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Os Benefícios Da Conduta Ética Na Vida - Tcc
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Centro Universitrio de Braslia Uniceub FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS - FASA CURSO: CINCIAS CONTBEIS AREA: CONTABILIDADE GERENCIAL
OS BENEFCIOS DA CONDUTA TICA NA VIDA DO PROFISSIONAL CONTBIL
JOS ADVAN BARBALHO DO NASCIMENTO
RA N 2020192 / 7
PROF. ORIENTADOR: JOO AMARAL DE MEDEIROS
Braslia - DF, agosto de 2006.
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JOS ADVAN BARBALHO DO NASCIMENTO
OS BENEFCIOS DA CONDUTA TICA NA VIDA
DO PROFISSIONAL CONTBIL
Monografia apresentada como um dos requisitos para concluso do curso de bacharelado em Cincias Contbeis do UniCEUB Centro Universitrio de Braslia. Prof (a). Orientador (a): Joo Amaral de Medeiros.
Braslia - DF, agosto de 2006.
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JOS ADVAN BARBALHO DO NASCIMENTO
OS BENEFCIOS DA CONDUTA TICA NA VIDA
DO PROFISSIONAL CONTBIL
Monografia apresentada como um dos requisitos para concluso do curso de bacharelado em Cincias Contbeis do UniCEUB Centro Universitrio de Braslia.
Prof (a). Orientador (a): Joo Amaral de Medeiros.
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
..................................................... Prof (a):
Orientador (a)
........................................................ Prof(a).
Examinador (a)
..................................................... Prof(a):
Examinador (a)
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Dedico este trabalho a minha me que me
deu vida e educao e aos meus filhos
Bruno e Mariana. A meus irmos e a
minha ex-esposa Rgia.
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AGRADECIMENTO
Agradeo ao meu orientador, professor
Joo Amaral de Medeiros, responsvel
pela disciplina Monografia, pela sua
dedicao e pelos seus conhecimentos
transmitidos durante todo o perodo.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente
contriburam dando - me fora, estmulo e
palavras de compreenso, minha eterna
gratido.
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Somente a moralidade das nossas aes
pode nos dar a beleza e a dignidade de
viver.
Albert Einstein
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RESUMO
NASCIMENTO, Jos Advan Barbalho. Os Benefcios da conduta tica na vida do
profissional contbil. Braslia, 2006. Pg. 32 Monografia. Curso de Cincias
Contbeis. Centro Universitrio de Braslia UniCEUB.
Esta monografia discorre sobre os benefcios da conduta tica na vida do
profissional contbil, sendo seu objetivo evidenciar a importncia dos benefcios da
conduta tica na vida do profissional contbil atravs de conceitos e reflexes que
podem auxiliar no desenvolvimento do comportamento dos profissionais contbeis
com seus clientes, sociedade entre outros. A tica como cincia, considerada um
fator regulador do desenvolvimento cultural entre os povos. vinculada a
julgamentos morais e juzos de valores relacionados distino entre o bem e o mal.
O profissional contbil dever indagar quais princpios que dever seguir para
evidenciar a transparncia dos seus atos perante a sociedade. O cdigo de tica do
contador norteia a ao do profissional em contabilidade de modo a apontar as
corretas atitudes para o sucesso nesta profisso. Na elaborao desta monografia,
teve-se a preocupao de evidenciar e esclarecer as principais dvidas relacionadas
cincia tica. Assim, a pesquisa permitiu concluir que o profissional de
contabilidade deve agir de forma a reunir os conceitos ticos em suas atividades
profissionais.
Palavras-chave: tica profissional; profisso contbil; contador.
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SUMRIO
ASSUNTO PG. 1 INTRODUO --------------------------------------------------------------------------------------08 2 REVISO DA LITERATURA E DISCUSSO DOS DADOS----------------------------11
2.1 Origem das Palavras tica e Moral -------------------------------------------------------12 2.2 Comportamentos--------------------------------------------------------------------------------13 2.3 tica Profissional Contbil-------------------------------------------------------------------14 2.4 tica na Contabilidade--------------------------------------------------------------------- ---19
2.5 Caractersticas do Profissional Contbil------------------------------------------------23 2.6 tica Empresarial------------------------------------------------------------------------------ -24 2.7 Os Riscos da Profisso Contbil----------------------------------------------------------27 2.8 Cdigo de tica do Contabilista-----------------------------------------------------------28
2.9 Os Benefcios da Conduta tica-----------------------------------------------------------31 3. Consideraes Finais---------------------------------------------------------------------------33 Referncias--------------------------------------------------------------------------------------------34
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INTRODUO
A prtica da tica pode levar o profissional contbil a obter cada vez mais
credibilidade perante a sociedade em geral e, com isso, mostrar a importncia de
seguir os princpios ticos que norteiam a vida social e profissional.
A tica, enquanto ramo do conhecimento, tem por objeto o comportamento
humano no interior de cada sociedade. O estudo desse comportamento, com fim de
estabelecer os nveis aceitveis que garantam a convivncia pacfica dentro das
sociedades e entre elas, constitui o objetivo da tica. (Lisboa, 1997, p. 22).
Os profissionais que agem com tica e responsabilidade social
experimentam maiores oportunidades de aumentar seu valor profissional, alm de
atrair tambm a ateno do mercado.
Agindo com tica, os profissionais contbeis evitam que atos individualistas
comprometam o ganho coletivo. Com isso cultivam as chamadas virtudes
profissionais: sigilo, lealdade, coragem, imparcialidade e responsabilidade.
Utilizando os princpios ticos, o profissional contbil afastar o risco de se
envolver em escndalos capazes de abalar sua reputao ou de se sujeitar as
penalidades judiciais.
Este trabalho procura evidenciar a importncia dos benefcios da conduta
tica na vida do profissional contbil atravs de conceitos e reflexes que podem
auxiliar no desenvolvimento do comportamento dos profissionais contbeis com
seus clientes, sociedade entre outros.
