Os Avanços da botânica no século XXI parte XV

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SIMPSI038

Espcies exticas invasoras no nor Brasil: impactos nos ecossistema

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luvasora que pesquisaI" !.III, Essa esp1111111

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nordeste brasileiro apresenta uma grande heterogeneidade ambiental, o que se reflete numa ampla e complexa diversidade de paisagens e faciaes de vegetao. As formaes vegetais do nordeste abrangem desde as tipologias mais exuberantes, representadas pela floresta ombrfila densa, at as faciaes mais abertas da savana estpica ou caatinga nordestina. Nesse vasto territrio de mais de um milho de km", povoado por mais de 40 milhes de habitantes, no fcil identificar todas as espcies exticas invasoras e, menos ainda, listar os impactos decorrentes dessas invases. Entretanto, algumas espcies de plantas exticas, introduzidas intencionalmente, ou no, no nordeste brasileiro, j representam graves problemas de invases biolgicas, que exigem estudos e medidas de controle. Dentre essas espcies podemos citar algumas herbceas, a exemplo de Cyperus rotundus L. e Sporobolus indicus L. alm de diversas macrfitas aquticas. No obstante a amplitude do tema, vamos nos ater, porm, s espcies claramente j identificadas como invasoras ou potenciais invasoras da caatinga e ecossistemas associados. Entre as herbceas, Cyperus rotundus certamente a espcie que causa maiores impactos, quer sejam biolgicos ou econmicos. Essa espcie invade reas cultivadas e se dispersa principalmente atravs de propgulos misturados ao

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devido 1'IIIlios que apre" "h,(//o revelouI I'llhld as, par111 unlurais do 11 li, audes e 11 ultimos anos, I' .ic j ultra1111111 'ia restrita I IIdll S 'I' encon1""lloS das pai111111 rlnra indica10Ii 11111' um srio , I nr Iuturo pr-

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Prof., Doutor em Cincia Florestal. Universidade

Federal da Paraba - CCA - DF

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pri~eiras sementes de algaroba foram trazidas do Peru, em 1942, e que apenas quatro plantas teriam sido estabelecidas no Municpio de Serra Talhada, no Estado de Pernambuco. Na segunda me~ade dessa mesma dcada, duas novas introdues esto registradas, desta vez ~o Estado do Rio Grande do Norte, eujas sementes foram trazidas do Peru e do Sudo. Co~s.iderando a excelente adaptao da /especle e as potencial idades a ela atribudas, a sua expanso para os demais estados do Nordeste foi uma questo de pouc~s anos. Em 1951, autoridades estaduais do Rio Grande do Norte promov~ra~l a distribuio de sementes para tcnicos, produtores rurais e prefeitos do Estado: Na dcada de 60, a difuso de conhecimentos sobre a espcie se estendeu pa~a todo o Nordeste, e o Ministrio da Agricultura efetuou distribuies de mudas de algaroba para os Estados de Pernambuco, Paraba, Cear e Piau. No final da dcada de 70 e incio dos anos _80, novo incentivo foi dado expansao dessa espcie, tendo sido criado em 1984, o Projeto Algaroba, no mbit~ do Programa de Apoio ao Pequeno Produtor - PPAP, sob a coordenao da Secre/t~ria N aci?~al /d.e Produo Agropecu~na, d~ Ministrio da Agricultura. As maiores areas plantadas concentraramse nos Estados da Paraba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. Com o fim do incentivo governamental :xpanso da cultura e com a const~ta~ao de que a espcie no correspondia as expectativas geradas, particularmente no qu: se refere a sua adaptao em todas as areas do semi-rido, grande pa:te dos plantios deixaram de ser manejados. Ainda no final dos anos 80 o c~ltivo da algaroba entrou em decadnera e a espcie, antes vista como uma grande aliada da economia regional, transformou-se em mais um problema.

