125
DIRECÇÃOGERAL DA SAÚDE | Alameda D. Afonso Henriques, 45 1049005 Lisboa | Tel: 218430500 | Fax: 218430530 | Email: [email protected] | www.dgs.pt 1 NÚMERO: 007/2010 DATA: 06/10/2010 ASSUNTO: Elaboração de um Plano de Emergência nas Unidades de Saúde PALAVRASCHAVE: Plano de emergência PARA: Todas as Unidades do Sistema Nacional de Saúde CONTACTOS: Departamento da Qualidade na Saúde; [email protected] Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção dada pelo Decreto Regulamentar nº 21/2008, de 2 de Dezembro, emitese a Orientação seguinte: 1. ORIENTAÇÃO A DirecçãoGeral da Saúde recomenda a todas as unidades do Sistema Nacional de Saúde a elaboração de um Plano de Emergência Médica, de acordo com o “Guia Geral de Orientação para a Elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde”, que se anexa à presente Orientação e da qual faz parte integrante. A concepção do guia anexo é da responsabilidade do Departamento da Qualidade na Saúde, tendo merecido parecer favorável do Grupo Técnico para a Reforma da Organização Interna dos Hospitais e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). 2. FUNDAMENTAÇÃO Num contexto de permanente possibilidade de ocorrência de uma catástrofe natural, epidemia, acidente tecnológico e/ou incidente nuclear, radiológico, biológico ou químico de grandes ou importantes proporções, é fundamental que as diversas Instituições do Sistema Nacional de Saúde realizem, periodicamente, uma análise da sua situação, tendo em consideração a envolvente interna e externa, em constante mutação, planeando, de forma sistemática e integrada, uma resposta de emergência a dar em qualquer um dos cenários acima referidos, ou a outro, que, pela sua natureza ou extensão, implique, momentânea ou permanentemente, um desequilíbrio entre as necessidades e os recursos existentes – situação doravante designada como crise. Tendo em conta a realidade actual das Unidades de Saúde, nomeadamente o funcionamento quotidiano já no máximo das suas capacidades ou perto deste, a elaboração de um Plano de Emergência tornase essencial como ferramenta de reforço de avaliação dos meios de reacção da Unidade de Saúde face a uma situação de crise, definindo regras ou normas gerais de actuação nesse contexto. O documento anexo (“Guia Geral de Orientação para a Elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde”) estabelece orientações para elaboração do Plano de Emergência, reforçando

Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

DIRECÇÃO‐GERAL DA SAÚDE | Alameda D. Afonso Henriques, 45 ‐ 1049‐005 Lisboa | Tel: 218430500 | Fax: 218430530 | E‐mail: [email protected] | www.dgs.pt   1  

 NÚMERO:   007/2010 

  DATA:   06/10/2010 

ASSUNTO:  Elaboração de um Plano de Emergência nas Unidades de Saúde 

PALAVRAS‐CHAVE:  Plano de emergência 

PARA:  Todas as Unidades do Sistema Nacional de Saúde 

CONTACTOS:  Departamento da Qualidade na Saúde; [email protected] 

  Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na  redacção  dada  pelo  Decreto  Regulamentar  nº  21/2008,  de  2  de  Dezembro,  emite‐se  a Orientação seguinte:   1. ORIENTAÇÃO  A  Direcção‐Geral  da  Saúde  recomenda  a  todas  as  unidades  do  Sistema  Nacional  de  Saúde  a elaboração de um Plano de Emergência Médica, de acordo com o “Guia Geral de Orientação para a  Elaboração  de  um  Plano  de  Emergência  das  Unidades  de  Saúde”,  que  se  anexa  à  presente Orientação e da qual faz parte integrante.  A concepção do guia anexo é da responsabilidade do Departamento da Qualidade na Saúde, tendo merecido  parecer  favorável  do  Grupo  Técnico  para  a  Reforma  da  Organização  Interna  dos Hospitais e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).   

2. FUNDAMENTAÇÃO 

 Num contexto de permanente possibilidade de ocorrência de uma catástrofe natural, epidemia, acidente  tecnológico  e/ou  incidente  nuclear,  radiológico,  biológico  ou  químico  de  grandes  ou importantes proporções, é fundamental que as diversas Instituições do Sistema Nacional de Saúde realizem,  periodicamente,  uma  análise  da  sua  situação,  tendo  em  consideração  a  envolvente interna  e  externa,  em  constante mutação,  planeando,  de  forma  sistemática  e  integrada,  uma resposta de emergência a dar em qualquer um dos cenários acima referidos, ou a outro, que, pela sua natureza ou extensão,  implique, momentânea ou permanentemente, um desequilíbrio entre as necessidades e os recursos existentes – situação doravante designada como crise.  Tendo  em  conta  a  realidade  actual  das  Unidades  de  Saúde,  nomeadamente  o  funcionamento quotidiano  já  no máximo  das  suas  capacidades  ou  perto  deste,  a  elaboração  de  um  Plano  de Emergência torna‐se essencial como ferramenta de reforço de avaliação dos meios de reacção da Unidade de Saúde  face a uma situação de crise, definindo  regras ou normas gerais de actuação nesse contexto.  O documento anexo (“Guia Geral de Orientação para a Elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde”) estabelece orientações para elaboração do Plano de Emergência, reforçando 

Page 2: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

   2 

a noção da importância de uma cultura de prevenção, de planeamento, de segurança e de gestão de risco, consideradas peças estruturais necessárias a uma acção coordenada,  integrada, eficaz e eficiente por parte de  todos  os profissionais da  instituição, que  venha  a  estar,  eventualmente, afectada por uma crise.      

 Francisco George 

Director‐Geral da Saúde    

Page 3: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

GUIA GERAL PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO 

DE EMERGÊNCIA DAS UNIDADES DE SAÚDE 

2010    

Direcção‐Geral da Saúde Departamento da Qualidade na Saúde 

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional 

Page 4: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

     

   

 

Page 5: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

AUTORES      Teresa Pessanha Gomes, Licenciada em Enfermagem, Mestre em Politicas de Saúde e Segurança Sanitária, pela Universidade Paris Descartes.   Miguel Soares de Oliveira, Licenciado em Medicina e Mestre em Medicina de Emergência pela  Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Chefe da Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional do Departamento da Qualidade na Saúde, Direcção‐Geral da Saúde.                Direcção‐Geral da Saúde Departamento da Qualidade na Saúde Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional   Maio 2010 

Page 6: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

     

ii   

 

Page 7: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

AGRADECIMENTOS   Aos Professor Doutor  José Artur Paiva, Enfermeira Teresa Antunes e Doutora Cristina Santos, pela colaboração prestada. 

iii 

Page 8: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

     

 

 

iv   

Page 9: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

ÍNDICE  AUTORES ..................................................................................................................................... i 

AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... iii 

ÍNDICE ......................................................................................................................................... v 

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1 

CAPÍTULO I ‐ Identificação e avaliação dos riscos potenciais .................................................... 5 

CAPÍTULO  II  ‐  Definição  e  Princípios  Gerais  de  Elaboração  do  Plano  de  Emergência  das Unidades de Saúde (PEUS) ......................................................................................................... 7 

2.1 ‐ Funções do Director Clínico / Director da Unidade de Saúde (US) ................................ 9 

2.2 ‐ Modalidades de activação e desactivação do PEUS ...................................................... 9 

2.3 ‐ Constituição e funcionamento do Gabinete de Crise (GC) .......................................... 10 

2.4 ‐ Gestão do pessoal da US ‐ localização e mobilização .................................................. 11 

2.5 ‐ Segurança periférica e controle dos acessos ............................................................... 12 

2.6 ‐ Acolhimento das famílias, comunicação social e autoridades competentes ................... 12 

CAPÍTULO III ‐ Fichas Temáticas para elaboração do PEUS ..................................................... 15 

Ficha 1 ‐ A auto‐avaliação da Unidade de Saúde ................................................................. 16 

Ficha 2 ‐ Procedimento de elaboração do PEUS .................................................................. 17 

Ficha 3 ‐ Plano de formação ................................................................................................. 18 

Ficha 4 ‐ Missões do Gabinete de Crise................................................................................ 19 

Ficha 5 ‐ Gabinete de Crise (GC) ‐ Logística e documentação .............................................. 20 

Ficha 6 ‐ Os princípios da comunicação externa em Gestão de Crise .................................. 22 

Ficha 7 ‐ Os sistemas de informação ‐ informática, telefone e fax ...................................... 24 

Ficha 8 ‐ O papel do Director da US / seu substituto ........................................................... 25 

Ficha 9 ‐ Plano de circulação ................................................................................................ 27 

Ficha 10 ‐ Organização e acolhimento das vítimas ‐ Serviço de Urgência ........................... 28 

Ficha 11 ‐ Organização do apoio não assistencial ................................................................ 31 

Ficha 12 ‐ Articulação entre a Unidade de Saúde e o INEM ................................................ 32 

Ficha 13 ‐ O responsável da logística ................................................................................... 34 

Ficha 14 ‐ Exercício de activação do PEUS ........................................................................... 35 

Ficha 15 ‐ Os riscos Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico ........................................... 37 

15.1 ‐ Preparação da US em caso de Risco Nuclear e Radiológico .................................. 40 

15.2 ‐ Preparação da US em caso de Risco Químico ........................................................ 41 

15.3 ‐ Preparação da US em caso de Risco Biológico ....................................................... 43 

Page 10: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

     

vi   

CAPÍTULO  IV  ‐ Fichas‐Tipo para Planeamento dos quatro “Pilares” do Plano de Emergência das Unidades de Saúde ............................................................................................................ 47 

4.1 ‐ Organização e Gestão .................................................................................................. 49 

Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 54 

4.2 ‐ Recursos Humanos ....................................................................................................... 57 

Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 63 

4.3 ‐ Prestação de Cuidados ................................................................................................. 64 

Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 69 

4.4 ‐ Recursos Gerais ............................................................................................................ 70 

Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 75 

CAPÍTULO V ‐ Plano de Emergência Interno (PEI) contra Incêndios ........................................ 77 

5.1 ‐ Objectivos do PEI .......................................................................................................... 78 

5.2 ‐ Legislação Nacional ...................................................................................................... 79 

CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 93 

LISTA DE ABREVIATURAS .......................................................................................................... 95 

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 97 

ANEXOS .................................................................................................................................... 99 

Anexo 1 ............................................................................................................................... 101 

Ficha “NRBQ” .................................................................................................................. 101 

Hospitais de referência .................................................................................................. 101 

Anexo 2 ............................................................................................................................... 103 

Plano de Emergência da US ............................................................................................ 103 

Anexo 3 ............................................................................................................................... 115 

Documentos e fichas constantes de um PEUS ............................................................... 115 

  

Page 11: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

1

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

INTRODUÇÃO   Num  contexto  de  permanente  possibilidade  de  ocorrência  de  uma  catástrofe  natural, epidemia, acidente tecnológico e/ou incidente nuclear, radiológico, biológico ou químico de grandes  ou  importantes  proporções,  é  fundamental  que  as Unidades  de  Saúde  realizem, periodicamente,  uma  análise  da  sua  situação,  tendo  em  consideração  a  sua  envolvente interna  e  externa,  em  constante mutação,  e planeiem,  de  forma  sistemática  e  integrada, uma resposta de emergência em qualquer um dos cenários acima referidos, ou a outro, que pela  sua  natureza  ou  extensão,  condicione,  momentânea  ou  permanentemente,  um desequilíbrio entre as necessidades e os recursos existentes – situação doravante designada como crise.  Tendo  em  conta  a  realidade  actual  das  Unidades  de  Saúde,  nomeadamente  o funcionamento quotidiano já no máximo das suas capacidades ou perto deste, a elaboração de um Plano de Emergência torna‐se essencial, como ferramenta que reforça a avaliação dos meios de  reacção da Unidade de Saúde  face a uma  situação de crise, definindo  regras ou normas gerais de actuação nesse contexto.  Este documento pretende estabelecer orientações práticas para os elementos responsáveis, em cada Unidade de Saúde, pela elaboração do Plano de Emergência, reforçando a noção da importância de uma cultura de prevenção, de planeamento, de  segurança e de gestão de risco, peças estruturais necessárias a uma acção  coordenada,  integrada, eficaz e eficiente por  parte  de  todos  os  profissionais  da  instituição,  que  venha  a  estar,  eventualmente, afectada por uma crise.  Em linhas gerais, este Guia Prático, elaborado pelo Departamento da Qualidade na Saúde, da Direcção‐Geral  da  Saúde,  irá  fornecer  algumas  orientações  sobre  as  áreas‐chave  ou,  de outro modo, os pilares da resposta à crise, que devem ser atempadamente contemplados e alvo  de  reflexão  e  planeamento  e  que,  por  questões  didácticas  e  de  organização  da informação, foram agrupados em Fichas Temáticas e Fichas de Preparação.  As Fichas Temáticas abordam os  temas considerados mais  importantes, colocando sobre a forma  de  questões  os  assuntos  que  devem  ser  alvo  de  reflexão  e  análise  e  fornecendo algumas orientações de trabalho úteis.  As  Fichas de Preparação  constituem um  “caderno” de  fichas  individuais, que,  após  o  seu preenchimento,  poderá  constituir,  de  forma  muito  simples  e  facilmente  perceptível,  o 

Page 12: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

2   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

próprio  Plano  de  Emergência.  Estas  fichas  abordam  os  quatro  principais  pilares  do planeamento  e  preparação  de  uma  Unidade  de  Saúde  para  uma  eventual  crise, nomeadamente:  

1. Organização e Gestão 2. Recursos Humanos 3. Prestação de Cuidados 4. Recursos Gerais 

 Cada um destes pilares  integra vários outros componentes, conforme se poderá constatar nas Fichas de Preparação anexas. Estas  fichas estão construídas como espaço de  reflexão, em  que  são  traçados  objectivos,  standards  mínimos  e  são  fornecidas  sugestões.  É recomendada a sua adaptação/customização de acordo com a realidade específica e única de cada Unidade de Saúde.   Para além de todos estes, foram ainda considerados como temas importantes os seguintes:  

1. Identificação e avaliação de riscos potenciais 2. O risco Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico (NRBQ) 3. O Plano específico de Emergência Interno contra Incêndios 

 Tanto  as  Fichas  Temáticas  como  as  Fichas  de  Preparação  fornecem  conselhos  práticos  e modelos de resposta, que poderão ajudar à elaboração de procedimentos eficazes, simples e perfeitamente aplicáveis em qualquer Unidade de Saúde.   É essencial que cada profissional se identifique como elemento fundamental neste processo e possa conhecer a sua missão, o seu papel e a sua acção neste domínio de competências.  Em  situações  de  crise,  a  Administração  da  Unidade  de  Saúde,  assim  como  todos  os profissionais da  instituição, encontram‐se em situação de grande tensão, e não deve haver lugar para improvisação, hesitação ou dúvida.  Este  Plano  deve  ser  dinâmico,  avaliado  e  reactualizado  em  função  das  instruções comunicadas pelas Administrações Regionais de  Saúde  (ARS) e pelos Planos Nacionais de Contingência/Emergência,  em  função dos  riscos  sanitários  e das  alterações  estruturais na Unidade de Saúde. O Plano de cada Unidade de Saúde deve ainda estar integrado, de forma coerente  e  articulada,  em  Planos  mais  vastos  e  abrangentes,  de  âmbito  regional  e/ou nacional. 

Page 13: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

3

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Propõe‐se, de acordo com a Lei nº 81/2009, de 21 de Agosto, uma cadeia de comando e controlo com as seguintes funções: 

• Assegurar  a  adequada  vigilância  clínica  e  epidemiológica,  aos  vários  níveis  (local, regional e nacional);  

• Garantir a existência de uma estrutura fixa que defina, previamente, as várias acções e papéis de cada Unidade de Saúde em situação de crise; 

• Aprovar os PEUS de cada Unidade de Saúde;  

• Monitorizar o processo de implementação e actualização dos PEUS em cada Unidade de Saúde; 

• Coordenar as acções de saúde a realizar, em cada nível, em situação de crise.  Conforme o documento “Pandemia da Gripe. Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde  para  a  Pandemia  da  Gripe”,  da  Direcção‐Geral  da  Saúde,  de  2008,  sugere‐se  a existência de uma estrutura de comando e controlo com 3 níveis de intervenção:  

1. Nacional. Ministério da Saúde.  

• Representante: Ministro da Saúde ou seu representante. 2. Regional. Administração Regional de Saúde.  

• Representante: Presidente da Administração Regional de Saúde. Articulação com Autoridade de Saúde Regional 

3. Local e/ou Institucional. Unidades de Saúde.  • Representante: Dirigente máximo da  Instituição. Articulação com Autoridade 

de Saúde Local.  

Page 14: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

4   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Page 15: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

5

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

CAPÍTULO I ‐ IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS POTENCIAIS   Numa sociedade onde o grau de aceitabilidade do risco é cada vez menor, a probabilidade de surgir uma crise é cada vez maior. O risco define‐se pela combinação da probabilidade de ocorrência do perigo e da gravidade das suas consequências. A crise não é mais que a concretização de um risco com consequências graves numa dada população. Em cada estabelecimento deve haver uma organização prevista em caso de crise. A existência de uma célula de prevenção e gestão de crise é essencial para fazer face a uma situação excepcional. A organização em gestão de  crise não  se  improvisa. Em  situação de crise, cada palavra conta. A informação e a comunicação são elementos estratégicos essenciais.  Como prevenir uma crise?  

a) Identificação e análise dos riscos  Um dos primeiros passos na elaboração de um Plano de Emergência de uma Unidade de Saúde (PEUS) é a identificação de riscos potenciais que possam conduzir a acidentes graves ou a catástrofe na zona onde a Unidade de Saúde (US) se encontra integrada.  Existem vários tipos de risco: ‐ os de origem natural, que  são provocados por  situações meteorológicas extremas  (inun‐dações, estados de seca e avalanches) e os fenómenos sísmicos.  ‐ os riscos resultantes do desenvolvimento tecnológico, em que se incluem: 

‐ os incêndios urbanos e florestais;  ‐ o colapso de edifícios. 

‐ os acidentes com  transportes  individuais ou colectivos urbanos e  interurbanos  (subterrâ‐neos, terrestres, aquáticos ou aéreos).                                                                                                                              ‐ os acidentes industriais (com materiais e gases tóxicos) e os acidentes nucleares incluídos nos riscos Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico (NRBQ).  ‐ as catástrofes relacionadas com o comportamento humano:                                                   

‐ circuitos automobilísticos e festivais aeronáuticos; ‐ espectáculos pirotécnicos; ‐ actos de terrorismo e eventos bélicos; ‐ manifestações culturais, artísticas e políticas. 

‐ as ameaças ou acontecimentos de Saúde Publica. 

Page 16: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

6   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

De modo a facilitar a elaboração deste catálogo de riscos, deve ser pedida a colaboração dos Serviços de Protecção Civil  (Municipal ou Nacional), assim como outras entidades como o Instituto  Nacional  de  Emergência Médica  (INEM),  Bombeiros,  o  Laboratório  Nacional  de Engenharia Civil e o Instituto Superior Técnico. A  consulta  do  Plano  Municipal  de  Emergência  elaborado  pelo  Serviço  Municipal  de Protecção Civil pode ser de grande utilidade e ajuda.     

b) Elaboração de procedimentos de prevenção de riscos  Uma  vez  identificados  os  riscos,  justifica‐se  a  implementação  de  medidas  preventivas através da elaboração de procedimentos de alerta e de gestão de crise. Estes  procedimentos  devem  ser  avaliados  de modo  a  se  verificar  a  sua  praticabilidade  e eficácia.  Para este efeito procedemos à elaboração de fichas temáticas que se encontram no ponto 4 deste documento. 

Page 17: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

7

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

CAPÍTULO II ‐ DEFINIÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DAS UNIDADES DE SAÚDE (PEUS)   O PEUS é um plano de emergência adaptado a  cada Unidade de Saúde  (US), destinado a fazer face a um acontecimento com consequências sanitárias graves (crise), e em que estão ultrapassadas as capacidades imediatas de resposta.    Características principais de uma crise  ‐ Existe incerteza e uma sensação geral de perda de controlo; ‐ Provoca desgaste nas relações inter e intra‐pessoais; ‐ Tem grande impacto; ‐ Existe urgência de resposta e dificuldade na execução das tarefas de rotina; ‐ Surge frequentemente de um acontecimento de baixa probabilidade; ‐ Existem ameaças específicas não identificadas.  O objectivo principal de um PEUS é de  informar  internamente os profissionais da US das modalidades de acção, em caso da sua activação e, externamente, as autoridades sanitárias para coordenação dos meios disponíveis de resposta em caso de alerta. A sua eficácia é condicionada por factores múltiplos, entre os quais a reactividade, os meios disponíveis, a antecipação e a comunicação. A  sua  elaboração  é  da  responsabilidade  do  Director  Clínico  /  Director  da  US  de  cada Instituição e tem como objectivo principal permitir a qualquer US fazer face a uma situação excepcional, mantendo uma continuidade dos cuidados de saúde, preservando, ao mesmo tempo, a segurança dos doentes e dos profissionais.  

