferença significativa entre

constructos, e por esse motivo garantir que existe invariância da medida é um pré-

requisito para uma comparação entre grupos. Para tal aplica-se a comparação de

parâmetros de pares repetidos116 entre os grupos de moderação de volatilidade contextual,

e procura-se verificar que para cada fator existe pelo menos um item que não seja

significativamente diferente entre grupos (z-score *** p-value < 0.01; ** p-value < 0.05).

Nos anexos pode-se consultar a Tabela 56 - Efeitos de moderação volatilidade

do ambiente e sem variáveis de controlo e na qual se pode verificar que não existem

problemas com os dados recolhidos e pressupostos testados. O mesmo foi feito

relativamente ao moderador recursos de Design, sendo que a tabela resultante e agrega os

116 Tradução livre do inglês pelo autor de “Pairwise Parameter comparisons”

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224

resultados mais relevantes pode também ser consultada nos anexos (anexos - Tabela 57 -

Efeitos de moderação da natureza dos recursos em Design e sem variáveis de controlo).

Novamente se pode concluir que não se verificaram quaisquer problemas, não havendo a

necessidade de se realizar uma re-especificação do modelo antes de realizar os testes de

invariância estrutural aos multigrupos.

7.3.4.2 Efeitos de volatilidade de mercado

Em relação ao constructo de moderação MKT_DYN, e conforme descrito

anteriormente, procurou-se comparar somente os dois extremos para entender se as

diferenças são significativas ou não, ou seja, se o dinamismo de mercado altera ou não o

desenvolvimento das capacidades em Design. Retirando o constructo de segunda ordem

DYNAMIC, pode-se verificar possíveis alterações dos efeitos de cada uma das dimensões

sobre quer o constructo de capacidades operacionais, quer sobre possíveis efeitos de

mediação (anexos - Tabela 56 - Efeitos de moderação volatilidade do ambiente e sem

variáveis de controlo). Por motivos semelhantes (melhoramento da leitura dos dados e

efeitos entre variáveis), o mesmo foi aplicado às variáveis de controlo consideradas, neste

caso porque a sua inclusão permite-nos entender melhor os contrastes entre grupos e

possíveis condições subjacentes.

Procurou-se verificar se o grau de volatilidade do sector afetava o comportamento

e o impacto que as capacidades em Design poderiam ter sobre o rendimento económico

da organização, teorizando-se em particular que as organizações desenvolviam superiores

capacidades dinâmicas em Design em mercados mais voláteis e onde a capacidade de

antecipar e adaptar-se à mudança era de maior importância. Verificou-se contudo que as

trajetórias não são estatisticamente significativas, e o modelo constrito com pesos

factoriais, variâncias e covariâncias fixas nos sectores de menor volatilidade não diferiu

significativamente em relação aos sectores de maior volatilidade, não se confirmando que

o efeito de volatilidade conforme teorizado exista.

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225

7.3.4.3 Efeitos natureza dos recursos em Design

É interessante verificar que a inclusão de designers externos, e ao contrário do

verificado com as variáveis moderadoras de volatilidade de mercado, provocam um

conjunto de efeitos significantes nas relações entre os constructos. Assim verifica-se

existirem diferenças significativas na relação do ABSORPT para o STRATB, e em

sentido contrário do ADAPT para o mesmo constructo de mediação STRATB,

concluindo-se que a inclusão de designers externos numa organização tem um efeito

positivo e potenciado do efeito de alguns constructos do modelo sobre outros, assim como

na sua relação com a criação de capacidades operacionais em Design (anexos - Tabela 57

- Efeitos de moderação da natureza dos recursos em Design e sem variáveis de controlo).

A inclusão de designers externos retira força ao efeito das capacidades adaptativas sobre

as capacidades operacionais, enquanto a variação sobre o efeito das capacidades

absortivas é quase nula e não significativa. Ainda assim pode-se considerar que este é um

resultado algo surpreendente tendo em consideração as contribuições dos autores e os

pressupostos teóricos construídos sobre essas contribuições.

Procurou-se assim verificar se a contratação de serviços externos de Design

afetava o comportamento e o impacto que as capacidades em Design poderiam ter sobre

o rendimento económico da organização, teorizando-se em particular que as organizações

que contratassem serviços externos demonstrariam ter maior capacidade de absorção e

integração de conhecimento externo dentro da organização. Os resultados são algo

complexos e interessantes de analisar (e o que será feito com maior rigor no capitulo

seguinte), isto porque verificou-se que a inclusão de serviços externos de Design somente

possuem efeitos sobre o constructo de alinhamento estratégico STRATB que reporta mais

ao apoio interno que a Administração concede ao Design, e que este efeito é negativo

para as capacidades adaptivas e positivo para as capacidades de absorção de

conhecimento externo. Uma possível explicação pode ser dada pelo facto de que o efeito

negativo do grupo DESRES_OTH é especialmente pronunciado em relação ao indicador

AD1 “Os designers que trabalham com esta organização auxiliam-nos constantemente a

questionar e desafiar as formas tradicionais de trabalhar” e que perde força e influência

dentro do constructo ABSORPT. Pode-se especular que a contratação de serviços

externos de Design reduz o estímulo à procura de absorção de conhecimentos externos

dentro da organização e que tal efeito anula possíveis ganhos que a organização teria na

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226

contratação de conhecimento externo. Ainda assim, e devido ao facto de existir um

impacto positivo dessa inclusão de serviços externos de Design no crescimento da

empresa (GR1 GROWTH = 0,135) faz com que especial atenção seja dada à discussão

destes resultados no capítulo oitavo.

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227

Resumo do capítulo

Este capitulo iniciou-se com a apresentação das estatísticas descritivas dos

principais constructos (medidas de tendência central, dispersão e assimetria), revelando

algumas questões em torno de somente uma das variáveis latentes e dos indicadores que

a compõem (PROFIT).

Ainda assim verificou-se que o modelo reespecificado após a AFE revela ter um

bom grau de ajustamento, podendo-se considerar válidos os pressupostos teóricos a ele

subjacentes e que irão alimentar a discussão de resultados do próximo capítulo. De referir

ainda que estes testes sobre a qualidade de ajustamento foram realizados sobre uma AEE

completa ao modelo teórico, testando o comportamento das variáveis latentes de segunda

ordem, assim com os efeitos de mediação, moderação multigrupos e variáveis de controlo,

em simultâneo no mesmo modelo o que reforça a qualidade da estimação do mesmo.

Obtiveram-se ainda resultados interessantes após a inclusão dos efeitos de

mediação e moderação e que serão discutidos com maior atenção no capítulo seguinte. O

capítulo oitavo irá precisamente procurar analisar os resultados agora obtidos e discuti-

los à luz dos pressupostos teóricos identificados e propostos nos primeiros capítulos da

tese. Pretende-se estabelecer uma comparação entre esses pressupostos teóricos e a

realidade agora observada para se permitir retirar conclusões úteis à resposta das

perguntas de investigação e testar a validade das hipóteses inicialmente propostas.

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228

8 Discussão de resultados

Notas introdutórias

Este capítulo é dedicado à discussão dos principais resultados e conclusões

recolhidos da modelação estrutural e à luz da revisão de literatura realizada e objetivos

principais e secundários da investigação. O capítulo inicia-se com uma análise às

implicações teóricas da re-especificação do modelo, não só em relação aos itens e

constructos eliminados em relação ao modelo teórico inicial, mas sobretudo procurando

providenciar um entendimento sobre as novas variáveis teóricas resultantes da análise

factorial exploratória e para os quais a modelação estrutural confirmou a qualidade de

ajustamento aos dados recolhidos.

Este capítulo procura depois providenciar uma explicação para esses resultados e

outros resultados, confrontando-os sempre que possível a algumas das questões lançadas

nos capítulos teóricos. Esta discussão é de particular interesse sobre aspetos relativos à

pergunta de investigação que se procura responder no capítulo seguinte, assim como para

criar a fundamentação e a argumentação que irá suportar a validação (ou rejeição) das

hipóteses de investigação. Esta discussão de resultados é um passo essencial antes que se

possa extrair conclusões da investigação, dotando a evidência empírica de significância e

significado.

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229

8.1 Re-especificação do modelo e variáveis de controlo

8.1.1 Itens eliminados

Conforme discutido nos capítulos anteriores, no decorrer da modelação e tendo

em vista o correto ajustamento dos resultados ao modelo teórico, foi necessário

prescindir-se de um conjunto de indicadores que não traziam o ajustamento pretendido a

qualquer um dos fatores propostos. Os indicadores retirados foram os seguintes:

a) AB3 “A nossa organização recorre frequentemente aos designers para

promover a participação ativa de clientes e/ou fornecedores no processo de

desenvolvimento de novos produtos” – O autor presume que muitas das empresas

inquiridas não se confrontam com esta situação (cocriação com clientes ou

fornecedores), havendo uma dispersão nas respostas e variação divergente em

relação a qualquer um dos conjuntos de fatores. Efetivamente o AB3 teve um

loading relativamente baixo de 0.465, reduzindo a validade convergente do

constructo a que pertence, não sendo um indicador que aparente ajustar-se

convenientemente à sua mediação, tendo por isso sido retirado da escala proposta;

b) AB2 “A nossa organização incentiva e promove a combinação de

conhecimentos e práticas existentes dentro da empresa com novos conhecimentos

trazidos por designers externos” – O indicador AB2 foi retirado pelo autor porque

não se ajustava a nenhum dos fatores propostos, comprometendo a avaliação de

validade convergente e discriminante. Uma possível explicação para a falta de

ajustamento poderá ser o facto de que nem todas as empresas contratarem serviços

externos de Design, o que cria um enviesamento deste indicador. Não obstante o

facto de que o questionário já contemplava (no momento do seu envio) uma

advertência sobre esse problema, sugerindo a resposta em “discordo totalmente”

se não contratasse Design externo. Lamenta-se que não tenha sido possível

detectar este problema durante o questionário piloto, mas efetivamente conclui-se

que este indicador não é um indicador adequado a um instrumento com estas

características;

c) IN2 “Nos últimos anos a nossa empresa introduziu um maior número de

produtos e serviços inovadores do que a sua concorrência direta” – Este

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230

indicador foi retirado porque verificou-se que era muito semelhante com o outro

indicador IN1 “A nossa empresa é uma referência no seu sector no que diz

respeito à introdução de novos produtos e serviços“. Infelizmente este facto não

foi identificado por nenhum dos especialistas do painel designado, nem esse facto

foi apontado durante o período de pré-teste nas suas diferentes etapas. Através da

sua eliminação reduziu-se também a redundância, com efeitos positivos sobre a

parcimónia do modelo, e sem comprometer a qualidade do fator ABSORPT que

conta ainda com cinco indicadores – número acima dos três indicadores

aconselhados na literatura (Hair et al., 2010, p. 704);

d) Por retirou-se ainda o indicador ROA_AVE designado para o constructo

rentabilidade porque o seu erro de estimação provocava a existência de uma matriz

de covariância negativa na utilização da análise por multigrupos. Tal poderá

dever-se ao facto de ser um indicador mais sensível à redução da amostra do que

os restantes indicadores. De qualquer modo verificou-se que essa limitação não

permitia que os modelos fossem positivamente definidos durante a análise de

multigrupos, e apesar do indicador em questão exibir um loading relevantes

(0,856),e o constructo era composto por quatro itens e a variância média não

baixou para valores que comprometessem a sua validade convergente, pelo que

optou-se simplesmente por retirar esse item do modelo e sem prejuízo para a sua

análise e conclusões.

8.1.2 Comportamento das variáveis de controlo

Conforme havia sido referido no capítulo sexto, e de acordo com um conjunto de

contributos de outros autores, procurou-se inserir um conjunto de variáveis de controlo

que permitissem estudar o impacto de efeitos exógenos no modelo estrutural proposto.

De acordo com a literatura (Becker, 2005, pp. 275, 285), a inserção de muitas variáveis

de controlo suscita problemas de redução do poder da análise (afogamento), isto é,

adicionar controlos além de exigir uma amostra robusta começa a afogar os efeitos das

variáveis independentes sobre as variáveis dependentes. Verificou-se existir esse efeito e

em particular com o constructo STRATA cujo efeito sobre o GROWTH antes das

variáveis de controlo era significante para p>0.05 e após a inclusão de todas as variáveis

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231

de controlo perdeu a significância (anexos - Tabela 53 - Estimação do modelo sem

variáveis de controlo; e Tabela 54 - Estimação de modelo com variáveis de controlo).

Por esse motivo é aconselhável a não inserção das variáveis de controlo durante a análise

das relações entre variáveis independentes e dependentes. E também por esse motivo

posteriormente deve-se ter o cuidado de incluir somente as variáveis de controlo que

demonstrem ter um impacto significante no modelo, eliminando (ou não considerando)

aquelas variáveis que não tenho efeito com significância por motivos de parcimónia e

redução do efeito de afogamento (Becker, 2005, p. 285).

De seguida discutem-se os resultados resultantes da inserção das diferentes

variáveis de controlo consideradas e que podem ser consultadas nos anexos (Tabela 58 –

Níveis de significância dos efeitos das variáveis de controlo):

a) Idade – Verifica-se que a idade ou antiguidade de uma organização é

efetivamente um fator relevante com impacto e que influencia o crescimento e

rentabilidade da empresa. Ou seja, o ano de fundação da empresa importa para o

impacto das capacidades em Design no lucro (PROFIT) e no crescimento

(GROWTH) – efeito positivo. Esse efeito é consistente com o que se discute no

capítulo seis, em particular em relação com alguns dos pressupostos colocados

por (S. a. Zahra et al., 2006, pp. 12–15) sobre se a capacidade de uma organização

para inovar decresce com a sua antiguidade. Assim sendo pode-se teorizar que tal

acontece porque a utilização de capacidades dinâmicas para absorver

conhecimento dentro da organização decresce com a antiguidade da mesma, e ou

que as empresas mais novas por serem menos avessas ao risco estão mais

dispostas a desenvolver e integrar as capacidades dinâmicas do Design dentro da

organização. Contudo um maior detalhe e exigência de robustez das conclusões

irá exigir que se realize investigação futura mais aprofundada e focada na

comparação de processos de aprendizagem e perfis de utilização de capacidades

em Design entre empresas mais antigas e mais jovens;

b) Tamanho: Utilizaram-se duas variáveis de controlo distintas para verificar o

efeito do tamanho – o número de empregados e a faturação anual bruta da

organização. Essa opção de testar não um mas sim dois indicadores diferentes

enquanto variáveis de controlo para a mesma dimensão revelou-se certa uma vez

que os resultados dos efeitos são opostos entre si enriquecendo as ilações retiradas.

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232

Verificou-se que quando a dimensão tamanho era estabelecida pelo indicador

número de empregados que a empresa possui, o efeito das capacidades em Design

era significativo mas negativo. Ou seja, quanto maior for o número de empregados

menor o impacto das capacidades em Design sobre os resultados da empresa

(crescimento). É um resultado interessante pois significa que o impacto das

capacidades em Design sobre a performance da empresa reduz-se com o aumento

da dimensão em termos de número total de empregados. Ou seja, estes dados

parecem reforçar ilustrar que os contributos do Design tendem a dissolver-se

dentro de empresas muito grandes e onde há maior dificuldade na compreensão

do seu valor pois encontra-se compartimentado e distribuído por diferentes

departamentos (James Moultrie et al., 2009, p. 79).

Já no caso que a dimensão tamanho era definida pelo indicador faturação

bruta da empresa verificou-se novamente um efeito significativo tanto para o

GROWTH (para p<0.05) como para o PROFIT (para p<0.1), contudo e ao

contrário do indicador número de empregados os efeitos em ambos era positivo.

Ou seja quanto maior a dimensão em faturação maiores os impactos das

capacidades em design tanto em termos de crescimento como de rentabilidade das

organizações. Tal parece confirmar as teorias de Wenpin Tsai (2001, p. 1000) de

que unidades de grande dimensão possuem um conjunto mais rico e diversificado

de recursos que lhe permitem melhorar os índices de inovação e performance, do

que unidades menores e com menos recursos disponíveis para explorar de forma

eficiente as oportunidades suscitadas por capacidades superiores em Design.

Conclui-se que a variável de controlo relativa ao tamanho revelou ser

interessante para discussão tendo em conta o efeito oposto das duas dimensões,

em particular o facto do impacto da dimensão em termos de empregados ser

negativo para o desenvolvimento das capacidades em Design. Estas conclusões

permitem contribuir para uma clarificação sobre quais os fatores que parecem

limitar o efeito / impacto das capacidades dinâmicas dentro da organização,

respondendo aos apelos de outros autores que sugerem investigação aprofundada

nestes aspetos para aumentar o valor prático da teoria das capacidades dinâmicas

para a Gestão (Barreto, 2010, pp. 276–277);

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233

c) Variáveis de controlo sem significância – Por fim houve um conjunto de

variáveis de controlo que não demonstram ter qualquer influência sobre o impacto

que as capacidades em Design desenvolvem sobre a performance económica da

empresa. Foram estas: a pessoa que responde ao questionário (se é diretor

executivo ou não) e se o designer responde diretamente à Administração de topo

ou não. Se no caso da primeira variável a motivação para a sua inclusão foi

verificar se este indicador poderia de alguma forma adicionar algum

esclarecimento adicional sobre as questões do apoio dos diretores executivos,

ainda que indiretamente, concluindo-se que nenhuma diferença significativa.

Sobre a importância do designer responder diretamente à Administração, verifica-

se que se existir algum efeito este não é possível de se observar através de um

indicador com estas características. Também a nacionalidade da organização não

aparenta ter qualquer influência no impacto das capacidades em Design na sua

performance económica, e nem o sector industrial de origem o que é um resultado

importante pois significa que as capacidades em Design não obstante possuírem

especificidades e comportamentos diferenciados de sector para sector (discutido

mais à frente neste capítulo) possuem efeitos semelhantes em termos de

importância económica geral.

8.2 Sobre a natureza das capacidades em Design

Respondendo à questão formulada no seu artigo por Charles Noble (2011, p. 391)

sobre o que é afinal o Design pode-se considerar face aos resultados obtidos que aparenta

ser um pouco de tudo. Contudo também se pode discutir que apesar de ser um pouco de

tudo, também o é sempre de forma diferenciada e intercalada. Ou seja podemos entender

o Design enquanto fator estruturante de uma cultura organizacional virada para a

inovação, ou como uma capacidade operacional que potencie competitividade e valor

acrescentado às atividades quotidianas da organização onde se insere, ou mesmo relevar

aspetos de capacidades dinâmicas cujo impacto se poderá fazer sentir na empresa

adaptando-a para se adaptar à mudança externa, ou mesmo contribuindo para a criação

da referida cultura organizacional favorável à inovação pelo Design. Uma das principais

conclusões deste estudo é a comprovação de que efetivamente existe uma diferenciação

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234

entre capacidades dinâmicas e capacidades operacionais de Design, que se reflete nos

resultados económicos e competitivos que suscitam, mas que dialogam entre si e se

relacionam na criação de dinâmicas especificas aos desafios envolventes.

Estas conclusões são aliás consistentes com Joziasse (2009) e em particular na

distinção que propõem entre capacidades operacionais de Design e outras capacidades

que permitem ao Design produzir um impacto superior e também nos processos

organizacionais, e que representam um valor acrescentado superior às capacidades

operacionais. Os resultados obtidos são também consistentes com a posição de outros

autores (Birgit H Jevnaker, 2000; Rosensweig, 2012) que argumentam que o Design

assume um comportamento de capacidade dinâmica, revelando ser capaz de ajudar a

organização a construir ou manter vantagens competitivas relevantes por meio da

integração, criação ou reconfiguração do conhecimento dos recursos internos e externos,

e promovendo a criação de algo novo dentro da organização que lhe permite adaptar-se à

mudança externa. E ainda com a divisão identificada por Walsh que identifica

oportunidades permeáveis às mudanças externas que só são absorvidas e integradas junto

das capacidades existentes através de um conjunto de capacidades especiais em Design

(Walsh, 1996, p. 514).

Novos constructos de capacidades dinâmicas

Questão central à investigação realizada, os dados recolhidos foram igualmente

interessantes tanto pelo que permitiram confirmar do modelo teórico proposto, como em

particular com aquilo que não foi confirmado. Na opinião do autor foi porventura mais

interessante onde os resultados divergiram do esperado e teorizado pelas implicações

teóricas inesperadas que suscita.

Ao mesmo tempo inesperado e um dos resultados mais interessantes foi na opinião

do autor a existência de uma disposição de dimensões de capacidades dinâmicas em

design diferente das três dimensões propostas por Wang e Ahmed (2007). Estes autores

teorizavam para a existência de três dimensões distintas entre si de capacidades

dinâmicas, e que eram as dimensões absortiva, adaptativa e de inovação. Na realidade e

apesar da análise factorial exploratória ter confirmado que todos os itens convergem no

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235

constructo das capacidades dinâmicas, este mesmo constructo contudo subdividia-se em

somente duas dimensões (e com significância de p=0.01 para ambas) ao invés das três

propostas. No decorrer da análise factorial exploratória verificou-se que os dados

recolhidos para definir capacidades em Design não se ajustavam com a qualidade

pretendida ao modelo teórico proposto. Ou seja a AFE revela que o constructo

multidimensional de capacidades dinâmicas (e com base nos dados recolhidos) não é na

verdade composto por capacidades de inovação, de absorção e de adaptação como

preconiza Wang e Ahmed (2007), mas antes somente duas dimensões distintas.

Uma das dimensões que efetivamente foi identificada pela AFE e posteriormente

confirmada através da AFC é a dimensão composta por indicadores que representam a

identificação e incorporação de oportunidades externos:

a) AB4 “Os designers que trabalham connosco procuram manter-se atualizados e

mostram ser capazes de aplicar novos conhecimentos no desenvolvimento do seu

trabalho”;

b) AD3 “Os designers que trabalham para esta empresa evoluem e adaptam-se

rapidamente em resposta a mudanças nas nossas prioridades de negócios”;

c) AD4 “As contribuições dos designers revelam ser suficientemente flexíveis

para nos permitir responder rapidamente a alterações no mercado”.

Esta dimensão inclui dois itens inicialmente propostos como sendo pertencentes

ao constructo de capacidades dinâmicas adaptativas e um indicador que havia sido

proposto relacionado para constructo absortivo, neste caso específico relacionado com a

capacidade de aplicar novo conhecimento nas práticas diárias mas com um foco na

capacidade de estar atualizado em relação ao conhecimento externo. Assim sendo o

denominador comum aparenta ser a forma como o Design se apresenta capaz de se virar

para dentro de si mesmo e de forma a se adaptar às mudanças externas ou internas - quer

por se manter atualizado, quer por ser flexível o suficiente para se adaptar à mudança.

Confirma-se a existência de uma dimensão já identificada durante a análise da literatura

dos capítulos dois e três e relativa aos conceitos de sensoriamento e adaptação/integração

das suas práticas de Design dentro da organização para torná-la capaz de enfrentar as

mudanças no Mercado.

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236

É uma dimensão relativa à capacidade do Design em identificar, absorver e

integrar conhecimento externo na sua prática diária (capacidades operacionais) e

funcionando como guardião da passagem para dentro da organização empresa. A

capacidade do designer em estar atento e acompanhar o que se passa à volta da

organização, ser capaz de monitorizar e identificar oportunidades, trazer conhecimento

para dentro da empresa (estar atualizado). É uma qualidade que inclui a capacidade de

adaptar esse conhecimento às necessidades da sua prática diária, revelando flexibilidade

e ser capaz de alinhar esse conhecimento com as exigências estratégicas da empresa e

promover soluções alinhadas com esse posicionamento. Todos estes aspetos representam

uma capacidade que possibilita não só a absorção de conhecimento externo mas também

a integração desse conhecimento dentro da organização.

Com base nos resultados obtidos da análise factorial considera-se que este

constructo de adaptação é composto por itens que dizem respeito à capacidade de manter-

se atualizados e de adaptação e evolução à mudança. Esta dimensão relativa à capacidade

do Design de sensoriamento e adaptação às mudanças externas parece ser consistente

com o constructo da ACAP de Zahra et al (2006), e com fortes reverbações também para

a dimensão “agarrar a oportunidade” de David Teece (2007, pp. 1326–1329) ou sobre

a microfundação do sensoriamento “as capacidades que permitem à empresa detectar

mudanças externas e ser capaz de configurar os seus recursos e capacidades, a fim de

lidar com ela” (Prieto et al., 2008, p. 3).

Mais especificamente dentro da literatura do Design este constructo parece

consistente com a dimensão de Design enquanto capacidade de transformação (Mozota,

2006, p. 45), e parece fundamentar a visão do guardião defendida por diversos autores

(D’Ippolito, 2014, p. 6; Mozota, 2006, 2003b, p. 47; Walsh, 1996, p. 514). Isto é, o

designer enquanto interface entre funções operacionais e outras competências já

existentes e que assegura uma capacidade de integração de conhecimento externo e

transformação através do Design.

E a outra dimensão mais virada para dentro e composta pelos indicadores:

a) AD2 “Nós encorajamos os nossos empregados e gestores a desafiar tradições

e práticas ultrapassadas”;

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237

b) AB1 “A nossa empresa incentiva e promove a disseminação das tendências

mais atuais e novas práticas em design pelos seus diferentes departamentos”;

c) AD1 “Os designers que trabalham com esta organização auxiliam-nos

constantemente a questionar e desafiar as formas tradicionais de trabalhar”;

d) IN1 “A nossa empresa é uma referência no seu sector no que diz respeito à

introdução de novos produtos e serviços”;

e) IN3 “Consideramos que a promoção de um ambiente criativo dentro da

empresa é uma condição fundamental para o nosso sucesso”.

Esta dimensão inclui indicadores relacionados com o prévio constructo da

inovação, dois do constructo de adaptação e apenas um do constructo de absorção mas

que se relaciona precisamente com a disseminação do novo conhecimento por diferentes

departamentos. No entendimento do autor este constructo reúne indicadores relacionados

com a capacidade do Design em integrar internamente conhecimento externo e ser capaz

de alterar o ambiente interno da empresa de forma a potenciar a inovação. Verifica-se que

enquanto o constructo anteriormente descrito relativo às capacidades de absorção e

integração de conhecimento externo juntava indicadores que manifestavam a capacidade

de Design em manter uma elasticidade e atualização de conhecimentos que lhe permite

exercer uma função de absorção e integração de conhecimento externo, neste constructo

parece focar-se na capacidade do Design em efetivamente atuar e fazer sentir essas

capacidades dentro da empresa, quer na sua dimensão de transformação de práticas dentro

e fora de cada departamento como de disseminação do conhecimento e inovação por toda

a organização. Esta dimensão incorpora a capacidade de promover a inovação dentro da

organização através da disseminação de novas práticas pelos departamentos, existência

de uma cultura amigável à inovação e de questionamento das práticas tradicionais – o que

confirma aliás a posição de Jenkins sobre o impacto positivo que a mente aberta e curiosa

do designer pode ter na eliminação de tabus organizacionais e práticas de trabalho

obsoletas que limitam a eficiência organizacional (Jenkins, 2008, p. 18).

Pode-se entender este constructo como sendo revelador da existência de uma

dimensão em capacidades que reflete a importância do Design de criar um ambiente

cultural favorável à inovação dentro da organização. Este constructo de transformação e

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238

disseminação incorpora as capacidades de inovar e geração de uma cultura de inovação.

Os itens são consistentes com a visão de Mozota no que diz respeito à criação de uma

cultura organizacional mais aberta e que potencia a inovação. Ainda de acordo com

Mozota isso acontece porque o Design permite abrir a cultura organizacional aos desafios

culturais de um mercado globalizado, nomeadamente estimulando um ambiente propício

à inovação pela personalização às culturas locais onde a empresa compete (Mozota, 2008,

p. 36).

Verifica-se existir uma dimensão relativa à capacidade do Design de criar dentro

da empresa um ambiente favorável à inovação, nomeadamente com a integração de novo

conhecimento por outros departamentos o que aparenta confirmar os argumentos de

outros autores (Kwon et al., 2007, p. 43) de que o Design estimula uma cultura de

inovação junto dos outros colaboradores da empresa, e por esse motivo pode ser encarado

como sendo uma capacidade crucial numa Era de inovação tecnológica e de mudanças

económicas. Esta visão é aliás consistente também com o conceito de inovação orientada

pelo Design de Roberto Verganti (2008a, pp. 445, 446) ou a dimensão de capacidade de

inovação em Design de Jevnaker (2000, p. 29), para os quais o Design permite à

organização identificar os elementos-chave que permitem à organização promover a

inovação, identificando capacidades internas e oportunidades/necessidades externas.

Conjugando os resultados obtidos pela AFE e as conclusões tiradas relativamente

à composição destes duas dimensões do constructo de capacidades dinâmicas parece

verificar-se a definição apresentada por Maciver e para a qual a capacidade de Design é

a capacidade de simultaneamente abraçar, equilibrar e integrar diferentes ideais e

processos responsáveis por trazer maior valor para as organizações (Maciver, 2012, p.

29). Essa posição é aliás partilhada por D'Ippolito que identifica ao Design capacidades

quer para a disseminação de novas práticas, e quer para a reconfiguração para o

desenvolvimento de novas rotinas e reorganização das já existentes (D’Ippolito et al.,

2014, p. 1347). Assim sendo pode-se teorizar se (e de acordo com D'Ippolito) essas duas

vias efetivamente comunicam e interagem entre si através “da contribuição de

conhecimentos práticos para o desenvolvimento de capacidades dentro das empresas; da

adoção de novos critérios de produção através de processos de tentativa e erro; do

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239

impacto das novas tecnologias no desenvolvimento de novas competências e

desenvolvimento de novas funções organizacionais”117 (D’Ippolito et al., 2014, p. 1347).

Relação capacidades dinâmicas e capacidades operacionais

Os resultados obtidos pela AEE demonstram que as capacidades em Design

alteram de forma significativa o efeito das capacidades operacionais no crescimento da

empresa. Os dados traduzem-se num efeito muito significativo no qual o impacto de

capacidades operacionais de Design sobre GROWTH é aumentado por ação das

capacidades dinâmicas de Design relacionadas com a microfundação do sensoriamento e

inovação.

As capacidades dinâmicas explicam 56% dos bons resultados através do Design,

um valor muito significativo, sendo até mais alto em determinados sectores industriais.

Estes resultados traduzem a importância das capacidades dinâmicas para o

desenvolvimento de boas capacidades operacionais de Design, contudo são estas últimas

as responsáveis pelo aumento da competitividade da organização e dos seus resultados.

Esse incremento na competitividade faz-se sentir devido aos impactos positivos na

diferenciação, aumento de funcionalidade, capacidade de satisfação das necessidades e

aspirações dos clientes e introdução de novos processos, tecnologias e materiais que

aumentam a eficiência na produção e reduzem os tempos de inserção no mercado de

conceitos e novos produtos (Candi & Saemundsson, 2011, p. 539; Communities, 2009, p.

16; Page & Herr, 2002, p. 144; Swan et al., 2005, p. 148). Confirma-se o teorizado sobre

o que efetivamente impacta no desempenho económico são as superiores capacidades em

Design, contudo e conforme Mrazek alerta "tecnologia superior e eficiência operacional

já não são suficientes" (Mrazek et al., 2011, p. 8), e sem adaptação e absorção de novo

conhecimento o stock de capacidades operacionais ficaria estagnado e a organização

perderia a prazo possíveis vantagens competitivas que pudesse ter através de superior

capacidades em Design. Estas conclusões são também compatíveis e reforçam as

principais conclusões sobre a importância para a competitividade e inovação das

117 Tradução livre do autor do original “the contribution of practical knowledge to capability development

within firms; the trial-and-error adoption of novel production criteria; the impact of new technologies on

the development of new skills and emergence of new organisational roles”

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240

organizações defendidas pelos principais autores dentro da teoria das capacidades

dinâmicas e citados no capítulo 1 (Barreto, 2010; Eisenhardt & Martin, 2000; Teece,

2007; Teece et al., 1997; Wang & Ahmed, 2007; Winter, 2003; S. A. Zahra & George,

2002).

8.3 Impactos no crescimento económico

Efeito positivo sobre crescimento da organização

O efeito das capacidades em Design sobre o crescimento económico da

organização é positiva e significativa (anexos - Tabela 53 - Estimação do modelo sem

variáveis de controlo). Verifica-se assim a hipótese de que as capacidades em Design

provocam um efeito positivo e significativo sobre a performance da empresa se verifica

parcialmente.

Esse efeito é potenciado pelo investimento em Design. Para se alcançar essa

conclusão temos de analisar os resultados obtidos com a variável de controlo utilizada

anteriormente por Alegre e Chiva (Chiva & Alegre, 2009, p. 429). Verifica-se pelos

resultados (anexos - Tabela 58 – Níveis de significância dos efeitos das variáveis de

controlo) que o crescimento do investimento em Design importa para o impacto das

capacidades em Design no crescimento (GROWTH) da empresa – efeito positivo e aliás

o mais forte entre todas as variáveis de controlo b=0.27. Outro dado adicional que se

depreende dos resultados é que as empresas que demonstram ter mais capacidades

dinâmicas são aquelas que também aumentaram o investimento em Design.

Comparativamente com o que foi descrito por Alegre e Chiva (Chiva & Alegre, 2009, p.

434) conclui-se que as capacidades em Design produzem um efeito positivo sobre o

retorno do investimento em Design. Pode-se concluir adicionalmente que as empresas

que não acreditam no mito do Design como besta indomável (Olson et al., 1998, p. 55)

acabam por realizar um bom investimento, sustentado pelos resultados que confirmam o

impacto positivo sobre os rendimentos desta aposta em integração das capacidades em

Design.

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241

Impacto sobre o lucro

No modelo teórico testado o efeito das capacidades operacionais sobre a dimensão

do constructo PROFIT não é significativo, ou seja as capacidades em Design parece não

exercerem qualquer feito sobre este constructo que se refere à rentabilidade financeira e

é composto por indicadores objetivos. É de realçar aliás o facto de que não foi possível

estabelecer uma ligação de ambos os constructos ao constructo de 2ª ordem sobre

performance económica como previamente se havia proposto a fazer uma vez que os

resultados demonstraram não haver efeitos significativos (anexos -Tabela 54 - Estimação

de modelo com variáveis de controlo). Esta ausência de efeitos é evidente em qualquer

uma das possibilidades, mesmo tendo em consideração os efeitos de mediação de

alinhamento estratégico.

Estas conclusões contradizem estudos prévios de outros autores (Chiva & Alegre,

2009; Platt et al., 2001) para os quais melhores capacidade de Design significam

necessariamente um aumento nos lucros das empresas. Esta divergência de resultados

poderá ter origem no facto de que melhores capacidades podem significar custos mais

elevados e associados a um maior volume de investimento de inovação pelo Design como

aliás Marina Candi alertava no seu artigo (2010, p. 199). Superiores capacidades em

Design implicam um custo superior imputado à empresa através do investimento no

desenvolvimento dessas capacidades, e que no final também se traduz numa redução da

rentabilidade da operação. De referir ainda que também Gemser alerta para efeitos de

tradeoff e escolha, neste caso para a escolha entre contributos para inovação versus

contributos operacionais estéticos, já que uma ênfase em capacidades operacionais

implica uma redução do impacto negativo das capacidades dinâmicas, ou Design

experimental, que contribui sobretudo no capítulo da inovação (Gemser et al., 2011, p.

75).

Porventura mais importante para entender estes resultados seja a investigação

desenvolvida por Yiannis Spanos e Spyros Lioukas (Spanos & Lioukas, 2001) que

recorreu a equações estruturais para testar o efeito dos recursos e capacidades da

organização sobre o mesmo constructo multidimensional de performance económica.

Nesse estudo Spanos e Lioukas (Spanos & Lioukas, 2001, pp. 917–919) concluíram os

recursos e capacidades só tem efeito direto sobre performance de mercado mas não sobre

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242

a performance financeira. Na verdade Spanos e Lioukas concluíram também que esse

efeito era indireto e mediado precisamente pelo crescimento da performance de Mercado

(Spanos & Lioukas, 2001, p. 918) - “embora a influência direta dos 'ativos da firma na

rentabilidade seja fraco e insignificante (0,083; p>0,10), o seu efeito através de quota

de mercado (ou seja, os ativos → desempenho do mercado → rentabilidade, = 0,277 *

0,306) é significativa (0,08; p = 0,059). Assim o desempenho do mercado parece

constituir uma variável interveniente significativa na relação entre recursos e a

rentabilidade da empresa” (Spanos & Lioukas, 2001, p. 920). Podemos interpretar estes

resultados como a consequência de um desfasamento temporal entre efeitos operacionais

de performance e efeitos financeiros (Venkatraman & Ramanujam, 1986), e esperar que

a longo prazo as empresas que revelem ter capacidades superiores em Design e possam

vir a ter melhores índices de rentabilidade financeira do que as restantes empresas no

Mercado e como resultado indireto de um crescimento sustentado e continuado das quotas

de mercado.

Contudo pode-se também argumentar que este resultado poderá confirmar os

argumentos defendidos por Ambrosini sobre que o impacto das capacidades pode ser

negativo sobre o lucro da organização devido à influência negativa das capacidades

dinâmicas. Na opinião da autora a capacidade da organização em se adaptar à mudança

não é razão sine qua non para que essa adaptação seja necessariamente benéfica – pode-

se piorar ao invés de melhorar quando se muda (Ambrosini, Bowman, & Collier, 2009,

p. 26). Ou seja, um incorreto diagnóstico sobre as ações a tomar pode levar os gestores a

operar mudanças radicais que acabem por reduzir a eficácia do stock de capacidades

operacionais existente, reduzindo também o seu valor e impacto no desempenho

económico das organizações. Adicionalmente, e conforme já havia sido referido no

decorrer do capítulo cinco e durante a operacionalização do constructo do desempenho

económico, recupera-se a advertência de Protogerou et al (2012, pp. 19–20) para com a

falta de fiabilidade dos dados secundários e financeiros de PME’s devido a problemas

vários como manipulação contabilística de resultados, discrepância em termos de

convenções contabilísticas e entre empresas de países diferentes, ou outros motivos não

controláveis pelo investigador. Estas críticas são contudo extensíveis também ao uso de

instrumentos de medida de autoanálise tal como a subjetividade da resposta e o grau de

informação limitada sobre a qual responde. Esta foi aliás uma das principais razões que

assistiu à tomada da decisão de se reduzir o enviesamento de um ou outro tipo de medida

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243

conjugando ambos. As limitações na investigação a haver são aspetos que foram

devidamente acautelados e os seus efeitos limitados ao que era possível alcançar pelo

investigador.

8.4 Efeitos de mediação e moderação

Efeitos de mediação

No decorrer da análise factorial exploratória verificou-se que o constructo de

alinhamento estratégico subdividiu-se em duas dimensões distintas entre si. Ou seja, ao

testar o modelo verificou-se que o STRATA não ajustava com o STRATB num constructo

de segunda ordem revelando ser um mediador de um outro constructo não considerado

ou definido pelo modelo. Esta conclusão deixou inicialmente o autor algo perplexo mas

posteriormente verificou-se haver base explicatória subjacente que suscita uma

conceptualização original, inesperada e que abre espaço para investigação futura sobre a

importância do Design para o desenvolvimento de capacidades organizacionais que

possibilitem o crescimento económico. Mais especificamente estes resultados parecem

confirmar os contributos de alguns dos autores identificados no decorrer do capítulo dois

da revisão de literatura nos quais são teorizadas a existência de capacidades estratégicas

e organizacionais em Design (Mozota, 2011, p. 48, 1998, p. 28; Walton, 2000, p. 7), ou a

influência sobre capacidades organizacionais existentes para lá do Design (Allen &

Ekuan, 2002, p. 57; D’Ippolito, 2014, p. 5; Mutanen, 2008, p. 501; Sanchez, 2006, p. 15).

O novo constructo STRATB descreve sobretudo o nível de apoio da

Administração da organização à incorporação do Design enquanto recurso estratégico

para aquisição de vantagens competitivas. E um outro constructo STRATA que reúne

indicadores que ilustram e medem aspetos relativos ao alinhamento do Design com os

objetivos estratégicos da organização e por meio de incorporação de métricas de gestão.

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244

De seguida iremos analisar com maior cuidado um desses novos constructos, o

STRATA e que é composto pelos seguintes indicadores:

a) ST4 “Nós promovemos o uso de indicadores de produtividade e outras

métricas de Design que estejam alinhados com os principais objetivos de negócio

da empresa”;

b) ST5 “Nós procuramos desenvolver indicadores intermédios de design que

monitorizem o seu progresso face a objetivos empresariais, recorrendo a ações

corretivas caso se revele necessário”;

c) ST3 “Na nossa organização incentivamos os designers a trabalhar em

conjunto com outros departamentos por forma a atingir objetivos de

negócio comuns”;

d) ST1 “Os designers que colaboram connosco são capazes de compreender

a estratégia desta empresa e dos seus objetivos de negócio, estando por isso

aptos a participar no planeamento estratégico corporativo”.

Após análise dos indicadores que compõem este constructo entende-se que têm a

importância do alinhamento das capacidades em Design com objetivos de gestão comuns

à empresa. São indicadores que refletem a preocupação de existência de integração do

Design junto de outros departamentos através de um alinhamento estratégico comum.

Neste conjunto encontramos a importância da existência de métricas de Design alinhadas

com objetivos partilhados com outros departamentos, a capacidade do designer em

entender esses objetivos de gestão comuns, e o estímulo ao Design trabalhar em conjunto

com outros departamentos. Esta necessidade de recorrer a métricas de gestão faz com que

este constructo indicie a preocupação de levar os benefícios das capacidades do Design a

outros departamentos, sendo os objetivos comuns estratégicos a plataforma que permite

a incorporação e agregação dessas capacidades junto de outros departamentos.

Isto é consistente com Olson et al (1998, p. 56) que afirma que se o Design

trabalhar com outros departamentos pode servir para identificar mercados-alvo relevantes

e ajudar no planeamento de produção. As capacidades dinâmicas em Design têm um

maior impacto sobre o crescimento da organização se houver integração dessas

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245

capacidades noutros departamentos (Sanchez, 2006, p. 17), auxiliando no processo de

reconfiguração da própria organização, trazendo conhecimentos externos à empresa e

estruturando-os em torno de resultados concretos e passíveis de serem utilizados pelos

vários departamentos, contribuindo para o desenvolvimento de novas iniciativas

empresariais, e providenciar uma análise qualitativa sobre o que os clientes desejam

(Allen & Ekuan, 2002, p. 57).

Estes resultados reforçam o argumento de que o Design gera valor junto de outros

departamentos (Walton, 2000, p. 7), nomeadamente a identificação de oportunidades e

priorização ou o fomento de interações produtivas entre departamentos (Miller, 2005, pp.

400–401) ou mediar e sintetizar as contribuições e as expectativas de ambas as equipas

estratégicas e operacionais, assim como os demais stakeholders internos e externos

(Bucolo et al., 2012, p. 26), mas que para realizarem semelhante contributo necessitam

da existência de uma articulação prévia que lhes permita disseminar esse valor (Topalian,

2002, p. 13).

8.4.1.1 Efeito de mediação STRATA

Verificou-se que o construto STRATA não tem efeito significativo sobre

OPERAT:

OPERAT STRATA ,032 ,052 ,607 ,544 par_27

Como o STRATA não tem efeito significante sobre o OP e o STRATB por sua

vez já possui, questiona-se se existirá algum efeito de mediação entre estes constructos

com o GROWTH. Contudo existe um impacto de capacidades em Design estratégicas ou

dinâmicas sobre o crescimento através da integração de métricas comuns a outros

departamentos. Ou seja, algumas capacidades em Design, quando estimuladas a ser

integradas com outros departamentos e trabalhando em conjunto pela aquisição de

objetivos estratégicos comuns, tem um impacto positivo nos resultados da organização, e

mesmo que este impacto não se esteja a realizar e materializar em superiores capacidades

em Design. O efeito das capacidades dinâmicas na performance económica da

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246

organização parece extravasar o simples efeito sobre capacidades operacionais, uma vez

que este efeito mediador permite um valor acrescentado e mais-valia para outras áreas e

departamentos de negócio mas sem efeito nas capacidades operacionais pela

Administração.

Uma explicação possível e verosímil para estes resultados é que o STRATA não

está a mediar os efeitos entre capacidades dinâmicas de Design e capacidades

operacionais de Design mas antes capacidades organizacionais uma vez que o STRATA

também tem impacto significante e positivo sobre o GROWTH. O constructo STRATA

pode não estar a influenciar positivamente o desenvolvimento de superiores capacidades

operacionais através da absorção e integração de conhecimento externo relevante, mas

está a promover a participação dos designers no desenvolvimento estratégico da empresa

e a causar impacto sobre o seu crescimento através dos efeitos sobre outras capacidades

organizacionais que impactam positivamente no crescimento.

Estes resultados parecem também confirmar que o Design não deve ser encarado

como algo não administrável, eliminando o mito sobre as limitações que a criatividade

impõe ao processo de Design (Olson et al., 1998, p. 55), merecendo ao invés ser integrado

no planeamento estratégico da organização uma vez que aumenta o crescimento da

organização no Mercado, rentabilizando o investimento realizado na aquisição de

superiores capacidades (STRATAGROWTH) “O Design surge como sendo uma

componente importante da 'abordagem estratégica e competitividade das empresas, uma

vez que permite a síntese e integração de conhecimento externo com as capacidades

organizacionais dessas empresas”118 (D’Ippolito, 2014, p. 5).

É uma conclusão discutível, mas é também uma confirmação verossímil do

potencial do Design estratégico, cujo impacto extravasa e excede o valor das

competências atribuídas a um superior Design de produtos e serviços. Estes resultados

aparentam confirmar a Era do grande Design (Mrazek et al., 2011, p. 8), a qual obrigaria

ao designer saber comunicar de forma adequada o seu valor e demonstrar a sua relevância

para os gestores e outros colegas na organização. Conforme descreve Phillip Tompson

(1994, p. 78) as capacidades em Design podem auxiliar no planeamento estratégico da

organização se partilharem a linguagem de outros departamentos, tais como ser capaz de

118 Tradução livre do autor do original “Design emerges as an important component of firms' strategic

approach and competitiveness since it allows the synthesis and integration of external knowledge with

firms' organisational capabilities”

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247

falar em termos de resultados de negócio e fundamentar o retorno de investimento das

suas ações e capacidades.

Por fim de referir que estes resultados permitem ainda discutir se não será

necessária preservar uma certa autonomização do Design enquanto recursos estratégico

independente não diluindo o seu valor dentro de outros departamentos (Abecassis-

Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008, pp. 486–487). Isto porque se os resultados forem

entendidos como sinais de que o valor das capacidades em Design não se confina aos

limites de um só departamento mas antes o extravasa, pode-se estudar formas mais

adequadas de gerir essas sinergias e combinar com outras capacidades organizacionais

existentes e de forma transversal por toda a empresa com vista à criação de valor.

O STRATB é composto pelos indicadores:

a) ST2 “A administração e as restantes coordenações desta empresa apoiam de

forma entusiasta o desenvolvimento estratégico da organização através de uma

abordagem pelo design, desenvolvendo também ações concretas nesse sentido”;

b) ST6 “A administração desta empresa promove a presença de designers nos

seus processos de tomada de decisão”;

c) ST7 “A administração desta empresa procura incorporar as contribuições do

design desde o início e ao longo dos processos de inovação e desenvolvimento de

produto“.