Ecologia Vegetal. E-mail: [email protected]

Os plantios efetuados em terras mais altas, ou de semi-aridez mais acentuada, mostraram-se inviveis: a espcie no se desenvolveu adequadamente, no produziu como se esperava e grande parte dos indivduos morreu no decorrer dos anos. No obstante o insucesso nesses locais, a espcie adaptou-se de maneira surpreendente aos stios mais midos da caatinga e s reas de solos mais profundos, especialmente nas manchas de Neossolos Flvicos ou aluvies. Da a sua ocorrncia generalizada ao longo dos rios (matas ciliares), ao redor de nascentes, audes e nas baixadas sedimentares ou reas de solos mais bem desenvolvidos. A invaso da caatinga pela algaroba foi favorecida por uma srie de circunstncias que renem fatores polticos, econmicos, spcioculturais e ambientais, tais como: _ o governo cortou os incentivos para o plantio e no ofereceu qualquer meio de controle da espcie nas reas onde a mesma havia sido introduzida; _ grande parte da cobertura vegetal nativa da caatinga havia sido eliminada para ceder espao s atividades agrcolas e pecuria, de modo que a espcie invasora encontrou espao livre para se

certamente as reas de CHlII11 I minadas por P. julifiora, '111til! nveis de intensidade, j 1111111 lhes de hectares. Nos ESI 1111' raba e do Rio Grande d NIIII sas reas anteriormente ,,11\1 exploradas com pecuria '1111'111 completamente ocupadas por 1"'I de algaroba. Algumas dessu 110 'I chegam a ocupar dezenas ti ' 11 I cularmente quando situad I planos, profundos e com 11111 Iti gua. Situaes assim estau I I1 quisadas pelo autor desl I1I colaboradores, em trabalh 1 ti sa que vm sendo realizado I sos municpios dos Estad H dll I do Rio Grande do Norte, 11I Monteiro, Tapero, So J 1111 1I Acari, Carnaba dos DlIlIllI

I ',IIIIII~revelou que 91,5%1'''' -ru s pertenciam Ifi Ih'Hullados semelhan1111 lidos para todas as re1'0111'111 nenhuma delas a I I di 'I 'v' uma Densidade 11I 11HO%. Tal comportafi li' xividade da espcie di ItI ..ta sobre as conII 1III,IItllninao biolgi1IIIIIIIIIga em futuro prI I1I -rvcnha com medi-

outros. Estudos realizados I1lll constataram srios impu '111 componente arbustivo-arbon ' tinga nas reas invadidas \lI11I nos Estados da Paraba e du \11 do Norte. Nestas reas, u 1111 espcies nativas drasti ' 11111 " zido, havendo casos em que I I apenas de duas a cinco 'SI' ' I vores convivendo com a 111' expandir; quanto que reas de caatiu] 11I _ a pecuria extensiva, principalmendidas, localizadas nas adjnr 1111 te de bovinos, caprinos e muares, constisentavam dezenas de esp' I tui um meio eficiente para expanso da es assim foram registratlu " espcie, haja vista que esses animais se cpios de Barra de Santu 1' alimentam dos frutos da algaroba e disCuit (PB) e Carnaba d H 1111 persam as sementes, que germinam A reduo do componeuh abundantemente em suas fezes; arbreo nas reas nvadidas I I _ o xodo rural e a crise enfrentada no conjunto ele indivduos !li 11111 pela agricultura nordestina nas ltimas para os regenerantes. EHHII ' dcadas contriburam para manter a esfoi feita em toelas as reas " I11 pcie nas reas invadidas, multiplicanregies fisiogrficas do '11111 I do, assim, os ncleos de disperso da mata e elo Serid, nos E~llIlh, invasora, sempre com a facilitao proba e do Rio Grande do NOIIt porcionada pelos rebanhos. Levantamento efetuadu 11 Embora no exista um levantamento invadida por P.julifiora no 1111 quantitativo da extenso do problema,SIMPS/O 38. PLANTAS EXTICAS INVASORAS: DESAFIOS PARA A CONSERVAAII'

