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BASES TEÓRICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NOVAS CONQUISTAS DO PEDAGOGO: A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA ÁREA SÓCIO-ECONÔMICA Solange Aparecida de O. Collares1 A sociedade atual ampliou o campo de atuação do Orientador Educacional para outros ambientes, como instituições não- escolares, onde se constata a sua importância em todos os segmentos organizados da sociedade, tornando-o o elo que conduz ao relacionamento interpessoal, com possibilidade de reflexão crítica dos indivíduos, tornando-os aptos ao convívio em sociedade. Parte-se do pressuposto da instabilidade no mundo de trabalho para a inserção do Pedagogo Habilitado em Orientação Educacional nas organizações, para atuar junto aos funcionários, encaminhando e reabilitando-os em funções condizentes com o seu conhecimento e o seu modo de ser e se relacionar com outras pessoas. Nossa discussão abordará a atuação do pedagogo na orientação educacional da área sócio-econômica, destacando a importância do profissional desta área nas diversas organizações governamentais e não-governamentais, pois sua atuação faz-se necessária nesses meios, devido às mudanças e transformações do contexto sócio- econômico e político do mercado de trabalho. Trata-se de um campo em expansão no momento, no qual o indivíduo busca sentido no que faz. A orientação educacional, ora restrita à área educacional, tem-se ampliado cada vez mais, sendo o objetivo desta análise demonstrar os novos campos de trabalho do pedagogo habilitado em orientação educacional no contexto social e a sua repercussão no meio político e econômico. A função do orientador educacional vem sendo questionada ultimamente, como decorrência das transformações gradativas que ocorrem no âmago da sociedade. O profissional desta área durante muito tempo atuou somente no espaço escolar, onde cabia-lhe a tarefa de ajustar o aluno à escola, família ou sociedade. Mas atualmente, em sua nova roupagem, a orientação educacional volta- 1

OEs - Bases Teoricas Da Orientacao Educacional

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Novas conquistas do pedagogo: a orientao educacional na rea scio-econmica

BASES TERICAS DA ORIENTAO EDUCACIONALNovas conquistas do pedagogo: a orientao educacional na rea scio-econmica

Solange Aparecida de O. Collares1

A sociedade atual ampliou o campo de atuao do Orientador Educacional para outros ambientes, como instituies no-escolares, onde se constata a sua importncia em todos os segmentos organizados da sociedade, tornando-o o elo que conduz ao relacionamento interpessoal, com possibilidade de reflexo crtica dos indivduos, tornando-os aptos ao convvio em sociedade. Parte-se do pressuposto da instabilidade no mundo de trabalho para a insero do Pedagogo Habilitado em Orientao Educacional nas organizaes, para atuar junto aos funcionrios, encaminhando e reabilitando-os em funes condizentes com o seu conhecimento e o seu modo de ser e se relacionar com outras pessoas.

Nossa discusso abordar a atuao do pedagogo na orientao educacional da rea scio-econmica, destacando a importncia do profissional desta rea nas diversas organizaes governamentais e no-governamentais, pois sua atuao faz-se necessria nesses meios, devido s mudanas e transformaes do contexto scio-econmico e poltico do mercado de trabalho. Trata-se de um campo em expanso no momento, no qual o indivduo busca sentido no que faz.

A orientao educacional, ora restrita rea educacional, tem-se ampliado cada vez mais, sendo o objetivo desta anlise demonstrar os novos campos de trabalho do pedagogo habilitado em orientao educacional no contexto social e a sua repercusso no meio poltico e econmico. A funo do orientador educacional vem sendo questionada ultimamente, como decorrncia das transformaes gradativas que ocorrem no mago da sociedade. O profissional desta rea durante muito tempo atuou somente no espao escolar, onde cabia-lhe a tarefa de ajustar o aluno escola, famlia ou sociedade. Mas atualmente, em sua nova roupagem, a orientao educacional volta-se construo do cidado alm dos espaos educativos. Para melhor entendimento dessa trajetria, faz-se necessrio uma breve incurso aos primrdios da orientao educacional.

Analisando as origens da orientao educacional, constata-se que suas razes encontram-se na orientao profissional, praticada nos Estados Unidos da Amrica por volta de 1930, quando o incremento das ocupaes ampliou a necessidade de orientar os jovens para uma correta deciso, capaz de lhe assegurar xito no recente mercado de trabalho.

Em consonncia com a psicologia cientfica, a orientao profissional elaborou testes psicolgicos de inteligncia, de personalidade e de interesses, capazes de detectar as diferenas individuais, tornando-se um modo e persuaso psicolgica, visto que objetiva convencer os indivduos de que conseguir um emprego depende das capacidades pessoais.

A princpio o trabalho de orientao profissional era realizado pela empresa, mas depois foram criados os escritrios de orientao profissional, visando orientar os indivduos sobre as vrias opes de que dispunha, com base em suas prprias capacidades. Posteriormente esse trabalho passa a ser solicitado no interior da escola, para orientar os educandos nos planos de carreira e estudo conforme as aptides de cada um, e passou a ser denominado de orientao escolar.

Contudo, a seleo profissional, a orientao profissional e a orientao escolares no sanaram os problemas existentes nas organizaes, pois havia necessidade de preocupar-se com o ser humano, ocupante do cargo, surgindo ento os estudos sobre o relaes humanas no trabalho.

Assim, a orientao profissional passa a integrar a rea da orientao educacional, pois a formao do profissional tem incio com a formao do homem, nos vrios aspectos da vida: familiar, escolar, social e profissional.

Na Frana, a orientao era desenvolvida em mbito escolar, como um servio de psicologia escolar, objetivando conhecer o educando no ambiente formal e informal. Tornou-se orientao profissional, embasada na aplicao de testes, sendo que o profissional da rea era denominado de psiclogo escolar, cabendo-lhe elaborar dossis com todas as informaes disponveis sobre os educandos.

No Brasil, a histria da orientao educacional inspira-se nesses dois modelos, o americano e o francs que, embora divergentes em alguns aspectos, esto alicerados em um mesmo conceito de sociedade, isto , conforme Pimenta (1995, p. 26), concebem a sociedade como um todo orgnico ao qual todos os indivduos se devem ajustar nas mesmas bases psicolgicas.

Em solo ptrio, a orientao educacional foi criada seguindo experincias externas que se delinearam atravs das leis, com base na dimenso psicolgica e em consonncia com os objetivos educacionais mais amplos.

Deve-se a Loureno Filho a criao do servio de orientao profissional e educacional no Departamento de Educao do Estado de So Paulo, em 1931. No Rio de Janeiro, a experincia pioneira, datada de 1934, coube a Maria Junqueira Schmidt e Aracy Muniz Freire, na Escola Comercial Amaro Cavalcanti.

A legislao concernente Orientao Educacional data do incio dos anos 40. Conforme Grispnun (2001), pela Reforma Capanema, a Lei Orgnica do ensino Industrial (1942) criou o Servio de Orientao Educacional, visando a correo e encaminhamento dos alunos-problemas e a elevao das qualidades morais.

De acordo com a Lei 4.073/42, art. 50, Inciso XII, instituir-se-, em cada escola industrial ou escola tcnica, a Orientao Educacional mediante a aplicao de processos adequados, pelos quais se obtenham a conveniente adaptao profissional e social e se habilitem os alunos para a soluo dos prprios problemas.

A Lei 5.692/71, em seu art. 10, declara que ser instituda obrigatoriamente a Orientao Educacional, incluindo aconselhamento vocacional em cooperao com os professores, a famlia e a comunidade. Com isso, pretendia-se preparar trabalhadores para atender os interesses e as necessidades empresariais, justificando o desenvolvimento econmico.

Pelo Decreto-Lei 72.846/73, art. 1., constitui o objeto da Orientao Educacional a assistncia ao educando. Portanto, o orientador educacional deveria prestar assistncia ao aluno a partir do planejamento estabelecido no Decreto, em consonncia com os interesses do Estado, sendo que o indivduo teria que se conformar com sua situao perante a sociedade dominante, a qual destinava o ensino profissionalizante aos menos favorecidos, para que pudessem adentrar no mercado de trabalho.

Nos anos 80 ocorreram algumas mudanas, avanos e contradies na histria da orientao educacional, mas os profissionais dessa rea assumiram um papel mais poltico e comprometido com a sociedade, defendendo uma escola pblica de qualidade e filiando-se Federao Nacional de Orientao Educacional (FENORE), Central nica dos Trabalhadores (CUT) e, mais tarde, Confederao Nacional dos Trabalhadores em Educao (CNTE).

Na dcada seguinte extingui-se a FENOE, ocorrendo o enfraquecimento e a fragilizao da identidade do Orientador Educacional.

Com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, LDBEN 9.394/96, no h uma referncia especfica Orientao Educacional. Contudo, no deixa de ser mencionada em vrios artigos, principalmente no art. 39, segundo o qual a educao profissional, integrada s diferentes formas de educao, ao trabalho, cincia e tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptides para a vida produtiva.

De acordo com Placco (1998, p. 115) cabe ao orientador formar o cidado responsvel e transformador:

"O papel bsico do Orientador Educacional ser o de auxiliar o educando a tornar-se consciente, autnomo e atuante nessa tarefa, auxiliando tambm o aluno, na identificao de seu processo de conscincia, dos fatores scio-econmico-poltico-ideolgico que o permeiam e dos mecanismos que lhe possibilitem superar a alienao decorrente desses processos, tornando-se assim, um homem-coletivo: responsvel e transformador".