Após se ter efetuado a análise dos indicadores que compõem este constructo o

autor conclui que estes têm em comum serem uma manifestação do apoio da

Administração ao uso e incorporação do Design no planeamento estratégico da empresa,

incluindo o apoio mas também medidas que promovem a presença do Design dentro dos

processos de tomada de decisão ao mais alto nível, assim como a integração do Design

desde o início dos processos de inovação e desenvolvimento de novos produtos. Seria

interessante analisar os contributos deste constructo enquanto um reflexo do esforço de

integração do Design como recurso estratégico da organização. Isto porque o constructo

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248

agrega itens reveladores sobretudo do apoio dado pela Administração ao

desenvolvimento de melhores capacidades em Design.

Só é possível analisar o efeito de mediação do STRATB entre as capacidades

dinâmicas e operacionais de Design uma vez que somente este constructo demonstrou

exercer um efeito significativo sobre as capacidades operacionais. Conforme discutido

anteriormente ao STRATA apenas se permite teorizar sobre um possível efeito de

mediação exercido sobre um constructo de capacidades organizacionais, mas

infelizmente como o instrumento desenvolvido não inclui indicadores que permitissem a

definição desse constructo e os seus efeitos, não é também possível ir além dessa

teorização face aos resultados disponíveis.

8.4.1.2 Efeito de mediação STRATB

Efeito direto sem

variável mediadora

Efeito direto com

variável mediadora

Efeito

indireto

DYNAMIC STRATB

OPERAT ,801 (0.001) ,585 (0.001) 0.015

Conforme verificado no capítulo anterior o caminho entre DYNAMIC e OPERAT

é parcialmente mediado pelo constructo STRATB mantendo-se a significância entre o

efeito direto sem mediador e o efeito direto com mediador – além do efeito indireto ser

também significante. Ou seja, o efeito é sempre positivo entre capacidades dinâmicas e

operacionais, mas o efeito de mediação ainda aumenta esse efeito.

O apoio da Administração é importante, mas o alinhamento estratégico também,

sendo que ambos têm efeitos de mediação positivos sobre capacidades e esferas de

intervenção diferentes. Isto parece confirmar os argumentos de Rosensweig (2012, pp.

18–19) de que um dos maiores obstáculos para o Design é ainda permanecer fora do

processo de decisão. Tal exclusão acontece porventura devido à existência de uma cultura

existente antagónica ao Design como defende Jenkins (2008, p. 17), o que coloca ênfase

na necessidade de promover uma cultura organizacional de abertura à inovação pelo

Design. Por esse motivo e com vista a esse propósito Jenkins defende ainda a importância

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249

de existirem promotores do Design do lado da gestão sénior e líderes das respectivas

unidades de negócios, que exerçam uma promoção ativa e militante dos benefícios e

valências do Design junto de outros colegas que desempenham funções executivas. Esta

posição é aliás consistente também com Topalian - são os administradores que têm o

poder de "criar o ambiente dentro do qual as energias de design podem florescer ou são

frustrados. Eles também influenciam a seriedade com que o projeto é tratado e integrado

com outras disciplinas”119 (Topalian, 2002, p. 15).

Conclui-se para a gestão que se o objetivo da organização é fazer aumentar as suas

capacidades operacionais em Design porque essas são as mais necessitadas para aumentar

o crescimento daquela empresa então deve-se apostar em garantir um apoio STRATB.

Contudo se o objetivo for antes de promover a integração das capacidades dinâmicas

dentro da empresa para aumentar a capacidade e resiliência de outros departamentos para

a mudança externa então deve apostar no STRATA

Efeitos de moderação

8.4.2.1 Efeitos de moderação dos recursos de Design

DESRES_INT DESRES_OTH z-score

STRATB <--- ABSORPT 0,675 0,000 0,924 0,000 1,759*

STRATB <--- ADAPT 0,291 0,000 0,122 0,050 -1,843*

OPERAT <--- ADAPT 0,225 0,000 0,099 0,015 -1,694*

PROFIT <--- STRATA -1,675 0,053 0,697 0,149 2,39**

ST7 <--- STRATB 1,003 0,000 0,898 0,000 -2,786***

AD1 <--- ABSORPT 1,147 0,000 0,798 0,000 -2,459**

GR1 <--- GROWTH 0,834 0,000 0,969 0,000 1,863*

AB4 <--- ADAPT 1,048 0,000 0,861 0,000 -2,097**

(retirado da Tabela 53 - Estimação do modelo sem variáveis de controlo disponível para consulta

nos anexos)

119 Tradução livre do autor do original “They create the environment within which design energies can

flourish or are thwarted. They also influence the seriousness with which design is handled and integrated

with other disciplines”

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250

A introdução de designers externos reduz a importância do indicador AB4 “Os

designers que trabalham connosco procuram manter-se atualizados e mostram ser

capazes de aplicar novos conhecimentos no desenvolvimento do seu trabalho”. Este

resultado é na opinião do autor algo curioso pois seria de se esperar que a inclusão de

designers externos aumenta-se a perceção sobre a atualização e aplicação de

conhecimento externo na empresa. Contudo talvez este dado sirva para confirmar a tese

de Moultrie (2014, p. 580) e em particular de Czarnitzki e Thorwarth (Czarnitzki &

Thorwarth, 2012, pp. 888–889) de que o insuficiente conhecimento sobre a organização,

as suas especificidades e interligação com os outros departamentos existentes

compromete a sua capacidade de adaptar/integrar os conhecimentos externos às

necessidades internas da organização. Este resultado parece também indicar que a

inclusão de designers externos reduz a necessidade e estimulo aos designers de se

manterem atualizados, talvez porque se pressuponha que a contratação de recursos

externos já signifique essa absorção de conhecimento externo contemporâneo e ajustado

às necessidades da organização. Esta parece ser aliás a visão por detrás da inovação em

produto da Italiana Alessi e de acordo com o artigo de Roberto Verganti (2006).

A introdução de designers externos reduz a importância do indicador ST7 “A

administração desta empresa procura incorporar as contribuições do design desde o

início e ao longo dos processos de inovação e desenvolvimento de produto“. Talvez este

resultado possa ser entendido enquanto uma confirmação dos argumentos de Love et al

(2011, p. 1449) quando afirmam que as empresas que apostam no Design enquanto

elemento de inovação fazem-no de forma mais acentuada desde que os recursos sejam

somente internos. Pretende-se assim garantir que não haja espaço para a existência de

fuga de informação para os concorrentes da organização. Os resultados parecem sustentar

a posição de outros autores (James Moultrie & Livesey, 2014, p. 577) de que se realiza

um maior investimento em contratação de serviços externos de Design quando a

organização privilegia uma utilização de Design mais experimental, ou que investe mais

em recursos internos em Design quando pretendem manter competências internas,

conhecimento e capacidades consideradas relevantes para a empresa e que permitam

constituir vantagens competitivas em relação aos concorrentes mais diretos.

Verifica-se ainda que os dados recolhidos infelizmente não possuem a

granularidade considerada suficiente para testar a afirmação de Moultrie e Livesey (2014,

p. 580), de acordo com a qual o investimento na contratação de recursos externos de

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251

Design é revelador de uma tendência por parte da organização de aposta em atividades

de Design de natureza mais experimental. A introdução de designers externos reduz a

importância do indicador AD1 “Os designers que trabalham com esta organização

auxiliam-nos constantemente a questionar e desafiar as formas tradicionais de

trabalhar”. Considera-se este efeito um pouco surpreendente uma vez que a expectativa

do autor era de que os designers por serem exteriores à organização tivessem uma atitude

de maior questionamento de procedimentos internos. Contudo este resultado faz-nos

questionar se não será um sinal sobre o descomprometimento do designer externo para

com a necessidade de ajustar os recursos internos da organização também já referidos na

literatura (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, p. 889).

Por fim verifica-se que a introdução de designers externos aumenta a importância

do indicador GR1 “Crescimento das vendas relativamente aos competidores mais

diretos”. Isto parece confirmar que a inclusão de designers externos traz conhecimento

externo importante para a organização competir com os seus concorrentes, apesar de não

afetar de forma significativa o efeito das capacidades em Design sobre o crescimento da

organização. Estes dados aparentemente contradizem as conclusões de alguns autores

identificados em capítulos anteriores (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, p. 887) sobre como

as empresas que recorrem unicamente a recursos internos de Design exibem um maior

retorno através de vendas do que as empresas que incluem serviços externos.

Por outro lado verifica-se que a inclusão de designers externos aumenta o efeito

dos efeitos absortivos no constructo de mediação STRATB, efeito esse também

considerado interessante porque a incorporação de designers externos aparenta exercer

um efeito de tradeoff, no desenvolvimento de capacidades em Design. Estes resultados

são de particular interesse para na perspectiva da gestão da organização pois significa que

se deve ponderar entre o uso de capacidades internas ou contratação externas de Design

de acordo com o perfil e necessidades da organização.

A título excecional procurou correr-se a estimação do modelo com moderação

multigrupos e incluindo as variáveis de controlo identificadas anteriormente. Optou-se

por realizar essa análise por motivos meramente exploratórios e tentativos, e não obstante

as fragilidades inerentes a qualquer conclusão que possa ser tirada de um modelo que

inclui mais relações com a variável dependente não deixar de ser interessante verificar-se

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252

que a variável de investimento em Design demonstrou ter um efeito significativo sobre a

rentabilidade e se incluirmos o moderador designers externos.

PROFIT <--- CONTROL_DESINV -2,766 0,064 3,306 0,001 3,363***

Tal resultado (e tendo em conta as devidas precauções) parece reforçar o

argumento de que o investimento em consultores trazem rentabilidade acrescida à

organização, sendo importante investir em recursos internos e externos de Design.

Em conclusão e através da análise e discussão dos dados recolhidos poderá se

concluir que os recursos externos aparentam promover a absorção de conhecimento

externo à empresa mas o seu descomprometimento para com os outros recursos fazem

com que haja uma redução das capacidades adaptativas. Esse efeito é evidente

particularmente quando existe um apoio e uma aposta pelo Design por parte da

administração da empresa. Estes resultados parecem também confirmar a importância da

familiaridade e grau de confiança/desconfiança dos outros departamentos dentro da

organização em relação ao Design para os seus resultados. Estas questões foram

abordadas anteriormente na revisão de literatura, tendo-se identificado a contribuição de

autores que defendem que as organizações encontram-se mais disponíveis e abertas à

incorporação sistémica e integrada das contribuições do Design pelos seus vários

departamentos sobretudo se estas tiverem proveniência exclusiva de recursos internos de

Design (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, pp. 888–889; Stamm, 2004, p. 17). Tendo em

consideração as conclusões anteriores este resultado reforça a perspectiva de que a

contratação de recursos externos de Design é entendida pela maioria das empresas de uma

forma muito confinada a um particular propósito, sendo um meio para a organização

otimizar o seu uso e especialização em termos de capacidades em Design. Por outro lado

estes resultados contribuem para refutar o argumento algo simplista de que a

externalização dos serviços de Design seriam sempre preferíveis ao investimento na

manutenção de capacidades internas em Design uma vez estas aparentam limitar a

capacidade de integração e contínua absorção de conhecimento externo, capacidade de

inovar e mesmo as sinergias potenciais criadas com outros departamentos da organização

(Walsh, 1996, p. 524).

Por fim os resultados relativos ao indicador da integração parecem também

confirmar os argumentos de Stamm de que para potenciar os resultados da organização

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253

através da exploração das capacidades em Design, a gestão da empresa deve revelar-se

ser capaz de encontrar mecanismos para promover a sua integração adequada junto de

outros departamentos (Stamm, 2004, p. 18). A contratação de serviços externos de Design

é importante para alavancar processos de absorção de conhecimento externo mas sem a

existência de mecanismos internos e específicos da empresa para absorção desse

conhecimento através do Design o seu impacto para a inovação é limitado. Poderá assim

ser porque os designers externos manifestem ter maiores dificuldades em absorver a

cultura organizacional e potenciar esse entendimento nos produtos e soluções que

desenvolve (Beckwith, 2011, p. 55). Recordemos que outros autores defendem que a

utilização exclusiva de designers internos pode limitar a capacidade da empresa em

absorver conhecimentos externos (Cross, 2004, p. 439), ou de inovar (Abecassis-Moedas

& Benghozi, 2012, p. 406). Ainda esses mesmos autores contrapõem com as vantagens

em maior integração dos valores intrínsecos à organização o que facilita a aceitação e

comunicação com os restantes departamentos (Abecassis-Moedas & Benghozi, 2012, p.

406)

8.4.2.2 Importância do dinamismo de mercado

MKTDYN_LOW MKTDYN_HIGH z-score

Estimate P Estimate P

AB4 <--- ADAPT 0,736 0 1,067 0 2,89***

ROE_LYEAROT <--- PROFIT 4,565 0 2,805 0 -2,288**

ROE_AVEOT <--- PROFIT 2,772 0 1,43 0 -2,913***

Verificou-se que um aumento da volatilidade dentro do sector somente produz

efeitos significativos (neste caso positivo) no indicador AB4 “Os designers que

trabalham connosco procuram manter-se atualizados e mostram ser capazes de aplicar

novos conhecimentos no desenvolvimento do seu trabalho”. Contudo de salientar o facto

deste resultado ser consistente com os pressupostos teóricos, uma vez que este seria

porventura o indicador mais sensível à volatilidade do mercado e tendências. Contudo

este efeito não é suficiente para tornar significante uma alteração para todo o constructo

pois os restantes indicadores não registaram modificações igualmente significativas.

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254

Verificou-se ainda que os efeitos das capacidades dinâmicas em Design - tanto as

adaptativas (p= 0.32956) como as absortivas (p= 0.43598) - sobre as capacidades

operacionais em Design crescem com o aumento da volatilidade mas os seus valores não

são significativos. Apesar do z-score ser útil para ver se as diferenças de estimação são

em quantidade significativas, existem outros resultados que podem ser analisados e

permitir discussões interessantes, tais como o facto de um efeito ser significativo num

grupo e noutro não. Assim sendo é importante que apesar de forma reduzida tanto o

constructo STRATB e STRATA reduzem a sua significância em sectores de baixa

volatilidade.

MKTDYN_LOW MKTDYN_HIGH z-score

OPERAT <--- STRATB 0,123 0,044 0,206 0,002 0,906

GROWTH <--- STRATA 0,128 0,264 0,156 0,123 0,183

Eisenhardt considera ser igualmente importante o papel das capacidades

dinâmicas quer em mercados voláteis, quer em mercados estáveis. Contudo em mercados

estáveis essas capacidades dinâmicas assumem a forma de rotinas mais estáveis,

tornando-se difícil de se diferenciar em relação à capacidade operacional (Eisenhardt &

Martin, 2000, p. 1106). Esta visão é aliás partilhada por outros autores tais como

Ambrosini que considera que as capacidades dinâmicas podem existir em ambientes

relativamente estáveis e adotar um comportamento de desenvolvimento incremental de

recursos existentes, o que de alguma forma induz a dificuldade de distinção entre estas

capacidades e capacidades operacionais (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 16). Estes

resultados não parecem contudo indicar isso de forma clara uma vez que os indicadores

são os mesmos quer em sectores dinâmicos ou estáveis, e o efeito positivo sobre

capacidades operacionais é muito semelhante entre ambos. A verificação da proposição

de Eisenhardt necessitaria contudo de uma análise mais qualitativa e aprofundada, análise

essa infelizmente impossível de disponibilizar neste estudo e face aos indicadores

utilizados.

Não obstante os efeitos das capacidades dinâmicas sobre as capacidades

operacionais não registarem diferenças significativas entre sectores mais ou menos

dinâmicos, existem sim algumas diferenças extraídas da análise dos efeitos de moderação.

Por exemplo verificou-se que nos mercados de alta volatilidade aumenta muito

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255

ligeiramente a importância das capacidades dinâmicas e a importância do apoio da

Administração, mas por outro lado verifica-se uma forte redução do impacto do OPERAT

sobre o GROWTH.

Face a estes dados e tendências torna-se muito discutível o argumento de que em

mercados de alta volatilidade as capacidades dinâmicas em Design possuem um peso

maior em competitividade através dos efeitos sobre capacidades organizacionais

superiores. Por outro, e em contrapartida, nesses mercados de mudança rápida reduz-se

importância dos acréscimos de competitividade por efeito de alterações nas capacidades

operacionais em Design, talvez devido aos constrangimentos dos processos temporais de

inovação de produto, mais susceptíveis a flutuações de procura e inputs tecnológicos em

mercados dessa natureza - (Swan et al., 2005, p. 157) o impacto das capacidades em

Design no desenvolvimento de novos produtos e no desempenho da empresa é mediado

pelo nível de incerteza contextual, sendo positivo para as capacidades funcionais, mas

negativo para as capacidades estéticas e tecnológicas. Também pode-se estar a confirmar

os efeitos identificados por Swann et al (2005, pp. 155–156) de que existe um efeito de

tradeoff entre maior competitividade por adaptação à incerteza do mercado, e redução da

eficiência no que diz respeito à velocidade de lançamento de produtos e serviços no

Mercado devido à perceção de risco associada a essa mesma incerteza.

Outra explicação pode estar na forma de cálculo da volatilidade de mercado que

fazia a distinção não por empresa individual mas por sector industrial. Esse pormenor

pode estar a criar distorção nos resultados, pois cada sector industrial poderá estar a

reproduzir em parte um conjunto de outras especificidades para a estimação dos

coeficientes. Ainda assim, e numa leitura direta e simples dos dados obtidos, parece que

o nível de volatilidade do sector industrial em que opera não influencia o impacto das

capacidades em Design sobre a performance da empresa. Mas contudo tal não significa

as empresas adotem comportamentos semelhantes em relação ao seu contexto ou mesmo

que percecionem de forma igual o grau de mudança e a sua capacidade de resposta – por

exemplo já existe correlação forte com o constructo da volatilidade tecnológica – ou seja

este fenómeno tem de ser estudado com maior rigor em futura investigação porque os

dados são contraditórios e ambíguos.

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256

São contudo resultados úteis e que respondem ao apelo desafio lançado por

Barreto por mais investigação que nos permita entender quais os ambientes nos quais

capacidades dinâmicas são mais relevantes, comparando de forma explícita os efeitos das

mesmas variáveis mas em condições de competição externa muito distintas (Barreto,

2010, p. 276). E contribuem inclusivamente para reforçar os resultados do estudo de

(Protogerou, 2012) que indicam que as capacidades dinâmicas em Design podem ser uteis

à organização quer em ambientes estáveis ou dinâmicos.

8.5 Que métricas para medir impacto?

Outra das questões observadas na literatura eram críticas à utilização de métricas

de gestão na prática de Design, o que na opinião de alguns autores limitavam a capacidade

de inovar pelo Design devido aos supostos impactos negativos de impor métricas de

gestão e controlo sobre a capacidade de inovação do Design (Jenkins & Golsby-Smith,

2013, p. 44). Por outro lado outros autores defendem a importância para as organizações

de estas procurarem reduzir a incerteza e o risco associado ao investimento (Zec, 2011,

p. 39) através da utilização de métricas que permitam à administração melhor monitorizar

o cumprimento dos objetivos financeiros face ao planeado (Rich, 2004, p. 33) e

(Lockwood, 2007, p. 90). Importa por esse motivo discutir os resultados em função dessa

problemática e para esse efeito procurou-se analisar o comportamento dos indicadores

relacionados com a inovação da empresa - IN1 “A nossa empresa é uma referência no

seu sector no que diz respeito à introdução de novos produtos e serviços“, IN2 “Nos

últimos anos a nossa empresa introduziu um maior número de produtos e serviços

inovadores do que a sua concorrência direta”, e IN3 “Consideramos que a promoção de

um ambiente criativo dentro da empresa é uma condição fundamental para o nosso

sucesso“) - e entender a importância e direção do efeito dos indicadores ST4 “Nós

promovemos o uso de indicadores de produtividade e outras métricas de design que

estejam alinhados com os principais objetivos de negócio da empresa“ e ST5 “Nós

procuramos desenvolver indicadores intermédios de design que monitorizem o seu

progresso face a objetivos empresariais, recorrendo a ações corretivas caso se revele

necessário” para procurar clarificar um pouco essa questão.

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257

Os valores são significativos para b=0.01 e o efeito afinal é positivo para todos os

indicadores de inovação tanto com ST4 como ST5 (anexos - Tabela 68 - Resultados da

regressão multivariada das variáveis ST4 e ST5 sobre os items do constructo de

capacidades de inovação). Ou seja, e à luz do discutido anteriormente podemos afirmar

que na verdade a existência de métricas de gestão servem para promover as capacidades

em Design em inovação na empresa, talvez porque promova os seus impactos noutros

departamentos dentro da organização ou porque permita ao Design estar alinhado com os

objetivos estratégicos da empresa o que facilita o processo de encontro da inovação entre

necessidade e oportunidade.

Os dados com o constructo do PROFIT não são contudo conclusivos.

Representam e ilustram efeitos contraditórios, dispersos pelos sectores, quase sempre não

significativos e sem algum padrão percetível com os dados recolhidos. Talvez assim seja

devido ao facto dos dados recolhidos refletirem sempre impactos exógenos que pouco

dependem da otimização do uso das suas capacidades, ou devido ao extenso tempo de

ajustamento entre utilização de capacidade e os resultados que advém dessa utilização

referidos por outros autores (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 22; Eriksson, 2014, p. 317).

O principal choque exógeno a que o autor se refere seria a crise financeira e económica

atual que afecta de forma dura os países pertencentes ao estudo, e que terá certamente o

seu efeito as organizações da nossa amostra e sobre os dados recolhidos. É por isso

importante identificar e ter em consideração esta limitação e que porventura permite uma

justificação para os resultados obtidos. Ou seja, os efeitos positivos das capacidades em

Design poderão não estar plasmadas no constructo da rentabilidade devido a estes efeitos

exógenos e porque elas se projetam sobre crescimento futuro.

Por outro lado, e conforme outros autores indicam, um maior investimento em

aumento de competitividade por capacidades em Design implica custos acrescidos que

reduzem o RSE. Poder-se-ia portanto encontrar neste efeito tradeoff outra razão para o

efeito não significativo das capacidades dinâmicas na rentabilidade das organizações.

Contudo, também se verificou que as empresas que investem em Design e manifestam ter

capacidades fortes em Design são as que têm impacto positivo no indicador RSE, o que

aparentemente contraria e retira fundamento ao argumento de que o investimento em

Design reduz a rentabilidade das empresas. O que é que isto implica em termos das

métricas apontadas na literatura? O RSE é uma boa medida afinal? Uma solução pode ser

a de Viladàs e o uso do retorno sobre expectativas (RSE) em vez do retorno sobre o

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258

investimento (RSI) (Viladàs, 2009, p. 60). Tal significaria medir o desvio dos resultados

em relação às expectativas quer em relação aos custos, taxa de cumprimento de prazos,

grau de sucesso na aprovação de projetos e tempo de lançamento dos produtos no

mercado (Viladàs, 2011, p. 58).

Com base nestes resultados, discorda-se da opinião de alguns autores que

defendem uma abordagem mais conservadora, caracterizada por restrições e

constrangimentos relativos à garantia da qualidade e aspetos técnicos de produção

(Culverhouse, 1995, p. 85) ou monitorização contínua e necessidade de acreditação para

as capacidades em Design (Onesirosan-Martinez, 2007, p. 37).

Deve-se também ter em devida consideração a questão da dificuldade na aquisição

e interpretação das métricas que faz com que muitas organizações recorram a uma métrica

ineficiente mas fácil de se obter como o RSI (Wallace, 2001, p. 23). Por exemplo inerente

a uma medição que fosse capaz de agregar todas as contribuições do Design ao longo do

processo de desenvolvimento de produto estaria a necessidade por uma flexibilização do

sistema de contabilidade da organização de forma a capturar esses resultados e gastos ao

longo dos contributos realizados já dentro de outros departamentos da organização

(Bedford et al., 2006, p. 56; James Moultrie et al., 2009, p. 79). É novamente a questão

do Design como parâmetro mole (Kretzschmar, 2003, p. 5), e que torna difícil isolar e

medir o que é ''bom design'' (Noble, 2011, p. 391).

Contudo, e pelos resultados do STRATA que a incorporação de métricas de

gestão são importantes. Tal confirma a posição de autores como Bucolo et al (2012, p.

25) que consideram que os Designers podem servir para fazer a ponte entre os

constrangimentos dos negócios para os problemas reais com que os clientes se deparam.

Estes resultados também fundamentam e reforçam alguns apelos para que haja um esforço

por parte dos Designers e da administração para que se procure incorporar alguns

conceitos mais técnicos de gestão na prática do Design (Allen & Ekuan, 2002, p. 58), e

que se deixe de comunicar em termos apenas de criatividade e processos de Design

(Wallace, 2001, p. 21). Também parecem reforçar os argumentos de quem defende que

se promova os conhecimentos em Design de uma forma mais concreta e próxima junto

da gestão ao invés de apenas privilegiar a comunicação em torno de fatores emocionais e

subjetivos junto de disciplinas mais orientadas para resultados como a Gestão (Joziasse

& Selders, 2009, p. 36).

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259

Conclui-se por isso que se deveria dar mais foco ao estudo das importância das

métricas pois apesar destas não estimularem o desenvolvimento de capacidades

operacionais de Design, manifestam ter um impacto positivo na integração das

capacidades dinâmicas com as capacidades organizacionais, e com impactos positivos

(mas diferenciados por sectores) no crescimento organizacional.

8.6 Diferença entre sectores industriais

Conforme se verificou na revisão de literatura existem poucos estudos empíricos

que reúnam dados de diferentes sectores sobre o impacto do Design na inovação e

crescimento das organizações. Assim sendo existem também poucos estudos ou

referências relativamente às comparações destes fenómenos entre sectores industriais,

permitindo discutir de que forma as capacidades em Design eram homogéneas ou não no

seu comportamento e quando comparando diferentes sectores de produção industrial. Esta

é aliás uma das originalidades deste estudo e que agora permite a procura e identificação

de padrões nos dados recolhidos, e de forma a identificar pontos interessantes de

comparação entre sectores escolhidos. Os dados obtidos e o modelo teórico proposto

permite identificar e discriminar entre grupos e sectores industriais de acordo com

propriedades que os tornem mais propícios para o desenvolvimento de capacidades em

Design (ver anexos - Tabela 60 - Efeitos por sector de actividade industrial).

Verificou-se existir um padrão se analisarmos as diferenças do efeito das

capacidades dinâmicas sobre o crescimento e entre diferentes sectores. Existe um

conjunto de sectores industriais no qual as capacidades dinâmicas influenciam o

crescimento através das capacidades operacionais (Sectores Cerâmica, Mobiliário e

mobilidade demonstram ter esse comportamento), e um outro grupo em que na verdade

as capacidades dinâmicas em Design influenciam sobretudo o crescimento futuro da

empresa através do desenvolvimento de capacidades organizacionais superiores noutros

departamentos, ou seja, o Design extravasa os limites do seu departamento para criar valor

(Sectores Têxtil, Serviços de computação, outra produção industrial).

Estes resultados são importantes para suportar a hipótese de que a importância e

o comportamento das capacidades em Design dentro da organização variam também de

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260

acordo com as características do sector no qual essa organização opera. Esses mesmos

resultados aparentam ainda demonstrar que é possível agregar essas diferenças em dois

grandes grupos, abrindo novas possibilidades de estudos comparativos entre sectores e

que incidam sobre o estudo das diferentes dinâmicas que oferecem ao desenvolvimento

das capacidades em Design dentro das organizações. Um maior entendimento sobre as

especificidades contextuais para o desenvolvimento dessas capacidades e de acordo com

características presentes e comuns a determinados sectores industriais poderá revelar-se

como um futuro importante contributo para o conhecimento, determinante mesmo para

uma gestão mais eficiente e informada sobre os recursos e capacidades em Design para o

desenvolvimento de vantagens competitivas. Contudo deve-se ter algum cuidado na

explicação deste fenómeno, pois este efeito do constructo STRATA sobre crescimento e

efeito não significativo das capacidades operacionais sobre o crescimento não quer

necessariamente dizer que nestas organizações/sectores as capacidades dinâmicas não

sejam importantes para ajudar as capacidades operacionais a ter impacto também no

crescimento. Pode antes significar que os itens que definem as capacidades operacionais

não sejam os mais importantes ou adequados nestes sectores, havendo outros mais

relevantes que estejam omissos da análise. Um melhor entendimento futuro sobre este

efeito é portanto necessário, sendo uma limitação da investigação, que uma granularidade

sobre o constructo do que que são capacidades operacionais em Design poderá resolver

em estudos subsequentes (e porventura de natureza mais qualitativa).

O estudo realizado não permite contudo oferecer desde já um grande detalhe sobre

as razões subjacentes às diferenças identificadas, mas pode contudo revelar outros aspetos

interessantes que permitiram aos investigadores o desenvolvimento de hipóteses teóricas

mais consistentes à luz dos resultados agora obtidos. Desses resultados destacam-se de

seguida alguns para discussão.

É curioso constatar que nos sectores industriais relacionados com têxteis os

contributos das capacidades de absorção de conhecimento externo através do Design e

para toda a organização possuem um impacto muito mais significativo na capacidade

quotidiana da empresa de desenvolver produtos com qualidade superior do que em

sectores especializados na produção e comercialização de produtos cerâmicos. Esse

resultado indica que o primeiro grupo é porventura mais permeável e sensível às

tendências e mudanças de orientação e comportamento do mercado e consumidores do

que no segundo, o que poderá ajudar a explicar o rápido crescimento através do Design

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261

em determinados sectores (exemplo calçado), e a relativa incapacidade de reproduzir

essas histórias de sucesso noutros sectores e nos quais o Design também ocupa

tradicionalmente uma posição de destaque.

É igualmente interessante verificar que os serviços de programação e os sectores

relacionados com a fabricação de dispositivos eletrónicos e informáticos exibem padrões

muito semelhantes entre si, o que permite colocar a hipótese de que as alterações

contextuais entre sectores e em relação ao comportamento das capacidades em Design se

devem sobretudo devido a características especificas dos Mercados em que operam

(comportamento de consumidores, tendências de consumo, grau de competição e

facilidade de entrada no mercado, etc.). Tal significaria que seria importante que futuros

estudos procurassem incluir indicadores relativos ao comportamento do mercado em que

a organização opera. Relembramos que os indicadores de volatilidade e mudança no

sector não foram conclusivos e necessitavam de maior granularidade, e agora estes

resultados poderão servir para reforçar esse apelo. De referir ainda que nestes dois grupos

de sectores a capacidade do Design de absorção de conhecimento externo impera,

revelando um impacto não sobre capacidades superiores em Design mas antes sobre

outras capacidades organizacionais da empresa para atingir os seus objetivos estratégicos.

É importante referir que as capacidades de adaptação também ganham destaque,

sendo que em alguns sectores de atividade ultrapassam em importância as capacidades de

absorção de Design. Esse é o caso dos sectores relacionados com a produção de mobiliário

(e para ρ=0.05) onde o impacto das capacidades de adaptação à mudança e reconfiguração

de práticas existentes dentro da organização mostram ser de vital importância para

garantir a qualidade dos produtos comercializados e assim garantir o crescimento e

sobrevivência da organização.

Como discutido anteriormente o efeito do OPERAT sobre o GROWTH é sempre

significativo, contudo é importante verificar as diferenças entre indicadores e de acordo

com os sectores (anexos - Tabela 59 - Comparação dos efeitos sobre os indicadores

capacidades operacionais com efeito de moderação contratação externa de Design).

Enquanto de uma forma geral o OP1 “Na nossa empresa encaramos o design como algo

muito importante para a qualidade global do produto, nomeadamente a sua qualidade

técnica, a funcionalidade que oferece e a sua facilidade de uso” é o mais importante,

seguido do OP4 “Na nossa empresa o design contribui para um aumento na eficiência de

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262

produção” que reporta a importância do design para aumentar a eficiência. Verifica-se

que o OP2 “Na nossa organização o design é importante no desenvolvimento de produtos

que ajudem os clientes a expressar a sua identidade e transmitir os valores desta

empresa” só é significativo no sector de as empresas especializadas em Design - Contudo

o autor considera curioso que o OP2 fique significativo somente se virmos as empresas

especializadas em Design, e neste caso o OP1 já não tem importância – isto é importante

de realçar pois poderá trazer alguma clarificação à literatura sobre a importância das

consultoras de Design no planeamento estratégico.

Em conclusão estes resultados são uteis para identificar condições para o

desenvolvimento dos diferentes tipos de capacidades em Design de acordo com as

características do sector onde a organização se encontra – isto responde em parte aos

apelos dos autores por uma maior especificidade (e menor generalização) dos resultados

das capacidades dinâmicas. Os padrões acima descritos poderão também estar

relacionados com a cultura organizacional predominante no sector em questão e que

esteja na origem de diferentes comportamentos e hábitos em termos de comunicação,

disseminação de práticas e conhecimento entre departamentos internos, ou com desafios

específicos e inerentes aos sectores que este estudo desconhece e ignora por não estarem

nele contemplados. Justifica-se por isso investigação futura adicional num estudo mais

aprofundado sobre o porquê de diferentes perfis e que possam constituir contributos para

a investigação atualmente realizada nas áreas da visão baseada em recursos e da teoria

das capacidades dinâmicas. Mais detalhe sobre o que se passa na indústria seria

importante em futura investigação para entender com maior detalhe as diferenças de

comportamento das capacidades em Design pelos diferentes sectores.

Ainda assim conclui-se que este estudo permite agora comprovar a existência de

capacidades em Design, que possuem naturezas e comportamentos diferentes dentro das

organizações. Esta conclusão abre um novo caminho para práticas e abordagens de gestão

dessas capacidades de forma mais complexa e diferenciada – enquanto anteriormente a

divisão que imperava era substancialmente simplista (Design operacional, tático e

estratégico). Por fim este estudo abre também a possibilidade de se entender melhor de

que forma estas capacidades interagem entre elas, de forma diferenciada e de acordo com

um conjunto de constrangimentos e oportunidades diferentes a cada sector ou até a cada

empresa, o que abre caminho para o desenvolvimento de novas abordagens na gestão

destas capacidades.

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263

Resumo do capítulo

Neste capítulo procurou-se discutir sucintamente os principais resultados da

investigação, nomeadamente procurando-se extrair conclusões que permitiram o teste das

hipóteses de investigação. Procurou-se em cada momento interligar a interpretação dos

resultados obtidos e analisados nos capítulos seis e sete, à discussão eminentemente

teórica identificada nos capítulos de enquadramento teórico (capitulo um) e de revisão de

literatura (capítulos dois e três).

O capítulo oitavo foi útil para permitir um melhor entendimento e desenvolver uma

leitura contextual sobre a informação recolhida nos capítulos anteriores. Foi um capítulo

importante pelo que confirmou mas também naquilo em que discordou dos pressupostos

teóricos previamente apresentados, tendo-se identificado diversos pontos de interesse

durante a discussão e que consubstanciam a pretensão de originalidade e pertinência da

investigação realizada. Adicionalmente de referir que este capítulo constitui uma etapa

fundamental para a fundamentação das conclusões apresentadas no próximo e último

capítulo da tese (capitulo nono) e que constitui uma síntese da reflexão teórica agora

desenvolvida.

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264

9 Conclusões e investigação futura

O capítulo de conclusões desta tese de Doutoramento desenvolve-se ao longo de

três secções distintas entre si mas complementares no seu propósito, procurando

sobretudo definir contributos ao conhecimento, identificar limitações e indicar possíveis

caminhos de investigação futura.

A primeira secção apresenta os principais resultados da investigação, de acordo

com os objetivos principais e secundários definidos em torno da pergunta de investigação.

Procura-se evidenciar a interligação dos resultados em torno dos objetivos e hipóteses,

resumindo a resposta à pergunta de partida através da apresentação do modelo teórico

resultante.

A segunda secção aborda exclusivamente os contributos para o conhecimento e a

sua possível aplicação prática. Inclui as contribuições académicas e para a literatura de

estudos de Design, estudos de inovação e gestão estratégica, além de identificar o valor

que traz para as organizações na construção das suas vantagens competitivas ou

rentabilização do investimento em Design. Termina com uma chamada à ação das

diferentes partes interessadas no sentido de realizarem um aproveitamento e aplicação

dos resultados.

Por fim, a terceira e última secção procura identificar as limitações da

investigação, nomeadamente as questões que despoleta e que poderão servir de roteiro a

ser continuado por outros investigadores. Esta Tese de Doutoramento termina com a

descrição sobre possíveis caminhos relativos a investigação futura, procurando identificar

um horizonte de continuação à investigação, respondendo com propostas para mitigar

essas limitações e definindo estratégias para um aumento sobre o entendimento sobre o

impacto da inovação pelo Design dentro das organizações.

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265

9.1 Objetivos principais e secundários

“São as capacidades em Design simplesmente uma questão de contratação dos "melhores

designers', dando-lhes uma abundância de recursos, e envolvendo-os no início do processo

de desenvolvimento? Ou capacidades em Design assentam nas distintas formas de

organização e gestão dos recursos de Design? Podemos conceptualizar capacidades em

Design em termos da consolidação de estruturas e políticas organizacionais que refletem

e/ou reforçam as práticas distintivas dos designers?”120 (Davide Ravasi & Stigliani, 2012,

p. 476).

Um dos propósitos desta investigação foi possibilitar um outro entendimento

sobre o impacto do Design nas organizações, nomeadamente através da análise do

comportamento das capacidades em Design e a quantificação do seu impacto no

desempenho económico, contribuindo para que o Design deixe de ser considerado um

recurso não administrável. Organizações com superiores capacidades em Design revelam

ter uma maior taxa de progressão e crescimento no Mercado, produzindo vantagens

comparativas significativas em relação à competição, promovendo a utilização do Design

à condição de recurso estratégico na sua atividade.

Pretendeu-se também demonstrar que as capacidades em Design não têm

necessariamente de serem conceitos abstratos e ambíguos, resistentes a tentativas de

gestão e sem valor prático para a administração das organizações. Assim sendo

providencia-se um instrumento multidimensional de medida, composto por fatores e

variáveis mensuráveis e atribuindo efeitos explícitos e quantificáveis às capacidades em

Design. Investigou-se sobre os mecanismos e constrangimentos subjacentes à criação de

valor pelo Design, possibilitando-se um melhor entendimento contextual global sobre a

posição das capacidades e delinear estratégias para o seu aproveitamento tendo em vista

a criação de vantagens competitivas pelas empresas. Estes contributos são ainda passiveis

de constituírem pontos de partida ou referência para futuros estudos de outros

120 Tradução livre do autor do original “Are design capabilities simply a matter of hiring ‘better’ designers,

giving them plenty of resources, and involving them early in the development process? Or do design

capabilities rest in distinctive ways of organizing and managing design resources? Can we conceptualize

design capabilities in terms of the consolidation of organizational structures and policies that mirror and/or

enhance designers’ distinctive practices”

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266

investigadores, servindo para uma aproximação a um fenómeno complexo, abrindo

caminhos para outras abordagens e campos de estudo. Este estudo estabelece que as

capacidades em Design são variáveis quantificáveis, com natureza específica e que se

relacionam de forma específica com outras variáveis dentro da organização, facilitando a

identificação do seu valor e possibilitando a sua gestão no nível estratégico.

Com base nos resultados alcançados, suportados pelo rigor metodológico e

fundamentação teórica desenvolvida, e procurando responder aos objetivos traçados e

referidos na tabela de objetivos principais e secundários do capitulo introdutório (Tabela

1 - Objetivos principais e secundários), pode-se afirmar que as capacidades em Design

desempenham um papel relevante na competitividade das empresas, sendo um dos fatores

que possibilita a diferenciação dos seus produtos no mercado, assim como potenciar a

inovação e capacitar a empresa a reagir e adaptar-se aos choques externos. Por esse

motivo o Design revela ser um instrumento valioso ao dispor das organizações para

construírem e manterem vantagens competitivas relevantes, assim como interferir de

forma positiva no seu posicionamento estratégico. E apesar de não ser um objetivo

assumido, dada a maior complexidade que tal pretensão acarreta, a robustez metodológica

subjacente e pelo facto do estudo ter recolhido dados de uma amostra de grande dimensão,

intersectorial e transnacional, permite outra segurança na tentativa de generalização dos

resultados (não obstante os cuidados e precauções que se devam sempre observar).

Pergunta de investigação e hipóteses

O autor procura de seguida responder à validação das hipóteses de investigação

identificadas e com base nos resultados discutidos no capítulo anterior (Tabela 2 –

Perguntas de investigação e hipóteses).

Assim, e em relação à primeira hipótese de investigação: A existência e

desenvolvimento de capacidades em Design dentro da organização tem um impacto

positivo no seu desempenho económico verificou-se a validação parcial da hipótese.

Validação parcial devido ao facto de não ter sido possível aferir um efeito positivo das

capacidades em Design sobre o lucro, contudo verificou-se existir um efeito positivo (e

bastante significativo) das capacidades operacionais do Design sobre a dimensão do

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267

crescimento (crescimento de vendas e de quota de mercado) da organização. Constatou-

se que esse efeito é sempre significativo e positivo, seja contemplando ou não a inclusão

das variáveis de controlo ou ponderando ou não os efeitos de mediação.

Esta hipótese permite responder à questão secundária Qual o impacto das

capacidades em Design para as organizações? da seguinte forma: As capacidades em

Design exercem um impacto positivo no crescimento de vendas e ganhos de quota de

Mercado sobre os principais competidores. Contudo o efeito sobre a rentabilidade não é

conclusivo, talvez devido ao custo que o desenvolvimento de superiores capacidades em

Design acarreta para a estrutura da organização que os suporta, ou talvez em função do

período de crise económica que afetou as Economias em análise.

Sobre à segunda hipótese de investigação: As capacidades em Design e a sua

importância para a organização podem ser melhor entendidas se distinguirmos entre os

seus comportamentos dinâmicos e operacionais. A relação entre capacidades

operacionais e dinâmicas é mediada pelo grau de alinhamento estratégico e integração

dessas capacidades dentro da organização. Verificou-se uma validação integral da

hipótese, ou seja, efetivamente as capacidades dinâmicas têm um comportamento distinto

das capacidades operacionais. Discutido nos capítulos anteriores verificou-se existir

validade discriminante entre os indicadores que compunham os construtos referentes às

capacidades dinâmicas e os indicadores referentes às capacidades operacionais em

Design. Verificou-se igualmente que as capacidades dinâmicas não só demonstram ter

um papel diferenciado das capacidades operacionais como também exercem um efeito

positivo sobre estas, confirmando portanto os pressupostos do modelo teórico. Verificou-

se inclusive a existência de um efeito mediador relativo à importância do alinhamento

estratégico, contribuindo aliás para o aumento do seu impacto para o crescimento.

Tal permite também responder à pergunta secundária de investigação O que são

capacidades em Design e como se pode distinguir na sua natureza e relevância para a

organização? da seguinte forma: As capacidades em Design manifestam ter duas

tipologias distintas consistentes com a teoria das capacidades dinâmicas: Enquanto as

capacidades operacionais são responsáveis últimas pelo impacto sobre o crescimento das

organizações; as capacidades dinâmicas são de grande importância em criar condições ao

Design para melhorar as capacidades operacionais em Design e outras capacidades

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268

organizacionais existentes através da sua capacidade de absorver e integrar conhecimento

externo, assim como providenciar um ambiente interno favorável à inovação.

Isto significa que as capacidades em Design podem ganhar uma relevância

estratégica e serem até partes constitutivas do processo de definição estratégica da

organização através sobretudo dessas capacidades dinâmicas, e desde que usufruam do

devido alinhamento estratégico podem efetivamente aumentar os impactos positivos

sobre o crescimento das organizações.

Por fim, e relativamente à terceira hipótese de investigação: O impacto económico

das capacidades em Design é contingente da natureza dos recursos de Design utilizados

e do dinamismo do ambiente no qual a organização se insere. Verificou-se uma rejeição

parcial dessa hipótese, com base nos dados recolhidos e subsequente recusa da hipótese

para o nível de volatilidade de Mercado. Não obstante se ter utilizado um efeito de

moderação baseado na literatura (Tosi et al., 1973) e que permitiu distinguir e comparar

os resultados de empresas de sectores menos e mais dinâmicos, os dados não permitem

vislumbrar efeitos significativos que permitam sustentar tal afirmação. Em oposição

verificou-se que a hipótese é confirmada em relação à natureza dos recursos de Design,

ou seja, existe um efeito de tradeoff que condiciona o comportamento das capacidades

em Design de acordo com a utilização Design tenha origem em contratação externa de

recursos de Design ou na utilização exclusiva de recursos internos.

Assim sendo também a pergunta secundária Que outros fatores específicos para

além do investimento afetam o desempenho do Design e das suas capacidades na

organização? Pode ser respondida que terá de ter em consideração a natureza dos

designers externos, mas não o nível de volatilidade de mercado. Na verdade os resultados

por confirmar parcialmente as hipóteses de investigação apresentadas implicam que não

se possa confirmar a importância da volatilidade no sector em que as organizações operam

para o desenvolvimento de capacidades em Design (em particular capacidades

dinâmicas). Conforme foi discutido anteriormente este resultado poderá significar apenas

que a variável de moderação de volatilidade não foi definida de forma conveniente,

contudo esta definição sendo retirada da literatura deve ainda assim ser tomada na devida

consideração, mesmo que os resultados não fossem os esperados. Mais assertivos

revelaram ser os resultados em relação à importância da inclusão de recursos externos de

Design na organização, e que confirmam que sim, esses recursos externos potenciam a

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269

absorção de conhecimento externo mas limitam o desenvolvimento de capacidades

organizacionais. Estes resultados sugerem uma confirmação da literatura discutida

anteriormente.

Por fim, todos estes contributos e resultados centram-se em torno de uma pergunta

de investigação inicial e comum a todos e que agora se sintetiza em torno de uma possível

resposta. À pergunta de partida Qual a relevância das capacidades em Design para o

desempenho económico das organizações? pode-se responder da seguinte forma: As

capacidades em Design existem, diferem entre si na sua natureza mas revelam ser todas

igualmente relevantes para a competitividade e crescimento das organizações em

mercados com maior ou menor intensidade de concorrência e dinamismo. As capacidades

em Design e o seu desenvolvimento devem por esse motivo ser estimuladas dentro da

organização pois permitem o aumento da competitividade e promovem a incorporação de

conhecimento externo relevante à empresa e a sua capacidade de inovar. Os resultados

demonstraram que as capacidades em Design revelam ser fatores de crescente grandeza

para as organizações que operam em mercados globais, onde a necessidade de inovar e

diferenciação são ingredientes cada vez mais necessários para assegurar a sua

sobrevivência. Contudo as capacidades em Design não são homogéneas, comportando-se

e agindo de forma diferenciada de acordo com a sua natureza, fatores subjacentes e

características do sector e mercado em que se insere. Essas especificidades são fatores

importantes e que devem ser tidos na devida consideração e caso a organização pretenda

retirar o melhor rendimento dessas capacidades.

