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1 O VĀYU PURĀNA Traduzido e comentado por G. V. TAGARE Esta obra é composta dos volumes 37-38 da Ancient Indian Tradition and Mythology Series. A Introdução assim como o Índex da tradução inglesa foram omitidos, bem como o nome de quem o traduziu para o Português. Todos os termos colocados entre colchetes foram incluídos por mim. A Tradutora. 24/03/2013.

O Vayu Purana em Português - completo

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Os cinco tópicos característicos de um Purana, isto é, 1. Criaçãooriginal, ou cosmogonia; 2. Criação secundária, ou a destruição e renovação demundos, inclusive cronologia; 3. Genealogia de deuses e patriarcas; 4. Reinados dosManus, ou períodos chamados Manwantaras; e 5. História, são tratados nesse interessantíssimo Purana, o qual H. H. Wilson considerava que era o mesmo que o Shiva Purana.

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O VYU PURNATraduzido e comentado por G. V. TAGARE

Esta obra composta dos volumes 37-38 da Ancient Indian Tradition and Mythology Series. A Introduo assim como o ndex da traduo inglesa foram omitidos, bem como o nome de quem o traduziu para o Portugus. Todos os termos colocados entre colchetes foram includos por mim. A Tradutora.

24/03/2013.

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Divises do Vyu PurnaO Vyu Purna dividido em quatro sees ou Pdas, e em duas partes, do seguinte modo:

Parte 1: Prvrdha: Seo 1: Prakriy Pda A Origem, dissoluo, recriao e sustento do mundo.1 (caps. 1-6). Seo 2: Upodghta Pda Introdutria. (caps. 7-64).

Parte 2: Uttarrdha: (Captulos 1-3 do Upodghta Pda e) Seo 3: Anusaga Pda Central. (caps. 4-37). Seo 4: Upasamhra Pda Concluso. (caps. 38-42) incluindo o Gay Mhtmya ou a glorificao da grandeza de Gay. (caps. 43-50).

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Parte 1, cap. 4, vv. 12-13.

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ContedoDivises do Vyu Purna ............................................................................................................... 2 Captulo 1: Resumo dos Contedos .............................................................................................. 7 Captulo 2: Uma Sesso Sacrifical de Doze Anos ........................................................................ 18 Captulo 3: Origem da Criao..................................................................................................... 21 Captulo 4: Origem da Criao (continuao) ............................................................................ 23 Captulo 5: A Origem da Criao ................................................................................................. 28 Captulo 6: A Origem da Criao (Continuao).......................................................................... 31 Captulo 7: Transio Entre Dois Yugas (Eras) ............................................................................. 36 Captulo 8: As Quatro Fases da Vida ........................................................................................... 40 Captulo 9: Criao de Devas e Outros ........................................................................................ 50 Captulo 10: Manvantaras .......................................................................................................... 56 Captulo 11: Pupata Yoga ......................................................................................................... 61 Captulo 12: Maus Portentos e Calamidades em Yoga ............................................................... 64 Captulo 13: Poderes Supremos de Yoga .................................................................................... 66 Captulo 14: Pupata Yoga ......................................................................................................... 68 Captulo 15: Pupata Yoga (continuao) ................................................................................. 71 Captulo 16: Pureza e Conduta de Vida ....................................................................................... 72 Captulo 17: Alcance da ltima Fase da Vida .............................................................................. 74 Captulo 18: Procedimento de Expiao para Ascetas (Sannysins)........................................... 75 Captulo 19: Maus Augrios Pressagiando Morte....................................................................... 77 Captulo 20: As Caractersticas da Obteno de Omkra............................................................ 79 Captulo 21: Recapitulao de Kalpas ......................................................................................... 82 Captulo 22: Nmero de Kalpas ................................................................................................... 86 Captulo 23: Encarnaes de Mahevara .................................................................................... 88 Captulo 24: Hino a iva............................................................................................................... 98 Captulo 25: Nascimento e Morte de Madhu e Kaitabha ......................................................... 106 Captulo 26: Origem dos Sons ................................................................................................... 110 Captulo 27: Nomes e Corpos do Grande Senhor ..................................................................... 113 Captulo 28: Famlias de Sbios ................................................................................................. 117 Captulo 29: Prognie de Agni ................................................................................................... 119 Captulo 30: A Maldio de Daksa............................................................................................. 123 Captulo 31: A Linhagem de Devas ............................................................................................ 139 Captulo 32: Caractersticas de Yugas ....................................................................................... 142 Captulo 33: Prognie de Svyambhuva Manu ......................................................................... 146

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Captulo 34: Geografia de Jambdvpa ..................................................................................... 150 Captulo 35: Jamb-Dvpa (continuao) .................................................................................. 157 Captulo 36: Arranjo (Geogrfico) do Mundo ........................................................................... 160 Captulo 37: Arranjo do Mundo (Vales e Lagos)........................................................................ 162 Captulo 38: Vales entre Montanhas......................................................................................... 164 Captulo 39: Residncia de Devas ............................................................................................. 168 Captulo 40: A Fronteira e os Limites do Monte Devakta ....................................................... 171 Captulo 41: Descrio de Kailsa.............................................................................................. 173 Captulo 42: Os Rios Divinos ...................................................................................................... 177 Captulo 43: Descrio de Bhadrva ........................................................................................ 181 Captulo 44: Descrio de Ketumla ......................................................................................... 183 Captulo 45: Descrio de Bhratavarsa ................................................................................... 184 Captulo 46: Descrio de Kimpurusa Varsa ............................................................................. 193 Captulo 47: Descida do Gag ................................................................................................. 195 Captulo 48: Regies do Jambdvpa ........................................................................................ 199 Captulo 49: Descrio de Plaksa Dvpa e outros Dvpas........................................................... 201 Captulo 50: Os Mundos Inferiores; Manifestao dos Corpos Luminosos .............................. 210 Captulo 51: Movimentos dos Corpos Luminosos ..................................................................... 220 Captulo 52: Movimento de Dhruva .......................................................................................... 224 Captulo 53: Arranjo dos Corpos Luminosos ............................................................................. 229 Captulo 54: Hino a Nilakantha.................................................................................................. 235 Captulo 55: Hino ao Liga de iva ............................................................................................ 241 Captulo 56: Descrio de Pitris................................................................................................. 245 Captulo 57: O Ciclo de Yugas; Suas Caractersticas .................................................................. 250 Captulo 58: Descrio dos Quatro Yugas ................................................................................. 257 Captulo 59: Yugas e Classes de Pessoas; Linhagem de Sbios ................................................. 264 Captulo 60: Descrio de Lugares Sagrados; A Morte de kalya ........................................... 270 Captulo 61: Linhagem de Prajpati .......................................................................................... 275 Parte 2: Uttarrdha ................................................................................................................... 286 Captulo 1: Manvantaras; A Ordenha da Terra ......................................................................... 286 Captulo 2: A Dinastia de Prthu ................................................................................................. 296 Captulo 3: Vaivasvata Manvantara; A Criao Mrica ............................................................. 299 Captulo 4: A Linhagem de Prajpati; Renascimento de Sete Sbios ........................................ 301 Captulo 5: A Linhagem de Dharma........................................................................................... 310 Captulo 6: Maldio aos Deuses Jaya; Encarnao Nrsimha; Linhagem de Hiranyakaipu; Nascimento dos deuses Marut ................................................................................................. 318 Captulo 7: A Linhagem de Kyapa; A Prognie de Danu ........................................................ 325 Captulo 8: Dinastias Descendentes de Kyapa ....................................................................... 327 4

Captulo 9: A Linhagem de Sbios ............................................................................................. 344 Captulo 10: O Processo de rddha ......................................................................................... 349 Captulo 11: O Nascimento de Skanda; Regras Prescritas para rddha .................................. 354 Captulo 12: O Processo de rddha (Continuao) ................................................................. 360 Captulo 13: O Processo de Realizao de rddha (Continuao) .......................................... 362 Captulo 14: O Procedimento Relativo Realizao de rddha; Os Cinco Mahyajas ......... 367 Captulo 15: Lugares Sagrados para rddha ............................................................................ 370 Captulo 16: O Ritual de rddha; Ritos Purificatrios .............................................................. 378 Captulo 17: O Teste para Eligibidade de um Brmane (para Convite para rddha) .............. 383 Captulo 18: Benefcio Derivado de Doaes Caridosas............................................................ 389 Captulo 19: O Benefcio da Realizao de rddha em Vrios Tithis ....................................... 393 Captulo 20: O Benefcio da Realizao de rddha sob diferentes Constelaes ................... 395 Captulo 21: Tpicos Diversos; Qualificaes de um Brmane para doaes de rddha; Mritos da Realizao de rddha em Lugares Sagrados ......................................................... 397 Captulo 22: A Linhagem de Varuna; Nascimento dos Deuses Avins ...................................... 404 Captulo 23: Atividade Criativa de Manu; A Histria de Sudyumna. ......................................... 408 Captulo 24: Uma Dissertao Sobre Msica; A Definio de Mrcchan................................ 410 Captulo 25: A Cincia de Msica; Os Embelezamentos ........................................................... 415 Captulo 26: A Dinastia de Iksvku ............................................................................................ 418 Captulo 27: A Dinastia de Nimi................................................................................................. 429 Captulo 28: A Natividade de Soma e Saumya (Budha) ............................................................ 431 Captulo 29: A Raa Lunar; A Dinastia de Amvasu .................................................................. 434 Captulo 30: A Origem de Dhanvantari; Vrnasi Amaldioada; As Faanhas de Raji .............. 440 Captulo 31: A Histria de Yayti ............................................................................................... 445 Captulo 32: O Nascimento de Kartavirya ................................................................................. 451 Captulo 33: A Dinastia de Jymagha e Vrsni ............................................................................ 454 Captulo 34: A Linhagem de Vrsni ............................................................................................. 457 Captulo 35: Guerras entre Suras e Asuras; Bhrgu amaldioa Visnu; O Louvor de ambhu por ukra .......................................................................................................................................... 469 Captulo 36: A Glorificao da Grandeza de Visnu .................................................................... 481 Captulo 37: Dinastias Reais ...................................................................................................... 488 Captulo 38: Os Manvantaras e A Dissoluo do Universo ....................................................... 509 Captulo 39: Mundos de Maharloka At a Cidade de iva ........................................................ 520 Captulo 40: A Dissoluo do Universo ..................................................................................... 538 Captulo 41: Recriao do Ovo Csmico ................................................................................... 546 Captulo 42: Dissipao das Dvidas de Vysa .......................................................................... 551 Gay Mahtmya ........................................................................................................................ 558 Captulo 43: A Grandeza de Gay.............................................................................................. 558 5

Captulo 44: Glria de Gay; A Histria de Gaysura ................................................................ 562 Captulo 45: Gaymhtmya (Continuao); A Histria de il ................................................ 567 Captulo 46: Gaymhtmya (Continuao): il-tirtha e Outros Lugares Sagrados................ 570 Captulo 47: Gaymhtmya (Continuao): A Glria de digaddhara .................................. 578 Captulo 48: O Processo de Peregrinao para Gay ................................................................ 581 Captulo 49: O Processo de Peregrinao para Gay (Continuao) ........................................ 585 Captulo 50: A Glria de Gay ................................................................................................... 592