Assim, a Orientao Educacional passou por vrios perodos, que podem ser assim sintetizados:

Perodo Implementar: compreende o perodo de 1920 a 1941 e est associada Orientao Profissional, preponderando a seleo e escolha profissional;

Perodo Institucional de 1942 a 1961: caracterizado pela exigncia legal da Orientao Educacional nos estabelecimentos de ensino e nos cursos de formao dos orientadores educacionais; nesse perodo h a diviso funcional e institucional; surge a Escola Pblica;

Perodo Transformador de 1961 a 1970: pela Lei 4.024/61, a Orientao Educacional caracterizada como educativa, ressaltando a formao do Orientador e fixando as Diretrizes e Bases da educao Nacional;

Perodo Disciplinador de 1971 a 1980: conforme a Lei 5.692/71, a Orientao Educacional obrigatria nas escolas, incluindo o aconselhamento educacional. O Decreto 72.846/73, regulamentando a Lei 5.564/68, sobre o exerccio da profisso de Orientador educacional, disciplina os passos a serem seguidos;

Perodo Questionador - de 1980 a 1990: o Orientador discute suas prticas, seus valores, a questo do aluno trabalhador, enfim, a sua realidade no meio social; a prtica da orientao volta-se para a concepo de educao como ato poltico;

Perodo Orientador a partir de 1990: a orientao volta-se para a "construo" do cidado comprometido com seu tempo e sua gente, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas atravs do dilogo.

Atualmente, a orientao educacional caracteriza-se por um trabalho mais abrangente, na dimenso pedaggica, possuindo carter mediador junto aos demais educadores e atuando com todos os protagonistas da escola no resgate de uma ao mais efetiva e de uma educao de qualidade. Busca conhecer a realidade e transform-la, para que seja mais justa e humana.

Hoje, no mais por imposio legal, mas por efetiva conscincia profissional, o Pedagogo habilitado em Orientao Educacional tem seu espao prprio para desenvolver um trabalho pedaggico integrado, interdisciplinar e empresarial.

Segundo Wittman (1995), a educao vai virar a mesa da sociedade de cabea para baixo, pois presentemente se discute o processo de qualidade (gesto empresarial) dentro da educao. Sendo assim, ocorre a emancipao humana, que nada mais seno a promoo mercantilista, onde quem melhor inferir determinado assunto ou comportamento, receber um prmio. Questiona-se, ento, sobre o destino daqueles que no conseguirem: o que ser feito deles?

Em vista disso, a Orientao Educacional busca meios para atingir um objetivo, meios no excludentes, mas emancipatrios. Assim, reverte a funo do Orientador centrado nos aspectos poltico e social, assumindo um compromisso com o momento histrico e com a formao dos cidados, tornando o tema do trabalho do Orientador Educacional relevante e interessante para ser estudado e pesquisado, devido necessidade e complexidade no mundo do trabalho.

A atuao da Orientao Educacional passa a ultrapassar o mbito escolar, contribuindo com outras funes condizentes com a sua formao. O Orientador tem a possibilidade de trabalhar temas atuais em empresas, solicitados conforme necessidade dos demais funcionrios, usando a criatividade para a realizao de encontros, seminrios, debates, palestras e comemoraes.

Neste contexto, o Orientador Educacional passa a ser um colaborador nas organizaes, em departamentos de Recursos Humanos, auxiliando na construo e na formao de homens mais crticos, conscientes e participativos na sociedade, em que estabelecem relaes atravs do seu desempenho pessoal.

O Orientador Educacional atua como um educador, investigando e colaborando conforme as necessidades do grupo. um lder que reconhece e aceita as diferenas entre as pessoas, consegue v-las em sua totalidade, tenta oferecer um ambiente estimulante e confivel, une os vrios segmentos de uma organizao, resultando em produtividade, pois despertou a cooperao e a comunicao a partir dos relacionamentos interpessoais.

Sendo assim, faz-se necessrio hoje a atuao do Orientador Educacional em hospitais, empresas, ONGs, consultorias, escolas, academias, conselhos tutelares e penitencirias. Atuando como um eixo condutor para o conhecimento necessrio transformao da realidade em que os indivduos esto inseridos, objetivando seu pleno desenvolvimento crtico e reflexivo.

A partir da anlise do contexto social do trabalho, evidencia-se a importncia das atuao do Pedagogo junto s organizaes. Diante disso, algumas instituies nas quais esse profissional pode trabalhar:

ONGs: Um exemplo a ser destacado o servio prestado s organizaes governamentais e no-governamentais, que pode ser terceirizado ou no. Nessas entidades assistenciais pode-se destacar trabalhos realizados em centros de idosos, onde o Pedagogo habilitado em Orientao Educacional realizar atividades diferenciadas, desde projetos que visem a novas perspectivas para a vida em sociedade, como o resgate da auto-estima, da alegria, a descoberta, ou melhor, a redescoberta das potencialidades e prazer de se expressar, pois assim retomar elos com a vida e a comunidade.

A parceria entre Entidades Assistenciais e Universidades uma das formas de concretizar esse trabalho, pois alm de contribuir com a Terceira Idade, possibilitar, atravs do Estgio Supervisionado em Orientao Educacional, a formao acadmica do Pedagogo apresenta mais uma possibilidade de atuao profissional.

Hospitais: nos estabelecimentos hospitalares o Orientador Educacional pode atuar trabalhando na Pediatria, com as crianas, atravs de atividades ldicas e diferenciadas, onde o principal objetivo fazer com que elas no percam a continuidade de suas vidas, principalmente quando se trata de um assunto to importante quanto a educao, pois o incentivo ao ensino fundamental.

Guimares (1988) afirma: o atendimento por profissionais qualificados na cincia do comportamento pode prover, junto equipe peditrica, recursos tcnicos para minimizar possveis perdas ou atrasos no desenvolvimento que poderia sofrer uma criana em situao hospitalar. Assim, a presena de brinquedos e atividades adequadas s faixas etrias pode melhorar a condio de preparo para o contexto hospitalar.

Nos hospitais tambm pode-se trabalhar a humanizao do atendimento do funcionrio ao pblico e tambm no relacionamento entre funcionrios, como uma forma de motivao.

Da mesma forma, nas casas hospitalares o Orientador Educacional pode colaborar com palestras de preveno, nos Centros de Atendimento Mdicos, com temticas como: puericultura, cuidados necessrios com os recm-nascidos, cuidados com a higienizao do ambiente familiar.

Nas empresas: h espao para o Orientador Educacional nas empresas, onde estar trabalhando Meio Ambiente, reabilitao profissional, qualidade de vida, relaes interpessoais, orientao e reorientao profissional, educao continuada, etc.

A preocupao com a formao tcnica importante, mas h necessidade de um novo perfil para o trabalhador, onde a educao ocorra dentro da empresa, gerando um comprometimento do trabalhador com seu trabalho e que a chefia possa gerir de forma mais humana, no exaltando um modelo taylorista/fordista. (WUTE, 2002, p. 44) Nesse processo, o Orientador Educacional vm imprimir suas caractersticas, onde est cada vez mais vinculado ao ser humano, proporcionando uma confiana entre empregador e empregados. Assim, o Orientador, juntamente com os profissionais de recursos humanos e os colaboradores, podem construir uma organizao empresarial mais saudvel, mais humana, em conseqncia de uma sociedade mais justa e de um cidado ativo.

Nos clubes e academias: nesses locais o Orientador Educacional pode atuar no atendimento aos pais sobre as matrculas, prestar informaes sobre o funcionamento da escola, trabalhar com atividades psicomotoras na gua e tambm proceder a uma complementao pedaggica. Percebe-se que um trabalho diversificado, onde o Orientador Educacional preenche a ficha com os dados histricos da criana. Nessa perspectiva, esse profissional ganha mais fora, pois identifica a realidade, conhece seus anseios e suas limitaes e, com base nisso, prope projetos de melhoria individual e competitiva.

Em consultorias: nesses casos o Orientador Educacional trabalha no setor de relaes humanas, local onde a cada dia ganha mais espao. Pode atuar em conjunto com psiclogos e psicopedagogos, organizando encontros, seminrios e palestras.

Nas universidades: a presena do Orientador Educacional necessria inclusive nas prprias universidades. De acordo com Silva (1999):

"Os acadmicos que esto adentrando o terceiro grau chegam trazendo muitas dvidas em sua bagagem, pois esto numa fase crucial de sua existncia. Em alguns momentos precisam assumir a maturidade, em outros no conseguem deixar de ser adolescentes. Muitos conseguem superar seus obstculos, vencer seus desafios sozinhos, mas inmeros estudantes do ensino superior necessitam de auxlio para seguir um curso com confiana e segurana quanto sua carreira".

A orientao pode desempenhar um papel decisivo junto a esses alunos, propiciando oportunidades de auto-conhecimento, aceitao de si mesmo e expanso do potencial de auto-realizao, contribuindo tambm no processo de desenvolvimento da sociedade numa viso mais global, crtica e transformadora.

Assim, a universidade possui a misso de refletir sobre sua essncia, o ser humano, em sua totalidade. E a Orientao educacional, por sua vez, auxilia o ser humano a desenvolver-se nas reas pessoal, acadmica e vocacional. (SILVA, 1999, p. 197)

A Orientao Educacional atua nesses espaos como fora propulsora do conhecimento, necessria transformao da realidade em que os indivduos esto inseridos, objetivando o desenvolvimento pleno do ser humano e sua reflexo.

"A Orientao Educacional deseja contribuir para a formao dos trabalhadores [...] possibilitando a alunos/trabalhadores/cidados o acesso aos conhecimentos, apropriao de instrumentos de cincia e de princpios tericos e metodolgicos construdos socialmente pelos homens, por meio de seu trabalho, como direito de todos" (GRINSPUN, 2001, p. 125).

Enfim, a Orientao Educacional dinamiza o fenmeno educacional, abrindo os olhos para a verificao do cotidiano para, assim, orient-los para a realidade social, como fenmeno educativo que acontece alm da escola, compreendendo o processo de formao atitudinal e de vivncia, onde a individualidade tem valor, a partir da cultura, auto-estima, valores e crenas.

