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Facsul – Faculdade do Sul Departamento de Comunicação Social/jornalismo História das Teorias da Comunicação O organismo social Fichamento apresentado à disciplina Teorias da Comunicação /2° Semestre. Por: Ailton Silva

Organismo Social

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Page 1: Organismo Social

Facsul – Faculdade do Sul Departamento de Comunicação Social/jornalismo

História das Teorias da Comunicação

O organismo social

Fichamento apresentado à disciplina Teorias da Comunicação /2° Semestre.

Por: Ailton Silva

Page 2: Organismo Social

Pág, 14 A comunicação e o trabalho

A comunicação foi e vem sendo ao longo dos anos uma das ferramentas fundamentais para a organização do trabalho coletivo no interior das fábricas. Os passos decisivos foram dados no período de evolução do capitalismo em países como Inglaterra e França. Nesta fase, a comunicação contribuiu não só com a organização do trabalho, mas também com estruturação dos espaços econômicos.

Pág,15François Quesnay (1694-17774), faz uma avaliação do momento econômico ao

qual atravessa alguns países e uma análise do comportamento do homem diante da nova realidade. “Dessa figura geométrica em ziguezague, na qual se entrecruzam e justapõem linhas que indicam o comércio entre a terra e os homens, por um lado, e entre três classes que compõem a sociedade, por outro, obtém-se uma visão macroscópia de uma economia de fluxos”.

Esses fluxos são liberados durante a revolução de 1789, quando são tomadas medidas como adoção de sistema métrico, que ajudou “a acelerar a unificação do território nacional”. Anos depois, em 1793, surge o primeiro sistema que facilitaria a comunicação à distância. Foi inaugurada a “internet” da época, ou seja, o telégrafo sendo criado para a comunicação entre os militares, tem-se situação similar a ocorrida no século XXI com a rede mundial de computadores, cujo ancestrais foram as “ máquinas analíticas .

François Quesnay afirma que o sistema econômico é tão importante quanto ao sistema circulatório, pois deles dependem a sobrevivência do homem. O sistema circulatório é encarregado de carregar os nutrientes para todas as partes do corpo. Da mesma forma que as estradas, as ferrovias são canais responsáveis fazer circular as riquezas da sociedade e garantir a sobrevivência do homem.

Pág,16A revolução tecnológica é estudada junto com o comportamento do homem, o

avanço do capitalismo e a comunicação. “Em estreita filiação ao pensamento dos engenheiros e obras públicas de então, o sistema orgânico concede um lugar estratégico à administração do sistema de vias de comunicação e ao estabelecimento de um sistema de crédito”.

Pág, 17Para Herbert Spencer (1820-1903), o capitalismo, a comunicação e homem estão

intimamente ligados. Chega-se a afirmar que “a divisão fisiológica do trabalho e o progresso do organismo caminham lado a lado”.

O escritor Armand e Michele Mattelart avalia o extremo ocorrido entre a ordem biológica e a ordem social. “Do homogêneo ao heterogêneo, do simples ao complexo, da concentração à diferenciação, a sociedade industrial encarna a sociedade orgânica. Uma sociedade-organismo cada vez mais coerente e integrada, onde as funções são cada vez mais definidas, e as partes cada vez mais independentes. Nesse sistema total, a comunicação é componente básico dos dois aparelhos orgânicos, o distribuidor e o regulador”.

Page 3: Organismo Social

Pág,18Os meios de comunicação, a sociedade e o progresso caminham juntos. Armand

afirma que “raros são aqueles que resistem à ideologia tecnicista do progresso e que se preocupam com a prevalência da técnica sobre a organização social. Podemos perceber que a relação espaço/tempo e o homem é estudada há séculos.

O escritor liberal Samuel Butler (1835-1902) já fazia este estudo. “Rompendo com uma visão instrumental das máquinas de medir e estrangular o espaço, ele imagina as lentas transformações que o desenvolvimento da racionalidade técnica pode operar no homem, em seus modos de pensar e de sentir, em sua subjetividade”, afirma Armand.