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Parte 1: Prvrdha

Seo 1: Prakriy PdaCaptulo 1: Resumo dos ContedosReverncias a ri Ganea Deve-se ler ou recitar qualquer Purna ou texto Itihsa depois de ter prestado homenagem a Nryana1 e Nara2, o mais excelente dos homens, como tambm a deusa Saraswat.3 Vitria a Vysa4, o filho de Parara e o alegrador do corao de Satyavat Vysa de cuja boca como ltus fluiu o nctar de palavras, as quais o universo inteiro absorve. 1. Eu busco refgio no Senhor na (iva), o grande deus eterno, firme, imutvel, de alma nobre, o senhor do universo inteiro. 2-6. Desejoso de conhecer (mais sobre) Purnas, lendas, (etc.) eu busco refgio no Senhor Brahma, o criador dos mundos, (que ) onisciente, invicto, o senhor nobre de (todo o) passado, presente e futuro; Senhor Brahma, o senhor do universo em quem so inerentes as quatro excelncias divinas, isto , conhecimento inigualado, imparcialidade, supremacia e virtude (dharma); (Senhor Brahma) que sempre visualiza todos os seres (independente de eles estarem) manifestos ou imanifestos, os quais reentram no Senhor (Brahma) para cessao de atividades (no tempo da dissoluo do universo); (Deus Brahma) o criador do mundo, o conhecedor da realidade do mundo, o conhecedor dos princpios, que, recorrendo ao Yoga, criou todos os seres vivos mveis e imveis; o senhor no-nascido, o criador de tudo, o senhor na forma de conscincia e a testemunha csmica do mundo. 7-9. Depois de me curvar com mente devotada e piedosa a Brahma, Vyue Indra, a Vasishtha de alma nobre, o mais excelente dos sbios, e ao bisneto dele (de Vasishtha), Vysa, Krishna Dvaipyana, que obteve fama preeminente como um sbio de grande pureza, e ao sbio Jtukarna5, eu narrarei (agora) este Purna narrado por Brahma, que est no mesmo nvel que os Vedas e que embelezado por tratados sagrados consistindo em sees sobre Dharma (virtude), Artha (riqueza) e Nyya (justia ou conduta correta). 10-12. Enquanto Asmakrsna 6, o rei valoroso de esplendor inigualvel e o mais excelente entre os soberanos, estava governando a Terra justamente, os sbios de almas bem-disciplinadas realizaram um sacrifcio de longa durao na terra santa de1

O deus que se deita sobre as guas csmicas do dilvio antes da criao. Uma encarnao de Vishnu; nascido de Dharma e Mrti, filha de Daksa; um associado constante de Nryana enquanto cumprindo penitncia em Badarikrama. Os heris do Mahbhrata Krishna e Arjuna so considerados como encarnaes de Nryana e Nara. 3 Esse verso, usado originalmente no comeo do Mahbhrata, adotado tambm por escritores de Purnas; e a palavra 'Jaya' nele interpretada pelos comentaristas como 'qualquer Purna ou Itihsa'. 4 Vysa significa "um organizador". Em todo Dvpara Yuga, o trabalho de organizar os Mantras Vdicos correntes em Samhits compilaes - feito por uma pessoa. E ele chamado de Vysa. A compilao do Mahbhrata e dos dezoito Purnas atribuda a ele. O atual Vysa o filho de Satyavat com o sbio Parara, o neto do sbio Vasishtha. Ele era de cor escura e foi escondido em uma ilha em um rio por Satyavat (Mahabh. Adi. Pg. 133). Por isso ele veio a ser conhecido como 'Krishna Dvaipyana'. 5 Um sbio famoso por autocontrole; um membro da corte de Yudhishthira ( Mahabh. Sabha, pg. 10). Imagina-se por que Parara no ensinou os Purnas (por exemplo, esse e o Brahmnda Purna), diretamente para seu filho Vysa, mas o fez atravs de Jtukarna. 6 O bisneto de Janamejaya III que era o bisneto do heri Arjuna.2

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Kuruksetra7 na margem sagrada do rio Drsadvat8. Os sbios eram dedicados verdade e ritos sagrados. Eles eram honestos. Seus pecados tinham sido suprimidos. Eles eram tranquilos, tinham controle mental completo e tinham conquistado os rgos dos sentidos. Eles estavam dentro dos limites da floresta Naimisa9 e tinham sido iniciados de acordo com as escrituras sagradas. 13-16. O altamente inteligente Sta10, que era o mais excelente entre os narradores de Purnas, foi l para ver os sbios. Ele tornou-se bem conhecido para o mundo como Lomaharshana11 (o impressionador que fazia os cabelos se arrepiarem) porque ele impressionava os membros de sua audincia com deleite por sua excelente narrao (cativante). Ele era o discpulo mais inteligente do sbio Vedavysa, a mina de penitncia, conhecimento vdico e boa conduta. Ele era famoso nos trs mundos. Todo o conhecimento purnico estava bem estabelecido nele. Sua erudio tinha se tornada extensa por seu estudo do Mahbhrata. Histrias conducentes aos (quatro Purufrthas [metas humanas], isto ) Dharma (virtude), Artha (riqueza), Kama (desejo) e Moksha (libertao) estavam firmemente radicadas nele. Declaraes sbias e discursos sbios vinham dele como ervas medicinais da (me) terra. 17. Ele (o Sta), que era um perito em decoro, aproximou-se dos sbios altamente inteligentes e proeminentes conforme procedimento adequado. Depois de se aproximar, ele lhes prestou homenagem com palmas unidas. Aquele estudioso brilhante agradou aqueles sbios por prostrar-se diante deles (para mostrar respeito). 18. Os sbios brilhantes, que estavam realizando sacrifcios em sesses, ficaram alegres; assim tambm ficaram os membros da assemblia sacrifical. Eles o cumprimentaram devidamente com palavras gentis e o honraram. 19. Ao verem aquele estudioso muito confivel Lomaharshana, surgiu neles o desejo de ouvir o Purna. 20. O principal chefe de famlia (o patrocinador) daquela sesso sacrifical, que era um perito em todas as tradies (sagradas), compreendeu seu desejo a partir dos gestos deles. Por conseguinte, ele incitou o Sta (da seguinte maneira): 21. " Sta! Para aprender Itihsa e Purnas, o sbio Vysa venervel e altamente inteligente, o maior entre os conhecedores de Brahman (ou Vedas), foi servido e propiciado corretamente por voc. E voc tem (como se) ordenhado do conhecimento intelectual dele lendas baseadas em tradio antiga. 22. Os sbios eminentes esto ansiosos para ouvir o Purna. Ento cabe a voc narrar aquelas lendas para eles. 23. Todas as pessoas nobres, os conhecedores de Brahman (ou Veda) que se reuniram aqui, pertencem a diferentes cls (gotras). Que eles ouam sobre suas respectivas genealogias de cls atravs dos Purnas. 24. Por favor, exponha (o Purna) para esses sbios que, junto com os filhos deles, se reuniram aqui para esse sacrifcio de uma durao longa. Realmente, voc foi (fortemente) lembrado por ns enquanto ns estvamos sendo consagrados para esse sacrifcio." 25. Incitado dessa maneira a (narrar) o Purna, pelos sbios que estavam interessados em (ter algum conhecimento dos) Purnas e eram dedicados verdade e ritos santos, o Sta concordou com a proposta (e disse). Sta disse:7

O famoso campo de batalha onde a guerra entre Kauravas e Pndavas foi lutada. O Ghitang - um tributrio do Ghaggar entre o Yamuna e Sutlej. 9 A descrio aqui mostra que essa floresta deve ser localizada em Kuruksetra. 10 Sta o filho de uma mulher brmane com um homem ksatriya. Ele no era elegvel para conhecimento vdico, mas era para recitar Itihsa e Purna. 11 Ou Romaharshana: essa parece ser a designao especial desse Sta porque ele emocionava a audincia com deleite e fazia os cabelos deles se arrepiarem. Por isso brmanes realizadores de sacrifcios lhe ofereciam um lugar mais alto enquanto ele narrava um Purna. Essa posio de honra acima dos brmanes custou sua vida, porque o irascvel Balarma o matou, quando durante uma visita dele a Naimisranya,ele encontrou Romaharsana ocupando um assento mais elevado na assemblia de brmanes (Bhgavata 10; 78, 28).8

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26-27. o dever encarregado do Sta, ordenado por homens religiosos de antigamente, preservar as genealogias de deuses, sbios e dos reis mais gloriosos e as tradies de grandes homens, como registradas nos (mais antigos) Itihsas e Purnas, por aqueles bem versados no conhecimento vdico (ou explicadores de Brahman). 28-29. Mas em nenhuma parte a elegibilidade do Sta para o conhecimento vdico (como recitao do Veda etc.) vista (prescrita). Enquanto o sacrifcio do (rei) Prithu de alma nobre, o filho de Vena, estava sendo realizado, Sta apareceu pela primeira vez extraindo Soma (no dia Suty12 prescrito) para oferecer ao fogo, mas ele veio a ser de uma casta misturada porque a oblao destinada a Brhaspati foi confundida com aquela destinada a Indra, e foi oferecida para o deus Indra. Da nasceu o Sta devido a esse engano grave, e ritos expiatrios tiveram que ser realizados (naquele sacrifcio) como compensao pelo erro. 30. Como ele nasceu (como uma criana pratiloma) de um (homem) ksatriya, um homem de casta mais baixa, com uma mulher brmane, por causa de suas semelhanas das qualidades inerentes do primeiro (isto , ksatriya), proclamado que ele tem deveres semelhantes (como aqueles de um ksatriya). 31. Assim o Sta, que nasceu de um receptculo brmane de uma fonte ksatriya, tem (algumas) qualidades com a primeira (casta) e tambm tem alguma identidade de deveres com eles. 32. Seu dever regular (meio de sustento) a ocupao dependendo de profisso ksatriya como manuteno de carruagens, elefantes e cavalos. A prtica de medicina era seu dever inferior. 33. J que eu fui mandado seguir meu dever por explicadores de Brahman como vocs, como eu posso me recusar a narrar para vocs em detalhes o Purna to altamente adorado por sbios? 34. Vsav13 nasceu como a filha mental dos Pitris (espritos dos mortos). Sendo amaldioada por seu pai, ela nasceu na espcie (tero) de um peixe.14 35. Vysa, o grande yogin e o principal entre os conhecedores dos Vedas, nasceu dela, assim como fogo nasce do basto arani. 36. Eu presto homenagem a Vysa, o sbio venervel, protagonista do conhecimento de Bhrgu, o Purusa antigo, o grande senhor Vishnu no disfarce de um ser humano. 37. Logo que ele nasceu, todo o conhecimento vdico em todos os seus compndios apareceu diante dele, mas ele o obteve formalmente de Jtukarna, porque era seu dever estud-lo a partir de um preceptor. 38. Ele agitou o oceano dos Vedas com a vara de bater de seu intelecto e produziu a Lua na forma do Mahbhrata. 39. Assim como uma rvore se propaga em muitos ramos depois de alcanar terra frtil e em estao adequada, a rvore na forma do Veda se expandiu em diferentes ramos depois de alcanar a ele (Vysa). 40. Eu escutei este Purna daquele onisciente explanador de Brahman, que familiarizado com os Vedas, que honrado por todos e de brilho refulgente. 41. Eu narrarei agora em detalhes o Purna narrado antigamente por Vyu, quando ele foi incitado pelos sbios nobres de Naimisa.

