90
3 Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

3Orientador:Aspectos relacionadosas sacolas plásticas

Page 2: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionadosas sacolas plásticas

Page 3: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

PresidenteAntonio Oliveira Santos

Gabinete da PresidênciaLenoura Schmidt

C748de

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Descarte de embalagens em geral : orientações para a logística reversa / Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. – Brasília, DF : Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 2015.

88 p. : il. ; 21 cm.

1. Logística empresarial. I. Título. CDD 658.78

Assessoria para Gestão das RepresentaçõesWany Liete Pasquarelli

Adaptação e revisão técnicaCristiane de S. Soares (AGR)

Projeto gráficoAssessoria de Comunicação (Ascom)

RevisãoLívia Campos

Produção do conteúdoSecretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (Saic)

Assessoria para Gestão das Representações (AGR)Tel.: (61) 3329-9582/9561 Fax: (61) 3329-8292E-mail: [email protected]ítio eletrônico: www.cnc.org.br

BrasíliaSBN Quadra 1, Bloco B nº 14, 15º ao 18º andar - Edifício CNC CEP 70041-902Tel. (61) 3329-9582/9561E-mail: [email protected]

Rio de JaneiroAvenida General Justo, 307CEP 20021-130Tel. (21) 3804-9371

Page 4: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

3

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Considerações iniciais.......................................................................71. Panorama das discussões............................................................11 1.1. Indústria do plástico.................................................................11 1.2. Associação Brasileira de Supermercados – Abras....................13 1.3. Ministério do Meio Ambiente..................................................15 1.4. Secretaria Nacional do Consumidor – Senacon.......................16 1.5. Procon’s Brasil...........................................................................18 1.6. Inmetro.....................................................................................18 1.7. Representante da academia.....................................................18 1.8. Posição dos trabalhadores da indústria química......................192. Cenário internacional.................................................................213. As diferentes tecnologias............................................................354. Pontos debatidos........................................................................435. Conclusão....................................................................................49ANEXO 1.........................................................................................53ANEXO 2.........................................................................................55ANEXO 3.........................................................................................63ANEXO 4.........................................................................................77ANEXO 5.........................................................................................83

Sumário

Page 5: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas
Page 6: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

5

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Introdução

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) vem conduzindo o tema do uso das sacolas plásticas com muita ponderação. Hoje, são inúmeras as legislações municipais e estaduais florescidas na omissão e na lentidão da União em edi-tar normas gerais que regulem a matéria. A partir da publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010) e seu Decreto Federal 7.404/2010, o descarte de produtos passa a ser pautado pelas normas estabelecidas no Acordo Setorial de Embalagens em Geral.

A proposta desse produto é registrar as diferentes visões dos pontos debatidos no grupo, instituído pelo Ministério do Meio Ambiente, de forma sumária, sem perder, tanto quanto possível, a fidelidade aos termos e a clareza necessária ao entendimento das dificuldades de consenso. Assim, a CNC tem buscado contribuir nas negociações que buscam dar uma utilização mais racional a esse produto, consi-derando-se sua utilidade e a cultura das famílias brasileiras.

Page 7: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas
Page 8: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

7

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Considerações iniciaisO Grupo de Trabalho sobre Sacolas Plásticas (GT), instalado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da Portaria MMA nº. 404, de 12 de dezembro de 2012, teve suas atividades coordenadas de forma conjunta pelas Secretarias de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) e Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU).

A criação do GT Sacolas Plásticas surgiu da necessidade de encontrar me-canismos e meios de forma a dar cumprimento ao Pacto Setorial (Anexo 2) firmado entre a Associação Brasileira de Supermercados e o MMA (Abras-MMA). O Pacto, criado no âmbito do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), previa a redução mínima de 40% no con-sumo deste item em todo País, até 2015. A iniciativa foi considerada ade-quada em face do relato, à época, da Abras e outras entidades supermerca-distas, sobre a dificuldade em atender ao compromisso assumido no Pacto.

A dificuldade deveu-se aos resultados alcançados após o fim da Campanha criada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), por meio de um protocolo com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, cujo objetivo era substituição das sacolinhas plásticas descartáveis derivadas de petróleo e o estímulo para que os consumidores passassem a utilizar alter-nativas menos agressivas ao meio ambiente.

O impacto econômico da Campanha de São Paulo foi enorme sobre a in-dústria do plástico, que já questionava a Lei Municipal nº 9.529, de Belo Horizonte, que fez com que as sacolas plásticas deixassem de ser distri-buídas gratuitamente na capital, no período de abril de 2011 a 27 de ju-lho de 2012, quando o Ministério Público (MP) e o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) proibiram a venda das mesmas. A medida foi interrompida por um Agravo de Instrumento1 impetrado pela Associação Mineira de Supermercado (Amis), mas a decisão final do Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi pela proibição definitiva das vendas. Esse cenário é agravado pelo surgimento de outras leis que obrigam os supermercados a entregarem sacolas plásticas de uma determinada tecnologia.

1. Recurso adequado para a impugnação das decisões que denegarem se-guimento a outro recurso.

Page 9: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

8

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

A constituição desse cenário em dois dos maiores estados da fede-ração e o advento de leis obrigando o uso de sacolas plásticas de determinadas tecnologias em diversos outros Estados levou a Abras a questionar a viabilidade de cumprimento do Pacto firmado com o MMA. Portanto, o ministério, entendeu como fundamental neste momento, instituir um fórum específico para que se desenvolvesse um importante debate com todos os elos da cadeia para maior refle-xão de todos os envolvidos acerca da distribuição e uso das sacolas plásticas no Brasil.

O grupo de trabalho, constituído por instituições privadas e agentes públicos, pautou seus trabalhos em torno de cinco objetivos, estabe-lecidos pela Portaria MMA nº 404/2012, com vistas a definir estraté-gias e recomendações nacionais para que a iniciativa de redução do consumo de sacolas plásticas tivesse êxito.

• Identificar tecnologias disponíveis no Brasil, avaliando seus impactos ao meio ambiente natural e espaços urbanos, levando em conta o uso e reúso das sacolas plásticas;

• Analisar a possibilidade da criação de certificações para os diferentes tipos de sacolas plásticas descartáveis e reutilizáveis;

• Selecionar tópicos e conteúdo a serem abordados em campanhas de conscientização sobre os problemas advindos do uso e descarte inadequados;

• Discutir os padrões de consumo sustentável de sacolas plásticas descartáveis e o papel das sacolas reutilizáveis na política de redução preconizada pelo Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis; e

• Identificar e avaliar instrumentos normativos, bem como propostas em tramitação, no Brasil e no mundo, com a finalidade de obter subsídios para o disciplinamento normativos objeto do GT Sacolas Plásticas.

Page 10: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

9

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

No decorrer das reuniões, as partes interessadas apresentaram seus pontos de vista e, após um processo amplo e franco de debates, foi pos-sível evidenciar a dissensão de interesses com relação ao objetivo para a redução no uso de sacolas plásticas, conforme apresentado no item Panorama das Discussões.

O relatório também esclarece as razões pelas quais não foi possível che-gar a um acordo, apesar do esforço das partes interessadas e da coorde-nação do grupo de trabalho, em buscar os termos para o entendimento que pudessem conciliar o conjunto dos interesses envolvidos com o ob-jetivo da redução gradual do uso de sacolas plásticas.

O documento expõe as possibilidades de continuidade dos trabalhos em ações acordadas entre as partes. Por fim, é apresentado o balanço final do GT incluindo-se o conjunto dos documentos principais que apoiaram as discussões ou que delas resultaram, tais como, as atas das seis reu-niões, as propostas de acordos de cooperação e o posicionamento dos representantes dos trabalhadores da indústria química.

Page 11: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

1Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 12: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

111. Panorama das discussões Orientada pelos objetivos inicialmente estabelecidos, as discussões no decorrer das reuniões abordaram de sete temas.

• Análise do ciclo de vida

• Certificação do produto

• Educação ambiental e fortalecimento das campanhas de conscientização para uso racional de sacolas plásticas

• Experiências nacionais e internacionais

• Gratuidade ou cobrança do produto

• Plástico mais resistente – gramatura maiores

• Riscos da perda dos postos de trabalho

A diversidade de pontos de vistas expressados pelas instituições en-contram-se detalhadas nas atas de reunião no anexo dessa publicação.

1.1. Indústria do plástico

A indústria do plástico apresentou o panorama, por meio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerando que não há base científica para a tomada de decisão para que seja estabelecida uma política de restri-ção de sacolas plásticas, e ressaltou alguns pontos:

• As sacolas plásticas devem atender as normas técnicas da ABNT, como alternativa para combater o desperdício;

• As campanhas de educação ao consumidor necessitam ser intensificadas;

• O direito do consumidor precisa ser preservado, garantindo a distribuição gratuita das sacolas plásticas.

1

Page 13: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

12

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Além da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Plastivida e Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) tiveram a oportunidade de complementar o ponto de vista da indústria do plás-tico, defendendo a eficiência do Programa de Qualidade e Consumo Responsável da Plastivida no varejo. Segundo, os representantes, o programa foi exitoso, e pode ser capaz de fazer frente ao problema das sacolas plásticas, caso seja adotado em larga escala.

O Programa baseia-se na distribuição do que se denomina de “saco-las de qualidade”, consideradas mais densas, que seguem a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, que estabele-ce a micragem correta e o peso de 6 kg, no caso da sacola padrão. No Programa, a distribuição deste tipo de sacola, mais resistente, é acompanhado por uma atividade de treinamento nos caixas dos su-permercados e de educação direcionada ao consumidor. Nas suas considerações finais, os representantes da indústria entendem que os demais estados da Federação deveriam adotar as medidas institu-ídas no estado do Rio Grande do Sul que, por meio da Lei Estadual nº 13.272 (2009), onde foi determinado ao varejo a distribuição as saco-las plásticas dentro dos padrões da ABNT, solução para enquadrar a produção de sacolas à norma e fazer campanhas junto ao consumi-dor, uma vez que parte do problema está “na falta de educação do consumidor”. Entende ainda, que o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) deveria regulamentar a fabricação de sacolas plásticas, tornando obrigatório o cumprimento da norma.

Cabe esclarecer que já se encontra disponível a NBR. 14.937, norma que trata das sacolas plástica tipo camiseta, mas como toda norma é de adesão voluntária cabe a “indústria” adotá-la no processo de fabrico deste produto.

2. A micra é uma unidade de

medida, plural de micron ou

micrômetro, cada micron equivale a dividir 1 milímetro por 1.000 ou seja

0,001 milímetro.

1

Page 14: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

13

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

1.2. Associação Brasileira de Supermercados – Abras

A Abras, ponderou que o pacto setorial firmado com o MMA em 2011, precisa passar por revisão, pois o varejo vem enfrentando um número elevado de projetos de leis ou leis em vigor, nos estados e municípios que obrigam o uso de sacolas. A pesquisa anual Ranking Abras, aferiu, desde o primeiro relatório entregue ao MMA durante a Conferência sobre o Meio Ambiente – Rio+20, que por meio de campanhas em municípios como Xanxerê (SC) e região, Jundiaí (SP) e região, e nas capitais de Vitória (ES) e Belo Horizonte (MG), conse-guiu-se reduzir o consumo de sacola no ano de 2011, em 6,42%. No entanto, em 2012, por força das diversas leis municipais que impu-seram o uso de determinadas sacolas, o consumo cresceu 1,36%, de acordo com a mesma pesquisa. Em 2013, com o fim da campanha em São Paulo e com a proibição da venda de sacolas biodegradáveis em Belo Horizonte pelos dados da pesquisa Ranking Abras 2014 houve um aumento no consumo de sacolas, da ordem de 19,63%.

A projeção da redução do número de sacolas de 2015 seria de 37%, em relação a 2010, se a campanha de mobilização da sociedade com foco no meio ambiente organizada em São Paulo pela Apas, tivesse tido sucesso. Entretanto, a campanha foi suspensa por liminar e a polêmica gerada iniciou uma tendência totalmente desfavorável à re-dução do uso de sacolas perante os consumidores. A Abras, portanto, manifestou ao MMA que a alteração do cenário produziria reflexo no atingimento das metas. Ao contrário, a pesquisa da Abras mostra tendência de crescimento do consumo, com mais sacolas – e com mais volume de plástico.

Para a entidade, é necessária a reavaliação da questão, incluindo um entendimento com o Ministério, para definir a posição e objetivo do governo (MMA-MDIC3 -MJ4 /Senacon5 ) em relação as metas de redu-ção do consumo de sacolas plásticas.

3. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

4. Ministério da Justiça

5. Secretaria Nacional do Consumidor

1

Page 15: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

14

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Na visão da Abras, faltam estudos conclusivos que deem sustentação para a criação de leis obrigarem o setor a utilizar determinado padrão tecnológico de sacolas – ignorando inclusive os danos ao meio ambien-te que essas tecnologias podem provocar. A entidade não concorda também com o aumento do peso das sacolas padronizado (sacola de 6 kg), ancorado em norma, pois isso aumentaria o volume de plástico descartado incorretamente no meio ambiente, pois não existe um sis-tema de descarte correto pela população com destino adequado, con-forme orienta a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Para a Abras, a exemplo do que ocorre em países como Alemanha, China, África do Sul e outros, e, pela experiência no Brasil até agora, as campanhas de conscientização não são suficientes para causar re-dução expressiva no consumo de sacolas plásticas. A possível cobran-ça das mesmas seria uma ferramenta mais eficiente, a considerar exemplos similares em outros países onde tal fato ocorreu. A entida-de informou também que o custo para fabricação nacional de sacolas reutilizáveis ainda é alto e é preciso ter medidas para baixar o custo, para que mais consumidores optem por essa solução sustentável.