A pesquisa foi elaborada com base no tema tica profissional na
contabilidade, cuja delimitao evidencia os benefcios da conduta tica na vida do
profissional em contabilidade.
O Conselho Federal de Contabilidade no exerccio de suas atribuies
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aprova, atravs da Resoluo CFC n 803/96 o Cdigo de tica Profissional do
Contabilista, onde no seu captulo v.art. 12. Referente s penalidades, menciona que
a transgresso dos preceitos do cdigo de tica constitui inflao tica, sancionada
conforme a gravidade. Podendo o infrator receber as seguintes penalidades:
advertncia reservada; censura reservada e censura pblica.
Esses fatos afetam a credibilidade do profissional contbil perante a classe a
qual representa e a sociedade. Ficando sujeito penalidade prevista em lei,
podendo perder os direitos de exercer a profisso. Portanto, o profissional antitico
no conseguir se manter no mercado por muito tempo.
Conforme o art. 2 do Cdigo de tica Profissional do Contbil, para atingir o
sucesso profissional, o contabilista dever exercer a profisso com zelo e
honestidade, observando a legislao vigente e resguardando os interesses de seus
clientes, sem prejuzo da dignidade e independncia profissionais, adotando postura
tica com seus clientes e perante a sociedade. (Resoluo CFC n 803/96 do
Conselho Federal de Contabilidade).
O principal objetivo deste trabalho evidenciar a importncia dos benefcios
da conduta tica na vida do profissional contbil. Para essa evidenciao, foram
estabelecidos os seguintes objetivos especficos: evidenciar os aspectos relevantes
da tica profissional, aplicveis ao profissional da contabilidade; apresentar o papel
social do contador e sua implicao para a credibilidade da profisso, para a
continuidade da entidade onde atua e para o desenvolvimento scio econmico da
coletividade; identificar os efeitos do descumprimento s normas ticas; demonstrar
a importncia dos benefcios da conduta tica na vida do profissional contbil no
exerccio da profisso.
Com estes objetivos, procura-se evidenciar que a profisso contbil e a tica
precisam estar sincronizadas, pois um profissional que no adota a tica como guia
no exerccio de seu ofcio corre srio risco de se envolver em escndalos,
manchando sua imagem profissional e da classe que representa, alm de prejudicar
a empresa em que presta servio.
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Para balizar a pesquisa, foi formulado o questionamento, em torno do qual
foi desenvolvido o trabalho: quais os benefcios advindos da observncia tica
para o profissional e para a sociedade?
Na elaborao deste trabalho foram feitas investigaes em livros, jornais,
internet, cdigos e resolues que mencionam assuntos relacionados com a tica
profissional, sobretudo com a profisso contbil. Quanto aos objetivos, a pesquisa
foi explicativa, visto que esclarece fatos relacionados tica profissional.
Quanto metodologia, a investigao foi dialtica, visto que aborda
realidades com opinies e argumentaes dando sentido s oposies de idias.
(VERGARA, 2005).
O trabalho est estruturado em trs captulos. O primeiro, introduo,
apresenta os elementos informativos provenientes do projeto, com as devidas
adaptaes que se fizeram necessrias no decorrer da pesquisa.
O segundo captulo contm o desenvolvimento do trabalho, ou explanao
do que a pesquisa permitiu evidenciar e o terceiro, consideraes finais, trata do
desfecho conclusivo do trabalho.
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2 REVISO DA LITERATURA E DISCUSSO DOS DADOS
Segundo Sturkart (2003, p. 14), tica uma cincia cujo objetivo o exame
terico das aes humanas para conseguir uma vida satisfatria e a perfeio
integral do homem e nisso que consiste a felicidade.
A tica baseia-se na filosofia que estuda o comportamento das pessoas.
Ocupa-se com o que moralmente bom ou mal, certo ou errado.
A tica conduz idia da universalidade moral, ou ainda formao ideal
universal do comportamento humano, expressa em princpios vlidos para todo
pensamento moral e sadio, conforme afirma Lisboa (1997, p. 24).
A tica busca analisar os fatos morais que norteiam as normas para
qualquer ato humano.
Segundo S (1998, p. 15), a tica tem sido entendida como a cincia da
conduta humana perante o ser e seus semelhantes, ou seja, a tica estuda o
comportamento do ser humano e suas consideraes de valores.
De acordo com Motta (1984, p. 69):
A tica baseia-se em uma filosofia de valores compatveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, o agir da pessoa humana est condicionado a duas premissas consideradas bsicas pela tica: o que o homem e para que vive, logo toda capacitao cientfica ou tcnica precisa estar em conexo com os princpios essenciais da tica.
Nesse sentido, a tica o estudo das avaliaes do ser humano em relao
s suas condutas ou s dos outros. Essas avaliaes so feitas sob a tica do bem
e do mal, de acordo com critrios que geralmente ditado pela moral. (MOREIRA,
1999, p. 21).
A tica tem sido desenvolvida no histrico cultural da humanidade, busca a
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necessidade de viabilizao da convivncia em sociedade, procura estudar o
comportamento humano mostrando o que certo ou errado, de acordo com os
costumes da populao. (LISBOA, 1997, p. 30).
O que parece ser uma definio simples e de fcil aplicao, acaba sendo
um conceito complexo, pois engloba juzos de valor, os quais no so to fceis de
serem aplicados. A tica est relacionada ao desejo de alcanar sucesso
profissional, mantendo com os outros indivduos relaes justas.
A tica est fundamentada nas idias do bem e da virtude, na busca de
valores que se traduz em uma existncia de plena felicidade. A atitude dos
profissionais em relao s questes ticas faz a diferena no mercado.
Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relao s questes
ticas pode fazer a diferena entre o sucesso e o fracasso. Basta um deslize, uma
escorregadela, e pronto imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha
vermelha da desconfiana. (JACOMINO, 2000, p. 28).
A tica sinaliza com normas que o indivduo deve seguir na busca da
sabedoria e do conhecimento, sempre visando aos efeitos que suas atitudes podem
produzir na vida de outras pessoas.
importante para a credibilidade do profissional e da empresa a qual
representa que o profissional contbil, assim como todo profissional sintonizado com
seu tempo, invista no conhecimento tcnico e ao mesmo tempo zele por uma
conduta tica.