Portanto, o Orientador Educacional pode tambm atuar em empresas como um facilitador, que tem por misso proporcionar ao grupo a chance de passar por um processo de aprendizagem e crescimento pessoal, atuando como um educador, alm de treinar, selecionar e identificar talentos.

De acordo com Gramigna (1993), no palco dos jogos o facilitador d o lugar de estrela aos participantes, fazendo-se discreto e atuando de acordo com as necessidades do grupo.

A importncia do trabalho do Pedagogo habilitado em Orientao Educacional estende-se ao contexto social, pois o indivduo necessita conhecer-se como um agente transformador de seu meio, buscando ser realizado em seu trabalho, desencadeando em melhor produtividade e interao social. Poder elaborar projetos de melhoria individual e coletiva para suprir expectativas, identificando a realidade, os anseios e as limitaes dos colaboradores na empresa.

Assim, destaca Wute (2002, p. 41):

"O Orientador Educacional, neste contexto, tem como funo priorizar a relao homem e mundo, homem-homem, permeada pelo desenvolvimento moral, espiritual, social, fsico, intelectual, buscando subsidi-lo na compreenso do Eu em relao ao Ns para que ele possa encontrar a serenidade necessria para sobrevivncia neste mundo to competitivo, atravs da serenidade, aliado dedicao, fora de vontade, jamais esquecendo a empatia e responsabilidade. Pois este vir-a-ser s ocorre sendo, quer dizer, s h mudana atravs da ao, no h primeiro a teoria de mudana e mais tarde a sua prtica".

Nesse momento, cabe ao facilitador criar condies favorveis manuteno de um clima grupal harmnico e baseado na confiana, devendo o ambiente favorecer a participao. No h necessidade de teorizar, pois cada um traz as suas prprias experincias, seus conhecimentos. Em seu aspectos social, o trabalho necessrio para a reproduo da vida humana, mas algo mais que sua mera reproduo mecnica, a luta pela sobrevivncia e a necessidade de insero social.

As atividades devem ser dirigidas de tal forma que possibilitem s pessoas a descoberta e a expresso de suas reais necessidades. Em determinados momentos, pode ser necessrio suprimir uma atividade e dar espaos para discusses importantes para o processo grupal.

Moscovici (2001) destaca que o processo de interao humana supe necessariamente comunicao, mesmo que haja inteno contrria, pois o ser humano est sempre comunicando algo, seja atravs de palavras ou por meios no-verbais, tais como gestos, postura corporal, posio e distncia em relao aos outros. O simples fato de estar em presena de outrem modifica o contexto perceptivo de cada um, promovendo interao que , afinal, comunicao, com mensagens emitidas e recebidas de cada participante da situao conjunta.

Possibilitar estes momentos de trocas entre os colaboradores da empresa extremamente fundamental, pois d oportunidade para que os colaboradores apontem os erros, os acertos e as possibilidade de melhoria.

Enguita (1989) destaca que os novos membros da sociedade tm que ser educados, para romperem com velhas formas de trabalho e aceitar as novas relaes sociais de produo, pois o momento de desvincular-se do emprego, buscando aprender a conviver com situaes de trabalho que ainda no esto estruturadas por descries de cargo e relaes de subordinao claras.

Precisa-se aprender a conviver com mltiplos papis, nos quais sua combinao muda freqentemente, e preciso aprender a encontrar a renda de que necessita em tais condies instveis e imprevistas. Em ltima anlise, depende de cada pessoa estar preparada para aprender uma nova maneira de fazer e de ser. Os resultados da Orientao Educacional alm dos muros da escola so altamente positivos. As observaes efetivadas nas empresas guarapuavanas demonstrou a necessidade do profissional de Orientao, motivando, colaborando para o atingimento das metas empresariais, enfim, lapidando o quadro de pessoal, assegurando a excelncia no atendimento ao cliente.

Constata-se que h campo de trabalho, mas ainda no existem pessoas qualificadas para ocupar esse espao. Com a atual escassez de empregos no Brasil, principalmente na rea educacional, a abertura dessa frente de trabalho representa mais realizaes em todos os sentidos. Por um lado, os profissionais da Orientao Educacional tm mais opes de trabalho e, por outro, os orientandos podem contar com uma fora extra, estejam eles freqentando uma escola ou uma universidade, ou mesmo trabalhando em uma empresa comercial, uma organizao no governamental ou um estabelecimento hospitalar.

Fecha-se, assim, um circuito, pois a Orientao Educacional, que nasceu Profissional, transcende os muros escolares e retorna s bases, perseguindo os mesmos ideais: colocar a pessoa certa no lugar certo, ou seja, possibilitar uma opo profissional que realize o ser humano, tornando a humanidade mais produtiva e feliz.

REFERNCIASENGUITA, M. F. A face oculta da escola: educao e trabalho no capitalismo. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1989.

GRAMIGNA, M. R. M. Jogos de empresa. So Paulo: Makron Books, 1993.

GRISPUN, M. P. S. Z. (org.) et al. A prtica dos orientadores educacionais. 4.ed. So Paulo: Cortez, 1998.

_____ (org.) et al. A orientao educacional: conflitos de paradigmas e alternativas para a escola. So Paulo: Cortez, 2001.

MOSCOVICI, F. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro: Ed. Jos Olympio, 1995.

PIMENAT, S. G. O pedagogo na escola pblica. 3. ed. So Paulo: Loyola, 1995.

PLACCO, V. M. N. S. Formao e prtica do educador e do orientador: confrontos e questionamentos. 2.ed. Campinas: Papirus, 1998.

SILVA, Lauraci Dond da. Sobre a necessidade da orientao educacional na universidade. Educao brasileira. v. 21., n. 43, jul./dez.1999, Braslia: CRUB, p. 192-216.

WUTKE, S. L. O orientao educacional na empresa: uma aproximao. Guarapuava, 2002, 80 f. Monografia (Especializao em Orientao Educacional). Setor de Cincias Humanas da Universidade do Centro-Oeste do Paran.1 docente atuante na Universidade Estadual do Centro Oeste. E-mail: [email protected] Universidade de So Paulo

O verdadeiro educador aquele que ensina o que aprende e aprende o que ensina.Paulo Freire

O presente texto constitui-se na pesquisa sobre Orientao Educacional na Educao Infantil. A qual contribui para a reflexo crtica sobre os problemas relativos ao processo ensino/aprendizagem e sobre as questes ligadas s relaes entre os diversos segmentos atuantes na escola, tendo em vista, a produo coletiva do projeto poltico pedaggico.

Partindo deste propsito, os Orientadores Educacionais trabalham a Orientao Educacional de forma sistemtica na Educao Infantil?

Para se conhecer melhor uma criana e poder orient-la de uma maneira mais apropriada, necessrio estud-la em sua amplitude. Sendo assim, necessrio contar com diferentes pontos de vista e competncias profissionais. Em virtude das mudanas socioeconmicas e culturais ocorridas na sociedade brasileira, a escola teve de reformular suas funes tradicionais, redefinir o seu papel e criar novos servios aumentando, assim, o nmero de pessoas envolvidas no processo educativo.

Neste ponto de vista, questiona-se qual a importncia dos grupos multiprofissionais no atendimento pr-escolar de acordo com a realidade brasileira, no de maneira isolada, mas sim como um todo?

Os grupos multiprofissionais no atendimento pr-escolar so de fundamental importncia, para um entendimento mais adequado sobre a orientao educacional de acordo com a realidade brasileira.

Assim, necessrio que se tenha em vista tambm a ao de outros profissionais, como os supervisores e psiclogos escolares. Este grupo de pessoas deve trabalhar em conjunto, formando uma equipe e no de maneira isolada, para juntos conseguirem solucionar os problemas existentes dentro das instituies educacionais. Pois, a escola acabou por assumir, gradativamente, a responsabilidade pelo desenvolvimento integral do educando, em seus mltiplos aspectos: fsico, intelectual, escolar, social, emocional, moral, vocacional, profissional, enfim, os aspectos em relao aos quais a criana e o adolescente se desenvolvem enquanto nela permanecem.

A realizao deste projeto visa compreenso do papel fundamental da orientao educacional no atendimento da educao infantil.

Para isso, o objetivo principal desta monografia o de onhecer o papel fundamental do Orientador Educacional na Educao Infantil dentro das instituies educacionais. Atravs da identificao da trajetria da Orientao Educacional no Brasil. Conhecendo os princpios ticos na atuao do Orientador Educacional, o trabalho do Orientador Educacional na Educao Infantil, investigando o que o Orientador Educacional j vem desenvolvendo dentro de uma instituio educacional de educao infantil. E verificando aes que podem ser desenvolvidas pelo Orientador Educacional na escola.

A metodologia apresentada para a realizao desta pesquisa contou com a pesquisa bibliogrfica, onde buscou-se suporte terico para concretizar o trabalho, e atravs da pesquisa de acampo, onde buscou-se informaes com orientadores educacionais e professores da educao infantil sobre o tema aqui estudado.

A pesquisa bibliogrfica contou com o suporte dos seguintes autores: CABRAL (2005), CARREIRA (2003), FELTRAN (1990), GIACAGLIA e PENTEADO (2000 e 2003), KUHLMANN JNIOR (2005), MAIA e GARCIA (1990), MARTINS (1992), MIALARETA (1976) e PENTEADO (1976).

Onde se apresenta no primeiro captulo a trajetria da orientao educacional no Brasil, com a formao dos orientadores educacionais, seu papel dentro da escola, e sua funo como profissional da educao.

O segundo captulo apresenta as funes do orientador educacional na educao infantil, juntamente com a famlia e o lazer do aluno.