Durante o GT, a Abras apresentou proposta que estabeleceria um plano de trabalho visando a conscientização entre os anos de 2013 e 2014. Em 2014 seriam dados incentivos financeiros (descontos) para estimular o consumidor a não usar sacolas plásticas e a partir de 2015 os consumidores parariam de receber “gratuitamente” as sacolas plásticas.

1

Page 16: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

15

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Etapas da proposta

• Junho de 2013 a Junho de 2015 – estampar na sacola plástica descartável uma mensagem para o consumidor sobre o valor financeiro da sacola plástica descartável

• Junho de 2013 a Junho 2015 – estampar na sacola plástica descartável uma campanha assinada pelo MMA, “MMA Adverte”, advertindo os consumidores sobre os impactos negativos das sacolas no meio ambiente urbano (poluição e enchentes) e no meio ambiente marinho (morte e animais)

• Janeiro 2014 a Dezembro 2015 – ampliar a Campanha assinada pelo Ministério do Meio Ambiente, “MMA Adverte que as sacolas plásticas fazem mal para o meio ambiente, polui os rios, mares e oceanos, e para a questão urbana entopem bueiros causando enchentes.” para o ponto de venda, por meio de cartazes e outras mídias

• Janeiro 2014 a Dezembro 2015 - implementar em todas as redes de supermercados do programa de desconto financeiro para os consumidores que não utilizarem as sacolas plásticas descartáveis no ato de suas compras

• Janeiro 2015 a Dezembro 2015 – Cobrar a sacola plástica descartável no caixa (preço de custo, acrescido dos impostos incidentes e armazenagem e transporte), mediante regulamentação federal. (Memória da 4ª reunião). Mas a proposta da Abras, apesar de amplamente debatida, não foi aceita pelo grupo, em especial pela Indústria do Plástico, e, portanto, não foi avante.

1.3. Ministério do Meio Ambiente

O ministério considera que a responsabilidade pelas sacolas é de todas as partes envolvidas: indústria, varejo e consumidor. Apesar da sacola de plástico ter sido uma solução adotada no passado para substituir o uso da celulose, atualmente as externalidades negativas são flagrantes, diante do consumo excessivo e descarte incorreto. Há

1

Page 17: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

16

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

o entendimento de que este quadro tem-se agravado com a ideia de que a sacola é gratuita e inofensiva, e por esta razão reforça-se a im-portância do varejista explicitar o valor das sacolas, uma vez que os efeitos colaterais do uso das sacolas plásticas não são assumidos pela indústria, e sim pela sociedade. Para o MMA, para o atual contexto, as sacolas são um problema para a sociedade.

Há um consenso na área ambiental (técnicos e gestores públicos) de que a sacola plástica é um fator agravante nos episódios de enchen-tes, na mortandade de animais aquáticos, no processo de degrada-ção dos resíduos orgânicos, e porque é um elemento constante na poluição visual. O ministério considera que a campanha “Saco é um Saco”, elaborada pela instituição em parceria com a Abras em 2009 e em execução até 2011 foi um importante passo para a redução do consumo de sacolas plásticas.

Decorrente das dificuldades encontradas pelos municípios para implantar sistemas de coleta seletiva, a orientação foi sempre a de reduzir o consumo e a distribuição, contemplando um mosaico de soluções. Esta foi a posição adotada pelo MMA na campanha – in-centivar o consumidor a praticar a política dos 3R’s (reduzir, reutilizar e reciclar) levando-o a elevar seu nível de conscientização ambiental nos seus hábitos cotidianos.

1.4. Secretaria Nacional do Consumidor – Senacon

O Plano Nacional de Consumo e Cidadania6 (Plandec), lançado em março de 2013, incluiu dentre os objetivos fundamentais assegurar o direito básico do cidadão, garantindo-lhe a liberdade de escolha, o recebimento da informação qualificada e adequada no país padrões de consumo apropriado. Um dos pilares do Plandec é o respeito à au-tonomia e liberdade de escolha, nas relações de consumo. Advertiu da necessidade de tratamento transversal das questões no nível do governo e na ênfase das relações pós-venda, no que diz respeito às responsabilidades do setor produtivo, do varejo e do consumidor. Nesse sentido uma das novidades do Plano, consoante a missão do MMA, é a promoção de padrões de consumo sustentáveis.

1

6. Decreto nº 7.963, de 15 de março de 2013.

Page 18: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

17

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Com relação às sacolas plásticas entende-se que a competência da Senacon é secundária e não primária, quando se trata de caracterizar a questão das sacolas plásticas como problema ambiental, no que tange ao uso excessivo, distribuição massiva, descarte não responsá-vel e logística reversa. A competência primária para tipificar as saco-las como um problema ambiental é do Ministério do Meio Ambiente.

A competência primária da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é também do MMA, ao Ministério da Justiça cabe analisar o risco e os efeitos do impacto dos resíduos sólidos e das soluções que estão sendo encaminhadas nivelando a informa-ção entre os órgãos do seu sistema (Procons, Ministério Público, Defensoria e Organizações de Defesa do Consumidor) e amparar as reclamações dos consumidores que por ventura se sintam lesados nas decisões que visam restringir ou liberar o uso indiscriminado de sacolas plásticas para embalagem.

A Senacon com base na concepção de uma competência secundá-ria e afinada com o seu papel na questão reafirma a importância de assegurar ao consumidor uma informação precisa sobre o assunto durante o período de transição. O Senacon entende por período de transição o espaço de tempo entre a distribuição das sacolas plás-ticas convencionais – como ocorre hoje na maior parte do País – e aquele momento em que as sacolas não serão mais distribuídas, ou serão restringidas, segundo exposição de motivos acertada com os atores relevantes do processo. De acordo com a Secretaria, lembran-do o caso de São Paulo e outros que são alvo de controvérsia pelos órgãos de defesa do consumidor, faltam campanhas de esclarecimen-to, e o consumidor hoje se encontra perdido em uma “guerra de in-formações desencontradas” que não o ajuda a tomar uma decisão equilibrada nem exercer o seu direito de escolha.

A Senacon durante as reuniões manifestou-se contrária a cobrança das sacolas mesmo reconhecendo a primariedade do MMA sobre o tema.

1

Page 19: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

18

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

1.5. Procon’s Brasil

A entidade manifestou que mantém uma visão alinhada com a Senacon, afirmando que não são contrários a políticas que visam estimular hábitos de consumo sustentáveis. Explicou que a discus-são sobre sacolas conturbou a sociedade, produzindo incertezas no consumidor quanto a validade do esforço em relação ao ganho real do ponto de vista ambiental. Alertou que o consumidor precisa estar convencido sobre os benefícios individuais e coletivos da mudança, caso contrário a política para a redução do consumo do MMA e seus parceiros não irá prosperar, destacando a importância do envolvi-mento do consumidor durante o processo.

1.6. Inmetro

O Inmetro informou que tem a sua competência limitada à definir um padrão para as sacolas plásticas, por meio das normas editadas pela ABNT. Em 2007, o órgão empreendeu um trabalho voltado à quali-dade das sacolas plásticas, sem abordar a problemática ambiental. Registrou que há uma demanda para certificação de sacolas produzi-das a partir de outras tecnologias (oxidegradável, biodegradável etc.), mas o tema ainda encontra-se inconcluso no âmbito do Inmetro.

A posição do Inmetro foi complementada, lembrando da importân-cia de analisar um estudo validado pela Agência Francesa para o Meio Ambiente e Controle de Energia (Ademe), que utilizou a metodologia da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) para comparar diversos tipos de sacolas.

1.7. Representante da academia

A academia, representada pela Universidade de São Paulo, contou com a participação do professor Gil Anderi, especialista em análise de ciclo de vida. O pesquisador sugeriu que fosse realizada uma pes-quisa sobre a destinação final das sacolas plásticas, alegando não ha-ver estudos que comprovem o período de degradação do plástico na natureza, que é citado entre 100 e 400 anos.

1

Page 20: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

19

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

1.8. Posição dos trabalhadores da indústria química

A manifestação da categoria é a de que o uso racional das sacolas, com políticas de reutilização e reciclagem e campanhas educativas são bem vindas, evitando a demonização da sacola plástica. Reiteram, além disso serem contrários a proibição do uso das sacolas plásticas, bem como a venda das mesmas, por entender que o consumidor já pagou e não deveria pagar novamente pelo produto.

1

Page 21: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

20

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

2Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 22: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

21

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas2

2. Cenário internacionalNos últimos anos, a ação contra o uso excessivo das sacolas plásticas tem sido uma iniciativa de diversos países de todos os continentes que pro-curam abolir ou restringir o uso ou a distribuição dos sacos plásticos. Esta tendência vem se confirmando não somente nos países desenvolvidos, mas também nos países emergentes e economias em desenvolvimen-to2, como Tanzânia, Ruanda e Somália, em que a proibição do plástico se tornou uma questão de saúde pública. Na outra ponta, estão países que não se preocupavam muito com o problema, como os Estados Unidos, China e Japão, e que, cada um à sua maneira, têm se esforçado para acabar com os sacolas plásticas em suas redes de comércio.

Os países de forma independente, sem qualquer alinhamento global, vem criando as suas próprias legislações contra o uso indisciplinado das sacolas plásticas, são leis estaduais, federais, restrições de uso, ou sim-ples planos de conscientização.

As campanhas de conscientização são alternativas muito usadas, pois são capazes de adaptar-se às realidades locais. No Chile, na Alemanha e na Suécia, os comerciantes são incentivados a sugerir aos clientes al-ternativas de substituição do plástico, como sacolas de pano, caixas e outros materiais retornáveis. Na Somália, as pessoas voltaram a utilizar cestas e caixas. Já na França, as empresas que produzem sacolas biode-gradáveis têm incentivos federais para aumentar a produção.

Outros países adotam posturas mais radicais para impedir a distribuição dos sacos plásticos. Na Índia, os infratores são punidos com cadeia. Em Ruanda, pertences que estiverem em sacos plásticos são confiscados.

A proibição legal, medida adotada em muitos países, nem sempre é ca-paz de impedir a crescente demanda do uso das sacolas plásticas. É o caso de Bangladesh, onde foi proibida a distribuição e venda das sacolas por conta da dos transtornos e prejuízos que causavam na rede pluvial, no entanto, após oito anos depois, as sacolas plásticas voltaram a poluir as ruas do país.

7. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), World Economic Outlook Report, abril de 2014.

Page 23: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

22

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas2

Na África

Dentre as principais motivações para a proibição/restrição da sacolas plásticas no continente africano deveu-se a precariedade da coleta de resíduos, que comprometia, o já deficitário sistema pluvial das cidades, e consequentemente causador das severas enchentes.

A África do Sul, desde 2003, determinou o padrão (30 micrômeros) das sacolas plásticas, vetando a venda, distribuição ou fabricação de sacolas plásticas fora dos moldes estabelecidos. Em complemento, criou uma taxa por sacola consumida, bem como penas de prisão e multas aos infratores que podem atingir o valor de US$ 13,8 mil. Botsuana também tem leis parecidas, tanto para o consumidor quan-to para os varejistas.

Em 2005, a República da Somália aboliu o uso de sacolas plásticas; seguida pela Tanzânia, que iniciou a discussão em 2006, por meio de workshops e campanhas promocionais de conscientização do público a respeito dos benefícios em não usar as sacolas plásticas, no entanto o banimento somente ocorreu em 2008, mesmo ano que o Quênia. Eritreia, Gana, Uganda, Etiópia, Lesoto e Ruanda baniram as com es-pessura abaixo de 0,06 milímetros, adotando taxas para as sacolas mais espessas.

Em Zanzibar, para resguardar o turismo, principal atividade econô-mica do país, as sacolas plásticas foram proibidas por estarem com-prometendo a vida marinha. Dentre as penalidades destinadas ao cidadão que usar um saco plástico está a detenção por seis meses ou o pagamento de multa de U$ 2 mil.

A Mauritânia, país do noroeste da África, proibiu, no início de 2013, a comercialização e utilização de sacolas plásticas. O principal motivo foi a preservação ambiental e proteção dos animais. Até o fim de 2012, constatou-se que pelo menos 70% das mortes acidentais de bois e ovelhas no país ocorriam devido à ingestão de plástico.

Page 24: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

23

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas2

Na Ásia

Os países asiáticos adotaram planos bem distintos, com iniciativas de mobilização, reciclagem e até prisão, como acontece na Índia.

A cidade de Dhaka, Bangladesh, proibiu a produção, comercialização e uso das sacolas plásticas, após ter sido identificado como motivo central para as enchentes de 1988 e 1998, causadas pelo entupimen-to dos bueiros da cidade. A proibição ocorreu em 2002, mas em 2010 elas voltaram a ser comercializadas.

Na Índia, no estado de Mahrashtra, onde localiza-se a cidade de Bombaim, a produção, venda e uso de sacolas plásticas foram ba-nidas em agosto de 2005, também motivada pelo entupimento da rede de drenagem que causaram grandes prejuízos no período das monções. No estado de Himachael, o desrespeito à lei que proíbe o uso de sacolas plásticas é a prisão, com pena de 7 anos, além de pagar uma multa de R$ 3,5 mil. Já em Nova Déli, um sistema se-melhante também proíbe o uso das sacolas e pune com prisão ou multa os infratores.

Em 2006, foi a vez de Cingapura lançar a campanha chamada Less Plastic Bag mobilizando varejistas para que incentivassem os consu-midores a comprar sacolas retornáveis por valores reduzidos.

O Butão proibiu as sacolas plásticas em 2007, como parte do progra-ma Gross National Happiness8.