Page 18: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

8   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

O PEUS deve prever:  

a) modalidade de activação e desactivação do Plano b) activação do Gabinete de Crise c) segurança periférica e controle dos acessos d) organização da circulação externa da US e do estacionamento e) mobilização do pessoal hospitalar f) mobilização do material e logística de Crise                                                                       g) acolhimento de vítimas em grande número, assim como de doentes potencialmente con‐

taminados h) acolhimento e orientação das vítimas                                                                            i) acolhimento e informação das famílias  j) comunicação de crise  l) evacuação parcial ou total em caso de acidente interno (Plano de Emergência Interno) ; m) alternativas de  funcionamento  em  caso de  incidente  com  a  rede energética, de  tele‐

comunicações e de gases medicinais  As  soluções encontradas por  cada US devem  ser adaptadas à  sua missão  local e  regional, dimensão e capacidade de resposta.   O grupo de trabalho responsável pela sua elaboração deve:  1° Proceder a uma auto‐avaliação dos recursos humanos e materiais mobilizáveis (catálogo de recursos). 2° Proceder à definição de um catálogo de riscos. 3°  Iniciar  uma  reflexão  sobre  a  resposta  adequada,  através  da  redacção  de  fichas  de recomendação para cada etapa principal.  

Page 19: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

9

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

2.1 ‐ Funções do Director Clínico / Director da Unidade de Saúde (US)  O Director Clínico / Director da US é o principal responsável pela elaboração do PEUS.  São, ainda, suas funções: ‐ constituir e coordenar o Gabinete de Crise que poderá coincidir com o grupo de trabalho de elaboração do PEUS; ‐ organizar a  sua  formação em  relação às normas e metodologias de alerta assim como à activação e desactivação do Plano; ‐ prever a difusão do documento a todo o pessoal da US, através de sessões de informação sobre  o  conteúdo  e  importância  deste  documento  e  elaborar  planos  de  formação  dos profissionais de saúde sobre o PEUS; ‐ organizar exercícios periódicos de modo a avaliar a sua eficácia e os seus limites.   2.2 ‐ Modalidades de activação e desactivação do PEUS  Pertence à equipa que elabora o PEUS designar a quem compete a decisão de activação e de desactivação do Plano. Esta  deve  designar,  porém,  um  elemento  da  sua  equipa  como  substituto  em  caso  de impossibilidade  do mesmo  ou  até  o médico  chefe  de  equipa  do  Serviço  de Urgência  em funções no momento, uma vez que este elemento existe, em permanência, nas Unidades de Saúde com Serviço de Urgência, 24 horas/dia, 365 dias/ano.  O  PEUS  deve  ser  activado,  de  preferência,  de  forma  graduada  e  sequencial,  por  níveis, dependendo da gravidade da situação. Será útil fazer prova de discernimento em relação aos meios humanos e materiais a mobilizar em cada etapa.  Devem constar orientações genéricas na ficha de activação do PEUS, declinadas em 3 fases essenciais:                                                                                                                                 Fase de Alerta  

‐  Chamada  de  alerta  do  CODU/  INEM,  Bombeiros,  ou  até  chegada  de  primeiras  vítimas. Independentemente da origem da chamada terá de ficar bem definido no PEUS qual será o local  utilizado  para  a  recepção  da  notícia  de  uma  possível  emergência  (ex:  secretaria  de unidade do serviço de urgência ou a telefonista do PBX). 

Page 20: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

10   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

‐ O elemento receptor procede ao preenchimento de um impresso de Registo de Emergência durante a comunicação e transfere a chamada para o elemento designado como responsável por desencadear o PEUS. ‐  Este  completa  o  registo  de  dados  e  confirma,  se  necessário,  a  informação  junto  das entidades competentes (INEM, Protecção Civil, Bombeiros,...) e em função dos elementos de informação que lhe são fornecidos, decide da convocação do Gabinete de Crise.  Fase de Alarme  

‐  um  elemento  pré  ‐  definido mobiliza  o  Gabinete  de  Crise  segundo  lista  de  contactos telefónicos;  ‐ reunião do Gabinete de Crise (GC) em local pré ‐ determinado. A escolha deste local deve ter  em  conta  a  acessibilidade  e  a  disponibilidade  de  comunicações  (fax,  telefones directos,...). (ver ficha 4) 

Fase de Execução  

Uma das primeiras missões do GC será avaliar a situação e desencadear o nível de resposta adequado,  informando  os  diferentes  serviços  da  instituição  (elaboração  de mensagem  a enviar a todas as unidades e serviços, segundo procedimento pré – definido).  Recomenda‐se  a  existência  de  3  níveis  de  resposta  da  US  em  caso  de  grande  afluxo  de vítimas:  Nível 1 ‐ Resposta com meios permanentes disponíveis  Nível 2 ‐ Resposta com recursos da US, activáveis em situações especiais  Nível 3 ‐ Resposta com recursos externos, mobilizáveis em situações de emergência   

 2.3 ‐ Constituição e funcionamento do Gabinete de Crise (GC)  O GC é o único órgão de decisão e coordenação. É  constituído  por  um  grupo multidisciplinar  que  deverá  ser  integrado  por  elementos  da Administração da US e responsáveis das principais áreas  funcionais da  instituição  (serviços médicos, de enfermagem, técnicos e administrativos) como por exemplo:  ‐ Director Clínico/Director da US; 

Page 21: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

11

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

‐ Enfermeiro Director; ‐ Director Serviço de Urgência ‐ Coordenador dos Cuidados de Saúde; ‐ Director ou respon‐sável do Pessoal;   ‐ Responsável da Comunicação; ‐ Responsável dos serviços farmacêuticos; ‐ Responsável dos serviços de hotelaria e de segurança; ‐ Engenheiro e responsável Informático; ‐ Um ou vários Especialistas, segundo a origem da catástrofe.  Deve  ser  nomeado  um  responsável  de  organização  do  GC  e  que  será  encarregado  da elaboração  de  um  documento  actualizado  que  contenha  as  coordenadas  profissionais  e privadas das pessoas designadas.   Este gabinete apoia e coordena os vários serviços da US, determinando o nível de activação do PEUS e organizando:  ‐ a coordenação entre o pré‐hospitalar e a Unidade de Saúde; ‐ o contacto dos profissionais da US de reforço ao dispositivo existente, com mensagens pré‐estabelecidas; e das autoridades competentes; ‐ a disponibilidade de camas suplementares, adiando as admissões/internamentos não ur‐gentes e transferindo as intervenções programadas; ‐ a transferência de doentes em final de internamento para outras estruturas de saúde pré – definidas; ‐ a intervenção de uma Célula de Urgência  médico ‐ psicológica; ‐  a  adaptação  dos  meios  logísticos  da  US  (stocks  de  material  e  equipamento,  câmaras mortuárias,...)  de modo  a  facilitar  a  organização  e  responder  de  forma  prioritária  a  cada situação; ‐ os meios de telecomunicações e informáticos internos e externos; ‐ as condições de acesso e de estacionamento (existência de corredores de emergência) de modo a facilitar as condições de circulação e de acesso à US; ‐ em colaboração com a PSP, um dispositivo de segurança de modo a assegurar a protecção de pessoas e bens.   

2.4 ‐ Gestão do pessoal da US ‐ localização e mobilização  A mobilização  do  pessoal  da US,  em  caso  de  desencadeamento  do  PEUS,  passa  por  uma sensibilização das equipas para os princípios da gestão de crise e respectiva organização de exercícios. 

Page 22: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

12   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

A  estratégia  de  mobilização  do  PEUS  comporta  duas  séries  de  medidas  consecutivas  e complementares: ‐  em  primeiro  lugar  manter  as  equipas  no  local,  no  momento  da  passagem  de  turno enquanto  o  GC  faz  uma  avaliação  correcta  das  necessidades  (prever,  excepcionalmente, áreas de repouso e distribuição de refeições).  ‐  em  segundo  lugar  a  chamada  por  sectores  de  actividade,  seguindo  sistema  de  cadeia (depende  da  patologia  predominante  das  vitimas  e  da  dimensão  do  acontecimento).  A central telefónica chama cada responsável por sector de actividade, que deverá prevenir 2 ou 3 dos seus colaboradores de preferência do turno seguinte.  Os  profissionais  deverão  dirigir‐se  ao  seu  serviço  de  origem  e  devem  evitar  o  contacto telefónico com a US, de forma a evitar uma sobrecarga das linhas telefónicas.           O período de  rotação dos profissionais envolvidos na assistência às vítimas deve  ser de 6 horas. O documento que permite a chamada deve ser confidencial e guardado em lugar seguro.   

2.5 ‐ Segurança periférica e controle dos acessos  O PEUS pode ser activado com ou sem medidas especificas de segurança e controlo. Porém quando a situação o exige, estas devem ser aplicadas o mais precocemente possível.  Os eixos de circulação das ambulâncias (corredores de emergência), do pessoal da US, assim como dos voluntários, devem ser preestabelecidos. As  áreas  de  estacionamento  são  individualizadas  para  o  pessoal  da  US,  as  famílias,  a imprensa e as autoridades. A ajuda da Autoridade Policial pode  ser essencial para proteger a  zona periférica da US e evitar congestionamentos de trânsito e dificuldades de acesso. O Serviço de Segurança da US é essencial em  todo este processo, e deve organizar‐se de modo a ajudar na circulação interna dos profissionais e dos doentes.   

2.6 ‐ Acolhimento das famílias, comunicação social e autoridades competentes  O acolhimento telefónico deve ser feito através de um número verde (com pessoal formado e linhas telefónicas suficientes) à disposição do público e comunicado através dos órgãos de comunicação social. Para além do acolhimento telefónico deve ser previsto um local calmo (se possível distante do Serviço de Urgência), agradável e devidamente assinalado para receber os familiares que chegam à US. 

Page 23: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

13

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Neste  espaço  devem  existir  telefones,  serviço  de  cafetaria  e  sanitários  de  modo  a proporcionar o maior conforto possível, em caso de espera prolongada. Devem  ser  destacados  para  este  local  profissionais  de  saúde  (de  preferência  médico, enfermeira, psicólogo e assistente social, formados para o efeito) que além de fornecerem informações sobre as vítimas deverão gerir a angústia e a dor dos  familiares em conjunto com a célula de ajuda médico ‐ psicológica. Os media devem ser recebidos pelo responsável da comunicação em lugar pré‐definido para o efeito, que deve possuir características idênticas às definidas para o lugar de recepção aos familiares (serviço de cafetaria, sanitários, etc.).  O Director da US deverá ter uma linha telefónica privada para comunicar com as autoridades competentes e se a sua presença for solicitada, estas devem ser integradas no Gabinete de Crise.

Page 24: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

14   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 25: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

15

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

CAPÍTULO III ‐ FICHAS TEMÁTICAS PARA ELABORAÇÃO DO PEUS    Ficha 1 ‐ A auto‐avaliação da US  

Ficha 2 ‐ Procedimento de elaboração do PEUS 

Ficha 3 ‐ Plano de formação 

Ficha 4 ‐ Missões do Gabinete de Crise 

Ficha 5 ‐ Gabinete de Crise ‐ Logística e documentação 

Ficha 6 ‐ Os princípios da comunicação externa em Gestão de Crise 

Ficha 7 ‐ Os sistemas de informação ‐ informática, telefone e fax 

Ficha 8 ‐ O papel do Director da US / seu substituto 

Ficha 9 ‐ Plano de circulação 

Ficha 10 ‐ Organização e acolhimento das vítimas ‐ Serviço de urgência  

Ficha 11 ‐ Organização do apoio não assistencial 

Ficha 12 ‐ Articulação entre a US e o INEM 

Ficha 13 – O responsável da logística local de crise 

Ficha 14 ‐ Exercício de activação do PEUS 

Ficha 15 ‐ Os riscos NRBQ 

Page 26: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

16   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 1 ‐ A auto‐avaliação da Unidade de Saúde    Antes de se iniciar a elaboração do PEUS é essencial que os responsáveis pela sua realização tenham  acesso  à  informação  da  organização  e  actividade  das  várias  especialidades  da estrutura da US, assim como aos planos de emergência e exercícios de simulação de crise que tenham sido elaborados anteriormente.  Existem  ainda  algumas  questões  pertinentes  sobre  as  quais  devemos  reflectir,  e  que  nos poderão ajudar nesta fase, entre as quais a existência de: ‐ indicadores de alerta no quadro da actividade diária da US? ‐ PEUS com menos de 5 anos, aprovado pela respectiva “cadeia de comando e controlo”? ‐ estratégia de difusão da informação em geral aos Chefes de Serviço e ao pessoal da US em geral? ‐ catálogo de riscos elaborado recentemente? ‐ organização de gestão de crise operacional 24/24h? ‐ modalidades de construção e actualização das listas de pessoal a prevenir e a mobilizar? ‐ local previsto e já utilizado para o Gabinete de Crise? ‐ exercícios de simulação de crise interna ou externa praticados nos últimos 2 anos em cola‐boração com as autoridades de socorro?  Em  caso  de  sinistro  interno  (ver  Capítulo  V‐  Plano  de  Emergência  Interno  –PEI‐  contra incêndios): ‐ existência de procedimentos de alerta dos Serviços Públicos  (INEM, Bombeiros, Policia e Autoridades) definidos e já experimentados? ‐ existência de um procedimento de evacuação de doentes para outras estruturas de saúde vizinhas?

Page 27: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

17

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ficha 2 ‐ Procedimento de elaboração do PEUS   Conceber  um  PEUS  supõe  a  implicação  de  todas  as  actividades  e  logísticas  institucionais. Estas devem estar representadas no Grupo de Trabalho de elaboração do Plano assim como no Gabinete de Crise.  Um consenso geral é um dos princípios essenciais para o sucesso do PEUS.  De  modo  a  facilitar  a  sua  execução,  aconselhamos  a  sua  elaboração  por  sectores  de actividade que compreendem, obrigatoriamente: ‐ a lista das pessoas de chamada, classificadas por ordem segundo decisão do responsável do Serviço; ‐ as orientações respectivas de cada plano sectorial devem estar de acordo com as orienta‐ções gerais do PEUS.  Devem  ser  estabelecidos  formulários  para  registo  de  disponibilidade  de  camas,  quando aplicável.  Devem ser criadas fichas de acção/protocolos (“Action cards”) para: ‐ o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM); ‐ o PBX/Central telefónica; ‐ o Gabinete de Crise; ‐ os serviços técnicos e logísticos; ‐ o serviço de admissões; ‐ a equipa responsável pelo acolhimento dos familiares; ‐ a equipa de comunicação;      ‐ o Director de recursos humanos; ‐ a/o Enfermeiro/a Director/a; ‐ o Director Clínico/ Director da US.   As  fichas  do  PEUS  devem  estar  actualizadas  e  acessíveis  a  todos  os  profissionais  da Instituição.  O plano deve ser apresentado às várias equipas da US de modo a ser verificado, validado e consolidado antes de submetido à aprovação do Conselho de Administração. 

Page 28: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

18   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 3 ‐ Plano de formação    Para que o PEUS  seja executado de uma  forma eficaz é necessário que  todas  as pessoas intervenientes  estejam  correctamente  formadas  de  modo  a  desempenharem  as  suas funções de forma coordenada. A sua formação deverá basear‐se nos protocolos de acção incluídos no Plano de Emergência sectorial.   Questões pertinentes  Que  tipo  de  acções  de  formação  e  sensibilização  foram  já  organizadas  pela  US  (data  e população alvo) sobre: ‐ alerta; ‐ gestão de crise; ‐ PEUS; ‐ comunicação em caso de Crise e ”media trainning”; ‐ riscos NRBQ.   Orientações de trabalho  O departamento da formação permanente da US deverá organizar formações específicas em várias áreas: ‐ reacção  do pessoal a um alerta em caso de crise, gestão de crise e do stress; ‐ formação de chefes de serviço, médicos e de enfermagem em  gestão de crise; ‐ o Serviço de Urgência e de Pediatria aos riscos NRBQ, quando aplicável.   Acompanhamento e avaliação do impacto das acções de formação fazendo   ‐  pelo menos  uma  vez  por  ano  um  exercício  de mobilização  do  gabinete  de  crise  e  um exercício de chamada do pessoal, sectorial, deverá ser realizado; ‐ de 2 em 2 anos um exercício geral do PEUS; ‐ uma vez por ano exercícios de meios de protecção do pessoal nas US de referência NRBQ. 

Page 29: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

19

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ficha 4 ‐ Missões do Gabinete de Crise   O Gabinete de Crise é o centro único de decisão e coordenação.  As suas missões variam em função da origem e do nível de gravidade da crise.  De qualquer modo existem alguns pontos incontornáveis, tais como: ‐ conhecer a dimensão e evolução da situação de crise e/ou catástrofe; ‐ determinar o nível de activação do PEUS e dimensionar a mobilização do pessoal da US, assim como a sua informação sobre o sucedido; ‐ centralizar as disponibilidades de internamento, de modo a orientar os pacientes de modo eficaz assim como o registo do seu trajecto intra ou inter‐US; ‐ dirigir e controlar as evacuações; ‐  organizar  a  informação  a  prestar  aos  familiares  das  vitimas, meios  de  comunicação  e autoridades competentes.   Orientações de trabalho  ‐ Identificar as capacidades máximas de acolhimento na US; ‐ Definir as modalidades de alerta:   

‐ do Conselho de Administração Hospitalar; ‐ das Autoridades de Saúde, constantes da cadeia de comando e controlo (Adminis‐trações Regionais de Saúde, Autoridade de Saúde Local, etc.);   

‐ das Forças de Ordem; ‐ de outras autoridades sanitárias e sociais susceptíveis de virem a apoiar a estrutura. 

‐  Verificar  regularmente  a  operacionalidade  dos meios  de  comunicação  (telefone,  fax  e informática); ‐ Prever um elemento para efectuar o secretariado do GC desde a fase de alerta; ‐ Prever  a elaboração de um diário de  crise onde  ficarão  registadas  as  acções postas em prática pelo GC. Este registo permitirá fazer uma avaliação posterior; ‐  Certificar‐se  que  todos  os  elementos  do GC  respeitam  a  confidencialidade  de  todas  as informações a que têm acesso. 

Page 30: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

20   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 5 ‐ Gabinete de Crise (GC) ‐ Logística e documentação   Sala do GC  De modo a assegurar o  funcionamento  correcto e eficaz do GC é  indispensável dispor no mínimo de: ‐ duas linhas telefónicas independentes da central da US; ‐ dois FAX de modo a permitir a recepção e o envio de modo independente; ‐ um computador com acesso à  Internet, e‐mail e  intranet  (assegurar o conhecimento das palavras passe); ‐ uma impressora e uma fotocopiadora; ‐ uma televisão, rádio de pilhas, aparelhos rádios portáveis.  Deve  ser  designado  previamente  um  técnico  responsável  pela  instalação  e manutenção deste local assim como o local das chaves deste local e dos respectivos armários.   Documentação  Prever um armário, contendo: ‐ PEUS actualizado, ‐ listas telefónicas (pessoal, entidades publicas, autoridades competentes ...); ‐ fichas dos  profissionais de chamada e composição do gabinete de crise; ‐ procedimentos de urgência e procedimentos em caso de crise; ‐ um caderno em branco que servirá como diário de crise; ‐ fichas de comunicação com as autoridades competentes e fichas de contacto com os media.  Prever  ‐ duplicado  (formato papel) de todos estes documentos numa pasta acessível ao “Respon‐sável de serviço”.   

Page 31: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

21

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Exercício de activação do Gabinete de Crise 

 Objectivos ‐ Verificar o tempo de operacionalidade das instalações técnicas e do GC; ‐ Verificar a reactividade dos diversos Serviços/Áreas funcionais da US face a um pedido de resposta urgente do GC.  Conteúdo A ser definido pelo Director da US, segundo uma  informação do  INEM de um determinado afluxo de vitimas   Avaliação A avaliação do exercício deve visar: ‐ o tempo de instalação do GC;  ‐ a funcionalidade dos equipamentos; ‐ a fiabilidade da documentação;  ‐ a comunicação (ascendente e descendente) com os diversos serviços/áreas da US.   A duração do exercício não deve exceder 2 horas e um debriefing imediato permite proceder aos reajustamentos necessários (ver ficha 14).