No terceiro captulo so feitas consideraes sobre princpios ticos na atuao do orientador educacional e sobre os fundamentos da orientao educacional.

A metodologia utilizada na elaborao desta monografia apresentada no quarto captulo, onde so detalhados todos os passos dados pela pesquisadora.

No quinto captulo so apresentadas as anlises dos dados obtidos com a pesquisa de campos.

E por ltimo, nas consideraes finais, so apresentados os resultados alcanados pela pesquisadora atravs desta pesquisa, a qual deixa extremamente claro que a orientao educacional relevante para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem escolar, pois auxilia tanto professores como alunos e a famlia a ter prazer em participar do cotidiano da escola, e o prazer o estmulo da vida.

A TRAJETRIA DA ORIENTAO EDUCACIONAL NO BRASIL

Segundo MAIA e GARCIA (1990, p. 11) em 1931, o Servio de Orientao tornado oficial pelo professor Loureno Filho, diretor do Departamento de Educao de So Paulo, Brasil, surgindo assim o primeiro Servio de Orientao Educacional e Profissional. No entanto, esta experincia teve uma durao curta, sendo extinto o servio em 1935.

O instrumento bsico de trabalho do Orientador, em 1931, consistia em baterias de testes de aptido e desempenho na realizao de tarefas. Dentro desta metodologia, este deveria selecionar e encaminhar para treinamento os alunos da escola que queriam ingressar em cursos universitrios ou, ento, aqueles que estavam procura de trabalho.

Em 1942 reimplantado o Servio de Orientao, com a finalidade de correo e encaminhamento dos alunos - problema. Assim, esse servio teria claramente um papel adaptador sociedade, preparando para a incluso no mercado de trabalho.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de 1961 confirma a Orientao Educacional como ao educativa no ensino mdio, referindose criao da orientao educacional e vocacional em cooperao com a famlia. A Lei no se limitou a anunciar o papel do orientador. Preocupou-se, tambm, com a sua formao, pois era preciso preparar o profissional capaz de cumprir o papel esperado, considerando-o assim, como uma peachave, ou como um elemento fundamental e de extrema importncia na escola, para que os fins propostos pela Lei fossem atingidos.

Segundo MAIA (1990, p. 18): Os orientadores educacionais, formados na dcada de 60, pretendiam atuar nas reas de orientao escolar, psicolgica, familiar, profissional, recreativa, sade, contribuindo para a formao integral do aluno.

Em 1968, surge a Lei n( 5564, que prov sobre o exerccio da profisso do orientador, confirmando a linha psicolgica e a funo da orientao, conforme j aparecia na definio do currculo do curso de formao.

Sendo assim, a orientao educacional, que antes se limitava seleo e orientao profissional amplia, nesta fase, a sua contribuio para o desenvolvimento integral.

Segundo KUHLMANN JNIOR (2005), no final do sculo XVIII a pr-escola foi criada para atender as crianas pobres e as mes trabalhadoras porm, desde o incio, se apresentaram como primordialmente educacionais.

Segundo ele, o final do sculo XIX e o incio do sculo XX demarcou um perodo onde a infncia e a educao integraram os discursos sobre a edificao da sociedade moderna.

O autor ressalta, ainda, que a educao infantil foi consolidada a partir da Constituio de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de 1996, quando a legislao nacional passou a reconhecer que as creches e pr-escolas, para crianas de 0 a 6 anos, so parte do sistema educacional, primeira etapa da educao bsica.

Dessa forma, segundo o autor, a famlia e os valores tradicionais inspiraram estudantes e profissionais, assim como foram referncia para a criao de pr-escolas particulares alternativas, sendo que o atendimento educacional de crianas em pr-escolas passou a ganhar fora social para alm da sua destinao exclusiva aos filhos dos pobres. O programa das pr-escolas passou a atender, tambm, os filhos da classe mdia alta.

Desse modo, segundo o autor, a orientao educativa no deveria tolher o aspecto criador do desenvolvimento intelectual e artstico da criana.

Segundo MIALARET (1976): ... toda a educao prescolar teria por finalidade provocar uma autntica participao das crianas em sua prpria educao. (...).

Ainda segundo esse autor

... a criana um ser vivo que vive num ambiente. Conhecer a criana conhecer, simultaneamente, a sua realidade biolgica, a sua realidade psicolgica e o meio em que se desenvolve; tambm conhecer a sua historia, as suas experincias e as sucessivas etapas da sua formao. A educao no deve manter-se passiva perante a evoluo da criana, deve atuar respeitando a realidade infantil sem mutilar nem a traumatizar.

A FORMAO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

MARTINS (1992, p. 30) afirma que o Orientador Educacional a pessoa responsvel pelo servio de orientao, cabendo a ele planejar, organizar e implementar a Orientao Educacional na escola.

Segundo o autor, o Orientador Educacional deve conscientizar todos os agentes educativos da escola, tanto da educao infantil e ensino fundamental, como tambm do ensino mdio, de que estes, enquanto membros ativos dentro da escola, so peas fundamentais para o bom desenvolvimento da Orientao Educacional.

O autor ressalta, ainda, que o Orientador Educacional deve possuir um bom preparo, em nvel universitrio, que lhe fornea adequados conhecimentos de Psicologia Educacional, Psicologia da Criana e do Adolescente, Psicologia Pedaggica, Sociologia Educacional, Filosofia da Educao, Biologia Educacional, estatstica Educacional, Estrutura e Funcionamento do Ensino. Ainda, segundo o autor, seria importante que todo o Orientador Educacional tivesse boa experincia no magistrio e conhecimentos bsicos das disciplinas do curso que est orientando (Educao Infantil Ensino Fundamental Ensino Mdio, etc.).

MARTINS considera ainda que o Orientador Educacional deve estar sempre em processo de atualizao, atravs de leituras, congressos, simpsios, etc.

Sob o ponto de vista legal, o exerccio da profisso de Orientador Educacional foi previsto na Lei n. 5.564/68, regulamentada pelo Decreto n 72.846/63. Onde o Orientador Educacional formado em curso de Licenciatura em Pedagogia com habilitao especfica em Orientao Educacional. (MARTINS, 1992, p.31)

Porm, hoje, atravs da nova Lei n. 9.395/96, o Orientador Educacional necessita apenas do Curso de Licenciatura em Pedagogia e Gesto Escolar para exercer a funo de Orientador Educacional.

MARTINS (1992, p.31) lembra ainda que, pela responsabilidade que o Orientador Educacional tem no processo de relao de ajuda atravs das relaes interpessoais e visando o desenvolvimento integral do educando, o Orientador Educacional precisa possuir alguns requisitos pessoais, os quais, segundo o autor, so imprescindveis ao cumprimento de sua misso, sendo estas condies pessoais, as seguintes

Equilbrio emocional e de personalidade que no sofra influncia pelos problemas do educando nem permita que seus problemas pessoais interfiram em seu trabalho.

Empatia para ser capaz de colocar-se no lugar do educando a fim de melhor compreender os problemas do mesmo.

Iniciativa e liderana a fim de transmitir segurana e confiana aos educandos.

Entusiasmo para contagiar de otimismo o educando.

Domnio e vivncia prtica dos princpios de Psicologia das Relaes Humanas a fim de relacionar-se bem com os agentes educativos e com os educandos.

Ilibadas qualidades morais, bom senso, justia, veracidade a fim de levar o educando auto-educao pelo exemplo de vida.

Estmulo s relaes entre as pessoas, nas comunidades a que pertencem e nas instituies da sociedade. (MARTINS, 1992, p.31)

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Uma reportagem apresentada pela revista Nova Escola (maro/2003) ressalta algumas atribuies no Orientador Educacional.

Segundo esta reportagem, na instituio escolar,

o orientador educacional um dos profissionais da equipe de gesto. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relao a eles; com a escola, na organizao e realizao da proposta pedaggica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsveis.

Destaca-se ainda, neste texto que a remunerao do orientador profissional semelhante do professor, porm suas funes so distintas, uma vez que o professor em sala de aula est voltado para o ensino e aprendizagem, e o Orientador Educacional no possui um currculo a seguir, sendo sua funo voltada formao permanente dos alunos no que diz respeito a valores, atitudes, emoes e sentimentos, analisando e criticando quando necessrio.

Outro ponto importante, segundo o texto que, embora o que foi citado acima seja papel fundamental do orientador educacional, muitas escolas no tm mais esse profissional na equipe, o que no significa que no exista algum desempenhando as mesmas funes pois, segundo HADDAD, citada na reportagem, "qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questes pessoais". Porm, no se pode confundir professor com psiclogo escolar.

O texto traz, ainda, que o orientador educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, relacionamento com colegas, vivncias familiares.

Sendo assim, o papel do orientador educacional dentro da escola se faz necessrio para que haja uma melhor integrao entre escola-famlia-aluno.

O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO PROFISSIONAL DA EDUCAO

A orientao educacional, segundo MAIA e GARCIA, (1990, p. 37) desde a sua criao, serviu ao sistema.

Atualmente concebida, por especialistas, como um processo sistemtico e contnuo que se caracteriza por ser uma assistncia profissional realizada por meio de mtodos e tcnicas pedaggicas ou psicolgicas, exercida direta ou indiretamente sobre os alunos, levando-os ao conhecimento de suas caractersticas pessoais e do ambiente sociocultural, a fim de que possam tomar decises apropriadas s melhores perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e social, tornando-se cada vez mais necessria. (MAIA e GARCIA, 1990, p.37)

Ainda segundo as autoras, a Orientao Educacional tambm considerada uma ao importante na melhoria da qualidade dos padres educacionais em pases nos quais se destinam recursos significantes educao e impe-se, no meio social, no s como um recurso somatizado para o aprimoramento da escola mas, sim, como um fator urgente para responder s necessidades do desenvolvimento pessoal e social do aluno.