flora ~ill.) Poir. Muitas espcies tpicas ~a ca~tmga no foram encontradas nas areas invadidas , a exemplo de C ntid oscolus phyllacanthus (Pol) Mill ' Arg ., Z'lzyp h us . . joazetro Mart. Schinopsis brasiliensis Eng~.~ Astron.iun: urundeuva (Fr. AlJ.). . E.mquestIonavel o carter invasor de p ju.~i~o~a no semi-rido nordestino. A fr.equenc,a e a extenso das reas invadidas revelam a gravidade de um problema . de conservao da d'lverSlid a d e . / b~olo~lca .da c~atinga cujas conseqncias sao amda imprevisveis. Considerando que a invaso biolgic~ constitui a segunda causa de extinao de espcies no planeta atualmente ~, qu~ um~ vez instalada, os impactos da mvasao so tendem a se agravar com o passar do tempo, entende-se como sendo u.rgente a necessidade de estudos para avaliar as conseqncias deste problema nos ~cossistemas nordestinos e buscar medidas mitigadoras. Isso vlido t~~to para as espcies j claramente identificadas como invasoras quanto para aq~elas que se mostram potencialmente perigosas: a exemplo de todas as que fora~ ~qUl mencionadas. Tais medidas evitariam a perda de patrimnio gentico ~, se oportunamente adotadas, resultarao em considervel economia de recursos financeiros. Referncias bibliogrficas

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CCA/UFPB,2004a. 72p. Relatrio de Pes~uis~ do Projeto Financiado pela Fundao O Boticrio de Proteo Natureza.___ o

Avaliao

dos impactos causados pela alga(Sw.) D.

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526

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(Mestrado

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d'versidade e a estrutura da caatinga. Areia. Ed,~CNUFPB, 2004b. 72p. Relatrio de pesq~,sado Projeto Financiado pela Fundao

Areia. PEGADO, C.M.A. et a\. Efeitos da inv~" ' I algaroba - Prosopis julLflora (S I I . '0 e a estrutura do CSIIIlII composla I breo da caatinga, Paraba. A 'til I,'

Botlcano de

vegetais exticas invasoras tas no Rio Grande do SulCludio Augusto Mondin1

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no. Acta Botanica Brasilieo,

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espcies extiimnospermas trlhufdas em 33I'

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vantamento, com 26 registros (44% do total), cuja posio de destaque deve-se, em parte, ao seu porte, pelo fato de serem facilmente notadas. As ervas constituem o segundo grupo em nmero de espcies, com 18 representantes (30%), seguidas pelos arbustos e trepadeiras, ambos com sete (12% cada). A grande maioria das espcies levantadas teve como causa da introduo a sua utilizao como planta ornamental, abrangendo 43 representantes, o que corresponde a 73% do total. As espcies frutferas ocupam a segunda posio, com 13 representantes, correspondendo a 22%. A sia o continente de origem de quase metade das espcies registradas (28 espcies ou 47% do total), seguida da frica com quase um quinto das espcies (11 representantes ou 19%). Condies climticas compatveis entre o Rio Grande do Sul e a sia (principalmente o sudeste asitico) devem estar envolvidas nas causas do sucesso dos processos de colonizao destas espcies no sul do Brasil. Oito espcies destacam-se pela alta agressividade como invasoras em florestas no Rio Grande do Sul, sendo elas o Asparagus setaceus (aspargo-samambaia), Hedychium caranarium (lrio-dobrejo), Impatiens walleriana (maria-semvergonha), Ligustrum lucidum (ligustro), Lanicera japanica (madressilva), Pinus elliattii, Pinus taeda (pnus) e Tecama stans (guar-guar). Todas apresentam regis-

SIMPSIO 38. PLANTAS EXTICAStNVASORAS: 528

DESAFIOS

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res do mundo. processo que ento, que no as espcies uma vrios muitas Disso espcies do Sul fase de veintroainda num que comdiversos, de alerta espsero se evitem extias anos, pode-se passam latncia quando, presumir duzidas podero futuro Como as espcies portamento o histrico e, assim, cies novas at decises freqentemente pode

e outras inserido

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de esta srio

di I parte da biodiversidad ' ti, constatao inaceit VI Ique instituies de gOV'1111I

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Balsaminaceae Fabaceae Oleaceae Oleaceae Oleaceae Arecaceae Caprifoliaceae Magnoliaceae Meliaceae Poaceae Moraceae Moraceae Rutaceae ConvaUariaceae Poaceae fllssifioraceae Poaceae Lauraceae Pinaceae Pinaceae Pittosporaceae Bignonjaceae Lamiaceae Myrtaceae Poaceae Euphorbiaceae Convallariaceae Lamiaceae Cucurbitaceae Fabaceae Bignoniaceae Myrtaceae Bignoniaceae Acanthaceae Commelinaceae