Page 32: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

22   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 6 ‐ Os princípios da comunicação externa em Gestão de Crise   Em caso de activação do PEUS, a dimensão mediática dada ao acontecimento constitui um elemento essencial na gestão da crise. Quando  surge  uma  situação  excepcional,  é  importante  ter  em  conta  o  impacto  deste acontecimento na opinião pública.   Gestão da Comunicação  É ao responsável da Comunicação do GC que cabe a gestão dos media. Este  poderá  necessitar  do  conselho  e  assessoria  de  especialistas  em  certas  situações complexas. A gestão da comunicação deve ser centralizada e visa: ‐ a gestão das relações com os media (organização de entrevistas, reportagens, conferências de imprensa); ‐ a elaboração de mensagens e sua validação; ‐ a mobilização dos especialistas referentes; ‐ a observação e análise dos media.  Em  situação  de  Crise  e  de  acordo  com  a  Direcção  da  US  deve  ser  ponderado  quais  os utensílios de comunicação a utilizar: ‐  comunicado  de  imprensa  (utensílio  de  continuidade),  em  caso  de  se  pretender  dar continuidade a uma informação fornecendo novos elementos; ‐  conferência  de  imprensa  (utensílio  de  coerência),  de modo  a  fornecer  uma mensagem coerente a todos fazendo face a múltiplos pedidos de informação ou para fazer face a uma situação grave; ‐ entrevista,  (utensílio de  reactividade) personaliza a  relação com os  jornalistas e permite aprofundar as informações.  

Page 33: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

23

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Pontos importantes em caso de crise 

 ‐  Nunca  alertar  os  media  sem  se  terem  preparado  algumas  “mensagens  chave  “após concertação interna/externa e enviar, eventualmente, um comunicado de imprensa; ‐ Nunca deixar os jornalistas circularem livremente pela US; ‐ Evitar as especulações e as polémicas; ‐ Instaurar um clima de confiança com a imprensa é essencial à difusão de mensagens mais ponderadas; ‐ Em caso de contacto telefónico por parte de um jornalista, nunca responder directamente antes de verificar a sua identificação. Somente depois deve ser dada uma resposta elaborada em conjunto com o GC; ‐ É essencial conhecer a forma como os media utilizarão a informação fornecida pela US.  Não deve ser nunca esquecida a comunicação interna na própria US.

Page 34: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

24   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 7 ‐ Os sistemas de informação ‐ informática, telefone e fax   Questão pertinente  Incêndio, sismo ou  inundação são alguma das situações que podem provocar a ruptura ou degradação dos sistemas de informação numa US.  Como manter o acesso as  informações essenciais em caso de Crise quando os sistemas de informações da estrutura da US estão degradados ou inoperantes?   Orientações de trabalho   ‐ Favorecer a troca das bases de dados e fazer convergir os sistemas de informação ao nível da Direcção da US, de modo a esta ter acesso à gestão do fluxo de vítimas, camas disponíveis e gestão do pessoal, etc; ‐ Fazer um recenseamento das bases de dados existentes, testar as complementaridades e as ligações possíveis visando assim uma uniformização dos sistemas, utensílios e protocolos de comunicação; ‐  Em meio  interno,  prever  formas  simples  para  assegurar  a  continuidade  da  informação (rádios portáteis, linhas telefónicas especificas e independentes do standard); ‐ Criação de linha verde para dar informações à população; ‐ O responsável dos sistemas de  informação deve estabelecer procedimentos de controlo e fiabilidade dos sistemas em período normal, de modo a este estar disponível 24/24h.   Pontos importantes em caso de crise  Em  caso  de  catástrofe  utilizar  as  estações  de  rádio  e  a  televisão  para  comunicar  com  a população.  

Page 35: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

25

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ficha 8 ‐ O papel do Director da US / seu substituto   Questões pertinentes  ‐ O acontecimento justifica a convocação do Gabinete de Crise e a activação do PEUS? ‐ O acontecimento vai provocar o acolhimento de um grande número de vítimas/o isolamen‐to da US/a sua evacuação?   Orientações de trabalho  ‐  Preparar  a modalidade  de  activação  da  fase  de  alerta  de modo  fiável;  fora  das  horas normais de funcionamento da US; ‐  Excepto  os  elementos  que  compõe  o GC,  o  pessoal  de  chamada  deve  dirigir‐se  ao  seu serviço habitual e esperar instruções; ‐  Preparar,  em  articulação  com  o  Departamento  de  Formação  Permanente,  todos  os funcionários a terem uma resposta eficaz em caso de alerta; ‐ Estabelecer um protocolo de crise com a Autoridade Policial local; ‐  Estabelecer  um  protocolo  de mobilização  e  chamada  de  estudantes  com  as  escolas  de enfermagem e de medicina locais ou regionais.   

Page 36: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

26   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Pontos importantes em caso de crise  Através  da  mensagem  “activação  do  PEUS”,  cada  elemento  da  US  deve  reagir imediatamente seguindo respectivamente o protocolo pré‐estabelecido em caso de crise. Ainda antes da reunião do GC, o Director da US deve: ‐ confirmar o alerta, identificar o correspondente (identidade, número de telefone e autori‐dade responsável); ‐ reforçar imediatamente os elementos da central telefónica; ‐ activar o GC; ‐ activar o protocolo com o serviço de segurança da US e a Autoridade Policial local de modo a  garantir  a    circulação  adequada  de  doentes,  acesso  à US  de  ambulâncias  e  pessoal  de chamada; ‐  activar  procedimento  de  chamada  das  equipas  e  assegurar  continuidade  das  que  se encontram em exercício de funções; ‐ avaliar as disponibilidades de camas, tendo em conta a gravidade da situação; ‐ ponderar a activação de um plano de saída antecipada de doentes internados; ‐ contactar com outras estruturas de cuidados de saúde ou de alternativa ao internamento, de modo a acolherem doentes que necessitem ainda de vigilância médica e de enfermagem; ‐ contactar o coordenador do Bloco Operatório da US, de modo a se readaptar o programa  das intervenções cirúrgicas, quando aplicável; ‐ alertar a Tutela, assim como a cadeia de comando e controlo definida e as autoridades de saúde.   

Page 37: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

27

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ficha 9 ‐ Plano de circulação  

Questão pertinente  

Como  adaptar  a  arquitectura  e  organização  de  cada US  a  uma  determinada  situação  de crise?  

Orientações de trabalho  

‐ Fazer um plano geral da US, a fim de se poder visualizar os acessos e o plano de circulação nas zonas limítrofes da instituição; ‐ Fazer um plano simplificado da US e das suas estruturas. Este plano deve ser divulgado e estar presente em todos os serviços/áreas funcionais da US; ‐ Elaborar um protocolo de circulação nas imediações da US em colaboração com as Forças de Ordem Públicas, de modo  a manter  a  fluidez do  transito e  facilitar o  acesso  à US das ambulâncias,  do  pessoal,  dos  familiares  e  dos  media,  evitando  assim  situações  de congestionamento de trânsito; ‐ Fazer exercícios de  simulação da circulação  sempre de sentido único utilizando  sinais de sinalização  (stop,  setas  direccionais,...).  Sempre  que  possível,  organizar  dois  circuitos distintos de  sentido único  (circuito primário de afluxo de vitimas e  circuito  secundário de evacuação); ‐ Definir o trajecto mais simples para as ambulâncias e para os helitransportados (em caso da US possuir heliporto ou de ser criada zona improvisada para o efeito), facilitando assim o acesso ao Serviço de Urgência; ‐ Prever e assinalar parques para o pessoal, familiares e media; ‐ A informação sobre funções bem definidas, e o treino do pessoal previsto para assegurar a fluidez da circulação é um elemento essencial para melhorar a sua eficácia; ‐ Ao elaborar o PEUS,  ter em conta que a organização aprovada deve ser comunicada aos bombeiros,  INEM,  Cruz  Vermelha  Portuguesa,  transporte  privados  de  doentes,  etc.  e integrada na circulação de rotina.  

Pontos importantes em caso de Crise  

‐ Controlar e proteger o acesso ao Serviço de Urgência; ‐ Em relação ao circuito interno de doentes deve ser dada uma atenção especial à formação de corredores preferenciais (por exemplo entre o Serviço de Urgência e o Bloco Operatório), com pessoal da segurança da US a assegurar a sua fluidez. O controlo dos elevadores é um elemento importante a não esquecer; ‐  Os  materiais  necessários  à  sinalização,  demarcação  dos  circuitos  e  parques,  devem  estar armazenados em  local acessível 24/24 horas e sob responsabilidade do serviço de segurança da US. 

Page 38: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

28   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 10 ‐ Organização e acolhimento das vítimas ‐ Serviço de Urgência   Em  caso  de  afluxo massivo  de  vítimas  ou  de  doentes,  duas  situações  conjecturais  são  a tomar  imediatamente em consideração, a fim de determinar o nível  inicial de protecção da US e a sua capacidade operacional: ‐ as vitimas não estão contaminadas e entram segundo processo habitual; ‐ as vitimas estão contaminadas ou potencialmente contaminadas e devem ser recebidas em unidade móvel/fixa  de  descontaminação  a  fim  de  assegurar  a  protecção  do  pessoal,  dos materiais e da US (ver Ficha 15 e Anexo 1).  As  vítimas  devem  beneficiar  tanto  quanto  possível,  de  cuidados  de  saúde  de  qualidade, idênticos aos dispensados em tempo normal. A ordem de  atendimento das  vítimas deve  ter em  conta os  critérios de  categorização de medicina de catástrofe. Não há um único sistema de triagem nem existe, até ao momento, evidência científica  suficiente para poder afirmar que um  sistema é melhor do que outro. Aqui apresenta‐se, como uma alternativa possível, o sistema de triagem START modificado, com 4 categorias (4 cores):  

  Figura  1‐  Adaptação  do  Algoritmo  de  Triagem  START modificado.  Jenkins  JL  et  al,. Mass‐casualty triage: time for an evidence‐based approach. Prehospital Disast Med 23:3–8, 2008 

Page 39: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

29

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Temos ainda que considerar dois tipos de vítimas: ‐  as  vítimas  socorridas  e  transportadas  pelo  INEM  que  são  acolhidas  directamente  na Reanimação e Bloco Operatório. Serão, eventualmente, as vítimas mais graves (encarnado) ‐ as vítimas que chegam ao serviço de Urgência por outros meios, muitas vezes em grande número, necessitando de um acolhimento especializado de modo a ser determinado o grau de  urgência.  Estas  vítimas  serão,  na  sua  grande  maioria,  urgências  relativas  ou  minor (amarelo e/ou verde).   O serviço de urgência idealmente deve estar organizado em várias zonas distintas:  ‐ Zona de Triagem ‐ Zona de Reanimação/Emergência – Vermelha ‐ Zona Urgente – Amarela ‐ Zona Não Urgente ‐ Verde ‐ Zona Negra – Irreversíveis e Falecidos   As vítimas serão identificadas na triagem (acções de identificação) e ser‐lhe‐á colocada uma pulseira  ou  etiqueta  de  cor  correspondente  à  área  de  tratamento/prioridade,  bem  como número de identificação/e o nome, se possível.   Questões pertinentes  ‐ Qual a patologia dominante das vítimas? ‐ Qual a quantidade de vitimas que a US pode acolher? ‐  Qual  o  tipo  de  acontecimento/natureza  do  risco,  que  está  na  origem  deste  afluxo  de vitimas (convém que existam protocolos clínicos específicos para as várias possibilidades)?  ‐ Qual  é  o  número  de  vítimas  (tendo  em  conta  o  grau  de  gravidade),  para  lá  do  qual  é necessária uma reorganização do serviço de urgência, com extensão do existente? ‐ Qual é o local mais adaptado para a extensão do serviço de urgência, e como se efectuará a sua orientação entre os dois locais? ‐ Quem são os profissionais de saúde destacados para este novo local? ‐ Quem se encarrega do transporte do material médico necessário para activar um espaço não pré‐equipado? 

Page 40: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

30   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Orientações de trabalho  É importante que a US preveja a extensão do serviço de urgência em caso de grande afluxo de vítimas. Uma das hipóteses a ponderar é utilizar o  serviço de urgência como  zona de  reanimação, recebendo as urgências relativas (“amarelos”) e as não urgentes (“verdes”) num, ou mais do que um, outro serviço pré‐definido. Neste  caso é necessários pré‐equipar este espaço  com gases medicinais, aspiração,  fichas eléctricas, pontos de água, etc... Deve‐se prever ainda como será feito o acolhimento das urgências habituais, que continuam a chegar à US. Deverão existir etiquetas e/ou pulseiras de triagem em número suficiente, armazenadas em local acessível 24/dia. Todo o pessoal da instituição deverá estar familiarizado com a sua utilização. 

Page 41: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

31

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ficha 11 ‐ Organização do apoio não assistencial   Em  caso de  crise, um  funcionamento eficiente e uma adaptação à nova  situação da US é essencial:  Morgue  A extensão da morgue poderá  ser  inevitável. A escolha de um  local para conservação dos cadáveres  (entre  4‐8°C)  deve  ser  previsto  assim  como  de  sacos  com  fecho  empregues normalmente pelos serviços funerários. A  utilização  das  câmaras  frigoríficas  do  Serviço  de  Anatomia  Patológica  poderá  ser  uma solução. No caso de a US não poder dar resposta, esta deverá estabelecer um protocolo com uma entidade exterior (ex: aluguer de câmaras frigorificas).  Lavandaria O  reforço do abastecimento de  roupa  limpa ao Bloco Operatório, Serviço de Esterilização, Serviço de Urgência, Cuidados intensivos e Serviços de internamento é essencial de modo a assegurar o seu funcionamento, quando aplicável.  Assistência religiosa  Esta  deve  ser  garantida  às  vítimas  e  familiares,  de  acordo  com  o  seu  credo  e  liberdade religiosa.   Intérpretes Pode ser necessária a sua intervenção e uma lista de voluntários deve existir, e ser acessível a todos os serviços da US.  Meios de Comunicação A difusão de mensagens urgentes à população pode ser difundida através da rádio e da televisão (ver Ficha 6).

Page 42: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

32   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 12 ‐ Articulação entre a Unidade de Saúde e o INEM    A emergência pré‐hospitalar, sendo um sistema complexo, requer uma boa articulação entre o INEM, as US e todos os outros componentes da Protecção Civil.  A organização dos meios de transporte sanitários tem como objectivos principais:  ‐ permitir ao INEM assegurar uma prestação de cuidados de saúde no local de ocorrência e  o transporte assistido das vítimas/doentes  para a US mais adequada à sua situação clínica; ‐  permitir  às  instituições  organizar  o  seu  acolhimento  no  serviço  de  urgência/serviços  de internamento, planeando, se necessário, a sua transferência para outras instituições.  A elaboração de procedimentos e protocolos entre o INEM e a rede de US é essencial para garantir um sistema eficaz e seguro. Estes  protocolos  deverão  fazer  parte  integrante  do  PEUS  e  devem  poder  responder  a questões  fundamentais  de  organização  entre  o  Serviço  de Urgência  e  o  INEM/CODU  tais como: ‐ Quais são os elementos de alerta que  incitam à activação do PEUS ou a uma situação de pré‐alerta? ‐  Existe  um  risco  em  particular  para  as  equipas  do  INEM  ou  do  Serviço  de  Urgência, necessitando de um material específico (risco NRBQ, por exemplo)? ‐ O incidente atinge proporções tais que é necessário o reforço de meios privados de socorro ou da activação de um plano regional de emergência? ‐ Como se articula a gestão de catástrofe no terreno e a activação do PEUS? ‐  Quais  os  circuitos  de  informação  entre  o  INEM  e  a  US  e  quais  as  modalidades  de comunicação?  ‐ Qual o ponto de concentração dos meios do INEM, em caso de ser solicitada a sua presença e colaboração na US?  ‐ Qual é o elemento de contacto da US com o INEM?  

Page 43: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

33

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Orientações de trabalho ‐ Prever vários modos de comunicação, como rede de rádio específica para o efeito evitando o uso de telemóveis (saturação da rede); ‐ Prever  instalação de  linhas específicas com número secreto entre o Gabinete de Crise e o centro de regulação de vítimas do INEM (CODU); ‐  Elaborar uma  checklist de  acções  imediatas  a  realizar pelo  responsável da  regulação do fluxo de vítimas, em caso de activação do PEUS; ‐ Organizar exercícios de simulação entre as equipas de terreno do INEM, o CODU, o serviço de urgência da US e o GC.  Do INEM depende: ‐ a coordenação das actividades pré‐hospitalares, triagem e evacuação; ‐ a referenciação e transporte para as US adequadas à gravidade de cada vítima; ‐ a montagem de postos médicos avançados; ‐ o apoio psicológico às vitimas no local da ocorrência tendo em vista  a estabilização emocional e encaminhamento para serviço especializado se necessário: Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC). 

Page 44: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

34   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Ficha 13 ‐ O responsável da logística   Hoje,  a  mobilização  dos  materiais  e  logística  de  crise,  constitui  um  factor  essencial  da qualidade de resposta da rede de US, face a uma situação de crise sanitária.  A  repartição  e  a  importância  de  stocks  são  variáveis  de  US  para  US,  em  função  da capacidade, especialização e existência de laboratórios de referência.  Não obstante uma eventual necessidade de definição de uma política de stocks nacionais, cada US deve prever e assegurar a constituição destes stocks, no quadro do seu PEUS.  De modo a fazer face a uma grande afluência de vítimas, ou de doentes, a US deve ter uma reserva  de  produtos  de  saúde  e matérias  específicos  armazenados  num  local  perto  do serviço de urgência, como: ‐ antídotos (ver Ficha 15); ‐ kits completos de protecção individual (ver Ficha 15); ‐ unidades móveis de descontaminação (ver Ficha 15); ‐ materiais de laboratório para riscos NRBQ (ver Ficha 15); ‐ ventiladores portáteis; ‐ produtos farmacêuticos, gases medicinais, transfusões sanguíneas; ‐ equipamentos essenciais de urgência (fixos e renováveis ou descartáveis);  ‐ água;  ‐ combustíveis, electricidade, gerador, sistema de backup;  ‐ alimentos / bebidas; ‐ equipamentos de comunicações (externo / comunicação interna);  ‐ outros.   Em cada US deve existir um responsável da logística local de crise com formação em gestão de riscos (incluindo riscos NRBQ). Este elemento: ‐ é o coordenador local das acções logísticas em situações de crise; ‐ controla em conjunto com os Chefes de Serviço a gestão de stocks, assim como a   manu‐tenção dos materiais específicos a ser utilizados em situação de crise; ‐ participa na organização de exercícios de treino do pessoal da US, e na sua  formação; ‐ trabalha conjuntamente com os responsáveis logísticos das outras US, a fim de harmonizar práticas e trocar experiências.  

Page 45: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

35

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ficha 14 ‐ Exercício de activação do PEUS   Cada US deve verificar a operacionalidade do Plano através da organização de exercícios.  Antes  de  se  mobilizar  a  US  inteira  num  exercício  de  activação  do  PEUS,  devem  ser organizados  exercícios  por  sectores  de  actividade,  exercícios  só  de  activação  do  GC, exercícios de chamada de pessoal, etc.  A capacidade  local em fazer uma análise precisa após um exercício, ou de uma situação de crise, constitui um elemento essencial do processo de aprendizagem. As conclusões desta análise deverão ajudar à elaboração das respectivas acções correctivas.    Grelha geral de avaliação de exercícios:  ‐ Qualidade de gestos; ‐ Organização de circuitos; ‐ Adaptação e pertinência dos materiais utilizados; ‐ Reactividade das pessoas face a uma situação excepcional.   Exemplo: Exercício de activação do Gabinete de Crise  Objectivos  ‐Verificar se cada elemento do GC se encontra operacional; ‐Verificar o  tempo de operacionalidade do GC,  tendo em  conta o  tempo de  chegada das pessoas que o compõe e a instalação técnica da sala; ‐Verificar a reactividade dos diversos serviços da US face a um comando do GC.  Conteúdo do exercício  ‐ o Director da US é informado pelo INEM de um grande afluxo de vítimas; ‐ o Director da US pede ao  PBX para contactar o técnico de chamada e os membros do GC, segundo procedimentos pré‐estabelecidos (o director deve informar de que se trata de um exercício); ‐ o técnico procede à instalação da sala do GC; ‐ os membros do GC põe em prática as acções previstas na sua “ficha acção”; 

Page 46: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

36   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

‐ os membros do GC entram em contacto com os diversos Serviços da US e pedem para estes enviarem por fax, ao GC, uma determinada informação, de acordo com o PEUS.  Avaliação do Exercício sobre:  ‐ o tempo de instalação do GC; ‐ a funcionalidade dos equipamentos da sala onde se reúne o GC; ‐ a fiabilidade dos procedimentos; ‐ a comunicação ascendente e descendente entre GC e os vários serviços; ‐ a acessibilidade e o conhecimento do PEUS por parte dos diferentes serviços da US.  Periodicidade  Ver Ficha 3  Duração máxima do exercício: 2 horas   Um “debriefing” imediato permitirá proceder aos necessários reajustamentos.