Na China a lei que impede lojas e supermercados de oferecerem sacos plásticos gratuitamente entrou em vigor em 1º de junho de 2008, e prevê multas aos comerciantes que infringirem a lei de até U$ 1.500. Também ficou proibida a fabricação, venda e uso de sacolas plásticas muito finas, e que não possam ser recicladas, assim sacolas plásticas biodegradáveis passaram a ser oferecidas aos consumido-res como alternativa.

8. Felicidade Interna Bruta.

Page 25: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

24

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

No Japão, país que conta com um dos maiores programas de recicla-gem de plástico e seus resíduos do mundo, a aposta é nas campanhas de conscientização para diminuir o consumo, não sendo adotadas ações restritivas em relação às sacolas plásticas, obtendo, em 2010, uma redução de 35%.

Na Oceania

Desde 2002, o governo australiano trabalhou em estratégias para diminuir o consumo de sacolas plásticas. Grandes redes de super-mercados do país apoiaram as metas anuais de diminuição anuais de 50%. Em 2003, a cidade de Coles Bay, aboliu o uso das sacolas plásticas; mas somente em janeiro de 2008, o ministério do meio ambiente anunciou que os supermercados deveriam banir as sacolas plásticas de todo o território nacional.

Na Europa

Iniciativas de proibição ou até mesmo de taxação sobre as sacolas plásticas não biodegradáveis estão sendo considerados pela União Europeia como possibilidades para uniformização do assunto. Alguns países já colocaram em prática as suas iniciativas. A meta da União Europeia até o fim de 2025 é reduzir a média de consumo por habi-tante de 176 sacolas para 40 por ano.

Algumas decisões foram tomadas a partir da última reunião realizada em Bruxelas (02/03/2015), na Bélgica, entre os ministros da União Europeia. Ficou determinado que os países-membros do bloco po-derão taxar ou até mesmo proibir sacolas de plástico em seus ter-ritórios. Cada país deverá estabelecer metas para reduzir o uso das sacolas de plástico, aprovando finalmente planos que vinham sendo debatidos há muito tempo.

2

Page 26: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

25

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

As sacolas mais reforçadas e reutilizáveis ou as extremamente finas, usadas para embalar frutas e verduras, poderão ficar livres de taxa-ção ou proibição, conforme decisão de cada país.

Os planos aprovados deverão entrar em vigor em abril de 2015, dias após a publicação no Jornal Oficial da União Europeia, e os governos dos países-membros deverão definir medidas concretas para a exe-cução das novas diretrizes.

Na Alemanha, as ações contra os plásticos ganharam força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obrigava os fabricantes e distribui-dores de embalagens a aceitar de volta e a destinar para a reciclagem. O banimento não foi uma opção, mas as sacolas para serem consu-midas precisam ser custeadas pelos consumidores ao valor de 5 a 10 centavos de euro.

No mesmo ano a Suécia adotou taxas semelhantes às da Alemanha, procurando diminuir o consumo de sacolas não biodegradáveis for-necidas pelos estabelecimentos.

A Dinamarca, em 1994, seguiu o mesmo exemplo introduzindo a “taxa sobre embalagens”, que promoveu a redução em 66% do consu-mo de embalagens de plástico, vidros, papel e sacolas plásticas.

A ilha de Corsica, administrada pela França, foi o primeiro local do território francês a banir as sacolas plásticas em 1999. A capital, Paris, seguiu o exemplo em 1997. E em 2004, uma política para a redução anual do consumo passou a ser adotada em todo o país. Em 2010, o governo francês concedeu benefícios para a produção de sacos plás-ticos biodegradáveis.

A Irlanda, apontada como exemplo de maior sucesso dentre as po-líticas para redução, possui o menor consumo per capita, com cerca de 20 sacolas, sendo 18 biodegradáveis. O país conseguiu alcançar esse nível devido à criação, em 2002, de um imposto (Plas Tax) de 22 centavos de euro por sacola. Já no seu primeiro ano da taxação o consumo foi reduzido em 90%, praticamente excluindo o plástico no país, mesmo sem proibir sua circulação.

2

Page 27: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

26

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

A Bélgica, em 2008, também instituiu um imposto sobre as sacolas plásticas. No mesmo ano, Holanda, Espanha, Noruega e Suíça permi-tiram que o varejo passasse a cobrar pelas sacolas plásticas.

A cidade de Modbury (Inglaterra), em 2007, seus 43 comerciantes varejistas, voluntariamente, comprometeram-se a banir as sacolas plásticas, praticando a venda de sacolas reutilizáveis ou biodegra-dáveis. O governo britânico optou por incentivar as iniciativas inde-pendentes que foram surgindo, que incluía além da cobrança9 das sacolas, a distribuição das sacolas reutilizáveis, e a reutilização das sacolas plásticas. Em 2008, um acordo realizado pelas maiores redes de supermercado do Reino Unido10, em vigor desde 2008, restringe o uso das sacolas plásticas em 50% anualmente. Um imposto similar ao irlandês foi sugerido, mas não foi aprovado. Atualmente, ações incentivando o uso de sacolas retornáveis estão sendo feitas em al-gumas cidades.

Nas Américas

Na maioria dos países americanos, a restrição ou diminuição do con-sumo de sacolas plásticas tem acontecido por leis estaduais ou inicia-tivas isoladas dos municípios.

Na Argentina, as sacolas plásticas ainda são distribuídas, exceto, na província de Buenos Aires, onde uma lei (2012) proíbe o uso das saco-las plásticas comuns e incentiva a utilização de produtos biodegradá-veis. Outras medidas de amplitude nacional estão sendo analisadas no congresso argentino, que inclui projeto proibindo a distribuição de sacolas plásticas em todos os supermercados e lojas.

Também no Chile, embora não haja nenhuma lei vigente, projetos para consumo consciente estimulam a população a substituir a saco-la plástica comum por reutilizáveis.

Em 2010, na Cidade do México, uma lei que integra o chamado “Plano Verde” entrou em vigor determinando que os comerciantes

2

9. O valor médio cobrado na

Inglaterra é de 7 centavos de euro.

10. O Reino Unido é formado pela

Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte.

Page 28: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

27

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

da cidade deveriam cobrar pelas sacolas plásticas, que passariam ser produzidas com material biodegradável. O não cumprimento da lei poderá acarretar detenção ou pagar multa que varia de U$ 4,4 mil até U$ 90.000.

A cidade canadense de Toronto elaborou modelo que estabelecia taxa de 5 centavos de dólar por sacola. Os recursos da multa irão con-tribuir para o gerenciamento dos aterros sanitários 70% dos resídu-os. Programas de reciclagem, como o Bag to Bag, que recicla sacolas plásticas para servir de insumo para a fabricação de novas, também estão presentes nas cidades canadenses.

Assim como no Canadá que não dispõe de leis federais proibindo o uso de sacolas plásticas no comércio, nos Estados Unidos, as cidades e os estados têm criado suas próprias legislações nesta área. A cidade de São Francisco foi a primeira a proibir o uso das sacolas plásticas nos supermercados e farmácias, em dezembro de 2007. Em Okland, campanhas educativas de conscientização e incentivo foram as apos-tas, desde 2007, quando a legislação propôs descontos e créditos aos consumidores que trouxessem as sacolas reutilizáveis, além de proi-bir a distribuição de sacolas derivadas de petróleo.

Em janeiro de 2009, o estado de Nova York aprovou lei que obriga as redes de varejo e supermercados cujas lojas possuam mais de 920 metros quadrados e que operam cinco ou mais lojas com mais de 460 metros quadrados a aderirem ao programa de reciclagem de sacolas plásticas, que exige que sejam disponibilizadas latas coletoras na loja e que seja colocada uma mensagem no texto da sacola.

Em Washington D.C., capital americana, aboliu os saco plástico e tam-bém passou a cobrar, em 2010, taxa no valor de 5 centavos de dólar sobre cada sacola de papel utilizada cujo montante arrecadado está sendo destinado ao projeto de despoluição do rio Anacostia.

Na ausência de leis nacionais, algumas redes de supermercado co-meçaram a criar suas próprias campanhas de redução do uso de

2

Page 29: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

28

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

sacolinhas plásticas. A maior rede de varejo dos Estados Unidos, em 2008, criou o programa Plastic Bag Initiative esperando reduzir em 33% o plástico por loja até 2013, e cerca de 9 bilhões de sacolas plás-ticas por ano em toda a rede. Em complemento ao programa, a rede passou a oferecer sacolas reutilizáveis por 0,50 centavos de dólar aos seus clientes.

As cidades de Los Angeles (Califórnia) e Seattle (Washington) aprova-ram em 2012 a proibição com relação a distribuição das sacolas.

Outras cidades seguem a tendência:

Edmond (Oklahoma), Portland (Oregon) e Bellingham (Washington) aboliram a versão das sacolinhas em plástico e passaram a cobrar pela versão em papel.

Outras cidades do país como Olympia, Port Townsend, Bainbridge Island, Lake Forest Park, no estado de Washington, Eugene (Oregon), Austin (Texas), Jackson (Wyoming) e Boston (Massachusetts) conside-ram estabelecer restrições ao uso das sacolinhas plásticas.

No Brasil

O tema não conta com uma regulação federal, mas alguns municípios têm tomado a iniciativa para disciplinar ou restringir o uso das saco-las plásticas, tipo camiseta. Ainda não haja uma lei nacional, capitais como São Paulo11, Belo Horizonte, Brasília, João Pessoa e Palmas já aprovaram leis que proíbem a distribuição gratuita de sacolas plásti-cas nos caixas, e outras oito capitais, além dos estados do Maranhão e do Rio, já aprovaram leis estaduais que preveem a substituição do plástico por materiais biodegradáveis.

2

11. Lei municipal nº 15.374 /2011.

Page 30: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

29

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas2

Capital Situação sobre as sacolas plásticas

Aracaju (SE)

Lei Municipal 3.714/2009 prevê a substituição das sacolas plásticas por ecológicas que entende-se que são aquelas confeccionadas em material oxibiodegradável ou a sacola do tipo retornável.

Belém (PA)

Lei Municipal de nº 8.862/2011 institui a disponibilização de sacolas ecológicas em substituição às sacolas plásticas convencionais, a vigorando desde 2012.

Belo Horizonte (MG)O tema é disciplinado pela Lei Municipal nº 9529 de 27 de novembro de 2008 e pela Lei Estadual 21.412/14.

Boa Vista (RR) Não foi identificada legislação vigente ou projetos de lei em tramitação.

Brasília (DF) Matéria regulada pela Lei Distrital 4.765/2012.

Campo Grande (MS)

Está em tramitação o Projeto Lei Complementar Legislativo nº 418/14, de 29/05/2014, sobre a substituição de sacolas plásticas de uso único, confeccionados em polietileno, por sacolas biodegradáveis no Município de Campo Grande.

Cuiabá (MT)

A Lei Municipal nº 5.394/11 determina a substituição da tradicional “sacolinha” de plástico por embalagens biodegradáveis em estabelecimentos comerciais. Foi estabelecido do prazo de três anos de adaptação até o banimento completo.

Quadro 1. Situação legal sobre a distribuição de sacolas plásticas nas capitais brasileiras.

Page 31: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

30

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Capital Situação sobre as sacolas plásticas

Curitiba (PR)

Está em tramitação na Câmara Municipal o projeto de lei 005.00269/2014, que estabelece a padronização das sacolas plásticas utilizadas no comércio de Curitiba, com o objetivo de reduzir o uso desse material e aumentar o percentual de lixo reciclado.

Florianópolis (SC)

Lei Municipal nº 7.627 sancionada em 2008 prevê substituição das sacolas plásticas por ecológicas que entende-se que são aquelas confeccionadas em papel, tecido ou material oxibiodegradável. O prazo máximo para os estabelecimentos comerciais adaptarem-se de 18 meses.

Fortaleza (CE) Não foi identificada legislação vigente ou projetos de lei em tramitação.

Goiânia (GO)Lei Municipal nº 16.268, de 29 de maio de 2008 prevê o uso de sacolas biodegradáveis, começará a vigorar em 2018.

João Pessoa (PB)Dispõe da Lei Estadual nº 8.855/2009, obrigando estabelecimentos a substituir as sacolas de plásticos por embalagem de papel.

Macapá (AP)

Na capital a regulação é dada pela Lei Municipal nº 1.903/2011, que determina a substituição das sacolas plásticas por sacolas reutilizáveis, biodegradáveis, foto-degradáveis, hidrossolúveis ou oxi-biodegradáveis. O Estado conta também com a Lei nº 1.550/2011, que trata da proibição da venda e distribuição de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais do Amapá.

2

Page 32: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

31

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Capital Situação sobre as sacolas plásticas

Maceió (AL)

Tramita Projeto de Lei (nº 04/2015) na Assembleia do estado tratando da substituição de sacolas plásticas convencionais por biodegradáveis e redução do consumo de embalagens em estabelecimentos comerciais.

Manaus (AM)

Lei Municipal nº 224/2014 prevê substituição das sacolas plásticas por ecológicas que entende-se que são aquelas confeccionadas em material biodegradável, reutilizável ou regional.

Natal (RN)

Lei Municipal nº 295/2009 que obriga os estabelecimentos comerciais de Natal a - quando utilizarem sacolas plásticas – que sejam apenas do tipo oxi-biodegradável – OBP’s.

Palmas (TO)

A Lei Municipal nº 1.568/2009 proíbe o uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos, o prazo para implantação era de 24 meses, sem previsão de multas.

Porto Alegre (RS)

Lei Municipal nº 11.032/2011 determinou que os supermercados devem trocar as sacolas plásticas por biodegradáveis. O prazo limite para a implantação foi 2012. Descumprimento prevê advertência, multa e suspensão do alvará.