2.1 Origem das Palavras tica e Moral
Segundo Nalini (2004, p. 26), tica a cincia do comportamento moral dos
homens em sociedade. A tica como cincia tem por objetivo a moral, leis e
mtodos prprios. Historicamente os romanos traduziram o ethos grego, para o
latim mos (ou no plural mores), que quer dizer costume, de onde vem a palavra
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moral. A origem da palavra tica vem do grego ethos, que quer dizer o modo de
ser, o carter. Portanto, o ethos (carter) como mos (costume) dizem respeito a
um conjunto de normas de comportamentos pelo o qual o homem procura realizar o
bem.
Conceitualmente, conforme Nalini (2004, p. 27), existe distino entre tica e
moral. tica seria uma teoria dos costumes. Ou seja, a tica a cincia dos
costumes. J a moral no seria cincia, seno o objeto da cincia.
Isto quer dizer que a tica a cincia voltada s normas de conduta ou a juzo de valor vinculado distino entre o bem e o mal, entre o certo e o errado.
Mostra ao indivduo os valores e princpios a seguir na busca de sua conduta
profissional.
2.2 Comportamentos
S (1998, p. 15) diz que a tica a cincia da conduta humana, pois
envolve valores de aprovao e desaprovao da ao do homem no campo das
aes virtuosas.
Observar a virtude como prtica do bem promover a felicidade. Mas em
toda sociedade, existem de dilemas morais. Esses dilemas morais so os reflexos
do comportamento das pessoas, e surgem no momento em que, diante de uma
situao, a ao de um indivduo ou de um grupo, contraria aquilo que a sociedade
estabeleceu como padro para aquela situao.
Neste sentido, Lisboa (1997, p. 31), argumenta que o comportamento dos
indivduos fruto dos valores nos quais cada um acredita. Isto implica dizer que
uma ao considerada como comportamento anormal pode, com o passar do tempo,
ser considerado normal.
Portanto, neste conjunto de dilemas comportamentais que reside toda a
complexidade do ser humano. A formao da conduta tica depende de uma
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conscincia limpa moralmente.
2.3 tica Profissional Contbil
A profisso contbil, no contava de incio, com um Cdigo de tica
especfico. O contador tinha como normas as regulamentaes ticas vigentes na
sociedade. Para a continuidade do exerccio profissional houve a necessidade de se
elaborar normas especficas que orientassem os profissionais a exercerem suas
atividades com honestidade e responsabilidade.
tica profissional representada pela confiana que a sociedade deposita
no profissional, na execuo de determinado trabalho, visto que envolve
responsabilidades sociais.
De acordo com S (1998, p. 120), a profisso contbil definida da seguinte
maneira:
A profisso contbil consiste em um trabalho exercido habitualmente nas clulas sociais, com o objetivo de prestar informaes e orientaes baseadas na explicao dos fenmenos patrimoniais, ensejando o cumprimento de deveres sociais, legais, econmicos, to como a tomada de decises administrativas, alm de servir de instrumentao histrica da vida da riqueza.
O que se observa que no possvel abranger em um cdigo de tica
todos os problemas possveis que possam surgir para os profissionais durante o
exerccio de sua profisso, mas pode prever um nmero possvel de situaes que
exijam do profissional posicionamento tico. O Cdigo de tica Profissional do
Contabilista procurou consolidar os princpios ticos que norteiam a profisso
contbil.
Desta forma o profissional contbil que no adotar o cdigo de tica como
bssola de sua conduta profissional corre risco de degradao de sua imagem e da
classe qual representa.
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Historicamente, a profisso contbil uma das profisses mais antigas do
mundo. A noo de conta, portanto, de contabilidade, , to antiga quanto a origem
do Homo sapiens. (IUDCIBUS, 2000, p. 30).
Para alguns historiadores h evidncias de noo de contas
aproximadamente h 4.000 anos a.C.
De acordo com Iudcibus (2000, p. 30), o homem primitivo praticava uma
contabilidade rudimentar ao inventariar seus instrumentos de caa e pesca,
rebanhos entre outros.
A preocupao com sua riqueza obrigou o homem a desenvolver sistemas
que avaliasse melhor sua situao patrimonial.
A contabilidade reflete um dos anseios mais arraigados do homem, por ser o
pulso do empreendimento e ter por mrito o registro e anlise das Demonstraes
Contbeis e dos atos e fatos que envolvem a empresa, com o objetivo de evidenciar
o patrimnio, suas variaes, o resultado, a eficincia e eficcia com a finalidade de
produzir informaes sobre o comportamento patrimonial da entidade.
Por esse motivo o contador tem a funo de produzir informaes fidedignas
sobre o comportamento patrimonial das empresas, levando em considerao a
necessidade de participao social tanto no contexto administrativo e gerencial das
organizaes.
Deste modo, o profissional contbil no pode aplicar automaticamente as
normas contbeis explicitas na legislao, sem conhecer as bases tericas que a
podem ter influenciado ou as falhas que luz foram cometidas. (IUDCIBUS, 2000,
p. 15).
evidente que no desempenho de suas atividades, o profissional contbil
deve procurar o entendimento da legislao e ter viso critica fatos. Com o objetivo
de angariar a confiana de seus clientes e sociedade em geral.
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A falta de tica pode acabar com qualquer profisso. Lisboa (1997, p. 61),
menciona que o profissional contbil deve seguir o cdigo de tica da categoria
baseado nos seguintes critrios:
ter responsabilidade, perante a sociedade, e atuar com esmero e qualidade, adotando critrio livre e imparcial;
ter lealdade, perante o contratante de seus servios, guardando sigilo profissional e recusando tarefas que contrariem a moral;
ter responsabilidade para com os deveres da profisso; preservar a imagem profissional, mantendo-se atualizado em relao s
novas tcnicas de trabalho, adotando, igualmente, as mais altas normas profissionais de conduta.
