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Centro Universitário de Brasília – Uniceub FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - FASA CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS AREA: CONTABILIDADE GERENCIAL OS BENEFÍCIOS DA CONDUTA ÉTICA NA VIDA DO PROFISSIONAL CONTÁBIL JOSÉ ADVAN BARBALHO DO NASCIMENTO RA Nº 2020192 / 7 PROF. ORIENTADOR: JOÃO AMARAL DE MEDEIROS Brasília - DF, agosto de 2006. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

Os Benefícios Da Conduta Ética Na Vida - Tcc

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Os Benefícios Da Conduta Ética Na Vida - Tcc

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  • Centro Universitrio de Braslia Uniceub FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS - FASA CURSO: CINCIAS CONTBEIS AREA: CONTABILIDADE GERENCIAL

    OS BENEFCIOS DA CONDUTA TICA NA VIDA DO PROFISSIONAL CONTBIL

    JOS ADVAN BARBALHO DO NASCIMENTO

    RA N 2020192 / 7

    PROF. ORIENTADOR: JOO AMARAL DE MEDEIROS

    Braslia - DF, agosto de 2006.

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  • JOS ADVAN BARBALHO DO NASCIMENTO

    OS BENEFCIOS DA CONDUTA TICA NA VIDA

    DO PROFISSIONAL CONTBIL

    Monografia apresentada como um dos requisitos para concluso do curso de bacharelado em Cincias Contbeis do UniCEUB Centro Universitrio de Braslia. Prof (a). Orientador (a): Joo Amaral de Medeiros.

    Braslia - DF, agosto de 2006.

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  • JOS ADVAN BARBALHO DO NASCIMENTO

    OS BENEFCIOS DA CONDUTA TICA NA VIDA

    DO PROFISSIONAL CONTBIL

    Monografia apresentada como um dos requisitos para concluso do curso de bacharelado em Cincias Contbeis do UniCEUB Centro Universitrio de Braslia.

    Prof (a). Orientador (a): Joo Amaral de Medeiros.

    MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

    ..................................................... Prof (a):

    Orientador (a)

    ........................................................ Prof(a).

    Examinador (a)

    ..................................................... Prof(a):

    Examinador (a)

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  • Dedico este trabalho a minha me que me

    deu vida e educao e aos meus filhos

    Bruno e Mariana. A meus irmos e a

    minha ex-esposa Rgia.

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  • AGRADECIMENTO

    Agradeo ao meu orientador, professor

    Joo Amaral de Medeiros, responsvel

    pela disciplina Monografia, pela sua

    dedicao e pelos seus conhecimentos

    transmitidos durante todo o perodo.

    Enfim, a todos que direta ou indiretamente

    contriburam dando - me fora, estmulo e

    palavras de compreenso, minha eterna

    gratido.

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  • Somente a moralidade das nossas aes

    pode nos dar a beleza e a dignidade de

    viver.

    Albert Einstein

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  • RESUMO

    NASCIMENTO, Jos Advan Barbalho. Os Benefcios da conduta tica na vida do

    profissional contbil. Braslia, 2006. Pg. 32 Monografia. Curso de Cincias

    Contbeis. Centro Universitrio de Braslia UniCEUB.

    Esta monografia discorre sobre os benefcios da conduta tica na vida do

    profissional contbil, sendo seu objetivo evidenciar a importncia dos benefcios da

    conduta tica na vida do profissional contbil atravs de conceitos e reflexes que

    podem auxiliar no desenvolvimento do comportamento dos profissionais contbeis

    com seus clientes, sociedade entre outros. A tica como cincia, considerada um

    fator regulador do desenvolvimento cultural entre os povos. vinculada a

    julgamentos morais e juzos de valores relacionados distino entre o bem e o mal.

    O profissional contbil dever indagar quais princpios que dever seguir para

    evidenciar a transparncia dos seus atos perante a sociedade. O cdigo de tica do

    contador norteia a ao do profissional em contabilidade de modo a apontar as

    corretas atitudes para o sucesso nesta profisso. Na elaborao desta monografia,

    teve-se a preocupao de evidenciar e esclarecer as principais dvidas relacionadas

    cincia tica. Assim, a pesquisa permitiu concluir que o profissional de

    contabilidade deve agir de forma a reunir os conceitos ticos em suas atividades

    profissionais.

    Palavras-chave: tica profissional; profisso contbil; contador.

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  • SUMRIO

    ASSUNTO PG. 1 INTRODUO --------------------------------------------------------------------------------------08 2 REVISO DA LITERATURA E DISCUSSO DOS DADOS----------------------------11

    2.1 Origem das Palavras tica e Moral -------------------------------------------------------12 2.2 Comportamentos--------------------------------------------------------------------------------13 2.3 tica Profissional Contbil-------------------------------------------------------------------14 2.4 tica na Contabilidade--------------------------------------------------------------------- ---19

    2.5 Caractersticas do Profissional Contbil------------------------------------------------23 2.6 tica Empresarial------------------------------------------------------------------------------ -24 2.7 Os Riscos da Profisso Contbil----------------------------------------------------------27 2.8 Cdigo de tica do Contabilista-----------------------------------------------------------28

    2.9 Os Benefcios da Conduta tica-----------------------------------------------------------31 3. Consideraes Finais---------------------------------------------------------------------------33 Referncias--------------------------------------------------------------------------------------------34

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  • 8

    INTRODUO

    A prtica da tica pode levar o profissional contbil a obter cada vez mais

    credibilidade perante a sociedade em geral e, com isso, mostrar a importncia de

    seguir os princpios ticos que norteiam a vida social e profissional.

    A tica, enquanto ramo do conhecimento, tem por objeto o comportamento

    humano no interior de cada sociedade. O estudo desse comportamento, com fim de

    estabelecer os nveis aceitveis que garantam a convivncia pacfica dentro das

    sociedades e entre elas, constitui o objetivo da tica. (Lisboa, 1997, p. 22).

    Os profissionais que agem com tica e responsabilidade social

    experimentam maiores oportunidades de aumentar seu valor profissional, alm de

    atrair tambm a ateno do mercado.

    Agindo com tica, os profissionais contbeis evitam que atos individualistas

    comprometam o ganho coletivo. Com isso cultivam as chamadas virtudes

    profissionais: sigilo, lealdade, coragem, imparcialidade e responsabilidade.

    Utilizando os princpios ticos, o profissional contbil afastar o risco de se

    envolver em escndalos capazes de abalar sua reputao ou de se sujeitar as

    penalidades judiciais.