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[Dia no qual ocorre a preparao solene da bebida Soma.] O Mahbhrata Adi P. (cap. 63, pg. 132) endossa esta lenda, mas l dito que ela nasce de Uparichara Vasu e Adrika, uma donzela celestial amaldioada a ser um peixe fmea, que estava ento em sua forma de peixe. O Mahbhrata registra que gmeos foram achados na barriga da Apsar-peixe defunta. O rei do lugar adotou o menino que se tornou conhecido como um rei piedoso chamado Matsya e a menina [Satyavat] com cheiro repugnante foi entregue para Da-rja. Ela tornou-se uma moa de cheiro agradvel pelo favor do sbio Parara quando ela respondeu s propostas dele. (Idem, cap. 63, pg. 133). 14 Satyavat, a me de Vysa, nasceu no tero de um peixe.13

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42. A ltima causa o supremo Mahevara de quatro braos, de quatro faces, o imanifesto, o inconcebvel, o inescrutvel e o deus nascido por si mesmo. 43. certo que ele criou a causa imanifesta e tudo o que permanente, na forma de existente e inexistente, comeando com Mahat (o grande princpio, o intelecto csmico) e terminando com Viesa.15 44-45. O ovo csmico dourado incomparvel nasceu disso. O ovo csmico foi envolvido pelas guas; as guas pelo fogo; o fogo pelo vento; o vento pelo ter; o ter pelo Ego csmico; aquele Ego pelo intelecto csmico (Mahat) e aquele intelecto pelo Imanifesto (avyakta).16 46-47. Consequentemente, nesse Purna, as origens de todos os deuses e sbios so narradas. A origem de rios e montanhas explicada; todos os Manvantaras e Kalpas so descritos; lendas sobre brmanes e ksatriyas e o nascimento de brmanes so relatados. 48. Ento a condio de criador de Brahma e a criao dos indivduos (seres) so explicadas, como tambm os vrios estados de Brahma, nascido do Imanifesto. 49. O nmero de anos dos Kalpas, a fundao dos mundos, o sono de Vishnu e a elevao da Terra (so descritos). 50. O modo de planejar cidades etc. conforme castas e fases de vida; o corte de rvores plantadas em lugares de moradia e daquelas crescidas naturalmente (na floresta) (so discutidos). 51. Uma descrio detalhada dos caminhos e suas medidas e a distribuio de lugares no cu para os mortais deste mundo ( apresentada). 52. Descrio de (diferentes espcies de) rvores, rvores medicinais, plantas e trepadeiras ( dada). Como os mortais obtm a condio de rvores, seres infernais, e insetos tambm explicado. 53. Os dois caminhos das divindades e dos sbios so mencionados. A criao e destruio de alimento etc., e de corpos tambm mencionada. 54. No princpio desprovido de literatura sagrada, o Purna foi lembrado por Brahma.17 Ento os Vedas saram das bocas dele. 55. Os auxiliares dos Vedas, os Dharmastras (cdigos da lei como Smrtis), ritos sagrados, observncias e restries religiosas, origem de animais e seres humanos so explicados. 56. Semelhantemente so explicados os componentes totais dos Kalpas; os nove tipos de criao no intencional por Brahma so descritos. 57. Ento as trs criaes sem o intelecto csmico; como surgiram os mundos e Dharma (virtude) etc. originados dos membros do corpo de Brahma. 58. As doze espcies de seres que nascem repetidamente em um Kalpa; a durao de Kalpas e o perodo de transio de um Kalpa para outro. 59. A origem de Adharma de Brahma ao ser envolvido por Tamas; o nascimento de atarp,18 depois disso (so descritos). 60. O nascimento de Priyavrata, Uttnapda, Prasti e Akti os impecveis em quem os indivduos esto estabelecidos.15

A frase 'mahadadi visesanta' popular com escritores de Purnas ao descrever a evoluo do universo. Ela significa o grupo com Mahat em uma extremidade e Viesa na outra. O termo Viesa quer dizer Bhtas (elementos grosseiros, Tanmtras, rgos dos sentidos). 16 Esses so os sete 'Envoltrios' desse Ovo csmico. O nmero sete tem uma significao especial nos Purnas, por exemplo, 7 Lokas, 7 Mares, 7 Dvpas (continentes), 7 Montanhas etc. (cap. 4, 72). 17 Essa reivindicao autoglorificante precedncia sobre os Vedas justificvel cronologicamente porque alguma compilao chamada Purna existia antes do Atharva Veda (Atharva Veda, XI; 7. 24, XV; 6. 11). 18 A cnjuge de Svyambhuva Manu. A dama piedosa, uma praticante de penitncia, foi aceita em matrimnio por Manu. Eles tiveram dois filhos, Priyavrata e Uttnapda, e duas filhas, Prasti e Akti. Prasti casou-se com o Patriarca Daksa, e Akti, com Ruci [Ruchi], o Prajpati, (Vishnu Purna 1; cap. 7, [pg. 93 da traduo em portugus]). Provavelmente Manu e atarp representam os pais originais.

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61. O nascimento de gmeos para Akti com Ruci, o Prajpati, e o nascimento das filhas de Daksa com Prasti. 62. A gerao por Dharma de grande alma, a partir das filhas de Daksa como raddh, de uma raa caracterizada por Sattvaguna ocasionando felicidade. 63. Assim como a raa de Adharma (iniquidade) de Hims (violncia) caracterizada por Tamoguna e inauspiciosidade. Ento glorificada a prognie de Mahevara com Sat. 64. O receptculo de Yoga contado novamente para os duas vezes nascidos (que estavam) desejosos de libertao, aquele tipo de Yoga (que foi) mencionado para o (deus) impecvel Brahma. 65. A encarnao e a glria suprema de Rudra, as lendas relativas aos trs Vedas e o grande dilogo so ento citados. 66. Elogios ao Senhor iva por Brahma e Nryana pelos quais aquele Deus ficou satisfeito, so descritos. 67. A manifestao do Senhor Rudra a partir do corpo de Brahma e a origem do nome Rudra porque ele, o Deus, tinha chorado, ( glorificada). 68. Como aquele Deus obteve os oito nomes como Rudra e outros de Brahma e como os trs mundos constituindo os seres mveis e imveis so permeados por eles. 69. A criao de prognie por Bhrgu e outros sbios assim como a glorificao da linhagem de Vasishtha, o brmane sbio, (so descritas) aqui. 70. A prognie de Agni por meio de Svh19 e aquela dos Pitris20 de duas classes por Svadh, (so citadas) depois disso. 71-72. No contexto da linha de Pitris, a maldio de Daksa, e (sbios) inteligentes (como) Bhrgu e outros por causa de Sat e a contra-maldio de Rudra por Daksa de aes extraordinrias, e o trmino da inimizade entre eles so narrados aqui em detalhes. 73.21 As designaes individuais deles em diferentes continentes e terras e a descrio da criao por Svyambhuva Manu. 74. A criao de Nbhi e de Rajas de alma nobre; a enumerao de continentes, oceanos e montanhas. 75. A descrio de diferentes Varsas (sub-continentes), rios e seus tributrios e as numerosas divises dos sete continentes principais. 76. A extenso das zonas do continente de Jamb Dvpa e o oceano; a extenso deles em yojanas junto com suas montanhas ( mencionada). 77. As montanhas nos sub-continentes, (cadeias de) montanhas dividindo (esse) sub-continente, isto , Himavn, Hemakta, Nisadha, Meru, Nla, veta e Srgavn.2219

Os trs fogos em toda casa ariana antiga, isto , G rhapatya ou Pavamna, Daksingni ou Pvaka e Ahavaniya ou uci so considerados a prognie de Agni com Svh (veja o cap. 29, Agnivaiha). 20 Os dois tipos de Pitris mencionados aqui (cap. 30. 6-7 etc.) so Agnisvttas e Barhisadas. O atapatha Brhmana e Taittiriya Brhmana 1.6.9. 5 mencionam mais uma classe, isto , Somavantah. Aqueles que realizaram um sacrifcio Soma so Somavantah; aqueles que ofereceram oblaes cozidas e asseguraram o mundo seguinte so Barhisadas, e aqueles que no fizeram nenhum dos dois e so consumidos pelo fogo depois da morte so Agnisvttas. 21 Referncia ao Brahmnda Purna 1, cap. 1, verso 66 mostra que uma linha est faltando aqui. A linha diz: "Aqui so descritos os detalhes dos filhos de Priyavrata tais como: suas designaes etc." 22 Esses so os conjuntos de montanhas da ndia como entendidos pelos escritores de Purnas. Eles so identificados como segue: (1) Himavn: A grande cordilheira do Himalaia. (2) Hemakta: Ladakh-Kailash, a cadeia trans-himalaica. (3) Nisadha: Cadeia Kush-Kunlun hindu. (4) Meru: As [Montanhas] Pamir. (5) Nla: Cadeia Zarafshan-Trans-Alai-Tien-Shan. (6) veta: Cadeia Nura Tau-Turkistan-Atbashi. (7) Srgavn: Cadeia Kara Tau-Kirghiz-Ketman.

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78. Suas dimenses internas, alturas, comprimentos e extenses (medidos) em yojanas, e os residentes so descritos. 79. Os sub-continentes como Bharata; os rios e montanhas neles, como habitados pelos seres estveis e moventes. 80. Os continentes Jamb etc. cercados pelos sete oceanos, a terra mida (?) e o Lokloka so descritos. 81. Esses mundos e a terra com seus sete continentes como envolvidos pelo ovo csmico; os mundos Bh etc., e seus circundantes naturais so descritos. 82. Tudo descrito em resumo junto com seu dimetro e circunferncia at a menor frao da medida total. 83. As magnitudes do sol, da lua e da terra em yojanas com suas divindades presidentes atuais. Assim tambm as santas assemblias de Mahendra e outros no pico norte de Manasa. 84. Depois disso, o movimento do cu como o movimento circular do tio, mencionado. As caractersticas de Ngavthi e Ajavthi23 tambm so descritas. 85. Ento so declarados os yojanas das duas extremidades, das duas bordas e das zonas de Lokloka. A extenso do crepsculo, do dia e dos equincios citada. 86-87. Ento os guardies do mundo, que esto posicionados nos quatro quadrantes, so descritos. Os caminhos do sul e do norte dos espritos dos mortos e das divindades, os caminhos dos chefes de famlia e dos ascetas como baseados nas qualidades de Rajas e Sattva so descritos. A regio de Vishnu onde Dharma etc. esto estabelecidos glorificada. 88. O curso de movimentos do sol, lua, planetas e corpos luminosos devido ao poder (controlador) de Dhruva, a estrela polar, e os efeitos auspiciosos e inauspiciosos (do movimento deles) sobre as pessoas. 89. A carruagem do sol preparada pelo prprio Brahma para algum propsito especial citada. Sentado nessa carruagem, o deus-Sol se move no firmamento. 90. Aquela carruagem ocupada pelos deuses, os diferentes sis, sbios, msicos divinos, donzelas celestiais, Yaksas, serpentes e Rksasas. 91. Assim tambm a carruagem da lua, a qual constituda da essncia das guas, descrita. O aumento e diminuio da lua, causados pelo sol, tambm so mencionados. 92. O movimento das carruagens do sol e outras (comeando) a partir da estrela polar descrito em detalhes, como tambm o arranjo em forma de tartaruga dos corpos celestes com a estrela polar posicionada na cauda (extremidade) ( narrado). 93. As estrelas na forma de constelaes so mencionadas junto com os planetas nos quais esto situadas as residncias dos deuses que realizaram atos meritrios. 94-106. A exsudao de chuva, frio e calor dos mil raios do sol e a diviso dos raios por seus nomes, funes e propsito; a magnitude dos planetas e seus cursos que dependem do sol; o modo como a garganta de iva tornou-se azul por causa do veneno24; como o senhor portador do tridente engoliu veneno quando rogado por Brahma; o elogio do senhor supremo iva por Vishnu que louvado pelos deuses; aArquelogos e Indologistas soviticos comprovam agora a existncia de Arianos Vdicos desde os mais baixos limites do [Rio] Dnieper, Crimia, a rea norte do Mar Negro, atravs das repblicas soviticas da sia Central. Veja por exemplo a 'A Periferia Lingustica dos Antigos Eslavos' de O. N. Trubachev, 'Os Indo-arianos na rea Norte do Mar Negro'; 'O Paganismo dos Antigos Eslavos e outros' de B. A. Rybakov. Mas devido ao legado colonial de escravido mental, muitos de ns ainda descremos da evidncia geogrfica nos Purnas. 23 Vthis so os cursos do sol no cu. Assim Ajavthi uma das trs divises do caminho do sul no cu no qual o sol, a lua, e os planetas se movem compreendendo as Naksattras (constelaes) Mla, Prvjdh e Uttarsdh. 24 Isso se refere a iva engolir o veneno Halhala que subiu enquanto deuses e demnios estavam agitando o mar para obter Amrta. Para salvar o mundo de seu efeito mortal, o deus Brahma pediu a iva que o bebesse, (veja o cap. 54).

