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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
OBRIGAÇÕES RELATIVAS AO MODO DE
EXECUÇÃO
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. OBRIGAÇÃO SIMPLES
Por se tratar de uma obrigação comum, não tem
previsão legal no Código Civil.
Exemplo: entrega de coisa certa; obrigação de fazer.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
2. OBRIGAÇÃO CUMULATIVA ou CONJUNTIVA
(CONJUNÇÃO ADITIVA “E”)
Também não tem previsão legal no Código Civil.
Exemplos: entrega de coisa certa e perdas e danos; na
obrigação do promitente vendedor que se compromete
a entregar o lote compromissado e a financiar a
construção que nele será erguida.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
3. OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA ou DISJUNTIVA
(CONJUNÇÃO “OU”)
Artigo 252 do CC
“Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao
devedor, se outra coisa não se estipulou.”
Exemplo: entrega da coisa certa ou devolução da
quantia equivalente.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
OBSERVAÇÃO
A obrigação alternativa é vantajosa para os
contratantes, pois permite ao devedor selecionar,
dentre as prestações, a que lhe for menos onerosa,
assegurando ao credor o adimplemento d contrato.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
ATENÇÃO – Art. 252, § 1º, do CC
Não pode o devedor obrigar o credor a receber
parte em uma prestação e parte em outra.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 252, § 2º, do Código Civil
“Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de
opção poderá ser exercida em cada período.”
Exemplo: Se o devedor, a quem compete a escolha, obriga-se a
pagar ao credor, semestralmente, 12 automóveis ou R$ 240.000,00
(duzentos e quarenta mil reais), a cada semestre que passa poderá
optar pela entrega dos carros, ora pelo pagamento daquela quantia,
pois a escolha que fez num período semestral não o obriga a mantê-
lo no seguinte.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 252, § 3º, do Código Civil
“No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime
entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para
deliberação.”
Exemplo: Pluralidade de optantes: dois ou mais devedores, ou dois
ou mais credores, com direito a escolha) Se não houver acordo
entre eles, incumbe ao juiz de direito, findo o prazo por ele mesmo
outorgado a liberação, indicar qual das prestações deverá ser
cumprida para que haja a liberação do débito.
MINHA OPINIÃO
Deve prevalecer a vontade da maioria.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 252, § 4º, do Código Civil
“Se o título deferir a opção a terceiro, este não
quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se
não houver acordo entre as partes.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
1. Impossibilidade originária ou superveniente em razão
de perecimento ocasionado por força maior ou caso
fortuito – Artigo 253 do Código Civil
“Se uma das duas prestações não puder ser objeto de
obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o
débito quanto à outra.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
EXEMPLO
O devedor compromete-se a pagar a quantia de R$
80.000,00 (oitenta mil reais) ou entregar certo imóvel,
contudo, este bem está inalienável. Fica então valendo o
pagamento da quantia de R$ 80.000,00 (oitenta mil) para
cumprimento da obrigação.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 184 do Código Civil
Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial
de um negócio jurídico não o prejudicará na parte
válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação
principal implica a das obrigações acessórias, mas a
destas não induz a da obrigação principal.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
OUTRO EXEMPLO
O devedor se obriga a demolir uma casa ou a fazer
melhoramento no imóvel, entretanto não consegue
licença da autoridade para fazer a reforma. Nesse caso,
deverá demolir a casa.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
OBSERVAÇÃO
Se o devedor não puder cumprir as obrigações
sem sua culpa, extinguir-se-á a obrigação por falta de
objeto, liberando-se as partes.
Art. 256 do Código Civil
“Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem
culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Qual é a consequência jurídica para o direito do autor
na ação judicial?
Se o devedor não puder cumprir uma ou outra
obrigação, porque ocorreu algum caso fortuito ou força
maior, ele apenas restituirá apenas o que recebeu com
juros e correção monetário. Não haverá pedido de
indenização nem perdas e danos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
HÁ UMA EXCEÇÃO
Se o devedor já estiver em mora, quando ocorreu
o caso fortuito ou a força maior, responderá pela
impossibilidade da realização da obrigação, exceto se
provar a causa de isenção de culpa, ou que o dano
sobreviria, ainda que a obrigação fosse oportunamente
desempenhada (Artigo 399 do CC)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 399 do Código Civil
“O devedor em mora responde pela impossibilidade da
prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso
fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o
atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano
sobreviria ainda quando a obrigação fosse
oportunamente desempenhada.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
2. Descumprimento da obrigação por culpa do devedor
Se a escolha competir ao credor e uma das
prestações não puder ser cumprida por culpa do
devedor, o credor terá o direito de exigir a prestação
subsistente ou o valor da outra com perdas e danos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 255 do Código Civil
“Quando a escolha couber ao credor e uma das
prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o
credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do
devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis,
poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas,
além da indenização por perdas e danos.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Se a escolha couber ao devedor, a obrigação
concentrar-se-á na remanescente, transformando a
obrigação alternativa em simples.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 254 do Código Civil
“Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir
nenhuma das prestações, não competindo ao credor a
escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por
último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o
caso determinar.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
PERDA CONCOMITANTE DAS OBRIGAÇÕES
Se a escolha couber ao credor e ambas as
prestações se tornarem inexequíveis por culpa do
devedor, o credor poderá reclamar o valor de qualquer
das duas, além das perdas e danos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
DECLARATÓRIA. NULIDADE. CLÁUSULA CONTRATUAL.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS MATERIAIS E MORAIS.