Pelo que se observa o principal objetivo do cdigo de tica a busca
constante da postura tica pelo profissional contbil de acordo com os princpios
ticos conhecidos e aceitos pela sociedade.
Compreende-se que para atuar com tica o contador se depara com
algumas questes complicadas, por exemplo: ao encontrar evidncias de erros nas
Demonstraes Contbeis, quando executar trabalhos de auditoria, o profissional
contbil tem o dever perante a sociedade de apontar os erros descobertos, mesmo
sabendo que poder perder o emprego. Argumentos como esses so complexos e
fazem com que a postura tica seja testada, diferenciando os verdadeiros
profissionais daqueles que apenas pensam em manter o emprego.
Ter conhecimento do que certo ou errado, e saber que a impunidade no
exercida, fica fcil prtica do comportamento antitico. A impunidade tem que ser
combatida para incentivar o cumprimento das normas ticas.
Na profisso contbil, no basta ter conhecimento tcnico, preciso ter
conduta tica condizente, responsabilidade, lealdade, dignidade para poder
preservar a imagem profissional.
Agindo com tica o profissional contbil reconhecido pela sociedade por
atuar com esmero e qualidade alm de contribuir para o desenvolvimento da
profisso.
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Um exemplo de falta de tica o caso da ENCOL S.A. Engenharia,
Comrcio e Indstria, empresa do ramo construo civil que faliu por causa de
fraudes nas Demonstraes Contbeis, com o objetivo de conseguir "rolar" a dvida
e, ainda, tentar obter liberao de novos emprstimos. Isso causou prejuzo a seus
muturios, fornecedores, instituies financeiras entre outros.
No processo de sentena de falncia da Encol, Oliveira (1999) comenta que:
O Balano Patrimonial encerrado em 31/12/96 demonstrava que a Demonstrao do Resultado do Exerccio da entidade encontrava-se pendente de parecer de Auditores, uma vez que o "ex-presidente" no providenciou em poca oportuna. Pelo que se observou durante aquele exerccio a companhia contabilizou prejuzos de quase R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhes de reais), porm, manteve o seu ativo em mais de R$ 1.500.000.000,00 (hum bilho e quinhentos milhes de reais), tendo sofrido uma reduo do ano de 1995 para 1996 em pouco mais de R$ 50.000.000,00 (cinqenta milhes de reais). O mesmo Balano Patrimonial demonstra com tranqilidade que a exigncia prescrita pelo inciso II do Art. 158 do decreto-lei 7.661/45 foi atendida. O indicador de liquidez Corrente (Ativo Total / Passivo Exigvel Total) demonstra que para cada R$ 1,00 (hum real) de dvida companhia dispe de R$ 1,67 (um real e sessenta e sete centavos) de ativo. O ndice de solvncia que inclui todo o exigvel, a incluindo o passivo garantido, revela recursos superiores a cinqenta por cento do ativo circulante o que demonstra uma formidvel sobra de recursos, superando em muito a exigncia legal.
O escndalo da ENCOL foi um exemplo de que no adianta uma empresa
ou profissional contbil trilhar pelo caminho antitico, pois manchar sua reputao
quando a fraude for descoberta.
Por outro lado conforme o Cdigo de tica da Nokia, a entidade reconhece
que seus interesses a longo prazo e os interesses das entidades com participao
na entidade dependem da conformidade com os mais elevados padres de conduta
tica e com a legislao aplicvel. O Cdigo de tica da entidade prev que os
valores ticos esto incorporados neste Cdigo, esperando-se de cada funcionrio
um comportamento que esteja em perfeita harmonia com este Cdigo, sem
excees.
A tica o estabilizador que, mantm o equilbrio entre as foras que
separam e as que unem. (STURKART, 2003, p. 100).
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Observar-se que a tica importante na vida do profissional contbil, pois
ele trabalha com a credibilidade conquistada perante a sociedade.
Nota-se que devido posio privilegiada que ocupa na empresa, o
profissional contbil no pode se beneficiar das informaes da entidade, o que
representaria falta de profissionalismo.
Quando o profissional contbil evita atividades que conduzam a conflitos de
interesses ser recompensado atravs do seu reconhecimento profissional, sendo
melhor remunerado, alm de galgar novos cargos na entidade e ser respeitado pela
sociedade.
O profissionalismo a maneira ntegra e honesta de exercer uma profisso.
E est fundamentalmente ligado tica, moral dos bons costumes, conforme
afirma Lisboa (1997, p. 111).
O profissional que age com tica mantm os princpios bsicos que so a
integridade e honestidade. No tem medo de errar, pois se o fizer, no ser
propositadamente. (LISBOA, 1997, P. 111).
Neste contexto, para que o profissional de contabilidade seja respeitado
dever seguir o segundo artigo cdigo de tica do profissional contabilista, resoluo
CFC n 803/96 do Conselho Federal de Contabilidade, onde est mencionado o
dever do contabilista.
I - exercer a profisso com zelo, diligncia e honestidade, observada a legislao a vigente
e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuzo da
dignidade e independncia profissionais;
II - guardar sigilo sobre o que souber em razo do exerccio profissional lcito, inclusive no
mbito do servio pblico, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por
autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade; [...].
A falta de tica no exerccio da profisso pode gerar transtornos, inclusive a
perda do registro no Conselho Regional de Contabilidade.
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O contador deve seguir o cdigo de tica da categoria, no aceitando
subornos para alterar balanos, ou se envolver em qualquer atividade ilcita, mas
procurar exercer a profisso com independncia, observando a legislao vigente.
O profissional contbil agindo com tica est assegurada a credibilidade e
confiabilidade indispensveis realizao de bons negcios.
2.4 tica na Contabilidade
O processo de globalizao vem desafiando as empresas modernas a
buscarem transformaes capazes de integr-las em novo contexto poltico,
econmico e social.