Pode-se dizer que, em certos momentos, o papel da orientao educacional conservador, na medida em que ajusta o educando escola e prepara-o para seu ajustamento na sociedade e para a realidade em que vive.

Segundo MAIA (1990, p. 49), naturalmente, o aluno pobre deveria adequar as suas caractersticas realidade, ou seja, deveriam compreender que no podem aspirar a ser doutor, por que afinal um lixeiro pode ser mais feliz que um advogado, e o importante ser feliz. Alem disso, todas as profisses so igualmente dignas e, portanto, devem ser valorizadas da mesma maneira.

Tanto a escola quanto a sociedade se apresentam oferecendo igualdade de oportunidades para todos mas, como os indivduos so diferentes uns dos outros, no s em relao as suas aptides naturais como ao esforo realizado, nem todos conseguem atingir os mesmos resultados e isso perfeitamente normal.

Ainda segundo estas autoras, a orientao educacional contribui, ento, para a movimentao da escola com o mercado de trabalho, tendo como principal objetivo a segurana e o desenvolvimento, como peas de fundamental importncia no sistema educacional.

Assim, as autoras ressaltam que, para um desenvolvimento eficiente e de abrangncias de suas funes, o Orientador Educacional necessita: conhecer e manter contato com as famlias dos alunos; colaborar para o bom aproveitamento escolar da clientela; integrar-se com a equipe tcnica e docente para atuar em relao aos aspectos morais, cvicos bem como nas reas do desenvolvimento fsico, emocional e vocacional dos educandos.

Na verdade o orientador educacional no o nico trabalhador da educao, uma vez que ele pertence a um coletivo de trabalhadores da educao que refletem juntos sobre a sociedade, sobre a relao educao sociedade e sobre a relao educaotrabalho.

Enquanto alguns orientadores educacionais preparam o aluno para o trabalho, por meio da orientao vocacional, outros fazem a crtica a sua prpria prtica e buscam outros caminhos, sendo que o objetivo principal fazer com que o aluno compreenda que deve fazer algo que o torne feliz tanto no aspecto profissional, quanto no pessoal.

O melhor caminho para se trabalhar a orientao educacional em conjunto, ou seja, de forma integrada superviso mobilizando, desta maneira, a escola, a famlia, e a comunidade, para que ocorra uma investigao coletiva da realidade qual todos pertencem.

Enquanto alguns orientadores esto preocupados em criar um clima facilitador de relaes, outros instalam um clima facilitador de aprendizagem, ficando assim claro, para eles, qual a verdadeira funo da escola. Para eles, a escola no lugar em que as pessoas vo para viver momentos agradveis, mas sim uma instituio que tem que transmitir a cultura e criar novos conhecimentos.

importante ressaltar que, dentro de qualquer sistema escolar, tanto pblico, quanto particular, necessrio que seja observado o decreto que regulamenta a profisso do Orientador Educacional e que estabelece, entre outras coisas, as atribuies privativas que competem a este profissional, coordenar e aquelas das quais deve participar, juntamente com os demais membros da equipe escolar.

Segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2000, p.4), o decreto n 72846 de 26.09.1973 que regulamenta a lei n 5564 de 21.12.1968, traz em seus artigos 8 e 9 a definio mais especfica, na abrangncia nacional, dos encargos do Orientador Educacional,

Artigo 8. So atribuies privativas do Orientador Educacional:

Planejar e coordenar a implementao e funcionamento do Servio de Orientao Educacional em nvel de:

1 Escola

2- Comunidade.

b) Planejar e coordenar a implantao e funcionamento do Servio de Orientao Educacional dos rgos do Servio Pblico Federal, Estadual, Municipal e Autrquico; das sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientao vocacional do educando, incorporando-a no processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptides e habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informao educacional e profissional com vistas orientao vocacional.

f) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistncia especial.

g) Coordenar o acompanhamento ps-escolar.

h) Ministrar disciplinas de Teoria e Prtica da Orientao Educacional, satisfeitas as exigncias da legislao especifica do ensino.

i) Supervisionar estgios na rea da Orientao Educacional.

j) Emitir pareceres sobre matrias concernentes Orientao Educacional.

Artigo 9-Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuies:

a) Participar no processo de identificao das caractersticas bsicas da comunidade;

b) Participar no processo de caracterizao da clientela escola;

c) Participar no processo de elaborao do currculo pleno da escola;

d) Participar na composio, caracterizao e acompanhamento de turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliao e recuperao dos alunos;

f) Participar no processo de encaminhamento dos alunos estagirios;

g) Participar no processo de integrao escola famlia - comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na rea da Orientao Educacional.

AS FUNES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA EDUCAO INFANTIL

Segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2000), a Orientao Educacional um processo educativo que se desenvolve paralelamente ao processo de ensino aprendizagem. As atividades tcnicas desse processo podem ser agrupadas nas funes de: planejamento, coordenao, avaliao e assessoramento.

Nestas funes, segundo as autoras, podem ser definidas tanto as atividades especficas que o Orientador Educacional ir exercer como aquelas que sero desenvolvidas em parceria com os professores e outros profissionais.

As autoras ressaltam, ainda, que o Orientador Educacional participa no processo do Planejamento Curricular e na sua realizao, bem como define e faz pesquisas, participa na elaborao do plano da escola e elabora o Plano de Atividades da Orientao Educacional, tendo em vista o trabalho em conjunto com a Administrao Escolar, Superviso Pedaggica e outros setores referentes escola, as atividades em parceria da escola e da comunidade e as atividades de integrao da escola e da famlia. O planejamento e a elaborao do plano escolar costumam ocorrer no final do ano letivo anterior ou no incio do ano em questo, dependendo do calendrio de cada escola, e devem contar com a participao de todos os profissionais que nela atuam.

Participando do planejamento, e da caracterizao da escola e da comunidade, segundo as autoras (2000, p.15), o Orientador pode contribuir para decises que se referem ao processo educativo como um todo. Constituem exemplos dessas decises o currculo da escola, no que diz respeito incluso de disciplinas e atividades extra classe; a distribuio das diferentes sries no prdio e por perodo; a problemtica da disciplina e o cdigo disciplinar; os critrios de avaliao e de atribuies de notas ou conceitos; os cronogramas de atividades. importante que ele participe de todas as decises de ordem tcnica a serem tomadas, em mbito escolar, em funo do seu preparo, de suas funes e do seu conhecimento da escola, da comunidade e dos alunos, visando um melhor atendimento educao integral dos alunos.

Segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2000) na coordenao, o Orientador deve acompanhar o desenvolvimento do Currculo na parte que diz respeito ao seu setor de trabalho, isto , possibilitar a elaborao e o desenvolvimento dos planos de ensino segundo os objetivos da sua rea de trabalho, desenvolver atividades especificas relacionadas ao seu campo, organizar arquivos de dados pessoais de alunos que sejam necessrios para uma melhor desenvoltura do seu trabalho e desenvolver atividades educativas (visitas, festas, programas preventivos a sade, higiene e segurana, atividades culturais, entre outras).

Na avaliao, segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2000, p. 34), papel do orientador educacional, adequar os resultados do processo ensino - aprendizagem aos objetivos educacionais, identificar com os professores e com a Superviso Pedaggica as causas do baixo rendimento escolar dos educandos, constatar os resultados do plano de atividades do setor ao qual pertence, esclarecer para a comunidade e, em especial, para os pais dos alunos, sobre os programas de ensino (o porqu e a importncia do que se foi trabalhado), estabelecer critrios para um bom desempenho dos outros setores da instituio educacional e obter a produtividade da escola como um todo e no de uma maneira isolada.

No assessoramento, o Orientador colabora com a superviso pedaggica durante o planejamento e a avaliao das suas atividades e auxilia os professores na elaborao, na execuo e avaliao dos seus programas de ensino.

Segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2003, p. 22),

medida que o Orientador Educacional trabalha em determinada escola, por maior numero de anos, sua atuao ir se tornando cada vez mais precisa, valiosa e facilitada, por ter adquirido uma viso mais ampla e profunda dos principais problemas e dificuldades da mesma. Ele ter ainda, desenvolvido maior conhecimento da comunidade, dos alunos, dos pais, dos professores e dos demais funcionrios bem como de suas caractersticas e anseios. Respeitados os aspectos ticos, esses conhecimento ser muito valioso para subsidiar as discusses que tero lugar no s por ocasio do planejamento escolar, como tambm durante cada ano letivo e nos anos subseqentes e, quando necessrio, na tomada de decises de determinados alunos.

Alm das atividades acima citadas, o Orientador elabora um plano especfico para o Servio de Orientao Educacional. Esse plano essencial para nortear o seu trabalho, alm de poder se constituir em fonte de consulta pelos demais membros da equipe, para que possam saber como relacionar e integrar a programao deles do SOE servio de orientao educacional. importante para o bom andamento das atividades escolares saber o que esperar dos demais e quando, isto , em que ocasio cada item do plano estar sendo desenvolvido, como, por quem e por quanto tempo.

CABRAL e PIMENTA (2005) ressaltam que a Orientao Educacional, no mbito da Educao Infantil, pode ocorrer individualmente ou em grupos, trabalhando questes referentes formao global do indivduo, no que tange s questes de respeito, amor, fraternidade, dignidade, solidariedade, responsabilidade, tica e outros valores fundamentais e essenciais, segundo as autoras, para a convivncia harmoniosa da pessoa humana.

Afirmam ainda, essas autoras, que a Orientao Educacional, na Educao Infantil, deve buscar a integridade do ser, bem como cooperar com os professores no sentido da boa execuo dos trabalhos escolares realizados pelos alunos, buscando imprimir segurana na execuo dos trabalhos complementares e velar para o estudo de forma prazerosa e constritiva, influenciando-o na preparao para o exerccio de cidado crtico e participativo. (2005).

