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OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DE CURITIBA
Estudo Temático: Igualdade de gênero e raça no trabalho: perfil de Curitiba na
década de 2000 Contrato de Prestação de Serviços Nº. 17731/2007 - PMC / DIEESE
SETEMBRO DE 2012
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 2
EXPEDIENTE DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA
LUCIANO DUCCI Prefeito
PAULO BRACARENSE Secretário Municipal do Trabalho e Emprego
CESAR BASSANI Superintendente da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego
JONI CORREIA Departamento de Convênios da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 3
EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE
Direção Técnica
Clemente Ganz Lúcio – Diretor Técnico/ Coordenador de Pesquisas Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento
José Silvestre Prado de Oliveira – Coordenador de Relações Sindicais Nelson de Chueri Karam – Coordenador de Educação
Rosana de Freitas – Coordenadora Administrativa e Financeira
Coordenação Geral do Projeto
Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento Angela Maria Schwengber – Supervisora dos Observatórios do Trabalho
Lenina Formaggi – Técnica Responsável pelo Projeto
Equipe Executora
DIEESE
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Rua Aurora, 957 – Centro – São Paulo – SP – CEP 01209-001
Fone: (11) 3874 5366 – Fax: (11) 3821 2199 – E-mail: [email protected]
Site: http://www.dieese.org.br
Observatório do Trabalho de Curitiba Rua Treze de Maio, 778, sala 05
São Francisco – Curitiba – PR – CEP 80010-180 Tel: (41) 3225-2279
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................................5
INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................7
NOTA METODOLÓGICA ...................................................................................................................................8
1. PARTICIPAÇÃO, OCUPAÇÃO E DESEMPREGO......................................................................................10
1.1 Caracterização geral ..............................................................................................................................10
1.2 Posição na ocupação .............................................................................................................................14
2. INFORMALIDADE ........................................................................................................................................16
3. RENDIMENTOS ...........................................................................................................................................17
4. JORNADA DE TRABALHO E ESTUDOS ....................................................................................................19
5. EMPREGO FORMAL ...................................................................................................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................32
ANEXOS...........................................................................................................................................................33
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 5
APRESENTAÇÃO
O presente relatório configura-se no estudo temático “Igualdade de Gênero e Raça no Trabalho:
Perfil de Curitiba na Década de 2000”, produto previsto no plano de atividades do Observatório do
Trabalho de Curitiba, parceria entre a Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego da Prefeitura
Municipal de Curitiba e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos –
DIEESE.
O município de Curitiba assinou, em 2011, sua adesão à Agenda de Trabalho Decente e a partir de
então executa uma Agenda própria, a partir da ANTD. Dentre as diretrizes elencadas pela Agenda
de Curitiba, destaca-se a redução das desigualdades de gênero e raça no município, selecionada
como diretriz transversal, ou seja, que perpassa as demais diretrizes da Agenda local. Nesse âmbito,
uma das primeiras ações da Agenda – em execução atualmente – é a redução das desigualdades de
gênero e raça na administração pública municipal.
Uma das formas escolhidas para alcançar o objetivo acima foi a adesão da Prefeitura de Curitiba ao
Programa Pró-equidade de Gênero e Raça1, iniciativa do Governo Federal por meio da Secretaria de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República – SPM/PR. A adesão ao Programa prevê
uma série de ações que vêm sendo desenvolvidas dentro da Prefeitura, e a elaboração de
diagnósticos – ainda que transcendam a esfera do emprego na Administração Pública – é uma
dessas ações que tem como objetivo dar visibilidade ao tema. Nesse sentido, o presente relatório foi
preparado tendo como pano de fundo esse Programa, além de servir para subsidiar a Agenda
Curitiba de Trabalho Decente e as políticas públicas de emprego do município.
O relatório tem como objetivo discutir a igualdade de gênero e raça no mercado de trabalho de
Curitiba entre os anos de 2000 e 2010. Ele está dividido em cinco partes, além de uma introdução,
de nota metodológica e de algumas considerações finais. A primeira parte trata das características
gerais relacionadas à ocupação e traz a evolução da população economicamente ativa, da taxa de
participação e do desemprego, além de analisar a posição na ocupação. A segunda parte traça um
panorama geral da informalidade entre os diferentes grupos. Já a terceira parte trata dos
rendimentos dos trabalhadores curitibanos ao longo da década. A quarta parte, por seu turno, aborda
1 De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, o Programa Pró-equidade de Gênero e Raça objetiva promover a igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres nas organizações públicas e privadas e instituições por meio do desenvolvimento de novas concepções na gestão de pessoas e na cultura organizacional. Nele, as empresas e organizações públicas e privadas executam um plano de ação durante 12 meses e, para receberem o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, é preciso que obtenham o mínimo de 70% de execução das ações pactuadas e qualitativamente obter um desempenho satisfatório ou muito satisfatório. (http://www.sepm.gov.br/subsecretaria-de-articulacao-institucional-e-acoes-tematicas/pro-equidade)
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 6
Nota: Os termos de gênero masculino, empregados neste documento para
referir-se a ofícios, profissões, ocupações e funções das pessoas, aplicam-se
aos homens e às mulheres, exceto quando o contexto indique claramente que
se referem a um sexo particular.
a jornada de trabalho. Por fim, a quinta parte lida especificamente com os trabalhadores celetistas
de Curitiba e analisa indicadores de escolaridade e de grupos e famílias ocupacionais.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 7
INTRODUÇÃO
O desempenho do mercado de trabalho brasileiro, em anos recentes, vem sendo marcado por um
expressivo crescimento do emprego formal. Particularmente a partir de 2004, observa-se um
‘círculo virtuoso’ de geração de empregos interrompido apenas em 2009, com a crise econômica
internacional. Apesar desse contexto de crescimento, não se pode esquecer que o mercado de
trabalho brasileiro é marcado por desigualdades persistentes de inserção, de permanência e de
remuneração que não foram – e, em boa medida, não têm sido – superadas com o aumento de
postos de trabalho. Ainda que o bom desempenho econômico permita melhorias na remuneração
dos trabalhadores e maior facilidade de inserção de mulheres e negros, a questão da discriminação
no trabalho permanece como uma das questões estruturais mais importantes do nosso mercado de
trabalho. Em Curitiba, alguns indicadores como a taxa de desemprego e os níveis de rendimentos
revelam-se melhores do que a média brasileira, embora a discriminação não seja diferente do que se
observa no Brasil, de forma geral.
Segundo OIT (2006), “além do gênero, a raça e a cor, a origem étnica, a origem social e a idade
influem na qualidade e quantidade de oportunidades de emprego e renda a que homens e mulheres
têm acesso, independentemente de suas aspirações, competências e conhecimentos” (OIT, 2006,
p.12). Ainda de acordo com OIT (2006), a discriminação no trabalho não seria simplesmente o
resultado de um “ato isolado ou esporádico de um empregador ou de um funcionário de uma
agência de empregos, mas uma prática estabelecida, arraigada nas instituições e nas políticas do
mercado de trabalho”. (Idem, p.12). Também de acordo com OIT (2006), “as desigualdades e a
discriminação de gênero e étnico-raciais interagem entre si e se potencializam com outros
condicionantes sociais, gerando estruturas de exclusão social que incidem fortemente na pobreza e
nos padrões de inserção no mercado de trabalho” (Idem, p.19).
É relevante o fato, ressaltado por Abramo (2010), de que “as pessoas negras são maioria entre os
mais pobres no Brasil e, no caso das mulheres, os determinantes de raça se entrecruzam e se
potencializam com os determinantes de gênero, criando uma situação de maior vulnerabilidade à
pobreza e dificuldades significativamente maiores de acesso a um trabalho decente” (Abramo,
2010, p.22).
Considerando que as discriminações associadas a gênero e raça estão na matriz das desigualdades e
que exercem uma contribuição importante para a permanência da pobreza e da exclusão social,
Marques e Sanches (2010) afirmam que “incorporar a dimensão de gênero e raça à análise do
mercado de trabalho implica assumir que a posição da mulher e dos negros é desigual em relação
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 8
aos homens e aos brancos e que questões como emprego e desemprego, trabalho precário e
remuneração, entre outras, manifestam-se e são vividas de forma desigual entre esses trabalhadores
e trabalhadoras” (Marques e Sanches, 2010, p.54).
Nesse sentido, tanto o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, ocorrido nas
últimas décadas, quanto a intensificação da discussão sobre igualdade racial representam
transformações importantes ocorridas no Brasil e que vão consolidando uma aceitação social sobre
a necessidade de se incorporar o tema da igualdade às políticas de desenvolvimento e às políticas
sociais (Marques e Sanches, 2010).
Por fim, cabe destacar que a noção de equidade é um elemento transversal do conceito de trabalho
decente, ou seja, que o trabalho decente deve incluir o entendimento de um trabalho livre de toda
discriminação. Quaisquer territórios que almejem a construção de uma Agenda de Trabalho
Decente devem ter como elemento subjacente essa noção de igualdade.