Os problemas contbeis ocorridos com entidades como a ENCOL,
PARMALAT, ENRON, entre outras, que ficaram no centro das atenes devido aos
escndalos financeiros demonstra a necessidade de apresentar mudanas nas
regras contbeis. Essas mudanas visam apresentar maior transparncia e clareza
nas informaes refletidas nos balanos das entidades, com o objetivo de trazer a
tona discusso sobre o comportamento tico dos contadores e auditores no
exerccio da profisso.
A busca pela transparncia da conduta tica levou a revista Readers Digest
a no aceitar anncios de cigarros depois que um cirurgio dos Estados Unidos
comunicou que cigarros podem provocar diversas doenas. Afirma Stukart (2003, p.
68).
Em relao discusso do comportamento tico, o economista Eduardo
Gianetti da Fonseca (apud Stukart, 2003, p. 75) declara que a tica incorpora
elementos vitais para a eficincia como motivao, pontualidade, lealdade, espirito
de equipe, confiabilidade e empenho, que no podem ser comprados com dinheiro.
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Pelos argumentos, entende-se que para o sucesso da empresa e do
profissional contbil, ambos precisam agir conforme as leis, com tica e
responsabilidade social.
Observa-se que o objetivo da contabilidade prestar informao organizada
de cunho econmico e financeiro com a finalidade de demonstrar o grau de sade
da empresa aos usurios internos e externos da entidade objeto da Contabilidade,
conforme afirma Iudcibus (2000, p. 58).
O resultado final da contabilidade a disponibilizao de informaes aos
usurios em forma de relatrios e demonstraes contbeis.
Ela se destaca por seu papel de proteo vida da riqueza das clulas
sociais e pela capacidade de produzir informes qualificados sobre o comportamento
patrimonial, conforme afirma S (1998, p. 121).
Neste contexto Arajo (2004, p. 13) afirma que a contabilidade exerce a
funo de:
Captar todos os fatos ocorridos na empresa, registrar tais fatos num sistema de informao, acumular esses fatos nesse sistema, resumir os acontecimentos num certo perodo, criar e emitir um resumo que servir de suporte para interpretar todo o processo de resultados.
Conforme a citao acima, o objetivo da contabilidade o patrimnio, ou
seja, o registro e avaliao de bens alm de proporcionar informaes organizadas
de cunho econmico, financeiro e, subsidiariamente, fsico, de produtividade e
social, aos usurios internos e externos entidade objeto da Contabilidade.
Portanto, o resultado final da contabilidade trata da disponibilizao de informaes
aos usurios em forma de relatrios e demonstraes contbeis. Para S (1998, p.
121)
Neste aspecto, importante que o profissional contbil se conscientize de
seu papel perante a sociedade, exercendo a profisso com zelo, fundamentado nos
princpios ticos, pois pela profisso que o que o indivduo se destaca e se
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realiza.
Como a contabilidade se destaca na proteo do patrimnio da entidade,
cabe ao profissional contbil tomar cuidado com relao s fraudes.
Fraude significa falsificao, adulterao, abuso de confiana, ao
praticada de m f, contrabando, clandestinidade entre outros.
As fraudes contbeis referem-se aos atos intencionais, devido
manipulao de resultado, refletidos nas demonstraes contbeis, o que afronta os
princpios fundamentais da contabilidade, (conforme Resoluo CFC n 986 do
Conselho Federal de Contabilidade NBT T-12 da Auditoria Interna Regras Gerais).
Conforme Sturkart (2003, p. 61): O jornal O Estado de So Paulo informou
que, em menos de quatro meses, tinha publicado 63 casos de roubos, escndalos,
negociatas, imoralidades e falcatruas variadas. Mas nem um nico criminoso fora
para a cadeia.
Neste contexto Camila Marques aborda que as maiores fraudes no Brasil
foram cometidas por bancos no comeo dos anos 90. A autora menciona que o
professor Jos Carlos Marion, coordenador do curso de Cincias Contbeis do
IMES, cita que as trs grandes fraudes foram causadas pelo Banco Econmico,
Banco Nacional e Banco Noroeste.
A autora menciona que:
O primeiro caso foi o do Banco Nacional, um dos maiores da histria do Brasil. O desvio de dinheiro ao longo de dez anos chegou ao mesmo valor de todo o oramento da cidade de So Paulo poca, o quinto maior do pas. Liqidada no dia 18 de novembro de 1995, a instituio deixou um rombo prximo de R$ 9,2 bilhes (valores de 1995) aos contribuintes. No processo fraudulento, descobriu-se a criao de 652 contas fictcias para esconder o desvio.
No contexto internacional a empresa de auditoria associada
PricewaterhouseCoopers (PwC) no Japo teve a priso de quatro de seus
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contadores decretada por promotores pblicos de Tquio, por acusao de terem
ajudado executivos da Kanebo a falsificarem informes contbeis. (SANCHANTA,
Valor Econmico, 2005).
Nos Estados Unidos, tambm famoso o caso da WorldCom, que inflou
seus resultados por meio de informaes contbeis falsas.
A fraude ocorreu porque a empresa registrou como investimentos (ativo em
seu balano patrimonial) o que era despesa (demonstrativo de resultados),
distorcendo totalmente os dados de suas contas. Conforme afirma o consultor
Domingos, 2006.
Conforme relato de Camila Marques a gigante norte-americana da telefonia
escondeu perdas de US$ 3,85 bilhes em cinco trimestres. A manobra foi
descoberta em junho de 2002.
As fraudes no balano contbil, os ativos so supervalorizados e os
passivos, diminudos, explica o professor e coordenador do curso de Cincias
Contbeis do IMES, Jos Carlos Marion. A empresa, portanto, apresentada como
tendo muito dinheiro (em caixa, a receber ou em patrimnio) e poucas dvidas e
compromissos a cumprir. Afirma Camila Marques.
As manipulaes contbeis so utilizadas com a finalidade de encobrir ou
postergar a descoberta dos atos ilcitos praticados.
As normas ticas estudadas no curso de contabilidade so inerentes ao
profissional para o desenvolvimento de sua atividade profissional, sendo necessria
reformulao de situaes que envolvam aes ticas.