    Este trabalho procura evidenciar a importncia dos benefcios da conduta

    tica na vida do profissional contbil atravs de conceitos e reflexes que podem

    auxiliar no desenvolvimento do comportamento dos profissionais contbeis com

    seus clientes, sociedade entre outros.

    A pesquisa foi elaborada com base no tema tica profissional na

    contabilidade, cuja delimitao evidencia os benefcios da conduta tica na vida do

    profissional em contabilidade.

    O Conselho Federal de Contabilidade no exerccio de suas atribuies

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  • 9

    aprova, atravs da Resoluo CFC n 803/96 o Cdigo de tica Profissional do

    Contabilista, onde no seu captulo v.art. 12. Referente s penalidades, menciona que

    a transgresso dos preceitos do cdigo de tica constitui inflao tica, sancionada

    conforme a gravidade. Podendo o infrator receber as seguintes penalidades:

    advertncia reservada; censura reservada e censura pblica.

    Esses fatos afetam a credibilidade do profissional contbil perante a classe a

    qual representa e a sociedade. Ficando sujeito penalidade prevista em lei,

    podendo perder os direitos de exercer a profisso. Portanto, o profissional antitico

    no conseguir se manter no mercado por muito tempo.

    Conforme o art. 2 do Cdigo de tica Profissional do Contbil, para atingir o

    sucesso profissional, o contabilista dever exercer a profisso com zelo e

    honestidade, observando a legislao vigente e resguardando os interesses de seus

    clientes, sem prejuzo da dignidade e independncia profissionais, adotando postura

    tica com seus clientes e perante a sociedade. (Resoluo CFC n 803/96 do

    Conselho Federal de Contabilidade).

    O principal objetivo deste trabalho evidenciar a importncia dos benefcios

    da conduta tica na vida do profissional contbil. Para essa evidenciao, foram

    estabelecidos os seguintes objetivos especficos: evidenciar os aspectos relevantes

    da tica profissional, aplicveis ao profissional da contabilidade; apresentar o papel

    social do contador e sua implicao para a credibilidade da profisso, para a

    continuidade da entidade onde atua e para o desenvolvimento scio econmico da

    coletividade; identificar os efeitos do descumprimento s normas ticas; demonstrar

    a importncia dos benefcios da conduta tica na vida do profissional contbil no

    exerccio da profisso.

    Com estes objetivos, procura-se evidenciar que a profisso contbil e a tica

    precisam estar sincronizadas, pois um profissional que no adota a tica como guia

    no exerccio de seu ofcio corre srio risco de se envolver em escndalos,

    manchando sua imagem profissional e da classe que representa, alm de prejudicar

    a empresa em que presta servio.

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  • 10

    Para balizar a pesquisa, foi formulado o questionamento, em torno do qual

    foi desenvolvido o trabalho: quais os benefcios advindos da observncia tica

    para o profissional e para a sociedade?

    Na elaborao deste trabalho foram feitas investigaes em livros, jornais,

    internet, cdigos e resolues que mencionam assuntos relacionados com a tica

    profissional, sobretudo com a profisso contbil. Quanto aos objetivos, a pesquisa

    foi explicativa, visto que esclarece fatos relacionados tica profissional.

    Quanto metodologia, a investigao foi dialtica, visto que aborda

    realidades com opinies e argumentaes dando sentido s oposies de idias.

    (VERGARA, 2005).

    O trabalho est estruturado em trs captulos. O primeiro, introduo,

    apresenta os elementos informativos provenientes do projeto, com as devidas

    adaptaes que se fizeram necessrias no decorrer da pesquisa.

    O segundo captulo contm o desenvolvimento do trabalho, ou explanao

    do que a pesquisa permitiu evidenciar e o terceiro, consideraes finais, trata do

    desfecho conclusivo do trabalho.

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  • 11

    2 REVISO DA LITERATURA E DISCUSSO DOS DADOS

    Segundo Sturkart (2003, p. 14), tica uma cincia cujo objetivo o exame

    terico das aes humanas para conseguir uma vida satisfatria e a perfeio

    integral do homem e nisso que consiste a felicidade.

    A tica baseia-se na filosofia que estuda o comportamento das pessoas.

    Ocupa-se com o que moralmente bom ou mal, certo ou errado.

    A tica conduz idia da universalidade moral, ou ainda formao ideal

    universal do comportamento humano, expressa em princpios vlidos para todo

    pensamento moral e sadio, conforme afirma Lisboa (1997, p. 24).

    A tica busca analisar os fatos morais que norteiam as normas para

    qualquer ato humano.

    Segundo S (1998, p. 15), a tica tem sido entendida como a cincia da

    conduta humana perante o ser e seus semelhantes, ou seja, a tica estuda o

    comportamento do ser humano e suas consideraes de valores.

    De acordo com Motta (1984, p. 69):

    A tica baseia-se em uma filosofia de valores compatveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, o agir da pessoa humana est condicionado a duas premissas consideradas bsicas pela tica: o que o homem e para que vive, logo toda capacitao cientfica ou tcnica precisa estar em conexo com os princpios essenciais da tica.

    Nesse sentido, a tica o estudo das avaliaes do ser humano em relao

    s suas condutas ou s dos outros. Essas avaliaes so feitas sob a tica do bem

    e do mal, de acordo com critrios que geralmente ditado pela moral. (MOREIRA,

    1999, p. 21).

    A tica tem sido desenvolvida no histrico cultural da humanidade, busca a

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  • 12

    necessidade de viabilizao da convivncia em sociedade, procura estudar o

    comportamento humano mostrando o que certo ou errado, de acordo com os

    costumes da populao. (LISBOA, 1997, p. 30).

    O que parece ser uma definio simples e de fcil aplicao, acaba sendo

    um conceito complexo, pois engloba juzos de valor, os quais no so to fceis de

    serem aplicados. A tica est relacionada ao desejo de alcanar sucesso

    profissional, mantendo com os outros indivduos relaes justas.

    A tica est fundamentada nas idias do bem e da virtude, na busca de

    valores que se traduz em uma existncia de plena felicidade. A atitude dos

    profissionais em relao s questes ticas faz a diferena no mercado.

    Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relao s questes

    ticas pode fazer a diferena entre o sucesso e o fracasso. Basta um deslize, uma

    escorregadela, e pronto imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha

    vermelha da desconfiana. (JACOMINO, 2000, p. 28).

    A tica sinaliza com normas que o indivduo deve seguir na busca da

    sabedoria e do conhecimento, sempre visando aos efeitos que suas atitudes podem

    produzir na vida de outras pessoas.

    importante para a credibilidade do profissional e da empresa a qual

    representa que o profissional contbil, assim como todo profissional sintonizado com

    seu tempo, invista no conhecimento tcnico e ao mesmo tempo zele por uma

    conduta tica.