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narrativa sagrada dissipadora de pecado da origem do Liga.25 A transformao extraordinria de Pradhna pela forma csmica; a narrativa da grandeza de Purravas, filho de Il; a propiciao das duas classes de espritos dos mortos por meio de nctar; os Parvans (ocasies auspiciosas baseadas na posio da lua) como tambm suas junes; a propiciao por meio de rddha das duas classes de espritos dos mortos, isto , aqueles que foram para o cu e aqueles que caram nas regies inferiores; a durao e o nmero de Yugas.26 A introduo de agricultura e tais ocupaes como meios de sustento em Tret Yuga devido diminuio deles em comparao com Krita Yuga; a enumerao das castas e fases da vida e a narrao das atividades delas. O estabelecimento das castas e fases da vida por meios virtuosos; a introduo da instituio de sacrifcio; o dilogo entre os sbios com Vasu e a descida de Vasu (para os mundos inferiores)27, a inefabilidade de (respostas para as) perguntas exceto por Svyambhuva Manu. Os mritos da penitncia, os perodos dos Yugas em sua totalidade, a narrao breve dos eventos em Dvpara e Kali Yugas; as magnitudes da circunferncia, altura e longevidade de deuses, animais e seres humanos nos diferentes Yugas de acordo com a eficcia e poder dos Yugas; as caractersticas dos bons e seu advento; a narrao dos Mantras Vdicos e novdicos; a extenso dos ramos (dos Vedas); o ttulo de Vedavysa e outros; a dissoluo de Manvantaras e a recriao deles depois da dissoluo - todos esses so mencionados em detalhes. 107. Como a descrio da (criao etc.) das divindades, sbios, Manus e dos Pitris no pode ser dada em detalhes, por isso eles so mencionados brevemente. 108. O nmero de anos do Manvantara atual citado em termos de anos humanos. O mesmo se aplica a todos os Manvantaras. 109-110. A descrio dos Manvantaras passados e futuros dada com base no Manvantara atual. Assim tambm as caractersticas e a durao de tempo da transio de perodo dos Manvantaras passados e futuros so apresentados com relao ao Svyambhuva Manvantara. O esquema de trs Manvantaras e o conhecimento de tempo tambm so relatados. 111-112. O relato de Devas e Prajpatis nos Manvantaras, os netos de Daksa, os filhos das filhas favoritas dele, e aqueles que foram gerados por Brahma e outros como tambm pelo inteligente Daksa. Os Manus, isto , Svarni e outros, residindo no Meru; a descrio da linhagem de Dhruva, o filho de Uttnapda. 113. A ordenha da Terra (como iniciada) por Prithu28, filho de Vena; a especificao de recipientes e seu contedo de leite; a descrio de raas assim como antigamente essa terra foi ordenhada por Brahma e outros. 114. O nascimento de Daksa, o inteligente Prajpati, em Mris, dos dez Pracetas por uma parte da lua. 115. A soberania de Mahendras sobre os seres do passado, presente e futuro, a criao de Manus e outros e as vrias anedotas das vidas deles.25

Isso se refere manifestao de iva na forma ling como uma coluna de fogo, a dimenso da qual no pde ser compreendida pelos deuses Vishnu e Brahma, ambos os quais estavam disputando por superioridade pessoal. Para detalhes veja o cap. 55. 26 Veja abaixo o cap. 58; compare Brahmnda P. livro 1. Cap. 2, verso 31. 27 Esse Vasu era um antigo rei piedoso de dinastia P ru. Devido sua devoo, ele se movia pelo cu sem tocar a terra. Havia disputa entre sbios e deuses sobre a interpretao de ' Aja' na injuno Vdica 'Ajena Tasfavyam'. Os deuses interpretavam isso como 'uma cabra', enquanto os sbios afirmavam que isso significava 'sementes incapazes de germinao'. Quando Uparicara Vasu, a quem ambos os partidos aceitaram como o juiz, decidiu em favor dos deuses, embora isso envolvesse dano vida, os sbios o amaldioaram e ele caiu de sua posio elevada no mundo inferior ( Mahbhrata, anti P. cap. 338, [pg. 798 da verso em portugus]). 28 A lenda do rei Prithu ordenhando a terra uma verso purnica da concepo vdica da ordenha da vaca Virj. O Virj Skta (Atharva Veda VIII. 10) provavelmente a base da lenda. Esse Prithu, o filho do tirano Vena, um rei vdico. O Atharva Veda VIII. 10. 24 registra que Prithu ordenhou a vaca Virj com a terra como um balde de ordenha e Vaivasvata Manu como o bezerro. Aqui C ksusa Manu feito o bezerro como no Brahmnda Purna.

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116. A atividade criativa de Vaivasvata Manu contada em detalhes. Assim tambm narrado o nascimento de Bhrgu e outros do smen do deus Brahma na hora do grande sacrifcio quando o Deus assumiu a forma de Varuna. 117. Depois da narrao da criao auspiciosa (atividade geradora) de Cksusa Manu, aquela de Daksa por meio de meditao narrada. 118. Nrada, filho de Brahma, destruiu os filhos poderosos de Daksa depois de falar palavras agradveis para eles. Ele assim provocou a maldio (de Daksa). 119. Ento Daksa gerou em Vrin suas filhas renomadas. A procriao, atividade (geradora) sancionada pela religio (lei), do inteligente Kyapa narrada ento. 120. Depois disso, a unidade, diversidade e especialidades de Brahma, Vishnu iva so relatadas. 121. Como deuses foram amaldioados por serem todo-poderosos pelo autonascido Brahma ( narrado). A obteno da condio de Marut pelos Maruts nascidos de Diti a partir de elementos divinos ento narrada. 122. A classificao de Maruts em sete grupos de sete cada, sua obteno de natureza divina, a ordem dos Pitris e fixao da residncia deles em Vyu so narradas. 123. A criao de Daityas, Dnavas, Gandharvas, serpentes, Rksasas, duendes, fantasmas, animais, pssaros, trepadeiras e as donzelas celestiais narrada ento em grandes detalhes. 124. O nascimento do elefante Airvata do oceano, o nascimento de Garuda e sua coroao (tambm so narrados). 125-126. Narrao detalhada ( feita ento) dos descendentes de Bhrgu, Agiras, Kyapa, Pulastya, do nobre Atri e do sbio Parara. A prognie dos Devas e dos sbios descrita depois disso. 127. As trs Virgens em quem todos os mundos esto estabelecidos so ento glorificadas. Ento os netos dos Pitris so citados e o nascimento de Devas descrito. 128. Uma descrio detalhada do Senhor e aquela das cinco almas e a prognie de Il e ento aquela de ditya (o deus-Sol) apresentada. 129. A lenda de Vikuksi29, a morte de Dhundhu, e a linha de governantes de Iksvku at Brhadbala relatada brevemente. 130. A prognie de Nimi a Jahnugana e at aquela do rei Yayti descrita. 131. A descrio das dinastias de Yadu, Haihaya e posteriormente aquela de Kroshtri dada. 132. A glria de Jymagha30, a criao de indivduos das almas nobres Devvrdha, Arka e Vrsti so descritas. 133. A acusao divina de Vishnu, a obteno de uma jia preciosa do deusSol (so descritas). 134. A criao da prognie de Yudhjit de alma nobre como tambm aquela do sbio real glorioso Devamdhusa so narradas. 135-136. Tambm o nascimento e aes de (Vishnu) de grande alma, a maldade de Kamsa, o nascimento em recluso de Vishnu o Prajpati como o filho de Vasudeva e Devak, e depois a prognie de Vishnu (Krishna).29

Vikuksi era o rei filho de Iksvku. Um dia Iksvku decidiu conduzir um grande sacrifcio (Mahapralaya sraddha) para os espritos de seus mortos e enviou seu filho Vikuksi para a floresta para trazer carne de animais caados. A caminho da casa dele, Vikuksi ficou faminto e comeu um coelho. Quando a carne para sacrifcio estava para ser borrifada com gua sagrada, Vasishtha declarou que ela era 'uma sobra' e no aceitvel para sacrifcio. O Prncipe confessou mas foi expulso por Iksvku. Como Vikuksi comeu um coelho, ele se tornou conhecido como Saiada. Depois da morte de seu pai, Vikuksi retornou para governar Ayodhy. 30 A palavra 'glria' se refere ao fim afortunado de um rei exilado dominado pela esposa, filho de Rukma-Kavaca. Ele no tinha filhos. Uma vez em uma luta, ele obteve uma donzela e a levou para casa. A rainha de Jymagha, Saibya, lhe perguntou quem ela era. O marido dominado pela esposa respondeu, 'Sua nora'. 'Onde est seu filho?' replicou Saibya. Jymagha praticou penitncia, obteve um filho, e a moa ento se tornou nora deles. Veja o cap. 94; 30-35.

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137. Na contenda entre Devas e Asuras, quando, enquanto protegendo Indra, uma mulher (a esposa de Bhrgu, me de ukra) foi morta por Vishnu, Ele incorreu na maldio de Bhrgu. Bhrgu porm trouxe de volta vida a senhora divina, a me de ukra. 138. Houve guerras entre Devas e Asuras por doze mirades de anos acarretando grande perda de vida. (As faanhas de) Narasimha e outros so exaltadas. 139. A propiciao do deus iva foi realizada por meio de prtica de penitncia pelo sbio ukra. Estando intensamente desejoso de obter um benefcio, ele elogiou iva. Posteriormente so descritas as atividades de deuses e demnios. 140. Enquanto ukra de alma nobre estava ocupado com Jayant, o inteligente Brhaspati, assumindo a forma de ukra, iludiu os Asuras. Por isso o poderosamente brilhante ukra amaldioou (todos) eles. 141. Em seguida, o nascimento e glria do Senhor Vishnu so descritos. Turvasu era o neto de ukra, nascido de sua filha Devayn, de Yadu. Os reis Anu, Druhyu e Pru eram os filhos de Yayti. 142. Reis nobres e excelentes dessa famlia dotados de brilho e riqueza e possuindo fama eterna so descritos. 143-144a. A adeso rigorosa a Dharma pelo sbio brmane Kauika narrada, e tambm como Surabhi (a vaca divina) dissipou a maldio de Brhaspati. 144b. A glorificao da famlia de Jahnu como tambm a bravura de antanu tambm so narradas. 145. Uma descrio breve dos sete Manus do futuro e uma descrio da destruio (do universo) no fim de Kaliyuga do ltimo (Bhauma) Manvantara (so dadas). 146. A significao dos termos Para e Parrdha ( explicada) e a averiguao da extenso do universo em termos de yojanas ( feita). 147. Trs tipos de dissolues de todos os seres vivos, isto , Naimittika (peridica), Prkrtika (de prakrti - natureza primordial) e tyantika (final) so descritos ento. 148-149. Ento, h a descrio da seca causada pelo sol, do fogo terrvel Samvartaka, da nuvem, do nico oceano vasto, do vento, da noite (de Brahma) de alma nobre, e do clculo de perodos, especialmente o perodo de Brahma. Ento a descrio dos sete mundos comeando com a terra (Bh) e dos infernos comeando com Raurava apresentada. 150. A residncia excelente de iva se encontra acima da regio de Brahma onde todos os seres vivos obtm fuso no momento da aniquilao (do universo). 151-152. Ento o fim de todos os seres vivos, a aniquilao total depois da morte (literalmente: destruio) de Brahma, os oito tipos e as oito formas da respirao vital, o curso para cima e para baixo (dos falecidos) devido a eles recorrerem a aes virtuosas e ms em vida. 153. A destruio repetida dos Mahbhtas (os elementos primrios), a noeternidade (at mesmo) do deus Brahma depois da enumerao de misrias ( descrita). 154-155. A natureza m de prazeres e a averiguao do resultado deles, dificuldades de obter libertao, percepo de defeitos atravs de desapego, estabelecimento do ser em Brahman depois de rejeitar o manifesto e o imanifesto e sua realizao pelo conhecimento de diversidade so todos descritos em detalhes. 156. afirmado que a felicidade suprema de Brahman livre de aflio tripla, informe e imaculada. Aquele que compreendeu isso no tem nenhum medo, em nenhum lugar. 157. Uma criao ulterior por outro Brahma narrada ento como antes e assim tambm a linhagem de sbios e a destruio de todos os pecados.