O prosseguimento na divulgao de normas ticas poder dar-se atravs
das entidades. Como os valores ticos se transformam com as evolues da
sociedade, preciso que o profissional se mantenha atualizado atravs de debate,
discusses, reciclagens sobre o tema. A empresa pode utilizar um Cdigo de tica
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prprio com fins de dar conhecimento a todos sobre seus valores ticos.
O profissional contbil deve agir com tica quando utilizar recursos prprios
ou de terceiros, necessrios execuo de seu trabalho.
Agindo com tica e responsabilidade o profissional contbil convive com as
maiores oportunidades de mercado alm de levar uma vida prazerosa.
A base da tica a verdade. A falta da verdade atenta contra a tica. O
profissional deve levar em conta o respeito tica, pois o interesse social na vida do
profissional atinge um universo promissor.
Utilizando a verdade como base tica o profissional contbil executa suas
atividades com mais dinamismo, a conquista do cliente se torna mais fcil devido a
qualidade do seu servio visto que um concorrente antitico, no oferece a mesma
qualidade.
2.5 Caractersticas do Profissional Contbil
O profissional contbil deve possuir certos requisitos para desempenhar sua
profisso com competncia, honestidade e sociabilidade.
Segundo Lisboa (1997, p. 130):
Atravs de sua competncia, o profissional de contabilidade mostra o quanto pode ser til e sofisticado em sua produo de informao, atravs de sua produtividade, ele consegue otimizar o tempo disponvel, de sorte a produzir mais informaes, por meio da sociabilidade, ele mostra como lidar com o cliente e como cruzar a fina linha entre relatar a verdade e no perder o cliente, acrescido de novas oportunidades na carreira.
Agindo com tica o profissional contbil molda seu comportamento. Pois
esta atitude envolve questionamentos psicossociolgicos para as respostas que
surgirem.
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Para adquirir conscincia tica, necessrio que o profissional contbil
acredite em valores ticos, os quais ocorrem nas assimilaes dos hbitos culturais
e procedimentos tidos como corretos e adequados no seu modo de vida. oportuno
tambm que o profissional contbil tenha sutileza de refletir sobre sua
responsabilidade social.
Para Lisboa (1997, p. 131), para ser tico necessrio ter algum tipo de f,
isso no implica em ter f religiosa, mas acreditar em valores intangveis como
valores morais: honestidade, amor, sinceridade, lealdade, responsabilidade entre
outros.
A formao da conscincia tica est na capacidade de refletir. Por reflexo
entende-se que ato ou efeito de examinar a conscincia antes da tomada de
deciso, mediante consulta interna de cada um. Assim, ser assegurada a
autocrtica indispensvel formao da conscincia tica.
O profissional contbil deve levar em conta que as outras pessoas com
quem convive tambm tm seus prprios conhecimentos, convices e razes.
Por este motivo, o cdigo de tica um instrumento que une a tica lei.
Proporcionando ao profissional contbil agir com honestidade e resistir s tentaes
que redundariam em comportamento antitico.
2.6 tica Empresarial
Segundo Moreira (1999, p. 27), "a empresa uma unidade econmica", que
tem como objetivo final o lucro.
explorada pelo empresrio atravs de trs fatores de produo a
natureza, o capital e o trabalho com objetivo de gerar resultado, que um servio,
um bem ou um direito.
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Segundo o mesmo autor (p. 28), a tica empresarial est baseada no
comportamento da empresa quando ela age em conformidade com os princpios
morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras ticas).
Para Ferrel e Fraedrich (2001, p. 7), "a tica empresarial compreende
princpios e padres que orientam o comportamento no mundo dos negcios", ou
seja, ela analisa os princpios adotados pela empresa na busca do seu objetivo
principal, o lucro.
A empresa ao desenvolver-se de forma que a tica, contribui para a conduta
tica de seus empregados, bem como para que os valores e convices primrios
da organizao, se tornem parte de sua cultura.
Com o avano tecnolgico e da globalizao, alm do aumento da
concorrncia, os empresrios comearam a investir na qualidade tica em suas
empresas, fator fundamental que agrega valor imagem do empreendimento.
A empresa que mantm conduta tica obtm diversas vantagens sobre as
empresas antiticas, pois no precisar se envolver em transaes irregulares em
forma de subornos para conseguir prestgio no mercado. Ter avaliao mais
precisa de sua rea operacional, visto que as demonstraes contbeis evidenciam
o que a empresa realmente . Ter respeito de seus funcionrios. Ter maior
credibilidade no mercado, e o lucro gerado no ficam sujeito a contingncias futuras.
A empresa que opera com tica pode exigir de seus empregados,
fornecedores e administradores a mesma postura para solidificar os laos de
parceria empresarial com a sociedade.
As empresas antiticas enfrentam situaes que muitas vezes destoem sua
imagem em apenas um dia, imagem que demorou anos para ser construda.
evidente que empregados desmotivados, fraudes internas, perda da
confiana na reputao da empresa, so alguns exemplos de problemas causados
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pela falta de tica.
As organizaes preocupadas com a relevncia do cdigo de tica, esto
procurando investir em programas de treinamento tico. Implementando novos
mtodos de conscientizao profissional conforme a cultura organizacional.
Segundo Lisboa (1997, p. 63), estes implementos so:
elaborao e distribuio de um cdigo de tica para todos os funcionrios da empresa;
Seminrios freqentes sobre tica; Instituio de uma linha direta de comunicao entre a administrao e
o funcionrio; Formao de comits de tica; Incluso do item Auditoria tica nas rotinas de trabalho de Auditoria
Interna; Colaborao dos sindicatos e associaes de classes para debates e
seminrios sobre tica.
O cdigo de tica tem a misso de padronizar e formalizar o entendimento
da organizao empresarial em seus diversos relacionamentos e operaes, afirma
Moreira (1999, p. 33).
Segundo o mesmo autor a existncia do cdigo de tica evitar que os
julgamentos subjetivos deturpem, impeam ou restrinjam a aplicao plena dos
princpios ticos.