    2.1 Origem das Palavras tica e Moral

    Segundo Nalini (2004, p. 26), tica a cincia do comportamento moral dos

    homens em sociedade. A tica como cincia tem por objetivo a moral, leis e

    mtodos prprios. Historicamente os romanos traduziram o ethos grego, para o

    latim mos (ou no plural mores), que quer dizer costume, de onde vem a palavra

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  • 13

    moral. A origem da palavra tica vem do grego ethos, que quer dizer o modo de

    ser, o carter. Portanto, o ethos (carter) como mos (costume) dizem respeito a

    um conjunto de normas de comportamentos pelo o qual o homem procura realizar o

    bem.

    Conceitualmente, conforme Nalini (2004, p. 27), existe distino entre tica e

    moral. tica seria uma teoria dos costumes. Ou seja, a tica a cincia dos

    costumes. J a moral no seria cincia, seno o objeto da cincia.

    Isto quer dizer que a tica a cincia voltada s normas de conduta ou a juzo de valor vinculado distino entre o bem e o mal, entre o certo e o errado.

    Mostra ao indivduo os valores e princpios a seguir na busca de sua conduta

    profissional.

    2.2 Comportamentos

    S (1998, p. 15) diz que a tica a cincia da conduta humana, pois

    envolve valores de aprovao e desaprovao da ao do homem no campo das

    aes virtuosas.

    Observar a virtude como prtica do bem promover a felicidade. Mas em

    toda sociedade, existem de dilemas morais. Esses dilemas morais so os reflexos

    do comportamento das pessoas, e surgem no momento em que, diante de uma

    situao, a ao de um indivduo ou de um grupo, contraria aquilo que a sociedade

    estabeleceu como padro para aquela situao.

    Neste sentido, Lisboa (1997, p. 31), argumenta que o comportamento dos

    indivduos fruto dos valores nos quais cada um acredita. Isto implica dizer que

    uma ao considerada como comportamento anormal pode, com o passar do tempo,

    ser considerado normal.

    Portanto, neste conjunto de dilemas comportamentais que reside toda a

    complexidade do ser humano. A formao da conduta tica depende de uma

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  • 14

    conscincia limpa moralmente.

    2.3 tica Profissional Contbil

    A profisso contbil, no contava de incio, com um Cdigo de tica

    especfico. O contador tinha como normas as regulamentaes ticas vigentes na

    sociedade. Para a continuidade do exerccio profissional houve a necessidade de se

    elaborar normas especficas que orientassem os profissionais a exercerem suas

    atividades com honestidade e responsabilidade.

    tica profissional representada pela confiana que a sociedade deposita

    no profissional, na execuo de determinado trabalho, visto que envolve

    responsabilidades sociais.

    De acordo com S (1998, p. 120), a profisso contbil definida da seguinte

    maneira:

    A profisso contbil consiste em um trabalho exercido habitualmente nas clulas sociais, com o objetivo de prestar informaes e orientaes baseadas na explicao dos fenmenos patrimoniais, ensejando o cumprimento de deveres sociais, legais, econmicos, to como a tomada de decises administrativas, alm de servir de instrumentao histrica da vida da riqueza.

    O que se observa que no possvel abranger em um cdigo de tica

    todos os problemas possveis que possam surgir para os profissionais durante o

    exerccio de sua profisso, mas pode prever um nmero possvel de situaes que

    exijam do profissional posicionamento tico. O Cdigo de tica Profissional do

    Contabilista procurou consolidar os princpios ticos que norteiam a profisso

    contbil.

    Desta forma o profissional contbil que no adotar o cdigo de tica como

    bssola de sua conduta profissional corre risco de degradao de sua imagem e da

    classe qual representa.

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  • 15

    Historicamente, a profisso contbil uma das profisses mais antigas do

    mundo. A noo de conta, portanto, de contabilidade, , to antiga quanto a origem

    do Homo sapiens. (IUDCIBUS, 2000, p. 30).

    Para alguns historiadores h evidncias de noo de contas

    aproximadamente h 4.000 anos a.C.

    De acordo com Iudcibus (2000, p. 30), o homem primitivo praticava uma

    contabilidade rudimentar ao inventariar seus instrumentos de caa e pesca,

    rebanhos entre outros.

    A preocupao com sua riqueza obrigou o homem a desenvolver sistemas

    que avaliasse melhor sua situao patrimonial.

    A contabilidade reflete um dos anseios mais arraigados do homem, por ser o

    pulso do empreendimento e ter por mrito o registro e anlise das Demonstraes

    Contbeis e dos atos e fatos que envolvem a empresa, com o objetivo de evidenciar

    o patrimnio, suas variaes, o resultado, a eficincia e eficcia com a finalidade de

    produzir informaes sobre o comportamento patrimonial da entidade.

    Por esse motivo o contador tem a funo de produzir informaes fidedignas

    sobre o comportamento patrimonial das empresas, levando em considerao a

    necessidade de participao social tanto no contexto administrativo e gerencial das

    organizaes.

    Deste modo, o profissional contbil no pode aplicar automaticamente as

    normas contbeis explicitas na legislao, sem conhecer as bases tericas que a

    podem ter influenciado ou as falhas que luz foram cometidas. (IUDCIBUS, 2000,

    p. 15).

    evidente que no desempenho de suas atividades, o profissional contbil

    deve procurar o entendimento da legislao e ter viso critica fatos. Com o objetivo

    de angariar a confiana de seus clientes e sociedade em geral.

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  • 16

    A falta de tica pode acabar com qualquer profisso. Lisboa (1997, p. 61),

    menciona que o profissional contbil deve seguir o cdigo de tica da categoria

    baseado nos seguintes critrios:

    ter responsabilidade, perante a sociedade, e atuar com esmero e qualidade, adotando critrio livre e imparcial;

    ter lealdade, perante o contratante de seus servios, guardando sigilo profissional e recusando tarefas que contrariem a moral;

    ter responsabilidade para com os deveres da profisso; preservar a imagem profissional, mantendo-se atualizado em relao s

    novas tcnicas de trabalho, adotando, igualmente, as mais altas normas profissionais de conduta.

    Pelo que se observa o principal objetivo do cdigo de tica a busca

    constante da postura tica pelo profissional contbil de acordo com os princpios

    ticos conhecidos e aceitos pela sociedade.