Isso posto, o presente relatório tem como objetivo discutir a igualdade de gênero e raça no mercado
de trabalho de Curitiba entre os anos de 2000 e 2010. Ele está dividido em cinco partes, além desta
introdução, de nota metodológica e de algumas considerações finais. A primeira parte trata das
características gerais relacionadas à ocupação e traz a evolução da população economicamente
ativa, da taxa de participação e do desemprego, além de analisar a posição na ocupação. A segunda
parte traça um panorama geral da informalidade entre os diferentes grupos. Já a terceira parte trata
dos rendimentos dos trabalhadores curitibanos ao longo da década. A quarta parte, por seu turno,
aborda a jornada de trabalho. Por fim, a quinta parte lida especificamente com os trabalhadores
celetistas de Curitiba e analisa indicadores de escolaridade e de grupos e famílias ocupacionais.
NOTA METODOLÓGICA
A metodologia utilizada nesse relatório procura investigar as condições igualdade no mercado de
trabalho de Curitiba entre grupos específicos de trabalhadores: homens e mulheres e brancos e
negros.
O agrupamento das variáveis de cor/raça foi feito da seguinte forma: pretos e pardos foram
agrupados na categoria ‘negros’ e brancos, amarelos e indígenas foram agrupados na categoria
‘brancos’ e são referenciados dessa maneira ao longo do trabalho.
Em relação às bases de dados utilizadas no estudo, tanto o perfil demográfico quanto o ocupacional,
o de rendimentos, o de jornada e o de conciliação entre trabalho e estudo foram elaborados a partir
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 9
de informações do Censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já
o perfil do mercado de trabalho formal foi feito a partir de informações da Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS), registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo o próprio MTE, a variável de cor/raça na RAIS “deve ser utilizada com certa cautela, pois,
além de ser relativamente nova e existir omissões, verifica-se inconsistência de algumas
declarações, o que, contudo, não inviabiliza em termos gerais sua utilização (...) [além de]
apresentar frequência significativa de declaração não identificada para os vínculos estatutários”
(MTE, 20122). Diante dessa limitação, optou-se por utilizar apenas informações celetistas,
excluindo os estatutários da análise do emprego formal em Curitiba.
O recorte temporal utilizado no estudo abrange o Censo de 2000 e o último Censo demográfico, que
é de 2010. O recorte justifica-se pela possibilidade de se comparar um período ‘equivalente’ ao que
seria uma década, além de permitir a comparação entre os dois últimos Censos demográficos
realizados no Brasil. Adicionalmente, a última RAIS divulgada também é do ano de 2010. Cabe
ressaltar, entretanto, que sempre que necessário outros recortes temporais foram utilizados ao longo
do relatório: algumas séries foram iniciadas em 2004, como é o caso das informações sobre grandes
grupos ocupacionais e famílias ocupacionais da RAIS, devido a alterações ocorridas na
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) em 2002 que dificultariam a análise em períodos
anteriores. Em relação ao recorte geográfico, o relatório restringe-se ao município de Curitiba, mas
para alguns indicadores mais gerais são traçadas comparações com a Região Metropolitana de
Curitiba (excluindo-se Curitiba) e com o estado do Paraná.
Por fim, uma observação importante refere-se ao fato de que o presente relatório utilizou
rendimentos medianos e não médios. A mediana, assim como a média, é uma medida de tendência
central. Entretanto, a mediana indica exatamente o valor central de uma amostra de dados, ou seja,
ela é o valor que divide a distribuição ao meio. O uso da mediana é importante quando se trata de
renda ou de rendimentos especialmente porque a média é influenciada por valores extremos, sendo
mais ‘útil’ para distribuições simétricas, o que não é o caso da renda, que tem uma distribuição
assimétrica.
2 Disponível em: http://www.mte.gov.br/pdet/ajuda/notas_comunic/nt07508.asp. Acesso 19 set 2012.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 10
1. PARTICIPAÇÃO, OCUPAÇÃO E DESEMPREGO
A presente seção traça uma caracterização geral do mercado de trabalho de Curitiba e de sua
evolução na última década (2000 e 2010) a partir dos grupos selecionados (Homens, Mulheres,
Negros, Brancos, Homens Negros, Homens Brancos, Mulheres Negras e Mulheres Brancas). Na
primeira parte são analisados População Economicamente Ativa (PEA), taxa de participação,
ocupados e taxa de desemprego. Na segunda parte, analisa-se a posição na ocupação. Sempre que
pertinente, os dados foram comparados com a Região Metropolitana de Curitiba (excluindo-se o
município de Curitiba) e com o Paraná.
1.1 Caracterização geral
A PEA de Curitiba aumentou 20,6% entre 2000 e 2010, passando de 814.544 para 982.706 pessoas.
A PEA era predominantemente branca (80,0% de brancos e 20,0% de negros) e masculina (52,9%
eram homens). No Paraná e na Região Metropolitana de Curitiba (excluindo-se o município de
Curitiba), a participação dos negros era significativamente superior: 28,1% e 30,0%,
respectivamente, ao passo que a participação da PEA masculina era ainda maior do que a verificada
em Curitiba: 55,9% e 56,5%, respectivamente, eram homens (Anexos 1 e 2).
Especificamente em relação a Curitiba, ao longo da década, a PEA de mulheres negras foi o grupo
que apresentou maior aumento (77,2%), o que permitiu que sua participação na PEA feminina
passasse de 13,3% em 2000 para 18,4% em 2010. A PEA de homens negros apresentou um
movimento semelhante – variação de 60,1% na década e aumento na participação da PEA
masculina, de 15,5% em 2000 para 21,5% em 2010.
Embora tenha havido aumento na PEA entre todos os grupos analisados, a variação mais expressiva
na PEA de mulheres e negros fez com que esses grupos ganhassem mais espaço na distribuição da
PEA de Curitiba, ao mesmo tempo em que os grupos dos homens e dos brancos perderam
participação – os homens, que representavam 55,3% da PEA em 2000 passaram para 52,9% em
2010 (queda de 4,4%), ao passo que a participação da PEA de brancos caiu 6,4%.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 11
TABELA 1 População economicamente ativa com 10 anos e mais, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010 Número de pessoas Distribuição
Sexo e cor/raça 2000 2010 Variação
2010/2000 2000 2010 Variação
2010/2000 Homens 450.663 519.893 15,4 55,3 52,9 -4,4
Mulheres 363.881 462.813 27,2 44,7 47,1 5,4
Brancos 693.373 785.872 13,3 85,5 80,0 -6,4
Negros 117.826 196.833 67,1 14,5 20,0 37,9
Homens brancos 379.047 408.291 7,7 84,5 78,5 -7,0
Homens negros 69.716 111.602 60,1 15,5 21,5 38,2
Mulheres brancas 314.327 377.582 20,1 86,7 81,6 -5,9
Mulheres negras 48.110 85.231 77,2 13,3 18,4 38,7
Total 814.544 982.706 20,6 100 100 - Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba Nota: O total inclui a categoria ‘ignorados’.
De acordo com Marques e Sanches (2010), “movidas pela necessidade de contribuir para a
manutenção da família e/ou pelo desejo de realização profissional e autonomia, as mulheres vêm se
incorporando crescentemente ao mercado de trabalho – como ocupadas ou em busca de um posto de
trabalho” (Marques e Sanches, 2010, p.56). Essa maior incorporação da mulher também pode ser
verificada em Curitiba, em que a taxa de participação3 das mulheres apresentou uma variação de
10,0% na década e passou para 57,2%. Ainda assim, ela ainda era bastante inferior a dos homens,
que mesmo sem aumento entre 2000 e 2010 – apenas 0,3% de variação – manteve-se extremamente
elevada, em 71,9%.
De forma geral, a taxa de participação no mercado de trabalho de Curitiba alcançou 64,2% em 2010
– aumento de 4,6% na década. Os homens negros tiveram queda de 1,6% em sua taxa de
participação, o que contribuiu para que a taxa de participação dos negros (homens e mulheres)
tivesse um aumento modesto, de 1,6%.
3 A taxa de participação indica a relação entre a População Economicamente Ativa (PEA) e a População em Idade Ativa (PIA), ou seja, a proporção de pessoas com 16 anos ou mais que estão no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas. A PIA refere-se a todas as pessoas em idade de trabalhar. Para fins deste trabalho, foram considerados todos os maiores de 16 anos
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 12
TABELA 2 Taxa de participação no mercado de trabalho das pessoas acima de 16 anos, por sexo e
cor/raça Curitiba, 2000 e 2010
Taxa de participação Sexo e cor/raça 2000 2010 Variação 2010/2000 Homens 71,7 71,9 0,3 Mulheres 52,0 57,2 10,0 Brancos 60,9 64,0 5,1 Negros 63,7 64,7 1,6 Homens brancos 71,4 71,9 0,7 Homens negros 73,1 72,0 -1,6 Mulheres brancas 51,8 57,2 10,6 Mulheres negras 53,7 57,2 6,4 Total 61,3 64,2 4,6 Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Dentre os ocupados, predominavam os brancos (80,1%) e homens (53,4%). Se comparada com a
distribuição da PEA apresentada na Tabela 1, percebe-se que os brancos mantiveram sua
participação entre os ocupados, ao passo que os homens ampliaram sua participação (representavam
52,9% da PEA e 53,4% dos ocupados).
Entre 2000 e 2010, as mulheres negras quase triplicaram sua participação dentre os ocupados,
passando de 12,7% para 34,3%. Como consequência, caiu a participação das mulheres brancas (de
87,3% para 65,7%). Os homens negros também tiveram aumento expressivo, passando de 15,0%
para 21,3% dos ocupados, embora essa taxa ainda permaneça extremamente baixa (os homens
brancos representavam 78,7% dos ocupados).