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158. Dessa maneira foram descritos os contedos desse Purna. Nele tambm so descritas as mudanas, e dissolues do universo, como tambm as tendncias dos seres vivos e os resultados da absteno de atos mundanos. 159. O nascimento de Vasishtha e seu filho akti, a morte de akti por (Kalmsapda), filho de Suds pela instigao do sbio Vivmitra (so descritos). 160. O nascimento de Parara (de Adryant) e como o sbio Vysa nasceu da filha dos Pitris por meio daquele sbio santo. 161. O nascimento de Suka; como o inteligente Parara e seu filho (Vysa) incorreram na ira de Vivmitra. 162. E como o fogo sacrifical foi aceso por Vasishtha, como aquele sacrifcio foi arruinado astutamente por meios divinos pelo senhor Skanda, buscando o bem-estar do sbio Vivmitra, e por causa de prognie. 163. Como o sbio santo Vysa, pelo poder de sua inteligncia, dividiu o nico Veda em quatro e como, mais adiante, esses foram redigidos em vrios ramos por seus discpulos e discpulos de segundo grau. 164. Como (Brahma) foi questionado pelos sbios das seis famlias ilustres sobre a aplicao prtica dos Vedas em sacrifcios; como os sbios desejosos de ritos religiosos foram respondidos por Brahma ao ser perguntado dessa maneira; como os sbios desejaram regio sagrada e como Brahma, desejando realizar o desejo deles, (lhes deu uma roda e lhes falou:) 165. "Esta roda tem um cubo excelente, sua forma e nome so divinos; ela tem a verdade como seus raios; sua revoluo auspiciosa, e ela incomparvel. Sigamna atentamente, mas com autodomnio, enquanto ela procede frente. Vocs ento obtero o que benfico para vocs. 166. O lugar onde a borda dessa roda de lei, durante seu movimento frente, for quebrada, deve ser considerado santo." Depois de dizer isso aos sbios Brahma desapareceu da viso. 167. ( mencionado) como Gag concebeu o feto dourado e como o lugar obteve o nome Naimisa. E como os sbios realizaram os sacrifcios longos l e como Saradvat foi devolvido vida. 168. Como, com grande f, os sbios de Naimisa ampliaram a terra e instalaram um rei a quem eles honraram com hospitalidade conforme as injunes das escrituras sagradas. 169. O rei que foi assim satisfeito pela hospitalidade deles foi sequestrado pelo cruel Asura Svarbhnu31 que desapareceu com ele. 170. Eles seguiram o rei sequestrado Aila (Purravas) e como antes eles o viram na aldeia Kalpa32 na companhia de Gandharvas. 171. ( mencionado) como ele se uniu aos grandes sbios e (como) ele viu os recipientes dourados no sacrifcio deles. 172. Como no longo sacrifcio de doze anos (o rei) Aila se envolveu em disputa e briga e foi morto pelos sbios de Naimisa.33 173. Como eles criaram Ayus, filho de Aila, de dentro do Arani34, concluram o sacrifcio e serviram Ayus.31

Um antigo rei Danava, filho de Kyapa e Danu. Ugrasena, av materno de Krishna, era considerado como a encarnao dele (Mahbhrata; Adi P. cap. 67, pg. 144). 32 Abaixo o cap. 91 mostra que era nos Himalayas essa Kalpa onde Purravas teve sua lua de mel com a ninfa divina Urva. Supe-se que Maru e Devpi, os ltimos reis das dinastias solares e lunares, esperam l como ascetas para restabelecer seus reinos depois da era Kali. Ela situada em algum lugar perto de Badarikrama - The Geographical Dictionary of Ancient and Medieval India, pg. 74. 33 A morte de Purravas em sua tentativa de se apoderar dos recipientes de ouro dos sacrificadores de Naimisarnya est registrada no Mahbhrata Adi cap. 75; [pg. 167], e Brahmnda Purna 1; cap. 2, 17-23. 34 De acordo com Mahbhrata, Adi, cap. 75, Ayu era o filho de Purravas e Urva e no foi criado do Arani (o pedao de madeira para acender fogo por atrito) como declarado aqui. O Vyu Purna, abaixo no cap. 2, verso 21, confirma a verso do Mahbhrata.

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174. brmanes excelentes, tudo isso foi descrito como aconteceu. O conhecimento de assuntos mundanos dos sbios realmente grande. 175. Este Purna, (que ) conducente a conhecimento excelente, foi narrado antigamente por Brahma. A encarnao de Rudra para a felicidade dos brmanes (foi mencionada). 176. Assim tambm o (Pupata) Yoga de iva35 e as regies sagradas para ele foram glorificadas. Como o senhor iva veio a ser de garganta azul e como ele se manifestou na forma de liga36 tambm foi descrito. 177. Tudo isso foi contado para os brmanes por Vyuque exps Brahman. A narrao deste Purna, escutar este Purna e decor-lo em especial, conducente riqueza, fama e longevidade. Ele sagrado e dissipa pecados. 178. Agora ele vai ser narrado na ordem acima. At mesmo narraes prolongadas, se declaradas de uma forma breve, so compreendidas com facilidade. E por isso o resumo acima. O que foi indicado acima em resumo ser narrado em detalhes por mim abaixo. 179. Mesmo aquele que, com a serenidade da mente, estuda esse primeiro captulo compreende este Purna inteiro. No h dvida nisso. 180-181. Um brmane, que conhea os quatro Vedas com os Agas e Upanishads, no pode realmente ser considerado como tendo obtido proficincia, se ele no conheceu inteiramente os Purnas tambm. Ele deve reforar o Veda com o Itihsa e Purna. O Veda teme aquele que deficiente em tradio, pensando 'ele me danificar.' 182. Recitando frequentemente esse captulo que foi contado pelo prprio Brahma, a pessoa ser libertada at mesmo se ela estiver envolvida em infortnios e chegar meta de seu desejo. 183. Esse chamado de Purna porque ele respira (existe) desde os tempos mais antigos.37 At aquele que entende a interpretao etimolgica disso ser libertado de todos os pecados. 184. Nryana (Senhor Vishnu) permeia o universo inteiro e suas funes. O Senhor iva o criador do criador desse universo. 185. Por isso escute este ponto principal. O Deus iva a divindade suprema deste Purna.38 Na hora da evoluo ele cria o universo. Na hora da dissoluo ele o recolhe em si mesmo.

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Veja abaixo os captulos 11, 14 e 15. Veja abaixo os captulos 54 e 55. Uma etimologia popular de 'Purna'. Consequentemente o Vyu Purna considerado como um Saiva Purna.

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Captulo 2: Uma Sesso Sacrifical de Doze Anos1-2. Os sbios que eram ricos em austeridades religiosas (ou que consideravam austeridades religiosas como sua riqueza) falaram ao Sta novamente: "Onde ocorreu o Sattra (sesso sacrifical) daqueles sbios de aes milagrosas? Quanto tempo ele durou? Como ele funcionou? Como (aconteceu de o Deus do Vento) Vyu, narrar o Purna para eles? 3. Por favor narre isso em detalhes porque ns estamos extremamente ansiosos para ouvir." Assim incitado, Sta falou (as seguintes) palavras auspiciosas em resposta. Sta disse: 4. Ouam onde os sbios eruditos executaram o excelente Sattra, quanto tempo ele continuou e como ele foi realizado. 5. Eles o executaram onde, antigamente, o criador do universo, desejoso de criar o universo, executou o santo Sattra por mil anos. 6. Naquele Sattra, Tapa era o chefe de famlia (realizando o sacrifcio); o deus Brahma assumiu o ofcio do sacerdote designado como 'Brahma'. Il tinha a posio do consorte (do realizador do sacrifcio). O inteligente Mrtyu (deus da morte) de grande esplendor executou o rito Smitra (de matar o animal sacrifical) naquele sacrifcio daquelas almas nobres. 7. Os sbios realizaram o sacrifcio por mil anos no lugar onde a borda da Dharma-cakra girante (a roda da retido) foi partida. Graas quele evento, aquele local, santificado pelos sbios, ficou famoso como Naimisa. 8. Esse o lugar onde o rio sagrado Gomat, adorado por Siddhas e Cranas, flui. L, Rohin deu luz Budha de Soma. 9. Onde akti, o filho primognito de Vasishtha, nasceu; onde Arundhat deu luz cem filhos de brilho excelente. 10. Onde o rei Kalmsapda foi amaldioado por akti e onde surgiu a inimizade entre Vivmitra e Vasishtha. 11. Onde o sbio Parara1 nasceu de Adryant. Assim que ele nasceu, [o fim da] mortificao de Vasishtha2 foi ocasionado. 12. L, em Naimisa, os explicadores dos Vedas executaram a sesso sacrifical. Visto que eles realizaram o sacrifcio em Naimisa, eles foram chamados de Naimiseyas. 13. Foi enquanto o rei valoroso Purravas estava governando a terra que os sbios executaram o Sattra por doze anos. 14. Ns ouvimos que embora Purravas desfrutasse dos dezoito continentes, cercados pelos oceanos, ele nunca estava contente devido sua cobia para acumular pedras preciosas. 15. Incitada por Devahti, Urva o amou. Acompanhado por essa donzela celestial, o rei desejou realizar um sacrifcio. 16. Foi durante o reinado dele que os Naimiseyas executaram o Sattra. O feto altamente refulgente, que Gag concebeu do deus do fogo, foi depositado na montanha e ele foi transformado em ouro. 17. Ento, para promover a felicidade do mundo, o deus Vivakarm, por sua prpria vontade, fez, de ouro, o salo sacrifical (literalmente: o recinto cercado para o sacrifcio) daqueles sbios de alma nobre.1

Parara, enquanto no tero da me por doze anos, tornou-se um sbio vdico (Mahbhrata Adi cap. 179, pg. 354). 2 *E, porque o Rishi Vasishtha tinha resolvido se autodestruir mas se absteve disso logo que soube da existncia daquela criana, aquela criana, quando nasceu, foi chamada de Parara (o vivificador dos mortos). Mahabh. Adi Parva, cap. 180, pg. 355.]

