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5/25/2018 OI-OfertaPblica-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/oi-oferta-publica 1/3 03/04/2014 às 05h00 Oi inicia hoje oferta sem garantia firme Por Ana Paula Ragazzi | Do Rio  A Oi dá início hoje à sua oferta pública de ações, etapa chave para seu processo de fusão com a Portugal Telecom. A operação vem com uma mudança em relação ao que foi anteriormente divulgado: não haverá mais a garantia firme para a colocação.  A operação terá um valor financeiro de R$ 13,7 bilhões e, conforme fato relevante divulgado ontem pela companhia, sem contar os lotes extras, serão emitidas 5,75  bilhões de ações. Dividindo um número pelo outro, chega-se ao valor de venda das ações da companhia na oferta de R$ 2,40 por papel. Esse é o valor que está sendo estimado pelos coordenadores, mas durante o processo de busca pelos investidores, poderá ser modificado para cima ou para baixo. Ontem, a ação ordinária da Oi fechou cotada na bolsa a R$ 3,20, em alta de 5,61% e a preferencial subiu 6,94% para R$ 3,08. O desconto em relação ao preço que está implícito na oferta é de 22,08% para as preferenciais e de 25% para as ordinárias, em relação à cotação de mercado. No fato relevante de ontem, a Oi já informava que ele era uma continuidade dos fatos relevantes divulgados em 2 de outubro de 2013 e em 20 de fevereiro passado. Esses documentos informavam que o aumento de capital da empresa seria entre R$ 13,1 bilhões e R$ 14,1 bilhões. Na operação, uma parte será suportada por ativos da Portugal Telecom, que tinham um valor aproximado de R$ 6,1 bilhões - no entanto, na última assembleia da Oi, semana passada, o valor foi definido em R$ 5,7 bilhões, após laudo de avaliação do Santander. A parcela em dinheiro, que virá da participação do mercado na oferta de ações da Oi, conforme os fatos relevantes, iria  variar entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões. E com relação a esse valor que vai a mercado, um fundo gerido pelo BTG e que terá como cotistas os atuais controladores vai comprar R$ 2 bilhões em ações. A parcela que será absorvida pelo mercado será de R$ 6 bilhões. Por conta do tamanho da operação, que inundará o mercado de ações da companhia, os investidores já esperavam um forte desconto para os papéis. A diluição para o acionistas será gigantesca, uma vez que hoje a empresa tem 1,797  bilhão de ações e vai emitir 5,751 bilhões de papéis, sendo 1,97 bilhão em ações ordiárias e 3,8 bilhões em preferenciais. Essa quantidade pode crescer se forem exercidos os lotes de ações adicionais, de 15% do total ofertado; e suplementar, de 20% do total ofertado, previstos em todas as ofertas de ações em caso de excesso de demanda. Levando em conta também a emissão dessa ações, há cálculos no mercado de que as ações da Oi poderão ser vendidas abaixo dos R$ 2,00. O consórcio de 14 bancos continuará trabalhando pela operação, mas sem o comprometimento com a garantia firme. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionou a garantia firme pretendida pelas instituições, conforme estava informado no prospecto preliminar da oferta. Os bancos queriam dar a garantia para as ações apenas se houvesse 100% de demanda para a operação. Desta forma,

OI - Oferta Pública

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03/04/2014 s 05h00Oi inicia hoje oferta sem garantia firmePorAna Paula Ragazzi | Do Rio

A Oi d incio hoje sua oferta pblica de aes, etapa chave para seu processo de fuso com a Portugal Telecom. A operao vem com uma mudana em relao ao que foi anteriormente divulgado: no haver mais a garantia firme para a colocao.A operao ter um valor financeiro de R$ 13,7 bilhes e, conforme fato relevante divulgado ontem pela companhia, sem contar os lotes extras, sero emitidas 5,75 bilhes de aes. Dividindo um nmero pelo outro, chega-se ao valor de venda das aes da companhia na oferta de R$ 2,40 por papel. Esse o valor que est sendo estimado pelos coordenadores, mas durante o processo de busca pelos investidores, poder ser modificado para cima ou para baixo.Ontem, a ao ordinria da Oi fechou cotada na bolsa a R$ 3,20, em alta de 5,61% e a preferencial subiu 6,94% para R$ 3,08. O desconto em relao ao preo que est implcito na oferta de 22,08% para as preferenciais e de 25% para as ordinrias, em relao cotao de mercado.No fato relevante de ontem, a Oi j informava que ele era uma continuidade dos fatos relevantes divulgados em 2 de outubro de 2013 e em 20 de fevereiro passado. Esses documentos informavam que o aumento de capital da empresa seria entre R$ 13,1 bilhes e R$ 14,1 bilhes. Na operao, uma parte ser suportada por ativos da Portugal Telecom, que tinham um valor aproximado de R$ 6,1 bilhes - no entanto, na ltima assembleia da Oi, semana passada, o valor foi definido em R$ 5,7 bilhes, aps laudo de avaliao do Santander. A parcela em dinheiro, que vir da participao do mercado na oferta de aes da Oi, conforme os fatos relevantes, iria variar entre R$ 7 bilhes e R$ 8 bilhes. E com relao a esse valor que vai a mercado, um fundo gerido pelo BTG e que ter como cotistas os atuais controladores vai comprar R$ 2 bilhes em aes. A parcela que ser absorvida pelo mercado ser de R$ 6 bilhes.Por conta do tamanho da operao, que inundar o mercado de aes da companhia, os investidores j esperavam um forte desconto para os papis. A diluio para o acionistas ser gigantesca, uma vez que hoje a empresa tem 1,797 bilho de aes e vai emitir 5,751 bilhes de papis, sendo 1,97 bilho em aes ordirias e 3,8 bilhes em preferenciais. Essa quantidade pode crescer se forem exercidos os lotes de aes adicionais, de 15% do total ofertado; e suplementar, de 20% do total ofertado, previstos em todas as ofertas de aes em caso de excesso de demanda.Levando em conta tambm a emisso dessa aes, h clculos no mercado de que as aes da Oi podero ser vendidas abaixo dos R$ 2,00.O consrcio de 14 bancos continuar trabalhando pela operao, mas sem o comprometimento com a garantia firme. A Comisso de Valores Mobilirios (CVM) questionou a garantia firme pretendida pelas instituies, conforme estava informado no prospecto preliminar da oferta. Os bancos queriam dar a garantia para as aes apenas se houvesse 100% de demanda para a operao. Desta forma, eles ficariam apenas com as aes que no tivessem ordens de compra confirmadas. No entanto, a autarquia, por meio de ofcio, informou ao BTG Pactual, coordenador da oferta, que esse mecanismo no configuraria uma garantia firme para a operao. Para que houvesse esse dispositivo, os bancos teriam que se comprometer a ficar com as aes independentemente das demanda do mercado. Ou a oferta poderia ser levada adiante sem a garantia. O consrcio de bancos optou pela segunda opo. As reunies com investidores para apresentar a operao comeam hoje e a precificao da operao ocorrer no fim do ms.