23
Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Oficina de leitura e produção textual

MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICANeiva Costa Toneli

CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Page 2: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

A INTERAÇÃO-AUTOR-TEXTO-LEITOR

• LEITURA: atividade de produção de sentido.

Page 3: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

• A LEITURA É UM PROCESSO no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seus conhecimentos sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informações, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de uma dificuldade de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.

• (Parâmetros curriculares Nacionais-1998-p. 69-70)

Page 4: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

O PAPEL DO LEITOR

• ESTRATÉGIAS :

seleçãoantecipaçãoinferênciaverificação

Page 5: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

EXEMPLIFICAÇÃO:

A ATIVIDADE: pausa protocolada

O TEXTO: A lenda do gachorro

Nós, os leitores, recorremos a uma série de estratégias no trabalho de construção de sentido.

Page 6: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

A LENDA DO GACHORRO O que esse título sugere?

O que chama atenção nesse título?

Page 7: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

O título

Focalizando o título, atentemos para as palavras gachorro:

gachorro: que sentidos podem ser construído para essa palavra?

Essa palavra é encontrada em dicionários?

elemento constitutivo do texto cuja função é, geralmente, chamar a atenção do leitor e orientá-lo na produção de sentido.

Page 8: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

O autor: GUTO LINS – é escritor e ilustrador

O suporte textual : jornal Folha de São Paulo – caderno Folhinha

Qual é o provável leitor do caderno Folhinha do jornal?

Page 9: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Com previsões motivadas pelo título, podemos iniciar a leitura do texto, prosseguindo a atividade de leitura e produção de

sentido. Um caminhão desavisado derrapou no chão ensaboado, de orvalho e barro esburacado, e acabou virado de lado.

O que a leitura desse trecho nos apresenta ?

Podemos estabelecer alguma relação entre ele e o título do texto?

As previsões e hipóteses levantadas inicialmente podem ser confirmadas?O que poderia conter nesse caminhão?

Será que alguém ficou ferido?

Que hipóteses podem ser levantadas para a continuidade do texto?

Vamos ler mais um trecho do texto.

Page 10: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Nenhum ferido ou machucado, e o caminhão só um pouquinho amassado. Mas, da carga, não sobrou nada, dúzias de ovos espalhados pela estrada. Os que não se quebraram abasteceram a vizinhança de omeletes variados e gemada pras crianças. Mas teve um ovo ainda novo, que escapou com casca e tudo. Caiu na grama o sortudo, rolou ribanceira abaixo e aterrissou bem embaixo de um sono quentinho e peludo.

Page 11: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

No trecho em destaque, o que chama a nossa atenção?

Que hipóteses levantadas para a continuidade do texto se confirmaram? Alguém ficou ferido? O que o caminhão levava?

Observe estes trechos : “ Mas teve um ovo ainda novo, que escapou com

casca e tudo. “ O que significa “escapar com casca e tudo”?

“Caiu na grama o sortudo, rolou ribanceira abaixo e aterrissou bem embaixo de um sono quentinho e peludo.”

Por que o ovo foi sortudo?Embaixo de quem o ovo aterrissou?

Page 12: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

• Então, o que acontecerá desse trecho para frente?

• Que hipóteses podem ser levantadas para o sequência do texto?

Page 13: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

E o dono do sono

dormiu pra cachorro, quer dizer, pra cadela. E teria ficado na dela, preguiçosa sem mais tamanho, se não fosse esse caroço estranho ...

Caroço ?!?

O que a leitura do trecho acrescenta?

Alguma hipótese se confirmou? Qual?

Como podemos compreender a expressão “dormir pra cachorro”?

Qual será a atitude da cadela?

Page 14: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Vamos ler mais um trecho da texto:

“Levantou mais que depressa e ficou chocada à beça. “

O que acontecerá?

O que é ficar chocada à beça?

Page 15: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Vamos prosseguir a leitura para verificação e confirmação(ou não) das hipóteses

“Já estava fazendo um ninho com folhas secas e carinho, quando viu a vida rachando de nova, abrindo caminho bem na frente do seu focinho e piando:

"Mamãe!"

A leitura do texto nos confirma que a cadela aceitou e chocou o ovo!

Mas, o que acontecerá quando ela vir um pintinho piando?

Page 16: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

E agora? Como uma cadela vai criar um pintinho?