Principais conclusões

Esta tese de Doutoramento procurou desenvolver um modelo teórico, composto

por um conjunto de hipóteses subjacentes, e que permitisse às organizações isolar os

efeitos decorrentes das capacidades em Design na sua performance económica. Esta

ambição traduziu-se num conjunto de contributos académicos e para a gestão, mas para

além disso permitiu que esses contributos estivessem devidamente estruturados em torno

de um conjunto de objetivos principais e secundários.

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270

Procurou-se evidenciar a existência de diferentes tipologias de capacidades em

Design, diferenciando o seu impacto nas organizações, e tendo esta investigação tido

sucesso em gerar um conjunto de resultados que confirmam a existência e estabeleçam

uma distinção entre capacidades dinâmicas e capacidades operacionais em Design, assim

como identificar uma relação de subsidiariedade existente entre ambas. Capacidades que

no seu conjunto permitem à organização ganhos de competitividade e diferenciação

através de um Design superior, mas que também permitem ter no Design uma ferramenta

que permite à empresa absorver e incorporar informação externa e ajudar a redesenhar os

seus processos e organização de forma a permitir que se adapte à mudança externa. Em

particular as capacidades dinâmicas permitem que se utilizem um conjunto de recursos e

capacidades operacionais em Design de forma a renovar competências e promover o

desenvolvimento de gestão estratégica que responda aos desafios externos. Essas

capacidades em Design ajudam a criar vantagens competitivas nas organizações

manifestando por isso uma grande relevância no seu crescimento e resiliência à mudança

e ao quadro contextual de incerteza que a mesma provoca. Os principais resultados

encontram-se resumidos na seguinte tabela:

Tabela 10 - verificação dos objetivos de investigação

Objetivos

principais

Objetivos

secundários

Principais conclusões

Estudar a natureza

e o papel

desempenhado

pelas capacidades

em Design dentro

da organização

Identificação de um

conjunto de

capacidades em

design relevantes na

criação e

manutenção de

vantagens

competitivas por

parte da organização

O estudo fornece um modelo teórico, testado e

comprovado, que posiciona com fiabilidade os contributos

das diferentes naturezas de capacidade em Design de forma

diferenciada, identificando protagonistas e antagonistas,

oportunidades e constrangimentos, melhorando a melhor

perceção sobre de que forma o Design constitui um recurso

de relevância estratégica para a organização;

O Design não deve ser encarado como um recurso

indomável ou não-administrável, devendo antes a gestão

promover a sua integração no planeamento estratégico não

uma vez que tal aumenta a performance da empresa, quer

através do melhoramento da qualidade do seu Design, quer

pelo aumento de outras capacidades organizacionais;

Este estudo reforça a importância do investimento em

Design comprovando a sua rentabilidade através do

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271

Objetivos

principais

Objetivos

secundários

Principais conclusões

impacto das capacidades em Design sobre os resultados da

empresa;

Este estudo confirma a importância de utilizar o Design

enquanto recurso de reformulação estratégica da empresa

Criação de um

enquadramento

teórico que ajude a

fundamentar a

importância das

capacidades em

Design no

desempenho

económico das

organizações,

nomeadamente

ajudando a

distinguir a sua

natureza e efeitos

para a sua gestão

estratégica

Existe uma diferença na natureza das capacidades em

Design, distinguindo-se entre o seu comportamento

operacional e comportamento dinâmico;

As capacidades dinâmicas em Design são responsáveis

pela absorção e integração de conhecimento externo dentro

da organização, assim como dotar os diferentes

departamentos dentro da organização de resiliência à

mudança externa;

As capacidades dinâmicas em Design potenciam

igualmente o desenvolvimento de capacidades inovação e

outras capacidades organizacionais dentro das empresas;

As capacidades operacionais em Design têm um impacto

direto no desempenho económico da organização por

contribuírem para o desenvolvimento de melhores

produtos e serviços, com elevado valor de utilidade e

diferenciação;

As capacidades operacionais em Design são também

responsáveis por significantes reduções de custo com o

melhoramento da eficiência de produção e redução dos

tempos de desenvolvimento de novos produtos e sua

colocação no mercado;

A existência de capacidades em Design com natureza e

comportamento diferente dentro das organizações permite

também concluir que estas capacidades interagem entre si

de forma diferenciada e de acordo com um conjunto de

constrangimentos e oportunidades referentes a cada sector

de atividade ou mesmo de acordo com uma matriz

intrínseca a cada empresa;

Identificou-se um conjunto de grupos industriais que

revelaram serem mais propícios para o desenvolvimento de

determinadas capacidades dinâmicas em Design, o que

permite identificar condições para o desenvolvimento dos

diferentes tipos de capacidades em Design;

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272

Objetivos

principais

Objetivos

secundários

Principais conclusões

Os sectores que exercem atividade nas áreas da cerâmica,

mobiliário e mobilidade demonstram ter capacidades

dinâmicas que influenciam sobretudo o crescimento

através das capacidades operacionais;

Os sectores que exercem atividade nas áreas dos têxteis,

serviços de computação, e outra produção industrial121

exibem capacidades dinâmicas que influenciam o

desempenho económico sobretudo através da sua ação

sobre as restantes capacidades organizacionais.

Entender e medir o

impacto das

capacidades em

Design no

desempenho

económico das

organizações

Desenvolver um

instrumento que

possibilite a

medição e

providencie um

melhor

entendimento sobre

o valor das

capacidades em

Design dentro da

organização

Os resultados e a sua análise indiciam a existência de um

impacto invisível das capacidades dinâmicas de Design

sobre as capacidades organizacionais. E

independentemente do recipiente, torna-se aparente que

existe um impacto que excede a esfera convencionalmente

atribuída ao Design, contudo é um sinal adicional de que

forma as suas capacidades podem traduzir-se mais-valias

adicionais para outras áreas e departamentos dentro das

organizações;

Os dados sobre a rentabilidade não são conclusivos, com

efeitos contraditórios e dispersos pelos sectores.

As capacidades em Design explicam uma parte

significativa do crescimento em termos de vendas e quotas

de mercado das empresas mais competitivas;

O apoio dos administradores executivos e a introdução do

Design no processo de gestão estratégica aumenta um

terço os resultados e impacto do Design no crescimento da

organização;

A incorporação de métricas de gestão não demonstra ter

efeitos positivos sobre as capacidades em Design e o seu

impacto. Contudo essa incorporação melhora de forma

significativa os contributos dos outros departamentos para

o crescimento da empresa, tornando-os mais eficientes e

capacitadores de inovação;

As capacidades dinâmicas em Design explicam até 56%

dos bons resultados das organizações.

121 NACE Rev. 2 / CAE Rev. 3 32 “Outras indústrias transformadoras”

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273

Objetivos

principais

Objetivos

secundários

Principais conclusões

Identificar um

conjunto de

condições

subjacentes que

afetam o

desenvolvimento e

impacto das

capacidades em

Design no

desempenho

económico das

organizações.

Os designers internos aumentam o impacto das

capacidades em Design através das capacidades

organizacionais, enquanto os designers externos aumentam

sobretudo o impacto das capacidades operacionais no

crescimento da empresa;

No caso de haver contratação externa de recursos de

Design o ideal será explorar esses recursos e dedicá-los ao

melhoramento das capacidades operacionais de Design;

Os resultados contudo indiciam que investir em designers

internos também é um bom negócio, mas a melhor solução

é complementar os recursos internos com consultores

estratégicos de Design externos;

Para que a organização possa aumentar as suas capacidades

operacionais em Design então deve garantir um forte apoio

por parte da Administração;

O apoio da Administração é importante, mas igualmente

importante é a existência de condições que promovam o

alinhamento estratégico entre o Design, a gestão

estratégica e os restantes departamentos;

Se a prioridade da organização for a promoção e integração

das capacidades dinâmicas dentro da empresa para

aumentar a capacidade de resiliência de outros

departamentos em relação a choques externos então deve

apostar no desenvolvimento de métricas e objetivos

comuns entre departamentos, ou disseminando os

resultados do Design e o trabalho desenvolvido por

designers pela organização;

O nível de volatilidade de mercado ajustado ao sector

industrial não influencia o impacto das capacidades em

Design sobre a performance da empresa. Contudo esses

resultados não significam que as empresas estejam a

comportar-se da mesma forma quando individualmente

percecionam e se confrontam com os choques externos e

volatilidade dos mercados em que se inserem.

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274

Novo modelo teórico

As conclusões apresentadas permitem compor e apresentar o novo modelo teórico

que resulta deste projeto de investigação. Este modelo serviu de base teórica para

responder à pergunta de partida e que procura explicar os contributos unificados das

diferentes tipologias de capacidades em Design. Pretende-se não só providenciar uma

referência que permita a verificação sobre se o investigador cumpriu com o que se

comprometeu, designadamente as cláusulas do contrato descrito no capítulo introdutório

(Dunleavy, 2003, p. 19). Mas também fazê-lo de forma a manter o racional subjacente a

toda a estrutura de investigação, nomeadamente considerando os quatro elementos do

ajustamento metodológico descritos no capítulo quatro (Edmondson & Mcmanus, 2007).

O modelo teórico agora proposto estabelece a direção e a natureza da relação entre

as diferentes variáveis estudadas, e procura explicar de que forma as capacidades em

Design participam no processo de absorção e integração de conhecimento externo dentro

da organização, promovem um ambiente propício à inovação ou contribuem para o

desenvolvimento de um melhor stock de competências e capacidades em Design. O

modelo estabelece a natureza do impacto do Design no desempenho económico da

organização, assim como identifica efeitos de mediação e mecanismos subjacentes a essa

criação de valor.

Por fim refira-se ainda que este modelo é também útil no auxílio à conceptualização

de um enquadramento para as capacidades em Design dentro da organização, assim como

estabelecer as fundações dos instrumentos de medida sobre o seu impacto. Esta

investigação e o modelo dela decorrente poderá ser útil não só em futura investigação

académica como permitir às organizações ter um melhor entendimento sobre o potencial

posicionamento do Design dentro dela e melhor fundamentar uma mudança estratégica.

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275

Diagrama 10 - Modelo teórico proposto

9.2 Contribuições para o conhecimento

As contribuições para o conhecimento são tripartidas. Existe um impacto para a

investigação académica que se encontra mais relacionado com o desenvolvimento de um

novo instrumento de medida para as capacidades em Design e o seu impacto económico,

assim como a adição de resultados empíricos que confirmam a relevância estratégica do

Design na organização e possibilitam a quantificação desse impacto.

Mas também existem outro tipo de contribuições, que procuram aliás responder a

necessidades das próprias organizações. Esses contributos são uteis para a gestão

organizacional pois abordam políticas de estímulo à inovação pelo Design, discutindo

constrangimentos e estratégias, procurando sempre quantificar o impacto do Design o que

reduz o grau de incerteza no momento de tomadas de decisão e investimento pelas

organizações.

comunalidades:

capacidades de

sensoriamento

e adaptação

capacidades de

transformação

e inovação

performance

económica:

Crescimento

nos Mercados

capacidades

dinâmicas em

Design

factores

condicionantes

natureza dos

recursos

Design

Apoio da

Administração

capacidades

operacionais em

Design

relação directa

efeitos de mediação

e moderação

Alinhamento e

integração

estratégica

outras

capacidades

organizacionais

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276

Por fim esta investigação apresenta um conjunto de recomendações para a ação e

que procuram explorar (entre outros aspetos) a existência de novos caminhos dentro da

investigação em Design, novas possibilidades para a prática do Design, e o

questionamento do papel do designer dentro das organizações no futuro.

Através da operacionalização e validação empírica da existência de diferentes

capacidades em Design com base em inferências retiradas de dados reais e de uma

amostra robusta de 455 organizações, permitiu-se clarificar a relevância do Design para

as organizações assim como diferenciar a natureza do seu impacto económico. Foi

também importante para aprofundar o conhecimento sobre como esse valor pode ser

explorado ou constrangido, tendo sido possível isolar esses efeitos em variáveis

individuais, passiveis de quási-manipulação no que diz respeito ao comportamento,

impacto e relação de variáveis entre si.

Contribuições académicas

Após a revisão de literatura, e devido às características descritas ao longo desta

tese de Doutoramento, pode-se também afirmar que este estudo afirma-se enquanto uma

das primeiras tentativas para simultaneamente teorizar, operacionalizar e validar

empiricamente o impacto das capacidades em Design na performance da organização.

Este é inclusivamente um dos primeiros estudos a procurar diferenciar e entender a

natureza entre efeitos de capacidades operacionais e de capacidades dinâmicas em

Design. E apesar de se ter consciência das limitações que os instrumentos agora

apresentados encerram em si, nomeadamente a falta de refinamento e estudo adicional

qualitativo, é também verdade que a investigação desenvolvida e apresentada através

desta tese abre um novo espaço para futuros contributos que possam vir a ser

desenvolvidos por outros investigadores, constituindo uma adição ao conhecimento

relevante pela sua originalidade e dentro do atual Estado da Arte. A existência de escalas

de medida validadas quer para capacidades dinâmicas, quer para capacidades

operacionais, ou efeitos de mediação e moderação definidos e testados abre caminho para

que outros investigadores possam também realizar análise quantitativa e comparativa

entre sectores, preenchendo uma lacuna identificada durante a realização desta

investigação. Conforme foi sendo discutido anteriormente, e em particular nos capítulos

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277

referentes à revisão de literatura, o desenvolvimento destes instrumentos de medição era

algo desejado e visto como sendo de grande importância pela comunidade académica,

porque permite aos investigadores medir com maior precisão e mesmo antever o

comportamento das capacidades em Design. É um grande avanço numa área com

relativamente poucas confirmações e alimentado essencialmente por contributos teóricos

e pouca validação empírica. E conforme se discutiu brevemente nos capítulos teóricos, é

agora possível entender a importância acrescida de um estudo de carácter confirmatório

e natureza quantitativa, trazendo maior clarividência e ordem à também relativamente

dispersa e heterogénea literatura existente em estudos de Design.

Relativamente à importância da volatilidade contextual contudo não se verificou

a hipótese de investigação, contrariando não só todos os contributos identificados na

literatura, ou modelo original de Wang e Ahmed (2007) mas inclusive o senso comum.

Efetivamente faria sentido que as capacidades dinâmicas fossem muito sensíveis aos

níveis de volatilidade e incerteza do mercado, uma vez que estas são mais úteis à

organização precisamente como resposta a esses contextos de incerteza. Pode-se

questionar se os índices de volatilidade de Mercado escolhidos de Tosi et al (1973) serão

efetivamente os mais corretos. Pode-se argumentar que atualmente qualquer dos sectores

industriais analisados é largamente afetado pela incerteza e que esses índices já não

traduzem ou refletem suficiente contraste entre sectores industriais. Ou pode-se estar

simplesmente a confirmar a posição de autores como Ilídio Barreto que defendem que na

verdade as capacidades dinâmicas têm um impacto positivo nas capacidades operacionais

e no desempenho económico independentemente do contexto (Barreto, 2010, pp. 270–

272).

Este projeto de investigação permitiu dar um passo em frente no estudo da relação

entre capacidades em Design e performance económica das empresas, providenciando

um modelo teórico que tem como ponto de partida os contributos de Wang e Ahmed

(2007), mas que reflete já as conclusões retiradas da investigação empírica que o

questionam e que reflete as especificidades relativas às capacidades em Design. As

conclusões retiradas desta investigação são de grande relevância para a gestão das

capacidades em Design, permitindo uma melhor perceção sobre o seu valor e adequação

estratégica das mesmas tendo em consideração condições subjacentes. É um estudo que

traz também em torno da evidência empírica produzida e que ajuda a suportar as

reivindicações de que o Design é mesmo um bom negocio para as empresas,

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278

independentemente das condições dos mercados ou sectores industriais em que estas se

inserem. Nenhum estudo havia anteriormente procurado medir o impacto das capacidades

em Design, estabelecendo logo à partida uma divisão sobre a sua natureza, não havendo

fundamentação que suportasse a generalização de um argumento a favor das capacidades

dinâmicas em Design.

O investimento em Design contribui para o aumento da performance da empresa,

mas um investimento inteligente em Design permite aumentar ainda mais a sua

rentabilidade através de crescimento futuro. Não se pretende concluir que o

aproveitamento das capacidades em Design deva ser um fenómeno separado do

investimento em Design, até porque o desenvolvimento de melhores capacidades em

Design normalmente acarreta custos na aquisição ou alocação de recursos ou

competências dentro da organização. Existe na verdade uma potencial relação virtuosa

onde melhores capacidades são resultado de investimento e por sua vez produzem

resultados que ajudam a justificar maior investimento futuro. Isto resulta num efeito de

rentabilidade relativamente reduzido no curto prazo, pois esse investimento acarreta

custos que limitam a margem dos lucros. Contudo os gestores das organizações que

apresentam as melhores capacidades em Design e o maior investimento nessas

capacidades revelam-se satisfeitos com as taxas de crescimento dessas organizações nos

mercados em que se inserem e a solidificação da sua quota. Em conclusão este estudo

ajuda a fundamentar os argumentos de quem defende que o Design pode revelar-se como

sendo um ainda melhor investimento desde que se tenham consideração alguns dos efeitos

agora identificados.

Este estudo traz ainda contributos relevantes para a teoria das capacidades

dinâmicas, nomeadamente no que diz respeito às especificidades das capacidades em

Design que ditaram alterações no modelo teórico proposto por Wang e Ahmed.

Destacam-se a existência de duas dimensões (ao contrário de três) para capacidades

dinâmicas em Design, além da identificação de importantes efeitos de mediação e

moderação que condicionam e potenciam o desenvolvimento dessas capacidades.

Por outro lado esta investigação procurou dar resposta à limitação tautológica dos

estudos das capacidades dinâmicas. A questão tautológica pode-se resumir nesta frase de

Ambrosini “se uma empresa tem uma capacidade dinâmica, então deve apresentar-se

bem em termos de desempenho, e se a empresa apresenta um bom desempenho, então

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279

esta deve ter uma capacidade dinâmica” (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 13). Ou seja,

o problema reside em não se poder aferir se uma coisa causa a outra ou vice-versa, e por

esse motivo o autor desta tese procurou evitar medir o efeito de capacidades dinâmicas

diretamente na performance e durante os estudos empíricos devido à armadilha em que

se poderia cair devido à questão tautológica (Mulders & Romme, 2009, pp. 65–66). Teve-

se em devida consideração o apelo de outros autores como Cepeda e Vera para estudar

também o efeito das capacidades operacionais e em particular a sua relação com as

capacidades dinâmicas para ajudar a eliminar esse efeito tautológico (Cepeda & Vera,

2007, p. 434). Esta posição é alias partilhada também por outros autores que consideram

deixar de haver uma questão tautológica se separarmos as capacidades dinâmicas do

impacto direto na performance económica (Mulders & Romme, 2009, p. 66; Protogerou

et al., 2012, p. 30).

Esta investigação e o modelo teórico de onde emana tiveram como ponto de

partida a consideração (e depois confirmada dentro dos resultados) de que esse efeito é

indireto e faz-se atuando sobre as capacidades operacionais e organizacionais existentes.

Por esse motivo quando em virtude da análise dos dados recolhidos se pode confirmar

que efetivamente existia um efeito indireto entre capacidades dinâmicas e performance

económica, pode-se também fundamentar o argumento que a relação entre estas variáveis

não é de natureza tautológica. Assim esta investigação contribui decisivamente para a

eliminação da limitação tautológica referida por outros autores porque estabelece essa

diferenciação entre capacidades dinâmicas de Design e superior performance económica

da organização, nomeadamente com a inclusão das capacidades operacionais e o efeito

de mediação de alinhamento estratégico e integração.

Contribuições para as organizações

Um dos maiores desafios às organizações e aos gestores responsáveis pela sua

administração é como tomar decisões de qualidade em ambientes de incerteza e de

informação limitada. Por esse motivo as teorias em torno da importância das capacidades

dinâmicas para a construção de vantagens competitivas em contextos de mudança tem

vindo a ganhar tanta relevância. Contudo, e tal como o Design, também as capacidades

dinâmicas têm sido vistas pelas organizações como uma caixa-negra, que não sabem

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280

como desenvolver capacidades que lhe permitam estender, reconfigurar e modificar

capacidades existentes para inovar e se adaptar à mudança (Pavlou & El Sawy, 2011, p.

239). Alguns autores consideram limitados os contributos que possam advir de estudos

relacionados com as capacidades dinâmicas, nomeadamente devido à questão tautológica

referida anteriormente, sendo que Ambrosini que as conclusões não se devem limitar ao

obvio de que todas as empresas devem desenvolver essas capacidades quando enfrentam

incerteza, mas antes centrar-se na escolha dessas capacidades de acordo com fundamentos

de contingência ou constrangimentos de outras variáveis (Ambrosini & Bowman, 2009,

p. 23). Ou seja, seria particularmente útil criar contributos na forma de prescrição.

Outros autores consideram que a falta de entendimento deve-se ao facto da Gestão

e Design serem na verdade linguagens e abordagens cognitivas diferentes não

coincidentes mas que outros autores argumentam serem mais aparentes do que reais ou

tangíveis uma vez que ambas as áreas do conhecimento partilham conceitos e abordagens

sobre o conhecimento muito semelhantes (Mozota, 2003b, p. 73). Parece então faltar a

criação de pontes que permitam a que ambos os lados possam partilhar um território de

atuação comum. Acredita-se aliás que é esta falta de compreensão e de respeito mútuos

que estão na origem de uma desconfiança entre os grupos profissionais que ajuda a

aumentar o conflito entre áreas.

Este estudo permitiu descortinar diferenças nos efeitos das capacidades em Design

de acordo com diferentes sectores industriais, dimensão da organização, capacidade de

investimento e outras variáveis. Tal permite contribuir para um entendimento de padrões

de comportamento nas capacidades em Design de acordo com condições existentes, e isso

abre a possibilidade de prescrição de ações de acordo com a particularidade de cada

empresa. Relembra-se o facto de que as principais das críticas aos estudos anteriores

eram de limitações na generalização ou uma incapacidade de distinção sobre fatores

subjacentes à criação de valor nas empresas através do Design. Não obstante as limitações

desta investigação, o facto é que se procurou ultrapassar alguns desses obstáculos,

fortalecendo o conhecimento disponível aos gestores para adequarem a sua resposta às

condições em que reconheçam se encontrar.

Esta investigação providencia importantes contributos tanto à prática de quem

administra a organização, assim como para os designers que dentro dela procuram

ascender na relevância de tomada de decisão. Os gestores não devem ignorar a

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281

importância do Design no reforço da competitividade da empresa. Mas mais do que

contribuir para um reconhecimento dessa importância, este estudo fornece indicações

sobre quais podem ser os melhores mecanismos de apoio da gestão ao Design e de acordo

com objetivos, motivações ou outras questões intrínsecas a cada organização. Não basta

investir em Design, como condição única para justificar o crescimento dos resultados,

sendo por exemplo impossível ignorar a importância da mudança de cultural

organizacional, e para a qual o gestor tem um papel de relevo. Partilha-se da opinião de

outros autores (Davide Ravasi & Stigliani, 2012, p. 476) de que não é somente uma

questão de números ou sobre quanto se gasta em Design, mas antes sobre como se gasta,

equilibrando entre a necessidade de desenvolver determinadas capacidades e o

investimento que esse desenvolvimento acarreta.

Verificou-se a importância vital que tem um apoio efetivo e continuado da

Administração e gestão sénior no processo de construção de capacidades em Design, e

em particular no potenciar dos efeitos das capacidades dinâmicas sobre as capacidades

operacionais e organizacionais. Também foi possível verificar a importância da

integração de métricas de gestão junto dos designers e com objetivos comuns partilhados

com outros departamentos e funcionando como incentivos a um trabalho conjunto em

torno de objetivos estratégicos comuns à organização.

Os gestores deverão procurar entender se a organização exibe carências na

capacidade de absorver conhecimento externo, ou de adaptar e integrar esse

conhecimento internamente, ou ambos, e de acordo com a necessidade rever os incentivos

da gestão ao desenvolvimento de capacidades dinâmicas pelo Design podendo tomar

como partida os indicadores utilizados neste estudo e que serviram de base aos

instrumentos de medida.

Por fim de mencionar a importância da identificação de um efeito de tradeoff, ou

seja, que o desenvolvimento de capacidades acarreta custos à organização e que em

virtude desses custos e efeitos contrários cabe agora à gestão planificar e fundamentar as

decisões estratégicas de longo prazo de forma mais eficiente e informada. Nos casos em

que a organização se encontre a operar em mercados onde a volatilidade nas preferências

do consumidor for maior ou exista uma maior permeabilidade da cultura organizacional

aos contributos do Design enquanto ferramenta estratégica e de absorção de

conhecimento externo então o desenvolvimento de capacidades dinâmicas pode ser

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282

considerado ser de maior relevância, assim como justificar um maior apoio de parte do

topo da gestão da empresa de forma a criar as condições subjacentes necessárias à

capitalização dessas capacidades.

Este estudo procura fornecer um enquadramento teórico solido, com raízes nas

escolas de gestão estratégica, que posiciona os contributos das diferentes naturezas de

capacidade em Design de forma diferenciada, identificando protagonistas e antagonistas,

oportunidades e constrangimentos, e abrindo a porta para uma melhor perceção sobre

como aumentar os impactos dessas capacidades em Design sobre aquilo que mais importa

e que é a performance da empresa. Os modelos de maturidade que outros autores seguem

e promovem não fazem das capacidades o seu foco, sendo estas muitas vezes tratadas de

forma indistinta e descaracterizada, colocadas como itens indiferenciados, e

independentemente do sector e do contexto em que se desenvolvem.

Recomendações para ação

Neste subcapítulo o autor procura adicionar um conjunto de recomendações que

visam transpor algumas das conclusões decorrentes da investigação para possíveis linhas

de ação proveitosas para a organização. Pretende-se desta forma incrementar a utilidade

dos contributos desta tese para a prática do Design e da Gestão, enquadrando os resultados

da investigação em possibilidades de aplicação que melhorem a utilização que a

organização faz das suas capacidades em Design, rentabilizando assim e de forma mais

otimizada os seus recursos. Estas recomendações procuram também ajudar a organização

a desenvolver estratégias que lhe permita ultrapassar os constrangimentos identificados e

ajudem a promover o Design à condição de recurso estratégico à disposição para criação

de vantagens competitivas.

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283

9.2.3.1 Recomendações para os gestores

A principal recomendação dirigida especificamente aos gestores das organizações

é de que estes entendam o racional económico de apoiar a integração do Design nos

processos de inovação e absorção de conhecimentos externos das empresas. À luz dos

dados recolhidos verifica-se que o Design é um recurso estratégico de grande relevância

para o esforço de desenvolver e consolidar vantagens competitivas. As capacidades em

Design e o seu potencial na adaptação da organização à mudança é algo que não deve

continuado a ser ignorado pela gestão sénior, e o papel do Design não deve ser confinado

a aspetos operacionais - o Design não deve ser encarado como uma besta indomável, e

tal significa um compromisso forte de apoio (e continuado) por parte da Administração e

gestores seniores para a sua promoção.

O reconhecimento da importância do Design enquanto recurso estratégico

significa que um esforço deve ser feito para a sua promoção dentro da organização,

devendo os gestores contribuir para a sua implementação pelos diferentes departamentos

e agindo como um promotor das suas potencialidades. Esta promoção deve ser

acompanhada por um conjunto de medidas e ações que facilitem esse processo de maior

visibilidade. Recomenda-se por isso aos gestores que procurem desenvolver um sistema

de estímulos, recompensas dentro da estrutura orgânica da empresa e que estimule o

desenvolvimento das capacidades em Design, em particular as capacidades dinâmicas que

promovem a absorção e adaptação de conhecimento externo para o interior da

organização. Conforme nos indica Wilden et al (2013, pp. 30–31) a ausência de estrutura

e políticas organizacionais de apoio às capacidades dinâmicas pode implicar a redução da

rentabilidade obtido por essas capacidades. Sugere-se por isso que a empresa procure

facilitar a integração da informação do Design por toda a organização, além da integração

no processo de tomada estratégica.

Este estudo comprova a importância de integrar os designers desde o início do

processo de inovação de produtos e serviços, o que não significa necessariamente que

deva ser limitado ao papel de representação na comissão de planeamento estratégico

(exemplo promoção a vice-presidente) mas mais importante que efetivamente os

designers possam fazer ouvir a sua voz desde o início do processo de inovação. Devem

ser integrados de forma a terem também uma perceção sobre os constrangimentos dos

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284

racionais económicos que influenciam o processo de tomada decisão da gestão para que

possam também serem úteis na sua análise e contributos.

É contudo importante que os gestores entendam a diferença na natureza das

capacidades em Design e o papel que estas têm na sua organização. Ou seja, é importante

entender a natureza mais volátil das capacidades dinâmicas em Design e desenvolver

mecanismos de estímulo ao desenvolvimento dessas capacidades tendo em conta o

posicionamento atual e futuro da organização. Conforme se verificou, diferenças nos

sectores e mercados em que as empresas operam, a sua antiguidade ou dimensão

influencia os resultados e importância de cada uma das duas principais tipologias de

capacidades em Design (operacionais e dinâmicas). Os gestores devem ter isso presente,

e não procurar aplicar uma solução fits-all, ignorando as especificidades de cada tipo de

capacidades e os constrangimentos que enfrentam de acordo com os contextos internos e

externos à organização. Não é aconselhável às organizações procurarem matrizes rígidas

de avaliação do grau de maturidade das capacidades se ignorarem o caracter dinâmico e

mutável das capacidades em Design. Existem por isso reservas à aplicação de modelos

como o Design ladder (Design, 2006).

Assim, e por exemplo uma organização que se debata com necessidade de

melhorar os seus índices de inovação deve procurar investir no desenvolvimento de

capacidades de absorção de conhecimento mais do que reforçar o investimento nas

capacidades técnicas para bom Design, ou empresas com elevado número de funcionários

devem procurar reformar as suas arquiteturas de tomada de decisão para permitir

contrariar dificuldades na implementação de práticas de Design por toda a organização.

É igualmente importante que os gestores saibam distinguir entre as vantagens e

desvantagens que quer os departamentos de Design internos, quer a contratação de

serviços externos de Design podem trazer à organização, sendo que a solução ótima seria

a aposta em ambas. Contudo, não só essa possibilidade às vezes pode não se colocar por

restrições e constrangimentos financeiros, mas também qualquer desenho de investimento

deve ter em conta o posicionamento e necessidades da organização para que seja uma

solução realizada à medida dessas necessidades. Isto quer dizer por exemplo que os

recursos internos de Design são particularmente eficientes para as organizações que

pretendem disseminar as vantagens das práticas e capacidades de inovação em Design

por outros departamentos, enquanto a contratação de recursos externos de Design são

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285

importantes para introduzir uma melhoria no design dos seus produtos e que garantam

um maior crescimento da empresa nos mercados em que opera.

Os gestores têm também a grande responsabilidade de serem exigentes com os

designers que têm à sua disposição, implementando métricas de gestão nos departamentos

de Design não com o intuito ou esperança de desenvolver produtos com Design superior

mas sim para que as capacidades em Design possam ter impacto positivo noutras

dinâmicas dentro da organização, nomeadamente que extravasem para o desenvolvimento

de capacidades organizacionais superiores. Essa externalidade é mais efetiva se os

gestores incorporarem métricas de gestão comuns entre designers e outros colaboradores

de forma a possibilitarem a sua integração noutros departamentos. Devido à relação

positiva entre capacidades em Design e crescimento da organização sugere-se que os

gestores passem a considerar os gastos em recursos de Design não como despesas ou

custos operacionais mas como investimento que necessita de apoio para ser rentabilizado.

9.2.3.2 Recomendações para os designers

Os designers saberão reivindicar mais valor para a sua profissão e decorrente do

seu conhecimento e capacidades específicas se antes de mais souberem reconhecerem o

alcance dessas capacidades e a importância das mesmas para o aumento da

competitividade das organizações para as quais desenvolvem as suas atividades. É

importante entenderem que devido à crescente globalização das economias, as

organizações necessitam de se confrontar com desafios cada vez mais complexos para

garantir a sua sobrevivência. Os designers devem abrir mão de uma tendência para se

isolarem e antes procurarem liderar equipas multidisciplinares, em que se sejam interfaces

entre os objetivos estratégicos e recursos internos da organização e o conhecimento

externo, atuando como mediadores de linguagens e integradores desse conhecimento.

O que esta investigação parece demonstrar é que a valorização da profissão do

designer está intimamente relacionada (e porventura mesmo dependente) do eficiente

desenvolvimento e gestão das capacidades em Design. Essa missão não deverá ser

deixada somente ao cargo dos gestores seniores ou outros colaboradores dentro da

organização pois estes poderão não ter a sensibilidade e nem o entendimento sobre o

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286

alcance e importância dessas capacidades para a empresa. Por esse motivo torna-se

necessário que o designer seja capaz de efetuar uma correta análise sobre a tipologia e

características do mercado e sector em que a organização opera. De acordo com as

características do sector o designer deverá compreender se o valor acrescentado que traz

a organização é maior na sua capacidade operacional, ou se a sua atividade é mais

valorizada como recurso estratégico inimitável a nível da absorção e integração de

conhecimento externo, ou na adaptação e reconfiguração da organização para a absorção

desse conhecimento e desenvolvimento de estratégias e procedimentos que confiram

resiliência à mudança. Aconselha-se por isso os designers a não procurarem aplicar os

seus conhecimentos de forma indiscriminada e tenham em consideração os quadros de

constrangimentos e oportunidades apresentados pelo modelo. Existem contextos em que

os seus contributos serão mais valorizados no desenvolvimento de produtos com Design

superior, enquanto noutros momentos os seus contributos líquidos são maiores se

direcionados ao desenvolvimento e implementação de capacidades dinâmicas de Design

que permitam à organização ter uma superior capacidade de resiliência e adaptação à

mudança.

Igualmente importante será desenvolver uma correta identificação e compreensão

dos constrangimentos ao desenvolvimento de uma cultura de inovação orientada pelo

Design ou do grau de abertura da cultura organizacional que permitam alcançar um

alinhamento com as necessidades estratégicas da organização. Como foi discutido ao

longo da Tese de Doutoramento, e em parte consubstanciada pelos resultados

apresentados, importa sim que o designer seja parte integrante do processo de

planeamento estratégico da organização mas para isso torna-se também necessário que

este saiba-se integrar junto de outros departamentos as suas competências e adaptar a sua

abordagem de forma a demonstrar a importância do Design estender a sua influência à

Gestão, trabalhando lado a lado com os gestores seniores. Mesmo que para tal os

designers tenham de integrar na sua prática métricas de Gestão, na prática adquirirem

algum conhecimento especializado em gestão e que lhes permita partilhar um espaço

conceptual comum com os gestores da organização. Caso contrário, assistiremos à

confirmação das previsões de Badler com o crescimento do número de consultoras que

se apropriam da linguagem e metodologias do Design (nomeadamente o design thinking)

substituindo o espaço dos designers dentro das empresas que procurem o

desenvolvimento de capacidades em Design para inovação (Badler & Zaccai, 1996, p.

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287

60). A incapacidade dos designers em integrarem nas suas práticas métricas de gestão traz

também a ameaça da passagem para um modelo de contratação externa de recursos de

Design. Recorde-se a esse propósito as advertências que Kallish coloca sobre a ameaça

que paira sobre os departamentos de Design internos e devida à perceção de que o Design

não faz parte dos negócios, ou que é algo passível de ser gerido internamente, adicionando

que por este motivo algumas empresas têm vindo a fechar os seus departamentos internos

e a contratar serviços externos de Design (Kallish, 2007, p. 23)

Estes resultados poderão influenciar os futuros designers profissionais no

momento da escolha da sua formação, pois se tirarmos ilações do que foi atrás discutido

então significa que estes deverão privilegiar a frequência de cursos em Design que

reconheçam a importância da integração da linguagem e conceitos de negócio na sua

formação. Por sua vez este facto deverá trazer também pressões para que as escolas

procedam à reformulação e renovação dos seus currículos das escolas em Design. Essa

formação mais híbrida é essencial para dar responder à necessidade de criação de

profissionais com uma visão integrada, dando a possibilidade aos designers de liderarem

processos de inovação junto de equipas multidisciplinares e de acordo com objetivos

comuns de gestão.

No decorrer da investigação o autor confrontou outros académicos do campo dos

estudos de inovação que defendiam de que os designers preferem defender-se através do

uso de um manto de ambiguidade, argumentando que a criatividade intrínseca à sua

prática não permitia à gestão julgar ou replicar a sua prática122. Essas afirmações eram

acompanhadas por um certo tom de crítica e procuravam sustentar uma secundarização

do papel do designer no processo de inovação. Secundarização essa habitualmente feita

em relação ao gestor que providencia uma resposta mais objetiva no planeamento

estratégico da organização e que é necessária face aos desafios que muitas vezes esta

enfrenta. Contudo o autor defende que os designers são tão ou mais aptos que os gestores

no desenvolvimento dessas tarefas e sem necessariamente comprometer a especificidade

da sua prática. Os designers devem contudo projetar a sua capacidade de antecipar e

entender as oportunidades externas que surgem, com o conhecimento sobre os

constrangimentos de gestão com que a organização se depara. Os designers devem ser

capazes de assimilar as capacidades de integrar conhecimento relevante não só na sua

122 Estas opiniões foram recolhidas no decorrer de algumas entrevistas exploratórias e durante alguns

projectos de investigação no qual o autor participou no decorrer deste doutoramento.

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prática diária mas também junto de outros departamentos e dos quais a organização

também necessita para realizar valor. O autor defende que o designer não necessita de

abandonar o que o torna único, seja a importância da procura por coerência e valores por

vezes subjetivos ou um pensamento abdutivo (ao invés do dedutivo). O designer deve

contudo procurar direcionar a sua criatividade para a resolução de problemas de

posicionamento da organização, entender a importância de custos marginais decrescentes

ou de retornos sobre investimento crescentes entre outros aspectos de gestão

organizacional relevantes à sua prática. O estudo agora apresentado indicia isso mesmo,

que o Design é um recurso estratégico de grande importância e impacto para o

crescimento e sobrevivência das organizações, um recurso que assume diferentes papéis

(de acordo com sectores de atividades ou outras especificidades), ou sujeito a um

heterogéneo conjunto de constrangimentos e condicionantes (alinhamento estratégico ou

natureza dos recursos em Design), mas contudo as capacidades em Design que

consubstanciam esse valor para a organização têm sempre os seus pilares num

conhecimento e prática único ao designer no qual se sustenta. O designer pode ser por

isso a peça central numa organização desde que entenda como melhor projetar o seu valor

e desenvolver as suas capacidades em torno das necessidades dessa organização.

9.3 Limitações e investigação futura

Limitações

Conforme referido anteriormente reconhece-se existir limitações tautológicas

inerentes ao estudo das capacidades dinâmicas. Contudo essas limitações prendem-se

sobretudo à incapacidade de distinguir o papel das capacidades dinâmicas na performance

da empresa quando estas capacidades são definidas como sendo a fonte de vantagem

competitiva (Barreto, 2010, pp. 257–258). Foi por esse motivo que o modelo teórico

proposto procurou incorporar desde o início o conceito das capacidades operacionais em

Design, estabelecendo através destas capacidades a relação entre capacidades dinâmicas

e resultados económicos. Esta conceptualização permitiu desassociar capacidades

dinâmicas dos resultados, e assim reduzir a indefinição subjacente à condição tautológica

apontada.

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Reconhece-se contudo existir ainda importantes limitações ao estudo das

capacidades em Design, e das capacidades dinâmicas em particular, através de métodos

de análise quantitativos. Partilha-se a opinião de Ambrosini para a qual estudos

qualitativos, com amostras mais reduzidas, permitem a obtenção de uma maior

granularidade sobre os complexos mecanismos por detrás do desenvolvimento dessas

capacidades e da sua atuação na cadeia de criação de valor da organização (Ambrosini &

Bowman, 2009, pp. 12–13). Os estudos quantitativos não são muito uteis em comprender

razões e identificar causas para o acontecimento de determinado fenómeno, os estudos

qualitativos são mais uteis nessas situações. Contudo, e conforme se argumentou

anteriormente, este estudo procura sobretudo complementar um conjunto relativamente

vasto de investigação qualitativa já realizada no campo dos estudos do Design e sobre a

importância e o valor das suas capacidades para a competitividade da organização, sendo

que contudo pouca evidência empírica foi identificada como existente durante o processo

de revisão da literatura e que permitisse confirmar a existência do fenómeno. Esse é aliás

o principal contributo dos estudos quantitativos, procurar confirmar a existência e

mensurar a importância de teorias no mundo real. Ao se recolher evidências empíricas

sobre a importância das capacidades em Design, mensuráveis ao longo de diferentes

sectores de atividade e distinguindo entre contributos de capacidades operacionais e

dinâmicas, contribui-se para fundamentar os contributos teóricos identificados e

providenciar provas concretas que fomentem futura investigação sobre a importância do

Design para a gestão estratégica de uma organização.

Outra das limitações identificadas para este estudo e relacionadas com as

limitações inerentes aos métodos de análise e modelo proposto reside na equifinalidade

subjacente à obtenção de resultados das capacidades em Design. Ou seja, identifica-se a

orientação e propõe-se medir as relações estabelecidas entre as variáveis, contudo não foi

possível ter a mesma atenção para com os processos e rotinas subjacentes ao

desenvolvimento dessas capacidades. Os indicadores manifestam a existência de um

fenómeno subjacente e implícito (reconhece e mede a sua existência), mas não nos dizem

nada sobre como esse fenómeno implícito se desenvolve dentro da organização. Tal

questionamento obrigaria a estudos com forte componente qualitativa que incidam no

porquê, sendo que contudo esta limitação foi em parte minimizada pela forte

fundamentação teórica do modelo durante a revisão da literatura e da operacionalização

das variáveis teóricas. Permitindo também que futuras investigações qualitativas possam

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mais facilmente posicionar os seus contributos no campo teórico e quando procurem

complementar as limitações desta análise quantitativa.

É importante também identificar enquanto limitação o facto de que o estudo incide

apenas sobre a contribuição bruta de recursos de Design para o desempenho da

organização, e não a sobre a sua contribuição líquida. Ou seja, este estudo omite da sua

análise os custos relacionados com o desenvolvimento de tais capacidades (dinâmicas e

operacionais) mas que contudo se verificou ser a provável causa de um efeito de trade-

off. É contudo de realçar precisamente esse facto, ou seja que apesar desta limitação o

estudo realizado pelas suas características permite reconhecer esse efeito de trade-off.

Esse aspeto pode ser visto como um importante elemento e contributo para minorar (ou

mesmo eliminar) esta limitação no futuro, uma vez que constitui um contributo de

relevância para a literatura uma vez que esse efeito era normalmente desconsiderado por

completo nas investigações com componente empírica. Em futuros projetos

investigativos já se poderá tomar decisões de forma mais informada e incluir meios que

permitam estudar e entender melhor este efeito, adicionando outro conhecimento mais

robusto aos indícios agora identificados.

De forma semelhante a investigação não permitiu incorporar e ter em devida

consideração os custos inerentes ao desenvolvimento de superiores capacidades

dinâmicas de Design, e que se especula limitam o efeito positivo destas na rentabilidade.

Esse desenvolvimento é feito à custa da deslocalização de recursos que antes se ocupavam

exclusivamente de gerar capacidades operacionais, mas também implica um custo

adicional e que excede os custos de oportunidade em relação a esses recursos e que se

referem aos custos de aprendizagem e associados ao desenvolvimento de novas rotinas

(Winter, 2003, p. 993).

Outra limitação importante deste estudo relaciona-se com a dimensão tempo. Essa

limitação já havia eliminado a possibilidade de se realizar uma verificação da validade

preditiva, conforme foi descrito no capítulo quatro. Contudo a dimensão tempo é

importante uma vez que as capacidades dinâmicas relacionam-se com mudança e a

mudança nas variáveis identifica-se comparando dados recolhidos em períodos diferentes

de tempo (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 22). A existência de capacidades dinâmicas

num determinado momento pode significar impactos na competitividade e resultados da

organização só no futuro (Eriksson, 2014; Helfat et al., 2007), e os estudos que confiem

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apenas em comparação de dados puramente transversais produzem conclusões limitadas

em termos do impacto das capacidades dinâmicas sobre os resultados (Ambrosini &

Bowman, 2009, p. 22; Eriksson, 2014, p. 317).

Contudo refira-se que o facto do modelo teórico testado não recair na análise do

impacto direto das capacidades dinâmicas sobre a performance económica reduz essa

limitação. O facto dos constructos da rentabilidade ser composto por indicadores

objetivos, calculados em médias ponderadas dos resultados agregados de cinco anos

também visa minimizar essa limitação, contudo é uma condição insuficiente sendo

necessário que o estudo fosse longitudinal e a recolha de dados fosse realizada em

condições muito semelhantes mas em diferentes momentos para permitir um

entendimento sobre a variação e o comportamento das variáveis ao longo de um período

de tempo significativo. Assume-se essa limitação mas argumenta-se que as características

decorrentes de uma investigação dentro de um programa doutoral, e os constrangimentos

que a ele são inerentes (nomeadamente tempo e custos suportados integralmente pelo

investigador) não permitiram a realização de um estudo longitudinal, com múltiplas

rondas de recolha de dados durante um período extenso de tempo (entre 5 a 10 anos)

como alguns autores sugerem (Eriksson, 2014, p. 316). Por outro lado, e conforme se

argumentou durante a operacionalização considerou-se útil que os instrumentos

incluíssem indicadores perceptuais pois determinados elementos das variáveis teóricas

não são passiveis de serem captadas só recorrendo a dados secundários. Esta investigação

poderá contudo servir de referência para futuros estudos espaçados no tempo, ou talvez

simplesmente complementado por investigação futura mais qualitativa.

Uma dificuldade adicional à formação de conclusões consistentes e robustas é

inerente à ambiguidade que rodeia o próprio conceito de capacidades em Design

conforme se pode verificar na revisão da literatura, e que também se estende aos estudos

sobre capacidades dinâmicas (Cepeda & Vera, 2007, p. 426) e que traz maior

complexidade na interpretação de dados obtidos e a sua relação com estes conceitos, e

que se estendem também agora às capacidades dinâmicas de Design. Peteraf et al (2013)

identificam no seu artigo duas abordagens diferentes na teorização sobre capacidades

dinâmicas e que aparentemente não comunicam entre si. Uma que emana das

contribuições originais de Teece e Pisano (1997), e outra do artigo seminal de Eisenhardt

and Martin (2000). O diagrama de (Peteraf et al., 2013, p. 1399) ilustra essa separação

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Diagrama 11 - Principais autores e suas interligações na teoria das capacidades dinâmicas - retirado de

Peteraf et al (2013, p. 1399)

Os dados indiciam que as capacidades dinâmicas em Design têm um impacto

indireto sobre o desempenho económico das empresas que extravasa as contribuições

feitas através de superiores capacidades operacionais em Design. Contudo, também se

conclui faltar a esta teorização conceptual adicional uma maior evidência empírica e que

permita melhor sustentar e fundamentar esse argumento. Trata-se portanto de uma

limitação desta investigação o facto de só ter sido considerado no instrumento a relação

entre capacidades dinâmicas e operacionais em Design, não incluindo outro conjunto de

itens que permitissem operacionalizar um construto de capacidades organizacionais. Só

essa inclusão em futuros estudos permitirá confirmar ou não se o efeito de mediação

descrito anteriormente, e que tem impacto no crescimento se refere ao impacto do Design

a nível estratégico noutros departamentos e como a teoria sugere.