Erva Arbusto rvore Arbusto Arbusto flllmeira Trepadeira rvorervore

se expandem explosiva. muitas das

ftica Am.Nortee Am. Central sia sia ~uropa e frica Asia sia sia sia frica sia sia sia sia frica Am.Sul frica Am.Central Am. Norte Am.Norte Austrlia Austrlia Ellrsia e Am. Norte Am.Central frica frica frica Eursia e Am. Norte Am.Central Am.Sul frica sia Am.Norte frica Am.Nortee AJn. Central Am. Sul Europa Eursia

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no-governamentais senvolvimento plantas o mercado tais nativas, alternativas Ao mesmo governos bientais, e estnulo espcies perda invases cidas tes em sua flora ornamentais,

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Erva rvore rvore Arbusto Erva Erva Tr-epadeira Erva rvore rvore rvore rvore Trepadeira Ervarvore

Tabela 1. Relaoasterisco indica poder invasivo Espcie Acacia longifolia Acacia mearnsii Arundo donax Asparagus setaceus' Centella asiatica?"

das espcies vegetais espcie com alto poder

exticas invasoras invasivo; o duplo

encontradas em 11111 asterisco indica ' I'

1."/1111111 '1111111111tllllllllll'1I11I1 11111111111111111 IIIIIdlll111lful

Usos Ornamental Ornamental, Florestal Ornamental Ornamental Medicinal, Ornamental Ornamental Frutfera Frutfera Frutfera Frutfera Ornamental Ornamental Frutfera Ornamental Ornamental, Frutfera Ornamental, Florestal Ornamental Ornamental Ornamental Ornamental Ornamental, Florestal, Frutfera, Quebra-ventos

Famlia Fabaceae Fabaceae Poaceae Asparagaceae Apiaceae Lauraceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Iridaceae Cupressaceae Ebenaceae Rosaceae Rosaceae Myrtaceae Agavaceae Araliaceae Zingiberaceae Zingiberaceae Rhamnaceae

Hbito rvore rvore Erva Trepadeira Erva rvore rvore rvore rvore rvore Erva rvore rvore Erva rvore rvore Arbusto Trepadciru ErvaErva

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Erva AJ'busto Erva Erva Trepadeira rvore Jvore rvore rvore Trepadeira Erva Erva Arbusto Erva

1'/1111111111111 111111111111111 11111'11111'111111, crca-viva I "li}., 111

Cinnamomum burmannii Citrus aurantium Citrus limettioides Citrus Iimonia"' Citrus reticulata

Tropaeolaceae Fabaceae Fabaceae

Crocosmia crocosmiiflora Cupressus sempervirens Diospyros virginiana Duchesnea indica Eriobotrya [aponica'":Eucalyptus

Furcraea gigantea Hedera helixHedychium coccineum Hedychium coronarium" Hovenia dulcis"

rvore

530

S/MPS/O

38. PLANTAS EXTICAS INVASORAS: DESAFIOS PARA A CONIIII1/ (l/I! 5 rAS NO RIO GRANDE DO SUL

531

SIMPSI039

Galhas entomgenas no Brasil: oportunidades de estudo sobre interao inseto-planta

z~das,

preponderantemente'

Taxo

As galhas entomgenas brasileiras tm a longo tempo chamado ateno de pesquisadores e viajantes (e.g., CURTIS, 1835; AV-lALLEMANT, 1859). Porm, somente no final do sculo passado, os estudos a cerca dessa guilda de herbvoros tiveram impulso substancial em nosso pas. At ento, os registros correspondentes eram esparsos na literatura. Trabalhos intensivos, envolvendo a anatomia e fenologia de uma dada galha, descrio detalhada do inseto indutor, bem como a biologia e ecologia destes, so raros (e.g, WILLE, 1926). Em sua grande maioria, tais estudos tm cunho taxonmico, correspondendo a levantamentos sobre a ocorrncia de galhas, insetos galhadores e plantas hospedeiras e contendo descries biolgicas sucintas (e.g., TAVARES, 1915, 1917). Em parte, as informaes biolgicas disponveis a respeito, at ento, foram incorporadas por ordem taxonmica na obra Insetos do Brasil, de ngelo da Costa Lima (e.g., Lepidoptera; COSTA LIMA, 1945, 1950) e, os registros correspondentes, com as respectivas referncias bibliogrficas, inclusive das plantas hospedeiras, encontram-se listados em SILVA et a!. (1968). Tais referncias, embora exguas e necessitando de reviso taxonmica em grande parte, podem ser utilizadas como fonte inicial, exploratria, no estudo a cerca das galhas entomgenas no Brasil.