2

Page 33: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

32

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Capital Situação sobre as sacolas plásticas

Porto Velho (RO)Vigorava a Lei Municipal nº 2.531, de 25 de julho de 2011, no entanto, esta foi revogada em agosto de 2014, por dificuldades de implantação.

Recife (PE)Lei Municipal nº 17.475/2008 que obriga o uso de sacolas biodegradáveis. Prazo de implantação de um ano.

Rio Branco (AC) Não foi identificada legislação vigente ou projetos de lei em tramitação.

Rio de Janeiro (RJ) Lei estadual nº 5.502 de 15 de julho de 2009 prevê o recolhimento e recompras das sacolas plásticas.

Salvador (BA) Há projetos tramitando na Câmara de Vereadores

São Luís (MA)Lei estadual nº 8.884, de 2010, obriga os estabelecimentos a usarem sacolas biodegradáveis.

São Paulo (SP)Lei nº 15.374/2011 proíbe a disponibilização de sacolas plásticas descartáveis nos estabelecimentos comerciais da cidade.

Teresina (PI)

Lei nº 3.874 de 09 de junho de 2009 proíbe a utilização de sacolas plásticas que não se decompõem em até 18 meses. Entrou em vigor em 2 de janeiro de 2010 e prevê multa de R$ 5 mil.

Vitória (ES)Lei municipal nº 7.897, de 1º de abril de 2010 diz que as empresas deverão substituir as sacolas em até 12 meses.

2

Page 34: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

33

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Além da crescente conscientização do cidadão seja no plano nacional ou no internacional, há um movimento internacional que também busca alternativas para o uso das sacolas plásticas.

2

Page 35: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

3Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 36: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

35

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas3

3. As diferentes tecnologiasA substituição dos sacos de papel pelas sacolas plásticas teve início nos anos de 1970, com o objetivo de reduzir o custo de embalagens ao consumidor e trazer mais praticidade no transporte das compras. A partir de então, a indústria buscou novas alternativas que fossem ambientalmente corretas e criou outros tipos de embalagens como as sacolas oxibiodegradável, biodegradável, compostável, entre outras.

Todas as soluções e tecnologias disponíveis, até o momento, tem po-tencial, limitações e riscos. Independentemente da tecnologia a ser empregada a reutilização será sempre a opção mais sustentável.

Sacolas plásticas convencionais

Sacolas plásticas do tipo camiseta são produzidas a partir do polieti-leno, podendo apresentar diferentes caraterísticas de acordo com a tipologia. Este produto derivado do petróleo teve sua expansão no varejo como alternativa para transporte de mercadorias, uma vez que apresentam qualidade, durabilidade, praticidade e economia.

Saiba as diferenças

Polietileno Densidade Propriedades

Polietileno de baixa densidade

(PEBD)0,91-0,925 g/cm³

• Inerte à temperatura ambiente• Resistente ao impacto• Translúcido ou transparente• Flexível

Polietileno linear de baixa densidade

(PEBDL) 0,91-0,925 g/cm³

• Maior rigidez comparado ao PEBD• Boa resistência a tração e ao rasgo• Menor permeabilidade a gases

comparado ao PEBD

Polietileno de alta densidade (PEAD) 0,945-0,96 g/cm³

• Resistência química• Maior dureza comparado ao PEBD

Page 37: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

36

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) por meio da Norma Técnica 14.937:2005 organizou as sacolas plásticas por famí-lias de produtos conforme a sua capacidade de carga. Cada uma das famílias deverá ser certificada obedecendo critérios de resistência à impactos, carga, perfuração, dimensões e espessura.

Quadro 2. Classificação Norma Técnica 14.937 (ABNT, 2005)

Família Capacidade nominal (gramas)

A 0 999

B 1.000 A 4.999

C 5.000 a 9.999

D Acima de 10.000

3

Page 38: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

37

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Sacolas oxibiodegradáveis

Sacolas produzidas a partir desse material começaram a ser usada no varejo no ano de 2003, como alternativa ao uso do polietileno puro. A produção destes produtos quando ocorrem a partir de polímeros de petróleo e contam com o incremento do aditivo D2W, cujo pres-suposto é acelerar a decomposição do plástico, por meio da indução da formação de partículas menores. De acordo com os fabricantes, essa sacola, se decomporia em até 18 meses em contato com o calor, o ar e a umidade, porém, não há consenso na comunidade científica de que isso ocorra. Além disso, o plástico oxibiodegradável não pode passar pela reciclagem mecânica, o método mais comum no Brasil. Assim como o plástico verde e o biodegradável, é mais caro que o plástico comum.

Apesar de terem surgido como uma alternativa, pesquisas nacionais e internacionais indicam que o processo de decomposição deixa re-síduos químicos no solo, que poderiam comprometer o equilíbrio da microfauna do solo e da água. Tais incertezas geram dúvidas quanto a segurança do processo, além disso, como são feitas dos mesmos combustíveis fósseis que as sacolas convencionais, significa que tam-bém contribuem para o aquecimento global.

Sacola biodegradável e compostável

São sacolas produzidas exclusivamente a partir de matérias-primas, como o amido de milho, mandioca, cana-de-açúcar, batata entre ou-tros produtos de origem orgânica. Estes produtos podem ser degra-dados por microrganismos (bactérias ou fungos) na presença de água e dióxido de carbono (CO2). Segundo os fabricantes, a decomposição deverá ocorrer em até 180 dias.

Para que essa sacola não agrida o meio ambiente, após o descarte, deve seguir para um local adequado para a compostagem (usinas), com temperatura, umidade e pressão controladas. O ambiente dos

3

Page 39: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

38

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

aterros sanitários é anaeróbio, não tem característica de biodegrada-ção para este tipo de sacola.

As matérias-primas totalmente biodegradáveis, devem seguir as nor-mas NBR 15448-1/2, ASTM D 6400 e EN 13432; e devem Possuir o selo "Compostable" emitido pelo BPI, instituto de produtos biode-gradáveis dos EUA.

As sacolas plásticas biodegradáveis e compostáveis são vistas como boas alternativas ambientais. No entanto, há poucos distribuidores no mercado e há restrições de insumos para um abastecimento em larga escala. O preço do plástico biodegradável também é mais alto que o do plástico comum.

Sacolas reutilizáveis

São sacolas não descartáveis, que apresentam longo período de tempo de utilização. Podem ser produzidas com materiais variados, como algodão, TNT12, palha, ráfia, material reciclado, tecidos diver-sos, entre outros.

Atualmente, em todo o mundo, tais sacolas, têm unanimidade de aceitação como solução para a reduzir a distribuição gratuita das sa-colas plásticas convencionais.

Ponto de atençãoSacolas retornáveis precisam ser lavadas periodicamente. É preciso orientar a população para a higienização constante, evitando a con-taminação dos alimentos transportados.

12. Tecido não Tecido

3

Page 40: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

39

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Sacolas reutilizáveis a partir de plástico verde

O conhecido plástico verde é feito a partir da inclusão de matérias--primas renováveis, na mistura da base de polietileno comum. A mistura é responsável pela redução da emissão de CO2. A balança sustentável do plástico verde mostra que para cada tonelada de po-lietileno verde produzido são capturados e fixados até 2,5 toneladas de CO2 da atmosfera, sem que seja perdida as características de reci-clabilidade. No entanto, o plástico verde não é biodegradável, assim o CO2 capturado durante o cultivo da cana-de-açúcar permaneça fi-xado por todo o período de vida do plástico.

Comprovando...

O Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), realizou testes comparati-vos entre quatro diferentes tipos de embalagem de supermercado, algumas conhecidas como “degradáveis”, apresentou resultados os percentuais de biodegradação em cada material dos produtos – a margem de erro foi de 10%: as de papel biodegradaram cerca de 40%; as de plástico comum 30%; as de amido de milho (feita a partir de fontes renováveis) 15%; e as oxibiodegradáveis (que recebem adi-tivos para se degradarem mais rápido) apenas 2%.

De modo geral, nas condições do teste, nenhuma das amostras anali-sadas pode ser considerada como de fácil biodegradação, isto é, não serão degradadas rapidamente na natureza.

Segundo a determinação do protocolo “Teste da Biodegradabilidade Imediata pela Medida do Dióxido de Carbono Desprendido em Sistema Aberto”, facilmente biodegradável é todo material cujo con-teúdo orgânico se transforma em água e gás carbônico (mínimo 60%), em até 28 dias. Compostável, por sua vez, é o material que se bio-degradou e gerou húmus com ausência de metais pesados e subs-tâncias nocivas ao meio ambiente, que permitem a germinação e o desenvolvimento normal de plantas.

3

Page 41: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

40

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

O ensaio realizado no Instituto consiste em submeter os diferentes tipos de embalagens em uma solução mineral para que elas sejam consumidas por microrganismos naturais, retirados da natureza (solo, lago, lodo), simulando com maior intensidade o que pode acontecer no meio ambiente. Sendo assim, as sacolinhas são a única substân-cia orgânica fonte de “alimento” para essas bactérias. A avaliação da biodegradabilidade é realizada em condições similares, tanto quanto possível, às do ambiente de destinação.

A biodegradação leva a formação de dióxido de carbono (CO2), água e biomassa. A porcentagem de CO2 apresentado pelo material es-tudado, em relação ao total de CO2 teoricamente esperado para a completa oxidação do conteúdo de carbono da amostra (CO2 – teóri-co), informará se a sacola é biodegradável ou biorresistente, determi-nada nessa metodologia por 28 dias. Já no Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas, foram realizados os ensaios para identificação química das sacolas plásticas. Por meio desta técnica, foi identificado que as sacolas “oxidegradável” e “convencional” são constituídas de polietileno, um dos tipos de plástico mais comum. Na sacola de “amido” foi identificada a presença de um constituinte polimérico quimicamente diferente das outras duas citadas, um po-límero do tipo poliéster, que inclui produtos químicos presente nas plantas. É importante ressaltar, que as técnicas empregadas não per-mitem identificar a presença de possíveis aditivos nas sacolas, como os oxidegradáveis. Ainda, não é possível avaliar origem do material polimérico, se é proveniente de uma fonte renovável ou não.

Normas do estudo

O IPT realizou o ensaio baseado no “Teste da Biodegradabilidade Imediata pela Medida do Dióxido de Carbono Desprendido em Sistema Aberto” (Norma do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis - E.1.1.2. - 1998), seguindo as prescrições do “Manual de Testes para Avaliação da Ecotoxicidade de Agentes Químicos do IBAMA” e do guia “OECD Guideline for Testing of Chemicals, 301 (1992)”.

3

Page 42: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

41

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

A Norma Brasileira “ABNT NBR 15448”, em vigor hoje no Brasil, aten-de às principais normas utilizadas pelas instituições internacionais (ISO 14855:1999, EN 14045:2003, EN 13432 e OECD 208 vigentes). Os testes especificados nessa norma estão sendo implantados no LBI e permitirão avaliar se o material analisado além de biodegradável, é ainda compostável e não tóxico.

3

Page 43: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

4Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 44: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

43

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

4. Pontos debatidos

Educação ambiental

Fortalecimento das campanhas de conscientização e uso racional

Um dos consensos do grupo é que as informações para o consumidor sobre sacolas plásticas são insuficientes e não abordam as consequên-cias ambientais que o uso acarreta. O forte aspecto cultural da socie-dade brasileira, que ao longo de mais de 30 anos, incorporou o hábito de utilizar as sacolas plásticas para a disposição do lixo doméstico. Tal vínculo deverá exigir um pouco mais de tempo para impor mudanças de comportamento significativas para a redução do uso do produto. Uma constatação está no fato que não existe a associação, por parte do consumidor, que as sacolas não são gratuitas e que seu custo está embutido no preço dos produtos. Além do consumidor não perceber o custo das sacolas e entender que elas são úteis para descartar o lixo, ele não entende porque deve descartar corretamente e nem tem meios de realizá-lo, por falta de sistema de coleta seletiva nas cidades.

A educação ambiental referente ao descarte e uso do produto foi ob-jeto de discussão, a partir do entendimento de que grande parte dos problemas causados pelas sacolas plásticas deve-se a seu descarte incorreto ou uso pós-consumo inadequado. Outro ponto também discutido foi o fato de não haver controle de qualidade das sacolas, o que provoca um consumo ainda maior.

Concluiu-se que existe a necessidade do fortalecimento das Campanhas de Conscientização a fim de manter-se um fluxo de comunicação com informações de qualidade e levar o consumidor a se conscientizar so-bre o consumo racional, motivado pela compreensão do impacto acu-mulado, do consumo excessivo e do desperdício e descarte correto.

4

Page 45: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

44

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Dentre as propostas debatidas foi indicado que as campanhas pode-riam levar a frase: “O MMA adverte que o uso e descarte incorreto de sacolas plásticas fazem mal ao meio ambiente”. O setor industrial discordou do slogan, pois entenderam que as campanhas de educa-ção, não devem ser “vilanizar” as sacolas e sugere que as mensagens sejam educativas.

Programas de desconto

As experiências com as operações de desconto foram consideradas eficientes, do ponto de vista da adesão do consumidor, mas demons-traram, sob o aspecto tributário, operacionalmente difíceis.

Plástico com maior gramatura (mais resistente)

O aumento da gramatura das sacolas foi indicado como uma forma de tornar o produto mais resistente e atender à norma ABNT NBR 14937 - Sacolas plásticas tipo camiseta - Requisitos e métodos de ensaio13.