Pág, 20Segundo o historiador Fernand Braudel, o progresso só pode atingir a periferia

por meio da irradiação de pelos valores do centro. Essas teorias puderam ser testadas no choque das culturas na era dos impérios (1875-1914) e encontraram seus principais artífices entre os etnólogos e geógrafos. Serão revitalizadas após a Segunda Guerra Mundial pela sociologia da modernização e sua concepção de “desenvolvimento”, na qual as mídias ocupam papel estratégico”.

Pág,22Por volta de 1835, o astrônomo e matemática belga Adolphe Quételet (1796-

1874) funda a “física social”, ciência cuja unidade básica é o homem médio, equivalente ao centro de gravidade no corpo, a partir do qual podem ser avaliadas as patologias, as crises e os desequilíbrios da ordem social. Adolphe elabora não só tabela de mortalidade como também “tabelas de criminalidade”, das quais procura extrair um índice de “tendência ao crime” de acordo com o sexo, idade, o clima, a condição social, para obter as leis de uma ordem moral pretensamente paralela à ordem física.

Pág, de 23 a 25

O sociólogo italiano Scipio Sighele (1868-1913) e o médico francês Gustave Le Bom (1841-1931) debatem os conceitos de massa, psicologia coletiva, greve dos operários, revoltas públicas, crime de massa, entre outros. Esses autores foram rebatidos pelo magistrado Gabriel Tarde (1843-1904), que responde que a “era das massas já pertence ao passado, e a sociedade está em vias de entrar na “era dos públicos”.

Para ele, só se pertence a uma única massa por vez. Mas pode-se fazer parte de vários públicos ao mesmo tempo. Já Michele Mattelart diz que essa complexidade exige que busquem suas conseqüências sobre os destinos dos grupos (partidos, parlamento, associações científicas, religiosas, profissionais). Não se trata mais de lamentar a irrupção apocalíptica da “massa-populacho”.

Pág,26 Sigmund Freud (1856-1939) contesta a exaltação dos afetos e a inibição do

pensamento na massa. Ele critica o que chama de “tirania da sugestão”, como explicação “mágica” da transformação do indivíduo. Para esclarecer a “essência da alma das massas”, recorre ao conceito de libido, testado por ele no estudo das psiconeuroses. “Se o indivíduo isolado na multidão abandona sua singularidade e se deixa sugestionar pelos outros, falo porque nele existe a necessidade de estar de acordo com eles, mais do que em oposição, fazendo-o pois talvez, afinal de contas, por amor a eles”. O organismo social

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MATTELART, Armand; MATTELART, Michèle. O organismo social. In: ______. História das teorias da comunicação. São Paulo: Edições Loyola, 8 ed.,2005, pp. 13-27.

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A comunicação foi e vem sendo ao longo dos anos uma das ferramentas fundamentais para a organização do trabalho coletivo no interior das fábricas. Os passos decisivos foram dados no período de evolução do capitalismo em países como Inglaterra e França. Nesta fase, a comunicação contribuiu não só com a organização do trabalho, mas também com estruturação dos espaços econômicos. François Quesnay (1694-17774) faz uma avaliação do momento econômico ao qual atravessa alguns países e uma análise do comportamento do homem diante da nova realidade. “Dessa figura geométrica em ziguezague, na qual se entrecruzam e justapõem linhas que indicam o comércio entre a terra e os homens, por um lado, e entre três classes que compõem a sociedade, por outro, obtém-se uma visão macroscópica de uma economia de fluxos”. Esses fluxos são liberados durante a revolução de 1789, quando são tomadas medidas como adoção de sistema métrico, que ajudou “a acelerar a unificação do território nacional”. Anos depois, em 1793, surge o primeiro sistema que facilitaria a comunicação à distância. Foi inaugurada a “internet” da época, ou seja, o telégrafo sendo criado para a comunicação entre os militares, tem-se situação similar a ocorrida no século XXI com a rede mundial de computadores, cujos ancestrais foram as “máquinas analíticas”.François Quesnay afirma que o sistema econômico é tão importante quanto ao sistema circulatório, pois deles dependem a sobrevivência do homem. O sistema circulatório é encarregado de carregar os nutrientes para todas as partes do corpo. Da mesma forma que as estradas, as ferrovias são canais responsáveis fazer circular as riquezas da sociedade e garantir a sobrevivência do homem.A revolução tecnológica é estudada junto com o comportamento do homem, o avanço do capitalismo e a comunicação. “Em estreita filiação ao pensamento dos engenheiros e obras públicas de então, o sistema orgânico concede um lugar estratégico à administração do sistema de vias de comunicação e ao estabelecimento de um sistema de crédito”.Para Herbert Spencer (1820-1903), o capitalismo, a comunicação e homem estão intimamente ligados. Chega-se a afirmar que “a divisão fisiológica do trabalho e o progresso do organismo caminham lado a lado”. O escritor Armand e Michele Mattelart avalia o extremo ocorrido entre a ordem biológica e a ordem social. “Do homogêneo ao heterogêneo, do simples ao complexo, da concentração à diferenciação, a sociedade industrial encarna a sociedade orgânica. Uma sociedade-organismo cada vez mais coerente e integrada, onde as funções são cada vez mais definidas, e as partes cada vez mais independentes. Nesse sistema total, a comunicação é componente básico dos dois aparelhos orgânicos, o distribuidor e o regulador”. Os meios de comunicação, a sociedade e o progresso caminham juntos. Armand afirma que “raros são aqueles que resistem à ideologia tecnicista do progresso e que se preocupam com a prevalência da técnica sobre a organização social. Podemos perceber que a relação espaço/tempo e o homem é estudada há séculos.O escritor liberal Samuel Butler (1835-1902) já fazia este estudo. “Rompendo com uma visão instrumental das máquinas de medir e estrangular o espaço, ele imagina as lentas transformações que o desenvolvimento da racionalidade técnica pode operar no homem, em seus modos de pensar e de sentir, em sua subjetividade”, afirma Armand.