Neste simpsio, apr I forma preliminar, um . I"d, tivo sobre a evoluo do 11" das galhas entomgenas I" , ltimos anos. Com tai tI"d, se contribuir para o estnlu l prioridades de pesquisas, 11111 vir de auxlio a aqueles 1111 iniciar nesta rea de al\1I1 I Procedimentos O estudo teve como "" bibliogrficas, corresp "di 111 cientficos publicados, 0111111' nesses artigos, nos l! 111 (1981-2005). As fonl 'H di lizadas foram os principal I' sileiros das reas de 111 ,111 I Zoologia e Entomologiu, " Brasileira de Biologia, I{I 1 de Botnica, Acta Botn "I vista Brasileira de Zo III~III sileira de Entomolo I" Sociedade Entomol i '11 ti complemento, no dia I ,I 2006, foi consultado li I I maioria dos pesquisadon rea no Brasil (plataf ""'" 1 - www.cnpq.br), e cr'llltul na Internet, com base 'li' I (portal Google - WWW.fI"11 1 ta completa das refern 111 incluindo quelas do 11(11'" I1988 1991 1994

noclatura e re . o, nomenvisao a cerca d lh d e parasitides destes e . e ga a ores rncia de Ih ,regIstros de ocortorni orma d ga as - (levantamentos)' ,-Ana . .- es~nao topogrfica das _ lhas, hlstologla, histoqum' d ga VImento' B' I' rca e esenvol, .10 ogia - histria de vida d galhador, Impacto do galhador b o planta, resistncia e" . fi so. re a hospedeiro sobre . ou III uenCIa do di o rndutor; Ecologia _ lIlamlca de popula es d estudos em nvel de c;m ido galhador,A A

rrua - artigos sobre descri r

d~entes de altitude e ao na diversidade e Outros ' inquilin;s especlficos , Sucessores econmica. Padro emergente

lon~i~~d:d~ de g:ade c h' e va:laun o evolutlvo' sobre parasitides' e de i ,e ImportanCtaA. '

Foram encontradas som ref:rncias bibliogrficas de a~~te 18.6 entlficos e captulos d r gos CIde galhas en ' e tvros a respeito sil. Os dad tomo~enas ocorrentes Bram os, porem, mostraram clara ednte que o nmero de trabalhos publi~ ca os vem crescendo r ltimos 20 anos (Fig 1) INnearm~n~e nos , . a malOna (em

y. 0,6494x - 1288,5R2:

0,6417 p e 0,01

1997

2000

2003

2006

1

Depto. de Zoologia, Instituto de Biocincias/UFRGS - Av. Bento Gonalves, 9500 - Porto AI E-mail: [email protected]

"""1111'de artigos cientficos . ',1/111 (1985-2005) pubhcados sobre gaJhas entom' . ogenas doI

o/r.) disseram respeito rea torno de 40 ~ , uidos por Ecologia e de Taxonomia, seg d ) Uma " torno de 20% ca a , BIOlogia (em Ia destes referiu-se espep~~uena parc~ Anatomia (menos d,e cificarnente T os sobre inqui10%), Trabalhos especi IC esmo foram raros te dos pae, m linos e sucessores, t tam diretarnen aqueles que r~ de galhas foram itid dos mdutores rasiti es de 5%) (Fig. 2), Dentre poucos (menos Affi1'CO mais da d nho taxono, , aqueles e eu d dpteros (Cecid t atavam os meta iid r ) Apenas 9 , 52% correspone domyii ae , 3 17% a HeHymenoptera e , deram a Em torno d e 20% , referiramiot " rmp era, de carter geral, e ou se a levantamentos, (F' 3) No d de Insecta Ig, , outras, or e~s m adro numrico foi evidenciado u p d 'as as - , lantas hospe elr , com relaao as p t das por diversas ' f m represen a quals, ora famlias, nas dif er entes categorias de I assunto, , dos artigos U nmero expressivo , m , 'I ia e Ecologia cordas categonas BIOog d nho terico tudos e cu respondeu a es " ( na valie"ou a testes de hipteses e'~'t'eAncia de ' dao de teorias qua nto a rests "vitange como plantas a insetos, n?, que "bem ao gor " e "hipersensibilidade",