Por fim reconhecem-se e identificam-se limitações relacionadas com a existência

de outros efeitos que influenciam o impacto das capacidades em Design na performance

económica, e que não foram contempladas na conceção do modelo teórico. Um esforço

meritório deste estudo foi a inclusão dos efeitos mediadores relativos aos

constrangimentos do alinhamento estratégico, contudo a complexidade do mundo real

implica sempre que haverá um conjunto substancial de outras variáveis que se omitiu do

estudo e que ajudariam a melhor compreender a natureza da relação entre as variáveis

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estudadas. Outras limitações prendem-se contudo com as especificidades inerentes a cada

organização e que só poderão ser ultrapassadas através de uma análise mais aprofundada

e de natureza qualitativa junto de um número reduzido de organizações, sacrificando-se

contudo a capacidade de generalização mencionada anteriormente.

Uma última referência para o facto de o autor considerar que futuros estudos

deveriam conceder mais atenção e estar focados no impacto das capacidades do Design

para a inovação. Os itens agora considerados não incidem muito sobre isso e é uma

limitação a lamentar. Essa limitação advém contudo da pouca atenção concedida na

literatura à identificação desses itens e em particular itens específicos ao Design.

Investigação futura

Conforme foi sendo referido ao longo do documento esta investigação deixa em

aberto um conjunto de questões que estimula a procura por um aprofundamento do estudo

desta temática. Uma das questões que a investigação suscitou mas que não se permitiu a

explorar é sobre a potencial existência de efeitos das capacidades dinâmicas de Design

sobre capacidades organizacionais. Neste momento, e com base nos resultados teóricos

apenas se pode teorizar a existência desse efeito mas que agora necessitam de

confirmação empírica. Tal implica a inclusão do construto de capacidades

organizacionais no modelo teórico apresentado, sendo que a investigação futura iria

beneficiar o entendimento dos efeitos de transmissão de valor das capacidades dinâmicas

sobre a rentabilidade da empresa, pois já se verificou que o impacto do Design não se

esgota nas capacidades operacionais.

Outra questão pendente relaciona-se com o facto de que o construto de

capacidades operacionais em Design foi o que menor qualidade apresentou durante a

AFE. Não obstante as complicações que poderia significar em termos de generalização e

manutenção das comunalidades, acredita-se que seria importante aprofundar o estudo

sobre o que são capacidades operacionais em Design para se obter uma melhor

operacionalização futura. Essa investigação incidiria mais em identificar e analisar

práticas e rotinas realizadas dentro das organizações. Ao identificar os processos que

antecedem os resultados torna-se possível desenvolver indicadores ainda mais eficientes

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em capturar algo tão esquivo como capacidades (quer sejam operacionais ou dinâmicas).

Tanto a questão do novo construto de capacidades organizacionais como a reformulação

do construto de capacidades operacionais sugerem a importância da investigação futura

se centrar numa procura de âmbito mais qualitativa. Tal investigação iria também permitir

procurar entender-se melhor as condições e os mecanismos subjacentes às capacidades

em Design. Nesse sentido concorda-se com a posição de Ambrosini que considera que

somente através da acumulação de mais estudos qualitativos se vai permitir atingir uma

maior granularidade para estudos quantitativos subsequentes (Ambrosini & Bowman,

2009, pp. 12–13).

A não confirmação da hipótese relativa à importância da volatilidade contextual

para a importância das capacidades dinâmicas em Design desperta o interesse por um

reforço no entendimento dos mecanismos de intensidade competitividade, questionando-

se nomeadamente a adequação dos índices de volatilidade de Tosi et al (1973, p. 31) a

que se recorreu. Talvez fosse exigível uma maior granularidade neste estudo antes de se

recusar em absoluto a importância do dinamismo externo para o desenvolvimento de

capacidades dinâmicas. Por outro lado investigação futura nesse sentido permitiria

também fornecer contributos mais conclusivos para o debate quer das capacidades em

Design quer da teoria das capacidades dinâmicas, onde existe ainda uma grande discussão

sobre a importância do dinamismo externo.

Por fim é de considerar a importância de desenvolver estudos longitudinais que

permitam ultrapassar as limitações relativas ao entendimento sobre como o stock de

capacidades evoluem ao longo do tempo e perceber melhor os mecanismos subjacentes a

esse desenvolvimento de capacidades. Procurar-se-ia conhecer com maior detalhe de que

forma esse mecanismos de impacto indireto das capacidades dinâmicas se repercutem no

tempo (lentos, rápidos). Seria por exemplo importante saber melhor se a questão do tempo

explica o aparentemente contraditório tradeoff entre rentabilidade e crescimento do

mercado.

Investigação futura pode igualmente centrar-se no melhoramento da avaliação da

maturidade das capacidades em Design dentro da organização. Esta necessidade é aliás

defendida por outros autores (Best et al., 2010; Helsinki & Disseny, 2009; Kretzschmar,

2003), e pode ser vista numa perspectiva mais abrangente e que incorpore um

melhoramento das matrizes e painéis de avaliação em Design já abordados em estudos

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prévios e de natureza exploratória (Communities, 2009, p. 49; Hollanders & Cruysen,

2009; J Moultrie & Livesey, 2009). Os estudos relativos às capacidades em Design

poderão ter um maior impacto na gestão das empresas e no posicionamento futuro do

designer se for possível traduzir-se estes contributos num modelo de auditoria de

maturidade que permita aos administradores dessas empresas avaliar melhor a situação,

e se possível acompanhado por um modelo prescritivo sobre quais as medidas a tomar

para melhorar o desempenho dessas atividades e por conseguinte os resultados da

empresa através das capacidades em Design. O desenvolvimento de modelos prescritivos

permitiria às organizações ganhar uma maior compreensão e contribuiria decisivamente

para que estas deixassem de entender o Design como sendo uma caixa negra (Abecassis-

Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008), adquirindo algum grau de autonomia na gestão

dessas capacidades e que permitam a adequação estratégica do Design. O autor acredita

que tal permitiria igualmente a consolidação de parcerias entre consultores externos e

organizações, potenciar os seus resultados e assim contribuir para a desmistificação sobre

as suas áreas de atuação e para a sua especialização crescente.

Por fim existe o interesse em realizar investigação centrada no papel do designer

no processo de planeamento e gestão estratégica da organização. Até aqui foi possível

entender que o Design quando integrado no processo de planeamento estratégico aumenta

os resultados da empresa, contudo é igualmente importante entender melhor como é que

essas capacidades podem ser comunicadas de forma mais eficaz dentro do processo de

definição estratégica, ou entender que métricas de gestão se tornam mais importantes ao

designer para que este possa desempenhar este papel com a maior eficácia e eficiência

possível. Um estudo sobre o papel do designer permitiria trazer contributos também para

as questões relativas à educação em Design, em particular numa área de crescente

importância que é o ensino do Design estratégico e para a qual ainda pouco material se

encontra disponível.

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315

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316

Glossário

Ambidestria organizacional: As organizações inovadoras sustentáveis conseguem

realizar, simultaneamente, tanto inovações incrementais que garantem a eficiência no

curto prazo quanto a inovação disruptiva mantendo a vantagem competitiva no longo

prazo. Essas organizações são por esse motivo denominadas como organizações

ambidestras por serem igualmente habilidosas em desenvolver inovações de magnitude

tão díspar.

Amostragem casual simples: A amostragem casual ou aleatória simples é o

delineamento fundamental de seleção a partir do qual derivaram todos os demais

procedimentos de amostragem aleatórios, visando aumentar a precisão das estimativas e

reduzir os custos do levantamento. A amostragem casual simples requer que todas as

combinações possíveis de (n) unidades amostrais da população tenham igual chance de

participar da amostra. A seleção de cada unidade amostral deve ser livre de qualquer

escolha e totalmente independente da seleção das demais unidades da amostra.

Análise de Componentes Principais: A Análise de Componentes Principais (ACP) é

um procedimento matemático que utiliza uma transformação ortogonal (ortogonalização

de vetores) para converter um conjunto de observações de variáveis possivelmente

correlacionadas num conjunto de valores de variáveis linearmente não correlacionadas

chamadas de componentes principais. Com frequência, sua operação pode ser tomada

como sendo reveladora da estrutura interna dos dados, de uma forma que melhor explica

a variância nos dados.

Análise Fatorial Confirmatória: A Análise Fatorial Confirmatória (AFC) é uma forma

especial de análise fatorial, mais comumente utilizada na investigação social. É utilizada

para testar se os indicadores que compõem determinado construto são consistentes com a

compreensão que um investigador possui sobre a natureza desse mesmo construto. Como

tal, o objetivo da análise fatorial confirmatória é testar se os dados se encaixam em um

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317

modelo de medição hipotetizado. Por esse motivo este modelo de hipótese é baseado em

investigação pesquisa teórica e / ou analítica anterior.

Análise Fatorial Exploratória: A Análise Fatorial Exploratória (AFE) é um método

estatístico usado para descobrir a estrutura subjacente de um conjunto relativamente

grande de variáveis. A AFE é um subgénero pertencente à família da análise fatorial cujo

objetivo principal é identificar as relações subjacentes entre as variáveis medidas. É

comumente usado pelos investigadores no desenvolvimento de instrumentos e escalas de

medida, servindo também para identificar um conjunto de construções latentes

subjacentes a um conjunto de variáveis manifestas.

Análise multivariável: Os métodos estatísticos multivariados e ferramentas de análise

estatística multivariada estudam o comportamento de três ou mais variáveis

simultaneamente. São utilizados principalmente para encontrar a variável menos

representativa e eliminá-la, simplificando modelos estatísticos, em que o número de

variáveis torna-se um problema para compreender a relação entre os vários grupos de

variáveis.

Autovalor: Os autovalores de uma dada matriz quadrada A de dimensão n × n são os n

números que resumem as propriedades essenciais daquela matriz. O autovalor de A é um

número que, se for subtraído de cada entrada na diagonal de A, converte A numa matriz

singular (ou não-invertível).

Bootstrapping: Bootstrapping (ou simplesmente bootstrap em inglês) é um método de

reamostragem, e é utilizado para aproximar distribuição na amostra de um levantamento

estatístico. Usa-se frequentemente para aproximar o viés ou a variância de um conjunto

de dados estatísticos, assim como para construir intervalos de confiança ou realizar

contrastes de hipóteses sobre parâmetros de interesse.

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318

Cabaz de recursos: Termo económico para designar um conjunto diversificado de

recursos, neste caso, ao dispor da organização.

CAE Rev. 3: Classificação Portuguesa das Actividades Económicas - Revisão 3

Capacidades organizacionais: Capacidades organizacionais consistem na habilidade da

empresa em mobilizar recursos através de ações, processos explícitos com elementos e

recursos tácitos (como sejam a liderança e a cultura organizativa). As capacidades são,

frequentemente, específicas da empresa sendo reforçadas e aprofundadas ao longo do

tempo através das integrações complexas que ocorrem entre os recursos da empresa e as

suas práticas e processos. Numa perspetiva estratégica, capacidade organizacional define-

se como a aplicação estratégica de competências.

Commodity: Commodity é um termo proveniente da língua inglesa que originalmente

significava qualquer mercadoria, mas hoje é utilizado nas transações comerciais de

produtos de origem primária e para se referir a produtos de qualidade e características

uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os produziu ou de sua origem,

sendo seu preço uniformemente determinado pela oferta e procura dos mercados

internacionais.

Comparação de parâmetros de pares repetidos: A comparação de parâmetros entre

pares repetidos é uma técnica utilizada na Estatística para comparar parâmetros em pares

e avaliar sobre qual desses parâmetros é o mais apropriado para um determinado teste, ou

mesmos determinar se ambos os parâmetros são idênticos.

Comunalidades: A Comunalidade representa na análise fatorial a porção da variância

que uma variável compartilha com todas as outras variáveis consideradas. É também

a proporção de variância explicada pelos fatores comuns.

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319

Covariância: A covariância, ou variância conjunta, é uma medida do grau de

interdependência (ou inter-relação) numérica entre duas variáveis aleatórias. Assim,

variáveis independentes têm covariância zero. A covariância é por vezes chamada de

medida de dependência linear entre as duas variáveis aleatórias.

Design silencioso: Design silencioso é um conceito definido pelo autor Peter Gorb,

referindo-se ao Design desempenhado por colaboradores que não são designers e nem

estão conscientes de que se encontram a desenvolver uma atividade de Design.

Distribuição Normal (ou Gaussiana): A distribuição Normal, também conhecida

também como distribuição Gaussiana, é sem dúvida a mais importante distribuição

contínua. Sua importância deve-se a vários fatores, entre eles podemos citar o teorema

central do limite, o qual é um resultado fundamental em aplicações práticas e teóricas,

pois ele garante que mesmo que os dados não sejam distribuídos segundo uma normal a

média dos dados converge para uma distribuição normal conforme o número de dados

aumenta.

EBITDA: EBITDA representa a sigla (em Inglês) de “Earnings Before Interest, Taxes,

Depreciation and Amortization”, que significa lucros antes de juros, impostos,

depreciação e amortização. O EBITDA é um indicador financeiro que representa o

quanto uma organização gera de recursos através de suas atividades operacionais, sem

contar impostos e outros efeitos financeiros. O cálculo do EBITDA é importante para os

gestores pois dá a possibilidade destes não analisarem apenas o resultado final da

organização, e sim o processo com um todo.

Efeito tautológico: O efeito tautológico ocorre quando um argumento se explica por ele

próprio, resultando por vezes em redundância ou falácia. Da mesma forma, um sistema é

caracterizado como tautológico quando não apresenta saídas à sua própria lógica interna.

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320

Elasticidade de procura: A elasticidade do preço na procura é um conceito econômico

que apresenta a elasticidade da quantidade na procura de um bem ou serviço, em relação

às mudanças nos preços destes. Em termos matemáticos, visa medir a variação percentual

na quantidade da procura de um bem ou serviço, dada uma variação percentual no preço

destes.

Escala Likert: A escala Likert é o tipo de escala de resposta psicométrica mais utilizada

em questionários e pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado

nesta escala, a amostra especifica o seu nível de concordância com uma afirmação.

Escola Ambiental: De acordo com a Escola Ambiental a organização é passiva, reage

ao ambiente, isto é, cria estratégias a partir do que o ambiente apresenta. As organizações

não visam umas as outras diretamente. Ao invés, é o ambiente que estabelece os critérios

de adequação. Assim, os processos de estratégias são desenvolvidos pela percepção que

se tem do ambiente.

Escola Cognitiva: É o estudo de como os indivíduos processam as informações vindas

do ambiente e formulam uma estratégia em resultado de processos mentais e cognitivos.

Esses processos podem posteriormente ser categorizados em torno de mapas, modelos,

conceitos e esquemas, podendo a realidade envolvente ser modelada, contextualizada e

construída.

Escola da Aprendizagem: De acordo com a Escola da Aprendizagem a formação da

estratégia é vista como um processo emergente, que procede do comportamento que

estimula o pensamento retrospetivo para que se possa compreender a ação. A estratégia

realiza-se ao longo do tempo, através de seus membros, individualmente ou

coletivamente, no qual o papel da liderança não passa por preconceber estratégias

deliberadas, mas sim em administrar o processo de aprendizado estratégico, pelo qual

novas estratégias podem surgir.

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321

Escola da Configuração: A estratégia é vista como um processo de transformação,

através de mudanças estruturais e inovações. As organizações são percebidas como

configurações, ou seja, agrupamentos coerentes de características e comportamentos.

Para haver uma mudança estratégica, a organização tem que mudar de configuração,

ocorrendo assim, uma transformação da organização.

Escola da Cultura: Na Escola da Cultura a formação da estratégia é vista como um

processo coletivo, de interação social, baseado nas crenças e nas interpretações comuns

aos membros de uma organização, as quais são adquiridas através de um processo de

aculturação ou socialização. Assim, a estratégia assume a forma de uma perspetiva

inconsciente e de interação social. Nesta visão, é difícil criar novas estratégias, pois

dependem da aceitação cultural e consenso de expectativas.

Escola do Design: Esta escola surgiu nos anos 60 abrindo espaço para o desenvolvimento

das demais escolas de natureza prescritiva e é considerada como a mais influente no

processo de formulação de estratégia. Seu modelo é baseado em avaliações das situações

internas e externa da organização. A Escola do Design propõe um modelo de formulação

de estratégia que busca atingir uma adequação entre as capacidades internas e

possibilidades externas.

Escola do Empreendedorismo: Na Escola do Empreendedorismo o empreendedor

possui uma visão de futuro da organização e um senso de direção a longo prazo. Assim,

a visão estratégica é maleável, deliberada (foco no controle) e emergente (foco no

aprendizado). As estratégias visionárias são pró-ativas, com liderança personalizada, o

que possibilita inovações e diferenciação para a organização.

Escola do Planeamento: Na Escola do Planeamento a formação da estratégia é vista

como um processo formal, sustentado por técnicas, programas, planos. É feito um estudo

formal para "pensar a estratégia". Deriva da escola de Design, mas é mais elaborada, com

planos mais complexos e controles específicos

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322

Escola do Poder: Na Escola do Poder a formação da estratégia é vista como um processo

de negociação, utilizando a influência do poder e da política. As estratégias tendem a ser

emergentes e assumem mais a forma de posições e meios de iludir do que de perspetivas.

Escola do Posicionamento: A Escola do Posicionamento é vista como um processo

analítico no qual o gestor realiza análise dos fatos passados e dos dados estatísticos, a fim

de planear o futuro. O papel desta escola é apoiar o processo de formulação de estratégia,

e não criar estratégias, pois a análise de dados é um processo estático e ordenado e não

dinâmico, rico e confuso como o de formulação de estratégia.

Estatística Z: A estatística Z (ou teste Z) é qualquer teste estatístico no qual a distribuição

do teste estatístico sob a hipótese nula pode ser aproximada por uma distribuição normal.

É um teste estatístico usado para inferência, capaz de determinar se a diferença entre a

média da amostra e da população é grande o suficiente para ser significativa

estatisticamente.

Factor de inflação de variância (VIF): O Factor de inflação de variância é um teste que

mede o grau de variância de um determinado fator face à sua colinearidade com outros

fatores. Permite diagnosticar a potencial existência de multicolinearidade no modelo

proposto.

Factor: O factor é um sinónimo de construto teórico ou variável latente.

Factores de preço: Conjunto de factores que influenciam o processo de formação do

preço de produtos e/ou serviços. Os factores podem ser internos ou externos à

organização, e usualmente não são constantes ao longo do tempo. Os principais factores

de formação de preço são: competição; procura de Mercado; Estratégia de promoção da

marca; e custo unitário de bens e serviços.

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323

Graus de liberdade: Grau de liberdade é, em estatística, o número de determinações

independentes (dimensão da amostra) menos o número de parâmetros estatísticos a serem

avaliados na população. É um estimador do número de categorias independentes num

teste particular ou experiência estatística. Encontram-se mediante a fórmula n-1, onde n

é o número de elementos na amostra (também podem ser representados por k-1 onde k é

o número de grupos, quando se realizam operações com grupos e não com sujeitos

individuais).

Heterocedasticidade: Heterocedasticidade é o termo para designar variância muito

dispersa dos erros e para indicadores diferentes. A Heterocedasticidade é um fenómeno

estatístico decorrente da forte dispersão dos dados em torno de uma recta, ou seja, uma

dispersão dos dados perante um modelo econométrico regredido.

Homocedasticidade: Homocedasticidade é o termo para designar variância constante dos

erros para indicadores diferentes. A Homocedasticidade é um fenómeno estatístico

decorrente da pouca (ou nenhuma) dispersão dos dados em torno de uma recta, ou seja,

os dados regredidos encontram-se mais homogeneamente e menos dispersos

(concentrados) em torno da recta de regressão do modelo.

Índice CFI: O índice de ajuste comparativo (CFI), tal como o índice de ajuste

comparativo (NFI), faz uso de uma distribuição de qui-quadrado não-central, e que

procura levar em consideração a complexidade de um modelo. A vantagem do uso do

CFI é evitar a subestimação do ajuste observado no NFI quando a amostra é pequena.

Loading: O loading representa o peso que uma variável manifesta tem na determinação

de uma varíavel latente e de que conceptualmente depende.

Manual Frascati: O Manual Frascati é um documento que estabelece a metodologia para

recolha de estatísticas sobre investigação e desenvolvimento. O Manual de Frascati foi

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324

preparado e publicado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico

(OCDE), as suas definições são aceites em todo o mundo e seus princípios utilizados

como standard para diversas leis de incentivo económico.

Método de Máxima Verossemelhança: Em estatística, a estimativa por máxima

verossimilhança é um método para estimar os parâmetros de um modelo estatístico.

Assim, a partir de um conjunto de dados e dado um modelo estatístico, a estimativa por

máxima verossimilhança estima valores para os diferentes parâmetros do modelo. O

método de máxima verossimilhança estima os valores dos diferentes parâmetros do

modelo estatístico de maneira a maximizar a probabilidade dos dados observados,

apresentando-se como um método geral para estimação de parâmetros.

Método dos mínimos quadrados: O método dos mínimos quadrados é uma técnica de

otimização matemática que procura encontrar o melhor ajuste para um conjunto de dados

tentando minimizar a soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e os

dados observados (tais diferenças são chamadas resíduos). É a forma de estimação mais

amplamente utilizada na Econometria. Consiste em um estimador que minimiza a soma

dos quadrados dos resíduos da regressão, de forma a maximizar o grau de ajuste do

modelo aos dados observados.

Modelagem de equações estruturais: A modelagem de Equações Estruturais é uma

técnica estatística multivariada que permite avaliar, simultaneamente, relações entre

múltiplos construtos. A Análise de Equações Estruturais (AEE) permite aos

investigadores responderem a uma série de perguntas inter-relacionadas de uma forma

simples, sistemática e abrangente. Consegue este intento ao modelar simultaneamente as

relações entre múltiplos construtos dependentes e independentes

Moderação por multigrupos: Moderação por multigrupos é utilizado habitualmente na

modelação de equações estruturais por possuírem opções que classificam uma dada

variável em dois ou mais grupos. Esses modelos são considerados multigrupos ( porque

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325

neles existem variáveis nominais, ordinais, ou dummies que os distinguem. Possibilita

que o investigador possa estimar o modelo estrutural ajustando e testando os diferentes

grupos pré-estabelecidos, e registando quais diferenças que existem nos coeficientes de

regressão entre esses grupos.

Multicolinearidade: Multicolinearidade consiste em um problema comum em

regressões, no qual as variáveis independentes possuem relações lineares exatas ou

aproximadamente exatas. As consequências da multicolinearidade em uma regressão são

a de erros-padrão elevados no caso de multicolinearidade moderada ou severa e até

mesmo a impossibilidade de qualquer estimação se a multicolinearidade for perfeita.

NACE rev.2: Nomenclatura Estatística das Atividades Económicas na Comunidade

Europeia - Revisão 2.

Organizações adotantes iniciais: Baseado na classificação de tipos de consumidores de

bens ou serviços tecnológicos, o conceito de adotante iniciais é também aplicado aos

estudos organizacionais para designar as organizações que por manifestarem um apreço

pela adoção de novidades começam a usar novos produtos / tecnologias antes que a

grande maioria dos seus competidores.

Pontos de preço: Preço de retalho sugerido para um produto ou serviço, determinado de

forma a competir com os preços de outros produtos. Um produto pode ser introduzido

com um preço específico, mas esse preço pode ser alterado dependendo da procura de

Mercado atual e da concorrência.

Processo Caixa-negra: Denomina-se de processo caixa-negra um sistema fechado de

complexidade potencialmente alta, no qual a sua estrutura interna é desconhecida ou não

é levada em consideração na sua análise.

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326

Quási-manipulação: Quási-manipulação, ou manipulação quási-experimental, é um

estudo empírico usado para estimar o impacto causal de uma intervenção na sua

população alvo realizado sem atribuição aleatória. A investigação quási-experimental

compartilha semelhanças com a investigação experimental tradicional ou o ensaio

controlado aleatório, mas carece especificamente do elemento de atribuição aleatória para

tratamento ou controle. Em vez disso, a manipulação quási-experimental ocorre quando

o investigador exerce o controlo sobre a atribuição para a condição de tratamento, mas

usando algum critério diferente da atribuição aleatória (por exemplo, uma marca de corte

de elegibilidade).

Retorno Sobre Ativos: A taxa de Retorno Sobre Ativos (ROA) possibilita calcular a

percentagem de rentabilidade dos ativos de uma empresa (lucro líquido) em relação à

geração de receita.

Retorno Sobre Expectativas: O retorno das expectativas (RSE) é uma abordagem que

procura demonstrar o valor organizacional de um determinado investimento ou ação com

base no grau de satisfação de expectativas definidas a priori pelos principais stakeholders

da organização.

Retorno sobre Património (RSP): O Retorno sobre Património é um indicador

financeiro percentual que se refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela

mesma utilizando os seus próprios recursos. Isto é, o quanto ela consegue crescer usando

nada além daquilo que ela já tem. O RSP é frequentemente utilizado por investidores e

acionistas para acompanhar o potencial e estabilidade de uma empresa.

RMSEA: RMSEA, ou a raiz da média dos quadrados dos erros de aproximação, possui

uma distribuição conhecida e, portanto, representa de forma mais adequada quão bem um

modelo se ajusta à população, não apenas à amostra utilizada para a estimação. Valores

abaixo de 0,08 são considerado desejáveis e valores abaixo de 0,05 são considerados

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327

ótimos em termos de análise do grau de ajustamento dos dados obtidos ao modelo

proposto.

Rotação de factor PROMAX: Para rotações oblíquas, o método mais popular é o método

PROMAX que tem a vantagem de ser rápido e conceitualmente simples. Uma rotação

oblíqua busca expressar cada variável em termos de um número mínimo de fatores,

preferivelmente um único fator. O método busca ajustar uma matriz alvo que tem uma

estrutura simples.

Scree plot: O Scree Plot é um gráfico de segmento de linha simples que mostra a fração

da variância total nos dados. Nesse gráfico podemos encontrar, em ordem decrescente de

grandeza, os autovalores de uma matriz de correlação. No contexto da análise de fatores

ou análise de componentes principais, o scree plot auxilia o investigador a visualizar a

importância relativa dos fatores, sendo que uma queda acentuada sinaliza que os fatores

subsequentes são ignoráveis.

Taxa de Retorno sobre Investimento: Taxa de retorno sobre investimento é a relação

entre a quantidade de dinheiro ganho (ou perdido) como resultado de um investimento e

a quantidade de dinheiro investido. O retorno efetivo serve como medida de avaliação do

desempenho de um investimento, aferido a posteriori. O retorno previsto serve como

medida ex ante do desempenho de um investimento; é a sua taxa implícita ou interna de

retorno, aquela que iguala o valor do investimento do seu preço ou custo.

Teste de Kolmogorov Smirnov: O teste de Kolmogorov Smirnov observa a máxima

diferença absoluta entre a função de distribuição acumulada assumida para os dados, no

caso a Normal, e a função de distribuição empírica dos dados. Como critério, compara a

diferença obtida com um valor crítico, para um dado nível de significância, permitindo

ao investigador determinar se a amostra possuí uma distribuição Normal.

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328

Teste de Shapiro Wilks: O objectivo do teste Shpiro Wilks é de fornecer uma estatística

de teste para avaliar se uma amostra tem distribuição Normal. O teste pode ser utilizado

para amostras de qualquer tamanho.

Trade-off: Trade-off define uma situação em que há conflito de escolha. O trade-off

ocorre quando uma ação econômica que visa à resolução de problema acarreta uma

consequência negativa, obrigando a uma escolha. O termo refere-se, geralmente, a perder

uma qualidade ou aspeto de algo, ganhando em troca outra qualidade ou aspeto. Isso

implica que a tomada de uma decisão requer completa compreensão tanto do lado

positivo, quanto do lado negativo de uma escolha em particular.

Vantagem competitiva: Vantagem competitiva pode ser entendida como uma vantagem

que uma empresa tem em relação aos seus concorrentes e descreve atributos que permitem

uma organização superar os mesmos. Esses atributos podem incluir o acesso aos recursos

naturais, a existência de recursos humanos altamente qualificados, localização geográfica,

altas barreiras de entrada, entre outros.

Variância: A variância é uma medida da sua dispersão estatística, indicando "o quão

longe" em geral os seus valores se encontram do valor esperado. A unidade de variância

é o quadrado da unidade de observação. Por esse motivo se a variância pode ser calculada

(ou seja, a integral ou o somatório convergem), podemos concluir que ela nunca é

negativa, porque os quadrados são sempre positivos ou nulos.

Variável dummy: Na Estatística e em Econometria, particularmente na análise de

regressão, uma variável dummy é aquela a que é atribuída o valor 0 Ou 1 para indicar a

ausência ou presença de algum efeito categórico que possa ser esperado para mudar o

resultado. As variáveis dummy são usadas como dispositivos para classificar os dados

em categorias mutuamente exclusivas

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329

Visão Baseada em Recursos (VBR): A Visão Baseada em Recursos (VBR) é uma

perspetiva da estratégia que explica a vantagem competitiva a partir dos recursos e

competências distintivos da organização. Este modelo parte da análise interna da empresa

adota duas premissas: As organizações, mesmo dentro de uma mesma indústria, são

heterogêneas com respeito aos recursos estratégicos que controlam; e esses recursos não

são perfeitamente distribuídos entre as organizações, o que faz com que a vantagem

competitiva obtida possa durar muito tempo.

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330

ANEXOS I

Metatabelas de revisão de literatura

Metatabela dos principais contributos sobre capacidades em Design

Tabela 11- Principais contributos sobre capacidades em Design

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331

Autores Citação Titulo do artigo Nome da

publicação

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Académico

Principais contributos

Metodologia

de

investigação

Palavras-

chave de

procura

Abecassis-Moedas,

Celine

Mahmoud-Jouini,

Sihem Ben

Abecassis-Moedas

2008

Absorptive Capacity and Source-

Recipient Complementarity in

Designing New Products: An

Empirically Derived Framework

The Journal of

Product

Innovation

Management

62 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Design

value

Abecassis-Moedas,

Celine

Benghozi, Pierre-Jean

Abecassis-Moedas

2012

Efficiency and Innovativeness as

Determinants of Design Architecture

Choices

Journal of

Product

Innovation

Management

16

Capacidades

operacionais em

Design; Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Métodos

mistos

Design

capabilities

Acklin, Claudia Acklin 2011

Design Management Absorption Model

– A Framework to Describe the

Absorption Process of Design

Knowledge by SMEs with Little or No

Prior Design Experience

1st cambridge

academic

design

management

conference

10

Capacidades

dinâmicas em Design;

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo

Design

capabilities

Acklin, Claudia Acklin 2013

Design Management Absorption in

SMEs with Little or No Prior Design

Experience

Tese de

Doutoramento 3

Capacidades

operacionais em

Design; Capacidades

dinâmicas em Design;

Capacidades em

Design

Qualitativo

Allen, Mark Allen 2002 Design As Interface: As Professionals

See It

Design

Management

Journal

n/a

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Capacidades

em Design

Qualitativo

Design

Capabilities

Page 352: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

332

Bachman, Timothy Bachman 1998 18 views on the definition of Design

Management

Design

Management

Journal

2 Capacidades

dinâmicas em Design

Qualitativo

Design

maturity

Badler, Gerard

Zaccai, Gianfranco Badler 1996 New directions for design

Design

Management

Journal

2 Capacidades

dinâmicas em Design

Qualitativo

Design

Assessment

Beckwith, Deanne Beckwith2011 Consulting in Changing Times and New

Cultural Contexts

Design

Management

Review

1

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo

Berends, Hans

Reymen, Isabelle

Stultens, Rutger G.L.

Peutz, Murk,

Berends 2011 External designers in product design

processes of small manufacturing firms Design Studies 29

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Capacidades

dinâmicas em Design

Métodos

mistos

Design

Performance

Best, Kathryn e

Kootstra, Gert e

Murphy, Darragh

Best 2010 Design Management and Business in

Europe: A Closer Look

Design

Management

Review

4 Impacto económico

do Design Quantitativo

Design

Economics

Blaich, Robert Blaich 1988 From experience - global design

The Journal of

Product

Innovation

Management

13

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Capacidades

dinâmicas em Design;

Design enquanto

vantagem competitiva

Qualitativo

Design

Strategic

Management

Bruce, Margaret Bruce 1999 Effective design management for small

businesses Design Studies 94

Capacidades

dinâmicas em Design

Qualitativo

Design

Performance

Page 353: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

333

Bucolo, Sam

Wrigley, Cara

Matthews, Judy

Bucolo 2012

Gaps in Organizational Leadership:

Linking Strategic and Operational

Activities through Design-Led

Propositions

Design

Management

Journal

22 Capacidades em

Design

Métodos

mistos

Design

Capabilities

Candi, Marina

Saemundsson,

Rognvaldur J.

Candi2011

Exploring the Relationship Between

Aesthetic Design as an Element of New

Service Development and

Performance*

Journal of

Product

Innovation

Management

27 Capacidades em

Design Quantitativo

Cross, Nigel

Cross, Anita Clayburn Cross1996

Winning by design: The methods of

Gordon Murray racing car designer Design Studies 85

Capacidades em

Design

Qualitativo

Cross, Nigel Cross2004 Expertise in design: an overview Design Studies 512 Design enquanto

vantagem competitiva Qualitativo

Czarnitzki, Dirk

Thorwarth, Susanne Czarnitzki2012

The Contribution of In-house and

External Design Activities to Product

Market Performance

Journal of

Product

Innovation

Management

23 Capacidades em

Design Quantitativo

D’Ippolito, Beatrice

Miozzo, Marcela

Consoli, Davide,

Dippolito 2014

Knowledge systematisation,

reconfiguration and the organisation of

firms and industry: The case of design

Research Policy 4

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Capacidades

dinâmicas em Design

Qualitativo

Design

Strategic

Management

DIppolito, Beatrice Dippolito 2014a

The importance of design for firms '

competitiveness : A review of the

literature

Technovation 9

Design enquanto

vantagem

competitiva;

Capacidades em

Design

Qualitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

Dumas, Angela e

Mintzberg, Henry Dumas 1989

Managing Design / Designing

Management

Design

Management

Journal

74 Capacidades em

Design Qualitativo

Page 354: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

334

Eric, M. Olson

Cooper, Rachel

Stanley, F. Slater

Eric 1998 Design Strategy and Competitive

Advantage

Business

Horizons 68

Design enquanto

vantagem competitiva Qualitativo

Design

Strategic

Management

von Stamm, Bettina Stamm 2004 Innovation — What ’ s Design Got to

Do with It ?

Design

Management

Review

51 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Design

Capabilities

/ Design

Performance

Fraser, Heather Ma Fraser2009 Designing business: New models for

success

Design

Management

Review

41 Capacidades em

Design Qualitativo

Gemser, Gerda Gemser 2001

How integrating industrial design in

the product development process

impacts on company performance

Journal of

Product

Innovation

Management

342

Design enquanto

vantagem

competitiva;

Capacidades em

Design

Quantitativo Design

Performance

Gemser, Gerda

Candi, Marina

van den Ende, Jan

Gemser 2011 How Design Can Improve Firm

Performance

Design

Management

Review

5

Capacidades

dinâmicas em Design;

Capacidades em

Design

Quantitativo

Design

Performance

Goldschmidt, Gabriela Goldschmidt 1995 The designer as a team of one Design Studies 265

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo Design

Evaluation

Gornick, Naomi Gornick 2010 In-House Design: How Do Design

Managers Manage Change?

Design

Management

Journal

5 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Design

Integration

Hertenstein, Julie H

Platt, Marjorie B Hertenstein 1997 Developing a Strategic Design Culture

Design

Management

Journal

51

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo

Design

Performance

/ Design

Value

Page 355: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

335

Jenkins, Julian Jenkins 2008 Creating the Right Environment for

Design

Design

Management

Review

23

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo Design

Capabilities

Jevnaker, Birgit

Helene Jevnaker 2000

Championing Design : Perspectives on

Design Capabilities

Design

Management

Journal

29 Capacidades em

Design; Qualitativo

Design

capabilities

Jevnaker, Birgit

Helene Jevnaker 2000 How Design Becomes Strategic

Design

Management

Journal (Former

Series)

27 Capacidades em

Design Qualitativo

Design

Economics

Jevnaker, Birgit

Helene Jevnaker 2005

Vita Activa : On Relationships between

Design(ers) and Business Design Issues 20

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

Joziasse, Frans

Meijer, Folke Joziasse 2006

Getting the Best Out of Designers:

Blending Internal and External Forces

Design

Management

Review

4

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Capacidades

dinâmicas em Design

Qualitativo Design

Assessment

Joziasse, Frans

Selders, Tim Joziasse 2009

The Next Phase: Laying Bare the

Contributions of Design

Design

Management

Review

1

Capacidades

operacionais em

Design

Qualitativo Design

Maturity

Junginger, Sabine Junginger

2008

Product Development as a Vehicle for

Organizational Change Design Issues 42

Capacidades em

Design Qualitativo

Page 356: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

336

Kallish, Adam Kallish 2007 "Feeding the Lion": One Internal

Design Group ' s Odyssey Design Issues 2

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Design

enquanto vantagem

competitiva

Qualitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

Kwon, EunSook

Cooper, Michael

Synan, Joe

Kwon2007 Design Managers as Company

Strategists: The Power of the Eighth S

Design

Management

Review

1

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo

Love, James H.

Roper, Stephen

Bryson, John R.

Love 2011 Openness, knowledge, innovation and

growth in UK business services Research Policy 84

Capacidades

dinâmicas em Design Quantitativo Design ROI

Luchs, Michael

Swan, K. Scott Luchs 2011

Perspective: The Emergence of Product

Design as a Field of Marketing Inquiry

Journal of

Product

Innovation

Management

83 Capacidades em

Design; Qualitativo

Design

Capabilities

/ Design

value

Maciver, Fiona Maciver 2012 Diversity, Polarity, Inclusivity: Finding

Balance in Design Leadership

Design

Management

Review

2

Capacidades

operacionais em

Design; Capacidades

dinâmicas em Design

Qualitativo Design

Integration

Miller, Danny Miller 2005 Advantage by design: Competing with

opportunity-based organizations

Business

Horizons 12

Capacidades em

Design Quantitativo

Design

capabilities

Moon, Hakil

Miller, Douglas R.

Kim, Sung Hyun

Moon2013

Product Design Innovation and

Customer Value: Cross-Cultural

Research in the United States and

Korea

Journal of

Product

Innovation

Management

8 Capacidades em

Design Quantitativo

Page 357: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

337

Moultrie, James

Livesey, Finbarr Moultrie 2013

Measuring design investment in firms:

Conceptual foundations and

exploratory UK survey

Research Policy 13

Design enquanto

vantagem

competitiva;

Capacidades

dinâmicas em Design

Quantitativo

Design

Audit /

Design ROI

/ Design

Business

performance

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 1998

Structuring Strategic Design

Management: Michael Porter ’ s Value

Chain

Design

Management

Journal

19

Capacidades em

Design ; Design

enquanto vantagem

competitiva

Quantitativo Design

Performance

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 2003

Design and competitive edge: A model

for design management excellence in

European SMEs

Academic

Review 128

Capacidades em

Design Quantitativo

Design

performance

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 2003a

Design Management - using design to

build brand value and corporate

innovation

Livro 419

Capacidades em

Design; Design

enquanto vantagem

competitiva

Métodos

mistos

Mozota, Brigitte Borja Mozota 2006 The Four Powers of Design: A Value

Model in Design Management

Design

Management

Review

111 Capacidades em

Design; Qualitativo

Design

Performance

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 2008

A Theoretical Model for Design in

Management Science

Design

Management

Journal

7

Capacidades

dinâmicas em Design;

Design enquanto

vantagem

competitiva;

Capacidades em

Design

Qualitativo Design

Capabilities

de Mozota, Brigitte

Borja Mozota 2011

Strategic view of design in management

- Exploring the value of designer skills

in our 21st century economy

IDBM papers n/a

Capacidades

dinâmicas em Design;

Design enquanto

vantagem competitiva

Qualitativo

Page 358: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

338

Mrazek, Deborah

Lucente, Sam

Wakid, Katherine

Sato, Steve

Wai, Conrad

Menter, Adam

Hartley, Philip

Mrazek 2011 The Holy Grail of Design Measurement

Design

Management

Review

3 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Design

Performance

Mutanen, Ulla-Maaria Mutanen 2008

Developing organisational design

capability in a Finland-based

engineering corporation: the case of

Metso

Design Studies 16 Capacidades

dinâmicas em Design Métodos

mistos

Design

capabilities

Na, Jea Hoo

Boult, John Na 2010

What Next ? Future Strategy for UK

Product Design Consultancies

Design

Management

Journal

2

Capacidades

dinâmicas em Design;

Design enquanto

vantagem competitiva

Métodos

mistos

Design

Capabilities

Noble, Charles H Noble 2011 On Elevating Strategic Design

Research

The Journal of

Product

Innovation

Management

17 Capacidades em

Design Qualitativo

Design

capabilities /

Design

performance

Olson, Eric M.

Slater, Stanley F.

Cooper, Rachel D.

Olson 2000 Managing Design for Competitive

Advantage: A Process Approach

Design

Management

Journal

37

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo Design

Economics

Page, Christine

Herr, Paul M. Page 2002

An Investigation of the Processes by

Which Product Design and Brand

Strength Interact to Determine Initial

Affect and Quality Judgments

Journal of

Consumer

Psychology

139 Design enquanto

vantagem competitiva Qualitativo

Design

Evaluation

Pearson, Jason Pearson 2008 No Silver Bullets: On the Humility of

Designers

Design

Management

Review

4

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo Design

Performance

Page 359: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

339

Ramlau, Ulla

Hovgaard

Meleer, Christina

Ramlau 2004 In Denmark , Design Tops the Agenda

Design

Management

Review

17 Design enquanto

vantagem competitiva Qualitativo

Design

Assessment

Richardson, Adam

Roy, Jojo Richardson 2004

Design: Strategic Partner with a Point

of View

Design

Management

Review

8

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo

Design

Capabilities

/ Design

Value

Rosensweig, Ryan R. Rosensweig 2012 More than Heroics: Building Design as

a Dynamic Capability

Design

Management

Journal

4 Capacidades em

Design; Qualitativo

Design

Capabilities

Sanchez Ron Sanchez

2006

Integrating Design into Strategic

Management Processes

Design

Management

Review

20

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo

Sato, Steve

Lucente, Sam

Meyer, Douglas

Mrazek, Deborah

Sato 2010

Design Thinking to Make Organization

Change and Development More

Responsive

Design

Management

Review

13 Capacidades em

Design Qualitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

/ Design

value

Seidel, Victor P.

Fixson, Sebastian K. Seidel 2013

Adopting Design Thinking in Novice

Multidisciplinary Teams: The

Application and Limits of Design

Methods and Reflexive Practices

The Journal of

Product

Innovation

Management

25

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Métodos

mistos

Design

performance

Sharma, Pradeep

Poole, Dean Sharma 2010

It's Not What Design Is, It's What

Design Does

Design

Management

Review

8

Capacidades

dinâmicas em Design;

Capacidades em

Design

Qualitativo Design

Capabilities

Page 360: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

340

Simoni, Michele

Cautela, Cabirio

Zurlo, Francesco

Simoni 2014

Product design strategies in

technological shifts: An explorative

study of Italian design-driven

companies

Technovation 2 Capacidades

dinâmicas em Design Quantitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

Smith, Jeff Smith1999 Act Strategic; Be Cool

Design

Management

Journal

n/a Design enquanto

vantagem competitiva Qualitativo

Swan, K. Scott

Kotabe, Masaaki

Allred, Brent B.

Swan 2005

Exploring Robust Design Capabilities,

Their Role in Creating Global

Products, and Their Relationship to

Firm Performance

The Journal of

Product

Innovation

Management

76 Capacidades em

Design; Quantitativo

Design

capabilities /

Design

Value

Teece, David J

Pisano, Gary

Shuen, Amy

Teece 1997 Dynamic Capabilities and Strategic

Management

Strategic

Management

Journal

22965

Capacidades

dinâmicas em Design;

Capacidades em

Design

Qualitativo

Topalian, Alan Topalian 2002 Promoting Design Leadership through

Skills Development Programs

Design

Management

Journal

21

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo Design

Capabilities

Trueman, Myfanwy

Jobber, David Trueman 1998 Competing through design

Long Range

Planning 68

Capacidades

dinâmicas em Design;

Capacidades em

Design

Quantitativo Design

Performance

Ulrich, Karl T Ulrich 2011 Design is everything?

Journal of

Product

Innovation

Management

22

Capacidades

operacionais em

Design Qualitativo

Valade-Amle, Steinar Valade-Amland 2011 Design for People Profit and Planet

Design

Management

Review

4

Design enquanto

vantagem

competitiva;

Capacidades

operacionais em

Design

Qualitativo

Page 361: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

341

Valencia, Ana

Person, Oscar

Snelders, Dirk

Valencia 2013

An in-depth case study on the role of

industrial design in a business-to-

business company

Journal of

Engineering

and Technology

Management

7

Design enquanto

vantagem

competitiva;

Capacidades em

Design

Qualitativo Design

performance

Verganti, Roberto Verganti 2003 Design as brokering of languages:

Innovation strategies in Italian firms

Design

Management

Journal

168 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Design

Performance

Verganti, Roberto Verganti 2008

Design, Meanings, and Radical

Innovation: A Metamodel and a

Research Agenda

Journal of

Product

Innovation

Management

383 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Design

capabilities

Vogel, Craig M. Vogel 1996

From design awareness to design

integration: Influencing corporate

strategy and research in the United

States

Design

Management

Journal

1

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design

Qualitativo Design

Integration

Walsh, Vivien Walsh 1996 Design, innovation and the boundaries

of the firm Research Policy 241

Capacidades em

Design Qualitativo

Design

integration

Walton, Thomas Walton 2010 Defining the Connections Between

Design and Business

Design

Management

Journal (Former

Series)

1

Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Design

enquanto vantagem

competitiva

Qualitativo Design

Assessment

Wang, Catherine L.