Conforme as autoras a rea de atuao do Orientador Educacional na Educao infantil destaca-se atravs de uma preocupao com o

desenvolvimento psicomotor e na preparao para a alfabetizao, desenvolvendo a motivao nos alunos. Bem como, o Orientador Educacional na Educao Infantil trabalha com os alunos s questes de socializao, desenvolvimento de habilidades de convvio, ecologia humana e educao sexual. Assim como desenvolve a valorizao do trabalho docente e com a identificao de profissionais. (CABRAL e PIMENTA, 2005)

Sendo assim, a Orientao Educacional na Educao Infantil tem tambm como objetivo, segundo a Universidade de Itana,

contribuir para a reflexo crtica sobre os problemas relativos ao processo ensino/aprendizagem e sobre as questes ligadas s relaes entre os diversos segmentos atuantes na escola, tendo em vista, segundo a Universidade, a produo coletiva do projeto poltico pedaggico.

A ORIENTAO EDUCACIONAL E A FAMLIA DO ALUNO

A Orientao Educacional Familiar, segundo PENTEADO (1976, p.102) desenvolvida devido preocupao que as escolas possuem em relao ao problema dos pais ausentes nas escolas, os quais no tomam conhecimento e nem participam de algo que lhes diz respeito: a formao de seus filhos.

Desta forma, segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2000, P.57) alm desta preocupao aparente existente nas escolas, existe tambm outro ponto que o Orientador Educacional deve estar atento, que a questo das expectativas depositadas pelos pais na escola.

A criana, de modo geral, se desenvolve na instituio familiar que encarregada de prover os recursos necessrios sua sobrevivncia; de propiciar-lhe uma base afetiva; de dar-lhe assistncia na rea de sade e de ministrar-lhe os primeiros ensinamentos. Por sua vez, a instituio escolar est incumbida de realizar a educao formal das crianas e jovens. (GIACAGLIA e PENTEADO 2000, p.57)

Partindo deste pressuposto, sabe-se que cada famlia possui expectativas diferentes em relao ao papel desempenhado pela escola, e vice-versa. Sendo assim, surge uma condio bsica para que possam ser cumpridas as finalidades educacionais, integrando estas duas instituies escola/famlia. A pea-chave dessa condio, segundo as autoras, o Orientador Familiar, papel este desenvolvido pelo Orientador Educacional, conforme decreto que regulamenta a sua profisso, no qual encontra-se que ser exercido por ele em cooperao com a famlia, cabendo ao orientador educacional participar no processo de integrao escola-famlia-comunidade.

Porm sabe-se que, atualmente, no somente papel do orientador educacional promover a integrao famlia-escola-comunidade. Hoje, todos os membros da instituio tm a incumbncia de desempenhar esse importante papel, o de promover a integrao entre estas instituies famlia-escola - to importantes para o desenvolvimento da criana e do jovem.

GIACAGLIA e PENTEADO (2000) ressaltam tambm que a atuao da escola em relao ao aluno bastante ampla e diversificada, no se atendo apenas aos aspectos de aprendizagem de contedos escolares. So inmeros os aspectos, em que necessrio haver concordncia de princpios e atuao entre a famlia e a escola. Segundo as autoras, cabe ao orientador educacional trabalhar diversos temas, entre eles, tudo o que se refere execuo das tarefas, s atividades extracurriculares, televiso, mesada, escolha da profisso, s drogas, aids, orientao religiosa, disciplina, ao namoro e outros, variando de escola para escola, entre os que se tornem mais relevantes na ocasio, junto s famlias, buscando sempre uma ao harmnica e integrada com ela.

As autoras destacam ainda que, desde o primeiro contato, os pais devem ser alertados sobre a importncia de comunicarem orientao educacional da escola sobre novos eventos na famlia que possam vir a interferir no aproveitamento escolar e no comportamento geral do aluno, como o nascimento de um irmo, cimes, brigas no lar, alcoolismo, separao ou divrcio dos pais, entre os inmeros fatores que devero ser tratados pelo orientador educacional com mxima descrio e sigilo.

Segundo as autoras, h escolas que vo mais alm, abrindo sistematicamente suas portas comunidade, fora do horrio das aulas, proporcionando oportunidades de cursos os mais variados e de atividades de lazer. (2000, p. 63).

Porm elas ressaltam que, apesar de no caber ao orientador educacional a realizao e superviso dessas atividades, estas formam um fator de maior entrosamento da escola com as famlias e com a comunidade, aumentando as possibilidades de comunicao e apoio mtuo. A ORIENTAO EDUCACIONAL E O LAZER DO ALUNO

GIACAGLIA e PENTEADO (2000, p.107) comentam que, desde a Grcia antiga, ressaltada a importncia de uma mente s num corpo sadio. E por esta razo que so integradas no currculo escolar a programao, dentre outras, das reas de Educao Fsica e Educao Artstica. Alm de, segundo as autoras, os alunos assumirem juntamente com seus pais ou responsveis o comprometimento em manter uma atividade esportiva dentre outras.

O papel do Orientador Educacional neste sentido, ode orientar os pais no mbito de saber que atividades esportivas, culturais e de lazer proporcionar aos filhos; com qual durao, periodicidade e respectivos dispndios de energia e dinheiro, alm de saber se so ou no indicadas para a idade escolar deles. (GIACAGLIA e PENTEADO, 2000, p.107)

Quanto aos professores, segundo as autoras, o Orientador Educacional buscar se integrar com estes, para que os alunos sejam orientados quanto ao lazer. As autoras ressaltam, ainda, que o esporte muito importante na vida da criana e do adolescente sendo, ao mesmo tempo, uma forma de lazer e educao.

Ao atuar em conjunto com os professores, principalmente com os das reas de Educao Fsica e Educao Artstica, o Orientador Educacional poder colaborar para a identificao de talentos como, por exemplo, para o esporte competitivo. Os jovens com habilidades especiais podem ser encaminhados desde que os pais queiram e consintam s instituies competentes, na comunidade, para que desenvolvam, em melhores condies, esse talento. O mesmo deve ocorrer na rea artstica, dando ensejo a que tenham espao para manifestao e desenvolvimento, na escola, de suas capacidades. Muitos profissionais de sucesso descobriram sua vocao no mbito escolar. (GIACAGLIA e PENTEADO, 2000, p.108).

No que diz respeito s reas de esportes, cultural e lazer, segundo as autoras, o Orientador Educacional poder fazer uso de diferentes estratgias, como, palestras para pais e alunos, debates, orientao individual, discusso com os alunos, competies entre as classes e/ou escolas, apresentao de opes de lazer na escola e fora dela, ao conjunta com outros professores nas suas respectivas especialidades e/ou com habilidades especiais nessas reas, entre outras inmeras opes de atividades que podem instigar e incentivar pais e alunos a desfrutarem do lazer para melhorar a qualidade de vida.

PRINCPIOS TICOS NA ATUAO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

O trabalho do Orientador Educacional de grande importncia e responsabilidades e, para que este seja realizado de acordo, exige-se muito desse profissional, no s em termos de formao, de atualizao constante da prtica pedaggica e de caractersticas de personalidade como tambm de comportamento tico. Segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2003, p. 9), embora no haja um cdigo de tica elaborado especificamente para o Orientador Educacional, como todo profissional, ele deve ter sua atuao pautada por princpios ticos..

O comportamento tico em relao s informaes sobre alunos, funcionrios e pessoas da comunidade um dos principais aspectos que devem ser considerados, pois a interao do Orientador Educacional com os educandos se caracteriza pelo seu carter de relao de ajuda: tanto o aluno pode expor, espontaneamente, fatos ou situaes de ordem pessoal e familiar, como o Orientador pode necessitar fazer indagaes sobre o problema em questo. Esses dados, por serem sigilosos ou confidenciais, no devem ser expostos a outras pessoas, sob qualquer circunstncia.

A mesma atitude, segundo as autoras, serve para os pronturios dos alunos. Sendo assim, questionrios preenchidos com dados mais ntimos sobre o aluno e seus familiares, resultados de entrevistas e de testes e opinies de professores sobre determinado aluno, devem ser mantidos fora do alcance de pessoas que, propositada ou casualmente, possam chegar a eles. Por este motivo, tais dados devem ser arquivados no Servio de Orientao Educacional em local seguro, com chave, ao qual apenas o Orientador Educacional tenha acesso.

As autoras ressaltam ainda que, s vezes, os professores necessitam de informaes especificas sobre seus alunos. Mesmo nesses casos, prefervel que o Orientador Educacional, com base nos dados de que dispe, elabore um resumo e fornea, na medida em que julgar conveniente, as informaes a serem passadas ao professor.

Outro campo com o qual o Orientador Educacional precisa ter cautela o que diz respeito aos valores da famlia e da comunidade. Na rea do aconselhamento, importante ter sempre presente que aconselhar no significa recomendar determinadas atitudes, opes ou comportamentos. Segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2003, p. 11),

aconselhar assistir a pessoa, levando-a a refletir sobre determinada situao, problema ou dificuldade; sobre as implicaes e conseqncias de diferentes alternativas disponveis, no caso, para que possa discernir e decidir-se, por uma ou por outra, conforme seu arbtrio, suas possibilidades e sua convivncia.

Assim, O Orientador Educacional deve ter sempre em mente que as famlias dos aconselhados ou a comunidade qual ele pertence, possuem seus prprios valores e buscam no s transmiti-los aos seus membros como tambm fazer com que tais valores atuem como normas de conduta. No cabe ao Orientador Educacional levar ao aluno a confrontar-se com os valores da famlia.

