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O PROCESSO E A TÉCNICA LEGISLATIVA MUNICIPAL

2a edição

São Paulo, 2001

Unidade de Produção de Pareceres eInformações Jurídicas – UPPIJ

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Trabalho elaborado por Yara Darcy Police Monteiro e Arabela Maria Sampaio de Castro.

Revisto, atualizado e ampliado por Laís de Almeida Mourão.

Ficha Catalográfica elaborada pela Unidade de Produção de Documentação e Informação – UPDI

FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA – CEPAM. Unidade de Produção de Pareceres e

Informações Jurídicas – UPPIJ. O processo e a técnica legislativa municipal, elabo-

rado por Yara Darcy Police Monteiro e Arabela Maria Sampaio de Castro. 2.ed., rev.,

atual. por Laís de Almeida Mourão.

112 p.

1. Poder legislativo. 2. Processo legislativo 3. Técnica legislativa II. Monteiro, Yara

Darcy Police III. Castro, Arabela Maria Sampaio de IV. Mourão, Laís de Almeida, rev. e

atual. V. Título.

CDU: 342.52

da Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam

Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal

C

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MENSAGEM DO GOVERNADOR

As transformações pelas quais o País tem passado redesenharam as atri-buições dos Poderes Públicos, suas relações com o setor privado e com oscidadãos. Os avanços das tecnologias da informação, por sua vez, abriramenormes possibilidades para a Administração, internamente e nas suas re-lações com a população.

Simultaneamente, os governos têm sido tensionados pelo contínuo aumen-to das demandas da sociedade, justificadas não só pela persistência de uminaceitável déficit social, mas também pela participação cada vez maior donosso povo na vida política – fator, aliás, muito saudável para a democracia.

Para encaminhar as soluções adequadas, o Estado – em qualquer das suastrês instâncias constitucionais – vem abandonando aceleradamente o seupapel de produtor de bens e serviços, assumido em decorrência de ummodelo de crescimento que já não corresponde às necessidades atuais.

Promover o desenvolvimento humano, incentivar a atividade econômica,gerar empregos, estão agora entre as suas principais atribuições. Na verda-de, sua importância atual encontra-se na eficiência com que desempenhasuas atividades promotora e fiscalizadora e também na prestação compe-tente dos serviços que por natureza lhe cabem.

Não é diferente, no âmbito municipal. A contigüidade da comunidade comos poderes aí localizados, a proximidade entre representantes e represen-tados – que nos municípios menos populosos reciprocamente até mesmo seconhecem pelo nome –, além de propiciar um acompanhamento mais atentodos mandatos, impõe respostas ágeis e conseqüentes. Daí a oportunidadedesta série de publicações.

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Da reflexão sobre a Ética ao esboço de regimento interno para câmarasmunicipais, das informações sobre os consórcios intermunicipais a esclare-cimentos sobre a Lei de Responsabilidade na Gestão Fiscal, uma multiplicidadede temas é apresentada de forma clara e direta, facilitando a consulta e autilização.

Geraldo AlckminGovernador do Estado de São Paulo

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APRESENTAÇÃO

Diante das transformações que têm agitado profundamente a face domundo e do Brasil, o município se vê, atualmente, às voltas com situaçõesnovas e inusitadas.

A globalização, a nova economia, as inovações na tecnologia da informa-ção, certamente, afetam os entes municipais, mas não retiram deles, emabsoluto, um papel fundamental na vida pública. Por contraditório que issopossa parecer a alguns, esta nova situação não diminuiu em nada o papeldo município, trazendo-lhe, ao contrário, novas responsabilidades. Omunicipalismo reforça-se com a globalização e a Administração Municipaldeve transformar-se e modernizar-se para enfrentar esta nova realidade.

É, assim, com o intuito de colaborar com os municípios de São Paulo, seusadministradores, empreendedores e cidadãos em geral, neste desafio, quea Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam, órgão vinculado à Secretaria deEconomia e Planejamento do Estado, organizou esta série de publicações eseminários, cujo tema geral é o Fortalecimento Institucional do Municípiocomo Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável.

O objetivo, assim, é procurar explicar, da forma mais clara, objetiva e prá-tica possível, esta conjuntura plena de desafios e de oportunidades, trans-mitindo informações atualizadas e confiáveis sobre uma gama de temasque abrangem administração local, responsabilidade fiscal, desenvolvimen-to sustentável, consórcios e parcerias intermunicipais e tecnologia da infor-mação (governo eletrônico) aplicada ao plano municipal, entre outros as-suntos de interesse.

Buscando, de forma constante, o desenvolvimento social e econômico doEstado de São Paulo como um todo, a Secretaria de Economia e Planeja-

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mento orgulha-se de participar destes seminários e publicações, que certa-mente contribuirão para o fortalecimento institucional do município, ele-vando seu padrão de governabilidade.

André Franco Montoro FilhoSecretário de Economia e Planejamento

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PREFÁCIO

Com o presente manual, a Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam, órgãoligado à Secretaria de Economia e Planejamento, pretende oferecer atodos os cidadãos envolvidos com a administração de uma câmara munici-pal, mas principalmente a seu quadro de vereadores, subsídios que os auxi-liem na tarefa de superar as dificuldades presentes na elaboração etramitação dos atos legislativos e demais espécies normativas municipais.

Acreditamos, em suma, que, por intermédio dos conceitos e modelos aquiapresentados, seja possível iniciar um processo de modernização e eficáciaadministrativo-legislativa, fundamentais, aliás, para o bom desempenho e odesenvolvimento de qualquer organização dos Legislativos municipais denosso Estado.

Sergio Gabriel SeixasPresidente

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SUMÁRIO

MENSAGEM DO GOVERNADOR

APRESENTAÇÃO

PREFÁCIO

INTRODUÇÃO 13

PROCESSO LEGISLATIVO MUNICIPAL

CONCEITO 15

OBJETO: AS ESPÉCIES NORMATIVAS 16

EMENDA À LOM: CONCEITO 16Lei Complementar e Lei Ordinária: Conceito 18Lei em Sentido Material e Formal 18Decreto Legislativo: Conceito 19Resolução: Conceito 19

FASES DO PROCESSO LEGISLATIVOFase Introdutória

Iniciativa 21Emendas: conceito e espécies 22Subemendas 23Substitutivo 23Retirada do projeto 23

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Novo projeto em matéria rejeitada 24Subfase Introdutória

Comissões: conceito 24Fase Constitutiva

Discussão 25Votação 26Sanção 27Veto 27

Fase ComplementarPromulgação 29Publicação 29Vigência da lei 29

ATOS LEGISLATIVOS/ESPÉCIES NORMATIVASEmenda à Lei Orgânica

Modelo de Emenda à Lei Orgânica 31Projeto de Lei

Modelo de Projeto de Lei 33Projeto de Lei: Procedimento 37Projeto de Lei: Proposta 40

Projeto de Decreto LegislativoModelo de Projeto de Decreto Legislativo 46Projeto de Decreto Legislativo: Procedimento 47Projeto de Decreto Legislativo: Proposta 49

Projeto de ResoluçãoModelo de Projeto de Resolução 52Projeto de Resolução: Procedimento 54Projeto de Resolução: Proposta 56

RequerimentoModelos de Requerimento Escrito 59Requerimento: Procedimento 61Requerimento: Proposta 62

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IndicaçãoModelos de Indicação 64Indicação: Procedimento ?Indicação: Proposta 67

MoçãoModelo de Moção 70Moção: Procedimento 70Moção: Proposta 72

EmendaModelos de Emenda 74

PortariaModelos de Portaria 80

ORIENTAÇÃO PARA INTERPRETAÇÃO DOS FLUXOGRAMAS 82

NOÇÕES DE TÉCNICA LEGISLATIVAIntrodução 83Conceito 83Importância da Técnica Legislativa 84Fases da Técnica LegislativaConcepção da Idéia 85Consecução do Objetivo 85Formulação da Lei 87Partes da Lei 87Distribuição do Assunto no Corpo da Lei 88Redação da Lei 90Esquema Básico da Lei 91

ANEXO

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INTRODUÇÃO

A CÂMARA MUNICIPAL: ORGANIZAÇÃO DE SUA FUNÇÃO LEGISLATIVA

A Câmara de Vereadores é o órgão do Poder Legislativo que, ao lado doPoder Executivo, constitui o Poder municipal.

A Constituição de 1988 resgatou o princípio da separação e harmonia doPoder, presente em todas as Constituições anteriores, porém amesquinha-do pela Constituição de 1967, emendada em 1969, uma vez que concen-trava competência no âmbito do Executivo, transformando-o num superpoder e, por via de conseqüência, aniquilava o Poder Legislativo, subtrain-do-lhe competências próprias.

Entre os avanços creditados à nova Constituição, destaca-se o reequilíbrioda repartição de competências entre os Poderes, com a devolução de prer-rogativas ao Legislativo. Dada a sua natureza de princípio – norma funda-mental do sistema – deve esse novo equilíbrio ser adotado pelo Municípiona organização dos seus Poderes, através da Lei Orgânica do Município –LOM (CF, art. 29, caput).

Assim, na organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câma-ra, cumpre respeitar as disposições constitucionais correspondentes (CF, arts.

59 a 73) que sejam decorrência do princípio da separação do Poder.

Nota-se também, quanto ao processo legislativo, que o Município não maisestá obrigado a seguir previsões constitucionais pertinentes ao Congresso

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Nacional. A LOM pode estabelecer um processo legislativo simplificado, ade-quado ao porte do Município. Nessa conformidade, compete à Câmara Muni-cipal, através da LOM, decidir, dentre as espécies normativas enunciadas noartigo 59 da Constituição Federal, as que são convenientes para a sua comuna.

A organização da função legislativa da Câmara Municipal consubstancia-se no disciplinamento, pela LOM e pelo Regimento Interno da Câmara, doprocesso legislativo municipal. Ainda, a elaboração dos atos normativos mu-nicipais deve atendimento à técnica legislativa adequada.

Para efeitos didáticos, este trabalho compreende duas partes: ProcessoLegislativo Municipal e Noções de Técnica Legislativa.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

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PROCESSO LEGISLATIVO MUNICIPAL

Desde as Eras primitivas, o Homem sempre procurou viver em sociedade.O viver isolado é antinatural no Homem, que busca sempre o convívio dosseus semelhantes. Desse convívio surgem conflitos, porquanto o interessede um esbarra no interesse contrário do outro. Primitivamente, eram essesconflitos solucionados pela força. Disso resultava vencer sempre o mais for-te, sem qualquer consideração quanto a ter, ou não, razão.

Na evolução social que se desenvolveu, o Estado – assim considerada anação politicamente organizada – passou a assumir o poder de determinara conduta dos homens, exatamente para evitar a guerra entre eles e adesagregação da própria sociedade.

O Estado, portanto, eliminou a autotutela privada, dominada sempre pelaforça. E o fez impondo normas de conduta a serem obrigatoriamente cum-pridas pelos homens fixados em seu território. Nesse processo evolutivo, oEstado passou a deter o poder de aditar leis e também a se submeter a elas.Daí ter surgido, num último grau de evolução, o Estado de Direito, que é oEstado moderno.

Conseqüência típica do Estado de Direito é a necessidade de o Estadoregular o próprio sistema por ele utilizado para a elaboração das leis. Eiscomo e porque surgiu o processo legislativo.

CONCEITO

Processo legislativo é o conjunto de atos ordenados para a elaboração

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

das leis. No Direito brasileiro, o processo legislativo abrange tanto a feituradas leis, quanto dos atos normativos individuais, como o são o DecretoLegislativo e a Resolução, enquanto que a Lei é um ato normativo geral.Portanto, no Brasil, o processo legislativo é o conjunto de atos e normas queregulam a elaboração dos atos normativos, gerais e individuais.

Há outros atos de competência da Câmara Municipal que assumem tam-bém caráter de propositura, porque sujeitos, em regra, à deliberação doPlenário. Mas não são atos normativos, por isso não se encontram submeti-dos ao processo legislativo, mas somente ao disposto no Regimento Internoda Câmara. São eles: a Indicação, o Requerimento e a Moção. A Portaria éum ato administrativo puro, nunca sujeito à deliberação do colegiado, masinserida na competência administrativa do presidente da Câmara. Esses atosencontram-se definidos e exemplificados no final deste tema.

OBJETO: AS ESPÉCIES NORMATIVAS

São objetos do processo legislativo os atos normativos cuja elaboração elevai disciplinar.