Ahmed, Pervaiz K. Wang 2007

Dynamic capabilities: A review and

research agenda

International

Journal of

Management

Reviews

1017 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Page 362: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

342

Ward Antonia

Dekker Jan Ward 2009 Managing Design in SMEs

Design

Management

Review

2 Capacidades

dinâmicas em Design Qualitativo

Westcott, Michael

Sato, Steve

Wallace, Rob

Vanka, Surya

Hardin, Dianne

Westcott 2013

The DMI Design Value Scorecard: A

New Design Measurement and

Management Model

Design

Management

Review

3

Capacidades

operacionais em

Design; Condições

subjacentes ao

desenvolvimento de

capacidades em

Design; Capacidades

dinâmicas em Design

Quantitativo Design

Performance

Page 363: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

343

Metatabela dos principais contributos sobre impacto económico do Design

Tabela 12 - Principais contributos sobre impacto económico do Design

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344

Autores Citação Titulo do artigo Nome da

publicação

Total de

citações no

Google

Académico

Principais

contributos

Metodologia

de

investigação

Palavras-

chave de

procura

Abecassis-Moedas,

Celine

Mahmoud-Jouini,

Sihem Ben

Abecassis-Moedas

2008

Absorptive Capacity and Source-Recipient

Complementarity in Designing New

Products: An Empirically Derived

Framework

The Journal of

Product

Innovation

Management

62

Impacto

económico do

Design

Qualitativo

Design value

Abecassis-Moedas,

Celine

Benghozi, Pierre-Jean

Abecassis-Moedas

2012

Efficiency and Innovativeness as

Determinants of Design Architecture Choices

Journal of

Product

Innovation

Management

16

Impacto

económico do

Design

Métodos

mistos

Design

capabilities

Alegre, Joaquin

Chiva, Ricardo Alegre 2008

Assessing the impact of organizational

learning capability on product innovation

performance: An empirical test

Technovation 345 Métricas de

Design Quantitativo

Absorptive

capacity

Allen, Mark

Ekuan, Kenji Allen 2002 Design As Interface: As Professionals See It

Design

Management

Journal

n/a

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Capabilities

Almendra, Rita

Assoreira Almendra 2010

Decision making in the conceptual phase of

Design processes : Adequacy and overall

quality of Design outcomes

Tese n/a

Impacto

económico do

Design

Métodos

mistos

Aspara, Jaakko Aspara 2012

The Influence of Product Design Evaluations

on Investors ’ Willingness to Invest in

Companies : Theory and Experiment with

Finnish Individual Investors

Design

Management

Review

4

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Quantitativo Design

Economics

Badler, Gerard

Zaccai, Gianfranco Badler 1996 New directions for design

Design

Management

Journal

2

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Assessment

Page 365: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

345

Barngrover, Mark Barngrover 2010 The Making of Design Champions

Design

Management

Review

6

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Maturity

Bashir, Hamdi

Thomson, Vince Bashir 1999 Metrics for design projects: a review Design Studies 62

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão;

Impacto

económico do

Design

Quantitativo Design

Performance

Bedford, Chris Daniels,

George Desbarats, Gus

Hertenstein, Julie

Phillips, Peter

Platt, Marjorie

Wallace, Rob

Bedford 2010 Profiting by Design

Design

Management

Review

17

Impacto

económico do

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Quantitativo

Design

Performance

/ Design

Value

Berends, Hans

Reymen, Isabelle

Stultiens, Rutger G.L.

Peutz, Murk

Berends 2011 External designers in product design

processes of small manufacturing firms Design Studies 29

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Métodos

mistos

Design

Performance

Best, Kathryn

Kootstra, Gert

Murphy, Darragh

Best 2010 Design Management and Business in Europe

: A Closer Look

Design

Management

Review

4

Impacto

económico do

Design

Quantitativo

Design

Economics

Page 366: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

346

Blaich, Robert Blaich 1988 From experience - global design

The Journal of

Product

Innovation

Management

13

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Quantitativo

Design

Strategic

Management

Brazier, Sally

Cruz, Barbara Quintas Brazier 2009

DME: A European Design Management

Journey

Design

Management

Review

1

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Maturity

Bucolo, Sam

Wrigley, Cara

Matthews, Judy

Bucolo 2012

Gaps in Organizational Leadership: Linking

Strategic and Operational Activities through

Design-Led Propositions

Design

Management

Journal

22

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Capabilities

Burnette, Charles Burnette 1995 Human Factors Simulation: Integrating

Design and Assessment

Design

Management

Journal

n/a Métricas de

Design

Qualitativo

Design

Assessment

Candi, Marina Candi 2010 The sound of silence: Re-visiting silent design

in the internet age Design Studies 9

Impacto

económico do

Design

Quantitativo Design

capabilities

Candi, Marina Candi2010 Benefits of aesthetic design as an element of

new service development

Journal of

Product

Innovation

Management

29

Impacto

económico do

Design

Quantitativo

Candi, Marina

Saemundsson

Rognvaldur J.

Candi2011

Exploring the Relationship Between Aesthetic

Design as an Element of New Service

Development and Performance

Journal of

Product

Innovation

Management

27

Impacto

económico do

Design

Quantitativo

Page 367: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

347

Carr, Sean D. Halliday,

Amy King, Erew C.

Liedtka, Jeanne

Lockwood, Thomas

Carr 2010 The Influence of Design Thinking in

Business: Some Preliminary Observations

Design

Management

Review

18

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Performance

/ Design

Value

Celaschi, Flaviano

Celi, Manuela

Garcıa, Laura Mata

Celaschi 2012 The Extended Value of Design: An Advanced

Design Perspective

Design

Management

Journal

16

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Economics

Chiva, Ricardo

Alegre, Joaquin Chiva 2009

Investment in Design and Firm Performance:

The Mediating Role of Design Management

Journal of

Product

Innovation

Management

103

Impacto

económico do

Design

Quantitativo Design value

Clark, Kevin

Smith, Ron Clark2008 Unleashing the Power of Design Thinking

Design

Management

Review

54

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Cross, Nigel Cross2004 Expertise in design: an overview Design Studies 512 Métricas de

Design

Qualitativo

Culverhouse, P.F. Culverhouse 1995 Constraining designers and their CAD tools Design Studies 35 Métricas de

Design

Qualitativo

Design

Capabilities

Czarnitzki Dirk

Thorwarth Susanne

Czarnitzki

2012

The Contribution of In-house and External

Design Activities to Product Market

Performance

Journal of

Product

Innovation

Management

23

Impacto

económico do

Design

Quantitativo

Page 368: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

348

Desbarats, Gus Desbarats

2007

Creating Better Connections: Strategic Gains

from Holistic Design

Design

Management

Review

1

Impacto

económico do

Design

Qualitativo

Dumas, Angela

Mintzberg, Henry Dumas 1991

Managing the Form, Function, and Fit of

Design

Design

Management

Journal

76

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Eisenhardt, Kathleen

M. Martin, Jeffrey Eisenhardt 2000 Dynamic capabilities: what are they?

Strategic

Management

Journal

9937 Qualitativo

von Stamm, Bettina Stamm Innovation — What ’ s Design Got to Do with

It ?

Design

Management

Review

51

Impacto

económico do

Design

Qualitativo

Design

Capabilities /

Design

Performance

Fraser, Heather M Fraser2009 Designing business: New models for success

Desgn

Management

Review

41

Impacto

económico do

Design

Qualitativo

Fynes Brian

De Burca Sean Fynes2005

The effects of design quality on quality

performance

International

Journal of

Production

Economics

88

Impacto

económico do

Design

Quantitativo

Gemser, Gerda

Cei, Marina

van den Ende, Jan

Gemser 2011 How Design Can Improve Firm Performance

Design

Management

Review

5

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design;

Quantitativo

Design

Performance

Goodrich, Kristina Goodrich

2010

Transforming into Dell 2.0: The Customer's

Strategic Role in Design Innovation

Design

Management

Review

2

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Page 369: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

349

Gornick, Naomi Gornick 2010 In-House Design: How Do Design Managers

Manage Change?

Design

Management

Journal

5

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Integration

Grzecznowska, Anna

Mostowicz, Emilia Grzecznowska2004 Industrial Design: A Competitive Strategy

Design

Management

Review

13

Impacto

económico do

Design

Quantitativo

Gunes, Serkan Gunes 2012 Economics Education in Industrial Design

Procedia -

Social and

Behavioral

Sciences,

1

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Quantitativo

Design

economics

Hertenstein, Julie H

Platt, Marjorie B Hertenstein 1997 Developing a Strategic Design Culture

Design

Management

Journal,

51

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Performance

/ Design

Value

Hertenstein, Julie H

Platt, Marjorie Hertenstein 2000

Profiles in Strategic Alignment: The Role of

Cost Information in New Product

Development

Design

Management

Journal

9

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Quantitativo

Hertenstein, Julie H.

Platt, Marjorie B.

Veryzer, Robert W.

Hertenstein 2013 What Is “Good Design”?: An Investigation

of the Complexity and Structure of Design

Design

Management

Journal

4 Métricas de

Design

Quantitativo

Design

Assessment /

Design

Economics

Page 370: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

350

Jenkins, Julian Jenkins 2008 Creating the Right Environment for Design

Design

Management

Review,

23

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Capabilities

Jenkins, Julian

Golsby-Smith, Tony

Jenkins

2013

(Im) Proving It: Designing a Measurement

System that Nourishes Innovation

Design

Management

Review

n/a

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design;

Qualitativo

Jevnaker, Birgit Helene Jevnaker 2000 Championing Design : Perspectives on

Design Capabilities

Design

Management

Journal

29

Impacto

económico do

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

capabilities

Jevnaker, Birgit Helene Jevnaker 2000 How Design Becomes Strategic

Design

Management

Journal

(Former

Series),

27

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Economics

Jevnaker, Birgit Helene Jevnaker 2005 Vita Activa: On Relationships between

Design(ers) and Business Design Issues, 20

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

Page 371: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

351

Joziasse, Frans

Meijer, Folke Joziasse 2006

Getting the Best Out of Designers: Blending

Internal and External Forces

Design

Management

Review,

4

Impacto

económico do

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Assessment

Joziasse, Frans

Selders, Tim Joziasse 2009

The Next Phase: Laying Bare the

Contributions of Design

Design

Management

Review

1

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Maturity

Kallish, Adam Kallish 2007 "Feeding the Lion": One Internal Design

Group ' s Odyssey Design Issues 2

Impacto

económico do

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

Kootstra, Gert

Vink, Jos Kootstra 2007

Measuring the Future Brand Effect of

Graphic Design

Design

Management

Review

3

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design;

Métodos

mistos

Design

Economics

Kwon EunSook

Cooper Michael

Synan Joe

Kwon2007 Design Managers as Company Strategists:

The Power of the Eighth S

Design

Management

Review

1

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Page 372: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

352

Lee, Dong Oh

Chung,

Kyung-won

Nam, Ki-young

Lee 2012

The Impact of CEOs ’ ‘‘ Design-Driven ’’

Decision Making in the Korean Automobile

Industry

Design

Management

Journal

1

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Economics /

Design

Integration

Liedtka, Jeanne Liedtka

2010

Business Strategy and Design: Can this

Marriage Be Saved?

Design

Management

Review

18

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Lockwood, Thomas Lockwood 2007 Design Value : A Framework for

Measurement

Design

Management

Review

28

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Métodos

mistos

Design

Performance

Luchs, Michael

Swan, K. Scott Luchs 2011

Perspective: The Emergence of Product

Design as a Field of Marketing Inquiry

Journal of

Product

Innovation

Management

83

Impacto

económico do

Design

Qualitativo

Design

Capabilities /

Design value

Maciver, Fiona Maciver 2012 Diversity , Polarity , Inclusivity: Finding

Balance in Design Leadership

Design

Management

Review

2

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Integration

Mathers, John G Mathers 1997 Building Strategic Commitment in High-

Performance Teams

Design

Management

Journal

n/a

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Performance

Micheli, Pietro

Jaina, Joe

Goffin, Keith

Lemke, Fred

Verganti, Roberto

Micheli 2012 Perceptions of Industrial Design: The

“Means” and the “Ends”

Journal of

Product

Innovation

Management

23

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Métodos

mistos

Design

capabilities /

Design

performance

Page 373: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

353

Moultrie, James

Livesey, Finbarr

Malvido, Cecilia

Beltagui, Ahmad

Pawar, Kul

Riedel, Johann

Moultrie 2009 Design Funding in Firms: A Conceptual

Model of the Role of Design in Industry

Design

Management

Journal

6

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design

Métodos

mistos

Design

Capabilities

Moultrie, James

Livesey, Finbarr Moultrie 2013

Measuring design investment in firms:

Conceptual foundations and exploratory UK

survey

Research

Policy 13

Métricas de

Design Quantitativo

Design Audit

/ Design ROI

/ Design

Business

performance

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 1998

Structuring Strategic Design Management :

Michael Porter ’ s Value Chain

Design

Management

Journal

19 Métricas de

Design Quantitativo

Design

Performance

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 2003

Design and competitive edge: A model for

design management excellence in European

SMEs

Academic

Review 128

Impacto

económico do

Design

Quantitativo Design

performance

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 2003a

Design Management - using design to build

brand value and corporate innovation Livro 419

Impacto

económico do

Design

Métodos

mistos

Mozota, Brigitte Borja

De Mozota 2008

A Theoretical Model for Design in

Management Science

Design

Management

Journal

7

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Capabilities

de Mozota, Brigitte

Borja Mozota 2011

Strategic view of design in management -

Exploring the value of designer skills in our

21st century economy

IDBM papers n/a Métricas de

Design Qualitativo

Page 374: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

354

Mrazek, Deborah

Lucente, Sam

Wakid, Katherine

Sato, Steve

Wai, Conrad

Menter, Adam

Hartley, Philip

Mrazek 2011 The Holy Grail of Design Measurement

Design

Management

Review

3 Métricas de

Design Qualitativo

Design

Performance

Na, Jea Hoo

Boult, John Na 2010

What Next ? Future Strategy for UK Product

Design Consultancies

Design

Management

Journal

2

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Métodos

mistos

Design

Capabilities

Nam, Ki-Young

Jung, Mi-Jin Nam 2008

Bottom-Up Design Leadership as a Strategic

Tool

Design

Management

Review,

7

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Performance

Noble, Charles H Noble 2011 On Elevating Strategic Design Research

The Journal of

Product

Innovation

Management,

17 Métricas de

Design Qualitativo

Design

capabilities /

Design

performance

Olson, Eric M.

Slater, Stanley F.

Cooper, Rachel D.

Olson 2000 Managing Design for Competitive

Advantage: A Process Approach

Design

Management

Journal,

37

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Economics

Onesirosan-Martinez,

Christina

Onesirosan-

Martinez 2007 Design Managing the Business of Design

Design

Management

Review

n/a Métricas de

Design Qualitativo

Design

performance

Page 375: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

355

Pearson, Jason Pearson 2008 No Silver Bullets: On the Humility of

Designers

Design

Management

Review

4

;Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Performance

Petersen, Soren

Phillips, Peter L Petersen 2011 Inspiring Design — Informed by Metrics

Design

Management

Review

10

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Métodos

mistos

Design

Performance

Platt, Marjorie B

Hertenstein, Julie N.

Brown, David R

Platt 2001 Valuing Design: Enhancing Corporate

Performance through Design Effectiveness

Design

Management

Journal

95

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design

Quantitativo Design

performance

Rae, Jeneanne Rae 2013 What is the Real Value of Design?

Design

Management

Review

n/a

Impacto

económico do

Design Qualitativo

Design

Performance

/ Design

Value

Ramlau, Ulla Hovgaard

Meleer, Christina Ramlau 2004 In Denmark , Design Tops the Agenda

Design

Management

Review

17

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design;

Qualitativo Design

Assessment

Rich, Harry Rich 2010 Proving the Practical Power of Design

Design

Management

Review

15

Impacto

económico do

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Ladder

Page 376: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

356

Richardson, Adam

Roy, Jojo Richardson 2004

Design: Strategic Partner with a Point of

View

Design

Management

Review

8

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Design

Capabilities /

Design Value

Rosensweig, Ryan R. Rosensweig 2012 More than Heroics: Building Design as a

Dynamic Capability

Design

Management

Journal

4 Métricas de

Design Qualitativo

Design

Capabilities

Roy, Robin Roy1994 Can the Benefits of Good Design Be

Quantified ?

Design

Management

Journal

52

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design

Métodos

mistos

Design

Economics

Ruivo, Inês Secca Ruivo 2008

Design para o futuro. O indivíduo entre o

artifício e a natureza - Design Biónico,

Design Natural, Biodesign e Design

Simbiótico

Tese n/a

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Sanchez Ron Sanchez

2006

Integrating Design into Strategic

Management Processes

Design

Management

Review

20

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Sarkar Prabir

Chakrabarti Amaresh Sarkar2011 Assessing design creativity Design Studies 89

Métricas de

Design Quantitativo

Sebastian Rizal Sebastian

2014

The Interface between Design and

Management Design Issues 47

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Page 377: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

357

Sharifi Sudi Pawar

Kulwant S Sharifi1996

Product design as a means of

integratingdifferentiation Technovation 14

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo

Sharma, Pradeep

Poole, Dean Sharma 2010

It's Not What Design Is, It's What Design

Does

Design

Management

Review

8

Impacto

económico do

Design Qualitativo

Design

Capabilities

Simoni, Michele

Cautela, Cabirio

Zurlo, Francesco

Simoni 2014

Product design strategies in technological

shifts: An explorative study of Italian design-

driven companies

Technovation 2

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão;

Impacto

económico do

Design

Quantitativo

Design

capabilities /

Design

Performance

Song, Min Jeong

Chung, Kyung-won Song 2008

The Role of Chief Executive Officers in

Design Management Exercises: Content

Analysis and Case Studies

Design

Management

Journal

4

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Métodos

mistos

Design

Capabilities

Sung, Tung-Jung

You, Manlai Sung 2007

A method for establishing an online design

audit platform Design Studies 8

Métricas de

Design

Métodos

mistos

Design

Capabilities /

Design Value

Swift, Philip W Swift 1997 Science drives creativity: A Methodology for

Quantifying Perceptions

Design

Management

Journal

16

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Capabilities

Page 378: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

358

Thompson, Phillip Thompson 1994 Making Design a Strategic Weapon: The

PIMS Contribution

Design

Management

Journal

4

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Economics

Thurston, Paul

Cawood, Gavin Thurston 2011 The Product Advantage from Service Design

Design

Management

Review

n/a

Impacto

económico do

Design Qualitativo

Design

Ladder

Topalian, Alan Topalian 2002 Promoting Design Leadership through Skills

Development Programs

Design

Management

Journal

21

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Capabilities

Trueman, Myfanwy

Jobber, David Trueman 1998 Competing through design

Long Range

Planning 68

Impacto

económico do

Design

Quantitativo Design

Performance

Ulrich, Karl T Ulrich2011 Design is everything?

Journal of

Product

Innovation

Management

22 Métricas de

Design Qualitativo

Herbruck, Diane

Umbach, Steve Umbach 1997

Design Management and New Product

Development: Linking People and Process

Design

Management

Journal,

19

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Performance

Valencia, Ana

Person, Oscar

Snelders, Dirk

Valencia 2013

An in-depth case study on the role of

industrial design in a business-to-business

company

Journal of

Engineering

and

Technology

Management,

7

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design

Métodos

mistos

Design

performance

Page 379: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

359

Viladas, Xenia Viladas 2009 Design that Pays

Design

Management

Review

4

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design

Qualitativo Design

Ladder

Viladas, Xenia Viladas 2011 Measuring Design ’ s Contribution to

Business Success: A Three-Tier Approach

Design

Management

Review

2 Métricas de

Design Qualitativo

Design

Performance

Vogel, Craig M. Vogel 1996

From design awareness to design

integration: Influencing corporate strategy

and research in the United States

Design

Management

Journal,

1

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Integration

Wallace, Rob Wallace 2001 Proving Our Value: Measuring Package

Design ’ s Return on Investment

Design

Management

Journal

26

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design;

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Quantitativo Design

Economics

Walton, Thomas Walton 2010 Defining the Connections Between Design

and Business

Design

Management

Journal

(Former

Series)

1

Alinhamento

estratégico e

integração de

métricas de

gestão

Qualitativo Design

Assessment

Wang, Catherine L.

Ahmed, Pervaiz K., Wang 2007

Dynamic capabilities: A review and research

agenda

International

Journal of

Management

Reviews,

1017 Qualitativo

Page 380: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

360

Westcott, Michael

Sato, Steve

Wallace, Rob

Vanka, Surya

Hardin, Dianne

Westcott 2013

The DMI Design Value Scorecard: A New

Design Measurement and Management

Model

Design

Management

Review,

3

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design

Qualitativo Design

Performance

Whicher, Anna

Raulik-Murphy, Gisele

Cawood, Gavin

Whicher 2011 Evaluating Design: Understanding the

Return on Investment

Design

Management

Review

7 Métricas de

Design Quantitativo

Design

Performance

/ Design

value

Zec, Peter Zec2010 Design on stage - The Red Dot Design Award

Design

Management

Review

6

Impacto

económico do

Design

Qualitativo

Zec, Peter Zec2011 Design Value

Design

Management

Review

5

Impacto

económico do

Design;

Métricas de

Design

Qualitativo

Page 381: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

361

Etapas e roteiros metodológicos

Fases do processo de investigação

Tabela 13 - Fases do processo de investigação

Fases do

processo de

investigação

Etapas Ações Fontes principais

1.

Fundamentação

teórica

a. Modelo teórico

e

desenvolvimento

de hipóteses

Revisão sistemática da

literatura relevante

(Kothari, 2004)

(Fink, 2005)

(Okoli &

Schabram, 2010)

(Tacconelli, 2010)

(Greenhalgh &

Peacock, 2005)

(Bacharach, 1989)

Identificação de

sobreposições teóricas

(Flatten et al.,

2011)

b. Redefinição

dos construtos e

especificação do

modelo teórico

Revisão sistemática da

literatura relevante

(Bacharach, 1989)

2.

Desenvolviment

o dos

instrumentos de

medida

a. Geração dos

itens de escala

Revisão de literatura

Entrevistas

semiestruturadas

Operacionalização

das variáveis

(Churchill Jr.,

1979)

(Grant & Davis,

1997)

b. Teste e revisão

dos itens de

escala

1ª rodada de

entrevistas

2ª rodada de

entrevistas

índice de validade de

conteúdo

(Churchill Jr.,

1979)

(Grant & Davis,

1997)

(Timothy R.

Hinkin, 1995)

(Polit & Beck,

2006)

(Haynes, Richard,

& Kubany, 1995)

Page 382: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

362

Fases do

processo de

investigação

Etapas Ações Fontes principais

c. Especificação

e identificação do

modelo teórico

Especificação do

modelo

Identificação do

modelo

(Schumacker,

2010)

(Kline, 2011)

3. Recolha de

dados

a. Teste e revisão

do instrumento

Preteste e validade

facial

Questionário Piloto

(Churchill

Jr., 1979)

(Grant & Davis,

1997)

(Timothy R.

Hinkin, 1995)

b. Aplicação do

instrumento de

medida

Questionário

principal

(Hunt, 1982)

4. Análise e

validade

a. Triagem de

dados

Dados omissos

Eliminação de

respostas

descomprometidas

Resolução de outliers

Definição das

variáveis categóricas

(Hair, 2010)

(Marôco,

2014)

(Schwab,

2005)

(Kline, 2011)

(Schumacker

& Lomax,

2010)

b. Validade e

fiabilidade

Validade facial

Validade de conteúdo

Validade de

constructo

(convergente,

discriminante e

nomológica)

Verificação de

fiabilidade

(consistência interna,

de dados e por

concordância por

pares)

(Grant &

Davis, 1997)

(R. Bagozzi

& Yi, 1988)

(Nunnally,

1994)

(Hinkin,

1998)

a. Análise

Factorial Extração de fatores

(Marôco, 2014)

(Kline, 2011)

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363

Fases do

processo de

investigação

Etapas Ações Fontes principais

4. Estimação do

Modelo

Exploratória e

Confirmatória

Testes dos

pressupostos de

análise multivariável

(Schumacker &

Lomax, 2010)

b. Estimação do

modelo

Estatísticas

descritivas

Modelos estruturais

(Marôco, 2014)

(Kline, 2011)

(Schumacker &

Lomax, 2010)

c. Avaliação de

qualidade de

ajustamento

Avaliação do

ajustamento

Teste do qui-

quadrado de

ajustamento

Outros índices de

qualidade de

ajustamento

(Marôco, 2014)

(Kline, 2011)

(Schumacker &

Lomax, 2010)

(R. Bagozzi & Yi,

1988)

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364

Roteiro das etapas de investigação

– Fundamentação teórica

– Desenvolvimento do instrumento de medida

– Recolha de dados

– Estimação do modelo e discussão dos resultados

Diagrama 12 - Roteiro das etapas de investigação

validade facial

pré teste

questionário piloto

aplicação do

questionário

triagem e análise dos

dados

análise factorial

exploratória

validade discriminante

e convergente

fiabilidade

análise factorial

confirmatória

estimação e avaliação

da qualidade de

ajustamento

apresentação e

discussão dos

resultados

investigação

exploratória e

pressupostos iniciais

operacionalização dos

construtos e

proposições teóricas

revisão sistemática e

crítica da literatura

geração de indicadores

verificação da validade

de conteúdo

especificação e

identificação do

modelo

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365

Desenvolvimento e validação do instrumento de medida

Etapas no desenvolvimento e validação do instrumento de medida

Diagrama 13 - Etapas no desenvolvimento e validação de um instrumento de medida - adaptado de

Churchill Jr. (1979)

Análise factorial

Coeficiente alfa cronbach

Questionário

Triagem de dados

Pressupostos de normalidade

Pré-teste do questionário

Questionário piloto

Validade constructo

Fiabilidade

Ajustamento do

instrumento de

medida

Painel de

especialistas

Validade de conteúdo

Pré-teste instrumento

Validade facial

Aplicação do instrumento

Recolha de dados

Especificação do

domínio do construto

Geração de itens

Discussão preliminar

Validade de critério

Revisão de literatura

Revisão de literatura

Análise de outros instrumentos de

medidas similares

Múltiplas rondas de entrevistas com

especialistas

Índice de validade de conteúdo

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366

Sobreposições teóricas

Tabela 14 - Resumo das sobreposições teóricas

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Construto: capacidade de inovação (Wang & Ahmed, 2004,

2007)

Definição: capacidade de inovação é a capacidade de

constantemente desenvolver novos produtos e /ou mercados,

através do alinhamento de uma orientação estratégica

inovadora com comportamentos e processos inovadores

Aspetos: a) Inovação de produto - a novidade e o simbolismo

de novos produtos introduzidos em tempo útil no mercado;

b) Inovação de mercado – Enquanto fator componente

separado de inovação de produto, a capacidade de inovação

do mercado refere-se ao aspeto inovador das abordagens que

as empresas adotam para entrar e explorar mercados-alvo;

c) Inovação comportamental - Inovação comportamental é

demonstrada através de indivíduos, equipas e gestão que

Investigação relacionada: Envolvimento de outros

Definição: Implica saber envolver clientes e fornecedores no processo de

Design a fim de obter novas ideias de produtos. Sublinha a importância da

interação do Design com outros atores e considera que o processo de

Design de produto requer a presença e participação ativa dos vários

participantes, como clientes e fornecedores.

Fonte: (Chiva & Alegre, 2009)

Inovação comportamental

Investigação relacionada: capacidade de inovação em Design

Definição: Envolve a tomada de ações que leva à adoção de novos

conhecimentos e ideias, incluindo a promoção e desenvolvimento de

ambientes criativos e o cultivo de troca aberta dentro da organização para

permitir a inovação.

Fonte: (Birgit H Jevnaker, 2000)

Inovação comportamental

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367

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

permitem a formação de uma cultura de inovação, assim como

a recetividade interna global a novas ideias e inovação;

d) Inovação estratégica – A capacidade de uma organização

para gerir objetivos organizacionais ambiciosos

Investigação relacionada: Capacidade de Design estratégico

Definição: Fornece um foco estratégico, permitindo e valorizando o

surgimento de descobertas inesperadas. Procura a ancoragem dos

desenvolvimentos de Design de ancoragem em estratégia de negócios e

gestores.

Fonte: (Birgit H Jevnaker, 2000)

Inovação estratégica

Investigação relacionada: Eficácia do Design

Definição: Liberdade e recursos (apoio) dada aos designers para explorar

conceitos e ideias que vão além do âmbito definido para o projeto e que se

afastem de ideias e conceitos pré-existentes. Isso permite aos designers

possuírem condições para desenvolver novas ideias que podem levar a

novas oportunidades e projetos futuros.

Fonte: (Gemser et al., 2011)

Inovação estratégica

Investigação relacionada: importância económica dos prémios de Design

Definição: Os prémios podem dar ao vencedor diferentes tipos de

benefícios incluindo uma abordagem inovadora para melhor diferenciar e

explorar o mercado. Ganhar um prémio pode dissuadir a imitação

Inovação de mercado

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368

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

competitiva, aumentando a visibilidade da empresa e/ou dos seus produtos

dentro do mercado, assim como sinalizando a qualidade dos mesmos para

os consumidores finais

Fonte: (Gemser & Wijnberg, 2003) (W. O. Sung et al., 2010)

Construto: Capacidade de absorção (Wang & Ahmed, 2007;

S. A. Zahra & George, 2002)

Definição: A capacidade de reconhecer o valor da informação

nova, externa e valiosa, além da capacidade para assimilar

essa informação e aplicá-la dentro da organização para fins

comerciais

Aspetos: a) Aquisição – Aquisição refere-se à capacidade de

uma empresa para identificar e adquirir conhecimento gerado

externamente e que é considerado crítico para suas operações;

b) Assimilação – Conjunto de rotinas e processos da

organização que permitem analisar, processar, interpretar e

Investigação relacionada: capacidades em Design estratégico e liderança

Definição: Ele tem suas raízes no construto ACAP e ao qual se refere em

termos de dois aspetos:

a) Aquisição que consiste em identificar uma contribuição específica

Design para a criação de valor da empresa. Isso inclui a definição de

hipóteses para novas oportunidades de negócio, ou a formulação de uma

estratégia de Design como parte da estratégia da empresa.

b) Assimilação que implica um compromisso mais profundo com

conhecimentos externos obtidos pelo Design, combinando-os com os

processos e projetos de engenharia ou de marketing e promovendo a sua

utilização em simultâneo com fontes complementares de conhecimento em

Design. Inclui identificar conhecimentos de Design relevantes e

capacidade de combiná-lo com competências internas da equipa, fornecer

Aquisição

Assimilação

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369

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

compreender as informações obtidas a partir de fontes

externas;

c) Transformação – A capacidade de uma empresa para

desenvolver e aperfeiçoar as rotinas que facilitam a

combinação de conhecimento existente e o conhecimento

recém-adquirido e assimilado;

d) Exploração – Rotinas que permitem às empresas

aperfeiçoar, ampliar e alavancar competências existentes ou a

criação de novas competências, incorporando conhecimento

adquirido e transformado junto das suas operações

briefings a parceiros externos, bem como a contratação e alocação de

recursos para cumprir estratégicos definidos.

Fonte: (Acklin, 2013b)

Investigação relacionada: ACAP

Definição: Aquisição refere-se à capacidade de uma empresa para

identificar e obter conhecimento a partir de fontes externas (por exemplo,

fornecedores). A assimilação refere-se à capacidade de uma empresa para

desenvolver processos e rotinas úteis à análise, interpretação e

compreensão de conhecimento adquirido externamente. Transformação

significa desenvolver e refinar rotinas que facilitem a combinação de

conhecimento existente com os conhecimentos adquiridos e assimilados

para uso futuro. Exploração denota a capacidade de uma empresa para

melhorar, expandir e usar suas rotinas existentes, competências e

tecnologias com o intuito de criar algo novo com base no "conhecimento

transformado”

Fonte: (Flatten et al., 2011)

Aquisição

Assimilação

Transformação

Exploração

Investigação relacionada: Micro-estratégia nuclear

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370

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Definição: Um conjunto de rotinas organizacionais interligadas

relativamente estáveis e recursos que são conscientemente recombinados

com novas ideias e projetos de Design, habilidades e experiências, novos

designs, materiais ou tecnologias. Novas iniciativas estratégicas podem

resultar de uma estratégia de recombinação semelhante.

Fonte: (Salvato, 2003)

Aquisição

Assimilação

Transformação

Exploração

Construto: Capacidade adaptativa (Wang & Ahmed, 2007)

Definição: A capacidade da organização em identificar,

adaptar e aproveitar as oportunidades de mercado emergentes.

A capacidade adaptativa é manifestada através da

flexibilidade estratégica - a flexibilidade inerente dos recursos

disponíveis para a empresa e a flexibilidade na aplicação

desses recursos

Investigação relacionada: competências de inovação

Definição: A capacidade de gerir a inovação, tornando-se rapidamente se

conscientes de inovações concorrentes e capacidade de encontrar novas

ideias de Design que não se limitem a serem simples imitações de algo já

existente.

Fonte: (Chiva & Alegre, 2009)

Monitorização

Investigação relacionada: Mudança organizacional

Definição: A capacidade de gerir a mudança. Inclui alterar as formas

tradicionais de fazer as coisas, conseguir que diferentes departamentos

dentro da empresa consigam trabalhar em conjunto, e substituindo um

Promoção da mudança interna

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371

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Aspetos: a) Adaptação – A capacidade de uma empresa de

adaptar o âmbito do seu produto no mercado para responder a

oportunidades externas;

b) Monitorização – Estar atento à evolução do mercado,

mostrando ser capaz de acompanhar as tendências em torno

do comportamento de clientes e concorrentes e alocar recursos

para responder a possíveis alterações e oportunidades;

c) Capacidade de resposta – A capacidade de responder de

forma rápida às mudanças nas condições do mercado;

c) Promoção da mudança interna - Sistemas de gestão da

empresa que incentivem as pessoas a desafiar as tradições

ultrapassadas e práticas obsoletas, permitindo que a empresa

possa responder rapidamente às mudanças no mercado e

evoluir rapidamente em resposta a mudanças nas suas

prioridades de negócios

processo de desenvolvimento de projeto sequencial por um processo

simultâneo.

Fonte: (Chiva & Alegre, 2009)

Investigação relacionada: Ambidestria contextual

Definição: Ambidestria contextual é a capacidade comportamental de

demonstrar simultaneamente alinhamento e adaptabilidade através de uma

unidade de negócio inteira. Adaptabilidade refere-se à capacidade de

reconfigurar rapidamente atividades dentro da unidade de negócios para

atender às novas necessidades no ambiente de operações, incluindo as

formas tradicionais de fazer.

Fonte: (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Promoção da mudança interna

Capacidade de resposta

Investigação relacionada: Design thinking e mudança organizacional

Definição: O Design thinking promove a flexibilidade organizacional e

estimula a sua capacidade de adaptação a mudanças externas. Esses

contributos são realizados através da sua utilização enquanto metodologias

de aplicação das capacidades em Design a casos e situações específicas e

inesperadas, e de forma eficiente otimizando os recursos existentes

disponíveis. Inclui a utilização de métodos e práticas projectuais tais como

Capacidade de resposta

Promoção da mudança interna

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372

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

prototipagem, iterações continuadas com os problemas e diferentes

stakeholders, de forma sistemática, alinhada com o planeamento

estratégico e centrados nos desafios identificados.

Fonte: (Sato et al., 2010)

Investigação relacionada: Capacidade adaptativa (resposta a oportunidades

de produtos)

Definição: Adaptabilidade foi operacionalizada como um conjunto

específico de modificações de produtos, como a extensão da

personalização de produtos para clientes específicos ou grupos de clientes.

No entanto, a capacidade de adaptação dos clientes também é levada em

consideração na literatura, como a medida em que os clientes exigem

modificações de produtos de seus fornecedores, e sua vontade de adotar as

normas internacionais de produtos

Possíveis indicadores: a) taxa de sucesso de novos produtos / serviços

(medida em uma escala onde 1 representa que não foi bem sucedida, até 7

de muito sucesso) (Oktemgil & Greenley, 1997, p. 465);

Adaptação

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373

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

b) Taxa de sucesso da modificação de produto/serviço (medida em uma

escala onde 1 representa que não foi bem sucedida, até 7 de muito sucesso)

(Oktemgil & Greenley, 1997, p. 465);

c) Taxa de obsolescência de produto/serviço (Medida em uma escala onde

1 é muito lenta, até 7 de muito rápida) (Oktemgil & Greenley, 1997, p.

465)

Fonte: (Oktemgil & Greenley, 1997)

Investigação relacionada: Capacidade adaptativa (resposta às

oportunidades de mercado)

Definição: a capacidade de uma empresa em se adaptar à evolução dos

mercados, em particular na sua vertente de monitorização dos

comportamentos dos consumidores e competidores, assim como a

alocação de recursos para responder alterações e oportunidades no

mercado

Possíveis indicadores: a) “Nós monitorizamos regularmente mudanças em

nossos mercados” (Oktemgil & Greenley, 1997, p. 465);

Monitorização

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374

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

b) “Nós monitorizamos continuamente as ações dos nossos concorrentes”

(Oktemgil & Greenley, 1997, p. 465)

Fonte: (Oktemgil & Greenley, 1997)

Investigação relacionada: Capacidade adaptativa (velocidade de resposta)

Definição: A velocidade que as organizações demonstram ter de resposta

às mudanças nas condições de mercado é uma das principais características

de adaptabilidade e resiliência. É caracterizada pela velocidade de resposta

a oportunidades do mercado, nomeadamente em termos do alinhamento do

Marketing mix a possíveis mudanças detectadas

Possíveis indicadores: a) A rapidez da organização em ser capaz de

responder a mudanças dos concorrentes em oferta e modificações de

produtos e serviços (Oktemgil & Greenley, 1997, p. 466);

b) A rapidez da organização em ser capaz de responder a mudança de

preços dos seus principais concorrentes (Oktemgil & Greenley, 1997, p.

466)

Fonte: (Oktemgil & Greenley, 1997)

Capacidade de resposta

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375

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Construto: Capacidades operacionais

(Winter, 2003)

Definição: Capacidades operacionais permitem a organização

a desenvolver e realizar o seu valor, fundamental para a sua

sustentabilidade. No caso do Design compreende as

atividades básicas necessárias para criar produtos de alta

qualidade, melhorar os padrões de desenvolvimento de

produto, e reduzir os custos associados à produção e ao tempo

de entrada dos produtos no mercado

Aspetos: a) Qualidade funcional;

b) Qualidade experiencial;

c) Qualidade de produção

Investigação relacionada: Eficácia do Design

Definição: Um conjunto de aspetos relacionados com o Design e que se

enquadram exclusivamente no âmbito do trabalho especializado

desenvolvido por designers. Dividido em duas categorias de design, o

primeiro design funcional estar, que inclui o design tecnológico, para

funcionalidade e usabilidade. E a segunda categoria é o Design

experiencial, que inclui o design como forma de apelar aos sentidos (design

sensorial) e o design simbólico que evoca emoções e apoia a

autoexpressão.

Possíveis indicadores a) a qualidade global do produto, a sua qualidade

técnica, a qualidade da funcionalidade que o produto fornece e a sua

facilidade de uso (Gemser et al., 2011, p. 75);

b) a capacidade do produto em apelar os sentidos e de ajudar os clientes

para expressar a sua identidade, evocar emoções no cliente, e ajudar a criar

experiências para os clientes (Gemser et al., 2011, p. 75)

Fonte: (Gemser et al., 2011)

Qualidade funcional

Qualidade experiencial

Investigação relacionada: Dimensões de Design no processo de

desenvolvimento de novos produtos

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376

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Definição: O contributo do Design para o aumento da clareza e

documentação do projeto de desenvolvimento de produtos, quer ao nível

das especificações e do detalhe de requisitos.

Possíveis indicadores: a) A contribuição atual e futura do Design na

redução dos custos associados à produção (Trueman & Jobber, 1998, p.

603);

b) A contribuição atual e futura do Design para a superação de problemas

na eficiência de produção das empresas (Trueman & Jobber, 1998, p. 602)

Fonte: (Trueman & Jobber, 1998)

Qualidade de produção

Construto: Alinhamento estratégico (Gibson & Birkinshaw,

2004; Wang & Ahmed, 2007)

Definição: Alinhamento refere-se a coerência entre todos os

padrões de atividades e diferentes departamentos dentro da

mesma unidade de negócios, tornando-os capazes de

colaborar em conjunto em torno dos mesmos objetivos.

Investigação relacionada: Ambidestria contextual.

Definição: Ambidestria contextual é a capacidade comportamental de

demonstrar simultaneamente alinhamento e adaptabilidade através de uma

unidade de negócio inteira. Alinhamento refere-se a coerência entre todos

os padrões de atividades e diferentes departamentos dentro da mesma

unidade de negócios, tornando-os capazes de colaborar em conjunto em

torno dos mesmos objetivos.

Alinhamento

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377

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Aspetos: a) Alinhamento – (a mesma definição que a anterior)

Possíveis indicadores: a) “Os sistemas de gestão desta organização leva-

nos a desperdiçar recursos durante atividades produtivas” (indicador

invertido) (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)

b) “Os sistemas de gestão desta organização funcionam de forma coerente

e prol do apoio aos objetivos gerais desta organização” (Gibson &

Birkinshaw, 2004, p. 217)

c) “Os sistemas de gestão desta organização conduzem ao desperdício de

recursos em atividades produtivas” (indicador invertido) (Gibson &

Birkinshaw, 2004, p. 217)

d) “As pessoas nesta organização, muitas vezes acabam trabalhando com

objetivos opostos porque os nossos sistemas de gestão de dar-lhes

objetivos conflituantes entre si” (indicador invertido) (Gibson &

Birkinshaw, 2004, p. 217)

Fonte: (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Investigação relacionada: Desenvolvimento de uma cultura em Design

estratégico

Definição: A ligação e a participação do departamento de design na

formação estratégica e processo de planeamento da organização, ou seja, a

Alinhamento

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378

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

conexão entre a estrutura de acompanhamento e planeamento estratégico,

constitui uma medida não-financeira do impacto do design estratégico no

desempenho.

Possíveis indicadores:

a) o esforço do designer para compreender os indicadores de performance

da empresa, a linguagem da gestão, e a estratégia corporativa de forma a

poder contribuir no processo de planeamento estratégico corporativo

Fonte: (Hertenstein & Platt, 1997)

Investigação relacionada: capacidade de design estratégico

Definição: De forma a permitir a ancoragem dos contributos do Design na

estratégia de negócios, é fundamental garantir o apoio dos gestores

seniores da organização. A defesa verbal e apoio de topo sustentados são

fatores essenciais para um uso continuado de uma abordagem pelo Design

no processo de desenvolvimento do produto, inovação e desenvolvimento

estratégico da empresa.

Alinhamento

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379

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Possíveis indicadores: a) O apoio dos gestores seniores e da Administração

à inclusão do Design e do designer no processo de tomada de decisão

estratégica. .

b) A existência de embaixadores e promotores do Design junto dos

gestores seniores da organização.

Fonte: (Birgit H Jevnaker, 2000)

Investigação relacionada: Desenvolvimento de uma cultura em Design

estratégico

Definição: A importância da adequada documentação do processo de

desenvolvimento de produto. A documentação do processo de

desenvolvimento de produto esclarece o papel do design dentro do mesmo,

permitindo assim que a gestão de topo seja eficaz na promoção dos

benefícios do Design e do seu valor junto de outros departamentos. A

documentação e publicação do processo de design de produto também

permitem a comunicação sobre a coordenação do processo, permitindo

ainda um maior controlo sobre o processo e proporcionando um maior

espaço de negociação sobre ajustes de tempo e recursos em situações

pressões.

Alinhamento

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380

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Possíveis indicadores: a) Existência de documentação sobre processos de

desenvolvimento de produto

Fonte: (Hertenstein & Platt, 1997)

Investigação relacionada: Medição de design

Definição: A medição do impacto do Design ajuda a fundamentar e

comunicar com clareza o valor do design para toda a organização e, como

resultado, facilita o processo de aceitação do Design enquanto ferramenta

estratégica de negócios

Fonte: (Mrazek et al., 2011)

Investigação relacionada: O estabelecimento da relevância estratégica do

design

Definição: A sinalização por parte de gestores de topo sobre a relevância

estratégica do design dentro da empresa e através de ações simbólicas de

apoio e confiança no seu valor e importância. Essas ações simbólicas em

alguns casos traduzem-se na elevação dos designers seniores para o posto

de vice-presidente da organização, ou então o envolvimento pessoal dos

gestores de topo em atividades relacionadas ao design funciona também

Alinhamento

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381

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

como um sinal para o resto da organização que o design tem relevância

estratégica junto da Administração.

Possíveis indicadores: a) presença de designers no conselho executivo da

organização

Fonte: (Davide Ravasi & Lojacono, 2005)

Investigação relacionada: O designer como intermediário de linguagens

Definição: O designer enquanto intermediário entre diferentes linguagens

é um recurso que permite à empresa antecipar as mudanças socioculturais

dos utilizadores e, portanto, do mercado. Esta antecipação permite que a

organização estimular a inovação radical e se adaptar rapidamente à

mudança externa.

Possíveis indicadores:

a) O envolvimento de consultores de design no início do processo de

inovação (Verganti, 2003, pp. 40–42)

b) Tem intermediários e tradutores de línguas conversar com os gestores

de topo (Verganti, 2003, pp. 40–42)

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382

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

c) O envolvimento de consultores de design de acordo com suas

capacidades enquanto intermediários de conhecimento, e não apenas com

base nos seus métodos e ferramentas de análise (Verganti, 2003, pp. 40–

42)

d) Selecionar consultores de design de acordo com determinados valores

partilhados (Verganti, 2003, pp. 40–42)

e) A promoção de relacionamentos de longo prazo com os consultores de

design que se encontram envolvidos em processos de inovação dentro da

organização (Verganti, 2003, pp. 40–42)

Fonte: (Verganti, 2003)

Construto: Performance (Venkatraman & Ramanujam, 1986;

Wang & Ahmed, 2007)

Definição: A capacidade das empresas em atingir e sustentar

uma vantagem competitiva, permitindo a sua sobrevivência e

sucesso a longo prazo, ou seja, através do desempenho de

mercado e rentabilidade.

Investigação relacionada: Investimento em design e desempenho da

empresa

Definição: A capacidade das empresas em atingir e sustentar uma

vantagem competitiva, permitindo a sua sobrevivência e sucesso a longo

prazo, ou seja, através do desempenho de mercado e rentabilidade.

Possíveis indicadores a) crescimento das vendas em relação à concorrência

(Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Crescimento

Rentabilidade

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383

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Aspetos: a) Crescimento – Realizações externas da empresa

no mercado;

b) Rentabilidade - o resultado interno relativo às rendas

económicas da empresa e decorrentes das suas atividades e

opções estratégicas

b) Satisfação com a taxa de crescimento das vendas (Chiva & Alegre,

2009, p. 440)

c) ganhos de quota de mercado em relação à concorrência (Chiva &

Alegre, 2009, p. 440)

d) A satisfação das empresas com o retorno sobre o investimento (Chiva

& Alegre, 2009, p. 440)

e) taxa líquida de lucro em relação à concorrência (Chiva & Alegre, 2009,

p. 440)

f) Nível de SRI em relação à concorrência (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

g) A satisfação com os resultados sobre as vendas (Chiva & Alegre, 2009,

p. 440)

h) Posição de liquidez financeira em relação à concorrência (Chiva &

Alegre, 2009, p. 440)

Fonte: (Chiva & Alegre, 2009; Venkatraman & Ramanujam, 1986)

Investigação relacionada: Dinamismo contextual

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384

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

Construto: Dinamismo de Mercado (Miller & Friesen, 1983;

Wang & Ahmed, 2007)

Definição: Um ambiente de mercado dinâmico pode ser

causado por um ou mais fatores exógenos à organização,

incluindo o grau de inovação tecnológica, as mudanças

regulatórias, o ciclo económico e a mudança da natureza

competitiva nos sectores industriais e mercados em que a

empresa opera.