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 13
GRÁFICO 1 Distribuição dos ocupados entre as pessoas acima de 16 anos, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010
Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
De forma geral, a taxa de desemprego em Curitiba passou de 13,4% em 2000 para 4,6% em 2010,
uma queda de 8,8 pontos percentuais (p.p.). Apesar dessa queda expressiva, permaneciam
diferenças importantes entre os grupos: enquanto os homens brancos tinham uma taxa de
desemprego de 3,5%, dentre as mulheres negras essa taxa era de 6,4%. Ainda assim, as mulheres
negras apresentaram uma queda de 13,4 p.p. na taxa de desemprego ao longo da década – em 2000,
o desemprego alcançava 19,8% nesse grupo. Segundo Marques e Sanches (2010), as taxas de
desemprego superiores para as mulheres, e particularmente para as mulheres negras “demonstra o
peso relevante da dimensão de gênero sobre as oportunidades de acesso e de manutenção dos postos
de trabalho – e o peso negativo que recai sobre as mulheres” (Marques e Sanches, 2010, p.61).
Os negros apresentaram a segunda maior queda na taxa de desemprego (11,3 p.p), passando de
16,6% em 2000 para 5,3% em 2010. Embora a taxa permaneça em patamar superior à dos brancos,
que foi de 4,4% em 2010, a diferença entre negros e brancos era inferior à diferença entre homens e
mulheres.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 14
GRÁFICO 2 Taxa de desemprego das pessoas acima de 16 anos, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010
Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
1.2 Posição na ocupação
Os empregados com carteira de trabalho assinada eram a posição ocupacional com maior
participação de ocupados, além de terem apresentado o maior aumento de participação entre 2000 e
2010 (7,2%), passando de 49,2% do total de ocupados para 56,4%. Essa variação foi a grande
responsável pela queda na taxa de informalidade ao longo da década, como pode ser visto na seção
2 a seguir.
Embora distribuídos de forma desigual entre os grupos analisados, os empregados com carteira
representavam um percentual não inferior a 53,5% dos ocupados em todos os grupos em 2010,
alcançando 63,9% no caso dos homens negros. Entre 2000 e 2010, os empregados com carteira
aumentaram 11,0 p.p. entre os negros, sendo 10,1 p.p para os homens negros e 12,9 p.p. para as
mulheres negras. O menor aumento registrado foi entre as mulheres brancas (4,8 p.p.).
Em trajetória oposta aparecem os empregados sem carteira, cuja participação sobre o total de
ocupados passou de 11,6% em 2000 para 8,5% em 2010 e os conta própria, que passaram de 21,8%
para 20,1%. A queda dessas duas posições ocupacionais foi mais expressiva entre os homens negros
(5,0 p.p. no caso dos empregados sem carteira e 4,4 p.p. no caso dos conta própria).
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 15
No caso dos trabalhadores domésticos, manteve-se a participação dos domésticos com carteira
(2,1% do total nos dois períodos analisados), mas foi reduzida a participação dos domésticos sem
carteira de trabalho assinada, que passaram de 3,5% para 2,4%. Essa posição ocupacional – com ou
sem carteira – apresentava diferenças importantes de gênero, com uma participação irrisória de
homens (0,2% em 2010) e mais expressiva de mulheres: 5,0% das ocupadas eram domésticas sem
carteira e 4,2% eram domésticas com carteira em 2010. Adicionalmente, 8,8% das mulheres negras
ocupadas em Curitiba eram trabalhadoras domésticas sem carteira de trabalho assinada. Ainda que
tenha havido uma redução de 6,9 p.p. na participação de trabalhadoras domésticas negras sem
carteira assinada, permanece elevado o percentual de trabalhadoras numa ocupação de baixos
rendimentos, de longas jornadas e de acesso limitado aos direitos trabalhistas plenos.
TABELA 3 Distribuição dos ocupados segundo posição na ocupação, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010 Homens Mulheres
Posição na ocupação Total Brancos Negros Total Brancas Negras
Total geral
Trabalhador doméstico com carteira 0,1 0,1 0,2 4,7 3,9 10,2 2,1 Trabalhador doméstico sem carteira 0,2 0,2 0,2 7,8 6,7 15,7 3,5 Empregado com carteira 50,0 49,4 53,8 48,1 48,7 44,6 49,2 Empregado sem carteira 12,4 12,1 14,4 10,6 10,7 9,9 11,6 Empregador 6,5 7,3 2,0 3,7 4,1 1,1 5,3 Conta-própria 25,6 25,7 24,9 16,9 17,5 12,6 21,8 Trabalhador não remunerado 1,0 1,0 0,6 2,2 2,3 1,6 1,5 Trabalhador na produção para o próprio consumo 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Militar ou Funcionário público estatutário 4,1 4,2 3,8 5,8 6,1 4,3 4,9
2000
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Trabalhador doméstico com carteira 0,2 0,2 0,2 4,2 3,6 6,9 2,1 Trabalhador doméstico sem carteira 0,2 0,2 0,3 5,0 4,1 8,8 2,4 Empregado com carteira 58,3 56,8 63,9 54,2 53,5 57,5 56,4 Empregado sem carteira 8,6 8,3 9,4 8,4 8,6 7,6 8,5 Empregador 5,0 5,9 1,9 2,9 3,4 1,1 4,1 Conta-própria 22,7 23,3 20,5 17,2 18,0 13,2 20,1 Trabalhador não remunerado 0,6 0,6 0,5 1,5 1,6 1,0 1,0 Trabalhador na produção para o próprio consumo 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,4 0,3 Militar ou Funcionário público estatutário 4,1 4,4 3,1 6,4 7,0 3,6 5,2
2010
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 16
2. INFORMALIDADE
Em 2010, a taxa de informalidade4 em Curitiba era de 22,5%. Embora a diferença entre os grupos
não fosse muito expressiva, os homens brancos apresentavam taxa de 21,8%, enquanto os homens
negros apresentavam taxa de 23,8% (Tabela 4).
No Paraná e na Região Metropolitana de Curitiba (excluindo-se o município de Curitiba), as taxas
de informalidade eram bastante superiores à do município, alcançando 29,1% e 26,5%,
respectivamente, em 2010 (Anexos 3 e 4).
Cabe destacar que houve uma redução de 6,7 p.p. na taxa de informalidade entre 2000 e 2010,
sendo maior para o grupo dos negros (queda de 30,2% ou 10,3 p.p.), cuja taxa passou de 34,3%
para 23,9%. A expressiva redução da taxa de informalidade entre os trabalhadores ocupados deveu-
se à geração de empregos formais (com carteira de trabalho assinada), como já mencionado na
seção 1.2.
TABELA 4 Taxa de informalidade das pessoas acima de 16 anos, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010 Sexo e cor/raça 2000 2010 Variação 2010/2000 Homens 29,2 22,2 -23,8 Mulheres 29,1 22,7 -22,0 Brancos 28,3 22,1 -21,9 Negros 34,3 23,9 -30,2 Homens brancos 28,2 21,8 -22,8 Homens negros 34,4 23,8 -30,8 Mulheres brancas 28,3 22,4 -21,0 Mulheres negras 34,1 24,1 -29,3 Total 29,1 22,5 -23,0
Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
4 A taxa de informalidade corresponde ao percentual de trabalhadores informais sobre o total dos ocupados. Foram considerados informais os assalariados sem carteira de trabalho assinada, os conta própria não contribuintes da previdência social, os trabalhadores sem remuneração, os ocupados para autoconsumo e os trabalhadores domésticos sem carteira de trabalho assinada.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 17
3. RENDIMENTOS
O rendimento mediano dos ocupados em Curitiba era de R$ 1.348,6 em 2010 e guardava
desigualdades importantes entre os diferentes grupos analisados, sendo a maior delas entre homens
brancos, que tinham o maior rendimento mediano (R$ 1.688,6), e mulheres negras, que
apresentavam o menor rendimento (R$ 788,0). O rendimento mediano da mulher negra equivalia a
46,7% do rendimento mediano do homem branco.
A diferença entre negros e brancos também era significativa: os negros recebiam, em média, 70,8%
dos rendimentos dos brancos. A desigualdade de gênero era sensivelmente menor do que a
desigualdade de cor/raça. Assim, enquanto a mulher ocupada possuía um rendimento de R$
1.125,7, o homem recebia R$ 1.576,0 – o rendimento da mulher era equivalente a 71,4% do
rendimento do homem.
Ao longo da década, o rendimento mediano de Curitiba apresentou alterações importantes,
influenciado especialmente pelo aumento de 28,7% no rendimento mediano das mulheres e, mais
especificamente, de 25,1% no rendimento das mulheres negras (Tabela 5).
As diferentes posições na ocupação também guardavam desigualdades nos rendimentos, sendo os
trabalhadores domésticos (com e sem carteira) os que recebiam rendimentos mais baixos e os
empregadores os que recebiam os maiores rendimentos. A pior situação era a dos domésticos sem
carteira, cujo rendimento era inferior ao dos domésticos com carteira (R$ 574,1 e R$ 788,0,
respectivamente).