A Constituição Federal, no artigo 59, dispõe que o processo legislativocompreende a elaboração de: emendas à Constituição; leis complementa-res à Constituição; medidas provisórias; leis delegadas; leis ordinárias; de-cretos legislativos; resoluções.

Restam, pois, na competência legislativa do Município as emendas à Lei Or-gânica; leis complementares e ordinárias; decretos legislativos e resoluções.

EMENDA À LOM: CONCEITO

A Emenda é o ato normativo capaz de proceder alteração na LOM.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

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Constituindo-se a LOM no diploma organizativo municipal, assim como aConstituição Estadual o é para o Estado-Membro e a Federal para o País,deverá prever a possibilidade de sua alteração, porque não se pode preten-der imutável e alheia às novas necessidades de interesse público.

A Emenda à LOM para ser aprovada seguirá o mesmo mecanismo estabele-cido para a elaboração do próprio diploma organizativo, estabelecido no artigo29 da CF: votação em dois turnos; prazo mínimo de dez dias entre uma votaçãoe outra; quórum para a aprovação: dois terços dos membros da Câmara; pro-mulgação pelo próprio Legislativo; e não contrariar os preceitos estabelecidosnos incisos de I a XIV do artigo 29 (porque de obediência obrigatória).

A aplicação às emendas constitucionais municipais, dos mesmos requisi-tos exigidos para a elaboração da Carta Própria, se faz necessária ante oprincípio da rigidez constitucional que norteia a Lei Maior e, por conseguin-te, as constituições que a ela deverão estar adequadas, sob pena de ter-se,em níveis municipal e estadual, alterações constantes e por vezes descabi-das, gerando a instabilidade da ordem jurídica.

A Emenda à LOM assume, portanto, alto grau de importância, não podendoser apresentada ou aprovada em momentos de conturbação e de instabilidadeinstitucional, tal como se dá em relação à Constituição Federal e à Estadual.Desse modo, a espécie normativa de que ora cuidamos sofre em nível mu-nicipal limitações materiais e circunstanciais, pois é inerente à alteração dequalquer diploma organizativo a detenção de prerrogativa do ente federadoe a estabilidade democrática.

Apresentam-se como limitações circunstanciais à alteração da Constitui-ção Municipal: vigência de estado de sítio ou estado de defesa (CE, artigo60, § 1o) e de intervenção estadual no Município (CE, artigo 35), pois o enteinterventor assume competências do ente intervindo.

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LEI COMPLEMENTAR E LEI ORDINÁRIA: CONCEITO

Lei é o ato jurídico emanado do Estado, visando regular a conduta humanaem sociedade, de caráter obrigatório, genérico, abstrato, impessoal e inovativo.

Obrigatória – ninguém, por vontade própria, pode recusar-se a cumpri-la;Genérica – aplica-se a todos que estejam nas condições nela previstas;Abstrata – não objetiva a solução de um caso concreto;Impessoal – não visa a pessoa determinada;Inovativa – traz uma novidade na ordem jurídica.

Essa última característica (inovativa) é a que leva à afirmação de que a Leié um ato primário (ato primeiro), porque não depende da existência de ou-tro ato, anterior, para instaurar direito novo. Nisso ela se diferencia do De-creto do Executivo, que não traz inovação alguma na ordem jurídica e de-pende sempre da existência do direito anterior já estatuído pela Lei. A vali-dade do Decreto do Executivo, como norma secundária que é, depende dasua observância à norma primária.

Há um domínio constitucionalmente reservado à lei. Quando se diz quedeterminada matéria constitui reserva legal, significa que essa matéria so-mente por lei pode ser regulada (CF, art. 150, inciso I).

A lei é um ato complexo. Ela depende sempre da conjugação das vontadesde dois diferentes órgãos para a sua formação. Toda e qualquer lei depende deapreciação pelo Legislativo e pelo Executivo. O Legislativo aprova e o Executivosanciona a lei. Os dois órgãos integram suas vontades para a formação da lei.

LEI EM SENTIDO MATERIAL E FORMAL

Quando a lei, embora emanada do Poder Legislativo, vem regular casoconcreto ou situação de pessoa determinada, não é a lei em sentido

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

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material, porque lhe faltam os caracteres de generalidade, abstração eimpessoalidade. Diz-se “em sentido material” quando se examina a pró-pria substância, conteúdo e natureza da lei. Lei em sentido material será,portanto, somente aquela que apresentar todos os caracteres da lei.

Se a lei particularizadora emana do Poder Legislativo, ela será lei apenasem sentido formal, porque emana do órgão próprio e competente para editá-la, isto é, obedece às formalidades prescritas para a elaboração de uma lei.Mas, em seu conteúdo, em sua substância, não é lei.

DECRETO LEGISLATIVO: CONCEITO

Decreto Legislativo é o ato normativo da Câmara que versa sobre maté-ria de sua competência exclusiva, fora do campo específico da lei, não sujei-to à sanção e de efeito externo.

Os decretos legislativos têm repercussão externa, porque extravasam oslimites da Câmara, obrigando pessoas a ela estranhas.

O Decreto Legislativo é, por exemplo, o ato adequado para a Câmaradecretar a perda do mandato do prefeito pela prática de atos sujeitos aojulgamento do Poder Legislativo. A toda evidência, o prefeito não é mem-bro da Câmara e, como a perda do mandato lhe diz respeito, a matériadeverá ser objeto de decreto legislativo.

RESOLUÇÃO: CONCEITO

Resolução é um ato normativo que regula matéria de competência exclu-siva da Câmara, mas de efeito apenas interno (político ou administrativo),não podendo atingir pessoas ou fatos estranhos à Câmara.

Os decretos legislativos e as resoluções dependem exclusivamente da

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Câmara para a sua formação. Não estão sujeitos à sanção do Executivo.Em conseqüência, também não podem ser vetados. Seria inútil submeter àapreciação do prefeito um projeto de Decreto Legislativo ou um projeto deResolução. A sanção ou veto aposto seria totalmente ineficaz.

Pelo fato de não irem à apreciação do Executivo, cabe ao presidente daCâmara promulgar e publicar os Decretos Legislativos e as Resoluções.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

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FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO

FASE INTRODUTÓRIA

IniciativaIniciativa é o poder que se atribui a alguém de dar início ao processo legislativo.

A pessoa que detém esse poder é denominada de “titular de iniciativa”.

Alguns autores colocam a iniciativa fora do processo legislativo, argumen-tando que ela é precisamente o ato que desencadeia o processo. Por razõesdidáticas, preferimos colocá-la na fase introdutória do processo legislativo.

A iniciativa pode ser concorrente, exclusiva e vinculada.

Concorrente – cabe igualmente aos vereadores, à população e ao pre-feito (CF, art. 61). Obtém-se a certeza de se estar diante da iniciativa con-corrente por exclusão: será concorrente tudo o que não for atribuído a umtitular determinado.

Exclusiva – reservada a um titular determinado e individualizado, em leiou regimento, como único autorizado a propor direito novo na matéria quelhe foi confiada (CF, art. 61, § 1o). A LOM deve especificar quais as maté-rias em que a iniciativa é reservada ao prefeito e quais as matérias reserva-das aos vereadores. O vereador não tem iniciativa exclusiva, atuando sem-pre no campo da competência concorrente, salvo nas matérias que se in-cluem na competência privativa da Câmara Municipal.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Vinculada – imposta a um titular determinado, não é, portanto, facultati-va, é obrigatória quanto ao momento de apresentação. Exemplo típico deiniciativa vinculada é a Lei de Orçamento, cujo projeto deve ser enviadopelo prefeito à Câmara dentro de determinado prazo, estabelecido na LOM,sob pena de infração político-administrativa.

A iniciativa do prefeito consuma-se com o recebimento, pela Câmara, damensagem contendo a fundamentação da propositura e o projeto de leisubmetido à apreciação do Legislativo.

Ocorrerá a consumação da iniciativa do vereador com a entrega da propo-sição à Mesa da Câmara ou nos termos do que dispuser o Regimento Interno.

Emendas: Conceito e EspéciesConsiderada por Manoel Gonçalves Ferreira Filho como uma iniciativa

acessória ou secundária, a emenda é a proposta de modificação do direitonovo já proposto.

O poder de emendar é reservado aos membros do Legislativo.

A “mensagem aditiva” do prefeito, a projeto de sua iniciativa, tem sidotolerada apenas porque, como o próprio nome diz, o prefeito só pode aditaro projeto mediante a mensagem aditiva, trazendo uma proposição nova.Não pode suprimir, nem substituir, mas somente acrescentar dispositivos naproposição original. E os novos dispositivos podem ser considerados comodireito novo. Para modificar o projeto, o prefeito só tem um caminho:retirar o projeto e apresentá-lo novamente, já reformulado.

Em tema de emendas, coloca-se o problema de saber se pode emendaraquele que não tem o poder de iniciativa. A questão suscitou muitas contro-vérsias, mas acabou vencendo a corrente moderada. Os membros doLegislativo podem emendar ainda quando não tiverem o poder de iniciativa.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

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Só não serão admitidas as emendas que importem aumento das despesasprevistas em projeto de iniciativa do Executivo ou aquelas que, a título deemendar, acabem por usurpar a competência privativa do Executivo, todasas demais são autorizadas (CF, art. 63).

As emendas podem ser:

Substitutivas – quando trocam, por outro, o artigo, parágrafo, inciso, alí-nea ou item da proposição;

Supressivas – quando eliminam qualquer parte da propositura;

Aditivas – quando acrescentam algo à proposição;

Modificativas – dizem respeito apenas à redação.

SubemendasSubemenda é a emenda apresentada a outra emenda. Divide-se nas

mesmas espécies antes apontadas para as emendas.

SubstitutivoSubstitutivo é um novo projeto apresentado sobre a mesma matéria trata-

da em projeto anterior. Diz-se também da emenda substitutiva que abrangeo projeto em seu conjunto, ou que, na substituição, o altera substancialmen-te. Tratando-se de projeto novo, embora denominado substitutivo, a rigor sópoderá ser apresentado por quem também tem o poder de iniciativa.

Retirada do ProjetoO autor da medida pode solicitar a retirada do projeto, antes de sua

apreciação pelo Plenário, através de requerimento ao Presidente da Câ-mara. O Regimento Interno deverá prever o processamento a ser adotadopara a retirada.

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Se o pedido de retirada for feito pelo prefeito, e for negado pela Câmara,que prossegue no exame do projeto, aprovando-o, afinal, caberá ao prefei-to vetar o projeto por contrário ao interesse público.

Novo Projeto em Matéria RejeitadaMatéria rejeitada não pode constituir novo projeto, na mesma Sessão

Legislativa, a não ser por proposta da maioria absoluta dos membros daCâmara (CF, art. 67).

Sessão Legislativa não se confunde com as sessões da Câmara (reu-niões ordinárias, extraordinárias e solenes), pois corresponde aos tra-balhos da Câmara durante um ano. Já a legislatura tem a duração dosmandatos. Portanto, uma legislatura contém, em regra, quatro ses-sões legislativas.

SUBFASE INTRODUTÓRIA

Comissões: ConceitoA fase introdutória do processo legislativo instaura-se quando o projeto

vai ao parecer das comissões.

Comissões são organismos, permanentes ou temporários, que as Câma-ras constituem para examinar determinadas matérias sobre as quais osmembros integrantes tenham presumida experiência ou conhecimento.

As comissões permanentes destinam-se a apreciar as proposições apresen-tadas e emitir pareceres sobre elas, podendo, também, introduzir emendas.

O sistema de comissões não é imperativo constitucional, obedecendo maisa um princípio de racionalização de trabalho. Está previsto em todos osRegimentos Internos. Em regra, há, pelo menos, duas comissões permanen-tes: a de Justiça e Redação e a de Finanças e Orçamento. Desde que insti-

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

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tuídas, deverá ser assegurada na sua composição, tanto quanto possível, arepresentação proporcional dos partidos que participem da Câmara.

FASE CONSTITUTIVA

A fase constitutiva do processo legislativo compreende a discussão, a vo-tação e a sanção ou veto.

DiscussãoNa discussão, a Câmara aprecia a propositura mediante manifestações,

pró e contra, dos vereadores.

Quase todos os problemas relativos à “discussão” constituem matéria re-gimental, pois não estão previstos nas leis maiores que disciplinam o proces-so legislativo: Constituição Federal e Lei Orgânica dos Municípios.

Normalmente, os Regimentos Internos prevêem que a discussão pode seradiada, suspensa ou encerrada, a Requerimento de qualquer vereador, desdeque aprovado pelo Plenário.