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18. Brhaspati (o preceptor de deuses estava) l entre os (sbios) de brilho incomparvel. Durante o curso de caa aconteceu de Purravas, o filho de Il, visitar aquele local. 19. Ao ver aquele grande salo sacrifical maravilhoso de ouro, sua faculdade de julgamento (sabedoria) foi subjugada pela cobia e ele tentou confisc-lo. 20. Nisso, os Naimiseyas ficaram extremamente enfurecidos. Incitados pelo destino, eles o mataram perto do fim da noite com erva Kua tornada adamantina. 21. Atingido pela era Kua semelhante a diamante, o rei rejeitou seu corpo mortal. Os sbios fizeram do filho dele, nascido de Urva, o governante da Terra. 22. Esse rei (Ayu) era o pai de alma nobre de Nahusa. Ele era virtuoso e dedicado religio, e ele se comportava bem com os sbios. A sade daquela pessoa excelente era muito boa e ele desfrutou de uma vida longa. 23. Depois de apaziguarem o rei (Ayu), os sbios, que eram excelentes entre aqueles que conhecem Brahman, retomaram seu Sattra devidamente para aumentar o mrito religioso deles. 24. Aquele Sattra daqueles sbios nobres tornou-se to magnfico quanto aquele dos criadores (do universo) o qual eles empreenderam no passado, com a finalidade de criar o universo. 25. O Sattra foi assistido por Vaikhnasas, os amigveis Vlakhilyas, Maricikas e outros sbios que eram to brilhantes quanto o sol e o fogo. 26. Ele foi assistido por Pitris, Devas, Apsaras, Siddhas, Gandharvas, Ngas, e Cranas. Ele estava equipado com os requisitos auspiciosos da mesma maneira como o salo de assemblia de Indra por meio de todos esses. 27. Eles adoraram os Devas por meio de hinos, cnticos Sattra, e grafoencantamentos. Eles adoraram os Pitris com os ritos que so prprios para a condio deles. Eles adoraram da maneira prescrita os Gandharvas e outros de acordo com a respectiva posio deles. 28. Os Gandharvas cantaram hinos Sman; as Apsaras danaram. Eles estavam desejosos de propiciar (os convidados) naquele rito. 29. Os sbios proferiram palavras auspiciosas cheias de expresses graciosas. Aqueles que eram versados na filosofia dos mantras argumentaram uns com os outros. 30. Alguns disputantes superaram seus adversrios por meio de argumentos enganosos. Os sbios l eram homens instrudos, bem versados nas escolas Smkhya e Nyya de filosofia. 31. Brahmarksasas no perpetraram nenhuma ao de infrao; nem estavam l os Daityas que destroem o sacrifcio, nem os Asuras que o saqueiam. 32. No havia necessidade de expiao ou imprecao. Pela combinao de atividade, intelecto e eficincia (firmes), as injunes foram levadas a cabo. 33. Dessa maneira os sbios inteligentes realizaram o Sattra de durao de doze anos. Bhrgu e outros sbios eruditos executaram os sacrifcios Jyotistoma separadamente. Eles pagaram dez mil (moedas) como taxa para aqueles sacerdotes em retribuio. 34. Depois de conclurem o sacrifcio, brmanes, eles pediram ao grande senhor Vyu de alma nobre o que vocs me pediram. Incitado a descrever as vrias dinastias de reis, o senhor falou a eles. 35. Ele (Vyu) era um discpulo de Brahma. Ele podia ver tudo diretamente. Ele tinha controle perfeito sobre seus sentidos. Ele era dotado dos oito poderes sobrenaturais como Anim e outros. 36. Ele sustenta todos os mundos com as caractersticas especiais deles, das espcies no humanas (e humanas). Ele flui perpetuamente por seus sete cursos (regies) como planejado. 37. Os quarenta e nove Maruts organizados em sete grupos de sete foram colocados invariavelmente na jurisdio dele. Ele to poderoso que podia fazer o

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conjunto de trs tipos de seres vivos. Ele podia fazer os seres encarnados se sustentarem por meio de Tejas (fogo). 38. Ele sustenta corpos de seres vivos impulsionando-os com as atividades quntuplas dele e atravs dos rgos de sensao e atividade. 39. dito pelos eruditos que a fonte de origem dele era o ter, atributos eram som e toque e que ele era o origem do fogo. 40. O Senhor Vyu a divindade presidente extremamente ativa chamada Vtrani. Ele era especialista na cincia de linguagem. 41. Ele era perito em tradio antiga (Purna). Por meio de palavras agradveis cheias de contedos purnicos ele podia encantar os sbios eruditos.

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Captulo 3: Origem da CriaoSta disse: 1. Reverncia ao grande Deus (iva) de poder e atividade supremos, o proeminente entre deuses, cuja inteligncia e brilho so imensurveis. Saudao a ele do brilho de mil sis e fogo. Saudao ao criador e aniquilador do universo. 2-5. Eu narrarei a histria que repele o mal da era Kali, depois de me curvar aos Prajpatis reverenciados por todo o mundo, aos grandes Senhores como o deus nascido por si mesmo Brahma, Rudra e outras divindades, (a) Bhrgu, Marci, Paramesthin, Manu, (a) Rajas, Tamas (e Sattva), a Dharma, Kyapa, Vasishtha, Daksa, Atri, Pulastya, Kardama, Ruci, Vivasvat, Kratu, (ao) sbio Patriarca Agiras, Pulaha, Cukrodhana e ao grupo de vinte e um ordenados a executar seu dever de aumentar os indivduos (os seres humanos) e queles sbios antigos e eternos que so acompanhados por seus atendentes.1 Eu me curvo aos sbios, os lderes dos quais so Brhaspati e Uanas que brilham por sua firmeza e fortaleza. Eu me curvo queles sbios misericordiosos de conduta e penitncia auspiciosas. 6. Eu descreverei a criao excelente de Prajpati (Deus Brahma) embelezada por Indra, deuses, e os sbios. Ela auspiciosa, incomparvel, impecvel e agradvel para os sbios e os patriarcas (Prajpatis) de grande esplendor.2 7. O (Purna), histria proclamada pelo deus do vento, maior que os maiores. Ele descreve o perodo desde o princpio do dia do deus Brahma; ele descreve os sbios que tm manifestado amplamente e distintamente a glria de sua coragem e esplendor. Ele est expandido (incorporado) nos Vedas e Smrtis e ilustrado (neles) tambm. 8. Ele muito encantador para a mente devido construo precisa de combinaes e (ao uso de) variedade apropriada de palavras. Nele descrita a primeira atividade da natureza imanifesta incitada pelo senhor iva. 9-10. O que mencionado como a causa incompreensvel Brahman que a fonte de origem da Prakrti. A unidade individual uma sntese de tman, a cavidade do corao, tero, olho e o corpo. Ela imortal e imperecvel. O smen contm o sattvaguna, penitncia e muito luminoso. Aquele segundo Purusa eterno incompreensvel permeado por Brahma, o av dos mundos. 11. Pela mera concepo mental do Grande Senhor, Prakrti d luz as oito causas para aumentar a continuidade da criao e para as mudanas predeterminadas na alma corporal, ela (isto , Prakrti) sendo a procriadora, a possuidora de Rajas em abundncia, limitada pelo tempo csmico e os limites prescritos pelos Vedas. 12-14. (O Purna descreve a criao de) Devas, Asuras, montanhas, rvores, oceanos,3 Manus, Patriarcas (Prajpatis), sbios, Pitris, castas duas vezes nascidas, Picas, Yaksas, Ngas, Rksasas, estrelas, planetas, constelaes de estrelas, do sol, dos demnios que rondam noite, meses, estaes, anos, noites, dias, espao, tempo, Yugas, Ayanas, ervas medicinais e de floresta, trepadeiras, seres aquticos, Apsaras, animais, relmpagos, rios, nuvens, pssaros etc. De fato tudo o que sutil, tudo o que h na terra, tudo o que est posicionado no cu, tudo o que mvel ou imvel, tudo o que tem movimento e diviso ( mencionado neste Purna). 15. A cincia dos Vedas - Rik, Yajus, Sman, o suco Soma, o sacrifcio - tudo o que usado e desejado por Prajpati citado.

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[Anandashram] adiciona: [e] a todos os Manus atuais. [Anandashram] adiciona: de fala, intelecto e esplendor corpreo extremamente puros. [Anandashram] adiciona: de Gandharvas, Yakshas, Ngas ou rpteis e seres humanos.

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16. (Assim tambm descrita) A criao daqueles antes daquela de Vaivasvata Manu - o nascimento daqueles piedosos que so reverenciados pelos trs mundos como os senhores dos deuses, sbios divinos, Manus e (pessoas) proeminentemente inteligentes que tm preenchido (povoado) e embelezado os trs mundos. 17. O renascimento de Daksa no mundo dos mortais pela maldio de Rudra; sua residncia na Terra e a maldio mtua de iva e Daksa4 (so mencionadas). 18. As revolues de Manvantaras, a criao e dissoluo dos Yugas, sbios e sua linhagem como esses ocorreram nos Yugas primevos e acontecero futuramente tudo isso descrito aqui (neste Purna). 19. Aqueles Vyasas que propagam os Vedas nos Dvpara Yugas so descritos em srie. Assim tambm o nmero de Kalpas, mundos e os dias de Brahma (so mencionados). 20. A extenso de seres vivos qudruplos, isto , pssaros, rvores, os insetos nascidos da umidade, e animais como tambm dos piedosos habitantes do cu, e daqueles que foram para o inferno. A extenso deles dada por inferncia. 21. Os trs tipos de dissoluo, isto , absoluta, de Prakrti (natureza primordial) e peridica como tambm a escravido e libertao e particularmente o modo de existncia mundana e o modo mais elevado so mencionados. 22. A posio das causas que permanecem no estado de Prakrti (causa material) e seu funcionando subsequente, foi explicado para os sbios atravs de argumentos e conforme a autoridade de escrituras sagradas. brmanes, tudo o que foi completamente narrado efetivamente est sendo recontado precisamente para vocs. Ouam, por favor.

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Abaixo cap. 30. 56-67.

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Captulo 4: Origem da Criao (continuao)1. Ao ouvirem isso, todos os sbios da floresta de Naimisa responderam para Sta com olhos animados com curiosidade. 2. "Voc, senhor, um perito no conhecimento de diferentes dinastias e famlias porque voc herdou isso diretamente de Vysa. Por isso, por favor descreva plenamente para ns a criao (etc.) deste mundo. 3. Ns desejamos saber o detalhado 'quem de quem' (literalmente: as genealogias) deles todos, e tambm a criao diversa dos sbios antigos, como tambm a criao primeva de Prajpati." 4. Ao ser pedido repetidamente por eles, Lomaharshana de alma nobre, o mais excelente entre os bons, narrou tudo em detalhes e na devida ordem. Lomaharshana disse: 5. A histria que vocs me pediram para narrar divina, encantadora, significativa e destrutiva de pecados. O que est sendo narrado por mim extraordinrio, cheio de significado profundo e em consonncia com os Vedas. 6-7. Aquele que o retm em sua memria, ou o escuta constantemente, ou o narra para brmanes e para ascetas especialmente, com mente piedosa e autodomnio, em ocasies festivas (ou dias lunares importantes) em centros e templos sagrados, desfruta de uma vida longa. Por proclamar este Purna, ele mantm sua famlia e honrado no cu. 8. Compreendam como o Purna que consiste em sees extensas est sendo recitado por mim palavra por palavra como ele foi ouvido (por mim). Isso aumentar a fama de vocs todos. 9. A glorificao de todas as pessoas meritrias de fama bem estabelecida conducente riqueza, reputao, prazer divino, destruio de inimigos e longevidade. 10. Criao (do universo, sua) dissoluo e recriao, genealogia de reis, Manvantaras e a descrio das famlias de sbios - essas cinco constituem as caractersticas de um Purna.1 11. Eu narrarei (agora) em detalhes o Purna que foi narrado pelo deus do vento e que est no mesmo nvel que os Vedas. (Eu narrarei a histria tradicional do) Kalpa que mais puro que quaisquer outros Kalpas e positivamente mais puro que outras coisas sagradas. 12. A primeira parte (pda), chamada Prakriy, consiste no seguinte: A Origem, dissoluo, recriao e sustento do mundo. 13. As outras sees constituem a Introdutria (Upodghta), Anusaga (a central) e Upasamhra (a concluso). O Purna conducente virtude, fama e longevidade. Ele dissipa todos os pecados. 14. Dessa maneira as quatro sees2 foram citadas brevemente por mim. Eu as descreverei em detalhes na ordem apropriada. 15-16. Depois de prestar homenagem ao deus Brahma nascido por si mesmo, Hiranyagarbha (um feto dourado, nascido do ovo dourado), que o senhor, o primeiro e o ltimo Purusa, que o tman distinto e superior dos indivduos e que governa os mundos, eu relatarei detalhadamente a criao excelente sem deixar nada em dvida. A criao comea com o princpio de Mahat e termina com Viesa (o corpo1

Esse verso enumerando as cinco caractersticas de um Purna comum maioria dos Purnas. Amara Simha (sc. 15 D.C.) registrou esse verso no Amara Kosha I. 6. 5. 2 A diviso de textos purnicos em quatro Padas, isto : (1) Prakriy, (2) Anusaga, (3) Upodghta e (4) Upasamhra, mais antiga que a definio Paca-laksana [dada pelo lexicgrafo Amarasimha]. [Pacha Lakshana um epteto aplicado aos Purnas, significando aquilo que tem cinco tpicos caractersticos.]