Pontuou-se que a aplicação desta norma pelo setor produtivo, associada às campanhas de educação ambiental tanto para o consumidor, como pelos empregados dos supermercados, poderiam reduzir a prática co-mum do uso de duas sacolas, uma dentro da outra, para embalar as com-pras, numa prova de desconfiança em relação à resistência do produto.

A indústria do plástico é favorável ao processo de certificação compulsó-rio das sacolas plásticas e foi sugerido pelo setor que a norma ABNT NBR 14937, de caráter voluntário, fosse transformada em uma certificação compulsória pelo Inmetro.

O MDIC demonstrou ser favorável à certificação, pois entende que esse instrumento reduziria a utilização indevida e excessiva de sacolas, pois a partir do indicativo da capacidade máxima na sacola, o desperdício poderia ser evitado.

4

13. O documento, publicado em

2005 pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas - ABNT, estabelece

critérios mínimos de qualidade

para o produto, baseados,

principalmente, em testes de

resistência.

Page 46: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

45

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

O Inmetro esclareceu a diferença entre norma (voluntária) e regula-mento (compulsório). Apontou, ainda, que quando da abordagem de um problema a ser resolvido deve-se responder algumas perguntas: os benefícios justificam os meios? O regulamento vai resolver o pro-blema? A análise do Inmetro na abordagem do tema” uso racional das sacolas” leva em consideração, além da resistência e qualidade, os aspectos associados à sustentabilidade. O estudo da implantação de um regulamento avalia, ainda, as melhores práticas internacionais a respeito da problemática, buscando alternativas além da regula-mentação, tipo Acordo Setorial, informação e educação.

O Inmetro sinalizou que um programa de certificação compulsório de sacolas plásticas implicaria em custos de fiscalização para o governo e destacou que um instrumento mais simples seria uma norma ABNT, que é menos onerosa apesar de ser menos eficaz devido a adesão voluntária; e ressalta ainda que, se o grupo optar pela certificação compulsória, o custo deverá ser compartilhado com o setor produ-tivo, já que a qualidade do material é de responsabilidade da indús-tria, segundo determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) no art. 3 XII.

Art.3. XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos pro-dutivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

Riscos da perda dos postos de trabalho

O risco sobre a permanência dos postos de trabalho na indústria quí-mica foi um ponto abordado no debate, no entanto, seria necessário análises mais complexas em relação aos impactos que a redução do consumo de sacolas plásticas poderia representar. Sobre esse item seria necessário um aprofundamento sobre outros aspectos reque-ridos para a adoção de medidas que fossem capazes de minimizar o risco da perda dos postos de trabalho neste segmento da indústria.

4

Page 47: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

46

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Porém, somente a manutenção desses empregos não seria justificá-vel como argumento para reavaliar a questão, pois a evolução tec-nológica seria capaz de gerar empregos de qualidade para esses tra-balhadores em outros segmentos do plástico, como já acontece em diferentes partes do mundo; e que manutenção das atuais causaria danos ainda maior ao meio ambiente e a sociedade.

Gratuidade ou Cobrança

Considerado o ponto mais polêmico, pois as entidades possuem dife-rentes entendimentos.

O entendimento do Ministério do Meio Ambiente é que o ideal seja a substituição gradual e parcial pela sacola retornável, pois muitos paí-ses o uso do produto ocorre de forma combinada, ou seja, o modelo plástico com o retornável. As sacolas disponibilizadas sem o custo visível para o consumidor, pelo comércio varejista, acabam se tor-nando descartáveis, às vezes nem chegam a cumprir nem a tarefa de chegar preservadas ao seu destino. Como o saco plástico descartado de forma incorreta gera um dano que é solucionado com recursos públicos, nada mais justo do que o cidadão que não abre mão das sacolas plásticas, ou que utiliza indiscriminadamente pague por seu ato de consumo.

No Brasil, a Lei 6.938/81, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, adota o princípio, ao apontar como uma das finalidades “a imposição ao usuário, da contribuição pela utilização dos recursos ambientais com fins econômicos e da imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados.”, Este princípio foi mantido e re-forçado pela Lei nº 12.305/2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o que implica em responsabilidade da indústria, do comér-cio e do consumidor.

A Abras entende que para reduzir o consumo das sacolas plásticas é necessário passar por um processo de conscientização, por meio

4

Page 48: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

47

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

das campanhas educativas, programas de desconto até a cobrança para que a população identifique e internalize que as sacolas não são produtos gratuitos.

A Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF) discorda da cobrança das sacolas, posição também defendida pelos representantes dos trabalhadores da Indústria Química.

O MDIC considera que a prerrogativa de cobrança é do comerciante, pois o custo é do estabelecimento. Entretanto, se um comerciante toma essa iniciativa isoladamente, e os demais não o fazem, corre o risco de perder mercado.

Análise de Ciclo de Vida – ACV

O representante da academia sugeriu que seja considerado o fomen-to de estudos de análise de ciclo de vida para avaliar os reais impac-tos das tecnologias disponíveis para as sacolas no meio ambiente e urbano, levando em conta os diferentes cenários do uso das sacolas.

4

Page 49: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

48

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

5Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 50: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

49

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

5. ConclusãoEmbora o grupo não tenha chegado a um consenso na totalidade dos itens propostos, principalmente, no que tange a cobrança das sacolas plásticas, ele deixa um legado de possibilidades na continuidade dos trabalhos em ações acordadas ente o MMA e as partes interessadas. Essa foi a primeira vez que os principais atores, relacionados ao tema, reuniram-se e puderam manifestar seus interesses institucionais, dis-pondo-se a tratar da evolução do pacto setorial, especialmente, da mudança no padrão de produção e consumo das sacolas plásticas.

Nesse sentido o MMA tem o objetivo de continuar a incentivar a redução do consumo de sacolas plásticas motivado pela compreen-são do impacto acumulado do consumo excessivo e do desperdício no uso destes itens. Significa consignar, após ter ouvido as partes, seu desejo de continuar com o Pacto MMA/Abras. Reconhecendo a necessidade de ajustes e considerando os resultados do GT e da avaliação, feita pela Abras, dos primeiros anos de implementação do Pacto e a evolução do entorno normativo acerca do tema14. Conclui-se que é imperativo o reexame da meta e, sobretudo o aperfeiçoamento da estratégia.

O MMA reconhece a importância da Indústria do plástico, e deixa manifesto, seu desejo de estimular iniciativas, em parceria com o setor produtivo, que reduzam progressivamente o impacto ambien-tal do atual padrão de produção, bem como a disseminação do uso consciente dos produtos que utilizam estes materiais. É intenção do MMA expor, à consideração da indústria do plástico, o fomento de estudos de abordagens de ciclo de vida que ajudem a avaliar os im-pactos das tecnologias disponíveis para as sacolas no meio ambiente e urbano, levando em conta diferentes cenários do uso das sacolas. Tanto o Inmetro como a representação da academia manifestaram interesse em colaborar para contribuir diretamente para a expansão e competitividade sustentável da indústria do plástico.

5

14. O pacto entre a ABRAS e o MMA foi assinado no dia do Consumidor, 15 de março de 2011. Pelo termo de compromisso assinado à época, a Abras comprometeu-se a reduzir em 40% o consumo de sacolas plásticas até 2015.

Page 51: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

50

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Seguindo este preceito, o MMA compromete-se a não estimular a criação de leis que banissem ou mesmo substituíssem o material das sacolas plásticas, entendendo que estas ações não aumentariam a consciência do consumidor acerca de sua responsabilidade com o meio ambiente e a qualidade de vida. Considera que mudanças do padrão de produção e consumo para uma sociedade mais sustentá-vel são mais efetivas quando ancoradas em políticas de promoção e de estímulos via mercado e expansão do consumo responsável.

5

Page 52: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

51SiglasABIEF – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas FlexíveisABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do PlásticoABNT – Associação Brasileira de Normas TécnicasAbras – Associação Brasileira de SupermercadosACV – Análise de Ciclo de Vida Ademe – Agência Francesa para o Meio Ambiente e Controle de EnergiaAmis – Associação Mineira de SupermercadoApas – Associação Paulista de SupermercadosCempre – Compromisso Empresarial pela ReciclagemCNI – Confederação Nacional da IndústriaCNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico CNTQ – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico CUT – Central Única dos TrabalhadoresFEQUIMFAR – Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo FETQUIM – Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT do Estado de São Paulo FMI – Fundo Monetário InternacionalIBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos RenováveisICECON – Instituto Nacional de Defesa do ConsumidorInmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e TecnologiaIPT – Instituto de Pesquisa TecnológicaMDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MJ – Ministério da JustiçaMMA- Ministério do Meio AmbienteMP – Ministério PúblicoPlandec – Plano Nacional de Consumo e CidadaniaPlastivida – Instituto PlastividaPNRS – Política Nacional de Resíduos SólidosProcon – Instituto de Defesa do ConsumidorSAIC – Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania AmbientalSenacon – Secretaria Nacional do ConsumidorSRHU –Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente UrbanoUSP – Universidade do Estado de São Paulo

SIG

LAS

Page 53: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

ANEXO 1Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 54: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

53Composição do GT Sacolas Plásticas O grupo teve como participantes representantes do poder público, do comércio, da indústria, dos órgãos de proteção aos consumidores e dos trabalhadores do setor da indústria.

I. Secretarias de Articulação Institucional (SAIC) e Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do MMA;

II. Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC;

III. Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon);

IV. Associação de Procon (s) do Brasil;

V. Coordenadoria-Geral de Análise da Competitividade e Desenvolvimento Sustentável do MDIC;

VI. Inmetro;

VII. Confederação Nacional da Indústria (CNI);

VIII. ABIEF;

IX. Abiplast;

X. Plastivida;

XI. CNC;

XII. Cempre;

XIII. Abras;

XIV. USP;

XV. CUT;

XVI. CNTQ/IDECOM

ANEX

O 1

Page 55: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

ANEXO 2Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 56: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

55Pacto Setorial ABRAS/MMA

PACTO SETORIAL, QUE ENTRE SI CELEBRAM O GOVERNO FEDERAL, POR MEIO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, E A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS (ABRAS), NO ÂMBITO DO PLANO DE AÇÃO PARA PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEIS, OBJETIVANDO A TOMADA DE AÇÕES DESTINADAS A REDUZIR O CONSUMO DE SACOLAS PLÁSTICAS EM TODO O TERRITÓRIO BRASILEIRO.

A UNIÃO, por intermédio do MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), órgão da Administração Pública Federal, nos termos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003 e do Decreto no 6.101, de 26 de abril de 2007, inscrito no CNPJ no 37.115.375/0001-07, com sede na Esplanada dos Ministérios, Bloco “B”, 5o andar, Brasília/DF, neste ato representado pela Ministra de Estado, IZABELLA MÔNICA VIEIRA TEIXEIRA, brasileira, solteira, nomeada pelo Decreto Presidencial de 1º de janeiro de 2011, publicado no Diário Oficial da União de 1º de janeiro de 2011 - Edição Especial, residente e domiciliada em Brasília/DF, portadora da Carteira de Identidade nº 457.256 - SSP/DF, inscrita no CPF nº 279.754.601-68, e a ABRAS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS, associação de classe sem fins lucrativos, CNPJ/MF no 62.360.268/0001-91, com sede na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Diógenes Ribeiro de Lima, 2872, Alto da Lapa, a se-guir denominada ABRAS, neste ato representada pelo seu Presidente SUSSUMU HONDA, brasileiro, empresário, portador da Carteira de Identidade nº 8.519.951-5 e CPF/MF nº 872.559.798-15, casado, re-sidente e domiciliado em São Paulo-SP, em conformidade com os po-deres que lhes são conferidos e constantes do Estatuto Social, resol-vem celebrar o presente Pacto Setorial de acordo com as cláusulas e condições seguintes:

CONSIDERANDO os diversos impactos ambientais causados pelo consumo excessivo de sacolas plásticas em todo o mundo e também no Brasil e que há alternativas ambientalmente amigáveis e acessí-veis à população;

ANEX

O 2

Page 57: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

56CONSIDERANDO que a maior parte da distribuição de sacolas

plásticas ocorre através da atividade supermercadista e que este tipo de varejo recebe milhões de consumidores todos os dias, sendo ca-nal comunicação direto com este público;

CONSIDERANDO o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis, que tem como objetivo promover a mudança dos pa-drões de produção e consumo brasileiros para outros que tragam maior harmonia entre as atividades humanas e o meio ambiente, no âmbito do qual se celebra este Pacto Setorial;

CONSIDERANDO que o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis está em convergência com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 02 de agosto de 2010, na qual se estabelece como princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

CONSIDERANDO ser a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) entidade que representa as vinte e sete associações es-taduais de supermercadistas, abrangendo setenta e oito mil estabeleci-mentos distribuídos em todo o território nacional, preocupada com seu papel de incentivar melhores práticas ambientais no setor; e

CONSIDERANDO a responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente pela aplicação dos instrumentos da legislação ambiental previstos no âmbito federal e sua operacionalização, por meio da criação e aplicação de dispositivos e regulamentos específicos, bem como pelo zelo de seu cumprimento, de modo a orientar os setores da sociedade brasileira para o estabelecimento de padrões susten-táveis de produção e consumo, resolvem celebrar o presente PACTO SETORIAL, nos termos e condições constantes nas Cláusulas a seguir:

CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO

O presente PACTO SETORIAL tem por objeto estabelecer a meto-dologia de implementação e acompanhamento das ações do setor

ANEX

O 2

Page 58: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

57supermercadista para reduzir o consumo de sacolas plásticas por parte de seus clientes, para o alcance das metas acordadas entre a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), qual sejam, a redução do consumo de saco-las plásticas em 30% até 2013 e em 40% até 2015.