Page 47: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

37

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ficha 15 ‐ Os riscos Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico   O PEUS tem também por objectivo fazer face aos riscos Nucleares, Radiológicos, Biológicos e Químicos (NRBQ). Uma tomada de consciência colectiva associada a uma organização nacional e internacional coerente (com meios humanos, materiais e de formação) são essenciais para dar resposta a este imperativo de Saúde Pública. Os riscos NRBQ podem ser de origem industrial, terrorista  ou natural.  A problemática será diferente conforme a apresentação do risco se verifica de uma  forma súbita ou graduada.  A activação do Plano de Emergência de uma US específica, em caso de risco NRBQ, deve ser integrada num Plano de Emergência de âmbito Regional. O nível de acção de cada US dependerá da sua localização e do seu desempenho, conforme previsto na rede de US Regional/ Nacional.  Devem existir US de referência para este tipo de risco, privilegiando as US com Serviço de Urgência Polivalente.   As Instituições/ Serviços fulcrais, em caso de risco NRBQ são: ‐ o serviço de urgência;  ‐ os serviços de doenças infecto‐contagiosas e os laboratórios para os riscos biológicos; ‐ os serviços de medicina nuclear, de radioterapia e de radiologia para os riscos radiológicos; ‐ o Centro de Informação Anti‐Venenos (CIAV‐ INEM) para o risco químico; ‐ A Protecção Civil, os Bombeiros, o INEM e o Exército (hospital de campanha e unidade de descontaminação de vitimas); ‐ a Farmácia.  Estes serviços devem estar equipados de modo a assegurarem: ‐ o aconselhamento das equipas por parte de especialistas para cada tipo de risco; ‐ um diagnóstico em caso de acidente NRBQ e respectivos cuidados de saúde especializados;  ‐ a formação do pessoal da US potencialmente implicado em riscos NRBQ; ‐ a existência de equipamentos de diagnóstico rápido; ‐ a existência de stocks de medicamentos, antídotos e antibióticos; ‐ a existência de equipamentos de protecção em quantidade suficiente; ‐ a existência de garantia  local ou regional de capacidade de descontaminação das vítimas e/ou dos profissionais. 

Page 48: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

38   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Questões pertinentes  Quem  são  os  especialistas,  serviços  e  laboratórios  de  referência  para  cada  tipo  de  risco, preparados a intervir em caso de crise? Quais as entidades e os documentos que nos poderão ajudar a  tomar decisões em  tempo real e na preparação da resposta da US para este tipo de risco? Qual o papel da US dentro da rede de referenciação e no Plano de Emergência Regional? Qual a organização da US a prever em função do tipo de risco?  ‐ modalidades de isolamento das vitimas dentro da US;  ‐ circuitos de admissão específicos;  ‐ modalidades de descontaminação;  ‐ reunião do Gabinete de Crise em urgência  (incluindo especialistas referentes para o tipo de risco);  ‐  como  informar o pessoal, acolher as  famílias e os media em  caso de acontecimento de forte impacto mediático e emocional; ‐ formação e  treino  das equipas (tipo de equipamento existente).   Orientações de trabalho  ‐ Estabelecer e testar os procedimentos de alerta; ‐ Estabelecer procedimentos de comunicação com o INEM/CODU, Administrações Regionais de Saúde, e agentes da protecção civil  (Autoridade Nacional de Protecção Civil, PSP, GNR, Forças Armadas, Cruz Vermelha, Autoridades Marítimas e da Aeronáutica, etc.); ‐ Avaliar o número de vítimas que a US tem capacidade de receber para cada um dos tipos de risco NRBQ; ‐ Na composição do gabinete de crise deverão ser incluídos especialistas do risco em causa, quando justificável; ‐ Identificar os meios técnicos, de diagnóstico e de controlo da contaminação; ‐ Prever procedimento de armazenamento e tratamento de resíduos; ‐ Prever stock de medicamentos, fatos de protecção e material específico; ‐ Estabelecer protocolo com as Forças de Segurança de modo a estabelecerem um perímetro de segurança; ‐ A medicina do trabalho deve ter acesso à lista de identificação do pessoal da US implicado na  cadeia de descontaminação  e  tratamento, para posterior  controlo  e monitorização de eventuais efeitos secundários; ‐ Elaborar procedimentos de descontaminação do pessoal da US;  ‐ Prever sinalética para determinar as zonas e acessos para as pessoas, familiares e media.  

Page 49: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

39

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Ao nível do Serviço de Urgência:          ‐ elaborar fichas de protocolo para cada risco em causa;          ‐ elaborar procedimentos de modo a ser possível contacto em directo (on‐line) com es‐pecialistas / entidades de referência para cada tipo de risco;           ‐ elaborar uma  lista das pessoas  formadas a equipar, mencionando os  tamanhos dos equipamentos de protecção;          ‐ a colaboração entre o INEM e o Serviço de Urgência é extremamente importante em termos de informação e de coordenação de meios.   Fazer exercícios específicos em:          ‐ alerta para encerramento de entradas da US, fora dos circuitos autorizados;          ‐ alerta e preparação das primeiras equipas com fatos de protecção;          ‐ activação de descontaminação de vítimas (deambulantes e em maca), E também:          ‐ prever grelhas de avaliação para estes exercícios;          ‐ estabelecer procedimentos de pedido de reforço de pessoal;          ‐  sensibilizar  o  pessoal  da US  para  este  tipo  de  riscos  através  de  sessões  curtas  de informação.   Pontos importantes em caso de Crise  ‐ É  importante perceber qual tipo o risco em causa, pois o alerta é frequentemente pouco específico.  ‐ Ao mesmo tempo é necessário afastar ou não a hipótese de a US poder estar ameaçada por esse risco. ‐ Prever um  responsável médico do  Serviço de Urgência em  contacto permanente  com o INEM/CODU e o departamento de catástrofe da Autoridade Nacional de Protecção Civil. ‐ Prever meios de comunicação como rádio e televisão na sala do Gabinete de Crise ‐ Estabelecer circuitos de  informação  internos e externos à US, de modo a desencadear os processos  de  descontaminação,  identificação  dos  produtos  em  causa,  assim  como modificação e fim dos procedimentos. 

Page 50: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

40   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

15.1 ‐ Preparação da US em caso de Risco Nuclear e Radiológico  Neste domínio o nível de “expertise” necessário é muito grande. Apesar de o risco nuclear em Portugal não ser elevado, a dispersão acidental ou intencional de elementos radioactivos utilizados isoladamente ou em conjunto com outros produtos é um elemento a ponderar.  No momento do acidente é preciso distinguir: ‐ uma radiação externa: o risco pode ser vital para a vítima se a dose é elevada; ‐ uma contaminação interna: é uma urgência terapêutica ‐ uma contaminação externa: esta contaminação pode ser facilmente eliminada.  No  caso  de  uma  irradiação  ou  de  uma  rádio  contaminação,  a  urgência médico‐cirúrgica prima sobre a contaminação radiológica.  A disseminação da contaminação deve ser reduzida ao máximo.  O  princípio  é  de  proteger  o meio  ambiente  e  de  não  respirar  os  elementos  radioactivos depositados no vestuário e objectos.   Um doente pode‐se apresentar neste caso como irradiado ou como contaminado: ‐ um  irradiado não  traz nenhum  risco para o pessoal da US, qualquer que  seja a dose de exposição; ‐ um contaminado apresenta um risco mínimo.  O que é importante em qualquer dos casos é o tratamento médico‐cirúrgico adequado.   Questões pertinentes  ‐ Qual a cartografia de riscos potenciais da região? ‐ Como saber se o  risco é unicamente  rádio  ‐ nuclear ou  se existe um  risco químico asso‐ciado? ‐ Qual o  circuito de acolhimento a organizar para a população  contaminada e não  conta‐minada? Quais os locais a serem equipados? ‐ Qual é o hospital de referência da zona para o risco radiológico e nuclear? ‐ Quem são os especialistas e entidades de referência; o pessoal previamente formado para o efeito e os serviços especializados? ‐ Onde se encontram os stocks de medicamentos assim como os kits de protecção individual e os contentores para recolha de objectos contaminados?  

Page 51: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

41

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

‐ Que circuito organizar para os detritos, objectos pessoais contaminados e como organizar o respectivo registo? ‐ Quais são os meios de mobilização dos stocks de iodo e o modo de distribuição? ‐ Quais os aparelhos de detecção e controle disponíveis e em que espaço de tempo os pode‐remos ter na US, prontos para serem utilizados?   Orientações de trabalho  Estabelecer procedimentos em colaboração com a ANPC e com o DPRSN (Departamento de Protecção Radiológica e Segurança Nuclear do Instituto Tecnológico e Nuclear). Reflectir  sobre os  riscos  inerentes dos produtos utilizados no próprio estabelecimento de saúde e aos possíveis acidentes.  Formar pessoal do Serviço de Urgência, Bloco Operatório e Reanimação, quando aplicável.  Ver ficha NRBQ em anexo 1    Pontos importantes em caso de crise  ‐ As pessoas mobilizadas para se ocuparem das vítimas contaminadas devem ser portadoras de  um  dispositivo  de  doseamento  individual  reservado  para  o  efeito  (reserva  em  cada serviço) e em stock no serviço de radiologia.    

15.2 ‐ Preparação da US em caso de Risco Químico  A US deve estar preparada para  fazer  face a um afluxo de vítimas com  forte potencial de intoxicação e de contaminação por transferência das substâncias químicas em questão.  As vítimas devem ser acolhidas por pessoal devidamente  treinado e com equipamento de protecção especial para o efeito. Estas devem  ser descontaminadas antes de entrarem na US.   Os procedimentos de protecção de pessoal e de descontaminação devem ser mantidos até que  o  produto  em  causa  seja  identificado  (o  que  leva  algumas  horas  para  um  agente químico) e que o risco de contaminação seja confirmado ou anulado.  

Page 52: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

42   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

A descontaminação pode  ser efectuada em módulo  transportável  (tenda montada para o efeito) no local do acidente ou em lugar pré‐definido à entrada da US. A descontaminação das vítimas químicas prima sobre o tratamento, podendo ser necessário a intervenção de equipas especializadas de reanimação devidamente treinadas e protegidas durante o processo de descontaminação.  Os  procedimentos  de  protecção  do  pessoal  e  da  US  devem  ser  postas  em  prática rapidamente.  A US deve ainda reflectir sobre a forma mais eficaz de acolher as vítimas que escaparam à triagem organizada  localmente pelos serviços do  INEM, e que se dirigiram para a US pelos seus próprios meios.   Questões pertinentes  Qual a organização a nível Local e Regional? ‐ Hospital de referência para os riscos químicos; ‐ Existência de módulos de descontaminação fixos e transportáveis; ‐ Médicos e especialistas em risco químico mobilizáveis; ‐ Stocks de ventiladores, material de assistência respiratória, medicamentos, antídotos, etc.; ‐ Capacidade de intervenção na região de agentes da protecção civil.   Orientações de trabalho   ‐ Testar os procedimentos de alerta em toda a US; ‐  Elaborar  protocolo  para  estabelecimento  de  perímetro  de  segurança  com  as  Forças  de Ordem; ‐ Identificar um circuito específico para vítimas potencialmente contaminadas;  ‐ Estabelecer modalidades de descontaminação para vítimas (deambulantes e em maca);  ‐ Criar um circuito de descontaminação antes da entrada do serviço de urgência:  

Acolhimento → retirar vestuário → duche morno com solução descontaminante durante 5 minutos,  incluindo  a  lavagem  dos  cabelos  →  secagem  e  vestuário  limpo  → acondicionamento da água e vestuário contaminados.  

‐ Testar os procedimentos de corte do sistema de ventilação e ar condicionado nas zonas de acolhimento das vítimas; ‐ Identificar o ponto de entrada e de saída do pessoal da US; 

Page 53: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

43

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

‐ Prever um modo  rápido e  seguro de  identificação  completa da vítima apôs descontami‐nação; ‐  Estabelecer  convenções  entre  estabelecimentos  de  saúde  no  que  diz  respeito  à disponibilidade de material específico.  Pontos importantes em caso de crise  ‐ O circuito de descontaminação é activado em conjunto com o INEM; ‐ Prever um meio de comunicação entre o gabinete de crise e o sítio de descontaminação de modo a permitir a troca de informações; ‐ Prever a comunicação entre o gabinete de crise e o CODU.  15.3 ‐ Preparação da US em caso de Risco Biológico  O risco biológico apresenta três características:  ‐ tem um período de incubação; ‐ é potencialmente contagioso; ‐ tem um início por vezes insidioso.  Este  risco  é  relativamente  bem  conhecido, mas  surgem  por  vezes  novas  variantes  virais, cujas  consequências  são menos  conhecidas,  (SRAS, Gripe  A,...)  provocando  epidemias  ou pandemias.  A  vulnerabilidade  dos  sistemas  de  cuidados  de  saúde  é  uma  realidade.  Assim  podemos constatar  que  mesmo  nos  países  ditos  desenvolvidos  em  que  existe  disponibilidade  de equipamentos  especializados  (por  exemplo  quartos  de  isolamento  com  pressão  negativa, capacidade de isolamento em hospitais pediátricos, etc.), estes podem não ser suficientes se não  houver  uma  coordenação  eficaz  entre  as US  e  as  autoridades  de  saúde  nacionais  e internacionais.  Em 2008 foi reactualizado pela Direcção‐Geral da Saúde o Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a pandemia da gripe. A principal finalidade deste plano “é minimizar o impacto da pandemia, sobretudo no que respeita à letalidade e à disfunção social”. Este plano define e divulga orientações estratégicas que permitem às estruturas de saúde fazer face a uma pandemia de gripe.   

Page 54: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

44   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Questões pertinentes  ‐ A  sintomatologia  apresentada pelos doentes examinados no  serviço de urgência  corres‐ponde ao risco identificado pelas autoridades sanitárias? ‐ O serviço de urgência  tem afixado um aviso pedindo ao doente apresente determinados sinais e sintomas de se fazer assinalar e de colocar uma máscara cirúrgica antes de penetrar na sala de espera? ‐ O serviço de urgência tem uma zona para doentes potencialmente contagiosos? ‐ Qual o hospital da zona de referência para o risco biológico? ‐ O pessoal da US está  informado dos procedimentos a serem aplicados em caso de trans‐missão inter‐humana de patologia viral ou bacteriológica? ‐ Quem são os especialistas e os laboratórios de referência (internos/externos) à instituição para este tipo de risco? ‐ Quais os  serviços especializados da US ou da  região e qual o protocolo pré estabelecido para transferência de doentes? ‐ Quais os meios de transportes utilizados para este tipo doentes? ‐ Onde  se  encontram  os meios  individuais  de  protecção  assim  como  o  stock  de medica‐mentos? ‐ Quem tem acesso a esse local e como é feito esse acesso? ‐ Quais os locais seleccionados para o isolamento dos doentes? ‐ Quais os protocolos de desinfecção, de tratamento ou de eventual vacinação?   Orientações de trabalho  ‐ Estabelecer protocolo de protecção do pessoal da US, incluindo a disponibilização de meios individuais de protecção; ‐ Em caso de a instituição não ser um hospital de referencia para o risco biológico, devem‐se definir quais as equipas responsáveis pela transferência destes doentes; ‐  Elaborar  fichas  de  informação  sobre  os  diversos  agentes  biológicos,  apoiando‐se  nas autoridades sanitárias competentes como o INSA e a DGS; ‐  Sensibilizar  o  pessoal  para  o  respeito  do  reforço  dos  procedimentos  de  higiene  e  das medidas de controlo das infecções nosocomiais – elaboração de projecto de formação;  ‐ Adequar o número de camas de isolamento em quartos isolados ou em enfermarias.    

Page 55: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

45

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Pontos importantes em caso de crise  ‐ O gabinete de crise deve estar em alerta e manter troca de informações com o INSA, a DGS e o INEM. ‐  Deve  haver  uma  troca  e  discussão  de  instruções  entre  a  população,  os  médicos  de Medicina geral e familiar, as farmácias, a rede hospitalar, o INEM e as autoridades sanitárias (Ministério da Saúde, DGS, INSA,...).  ‐ Prever circuitos curtos de hospitalização directamente nos serviços especializados ou pré estabelecidos para o efeito em coordenação com o INEM.

Page 56: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

46   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 57: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

47

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

CAPÍTULO IV ‐ FICHAS‐TIPO PARA PLANEAMENTO DOS QUATRO “PILARES” DO PLANO DE EMERGÊNCIA DAS UNIDADES DE SAÚDE    

4.1 Organização e Gestão  

4.2 Recursos Humanos  

4.3 Prestação de Cuidados  

4.4 Recursos Gerais 

Page 58: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

48   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 59: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

49

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

4.1 ‐ Organização e Gestão   

Activação 

Emergência Geral 

Definição O  momento  em  que  o  plano  de  preparação  para  crise (PEUS) é declarado activo. 

Objectivo Definir  os  procedimentos  e  responsabilidades  para  iniciar todas as acções previstas no PEUS. 

Padrão mínimo 

Quando (limiar de activação): define a quantidade mínima de doentes  ou o  rácio sobre o influxo diário que justifica a activação  do  PEUS  e/ou  cada  um  dos  níveis. Quem:  designar  um  responsável  a  tempo  inteiro  (24/7) (função/posição). Como: definir quem  chamar,  como  comunicar a activação da  primeira  etapa  a  ser  realizada  antes  de  todas  as responsabilidades serem atribuídas. 

Sugestão  

Normalmente  é  o  médico  responsável  pelo  Serviço  de Urgência/unidade  de  emergência,  por  delegação  do Director  Clínico,  o  responsável  máximo,  mas  outros também  podem  estar  envolvidos  se  a  sua  presença  for necessária  24/24  H  e  7/7  dias,  de  rotina. A natureza da crise também pode ser uma variável a ter em consideração. 

   

Transporte 

Emergência Geral  Definição 

Movimento  de  doentes,  tanto  dentro  como  fora  da  US em caso de deslocação ou de evacuação. 

Objectivo Definir  o  meio  de  transporte  adequado  e  identificar  o pessoal que terá a tarefa de transportar os doentes. 

Padrão mínimo Definição dos meios mínimos intra ‐US, assim como fora da US, de transporte, bem como a capacidade mínima. 

Sugestão Instruções  claras  sobre quando, quem e  como, para  cada categoria de doentes. 

 

Page 60: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

50   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Estrutura de comando e coordenação: Gabinete de Crise 

Emergência Geral 

Definição 

A  estrutura  responsável  pela  activação,  coordenação, execução,  adaptação  e  final  do  PEUS  pré‐estabelecido, incluindo  a  resolução  de  problemas  de  comunicação  às autoridades. 

Objectivo Pré‐definir a  liderança e o mecanismo de coordenação na implementação de medidas de emergência de acordo com o PEUS. 

Padrão mínimo A estrutura mínima deve  incluir cuidados clínicos, técnicos e peritos em segurança 

Sugestão 

‐ Pode haver 2 níveis de estrutura: 1. primeira  linha de activação na crise, elementos presen‐tes continuamente para a coordenação inicial e 2. pré  ‐ estabelecimento da  segunda  linha de  comando e estrutura  de  coordenação  após  a  activação  do  PEUS. ‐ Incluir peritos externos, se necessário. 

   

Mobilização 

Emergência Geral 

Definição 

Reafectação  imediata  de  recursos  humanos  a  partir  de onde  são  menos  necessários  para  onde  são  mais necessários. Chamada gradual de recursos humanos externos de acordo com as necessidades. 

Objectivo Obter  recursos  suficientes  (humanos,  logística, etc.) a  fim de tornar o PEUS pré ‐ estabelecido funcional e fornecer os cuidados adequados. 

Padrão mínimo 

A  reafectação  dos  recursos  internos  vem  em  primeiro lugar. Os  recursos  que  estão  no  sistema  têm  conhecimentos  e capacidades  para  assegurar  melhor  o  funcionamento  da US. 

Sugestão Uso  de  recursos  externos  (especialmente  recursos humanos) é uma alternativa, em geral, difícil de controlar e coordenar. 

  

Page 61: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

51

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Fluxo de informação ‐ relatórios e registos 

Emergência Geral 

Definição 

A  definição  de mecanismos  e  procedimentos  através  dos quais  a  informação  é  distribuída  para  as  diferentes categorias  de  estruturas,  incluindo  a  estrutura  de coordenação,  funcionários,  doentes/familiares,  agências, autoridades e media. 

Objectivo Estabelecer o fluxo bidireccional de  informação correcto e permitir  que  o GC  de  coordenação  empreenda  as  acções apropriadas. 

Padrão mínimo 

Os documentos   e  fichas de notificação devem  ter  regras bem definidas e trajectos. Todos os  funcionários da US devem  ser  treinados  sobre a forma  de  transmissão  do  Plano  a  determinada  pessoa/ organização. As  informações  básicas  são:  o  número  de  doentes internados, categoria de triagem, evolução do processo de prestação  de  cuidados  e  a  necessidade  de  recursos adicionais. 