A dispensa de discussão pode vir prevista no Regimento Interno para de-terminadas matérias. Em regra, porém, os atos normativos serão sempreobjeto de discussão, ou, ao menos, de possibilidade de discussão. A dispen-sa de discussão é prevista, usualmente, para os requerimentos. O mesmoocorre com a “reabertura de discussão”, que é prevista para atos nãonormativos.

O encerramento da discussão dar-se-á não só em virtude de aprovaçãode Requerimento, pelo Plenário, como também pelo decurso dos prazosregimentais ou pela inexistência de orador inscrito.

Matéria regimental de real importância é a que disciplina os turnos a que

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○ ○ ○26 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

serão submetidos os projetos. O Regimento Interno pode prever discussãoúnica, ou, então, duas discussões e votações para aprovação de determi-nados projetos. No caso de serem estabelecidas duas discussões e vota-ções, o projeto somente poderá ser considerado aprovado, se obtiver apro-vação plenária em ambas as votações.

VotaçãoVotação ou deliberação é a manifestação de vontade do Plenário, aprovando

ou rejeitando a propositura. Essa deliberação pode, ou não, estar sujeita a prazos.

A LOM deve prever o prazo de prioridade e o prazo de urgência.

A solicitação de prazo para aprovação pode partir apenas do prefeito.

A votação pode ser simbólica ou nominal. Ela é simbólica quando realiza-da mediante certos gestos característicos, procedendo-se, em seguida, àcontagem e proclamação do resultado. Usualmente, os Regimentos Inter-nos prevêem que os vereadores favoráveis à propositura permaneçam comoestão, e os contrários levantem-se.

A votação nominal realiza-se pela consignação expressa do nome e dovoto de cada vereador. Em regra, os vereadores, quando chamados, res-pondem “sim” ou “não” à propositura.

Quórum é o número legal exigido para a aprovação de uma matéria.

As deliberações são tomadas por maioria simples, maioria ab soluta e maioriaqualificada.

A LOM deve estabelecer quais as matérias que dependem de maioriaabsoluta ou, então, de maioria qualificada. Todas as demais serão tomadas

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 27○ ○ ○

por maioria simples. Ou seja, sendo omissa a LOM ou o Regimento Interno,aplica-se a regra geral: quórum de maioria simples.

Maioria simples – qualquer número inteiro acima da metade dos vereado-res presentes à sessão.

Maioria absoluta – qualquer número inteiro acima da metade de todos osmembros da Câmara, computando-se, inclusive, os ausentes.

Maioria qualificada – dois terços dos vereadores da Câmara, ausentes epresentes.

Quando os projetos estão submetidos a prazo, na falta de deliberaçãodentro dos prazos fixados, cada projeto deverá ser incluído na Ordem doDia, sobrestando-se as deliberações quanto aos demais assuntos, até quese ultime a votação (CF, art. 64, § 2O).

SançãoSanção é o ato pelo qual o chefe do Executivo manifesta sua aquiescência ao

projeto, aprovado pela Câmara e a ele encaminhado em forma de autógrafo.

A sanção pode ser:Expressa – quando escrita e seguida de promulgação e publicação;

Tácita – quando o prefeito não usa do direito de veto, dentro do prazolegal (nos termos do art. 66, § 3O, da CF, o prefeito tem o prazo de 15 diaspara vetar o projeto).

VetoVeto é o ato pelo qual o prefeito rejeita o projeto, aprovado pela Câmara,

por julgá-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público.

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○ ○ ○28 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

O veto pode ser:

Total – quando abrange todo o projeto.

Parcial – quando atinge apenas uma parte da propositura, seja o artigo,parágrafo, inciso, item ou alínea.

O veto importará na volta da matéria à Câmara, para deliberação. Nessemomento, a Câmara poderá manter ou rejeitar o veto aposto ao projetopelo chefe do Executivo.

A Constituição Federal fixa o prazo de 30 dias para deliberação sobre oveto, exigindo, ainda, o voto favorável da maioria absoluta para a rejeiçãoda matéria vetada (CF, art. 66, § 4o).

Se não for apreciado dentro do prazo legal, o veto será automatica-mente colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as de-mais deliberações (CF, art. 66, § 6o).

No caso de rejeição do veto, se a lei não for promulgada pelo prefeito noprazo de 48 horas, caberá ao presidente da Câmara promulgar e publicar,no mesmo prazo, a lei em que se converte o projeto aprovado (CF, art. 66, §7o). Se este não o fizer, caberá ao vice-presidente fazê-lo.

FASE COMPLEMENTAR

A fase complementar do processo legislativo compreende a promulgaçãoe a publicação da lei. Muitos autores investem contra a colocação dessafase complementar argumentando que, no momento da promulgação e dapublicação, já se exauriu o processo legislativo, a lei já está formada. Aindapor razões didáticas, trataremos da promulgação e da publicação comointegrantes do processo legislativo.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 29○ ○ ○

PromulgaçãoPromulgação é o ato pelo qual se declara a existência de um novo direito

na ordem jurídica, produzido pelo órgão competente. A promulgação tornaa lei executória.

PublicaçãoPublicação é a comunicação da existência de lei aos seus destinatários. É

conseqüência da promulgação. A lei deve ser publicada, para poder serexigido o seu cumprimento por todos.

Vigência da LeiCom a promulgação e a publicação, a lei já existe, estando apta a produ-

zir todos os seus efeitos. Mas produzirá realmente seus efeitos quando en-trar em vigor.

Ao entrar em vigor (o que pode ocorrer logo após a sua publicação), a leitorna-se obrigatória, executória e eficaz.

A vigência da lei não é regulada por norma constitucional, mas pela Lei deIntrodução ao Código Civil, que estatui, no artigo 1o: “Salvo disposição emcontrário, a lei começa a vigorar, em todo o país, 45 dias depois de publicada”.

Dá-se o nome de vacatio legis a esse período vago que medeia a publica-ção da lei e a sua entrada em vigor. Entrar em vigor significa que a lei, desdeesse momento, é plenamente eficaz.

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ATOS LEGISLATIVOS/ESPÉCIES NORMATIVAS

EMENDA À LEI ORGÂNICA

Espécie normativa adequada às alterações passíveis de serem feitas naLei Orgânica. Por sua natureza de Emenda Constitucional Municipal, a elasão aplicadas as mesmas exigências para a aprovação da Lei Orgânica: doisturnos de votação, interstício mínimo de dez dias, quórum de dois terços,ante o princípio da rigidez constitucional que norteia a Constituição Federal.

A Emenda à LOM assume, portanto, alto grau de importância, não po-dendo ser apresentada ou aprovada em momentos de contenção e de ins-tabilidade institucional, por serem inerentes à alteração de qualquer diplo-ma organizativo a detenção de prerrogativas de entidade federada e aestabilidade democrática.

Aplica-se, ainda, ao Município, um limite temporal à representação deEmenda à Lei Orgânica sobre matéria que já tenha sido rejeitada ou tidapor prejudicada, na mesma sessão legislativa.

Modelo de Emenda à Lei Orgânica

Proposta de Emenda no ..., de .../.../...

A Mesa da Câmara Municipal de ..., no uso de suas atribuições e nostermos do artigo ... da Lei Orgânica Municipal, promulga a presente Emen-da à Lei Orgânica:

• 31○ ○ ○

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○ ○ ○32 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Artigo único – O artigo ... da Lei Orgânica do Município passa a vigorarcom a seguinte redação:

“Art. ... – Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeiçãodo projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas corresponden-tes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiaisou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa”.

Câmara Municipal de ..., ... de ... de ...

MESA DA CÂMARA

a) Presidenteb) Secretárioc) Tesoureiro

Justificativa(..........................................................................................................................)

PROJETO DE LEI

Projeto de lei é o instrumento pelo qual se exerce o poder de iniciativalegislativa. Deve conter todos os elementos formais e materiais da lei quese quer criar. Por isso, sua redação há de atender aos princípios de técnicalegislativa. A matéria deverá ser distribuída no projeto como se pretendeque seja distribuída na lei que dele vai decorrer.

Todo projeto exige justificação. Seu autor deverá dar, em síntese, os moti-vos que fundamentam a necessidade de regular a matéria contida em seuprojeto, assinando-se no final. Sempre que o projeto modifique legislaçãoexistente ou a ela faça menção, deve ser citada na justificativa.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 33○ ○ ○

Notas

• A epígrafe do projeto é geralmente reduzida a “Projeto de lei no ..., de ...”.

• O número do projeto é dado na secretaria da Câmara.

• A ementa dos projetos de lei somente contém aquilo que é da compe-tência da Câmara: “A Câmara Municipal de ... aprova”.

Modelo de Projeto de Lei

Projeto de Lei no..., de ...

Fixa normas técnicas a serem observadas na elaboração de leis e outrosatos normativos municipais.

O prefeito do Município de ..., no uso de suas atribuições legais, faz saberque a Câmara Municipal aprovou e ele promulga a presente Lei:

Art. 1o - As leis e decretos serão numerados em séries distintas, sem reno-vação anual.

§ 1o - Os decretos legislativos e as resoluções da Câmara Municipal terãonumeração própria, sem renovação anual.

§ 2o - As portarias articuladas ficam sujeitas às regras deste artigo, poden-do, no entanto, ter numeração renovável anualmente.

§ 3o - Os decretos, portarias e resoluções não articulados, cujo cumpri-mento lhes exaura a finalidade específica, não serão numerados, identifi-cando-se pela data.

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○ ○ ○34 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

§ 4o - As portarias e instruções articuladas, além do número e data, pode-rão ainda conter outros elementos de identificação.

Art. 2o - Nenhum dos atos mencionados no artigo anterior conterá maté-ria estranha ao seu objeto, ou que não lhe seja conexa.

Art. 3o - A alteração de lei, decreto legislativo, resolução ou portaria, porsubstituição ou supressão de artigo, ou acréscimo de dispositivo novo, obe-decerá às seguintes normas:

I – o ato novo receberá o mesmo número do ato alterado seguidode letras maiúsculas, em ordem alfabética correspondente àsalterações;

II – a numeração dos artigos do ato alterado será mantida;

III – ao artigo novo atribuir-se-á o mesmo número do que o anteceder,seguido de letras minúsculas, em ordem alfabética.

Art. 4o - A elaboração dos atos mencionados no artigo 1o atenderá aosseguintes princípios:

I – os textos serão precedidos de ementa enunciativa do seu objeto;

II – a matéria será distribuída por artigos com numeração ordinal até onono e cardinal daí por diante;

III – cada artigo conterá um único assunto enunciativo de norma geralou de princípio;

IV – as restrições, exceções, definições e complementos do assunto con-tido no artigo devem ser objeto de parágrafos;

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 35○ ○ ○

V – o parágrafo conterá um único período;

VI – os parágrafos serão representados pelo sinal §, salvo o parágrafoúnico, que será grafado por extenso;

VII – os desdobramentos, especificações e discriminações do assuntocontido nos artigos e nos parágrafos serão enumerados em incisos,identificados por meio de algarismos romanos;

VIII – as especificações e discriminações do texto dos incisos serão feitasem alíneas identificadas por meio de letras minúsculas;

IX – as especificações e discriminações do texto das alíneas serão fei-tas em itens identificados por algarismos arábicos;

X – o agrupamento de artigos, quando necessário ou conveniente, consti-tuirá a Seção, que poderá desdobrar-se em Subseção; o de seções, oCapítulo; o de capítulos, o Título; o de títulos, o Livro; o de livros, a Parte,que poderá desdobrar-se em Geral e Especial ou consistir simplesmenteem Parte seguida de numeração ordinal, grafada por extenso;

XI – os grupos a que se refere o inciso anterior poderão compreenderos subgrupos Disposições Preliminares e Disposições Gerais;

XII – as disposições que, pelo seu sentido, não couberem em qualquerdos grupos referidos nos incisos anteriores, serão incluídas em Dis-posições Finais. E as que não tiverem caráter permanente consti-tuirão as Disposições Transitórias, com numeração própria;

XIII – no mesmo artigo que fixar a data da vigência da lei, decreto-legislativo, resolução ou portaria, será declarada, quando possível,especificamente, a revogação do ato anterior correspondente.

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○ ○ ○36 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Art. 5o - Salvo disposição em contrário, as leis, resoluções e decretos começa-rão a vigorar, em todo o Município, 45 dias depois de oficialmente publicadas.