Os trabalhadores ocupados como empregadores recebiam os maiores rendimentos médios em
Curitiba para todos os grupos, particularmente para os homens brancos (R$ 4.502,8). Entretanto, o
rendimento mediano dessa posição ocupacional caiu 9,9% na década – puxado pela queda nos
rendimentos de empregadores homens.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 18
TABELA 5 Rendimento mediano dos ocupados acima de 16 anos, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010
Posição na ocupação Homens Mulheres Brancos Negros Homens brancos
Homens negros
Mulheres brancas
Mulheres negras Total
Doméstico com carteira 655,8 590,2 590,2 605,5 741,5 546,5 568,4 612,1 590,2
Doméstico sem carteira 546,5 437,2 437,2 437,2 564,9 437,2 437,2 437,2 437,2
Empregado com carteira 1311,6 946,5 1.187,0 874,4 1.311,6 983,7 983,7 655,8 1.093,0
Empregado sem carteira 874,4 655,8 765,1 655,8 874,4 655,8 655,8 502,8 765,1
Empregador 5465,0 3279,0 4.372,0 3.279,0 5.465,0 3.279,0 3.279,0 2.186,0 4.372,0
Conta-própria 1316,0 983,7 1.311,6 874,4 1.530,2 874,4 1.093,0 590,2 1.311,6
Militar ou Estatutário 2186,0 1836,2 2.137,9 1.595,8 2.186,0 1.748,8 1.967,4 1.103,9 1.967,4
2000
Total 1311,6 874,4 1.202,3 765,1 1.530,2 918,1 889,7 655,8 1.093,0
Doméstico com carteira 1.013,1 788,0 788,0 788,0 1.013,1 1.013,1 788,0 788,0 788,0 Doméstico sem carteira 844,3 574,1 607,9 574,1 900,6 675,4 574,1 574,1 574,1 Empregado com carteira 1.350,8 1.013,1 1.350,8 1.001,9 1.463,4 1.125,7 1.125,7 788,0 1.210,1 Empregado sem carteira 1.013,1 731,7 900,6 788,0 1.125,7 900,6 788,0 675,4 900,6 Empregador 4.502,8 2.814,3 3.940,0 2.814,3 4.502,8 3.377,1 2.871,7 2.026,3 3.940,0 Conta-própria 1.688,6 1.125,7 1.688,6 1.125,7 1.688,6 1.125,7 1.350,8 900,6 1.688,6 Militar ou Estatutário 3.377,1 2.476,5 2.926,8 2.251,4 3.377,1 2.814,3 2.701,7 1.688,6 2.814,3
2010
Total 1.576,0 1.125,7 1.350,8 956,8 1.688,6 1.125,7 1.125,7 788,0 1.348,6 Doméstico com carteira 54,5 33,5 33,5 30,1 36,6 85,4 38,6 28,7 33,5 Doméstico sem carteira 54,5 31,3 39,0 31,3 59,4 54,5 31,3 31,3 31,3 Empregado com carteira 3,0 7,0 13,8 14,6 11,6 14,4 14,4 20,2 10,7 Empregado sem carteira 15,9 11,6 17,7 20,2 28,7 37,3 20,2 34,3 17,7 Empregador -17,6 -14,2 -9,9 -14,2 -17,6 3,0 -12,4 -7,3 -9,9 Conta-própria 28,3 14,4 28,7 28,7 10,3 28,7 23,6 52,6 28,7 Militar ou Estatutário 54,5 34,9 36,9 41,1 54,5 60,9 37,3 53,0 43,0
Evo
luçã
o
Total 20,2 28,7 12,4 25,1 10,3 22,6 26,5 20,2 23,4 Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba Nota: Valores corrigidos pelo INPC (ago/2012)
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 19
4. JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho dos ocupados em Curitiba era de 40,1 horas semanais em 2010, inferior à
jornada legal brasileira, que é de 44 horas semanais. Ao longo da década, ela diminuiu em 2,6
horas. Essa redução deu-se de forma relativamente equilibrada entre os grupos analisados, mas de
maneira distinta entre as posições ocupacionais.
De forma geral, os homens apresentavam jornadas superiores às das mulheres e os negros
superiores às dos brancos. Entretanto, é importante destacar que o número de horas semanais
dedicadas pelas mulheres aos afazeres domésticos é, geralmente, superior ao dos homens. Mais
especificamente, os homens negros tinham a maior jornada de trabalho em 2010 (42,6 horas) e as
mulheres brancas trabalhavam o menor número de horas (37,7). Entre 2000 e 2010, os homens
negros também tiveram a maior redução na jornada (3,3 horas), embora as mulheres negras tenham
apresentado a menor redução (1,3 hora) – é importante destacar, entretanto, que a jornada das
mulheres negras era inferior a 40 horas semanais, ao passo que a jornada dos homens negros
manteve-se elevada (42,6 horas semanais).
Dentre as posições ocupacionais, os empregadores e os empregados com carteira assinada
apresentavam jornadas superiores a 40 horas semanais (45,7 e 41,2, respectivamente). Já os
trabalhadores não remunerados e os trabalhadores para o autoconsumo, além de terem as menores
jornadas, foram também os que apresentaram maior redução ao longo da década. No caso dos não
remunerados, a redução foi de 12,4 horas. Já os trabalhadores para o autoconsumo tiveram redução
de 9,4 horas.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 20
TABELA 6 Jornada de trabalho dos ocupados (em horas semanais), por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010
Posição na ocupação Homens Mulheres Brancos Negros Homens brancos
Homens negros
Mulheres brancas
Mulheres negras Total
Doméstico com carteira 46,4 42,9 42,6 44,0 46,5 45,9 42,5 43,9 43,0
Doméstico sem carteira 42,5 36,4 36,5 37,0 44,5 35,0 36,2 37,1 36,6
Empregado com carteira 44,4 40,6 42,6 44,4 44,2 45,7 40,4 42,0 42,8
Empregado sem carteira 43,6 38,0 41,0 43,4 43,3 45,0 37,7 39,7 41,4
Empregador 50,8 47,4 49,7 53,0 50,7 53,3 47,3 52,0 49,8
Conta-própria 46,3 38,6 43,6 44,6 46,2 47,0 38,7 37,3 43,7 Trabalhador não remunerado 31,8 33,4 32,6 35,3 31,6 34,5 33,2 35,8 32,8
Trabalhador para o autoconsumo
40,2 26,3 35,4 21,1 42,6 21,2 26,9 20,9 33,8
Militar ou Estatutário 43,4 36,1 39,3 41,5 43,1 45,2 36,0 36,5 39,6
2000
Total 45,1 39,6 42,5 43,8 44,9 45,9 39,5 40,4 42,7
Doméstico com carteira 41,6 39,7 39,6 40,3 41,1 43,1 39,5 40,2 39,8
Doméstico sem carteira 33,4 31,8 31,6 32,3 34,5 29,8 31,4 32,4 31,8
Empregado com carteira 42,4 39,8 40,9 42,4 42,1 43,2 39,5 41,1 41,2
Empregado sem carteira 38,7 33,6 35,6 39,2 38,1 40,7 33,0 36,6 36,4
Empregador 46,9 43,1 45,4 48,8 46,7 49,2 42,8 47,7 45,7
Conta-própria 42,5 36,6 40,1 40,4 42,5 42,2 36,6 36,7 40,1 Trabalhador não remunerado
14,5 23,1 19,7 24,3 14,9 12,5 21,8 31,6 20,4
Trabalhador para o autoconsumo
29,5 20,3 24,5 24,1 28,1 34,4 21,6 14,8 24,4
Militar ou Estatutário 40,3 37,2 38,3 39,5 40,1 41,1 37,1 37,6 38,5
2010
Total 42,0 38,0 39,9 41,1 41,8 42,6 37,7 39,1 40,1 Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 21
5. EMPREGO FORMAL
Curitiba possuía 658.937 trabalhadores formais celetistas em 2010. Desses, a maioria era de
homens (370.991, equivalente a 56,3% do total) e brancos (89,9% do total dos trabalhadores
celetistas).
Na Região Metropolitana de Curitiba (excluindo-se Curitiba) e no Paraná a participação masculina
era ainda superior, alcançando 69,0% e 60,9%, respectivamente. Já a participação dos brancos era
um pouco inferior à de Curitiba (88,6% e 86,8%, respectivamente).
Entre 2000 e 2010, a participação dos negros no mercado de trabalho formal celetista de Curitiba
aumentou 2,7 p.p. e a das mulheres cresceu 2,2 p.p. O aumento mais expressivo foi entre o grupo
das mulheres negras, cuja participação aumentou 3,0 p.p., passando de 6,1% para 9,2%.