Para que esse cdigo de tica tenha resultado positivo, deve ser concebido
pela prpria empresa e estabelecido por programa tico constitudo, segundo
Moreira (1999, p. 34), por:
Treinamento de implantao e reciclagens (anuais) dos conceitos do cdigo de tica;
Criao de um canal de comunicao destinado a receber e processar relatos de eventuais violaes;
Tomadas de atitudes corretivas ou punitivas em caso de constataes de violaes;
Luta clara contra os concorrentes antiticos.
A criao do cdigo de tica empresarial pode beneficiar a empresa com o
aumento da integrao entre os funcionrios, estimulando o comprometimento, e
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servindo de parmetro para a soluo dos conflitos entre empregados e empregador
que se apiam na cultura da empresa, refletida pelas disposies do cdigo.
2.7 Os Riscos da Profisso Contbil
A contabilidade fonte de informao, interpretao e registros de dados
empresariais e governamentais, preocupando-se em fornecer informaes
fidedignas a toda a sociedade.
O papel do contador prestar servios relevantes para as empresas com
zelo e honestidade e comunicar todos os fatos que possam influenciar na tomada de
deciso. Estendendo-se a obrigao a scios e executores.
O profissional contbil proporciona desempenho fundamental na
globalizao da economia. Isso porque ele no se restringe a cuidar somente de
contas. Tambm, desempenha a funo de conselheiro para as organizaes,
principalmente em assuntos sociais e tributrios.
O profissional contbil, no exerccio de sua funo, tem o dever de fornecer
aos usurios, informaes fidedignas para o acompanhamento do desempenho da
entidade para corrigir ou no as adversidades que surgirem e ainda indicar como
est a sade econmica financeira dessa entidade a qualquer momento.
Mas no exerccio das faculdades inerentes a profisso contbil, o
profissional que no observar os princpios bsicos que norteiam a tica contbil
pode incorrer em vrios riscos, conforme mencionado no 3 art. da resoluo CFC n
803/96 do Conselho Federal de Contabilidade, que so:
Assumir direta ou indiretamente, servios de qualquer natureza, com prejuzo moral ou desprestgio da classe;
Auferir proventos em funo de exerccio profissional que no decorra exclusivamente de sua prtica lcita;
Assinar documentos ou peas contbeis elaborados por outrem, alheios sua orientao, superviso e fiscalizao; [...]
Alm desses riscos a conduta antitica pode levar o profissional a praticar
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outras atividades ilcitas, como sonegao fiscal, fraude de demonstrativos e
documentos contbeis a fim de forjar balanos fraudulentos.
O contador ao participar de atividades ilcitas tem como objetivo realizar a
lavagem de dinheiro. As organizaes criminosas necessitam desses profissionais,
como tambm de outros, para transformar o dinheiro 'sujo' em dinheiro limpo.
Nos meios de comunicaes, essas prticas ilcitas so bem difundidas por
meio dos escndalos envolvendo empresas que tiveram suas demonstraes
contbeis forjadas ou falsificadas, com participao de contadores e auditores.
De acordo com Lisboa (1997, p. 10), o profissional contbil est no centro
do fogo cruzado. Por isso, ele precisa se adaptar aos novos tempos. O cdigo de
tica do Contabilista tem por objetivo ajudar o contador a entender a importncia da
tica para o futuro do seu sucesso profissional.
A atitude comportamental em relao s questes ticas tem sido o
diferencial do sucesso ou fracasso alcanado pelos profissionais, principalmente na
profisso contbil, que protege os interesses patrimoniais.
A formao do profissional contbil tem que ser coesa. Os danos cometidos,
por negligncia, imprudncia, dolo ou m-f, podem induzi-lo a erros que no tm
mais volta. A sociedade confia no contabilista, para disponibilizar informaes de
ordem tcnica-cientfica, uma vez que ele possui, pela sua formao, conhecimentos
especficos da cincia contbil essenciais para compreenso dos atos e fatos
relacionados ao patrimnio.
2.8 Cdigo de tica do Contabilista
A tica profissional ou moral profissional norteia o indivduo ou grupos de
indivduos a seguir os princpios de conduta tica.
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A definio do cdigo de tica segundo Lisboa (1997, p. 62), um corpo de
princpios que relaciona as principais prticas de comportamento permitidas no
exerccio da profisso.
Levando-se em considerao os princpios que norteiam o comportamento
humano o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por intermdio da Resoluo
n 290, de 4 de setembro de 1970, instituiu o Cdigo de tica Profissional do
Contabilista, sendo revisado e consolidado pela Resoluo CFC n 803, de 10 de
outubro de 1996, alterada posteriormente pela Resoluo CFC n 819/97 de
20/11/97.
Sendo uma ferramenta de relevncia importante, o cdigo de tica pode ser
entendido como relao das prticas de comportamento observadas no exerccio da
profisso.
Tem por objetivo principal a formao da conscincia profissional sobre
padres ticos, torna-se livro de cabeceira para o profissional contbil na busca do
sucesso profissional.
Neste contexto necessrio que o profissional contbil exera a profisso
com zelo, diligncia e honestidade, observando a legislao vigente e resguardando
os interesses dos seus clientes e / ou empregadores, sem prejuzo da dignidade e
independncia.
Ao exercer a profisso com zelo e honestidade o profissional contbil no
prejudicar a terceiros e garante uma qualidade eficaz de trabalho.
A transgresso dos preceitos ticos constitui infraes graves, sendo
sancionada, segundo a gravidade, com a aplicao de penalidades, como:
advertncia reservada, censura reservada, censura pblica mencionado no cdigo
de tica.
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O profissional deve guardar sigilo sobre o que souber em razo do exerccio
profissional lcito, inclusive no mbito do servio pblico ressalvados os casos
previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os
Conselhos Regionais de Contabilidade.
Por sua posio privilegiada na empresa, o profissional contbil adquire
informaes valiosas, sendo que jamais devem ser reveladas a concorrncias, uma
vez que so amparada pelo sigilo profissional.