    Compreende-se que para atuar com tica o contador se depara com

    algumas questes complicadas, por exemplo: ao encontrar evidncias de erros nas

    Demonstraes Contbeis, quando executar trabalhos de auditoria, o profissional

    contbil tem o dever perante a sociedade de apontar os erros descobertos, mesmo

    sabendo que poder perder o emprego. Argumentos como esses so complexos e

    fazem com que a postura tica seja testada, diferenciando os verdadeiros

    profissionais daqueles que apenas pensam em manter o emprego.

    Ter conhecimento do que certo ou errado, e saber que a impunidade no

    exercida, fica fcil prtica do comportamento antitico. A impunidade tem que ser

    combatida para incentivar o cumprimento das normas ticas.

    Na profisso contbil, no basta ter conhecimento tcnico, preciso ter

    conduta tica condizente, responsabilidade, lealdade, dignidade para poder

    preservar a imagem profissional.

    Agindo com tica o profissional contbil reconhecido pela sociedade por

    atuar com esmero e qualidade alm de contribuir para o desenvolvimento da

    profisso.

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  • 17

    Um exemplo de falta de tica o caso da ENCOL S.A. Engenharia,

    Comrcio e Indstria, empresa do ramo construo civil que faliu por causa de

    fraudes nas Demonstraes Contbeis, com o objetivo de conseguir "rolar" a dvida

    e, ainda, tentar obter liberao de novos emprstimos. Isso causou prejuzo a seus

    muturios, fornecedores, instituies financeiras entre outros.

    No processo de sentena de falncia da Encol, Oliveira (1999) comenta que:

    O Balano Patrimonial encerrado em 31/12/96 demonstrava que a Demonstrao do Resultado do Exerccio da entidade encontrava-se pendente de parecer de Auditores, uma vez que o "ex-presidente" no providenciou em poca oportuna. Pelo que se observou durante aquele exerccio a companhia contabilizou prejuzos de quase R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhes de reais), porm, manteve o seu ativo em mais de R$ 1.500.000.000,00 (hum bilho e quinhentos milhes de reais), tendo sofrido uma reduo do ano de 1995 para 1996 em pouco mais de R$ 50.000.000,00 (cinqenta milhes de reais). O mesmo Balano Patrimonial demonstra com tranqilidade que a exigncia prescrita pelo inciso II do Art. 158 do decreto-lei 7.661/45 foi atendida. O indicador de liquidez Corrente (Ativo Total / Passivo Exigvel Total) demonstra que para cada R$ 1,00 (hum real) de dvida companhia dispe de R$ 1,67 (um real e sessenta e sete centavos) de ativo. O ndice de solvncia que inclui todo o exigvel, a incluindo o passivo garantido, revela recursos superiores a cinqenta por cento do ativo circulante o que demonstra uma formidvel sobra de recursos, superando em muito a exigncia legal.

    O escndalo da ENCOL foi um exemplo de que no adianta uma empresa

    ou profissional contbil trilhar pelo caminho antitico, pois manchar sua reputao

    quando a fraude for descoberta.

    Por outro lado conforme o Cdigo de tica da Nokia, a entidade reconhece

    que seus interesses a longo prazo e os interesses das entidades com participao

    na entidade dependem da conformidade com os mais elevados padres de conduta

    tica e com a legislao aplicvel. O Cdigo de tica da entidade prev que os

    valores ticos esto incorporados neste Cdigo, esperando-se de cada funcionrio

    um comportamento que esteja em perfeita harmonia com este Cdigo, sem

    excees.

    A tica o estabilizador que, mantm o equilbrio entre as foras que

    separam e as que unem. (STURKART, 2003, p. 100).

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  • 18

    Observar-se que a tica importante na vida do profissional contbil, pois

    ele trabalha com a credibilidade conquistada perante a sociedade.

    Nota-se que devido posio privilegiada que ocupa na empresa, o

    profissional contbil no pode se beneficiar das informaes da entidade, o que

    representaria falta de profissionalismo.

    Quando o profissional contbil evita atividades que conduzam a conflitos de

    interesses ser recompensado atravs do seu reconhecimento profissional, sendo

    melhor remunerado, alm de galgar novos cargos na entidade e ser respeitado pela

    sociedade.

    O profissionalismo a maneira ntegra e honesta de exercer uma profisso.

    E est fundamentalmente ligado tica, moral dos bons costumes, conforme

    afirma Lisboa (1997, p. 111).

    O profissional que age com tica mantm os princpios bsicos que so a

    integridade e honestidade. No tem medo de errar, pois se o fizer, no ser

    propositadamente. (LISBOA, 1997, P. 111).

    Neste contexto, para que o profissional de contabilidade seja respeitado

    dever seguir o segundo artigo cdigo de tica do profissional contabilista, resoluo

    CFC n 803/96 do Conselho Federal de Contabilidade, onde est mencionado o

    dever do contabilista.

    I - exercer a profisso com zelo, diligncia e honestidade, observada a legislao a vigente

    e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuzo da

    dignidade e independncia profissionais;

    II - guardar sigilo sobre o que souber em razo do exerccio profissional lcito, inclusive no

    mbito do servio pblico, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por

    autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade; [...].

    A falta de tica no exerccio da profisso pode gerar transtornos, inclusive a

    perda do registro no Conselho Regional de Contabilidade.

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  • 19

    O contador deve seguir o cdigo de tica da categoria, no aceitando

    subornos para alterar balanos, ou se envolver em qualquer atividade ilcita, mas

    procurar exercer a profisso com independncia, observando a legislao vigente.

    O profissional contbil agindo com tica est assegurada a credibilidade e

    confiabilidade indispensveis realizao de bons negcios.

    2.4 tica na Contabilidade

    O processo de globalizao vem desafiando as empresas modernas a

    buscarem transformaes capazes de integr-las em novo contexto poltico,

    econmico e social.

    Os problemas contbeis ocorridos com entidades como a ENCOL,

    PARMALAT, ENRON, entre outras, que ficaram no centro das atenes devido aos

    escndalos financeiros demonstra a necessidade de apresentar mudanas nas

    regras contbeis. Essas mudanas visam apresentar maior transparncia e clareza

    nas informaes refletidas nos balanos das entidades, com o objetivo de trazer a

    tona discusso sobre o comportamento tico dos contadores e auditores no

    exerccio da profisso.

    A busca pela transparncia da conduta tica levou a revista Readers Digest

    a no aceitar anncios de cigarros depois que um cirurgio dos Estados Unidos

    comunicou que cigarros podem provocar diversas doenas. Afirma Stukart (2003, p.

    68).

    Em relao discusso do comportamento tico, o economista Eduardo

    Gianetti da Fonseca (apud Stukart, 2003, p. 75) declara que a tica incorpora

    elementos vitais para a eficincia como motivao, pontualidade, lealdade, espirito

    de equipe, confiabilidade e empenho, que no podem ser comprados com dinheiro.