Sugestão 

Uso de formulários de comunicação padronizados. Diminuir  a  quantidade  de  informação solicitada.Se possível, contar com um único ponto de contacto ou um centro definido. 

   

Articulação com Pré ‐ Hospitalar 

Emergência Geral 

Definição Contacto  permanente  bidireccional  entre  os  serviços  de emergência  pré‐hospitalar  e  a  área  de  acolhimento  de urgência da US. 

Objectivo 

‐  Transmitir  informações  do  sistema  de  emergência  pré‐hospitalar para a área de  recepção de urgência para uma resposta  adequada,  incluindo  a  activação  do  PEUS.‐  Transmitir  informações  da  US  para  o  sistema  pré‐hospitalar sobre a capacidade e necessidades. 

Padrão mínimo Um  sistema  de  comunicação  de  rádio  que  normalmente esteja  activo  no  dia‐a‐dia,  com  base  em  situações  de emergência individual. 

Sugestão  Verifique a sua capacidade para expandir os seus serviços.  

Page 62: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

52   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Área de cuidados de emergência 

Emergência Geral 

Definição Definição  de  área  específica  dentro  da  US  para atendimento  de  emergência,  com  recursos  humanos  e logística, próprios. 

Objectivo Identificar  localização  de  pacientes  que  necessitem  de atendimento  de  emergência,  incluindo  procedimentos  de suporte avançado de vida. 

Padrão mínimo ‐ Espaço exclusivo ‐ Lista dos equipamentos básicos de emergência ‐ Lista de pessoal treinado 

Sugestão Início  sempre  a  partir  de  recursos  dedicados  ao atendimento de emergência. 

Pand

emia 

Definição Acessos separados, avaliação e admissão facilitadas a quem apresente sintomas de infecção. 

Objectivo  Prevenir e impedir a propagação da infecção. 

Sugestão 

‐  Importante  manter  a  confiança  do  paciente  relativa‐mente  ao  atendimento  de  outros  tipos  de  situações  de emergência. ‐  Considerar  a  necessidade  de  ventilação  adequada  do ambiente nesta área. 

   

Relações Públicas e Informação 

Emergência Geral 

Definição Comunicação  ao  público  em  geral  através  de  todos  os meios de comunicação e informação disponíveis. 

Objectivo Informar  a  população  sobre  os  direitos  e  meios  de acessibilidade a cuidados de saúde adequados. 

Padrão mínimo Identificar  e  preparar  um  porta‐voz  credível  e  seus adjuntos. 

Sugestão 

‐  A  pessoa  deve  ser  capaz  de  transmitir  informação  pro‐fissional e responder correctamente a perguntas. ‐ A  informação a fornecer à  Imprensa deve ser preparada, tanto quanto possível. ‐ Todas as mensagens devem ser coerentes com as orien‐tações regionais e nacionais. 

 

Page 63: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

53

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Testar o Plano 

Emergência Geral 

Definição Simulação  selectiva  ou  total,  de  exercícios  que  pode  ser anunciada  ou  não  (exercício  vs  simulacro),  envolvendo algumas / todas as estruturas que participam no PEUS. 

Objectivo Validar um PEUS e treinar o pessoal e as várias estruturas envolvidas na sua implementação. 

Padrão mínimo 

Simulação  selectiva  de  exercícios  (revendo  todos  os procedimentos num cenário imaginário de situação crítica).Escala  periódica  de  exercícios/simulacro,  sempre  que possível. 

Sugestão 

Incorporar  treinos e  testes na  rotina  semanal. Momentos de  treino  semanais  ou  bi  ‐  semanais,  acarretam  grande benefício para a eficácia do trabalho diário ou a eficácia da preparação.  Começar  por  testes  simples  e  ir  progressi‐vamente  aumentando  o  seu  grau  de  complexidade,  os “table  top  exercises”  são  formas  simples de  testar  alguns processos. 

  

Avaliação 

Emergência Geral 

Definição Rever  e  analisar  a  implementação  do  PEUS,  incluindo categorias de pessoal envolvido e agências. 

Objectivo Identificar os pontos  fortes e  fracos, do PEUS, a  fim de o melhorar.  

Padrão mínimo Pelo menos, uma sessão de avaliação no prazo de 24 horas a partir de terminar o exercício/teste ao PEUS. 

Sugestão 

‐ Pré‐estabelecer critérios de medição e metas. ‐ Incluir debriefing psicológico (através de entrevista indivi‐dual  e/ou  de  grupo  para  revisão  das  etapas  do  PEUS) quando necessário. 

  

Page 64: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

54   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Problemas Específicos para Pandemias  

Activação do PEUS em caso de epidemia / Cenários de pandemia 

Pand

emia 

Definição 

Procedimento  para  dar  início  à  execução  do  PEUS. A  implementação  do  plano  pode  ser  gradualmente adaptada  de  acordo  com  o movimento  de  pacientes  que recorrem  aos  serviços  de  emergência  médica:  desde  os primeiros casos suspeitos de infecção ao mais alto grau de epidemia / pandemia que ocorre em determinada comuni‐dade. 

Objectivo 

Ser  capaz  de  responder  de  forma  adequada  e  pronta  às necessidades  da  população,  informação  e  medidas profiláticas  para  a  prestação  de  assistência  médica  ao número mais elevado possível de pacientes. 

Padrão mínimo A  activação do plano deve  ser possível, desde  a primeira notificação de casos suspeitos, na US ou na comunidade. 

  Implementação  do  plano  pode  ser  desenvolvida  em  etapas  progressivas  adaptadas ao nível de epidemia / pandemia (relação entre a população afectadas e carga de trabalho da US), conforme sugerido nos quatro casos seguintes.  

Caso I: Sensibilização reforçada 

Pand

emia 

Definição Procedimento  para  dar  início  à  execução  do  PEUS. Mecanismos  internos para garantir a  identificação precoce de uma estirpe pandémica. 

Objectivo 

Identificar  rapidamente  e  gerir  de  forma  adequada  um pequeno  número  de  casos  e  evitar  a  propagação. Fazer  relatórios  oportunos  e  precisos  para  vigilância epidemiológica nacional. 

Padrão mínimo 

‐  Diagnóstico  rápido  de  acordo  com  as  orientações  da Organização  Mundial  de  Saúde  (OMS). ‐ Protocolos para o diagnóstico e critérios para os testes de laboratório. ‐ Disponibilidade  em medidas  de  protecção  especial  para os funcionários. ‐ Capacidade de isolamento disponível. 

Sugestão Tratamento em  isolamento até que o diagnóstico de uma estirpe pandémica seja excluído. 

 

Page 65: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

55

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Caso II: Gestão de emergência social 

Pand

emia 

Definição Grande  números  de  pessoas  em  pânico  /  pacientes  que procuram  os  serviços  de  saúde  para  diagnóstico  de exclusão. 

Objectivo Identificar  grupos de população  afectada pela epidemia  / pandemia que precisam de assistência médica e participar em estudos de vigilância epidemiológica. 

Padrão mínimo 

‐ Protocolos de tratamento pré ‐ definidos. ‐  Conjunto  de  informação  a  ser  entregue  às  pessoas  em causa. ‐ Mensagens  chave  pré  –  definidas  a  ser  fornecidas  aos meios de comunicação locais / nacionais. 

Sugestão 

‐ Segurança do pessoal é uma questão fundamental. ‐ Comunicação e mensagem a fornecer aos meios de comu‐nicação  social  deve  ser  preparada  antecipadamente, quando possível. ‐ Sessão de esclarecimento com os líderes de opinião locais e políticos.  

  

Caso III: Agravamento da Epidemia 

Pand

emia 

Definição Grande número de pacientes com  infecção provocada por uma estirpe pandémica. 

Objectivo Garantir que os  recursos  sejam  redireccionados de  forma adequada, a fim de lidar com a situação crítica. 

Padrão mínimo 

‐ Definir padrões de cuidados ‐ Implementação de triagem. ‐ Reafectação de pessoal, equipamentos e materiais. ‐ Decidir sobre nível de serviços que requerem continuida‐de. ‐ Recursos humanos de apoio e de reforço para assegurar serviços  mínimos.‐ Assegurar o fornecimento de material e equipamento de suporte. 

Sugestão 

‐ Preparação para uma situação prolongada.  ‐ Começar a planear o cenário de nível IV. ‐ Estabelecer um plano de tratamento em casa, em colabo‐ração com os cuidados de saúde da comunidade, incluindo especialistas em cuidados primários e da comunidade. 

 

Page 66: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

56   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Caso IV: Epidemia / fase pandémica 

Pand

emia 

Definição Epidemia  / pandemia  (quando  oficialmente  indicado  pelo Ministério da Saúde ou OMS).  

Objectivo Garantir  a  capacidade  máxima  instalada  de  modo  a  ser capaz de enfrentar uma epidemia. 

Padrão mínimo ‐ Semelhante ao nível III ‐ Critérios definidos para o acesso a cuidados  intensivos e ventilação. 

Sugestão 

O  plano  deve  parar  sempre  que  não  justificar  procedi‐mentos de suporte avançado de vida e prever: ‐ Pessoal de apoio ‐ Continuidade da actividade e recursos de suporte ‐ Coerência com os planos regionais e nacionais ‐ Planos de auxílio mútuo a nível regional e nacional 

 

Page 67: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

57

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

4.2 ‐ Recursos Humanos  

Staff Permanente da US 

Emergência Geral 

Definição Em  caso  de  crise  o  PEUS  deve  ser  implementado envolvendo  todos  os  funcionários  profissionais  e  não profissionais que trabalham diariamente na US. 

Objectivo 

Obter  a  disponibilidade  do  pessoal mais  qualificado,  com experiência e conhecimento  interno e familiarizado com o ambiente  de  rotina  da  instituição,  durante  a  fase  de resposta a uma crise. 

Padrão mínimo 

‐ Lista actualizada de todo o pessoal. ‐ Lista actualizada dos profissionais essenciais. ‐ Mapa de competências actualizado. ‐  Líderes  de  emergência  identificados  (cirurgiões,  aneste‐sistas, etc.). ‐ Capacidade máxima da Direcção/Administração da US 

Sugestão Use  entrevista,  questionários  ou  instrumentos padronizados,  a  fim  de  reunir  informações  sobre conhecimentos e experiências de crises anteriores 

Pandemia  Sugestão Cuidado com absentismo por doença, cuidados de saúde a terceiros (cuidados a membros da família) ou luto. 

 

Equipas Funcionais 

Emergência Geral 

Definição Equipas  de  emergência  de  profissionais  ou  não profissionais dedicados a 3 principais áreas específicas de serviço: a gestão de crise, logística e prestação de cuidados.

Objectivo Oferecer  resposta adaptada homogénea, eficaz e  rápida a fim de atingir os objectivos do PEUS.  

Padrão mínimo 

‐  Equipa  de  gestão  de  crise:  director,  responsável  pela admissão  de  doentes,  engenheiro,  médico  ‐  chefe  / enfermeira ‐ chefe, informática, farmácia.  ‐ Logística e serviços gerais: pessoal de serviços gerais, pés‐soal de sistemas de informação, engenheiros.  ‐ Equipa de saúde: médicos, enfermeiros e auxiliares. 

Sugestão ‐ Siga a estrutura diária e competências atribuídas, normal‐mente, de rotina, a cada equipa. ‐ Diluir e simplificar funções, tanto quanto possível. 

Pandemia  Sugestão 

‐ Equipas funcionais são cruciais para as seguintes áreas:  * triagem * controle de infecção  * cuidados críticos 

 

Page 68: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

58   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Recursos Humanos de Reserva 

Emergência Geral 

Definição Todos os profissionais ou não profissionais que  trabalham fora  da  US  que  podem  ter  um  papel  complementar  em caso de crise. 

Objectivo Complementar  ou  substituir  os  recursos  humanos existentes,  se  ausentes,  não  adequado,  ou  incapaz  de cumprir ou continuar a cumprir as suas funções. 

Padrão mínimo 

Lista actualizada de: * todos os estudantes médicos / de enfermagem * todos os professores médicos / de enfermagem * voluntários * profissionais aposentados. Todas  as  listas  devem  ser  baseadas  em  agentes  que  têm capacidades  e  disponibilidade  para  participar  (a proximidade geográfica é importante). 

Sugestão Todo  o  pessoal  de  reserva  deverá  receber  uma  cópia  do PEUS e participar sempre nos treinos e exercícios. 

  

Parcerias 

Emergência Geral 

Definição 

Acordo de parceria com ordens profissionais e sociedades científicas, associações de profissionais, Organizações Não‐Governamentais (ONG), municípios ou outras instituições a fim de expandir o apoio na resposta a crises, com pessoal qualificado. 

Objectivo Ter uma  lista actualizada do pessoal de reserva ou  lista de pessoal qualificado. 

Padrão mínimo  Mapeamento das qualificações e / ou experiência. 

Sugestão ‐ Revisão regular e actualização dos acordos. ‐ Abrir a US a novas formas de colaboração. 

 

Page 69: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

59

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Saúde Pública e Cuidados Preventivos 

Emergência Geral 

Definição Prevenção  e  descontaminação:  química,  biológica, radiológicos, contaminação nuclear (NRBQ). 

Objectivo Reduzir os riscos relacionados / evitar riscos desnecessários / protecção do pessoal. 

Padrão mínimo Designar  pessoal  qualificado  (com  competências específicas). 

Sugestão 

‐  Designar  uma  equipa  da  US  responsável  pelo  desen‐volvimento de planos específicos para situações especiais. ‐  Coordenação  em  rede  com  outras  instituições  relevan‐tes: Forças  militares,  autoridades  de  saúde  pública,  Cruz Vermelha, protecção civil, bombeiros. 

 

Educação e Formação Contínua 

Emergência Geral 

Definição Fortalecimento e capacitação em técnicas de atendimento em emergência médica ao pessoal.  

Objectivo  Melhor atendimento de emergência em situações de crise. 

Padrão mínimo Plano  detalhado  de  treino  e  educação  continuada  para todos os elementos. 

Sugestão 

‐  Procurar  recursos  /  fundos  para  apoiar  a  equipa  em formação específica. ‐ Estimular os funcionários a fazer formação. ‐ Realizar  formação  sobre o PEUS  para  garantir  a  susten‐tabilidade. ‐ Confiar em recursos internos locais como formadores. ‐ Nomear alguns elementos da equipa responsável para ga‐rantir  que  a  formação  prevê  actividades  adequadas  às necessidades reais da US. 

  

Page 70: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

60   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Capacitação: Formação 

Emergência Geral 

Definição Lista  de  itens  para  atender  às  necessidades  de  formação dos agentes.  

Objectivo Garantir as funções de cada pessoa envolvida na gestão da crise;  comunicação  para  prevenir  e  gerir  situações  de pânico. 

Padrão mínimo 

Principais áreas de interesse são:  ‐ organização ‐ gestão clínica (triagem, protecção e segurança dos funcio‐nários e pacientes, isolamento, tratamento). 

Sugestão 

‐  Dê  instruções  claras  e  simples  para  todos  os  níveis  de pessoal da US. ‐  Formação  em  comunicação  com  a  comunicação  social, familiares, pacientes, autoridades, funcionários.  ‐ Ajuste a  formação de acordo  com as equipas  funcionais conforme planeamento.  

Pandemia  Padrão mínimo ‐ Gestão do laboratório (manipulação de amostras). ‐ Notificação de casos. ‐ Comunicação. 

 

Page 71: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

61

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Níveis de Formação 

Emergência Geral 

Definição Divisão de pessoal em grupos, de acordo  com as  funções previstas no PEUS (equipas funcionais). 

Objectivo Proporcionar  uma  formação  eficaz  para  a  aplicação  do PEUS. 

Padrão mínimo 

‐  Todo  o  pessoal  adquirir  conhecimentos  básicos  sobre  o PEUS  e  competências  para  a  realização  das  funções previstas.  ‐  Pessoal  de  reserva  é  sempre  incluído  na  formação programada. 

Sugestão Identificar  a  pessoa  ‐  chave  que  vai  organizar  e supervisionar as actividades de formação.  

  

Materiais de formação 

Emergência Geral 

Definição 

Directrizes genéricas e protocolos clínicos para alcançar um padrão uniforme de  formação  a  todos os  funcionários da US,  a  fim  de  desenvolver  procedimentos  operacionais padrão. 

Objectivo 

Apoiar  a  formação  no  PEUS  e  continuar  a  rotina  de funcionamento  da  US  e  obter  um  consenso  sobre  o programa  de  formação  base,  com  um  padrão  específico para diferentes cenários. 

Padrão mínimo Conhecimentos básicos e treino no plano de preparação da US  para  cenários  com  múltiplas  vítimas  e  desastres, seguido por cenários específicos. 

Sugestão 

‐  As  directrizes  e  protocolos  clínicos  devem  ser disponibilizados  nos  locais  de  atendimento,  adaptado  às necessidades  locais  e  para  diversos  níveis  de  pessoal ‐  Criar  o  material  de  formação  e  treino  baseado  num consenso, com a plena participação do pessoal.  

  

Page 72: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

62   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Metodologia da Formação 

Emergência Geral 

Definição  Desenvolvimento de técnicas de ensino. 

Objectivo Implementar  o  programa  de  formação  com  a  máxima eficácia.  

Padrão mínimo Partilha  do  conhecimento  e  da  informação  (websites, ensino à distância, e‐learning reuniões e workshops).  

Sugestão 

‐ A  formação  deve  garantir  a  sustentabilidade  através  da adaptação às necessidades locais. ‐  Consulte  sempre  a  formação  de  fontes  nacionais  e internacionais.  ‐  Simulação  e  testes  são  os  meios  mais  eficazes  de capacitação. 

  

Monitorização e Avaliação da Formação 

Emergência 

Geral 

Definição Todas  as  acções  e  sistemas  para  avaliar  o  progresso  da formação em medidas dirigidas ao PEUS. 

Objectivo Avaliar o impacto da formação e atender aos requisitos de qualidade. 

Padrão mínimo  Cada acção de formação deve ter um sistema de avaliação. Sugestão  Integrar lições aprendidas nos programas de formação 

  

Qualidade da Formação 

Emergência Geral  Definição 

Medição da qualidade de  conhecimentos  adquiridos e de aplicação da formação.  

Objectivo  Assegurar um nível de formação adequado e útil. 

Padrão mínimo  Informação baseada na evidência. 

Sugestão 

‐ Verificações periódicas e actualização regular do treino de competências e materiais. ‐ Consulte a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde para oportunidades de formação e ferramentas. 

 

Page 73: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

63

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Problemas Específicos para Pandemias  

Comissão de controle de infecção 

Emergência Geral 

Definição 

Responsável  pela  definição  de  recomendações  e implementações  relacionadas  com o  controle de  infecção dentro do hospital, como Staphylococcus aureus meticilina  resistentes (MRSA). 

Objectivo Adaptar  as  recomendações  gerais  sobre  controle  de infecção  a  uma  determinada  US  e  implementação  de monitorização.  

Padrão mínimo 

Provedor de informação e organizador da formação dentro da  US  para  a  implementação  das  recomendações  de controle de infecção. Monitorização  de  ocorrência  de  infecções,  as  falhas  de controle  e  actualização  de  recomendações  (por  exemplo Special Organism Precautions ‐ SOP).  

Sugestão A  comissão  pode  ser  uma  parte  integrante  da  equipa  de coordenação em todas as situações de crise. 

  

Sensibilização 

Emergência Geral 

Definição Conhecimentos básicos sobre gripe sazonal, a pandemia de gripe, controle de infecção e biossegurança entre o pessoal e o público em geral. 

Objectivo Aumentar  a  consciencialização  sobre  os  riscos  biológicos perigosos. 

Padrão mínimo 

Informação  básica  e  conhecimento  das  precauções universais e precauções básicas de transmissão da infecção entre todos os funcionários que trabalham em cuidados de saúde.  

Sugestão 

‐  Designar  uma  pessoa  ou  equipa  para  divulgar  a  infor‐mação. ‐  A  US  pode  desempenhar  um  papel  activo  e  eficaz  na divulgação  e  disseminação  de  informação  ao  público  em geral.  

 

Page 74: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

64   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

4.3 ‐ Prestação de Cuidados  

Triagem 

Emergência Geral 

Definição Categorização dos pacientes de acordo com a prioridade de atendimento.  

Objectivo Proporcionar melhor  atendimento  ao máximo  número  de pacientes possível com os recursos disponíveis.  

Padrão mínimo Determinado  lugar  e  pessoa  designada  responsável  pela triagem  inicial  na  US,  de  acordo  com  protocolo  pré‐determinado. 

Sugestão Triagem  deve  ser  um  processo  dinâmico  que  segue  as condições  do  paciente  em  conformidade  com  a disponibilidade de atendimento. 

Pand

emia 

Sugestão 

‐ Protocolos de triagem adaptados a epidemias específicas. ‐  Critérios  de  acesso  aos  cuidados  intensivos  e  ventilação. ‐  Critérios  para  o  acesso  a medicação  específica,  especial‐mente se limitada em disponibilidade. ‐ Necessidade de cooperar com os cuidados da comunidade. 