TABELA 8 Número e distribuição dos trabalhadores celetistas, por sexo e cor/raça
Curitiba, Região Metropolitana de Curitiba (excluindo-se Curitiba) e Paraná 2000 e 2010
Curitiba RM sem Curitiba Paraná
Sexo e cor/raça 2000 2010 2000 2010 2000 2010
Homens 259.262 370.991 101.276 205.831 894.580 1.433.242 Mulheres 184.222 287.946 41.529 92.456 486.453 921.874 Brancos 382.761 548.646 127.268 236.892 1.171.798 1.911.186 Negros 30.762 61.915 8.529 30.462 131.303 291.894 Homens brancos 222.222 305.883 89.934 159.967 749.284 1.147.055 Homens negros 20.260 37.351 6.718 23.296 95.618 192.341 Mulheres brancas 160.539 242.763 37.334 76.925 422.514 764.131 Mulheres negras 10.502 24.564 1.811 7.166 35.685 99.553
Val
ores
abs
olut
os
Total 443.484 658.937 142.805 298.287 1.381.033 2.355.116 Homens 58,5 56,3 70,9 69,0 64,8 60,9 Mulheres 41,5 43,7 29,1 31,0 35,2 39,1 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Brancos 92,6 89,9 93,7 88,6 89,9 86,8 Negros 7,4 10,1 6,3 11,4 10,1 13,2 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Homens brancos 91,6 89,1 93,0 87,3 88,7 85,6 Homens negros 8,4 10,9 7,0 12,7 11,3 14,4 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Mulheres brancas 93,9 90,8 95,4 91,5 92,2 88,5 Mulheres negras 6,1 9,2 4,6 8,5 7,8 11,5
Dis
trib
uiçã
o re
lativ
a
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Em 2010, a maior parte dos trabalhadores celetistas de Curitiba, em todos os grupos analisados,
possuía nível de escolaridade médio completo. A maior concentração dessa escolaridade estava
entre as mulheres negras, em que 47,5% apresentava ensino médio completo. O segundo nível de
escolaridade com maior participação de trabalhadores era o que compreende até o fundamental
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 22
completo (incluindo analfabetos e nível fundamental incompleto). Os negros e, mais
especificamente, os homens negros, concentravam maior participação nessa escolaridade: 32,8%
dos trabalhadores celetistas negros possuíam até o fundamental completo, e 35,8% dos
trabalhadores negros do sexo masculino estavam nessa mesma situação.
As mulheres brancas, por sua vez, apresentavam a maior participação de trabalhadoras com nível
superior completo (20,1%), ao passo que dentre as mulheres negras apenas 10,0% apresentavam
essa escolaridade e dentre os homens negros esse percentual era ainda mais baixo, 7,5%.
Entre 2000 e 2010 podem ser observadas grandes alterações no perfil da escolaridade dos
trabalhadores celetistas de Curitiba. No início da década, todos os grupos analisados concentravam
a maior parte de seus trabalhadores nos níveis mais baixos de escolaridade (até fundamental
completo). Em 2000, 64,7% dos trabalhadores negros do sexo masculino possuíam até o
fundamental completo – em 2010, esse percentual caiu para 35,8%. Dentro desse mesmo grupo,
apenas 18,1% dos trabalhadores possuía ensino médio completo em 2000, ao passo que em 2010
esse percentual aumentou para 43,0% (aumento de 24,9 p.p.).
Em relação aos níveis de escolaridade mais elevados, os brancos foram o grupo que apresentou
maior aumento na participação de trabalhadores com superior completo (13,3% em 2000 para
17,8% em 2010) e, dentro desse grupo, os homens brancos ampliaram ainda mais a participação de
trabalhadores com superior completo (de 10,8% para 15,9% do total). Por outro lado, diminuiu a
participação de trabalhadoras com nível superior de escolaridade entre as mulheres negras – a
participação caiu de 11,6% em 2000 para 10,0 em 2010.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 23
GRÁFICO 3 Distribuição da escolaridade dos trabalhadores celetistas, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010
Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Em 2010, a maior parte dos trabalhadores celetistas de Curitiba concentrava-se no setor de Serviços
(46,7%), seguido pelo Comércio (19,9%). Dentre as mulheres, 50,8% trabalhavam nos Serviços e
20,5% trabalhavam no Comércio.
Na Indústria de transformação estavam 15,6% dos trabalhadores celetistas de Curitiba, embora
existissem diferenças entre homens e mulheres: enquanto 20,0% dos homens concentravam-se
nesse setor, apenas 9,4% das mulheres trabalhavam na Indústria de transformação. Na Construção
Civil também havia essa desigualdade de gênero bastante pronunciada, posto que 8,0% dos homens
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 24
trabalhavam no setor, ao passo que apenas 1,0% das mulheres o fazia. Chama a atenção, entretanto,
o fato de que 15,5% dos homens negros trabalhavam na Construção civil (entre os homens brancos
eram 8,0%) e que 2,3% das mulheres negras também trabalhavam nesse setor (entre as brancas,
eram 1,3%).
Entre 2000 e 2010 a distribuição dos trabalhadores nos setores de atividade não sofreu grandes
alterações, havendo apenas uma queda nos Serviços (de 50,5% para 46,7%) e um aumento na
Administração Pública (de 1,1% para 9,2%). Vale ressaltar, entretanto, que o setor da
Administração Pública tratado no presente relatório refere-se apenas aos celetistas, ou seja, os
estatutários (que são efetivamente a maior parte dos trabalhadores do setor) não estão sendo
considerados.
TABELA 9
Distribuição percentual dos trabalhadores celetistas segundo setor de atividade, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2000 e 2010 Homens Mulheres
Setor de atividade Total Brancos Negros Total Brancas Negras
Total geral
Extrativa mineral 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0
Indústria de transformação 18,9 19,1 17,8 11,3 11,3 11,4 15,6
Serv. Ind. Util. Pública 4,2 4,3 5,0 1,2 1,3 1,0 2,9
Construção civil 10,1 9,2 13,6 1,0 1,0 0,9 6,1
Comércio 21,9 21,7 7,9 25,5 24,8 24,0 23,5
Serviços 43,7 44,4 43,7 59,3 59,9 60,2 50,5
Administração pública 0,9 0,9 0,8 1,5 1,5 2,4 1,1
Agricultura 0,3 0,3 0,2 0,1 0,1 0,1 0,2
2000
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Extrativa mineral 0,1 0,1 0,2 0,0 0,0 0,0 0,1
Indústria de transformação 20,0 21,2 15,4 9,4 9,5 10,0 15,6
Serv. Ind. Util. Pública 4,1 3,9 9,4 1,0 1,1 1,0 2,8
Construção civil 8,4 8,0 15,5 1,3 1,3 2,3 5,4
Comércio 19,9 20,2 15,7 19,9 20,5 16,4 19,9
Serviços 43,7 42,9 39,8 50,8 50,3 46,6 46,7
Administração pública 3,3 3,3 3,6 17,4 17,0 23,6 9,2
Agricultura 0,5 0,5 0,5 0,3 0,3 0,2 0,4
2010
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Em 2010, três grandes grupos ocupacionais eram responsáveis por mais de 72,0% do emprego
celetista em Curitiba e estavam distribuídos da seguinte forma: 28,5% eram trabalhadores dos
serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados, 23,2% eram trabalhadores de serviços
administrativos e 20,4% eram trabalhadores da produção de bens e serviços industriais. Essa
distribuição diferia sobremaneira entre homens e mulheres, com percentuais bastante superiores dos
dois primeiros grupos no emprego feminino e com baixa participação do grupo ocupacional de
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 25
trabalhadores da produção de bens e serviços industriais, no qual estavam ocupadas apenas 6,9%
das mulheres – e no qual estavam 30,8% dos homens (Tabela 10).
Adicionalmente, 62,0% do emprego no grupo trabalhadores de serviços administrativos eram de
mulheres e 85,3% do emprego no grande grupo trabalhadores da produção de bens e serviços
industriais era de homens (Anexo 5).
A relevância dos cargos de chefia na distribuição do emprego feminino, auferida pela participação
do grupo ocupacional membros superiores do poder público, dirigentes de organizações, alcançou
3,5% em 2010, percentual ligeiramente superior ao observado em 2004 (3,1%). Os homens brancos
alcançavam 4,5%, ao passo que entre as mulheres negras apenas 1,9% ocupava cargos de chefia
(Tabela 10). Cabe destacar, ainda, que as mulheres representavam 39,5% dos cargos de chefia (ao
passo que 59,5% eram ocupados por homens) e que 88,2% desses cargos eram ocupados por
brancos (Anexo 5).
O emprego das mulheres negras era, de forma geral, mais concentrado do que o dos demais grupos:
enquanto 28,5% dos celetistas eram trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e
mercados, entre as mulheres negras esse percentual alcançava 42,7%. Ao longo da década, essa
concentração aumentou (em 2000, 35,5% das mulheres estavam no grupo ocupacional citado). Cabe
notar, ainda, que caiu a participação do grupo ocupacional profissionais das ciências e das artes no
emprego das mulheres negras – passou de 7,8% em 2000 para 4,9% em 2010.