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  • 20

    Pelos argumentos, entende-se que para o sucesso da empresa e do

    profissional contbil, ambos precisam agir conforme as leis, com tica e

    responsabilidade social.

    Observa-se que o objetivo da contabilidade prestar informao organizada

    de cunho econmico e financeiro com a finalidade de demonstrar o grau de sade

    da empresa aos usurios internos e externos da entidade objeto da Contabilidade,

    conforme afirma Iudcibus (2000, p. 58).

    O resultado final da contabilidade a disponibilizao de informaes aos

    usurios em forma de relatrios e demonstraes contbeis.

    Ela se destaca por seu papel de proteo vida da riqueza das clulas

    sociais e pela capacidade de produzir informes qualificados sobre o comportamento

    patrimonial, conforme afirma S (1998, p. 121).

    Neste contexto Arajo (2004, p. 13) afirma que a contabilidade exerce a

    funo de:

    Captar todos os fatos ocorridos na empresa, registrar tais fatos num sistema de informao, acumular esses fatos nesse sistema, resumir os acontecimentos num certo perodo, criar e emitir um resumo que servir de suporte para interpretar todo o processo de resultados.

    Conforme a citao acima, o objetivo da contabilidade o patrimnio, ou

    seja, o registro e avaliao de bens alm de proporcionar informaes organizadas

    de cunho econmico, financeiro e, subsidiariamente, fsico, de produtividade e

    social, aos usurios internos e externos entidade objeto da Contabilidade.

    Portanto, o resultado final da contabilidade trata da disponibilizao de informaes

    aos usurios em forma de relatrios e demonstraes contbeis. Para S (1998, p.

    121)

    Neste aspecto, importante que o profissional contbil se conscientize de

    seu papel perante a sociedade, exercendo a profisso com zelo, fundamentado nos

    princpios ticos, pois pela profisso que o que o indivduo se destaca e se

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  • 21

    realiza.

    Como a contabilidade se destaca na proteo do patrimnio da entidade,

    cabe ao profissional contbil tomar cuidado com relao s fraudes.

    Fraude significa falsificao, adulterao, abuso de confiana, ao

    praticada de m f, contrabando, clandestinidade entre outros.

    As fraudes contbeis referem-se aos atos intencionais, devido

    manipulao de resultado, refletidos nas demonstraes contbeis, o que afronta os

    princpios fundamentais da contabilidade, (conforme Resoluo CFC n 986 do

    Conselho Federal de Contabilidade NBT T-12 da Auditoria Interna Regras Gerais).

    Conforme Sturkart (2003, p. 61): O jornal O Estado de So Paulo informou

    que, em menos de quatro meses, tinha publicado 63 casos de roubos, escndalos,

    negociatas, imoralidades e falcatruas variadas. Mas nem um nico criminoso fora

    para a cadeia.

    Neste contexto Camila Marques aborda que as maiores fraudes no Brasil

    foram cometidas por bancos no comeo dos anos 90. A autora menciona que o

    professor Jos Carlos Marion, coordenador do curso de Cincias Contbeis do

    IMES, cita que as trs grandes fraudes foram causadas pelo Banco Econmico,

    Banco Nacional e Banco Noroeste.

    A autora menciona que:

    O primeiro caso foi o do Banco Nacional, um dos maiores da histria do Brasil. O desvio de dinheiro ao longo de dez anos chegou ao mesmo valor de todo o oramento da cidade de So Paulo poca, o quinto maior do pas. Liqidada no dia 18 de novembro de 1995, a instituio deixou um rombo prximo de R$ 9,2 bilhes (valores de 1995) aos contribuintes. No processo fraudulento, descobriu-se a criao de 652 contas fictcias para esconder o desvio.

    No contexto internacional a empresa de auditoria associada

    PricewaterhouseCoopers (PwC) no Japo teve a priso de quatro de seus

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  • 22

    contadores decretada por promotores pblicos de Tquio, por acusao de terem

    ajudado executivos da Kanebo a falsificarem informes contbeis. (SANCHANTA,

    Valor Econmico, 2005).

    Nos Estados Unidos, tambm famoso o caso da WorldCom, que inflou

    seus resultados por meio de informaes contbeis falsas.

    A fraude ocorreu porque a empresa registrou como investimentos (ativo em

    seu balano patrimonial) o que era despesa (demonstrativo de resultados),

    distorcendo totalmente os dados de suas contas. Conforme afirma o consultor

    Domingos, 2006.

    Conforme relato de Camila Marques a gigante norte-americana da telefonia

    escondeu perdas de US$ 3,85 bilhes em cinco trimestres. A manobra foi

    descoberta em junho de 2002.

    As fraudes no balano contbil, os ativos so supervalorizados e os

    passivos, diminudos, explica o professor e coordenador do curso de Cincias

    Contbeis do IMES, Jos Carlos Marion. A empresa, portanto, apresentada como

    tendo muito dinheiro (em caixa, a receber ou em patrimnio) e poucas dvidas e

    compromissos a cumprir. Afirma Camila Marques.

    As manipulaes contbeis so utilizadas com a finalidade de encobrir ou

    postergar a descoberta dos atos ilcitos praticados.

    As normas ticas estudadas no curso de contabilidade so inerentes ao

    profissional para o desenvolvimento de sua atividade profissional, sendo necessria

    reformulao de situaes que envolvam aes ticas.

    O prosseguimento na divulgao de normas ticas poder dar-se atravs

    das entidades. Como os valores ticos se transformam com as evolues da

    sociedade, preciso que o profissional se mantenha atualizado atravs de debate,

    discusses, reciclagens sobre o tema. A empresa pode utilizar um Cdigo de tica

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  • 23

    prprio com fins de dar conhecimento a todos sobre seus valores ticos.

    O profissional contbil deve agir com tica quando utilizar recursos prprios

    ou de terceiros, necessrios execuo de seu trabalho.

    Agindo com tica e responsabilidade o profissional contbil convive com as

    maiores oportunidades de mercado alm de levar uma vida prazerosa.

    A base da tica a verdade. A falta da verdade atenta contra a tica. O

    profissional deve levar em conta o respeito tica, pois o interesse social na vida do

    profissional atinge um universo promissor.

    Utilizando a verdade como base tica o profissional contbil executa suas

    atividades com mais dinamismo, a conquista do cliente se torna mais fcil devido a

    qualidade do seu servio visto que um concorrente antitico, no oferece a mesma

    qualidade.