Art. 6o - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Sala das sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa1 – Submeto à Casa o presente projeto de lei que visa fixar normas técni-

cas para a elaboração dos atos normativos municipais. Não é necessárioencarecer aos meus ilustres pares a importância da regulamentação do as-sunto, que vem merecendo dos especialistas atenção cada vez maior, con-vencidos que todos estão de que a correta elaboração das leis e dos atoslegislativos e normativos em geral facilita seu entendimento, portanto, suaobservância.

2 – A fixação dessas normas não apenas contribui para a clareza e preci-são da formulação do pensamento da lei e dos demais atos objeto do proje-to, mas também orienta a uniformização de seus elementos e instrui ospreparadores dos respectivos textos, oferecendo uma pauta a ser seguidano seu trabalho.

3 – Por essas razões, dentre outras de fácil compreensão, espero que aCasa aprove o presente projeto, que há de merecer também o assentimen-to do chefe do Executivo, com toda certeza.

Sala das sessões, ... de ... de ...

(a) Vereador

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 37○ ○ ○

Nota• Se se quiser recomeçar no Município a numeração dos atos com base

nas normas da lei decorrente do projeto, há que se incluir um dispositivoque o estabeleça, fixando o momento do início da nova numeração, sendoaconselhável escolher uma data marcante para isso, que poderá ser a doaniversário do Município ou pelo menos o início de um novo ano. O artigopoderá ter o seguinte enunciado:

“A partir da vigência desta lei (ou do dia X), será iniciada nova numeraçãodas leis, decretos legislativos, resoluções e decretos”.

Projeto de Lei: Procedimento• O Executivo, o Legislativo, as comissões ou a população podem encami-

nhar projeto de lei à Secretaria da Câmara.

• A Secretaria, ao receber o projeto, deverá protocolá-lo, encaminhan-do-o ao presidente para que este tome ciência do projeto de lei e inclua-ona ordem do dia.

• A Secretaria protocola e providencia cópias do projeto de lei, arquivauma via da cópia e elabora lista de entrega com a relação dos vereadores ecomissões que deverão receber a cópia.

Notas• O vereador, ao receber a cópia do projeto de lei, deverá assinar e datar

a lista de entrega devolvendo-a à Secretaria, onde será arquivada. Após lero projeto de lei, para ser apreciado em Plenário, arquiva sua cópia.

• A comissão, ao receber a cópia do projeto de lei, deverá analisar eemitir parecer. Se o parecer é pela inconstitucionalidade, atendidas as re-gras regimentais, o mesmo é encaminhado para o Plenário, onde será dis-cutido. Caso contrário, o projeto de lei com o parecer é encaminhado à

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○ ○ ○38 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Secretaria da Câmara que deverá incluí-los na ordem do dia e comunicar osvereadores com antecedência de 24 horas.

• No caso da matéria ser discutida na sessão, providenciam-se a inscriçãoe anotação no livro daqueles vereadores que se manifestarão.

• As emendas, nesse caso, são apresentadas e colocadas em votação.Caso a natureza do projeto exija duas votações, um vereador pode, viarequerimento, solicitar a dispensa da segunda votação, se houver previ-são regimental.

• A emenda, não sendo aprovada, deve ser encaminhada à Secretaria daCâmara, onde será arquivada.

• A emenda aprovada deve ser encaminhada à Comissão de Justiça eRedação que, após elaborar nova redação, encaminha o projeto emendadopara o Plenário.

• O projeto emendado, após ser votado e aprovado, volta para a Secre-taria que, por sua vez, deverá numerar, protocolar e datilografar o autó-grafo, enviando-o ao presidente.

• O presidente assina o autógrafo devolvendo-o à Secretaria para queesta, após providenciar cópia do mesmo, que será arquivada, encaminhe-opara apreciação do Executivo.

• Na apreciação do autógrafo pode ocorrer sanção ou veto.

Sanção – Se sancionado dentro do prazo de 15 dias, será feita a suapromulgação e publicação. Decorrido esse prazo, o presidente ou vice-pre-sidente irá promulgar e publicar, pois trata-se de uma sanção tácita.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 39○ ○ ○

Veto – Se vetado dentro do prazo de 15 dias, deve-se encaminhar para aSecretaria da Câmara, dentro de 48 horas, as razões do veto. A Secretaria,então, irá protocolar e incluir o veto na ordem do dia para ser apreciado.

Se o veto for mantido, o autógrafo vetado é encaminhado para a Secre-taria arquivar.

Se o veto não for mantido, o autógrafo, com o veto rejeitado, é encami-nhado para que o prefeito o promulgue em 48 horas. Se este não o fizer,caberá ao presidente ou vice-presidente da Câmara fazê-lo.

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○ ○ ○40 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

(continua)

Projeto de Lei: Proposta

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 41○ ○ ○

(continua)

Projeto de Lei: Proposta (continuação)

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○ ○ ○42 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

(continua)

Projeto de Lei: Proposta (continuação)

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 43○ ○ ○

(continua)

Projeto de Lei: Proposta (continuação)

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○ ○ ○44 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Projeto de Lei: Proposta (continuação)

(continua)

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 45○ ○ ○

Projeto de Lei: Proposta (continuação)

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○ ○ ○46 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO

O Decreto Legislativo é também ato que tem por objetivo regular matériade competência privativa da Câmara. Distingue-se da Resolução, pois estasó deverá ter por conteúdo assunto político-administrativo, com repercus-são apenas interna, enquanto o Decreto Legislativo disciplina assunto queextravasa os limites da Câmara.

É, pois, por meio de Decreto Legislativo que se concedem títulos de cida-dão honorário ou qualquer outra honraria ou homenagem a pessoas.

Formalmente, o decreto legislativo se parece com a resolução.

Modelo de Projeto de Decreto Legislativo

Projeto de Decreto Legislativo no ..., de ...

A Mesa da Câmara Municipal de ..., usando de suas atribuições legais, fazsaber que a Câmara Municipal, na Sessão realizada no dia ... de ... de ...,aprovou, e ela promulga o seguinte:

Decreto LegislativoArt. 1o - Em razão dos relevantes serviços prestados à comunidade, fica

conferido ao Dr. ..., o título de cidadão honorário do Município de ..., institu-ído pela Lei municipal no ..., de ...

Art. 2o - A honraria neste ato conferida será entregue a seu destinatárioem sessão solene a ser realizada às ... horas do dia ... de ... de ...

Art. 3o - Este decreto legislativo entra em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 47○ ○ ○

Sala das sessões, em ... de ... de ...

MESA DA CÂMARA MUNICIPALa) Presidenteb) Secretárioc) Tesoureiro

Justificativa“.........................................................................................................................”

O projeto de decreto legislativo não tem sanção. Aprovado, será promul-gado pelo Presidente ou pela Mesa da Câmara, conforme dispuser a LeiOrgânica ou o Regimento Interno.

Está sujeito a discussões, emendas e votação. Mas, não sendo sancionável,não é passível de veto.

Projeto de Decreto Legislativo: Procedimento• Vereador(es), Mesa ou Comissões solicitam a elaboração do projeto de

decreto legislativo à Secretaria.

• A Secretaria redige e digita o projeto de decreto legislativo (apresen-tando-o na Ordem do Dia), providenciando cópias e encaminhando-as paracada vereador com antecedência de ... horas. Além disso, elabora oementário e encaminha-o, juntamente com o projeto de decreto legislativo,para o Plenário.

• A Secretaria deve também numerar, autuar e providenciar cópias doprojeto para as Comissões, para que estas possam emitir seu parecer.

• O parecer emitido pelas Comissões é encaminhado para a Secretariaincluí-lo na ordem do dia.

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○ ○ ○48 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

• No Plenário, as emendas são apresentadas e colocadas em votação.

• A emenda, sendo aprovada, deve ser encaminhada para a Comissãode Justiça e Redação para elaborar nova redação e o projeto emendado éenviado para o Plenário onde deverá ser votado e aprovado.

• No caso da emenda ou do projeto de decreto legislativo não ser aprova-do, deve-se encaminhá-lo para a Secretaria, que irá arquivá-lo.

• No caso do projeto emendado ser votado e aprovado, ele volta para aSecretaria que irá numerá-lo e autuá-lo, encaminhando, desse modo, odecreto legislativo para o presidente promulgá-lo.

• Após a promulgação do decreto legislativo, ele deve ser encaminhadopara a Secretaria, que providencia sua cópia, entregando-a para a impren-sa publicá-la e arquivando a original do decreto legislativo.

• Se necessário, devem ser oficiados os interessados.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 49○ ○ ○

Projeto de Decreto Legislativo: Proposta

(continua)

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○ ○ ○50 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Projeto de Decreto Legislativo: Proposta (continuação)

(continua)

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 51○ ○ ○

Projeto de Decreto Legislativo: Proposta (continuação)

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○ ○ ○52 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

PROJETO DE RESOLUÇÃO

A Resolução visa regulamentar matéria de interesse interno da Câmara.Assim, por exemplo, o Regimento Interno é aprovado mediante Resolução.As resoluções da Câmara não estão sujeitas a sanção. Por isso, também,não podem ser vetadas. São aprovadas pela Câmara e promulgadas pelaMesa ou por seu presidente, consoante dispuser a Lei Orgânica ou o Regi-mento Interno. Serve-se das resoluções para: a) conceder licença ao Verea-dor; b) extinguir o mandato do presidente e de vereador; c) conceder fériase vantagens aos servidores da Câmara; d) fixar vencimentos dos servidoresda Câmara; e) dar atribuições a servidores da Câmara; f) reestruturar servi-ços da Secretaria da Câmara; g) demitir, exonerar ou dispensar servidoresda Câmara; h) nomear, admitir servidores da Câmara (mas também se usaa Portaria para esses dois últimos casos).

Enfim, a Resolução é um ato pelo qual a Câmara disciplina assuntos políti-cos ou administrativos, de sua exclusiva competência.

Sua forma é semelhante à da Lei. A matéria distribui-se por artigos, parágra-fos, itens ou alíneas. Quando for extensa, como o Regimento Interno, pode serdividida em livros, títulos, capítulos, seções, artigos, parágrafos, itens ou alíneas.

Modelo de Projeto de Resolução

Projeto de Resolução no ..., de ...

Dispõe sobre a participação de Delegação da Câma-ra no XXI Congresso Nacional dos Municípios.

A Mesa da Câmara Municipal de ..., no uso de suas atribuições legais, fazsaber que a Câmara Municipal, em Sessão realizada no dia ... de ... de ...,aprovou, e ela promulga a seguinte.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 53○ ○ ○

ResoluçãoArt. 1o - A Câmara Municipal de ... será representada no XXI Congresso

Nacional dos Municípios, a realizar-se em ..., nos dias ... a ... de ... de ...

Art. 2o - A delegação desta Câmara será composta de ... vereadores.

§ 1o - Os delegados serão designados pela Mesa, ouvido o Plenário, medi-ante votação por maioria simples.

§ 2o - Os designados reunir-se-ão logo após a designação e elegerão seupresidente, dando conhecimento à Casa desse fato, na mesma sessão ouna sessão seguinte.

Art. 3o - A delegação fica autorizada a se entender diretamente com aAssociação Brasileira de Municípios sobre os problemas e providênciasconcernentes ao referido Congresso, ficando obrigada a comparecer e par-ticipar de todas as atividades do mesmo, bem como defender, na ocasiãooportuna, os interesses do Município.

Art. 4o - O presidente da delegação, após seu regresso, deverá apresen-tar relatório verbal ou escrito dos principais acontecimentos do XXI Con-gresso Nacional dos Municípios, especialmente daqueles que de perto inte-ressam à vida de nossa comunidade.

Art. 5o - As despesas com a execução desta Resolução correrão por contadas verbas próprias do orçamento vigente, suplementadas, se necessário.

Art. 6o - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

..., em ..., de ... de ...

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○ ○ ○54 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

(a) Vereador

Justificativa(...........................................................................................................................)

O projeto de resolução tramita na forma prevista no Regimento Interno.Geralmente, está sujeito a uma única discussão e votação. Poderá seremendado, como o projeto de lei. Poderá apresentar-se-lhe tambémsubstitutivo. Aprovado pela Câmara, a Mesa (ou o presidente) é obrigada apromulgá-lo, sob pena de responsabilidade, inclusive destituição.

Há resoluções que não derivam propriamente de projeto. Formam-se combase em um requerimento, como é o caso de licença de vereador. Esterequer; o requerimento é submetido à Casa; esta o aprova, e a Mesa editaa resolução, concedendo a licença.

Projeto de Resolução: Procedimento• Vereador(es), Mesa ou Comissões solicitam a elaboração do projeto de

resolução à Secretaria.