CLÁUSULA SEGUNDA – DAS RESPONSABILIDADES DAS PARTES

O objeto deste PACTO SETORIAL será implementado pela ABRAS e monitorado pelo MMA, da forma a seguir definida:

I – A ABRAS viabilizará, na medida de suas possibilidades, ampla campanha para redução da distribuição de sacolas plásticas no pon-to de venda, tendo em vista o número base de sacolas plásticas em 2010, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) e Instituto Nacional do Plástico (INP), de 14 bilhões de sacolas. Desta campanha fazem parte:

• Educação – Informações sobre o uso consciente das sacolas serão enfatizados nos Cursos da Escola Nacional de Supermercados - ENS (operador de caixa e empacotador).

• Campanha Publicitária: Criação aberta para adesão voluntária de todas as redes (anúncios, cartazes de PDV, etc.) e busca de outras mídias (TV aberta, rádio, etc.).

• Prêmio – A ABRAS premiará as melhores iniciativas de redução do uso de sacolas/ações sustentáveis: Prêmio Abras Sustentabilidade.

• Divulgação – Meios de Comunicação Abras (Revista SuperHiper e Portal Abras) e eventos/reuniões da entidade (Convenção Abras) e das associações estaduais (27 afiliadas).

a) Indicadores para monitorar a redução do uso de sacolas e al-cance das metas

A Abras irá acompanhar os níveis de redução da distribuição de sa-colas plásticas nos supermercados, tendo em vista o cumprimento da meta de redução do consumo de 30%, até 2013, e 40% até 2015.

ANEX

O 2

Page 59: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

58• Pesquisa Ranking Abras – A área de economia e pesquisa da Abras

incluiu no questionário da pesquisa Ranking uma pergunta sobre o número de sacolas consumidas pelas redes respondentes (cerca de 700 empresas, incluindo as maiores e mais importantes empresas do setor no País).

• Pesquisa Qualitativa 50 maiores e 27 Associações Estaduais – A Abras também realizará uma pesquisa qualitativa anual com essas fontes para averiguar as quedas de consumo.

b) formas de monitoramento do alcance das metas pelo MMA

• Os dados já obtidos pelo Ranking Abras 2011, base de consumo 2010, atestam bem a base de consumo escolhida pela entidade e servirão para monitorar a redução do uso de sacolas a cada ano, de forma macro.

• As informações a serem levantadas pela pesquisa qualitativa, a ser desenhada em conjunto com o MMA, darão além de resultados obtidos em ações e campanhas específicas, os cenários em cada região do país e uma lista de melhores práticas.

II – Ao Ministério do Meio Ambiente competirá, na medida de suas possibilidades:

a) monitorar o atingimento das metas acordadas através do Relatório Anual do Pacto Setorial ABRAS/MMA, a ser produzido pela ABRAS e entregue ao Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis (DPCS) da Secretaria de Articulação e Cidadania Ambiental (SAIC/MMA), que avaliará os avanços obtidos e poderá su-gerir ações que auxiliem o alcance do objeto deste PACTO SETORIAL;

b) dar legitimidade e reconhecimento público das ações/ativi-dades, em andamento ou concluídas, e dos resultados derivados deste PACTO SETORIAL, por meio de declarações públicas, verbais ou escritas; e

c) apoiar, quando e se necessário, de forma adequada, com suas instalações, infraestrutura e seu pessoal técnico e administrativo, a realização das ações/atividades derivadas deste PACTO SETORIAL.

ANEX

O 2

Page 60: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

59CLÁUSULA TERCEIRA – DA DIVULGAÇÃO DO PACTO SETORIAL

As partes comprometem-se a dar ampla divulgação do presente PACTO SETORIAL, bem como dos ajustes, termos, documentos que derivarem deste, fazendo o mesmo em relação aos resultados dos trabalhos desenvolvidos, como forma de manter informados os cida-dãos-consumidores brasileiros.

CLÁUSULA QUARTA – DOS RECURSOS FINANCEIROS

O presente PACTO SETORIAL não envolve transferência de recursos financeiros ou recursos humanos entre as partes, cada qual arcando com eventuais despesas necessárias à execução de sua parte.

As dotações ou destinações de verbas ou recursos específicos, por demanda ou projetos que venham a ser objeto de negociação, serão devidamente processadas na forma da Lei e da celebração de instru-mentos específicos.

Caberá às partes demandar seus melhores esforços para a realização do objeto deste PACTO SETORIAL.

CLÁUSULA QUINTA – DA VIGÊNCIA

O presente PACTO SETORIAL terá vigência com início em 15/03/2011 e seu término em 01/01/2016.

CLÁUSULA SEXTA – DOS CASOS OMISSOS

Os casos omissos serão solucionados por entendimento entre as par-tes, por meio de suas respectivas áreas competentes.

CLÁUSULA SÉTIMA – DAS ALTERAÇÕES

O presente PACTO SETORIAL poderá ser alterado a qualquer tempo, mediante instrumento escrito firmado entre os signatários.

ANEX

O 2

Page 61: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

60CLÁUSULA OITAVA – DA UTILIZAÇÃO DO NOME E LOGOMARCA

O nome e a logomarca da ABRAS ou do MMA somente poderão ser utilizados reciprocamente pelas partes, exclusivamente na consecu-ção do objeto deste instrumento, sob pena de responder pelas per-das e danos decorrentes do seu uso indevido.

CLÁUSULA NONA – DO FORO

As partes elegem o Foro da Justiça Federal, Seção Judiciária de Brasília-DF, renunciando a qualquer outro, por mais privilegiado que seja, para dirimir controvérsias oriundas do presente instrumento.

E por estarem de pleno acordo, as partes assinam o presente Pacto Setorial em 02 (duas) vias, de igual teor, valor e forma, na presença de 02 (duas) testemunhas abaixo nomeadas e identificadas.

Brasília, 23 de novembro de 2011.

ANEX

O 2

IZABELLA TEIXEIRAMinistra do Meio Ambiente

SUSSUMU HONDAPresidente

Associação Brasileira de Supermercados

Page 62: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas
Page 63: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

ANEXO 3Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 64: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

63

ANEX

O 3

Proposta da Indústria do Plástico A proposta da indústria do plástico, representada pela Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief ) e pelo Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida) foi forma-lizada por de correspondência encaminhada à Coordenação do GT, em 19 de julho de 2013, cujo teor considerava a meta estabelecida entre o Ministério do Meio Ambiente e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), qual seja a de reduzir em 40% o volume de sacolas até 2015, bem como os itens apresentados, discutidos e acor-dados em nossa última reunião, referentes às campanhas informati-vas sobre o uso correto das sacolas plásticas.

Acordo de Cooperação para consumo responsável de sacolas plásti-cas nos minimercados/supermercados/hipermercados do país.

JUSTIFICATIVA:

O presente Acordo de Cooperação tem por objetivo disseminar o uso consciente de sacolas plásticas nos minimercados/supermercados/hipermercados do país e combater o desperdício de embalagens, por meio de ações permanentes de educação ambiental, conduzidas em parceria entre as entidades representantes do Ministério do Meio Ambiente, da indústria, de minimercados/supermercados/hipermer-cados, órgãos que atuam pela defesa dos interesses dos consumido-res e de outros segmentos da sociedade.

Este Acordo tem por base o princípio dos 4 R’s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Repensar), aplicados ao uso de embalagens e visa adequar-

-se às diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Para tanto, faz-se fundamental incentivar a prática do consumo responsável por meio da disponibilização de sacolas plásticas tipo camiseta mais resistentes, que evitem o uso em duplicidade e a su-butilização no acondicionamento dos produtos. Com isso, obtém-se

Page 65: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

64significativa redução das quantidades consumidas. O consumidor terá, também, a opção de adquirir sacolas retornáveis como alterna-tiva para o transporte de suas compras.

Sob este cenário, o Grupo de Trabalho constituído pelo Ministério do Meio Ambiente acerca do tema Sacolas Plásticas, que tem como propósito aliar as demandas ambientais e de defesa do consumidor acerca do uso das sacolas plásticas pela população em minimerca-dos/supermercados/hipermercados do país, contribuindo definiti-vamente para a solução desse questionamento por meio da prática da Educação Ambiental, decide promover este acordo conforme as cláusulas abaixo:

CLÁUSULA PRIMEIRA: DOS OBJETIVOS E RESULTADOS ESPERADOS

1. O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério Público, a Indústria do Plástico, o Setor Supermercadista, Instituições de Defesa do Consumidor, Instituições Acadêmicas e de Normalização e Instituições Sindicais de Trabalhadores comprometem-se a buscar a melhoria contínua da qualidade das sacolas plásticas, a praticar ações de edu-cação ambiental pelo consumo responsável do produto, bem como orientar o consumidor sobre o descarte correto de sacolas plásticas em todo o país.

2. Tornar este Acordo de Cooperação orientador nas demandas dos âmbitos de meio ambiente, direito do consumidor e jurídico e baliza-dor das ações propostas aos signatários e seus representados.

3. Em respeito aos interesses econômicos do consumidor e pela preservação do meio ambiente, indústria e minimercado/supermer-cado/hipermercado se comprometem a ampliar para todo o país o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que tem por objetivo disponibilizar sacolas plásticas de qualidade comprovada, conforme Norma Técnica da ABNT e Selo de Qualidade

ANEX

O 3

Page 66: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

65também criado em decorrência do Programa de Qualidade, bem como orientar a população a utilizá-las de forma responsável, evi-tando o seu uso em duplicidade e a subutilização da sua capacidade. Além disso, o Acordo visa orientar o consumidor a reutilizar, sempre que possível, e descartar essas embalagens de forma correta, objeti-vando a redução do desperdício e a preservação ambiental.

4. Oferecer ao consumidor um leque de opções de sacolas para o transporte de suas compras no check out dos minimercados/supermercados/hipermercados.

5. No caso de sacolas plásticas tipo camiseta, esta será reconhecida como adequada à proposta de proteção ambiental e defesa do con-sumidor, aqui discutida, desde que sejam fabricadas com as maté-rias-primas plásticas listadas abaixo e que estejam em conformidade com as Normas Técnicas ABNT:

• Polietileno de origem petroquímica - NBR 14937

• Polietileno de origem de etanol de cana de açúcar - NBR 14937

• Polímeros biodegradáveis – NBR 14937 e NBR 15448-2 (simultaneamente).

6. Os minimercados/supermercados/hipermercados se comprome-tem a sempre distribuir de forma gratuita ao consumidor ao menos uma das opções listadas no item 5 do presente, evitando-se cobrança em duplicidade.

7. Todo e qualquer tipo de sacolas plásticas considerado neste Acordo e oferecido ao consumidor deve ser fabricado prioritariamente no mercado nacional, desde que tenha custos competitivos, com o obje-tivo de estimular a indústria brasileira e preservar postos de trabalho.

8. O presente Acordo de Cooperação estabelece meta de redução do desperdício de sacolas plásticas em 40% até dezembro/2015, to-mando-se como referência o consumo total do ano de 2007 de 17,9 bilhões de sacolas plásticas.

ANEX

O 3

Page 67: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

66CLAUSULA SEGUNDA – DOS COMPROMISSOS

1. Tornar as Normas Técnicas ABNT – NBR 14937 e 15448-2 compul-sórias por meio de competente Portaria do INMETRO, bem como disseminar o uso do Selo de Qualidade do Programa de Garantia de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas. A Norma Técnica NBR 14937 se aplica as sacolas plásticas tipo camiseta, in-dependentemente das matérias-primas permitidas por este Acordo, porém a adoção do Selo de Qualidade não admite o uso de qualquer tipo de matéria-prima que utilize aditivos aceleradores de oxi-degra-dação. A verificação da qualidade e certificação das sacolas plásti-cas tipo camiseta deverão ser realizadas no âmbito do Programa de Qualidade de Sacolas Plásticas, garantindo, assim, o respeito ao con-sumidor e ao meio ambiente;

2. Garantir a utilização do Selo de Qualidade e do selo do INMETRO nas sacolas tipo camiseta disponibilizadas para o consumidor, garan-tindo, assim, a conformidade com as Normas Técnicas ABNT 14937 e 15448-2, por meio:

Da inclusão de novos fabricantes de sacolas plásticas ao Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas;

Da ampliação do número de minimercados/supermercados/hipermercados que disponibilizam sacolas plásticas tipo cami-seta certificadas;

Do estímulo ao consumidor a exigir dos minimercados/supermerca-dos/hipermercados sacolas plásticas tipo camiseta que atendam a este Acordo.

3. Promover ações de educação ambiental pelo consumo respon-sável de sacolas plásticas nos pontos de vendas dos minimercados/supermercados/hipermercados do país, com o objetivo de reduzir o desperdício de sacolas plásticas (tipo camiseta) e de estimular às suas múltiplas reutilizações e seu descarte correto, inclusive das sa-colas retornáveis.

ANEX

O 3

Page 68: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

674. Divulgar os conceitos dos 4’R em relação às sacolas plásticas: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Repensar.

5. Por meio de ações de educação ambiental, promover a coleta sele-tiva, incentivando a população a usufruir dos atuais pontos de entre-ga voluntária de materiais recicláveis já existentes em minimercados/supermercados/hipermercados, como forma de coletar as sacolas plásticas tipo camiseta não biodegradáveis, não reutilizadas para o descarte de lixo, bem como as sacolas retornáveis em fim de vida útil, visando à reciclagem de ambos os tipos de sacolas, como preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

7. Reconhecer como formas de destinação e descarte corretos de sa-colas plásticas tipo camiseta, tanto sua reciclagem quanto o seu reuso, inclusive para o acondicionamento de resíduos sólidos urbanos.