    2.5 Caractersticas do Profissional Contbil

    O profissional contbil deve possuir certos requisitos para desempenhar sua

    profisso com competncia, honestidade e sociabilidade.

    Segundo Lisboa (1997, p. 130):

    Atravs de sua competncia, o profissional de contabilidade mostra o quanto pode ser til e sofisticado em sua produo de informao, atravs de sua produtividade, ele consegue otimizar o tempo disponvel, de sorte a produzir mais informaes, por meio da sociabilidade, ele mostra como lidar com o cliente e como cruzar a fina linha entre relatar a verdade e no perder o cliente, acrescido de novas oportunidades na carreira.

    Agindo com tica o profissional contbil molda seu comportamento. Pois

    esta atitude envolve questionamentos psicossociolgicos para as respostas que

    surgirem.

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  • 24

    Para adquirir conscincia tica, necessrio que o profissional contbil

    acredite em valores ticos, os quais ocorrem nas assimilaes dos hbitos culturais

    e procedimentos tidos como corretos e adequados no seu modo de vida. oportuno

    tambm que o profissional contbil tenha sutileza de refletir sobre sua

    responsabilidade social.

    Para Lisboa (1997, p. 131), para ser tico necessrio ter algum tipo de f,

    isso no implica em ter f religiosa, mas acreditar em valores intangveis como

    valores morais: honestidade, amor, sinceridade, lealdade, responsabilidade entre

    outros.

    A formao da conscincia tica est na capacidade de refletir. Por reflexo

    entende-se que ato ou efeito de examinar a conscincia antes da tomada de

    deciso, mediante consulta interna de cada um. Assim, ser assegurada a

    autocrtica indispensvel formao da conscincia tica.

    O profissional contbil deve levar em conta que as outras pessoas com

    quem convive tambm tm seus prprios conhecimentos, convices e razes.

    Por este motivo, o cdigo de tica um instrumento que une a tica lei.

    Proporcionando ao profissional contbil agir com honestidade e resistir s tentaes

    que redundariam em comportamento antitico.

    2.6 tica Empresarial

    Segundo Moreira (1999, p. 27), "a empresa uma unidade econmica", que

    tem como objetivo final o lucro.

    explorada pelo empresrio atravs de trs fatores de produo a

    natureza, o capital e o trabalho com objetivo de gerar resultado, que um servio,

    um bem ou um direito.

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  • 25

    Segundo o mesmo autor (p. 28), a tica empresarial est baseada no

    comportamento da empresa quando ela age em conformidade com os princpios

    morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras ticas).

    Para Ferrel e Fraedrich (2001, p. 7), "a tica empresarial compreende

    princpios e padres que orientam o comportamento no mundo dos negcios", ou

    seja, ela analisa os princpios adotados pela empresa na busca do seu objetivo

    principal, o lucro.

    A empresa ao desenvolver-se de forma que a tica, contribui para a conduta

    tica de seus empregados, bem como para que os valores e convices primrios

    da organizao, se tornem parte de sua cultura.

    Com o avano tecnolgico e da globalizao, alm do aumento da

    concorrncia, os empresrios comearam a investir na qualidade tica em suas

    empresas, fator fundamental que agrega valor imagem do empreendimento.

    A empresa que mantm conduta tica obtm diversas vantagens sobre as

    empresas antiticas, pois no precisar se envolver em transaes irregulares em

    forma de subornos para conseguir prestgio no mercado. Ter avaliao mais

    precisa de sua rea operacional, visto que as demonstraes contbeis evidenciam

    o que a empresa realmente . Ter respeito de seus funcionrios. Ter maior

    credibilidade no mercado, e o lucro gerado no ficam sujeito a contingncias futuras.

    A empresa que opera com tica pode exigir de seus empregados,

    fornecedores e administradores a mesma postura para solidificar os laos de

    parceria empresarial com a sociedade.

    As empresas antiticas enfrentam situaes que muitas vezes destoem sua

    imagem em apenas um dia, imagem que demorou anos para ser construda.

    evidente que empregados desmotivados, fraudes internas, perda da

    confiana na reputao da empresa, so alguns exemplos de problemas causados

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  • 26

    pela falta de tica.

    As organizaes preocupadas com a relevncia do cdigo de tica, esto

    procurando investir em programas de treinamento tico. Implementando novos

    mtodos de conscientizao profissional conforme a cultura organizacional.

    Segundo Lisboa (1997, p. 63), estes implementos so:

    elaborao e distribuio de um cdigo de tica para todos os funcionrios da empresa;

    Seminrios freqentes sobre tica; Instituio de uma linha direta de comunicao entre a administrao e

    o funcionrio; Formao de comits de tica; Incluso do item Auditoria tica nas rotinas de trabalho de Auditoria

    Interna; Colaborao dos sindicatos e associaes de classes para debates e

    seminrios sobre tica.

    O cdigo de tica tem a misso de padronizar e formalizar o entendimento

    da organizao empresarial em seus diversos relacionamentos e operaes, afirma

    Moreira (1999, p. 33).

    Segundo o mesmo autor a existncia do cdigo de tica evitar que os

    julgamentos subjetivos deturpem, impeam ou restrinjam a aplicao plena dos

    princpios ticos.

    Para que esse cdigo de tica tenha resultado positivo, deve ser concebido

    pela prpria empresa e estabelecido por programa tico constitudo, segundo

    Moreira (1999, p. 34), por:

    Treinamento de implantao e reciclagens (anuais) dos conceitos do cdigo de tica;

    Criao de um canal de comunicao destinado a receber e processar relatos de eventuais violaes;

    Tomadas de atitudes corretivas ou punitivas em caso de constataes de violaes;

    Luta clara contra os concorrentes antiticos.

    A criao do cdigo de tica empresarial pode beneficiar a empresa com o

    aumento da integrao entre os funcionrios, estimulando o comprometimento, e

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  • 27

    servindo de parmetro para a soluo dos conflitos entre empregados e empregador

    que se apiam na cultura da empresa, refletida pelas disposies do cdigo.

    2.7 Os Riscos da Profisso Contbil

    A contabilidade fonte de informao, interpretao e registros de dados

    empresariais e governamentais, preocupando-se em fornecer informaes

    fidedignas a toda a sociedade.

    O papel do contador prestar servios relevantes para as empresas com

    zelo e honestidade e comunicar todos os fatos que possam influenciar na tomada de

    deciso. Estendendo-se a obrigao a scios e executores.

    O profissional contbil proporciona desempenho fundamental na

    globalizao da economia. Isso porque ele no se restringe a cuidar somente de

    contas. Tambm, desempenha a funo de conselheiro para as organizaes,

    principalmente em assuntos sociais e tributrios.