• A Secretaria redige e digita o projeto de resolução (apresentando-o naOrdem do Dia), providenciando cópias e encaminhando-as para cada vere-ador com antecedência de ... horas. Além disso, elabora o ementário e en-caminha-o, juntamente com o projeto de resolução, para o Plenário.

• A Secretaria deve também numerar, autuar e providenciar cópias doprojeto para as Comissões, para que estas possam emitir seu parecer.

• O parecer emitido pelas comissões é encaminhado para a Secretariaincluí-lo na Ordem do Dia;

• No Plenário, as emendas são apresentadas e colocadas em votação.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 55○ ○ ○

• A emenda, sendo aprovada, deve ser encaminhada à Comissão deJustiça e Redação para elaborar nova redação e o projeto emendado éenviado para o Plenário onde deverá ser votado e aprovado.

• No caso da emenda ou do projeto de resolução não ser aprovado,deve-se encaminhá-lo para a Secretaria que irá arquivá-lo.

• No caso de o projeto emendado ser votado e aprovado, ele volta paraa Secretaria, que irá numerá-lo e autuá-lo, encaminhando, desse modo, aresolução para o presidente promulgá-la.

• Após a promulgação da resolução, ela deve ser encaminhada para aSecretaria, que providencia sua cópia, entregando-a para a imprensa publicá-la e arquivando a original da resolução.

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○ ○ ○56 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Projeto de Resolução: Proposta

(continua)

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 57○ ○ ○

(continuação)Projeto de Resolução: Proposta

(continua)

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○ ○ ○58 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

(continuação)Projeto de Resolução: Proposta

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 59○ ○ ○

REQUERIMENTO

Na prática legislativa, existe requerimento verbal e requerimento escrito.Este último é geralmente utilizado para: pedir informações ao prefeito;solicitar providências das autoridades estaduais e federais; propor homena-gens que não importem outorga de títulos, votos de louvor ou de pesar;inserção de discurso ou publicação nos anais da Câmara; convocação desessões extraordinárias.

O requerimento verbal é usado para pedir o levantamento de questões deordem, da prorrogação da sessão, o adiamento de apreciação de matériaconstante da Ordem do Dia ou a retirada de proposição da Ordem do Dia, averificação de votação ou de presença, etc.

Modelos de Requerimento Escrito

Pedido de Informações ao Prefeito

Senhor Presidente:

Requeiro à Mesa, ouvido o Plenário na forma regimental, se oficie ao Sr.Prefeito Municipal, solicitando as seguintes informações:

1) .........................................................................................................

2) .........................................................................................................

3) .........................................................................................................

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

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○ ○ ○60 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Pedido de Providências a Autoridades Federais ou Estaduais

Senhor Presidente:

Considerando que ..............................................................................

Considerando que ..............................................................................

Considerando, finalmente, que ..........................................................

Requeiro, ouvido o Plenário na forma regimental, seja oficiado o Sr. ...,solicitando providências no sentido de solucionar ...

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Convocação de Sessão ExtraordináriaSenhor Presidente:

Considerando que ...............................................................................

Considerando que ...............................................................................

Considerando, finalmente, que ...........................................................

Requeremos, na forma regimental, seja convocada sessão extraordináriadesta Câmara para o dia ... de ... de ..., às ... horas, a fim de deliberar sobrea seguinte Ordem do Dia: ...

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 61○ ○ ○

Nota: Assinam tantos membros da Câmara quantos forem exigidos paraconvocação de sessão extraordinária. Geralmente um terço.

Em lugar de “considerandos”, os fundamentos do requerente podem virem forma de “justificativa”, após o texto do requerimento.

Requerimento: Procedimento• O(s) vereador(es) solicita(m) a elaboração do requerimento à Secretaria

da Câmara.

• A Secretaria redige e digita o requerimento, numerando-o e devolvendo-o para o autor do ato verificar e alterar, se necessário, a redação do mesmo.

Feito isso, o requerimento volta para a Secretaria que, por sua vez, deve-rá providenciar cópias do mesmo e encaminhá-las para cada vereador comantecedência de ... hora(s). Além disso, elabora o ementário e encaminha-o, juntamente com o requerimento, para o Plenário.

• O Plenário reserva o expediente para a leitura do ementário, bem comopara a votação e aprovação do requerimento.

• Caso o requerimento não seja aprovado, ele deve ser encaminhadopara a Secretaria, que irá arquivá-lo.

• Caso o requerimento seja votado e aprovado, o Plenário encaminha-o paraa Secretaria que, por sua vez, irá numerá-lo e autuá-lo. Dependendo da natu-reza do requerimento o interessado deverá ser oficiado. Contudo, independen-temente do interessado ser oficiado ou não, arquiva-se o requerimento.

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○ ○ ○62 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Requerimento: Proposta

(continua)

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 63○ ○ ○

(continua)

Requerimento: Proposta (continuação)

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○ ○ ○64 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

INDICAÇÃO

Proposição através da qual os legisladores indicam aos Poderes Públicosa necessidade de fazer alguma coisa. Contém sugestões sobre a conveni-ência de o seu destinatário realizar algo que escapa à competência legislativa.Assim, por meio de indicação, o vereador poderá sugerir ao prefeito a re-messa de projeto de lei de iniciativa exclusiva deste, como a criação decargos, reestruturação de serviços, etc. Pode também sugerir medidas ad-ministrativas ao prefeito ou a realização de alguma obra.

Modelos de Indicação

Indicação no ... de ...

Indico ao Sr. Prefeito Municipal a necessidade da criação de mais um car-go de Tesoureiro na Prefeitura.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa(......................................................................................................................)

Indicação no ..., de ...

Indico ao Executivo a criação e instalação de uma classe para criançasexcepcionais em uma das escolas municipais.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 65○ ○ ○

Justificativa“...........................................................................................................................”

Indicação no ..., de ...

Indico ao Executivo seja enviado a esta Casa projeto de lei visando à cria-ção de cargos idênticos aos que, em janeiro de 1967, vinham sendo ocupa-dos em caráter de substituição, por servidores municipais, a fim de seremprovidos em caráter efetivo pelos mesmos servidores, após sua aprovaçãoem concurso público.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa“.........................................................................................................................”

Indicação no ..., de ...

Indico ao Sr. Prefeito a concessão de auxílio à Santa Casa de Misericórdiadeste Município.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa“.............................................................................................................................”

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○ ○ ○66 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

• O(s) vereador(es) solicita(m) a elaboração da Indicação à Secretariada Câmara.

• A Secretaria redige e digita a Indicação, numerando-a e devolvendo-apara o autor do ato verificar e alterar, se necessário, a redação da mesma.Feito isso, a Indicação volta para a Secretaria, que, por sua vez, deveráprovidenciar cópias da mesma e encaminhá-las para cada vereador comantecedência de ... hora(s). Além disso, elabora o ementário e encaminha-o, juntamente com a Indicação, para o Plenário.

• No Plenário é efetuada a leitura do ementário para aprovação ou não.

• Caso o ementário não seja aprovado, o mesmo é enviado para a Secre-taria, onde deverá ser arquivado.

• Caso seja aprovado, encaminham-se o ementário e o original da Indica-ção para a Secretaria que deverá:

– numerar o ementário, arquivando-o posteriormente;

– numerar e autuar a Indicação;

– na hipótese de ser necessário oficiar o interessado, redigir e datilografaro ofício, extrair cópias do ofício e da Indicação para serem arquivadas, en-caminhando os originais do ofício e da Indicação para o interessado.

Nota: Caso não seja necessário oficiar o interessado, a Secretaria arquivao original da Indicação.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 67○ ○ ○

Indicação: Proposta

(continua)

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○ ○ ○68 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Indicação: Proposta (continuação)

(continua)

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 69○ ○ ○

Indicação: Proposta (continuação)

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○ ○ ○70 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

MOÇÃO

Através da Moção propõe-se apoio, apresentam-se votos de desagravoou de protesto e de congratulações. O conteúdo da Moção assemelha-seao do Requerimento, mas é mais solene.

Modelo de MoçãoApresentamos à Mesa, ouvido o Plenário e dispensadas as formalidades

regimentais, Moção de Congratulações ao Excelentíssimo Senhor ..., porsua investidura na Governança do Estado, conquistada nas eleições, reali-zadas em ..., de ... de...

Que se dê conhecimento ao homenageado, ao Excelentíssimo SenhorPresidente da República, ao Excelentíssimo Senhor Presidente do Tribunalde Justiça do Estado e ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Douta As-sembléia Legislativa do Estado, acrescentando-se que o povo deste Muni-cípio confia na operosidade do novo Governador do Estado e esta Casaoferece todo o apoio à certamente profícua administração que se inicia.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

A Moção, como o Requerimento, é submetida a votação. Sendo aprova-da, será transmitida às pessoas indicadas, por meio de ofício da Presidênciada Câmara.

Moção: Procedimento• O(s) vereador(es) solicita(m) a elaboração da Moção à Secretaria da

Câmara.

• A Secretaria redige e digita a Moção, numerando-a e devolvendo-a

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 71○ ○ ○

para o autor do ato verificar e alterar, se necessário, a redação da mesma.Feito isso, a Moção volta para a Secretaria, que, por sua vez, deverá provi-denciar cópias da mesma e encaminhá-las para cada vereador com antece-dência de ... hora(s). Além disso, elabora o ementário e encaminha-o,juntamente com a Moção, para o Plenário.

• O Plenário reserva o expediente para a leitura do ementário, bem comopara a votação e aprovação da Moção.

• Caso a Moção não seja aprovada, ela deve ser encaminhada para aSecretaria, que irá arquivá-la.

• Caso a Moção seja aprovada, o Plenário encaminha-a para a Secretariaque deverá:

– elaborar um ofício;

– extrair cópia da Moção bem como do ofício;

– arquivar a Moção e a cópia do ofício;

– encaminhar a cópia da Moção e o ofício para o interessado.

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○ ○ ○72 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Moção: Proposta

(continua)

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 73○ ○ ○

Moção: Proposta (continuação)

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○ ○ ○74 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

EMENDA

Todas as proposições submetidas à Câmara podem ser emendadas na suafase de elaboração.

A emenda é uma proposição apresentada como acessória de outra, visandoà modificação desta. Seu conteúdo há de ser compatível com o da proposiçãoque visa alterar. Não se permite emenda a uma proposição, se a matéria previs-ta na emenda for diversa da matéria contida na proposição a ser emendada.

As emendas podem pretender atingir o conteúdo do projeto ou simples-mente prever modificações formais. Daí conceberem-se primeiramente duasespécies de emendas: emendas substanciais, as que atingem o conteúdoda regulamentação proposta no projeto original; emendas formais, as quetêm por fim tão-só modificar a distribuição da matéria contida no projetooriginal. As emendas substanciais ainda se subdividem em: aditivas,supressivas e substitutivas. As emendas formais ou modificativas podem serassim divididas: separativas, unitivas e distributivas.

Em resumo:Aditivas

Substanciais SupressivasSubstitutivas

Espécies de emendas

Separativas Formais Unitivas

Distributivas

Modelos de EmendaSuponhamos que o projeto, cujo modelo foi apresentado anteriormente,

tenha recebido a seguinte epígrafe: “Projeto de Lei 5, de ...”. Essa epígrafe

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 75○ ○ ○

é importante, porque identifica o projeto em toda a sua tramitação legislativa,inclusive para fins de elaboração de emendas ou substitutivos.

As sugestões de emendas também recebem numeração na Secretaria daCâmara. A seguir, apresentamos um modelo de cada espécie, tomando porbase o Projeto de Lei 5, de ...

Primeiro Modelo: Emenda Aditiva

Projeto de Lei no 5, de ...Emenda no ...

Acrescentem-se ao artigo primeiro do projeto em epígrafe os seguintesparágrafos:

“§ 1o - Considera-se pessoal temporário para obras aquele destinado àprestação de serviços braçais em obras determinadas.

§ 2o - Considera-se pessoal técnico ou especializado aquele cuja profis-são exija formação escolar apropriada ao exercício de suas atividades”.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

JustificativaO projeto não define o pessoal a ser contratado pela CLT. Isso é absoluta-

mente necessário, a fim de delimitar com precisão o campo da lei, e é o quepretende a emenda ora submetida à consideração da Casa.

Projeto de Lei no 5, de ...Emenda no ...