Aspetos: a) Incerteza no comportamento do consumidor;

b) Incerteza no comportamento dos concorrentes;

c) Taxa de mudança / volatilidade tecnológica

Definição: dinamismo contextual manifesta-se pelo grau de

imprevisibilidade da mudança de comportamento dos consumidores e

clientes, tecnologias de produção ou de serviços, e os modos de

concorrência nas principais indústrias em que a empresa opera

Possíveis indicadores a) “atividades de mercado dos seus principais

concorrentes é mais / menos previsível” (Miller & Friesen, 1983, p. 231)

b) “Os gostos e preferências de seus clientes na sua principal indústria

tornaram-se mais / menos estável e previsível” (Miller & Friesen, 1983, p.

231)

c) “O grau de inovação de novos processos operacionais e de novos

produtos ou serviços no principal sector industrial em que opera foi

drasticamente aumentada / diminuída” (Miller & Friesen, 1983, p. 231)

Fonte: (Miller & Friesen, 1983)

Incerteza no comportamento do

consumidor

Incerteza no comportamento

dos concorrentes

Taxa de mudança / volatilidade

tecnológica

Investigação relacionada: Turbulência tecnológica

Definição: A medida de turbulência tecnológica é definida por um

conjunto de indicadores que visam identificar o grau de alteração

tecnológica existente no sector industrial em que a organização opera, e

Taxa de mudança / volatilidade

tecnológica

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385

CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES

(FONTES)

CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS

DOMÍNIO DE

SOBREPOSIÇÃO DOS

CONSTRUCTOS

entender de que forma essa volatilidade e fluxo de mudança afecta a

atividade dessa empresa.

Possíveis indicadores a) “Na nossa indústria a tecnologia está a mudar

rapidamente ” (Jaworski & Kohli, 1993, p. 68)

b) “Na nossa indústria as mudanças tecnológicas dão origem a grandes

oportunidades de crescimento e de melhoria dos resultados financeiros”

(Jaworski & Kohli, 1993, p. 68)

c) “Na nossa indústria um grande número de ideias e novos produtos só

surgiram devido a avanços tecnológicos ” (Jaworski & Kohli, 1993, p. 69)

Fonte: (Jaworski & Kohli, 1993, pp. 59–60)

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386

Resultados da análise de validade de conteúdo dos indicadores

Tabela 15 - Indicadores capacidades dinâmicas em Design

Juiz 1 Juiz 2 Juiz 3 Juiz 4 CVI

Final Item Descrição do item Fonte Nota Valid Nota Valid Nota Valid Nota Valid

Inovação 1

(IN1)

A nossa empresa é uma referência no seu sector no que diz respeito

à introdução de novos produtos e serviços

(Wang & Ahmed,

2004, p. 13) 4 1 3 1 4 1 4 1 1

Inovação 2

(IN2)

Nos últimos anos a nossa empresa introduziu um maior número de

produtos e serviços inovadores do que a sua concorrência direta

(Wang & Ahmed,

2004, p. 13) 4 1 3 1 4 1 4 1 1

Inovação 3

(IN3)

Consideramos que a promoção de um ambiente criativo dentro da

empresa é uma condição fundamental para o nosso sucesso

(Birgit H Jevnaker,

2000, p. 29) 2 4 1 4 1 4 1 0,75

Inovação 4

(IN4)

Os nossos produtos e serviços são muitas vezes vistos como sendo

muito inovadores pelos clientes

(Wang & Ahmed,

2004, p. 13) 1 4 1 4 1 2 0,5

Inovação 5

(IN5)

Providenciamos aos designers que colaboram connosco ampla

liberdade e recursos para explorar novas ideias e conceitos

(Gemser et al., 2011, p.

76) 4 1 1 4 1 2 0,5

Inovação 6

(IN6)

A nossa organização encoraja e desenvolve ações que apoiam a

adoção de novos conhecimentos e ideias dentro da organização

(Birgit H Jevnaker,

2000, p. 29) 4 1 4 1 4 1 4 1 1

Inovação 7

(IN7)

A nossa organização obtém regularmente novas ideias de produtos

a partir de contributos de clientes

(Chiva & Alegre,

2009) 4 1 2 1 3 1 0,5

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387

Inovação 8

(IN8)

A nossa organização é habitualmente premiada com prémios de

Design e em reconhecimento do carácter inovador e qualidade

superior dos nossos produtos

(Gemser & Wijnberg,

2003; W. O. Sung et

al., 2010) 4 1 2 1 4 1 0,5

Inovação 9

(IN9)

Na nossa empresa, consideramos a obtenção de prémios e

distinções em Design como um meio importante para alcançar o

sucesso

(Gemser & Wijnberg,

2003; W. O. Sung et

al., 2010) 3 1 2 1 1 0,25

Absorção 1

(AB1)

A nossa empresa incentiva e promove a disseminação das

tendências mais atuais e novas práticas em design pelos seus

diferentes departamentos

(Acklin, 2013b) 3 1 4 1 3 1 4 1 1

Absorção 2

(AB2)

A nossa organização incentiva e promove a combinação de

conhecimentos e práticas existentes dentro da empresa com novos

conhecimentos trazidos por designers externos

(Abecassis-Moedas &

Mahmoud-Jouini,

2008; Acklin, 2013b) 4 1 3 1 3 1 4 1 1

Absorção 3

(AB3)

A nossa organização recorre frequentemente aos designers para

promover uma participação ativa de clientes e/ou fornecedores no

processo de desenvolvimento de novos produtos

(Chiva & Alegre,

2009) 4 1 3 1 2 4 1 0,75

Absorção 4

(AB4)

Os designers que trabalham connosco procuram manter-se

atualizados e mostram ser capazes de aplicar novos conhecimentos

no desenvolvimento do seu trabalho

(Flatten et al., 2011, p.

110) 4 1 4 1 1 3 1 0,75

Absorção 5

(AB5)

Os nossos funcionários conseguem interligar com êxito o

conhecimento existente e novas perspectivas

(Flatten et al., 2011, p.

110) 2 1 1 2 0

Absorção 6

(AB6) A nossa Administração apoia o desenvolvimento de protótipos

(Flatten et al., 2011, p.

110) 4 1 2 1 2 0,25

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388

Absorção 7

(AB7)

A nossa empresa analisa regularmente novas tecnologias e procura

adaptá-las de acordo com a necessidade de novos conhecimentos

(Flatten et al., 2011, p.

110) 4 1 4 1 1 2 0,5

Absorção 8

(AB8)

A nossa Administração exige reuniões interdepartamentais

periódicas para possibilitar o intercâmbio de práticas e partilhar

problemas e realizações

(Flatten et al., 2011, p.

110) 2 2 1 1 0

Absorção 9

(AB9)

A procura de informações relevantes ao sector industrial em que

operamos é uma prioridade constante na nossa empresa

(Flatten et al., 2011, p.

110) 3 1 3 1 1 2 0,5

Adaptação 1

(AD1)

Os designers que trabalham com esta organização auxiliam-nos

constantemente a questionar e desafiar as formas tradicionais de

trabalhar

(Chiva & Alegre,

2009, p. 440) 4 1 3 1 3 1 4 1 1

Adaptação 2

(AD2)

Nós encorajamos os nossos empregados e gestores a desafiar

tradições e práticas ultrapassadas

(Gibson & Birkinshaw,

2004, p. 217) 4 1 4 1 3 1 3 1 1

Adaptação 3

(AD3)

Os designers que trabalham para esta empresa evoluem e adaptam-

se rapidamente em resposta a mudanças nas nossas prioridades de

negócios

(Gibson & Birkinshaw,

2004, p. 217) 4 1 4 1 1 4 1 0,75

Adaptação 4

(AD4)

As contribuições dos designers revelam ser suficientemente

flexíveis para nos permitir responder rapidamente a alterações no

mercado

(Gibson & Birkinshaw,

2004, p. 217) 3 1 4 1 1 4 1 0,75

Adaptação 5

(AD5)

Nós recorremos ao Design para rapidamente identificarmos e

acompanharmos inovações e imitações dos nossos concorrentes

principais

(Chiva & Alegre,

2009, p. 440) 1 2 4 1 4 1 0,5

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389

Tabela 16 - Indicadores capacidades operacionais em Design

Juiz 1 Juiz 2 Juiz 3 Juiz 4 CVI

Final Item Descrição do item Fonte Nota Valid Nota Valid Nota Valid Nota Valid

Operacional

1 (OP1)

Na nossa empresa encaramos o design como algo muito

importante para a qualidade global do produto, nomeadamente a

sua qualidade técnica, a funcionalidade que oferece e a sua

facilidade de uso

(Gemser et al., 2011, p.

75) 1 4 1 3 1 4 1 0,75

Operacional

2 (OP2)

Na nossa organização o design é importante no desenvolvimento

de produtos que ajudem os clientes a expressar a sua identidade e

transmitir os valores desta empresa

(Gemser et al., 2011, p.

75) 1 4 1 3 1 4 1 0,75

Operacional

3 (OP3)

Na nossa empresa o design contribui para a redução dos custos de

produção

(Trueman & Jobber,

1998, p. 603) 2 4 1 4 1 4 1 0,75

Operacional

4 (OP4)

Na nossa empresa o design contribui para um aumento na

eficiência de produção

(Trueman & Jobber,

1998, p. 602) 2 4 1 4 1 4 1 0,75

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390

Tabela 17 - Indicadores sobre alinhamento estratégico

Juiz 1 Juiz 2 Juiz 3 Juiz 4 CVI

Final Item Descrição do item Fonte Nota Valid Nota Valid Nota Valid Nota Valid

Estratégico 1

(ST1)

Os designers que colaboram connosco são capazes de

compreender a estratégia desta empresa e dos seus objetivos de

negócio, estando por isso aptos a participar no planeamento

estratégico corporativo

(proposta do autor) 4 1 4 1 3 1 4 1 1

Estratégico 2

(ST2)

A administração e as restantes coordenações desta empresa

apoiam de forma entusiasta o desenvolvimento estratégico da

organização através de uma abordagem pelo design,

desenvolvendo também ações concretas nesse sentido

(Birgit Helene

Jevnaker, 2000) 4 1 4 1 4 1 4 1 1

Estratégico 3

(ST3)

Na nossa organização incentivamos os designers a trabalhar em

conjunto com outros departamentos por forma a atingir objetivos

de negócio comuns

(Mrazek et al., 2011,

pp. 12–13) 4 1 2 4 1 4 1 0,75

Estratégico 4

(ST4)

Nós promovemos o uso de indicadores de produtividade e outras

métricas de design que estejam alinhados com os principais

objetivos de negócio da empresa

(Mrazek et al., 2011,

pp. 12–13) 4 1 3 1 4 1 4 1 1

Estratégico 5

(ST5)

Nós procuramos desenvolver indicadores intermédios de design

que monitorizem o seu progresso face a objetivos empresariais,

recorrendo a ações corretivas caso se revele necessário

(Mrazek et al., 2011,

pp. 12–13) 4 1 4 1 4 1 4 1 1

Estratégico 6

(ST6)

A administração desta empresa promove a presença de designers

nos seus processos de tomada de decisão

(Davide Ravasi &

Lojacono, 2005, pp.

57–58) 4 1 3 1 3 1 4 1 1

Estratégico 7

(ST7)

A administração desta empresa procura incorporar as

contribuições do design desde o início e ao longo dos processos de

inovação e desenvolvimento de produto

(Verganti, 2003, pp.

40–42) 3 1 4 1 4 1 4 1 1

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391

Estratégico 8

(ST8)

Os sistemas de gestão desta organização provocam o desperdício

de em atividades pouco produtivas (indicador revertido)

(Gibson & Birkinshaw,

2004, p. 217) 1 1 1 2 0

Estratégico 9

(ST9)

Os sistemas de gestão nesta organização funcionam de forma

coerente no apoio aos objetivos gerais desta organização

(Gibson & Birkinshaw,

2004, p. 217) 1 1 1 1 0

Estratégico

10 (ST10)

As pessoas nesta organização, muitas vezes acabam trabalhando

com objetivos opostos porque os nossos sistemas de gestão de dar-

lhes objetivos conflituantes (indicador revertido)

(Gibson & Birkinshaw,

2004, p. 217) 1 1 1 3 1 0,25

Estratégico

11 (ST11)

A nossa organização procura documentar o processo de Design a

fim de melhorar a coordenação com os outros departamentos

(Hertenstein & Platt,

1997, p. 13; Mrazek et

al., 2011, pp. 12–13) 1 2 4 1 3 1 0,5

Tabela 18 - Indicadores sobre volatilidade tecnológica do sector

Item Descrição do item Fonte

Volatilidade

tecnológica 1 (TV1) Na nossa indústria a tecnologia está a mudar rapidamente (Jaworski & Kohli, 1993, p. 68)

Volatilidade

tecnológica 2 (TV2)

Na nossa indústria as mudanças tecnológicas dão origem a grandes oportunidades

de crescimento e de melhoria dos resultados financeiros (Jaworski & Kohli, 1993, p. 68)

Volatilidade

tecnológica 3 (TV3)

Na nossa indústria um grande número de ideias e novos produtos só surgiram

devido a avanços tecnológicos (Jaworski & Kohli, 1993, p. 69)

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392

Tabela 19 - Indicadores sobre performance económica da organização

Item Descrição do item Fonte

Crescimento 1 (GR1) Crescimento das vendas relativamente aos competidores mais diretos (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Crescimento 2 (GR2) Satisfação com a taxa de crescimento das vendas (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Crescimento 3 (GR3) Crescimento da quota de mercado relativamente à competição (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Rentabilidade 1 (ROA_AVE) Média de 5 anos do indicador Retorno sobre Ativos (RSA) (Bettis & Hall, 1982, p. 259)

Rentabilidade 2

(ROA_LYEAR) Ultimo ano do indicador Retorno sobre Ativos (RSA)

(Bettis & Hall, 1982, p. 259; Ralston et al.,

2015, p. 20).

Rentabilidade 3

(ROE_AVEOT) Média de 5 anos do indicador Retorno sobre Património (RSP) (Schendel & Patton, 1978, p. 1614)

Rentabilidade 4

(ROE_LYEAROT) Ultimo ano do indicador Retorno sobre Património (RSP)

(Ralston et al., 2015, p. 20; Schendel &

Patton, 1978, p. 1614).

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393

Especificação e identificação do modelo teórico

Especificação dos modelos estruturais hipotetizados (fatores de 2ª ordem)

Equação estrutural hipotetizada:

𝐴𝐷𝐴𝑃𝑇 = µ1𝑑𝑐𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + 𝜕1

𝑎𝑑

Onde 𝜕1𝑎𝑑 representa o erro estimado e µ1

𝑑𝑐 representa o coeficiente estrutural

Equação 3 - Capacidades de absorção em Design

Equação estrutural hipotetizada:

𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 = µ2𝑑𝑐𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + 𝜕1

𝑎𝑏

Onde 𝜕1𝑎𝑏 representa o erro estimado e µ2

𝑑𝑐 representa o coeficiente estrutural

Equação 4 - Capacidades de inovação em Design

ADAPT Dynamic 1

𝜕1𝑎𝑑

µ1𝑑𝑐

ABSORPT Dynamic 1

𝜕1𝑎𝑏

µ2𝑑𝑐

INOV Dynamic

ap

1 𝜕1

𝑖𝑛

µ3𝑑𝑐

Equação 2 - Capacidades de adaptação em Design

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394

Equação estrutural hipotetizada:

𝐼𝑁𝑂𝑉 = µ3𝑑𝑐𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + 𝜕1

𝑖𝑛

Onde 𝜕1𝑖𝑛 representa o erro estimado e µ3

𝑑𝑐 representa o coeficiente estrutural

Equação 5 - Alinhamento estratégico

Equação estrutural hipotetizada:

𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 = µ4𝑑𝑐𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + 𝜕1

𝑠𝑡

Onde 𝜕1𝑠𝑡 representa o erro estimado e µ4

𝑑𝑐 representa o coeficiente estrutural

Equação 6 - Capacidades operacionais em Design

Equação estrutural hipotetizada:

𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 = µ5𝑑𝑐𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + µ1

𝑠𝑡𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 + 𝜕1𝑜𝑝

STRAT Dynamic 1

𝜕1𝑠𝑡

µ4𝑑𝑐

OPERAT

Dynamic

1 𝜕1

𝑜𝑝

µ5𝑑𝑐

STRAT µ1𝑠𝑡

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395

Onde 𝜕1𝑜𝑝

representa o erro estimado, µ5𝑑𝑐 and µ1

𝑠𝑡 representam os coeficientes estruturais

Equação 7 - Performance económica das organizações

Equação estrutural hipotetizada:

𝑃𝐸𝑅𝐹𝑂𝑅𝑀 = µ1𝑜𝑐𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 + 𝜕1

𝑝𝑒

Onde 𝜕1𝑝𝑒

representa o erro estimado e µ1𝑜𝑐

representa o coeficiente estrutural

Equação 8 - Crescimento de mercado

Equação estrutural hipotetizada:

𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 = µ1𝑝𝑒𝑃𝐸𝑅𝐹𝑂𝑅𝑀 + 𝜕1

𝑔𝑟

Onde 𝜕1𝑔𝑟

representa o erro estimado e µ1𝑝𝑒

representa o coeficiente estrutural

PERFORM

OPERAT 1

𝜕1𝑝𝑒

µ1𝑜𝑐

GROWTH PERFORM

1 𝜕1

𝑔𝑟

µ1𝑝𝑒

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396

Equação 9 - Rentabilidade financeira

Equação estrutural hipotetizada:

𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 = µ2𝑝𝑒𝑃𝐸𝑅𝐹𝑂𝑅𝑀 + 𝜕1

𝑔𝑟

Onde 𝜕1𝑝𝑟

representa o erro estimado e µ2𝑝𝑒

representa o coeficiente estrutural

Especificação dos modelos de medida (fatores de 1ª ordem)

Equação 10 - Capacidades de adaptação em Design

𝐴𝐷𝐴𝑃𝑇 = (𝜆1𝑎𝑑𝐴𝐷1 + 𝜀1

𝑎𝑑) + (𝜆2𝑎𝑑𝐴𝐷2 + 𝜀2

𝑎𝑑) + (𝜆3𝑎𝑑𝐴𝐷3 + 𝜀3

𝑎𝑑)

Equações de medida:

𝐴𝐷1 = 𝐴𝐷𝐴𝑃𝑇 + 𝜀1𝑎𝑑

𝐴𝐷2 = 𝜆2𝑎𝑑𝐴𝐷𝐴𝑃𝑇 + 𝜀2

𝑎𝑑

𝐴𝐷3 = 𝜆3𝑎𝑑𝐴𝐷𝐴𝑃𝑇 + 𝜀3

𝑎𝑑

PROFIT PERFORM

1 𝜕1

𝑝𝑟

µ2𝑝𝑟

𝜆3𝑎𝑑

𝜆2𝑎𝑑

1

ADAPT

AD1

AD2

AD3

3

1

1

1

𝜀1𝑎𝑑

𝜀2

𝑎𝑑

𝜀3

𝑎𝑑

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397

Equação 11 - Capacidades de absorção em Design

𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 = (𝜆1𝑎𝑏𝐴𝐵1 + 𝜀1

𝑎𝑏) + (𝜆2𝑎𝑏𝐴𝐵2 + 𝜀2

𝑎𝑏) + (𝜆3𝑎𝑏𝐴𝐵3 + 𝜀3

𝑎𝑏)

Equações de medida:

𝐴𝐵1 = 𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 + 𝜀1𝑎𝑏

𝐴𝐵2 = 𝜆2𝑎𝑏𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 + 𝜀2

𝑎𝑏

𝐴𝐵3 = 𝜆3𝑎𝑏𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 + 𝜀3

𝑎𝑏

Equação 12 - Capacidades de inovação em Design

𝐼𝑁𝑂𝑉 = (𝜆1𝑖𝑛𝐼𝑁1 + 𝜀1

𝑖𝑛) + (𝜆2𝑖𝑛𝐼𝑁2 + 𝜀2

𝑖𝑛) + (𝜆3𝑖𝑛𝐼𝑁3 + 𝜀3

𝑖𝑛)

Equações de medida:

𝐼𝑁1 = 𝐼𝑁𝑂𝑉 + 𝜀1𝑖𝑛

𝐼𝑁2 = 𝜆2𝑖𝑛𝐼𝑁𝑂𝑉 + 𝜀2

𝑖𝑛

𝐼𝑁3 = 𝜆3𝑖𝑛𝐼𝑁𝑂𝑉 + 𝜀3

𝑖𝑛

𝜆3𝑎𝑏

𝜆2𝑎𝑏

1

ABSORPT

AB1

AB2

AB3

𝜀1𝑎𝑏

1

1

𝜀2𝑎𝑏

𝜀3

𝑎𝑏

1

𝜆3𝑖𝑛

𝜆2𝑖𝑛

1

INOV

IN1

IN2

IN3

1

𝜀1𝑖𝑛

𝜀3𝑖𝑛

𝜀2𝑖𝑛

1

1

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398

Equação 13 - Alinhamento estratégico

𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 = (𝜆1𝑠𝑡𝑆𝑇1 + 𝜀1

𝑠𝑡) + (𝜆2𝑠𝑡𝑆𝑇2 + 𝜀2

𝑠𝑡) + (𝜆3𝑠𝑡𝑆𝑇3 + 𝜀3

𝑠𝑡)

Equações de medida:

𝑆𝑇1 = 𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 + 𝜀1𝑠𝑡

𝑆𝑇2 = 𝜆2𝑠𝑡𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 + 𝜀2

𝑠𝑡

𝑆𝑇3 = 𝜆3𝑠𝑡𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 + 𝜀3

𝑠𝑡

Equação 14 - Capacidades operacionais em Design

𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 = (𝜆1𝑜𝑐𝑂𝑃1 + 𝜀1

𝑜𝑐) + (𝜆2𝑜𝑐𝑂𝑃2 + 𝜀2

𝑜𝑐) + (𝜆3𝑜𝑐𝑂𝑃3 + 𝜀3

𝑜𝑐)

Equações de medida:

𝑂𝑃1 = 𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 + 𝜀1𝑜𝑐

𝑂𝑃2 = 𝜆2𝑜𝑐𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 + 𝜀2

𝑜𝑐

𝑂𝑃3 = 𝜆3𝑜𝑐𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 + 𝜀3

𝑜𝑐

𝜆3𝑠𝑡

𝜆2𝑠𝑡

1

STRAT

ST1

ST2

ST3

1

𝜀1𝑠𝑡

𝜀3𝑠𝑡

𝜀2𝑠𝑡

1

1

𝜆3𝑜𝑐

𝜆2𝑜𝑐

1

OPERAT

OP1

OP2

OP3

1

1

1

𝜀1𝑜𝑐

𝜀2

𝑜𝑐

𝜀3

𝑜𝑐

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399

Equação 15 - Crescimento de Mercado

𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 = (𝜆1𝑔𝑟

𝐺𝑅1 + 𝜀1𝑔𝑟

) + (𝜆2𝑔𝑟

𝐺𝑅2 + 𝜀2𝑔𝑟

) + (𝜆3𝑔𝑟

𝐺𝑅3 + 𝜀3𝑔𝑟

)

Equações de medida:

𝐺𝑅1 = 𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 + 𝜀1𝑔𝑟

𝐺𝑅2 = 𝜆2𝑔𝑟

𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 + 𝜀2𝑔𝑟

𝐺𝑅3 = 𝜆3𝑔𝑟

𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 + 𝜀3𝑔𝑟

Equação 16 - Rentabilidade financeira

𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 = (𝜆1𝑝𝑟𝑃𝑅1 + 𝜀1

𝑝𝑟) + (𝜆2𝑝𝑟𝑃𝑅2 + 𝜀2

𝑝𝑟) + (𝜆3𝑝𝑟𝑃𝑅3 + 𝜀3

𝑝𝑟)

Equações de medida:

𝑃𝑅1 = 𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 + 𝜀1𝑝𝑟

𝑃𝑅2 = 𝜆2𝑝𝑟𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 + 𝜀2

𝑝𝑟

𝑃𝑅3 = 𝜆3𝑝𝑟𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 + 𝜀3

𝑝𝑟

𝜆3

𝑔𝑟

𝜆2

𝑔𝑟

1

GROWTH

GR1

GR2

GR3

1

1

1

𝜀1𝑔𝑟

𝜀2

𝑔𝑟

𝜀3

𝑔𝑟

𝜆3

𝑝𝑟

𝜆2

𝑝𝑟

1

PROFIT

PR1

PR2

PR3

1

1

1

𝜀1𝑝𝑟

𝜀2

𝑝𝑟

𝜀3

𝑝𝑟

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400

Triagem de dados e teste de pressupostos de normalidade

Gráfico 3 - Outliers iniciais

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401

Gráfico 4 - Outliers finais

Tabela 20 - Valores de curtose

N

Média Mediana Curtose Válido Ausente

Emp 455 0 81,55 24,00 395,416

Year 455 0 1980,35 1987,00 12,747

Year_Outlier 455 0 1983,35 1987,00 ,749

Cont1 455 0 1,068 1,000 9,872

Cont3 455 0 2,174 3,000 -1,757

Cont4 455 0 1,316 1,000 1,703

Cont5 455 0 4,734 5,000 -,374

AB1 455 0 4,725 5,000 -,578

AB2 455 0 4,574 5,000 -,725

AB3 455 0 4,376 4,000 -,821

AB4 455 0 5,121 5,000 -,001

AD1 455 0 4,802 5,000 -,425

AD2 455 0 5,174 5,000 -,091

AD3 455 0 4,910 5,000 -,193

AD4 455 0 4,862 5,000 -,280

IN1 455 0 4,835 5,000 -,605

IN2 455 0 4,873 5,000 -,394

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402

IN3 455 0 5,360 5,000 -,221

ST2 455 0 4,848 5,000 -,394

ST6 455 0 4,708 5,000 -,503

ST7 455 0 4,756 5,000 -,431

ST3 455 0 5,262 5,000 -,081

ST1 455 0 5,031 5,000 -,448

ST4 455 0 4,985 5,000 ,200

ST5 455 0 4,829 5,000 -,225

GR1 455 0 4,881 5,000 -,193

GR2 455 0 4,648 5,000 -,438

GR3 455 0 4,695 5,000 -,299

TV1 455 0 5,336 6,000 -,530

TV2 455 0 5,266 5,000 -,252

TV3 455 0 5,110 5,000 -,582

OP1 455 0 5,767 6,000 ,450

OP2 455 0 5,591 6,000 ,067

OP3 455 0 4,345 4,000 -,883

OP4 455 0 5,018 5,000 -,647

Rev_Sblank 455 0 10598,43880 3579,01200 23,445

ROE_AVEOT 455 0 5,6373 4,6230 4,803

ROE_LYEAROT 455 0 4,3016 3,0400 10,001

ROA_AVE 455 0 2,5816 1,9740 8,489

ROA_LYEAR 455 0 2,1091 1,4440 6,678

ROAROE_AVE 455 0 4,1094 3,6100 3,931

Tabela 21 - Relações de linearidade construto ADAPT OPERAT OPERAT

Variável dependente: OPERAT

A variável independente é ADAPT.

Equação

Resumo do modelo Estimativas do parâmetro

R

quadrado Z df1 df2 Sig. Constante b1 b2 b3

Linear ,410 315,300 1 453 ,000 2,009 ,464

Logarítmico ,407 311,213 1 453 ,000 1,550 1,746

Inverso ,331 224,115 1 453 ,000 5,236 -4,541

Quadrático ,414 159,905 2 452 ,000 1,511 ,715 -,029

Cúbico ,416 106,896 3 451 ,000 ,996 1,179 -,153 ,010

Composto ,392 292,647 1 453 ,000 2,271 1,134

Potência ,424 333,893 1 453 ,000 1,945 ,493

S ,388 287,683 1 453 ,000 1,724 -1,360

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403

Crescimento ,392 292,647 1 453 ,000 ,820 ,126

Exponencial ,392 292,647 1 453 ,000 2,271 ,126

Logística ,392 292,647 1 453 ,000 ,440 ,882

Tabela 22 - Relações de linearidade entre constructos ABSORPT OPERAT OPERAT

Variável dependente: OPERAT

A variável independente é ABSORPT.

Equação

Resumo do modelo Estimativas do parâmetro

R

quadrado Z df1 df2 Sig. Constante b1 b2 b3

Linear ,694 1026,578 1 453 ,000 1,184 ,725

Logarítmico ,674 937,626 1 453 ,000 ,657 2,539

Inverso ,551 556,692 1 453 ,000 5,909 -6,671

Quadrático ,695 513,864 2 452 ,000 ,919 ,870 -,019

Cúbico ,695 342,580 3 451 ,000 ,447 1,311 -,145 ,011

Composto ,658 871,009 1 453 ,000 1,824 1,216

Potência ,686 991,858 1 453 ,000 1,529 ,708

S ,625 756,122 1 453 ,000 1,917 -1,963

Crescimento ,658 871,009 1 453 ,000 ,601 ,195

Exponencial ,658 871,009 1 453 ,000 1,824 ,195

Logística ,658 871,009 1 453 ,000 ,548 ,823

Tabela 23 -Relações de linearidade entre constructos OPERAT GROWTH

Variável dependente: GROWTH

A variável independente é OPERAT.

Equação

Resumo do modelo Estimativas do parâmetro

R

quadrado Z df1 df2 Sig. Constante b1 b2 b3

Linear ,191 107,260 1 453 ,000 2,169 ,615

Logarítmico ,151 80,286 1 453 ,000 1,961 1,973

Inverso ,093 46,308 1 453 ,000 5,967 -4,900

Quadrático ,250 75,485 2 452 ,000 6,725 -1,860 ,319

Cúbico ,250 50,213 3 451 ,000 6,781 -1,912 ,333 -,001

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404

Composto ,177 97,186 1 453 ,000 2,534 1,152

Potência ,142 75,166 1 453 ,000 2,397 ,459

S ,091 45,196 1 453 ,000 1,811 -1,159

Crescimento ,177 97,186 1 453 ,000 ,930 ,141

Exponencial ,177 97,186 1 453 ,000 2,534 ,141

Logística ,177 97,186 1 453 ,000 ,395 ,868

Tabela 24 - Relações de linearidade entre constructos OPERATPROFIT

Variável dependente: PROFIT

A variável independente é OPERAT.

Equação

Resumo do modelo Estimativas do parâmetro

R

quadrado Z df1 df2 Sig. Constante b1 b2 b3

Linear ,004 1,755 1 453 ,186 3,618 -,544

Logarítmico ,004 2,026 1 453 ,155 4,317 -2,115

Inverso ,005 2,053 1 453 ,153 -,355 6,737

Quadrático ,005 1,137 2 452 ,322 7,577 -2,695 ,277

Cúbico ,005 ,760 3 451 ,517 9,110 -4,095 ,676 -,036

a. A variável dependente (PROFIT) contém valores não positivos. O valor mínimo é -33,80. A

transformação de log não pode ser aplicada. Os modelos Composto, de Potência, S,

Crescimento, Exponencial e Logístico não podem ser calculados para essa variável.

Tabela 25 - Coeficientes de volatilidade dos sectores industriais

NACE Rev. 2 / CAE

Rev. 3

DESCRIÇÃ

O

FRE

Q TECHN MKT

INCO

M

INCOM

ABS

SOM

A

15

Indústria do

couro e dos

produtos do

couro

26 4,58 2 0,1

9 2 0,4 0,4 5 3

23

Fabricação

de outros

produtos

minerais não

metálicos

(inclui

Cerâmica)

53 4,52 1 0,2

2 7 0,26 0,26 2

3,333

33

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405

NACE Rev. 2 / CAE

Rev. 3

DESCRIÇÃ

O

FRE

Q TECHN MKT

INCO

M

INCOM

ABS

SOM

A

31

Fabricação

de mobiliário

e de colchões

61 4,93 5 0,1

7 1 -0,32 0,32 4

3,333

33

30

Fabricação

de outro

equipamento

de transporte

14 4,9 4 0,2

5 9 0,1 0,1 1

4,666

67

32

Outras

indústrias

transformado

ras

45 4,68 3 0,1

9 3 -3,64 3,64 11

5,666

67

26

Fabricação

de

equipamento

s

informáticos,

equipamento

para

comunicaçõe

s e produtos

electrónicos

e ópticos

27 5,44 9 0,2 5 0,55 0,55 6 6,666

67

27

Fabricação

de

equipamento

eléctrico

44 5,28 8 0,1

9 4 0,81 0,81 8

6,666

67

14 Indústria do

vestuário 24

5,02

7 7

0,2

1 6 -2,24 2,24 10

7,666

67

7111

Actividades

de

arquitectura

16 5,45 1

0

0,3

5

1

2 -0,29 0,29 3

8,333

33

29

Fabricação

de veículos

automóveis,

reboques,

semi-

reboques e

componentes

para veículos

automóveis

18 5,01 6 0,2

3 8 -7,93 7,93 12

8,666

67

741 Actividades

de design 16 5,69

1

1 0,3

1

0 -0,67 0,67 7

9,333

33

6201 + 6202

Consultoria e

programação

informática e

actividades

relacionadas

109 6,04 1

2

0,3

4

1

1 1,76 1,76 9

10,66

67

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406

Análise factorial exploratória

Tabela 26 - Tamanho da amostra e loadings minímos para validade convergente - retirado de Hair (2010)

Loadings suficientes dos factores para dimensão da amostra

Dimensão da amostra Loading suficiente por factor

50 0.75

60 0.70

70 0.65

85 0.60

100 0.55

120 0.50

150 0.45

200 0.40

250 0.35

350 0.30

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407

Tabela 27 - Matriz de correlações entre factores

Matriz de correlações de factor

Factor 1 2 3 4 5 6 7

1 1,000 ,479 ,609 -,071 ,272 ,600 ,460

2 ,479 1,000 ,648 -,082 ,301 ,501 ,557

3 ,609 ,648 1,000 -,031 ,397 ,713 ,524

4 -,071 -,082 -,031 1,000 ,129 -,040 -,027

5 ,272 ,301 ,397 ,129 1,000 ,436 ,228

6 ,600 ,501 ,713 -,040 ,436 1,000 ,411

7 ,460 ,557 ,524 -,027 ,228 ,411 1,000

Método de Extracção: Probabilidade máxima.

Método de Rotação: Promax com normalização de Kaiser.

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408

Tabela 28 - Matriz padrão

Item Descrição do item

Factor

Comunalidades α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917

α=

0,882

α=

0,795

1 (STRATA)

2 (STRATB)

3 (ABSPT)

4 (PROFIT)

5 (GRWTH)

6 (ADAPT)

7 (OPERT)

ST4

Nós promovemos o uso de indicadores de produtividade

e outras métricas de design que estejam alinhados com os

principais objetivos de negócio da empresa

0,963 0,87

ST5

Nós procuramos desenvolver indicadores intermédios de

design que monitorizem o seu progresso face a objetivos

empresariais, recorrendo a ações corretivas caso se revele

necessário

0,946 0,807

ST3

Na nossa organização incentivamos os designers a

trabalhar em conjunto com outros departamentos por

forma a atingir objetivos de negócio comuns

0,817 0,876

ST1

Os designers que colaboram connosco são capazes de

compreender a estratégia desta empresa e dos seus

objetivos de negócio, estando por isso aptos a participar

no planeamento estratégico corporativo

0,815 0,742

ST2

A administração e as restantes coordenações desta

empresa apoiam de forma entusiasta o desenvolvimento

estratégico da organização através de uma abordagem

0,997 0,955

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409

Item Descrição do item

Factor

Comunalidades α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917

α=

0,882

α=

0,795

1

(STRATA)

2 (STRATB)

3

(ABSPT)

4

(PROFIT)

5

(GRWTH)

6

(ADAPT)

7

(OPERT)

pelo design, desenvolvendo também ações concretas

nesse sentido

ST6 A administração desta empresa promove a presença de

designers nos seus processos de tomada de decisão 0,989 0,895

ST7

A administração desta empresa procura incorporar as

contribuições do design desde o início e ao longo dos

processos de inovação e desenvolvimento de produto

0,963 0,895

AD2 Nós encorajamos os nossos empregados e gestores a

desafiar tradições e práticas ultrapassadas 0,94 0,606

AB1

A nossa empresa incentiva e promove a disseminação das

tendências mais atuais e novas práticas em design pelos

seus diferentes departamentos

0,633 0,678

AD1

Os designers que trabalham com esta organização

auxiliam-nos constantemente a questionar e desafiar as

formas tradicionais de trabalhar

0,63 0,509

IN2

Nos últimos anos a nossa empresa introduziu um maior

número de produtos e serviços inovadores do que a sua

concorrência direta

0,581 0,414

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410

Item Descrição do item

Factor

Comunalidades α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917

α=

0,882

α=

0,795

1

(STRATA)

2 (STRATB)

3

(ABSPT)

4

(PROFIT)

5

(GRWTH)

6

(ADAPT)

7

(OPERT)

IN1 A nossa empresa é uma referência no seu sector no que

diz respeito à introdução de novos produtos e serviços 0,58 0,458

IN3

Consideramos que a promoção de um ambiente criativo

dentro da empresa é uma condição fundamental para o

nosso sucesso

0,491 0,445

ROA_LYEAR 0,901 0,811

ROA_AVE 0,856 0,727

ROE_LYEAROT 0,763 0,585

ROE_AVEOT 0,693 0,493

GR2 Satisfação com a taxa de crescimento das vendas 0,908 0,806

GR3 Crescimento da quota de mercado relativamente à

competição 0,882 0,798

GR1

Crescimento das vendas relativamente aos competidores

mais diretos 0,853 0,774

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411

Item Descrição do item

Factor

Comunalidades α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917

α=

0,882

α=

0,795

1

(STRATA)

2 (STRATB)

3

(ABSPT)

4

(PROFIT)

5

(GRWTH)

6

(ADAPT)

7

(OPERT)

AD3

Os designers que trabalham para esta empresa evoluem e

adaptam-se rapidamente em resposta a mudanças nas

nossas prioridades de negócios

0,831 0,791

AD4

As contribuições dos designers revelam ser

suficientemente flexíveis para nos permitir responder

rapidamente a alterações no mercado

0,819 0,705

AB4

Os designers que trabalham connosco procuram manter-

se atualizados e mostram ser capazes de aplicar novos

conhecimentos no desenvolvimento do seu trabalho.

0,789 0,673

OP4

Na nossa empresa o design contribui para um aumento na

eficiência de produção 0,992 0,85

OP3 Na nossa empresa o design contribui para a redução dos

custos de produção 0,728 0,512

OP1

Na nossa empresa encaramos o design como algo muito

importante para a qualidade global do produto,

nomeadamente a sua qualidade técnica, a funcionalidade

que oferece e a sua facilidade de uso

< 0.5 0,429

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412

Item Descrição do item

Factor

Comunalidades α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917

α=

0,882

α=

0,795

1

(STRATA)

2 (STRATB)

3

(ABSPT)

4

(PROFIT)

5

(GRWTH)

6

(ADAPT)

7

(OPERT)

OP2

Na nossa organização o design é importante no

desenvolvimento de produtos que ajudem os clientes a

expressar a sua identidade e transmitir os valores desta

empresa

< 0.5 0,39

% de variância explicada 36,68 11,96 7,61 7,33 5,37 4,33 3,70

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413

Estatísticas descritivas

Tabela 29 - Variável de controlo empregados

Variável categórica Frequência Percentagem

5 a 10 empregados 102 22,42%

11 a 50 empregados 236 51,87%

Mais de 50 empregados 117 25,71%

Tabela 30- Variável de controlo rendimentos anuais da empresa

Variável categórica Frequência Percentagem

Até 1 milhão de euros 114 25%

Até 10 milhões de euros 218 48%

Faturação superior a 10 milhões de euros 95 21%

Tabela 31- Variável de controlo data de fundação da empresa

Variável categórica De a Percentagem

Anterior a 1970 1740 1969 23 %

1970 a 1999 1970 1999 47%

2000 a 2015 2000 2015 30%

Tabela 32 - Variável de controlo sectores industriais de atividade

Variável categórica Frequência Percentagem

Consultoria e programação informática 110 24,10%

Computador e eletrónica 71 15,70%

Mobiliário 62 13,60%

Cerâmica 53 11,70%

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414

Variável categórica Frequência Percentagem

Vestuário e Têxtil 50 11,00%

Outras indústrias transformadoras 45 9,90%

Atividades de Design e Arquitetura 32 7,10%

Mobilidade 32 7,10%

Tabela 33- Variável de controlo nacionalidade da organização

Variável categórica Frequência Percentagem

Espanha 162 35,6%

Itália 146 32,1%

Portugal 85 18,7%

Reino Unido 34 7,5%

Holanda 28 6,2%

Tabela 34- Variável de controlo cargo de quem respondeu ao questionário

Variável categórica Frequência Percentagem

Válido Diretor Executivo 183 40,2%

Outros 272 59,8%

Total 455 100,0%

Tabela 35- Variável de controlo responde diretamente à Administração inicial

Variável categórica Frequência Percentagem

Válido Sim 337 74,1%

Não 92 20,2%

Não sabe 26 5,7%

Total 455 100,0%

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415

Tabela 36 - Variável de controlo responde diretamente à Administração reformulado

Variável categórica Frequência Percentagem

Válido Sim 337 79%

Não 92 21%

Total 429 100,0%

Tabela 37- Variável de controlo variação no investimento em Design inicial

Variável categórica Frequência Percentagem

Válido Reduziu 75 16%

Manteve 140 31%

Aumentou 240 53%

Total 455 100,0%

Tabela 38 - Variável de controlo variação no investimento em Design reformulada

Variável categórica Frequência Percentagem

Válido Reduziu ou manteve 215 47%

Aumentou 240 53%

Total 455 100,0%

Tabela 39 - Estatísticas descritivas constructo ABSORPT

Var N

Média Mediana Desvio

Padrão Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo

Válido Ausente

AB1 455 0 4,725 5,000 1,5414 2,376 -,305 -,578 1,0 7,0

AD1 455 0 4,802 5,000 1,5020 2,256 -,333 -,425 1,0 7,0

AD2 455 0 5,174 5,000 1,5130 2,289 -,695 -,091 1,0 7,0

IN1 455 0 4,835 5,000 1,5613 2,438 -,387 -,605 1,0 7,0

IN3 455 0 5,360 5,000 1,4578 2,125 -,647 -,221 1,0 7,0

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416

Gráfico 5 - Histograma constructo ABSORPT

Gráfico 6 - Diagrama de extremos e quartis constructo ABSORPT

Tabela 40 - Estatísticas descritivas constructo ADAPT

N

Média Mediana Desvio

Padrão Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo

Válido Ausente

AB4 455 0 5,121 5,000 1,4067 1,979 -,621 -,001 1,0 7,0

AD3 455 0 4,910 5,000 1,4043 1,972 -,419 -,193 1,0 7,0

AD4 455 0 4,862 5,000 1,4299 2,045 -,368 -,280 1,0 7,0

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417

Gráfico 7 - Histograma constructo ADAPT

Gráfico 8 - Diagrama de extremos e quartis constructo ADAPT

Tabela 41 - Estatísticas descritivas constructo STRATB

N

Média Mediana Desvio

Padrão Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo

Válido Ausente

ST2 455 0 4,848 5,000 1,4993 2,248 -,334 -,394 1,0 7,0

ST6 455 0 4,708 5,000 1,4813 2,194 -,252 -,503 1,0 7,0

ST7 455 0 4,756 5,000 1,4526 2,110 -,232 -,431 1,0 7,0

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418

Gráfico 9 - Histograma constructo STRATB

Gráfico 10 - Diagrama de extremos e quartis constructo STRATB

Tabela 42 - Estatísticas descritivas constructo STRATA

N

Média Mediana Desvio

Padrão Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo

Válido Ausente

ST3 455 0 5,262 5,000 1,5294 2,339 -,736 -,081 1,0 7,0

ST1 455 0 5,031 5,000 1,5619 2,440 -,546 -,448 1,0 7,0

ST4 455 0 4,985 5,000 1,3738 1,887 -,663 ,200 1,0 7,0

ST5 455 0 4,829 5,000 1,4727 2,169 -,495 -,225 1,0 7,0

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419

Gráfico 11 - Histograma constructo STRATA

Gráfico 12 - Diagrama de extremos e quartis constructo STRATA

Tabela 43 - Estatísticas descritivas constructo OPERAT

N

Média Mediana Desvio

Padrão Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo

Válido Ausente

OP1 455 0 5,767 6,000 1,3710 1,880 -1,053 ,450 1,0 7,0

OP2 455 0 5,591 6,000 1,5033 2,260 -,934 ,067 1,0 7,0

OP3 455 0 4,345 4,000 1,7553 3,081 -,050 -,883 1,0 7,0

OP4 455 0 5,018 5,000 1,6419 2,696 -,421 -,647 1,0 7,0

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420

Gráfico 13 - Histograma constructo OPERAT

Gráfico 14 - Diagrama de extremos e quartis constructo OPERAT

Tabela 44 - Estatísticas descritivas constructo GROWTH

N

Média Mediana Desvio

Padrão Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo

Válido Ausente

GR1 455 0 4,881 5,000 1,2815 1,642 -,099 -,193 1,0 7,0

GR2 455 0 4,648 5,000 1,3713 1,880 -,202 -,438 1,0 7,0

GR3 455 0 4,695 5,000 1,2960 1,680 -,156 -,299 1,0 7,0

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421

Gráfico 15 - Histograma constructo GROWTH

Gráfico 16 - Diagrama de extremos e quartis constructo GROWTH

Tabela 45 - Estatísticas descritivas constructo PROFIT

N Médi

a

Media

na

Desvio

Padrão

Variânc

ia

Assimetr

ia

Curtos

e

Mínim

o

Máxim

o Válid

o

Ausen

te

ROE_AVEOT 455 0 5,637

3 4,6230

20,615

08 424,981 -,249 4,803 -83,55 95,48

ROE_LYEAR

OT 455 0

4,301

6 3,0400

25,174

02 633,731 -1,471

10,00

1

-

143,75 99,34

ROA_AVE 455 0 2,581

6 1,9740

7,8654

2 61,865 ,539 8,489 -41,24 46,79

ROA_LYEAR 455 0 2,109

1 1,4440

9,7853

9 95,754 ,525 6,678 -37,86 57,83

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422

Gráfico 17 - Histograma constructo PROFIT

Gráfico 18 - Diagrama de extremos e quartis constructo PROFIT

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423

Testes e índices de avaliação da qualidade de ajustamento

Tabela 46 - Testes da família qui-quadrado

Nome Descrição Limiar de aceitação Valor

obtido

X2 (CMIN)

O teste de estatística qui-quadrado serve

para avaliar o grau de discrepância do

modelo teórico em relação aos dados

obtidos. Apesar de ser o teste que é

utilizado com maior frequência para

avaliar a qualidade de ajustamento do

modelo (Marôco, 2014, p. 44) revela ter

problemas com amostras de grande

dimensão.

• Quanto menor

melhor; p>

0.05 (Marôco,

2014, p. 55)

503,688

X2/gl

(cmin/df)

O teste de qui-quadrado ajustado ao

número de graus de liberdade é índice

que visa responder de forma

simplificada aos potenciais problemas

que o teste de qui-quadrado poderá ter

com amostras de grande dimensão.