O filhote virou um frangote, que não parava o tempo inteiro. Quando não ciscava no terreiro, corria atrás dos carros, enterrava comida no canteiro ou tentava morder os pés do carteiro. Sem pena.

Quando virou um galo formoso, cismou cantar de galo e virar cantor famoso.

É possível um frangote enterrar comida no terreiro, correr atrás dos carros, enterrar comida no canteiro ou tentar morder os pés do carteiro?

Que relação podemos estabelecer entre esses fatos e o gênero textual “conto”?

Que hipóteses podemos levantar para a continuidade do conto?

Page 17: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Mais um trecho do conto:

Estufou o peito penudo preparou a voz de veludo e, com o coração a mil, abriu o bico e...

“abriu o bico e...”

O que aconteceu? O galo conseguiu cantar?

Virou cantor famoso?

Terá a história um final feliz?

Page 18: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

O final do conto:“ abriu o bico e ... latiu. Isso

mesmo: au-au em alto e bom tom. Embora contra a natureza, não foi nenhuma surpresa.

A partir daquele dia, toda noite ele latia.

Varando a madrugada e acordando a cachorrada.”

Temos que confessar que por essa ninguém esperava, não é?

Por que o galo latiu?Observe “Embora contra a

natureza, não foi nenhuma surpresa.”

Como podemos compreender esse trecho do texto?

Podemos dizer que a história teve um final feliz? Por quê?

Por que o título do texto é a lenda do gachorro?

Page 19: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Sistematizando... Na atividade de leitores ativos, estabelecemos

relações entre os nossos conhecimentos anteriormente constituídos e as novas informações contidas no texto, fazemos inferências, comparações, formulamos perguntas relacionadas com o seu conteúdo.

Mais ainda, processamos, criticamos, contrastamos e avaliamos as informações que nos são apresentados, produzindo sentido para o que lemos.

Page 20: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

IV - Atividades de produção de texto

Após a leitura do miniconto “A lenda do gachorro” e sua exploração, tanto oral quanto escrita, pode-se sugerir que as crianças produzam novas histórias de animais que foram criados por “pais adotivos”. A proposta será a montagem de uma coletânea, ou portfólio, em que essas histórias serão colecionadas e lidas pelos outros alunos da escola. A produção dos textos poderá ser feita de 2 maneiras:

1ª) caso as crianças ainda não estejam escrevendo com desenvoltura, a professora discutirá com eles a nova proposta, escolhendo os novos personagens e será a escriba dos alunos, escrevendo a história no quadro; posteriormente, os alunos copiarão o texto ditado por eles e escrito pela professora.

Page 21: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Atividades de produção de texto

• 2ª) caso os alunos já estejam escrevendo (mesmo que com problemas ortográficos), cada um escolherá novo personagem e produzirá a sua história que será posteriormente, corrigida pela professora e devolvida ao autor, com comentários sobre os problemas encontrados nela.

Page 22: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Correção dos textos dos aprendizes

Na correção dos textos produzidos pelos alunos, o professor deverá considerar duas dimensões: a dimensão discursiva e a dimensão linguística. Na dimensão discursiva, avalia-se se o aluno entendeu a proposta feita no que se refere ao gênero proposto (história de animais), aos destinatários (colegas da escola) e ao tema e propósito (produzir uma história, parecida com o texto lido mudando os personagens).

Na dimensão linguística, são observados os seguintes aspectos: ortografia, o uso de letras maiúsculas (especialmente em início de frase e em nomes próprios), pontuação (em especial o ponto final da frase), a acentuação gráfica e alguns casos de concordância verbal e nominal.

Page 23: Oficina de leitura e produção textual MARIA FLOR DE MAIO BARBOSA BENFICA Neiva Costa Toneli CEALE-FAE-UFMG/PUCMINAS

Correção dos textos dos aprendizes

Essa forma de correção permite à professora saber se a

criança domina as duas dimensões, se domina apenas uma

delas ou se não domina nenhuma. Os dados obtidos, após a

correção dos textos dos alunos, terão grande validade se a

professora os utilizar como diagnóstico, possibilitando que

ela perceba o que seus alunos já dominam e o que precisa

ser ainda trabalhado. Além de diagnosticarem a escrita,

esses dados mostram à alfabetizadora em que ponto do

processo os aprendizes se encontram, permitindo a ela

buscar estratégias para que eles avancem.