Em relação aos homens negros, percebe-se que a participação do grupo dos trabalhadores da
produção de bens e serviços industriais era superior à média de Curitiba (37,4% e 28,5%,
respectivamente), ao passo que os profissionais das ciências e das artes ocupavam apenas 3,5% dos
homens negros.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 26
TABELA 10 Distribuição percentual dos trabalhadores celetistas segundo grande grupo ocupacional,
por sexo e cor/raça Curitiba, 2004 e 2010
Homens Mulheres
Grande grupo ocupacional Total Brancos Negros Total Brancas Negras
Total geral
Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações 4,2 4,3 2,3 3,1 3,2 1,7 3,7
Profissionais das ciências e das artes 7,3 7,7 3,3 12,0 12,4 7,8 9,3
Técnicos de nível médio 10,0 10,4 7,6 10,1 10,3 8,1 10,1
Trabalhadores de serviços administrativos 16,3 16,6 14,2 31,8 32,0 28,3 23,0
Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados 24,7 24,1 24,4 31,4 30,9 35,5 27,6
Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca 0,6 0,6 0,6 0,1 0,1 0,1 0,4
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 28,5 27,7 38,9 5,9 5,8 7,7 18,8
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 3,9 3,9 3,7 1,5 1,5 2,0 2,8
Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção 4,6 4,6 5,1 4,1 3,9 8,9 4,4
2004
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações 4,2 4,5 2,4 3,5 3,7 1,9 3,9
Profissionais das ciências e das artes 7,9 8,6 3,5 10,5 11,2 4,9 9,0
Técnicos de nível médio 10,1 10,4 8,3 10,0 10,1 8,8 10,0
Trabalhadores de serviços administrativos 15,7 15,8 15,6 32,9 32,7 31,8 23,2
Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados 24,1 23,7 26,6 34,2 33,6 42,7 28,5
Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca 0,7 0,7 0,5 0,1 0,1 0,1 0,4
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 30,8 29,6 37,4 6,9 6,6 7,8 20,4
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 3,2 3,2 2,9 1,6 1,6 1,8 2,5
Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção 3,4 3,5 2,8 0,3 0,3 0,3 2,1
2010
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
As vinte maiores famílias ocupacionais de Curitiba representavam 53,7% do emprego celetista em
2010, embora essa participação seja díspar entre os grupos analisados: para os homens brancos, as
vinte maiores famílias ocupacionais do município representavam 44,2% do total de empregos desse
grupo, ao passo que para as mulheres negras 71,2% do emprego concentrava-se nessas mesmas
vinte famílias, evidenciando que o emprego formal para a mulher negra era extremamente restrito
em Curitiba.
Os agentes, assistentes e auxiliares administrativos concentravam 10,7% do emprego celetista do
município, sendo mais importantes para as mulheres, visto que 15,5% das trabalhadoras formais do
município estavam nessa família. De fato, nas três maiores famílias ocupacionais a participação de
mulheres era superior à média do município.
Percebe-se, entretanto, que algumas famílias ocupacionais apresentavam participação feminina
praticamente nula: era o caso dos vigilantes e guardas de segurança, dos porteiros e vigias, dos
ajudantes de obras civis e dos motoristas (de cargas e de veículos de pequeno e médio porte).
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 27
A família ocupacional dos vigilantes e guardas de segurança era a que possuía maior percentual de
trabalhadores negros do sexo masculino (5,9%), seguida pelos agentes, assistentes e auxiliares
administrativos (5,8%) e pelos ajudantes de obras civis (5,6%).
Já entre as mulheres negras algumas famílias ocupacionais destacam-se por apresentarem
percentuais bastante superiores à média de Curitiba, como era o caso de trabalhadores nos serviços
de manutenção de edificações (9,3% das mulheres negras ocupavam-se nessa família, ao passo que
a média do município era de 3,1%) e de trabalhadores nos serviços de administração de edifícios
(3,6% das mulheres negras e 1,8% do total).
Entre 2004 e 2010, aumentou a concentração do emprego no município – as vinte maiores famílias
ocupacionais representavam 50,9% do total em 2004 e passaram a representar 53,7% em 2010. Dois
grupos apresentaram aumentos mais significativos dessa concentração: os homens negros e as
mulheres. No primeiro caso, as vinte maiores famílias passaram de 44,3% para 51,8% do total e, no
segundo caso, passaram de 60,6% para 64,1% (Anexo 6).
TABELA 11 Distribuição percentual dos trabalhadores celetistas das 20 maiores famílias ocupacionais,
por sexo e cor/raça Curitiba, 2010
Homens Mulheres Ranking Famílias ocupacionais
Total Negros Brancos Total Negras Brancas Total
1ª Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 6,9 5,8 7,1 15,5 12,1 15,8 10,7 2ª Operadores do comércio em lojas e mercados 6,3 5,4 6,1 10,5 11,3 10,3 8,1 3ª Trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações 1,3 1,8 1,2 5,5 9,3 5,3 3,1 4ª Alimentadores de linhas de produção 3,0 3,7 3,0 2,9 3,2 2,8 3,0 5ª Trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de
limpeza e conservação de áreas públicas 1,3 2,3 1,1 4,2 4,4 4,4 2,6
6ª Vigilantes e guardas de segurança 4,2 5,9 4,2 0,4 0,6 0,4 2,6 7ª Porteiros e vigias 3,8 4,1 3,7 0,4 0,3 0,4 2,3 8ª Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 1,6 1,6 1,5 3,1 3,9 3,0 2,2
9 ª Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 0,6 0,6 0,6 4,0 4,7 3,7 2,1 10 ª Ajudantes de obras civis 3,2 5,6 2,7 0,5 0,6 0,5 2,0 11 ª Trabalhadores nos serviços de administração de edifícios 1,1 1,3 1,1 2,6 3,6 2,4 1,8 12 ª Cozinheiros 0,6 0,6 0,6 3,1 3,9 3,0 1,7 13 ª Recepcionistas 0,5 0,3 0,5 3,2 2,3 3,2 1,7 14 ª Almoxarifes e armazenistas 2,3 2,8 2,1 0,8 1,0 0,7 1,6 15 ª Operadores de telemarketing 0,6 1,1 0,6 2,8 5,2 2,5 1,6 16 ª Motoristas de veículos de cargas em geral 2,7 3,0 2,6 0,0 0,0 0,0 1,6 17 ª Técnicos e auxiliares de enfermagem 0,3 0,4 0,3 2,9 3,5 2,9 1,5 18 ª Escriturários de serviços bancários 1,1 0,9 1,2 1,7 1,3 1,8 1,4 19 ª Motoristas de veículos de pequeno e médio porte 2,1 1,7 2,0 0,0 0,0 0,0 1,2 20 ª Trabalhadores de estruturas de alvenaria 2,1 2,8 1,9 0,0 0,0 0,0 1,2
20 maiores 45,6 51,8 44,2 64,1 71,2 63,2 53,7 Total de Curitiba 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 28
A remuneração das famílias ocupacionais revela a existência de disparidades expressivas entre os
grupos analisados. Enquanto a remuneração média era de R$ 1.977,4 em 2010, a remuneração dos
homens brancos era de R$ 2.362,7 e a das mulheres negras era de R$ 1.166,8, equivalente a 49,4%
do salário do homem branco. Cabe notar, ainda, que dentre as vinte maiores famílias ocupacionais,
apenas os escriturários de serviços bancários possuíam remuneração acima da média do município.
Em nenhuma das vinte maiores famílias ocupacionais o salário médio das mulheres era superior ao
dos homens; em apenas seis famílias ocupacionais os homens negros recebiam salários superiores
aos dos homens brancos; e em apenas três famílias ocupacionais as mulheres negras recebiam
salários maiores do que as mulheres brancas.
Entre 2004 e 2010, a remuneração média aumentou 14,9%, sendo o maior aumento percebido pelas
mulheres brancas (21,0%), seguidas pelos homens brancos (14,1%) (Anexo 7).
TABELA 12 Remuneração média das 20 maiores famílias ocupacionais, por sexo e cor/raça
Curitiba, 2010 Homens Mulheres
Ranking Famílias ocupacionais Total Negros Brancos Total Negras Brancas
Total
1ª Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 1.786,1 1.435,1 1.821,3 1.428,5 1.209,9 1.445,4 1.560,0 2ª Operadores do comércio em lojas e mercados 1.667,1 1.360,9 1.699,9 1.303,0 1.060,3 1.329,9 1.458,8
3ª Trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações 997,3 918,6 1.012,2 718,7 733,8 716,0 780,6
4ª Alimentadores de linhas de produção 1.213,0 1.159,8 1.221,1 1.036,4 987,6 1.042,1 1.138,6
5ª Trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e conservação de áreas públicas
936,2 907,3 943,4 703,0 713,3 701,9 766,8
6ª Vigilantes e guardas de segurança 1.432,4 1.428,2 1.433,1 1.330,6 1.317,8 1.332,4 1.425,4 7ª Porteiros e vigias 1.231,9 1.224,9 1.232,8 1.048,3 1.147,4 1.039,8 1.219,3 8ª Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 871,4 774,2 883,7 781,1 742,0 786,3 816,6
9 ª Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 1.127,7 1.130,2 1.127,4 919,4 869,9 925,8 954,0 10 ª Ajudantes de obras civis 940,1 990,3 927,2 - 681,9 - 910,6
11 ª Trabalhadores nos serviços de administração de edifícios
1.166,3 1.114,4 1.174,1 761,3 744,6 763,8 909,5
12 ª Cozinheiros 1.070,9 1.050,8 1.073,4 872,9 867,7 873,6 912,6 13 ª Recepcionistas 1.174,5 1.107,1 1.179,8 930,9 918,9 931,8 970,2 14 ª Almoxarifes e armazenistas 1.361,7 1.314,2 1.369,3 1.053,3 949,4 1.068,2 1.301,2 15 ª Operadores de telemarketing 1.093,5 956,8 1.122,7 1.009,0 901,2 1.031,5 1.029,1 16 ª Motoristas de veículos de cargas em geral 1.518,5 1.547,1 1.514,6 - 1.196,0 - 1.518,2 17 ª Técnicos e auxiliares de enfermagem - 1.507,6 - 1.318,8 1.290,9 1.322,2 1.354,8 18 ª Escriturários de serviços bancários 4.664,6 3.922,8 4.733,7 3.374,7 2.528,9 3.437,9 3.978,4 19 ª Motoristas de veículos de pequeno e médio porte 1.316,5 1.398,1 1.308,2 - 1.314,8 - 1.313,5 20 ª Trabalhadores de estruturas de alvenaria 1.228,9 1.308,4 1.214,5 - 1.001,7 - 1.228,0
Total Curitiba 2.301,5 1.800,1 2.362,7 1.560,3 1.166,8 1.600,1 1.977,4 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho Curitiba
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente relatório buscou evidenciar alguns aspectos da desigualdade existente no mercado de
trabalho de Curitiba entre grupos específicos. Dentre esses aspectos, destacam-se os seguintes:
• A PEA era predominantemente branca (80,0% de brancos e 20,0% de negros) e masculina
(52,9% eram homens). Ao longo da década, a PEA de mulheres negras foi o grupo que apresentou
maior aumento (77,2%), seguida pela PEA de homens negros – variação de 60,1% na década.