• <5

Ajustamento

mau

• ]2;5] –

ajustamento

sofrível

• ]1; 2] –

Ajustamento

bom

• ~1 –

Ajustamento

muito bom

(Marôco,

2014, p. 55)

1,922

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424

Tabela 47 - Testes da família índices absolutos

Nome Descrição Limiar de aceitação Valor

obtido

RMR (Standartized

Root Mean Square

Residual Index)

O índice RMR analisa a diferença das médias quadradas entre as matrizes estimadas e

observadas, o que torna este índice particularmente útil para a comparação de

ajustamento entre modelos que utilizem os mesmos dados (Schumacker & Lomax,

2010, p. 87)

• < 4.0 (Hair et al.,

2010) 0.656

GFI

O índice GFI mede o total de variância e covariância da matriz observada que é prevista

pela matriz estimada, sendo que quanto maior o seu valor melhor o grau de ajustamento

(Schumacker & Lomax, 2010, pp. 86–87). De acordo com Hooper et al (Hooper,

Coughlan, & Mullen, 2008, p. 54) um limite inferior de 0.90 é aceitável.

• < 0.8 – Ajustamento

mau

• [0.8; 0,9] –

Ajustamento sofrível

• [0,9;0,95] –

Ajustamento bom

• > 0,95 –

Ajustamento muito

bom (Marôco, 2014,

p. 55)

0.919

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425

Tabela 48 - Testes da família indices relativos

Nome Descrição Limiar de aceitação Valor

obtido

Tucker–Lewis Index

(TLI)

O índice Tucker Lewis (também conhecido como índice de ajustamento não

normalizado - NNFI) permite a comparação entre modelos alternativos, ou como neste

caso, comparar o modelo proposto com um modelo nulo (Schumacker & Lomax, 2010,

p. 88).

• < 0.8 – Ajustamento

mau

• [0.8; 0,9] –

Ajustamento sofrível

• [0,9;0,95] –

Ajustamento bom

• > 0,95 –

Ajustamento muito

bom (Marôco, 2014,

p. 55)

0.968

Normed Fit Index

(NFI)

O índice de ajustamento normalizado compara um modelo constrangido com um

modelo saturado, medindo o ajustamento ao longo de uma escala de 0 a 1, sendo 1 igual

a um ajustamento perfeito (Schumacker & Lomax, 2010, pp. 88–89).

• ]0,8;0,9] –

ajustamento sofrível

• >0.9 bom

ajustamento

(Marôco, 2014, p.

48)

0.944

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426

Nome Descrição Limiar de aceitação Valor

obtido

Comparative Fit Index

(CFI)

O índice de ajustamento comparativo (CFI), e de acordo com Schumacker e Lomax

(2010, p. 89), mede o nível de melhoramento (distância) do índice não-centralidade ao

passar-se do valor registado pela matriz observada para os valores da matriz estimada.

• < 0.8 – Ajustamento

mau

• [0.8; 0,9] –

Ajustamento sofrível

• [0,9;0,95] –

Ajustamento bom

• > 0,95 –

Ajustamento muito

bom (Marôco, 2014,

pp. 48–49, 55)

0.972

AGFI

O índice AGFI serve para medir o grau de ajustamento de um modelo tendo conta o

número de variáveis e relações estabelecidas pelo mesmo, ajustando o seu resultado ao

número de graus de liberdade. (Schumacker & Lomax, 2010, p. 87)

• > 0.9 – Bom

ajustamento

(Homburg &

Baumgartner, 1996,

p. 54)

0.900

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427

Tabela 49 - Testes da família indices de parcimónia

Nome Descrição Limiar de aceitação Valor

obtido

Parcimónia CFI

De acordo com João Marôco (2014, pp. 49–50) os índices de parcimónia são calculados

sobre os índices gerais de ajustamento (CFI, GFI, NFI) com uma penalização associada

à complexidade do modelo teórico proposto. Através da análise de parcimónia pode-se

reduzir os incentivos à inclusão de mais parâmetros que acarretam a consequência

negativa de redução do grau de generalização a outras amostras. O índice de Parcimónia

CFI penaliza o índice CFI pelo rácio de parcimónia (Marôco, 2014, p. 50).

• ≤ 0.6 mau

ajustamento

• ]0,6; 0,8]

ajustamento razoável

• 0.8 bom ajustamento

(Marôco, 2014, p.

50)

0.849

Parcimónia GFI O índice de Parcimónia GFI penaliza o índice GFI pelo rácio de parcimónia (Marôco,

2014, p. 50). 0.873

Parcimónia NFI O índice de Parcimónia NFI penaliza o índice NFI pelo rácio de parcimónia (Marôco,

2014, p. 50). 0.824

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428

Tabela 50 - Testes de outros indices

Nome Descrição Limiar de aceitação Valor

obtido

RMSEA (índice de

discrepância

populacional)

O índice de discrepância populacional é útil para verificar o grau de ajustamento global

da variância e co-variância observada ao modelo estrutural proposto. De acordo com

Maroco (2014, p. 51) tem a vantagem de ser mais rigoroso com modelos complexos

do que a estatística F0 (valor mínimo do parâmetro de não-centralidade)

• 0.10 – ajustamento

inaceitável

• ]0.05; 0.10] –

ajustamento

aceitável

• ≤ 0.05 ajustamento

muito bom (Marôco,

2014, p. 55)

0.045

Qualidade de

correlação de resíduos

De acordo com Kline (2011, p. 171) a qualidade da correlação de resíduos é medida

pela diferenção entre os valores expectáveis para o modelo proposto e os valores

obtidos da análise da amostra. Caso exista um valor acima do limiar de aceitação

proposto pode-se afirmar que o modelo teórico proposto falha em explicar a variação

da correlação da amostra, o que fragiliza a fiabilidade dos resultados dele obtido.

• Um valor inferior a

10% é considerado

um bom valor

(Kline, 2011, p. 171)

4%

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429

Análise factorial e estimação do modelo

Tabela 51 - Identificação de indices de modificação elevados

M.I. Par Change

e25 ↔ e27 23,814 -,404

e24 ↔ e25 134,010 1,117

e15 ↔ e17 37,804 21,114

e15 ↔ e16 61,446 -30,106

e14 ↔ e17 68,654 -32,557

e13 ↔ OPERAT 27,414 ,249

e13 ↔ e26 28,126 ,288

e12 ↔ GROWTH 24,068 ,335

e11 ↔ e12 142,627 ,899

e8 ↔ e10 23,770 ,291

e3 ↔ e4 37,502 ,132

e2 ↔ e3 24,225 -,108

e1 ↔ e2 128,797 ,276

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430

Tabela 52 - Estimação de resultados com efeitos directos STRATA e STRATB ao constructo de

performance

Estimate S.E. C.R. P

STRATB dynamic 1,06 0,088 12,048 ***

OPERAT STRATB 0,192 0,042 4,622 ***

STRATA dynamic 0,915 0,076 12,028 ***

OPERAT dynamic 0,53 0,081 6,562 ***

PROFIT

OPERAT -0,423 0,788 -0,537 0,591

GROWTH

OPERAT 0,189 0,114 1,661 0,097

ABSORPT

dynamic 1

ADAPT

dynamic 1,011 0,082 12,403 ***

GROWTH

STRATA 0,176 0,063 2,803 0,005

PROFIT

STRATA 0,031 0,437 0,071 0,944

PROFIT

STRATB -0,088 0,418 -0,211 0,833

GROWTH

STRATB 0,151 0,06 2,53 0,011

ST4

STRATA 1

ST5

STRATA 1,012 0,029 35,062 ***

ST3

STRATA 1,284 0,041 31,228 ***

ST1

STRATA 1,175 0,045 26,129 ***

ST2

STRATB 1

ST6

STRATB 0,954 0,019 49,639 ***

ST7

STRATB 0,937 0,019 50,143 ***

AD2

ABSORPT 1

AB1

ABSORPT 1,283 0,083 15,383 ***

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431

Estimate S.E. C.R. P

AD1

ABSORPT 0,977 0,066 14,868 ***

IN3

ABSORPT 0,955 0,075 12,688 ***

IN1

ABSORPT 0,848 0,079 10,709 ***

ROA_LYEAR

PROFIT 1

ROE_LYEAROT

PROFIT 2,958 0,18 16,387 ***

ROE_AVEOT

PROFIT 1,777 0,122 14,602 ***

GR2

GROWTH 1

GR3

GROWTH 0,936 0,036 26,306 ***

GR1

GROWTH 0,914 0,035 25,799 ***

AD3

ADAPT 1

AD4

ADAPT 0,975 0,045 21,768 ***

AB4

ADAPT 0,945 0,044 21,3 ***

OP4

OPERAT 1

OP3

OPERAT 0,797 0,074 10,702 ***

OP1

OPERAT 1,178 0,105 11,199 ***

OP2

OPERAT 1,218 0,111 10,932 ***

Tabela 53 - Estimação do modelo sem variáveis de controlo

Estimate S.E. C.R. P

STRATB dynamic 1,060 ,088 12,040 ***

OPERAT STRATB ,199 ,041 4,802 ***

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432

Estimate S.E. C.R. P

STRATA dynamic ,915 ,076 12,026 ***

OPERAT dynamic ,534 ,081 6,625 ***

PROFIT OPERAT -,461 ,604 -,763 ,446

GROWTH OPERAT ,392 ,092 4,250 ***

ABSORPT dynamic 1,000

ADAPT dynamic 1,013 ,082 12,412 ***

GROWTH STRATA ,175 ,064 2,746 ,006

PROFIT STRATA -,004 ,438 -,009 ,993

ST4 STRATA 1,000

ST5 STRATA 1,012 ,029 35,064 ***

ST3 STRATA 1,283 ,041 31,235 ***

ST1 STRATA 1,175 ,045 26,146 ***

ST2 STRATB 1,000

ST6 STRATB ,954 ,019 49,634 ***

ST7 STRATB ,937 ,019 50,145 ***

AD2 ABSORPT 1,000

AB1 ABSORPT 1,283 ,083 15,371 ***

AD1 ABSORPT ,978 ,066 14,865 ***

IN3 ABSORPT ,955 ,075 12,681 ***

IN1 ABSORPT ,850 ,079 10,723 ***

ROA_LYEAR PROFIT 1,000

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433

Estimate S.E. C.R. P

ROE_LYEAROT PROFIT 2,959 ,181 16,381 ***

ROE_AVEOT PROFIT 1,777 ,122 14,599 ***

GR2 GROWTH 1,000

GR3 GROWTH ,938 ,036 26,292 ***

GR1 GROWTH ,914 ,036 25,712 ***

AD3 ADAPT 1,000

AD4 ADAPT ,975 ,045 21,774 ***

AB4 ADAPT ,945 ,044 21,303 ***

OP4 OPERAT 1,000

OP3 OPERAT ,800 ,074 10,757 ***

OP1 OPERAT 1,167 ,104 11,200 ***

OP2 OPERAT 1,210 ,111 10,926 ***

Tabela 54 - Estimação de modelo com variáveis de controlo

Estimate S.E. C.R. P

STRATB dynamic 1,082 ,089 12,102 ***

OPERAT STRATB ,195 ,042 4,696 ***

STRATA dynamic ,939 ,078 12,105 ***

OPERAT dynamic ,539 ,082 6,597 ***

PROFIT OPERAT -,489 ,598 -,817 ,414

GROWTH OPERAT ,291 ,088 3,291 ***

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434

Estimate S.E. C.R. P

ABSORPT dynamic 1,000

ADAPT dynamic 1,036 ,083 12,471 ***

GROWTH STRATA ,094 ,061 1,541 ,123

PROFIT STRATA ,002 ,433 ,004 ,997

PROFIT Year ,026 ,012 2,256 ,024

GROWTH Year ,004 ,002 2,353 ,019

PROFIT Rev_Sblank ,000 ,000 1,681 ,093

GROWTH Rev_Sblank ,000 ,000 2,228 ,026

GROWTH Emp ,000 ,000 -2,054 ,040

GROWTH CONTROL_DESINV ,670 ,120 5,603 ***

ST4 STRATA 1,000

ST5 STRATA 1,012 ,029 35,067 ***

ST3 STRATA 1,283 ,041 31,254 ***

ST1 STRATA 1,175 ,045 26,144 ***

ST2 STRATB 1,000

ST6 STRATB ,954 ,019 49,623 ***

ST7 STRATB ,937 ,019 50,160 ***

AD2 ABSORPT 1,000

AB1 ABSORPT 1,287 ,084 15,382 ***

AD1 ABSORPT ,975 ,066 14,839 ***

IN3 ABSORPT ,953 ,075 12,648 ***

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435

Estimate S.E. C.R. P

IN1 ABSORPT ,849 ,079 10,717 ***

ROA_LYEAR PROFIT 1,000

ROE_LYEAROT PROFIT 2,984 ,181 16,476 ***

ROE_AVEOT PROFIT 1,780 ,122 14,600 ***

GR2 GROWTH 1,000

GR3 GROWTH ,945 ,036 26,283 ***

GR1 GROWTH ,916 ,036 25,521 ***

AD3 ADAPT 1,000

AD4 ADAPT ,975 ,045 21,775 ***

AB4 ADAPT ,946 ,044 21,359 ***

OP4 OPERAT 1,000

OP3 OPERAT ,800 ,074 10,755 ***

OP1 OPERAT 1,174 ,105 11,216 ***

OP2 OPERAT 1,212 ,111 10,929 ***

Tabela 55 - Efeitos indirectos da variável de mediação

dynami

c

STRAT

B

OPERA

T

ADAP

T

GROWT

H

PROFI

T

ABSORP

T

STRATB ... ... ... ... ... ... ...

OPERAT ,015 ... ... ... ... ... ...

ADAPT ... ... ... ... ... ... ...

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436

dynami

c

STRAT

B

OPERA

T

ADAP

T

GROWT

H

PROFI

T

ABSORP

T

GROWTH ,006 ,006 ... ... ... ... ...

PROFIT ,811 ,546 ... ... ... ... ...

ABSORPT ... ... ... ... ... ... ...

OP2 ,005 ,011 ... ... ... ... ...

OP1 ,006 ,015 ... ... ... ... ...

OP3 ,006 ,012 ... ... ... ... ...

OP4 ,007 ,017 ... ... ... ... ...

AB4 ,005 ... ... ... ... ... ...

AD4 ,009 ... ... ... ... ... ...

AD3 ,004 ... ... ... ... ... ...

GR1 ,004 ,006 ,006 ... ... ... ...

GR3 ,005 ,005 ,005 ... ... ... ...

GR2 ,006 ,006 ,005 ... ... ... ...

ROE_AVEOT ,750 ,496 ,709 ... ... ... ...

ROE_LYEARO

T ,832 ,600 ,831 ... ... ... ...

ROA_LYEAR ,811 ,546 ,729 ... ... ... ...

IN1 ,004 ... ... ... ... ... ...

IN3 ,003 ... ... ... ... ... ...

AD1 ,003 ... ... ... ... ... ...

AB1 ,005 ... ... ... ... ... ...

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437

dynami

c

STRAT

B

OPERA

T

ADAP

T

GROWT

H

PROFI

T

ABSORP

T

AD2 ... ... ... ... ... ... ...

ST7 ,007 ... ... ... ... ... ...

ST6 ,006 ... ... ... ... ... ...

ST2 ,007 ... ... ... ... ... ...

Tabela 56 - Efeitos de moderação volatilidade do ambiente e sem variáveis de controlo

MKTDYN_LOW MKTDYN_HIGH

z-score Estimate P Estimate P

STRATB

ABSORPT 0,846 0,000 0,963 0,000 0,681

STRATB

ADAPT 0,171 0,024 0,280 0,000 0,971

OPERAT

STRATB 0,123 0,044 0,206 0,002 0,906

STRATA

ABSORPT 0,458 0,000 0,515 0,000 0,461

OPERAT

ABSORPT 0,337 0,001 0,456 0,000 0,779

STRATA

ADAPT 0,368 0,000 0,495 0,000 1,306

OPERAT

ADAPT 0,154 0,005 0,237 0,000 0,975

PROFIT

OPERAT -0,405 0,560 -1,088 0,323 -0,524

GROWTH

OPERAT 0,747 0,000 0,359 0,010 -1,530

GROWTH

STRATA 0,128 0,264 0,156 0,123 0,183

PROFIT

STRATA 0,173 0,716 0,373 0,651 0,209

ST5

STRATA 1,047 0,000 0,979 0,000 -0,887

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438

ST3

STRATA 1,358 0,000 1,212 0,000 -1,288

ST1

STRATA 1,269 0,000 1,194 0,000 -0,612

ST6

STRATB 0,926 0,000 0,917 0,000 -0,206

ST7

STRATB 0,903 0,000 0,930 0,000 0,593

AB1

ABSORPT 1,150 0,000 1,337 0,000 0,979

AD1

ABSORPT 0,979 0,000 1,002 0,000 0,156

IN3

ABSORPT 0,918 0,000 1,109 0,000 1,053

IN1

ABSORPT 0,902 0,000 0,631 0,000 -1,443

ROA_AVE

PROFIT 0,751 0,000 0,681 0,000 -0,856

ROE_LYEAROT

PROFIT 4,565 0,000 2,805 0,000 -2,288**

ROE_AVEOT

PROFIT 2,772 0,000 1,430 0,000 -

2,913***

GR3

GROWTH 0,953 0,000 0,872 0,000 -0,959

GR1

GROWTH 0,859 0,000 0,878 0,000 0,223

AD4

ADAPT 0,918 0,000 1,058 0,000 1,186

AB4

ADAPT 0,736 0,000 1,067 0,000 2,89***

OP3

OPERAT 0,811 0,000 0,856 0,000 0,233

OP1

OPERAT 1,335 0,000 1,070 0,000 -0,874

OP2

OPERAT 1,456 0,000 1,149 0,000 -0,936

Notes: *** p-value < 0.01; ** p-value < 0.05; * p-value < 0.10

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439

Tabela 57 - Efeitos de moderação da natureza dos recursos em Design e sem variáveis de controlo

DESRES_INT DESRES_OTH

Estimate P Estimate P z-score

STRATB

ABSORPT 0,675 0,000 0,924 0,000 1,759*

STRATB

ADAPT 0,291 0,000 0,122 0,050 -1,843*

OPERAT

STRATB 0,210 0,004 0,214 0,000 0,051

STRATA

ABSORPT 0,440 0,000 0,498 0,000 0,571

OPERAT

ABSORPT 0,346 0,000 0,317 0,000 -0,233

STRATA

ADAPT 0,397 0,000 0,408 0,000 0,143

OPERAT

ADAPT 0,225 0,000 0,099 0,015 -1,694*

PROFIT

OPERAT 0,477 0,624 -0,675 0,370 -0,936

GROWTH

OPERAT 0,326 0,032 0,397 0,000 0,372

GROWTH

STRATA 0,274 0,033 0,154 0,024 -0,823

PROFIT

STRATA -1,675 0,053 0,697 0,149 2,39**

ST5

STRATA 1,035 0,000 0,996 0,000 -0,545

ST3

STRATA 1,338 0,000 1,245 0,000 -0,915

ST1

STRATA 1,229 0,000 1,147 0,000 -0,727

ST6

STRATB 0,992 0,000 0,931 0,000 -1,398

ST7

STRATB 1,003 0,000 0,898 0,000 -

2,786***

AB1

ABSORPT 1,244 0,000 1,285 0,000 0,231

AD1

ABSORPT 1,147 0,000 0,798 0,000 -2,459**

IN3

ABSORPT 0,860 0,000 1,027 0,000 1,106

IN1

ABSORPT 0,792 0,000 0,779 0,000 -0,082

ROA_AVE

PROFIT 0,805 0,000 0,721 0,000 -1,115

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440

ROE_LYEAROT

PROFIT 3,118 0,000 2,838 0,000 -0,673

ROE_AVEOT

PROFIT 1,670 0,000 1,841 0,000 0,645

GR3

GROWTH 0,887 0,000 0,976 0,000 1,231

GR1

GROWTH 0,834 0,000 0,969 0,000 1,863*

AD4

ADAPT 1,005 0,000 0,942 0,000 -0,685

AB4

ADAPT 1,048 0,000 0,861 0,000 -2,097**

OP3

OPERAT 0,772 0,000 0,784 0,000 0,071

OP1

OPERAT 1,059 0,000 1,283 0,000 0,943

OP2 OPERAT 1,077 0,000 1,336 0,000 1,037

Notes: *** p-value < 0.01; ** p-value < 0.05; * p-value < 0.10

Estimação de efeitos por indicadores

Tabela 58 – Níveis de significância dos efeitos das variáveis de controlo

Estimate S.E. C.R. P

PROFIT

Year 0,024 0,012 2,086 0,037

GROWTH

Year 0,003 0,002 1,968 0,049

PROFIT

Rev_Sblank 0 0 1,925 0,054

GROWTH

Rev_Sblank 0 0 2,263 0,024

GROWTH

Emp 0 0 -2,136 0,033

PROFIT

Emp -0,001 0,001 -0,654 0,513

GROWTH

CONTROL_DESINV 0,68 0,107 6,378 ***

PROFIT

CONTROL_COUNTRY 0,068 0,332 0,206 0,837

GROWTH

CONTROL_COUNTRY -0,004 0,046 -0,079 0,937

PROFIT

CONTROL_REPORT 1,058 0,961 1,101 0,271

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441

Estimate S.E. C.R. P

GROWTH

CONTROL_REPORT 0,215 0,132 1,628 0,104

GROWTH

CONTROL_CEO 0,053 0,107 0,492 0,623

PROFIT

CONTROL_CEO -0,666 0,781 -0,852 0,394

GROWTH

CONTROL_SECTOR 0,03 0,023 1,284 0,199

PROFIT

CONTROL_SECTOR 0,113 0,17 0,666 0,505

PROFIT

CONTROL_DESINV 1,206 0,769 1,569 0,117

Tabela 59 - Comparação dos efeitos sobre os indicadores capacidades operacionais com efeito de

moderação contratação externa de Design

Estima

te S.E. C.R. P Estima

te S.E. C.R. P

GR

2

OP

2

0,09

7

0,0

53

1,8

28

0,0

67 GR

2

OP

2

0,63

3

0,1

68 3,78 ***

GR

1

OP

2

0,07

5

0,0

49

1,5

12

0,1

3 GR

1

OP

2

0,33

2

0,1

66

1,99

7

0,0

46

GR

3

OP

2 0,07

0,0

5

1,4

04

0,1

6 GR

3

OP

2

0,56

4

0,1

85

3,04

8

0,0

02

GR

1

OP

1

0,10

4

0,0

55

1,8

91

0,0

59 GR

1

OP

1

0,56

5

0,2

55

2,21

8

0,0

27

GR

2

OP

1

0,12

7

0,0

59

2,1

59

0,0

31 GR

2

OP

1

0,37

2

0,2

57

1,44

6

0,1

48

GR

3

OP

1

0,12

5

0,0

56

2,2

45

0,0

25 GR

3

OP

1

0,24

7

0,2

84

0,87

1

0,3

84

GR

1

OP

3 0,02

0,0

44

0,4

53

0,6

51 GR

1

OP

3

-

0,087

0,1

44

-

0,604

0,5

46

GR

2

OP

3

0,04

1

0,0

47

0,8

67

0,3

86 GR

2

OP

3

-

0,05

0,1

45

-

0,345

0,7

3

GR

3

OP

3

-

0,017

0,0

45

-

0,387

0,6

99 GR

3

OP

3

0,16

3

0,1

61

1,01

4

0,3

11

GR

3

OP

4

0,11

2

0,0

51

2,1

98

0,0

28 GR

3

OP

4

-

0,385

0,1

98

-

1,942

0,0

52

GR

1

OP

4

0,10

1

0,0

5

1,9

93

0,0

46 GR

1

OP

4

-

0,039

0,1

78

-

0,219

0,8

26

GR

2

OP

4

0,04

5

0,0

54

0,8

23

0,4

1 GR

2

OP

4

-

0,156

0,1

79

-

0,869

0,3

85

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442

Estimação de efeitos por sectores de actividade

Nota: Não foi possível ao autor estimar os resultados para todos os diferentes sectores industrias por não haver em alguns casos número de

respostas suficientes que permitissem essa estimação. Na realidade o único sector para o qual não foi possível realizar a estimação foi o relativo a

Actividades de Design e Arquitectura por não haver número de respostas suficientes para permitir o cálculo desses dados (N=32). Adicionalmente, e

para facilitar a leitura dos resultados e maximização da análise optou-se por eliminar o construto de 2ª ordem “Capacidades Dinâmicas” deste

modelo, permitindo desta forma distinguir e comparar os efeitos de cada dimensão (Absoprt e ADAPT) nas diferentes variaveis teóricas

consideradas no modelo e para cada grupo de sectores industriais.

Tabela 60 - Efeitos por sector de actividade industrial

TEXTEIS

SERVIÇOS DE

COMPUTAÇÃO

OUTROS

SECTORES ELECTRÓNICA CERÂMICA MOBILIÁRIO MOBILIDADE TODOS

Esti

mate P

Esti

mate P

Est

imate P

Estim

ate P

Esti

mate P

Esti

mate P

Esti

mate P

Esti

mate P

STRATB <--- ABSORPT 1,41 **

* 0,869 ***

0,4

87

**

* 0,359

0,0

15 0,806

**

* 0,898

**

* 0,976

**

* 0,862

**

*

STRATB <--- ADAPT -

0,125

0,

262 0,251

0,02

4

0,0

76

0,

498 0,443 *** 0,035

0,

821 0,254

0,

02 0,359

0,

001 0,178

**

*

OPERAT <--- STRATB 0,301 0,

018 0,175

0,02

9

-

0,038

0,

483 0,42 *** 0,168

0,

071 0,063

0,

47 0,152

0,

494 0,215

**

*

STRATA <--- ABSORPT 0,748 **

* 0,484 ***

0,3

06

**

* 0,292

0,0

22 0,668

**

* 0,264

0,

005 0,976

0,

003 0,481

**

*

OPERAT <--- ABSORPT 0,136 0,

432 0,544 ***

0,0

77

0,

376 0,58 *** 0,191

0,

143 0,287

0,

075 0,646

0,

083 0,354

**

*

STRATA <--- ADAPT 0,203 0,

026 0,562 ***

0,1

6

0,

049 0,697 *** 0,266

0,

038 0,379

**

* 0,129

0,

339 0,401

**

*

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443

TEXTEIS

SERVIÇOS DE

COMPUTAÇÃO

OUTROS

SECTORES ELECTRÓNICA CERÂMICA MOBILIÁRIO MOBILIDADE TODOS

OPERAT <--- ADAPT 0,144 0,

052 0,243

0,00

6

0,1

48

0,

339

-

0,058

0,5

31 0,101

0,

222 0,208

0,

033

-

0,031

0,

802 0,136

**

*

PROFIT <--- OPERAT 0,592 0,

638

-

0,766

0,52

3

13,

147

0,

368 1,689

0,2

48 0,668

0,

666

-

0,352

0,

722

-

2,628

0,

183

-

0,453

0,

441

GROWTH <--- OPERAT 0,166 0,

478 0,117

0,44

3

4,0

63

0,

34

-

0,106

0,5

13 1,04

0,

023 0,867

0,

06 0,833

0,

03 0,39

**

*

GROWTH <--- STRATA 0,503 0,

001 0,221

0,07

4

-

0,695

0,

007 0,253

0,0

48

-

0,067

0,

639 0,21

0,

375 0,154

0,

374 0,182

0,

003

PROFIT <--- STRATA -

0,529

0,

51 0,537

0,57

7

-

3,952

0,

038

-

1,396

0,2

18

-

1,054

0,

244 0,363

0,

586 0,302

0,

788

-

0,014

0,

975

ST5 <--- STRATA 1,005 **

* 1,037 ***

1,2

13

**

* 0,982 *** 0,955

**

* 1,219

**

* 0,901

**

* 1,012

**

*

ST3 <--- STRATA 1,316 **

* 1,231 ***

1,5

85

**

* 1,202 *** 1,263

**

* 1,529

**

* 1,312

**

* 1,283

**

*

ST1 <--- STRATA 1,157 **

* 1,19 ***

1,2

11

**

* 0,943 *** 1,177

**

* 1,496

**

* 1,209

**

* 1,175

**

*

ST6 <--- STRATB 0,944 **

* 0,905 ***

1,2

49

**

* 0,999 *** 0,946

**

* 0,916

**

* 0,902

**

* 0,954

**

*

ST7 <--- STRATB 0,895 **

* 0,878 ***

1,2

16

**

* 0,935 *** 0,857

**

* 0,924

**

* 0,963

**

* 0,937

**

*

AB1 <--- ABSORPT 1,39 **

* 1,274 ***

1,0

13

**

* 1,684 *** 1,107

**

* 1,244

**

* 1,57

**

* 1,291

**

*

AD1 <--- ABSORPT 0,819 **

* 1,053 ***

0,7

35

**

* 0,954 *** 1,092

**

* 0,851

**

* 0,967

**

* 0,921

**

*

IN3 <--- ABSORPT 1,367 **

* 1,16 ***

0,3

96

0,

005 1,131 *** 0,996

**

* 0,652

**

* 0,991

0,

001 0,979

**

*

IN1 <--- ABSORPT 0,782 **

* 0,535 ***

0,7

05

**

* 1,043 *** 1,202

**

* 0,72

**

* 0,9

0,

015 0,79

**

*

ROE_LYE

AROT <--- PROFIT 2,589

**

* 2,538 ***

2,2

33

**

* 2,329 *** 1,926

0,

054 9,263

**

* 2,979

**

* 2,958

**

*

ROE_AVE

OT <--- PROFIT 1,82

**

* 1,41 ***

1,5

73

**

* 1,785 *** 0,379

0,

345 4,607

**

* 1,383

0,

004 1,777

**

*

GR3 <--- GROWTH 1,143 **

* 0,88 ***

1,0

64

**

* 0,845 *** 0,738

**

* 1,025

**

* 0,987

**

* 0,938

**

*

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444

TEXTEIS

SERVIÇOS DE

COMPUTAÇÃO

OUTROS

SECTORES ELECTRÓNICA CERÂMICA MOBILIÁRIO MOBILIDADE TODOS

GR1 <--- GROWTH 1,04 **

* 0,908 ***

1,0

4

**

* 1,023 *** 0,846

**

* 0,793

**

* 0,947

**

* 0,914

**

*

AD4 <--- ADAPT 0,934 **

* 1,16 ***

1,0

29

**

* 1,021 *** 0,975

**

* 0,873

**

* 0,683

**

* 0,98

**

*

AB4 <--- ADAPT 1,031 **

* 1,135 ***

1,0

92

**

* 1,02 *** 0,535

**

* 0,661

**

* 0,959

**

* 0,944

**

*

OP3 <--- OPERAT 1,115 0,

002 0,774 ***

0,1

54

0,

892 0,832 *** 0,646

0,

057 0,732

0,

002 1,462

**

* 0,796

**

*

OP1 <--- OPERAT 1,458 0,

002 1,13 ***

1,2

15

0,

383 0,98 *** 2,096

0,

005 1,086

0,

016 1,285

0,

005 1,175

**

*

OP2 <--- OPERAT 1,173 0,

003 1,103 ***

0,7

51

0,

485 1,297 *** 2,119

0,

005 1,497

0,

01 1,053

0,

017 1,224

**

*

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445

Tabela 61 - Estimação do modelo para o sector textil

Estimate S.E. C.R. P

STRATB ABSORPT 1,410 ,305 4,629 ***

STRATB ADAPT -,125 ,112 -1,120 ,263

OPERAT STRATB ,301 ,128 2,354 ,019

STRATA ABSORPT ,748 ,203 3,687 ***

OPERAT ABSORPT ,136 ,173 ,785 ,432

STRATA ADAPT ,203 ,091 2,223 ,026

OPERAT ADAPT ,144 ,074 1,945 ,052

PROFIT OPERAT ,592 1,259 ,470 ,638

GROWTH OPERAT ,166 ,234 ,708 ,479

GROWTH STRATA ,503 ,157 3,203 ,001

PROFIT STRATA -,529 ,804 -,658 ,511

ST4 STRATA 1,000

ST5 STRATA 1,005 ,089 11,333 ***

ST3 STRATA 1,316 ,115 11,395 ***

ST1 STRATA 1,157 ,125 9,273 ***

ST2 STRATB 1,000

ST6 STRATB ,944 ,027 34,837 ***

ST7 STRATB ,895 ,046 19,272 ***

AD2 ABSORPT 1,000

AB1 ABSORPT 1,390 ,283 4,911 ***

AD1 ABSORPT ,819 ,199 4,117 ***

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446

Estimate S.E. C.R. P

IN3 ABSORPT 1,367 ,286 4,777 ***

IN1 ABSORPT ,782 ,236 3,317 ***

ROA_LYEAR PROFIT 1,000

ROE_LYEAROT PROFIT 2,589 ,527 4,912 ***

ROE_AVEOT PROFIT 1,820 ,387 4,698 ***

GR2 GROWTH 1,000

GR3 GROWTH 1,143 ,127 9,023 ***

GR1 GROWTH 1,040 ,116 8,955 ***

AD3 ADAPT 1,000

AD4 ADAPT ,934 ,113 8,234 ***

AB4 ADAPT 1,031 ,093 11,054 ***

OP4 OPERAT 1,000

OP3 OPERAT 1,115 ,362 3,080 ,002

OP1 OPERAT 1,458 ,468 3,114 ,002

OP2 OPERAT 1,173 ,398 2,949 ,003

Tabela 62 - Estimação do modelo para o sector da cerâmica

Estimate S.E. C.R. P

STRATB ABSORPT ,806 ,225 3,582 ***

STRATB ADAPT ,035 ,155 ,227 ,821

OPERAT STRATB ,168 ,093 1,804 ,071

STRATA ABSORPT ,668 ,191 3,505 ***

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447

Estimate S.E. C.R. P

OPERAT ABSORPT ,191 ,130 1,465 ,143

STRATA ADAPT ,266 ,128 2,076 ,038

OPERAT ADAPT ,101 ,082 1,220 ,222

PROFIT OPERAT ,668 1,548 ,432 ,666

GROWTH OPERAT 1,040 ,458 2,271 ,023

GROWTH STRATA -,067 ,143 -,468 ,640

PROFIT STRATA -1,054 ,906 -1,164 ,244

ST4 STRATA 1,000

ST5 STRATA ,955 ,088 10,836 ***

ST3 STRATA 1,263 ,118 10,674 ***

ST1 STRATA 1,177 ,135 8,701 ***

ST2 STRATB 1,000

ST6 STRATB ,946 ,054 17,438 ***

ST7 STRATB ,857 ,064 13,426 ***

AD2 ABSORPT 1,000

AB1 ABSORPT 1,107 ,228 4,857 ***

AD1 ABSORPT 1,092 ,202 5,414 ***

IN3 ABSORPT ,996 ,258 3,859 ***

IN1 ABSORPT 1,202 ,265 4,542 ***

ROA_LYEAR PROFIT 1,000

ROE_LYEAROT PROFIT 1,926 1,001 1,924 ,054

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448

Estimate S.E. C.R. P

ROE_AVEOT PROFIT ,379 ,402 ,943 ,346

GR2 GROWTH 1,000

GR3 GROWTH ,738 ,125 5,887 ***

GR1 GROWTH ,846 ,134 6,313 ***

AD3 ADAPT 1,000

AD4 ADAPT ,975 ,215 4,537 ***

AB4 ADAPT ,535 ,161 3,317 ***

OP4 OPERAT 1,000

OP3 OPERAT ,646 ,339 1,904 ,057

OP1 OPERAT 2,096 ,739 2,837 ,005

OP2 OPERAT 2,119 ,748 2,833 ,005

Tabela 63 - Estimação do modelo para os sectores da consultoria e programação informática

Estimate S.E. C.R. P

STRATB ABSORPT ,869 ,162 5,355 ***

STRATB ADAPT ,251 ,111 2,252 ,024

OPERAT STRATB ,175 ,080 2,177 ,030

STRATA ABSORPT ,484 ,114 4,232 ***

OPERAT ABSORPT ,544 ,152 3,594 ***

STRATA ADAPT ,562 ,099 5,701 ***

OPERAT ADAPT ,243 ,088 2,752 ,006

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449

Estimate S.E. C.R. P

PROFIT OPERAT -,766 1,202 -,638 ,524

GROWTH OPERAT ,117 ,153 ,767 ,443

GROWTH STRATA ,221 ,124 1,788 ,074

PROFIT STRATA ,537 ,964 ,557 ,577

ST4 STRATA 1,000

ST5 STRATA 1,037 ,056 18,607 ***

ST3 STRATA 1,231 ,091 13,510 ***

ST1 STRATA 1,190 ,101 11,780 ***

ST2 STRATB 1,000

ST6 STRATB ,905 ,045 20,304 ***

ST7 STRATB ,878 ,040 21,926 ***

AD2 ABSORPT 1,000

AB1 ABSORPT 1,274 ,184 6,915 ***

AD1 ABSORPT 1,053 ,148 7,101 ***

IN3 ABSORPT 1,160 ,182 6,367 ***

IN1 ABSORPT ,535 ,159 3,363 ***

ROA_LYEAR PROFIT 1,000

ROE_LYEAROT PROFIT 2,538 ,328 7,749 ***

ROE_AVEOT PROFIT 1,410 ,215 6,553 ***

GR2 GROWTH 1,000

GR3 GROWTH ,880 ,072 12,292 ***

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450

Estimate S.E. C.R. P

GR1 GROWTH ,908 ,072 12,558 ***

AD3 ADAPT 1,000

AD4 ADAPT 1,160 ,115 10,089 ***

AB4 ADAPT 1,135 ,112 10,115 ***

OP4 OPERAT 1,000

OP3 OPERAT ,774 ,131 5,888 ***

OP1 OPERAT 1,130 ,194 5,818 ***

OP2 OPERAT 1,103 ,199 5,535 ***

Tabela 64 - Estimação do modelo para o sector da mobilidade

Estimate S.E. C.R. P

STRATB ABSORPT ,976 ,278 3,517 ***

STRATB ADAPT ,359 ,113 3,175 ,001

OPERAT STRATB ,152 ,223 ,683 ,495

STRATA ABSORPT ,976 ,327 2,984 ,003

OPERAT ABSORPT ,646 ,373 1,731 ,083

STRATA ADAPT ,129 ,135 ,956 ,339

OPERAT ADAPT -,031 ,125 -,251 ,802

PROFIT OPERAT -2,628 1,975 -1,330 ,183

GROWTH OPERAT ,833 ,384 2,167 ,030

GROWTH STRATA ,154 ,174 ,889 ,374

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451

Estimate S.E. C.R. P

PROFIT STRATA ,302 1,123 ,269 ,788

ST4 STRATA 1,000

ST5 STRATA ,901 ,108 8,379 ***

ST3 STRATA 1,312 ,170 7,722 ***

ST1 STRATA 1,209 ,185 6,536 ***

ST2 STRATB 1,000

ST6 STRATB ,902 ,075 12,067 ***

ST7 STRATB ,963 ,043 22,400 ***

AD2 ABSORPT 1,000

AB1 ABSORPT 1,570 ,421 3,731 ***

AD1 ABSORPT ,967 ,245 3,947 ***

IN3 ABSORPT ,991 ,304 3,261 ,001

IN1 ABSORPT ,900 ,369 2,436 ,015

ROA_LYEAR PROFIT 1,000

ROE_LYEAROT PROFIT 2,979 ,700 4,256 ***

ROE_AVEOT PROFIT 1,383 ,481 2,873 ,004

GR2 GROWTH 1,000

GR3 GROWTH ,987 ,134 7,394 ***

GR1 GROWTH ,947 ,106 8,938 ***

AD3 ADAPT 1,000

AD4 ADAPT ,683 ,140 4,892 ***

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452

Estimate S.E. C.R. P

AB4 ADAPT ,959 ,136 7,038 ***

OP4 OPERAT 1,000

OP3 OPERAT 1,462 ,415 3,523 ***

OP1 OPERAT 1,285 ,456 2,820 ,005

OP2 OPERAT 1,053 ,441 2,390 ,017

Tabela 65 - Estimação do modelo para outros sectores de produção industrial

Estimate S.E. C.R. P

STRATB ABSORPT ,487 ,130 3,754 ***

STRATB ADAPT ,076 ,112 ,678 ,498

OPERAT STRATB -,038 ,055 -,701 ,483

STRATA ABSORPT ,306 ,089 3,426 ***

OPERAT ABSORPT ,077 ,087 ,885 ,376

STRATA ADAPT ,160 ,081 1,968 ,049

OPERAT ADAPT ,148 ,155 ,955 ,340

PROFIT OPERAT 13,147 14,610 ,900 ,368

GROWTH OPERAT 4,063 4,263 ,953 ,341

GROWTH STRATA -,695 ,258 -2,692 ,007

PROFIT STRATA -3,952 1,906 -2,074 ,038

ST4 STRATA 1,000

ST5 STRATA 1,213 ,147 8,277 ***

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453

Estimate S.E. C.R. P

ST3 STRATA 1,585 ,226 7,028 ***

ST1 STRATA 1,211 ,210 5,763 ***

ST2 STRATB 1,000

ST6 STRATB 1,249 ,159 7,878 ***

ST7 STRATB 1,216 ,138 8,797 ***

AD2 ABSORPT 1,000

AB1 ABSORPT 1,013 ,148 6,833 ***

AD1 ABSORPT ,735 ,149 4,948 ***

IN3 ABSORPT ,396 ,141 2,807 ,005

IN1 ABSORPT ,705 ,154 4,586 ***

ROA_LYEAR PROFIT 1,000

ROE_LYEAROT PROFIT 2,233 ,191 11,688 ***

ROE_AVEOT PROFIT 1,573 ,250 6,288 ***

GR2 GROWTH 1,000

GR3 GROWTH 1,064 ,137 7,790 ***

GR1 GROWTH 1,040 ,152 6,857 ***

AD3 ADAPT 1,000

AD4 ADAPT 1,029 ,145 7,104 ***

AB4 ADAPT 1,092 ,129 8,469 ***

OP4 OPERAT 1,000

OP3 OPERAT ,154 1,132 ,136 ,892

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454

Estimate S.E. C.R. P

OP1 OPERAT 1,215 1,393 ,872 ,383

OP2 OPERAT ,751 1,076 ,698 ,485

Tabela 66 - Estimação do modelo para o sector da electrónica

Estimate S.E. C.R. P

ROA_AVE IN3 ,755 1,000 ,754 ,451

ROE_AVEOT IN3 -,141 2,214 -,064 ,949

GR1 IN3 -,094 ,126 -,744 ,457

ROE_AVEOT IN1 1,912 1,702 1,124 ,261

ROA_AVE IN1 ,883 ,769 1,148 ,251

GR1 IN1 ,393 ,097 4,054 ***

ROE_AVEOT AD4 -,923 2,640 -,350 ,727

ROA_AVE AD4 -,354 1,193 -,297 ,766

GR1 AB4 -,010 ,125 -,078 ,938

GR1 AD4 ,048 ,150 ,316 ,752

ROE_AVEOT AB4 -1,785 2,196 -,813 ,416

ROA_AVE AB4 -1,183 ,992 -1,192 ,233

GR2 IN1 ,315 ,101 3,109 ,002

GR3 IN1 ,258 ,091 2,842 ,004

GR2 IN3 -,075 ,132 -,570 ,569

GR3 IN3 -,065 ,118 -,547 ,584

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455

Estimate S.E. C.R. P

GR2 AD4 ,181 ,157 1,153 ,249

GR3 AD4 ,005 ,141 ,034 ,973

GR2 AB4 -,055 ,131 -,421 ,674

GR3 AB4 ,118 ,117 1,003 ,316

Tabela 67 - Estimação do modelo para o sector do mobiliário

Estimate S.E. C.R. P

ROA_AVE IN3 -,455 ,400 -1,138 ,255

ROE_AVEOT IN3 -1,850 2,169 -,853 ,394

GR1 IN3 ,043 ,114 ,376 ,707

ROE_AVEOT IN1 2,242 1,866 1,201 ,230

ROA_AVE IN1 ,096 ,344 ,280 ,780

GR1 IN1 ,253 ,098 2,585 ,010

ROE_AVEOT AD4 1,059 2,397 ,442 ,659

ROA_AVE AD4 ,987 ,442 2,232 ,026

GR1 AB4 ,210 ,118 1,773 ,076

GR1 AD4 ,239 ,126 1,904 ,057

ROE_AVEOT AB4 -,369 2,258 -,163 ,870

ROA_AVE AB4 -,449 ,417 -1,078 ,281

GR2 IN1 ,164 ,106 1,541 ,123

GR3 IN1 ,319 ,100 3,205 ,001

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456

Estimate S.E. C.R. P

GR2 IN3 ,148 ,124 1,195 ,232

GR3 IN3 ,056 ,116 ,482 ,630

GR2 AD4 ,268 ,137 1,959 ,050

GR3 AD4 ,334 ,128 2,610 ,009

GR2 AB4 ,199 ,129 1,546 ,122

GR3 AB4 ,164 ,121 1,358 ,174

Tabela 68 - Resultados da regressão multivariada das variáveis ST4 e ST5 sobre os items do constructo de

capacidades de inovação

Estimate S.E. C.R. P

IN3 ST4 ,436 ,045 9,600 ***

IN2 ST4 ,288 ,049 5,939 ***

IN1 ST4 ,358 ,051 7,074 ***

IN3 ST5 ,365 ,043 8,444 ***

IN2 ST5 ,280 ,045 6,210 ***

IN1 ST5 ,315 ,048 6,630 ***

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457

ANEXOS II

Carta de apoio questionário

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458

Indice de validade de conteudo

Primeira carta convite para o painel de especialistas

Dear Professor x,

I am a doctoral candidate of the Design program at the University of Lisbon and

I’m currently developing an instrument to measure the importance of design capabilities

for the organization’s economic performance. As more authors regard design as an

enabler of innovation and a strategic resource at the disposal of the organization, the need

for reliable and valid measures for design capabilities have greater significance for both

strategic management and design scholars. You are asked to serve as a content expert

because of your expertise in (alterado de acordo com o currículo do especialista

contactado)

Your participation in the instrument review process is valuable as a preliminary

step to future studies that investigate strategies for the further exploitation of design as a

dynamic capability at the disposal of the organization to build or maintain competitive

advantages. On the attached form you are asked to judge how representative items are of

the content domain for each of the constructs. Providing revisions related to

representativeness, the dimension of each item, and clarity will be useful in refining the

instrument.

I sincerely hope that you will consider participating in this important stage of my

PhD. research process. Thank you in advance for your time.

Sincerely,

Carlos Alcobia, Design Doctoral Candidate

Universidade de Lisboa

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459

Segunda carta convite para o painel de especialistas

Dear Professor x,

As described in a previous contact I'm a doctoral candidate of the Design program

at the University of Lisbon and I’m currently developing an instrument to measure the

importance of design capabilities for the organization’s economic performance. As more

authors regard design as an enabler of innovation and a strategic resource at the disposal

of the organization, the need for reliable and valid measures for design capabilities has

increasing greater significance for both strategic management and design scholars.

Having reached the final revision of the proposed measurement instruments - and

following the recommendations of some scholars as Grant (1997), Polit (2006) or Hinkin

(1995) - I would like to invite you to participate as a content expert responsible for the

assessment of the content validity of the proposed instruments. Knowledgeable of your

extended research regarding design management capabilities I consider your participation

of the utmost importance at this stage of measurement instruments review.