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○ ○ ○76 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Acrescente-se ao projeto em epígrafe o seguinte artigo:

“Art. ... – O Município inscreverá os contratados em instituiçãoprevidenciária própria assegurando-lhes direitos e garantias no mínimo iguaisàquelas asseguradas pelo Regime Geral de Previdência”.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa“.............................................................................................................................”

Segundo Modelo: Emenda Supressiva

Projeto de Lei no 5, de ...Emenda no ...

Suprimam-se do projeto em epígrafe:

“1 - As expressões: ‘ou suas autarquias’ e ‘ou autárquicas’, contidas noartigo 3o;

2 - O parágrafo único do artigo 5o”.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa“...........................................................................................................................”

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 77○ ○ ○

Terceiro Modelo: Emenda Substitutiva

Projeto de Lei no 5, de ...Emenda no ...

O parágrafo único do artigo 5o do projeto em epígrafe passa a ter a se-guinte redação:

“Parágrafo único – A autorização do prefeito deverá constar do processo,na qual se juntarão todos os documentos e papéis referentes ao contratado”.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa“...........................................................................................................................”

Quarto Modelo: Emenda Separativa

Projeto de Lei no 5, de ...Emenda no ...

Separe-se o texto do artigo 8o do projeto em epígrafe da seguinte forma:

“Art. 8o - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 9o - Revogam-se as disposições em contrário”.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

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○ ○ ○78 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Justificativa“...........................................................................................................................”

Quinto Modelo: Emenda UnitivaSupondo que, no projeto, as cláusulas de vigência e de revogação estives-

sem separadas, na forma proposta na emenda anterior, a proposta de emen-da para reuni-las seria assim:

Projeto de Lei no 5, de ...Emenda no ...

Redija-se assim o artigo 8o do projeto em epígrafe:

“Art. 8o - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadasas disposições em contrário.

Suprima-se, em conseqüência, o artigo 9o”.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

JustificativaOs artigos 8o e 9o do projeto contêm as chamadas cláusulas de vigência e

de revogação. Embora sejam encontradiços textos legais que as prevêemem artigos separados, a técnica mais aconselhável é reuni-las em um sódispositivo, que é, em regra, o último da lei. Essa técnica tem, além do mais,a vantagem de ser mais sintética, como convém à redação das leis. A emendavisa exatamente a sua adoção.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 79○ ○ ○

Sexto Modelo: Emenda Distributiva

Projeto de Lei no 5, de ...Emenda no ...

Dê-se aos artigos 4o e 5o do projeto em epígrafe a numeração respectiva-mente do artigo 3o e 4o, e ao artigo 3o do projeto a numeração de artigo 5o.

Sala das Sessões, em ... de ... de ...

(a) Vereador

Justificativa“As leis devem ser redigidas com lógica, na disposição da matéria, de

sorte que os dispositivos que tratam de assuntos correlatos devem seguir-seuns aos outros, do mais geral para os mais específicos. Por isso é que, àsvezes, há que distribuir a matéria por títulos, capítulos e seções, para que seagrupem sob rubricas adequadas aos vários assuntos em que se divide amatéria conteúdo da lei.

Pois bem, no caso, temos um projeto que visa a regular matéria de peque-na extensão, não justificando sua divisão em capítulos. Mas, assim mesmo,há uma lógica e coerência a serem atendidas. A emenda visa precisamentea esse aspecto formal do projeto. Não traz alteração de substância. Real-mente, o artigo 3o trata de assunto correlato com o artigo 6o. De permeio,contudo, há os artigos 4o e 5o do projeto que cuidam de temas diferentes. Ológico, portanto, é que os dispositivos do artigo 3o e do artigo 6o do projetofiquem juntos, um seguindo o outro, enquanto os dispositivos dos artigos 4o

e 5o tomem outro lugar no projeto. Para isso, basta a deslocação dessesartigos, como propõe a sugestão de emenda, ora submetida à Casa”.

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○ ○ ○80 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

PORTARIA

A Portaria é ato de que se serve o presidente da Câmara, bem como osecretário, tesoureiro e outras autoridades da edilidade, para disciplinar assun-tos administrativos individuais. É usada especialmente nos seguintes casos:

• Provimento e vacância dos cargos administrativos da Câmara, na formaprevista em Resolução;

• Lotação e relotação de cargos administrativos da Câmara;

• Autorização de contratação e de dispensa de empregados da Câmarasob o regime da legislação trabalhista;

• Abertura de sindicâncias e processos administrativos, aplicação de pe-nalidades e demais atos individuais de efeitos internos.

Modelos de Portaria

Designação de Servidor

..., Presidente da Câmara Municipal de ..., usando de suas atribuições legais,RESOLVE:Designar o Sr. ..., “encarregado do Setor de Ordens do Dia”, ref. (ou

padrão, ou nível etc.), lotado na Secretaria da Câmara, para, sem prejuízode seus vencimentos e demais vantagens de seu cargo, bem como de suasfunções, substituir o Sr. ..., “diretor da Seção de Projetos”, ref. ..., enquantodurar o impedimento deste.

..., ... de ... de ...

(a) Vereador

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 81○ ○ ○

Instaurando Processo Administrativo

..., presidente da Câmara Municipal de ..., usando de suas atribuiçõeslegais,

RESOLVE:Determinar a instauração de processo administrativo contra o Sr. ..., “en-

carregado de Setor de Ordens do Dia”, ref. (ou padrão, ou nível), na formaprevista no art. ..., do Regimento Interno desta Câmara, a fim de apurarirregularidades, que constam ter sido praticadas pelo referido servidor, rela-tivamente à falsificação de documentos públicos. Designo os Srs. Dr. ...,procurador da Câmara; ..., diretor da Seção de Projetos; e ..., diretor doExpediente, para, sob a presidência do primeiro, comporem a ComissãoProcessante, devendo terminar seus trabalhos no prazo de ... dias, apre-sentando relatório circunstanciado sobre o apurado e indicando a soluçãolegal pertinente.

..., ... de ... de ...

(a) Vereador

Notas:

1) Modelos extraídos da obra Manual do Vereador, de autoria do profes-sor José Afonso da Silva.

2) Racionalização dos fluxos de trabalho e elaboração de fluxogramas pelaUnidade de Produção de Modernização e Capacitação da AdministraçãoMunicipal – UPMCAM.

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○ ○ ○82 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

ORIENTAÇÃO PARA INTERPRETAÇÃO DOS FLUXOGRAMAS

Fluxograma: Legenda

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 83○ ○ ○

NOÇÕES DE TÉCNICA LEGISLATIVA

IntroduçãoSão vários os atos legislativos que podem ser elaborados para a regula-

mentação de um determinado fato ou situação.

No Direito brasileiro, a Constituição Federal traz esses atos no seu artigo59, submetendo-os ao processo legislativo constitucional. De acordo comesses atos, o processo legislativo compreende a elaboração de emendas àConstituição, leis complementares à Constituição, leis ordinárias, leis dele-gadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.

Não há disciplinamento jurídico uniforme, entretanto, sobre a redaçãodesses atos. E a técnica legislativa, em sentido amplo, compreende não só oprocesso legislativo, mas também a política legislativa, que expressa a esco-lha do legislador ou da comunidade a respeito do fato e da regulamentaçãojurídica que lhe parecer mais conveniente, e a redação propriamente dita,do ato legislativo adequado a essa regulamentação.

A seguir, apresenta-se a técnica legislativa em sentido estrito, ou seja,a técnica referente à redação das leis, limitada, também, à análise daredação da lei ordinária – por constituir o exemplo típico do ato legislativo– à qual se adapta, de certa forma, a elaboração dos outros atoslegislativos.

ConceitoA técnica legislativa tem sido definida como a ciência ou arte de elaborar

as leis. Com efeito, é o conjunto de atos e normas que disciplina a elabora-ção dos atos legislativos.

Em sentido amplo, compreende todo o processo de elaboração do atolegislativo – desde a verificação da necessidade de regular determinado

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○ ○ ○84 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

assunto, até a publicação do ato. Responde à pergunta: Como se formauma lei, como se produz?

Em sentido estrito, compreende todas as operações destinadas à corretaformulação da vontade legislativa, seja quanto à redação propriamentedita, seja quanto à distribuição do assunto. Responde à pergunta: Comoredigir as leis?

Importância da Técnica LegislativaA vontade legislativa só pode ser vinculativa quando revestida da forma a

que se deve submeter. Na técnica legislativa em sentido amplo, que com-preende também o processo legislativo, a forma é da essência do ato, ouseja, é imprescindível, para a validade do ato, a obediência ao procedimen-to legal de sua elaboração.

Na técnica legislativa, em sentido estrito, não entra em questão a valida-de do ato, mas a compreensão do seu conteúdo. Por isso, não é rigidamen-te regulado. Há, apenas, algumas normas técnicas de redação das leis, quea doutrina foi fixando ao longo do tempo.

Contudo, a Constituição de 1988 determina que a elaboração, redação,alteração e consolidação das leis serão disciplinadas por lei complementar(art. 59, parágrafo único).

Cumprindo tal dispositivo constitucional, a União editou a Lei Complementar95, de 26/2/98 e o Estado de São Paulo, na mesma linha de entendimen-to, a Lei Complementar 863, de 29/12/99, estabelecendo regras que, noâmbito federal e no estadual, devem ser observadas na elaboração deleis, decretos e demais atos normativos E cuja íntegra se encontra anexaa esta publicação, visando subsidiar os municípios que pretendam legislarsobre a matéria.

A importância da redação técnica dos projetos está na necessidade de

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 85○ ○ ○

traduzir fielmente os interesses do titular da iniciativa, para a explicaçãoclara da proteção jurídica conferida ao fato social escolhido. E há todo umcaminho lógico-jurídico a percorrer na elaboração de uma lei, antes mesmode serem observadas as formalidades do processo legislativo. Esse caminhodesenvolve-se por diversas fases.

FASES DA TÉCNICA ADMINISTRATIVA

A técnica legislativa compreende três fases: a da concepção da idéia, ada consecução do objetivo e a da formulação.

Concepção da IdéiaO autor do projeto estuda as necessidades da comunidade, recolhe deter-

minado fato – que necessita ser regulamentado ou exige disciplina legal –analisa os problemas técnicos de sua disciplina e opta, dentre várias solu-ções, pela melhor solução possível. Nessa etapa, como se verifica, está-seno campo da política legislativa.

Essa fase envolve não só o conhecimento dos problemas da comunidade,como também o conhecimento das disposições legais anteriores ou vigentessobre o assunto. E tudo isso exige do legislador, ao menos, sensibilidade ebom senso.

Consecução do ObjetivoDefinido o interesse a ser juridicamente protegido, é preciso adotar técni-

cas que tornem válido e correto o ato a ser elaborado, a fim de se conseguiro objetivo pretendido com essa disciplina.

Essa fase envolve a análise do aspecto jurídico-formal do projeto a ser,posteriormente, convertido em lei.

A disciplina do fato só pode ser viabilizada mediante um tipo de norma. É

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○ ○ ○86 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

preciso, então, escolher o tipo de norma adequado à sua regulamentação –o que vai determinar o processo legislativo correspondente – e essa escolharecai em um dentre vários atos normativos, desde a Emenda Constitucionalaté a Resolução.

Estabelecido o tipo de norma adequado, verifica-se que ela tem umenquadramento sistemático, ou uma colocação determinada na escala hie-rárquica das normas. É preciso, então, verificar a sua compatibilidade comas normas legais superiores.

E, finalmente, é preciso aferir se o autor do projeto tem competência paraa sua iniciativa, ou seja, para deflagrar o processo legislativo corresponden-te. O exame da competência, no sistema federativo brasileiro, envolve doisaspectos: a competência territorial e a competência de iniciativa no sistematripartite dos Poderes.

• No campo da competência territorial, é preciso saber se a matériacompete à União, aos Estados ou aos municípios.

A competência legislativa dessas três entidades vem especificada na Cons-tituição Federal. Assim, a competência da União vem fixada nos artigos 21,22, 23 e 24. Quanto aos Estados, o artigo 25, § 1o, determina sua compe-tência remanescente e o parágrafo único do artigo 22 e os §§ 1o a 4o doartigo 24 definem sua competência complementar e suplementar. A com-petência dos municípios é indicada no artigo 30.

• No campo da competência de iniciativa, no sistema de separação orgâ-nica do exercício do Poder, torna-se necessário saber se a iniciativa da leicompete com exclusividade ao Poder Executivo ou ao Legislativo, já que omunicípio não dispõe de Poder Judiciário (ver comentários sobre a matériano título Processo Legislativo).