no estabelecimento de padr 11 o na diversidade, em r '111I itude) de e Iongituoe), para os 'Iqlllll d insetos galhadores fOIIII osm modelo de estudo (e.g. , 1'111 ' 1990; FERNANDES & 1'111 1991; FERNAND~S ~t ti, I No houve indicativo (li " 'mero de trabalho ZIid o nu , , a seja reflexo de baixa 1II1 are , dor , mas sim do 111111 pesquisa pequeno de Pesquisador 'S 11111 , guilda de insetos no Brasil, 11 t balhos teve vnculo dll'(111I ra , co-autoria) ou m diIre t o (11111 estu d an tes egressos) COIII I , 11" nas tr laboratrios PIOIH1I res Ecologia e Biologia -:- ('11 F ernan, des Universi 111111 . I II Minas Gerais; Taxonom I dae - Valeria Cid Malll, ~II; I' Anatomia - [an 1'1 na, e S~ 1'111 da Universidade de ao " Gran d e p arte dos 11'111 ",li Imen t e aqueles de n, 'ulIIl1 pa ecolgico, teve abran~ IIi I1 C erra do , Outros biourn ' exemp 10, a Floresta 'IAn 111 , tana, I a Mata Atlntica (I 11'I I

50

mente expressivo de trabalhos de cunho taxonmico no presente estudo (Diptera: Cecidomyiidae), contendo apenas dois laboratrios especializados atuando no Brasil. Tal nmero muito baixo, se considerarmos que os cecidomdeos constituem_se no grupo de artrpodes galhadores mais diverso existente (GAGN, 2004; YUKAWA & ROHFRITS_ CH, 2005), Cabe ressaltar aqui, tambm, que infelizmente hoje a taxonomia de insetos COmo Um todo, constitui-se numa rea de relativamente pouco interesse profissional, verificando_se nela um decrscimo no nmero de artigos publi" IlIlIheeimento a cerca 1111"lIuS no Brasil, emI cados (GRAZIA et ai" 1999), Tal aspecto aumenta a relevncia da carncia rdll ~ubstancialmente apontada, frente a Uma eventual tentaIIlnda incipiente, Em tiva de reverso na tendncia correspon_ " /I' I cxistncia de poudente, De forma semelhante, h uma 'I '~pecialistas nesta carncia enorme de trabalhos de cunho 11/1 prioridades de pesanatmico em escala fina, principalmen_ /I N 'rem estabelecidas te aqueles que contemplem a histoqu_ I'/lra registrar apenas 'ti IIIf1isimportantes _ a mica e microscopia eletrnica (varredu_ ''''/lllIlia, condies bsira e transmisso; h poucos trabalhos publicados nesse nvel de detalhamen_ I 1110, meu ver, para o a to), DeSCOnheo o grau de interesse dos Iluaisquer nessa guilbotnicos por essa rea, mas certamen_ 1111e insetos galhadod te no se forma profissionais em anator ""1l1ero quantitativa_ mia vegetal, neste nvel de especialida_

, 1111111 lOuco explo1111,1IIIIIcnte desprezI ,"dll~11 'em ambienI" 111 ('umo aqueles de ,,,,, II (/tII10s plantas ,I, dt' invasoras e uso I "lI(' uutros), Vrias 11111'1110 encontram_se 1111 pioradas, como, IlIv I ,ft 'I" 1I logia, filogenia, o I11111 'omportamental e ""II'IIS, Em especial, III1II1H calcados na bior tlullltli , foram nUme, Ill's,

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oTaxonomia.