• Dentre os ocupados, predominavam os brancos (80,1%) e homens (53,4%) e, entre 2000 e
2010, as mulheres negras quase triplicaram sua participação dentre os ocupados, passando de 12,7%
para 34,3%.
• Os empregados com carteira representavam o maior percentual de ocupados em Curitiba,
não inferior a 53,5% dos ocupados em todos os grupos em 2010. Entre 2000 e 2010, os empregados
com carteira aumentaram 11,0 p.p. entre os negros, sendo 10,1 p.p para os homens negros e 12,9
p.p. para as mulheres negras. O menor aumento registrado foi entre as mulheres brancas (4,8 p.p.).
• 8,8% das mulheres negras ocupadas em Curitiba eram trabalhadoras domésticas sem carteira
de trabalho assinada. Ainda que tenha havido uma redução de 6,9 p.p. na participação de
trabalhadoras domésticas negras sem carteira assinada, permanece elevado o percentual de
trabalhadoras numa ocupação de baixos rendimentos, de longas jornadas e de acesso limitado aos
direitos trabalhistas plenos.
• Em 2010, a taxa de informalidade em Curitiba era de 22,5%. Os homens brancos
apresentavam taxa de 21,8%, enquanto os homens negros apresentavam taxa de 23,8%. Houve uma
redução de 6,7 p.p. na taxa de informalidade entre 2000 e 2010, maior para o grupo dos negros
(queda de 10,3 p.p). A expressiva redução da taxa de informalidade entre os trabalhadores ocupados
deveu-se à geração de empregos formais (com carteira de trabalho assinada).
• O rendimento mediano dos ocupados em Curitiba era de R$ 1.348,6 em 2010 e guardava
desigualdades importantes entre os diferentes grupos analisados, sendo a maior delas entre homens
brancos, que tinham o maior rendimento mediano (R$ 1.688,6), e mulheres negras, que
apresentavam o menor rendimento (R$ 788,0). O rendimento mediano da mulher negra equivalia a
46,7% do rendimento mediano do homem branco.
• Dentre os trabalhadores celetistas de Curitiba, a maioria era de homens (56,3% do total) e
brancos (89,9% do total). Entre 2000 e 2010, a participação dos negros no mercado de trabalho
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 30
formal celetista de Curitiba aumentou 2,7 p.p. e a das mulheres cresceu 2,2 p.p. O aumento mais
expressivo foi entre o grupo das mulheres negras, cuja participação aumentou 3,0 p.p., passando de
6,1% para 9,2%.
• Em 2010, a maior parte dos trabalhadores celetistas de Curitiba possuía nível de
escolaridade médio completo. O segundo nível de escolaridade com maior participação de
trabalhadores era o que compreende até o fundamental completo. Os homens negros concentravam
maior participação nessa escolaridade: 32,8% dos trabalhadores celetistas negros possuíam até o
fundamental completo, e 35,8% dos trabalhadores negros do sexo masculino estavam nessa mesma
situação. As mulheres brancas apresentavam a maior participação de trabalhadoras com nível
superior completo (20,1%), ao passo que dentre as mulheres negras apenas 10,0% apresentavam
essa escolaridade e dentre os homens negros esse percentual era ainda mais baixo, 7,5%.
• Em 2010, a maior parte dos trabalhadores celetistas de Curitiba concentrava-se no setor de
Serviços (46,7%), seguido pelo Comércio (19,9%). Dentre as mulheres, 50,8% trabalhavam nos
Serviços e 20,5% trabalhavam no Comércio. Na Indústria de transformação estavam 15,6% dos
trabalhadores celetistas de Curitiba, embora existissem diferenças entre homens e mulheres:
enquanto 20,0% dos homens concentravam-se nesse setor, apenas 9,4% das mulheres trabalhavam
na Indústria de transformação. Na Construção Civil, 8,0% dos homens trabalhavam no setor, ao
passo que apenas 1,0% das mulheres o fazia. Adicionalmente, 15,5% dos homens negros
trabalhavam na Construção civil (entre os homens brancos eram 8,0%) e 2,3% das mulheres negras
também trabalhavam nesse setor (entre as brancas, eram 1,3%).
• Em 2010, três grandes grupos ocupacionais eram responsáveis por mais de 72,0% do
emprego celetista em Curitiba e estavam distribuídos da seguinte forma: 28,5% eram trabalhadores
dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados, 23,2% eram trabalhadores de serviços
administrativos e 20,4% eram trabalhadores da produção de bens e serviços industriais. Essa
distribuição diferia sobremaneira entre homens e mulheres, com percentuais bastante superiores dos
dois primeiros grupos no emprego feminino e com baixa participação do grupo ocupacional de
trabalhadores da produção de bens e serviços industriais, no qual estavam ocupadas apenas 6,9%
das mulheres – e no qual estavam 30,8% dos homens. A relevância dos cargos de chefia na
distribuição do emprego feminino, auferida pela participação do grupo ocupacional membros
superiores do poder público, dirigentes de organizações, alcançou 3,5% em 2010, percentual
ligeiramente superior ao observado em 2004 (3,1%). Os homens brancos alcançavam 4,5%, ao
passo que entre as mulheres negras apenas 1,9% ocupava cargos de chefia.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 31
• O emprego das mulheres negras era, de forma geral, mais concentrado do que o dos demais
grupos: enquanto 28,5% dos celetistas eram trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio
em lojas e mercados, entre as mulheres negras esse percentual alcançava 42,7%. Ao longo da
década, essa concentração aumentou. Caiu a participação do grupo ocupacional profissionais das
ciências e das artes no emprego das mulheres negras – passou de 7,8% em 2000 para 4,9% em
2010.
• As vinte maiores famílias ocupacionais de Curitiba representavam 53,7% do emprego
celetista em 2010, embora essa participação seja díspar entre os grupos analisados: para os homens
brancos, as vinte maiores famílias ocupacionais do município representavam 44,2% do total de
empregos desse grupo, ao passo que para as mulheres negras 71,2% do emprego concentrava-se
nessas mesmas vinte famílias, evidenciando que o emprego formal para a mulher negra era
extremamente restrito em Curitiba.
• A remuneração das famílias ocupacionais revela a existência de disparidades expressivas
entre os grupos analisados. Enquanto a remuneração média era de R$ 1.977,4 em 2010, a
remuneração dos homens brancos era de R$ 2.362,7 e a das mulheres negras era de R$ 1.166,8,
equivalente a 49,4% do salário do homem branco.
Os indicadores apresentados procuraram evidenciar a necessidade de políticas públicas direcionadas
à diminuição da discriminação e promoção da igualdade, tais como políticas antidiscriminatórias
que atuem tanto sobre a demanda como sobre a oferta de trabalho, assim como sobre os
mecanismos de intermediação de mão de obra; do fortalecimento da transversalização da igualdade
de gênero e raça na execução das ações da Agenda Curitiba de Trabalho Decente; e da continuidade
de estudos que sistematizem indicadores de monitoramento da evolução das desigualdades.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMO, L. Introdução. In: Organização Internacional do Trabalho. Igualdade de gênero e raça
no trabalho: avanços e desafios. Brasília: OIT, 2010, 216 p.
MARQUES, L.A., SANCHES, S. Desigualdades de Gênero e Raça no Mercado de Trabalho:
tendências recentes. In: Organização Internacional do Trabalho. Igualdade de gênero e raça no
trabalho: avanços e desafios. Brasília: OIT, 2010, 216 p.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Agenda nacional de trabalho
decente. Brasília: OIT, 2006.
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 34
ANEXO 1 População economicamente ativa com 16 anos e mais, por sexo e cor/raça
Paraná, 2000 e 2010 Número de pessoas Distribuição relativa
Sexo e cor/raça
2000 2010 Variação % 2010/2000 2000 2010
Variação % 2010/2000
Homens 2.702.518 3.054.469 13,0 60,2 55,9 -7,1 Mulheres 1.786.492 2.408.846 34,8 39,8 44,1 10,8 Brancos 3.501.644 3.929.165 12,2 78,3 71,9 -8,1 Negros 971.529 1.534.149 57,9 21,7 28,1 29,3 Homens brancos 2.075.553 2.151.209 3,6 77,1 70,4 -8,6 Homens negros 617.771 903.260 46,2 22,9 29,6 28,9 Mulheres brancas 1.426.090 1.777.957 24,7 80,1 73,8 -7,9 Mulheres negras 353.758 630.890 78,3 19,9 26,2 31,8
Total 4.489.010 5.463.315 21,7 100 100 - Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho de Curitiba Nota: No total estão incluídos os ‘Ignorados’.