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grosseiro).3 Ela descrita em diversidade de formas e caractersticas com as cinco dimenses e seis sistemas (divisores). Ela presidida por Purusa. 17. A causa primria imanifesta da natureza de Sat (existente) e Asat (inexistente). Ela eterna. Aqueles que meditam sobre a Realidade a chamam de Pradhna e Prakrti. 18. Ela desprovida de cheiro, cor, gosto, som e toque. Ela no-nascida, firme, imperecvel, eterna e posicionada [no?]4 prprio tman. 19. Ela a origem do universo. Ela o grande Ser, o grande Brahman, o eterno. Ela imanifesta e realmente a extenso de todos os elementos. 20. Ela sem incio, infinita, no-nascida, sutil, possuidora de trs atributos. Ela a fonte e o imutvel. Esse Brahman infinito (literalmente: no pertencente ao presente), incompreensvel, existia no princpio. 21-22. Todo esse universo que estava envolvido em escurido, era permeado pelo tman quando os Gunas estavam em equilbrio. Mas na hora da criao Tamas alcanou um estado secundrio. O princpio de Mahat apareceu, devido condio subsidiria de Pradhna, uma vez que ela era presidida pela alma individual. 23. Ela foi envolvida pelo princpio sutil e imanifesto de Mahat, o qual quando Sattva se torna predominante, ilumina apenas Sattva. A mente deve ser compreendida como o Mahat porque a mente sua causa. 24. Ele nasce da mente sutil, presidida pela conscincia inteligente. Dharma etc. e suas vrias formas so as causas dos ingredientes da criao. Quando estimulado pelo desejo de criar, o princpio de Mahat executa a criao. 25. Os termos Manas, Mahat, Mati, Brahma, Ph, Buddhi, Khyti, Ivara, Praj, Citi, Smrti, Sarhvit, e Vipura so sinnimos5, assim dizem as pessoas instrudas. 26. Visto que ele concebe do resultado das atividades que se multiplicam de um modo sutil, ele chamado de Manas. 27. Ele chamado como Mahat porque ele nasce antes de todos os princpios e maior em dimenso do que outros princpios e atributos. 28. Ele chamado de Mati porque ele porta (compreende) a medida, concebe a diviso e considerado como o Purusa devido sua relao de gozo. 29. Ele designado (etimologicamente) como Brahman por causa de sua grandeza e porque ele cria os seres e os ergue do lugar de repouso deles, a gua csmica. 30. Ele chamado de Ph porque ele enche todos os corpos conferindo benefcios e os faz dotados de elementos predeterminados. 31. Ele chamado de Buddhi porque por meio desse princpio, Purusa discerne entre o saudvel e o no saudvel e o faz aconselhar outros tambm. 32. Ele chamado de Khyti porque re-prazer sentido na conscincia desse princpio quando prazer (verdadeiro) baseado em conhecimento. 33. Ele proclamado por seus atributos e conhecido por diferentes nomes. Por isso Khyti o epteto de Mahat. 34. J que ele conhece tudo diretamente, ele chamado de Ivara de grande alma. Ele chamado de Praj porque rgos de percepo nascem dele. 35. Ele chamado de Citi porque ele rene as formas, conhecimento, etc. e os resultados de ritos sacrificais em busca de prazer. 36. Ele declarado como Smrti porque ele est ciente de todas as atividades e afeta presente, passado e futuro.

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Os Purnas aceitaram a teoria Smkhya de evoluo do universo. [Falha na digitalizao.] 5 Essa tendncia para sntese ou Samanvaya de diferentes escolas de pensamento encontrada em outros Purnas independente da classificao deles como Saiva ou Vaisnava. As etimologias desses termos nos versos 26-39 so populistas.

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37. Ele chamado de Sarhvit porque ele obtm conhecimento completo e consequentemente sua grandeza. 38. Ele existe em tudo e tudo existe nele. Por isso ele chamado como Sarhvit pelas pessoas que possuem inteligncia mais elevada. 39. Aquele receptculo de conhecimento, o senhor (onisciente), proclamou que conhecimento surge de conhecimento. Mahat chamado de Vipura pelos instrudos porque os Dvandvas (pares colidindo mutuamente) so cobertos por ele. 40. Por ele ser o controlador absoluto de todos os mundos, ele chamado de varan. Ele chamado de Brahman por causa de sua grandeza. Ele Bhva por causa de sua existncia. 41. Ele chamado de Ka (Prajpati) por causa de seu conhecimento do corpo fsico e da alma tambm, devido a ele ser absolutamente nico. Ele Purusa porque ele se encontra no corpo. Ele Svayambh porque ele nasce por si mesmo e porque ele existe desde o princpio. 42. O primeiro Tattva (Mahat) excelente foi assim explicado atravs de palavras sinnimas pelos conhecedores da verdade e aqueles que meditam na realidade. 43. Estimulado pelo desejo de criao, Mahat executa a criao.6 [Suas] atividades duplas so criao e esforo. 44. Dharma e outros princpios so os ingredientes de [?]. Mahat triplo em virtude dos trs gunas, isto , Sattva, Rajas e Tamas. 45. ...Mahat de Gunas triplos, nasce o Ego quando o ... predominante. A criao do Ego secundria ... por Mahat. [Texto digitalizado com falhas.] 46. Depois disso, quando o Ego (csmico) dominado por tamo-guna, o elemento sutil primrio nasce do Ego caracterizado por tamas. 47. O ter uma extenso vasta perfurada e caracterizado pelo elemento sutil chamado som e tambm envolvido pelo Ego csmico (Bhtdi). 48. informado que ter caracterizado pelo elemento sutil som criou o elemento sutil tato. O Ego sofrendo uma mudana criou o elemento sutil som. 49. O vento fica poderoso e considerado como tendo a qualidade do toque. O ar poderoso nasce do elemento sutil de toque. O ter caracterizado por seu elemento sutil de som envolveu o elemento sutil de toque. 50. gua, (consistindo) do elemento sutil de gosto envolvida pelo elemento sutil de cor. A gua efetuando uma mudana no elemento sutil de gosto criou o elemento sutil de cheiro. 51. A formao de componentes ocorre a partir daquela qualidade. Com seu 'cheiro' especfico, a gua com seu elemento sutil de gosto cobriu (a terra) consistindo no elemento sutil de cheiro. 52. Os elementos sutis so assim chamados porque eles tm qualidades caractersticas. Essa a caracterstica especial deles. Eles tambm so chamados de Avisesas porque eles expressam qualidades no distintivas. Eles alm disso so chamados de Avisesas porque eles so no-inativos, no-veementes e nointeligentes. 53. Essa criao de elementos grosseiros e sutis deve ser conhecida (na base) de atividades recprocas. Do tipo de ego Vaikrika, que gerado por Sattva guna e sattvika por natureza, o tipo de criao Vaikrika ocorre simultaneamente. 54. Os cinco rgos de conhecimento e os cinco rgos de ao constituem os dez rgos eficientes. Esses constituem as dez divindades (presidentes). O dcimo primeiro a mente. (Assim) os deuses Vaikrika so onze (em nmero). 55. Ouvido, pele, olho, lngua e o quinto, nariz, so os rgos cognitivos para conhecer som etc. 56. Pernas, nus, rgo de gerao, mos e o dcimo, o rgo da fala, so os rgos de ao. Suas funes so movimento, evacuao, busca de prazer, trabalho manual e fala.6

Aqui h falhas na digitalizao, at o verso 46.

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57. ter, o elemento sutil por causa do qual existe o som, penetra o elemento sutil de toque. Portanto, o ar consiste em dois atributos: som e toque. 58. Quando os dois atributos, isto , som e toque penetram a qualidade, 'cor', o fogo vem a ser dotado de trs atributos, isto , som, toque e cor. 59. Junto com as (qualidades) de som, toque e cor ele penetrou o elemento sutil de gosto. Disso, gua caracterizada pelo gosto deve ser conhecida como possuindo quatro atributos. 60. O elemento sutil de cheiro entrou neles junto com som, toque e cor. Ento (gua) em conjuno com o elemento sutil de cheiro produz terra. Entre todos os elementos grosseiros, s a terra possui cinco atributos. 61. Os elementos grosseiros so chamados de Viesas porque eles so imveis, impressionantes e no-inteligentes. Estes sustentam uns aos outros porque eles penetram uns aos outros. 62. Dentro da terra est este cosmo inteiro cercado firmemente por Lokloka. Os Viesas so perceptveis pelos rgos dos sentidos e so limitados (porque eles so fixos e determinados). 63. Os elementos posteriores obtm os atributos dos anteriores. Qualquer caracterstica que seja retida por um perodo especfico chamada de guna (qualidade) por aquele perodo. 64. Tendo sentido cheiro de fogo, alguns, por ignorncia, (podem acreditar que ele) emana do ar. Deve ser sabido que isto (cheiro) existe somente na terra (isto , ele a qualidade exclusiva da terra). E elas (as partculas de terra) tomam refgio em (isto , [so] encontradas no) ar (por isso seu cheiro). 65-66. Esses sete elementos extremamente poderosos, mas diferentes, eram incapazes de criar os indivduos (os seres) separadamente, [ento] todos eles se associaram. Quando aqueles de grande alma comeando com Mahat e terminando com Viesas se unem, eles so presididos por Purusa e com a bno do imanifesto, eles criam o ovo csmico. 67. Como uma bolha da gua, o ovo nasceu (repentinamente) todo de uma vez de Viesas. O que era a massa vasta de gua nisso executou o trabalho de Brahma. 68. O Ksetraja designado como Brahma (o princpio csmico de atividade) acordou no ovo de Prakrti. Ele de fato o primeiro ser encarnado. Ele chamado de Purusa. 69. Ele o primeiro criador de seres vivos. Ele existiu no prprio princpio, manifestando-se como o Hiranyagarbha de quatro faces. Na criao primria e secundria, o Ksetraja chamado de Brahma. 70. Seres vivos so criados junto com os rgos dos sentidos aos quais eles renunciam na hora da dissoluo. Seres vivos recorrem novamente a corpos nos perodos transitrios caracterizados por no-agregao. 71. O Meru dourado o feto daquele de grande alma. Os oceanos constituem o lquido embrionrio e as montanhas, a membrana e os ossos embrionrios. 72. Os sete mundos e esta terra com os sete continentes e sete oceanos se encontram dentro do ovo csmico. 73. Dentro dele esto todos esses mundos junto com milhares de montanhas e rios muito grandes, no somente isso, mas o prprio universo. 74. A lua, o sol, junto com as estrelas, planetas, o ar, a montanha Lokloka e tudo o que existe est includo (isto , presente) no ovo csmico. 75. O ovo csmico envolvido externamente por guas dez vezes seu tamanho.7 As guas so externamente rodeadas por fogo dez vezes o tamanho delas. 76. O fogo envolvido externamente por ar dez vezes seu tamanho. O ar cercado externamente por ter dez vezes seu tamanho.