On the attached form you are asked to judge how representative items are of the

content domain for each of the constructs. Providing revisions related to

representativeness, the dimension of each item, and clarity will be useful in refining the

instrument.

I sincerely hope that you will consider participating in this important stage of my

PhD and I wish to thank you in advance for your time and consideration regarding this

request.

Sincerely yours,

Carlos Alcobia, Design Doctoral Candidate

Universidade de Lisboa

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460

Revisão do questionário - guia de avaliação enviado ao painel de especialistas

Tabela 69 - Guia de avaliação enviado ao painel de especialistas

CONSTRUCT DESIGN AS INNOVATIVE CAPABILITY

Definition: Innovative capability is the ability of Design to consistently develop new products and/or

markets, through aligning strategic innovative orientation with innovative behaviors and processes

(Wang & Ahmed, 2004, 2007)

Dimensions:

PRODUCT INNOVATIVENESS - The novelty and meaningfulness of new products introduced to

the market at a timely fashion (Wang & Ahmed, 2004, 2007)

MARKET INNOVATIVENESS - The newness of approaches that companies adopt to enter and

exploit the targeted market (Wang & Ahmed, 2004, 2007)

BEHAVIORAL INNOVATIVENESS - Behavioral innovativeness is demonstrated through

individuals, teams and management practices that enables the formation of an innovative culture,

also contributing to the overall internal receptivity to new ideas and innovation (Wang & Ahmed,

2004, 2007)

REPRESENTATIVENESS

1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the

construct

2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be

representative of the construct

3 = the item needs MINOR REVISIONS to be

representative of the construct

4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct

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461

STRATEGIC INNOVATIVENESS - An organization’s ability to develop new competitive

strategies and manage ambitious organizational objectives, supporting innovative practices and

leveraging limited resources (Wang & Ahmed, 2004, 2007)

1. In new product and service introductions, our company is often first-to-market

Source (item is based on): (Wang & Ahmed, 2004, p. 13)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that defined

the construct)

Dimension overlap: PRODUCT INNOVATIVENESS

2. Our new products and services are often perceived as very novel by customers

Source (item is based on): (Wang & Ahmed, 2004, p. 13)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that defined

the construct)

Dimension overlap: PRODUCT INNOVATIVENESS

3. In comparison with our competitors, our company has introduced more innovative products and

services during the past five years

Source (item is based on): (Wang & Ahmed, 2004, p. 13)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that defined

the construct)

Dimension overlap: PRODUCT INNOVATIVENESS

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462

4. We provide designers in our company with extensive freedom and resources to explore new ideas

and concepts

Source (item is based on): (Gemser et al., 2011, p. 76)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design effectiveness (Gemser et al., 2011)

Definition of related research stream: Freedom (support) and resources (leveraging and support)

given to designers to explore concepts and ideas that go beyond the scope of the project and depart

from existing ideas and concepts. This enables designers to develop new ideas that may lead to new

opportunities and future projects.

Dimension overlap: BEHAVIORAL INNOVATIVENESS; STRATEGIC INNOVATIVENESS

5. We encourage and develop actions that support the adoption of new knowledge and ideas inside

the organization

Source (item is based on): (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 29)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design Innovation capability (Birgit H Jevnaker, 2000)

Definition of related research stream: Involves taking actions that leads to the adoption of new

knowledge and ideas, including the fostering and development of creative environments and the

nurturing of open exchange inside the organization to enable innovation.

Dimension overlap: BEHAVIORAL INNOVATIVENESS; STRATEGIC INNOVATIVENESS

6. We consider the fostering of a creative environment inside the company as a fundamental

condition for our success

Source (item is based on): (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 29)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

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463

Related research stream: Design Innovation capability (Birgit H Jevnaker, 2000)

Definition of related research stream: Involves taking actions that leads to the adoption of new

knowledge and ideas, including the fostering and development of creative environments and the

nurturing of open exchange inside the organization to enable innovation.

Dimension overlap: BEHAVIORAL INNOVATIVENESS; STRATEGIC INNOVATIVENESS

7. Our organization often obtains new product ideas from customers.

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Involving Others (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: Entails involving customers and suppliers in the design

process and getting new product ideas from customers. It underlines the importance of the

interaction of design with other actors and considers that the product design process requires the

presence and active involvement of various participants, such as customers and suppliers.

Dimension overlap: MARKET INNOVATIVENESS; BEHAVIORAL INNOVATIVENESS;

PRODUCT INNOVATIVENESS

8. We are usually awarded with Design prizes as a recognition for the innovative character and

superior quality of our products

Source (item is based on): (Gemser & Wijnberg, 2003; W. O. Sung et al., 2010)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Economic significance of Design awards (Gemser & Wijnberg, 2003; W.

O. Sung et al., 2010)

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464

Definition of related research stream: Awards can give the award winner different types of benefits

namely being an innovative approach to better differentiate and exploit the market. Winning an

award may deter competitive imitation, increasing the visibility of the firm and/or its products inside

the market, and signaling quality toward the final consumers

Dimension overlap: MARKET INNOVATIVENESS; PRODUCT INNOVATIVENESS

9. In our company we consider the achievement of Design awards an important priority in order to

achieve success

Source (item is based on): (Gemser & Wijnberg, 2003; W. O. Sung et al., 2010)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Economic significance of Design awards (Gemser & Wijnberg, 2003; W.

O. Sung et al., 2010)

Definition of related research stream: Awards can give the award winner different types of benefits

namely being an innovative approach to better differentiate and exploit the market. Winning an

award may deter competitive imitation, increasing the visibility of the firm and/or its products inside

the market, and signaling quality toward the final consumers

Dimension overlap: MARKET INNOVATIVENESS; STRATEGIC INNOVATIVENESS

Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,

production and design department?

__ Yes, the following items are clear

__ No, some of the items are unclear

Suggestions for making the items clear - _______________________________

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465

CONSTRUCT DESIGN AS ABSORPTIVE CAPABILITY

Definition: The ability to recognize the value of new, external and valuable information, being also able

to assimilate it and apply it inside the organization for commercial ends (Wang & Ahmed, 2007; S. A.

Zahra & George, 2002)

Dimensions:

ACQUISITION – Firm’s capability to identify and acquire externally generated knowledge that is critical

to its operations (S. A. Zahra & George, 2002)

ASSIMILATION – Firm’s routines and processes that allow it to analyze, process, interpret and

understand the information obtained from external sources (S. A. Zahra & George, 2002)

TRANSFORMATION – Firm’s capability to develop and refine the routines that facilitate combining

existing knowledge and the newly acquired and assimilated knowledge (S. A. Zahra & George, 2002)

EXPLOITATION – Routines that allow firms to refine, extend and leverage existing competencies or to

create new ones by incorporating acquired and transformed knowledge into its operations (S. A. Zahra &

George, 2002)

REPRESENTATIVENESS

1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the

construct

2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be

representative of the construct

3 = the item needs MINOR REVISIONS to be

representative of the construct

4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct

1. We encourage and promote the dissemination of new design knowledge throughout our company

Source (item is based on): (Acklin, 2013b)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Strategic / leadership design capabilities (Acklin, 2013b)

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466

Definition of related research stream: Assimilation entails a deeper commitment to the new design

knowledge by combining it to engineering or marketing processes and projects and by establishing it to

work with complementary sources of design knowledge. This includes sourcing design expertise and

combining it with in-house team expertise, briefing of external partner, and contracting and allocating

resources to fulfill strategic requirements/goals. The existence of a design strategy or hypothesis of where

a process and the absorption of design knowledge connected to where it should take the enterprise.

Dimension overlap:: ACQUISITION; ASSIMILATION

2. We encourage and promote the combination of in-house knowledge with new knowledge developed by

external designers

Source (item is based on): (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008; Acklin, 2013b)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Strategic / leadership design capabilities (Acklin, 2013b)

Definition of related research stream: Assimilation entails a deeper commitment to the new design

knowledge by combining it to engineering or marketing processes and projects and by establishing it to

work with complementary sources of design knowledge. This includes sourcing design expertise and

combining it with in-house team expertise, briefing of external partner, and contracting and allocating

resources to fulfill strategic requirements/goals. The existence of a briefing constituted by the assembled

knowledge at this point in time, the direction and the scope of the design work

Dimension overlap:: ACQUISITION; ASSIMILATION

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467

3. Our organization usually involves customers and/or suppliers in the design process and in the co-

creation of new products.

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Involving Others (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: Entails involving customers and suppliers in the design process and

getting new product ideas from customers. It underlines the importance of the interaction of design with

other actors and considers that the product design process requires the presence and active involvement

of various participants, such as customers and suppliers.

Dimension overlap: ACQUISITION; ASSIMILATION

4. Our employees successfully link existing knowledge with new insights

Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)

Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,

2002)

Dimension overlap: TRANSFORMATION

5. Our employees are able to apply new knowledge in their practical work

Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

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468

Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)

Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,

2002)

Dimension overlap: TRANSFORMATION

6. Our management supports the development of prototypes

Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)

Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,

2002)

Dimension overlap: EXPLOITATION

7. Our company regularly reconsiders technologies and adapts them accordant to new knowledge

Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)

Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,

2002)

Dimension overlap: EXPLOITATION

8. Our management demands periodical cross-departmental meetings to interchange new developments,

problems, and achievements

Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)

Page 489: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

469

Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,

2002)

Dimension overlap:: ASSIMILATION

9. The search for relevant information concerning our industry is every-day business in our company

Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)

Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George, 2002)

Dimension overlap: ACQUISITION

Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,

production and design department?

__ Yes, the following items are clear

__ No, some of the items are unclear

Suggestions for making the items clear - _______________________________

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470

CONSTRUCT DESIGN AS ADAPTIVE CAPABILITY

Definition: The ability of the organization to identify, adapt and capitalize on emerging market

opportunities. Adaptive capability is manifested through strategic flexibility – the inherent flexibility of

the resources available to the firm and the flexibility in applying these resources (Wang & Ahmed, 2007)

Dimensions:

ADAPTATION - A firm’s ability to adapt their product–market scope to respond to external opportunities

MONITORING - Being able to scan and monitor the market (customers, competitors, processes, etc.) in

order to rapidly identify and react to changing conditions of the external environment

RESPONSIVENESS - Respond to changing market conditions in a speedy manner

PROMOTION OF INTERNAL CHANGE – The firm’s management systems encourage people to

challenge outmoded traditions and practices.

REPRESENTATIVENESS

1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the

construct

2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be

representative of the construct

3 = the item needs MINOR REVISIONS to be

representative of the construct

4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct

1. We use design to quickly becoming aware of competitors’ innovations and imitations

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Innovation skills (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: The ability to manage innovation by quickly becoming aware of

competitor innovations and imitations and finding new design ideas, not only ‘‘me-too’’ imitations

Dimension overlap : MONITORING

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471

2. We constantly seek to question and challenge the traditional ways of doing things

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Organizational Change (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: According to the authors is the ability to manage change. It includes

changing traditional ways of doing things, getting different functions in the firm to work together, and

replacing sequential with concurrent design.

Dimension overlap: PROMOTION OF INTERNAL CHANGE

3. We encourage our employees and management to challenge outmoded traditions/practices/sacred cows

Source (item is based on): (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Contextual ambidexterity (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Definition of related research stream: Contextual ambidexterity is the behavioral capacity to

simultaneously demonstrate alignment and adaptability across an entire business unit. Adaptability refers

to the capacity to reconfigure activities in the business unit quickly to meet changing demands in the task

environment, including challenging traditional ways of doing.

Dimension overlap: PROMOTION OF INTERNAL CHANGE; RESPONSIVENESS

4. Our management system evolve rapidly in response to shifts in our business priorities

Source (item is based on): (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Contextual ambidexterity (Gibson & Birkinshaw, 2004)

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472

Definition of related research stream: Contextual ambidexterity is the behavioral capacity to

simultaneously demonstrate alignment and adaptability across an entire business unit. Adaptability refers

to the capacity to reconfigure activities in the business unit quickly to meet changing demands in the task

environment, including challenging traditional ways of doing.

Dimension overlap: PROMOTION OF INTERNAL CHANGE; RESPONSIVENESS

5. Our management system is flexible enough to allow us to respond quickly to changes in the market

Source (item is based on): (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Contextual ambidexterity (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Definition of related research stream: Contextual ambidexterity is the behavioral capacity to

simultaneously demonstrate alignment and adaptability across an entire business unit. Adaptability refers

to the capacity to reconfigure activities in the business unit quickly to meet changing demands in the task

environment, including challenging traditional ways of doing.

Dimension overlap: PROMOTION OF INTERNAL CHANGE; RESPONSIVENESS

Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,

production and design department?

__ Yes, the following items are clear

__ No, some of the items are unclear

Suggestions for making the items clear - _______________________________

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473

CONSTRUCT DESIGN AS OPERATIONAL CAPABILITY

Definition: Operational capabilities are the ones that enable an organization to earn a living in the Present.

As for Design these includes the basic activities and routines required to design high quality products,

improve manufacturability standards, or reduce the production costs and time to market of products

(Gemser et al., 2011; Trueman & Jobber, 1998; Winter, 2003)

Dimensions:

FUNCTIONAL QUALITY – Includes the contributions of Design for the improvement of product

functionality and ease of use (Gemser et al., 2011)

EXPERIENCE QUALITY – Includes the contributions of Design for the appeal of the products and image

to the human senses (sensorial design) and symbolic design, which evokes emotions and supports self-

expression (Gemser et al., 2011)

PRODUCTION QUALITY – The capability of design in contributing to the efficient fulfilling of

production and manufacturing requirements, including simplification of processes and reduction of

overall production costs (Trueman & Jobber, 1998)

REPRESENTATIVENESS

1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the

construct

2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be

representative of the construct

3 = the item needs MINOR REVISIONS to be

representative of the construct

4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct

1. In our organization Design is important for the overall quality of the product, namely its technical

quality, the quality of the functionality the product provides, and its ease of use

Source (item is based on): (Gemser et al., 2011, p. 75)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

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474

Related research stream: design effectiveness (Gemser et al., 2011)

Definition of related research stream: A set of design aspects that fall under the scope of work that may

be conducted by designers. Divided into two categories of design, the first being functional design, which

includes design for technology, functionality, and ease of use. And the second being experiential design,

which includes design to appeal to the human senses (sensorial design) and symbolic design, which evokes

emotions and supports self-expression

Dimension overlap : FUNCTIONAL QUALITY; EXPERIENCE QUALITY

2. In our organization Design is important in developing products that pleases the senses, help customers

to express their identity, our evoke values supported by our brand

Source (item is based on): (Gemser et al., 2011, p. 75)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: design effectiveness (Gemser et al., 2011)

Definition of related research stream: A set of design aspects that fall under the scope of work that may

be conducted by designers. Divided into two categories of design, the first being functional design, which

includes design for technology, functionality, and ease of use. And the second being experiential design,

which includes design to appeal to the human senses (sensorial design) and symbolic design, which evokes

emotions and supports self-expression

Dimension overlap : FUNCTIONAL QUALITY; EXPERIENCE QUALITY

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475

3. In our organization Design contributes to the reduction of production costs

Source (item is based on): (Trueman & Jobber, 1998, p. 603)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design dimensions in NPD (Trueman & Jobber, 1998)

Definition of related research stream: Design contributions to the clarity of the projects, providing detailed

specifications and requirements. Also the contribution of Design in the identification and elimination of

unnecessary features. And finally helping to understand on how the products can better relate to what the

customer really wants, and how they differentiate (or not) from the competition.

Dimension overlap : PRODUCTION QUALITY

4. In our organization Design contributes to overcoming problems in production efficiency

Source (item is based on): (Trueman & Jobber, 1998, p. 602)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design dimensions in NPD (Trueman & Jobber, 1998)

Definition of related research stream: Design contributions to the clarity of the projects, providing detailed

specifications and requirements. Also the contribution of Design in the identification and elimination of

unnecessary features. And finally helping to understand on how the products can better relate to what the

customer really wants, and how they differentiate (or not) from the competition.

Dimension overlap : PRODUCTION QUALITY

Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,

production and design department?

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476

__ Yes, the following items are clear

__ No, some of the items are unclear

Suggestions for making the items clear - _______________________________

CONSTRUCT OF STRATEGIC ALIGNMENT

Definition: Strategic alignment refers to the achievement of coherence among the design department and

design activities with top management decisions, thus being capable of working together towards the

accomplishment of common strategic goals (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Dimensions:

MANAGEMENT PRACTICES – Development of managerial practices that enable different and

departments and business units to work together toward the same strategic goals (Gibson & Birkinshaw,

2004)

INCORPORATION OF BUSINESS METRICS - The comprehension and integration of business metrics

and constraints within the design practice in order to allow the participation of the designers in the

REPRESENTATIVENESS

1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the

construct

2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be

representative of the construct

3 = the item needs MINOR REVISIONS to be

representative of the construct

4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct

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477

organization’s strategic planning process and strategy formation. Such connections allow for the

maintenance of a consistent strategic direction throughout the firm (Hertenstein & Platt, 1997)

TOP MANAGEMENT SUPPORT - In order to anchor design developments in business strategy and

strategists, middle and top management support is key to provide the integration of such contributes

(Birgit Helene Jevnaker, 2000)

DOCUMENTATION - Documenting the new product development process clarifies industrial design’s

role within the process, thus enabling the top management to promote the contributions and value of

design to senior management. Formally documenting and publishing the product design process also

facilitates communication about and coordination of the process. (Hertenstein & Platt, 1997; Mrazek et

al., 2011)

1. The management systems in this organization cause us to waste resources on unproductive activities

(reversed)

Source (item is based on): (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Contextual ambidexterity (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Definition of related research stream: Item and measurement scale developed by the same author that

defined the construct

Dimension overlap: MANAGEMENT PRACTICES

2. The management systems in this organization work coherently to support the overall objectives of this

organization

Source (item is based on): (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Page 498: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

478

Related research stream: Contextual ambidexterity (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Definition of related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that

defined the construct)

Dimension overlap: MANAGEMENT PRACTICES

3. People in this organization often end up working at cross-purposes because our management systems

give them conflicting objectives (reversed)

Source (item is based on): (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Contextual ambidexterity (Gibson & Birkinshaw, 2004)

Definition of related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that

defined the construct)

Dimension overlap: MANAGEMENT PRACTICES

4. The designers in our company are able to understand and share the business goals and the corporate

strategy, thus being able to participate in the corporate strategic planning

Source (item is based on): (author)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Development of Strategic Design Culture (Hertenstein & Platt, 1997)

Definition of related research stream: The connection and participation of the Design department in the

organization’s strategic planning process and strategy formation, namely the connection between

reporting structure and strategic planning, constitutes a non-financial measure of impact of strategic

design impact on performance - this presumes the comprehension of business metrics and constraints from

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479

the side of designers. Such connections allow for the maintenance of a consistent strategic direction

throughout the firm

Dimension overlap: INCORPORATION OF BUSINESS METRICS

5. Top and middle Management are enthusiastic supporters inside the organization of a Design approach

for the business strategy development.

Source (item is based on): (Birgit Helene Jevnaker, 2000)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design-strategic capability (Birgit Helene Jevnaker, 2000)

Definition of related research stream: In order to anchoring design developments in business strategy and

strategists, middle and top management support is key to provide the integration of such contributes.

Sustained verbal advocacy and managerial supports were essential, since (continuous) use of an advanced

design approach as part of product development or business strategy was new, or at least, unfamiliar.

Dimension overlap: TOP MANAGEMENT SUPPORT

6. We document the product design process in order to improve the coordination with other departments

Source (item is based on): (Hertenstein & Platt, 1997; Mrazek et al., 2011)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Development of Strategic Design Culture (Hertenstein & Platt, 1997)

Definition of related research stream: The importance of NPD documentation. Documenting the new

product development process clarifies industrial design’s role within the process, thus enabling the top

management to promote the contributions and value of design to senior management. Formally

documenting and publishing the product design process also facilitates communication about and

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480

coordination of the process. It reveals the importance of information flow to the product design process

and clarifies what information is required and when and where it is required. This is also reported to result

in greater commitment to the process. Finally, publishing the product design process enabled the industrial

design group to better control the process, thus providing greater control in negotiating adjustments to the

process in time and resources pressures situations.

Dimension overlap: DOCUMENTATION

7. In our organization encourage the designers to work together with other departments and toward the

achievement of common business goals.

Source (item is based on): (Mrazek et al., 2011)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design measurement (Mrazek et al., 2011)

Definition of related research stream: The alignment of stakeholder expectations solidifies the strategic

intent of the project. Setting strategic goals involves getting different groups on the same page. Without

proper initial alignment, it’s all too typical for design and innovation projects to wither away or be

misconstrued when they are handed off to a go-to- market or manufacturing team. In order to succeed,

design and innovation teams need to work toward business goals and targets that everyone else has agreed

on

Dimension overlap:

8. We promote the use of Design metrics aligned with key business goals

Source (item is based on): (Mrazek et al., 2011)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Page 501: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

481

Related research stream: Design measurement (Mrazek et al., 2011)

Definition of related research stream: The development of design metrics that aligns design contribution

with key business outcomes - design metrics system enables teams to make better-informed and timelier

decisions throughout the project. A metrics system should reassure its stakeholders by providing structure

for an otherwise nebulous process, opening the doors to more-strategic conversations within the

organization. For designers and innovators, metrics can provide a shared vocabulary for team members

and project stakeholders, as many stakeholders use metrics and data analysis as fundamental elements of

any business decision

Dimension overlap: INCORPORATION OF BUSINESS METRICS

9. We develop in-process design indicators in order to monitor its progress according to business goals

and take course-correction measures if necessary.

Source (item is based on): (Mrazek et al., 2011)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design measurement (Mrazek et al., 2011)

Definition of related research stream: Develop and establish in-process indicators for the project –

indicators that you can monitor your progress and course-correct as needed. With a firm understanding of

business goals and success metrics, innovation teams already have a good start in planning for the

appropriate development process activities. Also important that all findings and indicators are reporting

in relation to the business goals

Dimension overlap: INCORPORATION OF BUSINESS METRICS; DOCUMENTATION

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482

10. Our organization promotes the presence of designers in top management (i.e. Chief designer as Vice-

president)

Source (item is based on): (Davide Ravasi & Lojacono, 2005)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Establishing the strategic relevance of design (Davide Ravasi & Lojacono, 2005)

Definition of related research stream: Top management can improve the acceptance of design as strategic

resource inside the organization by signaling with symbolic or substantial actions its relevance. This can

be expressed for example in the elevation of chief designers to the highest ranks of management decision,

or a personal involvement of top management in designed-related activities.

Dimension overlap: TOP MANAGEMENT SUPPORT; MANAGEMENT PRACTICES

11. Top Management recognize Design as a key strategic resource by incorporating a design approach

since the very start of the innovation process

Source (item is based on): (Verganti, 2003)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Design as brokering of languages (Verganti, 2003)

Definition of related research stream: Designer as broker of language is a resource/capability capable of

anticipating socio-cultural changes in the users and therefore in the market. This anticipation enables the

organization to develop radical innovation and adapt quickly to external change. A design-driven

approach should be integrated in the innovation process since its very beginning.

Dimension overlap: TOP MANAGEMENT SUPPORT

Page 503: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

483

Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,

production and design department?

__ Yes, the following items are clear (please i

__ No, some of the items are unclear

Suggestions for making the items clear - _______________________________

CONSTRUCT PERFORMANCE

Definition: A firms’ ability to attain and sustain competitive advantage, enabling its long-term survival

and success, namely through market performance and profitability.

Source (item is based on): (Venkatraman & Ramanujam, 1986)

Dimensions:

GROWTH - Market performance reflects the external firm accomplishments in the market place,

stemming from its strategic activities

PROFITABILITY – Profitability performance reflects the internal firm accomplishments in terms of

economic rents, stemming from its strategic activities

REPRESENTATIVENESS

1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the

construct

2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be

representative of the construct

3 = the item needs MINOR REVISIONS to be

representative of the construct

Page 504: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

484

4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct

1. Sales growth position relative to competition

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : GROWTH; PROFITABILITY

2. Satisfaction with sales growth rate

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : GROWTH; PROFITABILITY

3. Market share gains relative to competition

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Page 505: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

485

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : GROWTH; PROFITABILITY

4. Satisfaction with return on corporate investment

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : GROWTH; PROFITABILITY

5. Net profit position relative to competition

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : GROWTH; PROFITABILITY

6. ROI position relative to competition

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Page 506: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

486

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : GROWTH; PROFITABILITY

7. Satisfaction with return on sales

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : PROFITABILITY

8. Financial liquidity position relative to competition

Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)

Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))

Dimension overlap : PROFITABILITY

Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,

production and design department?

__ Yes, the following items are clear (please i

__ No, some of the items are unclear

Suggestions for making the items clear - _______________________________

Page 507: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

487

CONSTRUCT MARKET DYNAMISM

Definition: A dynamic market environment can be caused by a leading factor or a combination of several

factors, including industry technological innovation, regulatory change, economic cycle and the changing

competitive nature of the industry. (Miller & Friesen, 1983; Wang & Ahmed, 2007)

Dimensions:

UNCERTAINTY IN CUSTOMER BEHAVIOR

UNCERTAINTY IN COMPETITOR ACTIONS

RATE OF TECHNOLOGICAL CHANGE

REPRESENTATIVENESS

1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the

construct

2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be

representative of the construct

3 = the item needs MINOR REVISIONS to be

representative of the construct

4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct

1. Market activities of your key competitors is more/less predictable

Source (item is based on): (Miller & Friesen, 1983, p. 231)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Environmental dynamism (Miller & Friesen, 1983)

Definition of related research stream: Dynamism in the environment is manifested by the amount and

unpredictability of change in customer tastes, production or service technologies, and the modes of

competition in the firm’s principal industries

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488

Dimension overlap UNCERTAINTY IN COMPETITOR ACTIONS ;

2. The tastes and preferences of your customers in your principal industry have become more/less stable

and predictable

Source (item is based on): (Miller & Friesen, 1983, p. 231)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Environmental dynamism (Miller & Friesen, 1983)

Definition of related research stream: Dynamism in the environment is manifested by the amount and

unpredictability of change in customer tastes, production or service technologies, and the modes of

competition in the firm’s principal industries

Dimension overlap UNCERTAINTY IN CUSTOMER BEHAVIOR

3. Rate of innovation of new operating processes and new products or services in your principal industry

has dramatically increased/decreased

Source (item is based on): (Miller & Friesen, 1983, p. 231)

Representativeness (1 to 4):

Comments:_____________

Related research stream: Environmental dynamism (Miller & Friesen, 1983)

Definition of related research stream: Dynamism in the environment is manifested by the amount and

unpredictability of change in customer tastes, production or service technologies, and the modes of

competition in the firm’s principal industries

Dimension overlap RATE OF TECHNOLOGICAL CHANGE

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489

Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,

production and design department?

__ Yes, the following items are clear (please i

__ No, some of the items are unclear

Suggestions for making the items clear - _______________________________

Page 510: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

490

Questionários

Questionário versão em Português

Design Capabilities Survey

________________________________________

Caracterização geral

1) Ano de criação da empresa

_________________________________________________

2) Actualmente desempenha funções de coordenação?*

( ) Sim

( ) Não

3) Qual é o seu cargo dentro da empresa?*

por exemplo: administrador, gestor de produto, director de design, etc.

_________________________________________________

4) Qual a natureza dos recursos de design que a sua empresa tem ao seu dispor?*

( ) Utilizamos exclusivamente os recursos internos de design existentes na empresa

( ) Contratamos exclusivamente serviços externos de design

( ) Recorremos a ambas as opções anteriores

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491

________________________________________

5) Na nossa empresa o design contribui para um aumento na eficiência de produção *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

6) Na nossa empresa o design contribui para a redução dos custos de produção*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

7) Na nossa organização o design é importante no desenvolvimento de produtos que

ajudem os clientes a expressar a sua identidade e transmitir os valores desta empresa*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

8) Na nossa empresa encaramos o design como algo muito importante para a qualidade

global do produto, nomeadamente a sua qualidade técnica, a funcionalidade que oferece

e a sua facilidade de uso *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

9) A administração desta empresa procura incorporar as contribuições do design desde o

início e ao longo dos processos de inovação e desenvolvimento de produto *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

Page 512: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

492

10) A administração e as restantes coordenações desta empresa apoiam de forma

entusiasta o desenvolvimento estratégico da organização através de uma abordagem pelo

design, desenvolvendo também acções concretas nesse sentido*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

11) A administração desta empresa promove a presença de designers nos seus processos

de tomada de decisão*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

12) Os designers reportam directamente à administração desta empresa?*

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sei responder

________________________________________

13) Consideramos que a promoção de um ambiente criativo dentro da empresa é uma

condição fundamental para o nosso sucesso *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

14) A nossa organização incentiva e promove a combinação de conhecimentos e práticas

existentes dentro da empresa com novos conhecimentos trazidos por designers externos*

Page 513: O VALOR DO DESIGN - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/32362/2/ULFBA_TES_1082.pdf · alinhamento estratégico e o dinamismo do mercado para a criação e desenvolvimento

493

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

15) A nossa organização recorre frequentemente aos designers para promover uma

participação activa de clientes e/ou fornecedores no processo de desenvolvimento de

novos produtos *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

16) Nós encorajamos os nossos empregados e gestores a desafiar tradições e práticas

ultrapassadas *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

17) A nossa empresa incentiva e promove a disseminação das tendências mais actuais e

novas práticas em design pelos seus diferentes departamentos*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

18) Os designers que trabalham com esta organização auxiliam-nos constantemente a

questionar e desafiar as formas tradicionais de trabalhar*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

________________________________________

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494

19) Na nossa indústria a tecnologia está a mudar rapidamente *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

20) Na nossa industria as mudanças tecnológicas dão origem a grandes oportunidades de

crescimento e de melhoria dos resultados financeiros*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

21) Na nossa industria um grande número de ideias e novos produtos só surgiram devido

a avanços tecnológicos *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

22) A nossa empresa é uma referência no seu sector no que diz respeito à introdução de

novos produtos e serviços *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

23) Nos últimos anos a nossa empresa introduziu um maior número de produtos e serviços

inovadores do que a sua concorrência directa*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

24) Os designers que trabalham para esta empresa evoluem e adaptam-se rapidamente em

resposta a mudanças nas nossas prioridades de negócios *

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495

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

25) As contribuições dos designers revelam ser suficientemente flexiveis para nos

permitir responder rapidamente a alterações no mercado *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

26) Os designers que trabalham connosco procuram manter-se actualizados e mostram

ser capazes de aplicar novos conhecimentos no desenvolvimento do seu trabalho. *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

________________________________________

27) Os designers que colaboram connosco são capazes de compreender a estratégia desta

empresa e dos seus objetivos de negócio, estando por isso aptos a participar no

planeamento estratégico corporativo*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

28) Na nossa organização incentivamos os designers a trabalhar em conjunto com outros

departamentos por forma a atingir objetivos de negócio comuns*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

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496

29) Nós procuramos desenvolver indicadores intermédios de design que monitorizem o

seu progresso face a objetivos empresariais, recorrendo a acções correctivas caso se revele

necessário*

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

30) Nós promovemos o uso de indicadores de produtividade e outras métricas de design

que estejam alinhados com os principais objectivos de negócio da empresa *

( ) discordo em absoluto ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) concordo em

absoluto

31) Nos últimos anos de que forma variou o investimento em design por parte da sua

empresa?*

( ) diminuiu consideravelmente ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) aumentou

consideravelmente

32) Crescimento das vendas relativamente aos competidores mais directos*

( ) A sua empresa é pouco competitiva no sector ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) A sua empresa está entre as mais competitivas no sector

33) Satisfação com a taxa de crescimento das vendas*

( ) A sua empresa é pouco competitiva no sector ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) A sua empresa está entre as mais competitivas no sector

34) Crescimento da quota de mercado relativamente à competição*

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497

( ) A sua empresa é pouco competitiva no sector ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) A sua empresa está entre as mais competitivas no sector

________________________________________

Obrigado pela sua participação.

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498

Questionário versão em Italiano

Design Capabilities FINAL SURVEY IT

________________________________________

1) Anno di fondazione dell'azienda

_________________________________________________

2) Attualmente svolge un ruolo di coordinamento?*

( ) Sì

( ) No

3) Qual è la sua posizione all'interno dell’organizzazione? *

Ad esempio, CEO, alti dirigenti, product manager, direttore del design, ecc

_________________________________________________

4) Qual è la natura delle risorse di progettazione che l'organizzazione ha a sua

disposizione?*

Voremmo sapere se la sua organizzazione ha nella sua squadra permanente un designer,

servizi di progettazione esterni, o entrambi

( ) Usiamo esclusivamente i servizi di un designer interno all’organizzazione

( ) Assumiamo esclusivamente servizi di progettazione esterni

( ) Usiamo entrambe

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499

________________________________________

5) Nella nostra organizzazione, il design contribuisce a un aumento dell'efficienza

produttiva*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

6) Nella nostra organizzazione, il design contribuisce alla riduzione dei costi di

produzione*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

7) Nella nostra organizzazione, il design è importante nello sviluppo di prodotti che

aiutano i clienti a esprimere la propria identità o evocare valori sostenuti dalla nostra

società*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

8) Nella nostra organizzazione, il design è importante per la qualità globale del prodotto,

cioè la sua qualità tecnica, la sua funzionalità e la sua facilità di utilizzo*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

9) Il “top management” di questa organizzazione si propone di integrare un approccio

progettuale sin dal inizio e durante i processi di sviluppo di innovazione e di prodotto*

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500

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

10) L’amministrazione ed il middle management sono sostenitori entusiasti di un

approccio al design per lo sviluppo della strategia di negozio, sviluppando strategie di

azioni concrete in tal senso*

Qui ci riferiamo ad un approccio al design come l'uso di metodi e di processi di design

(ad esempio, design thinking) nel contesto della gestione strategica dell’organizzazione

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

11) La nostra organizzazione promuove la presenza di designer nel top management del

processo decisionale*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

12) I designers riferiscono direttamente al top management dell’organizzazione?*

( ) Sì

( ) No

( ) Non sa la risposta

________________________________________

13) Consideriamo la promozione di un ambiente creativo dentro l’organizzazione come

una condizione fondamentale per il nostro successo*

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501

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

14) Incoraggiamo e promuoviamo la combinazione di conoscenze in-house con nuove

conoscenze sviluppate da designers esterni*

Se la vostra organizzazione non assume alcun servizio di design esterno scelga l'opzione

"Sono completamente d'accordo"

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

15) La nostra organizzazione si basa spesso su designers per promuovere la

partecipazione attiva dei clienti e/o fornitori per lo sviluppo di nuovi prodotti*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

16) Incoraggiamo i nostri dipendenti e la direzione a sfidare vecchie tradizioni e pratiche

disusate*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

17) La nostra organizzazione incoraggia e promuove la diffusione di nuove conoscenze e

pratiche di design nei suoi diversi dipartimenti*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

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502

18) I designers che lavorano per l’organizzazione cercano costantemente di mettere in

discussione e di sfidare i modi tradizionali di fare le cose*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

________________________________________

19) La tecnologia nel nostro settore sta cambiando rapidamente*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

20) Nel nostro settore, i cambiamenti tecnologici offrono grandi opportunità di crescita

e di miglioramento dei risultati finanziari*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

21) Nel nostro settore, un gran numero di idee e nuovi prodotti sono diventate possibili

grazie alle innovazioni tecnologiche*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

22) Nell’ introduzione di nuovi prodotti e servizi, la nostra organizzazione è spesso la

prima nel mercato*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

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503

23) Rispetto ai nostri concorrenti, la nostra organizzazione ha introdotto prodotti e servizi

più innovativi nel corso degli ultimi anni*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

24) I designers che lavorano con questa organizzazione si sviluppano e si adattano

rapidamente in risposta ai cambiamenti nelle nostre priorità aziendali*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

25) I contributi dei designers sono abbastanza flessibili da permetterci di rispondere

rapidamente ai cambiamenti del mercato*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

26) I designers che lavorano con noi cercano di essere aggiornati e sono in grado di

applicare le nuove conoscenze nel loro lavoro quotidiano*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

________________________________________

27) I designers che lavorano con noi sono in grado di capire e di condividere gli obiettivi

di negozio e la strategia aziendale, essendo così in grado di partecipare nella

pianificazione strategica aziendale*

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504

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

28) Nella nostra organizzazione, incoraggiamo i designers a lavorare insieme con gli altri

dipartimenti e a raggiungere obiettivi di business comuni*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

29) Sviluppiamo indicatori in-process di design, al fine di monitorare i suoi progressi

secondo gli obiettivi aziendali e di adottare misure di correzione, se necessario*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

30) Promuoviamo l'uso di indicatori di produttività e di altri parametri di design in linea

con gli obiettivi del business*

( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Sono

assolutamente d'accordo

31) Quanto ha aumentato o diminuito la vostra organizzazione i suoi investimenti in

design nel corso degli ultimi anni?*

( ) Notevolmente diminuito ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Notevolmente

aumentato

32) Crescita delle vendite in relazione alla concorrenza*

Si prega di valutare le prestazioni nel corso degli ultimi anni della vostra azienda nei

confronti delle imprese concorrenti

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505

( ) La vostra azienda appartiene alla ditte con il più basso punteggio ( ) 2 ( ) 3

( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) La vostra azienda appartiene alle ditte con il più alto punteggio

33) Soddisfazione per il tasso di crescita delle vendite*

( ) La vostra azienda appartiene alla ditte con il più basso punteggio ( ) 2 ( ) 3

( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) La vostra azienda appartiene alle ditte con il più alto punteggio

34) Quota di mercato guadagnata in relazione alla concorrenza*

( ) La vostra azienda appartiene alla ditte con il più basso punteggio ( ) 2 ( ) 3

( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) La vostra azienda appartiene alle ditte con il più alto punteggio

________________________________________

Grazie per la vostra partecipazione!

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506

Questionário versão em Inglês

Design Capabilities FINAL SURVEY UK

________________________________________

1) Year of company’s establishment

_________________________________________________

2) Do you currently perform a coordinating role?*

( ) Yes

( ) No

3) What is your position within the company? *

e.g. CEO, senior management, product manager, design director, etc.

_________________________________________________

4) What is the nature of the design resources that your company has at its disposal?*

We want to know if your company has in house designers, hires external design services,

or both

( ) We exclusively use the internal resources design that exist within the company

( ) We exclusively hire external design services

( ) We use both of the above

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507

________________________________________

5) In our organization design contributes for an increase in production efficiency *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

6) In our organization design contributes to the reduction of production costs *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

7) In our organization design is important in developing products that help customers to

express their identity or evoke values supported by our company *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

8) In our organization design is important for the overall quality of the product, namely

its technical quality, the functionality that the product provides and its ease of use *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

9) Top management of this company seeks to incorporate a design approach since the

very start and throughout the innovation and product development processes *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

10) Top and middle management are enthusiastic supporters of a design approach for

business strategy development, developing concrete actions in this regard *

Here we refer to design approach as the use of design methods and processes (e.g. design

thinking) within the context of the company’s strategic management

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508

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

11) Our organization promotes the presence of designers in top management decision

making *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

12) Does the designers report directly to the top management of this company?*

( ) Yes

( ) No

( ) Don’t know the answer

________________________________________

13) We consider the fostering of a creative environment inside the company as a

fundamental condition for our success *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

14) We encourage and promote the combination of in-house knowledge with new

knowledge developed by external designers *

If your company does not hire any external design services please choose the option "I

totally disagree"

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

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509

15) Our organization frequently relies on designers to promote the active participation of

customers and / or suppliers in new product development *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

16) We encourage our employees and management to challenge outmoded

traditions/practices/sacred cows *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

17) Our company encourages and promotes the dissemination of new design knowledge

and practices throughout its different departments *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

18) The designers working with this company constantly seek to question and challenge

the traditional ways of doing things *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

________________________________________

19) The technology in our industry is changing rapidly *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

20) In our industry technological changes offer big opportunities for growth and improved

financial results *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

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510

21) In our industry a large number of ideas and new products were only made possible

due to technological breakthroughs *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

22) In new product and service introductions, our company is often first-to-market *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

23) In comparison with our competitors, this company has introduced more innovative

products and services during the last years *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

24) The designers working with this company evolve and adapt rapidly in response to

shifts in our business priorities *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

25) The designer’s contributions are flexible enough to allow us to respond quickly to

changes in the market *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

26) The designers working with us seek to be updated and are able to apply new

knowledge into their daily work *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

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511

________________________________________

27) The designers working with us are able to understand and share the business goals

and the corporate strategy, thus being able to participate into the corporate strategic

planning *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

28) In our organization we encourage the designers to work together with other

departments and toward the achievement of common business goals *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

29) We develop in-process design indicators in order to monitor its progress according to

business goals and take course-correction measures if necessary *

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

30) We promote the use of productivity indicators and other design metrics aligned with

key business goals*

( ) I totally disagree ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) I totally agree

31) How much has your company increased or decreased its investment in design over

the last years? *

( ) Greatly decreased ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Greatly increased

32) Sales growth position relative to competition*

Please rate your firm’s performance over the last years against competing firms

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512

( ) Your firm belongs to the lowest scoring firm ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) Your firm belongs to the highest scoring firm

33) Satisfaction with sales growth rate*

Please rate your firm’s performance over the last years against competing firms

( ) Your firm belongs to the lowest scoring firm ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) Your firm belongs to the highest scoring firm

34) Market share gains relative to competition*

Please rate your firm’s performance over the last years against competing firms

( ) Your firm belongs to the lowest scoring firm ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) Your firm belongs to the highest scoring firm

________________________________________

Thank you for your participation!

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513

Questionário versão em Espanhol

________________________________________

Caracterización general

1) Año de establecimiento de la empresa

_________________________________________________

2) ¿Actualmente realiza funciones de coordinación?*

( ) Sí

( ) No

3) ¿Cuál es su posición dentro de la empresa? *

Por ejemplo: administrador, gestor de producto, director de diseño, etc.

_________________________________________________

4) ¿Cuál es la naturaleza de los recursos de diseño que su empresa tiene a su disposición?*

<span style="font-size:14px;"><em>Queremos saber si tienen diseñadores própios,

contratan servicios de diseño externos, o ambos</em></span>

( ) Utilizamos exclusivamente diseñadores internos dentro de la empresa

( ) Contratamos exclusivamente servicios de diseño externos

( ) Utilizamos ambos

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514

________________________________________

5) En nuestra empresa el diseño contribuye en un aumento en la eficiencia de la

producción*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

6) En nuestra empresa el diseño contribuye en una reducción de los costes de producción*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

7) En nuestra organización el diseño es importante para el desarrollo de productos que

ayuden a los clientes a expresar su identidad y a transmitir los valores de nuestra empresa*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

8) En nuestra empresa encaramos el diseño como algo muy importante para la calidad

global del producto, es decir, su calidad técnica, la funcionalidad que el producto ofrece

y su facilidad de uso *

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

9) La administración de esta empresa intenta incorporar los aportes del diseño desde el

inicio y a lo largo de los procesos de innovación y desarrollo del producto*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

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515

10) La administración y las otras cordinaciones de esta empresa apoyan de forma

entusiasta el desarrollo estratégico de la organización mediante un abordaje a partir del

diseño, desarrollando acciones concretas en este sentido*

Aquí nos referimos a un abordaje mediante el diseño a la utilización de métodos y

procesos del diseño (por ejemplo, el design thinking) en el contexto de la gestión

estratégica de la compañía

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

11) La administración de esta empresa promueve la presencia de diseñadores en la toma

de decisiones.*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

12) ¿Los diseñadores responden directamente a la administración de esta empresa?*

( ) Sí

( ) No

( ) No sé la respuesta

________________________________________

13) Consideramos que el fomento de un entorno creativo dentro de la empresa es una

condición fundamental para nuestro éxito*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

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14) Alentamos y promovemos la combinación de los conocimientos internos con los

nuevos conocimientos desarrollados por diseñadores externos*

Si su empresa no contrata a ningún servicio de diseño externo, por favor elija la opción

"Estoy totalmente en desacuerdo"

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

15) Nuestra organización recorre frecuentemente a los diseñadores para promover una

participación activa de los clientes y/o proveedores en el desarrollo de nuevos productos*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

16) Alentamos a nuestros empleados y directivos a desafiar tradiciones y prácticas

obsoletas o anticuadas*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

17) Nuestra empresa fomenta y promueve la difusión de nuevas prácticas y tendencias en

diseño en sus diferentes departamentos*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

18) Los diseñadores que trabajan con esta empresa nos ayudan constantemente a

cuestionar y desafiar las formas tradicionales de hacer las cosas*

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( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

________________________________________

19) La tecnología en nuestra industria está cambiando rápidamente*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

20) En nuestra industria los cambios tecnológicos ofrecen grandes oportunidades de

crecimiento y de mejora de los resultados financieros*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

21) En nuestra industria sólo se hizo posible un gran número de ideas y nuevos productos

debido a los avances tecnológicos*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

22) Nuestra empresa es de referéncia en su sector respecto a la introducción de nuevos

productos y servicios*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

23) En comparación con nuestros competidores, esta empresa ha introducido un mayor

número de productos y servicios innovadores en los últimos años*

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( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

24) Los diseñadores que trabajan con esta empresa evolucionan y se adaptan rápidamente

en respuesta a los cambios en nuestras prioridades de negocio*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

25) Las contribuciones de los diseñadores son lo suficientemente flexibles como para que

podamos responder rápidamente a los cambios en el mercado*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

26) Los diseñadores que trabajan con nosotros buscan actualizarse y son capaces de

aplicar nuevos conocimientos en su trabajo diario*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

________________________________________

27) Los diseñadores que trabajan con nosotros son capaces de entender la estrategia

empresarial y compartir los objetivos de negocio, pudiendo así participar en la

planificación estratégica corporativa*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

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28) En nuestra organización animamos a los diseñadores a trabajar en conjunto con otros

departamentos y así alcanzar objetivos empresariales comunes*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

29) Procuramos desarrollar indicadores intermedios de diseño que monitoricen su

progreso en relación a los objetivos empresariales, y recorremos a acciones correctivas

en caso que sea necesario*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

30) Promovemos el uso de indicadores de productividad y otras medidas de diseño que

estén alineados con los principales objetivos de negocio de la empresa*

( ) estoy totalmente en desacuerdo ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) estoy

totalmente de acuerdo

31) ¿De qué forma varió la inversión en diseño por parte de su empresa en los últimos

años?*

( ) disminuyó considerablemente ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) aumentó

considerablemente

32) Crecimiento de las ventas en relación a los competidores más directos*

Por favor califique el rendimiento de su empresa en comparación a sus principales

competidores durante los últimos años

( ) su empresa es poco competitiva en el sector ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) su empresa está entre las más competitivas del sector

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33) Satisfacción con la tasa de crecimiento de las ventas*

Por favor califique el rendimiento de su empresa en comparación a sus principales

competidores durante los últimos años

( ) su empresa es poco competitiva en el sector ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) su empresa está entre las más competitivas del sector

34) Crecimiento de la cuota de mercado con respecto a la competencia*

Por favor califique el rendimiento de su empresa en comparación a sus principales

competidores durante los últimos años

( ) su empresa es poco competitiva en el sector ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6

( ) su empresa está entre las más competitivas del sector

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Gracias por su participación