ANEXO 2 População economicamente ativa com 16 anos e mais, por sexo e cor/raça
Região Metropolitana de Curitiba (sem Curitiba), 2000 e 2010 Número de pessoas Distribuição
Sexo e cor/raça 2000 2010
Variação 2010/2000 2000 2010
Variação 2010/2000
Homens 319.053 414.045 29,8 61,1 56,5 -7,5 Mulheres 203.102 318.333 56,7 38,9 43,5 11,7 Brancos 404.023 512.840 26,9 77,8 70,0 -9,9 Negros 115.597 219.538 89,9 22,2 30,0 34,7 Homens brancos 243.236 283.473 16,5 76,6 68,5 -10,6 Homens negros 74.397 130.572 75,5 23,4 31,5 34,6 Mulheres brancas 160.787 229.366 42,7 79,6 72,1 -9,5 Mulheres negras 41.200 88.966 115,9 20,4 27,9 37,0 Total 522.155 732.378 40,3 100 100 -
Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho de Curitiba Nota: No total estão incluídos os ‘Ignorados’.
ANEXO 3
Taxa de informalidade da PEA com 16 anos ou mais, por sexo e cor/raça Paraná, 2000 e 2010
Sexo e cor/raça 2000 2010
Homens 39,8 29,7 Mulheres 36,3 28,4 Brancos 36,9 27,8 Negros 44,3 32,5 Homens brancos 38,6 28,6 Homens negros 43,9 32,2 Mulheres brancas 34,2 26,8 Mulheres negras 45,0 33,0
Total 38,5 29,1 Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho de Curitiba
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 35
ANEXO 4 Taxa de informalidade da PEA com 16 anos ou mais, por sexo e cor/raça
Região Metropolitana de Curitiba (sem Curitiba), 2000 e 2010 Sexo e cor/raça 2000 2010
Homens 36,7 26,6 Mulheres 35,4 26,4 Brancos 35,5 26,0 Negros 38,7 27,8 Homens brancos 36,3 26,3 Homens negros 38,1 27,4 Mulheres brancas 34,2 25,6 Mulheres negras 40,0 28,4
Total 36,2 26,5 Fonte: Censo Demográfico, IBGE Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho de Curitiba
ANEXO 5 Participação relativa dos trabalhadores celetistas, segundo grande grupo ocupacional, por
sexo e cor/raça Curitiba, 2004 e 2010
Grandes grupos ocupacionais Homens Mulheres Total Negros Brancos Total
Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações
64,5 35,5 100,0 4,2 91,0 100,0
Profissionais das ciências e das artes 44,8 55,2 100,0 3,9 91,9 100,0
Técnicos de nível médio 57,0 43,0 100,0 5,7 90,2 100,0
Trabalhadores de serviços administrativos 40,8 59,2 100,0 6,2 89,0 100,0
Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados
51,3 48,7 100,0 7,6 86,2 100,0
Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca 93,0 7,0 100,0 7,4 88,0 100,0
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 86,7 13,3 100,0 10,9 85,0 100,0
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 77,4 22,6 100,0 8,1 87,4 100,0
Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção 60,0 40,0 100,0 10,9 86,1 100,0
2004
Total 57,3 42,7 100,0 7,4 87,8 100,0 Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações
60,5 39,5 100,0 5,3 88,2 100,0
Profissionais das ciências e das artes 49,2 50,8 100,0 4,2 90,3 100,0
Técnicos de nivel médio 56,5 43,5 100,0 8,0 85,4 100,0
Trabalhadores de serviços administrativos 38,0 62,0 100,0 8,9 83,6 100,0 Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados
47,6 52,4 100,0 10,9 81,9 100,0
Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca 93,3 6,7 100,0 7,7 88,0 100,0
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 85,3 14,7 100,0 11,8 79,5 100,0
Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 71,3 28,7 100,0 9,3 83,7 100,0
Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção 93,5 6,5 100,0 8,2 83,7 100,0
2010
Total 56,3 43,7 100,0 9,4 83,3 100,0
Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho de Curitiba
Contrato Nº. 17731/2007 – Prefeitura Municipal de Curitiba 36
ANEXO 6 Distribuição percentual dos trabalhadores celetistas, segundo as 20 maiores famílias
ocupacionais, por sexo e cor/raça Curitiba, 2004
Homens Mulheres Famílias ocupacionais
Total Negros Brancos Total Negras Brancas Total
Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 7,5 5,5 7,7 16,5 12,1 16,8 11,3 Operadores do comércio em lojas e mercados 6,1 4,4 6,1 9,2 11,3 9,2 7,4 Trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações 0,0 0,0 0,0 0,0 9,3 0,0 0,0 Alimentadores de linhas de produção 3,3 4,3 3,1 2,1 3,2 2,0 2,8 Trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e conservação de áreas públicas 2,7 5,6 2,4 10,2 4,4 9,6 5,9 Vigilantes e guardas de segurança 3,9 3,3 3,5 0,2 0,6 0,2 2,3 Porteiros e vigias 4,3 4,4 4,3 0,4 0,3 0,3 2,6 Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 1,7 1,3 1,8 2,9 3,9 2,9 2,2 Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 0,8 0,9 0,8 3,3 4,7 2,8 1,9 Ajudantes de obras civis 1,8 3,7 1,7 0,4 0,6 0,4 1,2 Trabalhadores nos serviços de administração de edifícios 0,9 0,9 1,0 1,5 3,6 1,5 1,2 Cozinheiros 0,6 0,6 0,6 3,1 3,9 3,0 1,6 Recepcionistas 0,6 0,5 0,6 3,3 2,3 3,4 1,8 Almoxarifes e armazenistas 1,8 2,1 1,9 0,4 1,0 0,4 1,2 Operadores de telemarketing 0,6 0,5 0,7 2,4 5,2 2,5 1,4 Motoristas de veículos de cargas em geral 2,4 2,2 2,4 0,0 0,0 0,0 1,4 Técnicos e auxiliares de enfermagem 0,4 0,3 0,4 2,9 3,5 2,8 1,5 Escriturários de serviços bancários 1,0 0,7 1,0 1,8 1,3 1,9 1,3 Motoristas de veículos de pequeno e médio porte 1,9 1,3 1,8 0,0 0,0 0,0 1,1 Trabalhadores de estruturas de alvenaria 1,3 1,7 1,2 0,0 0,0 0,0 0,7 Total das 20 maiores 43,7 44,3 42,9 60,6 71,2 59,9 50,9 Participação das 20 maiores em relação ao total de Curitiba 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho de Curitiba
ANEXO 7 Remuneração média dos trabalhadores celetistas nas 20 maiores famílias ocupacionais,
por sexo e cor/raça Curitiba, 2004
Homens Mulheres Famílias ocupacionais
Total Negros Brancos Total Negras Brancas Total
Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 1.595,3 1.549,1 1.598,4 1.209,0 1.234,1 1.206,6 1.354,0 Operadores do comércio em lojas e mercados 1.371,1 1.132,9 1.387,8 1.012,4 1.061,5 1.004,6 1.176,2 Trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações Alimentadores de linhas de produção 955,8 892,8 964,3 #VALOR! 919,4 933,5 Trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e conservação de áreas públicas 744,7 757,1 741,9 602,6 591,8 603,2 640,7 Vigilantes e guardas de segurança 1.242,4 1.268,4 1.240,1 1.021,8 1.237,3 Porteiros e vigias 1.106,2 1.074,5 1.109,3 932,7 938,6 932,0 1.096,6 Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 713,2 725,7 712,3 636,0 659,7 631,9 668,9 Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 1.028,4 726,3 753,5 720,4 771,0 Ajudantes de obras civis 787,0 811,3 781,9 573,8 766,3 Trabalhadores nos serviços de administração de edifícios 981,8 962,7 983,4 680,6 658,2 687,7 820,5 Cozinheiros 812,0 798,9 813,4 697,5 687,6 699,2 721,1 Recepcionistas 937,6 1.020,6 931,8 744,6 723,9 746,5 784,4 Almoxarifes e armazenistas 1.133,0 1.137,8 1.132,5 772,5 1.098,2 Operadores de telemarketing 1.434,3 985,9 1.036,7 971,9 1.037,3 Motoristas de veículos de cargas em geral 1.395,2 1.494,7 1.386,6 1.393,6 Técnicos e auxiliares de enfermagem 1.217,6 1.164,3 1.221,8 1.160,4 1.192,0 1.155,3 1.167,4 Escriturários de serviços bancários 3.809,0 2.746,6 3.873,4 2.757,9 2.525,2 2.778,9 3.201,1 Motoristas de veículos de pequeno e médio porte 1.149,3 1.230,1 1.143,6 1.144,7 Trabalhadores de estruturas de alvenaria 1.060,0 1.074,2 1.058,1 1.056,5 Total Curitiba 2.031,1 1.618,7 2.070,5 1.290,7 1.046,5 1.322,5 1.720,6
Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE – Observatório do Trabalho de Curitiba