 

Protocolos Clínicos 

Emergência Geral 

Definição Procedimentos médicos  pré  ‐  definidos  para  diagnóstico  e terapêutica (algoritmos) para atendimento ao paciente.  

Objectivo  Optimizar a utilização dos recursos disponíveis. 

Padrão mínimo 

Devem  estar  disponíveis  protocolos  para  as  situações  de emergência mais  comuns,  tais  como:  reanimação,  trauma, complicações  relacionadas  com  a  gravidez,  infecções  e anestesia.  

Sugestão 

‐  Desenvolver  protocolos  baseados  em  evidências  cientí‐ficas. ‐ Partilhar protocolos com a equipa e obter consenso para a sua adesão  ‐ Protocolos  (algoritmos) para  as principais patologias  são úteis em  todas as circunstâncias, mesmo sem activação do PEUS. ‐ Use cartazes para ajudar o pessoal a seguir e cumprir todos os passos dos protocolos.  ‐ Utilização  de  protocolos  e  algoritmos  é  uma  ferramenta eficaz  para  garantir  a  qualidade  dos  cuidados médicos  em situações críticas.  

Page 75: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

65

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Assistência Domiciliária 

Emergência Geral 

Definição  Assistência médica em casa do paciente. 

Objectivo Aliviar  os  cuidados  de  saúde  primários  e  hospitalares, enquanto  a  prestação  de  cuidados  médicos  no  ambiente familiar é mais confortável para o paciente. 

Padrão mínimo 

‐ Definir / articular com os Clínicos Gerais a possibilidade de ficarem envolvidos em cuidar de pessoas em casa. ‐ Estimular o auto‐cuidado durante uma  crise,  sempre que possível. ‐  Facilitar  a  participação  dos  vizinhos  e  pessoas  de  apoio (assistentes sociais, voluntários). 

Sugestão ‐ Mobilizar e envolver os Clínicos Gerais e o  sistema  social local (assistentes sociais, vizinhos). 

 

Cuidados Especiais 

Emergência Geral 

Definição Cuidados  médicos  especializados  que  precisam  de tecnologia e / ou pessoal. 

Objectivo  Proporcionar o acesso atempado aos cuidados especiais. 

Padrão mínimo Rede de cuidados de referência para todas as necessidades médicas. 

Sugestão Coordenar  o  PEUS  de  acordo  com  a  rede  de  referência  a nível local e/ou regional. 

Pand

emia 

Sugestão 

‐  Definir  critérios  para  acesso  a  cuidados  especiais,  parti‐cularmente  cuidados  intensivos,  em  situações  onde  os recursos dificilmente podem ir de encontro às necessidades. ‐ Critérios  com base ética,  igualdade e partilhados  com os recursos da comunidade e os funcionários. 

 

Registos Médicos 

Emergência Geral 

Definição Registos  clínicos,  dados  demográficos  e  do  processo  de atendimento. 

Objectivo ‐  Garantir  a  segurança  dos  pacientes  e  a  qualidade  dos cuidados. ‐ Respeitar as obrigações legais. 

Padrão mínimo Especificação  mínima  de:  data  e  hora  da  admissão,  o número de admissão, sexo, idade adulta ou pediátrica; Registo do processo clínico.  

Sugestão ‐ Uso sistemático de registos médicos. ‐ Não fazer registos específicos da crise. 

 

Page 76: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

66   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Comunicação com Familiares 

Emergência Geral  Definição  Informação fornecida aos familiares/acompanhantes 

Objectivo Atender  às  necessidades  dos  familiares/acompanhantes, respeitando o direito à informação. 

Padrão mínimo  Informação baseada na realidade, verdade e actualidade. 

Sugestão 

‐  Designar  uma  pessoa  para  a  recolha  e  disseminação  de informações de forma adequada. ‐ Breve formação em comunicação a todo o pessoal é extre‐mamente eficaz e útil. 

Pand

emia 

Sugestão 

‐ Considere uma formação complementar para os funcioná‐rios  sobre  como dar más notícias e  limitações no acesso a tratamento especializado. ‐ Pessoal de apoio com um conjunto de informações prévias relativas aos familiares/pessoas significativas. 

   

A Garantia da Qualidade 

Emergência Geral  Definição 

Manutenção  do  padrão  de  qualidade  alcançado  pela  US durante a fase de resposta à crise. 

Objectivo Manter padrões mínimos de qualidade no atendimento de emergência, com base na experiência, formação e exercício. 

Padrão mínimo Definida em função de objectivos de rotina na qualidade da assistência médica. 

Sugestão Estabelecer  uma  equipa  multidisciplinar  de  garantia  da qualidade no PEUS. 

 

Page 77: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

67

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Os Grupos Vulneráveis 

Emergência Geral  Definição 

Pessoas com limitações na auto‐suficiência, ou seja, crianças sem  vigilância  de  saúde,  idosos  e  pessoas  com  deficiência muitas vezes não têm igual acesso aos cuidados médicos em geral e particularmente em situações de crise. 

Objectivo  Assegurar o acesso equitativo aos cuidados, para todos. 

Padrão mínimo 

‐ Definição dos grupos vulneráveis. ‐ Designação de uma (ou mais) pessoa (s) na identificação de pacientes que necessitam assistência especial,  facilitando e orientando‐os através de todos os procedimentos relativos à prestação de cuidados médicos. 

Sugestão  Voluntários podem ajudar bastante.  

Pand

emia 

Sugestão 

Particular  atenção  aos  seguintes  grupos  em  caso  de epidemia / pandemia: ‐ Pacientes dos serviços de saúde mental. ‐ Pessoas com dificuldades na aprendizagem. ‐  Comunidades  institucionalizadas  (por  exemplo,  prisões, residências comunitárias, etc.). ‐ Imigrantes. 

  

Aumento da Capacidade 

Emergência Geral 

Definição  Aumentar a capacidade de admissão de doentes. 

Objectivo Responder às solicitações agudas excepcionais de prestação de cuidados médicos.  

Padrão mínimo 

Definição  de  padrões  mínimos  de  cuidados  por  rácios específicos e mensuráveis, por exemplo: médicos/pacientes, enfermeiros/pacientes,  pacientes/m²,  pacientes  /  casa  de banho, etc.  

Sugestão 

‐ Realizar acordos formais com recursos da comunidade para contributos adicionais  (como: as escolas para espaço extra, as  associações  profissionais  para  recursos  humanos,  etc.). ‐ Elaborar um plano de articulação com as outras US da rede de referência, para a mobilidade dos pacientes do e para a US, assim como com as entidades que coordenam os meios de transporte.  

 

Page 78: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

68   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Apoio Psicológico (paciente / equipa) 

Emergência Geral 

Definição Serviços  de  aconselhamento  psicológico  e  de  informação para  o  SPT  (stress  pós‐traumático)  e  burn‐out  (fadiga)  dos pacientes e funcionários. 

Objectivo Aliviar o stress e prevenir o SPT em pacientes e funcionários (ajudá‐los a lidar com a situação/perdas). 

Padrão mínimo 

‐ Envolver  voluntários de organizações de  caridade, profis‐sionais  (psiquiatras,  psicólogos,  enfermeiros  de  saúde mental, etc.). ‐  Formar  o  pessoal  de  emergência  para  gerir  melhor  as frustrações  e  agressão  causada  por  qualquer  emergência.‐ Assegurar sistemas de transporte para o pessoal da US. ‐ Cuidado aos filhos dos funcionários (24 horas).  

Sugestão 

‐  Coordenar  (recorrer  a  outsourcing,  se  necessário)  com  o apoio  social  existente  e  recursos  de  saúde  a  nível comunitário.  ‐ A  comunidade pode  ser uma  fonte espontânea, de  com‐fiança  e  apoio  psicológico  eficaz  (se  bem  coordenada).‐ Designar um  lugar e nomear uma pessoa para organizar o mais  rapidamente  possível,  após  o  evento,  sessões  de esclarecimento para as vítimas e pessoal de saúde. ‐  Envolver  as  associações  de  funcionários  dos  hospitais, clubes, sindicatos na organização destes serviços. ‐ Plano para lidar com o luto entre os funcionários, deixando claro o direito ao luto. 

 

Page 79: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

69

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Problemas Específicos para Pandemias  

Rastreio, isolamento e controle de mobilidade de pacientes 

Emergência Geral  Definição 

Identificação  de  casos  de  alerta  e  implementação  de medidas de precaução de controle de infecção. 

Objectivo Minimizar os efeitos de  infecção na US e de protecção do pessoal, aos outros pacientes e familiares / visitantes.  

Padrão mínimo Articulação  com  sistema  de  vigilância  epidemiológica, definição  de  caso  para  selecção  e  resultados  laboratoriais para confirmação.  

Sugestão Colocar no mesmo quarto pacientes com diagnóstico clínico e factores epidemiológicos similares.  

  

Recolha, tratamento e transporte de amostras clínicas seguro 

Emergência Geral 

Definição Procedimentos  para  redução  do  risco  biológico  relativa  a testes laboratoriais. 

Objectivo Minimizar o risco de  infecção entre pessoas que  lidam com colheita  de  amostras,  embalagens  para  transporte  e processamento laboratorial.  

Padrão mínimo Oportunidade  de  formação  para  todos  os  funcionários envolvidos em biossegurança 

Sugestão 

‐ Oportunidade  de  formação  contínua  a  ser  realizada  pelo laboratório  autorizado  especialista  em  formação  de segurança em laboratório. ‐  Consultar  orientações  e  formação  disponibilizadas  pelo Ministério da Saúde e/ou OMS. 

 

Page 80: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

70   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

4.4 ‐ Recursos Gerais   

Planeamento de Espaços Flexíveis 

Emergência Geral 

Definição 

Capacidade  logística  de  reorganização  do  espaço  (quan‐tidade  e  tipo),  quando  o  fluxo  de  pacientes  ultrapassa  as capacidades  normais  dos  serviços  e  de  acordo  com  a natureza da crise. 

Objectivo Pré‐definir  e  adaptar  os  espaços  de  acordo  com  as  novas necessidades extraordinárias emergentes. 

Padrão mínimo 

Esta  etapa  deve  ser  iniciada  assim  que  o  PEUS  é  activado como resposta à crise. Ter em conta, pelo menos espaços para: ‐ triagem ‐ tratamento ‐ isolamento ‐ sala de espera ‐ camas extra ‐ sala de comando da crise ‐ fluxo de ambulâncias (entrada, remoção do paciente e saída) ‐ área dedicada a familiares e população  ‐ área dedicada aos meios de comunicação social ‐ área privada para funcionários ‐ acolhimento de voluntários ‐ serviço de morgue. 

Sugestão 

Realocação  de  espaço  altamente  dependente  das características da US e das soluções criativas que possam ser colocadas  em  prática  (tendas,  edifícios  e  instalações vizinhas, etc.).  

 

 

Page 81: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

71

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Pacientes e Segurança Pessoal 

Emergência Geral 

Definição Reduzir  tanto  quanto  possível,  todos  os  riscos  para  os pacientes  e  pessoal  de  saúde,  especialmente  aqueles  que dependem de procedimentos médicos. 

Objectivo  Não provocar danos.  

Padrão mínimo 

‐Definir riscos, prioridades, formas de actuação e avaliação. ‐Definir  regras  e  protocolos  padrão  (se  não  estiverem  já definidos) para episódios de emergência após a intervenção e que podem envolver riscos para a saúde: ‐ equipamento individual de protecção específica  ‐ gestão de resíduos reforçada incluindo corto‐perfurantes ‐ isolamento de pacientes  ‐ contenção / segurança  ‐ transfusões de sangue  ‐ registo de informações dos pacientes  ‐ gravar informações sobre tratamento, prescrito e realizado ‐ alerta para as alergias em destaque na ficha clínica / even‐tos adversos ‐ procedimentos clínicos de suporte avançado de vida rela‐cionados com o equipamento ‐ infecções. 

Sugestão 

‐  Abordagem  multidisciplinar  na  gestão  de  riscos  para  o paciente e pessoal.  ‐ Use  cartazes  informativos para educação dos pacientes e do pessoal. 

Pand

emia  Padrão mínimo 

Vacinação dos profissionais de saúde, incluindo o pessoal de laboratório,  contra  todas  os  possíveis  riscos  infecciosos. Considerar  a  vacinação  prioritária  contra  o  vírus  da pandemia,  quando  disponível.  Considere  a  profilaxia  com drogas antivirais, na ausência da vacina.  

Sugestão Previsão  para  o  fornecimento  antecipado  de  vacinas  e medicamentos  específicos  (antimicrobianos  ‐  antivirais)  e realização de plano para a administração. 

 

Page 82: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

72   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Bens Essenciais e de Logística 

Emergência Geral 

Definição  Aumento da capacidade de resposta em cuidados de saúde. 

Objectivo Planear  a  intensificação  de  abastecimento,  para  uma resposta efectiva, em caso de grande afluxo de pacientes 

Padrão mínimo 

Lista de fornecimentos essenciais: ‐  produtos  farmacêuticos,  gases  medicinais,  transfusões sanguíneas ‐ equipamentos essenciais de urgência (fixos e renováveis ou descartáveis) ‐ água ‐ combustíveis, electricidade, gerador, sistema de backup ‐ alimentos / bebidas ‐  equipamentos  de  comunicações  (externo  /  comunicação interna) ‐ mecanismos para obter e assegurar o abastecimento opor‐tuno  

Sugestão 

Obter acordo da administração da US sobre a definição tipo de  equipamentos  e  quantidades  mínimas  essenciais.‐  Envolver  totalmente  (e  delegar  se  possível)  o  sector  de aprovisionamento,  para  garantir  uma  melhor  logística  e fluxos de reposição de stocks. ‐ Assinar acordos formais com os fornecedores. ‐ Cooperação (troca de materiais) com os serviços de saúde mais  próximos  (cuidados  primários  de  saúde,  hospitais, clínicas privadas).  

  

Ajuda comunitária 

Emergência Geral 

Definição Aumento da  capacidade de  resposta da US  a  situações de crise. 

Objectivo Ampliar  a  capacidade  da  US  na  prestação  de  assistência médica e de cuidados não médicos. 

Padrão mínimo 

‐ Serviços que funcionem em grandes instalações (ex: hotéis, escolas). Envolver casas de repouso, lares etc.com respostas em  cuidados  de  enfermagem  e  serviços  de  apoio domiciliário.  

Sugestão Reforçar a organização da rede de recursos comunitários em articulação  com  a  US  e  criar  respostas  integradas  para situações excepcionais. 

 

Page 83: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

73

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

Mitigação para Instalações de Saúde 

Emergência Geral 

Definição Medidas estruturais e  funcionais para garantir a  resiliência da US a crises/catástrofes.  

Objectivo Garantir  que  os  serviços  de  saúde mantêm  o  seu  normal funcionamento durante e depois das situações de crise.  

Padrão mínimo  Serviços mínimos críticos mantidos. 

Sugestão 

‐ Devem  ser planeados novos  edifícios  e  adaptar  as estru‐turas  já  existentes,  acrescentando  componentes  ou adaptando dispositivos médicos no  sentido de  aumentar  a sua  segurança  e  resistência  em  caso  de  uso  excessivo  ou abusivo.  ‐ Parceiros no processo: os engenheiros de construção e ma‐nutenção, com competência na área. 

 

Segurança 

Emergência Geral 

Definição Protecção  do  ambiente  da  US  e  do  pessoal  de  eventuais agressões e/ou sobrelotação prejudicial dos serviços.  

Objectivo Proteger os  funcionários e o ambiente de agressões  físicas, assaltos,  contaminação,  e  outros  efeitos  decorrentes  da sobrelotação e pânico público. 

Padrão mínimo Plano a ser elaborado em conjunto com as forças policiais e autoridades. 

Sugestão 

‐  Distribuir  regularmente  a  informação  e  mensagens  de advertências  de  segurança  à  população,  pacientes  e funcionários.  ‐  Recursos  comunitários  podem  também  dar  o  seu contributo (voluntários, segurança privada, empresas). 

Pand

emia 

Sugestão 

‐ Pense em medidas especiais de  segurança especiais para impedir  que  pessoas  invadam  o  hospital  em  busca  de medicamentos / tratamento, triagem ou acesso a medicação específica. ‐ Disponibilização de Equipamentos de Protecção  Individual (EPI) para o pessoal de segurança. 

 

Page 84: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

74   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Serviços Mortuários 

Emergência Geral 

Definição  Todos os serviços de tratamento e cuidados de cadáveres. 

Objectivo Garantir  a  dignidade,  religiosa  e  espiritual  para  todos  os cadáveres e eficiência na gestão dos fluxos.  

Padrão mínimo Espaço  planeado  para  acomodação  conveniente  de cadáveres. 

Sugestão 

‐ Elaborar apoio de suporte aos familiares. ‐ Garantir  instalações funerárias adequadas com alternativa rápida ao enterro ou cremação, compatível com as culturas. ‐ Minimizar o tempo de exposição de cadáveres. 

 

Page 85: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

75

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Problemas Específicos para Pandemias  

Limpeza, Desinfecção e de Gestão de Resíduos 

Emergência 

Geral 

Definição ‐  Limpeza adequada, desinfecção e gestão de  resíduos nas unidades de saúde  

Objectivo Minimizar os efeitos de  infecção na US, o que se traduz em redução de custos e ganhos efectivos de saúde. 

Padrão mínimo  Padrões de rotina mais elevados. Sugestão  Designar uma equipa de controle de infecção na US no PEUS 

 

Equipamentos de Protecção Individual (EPI) 

Emergência Geral 

Definição Todos  os  dispositivos  necessários  à  protecção  de  pessoas expostas a doenças infecciosas.  

Objectivo Proteger  os  funcionários,  pacientes  e  outros membros  da família / visitantes de serem infectados.  

Padrão mínimo Identificar  nível  exigido  de  protecção  e  especificação  de materiais, assim como os procedimentos adequados. 

Sugestão 

‐  Responsabilizar  a  equipa  de  controle  de  infecção  no planeamento e treino a efectuar nesta área. ‐ Certifique‐se de acções de  sensibilização/formação na US ou através de acordos com o fornecedor. 

 

Bens Essenciais 

Emergência Geral 

Definição Fornecimento  essencial  para  uma  situação  específica  de pandemia. 

Objectivo Planear  e  intensificar  a  entrega  de  abastecimento  para atender necessidades específicas.  

Padrão mínimo 

‐ Equipamento de protecção individual. ‐ Antivirais. ‐ Antibióticos. ‐ Vacinas se disponíveis. ‐  Alimentação  e  bebidas  suprimentos  para  funcionários  e pacientes.  

Sugestão 

‐ O  fornecimento deve  cumprir os  requisitos de qualidade.‐ Plano de sistema de distribuição de agentes antimicrobia‐nos (antivirais, antibiótico, etc.) e vacinas. ‐ Seleccionar os critérios de armazenagem e distribuição. 

 

Page 86: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

76   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 87: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

77

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

CAPÍTULO V ‐ PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO (PEI) CONTRA INCÊNDIOS   O PEI contra incêndios foi legislado através do Decreto‐Lei n°220/2008, de 12 de Dezembro, que  estabelece  o  novo  Regime  Jurídico  de  Segurança  contra  Incêndios  em  Edifícios  e  da Portaria n°1532/2008 de 29 de Dezembro que aprova Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios.  Este novo  regime  jurídico adopta o conteúdo das Decisões da Comissão das Comunidades Europeias n°2000/147/CE e n°2003/632/CE, relativas à classificação da reacção ao  fogo de produtos  de  construção,  e  n°2000/367/CE  e  n°2003/629/CE,  respeitantes  ao  sistema  de classificação da resistência ao fogo.  O PEI contra incêndios faz parte do Plano de Segurança Hospitalar e é obrigatório desde 1 de Janeiro de 2009. Este  tem  como  principal  objectivo  organizar  a  resposta  hospitalar,  em  caso  de  incidente interno que possa comprometer a actividade normal da Instituição. Este plano deve  ser elaborado por um  grupo de  trabalho polivalente,  com  a  colaboração estreita  dos  responsáveis  dos  Serviços  de  Instalações  e  Equipamentos,  do  Serviço Operacional de Segurança assim como a colaboração do Serviço Nacional de bombeiros. A Autoridade Nacional de Protecção civil é a entidade  responsável pela apreciação do PEI contra incêndios.  Este Plano é  composto por uma  série de acções  coordenadas e  regras de procedimentos, que visam não só reduzir ao máximo os riscos inerentes à actividade e à estrutura hospitalar, mas  sobretudo  de  responder  de  forma  eficaz  e  segura  em  caso  de  emergência  intra‐hospitalar. O PEI não tem por objectivo substituir os Serviços Públicos  (Bombeiros, Protecção Civil,...), mas planear acções  imediatas antes da  sua  chegada e colaborar  com estes durante a  sua actuação.  