    O profissional contbil, no exerccio de sua funo, tem o dever de fornecer

    aos usurios, informaes fidedignas para o acompanhamento do desempenho da

    entidade para corrigir ou no as adversidades que surgirem e ainda indicar como

    est a sade econmica financeira dessa entidade a qualquer momento.

    Mas no exerccio das faculdades inerentes a profisso contbil, o

    profissional que no observar os princpios bsicos que norteiam a tica contbil

    pode incorrer em vrios riscos, conforme mencionado no 3 art. da resoluo CFC n

    803/96 do Conselho Federal de Contabilidade, que so:

    Assumir direta ou indiretamente, servios de qualquer natureza, com prejuzo moral ou desprestgio da classe;

    Auferir proventos em funo de exerccio profissional que no decorra exclusivamente de sua prtica lcita;

    Assinar documentos ou peas contbeis elaborados por outrem, alheios sua orientao, superviso e fiscalizao; [...]

    Alm desses riscos a conduta antitica pode levar o profissional a praticar

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  • 28

    outras atividades ilcitas, como sonegao fiscal, fraude de demonstrativos e

    documentos contbeis a fim de forjar balanos fraudulentos.

    O contador ao participar de atividades ilcitas tem como objetivo realizar a

    lavagem de dinheiro. As organizaes criminosas necessitam desses profissionais,

    como tambm de outros, para transformar o dinheiro 'sujo' em dinheiro limpo.

    Nos meios de comunicaes, essas prticas ilcitas so bem difundidas por

    meio dos escndalos envolvendo empresas que tiveram suas demonstraes

    contbeis forjadas ou falsificadas, com participao de contadores e auditores.

    De acordo com Lisboa (1997, p. 10), o profissional contbil est no centro

    do fogo cruzado. Por isso, ele precisa se adaptar aos novos tempos. O cdigo de

    tica do Contabilista tem por objetivo ajudar o contador a entender a importncia da

    tica para o futuro do seu sucesso profissional.

    A atitude comportamental em relao s questes ticas tem sido o

    diferencial do sucesso ou fracasso alcanado pelos profissionais, principalmente na

    profisso contbil, que protege os interesses patrimoniais.

    A formao do profissional contbil tem que ser coesa. Os danos cometidos,

    por negligncia, imprudncia, dolo ou m-f, podem induzi-lo a erros que no tm

    mais volta. A sociedade confia no contabilista, para disponibilizar informaes de

    ordem tcnica-cientfica, uma vez que ele possui, pela sua formao, conhecimentos

    especficos da cincia contbil essenciais para compreenso dos atos e fatos

    relacionados ao patrimnio.

    2.8 Cdigo de tica do Contabilista

    A tica profissional ou moral profissional norteia o indivduo ou grupos de

    indivduos a seguir os princpios de conduta tica.

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  • 29

    A definio do cdigo de tica segundo Lisboa (1997, p. 62), um corpo de

    princpios que relaciona as principais prticas de comportamento permitidas no

    exerccio da profisso.

    Levando-se em considerao os princpios que norteiam o comportamento

    humano o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por intermdio da Resoluo

    n 290, de 4 de setembro de 1970, instituiu o Cdigo de tica Profissional do

    Contabilista, sendo revisado e consolidado pela Resoluo CFC n 803, de 10 de

    outubro de 1996, alterada posteriormente pela Resoluo CFC n 819/97 de

    20/11/97.

    Sendo uma ferramenta de relevncia importante, o cdigo de tica pode ser

    entendido como relao das prticas de comportamento observadas no exerccio da

    profisso.

    Tem por objetivo principal a formao da conscincia profissional sobre

    padres ticos, torna-se livro de cabeceira para o profissional contbil na busca do

    sucesso profissional.

    Neste contexto necessrio que o profissional contbil exera a profisso

    com zelo, diligncia e honestidade, observando a legislao vigente e resguardando

    os interesses dos seus clientes e / ou empregadores, sem prejuzo da dignidade e

    independncia.

    Ao exercer a profisso com zelo e honestidade o profissional contbil no

    prejudicar a terceiros e garante uma qualidade eficaz de trabalho.

    A transgresso dos preceitos ticos constitui infraes graves, sendo

    sancionada, segundo a gravidade, com a aplicao de penalidades, como:

    advertncia reservada, censura reservada, censura pblica mencionado no cdigo

    de tica.

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  • 30

    O profissional deve guardar sigilo sobre o que souber em razo do exerccio

    profissional lcito, inclusive no mbito do servio pblico ressalvados os casos

    previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os

    Conselhos Regionais de Contabilidade.

    Por sua posio privilegiada na empresa, o profissional contbil adquire

    informaes valiosas, sendo que jamais devem ser reveladas a concorrncias, uma

    vez que so amparada pelo sigilo profissional.

    O profissional contbil que mantm sigilo sobre as informaes a ele

    confiadas, inclusive no mbito do servio pblico, observando, no entanto, se as

    informaes so de resultados de atividades lcitas, para evitar no participar de

    condutas inadequadas sua profisso, caracterizando prtica de atividade ilcita,

    cultiva uma das chamadas virtudes bsicas exigida na profisso que a lealdade.

    O terceiro artigo do cdigo de tica profissional faz referncia a vedaes ao

    contabilista, no desempenho de suas funes, como :

    I. anunciar, em qualquer modalidade ou veculo de comunicao, contedo que resulte na diminuio do colega, da Organizao Contbil ou da classe, sendo sempre admitida a indicao de ttulos, especializaes, servios oferecidos, trabalhos realizados e relao de clientes; II. assumir, direta ou indiretamente, servios de qualquer natureza, com prejuzo moral ou desprestgio para a classe; III. auferir qualquer provento em funo do exerccio profissional que no decorra exclusivamente de sua prtica lcita; IV. assinar documentos ou peas contbeis elaborados por outrem, alheio a sua orientao, superviso e fiscalizao;

    Ao usar seus conhecimentos para praticar atividades ilcitas, o profissional

    contbil denigre sua imagem, alm de afetar os sistemas econmicos e financeiros

    do pas, prejudicando tambm os usurios da informao.

    importante que o profissional conhea, obedea e aplique os Princpios

    Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de contabilidade, alm da

    legislao vigente para evitar o envolvimento com atos ilcitos, assim, esta

    assegurada a preservao da imagem profissional.

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  • 31

    2.9 Os Benefcios da Conduta tica

    Segundo Sturkart (2003, p. 116) as normas ticas no existem para diminuir

    o homem, mas para faz-lo crescer.

    S (1998, p. 128) menciona que a conduta tica sadia do ser, consigo

    mesmo e com seu ambiente, habilita ao sucesso.