COMPRA E VENDA. Inadimplemento da compromitente vendedora.
Atraso na entrega da obra. Alegações de caso fortuito ou de força
maior, em razão da revogação do alvará de construção e embargo
da obra pela Prefeitura. Irrelevância. Culpa pelo distrato atribuída à
vendedora. Nulidade da cláusula 4ª dos instrumentos de rescisão
por ser abusiva, nos termos do art. 51, inciso IV, do CPC
[...]..(TJ/SP,5ª Câm.Dir.Privado. Apelação 9073183-12.2004.8.26.0000,
Relator Silvério Ribeiro, j. 04/05/2011.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Imaginemos a seguinte situação:
Seu cliente compra um ingresso no valor de R$ 1.200,00
(mil e duzentos reais) para um show. No entanto, o evento foi
cancelado, porque o cantor ficou doente, mas a empresa
responsável pelo evento alega que está com dificuldades de
devolver o dinheiro.
Qual é a ação competente?
Qual é o pedido?
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A ação será de “restituição de valores pagos”
Pedido alternativo
1. Com culpa do devedor
Restituição do valor pago, cumulado com perdas e danos
(devem ser provados, lembrando-se que o mero
descumprimento contratual não gera dano moral), acrescidos de
juros e correção monetária.
2. Sem culpa do devedor
Restituição do valor pago, acrescido de juros e correção
monetária.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Outro exemplo
Seu cliente contratou um artista para criar uma
determinada obra de arte. Pagou o valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais). No entanto, o artista não cumpriu
com a obrigação contratual. O prazo era de três meses.
Como advogado da autora, proponha a ação
competente.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
REQUISITOS DA INICIAL
1. Nome da ação
Ação: Obrigação de fazer (art. 815 do CPC)
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
2. COMPETÊNCIA – FORO CÍVEL
A ação deverá ser distribuída no
domicílio do executado (artigo 781, inc. I,
do CPC)
4. PETIÇÃO INICIAL
Artigos 319, 320, 815 e 816 do CPC
I – DOS FATOS
Narrar o fato e os fundamentos jurídicos. Explicar
que se trata de obrigação de fazer infungível.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
II – DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Processo Civil
Artigos 815 a 817 do CPC (trata-se de obrigação
infungível)
Código Civil
Artigos 247 e 248 do CC
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 247 do CC
“Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos
o devedor que recusar a prestação a ele só
imposta, ou só por ele exequível.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Art. 248 do CC
“Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa
do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa
dele, responderá por perdas e danos.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
DO ÔNUS DA PROVA
O exequente deverá demonstrar a existência da
obrigação e a recusa do devedor, normalmente
apresentado por contrato ou por oitiva de testemunhas.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
III – DO PEDIDO
Isto posto requer a Vossa Excelência que se digne de
citar, por via postal, o executado a fim de compeli-lo a criar a
obra descrita no contrato no prazo de 03 (três) meses ou a
restituir o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), acrescidos
de juros, correção monetária e honorários advocatícios.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Requer ainda a Vossa Excelência que se, no curso do
processo, ficar provado que a inexecução do contrato deu-se por
culpa exclusiva do executado, que seja ele condenado não só a
devolver a quantia pleiteada, devidamente reajustada, mas também
a pagar um determinado valor a título de perdas e danos a ser
fixado por meio de liquidação de sentença, se houver necessidade,
nos termos dos arts. 816, parágrafo único, e 821, parágrafo único,
do CPC.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
IV – VALOR DA CAUSA
O valor da causa será de R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais) com base no artigo 292, inciso II, do Código de
Processo Civil:
“O valor da causa constará da petição inicial ou da
reconvenção e será: II – na ação que tiver por objeto a
existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a
resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o
valor do ato ou o de sua parte controvertida.”
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
PERGUNTAS IMPORTANTES PARA FAZER AO CLIENTE
• Quando e como a obrigação foi assumida?
• Existem alternativas?
• Qual é exatamente a obrigação que o executado se
recusa a cumprir?
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• O exequente sabe das razões da recusa do executado?
• O exequente cumpriu com sua parte do contrato?
• O executado está constituído em mora? Como?
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À PROPOSITURA DA
AÇÃO
Contrato ou outro documento que comprove a existência
da relação jurídica estabelecida entre os demandantes.
Comprovante de constituição em mora do devedor (o
próprio contrato indicará a inexecução pelo prazo
estabelecido)
Comprovante do pagamento pelo trabalho ou que está
com o pagamento em dia.