Page 88: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

78   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

5.1 ‐ Objectivos do PEI  ‐ Identificar, analisar e avaliar as condições de risco dos edifícios em geral, das unidades de internamento e de todos os serviços de apoio; ‐ Adaptar os recursos técnicos, adequando‐os às exigências regulamentares; ‐ Organizar e formar os recursos humanos em situações de emergência interna e na resposta adequada em caso de activação do PEI; ‐  Sensibilizar  o  pessoal  hospitalar  para  a  importância  da  atitude  individual  e  colectiva  na prevenção de riscos; ‐ Identificar e localizar rapidamente o incidente; ‐ Permitir o socorro imediato das vítimas; ‐ Prever e organizar eventual evacuação; ‐  Facilitar  a  intervenção  e  coordenação  com  meios  de  socorro  exteriores  ‐  Bombeiros, Protecção Civil, Forças de Segurança, ... ‐ Garantir o retorno da Instituição à normalidade.  

Page 89: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

79

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

5.2 ‐ Legislação Nacional  

Regulamentação Nacional da Segurança Contra Incêndios em Edifícios 

Legislação Conteúdo relacionado 

com Edifícios Hospitalares 

 Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro (Revogação total do Dec. Lei n° 409/98 de 23 de Dezembro e da Portaria n° 1275/2002 de 19 de Setembro)  Artigo 8                     Artigo 10°          

 Estabelece o novo Regime Jurídico de Segurança contra Incêndios em Edifícios composto por cinco Capítulos e seis Anexos   Classificação da utilização tipo (UT): Utilização do tipo V – Hospitais e lares de Idosos  « Corresponde a edifícios ou partes de edifícios recebendo público, destinados à execução de acções de diagnóstico ou à prestação de cuidados na área da saúde, com ou sem internamento, ao apoio a pessoas idosas ou com condicionalismos decorrentes de factores de natureza física ou psíquica, ou onde se desenvolvam actividades dedicadas a essas pessoas, nomeadamente hospitais, clínicas, consultórios, policlínicas, dispensários médicos, centros de saúde, de diagnóstico, de enfermagem, de hemodiálise ou de fisioterapia, laboratórios de análises clínicas, bem como lares, albergues, residências, centros de abrigo e centros de dia com actividades destinadas à terceira idade »  ‐ Nova classificação dos locais de risco (foram alteradas de 4 para 6 ) : . A – efectivo inferior a 100 pessoas, sendo o publico inferior a 50. Deste efectivo, pelo menos 90% não poderá ter limitações de mobilidade ou de percepção a um alarme. . B – efectivo superior a 100 ou o publico superior a 50. Deste efectivo, pelo menos 90 % não poderá ter limitações de mobilidade ou de percepção a um alarme. Respeitar o artigo 

Page 90: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

80   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

                       Artigo 11°  Artigo 12°  Artigo 13°            Artigo 14°  Artigo 20°   

11° do Dec.Lei.  . C – local que apresenta risco agravado de eclosão de incêndio, como cozinhas, lavandarias, locais técnicos, arquivos; Respeitar o artigo 11° do Dec.Lei. Consultar os art° 229° e 230° da portaria.  . D – local com pessoas acamadas ou com idades não superior a 6 anos e locais com pessoas limitadas na mobilidade ou nas capacidades de percepção e reacção ao alarme  Respeitar o artigo 11° do Dec.Lei. Consultar os art° 229° e 230° da portaria.  . E – Local destinado à dormida sem haver pessoas com limitações mencionadas no local de risco D  Respeitar o artigo 11° do Dec.Lei. . F – local com meios e sistemas essências à continuidade de actividades sociais relevantes Consultar o parágrafo 6 do artigo 10° do Dec. Lei e respeitar o artigo 11° do Dec.Lei.   Restrições de uso em locais de risco  Categorias e factores de risco  Classificação do risco « 4 — No caso de estabelecimentos com uma única utilização ‐ tipo distribuída por vários edifícios independentes, a categoria de risco é atribuída a cada edifício e não ao seu conjunto. 5 — Os edifícios e os recintos de utilização mista são classificados na categoria de risco mais elevada das respectivas utilizações ‐ tipo, independentemente da área ocupada por cada uma dessas utilizações. »  Perigosidade atípica  Delegado de segurança É da responsabilidade do hospital a nominação de um delegado de segurança 

Page 91: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

81

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Artigo 21°                            Artigo 25°         Artigo 34°       

Medidas de Autoprotecção e Gestão da segurança: a) Medidas de prevenção sob a forma de procedimentos ou planos conforme a categoria do risco b) Medidas de intervenção em caso de incêndio, que tomam a forma de procedimentos de emergência ou de plano de emergência interno, conforme a categoria de risco c) Registos de segurança d) Formação em SCIE sob a forma de acções de sensibilização de todos os funcionários e de formação das equipas especializadas – delegados de segurança  e) Simulacros, para testar o Plano de Emergência Interno, e o treino dos ocupantes com vista a criação de rotinas de comportamento e aperfeiçoamento de procedimentos 2 ‐ O Plano de segurança interno é constituído pelo plano de prevenção, pelo plano de Emergência interno e pelos registos de segurança  3 – Os simulacros de incêndio são realizados com a periodicidade máxima, definida no regulamento técnico mencionado no art. 15°  Contra ordenações e coimas ‐ Inexistência de planos de Prevenção e Planos de Emergência Interna ou desconformidade com o regulamento técnico ‐ Inexistência ou desconformidade de registos de segurança ‐ Irregularidades no uso do posto de segurança  Norma transitória Processo de apreciação das medidas de autoprotecção, (a implementar segundo regulamento técnico ) a enviar à ANPC  ‐ Até 30 dias anteriores à entrada em utilização para edifícios novos, ou apôs obras de ampliação, alteração ou mudança de uso 

Page 92: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

82   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

   Anexo III       

‐ No prazo máximo de 1 ano, para edifícios já existentes, apôs a data em vigor deste Decreto Lei (1 de Janeiro 2009) ‐ Quadros relativos à categoria do risco – Quadro IV : Quatro categorias de risco em função dos seguintes factores aplicados a cada UT (altura da UT e número de pisos abaixo do nível de referência, espaço coberto ou ao ar livre, carga de incêndio e densidade de carga de incêndio) 

 Portaria n° 1532/2008 de 29 de Dezembro (Art.15° do Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro)                   Artigos 193° a 207°    Artigo 194°         

 Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios (composto por oito Títulos e um Anexo) e estabelece as condições técnicas gerais e específicas do Sistema Contra Incêndios em Edifícios (SCIE):  Titulo I – Objecto e definições  Titulo II ‐ Condições exteriores comuns;  Titulo III ‐ Condições gerais de comporta‐mento ao fogo, isolamento e protecção;  Titulo IV ‐ Condições gerais de evacuação;  Titulo V ‐ Condições gerais das instalações técnicas;  Titulo VI ‐ Condições gerais dos equipamentos e sistemas de segurança;  Titulo VII ‐ Condições gerais de autoprotecção :  ‐ Responsável pela segurança (entidade gestora hospitalar) designa um delegado de segurança para executar as medidas de autoprotecção; ‐ Durante a intervenção dos Bombeiros, o respectivo comandante das operações é o responsável pelas operações, devendo o responsável da segurança colaborar sempre que solicitado 

Page 93: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

83

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Artigo 198°      Artigo 199°                       Artigo 200°   Artigo 201°              

‐ Concretização das medidas de autoprotecção  Quadro XXXIX‐ Medidas de auto‐protecção exigíveis segundo grupo de utilizações ‐tipo e categoria de risco  ‐ Instruções de segurança (obrigatória em locais de risco C, D, E e F independente da categoria de risco) que devem : . Conter os procedimentos de prevenção e os planos de emergência aplicáveis ao espaço em questão . Ser afixadas em locais visíveis – face interior das portas de acesso aos locais a que se referem ‐ Nos locais D e E deve existir também uma planta de emergência simplificada (vias de evacuação, meios de alarme e de primeira intervenção) Em caso de PEI não obrigatório (locais de risco D de primeira categoria de risco) devem ser afixados nos mesmos locais, instruções de segurança simplificadas : . Procedimentos de alarme em caso de incêndio . Procedimento de alerta . Técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção   ‐ Organização da segurança  ‐ Registos de Segurança « é o conjunto de documentos que contém os registos de ocorrências relevantes, e de relatórios relacionados com a segurança contra incêndios »: . os registos de ocorrências e anomalias importantes relacionadas com instalações técnicas . os relatórios de anomalias relacionadas com equipamentos e sistemas de segurança . os  relatórios de vistoria, inspecção e fiscalização . os  relatórios das acções de formação, dos 

Page 94: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

84   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

         Artigo 202°                           Artigo 203°          

exercícios de segurança e  de eventuais incêndios ou situações de emergência . cópia dos relatórios de intervenção dos bombeiros , em incêndios ou outras intervenções.  Obrigatório para todas as estruturas de utilização ‐ tipo V  Procedimentos de prevenção Os procedimentos de exploração e utilização dos espaços devem garantir permanentemente a: 

a) Acessibilidade dos meios de socorro ao hospital 

b) Acessibilidade dos veículos dos bombeiros ao abastecimento de agua (hidratantes exteriores) 

c) Praticabilidade dos caminhos de evacuação 

d) Eficácia da estabilidade do fogo e dos meios de compartimentação, isolamento e protecção 

e) Acessibilidade dos meios de alarme e intervenção em caso de emergência 

f) Vigilância dos espaços principalmente os inocupados 

g) Limpeza e arrumação adequadas dos espaços 

h) Segurança na produção, manipulação e armazenamento de substâncias perigosas 

i) Segurança em todos os trabalhos de manutenção 

 ‐ Plano de Prevenção «documento na qual estão indicados a organização e os procedimentos a adoptar, por uma entidade, para evitar a ocorrência de incêndios e para garantir a manutenção do nível de segurança decorrente das medidas de auto protecção adoptadas para  fazer face a situações de emergência» Deve ser constituído por: 

Page 95: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

85

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

                  Artigo 204°                 Artigo 205°         

 a) Identificação da utilização tipo: data da sua entrada em funcionamento, identificação do responsável de segurança e de eventuais delegados de segurança  b) Plantas à escala 1 :1000 ou, 1 : 1200 contendo o estudo ou projecto de segurança ;‐ classificação de risco e efectivo previsto para cada local, de acordo com este regulamento ‐ vias horizontais e verticais de evacuação , incluindo os eventuais percursos em comunicações comuns ‐ localização de todos os equipamentos ligados à segurança contra incêndio  c) Procedimentos de prevenção (art.202°)  Procedimentos em caso de emergência:  ‐ os procedimentos de alarme, a cumprir em caso de um incêndio (Plano de actuação) ‐ os procedimentos de alerta ( Execução do alerta) ‐ os procedimentos a adoptar para garantir a evacuação rápida e segura dos espaços em risco ( Plano de evacuação) ‐ as técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção (extintores) e de outros meios de actuação em caso de incêndio  ( plano de intervenção interna) ‐ os procedimentos de recepção e encaminhamento dos bombeiros (apoio à intervenção externa  Plano de Emergência Interno  «documento no qual estão indicadas as medidas se autoprotecção a adoptar, por uma entidade, para fazer face a uma situação de incêndio nas instalações ocupadas por essa entidade, nomeadamente a organização, os meios humano e materiais a envolver e os procedimentos a cumprir nessa situação. Contém o Plano de actuação e o de 

Page 96: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

86   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

                                            

evacuação»  Objectivos do PEI: ‐ Sistematizar a evacuação enquadrada dos ocupantes da utilização ‐ tipo, que se encontrem em risco ‐ Limitar a propagação e a consequência dos incêndios recorrendo a meios próprios  O PEI deve ser constituído:  a) Pela definição da organização a adoptar em caso de emergência ‐ organogramas hierárquicos/funcionais do SSI (sistema de segurança de incêndios) e identificação dos delegados e agentes de segurança das equipas de intervenção, respectivas missões e responsabilidades em situações de emergência)  b) Pela indicação das entidades internas e externas a contactar em situações de emergência  c) Pelo «Plano de actuação que deve contemplar a organização das operações a desencadear por delegados e agentes de segurança em caso de ocorrência de uma situação perigosa e os procedimentos a observar» abrangendo:   ‐ a identificação e analise prévia  dos riscos presentes na instituição nomeadamente nos locais de risco C, D e F ‐ os procedimentos a adoptar em situações de alarme de incêndio ‐ a planificação da difusão dos alarmes restrito e gerais assim como a transmissão do alerta ‐ a coordenação das operações previstas no plano de evacuação ‐ a activação dos meios de primeira intervenção ‐ o corte da alimentação de energia eléctrica, e de combustíveis, fecho de portas 

Page 97: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

87

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

                                            

resistentes ao fogo e das instalações de controlo de fumo ‐ a prestação de primeiros socorros ‐ a protecção de locais de risco e de pontos nevrálgicos da instituição ‐ o acolhimento, informação, orientação e apoio dos bombeiros ‐ a reposição das condições de segurança após uma situação de emergência  d) Pelo  «Plano evacuação que deve contemplar as instruções e os procedimentos a observar por todo o pessoal UT, relativos à articulação das operações destinadas a garantir a evacuação ordenada, total ou parcial, dos espaços considerados em risco pelo responsável de segurança» Este  abrange: ‐ a  referenciação das vias de evacuação , zonas de refugio e postos de encontro ‐ o auxilio a pessoas com capacidades limitadas  ‐ a confirmação da evacuação total.  e) Por um anexo com as instruções de segurança a que se refere o artigo 199°  f) Por um anexo com as plantas de emergência de cada piso da UT, podendo ser acompanhadas por esquemas de emergência  (devem ser afixadas em posições estratégicas junto aos acessos do piso a que se referem) – locais de risco De E  nas zonas de refugio. Disponibilizar cópias para ao corpo de bombeiros  g) Actualizar o PEI sempre que as modificações ou alterações efectuadas na instituição o justifiquem e estão sujeitos a verificação durante as inspecções regulares e extraordinárias  h) No posto de segurança deve estar disponível um exemplar do PEI  

Page 98: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

88   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Artigo 206°                                            

Devem possuir Formação em segurança contra incêndio: ‐ Todos os funcionários, colaboradores, pessoas que exerçam actividades profissionais superiores a 30 dias e todos os elementos com atribuições previstas nas actividades de autoprotecção ‐ Compete ao responsável de segurança de definir o respectivo programa em : a) Sensibilização para a segurança contra incêndio:  ‐«  Familiarização com os espaços da utilização ‐ tipo e identificação dos respectivos riscos de incêndio; ‐ Cumprimento dos procedimentos genéricos de prevenção contra incêndios ou, caso exista, do plano de prevenção; ‐ Cumprimento dos procedimentos de alarme; ‐ Cumprimento dos procedimentos gerais de actuação em caso de emergência, nomeadamente dos de evacuação; ‐ Instrução de técnicas básicas de utilização dos meios de primeira intervenção, nomeadamente os extintores portáteis; b) Formação específica destinada aos elementos que, na sua actividade profissional normal, lidam com situações de maior risco de incêndio, nomeadamente os que a exercem em locais de risco C, D ou F; ‐ Formação específica para os elementos que possuem atribuições especiais de actuação em caso de emergência, nomeadamente para: . a emissão do alerta; . a evacuação; . a utilização dos comandos de meios de actuação em caso de incêndio e de segunda intervenção, que sirvam os espaços da utilização ‐ tipo; . a direcção das operações de emergência; ‐ Outras actividades previstas no plano de emergência interno, quando este exista ».   

Page 99: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

89

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Artigo 207°                        Artigos 229° a 237°    Artigo 229°                

‐ Simulacros  O PEI deve ser testado de modo a treinar os profissionais e respectivas equipas de segurança e de intervenção, com vista è criação de rotinas de comportamento e de actuação assim como o aperfeiçoamento dos procedimentos de alerta e de emergência :  . Simulacros anuais obrigatórios nos Hospitais (quando a característica dos ocupantes não permita a realização de exercícios de evacuação, devem ser realizados cenários que o substituem e reforçadas medidas de segurança)   . Aconselha‐se a colaboração do corpo de bombeiros no planeamento, execução e avaliação dos exercícios  . Os profissionais e os utentes da instituição devem ser sempre informados da realização dos exercícios  (podendo não ser rigorosamente estabelecida a hora e a data programadas)  Titulo VIII Condições especificas das utilizações Locais de risco especifico  Utilizações ‐ tipo V “Hospitais e lares de idosos” Para além dos enumerados no artigo 10° do Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro são também considerados locais de risco especifico: 

a) De risco C – «Centrais de desinfecção e esterilização em que seja utilizado o oxido de acetileno. Centrais e depósitos de recipientes portáteis, fixos ou móveis de gases medicinais com capacidade total superior a 100 litros» 

b) De risco D os locais de «Internamento, Cuidados intensivos, Blocos operató‐rios, Blocos de Partos, Hemodiálise, 

Page 100: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

90   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

     Artigo 230°                       Artigo 231°             Artigos 232° e 51°  Artigo 233° 

Cirurgia ambulatória, hospital de dia, Exames especiais, Imunologia, Radio‐terapia, Fisioterapia, Urgências, Neonatologia». 

                             Localização dos locais de risco D Para além das especificações constantes do artigo 11° do Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro: 

‐ Devem situar‐se em pisos próximos do piso de saída para o exterior do edifício ‐ Os blocos operatórios, os blocos de partos e as unidades de cuidados intensivos não devem ser contíguos a locais de risco C (cozinhas, lavandarias, locais técnicos, arquivos, ...)  

“Aos serviços de diagnóstico e de tratamento que dispõem de equipamentos que, pelas suas características, devam ser instalados em cave, não é aplicável o disposto no n.º 4 do artigo 11.º do Decreto‐Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro:  a afectação dos espaços interiores de um edi‐fício a locais de risco D e E deve assegurar que os mesmos se situem ao nível ou acima do piso de saída para local seguro no exterior".  Isolamento e protecção Os blocos operatórios, os blocos de partos e as unidades de cuidados intensivos devem ser separados dos espaços adjacentes por elementos de construção que garantem as classes de resistência ao fogo indicadas no Quadro XLII do referente artigo Os serviços já referidos e os de neonatologia se possuírem área superior a 200 m2 devem ser subdivididos, no mínimo em dois compartimentos corta‐fogo, de modo a possibilitar a evacuação dos ocupantes  Cálculo do efectivo  Câmaras corta‐fogo 

Page 101: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

91

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Artigo 234°               Artigo 235°     Artigo 236°         Artigo 237°               

Instalações eléctricas 1‐ Circuitos de alimentação independentes nas instalações indispensáveis ao funcionamento dos blocos operatórios, blocos de partos e unidades de cuidados intensivos 2 ‐ Integridade e protecção dos circuitos eléctricos e canalizações (art.16°‐escalao de tempo mínimo de 90 minutos) 3 ‐ «O escalão de tempo mínimo a que se refere o número anterior não se aplica aos circuitos de alimentação de fontes locais de energia de emergência com autonomia igual ou superior a essa duração»  Ascensores Características dos ascensores destinados à evacuação de doentes acamados com assistência médica  Alarme Os meios de difusão de alarme em caso de incêndio dos locais de risco D devem ser concebidos de modo a não causarem pânico, e a não serem reconhecíveis pelo público. Estes destinam‐se a serem utilizados pelos funcionários, trabalhadores e agentes de segurança que intervêm nestes locais   Autoprotecção 1 ‐« Nas utilizações ‐ tipo V da 2.ª categoria de risco ou superior, o plano de evacuação integrado no plano de emergência interno deve ser individualizado para cada local de risco D e incluir nas instruções e nos procedimentos a explicitação das zonas seguras, para onde devem ser evacuados os ocupantes desses locais, e de eventuais locais de triagem de pessoas afectadas pelo incêndio, podendo ou não coincidir com os pontos de encontro no exterior.»  2 ‐ Medidas especiais de autoprotecção a prever para blocos operatórios, sala de 

Page 102: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

92   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

   Anexo I – Definições  

partos e unidades de cuidados intensivos (a incluir no PEI)  Definições importantes para a elaboração do PEI 

 Despacho n°2074/2009 de 15 de Janeiro de 2009  

 Critérios técnicos para determinação da densidade de carga de incêndio modificada 

 

Page 103: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

93

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

CONCLUSÃO   O “Guia Geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde” é um documento que se pretende que seja útil, prático, de  fácil utilização, e eficaz no auxílio às Unidades  de  Saúde  na  elaboração  do  seu  Plano  de  Emergência.  Permite  que  a US  possa planear de uma  forma  rápida e  racional os meios  indispensáveis de gestão e  resposta em caso de grande afluxo de doentes ou em situações de doentes com necessidades especiais, em que o princípio do desequilíbrio entre necessidades e recursos disponíveis é verificado.  É  essencial que  seja  elaborado  de  uma  forma  genérica,  de modo  a  ser  posto  em  pratica qualquer que seja o tipo de acontecimento.  Este documento não é mais que um guia de orientação, e está longe de ser a resposta para todos os problemas de organização da US numa situação de crise.  Julga‐se,  no  entanto,  que  uma  vez  redigido,  é  indispensável  testá‐lo  no  terreno  a  fim  de confirmar a sua funcionalidade e definir acções correctivas.  A  elaboração  deste  plano  por  parte  de  cada  estabelecimento  de  saúde  em  Portugal  é essencial, e permitirá a  construção de um Plano de Emergência alargado a nível  regional. Com este último será possível estabelecer  linhas orientadoras de coordenação do conjunto de  intervenientes  do  sistema  de  saúde,  possibilitando  assim  fazer  face  a  um  eventual acontecimento  excepcional  que  uma  Unidade  de  Saúde  isolada  teria  dificuldade  em  dar resposta.  