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 87○ ○ ○

Formulação da LeiA formulação da lei abrange três aspectos: Partes da lei; Distribuição do

assunto no corpo da lei; e Linguagem empregada.

Partes da Lei

EpígrafePreâmbulo Ementa

Cláusula de promulgação AutoriaOrdem de execução

Texto ou Corpo

Encerramento

O preâmbulo compreende a epígrafe, a ementa e a cláusula de promulgação.

A epígrafe serve para identificar a lei, situando-a na hierarquia das leis,pelo nome da espécie normativa e respectivo número e, no tempo, pelaindicação da data em que foi promulgada.

Cada espécie normativa é numerada seqüencialmente, sem renovaçãoanual. O projeto terá número e data diferentes da lei em que se converter.

A ementa contém um resumo do objeto da lei, para permitir que se apre-enda o seu conteúdo, em rápida leitura.

A cláusula de promulgação indica que a lei foi criada de acordo com oprocedimento previsto, quais os órgãos que a produziram e a autoridadeque manda vigorar a lei.

O texto ou corpo da lei é a parte substancial do ato legislativo, porque é

{{

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○ ○ ○88 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

nele que se traduzem as normas reguladoras do assunto. Vem disposto deforma articulada, com frases de sentido completo, separadas umas das ou-tras e ordenadas em seqüência numerada.

O encerramento compreende a cláusula de vigência, a cláusula de revo-gação e o fecho da lei. Normalmente, os dois últimos artigos da lei são reser-vados a essas cláusulas, ou podem elas estar contidas num único artigo final.

Ex.: “Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se asdisposições em contrário”.

Se a lei nada dispuser a respeito de sua vigência, entrará em vigor 45 diasdepois de publicada (art. 1o da Lei de Introdução ao Código Civil). Se a leinova não fizer remissão expressa, revoga as disposições anteriores que lhesão contrárias.

O fecho da lei contém a data, o local e a assinatura da autoridade que asanciona ou promulga e os referenda. Se a autoridade é o prefeito, assi-nam, referendando, também, os secretários cujas pastas se relacionaremcom o assunto, ou, na sua inexistência, os auxiliares diretos do prefeito.

Distribuição do Assunto no Corpo da LeiA redação dos artigos que compõem o texto da lei deve observar as se-

guintes regras:

• Cada artigo deve conter um único assunto – a norma geral, o princípio;

• As palavras destinadas a expressar a mesma idéia devem ser idênticas;

• A numeração dos artigos deve ser feita em algarismos arábicos, sendoos nove primeiros expressos em números ordinais (ex.: art. 1o) e do dez emdiante, em números cardinais (ex.: art. 10, art. 200).

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 89○ ○ ○

O parágrafo, que é um complemento do artigo, sua subdivisão imediata,elucida o texto principal do artigo, pois tanto pode ampliar como restringirsua intenção. Depende diretamente do assunto do artigo, não podendoconter matéria autônoma.

Se o artigo enuncia uma enumeração, esta se fará mediante textos indi-cados por incisos; os incisos se desdobram em alíneas e, estas, em itens.

Os incisos são indicados por algarismos romanos; iniciam-se com letra mi-núscula, encerram-se com ponto-e-vírgula, e o último com ponto final.

As alíneas especificam os incisos; são indicadas por letras minúsculas, namesma forma dos incisos.

Os itens são usados na discriminação e nos desdobramentos das alíneas;são indicados por algarismos arábicos, na forma dos incisos e alíneas.

Nas codificações, estatutos ou diplomas mais extensos há maior comple-xidade. Não há apenas desdobramentos dos artigos, mas agrupamentosdeles. Assim, os agrupamentos de artigos compõem a seção; os agrupa-mentos de seções compõem os capítulos; os agrupamentos de capítuloscompõem os títulos; e vários títulos compõem os livros.

As disposições especiais classificam-se em disposições preliminares, ge-rais e finais, e transitórias.

As disposições preliminares iniciam uma lei e trazem o seu objeto, estabe-lecendo definições e princípios a que o conjunto deve subordinar-se.

As disposições gerais e finais contêm preceitos genéricos e fundamentaisda lei. As finais vêm, evidentemente, na parte derradeira da lei.

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○ ○ ○90 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

As disposições transitórias disciplinam fatos, atos e direitos em vias deextinção. Interrompem a numeração do articulado. Ex.: art. 11 das Disposi-ções Transitórias da Constituição Federal de 1988, que estabelece as dataspara elaboração das constituições estaduais e municipais.

Redação da LeiCabe mencionar algumas recomendações genéricas feitas a propósito da

redação das leis:

• Deve ser observada a terminologia legislativa consagrada e própria damatéria que se está regulamentando.

• A lei manda, resolve, estatui, impera, por isso deve ser redigida em tomimperativo.

• Não cabe à lei exemplificar. A norma deve conter em si mesma a clare-za necessária à sua devida compreensão.

• O legislador não é cientista, por isso não cabem definições científicas nalei. Admitem-se, porém, definições necessárias à compreensão de outrasnormas relacionadas à essência de um instituto fixado em norma legal.

• Finalmente, na redação da lei não deve ser esquecido o sempre atualconselho de Montesquieu: a lei deve ter estilo simples, conciso e ser redigidaem ordem direta, dado que é feita para o povo em geral.

• Um bom governo precisa de leis que digam o certo de modo certo, nalinguagem mais clara, mais simples e mais acessível, para a perfeita com-preensão de todos a quem se destina.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 91○ ○ ○

Esquema Básico da Lei

Epígrafe – Lei Complementar no ..., de ..., de ...Ementa – Fixa normas técnicas a serem observadas naelaboração de leis e decretos.

Cláusula de promulgação – O Governador do Estado deSão Paulo, no uso de suas atribuições legais, Faz saberque a Assembléia Legislativa aprovou e eu promulgo aseguinte lei: ...

Artigos Parágrafos

Texto ou Corpo Incisos Alíneas Itens

• Cláusula de vigência• Cláusula de revogação

EncerramentoLocal

• Fecho DataAssinatura da autoridadeReferenda

Preâmbulo

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ANEXO

LEI COMPLEMENTAR 95 – DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998

Dispõe sobre a elaboração, a redação, a altera-ção e a consolidação das leis, conforme deter-mina o parágrafo único do artigo 59 da Consti-tuição Federal, e estabelece normas para a con-solidação dos atos normativos que menciona

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinteLei Complementar:

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o - A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leisobedecerão ao disposto nesta Lei Complementar.

Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ain-da, às medidas provisórias e demais atos normativos referidos no artigo 59da Constituição Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aosdemais atos de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo.

Art. 2o - (VETADO).

• 93○ ○ ○

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○ ○ ○94 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

§ 1o - (VETADO).

§ 2o - Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios:

I – as emendas à Constituição Federal terão sua numeração iniciadaa partir da promulgação da Constituição;

II – as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terãonumeração seqüencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.

CAPÍTULO II - DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS

Seção I - Da Estruturação das Leis

Art. 3o - A lei será estruturada em três partes básicas:

I – parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o preâm-bulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicaçãodas disposições normativas;

II – parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteú-do substantivo relacionadas com a matéria regulada;

III – parte final, compreendendo as disposições pertinentes às medi-das necessárias à implementação das normas de conteúdo subs-tantivo, às disposições transitórias, se for o caso, à cláusula de vi-gência e à cláusula de revogação, quando couber.

Art. 4o - A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, propiciará iden-tificação numérica singular à lei e será formada pelo título designativo da

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 95○ ○ ○

espécie normativa, pelo número respectivo e pelo ano de promulgação.

Art. 5o - A ementa será grafada por meio de caracteres que a realcem eexplicitará, de modo conciso e sob a forma de título, o objeto da lei.

Art. 6o - O preâmbulo indicará o órgão ou instituição competente para aprática do ato e sua base legal.

Art. 7o - O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivoâmbito de aplicação, observados os seguintes princípios:

I – excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único objeto;

II – a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este nãovinculada por afinidade, pertinência ou conexão;

III – o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão espe-cífica quanto o possibilite o conhecimento técnico ou científico daárea respectiva;

IV – o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei,exceto quando a subseqüente se destine a complementar lei con-siderada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa.

Art. 8o - A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo acontemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento,reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para asleis de pequena repercussão.

Art. 9o - Quando necessária a cláusula de revogação, esta deverá indicarexpressamente as leis ou disposições legais revogadas.

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○ ○ ○96 •

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

Seção II - Da Articulação e da Redação das Leis

Art. 10 - Os textos legais serão articulados com observância dos seguintesprincípios:

I – a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abrevi-atura “Art.”, seguida de numeração ordinal até o nono e cardinala partir deste;

II – os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os pará-grafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens;

III – os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico “§”, seguidode numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste, utilizan-do-se, quando existente apenas um, a expressão “parágrafo úni-co” por extenso;

IV – os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneaspor letras minúsculas e os itens por algarismos arábicos;

V – o agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o deSubseções, a Seção; o de Seções, o Capítulo; o de Capítulos, oTítulo; o de Títulos, o Livro e o de Livros, a Parte;

VI – os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em letrasmaiúsculas e identificados por algarismos romanos, podendoestas últimas desdobrarem-se em Parte Geral e Parte Especialou ser subdivididas em partes expressas em numeral ordinal,por extenso;

VII – as Subseções e Seções serão identificadas em algarismos roma-

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 97○ ○ ○

nos, grafadas em letras minúsculas e postas em negrito ou carac-teres que as coloquem em realce;

VIII – a composição prevista no inciso V poderá também compreenderagrupamentos em Disposições Preliminares, Gerais, Finais ou Tran-sitórias, conforme necessário.

Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão eordem lógica, observadas, para esse propósito, as seguintes normas:

I – para a obtenção de clareza:

a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quan-do a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em que se empre-gará a nomenclatura própria da área em que se esteja legislando;

b) usar frases curtas e concisas;

c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologis-mo e adjetivações dispensáveis;

d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normaslegais, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples dopresente;

e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusosde caráter estilístico;

II – para a obtenção de precisão:

a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfei-

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

ta compreensão do objetivo da lei e a permitir que seu texto eviden-cie com clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretendedar à norma;

b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmaspalavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramen-te estilístico;

c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentidoao texto;

d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maiorparte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ouregionais;

e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio deque a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitaçãode seu significado;

f) grafar por extenso quaisquer referências feitas, no texto, a númerose percentuais;

III – para a obtenção de ordem lógica:

a) reunir sob as categorias de agregação – subseção, seção, capítulo,título e livro – apenas as disposições relacionadas com o objeto da lei;

b) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ouprincípio;

c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 99○ ○ ○

norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por esteestabelecida;

d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alí-neas e itens.

Seção III - Da Alteração das Leis

Art. 12 - A alteração da lei será feita:

I – mediante reprodução integral em novo texto, quando se tratar dealteração considerável;

II – na hipótese de revogação;

III – nos demais casos, por meio de substituição, no próprio texto, dodispositivo alterado, ou acréscimo de dispositivo novo, observadasas seguintes regras:

a) não poderá ser modificada a numeração dos dispositivos alterados;

b) no acréscimo de dispositivos novos entre preceitos legais em vigor, évedada mesmo quando recomendável, qualquer renumeração, de-vendo ser utilizado o mesmo número do dispositivo imediatamenteanterior, seguido de letras maiúsculas, em ordem alfabética, tantasquantas forem suficientes para identificar os acréscimos;

c) é vedado o aproveitamento do número de dispositivo revogado, devendoa lei alterada manter essa indicação, seguida da expressão “revogado”;

d) o dispositivo que sofrer modificação de redação deverá ser identifica-do, ao seu final, com as letras NR maiúsculas, entre parênteses.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

CAPÍTULO III - DA CONSOLIDAÇÃO DASLEIS E OUTROS ATOS NORMATIVOS

Seção I - Da Consolidação das Leis

Art. 13 - As leis federais serão reunidas em codificações e em coletâneasintegradas por volumes contendo matérias conexas ou afins, constituindoem seu todo, juntamente com a Constituição Federal, a Consolidação dasLeis Federais Brasileiras.