    O mesmo autor comenta que Alexis Carrel (apud S, 1998, p. 128) sintetiza

    os princpios aptos para a felicidade, todos de ndole tica, que so:

    Considerar o triunfo da vida como principal ocupao; Aceitar a ordem das coisas, resignando a uma voluntria limitao da

    liberdade, para ser submetido a uma regra; Tirar partido de todos os elementos humanos idneos, tais como os

    liberais sinceros e os intelectuais democratas; neutralizar os preguiosos, os especuladores, o poder do dinheiro, os traidores, os avarentos, os criminosos e os loucos. a qualidade que importa, porque a quantidade no basta.[...].

    Segundo S (1998, p. 129) os princpios de Carrel estabelece os caminhos

    que conduzem o homem ao sucesso.

    A prtica e o aperfeioamento contnuo na busca pela qualidade tica e

    sucesso profissional tm se tornado um prazer material, evitando que se faa coisa

    errada.

    Basta lembrar os pontos que Cuviller (apud S, 1998, p. 135) destaca nos

    benefcios da conduta tica:

    pela profisso que o indivduo se destaca e realiza plenamente, provando sal capacidade, habilidade, sabedoria e inteligncia, comprovando sua personalidade para vencer obstculos;

    Atravs do exerccio profissional, consegue o homem elevar seu nvel moral;

    na profisso que o homem pode ser til a sua comunidade e nela se eleva e destaca, na prtica dessa solidariedade orgnica.

    Pelo que se observa, o sucesso profissional est ligado auto realizao.

    As realizaes so as necessidades fisiolgicas; de segurana; de aceitao e de

    reconhecimento. Conforme Sturkar (2003, p. 117).

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  • 32

    O homem pode enriquecer s custas de atos ilcitos, mas jamais ter paz de

    esprito, pois o sucesso profissional s ser alcanado atravs da busca constante

    por seus objetivos baseado nas prticas ticas e pelo desejo de dar aos outros as

    mesmas oportunidades e respeito que recebe.

    Sturkart (2003, p. 121) menciona que na busca de sua realizao

    profissional o indivduo precisa ter em mente que os caminhos a serem percorridos

    no so fcies. Mas no final, trar recompensas, como:

    Paz de esprito e vida harmoniosa; Nome respeitvel; Honra e apreciao pela sociedade; Maior facilidade para suportar as vicissitudes da vida; Auto - realizao e auto - suficincia.

    Sem tica o profissional no consegue se manter no mercado. E a ao

    tica correta proporcional satisfao pessoal.

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  • 33

    3. CONSIDERAES FINAIS

    A respeito da tica na contabilidade percebe-se o quanto a falta desta

    prejudica a imagem do profissional e da empresa a qual representa, levando perda

    de credibilidade com a sociedade.

    Observa-se que a buscar de bons resultados profissionais e empresariais

    devem resultar de decises ticas. Primar por padres ticos pode significar a sade

    da empresa e ascenso profissional.

    O profissional contbil ou empresa que obtm ganhos financeiros, atravs

    de subornos, fraudes entre outros, perde a confiana da sociedade e pode entrar em

    decadncia, pois a confiana neles ficar abalada.

    A empresa que mantm a conduta tica obtm vantagens sobre as

    antiticas, tem avaliao mais precisa de sua rea operacional, visto que as

    demonstraes mostram realmente o que a empresa , tm respeito dos

    profissionais que para ela trabalham, maior credibilidade no mercado, e o lucro

    gerado no fica sujeito a contingncias futuras.

    Assim como as empresas os profissionais contbeis que no possuem a

    tica como bssola de sua profisso, costumam ter carreira curta, visto que o

    contabilista trabalha com a confiana dos clientes em seu trabalho, e ao perder essa

    credibilidade, o fim do profissional uma questo de tempo.

    A pesquisa propiciou evidenciar os benefcios da conduta tica na vida do

    profissional contbil. Demonstrou que agindo com tica, o profissional contbil evita

    que atos individualistas interesseiros comprometam o ganho coletivo. Com isso eles

    cultivam as chamadas virtudes profissionais que so: sigilo, lealdade, coragem,

    imparcialidade e responsabilidade.

    A atitude do profissional em relao s questes ticas a diferena entre o

    sucesso e o fracasso.

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  • 34

    REFERNCIAS

    ARAJO, Adriana Maria Procpio; ASSAF Neto, Alexandre. Introduo contabilidade. So Paulo: Atlas, 2004. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Cdigo de tica do profissional do contabilista. Res. N. 803/96. Braslia: CFC, 1996. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBT T-12 da Auditoria Interna Regras Gerais. Res. N. 986. Braslia: CFC, 1996. DOMINGOS, Reinaldo. Regras para se evitar escndalos envolvendo prticas contbeis. Disponvel em < http://www.consultores.com.br/artigos.asp?cod_artigo=308>. Acessado em: 18 set. 2006. FERREL, O. C.; FRAEDRICH, John; FERREL, Linda. tica empresarial. 4. ed. Rio de Janeiro: Reichmann & affonso, 2001. ILDCIBUS, Srgio de, MARION Jos Carlos. Introduo e teoria de contabilidade para o nvel de graduao. 3 ed. So Paulo: Atlas, 2000. JACOMINO, Darlen. Voc um profissional tico? Revista Voc S.A., So Paulo: Abril, ed. 25, ano 3, p. 28-36, jul.2000. LISBOA, Lzaro Plcido. tica geral e profissional em contabilidade. So Paulo: Atlas, 1997. MARQUES, Camila. As maiores fraudes no Brasil foram cometidas por bancos. Disponvel em: < http://www.imesexplica.com.br/0506balanco_brasil.asp>. acessado em: 22 set.2006. MOREIRA, Joaquim Manhes. A tica empresarial no Brasil. So Paulo: Pioneira, 1999. MOTTA, Nair de Souza. tica e vida profissional. Rio de Janeiro: mbito Cultural,1984. NALINI, Jos Renato. tica geral e profissional. 2 ed. So Paulo: 2004. OLIVEIRA, Avanir Passo de. Vara de falncias, Concordatas e Insolvncia Civil. Disponvel em < http://jus2.uol.com.br/pecas/texto.asp?id=340 > acessado em: 17 ago. 2006. S, Antnio Lopes de. tica profissional. 2 ed. So Paulo: Atlas, 1998. SANCHANTA, Mariko. Financial Times, de Tquio. Valor Econmico Texto de:22/09/2005. Disponvel em < http://www.unimonte.br/news/3466.asp > acessado em: 16 nov. 2006.

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