Quanto aos limites em uma relao de ajuda, o orientador Educacional precisa se conscientizar das suas condies e preparo para prestar uma ajuda efetiva. Este no deve ir alm do que capaz. Nos casos mais difceis, em relao aos quais no se sinta seguro e apto, no deve assumir sozinho o aconselhamento, mas, sim, procurar o auxlio de outros profissionais.

FUNDAMENTOS DA ORIENTAO EDUCACIONAL

Segundo FELTRAN (1990, p. 33) a orientao educacional encontra, na criana, fundamentos para o trabalho pedaggico na pr-escola, conforme a realidade brasileira.

Assim, a autora diz que o orientador educacional deve pesquisar durante a ao pedaggica quem a criana, a qual grupo sociocultural ela pertence, bem como definir qual o fim desta ao, para onde direcionar a educao da criana e deixar claras as funes da pr-escola no contexto democrtico.

A orientao educacional, segundo esta mesma autora, est se deparando com problemas presentes em varias pocas que, nos dias atuais, tm gerado estudos e debates em nvel internacional, com representantes de todo o mundo.

Nos pases em desenvolvimento, como o caso do Brasil, tem adquirido grandes propores. Segundo FELTRAN (1990, p. 56), tratar das finalidades da educao significa cuidar da prpria sobrevivncia, com o intuito de desatar as ligaes de submisso cultural dos pases dominadores.

A autora ressalta, ainda, que esto em discusso mundial os problemas relativos finalidade da educao justificando-se que o orientador educacional analise, em sua origem e em suas manifestaes, as concepes que, a esse respeito, se marcaram atravs dos tempos, buscando, assim, os pontos de apoio de sua proposta.

Portanto, a orientao educacional encontrar, na criana, fundamentos bsicos para o trabalho pedaggico no ensino pr-escolar brasileiro, que conta com a participao de diferentes contornos e de variados pontos socioculturais.

PESQUISA DE CAMPO COM PROFISSIONAIS DA REA DE ORIENTAO PROFISSIONAL

Uma das profissionais pesquisadas formada em Pedagogia e desempenha a funo de Orientadora Educacional h cinco anos. A outra est cursando o ltimo ano do Curso de Pedagogia e h trs anos desempenha a funo de Orientadora Educacional.

Segundo as profissionais pesquisadas, o trabalho da orientao educacional na educao infantil muito importante, porque realiza um trabalho com os pais, alunos e professores, desenvolvendo um trabalho conjunto entre corpo docente, discente e a famlia.

As orientadoras educacionais destacaram ainda que, para melhor atender os alunos de educao infantil, o orientador educacional deve participar da elaborao do plano escolar como um todo, como podemos perceber em GIACAGLIA E PENTEADO (2000)

no planejamento, o Orientador Educacional participa no processo do Planejamento Curricular e na sua realizao, bem como define e faz pesquisas, participa na elaborao do plano da escola e elabora o Plano de Atividades da Orientao Educacional, tendo em vista as seguintes consideraes: o trabalho em conjunto com a Administrao Escolar, Superviso Pedaggica e outros setores referentes escola, as atividades em parceria da escola e da comunidade e as atividades de integrao da escola e da famlia. O planejamento e a elaborao do plano escolar costumam ocorrer no final do ano letivo anterior ou no incio do ano em questo, dependendo do calendrio de cada escola, e devem contar com a participao de todos os profissionais que nela atuam.

Questionou-se tambm sobre como funciona o atendimento aos alunos em relao ao aproveitamento escolar. Uma das orientadoras pesquisadas relatou que os alunos que no tm um bom aproveitamento escolar so encaminhados para assistir aulas extras, denominadas apoio pedaggico, em contraturno.

A outra profissional afirmou que o atendimento aos alunos acontece tanto em momentos favorveis, quanto em momentos em que o aluno apresenta dificuldades ou outros problemas.

A ltima questes perguntava se este profissional acredita ser importante na Educao Infantil, o conhecimento da famlia por parte do Orientador Educacional para melhorar o desempenho de sua funo.

Os dois profissionais entrevistados responderam que com certeza, pois conhecer o aluno como um todo possibilita desenvolver um trabalho mais coerente.

Podemos constar isto na afirmao de MIALARET (1976) onde ele diz:

... a criana um ser vivo que vive num ambiente. Conhecer a criana conhecer, simultaneamente, a sua realidade biolgica, a sua realidade psicolgica e o meio em que se desenvolve; tambm conhecer a sua historia, as suas experincias e as sucessivas etapas da sua formao. A educao no deve manter-se passiva perante a evoluo da criana, deve atuar respeitando a realidade infantil sem mutilar nem a traumatizar.

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Orientao Educacionalhttp://www.saosabas.com.br/novolayout/orientacao_educacional.asp?txt=Orienta%C3%A7%C3%A3o%20Educacionalacessada em 2007-05-22-3:29(GMT-3)

A Orientao Educacional entendida como um processo dinmico e contnuo, estando integrada em todo o currculo escolar. O papel do Orientador Educacional corresponde ao elo entre os alunos e a escola, favorecendo o processo de integrao Escola-Famlia-Comunidade, numa perspectiva voltada para as dificuldades pedaggicas, e emocionais, sociais e cognitivas dos alunos.

Para que isso se realize, necessrio que o trabalho esteja integrado com a Direo, Coordenao Pedaggica, e com o Corpo Docente e a Famlia.

Destas forma, a Orientao Educacional junto :ESCOLA E FAMLIA

Mobiliza a criana, a escola e a famlia para a investigao coletiva da realidade na qual todos esto inseridos;

Realizar o atendimento aos alunos orientando-os de forma individual ou coletiva, com observao, acompanhamento, aconselhamento e entrevista;

Acompanha o aluno no processo ensino-aprendizagem, visando o seu relacionamento com a realidade social e profissional;

Desenvolve hbitos de estudo e de organizao, junto Tutoria;

Integra as diversas disciplinas junto a Coordenao Pedaggica, disponibilizando aos alunos assuntos atuais e de interesse dos mesmos;

Organiza dados referentes vida escolar aos alunos;

Estabelece um vnculo de confiana e cooperao entre os alunos, ouvindo-os com pacincia e ateno;

Desperta no aluno o compromisso com a responsabilidade e autonomia enquanto pessoa e cidado, para estimular a reflexo coletiva de valores: liberdade, justia, honestidade, respeito, solidariedade, fraternidade, comprometimento social;

Atua preventivamente em relao a situaes e dificuldades prprios do cotidiano, promovendo condies que favoream o desenvolvimento do aluno;

Promove palestras de interesse e importncia aos alunos;

Conduz o processo de sondagem de habilidades e interesses oportunizando ao aluno o conhecimento das diferentes profisses e o mundo do trabalho, de forma que possa preparar-se para a vida em comunidade.FAMLIA

Esclarece a famlia quanto as finalidades e funcionamento do SOE (Servio de Orientao Educacional);

Orienta a famlia sobre o desenvolvimento dos alunos sempre que se fizer necessrio, realizando reunies com os pais juntamente com a Equipe Pedaggica;

Relaciona-se com os pais e familiares dos alunos de forma que desenvolva a participao ativa dos mesmos na escola;

Compromet-se com a integrao pais e escola, professores e pais e pais e filhos;

Acompanha o aluno e sua famlia nas possveis dificuldades, encaminhando-os a outros especialistas se necessrio;

Atende os especialistas multidisciplinares que por ventura, realizem qualquer tipo de acompanhamento com os alunos.PROFESSORES

Fornece ficha de encaminhamento para o professor formalizar a solicitao de acompanhamento dos alunos;

Mantem os professores informados quanto s atitudes e acompanhamentos do SOE junto aos alunos, principalmente quando esta atitude for solicitada pelo professor;

Coopera com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o na compreenso do comportamento das classes e dos alunos em particular;

Realiza intervenes pedaggicas junto Coordenao, quando necessrio.A Orientao Educacional entendida como um processo dinmico, contnuo e sistemtico, estando integrada em todo o currculo escolar sempre encarando o aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, fsico, social, moral, esttico, poltico, educacional e vocacional.

Integrada com a Orientao Pedaggica e Docentes, a O.E. dever ser um processo cooperativo devendo:

- mobilizar a escola, a famlia e a criana para a investigao coletiva da realidade na qual todos esto inseridos; - cooperar com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o na tarefa de compreender o comportamento das classes e dos alunos em particular;

- manter os professores informados quanto s atitudes do SOE junto aos alunos, principalmente quando esta atitude tiver sido solicitada pelo professor;- esclarecer a famlia quanto s finalidades e funcionamento do SOE;

- atrair os pais para a escola a fim de que nela participem como forca viva e ativa;

- desenvolver trabalhos de integrao: pais x escola,professores x pais e pais x filhos;

- pressupor que a educao no maturao espontnea, mas interveno direta ou indireta que possibilita a conquista da disciplina intelectual e moral;- trabalhar preventivamente em relao a situaes e dificuldades,promovendo condies que favoream o desenvolvimento do educando;- organizar dados referentes aos alunos;- procurar captar a confiana e cooperao dos educandos, ouvindo-os com pacincia e ateno;

- ser firme quando necessrio, sem intimidao, criando um clima de cooperao na escola;- desenvolver atividades de hbitos de estudo e organizao;- tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo integrao junto s diversas disciplinas;

Jardim a 4 sries - Junto aos professores:

- treinamento de professores em observao e registro do comportamento do aluno; - orientao e pesquisa sobre as causas do desajustamento e aproveitamento deficiente do aluno;- assessorar os professores no planejamento de experincias diversificadas que permitam ao aluno;- descobrir atravs da auto-avaliao e da execuo de atividades, suas dificuldades e facilidades;- descobrir o seu modo e ritmo de trabalho;