Art. 14 - Ressalvada a legislação codificada e já consolidada, todas as leise decretos-leis de conteúdo normativo e de alcance geral em vigor serãoreunidos em coletâneas organizadas na forma do artigo anterior, observa-dos os prazos e procedimentos a seguir:

I – os órgãos diretamente subordinados à Presidência da República eos Ministérios, no prazo de cento e oitenta dias, contado da vigên-cia desta Lei Complementar, procederão ao exame, triagem eseleção das leis complementares, delegadas, ordinárias e decre-tos-leis relacionados com as respectivas áreas de competência,agrupando e consolidando os textos que tratem da mesma maté-ria ou de assuntos vinculados por afinidade, pertinência ou cone-xão, com indicação precisa dos diplomas legais ou preceitos ex-pressa ou implicitamente revogados;

II – no prazo de noventa dias, contado da vigência desta Lei Comple-mentar, as entidades da Administração indireta adotarão, quantoaos diplomas legais relacionados com a sua competência, as mes-mas providências determinadas no inciso anterior, remetendo osrespectivos textos ao Ministério a que estão vinculadas, que os

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

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revisará e remeterá, juntamente com os seus, à Presidência daRepública, para encaminhamento ao Congresso Nacional nos ses-senta dias subseqüentes ao encerramento do prazo estabelecidono inciso I;

III – a Mesa do Congresso Nacional adotará todas as medidas necessá-rias para, no prazo máximo de cento e oitenta dias a contar do rece-bimento dos textos de que tratam os incisos I e II, ser efetuada aprimeira publicação da Consolidação das Leis Federais Brasileiras.

Art. 15 - Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a Mesa do Con-gresso Nacional promoverá a atualização da Consolidação das Leis FederaisBrasileiras, incorporando às coletâneas que a integram as emendas constitu-cionais, leis, decretos legislativos e resoluções promulgados durante a legislaturaimediatamente anterior, ordenados e indexados sistematicamente.

Seção II - Da Consolidação de Outros Atos Normativos

Art. 16 - Os órgãos diretamente subordinados à Presidência da República e osMinistérios, assim como as entidades da Administração indireta, adotarão, emprazo estabelecido em decreto, as providências necessárias para, observado,no que couber, o procedimento a que se refere o artigo 14, ser efetuada atriagem, o exame e a consolidação dos decretos de conteúdo normativo e gerale demais atos normativos inferiores em vigor, vinculados às respectivas áreasde competência, remetendo os textos consolidados à Presidência da Repúbli-ca, que os examinará e reunirá em coletâneas, para posterior publicação.

Art. 17 - O Poder Executivo, até cento e oitenta dias do início do primeiroano do mandato presidencial, promoverá a atualização das coletâneas aque se refere o artigo anterior, incorporando aos textos que as integram osdecretos e atos de conteúdo normativo e geral editados no último quadriênio.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 18 - Eventual inexatidão formal de norma elaborada mediante pro-cesso legislativo regular não constitui escusa válida para o seudescumprimento.

Art. 19 - Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de noventa dias,a partir da data de sua publicação.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOIris Rezende

LEI COMPLEMENTAR 863, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1999

Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e aconsolidação das leis, conforme determina o item 16 doparágrafo único do artigo 23 da Constituição do Estado, eestabelece normas para a consolidação dos atosnormativos que menciona.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguin-te lei complementar:

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o - A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis,decretos e demais atos normativos estaduais previstos no artigo 21 da Cons-tituição do Estado, bem como os atos de regulamentação expedidos por ór-gãos do Poder Executivo, obedecerão ao disposto nesta lei complementar.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

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Art. 2o - As leis e decretos serão numerados em séries distintas sem reno-vação anual.

Parágrafo único - Na numeração serão observados ainda os seguintescritérios:

1 - as emendas à Constituição do Estado terão sua numeração iniciada apartir da promulgação da Constituição;

2 - as leis complementares, ordinárias e os decretos terão numeraçãoseqüencial em continuidade às séries iniciadas em 1972.

CAPÍTULO II - DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO,REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS

Seção I - Da Estruturação das Leis

Art. 3o - A lei será estruturada em três partes:

I – parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa e a fórmu-la de promulgação;

II – parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteú-do substantivo relacionadas com a matéria regulada;

III – parte final, compreendendo as disposições pertinentes às medidasnecessárias à implementação das normas de conteúdo substantivo,as disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência, acláusula financeira e a cláusula de revogação, quando couberem.

§ 1o - Nos atos normativos de origem parlamentar deverá constar, abaixoda epígrafe, a identificação do autor da proposição.

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§ 2o - A emenda resumirá com clareza e precisão o conteúdo do ato, deven-do se alterar norma em vigor, fazer referência ao número e ao objeto desta.

Art. 4o - A fórmula de promulgação indicará a autoridade ou o órgãolegiferante e descreverá a ordem de execução, traduzida pelas formas ver-bais “aprova”, “decreta”, “resolve” e “promulga”.

Art. 5o - Quando houver cláusula que fixe o dia da publicação como termoinicial de vigência da lei, deverá ser utilizada a fórmula “... entra em vigorna data de sua publicação”.

Art. 6o - A cláusula de revogação, quando necessária, deverá indicar ex-pressamente as leis ou disposições legais revogadas.

Seção II - Da Articulação e da Redação das Leis

Art. 7o - A articulação dos textos legais deverá atender aos seguintes princípios:

I – a unidade básica de articulação será o artigo, com numeraçãoordinal até o nono e cardinal a partir do seguinte;

II – os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou incisos; os parágra-fos, em itens, e os incisos e itens, em alíneas;

III – Os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico “§”, seguidode numeração ordinal até o nono e cardinal a partir do seguinte,utilizando-se, quando existente apenas um, a expressão “pará-grafo único” por extenso;

IV – os incisos serão representados por algarismos romanos; os itens,por algarismos arábicos; e as alíneas, por letras minúsculas;

V – o agrupamento de artigos constituirá a Seção, que poderá desdo-

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 105○ ○ ○

brar-se em Subseção; o de seções, o Capítulo; o de capítulos, oTítulo; o de títulos, o Livro; o de livros, a Parte;

VI – os capítulos, títulos, livros e partes serão grafados em letras maiús-culas e identificados por algarismos romanos, podendo estas últi-mas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivi-didas em partes expressas em numeral ordinal, por extenso;

VII – as subseções e seções serão identificadas por algarismos roma-nos, grafadas em letras maiúsculas e postas em negrito ou carac-teres que as coloquem em realce;

VIII – a composição prevista no inciso V poderá também compreenderagrupamentos em disposições preliminares, gerais, finais e as quenão tiverem caráter permanente, que constituirão as disposiçõestransitórias, com numeração própria.

Art. 8o - As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisãoe ordem lógica:

I – para obtenção de clareza:

a) usar as palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando anorma versar sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará anomenclatura própria da área em que se esteja legislando;

b) construir as orações na ordem direta, evitando o preciosismo, neolo-gismo e adjetivações dispensáveis;

c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normaslegais, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples dopresente;

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

d) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusosde caráter estilístico;

II – para obtenção de precisão:

a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeitacompreensão do objetivo da lei e a permitir que seu texto evidenciecom clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar ànorma;

b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmaspalavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramen-te estilístico;

c) evitar o emprego de expressão ou palavra que possibilite duplo senti-do ao texto;

d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maiorparte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ouregionais;

e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio deque a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitaçãode seu significado;

f) grafar por extenso quaisquer referências feitas, no texto, a númerose percentuais;

III – para obtenção de ordem lógica:

a) reunir sob as categorias de agregação – subseção, seção, capítulo,título e livro – apenas as disposições relacionadas com o objeto da lei;

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○FFFFFundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepamundação Prefeito Faria Lima - Cepam ••

• 107○ ○ ○

b) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ouprincípio;

c) expressar através dos parágrafos os aspectos complementares à nor-ma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por esteestabelecida;

d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, itense alíneas.

Seção III - Da Alteração das Leis

Art. 9o - A alteração das leis será feita por meio de substituição no própriotexto do dispositivo alterado ou acréscimo de dispositivo novo, observadasas seguintes regras:

I – não poderá ser modificada a numeração dos dispositivos alterados;

II – é vedada a renumeração do texto, ainda que recomendável oacréscimo de novos dispositivos entre os preceitos legais emvigor, utilizando-se nesse caso, o mesmo número do imediata-mente anterior, seguindo de letras maiúsculas, em ordem alfa-bética, tantas quantas forem suficientes para identificar osacréscimos;

III – é vedado o reaproveitamento do número de dispositivo revogado,devendo a lei alterada manter esta indicação, seguida da expres-são “revogado”;

IV – o dispositivo que sofrer modificação de redação deverá ser identi-ficado ao seu final, com as letras NR maiúsculas, entre parênteses,que significam “nova redação”.

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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○O Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa MunicipalO Processo e a Técnica Legislativa Municipal ••

§ 1o - Far-se-á reprodução integral do texto legal, quando a alteraçãoatingir a maioria dos artigos ou quando tenha sido precedida de sucessivasmodificações no texto.

§ 2o - Far-se-á, na hipótese de revogação, indicação expressa do dispositi-vo revogado.

CAPÍTULO III - DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS EOUTROS ATOS NORMATIVOS

Seção I - Da Consolidação das Leis

Art. 10 - As leis estaduais serão reunidas em codificações e em coletâneasintegradas por volumes contendo matérias conexas ou afins, constituindoem seu todo, juntamente com a Constituição Estadual, a Consolidação dasLeis Estaduais Paulistas.

Parágrafo único - A Consolidação consiste na reunião, em um só corpo,convenientemente sistematizadas, de todas as leis referentes a uma matéria.

Art. 11 - Ressalvada a legislação codificada e já consolidada, todas as leise decretos-leis estaduais de conteúdo normativo e de alcance geral emvigor serão reunidos em coletâneas organizadas na forma do artigo anteri-or, observados os prazos e os procedimentos a seguir:

I – os órgãos subordinados ao Poder Executivo, no prazo de centoe oitenta dias, contado da vigência desta lei complementar, pro-cederão ao exame, avaliação e seleção das leis complementa-res, ordinárias, decretos e decretos-leis relacionados com as res-pectivas áreas de competência, agrupando e consolidando ostextos referentes a matérias correlatas ou os assuntos vincula-dos por afinidade, pertinência ou conexão, com indicação pre-

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cisa dos diplomas legais ou preceitos expressa ou implicitamen-te revogados;

II – as entidades da Administração indireta adotarão, no prazo de no-venta dias, contado da vigência desta lei complementar, medidasemelhante quanto aos diplomas legais relacionados com a suacompetência, na forma do artigo anterior, remetendo os respecti-vos textos às Secretarias de Estado a que estão vinculadas, quepor sua vez os revisarão e remeterão, juntamente com os seus aoGovernador do Estado para encaminhamento conjunto à Assem-bléia Legislativa nos sessenta dias subseqüentes ao encerramentodo prazo estabelecido no inciso I;

III – a Mesa da Assembléia Legislativa adotará as medidas necessáriaspara, no prazo máximo de cento e oitenta dias, contado do recebi-mento dos textos de que tratam os incisos I e II, efetuar a primeirapublicação da Consolidação das Leis Estaduais Paulistas.

Art. 12 - Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a Mesa da As-sembléia promoverá a atualização da Consolidação das Leis Estaduais Paulistasincorporando às coletâneas que a integram as emendas constitucionais, leis,decretos legislativos e resoluções promulgados durante a legislatura imedia-tamente anterior, ordenados e indexados sistematicamente.

Parágrafo único - A Imprensa Oficial do Estado promoverá a publicaçãodas edições da Consolidação das Leis Estaduais Paulistas previstas nesteartigo e no anterior, bem como a sua disponibilização na home page.

Seção II - Da Consolidação de Outros Atos Normativos

Art. 13 - As Secretarias de Estado e as entidades da Administraçãoindireta que lhes são vinculadas adotarão, em prazo estabelecido em de-

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creto, as providências necessárias para, observado no que couber o dis-posto no artigo 11, proceder ao exame e à consolidação dos decretos deconteúdo normativo e atos normativos inferiores em vigor, vinculados àsrespectivas áreas de competência, remetendo os textos consolidados aogovernador do Estado, que os examinará e reunirá em coletânea, paraposterior publicação.

Art. 14 - Até cento e oitenta dias do início de cada mandato, o chefe doPoder Executivo promoverá a atualização das coletâneas a que se refere oartigo anterior, incorporando aos textos que as integram os decretos e atosde conteúdo normativo e geral editados no quadriênio anterior.

CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 15 - Eventual inexatidão formal de norma elaborada mediante pro-cesso legislativo regular não constitui escusa válida para o seudescumprimento.

Art. 16 - Esta Lei Complementar entrará em vigor no prazo de noventadias, a partir da data de sua publicação.

Art. 17 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a LeiComplementar 60, de 10 de julho de 1972.

MÁRIO COVAS

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