Anatomia

Biologia1

Hymenoptera 11 111 freqncia, por ordem taxonmica, no total de artigos cientficos publiIlIlIillde insetos galhadores do Brasil nos ltimos 20 anos (1985-2005) .IRASIL: OPORTUNIDADES DSTUDO SOBRE INTERAO INSETOPLANTA

imento , 1111111 .., . rea do nosh ltimos 20no 1 ~ (11' Figura 2, Variao em frequen~la, pordo Brasil con eCl an , I publicados sobre gaIhas entomogenas534SIMPSIO 39, A"ANOS . NO CONHECIMENTO DE GAIIIA',

IN

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de, em pouco tempo. Porm, tal escala the gaUs of a plant near to MOIIII 1I de abordagem, particularmente em gaZool. Soe. London 1:311-314. lhas, situa-se, a meu ver, na fronteira FERNANDES, G.W 1990. Hyperscu 111 " ted plant resistance mechanism II~IIIII ntima da interao inseto-planta, senbivores. Env. Entomol. 19: I I 7' I I do bsico e imprescindvel para o resFERNANDES, cr. PRICE, p.w. 1C)~~ I1 pectivo entendimento, principalmente cal gradientes in galling spcci .~I \I li' em estudos com enfoque ecolgico-evohypotheses. Oecologia 76: 161 11, lutivo, dentre outros. 1991. Comparison of tropk 11I" Sabe-se que o hbito galhador evoluiu galling species richness: the rol '111 ' independentemente, diversas vezes, em harshness and plant nutrienl Sllllll 1 PRICE, p.w.; LEWINSOI-IN, I I inmeras linhagens de artrpodes. Em DES, G.W (eds.) Planl-alllllllll geral, os indutores de galhas exibem alta evolutionary ecology in Iro(1I(,1I1 " especificidade quanto planta hospedeiregions. NewYork, Wiley. ra, bem como em relao a partes ou teciFERNANDES, c.. GONAI.VI 1 do desta. Mais, as galhas tm se constituCARNEIRO, M.A.A. 200', 1\ ,I do historicamente em hbitats compleeffects on the diversity 01' gllll 1111" in the Brazilian Cerrado. p.69 /111 I xos, podendo envolver relaes de diverA.; SCHAEFER, cs. Wll'llI II sos nveis trficos e/ou assemblias Biology, ecology, and ellollll/llll (SHORTHOUSE & ROHFRITSCH, cingarthropods. vol.2. Enflllld 1992; LABANDElRA, 2002; RAMAN et shers. aI., 2005). Estudos neste nvel de compleFERRAZ, F.F.F.;MONTElRO, lU JI~ I xidade so raros em nosso meio (e.g., FERractions involving a gall mi I~I'AI RAZ & MONTEIRO, 2003). Assim, dada eaensis Maia (Diptera, Cecidlllll\1I1 gous modifiers and parasituul I vasta extenso territorial de nosso pas, 20:433-437. alta diversidade de flora e de biomas, poGAGN, R.J. 2004. A catalog of '\1 \lI demos afirmar que centenas de galhadoworId. Mem. Eniomol. Soe. 11'r1 111 res em si, parasitides destes, inquilinos e GRAZIA, J. et aI. Artigos em taxolllillllll sucessores de galhas, pertencentes a diltimos 10 anos em peridl I" 1" versas linhagens de insetos, carecem de alizados em entomologia. 1111"/11 RAMAN,A.; SCHAEFER, C.w.: WIIIIII estudos no Brasil. As oportunidades de (eds.) Biology, eeology. lIl/Il pesquisa so incontveis, em qualquer rea inducing arthropods. vols.t I I I do conhecimento pertinente a esses insePublishers. tos. Em grande parte, de fato, eles no foSHORTHOUSE, J.D.; ROI-IFnt'l ,I' 11 ram ainda nem mesmo descritos. Biologyofinsect-indueed ~II"___ o

CURTIS,J.1835.0naspeciesofm

111111111 I

,,/, 11 l),,[ ega. Zeits. Morph. 11111 IIII 1i 11,0,2005. Biologyand 11111111 (" 'i lomyiidae (Dipte1

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SIMPSIO

39. AVANOS NO CONHECIMENTO

DE GALHAS fN 1I

IL' OPORTUNIDADES

DE ESTUDO SOBRE INTERAO INSETO-PLANTA

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