- descobrir sua forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da escola;- fazer escolhas;- treinar a auto-avaliao;- recursos tericos para interpretar os dados obtidos nas observaes;- desenvolvimento de acordo com a faixa etria;

- pesquisa sobre as causas de desajustamento e aproveitamento deficiente do aluno;

Oferecer subsdios aos professores quanto a:

- coleta e registro de dados de alunos atravs de observaes, questionrios, entrevistas, reunies de alunos, reunies com pais.- desenvolver um trabalho de preveno:- estudo sobre o rendimento dos alunos e tarefas educativas conjuntas que levem ao alcance dos objetivos comuns;- sugerir Direo da realizao de estudos por profissionais especializados a pais, alunos e professores;- avaliao dos resultados do processo ensino-aprendizagem, adequando-os aos objetivos.educacionais, assessorando e decidindo junto com o professor e Conselho de Classe os.casos de aprovao e reprovao do aluno.Junto s famlias dos alunos:

- entrevista com os pais para troca de dados e informaes acerca do aluno;

- propiciar aos pais o conhecimento de caractersticas do processo de desenvolvimento psicolgico da criana, bem como de suas necessidades e condicionamentos sociais;- refletir com os pais o desempenho dos seus filhos na escola e fornecer as observaes sobre a integrao social do aluno na escola, verificando variveis externas que estejam interferindo no comportamento do aluno, para estudar diretrizes comuns a serem adotadas;- a orientao familiar se far atravs de reunies individuais com os pais, em pequenos grupos e nas reunies bimestrais programadas constantes do Calendrio Escolar.Junto aos alunos:

- atendimentos individuais, sempre que for necessrio para anlise e reflexo dos problemas encontrados em situaes de classe, recreios, desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso comum, relacionamento com os colegas de classes e outros alunos do colgio, respeito aos professores e funcionrios;

- atendimentos grupais sempre que for necessrio para reflexo de problemas citados acima ocorridas em situaes de grupo.- esclarecer quanto a regras e sanes no que diz respeito ao cumprimento das normas do colgio.

5 a 8 sries do Ensino Fundamental e Ensino Mdio.

Objetivo Geral

A Orientao Educacional se prope em ser um processo educacional organizado,dinmico e contnuo. Atua no educando, atravs de tcnicas adequadas s diferentes faixas etrias ,com a finalidade de orient-lo na sua formao integral, levando-o ao conhecimento de si mesmo,de suas capacidades e dificuldades oferecendo-lhe elementos para um ajustamento harmonioso ao meio escolar e social em que vive.Objetivos especficos relacionados aos professores- assessorar o professor no acompanhamento e compreenso de sua turma;

- Integrar-se s diversas disciplinas visando o desenvolvimento de um trabalho comum e a formulao das habilidades didtico-pedaggicas a serem desenvolvidas com os alunos;- garantir a continuidade do trabalho;

- avaliar e encaminhar as relaes entre os alunos e a escola;- assessorar o professor na classificao de problemas relacionados com os alunos,colegas etc;

- desenvolver uma ao integrada com a coordenao pedaggica e os professores visando a melhoria do rendimento escolar,por meio da aquisio de bons hbitos de estudo.Atividades junto aos professores- divulgao do perfil das classes;

- organizao de arquivos e fichas cumulativas;

- proposio de estratgias comuns entre os professores,coordenao e orientao;- anlise junto a coordenao dos planejamentos das diversas disciplinas;- realizao de atendimentos individuais e/ou grupo nas reunies de curso para receber ou fornecer informaes necessrias dos alunos;- realizao de atendimentos individuais na O.E para fornecer ou receber informaes necessrias dos alunos;- anlise e avaliao dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos,das classes junto coordenao para posterior encaminhamentos;- participao nas reunies de curso;- participao nas reunies de E.T;- participao na preparao e realizao dos Conselhos de classe;- participao nos eventos da escola;

- organizao e participao junto coordenao das atividades extra-curriculares.Objetivos especficos relacionados aos alunos- orientao vocacional;- instrumentalizar o aluno para a organizao eficiente do trabalho escolar, tornando a aprendizagem mais eficaz;- identificar e assistir alunos que apresentam dificuldades de ajustamento escola, problemas de rendimento escolar e/ou outras - dificuldades escolares;- acompanhar a vida escolar do aluno;

- assistir o aluno na anlise de seu desempenho escolar e no desenvolvimento de atitudes responsveis em relao ao estudo;- promover atividades que levem o aluno a analisar,discutir,vivenciar e desenvolver atitudes fundamentados na filosofia crist de valores;

- promover atividades que levem o aluno a desenvolver a compreenso dos direitos e deveres da pessoa humana,do cidado,do Estado,da famlia e dos demais grupos que compem a comunidade e a cultura em que vive o aluno;- despertar no aluno o respeito pelas diferenas individuais,o sentimento de responsabilidade e confiana nos meios pacficos para o encaminhamento e soluo dos problemas humanos;- promover atividades que levem o aluno a desenvolver a compreenso dos valores,das implicaes e das responsabilidades em relao dimenso afetiva e sexual do indivduo de acordo com a filosofia da escola e os valores da famlia;- identificar na escola,eventos esportivos,culturais e de lazer que possam ser utilizados pelos alunos;- desenvolver atitudes de valorizao do trabalho como meio de realizao pessoal e fator de desenvolvimento social;

- Levar o aluno a identificar suas potencialidades, caractersticas bsicas de personalidade e limitaes preparando-o para futuras escolhas;

- Preparar o aluno para a escolha de representantes de classe e/ou comisses;

- Preparar e acompanhar os representantes de classe para o exerccio de suas funes;

- Promover atividades que desenvolvam aspectos relativos a dificuldades e /ou necessidades inerentes faixa etria;

- Desenvolver o relacionamento interpessoal e hbitos de trabalho em grupo.Atividades junto aos alunos

- Realizao de sesses de orientao com cada srie, previamente agendadas em calendrio, onde o O.E estar propondo temas(textos, trabalhos em grupo, vdeo, informtica, debates, atividades extra-classe etc) que vo ao encontro dos objetivos propostos e s necessidades e interesses da faixa etria a ser trabalhada;

- Realizao de reunies com representantes de classe e/ou comisses;

- Participao dos eventos da escola(atividades extra-classe, jogos, festa junina, encontros, viagens etc);- Realizao de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos.Objetivos especficos relacionados aos pais

- Oferecer s famlias subsdios que as orientem e as faam compreender os princpios subjacentes tarefa de educar os filhos, para maior auto realizao dos mesmos;- Garantir o nvel de informaes a respeito da vida escolar dos alunos; Interpretar e encaminhar dvidas, questionamentos.Atividades relacionadas aos pais- Entrevistas solicitadas pelas famlias;- Entrevistas solicitadas pela escola;- Palestras(junto coordenao e APM);- Reunies.http://www.procampus.com.br/ensino_orientacao_atribuicoes.aspacessada em 2007-05-22-3:22(GMT-3)

A ORIENTAO EDUCACIONAL EM AO

Marco Aurlio Freire Ferraz Ao delinear a possibilidade de relatar vivncias que vo com o tempo nos tomando por inteiro so por vezes um jogo de cumplicidade no mnimo emocionante, pois colocar-se diante de um universo particular que s existe em funo de um coletivo como a escola. Falar da Escola Especial desvendar espaos, redimensionar idias para reflexes no estereotipadas ou desprovidas de concepes apelativas do que possa ser um sujeito diferente.Falar da Escola Elyseu Paglioli debruar-se sobre a histria de uma comunidade que h quinze anos atrs,forjava ao calor de muitas movimentaes e convencimentos um espao escolar para crianas com necessidades especiais,do bairro Cristal e arredores.Falar da experincia como Orientador Educacional nesta escola Especial refletir sobre desafios cotidianos que encontram-se recheados do inusitado,das certezas e incertezas e reinventar o lugar da orientao educacional sob a tica de uma sociedade em transformao.

A Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental Elyseu Paglioli foi a primeira escola especial municipal de Porto Alegre, fundada em 1988 para atender alunos com deficincia mental.Nesta poca, houveram vrios movimentos da comunidade do bairro Cristal,que no desejava ter em sua proximidade uma escola para anormais ,o que poderia vir a desvalorizar os imveis da regio. No ano de 1995 inicia-se o Projeto de integrao na escola, os quais ofereciam vagas para alunos ditos normais da comunidade,nos cursos oferecidos at ento somente para os alunos matriculados na escola (Curso de Mscaras, teatro,dana,artes plsticas,jovem cientista,vlei e educao ambiental). Neste mesmo ano foi constitudo o Projeto de Trabalho Educativo.

Em 1996,o projeto de integrao estende-se para Educao infantil, crianas da comunidade na faixa etria entre 4 e 5 anos passam a freqentar atividades no primeiro ciclo,inicialmente em uma turma piloto e posteriormente na totalidade das turmas. A Escola vai assim definindo seus objetivos de trabalho voltada para movimentos de acolhimento do aluno e sua incluso em aes educativas e relaes que viabilizem a construo de conhecimentos e o desenvolvimento de projetos de cidadania que oportunizem a reinveno de novas formas de convivncia.Segundo Deleuze e Guatarri que a escola permita-se ser malevel ao inventar possibilidades de se deixar penetrar pelos seus agentes e diferentes saberes, apropriando-se de novos modos de ser,permitindo-se a prpria transformao.Desta forma a escola organiza-se para garantir a oferta de projetos educativos que assegurem a incluso de alunos das escolas regulares afim de compartilhar espaos de aprendizagem em seu interior,incentivando as

Professor Municipal desde 1992,Orientador Educacional,Ps-graduado em Psicopedagogia e Especializao em Deficincia Mental.13