O profissional contbil que mantm sigilo sobre as informaes a ele
confiadas, inclusive no mbito do servio pblico, observando, no entanto, se as
informaes so de resultados de atividades lcitas, para evitar no participar de
condutas inadequadas sua profisso, caracterizando prtica de atividade ilcita,
cultiva uma das chamadas virtudes bsicas exigida na profisso que a lealdade.
O terceiro artigo do cdigo de tica profissional faz referncia a vedaes ao
contabilista, no desempenho de suas funes, como :
I. anunciar, em qualquer modalidade ou veculo de comunicao, contedo que resulte na diminuio do colega, da Organizao Contbil ou da classe, sendo sempre admitida a indicao de ttulos, especializaes, servios oferecidos, trabalhos realizados e relao de clientes; II. assumir, direta ou indiretamente, servios de qualquer natureza, com prejuzo moral ou desprestgio para a classe; III. auferir qualquer provento em funo do exerccio profissional que no decorra exclusivamente de sua prtica lcita; IV. assinar documentos ou peas contbeis elaborados por outrem, alheio a sua orientao, superviso e fiscalizao;
Ao usar seus conhecimentos para praticar atividades ilcitas, o profissional
contbil denigre sua imagem, alm de afetar os sistemas econmicos e financeiros
do pas, prejudicando tambm os usurios da informao.
importante que o profissional conhea, obedea e aplique os Princpios
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de contabilidade, alm da
legislao vigente para evitar o envolvimento com atos ilcitos, assim, esta
assegurada a preservao da imagem profissional.
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2.9 Os Benefcios da Conduta tica
Segundo Sturkart (2003, p. 116) as normas ticas no existem para diminuir
o homem, mas para faz-lo crescer.
S (1998, p. 128) menciona que a conduta tica sadia do ser, consigo
mesmo e com seu ambiente, habilita ao sucesso.
O mesmo autor comenta que Alexis Carrel (apud S, 1998, p. 128) sintetiza
os princpios aptos para a felicidade, todos de ndole tica, que so:
Considerar o triunfo da vida como principal ocupao; Aceitar a ordem das coisas, resignando a uma voluntria limitao da
liberdade, para ser submetido a uma regra; Tirar partido de todos os elementos humanos idneos, tais como os
liberais sinceros e os intelectuais democratas; neutralizar os preguiosos, os especuladores, o poder do dinheiro, os traidores, os avarentos, os criminosos e os loucos. a qualidade que importa, porque a quantidade no basta.[...].
Segundo S (1998, p. 129) os princpios de Carrel estabelece os caminhos
que conduzem o homem ao sucesso.
A prtica e o aperfeioamento contnuo na busca pela qualidade tica e
sucesso profissional tm se tornado um prazer material, evitando que se faa coisa
errada.
Basta lembrar os pontos que Cuviller (apud S, 1998, p. 135) destaca nos
benefcios da conduta tica:
pela profisso que o indivduo se destaca e realiza plenamente, provando sal capacidade, habilidade, sabedoria e inteligncia, comprovando sua personalidade para vencer obstculos;
Atravs do exerccio profissional, consegue o homem elevar seu nvel moral;
na profisso que o homem pode ser til a sua comunidade e nela se eleva e destaca, na prtica dessa solidariedade orgnica.
Pelo que se observa, o sucesso profissional est ligado auto realizao.
As realizaes so as necessidades fisiolgicas; de segurana; de aceitao e de
reconhecimento. Conforme Sturkar (2003, p. 117).
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O homem pode enriquecer s custas de atos ilcitos, mas jamais ter paz de
esprito, pois o sucesso profissional s ser alcanado atravs da busca constante
por seus objetivos baseado nas prticas ticas e pelo desejo de dar aos outros as
mesmas oportunidades e respeito que recebe.
Sturkart (2003, p. 121) menciona que na busca de sua realizao
profissional o indivduo precisa ter em mente que os caminhos a serem percorridos
no so fcies. Mas no final, trar recompensas, como:
Paz de esprito e vida harmoniosa; Nome respeitvel; Honra e apreciao pela sociedade; Maior facilidade para suportar as vicissitudes da vida; Auto - realizao e auto - suficincia.
Sem tica o profissional no consegue se manter no mercado. E a ao
tica correta proporcional satisfao pessoal.
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3. CONSIDERAES FINAIS
A respeito da tica na contabilidade percebe-se o quanto a falta desta
prejudica a imagem do profissional e da empresa a qual representa, levando perda
de credibilidade com a sociedade.
Observa-se que a buscar de bons resultados profissionais e empresariais
devem resultar de decises ticas. Primar por padres ticos pode significar a sade
da empresa e ascenso profissional.
O profissional contbil ou empresa que obtm ganhos financeiros, atravs
de subornos, fraudes entre outros, perde a confiana da sociedade e pode entrar em
decadncia, pois a confiana neles ficar abalada.
A empresa que mantm a conduta tica obtm vantagens sobre as
antiticas, tem avaliao mais precisa de sua rea operacional, visto que as
demonstraes mostram realmente o que a empresa , tm respeito dos
profissionais que para ela trabalham, maior credibilidade no mercado, e o lucro
gerado no fica sujeito a contingncias futuras.
Assim como as empresas os profissionais contbeis que no possuem a
tica como bssola de sua profisso, costumam ter carreira curta, visto que o
contabilista trabalha com a confiana dos clientes em seu trabalho, e ao perder essa
credibilidade, o fim do profissional uma questo de tempo.
A pesquisa propiciou evidenciar os benefcios da conduta tica na vida do
profissional contbil. Demonstrou que agindo com tica, o profissional contbil evita
que atos individualistas interesseiros comprometam o ganho coletivo. Com isso eles
cultivam as chamadas virtudes profissionais que so: sigilo, lealdade, coragem,
imparcialidade e responsabilidade.
A atitude do profissional em relao s questes ticas a diferena entre o
sucesso e o fracasso.
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REFERNCIAS
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