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Segundo o historiador Fernand Braudel, o progresso só pode atingir a periferia por meio da irradiação de pelos valores do centro. Essas teorias puderam ser testadas no choque das culturas na era dos impérios (1875-1914) e encontraram seus principais artífices entre os etnólogos e geógrafos. Serão revitalizadas após a Segunda Guerra Mundial pela sociologia da modernização e sua concepção de “desenvolvimento”, na qual as mídias ocupam papel estratégico”.Por volta de 1835, o astrônomo e matemática belga Adolphe Quételet (1796-1874) funda a “física social”, ciência cuja unidade básica é o homem médio, equivalente ao centro de gravidade no corpo, a partir do qual podem ser avaliadas as patologias, as crises e os desequilíbrios da ordem social. Adolphe elabora não só tabela de mortalidade como também “tabelas de criminalidade”, das quais procura extrair um índice de “tendência ao crime” de acordo com o sexo, idade, o clima, a condição social, para obter as leis de uma ordem moral pretensamente paralela à ordem física. O sociólogo italiano Scipio Sighele (1868-1913) e o médico francês Gustave Le Bom (1841-1931) debatem os conceitos de massa, psicologia coletiva, greve dos operários, revoltas públicas, crime de massa, entre outros. Esses autores foram rebatidos pelo magistrado Gabriel Tarde (1843-1904), que responde que a “era das massas já pertence ao passado, e a sociedade está em vias de entrar na “era dos públicos”.Para ele, só se pertence a uma única massa por vez. Mas pode-se fazer parte de vários públicos ao mesmo tempo. Já Michele Mattelart diz que essa complexidade exige que busquem suas conseqüências sobre os destinos dos grupos (partidos, parlamento, associações científicas, religiosas, profissionais). Não se trata mais de lamentar a irrupção apocalíptica da “massa-populacho”.Sigmund Freud (1856-1939) contesta a exaltação dos afetos e a inibição do pensamento na massa. Ele critica o que chama de “tirania da sugestão”, como explicação “mágica” da transformação do indivíduo. Para esclarecer a “essência da alma das massas”, recorre ao conceito de libido, testado por ele no estudo das psiconeuroses. “Se o indivíduo isolado na multidão abandona sua singularidade e se deixa sugestionar pelos outros, falo porque nele existe a necessidade de estar de acordo com eles, mais do que em oposição, fazendo-o pois talvez, afinal de contas, por amor a eles”.

Indicação da obra: Teorias da Comunicação ou outras disciplinas da Comunicação Social, Psicologia e Sociologia.Local: Livro da Professora Cíntia Paula

Ailton – 2o. semestre de Teorias da Comunicação - FACSUL