8. Garantir o direito do consumidor estabelecido no Código de Defesa do Consumidor e expresso em decisões recentes tomadas pelos PROCONS e Ministério Público do Consumidor, no sentido de proibir cobranças indevidas no fornecimento de embalagens (sacolas plásticas) para acondicionamento e transporte de compras.

CLAUSULA TERCEIRA – DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DOS SIGNATÁRIOS

1- DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

a) monitorar o atingimento das metas acordadas através de rela-tório anual, a ser produzido pela indústria do plástico e entregue ao Departamento da Produção e Consumo Sustentável (DPCS) da Secretaria de Articulação e Cidadania Ambiental (SAIC/MMA) que avaliará os avanços obtidos e poderá sugerir ações que auxiliem o alcance do objeto deste Acordo;

b) dar legitimidade e reconhecimento público das ações/atividades, em andamento ou concluídas, e dos resultados derivados deste Acordo de Cooperação, por meio de declarações públicas, verbais ou escritas; e

ANEX

O 3

Page 69: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

68c) apoiar, quando necessário, de forma adequada, com suas instala-ções, infraestrutura e seu pessoal técnico e administrativo, a realiza-ção de ações/atividades derivadas deste Acordo de Cooperação.

2- DAS REDES DE MINIMERCADOS/SUPERMERCADOS/HIPERMERCADOS E SUAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS

a) Promover os objetivos e compromissos estabelecidos nesse Acordo de Cooperação, envidando todos os esforços, recursos hu-manos, materiais, bens e dados técnicos para o alcance das finali-dades propostas.

b) Conscientizar todas as redes supermercadistas associadas no sen-tido de praticar os objetivos e compromissos estabelecidos nesse Acordo de Cooperação.

Atuar institucionalmente e de forma coordenada com os parcei-ros deste Acordo, nas esferas que tenha pleno acesso, para tornar compulsórios os objetivos, compromissos e termos deste Acordo de Cooperação em todo território brasileiro.

c) Oferecer ao consumidor ao menos um tipo de sacola plástica gra-tuita de acordo com este Acordo, para acondicionamento e transpor-te das compras.

d) Adquirir somente sacolas plásticas tipo camiseta certificadas em conformidade com as Normas Técnicas ABNT.

e) Comprar, preferencialmente, sacolas retornáveis nacionais, desde que tenham custos competitivos.

f) Comprometem-se a realizar publicidade do Acordo de Cooperação dentro das lojas das redes de minimercados/supermercados/hipermer-cados, inclusive utilizando veículos internos a cada uma dele, tais como site, newsletter, revistas setoriais, e-mail marketing, dentre outros.

g) Colocar as respectivas assessorias de imprensa à disposição para atender as necessidades de divulgação deste Acordo de

ANEX

O 3

Page 70: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

69Cooperação, bem como realizar outras ações necessárias à divul-gação do mesmo aos consumidores, aos formadores de opinião e aos veículos de imprensa.

h) Permitir que seus pontos de coleta seletiva de resíduos reciclá-veis já existentes possam receber dos consumidores sacolas plásticas recicláveis (tipo camiseta ou retornáveis) que sejam levadas a estes pontos de coleta pelos consumidores. As sacolas biodegradáveis não podem ser destinadas a estes pontos de coleta seletiva, pois são con-sideradas resíduos não recicláveis.

i) Orientar os minimercados/supermercados/hipermercados signatá-rios, que optarem por importar sacolas plásticas, exigir que os fabri-cantes internacionais obedeçam todas as normas técnicas brasileiras destacadas neste Acordo de Cooperação, tanto para qualidade/resis-tência quanto para biodegradacão, em conformidade com Normas as Normas Técnicas 14937 e 15448-2, respectivamente.

j) Cumprir na integralidade as cláusulas deste Acordo de Cooperação, comprometendo-se a atuar de forma colaborativa, atendendo as su-gestões dos demais envolvidos sempre que tomadas em consenso.

k) Sugerir e organizar reuniões para definições e eventuais readequa-ções de estratégias para a execução das ações estabelecidas neste Acordo, em conjunto com os signatários.

l) Proporcionar, com o apoio das entidades signatárias treinamento para multiplicadores disseminando, assim, as premissas do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas nos super-mercados. Tal Programa deve ser agregado aos manuais de treina-mento de gerentes, caixas e empacotadores das lojas.

m) Minimercados/supermercados/hipermercados se comprome-tem a promover a eliminação do oferecimento de caixas de pape-lão usadas ao consumidor como opção de embalagem para trans-porte de compras.

ANEX

O 3

Page 71: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

70n) Os minimercados/supermercados/hipermercados se comprome-tem a estimular a reciclagem de plásticos em parceria com a indústria de reciclagem de modo a educar a população para a correta destina-ção destas embalagens e resíduos.

o) Solicitar ao seu fornecedor que as sacolas plásticas tenham estam-pado o que segue:

“A sacola plástica não é um item gratuito e você paga indiretamente por ela. Saiba o quanto você está pagando por esta sacola valor em Reais por unidade, sendo assim utilize-a conscientemente e reutilize-

-a sempre que puder, e quando a mesma não tiver mais utilidade para você a encaminhe para a reciclagem” (conforme o tipo de sacola).

p) Dê preferência ao fornecedor que imprimir nas sacolas plásticas o seguinte texto sugerido: O MMA Adverte: o uso racional e consciente desta sacola plástica protege o Meio Ambiente; descarte sempre sua sacola em lugares adequados. Esta sacola sendo descartada incorre-tamente poderá causar impactos indesejados ao Meio Ambiente e a todos que dele dependem.

q) Ampliação da Campanha assinada pelo Ministério do Meio Ambiente, “MMA Adverte” no ponto de venda, por meio de carta-zes e outras mídias; sem contudo, vilanizar as sacolas plásticas, mas apresentando argumentos que levem informações e possibilitem o conhecimento e a educação ambiental para seus clientes respeitan-do os termos deste Acordo.

r) Criar novos postos de coleta seletiva para materiais recicláveis de forma permanente em seus estabelecimentos.

3- DA INDÚSTRIA DO PLÁSTICO E SUAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS

a) Executar e promover os objetivos e compromissos estabelecidos nesse Acordo de Cooperação, envidando todos os esforços, recursos humanos, materiais, bens e dados técnicos para o alcance das finali-dades propostas.

ANEX

O 3

Page 72: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

71b) Permitir pleno acesso ao Portal www.escoladeconsumoresponsavel.org.br, como ferramenta de treinamento de caixas e empacotadores alvo deste Acordo de Cooperação, sem custos adicionais referentes à manutenção deste portal aos parceiros, a menos que seja definida, com aprovação das partes, mudança na estrutura e conteúdo do portal.

c) Atuar institucionalmente e de forma coordenada com os parcei-ros deste Acordo, nas esferas que tenha pleno acesso, para tornar compulsórios os objetivos, compromissos e termos deste Acordo de Cooperação, em todo território brasileiro.

d) Colocar suas estruturas de comunicação à disposição para a divul-gação deste Acordo de Cooperação, bem como todas as atividades necessárias à sua realização e ao entendimento do consumidor, for-madores de opinião e veículos de imprensa.

e) Divulgar internamente entre seus associados as etapas da execu-ção do Acordo, através da divulgação em informativos, portais eletrô-nicos e informativos internos.

f) Cumprir na integralidade as cláusulas deste Acordo de Cooperação, comprometendo-se a atuar de forma colaborativa e atender às su-gestões dos demais envolvidos sempre que tomadas em consenso.

g) Sugerir e organizar reuniões para definições e eventuais readequa-ções de estratégias para a execução das ações estabelecidas neste Acordo, em conjunto com os signatários.

h) Apoiar minimercados/supermercados/hipermercados, e suas enti-dades no treinamento de multiplicadores nas premissas do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas.

i) Estimular a reciclagem de plásticos em conjunto com os minimerca-dos/supermercados/hipermercados de modo a educar a população para a correta destinação destas embalagens e resíduos.

j) Conscientizar todas as empresas que fabricam e/ou comercializam sacolas plásticas tipo camiseta no país no sentido de praticar os ob-jetivos e compromissos estabelecidos nesse Acordo de Cooperação.

ANEX

O 3

Page 73: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

72k) Desenvolver sacolas plásticas tipo camiseta que atendam às neces-sidades e demandas dos minimercados/supermercados/hipermerca-dos, com variação de padrões como tamanho, resistência, volume etc., sempre de acordo com as Normas Técnicas da ABNT.

l) Divulgar anualmente, informações sobre o total de produção de sacolas plásticas certificadas tipo camiseta, de modo a permitir o acompanhamento da evolução da redução do desperdício destas embalagens, além de estabelecer métrica para medir o consumo de sacolas plásticas retornáveis fabricadas no Brasil. Esta métrica de-verá considerar o crescimento anual das vendas dos minimercados/supermercados/hipermercados.

m) Desenvolver Norma Técnica para a fabricação de sacolas plás-ticas retornáveis, de forma a padronizar os produtos demandados pelo varejo, bem como criar Selo de Qualidade para este tipo de sacolas plásticas.

n) Manter suas atividades de fiscalização/certificação do Programa de Qualidade de Sacolas Plásticas.

o) Atuar para permitir o uso do Selo de Qualidade do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas nas sacolas plásticas tipo camisetas biodegradáveis.

p) Executar e promover os objetivos e compromissos estabelecidos nesse Acordo de Cooperação, envidando todos os esforços, recursos humanos, materiais, bens e dados técnicos para o alcance das finali-dades propostas.

q) Ao ser solicitado pelos clientes estampar nas sacolas plásticas o seguinte texto sugerido: “A sacola plástica não é um item gratuito e você paga indiretamente por ela. Saiba o quanto você está pagan-do por esta sacola valor em Reais por unidade, sendo assim utilize-a conscientemente e reutilize-a sempre que puder, e quando a mesma não tiver mais utilidade para você a encaminhe para a reciclagem” (conforme o tipo de sacola).

ANEX

O 3

Page 74: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

73r) Ao ser solicitado pelos clientes estampar nas sacolas plásticas o seguinte texto sugerido: O MMA Adverte: o uso racional e consciente desta sacola plástica protege o Meio Ambiente; descarte sempre sua sacola em lugares adequados. Esta sacola sendo descartada incorre-tamente poderá causar impactos indesejados ao Meio Ambiente e a todos que dele dependem.

4- DAS INSTITUIÇÕES DE DEFESA DO CONSUMIDOR

a) Amparar e dar prioridade em denunciar ações que prejudiquem o direito do consumidor e que sejam contrárias aos compromissos firmados neste Acordo.

b) Atuar perante órgãos competentes, mídia, formadores de opinião etc, denunciando ações que prejudiquem o direito do consumidor e que sejam contrários aos compromissos firmados neste Acordo.

c) Atuar na interlocução com os consumidores, poder público, forma-dores de opinião etc., no que se refere ao uso consciente das sacolas plásticas e seu descarte adequado sempre de acordo com os termos deste e alinhado com os interesses dos demais signatários.

5- DO MINISTÉRIO PÚBLICO (Meio Ambiente e Consumidor)

a) Ter acesso ao conjunto integral das disposições do presente G.T., e a partir dele atuar de forma a fiscalizar a prática dos termos firmados por este Acordo; atuar nas esferas de sua competência para tornar com-pulsórios no país os objetivos, compromissos e termos deste Acordo;

b) Adotar medidas judiciais e extrajudiciais de sua atribuição e que sejam necessárias para o envolvimento dos parceiros e/ou partícipes do Acordo, seja mediante organização de audiências públicas ou ou-tras medidas adequadas;

c) Sugerir e organizar reuniões para definições e eventuais readequa-ções de estratégias para a execução das ações estabelecidas neste Acordo, em conjunto com os signatários;

ANEX

O 3

Page 75: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

74d) Divulgar internamente entre os membros as etapas da execução do Acordo, inclusive disponibilizando o material de divulgação a ser utilizado no âmbito dos Municípios e suas Promotorias; promover, ainda, a divulgação em informativos, sites e newsletters internos do Ministério Público;

6- DAS INSTITUTIÇÕES SINDICAIS DE TRABALHADORES

a) Atuar de forma a fiscalizar a prática dos termos firmados por este Acordo; atuar nas esferas de sua competência para tornar eficazes no país os objetivos, compromissos e termos deste Acordo;

b) Sugerir e organizar reuniões para definições e eventuais readequa-ções de estratégias para a execução das ações estabelecidas neste Acordo, em conjunto com os signatários;

c) Divulgar internamente entre seus membros as etapas da execução do Acordo, inclusive disponibilizando o material de divulgação a ser utilizado no âmbito nacional; promover, ainda, a divulgação em infor-mativos, sites e newsletters internos das instituições.

7- DAS INSTITUIÇÕES ACADÊMICAS

a) Atuar de forma a fiscalizar a prática dos termos firmados por este Acordo; atuar nas esferas de sua competência para tornar eficazes no país os objetivos, compromissos e termos deste Acordo;

b) Sugerir e organizar reuniões para definições e eventuais readequa-ções de estratégias para a execução das ações estabelecidas neste Acordo, em conjunto com os signatários;

c) Divulgar internamente entre seus membros as etapas da execução do Acordo, inclusive disponibilizando o material de divulgação a ser utilizado no âmbito nacional; promover, ainda, a divulgação em infor-mativos, sites e newsletters internos das instituições.

d) Participar e estimular a elaboração de estudos científicos sobre análise de ciclo de vida de embalagens e outros instrumentos para medir ou reduzir seu impacto no meio ambiente.