Page 104: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

94   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 105: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

95

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

LISTA DE ABREVIATURAS   ANPC ‐ Autoridade Nacional de Protecção Civil    ARS ‐ Administração Regional de Saúde  CAPIC ‐ Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise  CODU ‐ Centro de Orientação de Doentes Urgentes  DGS ‐ Direcção Geral de Saúde  DPRSN ‐ Departamento de Protecção Radiológica e Segurança   GC ‐ Gabinete de crise  INEM ‐ Instituto Nacional de Emergência Médica  INSA ‐ Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge  ITN ‐ Instituto Tecnológico e Nuclear  NRBQ ‐ Nuclear, Radiológico, Biológico, Químico  PEI ‐ Plano de Emergência Interno  PEUS ‐ Plano de Emergência da Unidade de Saúde  PSP ‐ Polícia de Segurança Pública  SCIE ‐ Sistema Contra Incêndio Edifícios  SRAS ‐ Síndrome Respiratório Agudo Severo  US ‐ Unidade de Saúde  

Page 106: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

96   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 107: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

97

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

BIBLIOGRAFIA   1. Alves A., Redondo J., Plano de Emergência Hospitalar, 1999. 2. Assistance  Publique  Hopitaux  de  Paris,  Plan  Blan  d’Établissement  de  l’AP‐HP,  Paris 

Janvier 2009. 3. Bourdillon F., Brucker G., Tabuteau D., Traité de Santé Publique, Flammarion. 4. Cunha  da  Cruz  J.,  Serviço  Nacional  de  Bombeiros  e  Protecção  Civil,  Planos  de 

Emergência, Março 2005. 5. Lei nº 81/2009, de 21 de Agosto. 6. Ministério  da  Saúde.  Direcção‐Geral  da  Saúde.  Pandemia  da  Gripe.  Plano  de 

Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia da Gripe, Lisboa, 2008 7. Hospitais S.A. ‐Unidade de Missão, Plano catástrofe externa no hospital 8. Meca A., Organization del Hospital en las Emergencias Internas. 9. Lagadec  P.,  Cellules  de  crise:  les  conditions  d’une  conduite  eficace,  Editions 

d’organisation, Paris, 1995. 10. Ministère de  la Santé et des Solidarités, Plan blanc et gestion de crise  ‐ Guide d’aide à 

l’élaboration des Plans   blancs   élargies et des plans blancs des établissements de santé, Paris 2006. 

11. Ministério da Saúde. Direcção‐Geral da Saúde Pandemia de Gripe. Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia de Gripe ‐ Lisboa: DGS, 2008. 296 pags.  

12. Avian influenza, including influenza A (H5N1), in humans: WHO interim infection control guideline for health care facilities. Manila, WHO Regional Office for the Western Pacific, 2006. 

13. WHO pandemic influenza draft protocol for rapid response and containment. Geneva, World Health Organization, 2006. 

14. Assessment tool for national pandemic influenza preparedness. Stockholm, European Centre for Disease Prevention and Control in collaboration with the European Commission and the WHO Regional Office for Europe, 2006. 

15. WHO checklist for influenza pandemic preparedness planning. Geneva, World Health Organization, 2005. 

16. WHO integrated management for emergency and essential surgical care: WHO generic essential emergency equipment list; best practice protocols for clinical procedure safety. Geneva, World Health Organization, 2003. 

17. WHO Global Influenza Preparedness Plan. The role of WHO and recommendations for national measures before and during pandemics. Geneva, World Health Organization, 2005. 

Page 108: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

98   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

18. Establishing a mass casualty management system. Washington, DC, Pan American Health Organization, 1995. 

19. Mass casualty Management Systems, Geneva, WHO, 2007. 20. Jenkins JL et al,. Mass‐casualty triage: time for an evidence‐based approach. Prehospital 

Disast Med 23:3–8, 2008 21. Davoli E. “A practical tool for the preparation of a hospital crisis preparedeness plan, 

with special focus on pandemic influenza”. Geneva, World Health Organization – Regional Office for Europe, 2007 

22. www.Inem.pt 23. www.proteccaocivil.pt 24. www.sante.gouv.fr 25. www.revistaseguranca.com 26. http://www.start‐triage.com  

Page 109: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

99

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

 

ANEXOS 

Page 110: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

100   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 111: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

101

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Anexo 1  

Ficha “NRBQ” Hospitais de referência   

Acções urgentes 

Objectivo n°1  Acções  Referência PEUS 

Assegurar a protecção da US 

1.1  ‐  Alerta  do  director  ou substituto  de  activação  do PEUS 

Procedimento alerta  

1.2 ‐ Encerramento dos aces‐sos à US 

‐  Plano  da  US  com  lista  de acessos ‐ Modo de encerramento de acessos ‐ Pessoal responsável 

1.3  ‐  Restrição  de  acessos  à US 

‐Plano  e  lista  de  acessos reservado  a  pessoal, ambulâncias, etc. 

Objectivo n°2     

Informar 

2.1  ‐  Informação  justificando o encerramento dos acessos 

Painéis  informativos  ao público  (noção  de acontecimento  excepcional, protecção  do  hospital  e  das pessoas  presentes  na Instituição,  local  de acolhimento  e  números  de telefone de informação) 

  2.2 ‐ Informação do pessoal  Mensagem  de  alerta adaptada 

Objectivo n°3     

Preparar acolhimento das vítimas/doentes 

3.1  ‐  Aumentar  os  efectivos de pessoal 

‐ Manter as Equipas ‐ Chamar pessoal segundo listas ‐ Procedimento de acesso do pessoal de chamada à US 

   

Page 112: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

102   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

Acções imediatas 

 

Objectivo n°1  Acções  Referência PEH Assegurar a protecção da US  Manter acções em curso     1.4  ‐  Recurso  às  Forças  de 

Ordem Lista  de  contactos  das entidades 

  1.5 ‐ Organização e recurso a instalações públicas 

Acordo  com  a  Câmara Municipal para serem postas à  disposição  instalações como ginásios, escolas etc.    

Objectivo n°2     Informar  2.3  ‐  Informação  interna aos 

doentes e familiares Avisos  informativos  para  o público  (noção  de acontecimento  excepcional, protecção  do  hospital  e  das pessoas  presentes  na Instituição,  local  de acolhimento  e  números  de telefone de informação) 

  2.4  ‐  Difundir  informação regularmente 

Responsável de comunicação do gabinete de crise 

Objectivo n°3     Preparar  acolhimento  das vítimas/doentes 

3.2  ‐  Recenseamento  dos meios da US: ‐camas  ‐pessoal ‐material 

‐  Fichas  preparadas  para  o efeito 

  3.3 ‐ Informar entidades com‐petentes (dados concretos) 

‐  Ficha  preparada  para  o efeito 

  3.4  ‐  Transferência  de  do‐entes em SOS 

Documento PEUS 

Page 113: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

103

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Anexo 2  

Plano de Emergência da US  Nome do Estabelecimento de Saúde ‐ ........................................................................................ 

Morada ‐ ..................................................................................................................................... 

Data da última actualização ‐ .....................................................................................……………… 

   

1 ‐ Características do Estabelecimento de Saúde 

‐Localização geográfica:   ‐Serviços e Especialidades da US:  Urgência 

Unidade de Cuidados Intensivos 

Medicina 

Cirurgia 

Obstétrica 

Diálise 

Psiquiatria 

Cuidados continuados e de reabilitação 

Outros 

    

     Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Sim        Não        Capacidade:  ................ 

Quais: 

      

  

Page 114: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

104   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

2 ‐ Situação geográfica 

‐ Riscos potenciais:   ‐ naturais    ‐ industriais     ‐ tráfico    ‐  actividade  humana  (circuitos  automobilís‐ticos, reuniões artísticas e desportivas,...;)     ‐ outros (zonas militares…)     ‐  Rede  de  referenciação  hospitalar  da  re‐gião (identificação dos hospitais, distância)             

      

  

Page 115: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

105

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

3 ‐ Gabinete de Crise 

Missões Elaborar fichas de acção para cada membro do GC              Composição: ‐ Coordenador do Gabinete de Crise   ‐ Membros 

 

 

 

 

 

  ‐ Especialistas exteriores: Lista a reactualizar regularmente Data ultima reactualização da lista   Sala de reunião   “Debriefing” após ‐crise  

‐ determinar o nível de activação do PEUS e sua sectorização ‐ centralizar as disponibilidades de meios ‐  controlar  o  registo  do  percurso  de  cada doente na US ‐ fazer um recenseamento das necessidades, identificar e distribuir os meios ‐  organizar  o  acolhimento  e  a  informação das famílias ‐ manter‐se em contacto com as autoridades competentes, com os outros hospitais e com o INEM ‐ assegurar a transmissão interna e externa    Nome e contactos:..........................................  Nome e contactos:..........................................

Nome e contactos:..........................................

Nome e contactos:..........................................

Nome e contactos:..........................................

Nome e contactos:..........................................

Nome e contactos:..........................................

Nome e contactos:..........................................

     

 ‐ Acesso a chaves e ao controlo da sala,.. ‐ Meios técnicos (ficha 5)  Deve  ser elaborado durante os 15 dias que se seguem   

Page 116: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

106   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

4 ‐ Acolhimento em caso de crise 

Acolhimento das vitimas:           Circulação de veículos:          Acolhimento das famílias:         Acolhimento  

Acesso:  Sinalética: Organização do Serviço de Urgência por zona:   (prever se possível um outro espaço para  as outras urgências correntes)  Plano de circulação (juntar em anexo) Estacionamento: Utilização dos veículos do hospital: Pessoas responsáveis:       Sala: Pessoas responsáveis: Medidas de controlo de acesso:        Sala: Pessoas responsáveis: Medidas de controlo de acesso:  

  

 

Page 117: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

107

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

5 ‐ Pessoal da US 

Informação do pessoal:   Manter e chamar o pessoal:  Em  função do nível de alerta, o gabinete de crise propõe ao Director da US a mobilização progressiva  das  várias  equipas  médica,  de enfermagem,  assim  como  o  pessoal  dos serviços técnicos O  controlo  dos  acessos  aos “voluntários”deve  ser  pré‐definido.  A  USl deve elaborar um protocolo  com as escolas de  Enfermagem  e  de  Medicina  da  Região assim  como  com  reformados  recentes  do sector  da  saúde  e  até  em  licença  sem vencimento   Organização  interna  no  caso  de  se manter ou de chamar o pessoal          Aspectos médico ‐ psicológicos O  pessoal  deve  poder  beneficiar  de  ajuda médico‐psicológica 

Mensagem única:“Activação do P.E.U. S.”   As listas encontram‐se no Serviço de pessoal e  no Gabinete  de  crise.  A  sua  actualização deve ser feita pelo Serviço de pessoal: ‐ Nomes,  funções e  contacto das pessoas a manter no seu posto de trabalho em caso de pré alerta  ‐ Nomes,  funções e  contacto das pessoas a manter no seu posto de trabalho em caso de crise ‐ Nomes,  funções e  contacto das pessoas a manter no seu posto de trabalho em caso de crise (se ausentes)    ‐ O pessoal deve dirigir‐se ao  seu Serviço e aguardar aí ordens do Gabinete de crise ‐  Dispositivo  de  acolhimento  dos  filhos  do pessoal  (em  caso  de  impossibilidade  de solução alternativa) ‐Prever  refeições  e  sala  de  repouso  para  o pessoal  assim  como  linha  telefónica específica  para  lhes  possibilitar  o  contacto com os seus familiares   Sensibilizar o pessoal para a identificação de colegas em dificuldade: formação Lista  de  profissionais  mobilizáveis  com formação em Saúde Mental   

 

Page 118: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

108   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

6 ‐ Actividade das Unidades de Internamento 

Disponibilidades de camas:  Medidas a ser decididas conjuntamente pelo Gabinete  de  Crise  e  pelos  Responsáveis  de cada Serviço   Informação  das  autoridades  competentes (A.R.S,...) e I.N.E.M./C.O.D.U.            Medicamentos      

 ‐ Recensear o n° de camas disponíveis na US ‐  Elaborar  um  plano  de  alta/  transferência antecipada  (para  o  domicílio  ou  outras estruturas  de  Cuidados  de  Saúde)  de doentes internados em final de tratamento / aguardam  exames  complementares  de rotina  /  aguardam  cirurgia.  Este  deve  ser activado se necessário ‐ Desprogramar / adiar actividade cirúrgica e hospitalização não urgente ‐  Activar  sectores  fechados  e  de  unidades próvisória.  Reservar  estas  unidades  para doentes  em  final  de  hospitalização  – Redefinição de critérios de internamento     ‐ Stock de medicamentos ‐  Responsabilidade  de  vigilância  e  adminis‐tração ‐ Medidas  de  controlo  e  acesso  reforçado em caso de crise    

         

Page 119: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

109

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

7 ‐ Organização dos outros Serviços Assistenciais 

Bloco Operatório/Serviço de EsterilizaçãoObjectivo principal do coordenador do bloco operatório  é  avaliar  a  capacidade  real  das equipas  e  a  rentabilização  ao  máximo  da ocupação dos Blocos         

Radiologia      

Serviço de Imuno ‐ Hemoterapia      

Banco de Sangue  

Laboratório      

Farmácia  

‐ Adiar intervenções cirúrgicas não urgentes ‐ Activar do serviço Central de esterilização e disponibilização de material cirúrgico ‐ Organizar as equipas (cirurgião+anestesista+ajudante)  e  fornecer plano de trabalho ‐ Operar apenas as extremas urgências (vas‐culares de qualquer região anatómica, tórax aberto  e  obstrução  das  vias  respiratórias) enquanto  não  terminarem  a  chegada  de todas  as  vítimas  de  modo  a  se  dispor  de Bloco para possíveis emergências  

‐ Limitar ao máximo os exames no serviço de Radiologia dos doentes mais graves de modo a não negligenciar a sua vigilância  ‐ Privilegiar o RX transportável e a ecografia na área de extrema urgência  

‐  Privilegiar  as  técnicas  de  hemodiluição aguda  assim  como  de  recuperação  de sangue  ‐ E essencial manter os padrões habituais de segurança transfusional  

‐ Convocar dadores  

‐ Adaptar exames  laboratoriais, reservando‐os  aos  feridos  graves,  seguindo  protocolos (restritos  mas  sistemáticos)  pré‐estabelecidos de modo a evitar o colapso do Serviço  

‐  A  farmácia  hospitalar  deve  elaborar  um plano  permanente  de  gestão  de  “stocks “permitido  a  incorporação  das  reservas  no consumo habitual evitando o desperdício de medicamentos e materiais de consumo 

 

Page 120: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

110   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

8 ‐ Funcionamento da Instituição 

Electricidade      Telefone       Água    Gases medicinais    Informática    Tratamento de resíduos 

‐ Fontes  autónomas:  activação,  duração  de autonomia ‐ Responsável: ‐ Número de chamada E.D.P.:   ‐ Linhas telefónicas independentes  ‐ Lugar onde se encontram os carregadores e os telemóveis de urgência ‐ Contacto Operador telefónico: ‐ Responsável:   Responsável: Número chamada:   Responsável: Número chamada fornecedores:   Responsável: Número chamada empresa de manutenção:   Responsável: Empresa: Número chamada:  

       

Page 121: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

111

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

9 ‐ Comunicação 

O  Gabinete  de  Crise  é  responsável  pela comunicação externa: Lista  de  números  úteis  e  interlocutores exteriores em anexo             Comunicação interna          

‐ Entidades  competentes  (ARS,  Direcção  ‐Geral Saúde) ‐  INEM/CODU:  informação permanente  sob disponibilidade de camas ‐  Outros  Estabelecimentos  de  Saúde:  con‐tacto  telefónico  para  transferência  de doentes,  envio  de  doentes  em  saída antecipada, etc. ‐  Familiares  das  vítimas:  acolhimento  espe‐cífico, informações ‐ Media: Comunicados  de  imprensa,  conferência  de imprensa pelo Gabinete de Crise ‐ Forças de Ordem   ‐ Comunicar ao pessoal a natureza do acon‐tecimento que  levou à activação do PEH e a sua evolução ‐ O plano de  acções posto em prática para fazer face à situação e o papal dos diferentes profissionais  

  

 

 

 

 

Page 122: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

112   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

10 – Caso particular de risco nuclear, radiológico, bacteriológico e químico (unicamente se for declarado o PEUS em razão de risco NRBQ) 

Ver ficha específica NRBQ

À entrada da US:      Reforço  das  forças  de  ordem  para  activar perímetro de segurança  Isolamento do Hospital      Formação do pessoal 

‐ Sala de acolhimento específica para a des‐contaminação:  retirar  roupa  e  duche obrigatório ‐  Protecção  do  pessoal:  batas,  luvas, más‐caras, etc.  Protocolo  com  a  PSP  e  outras  Forças  de Ordem locais   Manter fechadas portas e janelas Parar os circuitos de circulação de ar Manter o pessoal no  seu posto de  trabalho (circuito de  informação e de transmissão de instruções especificas para cada caso  O  hospital  deve  proporcionar  ao  pessoal médico  e  de  enfermagem  do  Serviço  de Urgência  formação em Centro especializado para  o  efeito  (por  exemplo  através  da Autoridade Nacional da Protecção Civil)  

Page 123: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

113

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

11 – Formação do pessoal à gestão de crise1 

‐ Nome e função dos responsáveis:    ‐  Plano  de  formação  da US  em  gestão  de riscos e população alvo  

12– Avaliação e reajustamento do PEUS1 

A  pertinência  do  PEUS  é  avaliada anualmente através de um exercício total ou parcial  Auditoria  interna  /externa  do  PEUS  com elaboração de relatório final  

O conteúdo é reactualizado em consequência   Avaliar aptidão do Plano Identificar quais os pontos a melhorar 

 

Page 124: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

      

  

114   

Guia geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional

 

 

Page 125: Orientação 007 2010portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal...Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção

  

115

Guia geral para a elaboração de um Plano de

Emergência das Unidades de Saúde

Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional  

Anexo 3  Documentos e fichas constantes de um PEUS  ‐ Ficha “Activação e desactivação do PEUS” ‐ Procedimento de alerta 24/24h  ‐ Modalidades de comunicação interna e externa ‐ Ficha de convocação do GC ‐ Ficha de recomendações de chamada do Pessoal administrativo ‐  Lista do pessoal Médico e de Enfermagem existente na US, bem como das  suas  compe‐tências ‐ Lista de pessoal de Saúde já reformado da US ‐ Ficha do secretariado do GC ‐ E‐mail/ SMS de alerta do PEUS pré‐formatado ‐ Ficha de recomendações de acolhimento das famílias e media/planos acolhimento ‐ Procedimento de informação regular das famílias ‐ Plano do estacionamento do pessoal ‐ Plano do circuito das vítimas contaminadas ‐ Ficha acção do Coordenador médico ‐ Ficha acção da Enfermeira coordenadora ‐ Ficha de recomendações de chamada do pessoal de enfermagem e de acção médica ‐ Ficha de recomendações de chamada do pessoal médico ‐ Ficha de Espaços de Ampliação dos ares principais ‐ Ficha de recomendações do Bloco Operatório ‐ Ficha de recomendações do Serviço de maqueiros ‐ Ficha de recomendações da Lavandaria ‐ Ficha de recomendações do Serviço de Restauração ‐ Ficha de recomendações do Serviço de Aprovisionamento ‐ Ficha de recomendações do Serviço de tratamento e transporte de resíduos ‐ Ficha de recomendações dos Laboratório de análises ‐ Ficha de recomendações da Farmácia ‐ Ficha de recomendações do Serviço de organização da Segurança ‐ Documento riscos NRBQ ‐ Ficha de avaliação e percurso na US das vítimas  ‐ Lista telefónica interna ‐ Plano de acesso à US e circulação externa ‐ Contacto entre as diferentes autoridades de saúde regionais e nacionais, dos hospitais da região e de outras instituições que possam colaborar com a US.