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A teoria de sete envolturas que protegem o Ovo Csmico outro conceito purnico popular.

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77. O ar envolvido pelo ter. O ter cercado pelo Ego csmico. O Ego rodeado por Mahat (intelecto) e Mahat rodeado pelo imanifesto. O ovo csmico assim envolvido pelas sete coberturas criadas por Prakrti. 78. Essas oito Prakrtis permanecem encobrindo-se mutuamente dessa maneira. Existindo na hora da criao, elas absorvem umas s outras (na hora da dissoluo). 79. Assim gerados mutuamente, eles sustentam uns aos outros como o sustentador e o sustentado em sua relao primria e secundria. 80. O imanifesto (princpio inconsciente) chamado de Ksetra, e Brahma (o princpio consciente) chamado de Ksetraja. Assim a criao de Prakrti presidida por Ksetraja. Ela existia no princpio sem intelecto. Ela apareceu de repente como relmpago. 81. Aquele que compreende realmente a manifestao de Brahma, dotado de fama, longevidade, riqueza e prognie. 82. Se um homem renunciou aos desejos, ele se torna de alma pura e atinge sua meta. Por escutar este Purna todos os dias uma pessoa pode obter prazer e bem-estar.

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Captulo 5: A Origem da CriaoLomaharshana continuou: 1. brmanes, o perodo de tempo calculado por mim para a criao (do universo) deve ser conhecido como um dia do Deus supremo. 2. A noite do grande Deus tambm deve ser conhecida como totalmente da mesma durao. O perodo de criao seu dia e o perodo de dissoluo chamado de sua noite. 3. considerado que ele (Brahma) tem s o dia e nenhuma noite. Mas tal suposio feita somente para o benefcio do mundo. 4-6. Os indivduos, os patriarcas, os videntes vdicos junto com ascetas, sbios eternamente jovens como Sanatkumra e outros, junto com aqueles que obtiveram salvao, os rgos dos sentidos e seus objetos, os elementos sutis, assim como o intelecto e a mente todos esses permanecem durante o dia do Deus Supremo; eles so dissolvidos no fim de seu dia; ao trmino da noite, h criao do universo. 7. Quando a qualidade Sattva permanece em si mesma e quando a criao secundria recolhida, Pradhna e Purusa se tornam semelhantes (isto , inativos). 8. As qualidades Tamas e Sattva ficam em um estado equilbrio. Quando h equilbrio nas qualidades mutuamente, isso deve ser conhecido como dissoluo; quando h desequilbrio dos gunas, isso chamado de criao (isto , ocorre criao de objetos). 9. Da mesma maneira como leo reside nas sementes de gergelim ou ghee [manteiga clarificada] no leite, assim a qualidade Rajas fica imanifesta em Sattva e Tamas. 10. Depois de permanecer inativa por toda a grande noite do Deus, a criao de Prakrti comea novamente na alvorada. 11. Entrando no Ovo csmico, o grande deus causou, por meio de seu Yoga supremo, agitao em Pradhna e Purusa.1 12. De Pradhna que estava sendo agitado, Rajas foi produzido. Rajas que causa a atividade assim como gua causa a atividade nas sementes. 13. O desequilbrio de qualidades tendo entrado em vigor, as (divindades) presidentes so geradas. Os trs deuses foram criados enquanto os gunas estavam sendo agitados. Aqueles deuses encarnados, as almas que residem em tudo o que tomou refgio so extremamente misteriosos. 14. A qualidade de Rajas tornou-se Brahma; Tamas, Fogo; e Sattva tornou-se Vishnu. Brahma, o iluminador de Rajas, fica na qualidade de criador.2 15. Fogo, o iluminador de Tamas, permanece na qualidade de Kla. Vishnu, o iluminador de Sattva, permanece indiferente. 16. Esses somente so os trs deuses e os trs fogos. Eles so mutuamente dependentes, dedicados e fiis uns aos outros. 17. Eles funcionam juntamente, sustentam uns aos outros; eles esto sempre em associao uns com os outros. Eles subsistem uns dos outros. No h separao entre eles nem mesmo por um momento. Eles no deixam uns aos outros. 18. Ivara a deidade mais elevada. Vishnu maior que Mahat. Brahma, com Rajas dominante, funciona para o propsito de criao. Purusa conhecido como Para (o supremo) e Prakrti como Par (grande).1

Kfobha 'agitao' um processo de contrao e expanso que cclico. Os escritores de Purnas identificam os Gunas com a trade de deuses Brahma, Vishnu, e Rudra. Em nosso texto Agni representa Tamas Guna. Mas desde os tempos vdicos Rudra identificado com Agni. Escritores de Purnas aceitaram a teoria Smkhya de evoluo csmica mas eles acrescentaram Ivara ou uma deidade suprema e deram um traje popular evoluo para educao das massas.2

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19. Ele (Brahma) opera ao ser presidido por Mahevara e sendo impulsionado por toda parte. Mahat e outras (criaes de Prakrti) posicionadas por longo tempo em seus respectivos objetos devido atrao, funcionam depois disso. 20. Devido ao desequilbrio das qualidades, Pradhna comea a funcionar na hora da criao. De Pradhna, que da natureza de Sat e Asat, presidida por Ivara, o par Brahma e Buddhi (inteligncia csmica) nasce simultaneamente. 21. Ento o Ksetraja chamado de Brahma, da natureza de Tamas e do imanifesto, se manifesta no princpio, totalmente equipado com rgos dos sentidos para todas as atividades. 22. Ele, o imanifesto dotado de intelecto, resplandece com brilho. Ele realmente o primeiro ser encarnado permanecendo na qualidade de uma causa. 23. Ele equipado com conhecimento desimpedido e domnio supremo. Ele dotado de dharma e imparcialidade desobstrudos. 24. O conhecimento, caracterizado por desapego, daquele senhor, desimpedido. O intelecto de Brahma, identificando-se com aquele Deus, afetado por Dharma e Aivarya (supremacia). 25. Tudo o que ele deseja mentalmente criado do imanifesto naturalmente, devido a isso [o imanifesto] ser controlado, devido ausncia de atributos, e devido a ele ser o senhor dos Devas. 26. Na qualidade de Brahma, ele se torna o criador de quatro faces, na qualidade de Kla, ele o destruidor; na qualidade de Purusa (Vishnu) ele o senhor de mil cabeas. Esses so os trs estados do Deus nascido por si mesmo. 27. Na qualidade de Brahma, o criador, ele possui Sattva e Rajas predominantemente; como destruidor (do universo), Rajas e Tamas predominantemente; e como Purusa (Vishnu), Sattva exclusivamente. Assim o estado ou curso de atributos do Deus autonascido. 28. Na qualidade de Brahma ele cria; na qualidade de Kla ele recolhe (destri) os mundos; na qualidade de Purusa ele permanece indiferente. Esses trs so os estados do Senhor de indivduos. 29. Brahma tem o esplendor do interior de um loto. Kla tem o esplendor de colrio. Purusa de olhos de loto. Assim a forma da alma suprema. 30. O Senhor de Yugas que por divertimento tem diferentes criaes, atividades, formas, nomes e funes, cria e efetua mudanas em (diferentes) corpos. 31. J que ele funciona no mundo de trs modos, ele chamado de Triguna. J que ele dividido em quatro ele glorificado como Caturvyha (tendo quatro manifestaes). 32. Ele chamado de tman porque ele obtm (pnoti), toma (datte) e existe (Asti) para o (prazer de) objetos, que a existncia permanente dele. 33. Ele chamado de Rsi porque ele vai a todos lugares. Ele Vishnu porque ele penetra tudo. Ele tem o domnio sobre tudo. Ele o senhor do corpo fsico etc. 34. Ele Bhagavn porque h tais (excelncias) nele. Ele Rga (o senhor da paixo) porque ele controla a paixo. Ele Para (Supremo) porque ele o ser csmico. Ele Om porque ele protege (todos). 35. Ele Sarvaja (onisciente) porque ele conhece tudo. Ele Sarva porque tudo se origina dele. Porque homens emergem dele, ele conhecido como Nryana. 36. Ele divide seu ser em trs e age nos trs mundos. Ele cria, examina (protege) e devora por meio das trs atividades. No princpio Hiranyagarbha se manifestou como o senhor de quatro faces. 37. Porque ele primeiro a se manifestar ele chamado de o primeiro deus. Ele chamado de Aja porque ele no nasce ( existente por si mesmo). J que ele protege os indivduos, ele chamado de Prajpati. 38. Ele chamado de Mahdeva porque ele a maior divindade entre os Devas. Ele Ivara porque ele o senhor dos mundos e porque ele no est sujeito ao controle de outro.

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39. Ele chamado de Brahma devido sua grandeza. Ele chamado de Bhta por causa de sua existncia (eterna). Ele Ksetraja porque ele conhece a natureza csmica imanifesta. Ele Vibhu porque ele onipresente. 40. Porque ele se encontra no corpo sutil (chamado Pur) ele chamado de Purusa. Ele chamado de Svayambh porque ele no gerado e porque ele existe antes da criao. 41-42. Ele chamado de Yaja porque adorao ou sacrifcio oferecido a ele. Ele Kavi porque ele onisciente. Ele Kramana porque ele digno de ser aproximado e devido ao seu patronato de castas, ele chamado de ditya, Kapila, Agraja, e Agni. O tero dele era ouro e ele nasceu do tero dourado, assim ele chamado de Hiranyagarbha nesse Purna. 43. Mesmo em centenas de anos, impossvel calcular o nmero de anos que decorreram desde que o nascido por si mesmo foi manifestado. 44. O tempo que decorreu, o nmero de Kalpas que passaram depois que ele tinha se manifestado chamado de Para. O mesmo tanto de tempo ainda resta para ele. Ao seu fim, a criao subsidiria para acontecer. 45. Crores3 e crores de Kalpas j se passaram. Contudo tantos mais ainda restam. 46. O Kalpa que agora atual, brmanes, chamado de Vrha. Esse o primeiro dos Kalpas correntes presentemente. 47-50. Ele ter quatorze Manus, comeando com Svyambhuva e incluindo aqueles do passado, presente e o futuro. Por esses governantes de homens, esta terra, incluindo os sete continentes, ser protegida junto com os sditos, por meio de penitncia. Agora escutem em detalhes. Pela (descrio de) um Manvantara, todos os Manvantaras futuros, e pelo (relato de) um Kalpa, todos os Kalpas passados e futuros (so descritos). Os Kalpas futuros junto com as futuridades e dinastias devem ser deduzidos pelo inteligente (baseado) nos Kalpas passados.

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Um crore equivale a dez milhes.

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Captulo 6: A Origem da Criao (Continuao)Sta disse: 1-3. A gua se originou do fogo. Quando a terra foi destruda no fogo e tudo imergiu (na gua), quando, portanto, os seres mveis e imveis tambm foram destrudos, nada podia ser conhecido (visto) naquele vasto oceano de gua.1 Ento Brahma, chamado Nryana, o senhor Brahma de mil olhos, mil pernas e mil cabeas, o Purusa que de cor dourada alm do alcance d