ANEX

O 3

Page 76: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

75CLÁUSULA QUARTA – DOS INVESTIMENTOS

1. Para a realização dos objetivos e compromissos desse Acordo de Cooperação, indústria e minimercados/supermercados/hipermerca-dos envidarão esforços para a alocação dos recursos humanos, ma-teriais necessários e aporte de recursos financeiros, sempre em con-senso entre indústria e minimercado/supermercado/ hipermercado;

2. O presente Acordo de Cooperação não exige transferência de re-cursos financeiros entre as partes, ficando a critério de cada uma delas a gestão desses recursos da melhor forma para os envolvidos, desde que de comum acordo, sem que nenhuma parte exija da ou-tra, qualquer contrapartida, indenização, compensação a que título, modo e a que tempo for.

CLÁUSULA QUINTA – DA INCLUSÃO DE NOVOS MEMBROS

1. A qualquer tempo e de comum acordo, as partes poderão permitir a entrada de novos signatários a este termo, definindo, em conjunto com estes, suas atribuições e responsabilidades como signatários.

CLÁUSULA SEXTA – DA RESCISÃO

1. O presente Acordo de Cooperação tem prazo de validade indeter-minado, podendo ser revisto em seus objetivos e cláusulas nunca an-tes da implantação e implementação da PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos, com os signatários se comprometendo a criar um plano de transição para adequação à PNRS, considerando-se o espiri-to do presente Acordo de Compromisso.

CLÁUSULA SÉTIMA - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

1. E, por estarem de pleno acordo, firmam o presente instrumento em 3 vias de igual teor e forma na presença de testemunhas, para que produza seus jurídicos efeitos.

ANEX

O 3

Page 77: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

ANEXO 4Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 78: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

77Proposta AbrasIncluía metas de redução de 40% do consumo até 2015, tomando como base o quantitativo de consumo de 2010 indicado como sendo de 14,945 bilhões de sacolas descartáveis (Pesquisa Ranking Abras 2011/2012). De acordo com o apurado no 1º ano (2011) após a assi-natura do Pacto, observou-se uma redução de 6,4%, no entanto no ano seguinte o consumo apresentou elevação de 1,36%.

Ainda quando se discutia no grupo em 2014 a meta que deveria ser alcançada para 2015 era a redução de 36,74% no total do consumo.

14,9512,99

2010 2011 2012 2013 2014 2015

14,18

10,169,71

8,97

Após apresentar redução de -6,42% em 2011, o consumo de sacolas plásticas cresceu 1,36% em 2012.

Figura 1. Consumo apurado e projeções (Abras, 2014)

Projeção do consumo de sacolas plásticas nos supermercados (em bilhões)

Resultado que seria necessário atingir para o cum-primento da meta de 40%. Com a possibilidade de crescimento do consumo em 2013, desafio para 2014 e 2015 é maior.

Consumo

ANEX

O 4

Page 79: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

78Entre as ações adotadas para a redução do consumo estão as cam-panhas educativas disseminadas por todos os associados da Abras; os incentivos financeiros, adotando-se o desconto de três centavos para cada 5 itens não embalados por sacolas plásticas; e o programa

“sacola de 6 kg” adotando os produtos certificados pela ABNT, que tinha a intenção de reduzir a quantidade de sacolas retiradas pelo consumidor aumentando-se a resistência do produto, tem o ponto negativo de elevar a quantidade de plástico distribuído.

Em relação ao peso que cada sacola é capaz de suporte, entende-se que seja uma questão de liberdade de escola do varejista, conside-rando o produto que está sendo comercializado, e que cabe determi-nar a capacidade de 6kg como sendo o único a ser utilizado.

Figura 2. Programa ABNT de sacolas plásticas (Abras, 2014)

Programa Sacola6 Kg ABNT

14,9 bi x 4 Kg =

14,9 bi x 3,6 Kg =

59,7 ton

53,8 ton

Gramatura maior das sacolas plásticas, aumenta o volume total de plástico distribuído.

Experiência piloto Varejo no Sul

ANEX

O 4

Page 80: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

79Outros itens também foram apontados como possibilidade a serem adotados a fim de reduzir o consumo, que são:

Estampar na sacola que não se trata de um produto gratuito;

Campanha advertindo sobre os impactos ambientais negativos de-correntes do descarte incorreto – proposta firmemente rejeitada pe-los representantes da indústria;

Preço explícito na Nota Fiscal de compra – proposta que depende de autorização do Conselho Nacional de Política Fazendária;

Tratamento da sacola plástica como produto, passando a ter código de barras, cobrável e tributável;

Regulamentação federal sobre o assunto, pacificando sobre o ponto distribuição gratuita x cobrança.

Proposta de alteração do Pacto Abras - MMA

a) CONSIDERANDO que o art. 225 da Constituição Federal dispõe que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”;

b) CONSIDERANDO que o compromisso assumido pela Abras para redução do consumo de sacolas plásticas descartáveis está alinha-do com o objetivo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305/10, em seu art. 7º, inciso II, para “não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”;

c) CONSIDERANDO que, em 2011, foram consumidas a quantidade de 13.992 bilhões, conforme estimativa apurada pela Abras, com base nas informações prestadas por 349 empresas associadas, apre-sentando redução de 6,4% em relação ao ano anterior;

ANEX

O 4

Page 81: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

80d) CONSIDERANDO que, caso sejam adotadas sacolas plásticas des-cartáveis com maior gramatura, a quantidade de unidades de sacolas plásticas distribuídas será reduzida, entretanto, elevará o volume de plástico descartado no meio ambiente, vez que o peso de plástico passará a ser 6% maior se comparado ao ano de 2011, impactando, consequentemente, o cumprimento da meta de redução da do volu-me de plástico assumido pela ABRAS.

e) CONSIDERANDO a pesquisa divulgada, em junho/2012, pelo Ministério do Meio Ambiente, intitulada “O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável”, apontou que, nas lo-calidades em que foram realizadas campanhas de redução do uso de sacolas plásticas, houve a aderência de 76% da população às referi-das campanhas;

f) Considerando que existem campanhas exitosas em diversos muni-cípios do nosso país para não utilização de sacolas plásticas descar-táveis, sendo tais campanhas aprovadas por cerca de 85% da popu-lação, com a consequente redução do consumo de sacolas plásticas nestes municípios em mais de 90%. São exemplos de municípios que realizaram campanhas para não utilização de sacolas plásticas des-cartáveis: Belo Horizonte - MG, Xanxerê – SC e mais de 25 municípios no oeste catarinense;

g) Considerando que no Estado do Rio de Janeiro, visando a cons-cientização e transição do consumidor para a mudança de hábito do consumidor, a Lei nº 5.502/2009, em seu inciso I, art. 3º, estabele-ceu a concessão de desconto financeiro de, no mínimo, R$ 0,03 (três centavos), a cada 05 (cinco) itens comprados e não embalados em sacolas plásticas;

h) Considerando que o GT de Sacolas plásticas tem por objetivo a formalização de acordo para cumprimento da meta assumida pela ABRAS, para redução do percentual de 40% do consumo de sacolas plásticas até 2015.

ANEX

O 4

Page 82: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

81A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça, por meio da Secretária Dra. Juliana Pereira da Silva, manifes-tou-se que, para uma mudança de hábito do consumidor em relação à utilização de sacolas plásticas descartáveis, se faz necessária uma fase importante de transição e de educação ao consumidor, que hoje utiliza as sacolas plásticas descartáveis para embalar e transportar suas compras nos supermercados.

Plano de ação abaixo Abras

(i) Jun/2013 a Jun/2015 – Estampar na sacola plástica descartável uma mensagem para o consumidor informando que este não é um item gratuito, conscientizando o consumidor sobre o valor financeiro da sacola plástica descartável;

(ii) Jun/2013 a Jun/2015 – Estampar na sacola plástica descartável uma campanha assinada pelo MMA, “MMA Adverte”, advertindo os consumidores sobre os impactos negativos das sacolas no meio am-biente urbano (poluição e enchentes) e no ambiente marinho (morte de animais);

(iii) Jan/2014 a Dez/2015 – Ampliação da Campanha assinada pelo Ministério do Meio Ambiente “MMA Adverte” para o ponto de venda, por meio de cartazes e outras mídias;

(iv) Jan/2014 a Dez/2014 – Implementação em todas as redes de su-permercados do programa de desconto financeiro para os consumi-dores que não utilizarem as sacolas plásticas descartáveis no ato de suas compras, e;

(v) Jan/2105 a Dez/2015 – Cobrança de sacola plástica descartável no caixa (preço de custo, acrescido dos impostos incidentes e armazena-gem e transporte), mediante regulamentação federal.

ANEX

O 4

Page 83: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

82

ANEXO 5Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Page 84: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

83Manifesto dos trabalhadores da Indústria química sobre as sacolas plásticas Aproveitar, tratar ou destinar o que é considerado como resíduos só-lidos urbanos é uma responsabilidade da qual a sociedade não tem como se esquivar. Assim, passa ser uma questão de cidadania propor alternativas para que a sociedade trate de maneira menos impactante ao meio ambiente. Entretanto, entendemos que o problema deve ser tratado globalmente sem medidas parciais e que não refletem o efe-tivo compromisso com uma sociedade verdadeiramente sustentável. A proibição da distribuição das sacolas plásticas pelos supermercados, ao que parece, está mais próxima de uma motivação de caráter palia-tivo do que propriamente um compromisso com os temas ambientais.

O plástico está presente em milhares de aplicações e atualmente está totalmente integrado ao nosso cotidiano. As sacolas plásticas se po-pularizaram pelos seus múltiplos usos, fundamentais para o transpor-te de compras, principalmente para a parcela da sociedade que utiliza transporte coletivo para os seus deslocamentos, a sacola também é reutilizada para o transporte diário de uma infinidade de produtos, bem como para o uso doméstico, onde encontra maior adesão.

Em 2012 a produção de embalagens plásticas foi responsável por 37% da produção total de embalagens no Brasil, representando R$ 17,5 bi-lhões. Todas as embalagens em 2012 presentaram retração, exceto a produção de embalagens plásticas o que confirma a sua importância para a dinâmica econômica.

O plástico é um produto cem por cento reciclável e com ele fabrica-se uma infinidade de produtos. O Brasil recicla cerca de 20% dos plásti-cos pós consumo o que sugere grandes oportunidades de crescimen-to da reciclagem nessa área desde que haja iniciativas conjuntas en-volvendo o poder público, a sociedade e as próprias empresas.

ANEX

O 5

Page 85: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

84Portanto, não concordamos que as sacolas plásticas sejam aponta-das como sendo as responsáveis pelo impacto ambiental, quando na verdade o problema deve ser focado no desperdício, no descarte in-correto e na falta de uma política adequada de reciclagem de resídu-os pós-consumo. Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas, que sejam ao mesmo tempo econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e reutilizáveis. A maioria da popula-ção as reutiliza para descarte de lixo doméstico, são as embalagens preferenciais da população para o transporte de suas compras diárias.

A eliminação da sacola plástica penalizará diretamente a população de menor poder aquisitivo de várias formas: o risco de contaminação com a utilização de embalagens de papelão reutilizadas e oferecidas pelos supermercados; a compra de sacos de lixo vendidos nos pró-prios supermercados com impacto direto no orçamento das famílias, ou seja, as sacolas continuarão sendo utilizadas, porém ao invés de serem fornecidas “gratuitamente” pelos supermercados, serão ad-quiridos pela população gerando novas despesas, os preços variam entre R$ 10 e R$ 20.

A indústria de transformados plásticos emprega no Brasil cerca de 30 mil trabalhadores que estão envolvidos diretamente com a produção de sacolas plásticas, além dos empregos indiretos gerados ao longo da cadeia. A sua eliminação implicará no fechamento de milhares de empresas com impacto imediato sobre a cadeia de produção, os tra-balhadores e suas famílias.

Consideramos que a forma como o debate vem sendo conduzido apresenta vários equívocos, primeiro porque parte da premissa de que os problemas ambientais decorrentes do uso da sacola plástica são de responsabilidade dos consumidores e dos trabalhadores ao punir os primeiros com a cobrança da sacola plástica e eliminando postos de trabalho do segundo, sem propor alternativas a esses tra-balhadores. Entretanto, a medida não elimina a necessidade de uso da sacola para o transporte das compras que passará a ser cobra-da pelos supermercados que já tem incorporado nos preços de seus produtos os custos desse material.

ANEX

O 5

Page 86: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas

Orientador:Aspectos relacionados as sacolas plásticas

85Certamente, o problema ambiental precisa ser enfrentado nas suas origens e de forma global, cerca de 90% da poluição brasi-leira é de origem orgânica em que o despejo inapropriado desse resíduos em aterros mal controlados leva à putrefação gerando forte emanação de gases.

Além disso, cotidianamente assistimos ao desmatamento desen-freado promovido pelo grande capital, o crescimento vertiginoso do uso do automóvel nos grandes centros urbanos sem que se proponha ou promova políticas alternativas, diariamente milha-res de empresas jogam resíduos nos lençóis freáticos comprome-tendo toda a fauna e flora local.

Consideramos esse tema de maior importância, mas não podemos concordar que serão os trabalhadores do setor e a sociedade de me-nor poder aquisitivo que deve pagar a conta da ausência de um mo-delo equilibrado de produção e consumo.

Assinam

Sindicato dos Químicos de São Paulo e Região

CNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico

CUT – Central Única dos Trabalhadores

CNTQ – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico

FEQUIMFAR – Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo

FETQUIM – Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT do Estado de São Paulo

ICECON – Instituto Nacional de Defesa do Consumidor

ANEX

O 5

Page 87: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas
Page 88: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas
Page 89: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas
Page 90: Orientador: Aspectos relacionados as sacolas plásticas